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[Artigo] Ana Catarina de Araujo Elias - Espiritualidade Na Realdiade Hospitalar

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Hospital e realidade espiritual

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Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas, v. 18, n. 3, pp. 23-32, setembro/ dezembro 2001

A Questão da Espiritualidade na Realidade Hospitalar:O Psicólogo e a Dimensão Espiritual do Paciente

Ana Catarina de Araújo Elias1

Joel Sanes Giglio2

Visando minimizar o sofrimento psicológico de pacientes Fora de Possibilidade de Cura e promo-ver Qualidade de Vida na Dor Simbólica da Morte, representada pela Dor Psíquica e Dor Espiritual,desenvolveu - se um método integrando - se as técnicas de Relaxamento Mental e Visualização deImagens Mentais com o conceito de Espiritualidade, o qual foi estruturado a partir de pesquisas quedescrevem os relatos de pacientes que passaram por uma Experiência de Quase Morte (E.Q.M.), evoltaram a viver normalmente. Neste artigo discorremos sobre os dados que estruturam o conceitode Espiritualidade na composição do método proposto, para re-significar a Dor Simbólica da Mortede pacientes terminais.Palavras-chave: dor simbólica da morte, cuidados paliativos, espiritualidade, psicologiahospitalar, pacientes terminais.

AbstractThe Psychologist and the Patients' s Spirituality in the HospitalThis paper describes the elements of Spirituality's conception, which integrates the techniques ofMental Relaxation and Mental Images. This method is intended to promote Quality of Life in theDeath Symbolic Pain, what is represented by the Psychic Pain and Spiritual Pain, in the care ofterminal patients. The elements of Spirituality' s conception are based in psychiatric research onthe report of patients that experienced a Near Death Experience and come back to the normal life.Key words: death symbolic pain, palliative care, spirituality, hospital psychology, terminalpatients.

1 Psicóloga pela PUC - Campinas; Mestre em Ciências Médicas, área Saúde Mental, UNICAMP; Especialistaem Psicoterapia de base analítica pela F.C.S.M. "Dr Maurício Knobel"; Membro Efetivo da Sociedade Brasileirapara o Estudo da Dor, filiada à International Association for the Study of Pain.

Endereço para correspondência: Av. Jesuíno Marcondes Machado, 189, Campinas, S.P. CEP 13093 320 -Fones (19) 3294 9184 / (19) 9705 2579. e-mail: [email protected]

2 Médico Psiquiatra; Analista Junguiano pela Associação Junguiana do Brasil e pela International Association forAnalytical Psychology; Professor Associado do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade deCiências Médicas, UNICAMP.

3 Órgão Financiador da Pesquisa: CAPES.

IntroduçãoO conteúdo do presente artigo foi apresen-

tado em Mesa Redonda no V Congresso Brasi-leiro de Psicologia Hospitalar, realizado de 09 a12 de outubro de 2000, em São Paulo e deriva daDissertação de Mestrado: Relaxamento Mental,Imagens Mentais e Espiritualidade na re-signifi-

cação da Dor Simbólica da Morte de PacientesTerminais que foi desenvolvida pela autora eorientada pelo co-autor na Faculdade de Ciên-cias Médicas - UNICAMP.

O comitê de taxonomia da "InternationalAssociation for the Study of Pain" - I.A.S.P.,

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(Associação Internacional para o Estudo da Dor),conceituou a dor como uma experiência sensoriale emocional desagradável, associada a lesões teci-duais reais ou potenciais ou descrita em termos delesões teciduais. (MERSKEY et al, 1979).

SAUNDERS (1991) formulou em 1967 oconceito de Dor Total que inclui o sofrimento físi-co, psíquico, social, espiritual, mental e financeirodo paciente, abrangendo também o sofrimentodos familiares e da equipe médico-hospitalar.

No atendimento a pacientes fora depossibilidade de cura, encontramos sofrimentopsicológico importante no que se refere aosaspectos psíquicos e espirituais, que são doiscomponentes do conceito de Dor Total introdu-zido por SAUNDERS (1991).

Denominamos Dor Simbólica da Morte,a Dor Psíquica e a Dor Espiritual identificadas.Operacionalizamos o conceito de Dor Psíquicacomo o medo do sofrimento e o humor depressi-vo representado por tristezas, angústias e culpasfrente às perdas e o conceito de Dor Espiritualcomo o medo da morte e do pós-morte, idéias econcepções em relação à espiritualidade, senti-do da vida e da morte e culpas perante Deus.(ELIAS, 1999).

Visando encontrar um método científicopara re-significar a Dor Simbólica da Morte dospacientes terminais, desenvolvemos uma inter-venção psicoterapêutica integrando as técnicasde Relaxamento Mental e Visualização de Ima-gens Mentais com o conceito de Espiritualidade.

Nesse artigo discorreremos sobre osdados que estruturam o conceito de Espirituali-dade na composição do método proposto.

Desenvolvimento

A ciência, definida por KUHN (1996)como um processo pelo qual vamos ajuntandopedaços de informações que são, por sua vez,somados isoladamente ou em combinação ao

grande e sempre crescente estoque de técnicas econhecimentos científicos, é fundamentada emparadigmas - um conjunto de crenças que sãoaceitas durante um determinado período detempo pela comunidade cientifica. Os pesquisa-dores, mesmo sem perceberem, são influencia-dos pelos paradigmas vigentes na sua época.Uma mudança de paradigma inclui uma grandee profunda modificação de idéias e percepçõesdo mundo.

Vivemos, neste final de milênio, umperíodo de transição, de mudanças quanto aosparadigmas que norteiam o conhecimento cientí-fico.

A pergunta básica que se formula nosúltimos anos é sobre o que vem a ser Realidade.Já no começo do século XX, em 1937,FREUD(1975), afirmou que a realidade pura é inatingí-vel, pois observamos um objeto como ele seapresenta a nossa percepção, e por detrás do queé percebido pelos nossos órgãos sensoriais estáo que se pode chamar estado real das coisas.(ELIAS & GIGLIO, 2000).

A Ciência Clássica está baseada na filo-sofia de DESCARTES (1596-1650). Este filó-sofo do século XVII estruturou sua filosofiaconcebendo o Universo como um sistemamecânico que consiste em objetos separados, osquais, por sua vez, podem ser reduzidos a seuscomponentes materiais fundamentais, cujaspropriedades e interações, acreditava-se, deter-minam completamente todos os fenômenosnaturais. Essa concepção cartesiana da naturezafoi, além disso, estendida aos organismos vivos,considerados máquinas constituídas de peçasseparadas. (CAPRA, 1982). Esta foi a base dopensamento da Ciência Clássica: racional,cartesiano, dual e reducionista.

O século XX ficou marcado por desco-bertas importantes no campo da Física, da Bio-logia, da Psicologia e da Medicina, que

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FIGUEIRÓ, 1999; KOVÁCS, 1999; LANG,2000; MARTY, 1993; MAYOL, 1992;MELLO FILHO, 1997; MONTAGU, 1988;PIMENTA&PORTNOI, 1999;ROSEN, 1994;SIEGEL, 1989; SIMOTON, SIMONTON,CREIGHTON, 1987; TUCKER, 1999).

No final do século XX AssociaçõesCientíficas começaram a reconhecer tratamen-tos relacionados a centros de energia como aHomeopatia e a Acupuntura,uma área da Medi-cina Chinesa. A Associação Médica Brasileira(A.M.B.), por exemplo, reconheceu a Acupun-tura como Especialidade Médica através daResolução 1455/95.

As Terapias Alternativas foram reconhe-cidas pelo Conselho Federal de Enfermagem(COFEN) como especialidade e/ou qualifi-cação do profissional de Enfermagem pelaResolução 197.A Técnica Reiki, tratamento deorigem oriental, cujo princípio se baseia natransmissão de "energia cósmica" pelas mãos,favorecendo a saúde, é uma das Terapias Alter-nativas reconhecidas pelo Conselho Federal deEnfermagem. (FARIAS, 1998).

A Terapia Reiki também é reconhecidapela Organização Mundial de Saúde (O.M.S.)como uma Terapia Complementar (MAC NEEDMAN, 2000). Esta Instituição (O.M.S.) tambémcoloca, na orientação dos Princípios Básicos quedevem nortear um programa de Cuidados Palia-tivos, o Princípio de integrar ao tratamento mé-dico tradicional aspectos psíquicos e espirituais.

Pesquisas abordando a importância dainclusão da Espiritualidade nos tratamentosmédicos convencionais e dando suporte para aampliação da visão de ser humano para biopsi-cossocial e espiritual, também, no final doséculo XX, começaram a ser publicadas nocenário científico internacional da área médica.Vários, entre esses estudos, recomendam que oCurrículo de cursos como Medicina, Enferma-gem e outros da área da saúde sejam revistos de

fundamentam a Nova Ciência em uma base depensamento circular, monista e sistêmico.

A Física Quântica veio mostrar que aspartículas subatômicas não são os objetos sóli-dos da Física Clássica, mas, sim, entidades abs-tratas que possuem uma natureza dualsimultânea, ou seja, dependendo do meio ambi-ente com o qual interagem, ora apresentam-secomo ondas, ora como partículas, observan-do-se que energia e matéria são polaridades deuma mesma substância. (CAPRA, 1982).

Desde o início do século XX a Biologiareconheceu que o padrão de organização de umsistema vivo é sempre um padrão de rede queproduz continuamente a si mesma, ou seja, afunção de cada componente consiste em partici-par da produção ou da transformação dos outroscomponentes da rede, de forma que essa referidarede é produzida pelos seus componentes, emuma relação sistêmica circular e não dentro deuma concepção mecânica e reducionista, comohavia concebido Descartes. (CAPRA, 1996).

No Campo da Psicologia, grandes médi-cos como Freud e Jung trouxeram para a ciênciao conhecimento do funcionamento do aparelhopsíquico, demonstrando que nossas ações nãosão movidas apenas pela consciência e sim, prin-cipalmente, pelos conteúdos do inconsciente epor símbolos arquetípicos existentes no Incons-ciente Coletivo. (ELIAS & GIGLIO, 2000).

A Psiconeuroimunologia, uma área deinterface entre a Psicologia e a Medicina, temdemonstrado que os sistemas: psíquico, neuro-endócrino e imunológico são interligados.

Observamos também que vários autoresda área da saúde abordaram e estudaram ainter-relação entre a mente e o corpo e, frente àsevidências, a visão biopsicossocial de serhumano tomou-se, no final do século XX, ques-tão comprovada e aceita pela comunidade cien-tífica.(ACHTERBERG, 1996; CARVALHO,1994; CAUDILL, 1998; EPSTEIN, 1990;

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forma apropriada e passem a incluir no seuconteúdo programático a aprendizagem sobreaspetos espirituais.

BRADY et al (1999) afirmaram que agrande maioria dos instrumentos para medirQualidade de Vida em Oncologia não incluiespiritualidade como um elemento importante,mas, frente aos resultados que obtiveram em suapesquisa, observaram que o bem-estar espiritu-al é tão importante quanto o bem-estar físico econcluíram que o modelo de ser humano para semedir Qualidade de Vida em Oncologia, deveser o biopsicossocial e espiritual. MYTKO &KNIGHT (1999) concluíram em seus estudosque a inclusão regular de aspectos religiosos eespirituais em estudos de Qualidade de Vida énecessária para melhor compreender e trabalhara integração corpo-mente- espírito no tratamen-to do câncer e recomendaram que o Currículo decursos como Medicina, Enfermagem e outrosda área da Saúde devem ser revistos de formaapropriada, incluindo aspectos espirituais.GIOIELLA, BERKMAN e ROBINSON(1998) relataram que os resultados de seus estu-dos com 80 mulheres portadoras de câncer gine-cológico apóiam a inclusão da espiritualidadecomo parte da rotina de avaliação e intervençãodos pacientes e que essa inclusão pode ajudar adiminuir o nível da angústia psicossocial dopaciente. FRYBACK & REINERT (1999)realizaram um estudo qualitativo para investi-gar como pacientes portadores de uma doençacom prognóstico ruim em algum grau vivenci-am essa fase de suas vidas, a qual consideramcomo crítica. Trabalharam com 10 mulheresportadoras de câncer e 05 homens portadores deHIV- AIDS. Os resultados sugeriram que espi-ritualidade é um componente essencial parasentimentos de saúde e bem-estar. A maioriados entrevistados considerou espiritualidadecomo uma ponte entre esperança e falta de senti-do na vida. Os pacientes que encontraram signi-

ficado nesse conceito de espiritualidade apósterem ficado doentes apresentaram melhorQualidade de Vida neste período do que a quetiveram antes do diagnóstico. BURTON (1998)demonstrou que a espiritualidade / religiosida-de é um elemento significativo na vida da maio-ria dos americanos e possui uma funçãoimportante no enfretamento de períodos decrise, como câncer. Por esta razão os profissio-nais da área de saúde deveriam aprender a usarapropriadas avaliações de protocolos e incluirapropriadas intervenções espirituais / religiosasem sua prática profissional. PUCHALSKI &LARSON (1998) escreveram sobre a importân-cia do desenvolvimento curricular da Espiritua-lidade nos cursos de Medicina e afirmaram queas escolas médicas devem começar a ensinar osseus alunos a lidarem com os interesses espiri-tuais dos pacientes e que os sistemas de saúdedevem começar a prover experiências práticaspara cuidados compassivos. Pontuaram, no seuartigo, que pesquisas com pacientes e algunsmembros da comunidade médica mostraramque médicos, de forma geral, esqueceram acompaixão na prática profissional e, na maioriadas vezes, ignoram os interesses espirituais dospacientes. Concluíram, frente aos dados colhi-dos, que o médico do século XXI deverá, alémde desenvolver excelente habilidade técnica,ser também cuidador compassivo que respeitatodas as dimensões da vida do paciente.THOMSEN (1998) afirmou que corpo, mente eespírito estão integralmente conectados, mas,no Ocidente, o treinamento médico tem-selimitado aos aspectos físicos mensuráveis e àsnecessidades psíquicas, mantendo-se alheio àsnecessidades espirituais dos pacientes.Afirmou que uma revisão do ensino médico sefaz necessária, visto que a inclusão da aprendi-zagem sobre aspectos espirituais na prática dosprofissionais da área médica ainda não é umaparte típica dos currículos das escolas de medi-

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cina. É, porém, é algo que os pacientes quereme esperam, como parte dos cuidados médicos aeles oferecidos.

No cenário brasileiro VASCONCELLOS(2000) relata que, numa memorável reunião daComissão Científica do XII Congresso Brasi-leiro de Medicina Psicossomática, realizado de28 de abril a 10de maio de 2000, em São Paulo,discutiu-se sobre a pertinência de se incluir noprograma científico daquele evento a questão daEspiritualidade. Com rapidez e facilidade, osmembros da Comissão Científica chegaram aoconsenso de inserir essa discussão no âmbito dofórum mais importante daquela associação, oCongresso.

Observamos desta forma que a Comuni-dade Científica Médica do planeta está publi-cando, nos últimos anos, textos que afirmam aimportância de se desenvolver estudos queincluam a questão da Espiritualidade na práticade profissionais da área de saúde. É exatamentea essa demanda que a Pesquisa citada nesseartigo se reportou.

No que se refere à Espiritualidade, faz-seimportante conceituá-Ia e diferenciá-Ia de Reli-gião.

Segundo JUNG (1986), Espiritualidadenão está em referência a uma determinadaprofissão de fé religiosa e, sim, na relação trans-cendental da alma com a divindade e na mudan-ça que daí resulta. Religiões, por sua vez, são asconfissões de fé. São formas codificadas edogmatizadas de experiências religiosas origi-nárias. Desta forma Espiritualidade está rela-cionada a uma atitude, a um movimento interno,a uma ampliação da consciência, a um contatodo indivíduo com sentimentos e pensamentossuperiores e ao fortalecimento, ao amadureci-mento que este contato pode resultar para apersonalidade. Este contato com uma área maisprofunda, mais transcendental da psique podeser estimulado pelo Psicólogo através de técni-

cas como Relaxamento Mental e Visualizaçãode Imagens Mentais que contenham elementossimbólicos baseados nos relatos dos pacientesque vivenciaram uma Experiência de QuaseMorte (E.Q.M.) voltaram a viver normalmente.Por outro lado, as Crenças Religiosas a que sãofiliados os pacientes não correspondem ao cam-po de intervenção científica do Psicólogo edevem ser plenamente respeitadas quanto àssuas escolhas e preferências.

O conceito de Espiritualidade foi estru-turado a partir de pesquisas desenvolvidas porKÜBLER - ROSS, (1998) e MOOD JR, (1989e 1992)que descrevem o relato de pacientes quepassaram por uma Experiência de Quase Morte(E.Q.M.) e voltaram a viver normalmenteporque experimentaram de forma consciente anatureza espiritual da existência e trouxeram,em seus relatos, elementos importantes parare-significar à Dor Simbólica da Morte, princi-palmente no que se refere à Dor Espiritual.

Elisabeth Kübler Ross é médica psiquia-tra e trabalha há 30 anos com a morte e o morrer.Raymond Mood Jr é médico psiquiatra e doutorem Filosofia. Trabalha com pacientes que pas-saram por uma E.Q.M. e com familiares destes.

KÜBLER-ROSS (1998), frente aos re-sultados de suas pesquisas, concluiu que a mor-te, na sua definição tradicional, não existe. Essamédica psiquiatra suíça, radicada nos EstadosUnidos, afirmou que os pacientes terminaispassam pelos cinco estágios: negação, raiva,barganha, depressão, aceitação e "depois de te-rem feito tudo o que tinham a fazer na Terra",deixam o corpo que aprisiona a alma como umcasulo aprisiona a futura borboleta e então, pas-sam pela maior experiência de suas vidas. Deacordo com as entrevistas - em tomo de vintemil - que a autora compilou com pessoas queforam dadas como mortas e voltaram a vivernormalmente, a morte ocorre em quatro fasesdistintas. Na primeira fase as pessoas relataram

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que se sentiram flutuando para fora de seuscorpos e presenciando o que acontecia no local.Afirmaram que assumiram uma forma etérea.Na segunda fase as pessoas observaram quedeixaram seus corpos para trás e se sentiram emum estado de vida depois da morte, o qual defi-niram como espírito e energia. Perceberam-secapazes de ir a qualquer lugar com a rapidez dopensamento. A terceira fase iniciou-se, segun-do os pacientes, quando, guiados por um "anjoda guarda", eles entraram em um túnel ou emum portão intermediário e sentiram-se atraídospor uma Luz dourada brilhante que irradiavacalor, energia, espiritualidade e, principalmen-te, amor incondicional. Em geral, esta foi esta adescrição desta fase, mas houve pessoas quemencionaram outras imagens diferentes: visua-lizaram uma ponte, ou um desfiladeiro em umamontanha, ou um bonito riacho, basicamente aimagem que era mais confortadora para cadauma delas, mas todas afirmaram que o contatocom a Luz produziu um profundo efeito em suasvidas. Algumas afirmaram ter recebido grandesconhecimentos; outras voltaram com dons pro-féticos e outras passaram a ter um novo discer-nimento, uma nova capacidade de avaliação.Foram uníssonas em afirmar que essa vivênciaensinou- lhes que existe apenas um único signi-ficado para a vida: o Amor. Na quarta fase aspessoas declararam ter estado na presença doque denominaram como Fonte Superior. Algu-mas a chamaram de Deus. Outras disseram sim-plesmente saber que estavam rodeadas por todoo conhecimento existente, passado, presente efuturo e que esse conhecimento era benevolentee isento de crítica. Nesse estágio, as pessoasrelataram ter passado por uma revisão de suasvidas. Repassaram cada ação, palavra e pensa-mento e compreenderam as razões de suas atitu-des durante a vida. Viram também como suasações tinham afetado as outras pessoas, até aspessoas desconhecidas, pois, segundo observa-

ram, as vidas de todas as pessoas estão entrela-çadas; cada pensamento e ação tem o efeito deuma ondulação e atinge todas as outras formasde vida do planeta. Nesta retrospectiva tambémobservaram o que suas vidas poderiam ter sido,o potencial que tinham.

MOOD JR. (1989/ 1992), entrevistou eacompanhou em tomo de 2000 pacientes quepassaram pela Experiência de Quase Morte(E.Q.M.), expressão cunhada pelo autor paraclassificar o grupo de pessoas que estiveram emcoma profundo ou foram dadas como clinica-mente mortas por seus médicos, e voltaram aviver normalmente. Observou que ocorreu omesmo padrão de relato no mundo todo, inde-pendentemente da cultura ou da religião de pes-soa, e que a presença de crenças religiosas nãofoi o que determinou a Experiência de QuaseMorte (E.Q.M.) e nem seu conteúdo, pois tantoreligiosos como ateus trouxeram o mesmo tipode relato. Esse autor encontrou nove elementoscomuns nos relatos. Observou que nem todas aspessoas que passaram por uma Experiência deQuase Morte (E.Q.M.) exibiram todos os sinto-mas descritos: algumas tiveram um ou dois;outras, cinco ou seis, mas é a presença de pelomenos um desses elementos que define se opaciente vivenciou realmente uma Experiênciade Quase Morte (E.Q.M.), ou não.

Os sintomas que qualificam uma Expe-riência de Quase Morte (E.Q.M.), descritos poresse autor, são os seguintes:

· A sensação de estar morto: os pacientesvêem-se flutuando acima do corpo, sentemmedo e confusão e em seguida acalmam-se ecompreendem o que está acontecendo.

· Paz e ausência de dor: a dor cessa assim queo paciente deixa seu corpo.

· A experiência de estar fora do corpo: pacien-tes sentem-se flutuar e percebem-se no “cor-po espiritual”; descrevem-no como umanuvem colorida ou um campo de energia.

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· A experiência do túnel: abre-se um túnel ouportal e o paciente depara-se com uma luzmuito brilhante. A sensação básica é estaratravessando uma passagem em direção auma luz intensa. No século XV, o pintorholandês BOSCH pintou esse tema em suaobra “Ascensão dos Abençoados”4.

· Seres de luz: pacientes relataram terem-seencontrado com seres que brilhavam comuma bela e intensa luminescência que pare-cia permear tudo e fazê-los transbordar deamor. Nesse momento, segundo MOOD JR(1989, 1992)também pode ocorrer o encon-tro com parentes e amigos que já faleceram.

· O ser de luz: Interpretado como Deus, Cris-to, Buda, Alá, etc, este ser irradiava amor ecompreensão absoluta. Pacientes sentiram odesejo de ficar junto dele para sempre, masforam informados de que teriam que retomarpara seus corpos terrestres.

· A recapitulação: conduzida pelo Ser de Luz,emerge uma recapitulação panorâmica, colo-rida, tridimensional, de todos os atos que apessoa cometeu na vida, na perspectiva deuma terceira pessoa e num tempo completa-mente diferente daquele que conhecemos.

· A rápida ascensão para o céu: alguns nãopassaram pela experiência túnel e ascende-ram para o céu, vendo o Universo da perspec-tiva dos astronautas. Jung, em 1944, quandosofreu um ataque do coração, relatou terflutuado para o espaço e ter visto nossoplaneta à distância, em uma visão gloriosa.

· Relutância em retornar: os pacientes relatamterem-se entristecido a princípio; sentiramsaudades desse estado feliz, mas reconhece-ram a necessidade de continuar vivendo ecumprindo suas tarefas.

Além destes nove aspectos MOOD JRtambém observou que, depois da Experiênciade Quase Morte (E.Q.M.), os pacientes muda-

ram sua estrutura de valores, passaram a priori-zar os aspectos humanos e fraternos e perderamo medo da morte.

Em relação à espiritualidade, MOOD JRobservou que uma Experiência de Quase Morte(E.Q.M.) quase sempre estimula a curiosidadeespiritual. Muitos passaram a estudar e aceitaros ensinamentos espirituais dos grandes pensa-dores religiosos. Contudo, isso não significouque se tenham tomado os pilares da igreja local.Pelo contrário, essas pessoas tenderam aabandonar posições dogmáticas, em relação àsdoutrinas religiosas.

RODONAIA, doutor em psicologia,russo, refere-se a sua Experiência de QuaseMorte (E.Q.M.) da seguinte forma: sentia dor eestava no escuro, não enxergava nada. Nãoconseguia mexer o corpo, as mãos. Compreen-deu que não estava mais em seu corpo, mas queexistia. Sentiu muito medo do desconhecido.Não conseguia compreender como podia conti-nuar existindo sem seu corpo, quando percebeuque pensava e que, se pensava, existia. Perce-beu também que, se pensando, existia, podiatambém escolher o foco de seu pensamento.Optou por pensar positivamente e, como estavano escuro, começou a pensar sobre a luz. Assimque começou a pensar sobre a luz, viu a luz,surpreendeu-se, quis entrar na luz e passou pelotúnel, vivenciando a experiência relatada pormuitos: o encontro e conversa com Seres Lumi-nosos. Ao voltar de sua experiência de semi-morte, esse psicólogo russo concluiu queestamos vivos por causa do Amor, que a dimen-são do espírito é a vida eterna e que a morte nãoexiste: ela é como uma estação de trem aonde sechega para passar para uma outra vida5.

4 BOSCH, H. apud COPPLESTONE T. Vida e obra de Hieronymus Bosch. Rio de Janeiro: EditoraPublicações, 1997, 79p.5. RODONAIA, G. apud MOOD JR R. Vídeo: Vida após a morte. São Paulo: NCA Forever, 60', 1992.

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MOOD JR. (1989, 1992) concluiu queesses relatos não são alucinações pelas quais ospacientes passam ou um processo natural dedesligamento quando o cérebro está morrendo,e sim experiências reais, porque inúmeras vezesos pacientes fizeram descrições muito corretasdo que estava acontecendo ao seu redor, de umaperspectiva que não poderiam ter se estivessemno corpo, na cama do hospital, deitados.

Ambos os médicos psiquiatras, KÜBLERROSS (1998) e MOOD JR (1989, 1992), consta-taram que as pessoas que experimentaram, deforma consciente, a natureza Espiritual da vida,que é diferente da natureza religiosa conforme jáconceituado, desenvolveram maior aptidão para afelicidade, estrutura de personalidade mais sólida,mais madura, mais afetiva e, por mais paradoxalque possa parecer, passaram a viver suas vidas deforma mais plena, integrada e serena.

MILLER (1997) entrevistou, por oitoanos, mais de duzentos sacerdotes, teólogos elíderes espirituais pertencentes a cerca de trintagrupos culturais distintos e a esse materialacrescentou os relatos, opiniões e vivências deseus pacientes. Ao analisar os resultados, obser-vou que, a despeito da diversidade de suasorigens culturais, as referências às jornadas dopós-morte são constituídas, em maior ou menorgrau, por quatro bem definidos aspectos ou está-gios, denominados pela autora como:

. Espaço de espera, que se refere à transfor-mação do ser físico em ser espiritual.

. Fase do Julgamento, onde a vida do indivíduo éavaliada e o destino do seu espírito é designado.

. Reino das possibilidades, etapa em que oespírito desfruta dos resultados do julgamen-to ou se submete a eles. Passa a existir nasparagens do pós-morte.

. Retorno ou renas cimento, momento em que oespírito retoma à vida em um novo corpo ouescapa à roda da vida e se junta ao TodoUniversal.

A principal proposta da integração dastécnicas de Relaxamento Mental e ImagensMentais com o conceito de Espiritualidade, aoqual nos referimos neste artigo, é criar o cenáriomental de um mundo espiritual belo e reconfor-tante. Esta proposta equivale à etapa descritapor MILLER (1997) como Espaço de Espera,onde, tanto para os mortos como para os vivos, arealidade de mudança começa a aprofundar-se.Através do método Relaxamento Mental, Ima-gens Mentais e Espiritualidade os pacientes po-dem, ainda em vida, conscientizar-se de suatransformação de ser fisico em ser espiritual emorrer de forma serena e digna.

Segundo MILLER (1997), os tibetanosacreditam que os resultados alcançados na Fasedo julgamento são influenciados por três fato-res: maneira como o indivíduo viveu, formacomo enfrentou as quarenta e nove provas nopós-morte (estado de Bardo) e estado psíquicoem que se encontrava na hora da morte. O méto-do Relaxamento Mental, Imagens Mentais eEspiritualidade favorece uma melhora no esta-do psíquico dos pacientes, o que, de acordo coma crença tibetana, é aspecto favorável para avivência da Fase do Julgamento no pós-morte.

ConclusãoOs dados, neste artigo citados, que estru-

turam o conceito de Espiritualidade para a suacomposição desse conceito com as técnicas deRelaxamento Mental e Visualização de Ima-gens Mentais, mostram-se de extrema relevân-cia para o trabalho do profissional de saúde compacientes terminais porque oferecem elementosimportantes para a re-significação da DorSimbólica da Morte, principalmente no que serefere ao medo da morte e do pós-morte, idéias econcepções em relação à Espiritualidade, senti-do da vida e da morte e culpas perante Deus, quesão os componentes da Dor Espiritual.

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