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    POLTICAS PBLICAS PARA O CULTIVO DO FUMO NO BRASIL: GRUPOSDE INTERESSE E O FORMATO DAS POLTICAS DE DIVERSIFICAO

    PRODUTIVA DA CULTURA DO [email protected]

    Apresentao Oral-Agricultura Familiar e RuralidadeALEX ALEXANDRE MENGEL; EVERTON LAZZARETTI PICOLOTTO; SRGIOBOTTON BARCELLOS.

    CPDA/UFRRJ, RIO DE JANEIRO - RJ - BRASIL.

    POLTICAS PBLICAS PARA O CULTIVO DO FUMO NO BRASIL: GRUPOSDE INTERESSE E O FORMATO DAS POLTICAS DE DIVERSIFICAO

    PRODUTIVA DA CULTURA DO FUMO

    RESUMO

    Palavras-Chave :tratado internacional; poltica pblica; territrios fumicultores; cadeiaprodutiva do fumo; grupos de interesse;

    Uma mobilizao poltica em mbito internacional resultou na colocao dotabagismo como um problema de sade pblica e motivou a construo de umacordo internacional para sua reduo: a Conveno Quadro para o Controle doTabaco (CQCT). Essa determinao de uma ao conjunta dos pases em prol da

    reduo do tabagismo gerou inquietao de diversos atores polticos, sobretudoagroindstrias e organizaes de agricultores. Devido ratificao deste tratado oEstado brasileiro se compromete em buscar alternativas de produo viveis aoscultivadores de tabaco e aos trabalhadores relacionados produo, assim como,prestar a devida ateno aos problemas ambientais e sade gerados pela produode tabaco. Tendo em vista importncia da cadeia produtiva do fumo para algunsterritrios, o presente trabalho busca em um primeiro momento descrever o processode elaborao de polticas pblicas federais a partir das problematizaesinduzidas e compromissos assumidos com a ratificao da Conveno Quadro peloBrasil, observando como os diferentes grupos de interesse aturam neste processo.Em um segundo momento, busca examinar de que forma as polticas federaisinfluenciam na definio das polticas pblicas nos territrios fumicultores da regiosul do Brasil. Para a anlise dos processos de elaborao de polticas pblicas, assimcomo das repercusses das mesmas na definio das polticas no territrio aquiabordado foi realizada uma anlise de cunho qualitativo, utilizando comoprocedimento de pesquisa a tcnica de anlise documental.

    ABSTRACT

    Keywords: international treaty; public policy; territories fumicultores; productivechain of smoking; interest groups;

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    A political mobilization of the world resulted in the placement of smoking as a publichealth problem and encouraged the construction of an international agreement toreduce: the Framework Convention for Tobacco Control (FCTC). The determination ofa joint action of countries to promote the reduction of smoking caused concern fromvarious political actors, especially organizations of farmers and agribusinesses. Due to

    the ratification of this treaty the Brazilian state is committed to seeking viablealternatives to the production of tobacco growers and workers related to production, aswell as to give due attention to environmental and health problems generated by theproduction of tobacco. In view of the importance of tobacco production chain in someareas, this work aims at a first time describe the process of policy making from thefederal government "problems" induced and commitments with the ratification of theFramework Convention by Brazil, observing how the various interest groups put upwith this process. In a second time, seeking to examine how the political influence inshaping federal public policy in the territories fumicultores of southern Brazil. For theanalysis of policy-making process public, as the impact of these policies in thedefinition of the territory was held here today analysis of qualitative nature, using a

    search procedure as the technique of document analysis.

    1. IntroduoUma mobilizao poltica em mbito internacional resultou na colocao do

    tabagismo como um problema de sade publica e motivou a construo de um acordointernacional para sua reduo: a Conveno Quadro para o Controle doTabaco(CQCT).1A determinao de uma ao conjunta dos pases em prol da reduodo tabagismo gerou inquietao de diversos atores polticos, sobretudo agroindstrias eagricultores.2

    O estudo do processo de regulao do tabaco, a partir da Organizao Mundialda Sade (OMS) e CQCT, torna-se relevante para o setor rural brasileiro na medida emque, dentre as medidas estudadas, incluem-se aquelas destinadas ao controle da oferta,que atingem diretamente a produo de fumo, um cultivo de elevada importnciaeconmica e social para o Brasil e para o Rio Grande do Sul.

    O presente trabalho em um primeiro momento objetiva descrever o processo deelaborao de polticas pblicas federais a partir das problematizaes induzidas ecompromissos assumidos com a ratificao da Conveno Quadro pelo Brasil,observando como os diferentes grupos de interesse influenciam neste processo. Em umsegundo momento busca examinar de que forma as polticas federais influenciam na

    definio das polticas pblicas nos territrios fumicultores da regio sul do BrasilPara a anlise dos processos de elaborao de polticas pblicas, assim como dasrepercusses das mesmas na definio das polticas no territrio aqui abordado foirealizada uma anlise de cunho qualitativo3, utilizando como procedimento de pesquisaa tcnica de anlise documental.

    1O exame da Conveno Quadro revela que esta constitui um esforo de cooperao internacional quetem como principais objetivos: reduzir a demanda por tabaco, reduzir a oferta de produtos de tabaco eproteger o meio ambiente. (OMS, 2005) Para saber mais sobre este tratado pode ser consultada a pginada OMS destinada a expo-lo http://www.who.int/tobacco/framework/en/ ou consultar o site do INCAque remete s medidas adotadas no mbito do Brasil.2A questo dos conflitos de interesses suscitados pela elaborao da Conveno Quadro abordada em

    diversos trabalhos como Assis et al ( 2002 ), Mengel e Diesel ( 2007) e Cavalcante (sd )3A pesquisa qualitativa no busca captar apenas uma realidade objetiva concreta de maneiraimparcial. Como afirma Sautu et al.(2005, 46-47): Los investigadores cualitativos, [...] postulan

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    2. A importncia do fumo no Brasil: formao da cadeia produtiva e grupos deinteresse na fumicultura brasileira

    No Brasil colonial4, o comrcio e as exportaes de tabaco projetavam o pas

    como o segundo produto de maior importncia econmica (VOGT, 1997). A produode fumo no Brasil colonial era concentrada na regio nordeste e tinha como destino trsdirees; o de primeira e segunda qualidade era exportado para Lisboa a fim de serreexportada, outra parte era utilizada como moeda na compra de escravos na frica, ode pior qualidade tinha como destino o consumo interno (VOGT, 1997).

    Tratando-se das relaes de produo estabelecidas nas lavouras de fumo noperodo colonial, Vogt (1997) afirma que estas aconteciam da mesma maneira que asdemais culturas da poca, ou seja, eram baseadas no trabalho escravo, mesmo empropriedades menores, onde, ao menos parte da mo-de-obra utilizada era escrava.Nota-se que o Estado portugus teve responsabilidade pelo incentivo produofumageira, assim como pelo crescimento da produo e exportaes.

    Com os processos de colonizao por imigrao na regio sul ocorreu umcrescente deslocamento geogrfico da produo. Segundo Pimentel apudPrieb (2005), aprimeira exportao de fumo em folha produzido no Rio Grande do Sul aconteceu em

    julho de 1804, durante o governo Paulo da Gama. Porm, foi s com a chegada dosimigrantes alemes, em 1824, que a cultura do tabaco se intensificou e se consolidou[...] (Vogt, 1997; p.53).

    Aps um substancial aumento de produo5nas dcadas de 1860 e 1870, houveum perodo de estagnao, nas dcadas de 1880 e 1890. Dessa forma, o governo dointendente de Santa Cruz, Adalberto Pitta Pinheiro (1900-1904) deliberou peladistribuio de sementes dos melhores municpios produtores de Bahia (Vogt, 1997).Esse pode ser outro exemplo do interesse que o governo brasileiro tinha em relao manuteno da cultura do fumo, devido renda gerada a partir dela.

    A comercializao do fumo produzido era realizada nos armazns, l o produtoagrcola era trocado por produtos industrializados como sal, acar, plvora e demaisutenslios. Esse sistema foi aperfeioado, surgiram ento as contas correntes o colonoutilizava os produtos que necessitava e ao final da safra pagava com mercadorias. Ofumo, depois de preparado, era enviado pelo comerciante para os maiores centros, comoPorto Alegre, onde se encontravam os grandes atacadistas. Este processo fez com que osdonos de armazns apropriassem grande parte do sobretrabalho gerado pela famlia de

    que la realidad es subjetiva e intersubjetiva, y ellos mismos, en tanto actores sociales

    intervinientes, tanto sobre ellos debido a que se asumen como generales, como parteconstitutiva de la prctica de investigacin contribuyen a producir y reproducir el contexto deinteraccin que desean investigar.4 Segundo Vogt (1997; pg.38) o fumo brasileiro, negociado na costa africana, alcanou oexpressivo montante de 30% do total das exportaes no perodo colonial e tendo presente ofato desta transao realizar-se diretamente entre os comerciantes baianos e as praasfornecedoras de escravos na frica, chega-se a concluso de que o pacto ou exclusivo colonialfoi, aqui, violado. Em outras palavras, Portugal tolerou e, inclusive, tornou lcito o comrcioentre as duas costas, porque foi esta a operao comercial que, efetivamente, propiciou oabastecimento regular de mo-de-obra escrava para o Brasil.5De acordo com o Relatrio dos Presidentes da Provncia de So Pedro do Rio Grande do Sul(apud.Vogt, 1997) a exportao de fumo da colnia de Santa Cruz aumentou de 4700 arrobasna safra de 1860/1861 para 14500 arrobas na safra de 1863/1864, em 1869 foram exportadas

    40000 arrobas e em 1870 45000 arrobas. Provavelmente esse crescimento de produofumageira se deu pela introduo de novas variedades de fumo na regio.

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    colonos. Como monopolizavam as informaes relativas aos preos, era possvelespecularem e manipularem em seu favor (VOGT, 1997).

    Com o passar do tempo a relao de comrcio local, centrada nos pequenoscomerciantes, d lugar ao comrcio com empresas maiores. Em 1916 existiam oito

    estabelecimentos de fumo preparado em Santa Cruz do Sul, destes o de Alfredo Schtzera o maior tendo 150 operrios (Vogt, 1997)6.Em 1918 estabelece-se na regio acompanhia Souza Cruz, a partir da acontece uma articulao mais efetiva com asfamlias fumicultoras (Prieb, 2005), inicia-se a o processo de integrao na cultura dofumo que se conhece hoje.

    Prieb (2005) afirma que pode ser feita uma diviso do desenvolvimento dafumicultura gacha entre o perodo anterior 1965 e o posterior 1970 devido aoprocesso de internacionalizao e centralizao do capital das empresas e ao processode modernizao do cultivo mesmo processo que acontece no restante da agriculturabrasileira. A autora demonstra, ainda, este processo de desnacionalizao do capitalneste perodo, a partir do quadro relativo s empresas instaladas no municpio de Santa

    Cruz do Sul capital mundial do fumo demonstrado no Quadro 2abaixo:

    Quadro 1: Empresas processadoras de fumo instaladas em Santa Cruz do Sulsegundo origem de seus capitais.Empresas instaladas at 1965 (pororigem de capital)

    Alteraes no controle entre 1966 e1974 (por origem de capital)

    Fbrica de Cigarros Sudan S/A (nacional)Cia. De Fumos Santa Cruz 1918(nacional)Cia. De cigarros Souza Cruz (1917)(anglo-americano)Cia. De Cigarros Sinimbu 1948(nacional)Exportadora Hennig S/A 1889(nacional)Tabacos Tatsh S/A 1932 (nacional)Kliemann & Cia. 1915 (nacional)Bottcher e Wartchow 1932 (nacional)

    Fbrica de Cigarros Sudan S/A (nacional)Grupo Remtsmann 1970 (alemo)Cia. De cigarros Souza Cruz (1917)(anglo-americano)Grupo Brinkmann 1970/72 (alemo)Tabacos Tatsh S/A 1932 (nacional)Kliemann & Cia. 1915 (nacional)Bottcher e Wartchow 1932 (nacional)Armada S/A Ind. E Com; - 1968 (alemo)Tabra Exp. De Tabacos do Brasil Ltda 1970 (americano)Cia. Meridional de Tabacos 1974(Frans)

    Propriedades das empresas 1975/77(por origem de capital) Perfil atual do controle acionrio dasempresas Ps dc. 90Fbrica de Cigarros Sudan S/A (nacional)Phillip Morris Inc. 1975 (americano)Cia. De cigarros Souza Cruz (1917)(anglo-americano)R. J. Reynolds Tab. Do Brasil 1975 (americano)

    Phillip Morris Inc. 1975 (americano)Cia. De cigarros Souza Cruz (1917)(anglo-americano)Universal Leaf Tobacco Ltda. 1991 (americano)Dimon Standart Incorporated (americano)

    6Esse nmero de trabalhadores, de acordo com autor, refere-se ao perodo de safra, ondeexige-se maior mo-de-obra para o beneficiamento.

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    Tabacos Brasileirus Ltda. 1876(americano)Kliemann & Cia. 1915 (nacional)Bottcher e Wartchow 1932 (nacional)Armada S/A Ind. E Com; - 1968

    (alemo)Tabra Exp. De Tabacos do Brasil Ltda 1970 (americano)Cia. Meridional de Tabacos 1974(Frans)

    Kannenberg e Cia. Ltda, - 1953 (nacional)

    Fonte: Prieb (2005).

    Este processo esteve associado com um aumento da produo fumageiranacional. Em 1961 o Brasil produziu cerca de 60 mil toneladas e em 1975 a produofoi de aproximadamente de 98 mil toneladas (Prieb, 2005). Este aumento de produo,assim como a entrada de capital internacional no setor se deve conflitos tnicos

    ocorridos na Rodsia, grande produtor no momento, e a conseqente busca de novoslocais para instalao e produo pelas empresas devido instabilidade gerada naquelepas. Neste contexto o sul do Brasil mostrou-se uma boa alternativa para garantir acompetitividade das empresas, alm disso, o Brasil havia adotado uma poltica muitofavorvel entrada de capital estrangeiro e instalao de agroindstrias no pas,questo chave no incio deste processo (Prieb, 2005).

    Desta forma o Estado brasileiro, por meio de sua poltica de atrao deinvestimentos estrangeiros e de modernizao da agricultura foi um grande incentivadorda atividade nas regies produtoras de fumo, assim como pelo aumento da importnciaeconmica desta atividade. No a primeira vez na histria, conforme j descrito, que oEstado incentiva a produo dessa cultura devido possibilidade de retorno financeiro.

    Atualmente (safra 2007) a renda bruta gerada pelo setor no Brasil ultrapassa os15 bilhes de reais, de acordo com Associao dos Fumicultores do Brasil (Afubra)7,sendo que 51% dos recursos gerados ficam com o governo8, 21% com a indstria, 22%com os agricultores e 6% com os varejistas. Nota-se a importncia que o setor tem parao governo, em termos de arrecadao de impostos, assim como, a m distribuio derecursos gerados na atividade entre os setores, no qual poucas empresas apoderam-se damesma quantidade de recursos que a totalidade dos agricultores brasileiros envolvidos.

    A multinacional Souza Cruz, sediada em Santa Cruz do Sul, lder do mercadobrasileiro de cigarros, conforme Biolchi (2005), com uma participao de 75,2% nasvendas, em 2004, obteve um lucro lquido de R$ 732 milhes (45% de seu Patrimnio

    Lquido), aproximadamente 5% menos do que o lucro lquido de 2003 (R$ 769 milhes)e 24% menos do observado em 2002 (R$ 961 milhes).Por outro lado, dados da safra 2007/08 disponibilizados pela AFUBRA mostram

    que a produo de fumo gerou 3,86 bilhes de reais na regio sul, utilizando cerca de

    7 AFUBRA. Faturamento: Tabaco brasileiro, faturamento no setor. www.afubra.com.br .Acessado em outubro de 2008.8Para se ter uma idia do volume de recursos arrecadados com os impostos sobre o fumo,basta citar que entre as medidas recentes tomadas pelo governo brasileiro para estimular aproduo industrial brasileira afetada pela crise internacional foi proposto a reduo para zerodo IPI (imposto sobre produtos industrializados) sobre carros, caminhes e a sua reduoprxima a zero para materiais de construo. Alm disso, reduziu impostos sobre a compra de

    motos. Com essas renuncias todas deixar de arrecadar cerca de R$ 1,5 bilhes. Paracompensar esta renuncia fiscal o governo vai aumentar em cerca de 30% os impostos sobre oscigarros procurando arrecadas R$ 1,5 bilhes em menos de 3 meses (Correio do Povo, 2008).

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    350 mil hectares e ocupando 180.520 famlias. Essa produo corresponde 95,5% daproduo nacional, dados estes que apontam a importncia econmica e social do setorpara a regio sul, principalmente para o Estado do Rio Grande do Sul, maior produtornacional.

    Pode-se presumir, com os dados expostos, a importncia dada pelo governo ao

    cultivo de tabaco, tendo em vista a renda gerada por ele. Observa-se tambm, ointeresse por parte de empresas multinacionais acerca do comrcio de tabaco, tendo emvista a grande lucratividade. Outra questo importante a ser ressaltada a centralizao,por parte de algumas empresas, do mercado em questo, fato que demonstra o grandepoder das mesmas em relao cadeia produtiva do fumo e que as coloca em vantagensem uma disputa de interesses.

    Dessa forma os atores mais beneficiados com a cadeia produtiva do fumo9so asempresas fumageiras, pois formam um oligoplio no setor e o Estado brasileiro, devidoao grande montante de impostos arrecadados. Os agricultores, por sua vez, so o elomais fraco da cadeia, tendo em vista sua pequena capacidade de influncia no mercadode maneira isolada.

    3. A Conveno Quadro e os conflitos em torno de sua ratificao no casobrasileiro

    O tema do controle do uso e produo do tabaco ganham nova fora com oadvento da Conveno Quadro e a necessidade de colocar em discusso sua ratificao.

    Nos embates polticos oriundos dessa conveno so observadas novascoalises10. Nesse caso envolvendo o fumo Boeira e Guivant (2003) propem que sereconhea a configurao de duas redes: pr e anti-tabaco. A rede pr-tabaco inclui asCompanhias Transnacionais CTNs e associaes a ela relacionadas enquanto a redeanti-tabaco constituda por nove setores ou fragmentos: tradio religiosa, ONGsmdicas, sade pblica, movimento antifumo, ambientalismo, ONGs advocatcias,mdia tico-poltica, grupos de annimos e antitabagismo mercadolgico. O fato novona formao destas redes seria a associao dos agricultores e indstrias que,historicamente, estavam em lados opostos (Scheibler, 2006).

    No caso brasileiro possvel observar que houve embates no encaminhamentodo processo de ratificao da Conveno Quadro, especialmente relativo ao controle nocultivo do fumo. Nesse sentido, quando o texto da Conveno Quadro foi aprovado pelaONU, no Brasil foi criada a Comisso Nacional para Implementao da ConvenoQuadro (CONIQ).11

    9Uma clara caracterizao da estrutura da cadeia produtiva do fumo apresentada por Vargas(2001).10 O uso do termo coalises, aqui, remete ao Advocacy Coalition Framework (FENGER;KLOK, 2001).11Esta Comisso, ainda em funcionamento, tem por objetivo assessorar o governo naformulao de polticas nacionais relativas ao controle do tabaco; na adoo de protocoloscomplementares; na organizao e implementao da agenda governamental intersetorial parao cumprimento das obrigaes assumidas; na mobilizao de recursos financeiros paraimplementao da Conveno Quadro; dentre outros objetivos. A Comisso composta pelosMinistrios da Sade, das Relaes Exteriores, da Fazenda, da Agricultura, Pecuria e

    Abastecimento, da Justia, da Educao, do Trabalho e Emprego, do Desenvolvimento,Indstria e Comrcio Exterior, do Desenvolvimento Agrrio, das Comunicaes e do MeioAmbiente.

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    O processo de ratificao dessa conveno pelo governo implicouconsequentemente no trmite de projeto pelas cmaras legislativas. Conforme INCA(2004; p. 17):

    O Brasil deu incio tramitao do texto da Conveno no Congresso

    Nacional em 27 de agosto de 2003 com a apresentao oficial do texto [...]na Cmara dos Deputados. Nessa ocasio o texto foi entregue oficialmentedurante o Seminrio Internacional sobre a Conveno-Quadro organizadopela Comisso de Seguridade Social da Cmara dos Deputados.

    Esse seminrio teve como objetivo divulgar a Conveno-Quadro na Cmarados Deputados, bem como sensibilizar os legisladores em relao a importncia da suaaprovao. Do seminrio gerou-se a publicao da OPAS Tabaco e Pobreza: UmCrculo Vicioso A Conveno-Quadro para o Controle do Tabaco: uma resposta.Este seminrio na ocasio

    [...] contou com a participao de diversas autoridades brasileiras, como oMinistro da Sade[...]. Tambm estiveram presentes diferentesrepresentaes do setor fumageiro. [...] A Conveno tramitou durante 9meses, at que em 14 de maio deste ano[2004] foi aprovada. (INCA, 2004,p.30, grifo nosso).

    Na Cmara dos Deputados a Conveno Quadro foi tramitada

    em carter de urgncia urgentssima, portanto, sem passar por uma ComissoEspecial. No entanto, ao chegar ao Senado, atravs de informaesdistorcidas e infundadas sobre supostas implicaes negativas da ratificaoda Conveno-Quadro para a economia nacional, o setor produtivo dofumo conseguiu convencer aquela casa a retirar o carter de urgnciada matria. (INCA, 2004, p.17- grifo nosso).

    J no Senado durante a tramitao do tratado, conforme Cavalcante (2008)

    [...] atravs da Associao de Fumicultores do Brasil (AFUBRA), a SouzaCruz (a British American Tobacco no Brasil) iniciou uma intensa campanhacontra a ratificao do tratado. Para esse fim, articulou uma forte estratgiapara disseminao de inverdades sobre supostas implicaes econmicas

    negativas da adeso do Pas ao tratado, buscando criar uma falsa relao decausa e efeito entre a ratificao, perda de empregos e caos econmico(Ministrio da Sade/INCA 2004; O Estado de So Paulo 2004).Essas estratgias tiveram o objetivo de criar um clima de hostilidade e medoentre os fumicultores e, ao mesmo tempo, retardar e confundir o julgamentoda matria pelo Senado. Assim, passaram a ser disseminadas informaesmaliciosas do tipo se o Brasil ratificar a Conveno vai haver perdas deempregos na lavoura do fumo e graves prejuzos econmicos; Induzidospor essas inverdades e preocupados com o futuro , milhares de fumicultorespassaram a ser utilizados como massa de manobra para pressionar osresponsveis pelas decises sobre o tratado. Governadores de estado,

    prefeitos, deputados e senadores provenientes das regies fumicultoraspassaram a incorporar o discurso contra o tratado[...]

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    Tendo em vista as controvrsias existentes, o Senado fez um requerimento

    solicitando um parecer Comisso de Agricultura e Reforma Agrria. Em conseqnciadisso essa comisso realizou diversas audincias pblicas em vrias localidadesimportantes para a produo fumageira do pas, tendo como resultado a sugesto de um

    posicionamento favorvel a aprovao do tratado. Porm o parecer da Comisso ficoucondicionado a um conjunto de compromissos que o governo deveria ter, como porexemplo, a promoo de polticas de apoio diversificao produtiva e oestabelecimento de algumas ressalvas com relao interpretao dos termos daConveno.12

    Sendo assim possvel perceber que os conflitos existentes em mbitointernacional repetem-se, e talvez agravem-se, no caso brasileiro. As redes pr e anti-fumo esto constitudas e disputando o poder decisrio.

    3.1 A constituio das bases da poltica de governo durante o processo de

    ratificao da CQCT pelo Senado

    Entende-se que a orientao da poltica pblica brasileira frente ConvenoQuadro comeou a ser traada durante o processo de sua ratificao no Senado e nessemomento as disputas em torno orientao da poltica pblica se revelam com maisintensidade. Observa-se que este processo traz cena poltica a realidade dosfumicultores, colocando-os em evidncia e despertando um maior interesse em relao aesse segmento social. A Comisso do Senado apresenta-os como famlias, de poucosrecursos (referncia ao termo pequeno), ameaadas em seu (nico) ganha po pelaConveno e (ento percebida como fonte da ameaa sua sobrevivncia)13concluemque este grupo social deve ser protegido frente s ameaas colocadas pelas polticaspblicas em discusso. O Senado, a partir das discusses, concluiu que os agricultoresno poderiam ser prejudicados com a ratificao do tratado.

    Possivelmente respondendo sinalizao requerida pelo Senado elaborou-se umdocumento pelo poder executivo, assinado por seis ministros, datado de outubro do anode 2005 que solicitava urgncia aos senadores na ratificao da Conveno Quadro e,para tanto, sugeria e detalhava as medidas que, se adotadas, viriam assegurar que osfumicultores no seriam prejudicados14. Esse documento sugeria que as questes e ascontrovrsias levantadas pelos senadores em relao Conveno poderiam sersuperadas com a adoo de uma clusula de interpretao anexada a ratificao eimplementao de um Programa de Apoio Diversificao Produtiva das reas

    12 No parecer do relator da Comisso de Agricultura e Reforma Agrria consta que ressalva-se, entre outros aspectos, que : O Brasil interpreta que, no contexto dos pargrafos 15 e16 do prembulo, e dos Artigos 4(6), 17 e 26(3) da Conveno-Quadro para Controle doTabaco da Organizao Mundial da Sade, no h proibio produo do tabaco ourestrio a polticas nacionais de apoio aos agricultores que atualmente se dedicam a essaatividade.13No relatrio da Comisso de Agricultura do Senado afirma-se: se o vcio do tabaco causa amorte, a cultura do fumo o ganha-po de muitas famlias, ou seja, promove a vida. No sepode retirar o meio de sustento dessas famlias de uma hora para outra, sem oferecer-lhes

    alternativas com rentabilidade econmica compatvel.[...] (COMISSO DE AGRICULTURA EREFORMA AGRRIA, 2005, grifos nossos)14Trata-se do viso n.1.151/2005 C. Civil PR.

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    Cultivadas com Fumo 15. Netas circunstncias o parecer final dos relatores daComisso foi favorvel aprovao da ratificao da Conveno-Quadro com aclusula sugerida e condicionando o governo a assumir o compromisso de promoverpolticas de apoio diversificao produtiva16.

    Nesse documento do poder executivo foi adotada a argumentao de que a

    Conveno no restringe a produo (cultivo), mas que esta ser afetada a mdio elongo prazo em virtude da disposio dos pases importadores em promoverem areduo no consumo j demonstrada ao terem ratificado a Conveno avaliando que conveniente adotar as medidas preventivas dispostas no Programa de Apoio Diversificao da Cultura do Fumo. Dentre os objetivos desse programa cabe ressaltarnessa discusso, os de Apoiar os agricultores presentes em regies fumicultorastradicionais que estiverem dispostos a diversificar suas atividades de maneira que apossvel queda do consumo mundial de tabaco ocorra sem sobressaltos estabilidadeeconmica e social destas regies.; Diversificar a economia rural nas reas deproduo de fumo, possibilitando a implantao de novas atividades agropecurias.

    Nesse caso importante perceber a delimitao da problemtica derivada da

    forma de exposio desses objetivos supracitados. De um lado perceptvel apreocupao com os fumicultores, mas, sobretudo, com a dimenso regional expressapela preocupao com a estabilidade (econmica e social) das regies tradicionalmenteprodutoras (especializadas na produo de fumo), orientando o programa para estasregies e no para a os produtores de fumo do pas em geral. Ainda, fica explicita ainteno de promover a diversificao e no reconverso (substituio) do cultivo dofumo.

    Entende-se que tais decises polticas definem os contornos da poltica pblicabrasileira que se alinha aos objetivos gerais da Conveno Quadro de promover areduo da oferta, mas procura alcanar tais objetivos sem ameaar a sobrevivnciados agricultores produtores e a economia das regies produtoras de fumo. Alm disso, apartir do momento em que a ateno poltica orientou-se realidade dos fumicultorescriou-se uma disposio poltica de proteger este segmento social, traduzida numapoltica pblica de diversificao da produo.

    4. O desenho do Programa de Diversificao das reas Cultivadas comFumo nombito do MDA

    Logo aps a ratificao da Conveno Quadro o governo teve necessidade dedelinear a natureza dessa poltica relativa ao cultivo do fumo. Nesse contexto, para a

    melhor compreenso do desenvolvimento das polticas pblicas, foram pesquisadas ecaptadas na pgina eletrnica do Ministrio do Desenvolvimento Agrrio as principaisnotcias relacionadas produo de fumo e Conveno Quadro para Controle doTabaco. Partiu-se do pressuposto que as aes do governo acerca desta temtica seriamnoticiadas naquele meio de comunicao, tendo em vista que o MDA responsvel pelo

    15Cabe ressaltar que existem diferenas na denominao do Programa ao passar do tempopois, atualmente, em folder do MDA apresentado como Programa Nacional de Diversificaonas reas Cultivadas com Tabaco.. Neste texto utilizar-se a denominao sinttica e genricade Programa de Apoio Diversificao para facilitar a leitura.16 A clusula sugerida a seguinte: [...] O Brasil interpreta que, no contexto dos pargrafos 15e 16 do prembulo, e dos Artigos 4(6), 17 e 26(3) da Conveno-Quadro para o controle do

    Tabaco da Organizao Mundial da Sade, no h proibio produo do tabaco ourestrio a polticas nacionais de apoio aos agricultores que atualmente se dedicam a estaatividade.

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    desenvolvimento do programa. Dessa forma, a formulao dessas polticas pode servisualizada em dois momentos.

    Primeiramente a partir da realizao de um seminrio tendo como tema a culturado fumo, em 30 de janeiro de 2006. Nesse evento o Secretrio da Agricultura Familiarapresentou as diretrizes iniciais do projeto conforme notcia do stio eletrnico da

    Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) O secretrio nacional de AgriculturaFamiliar do MDA, Valter Bianchini, apresentou os quatro eixos do Programa de Apoio Diversificao Produtiva das reas Cultivadas com Fumo. Nessa mesma ocasio, oMinistro do Desenvolvimento Agrrio, na poca Miguel Rosseto, sugeriu a participaoda Cadeia Produtiva do Fumo na formulao do programa.

    O segundo momento pode ser visualizado com o lanamento do referidoPrograma em 27 de maro de 2006, segundo notcia do Portal do Ministrio doDesenvolvimento Agrrio em 24 de maro de 2006. O stio eletrnico tinha comonotcia que O ministro do Desenvolvimento Agrrio (MDA), Miguel Rossetto, retornana prxima semana regio fumageira do Rio Grande do Sul para o anncio dasdiretrizes do Programa de Apoio Diversificao Produtiva em reas Cultivadas com

    Tabaco.Esses dois momentos sero detalhados a seguir no artigo, como forma de

    evidenciar de que forma mais detalhada como as polticas federais influenciaram nadefinio das polticas pblicas nos territrios de fumicultura a partir do MDA.

    4.1 Primeiro Momento: o Programa de Diversificao e a articulao dePolticas Pblicas de Apoio Diversificao produtiva

    O lanamento do Programa de Apoio Diversificao Produtiva em reasCultivadas com Tabaco, em 2006, pelo Ministrio do Desenvolvimento Agrrio17, podeser considerado um marco na elaborao da poltica pblica de diversificao produtivado fumo. Nessa perspectiva esse programa tem como objetivo quatro linhas centrais deatuao: o financiamento, a pesquisa, a assistncia tcnica e o apoio ao fortalecimentode mercado dos produtos alternativos ao fumo. O seu financiamento estava previsto,segundo Bonato (2006), pelas linhas especficas do Programa Nacional deFortalecimento da Agricultura Familiar, tais como PRONAF Agroecologia, PRONAFAgroindstria, PRONAF Floresta, ou seja, por meio de programas j existentes (Bonato,2006).

    De acordo com o programa, seriam incentivados o fortalecimento e ampliaodas iniciativas de pesquisas e assistncia tcnica na temtica da diversificaoprodutiva. A assistncia tcnica est prevista como forma de organizao, para

    agregao de valor produo local. Outro aspecto do programa o estmulo aoassociativismo e cooperativismo, a implantao de novas agroindstrias e oinvestimento em novos produtos e mtodos de produo. J o apoio comercializao viabilizado peloPrograma de Aquisio de Alimentos (PAA) da Companhia Nacionalde Abastecimento (CONAB), no qual o governo incentivaria o desenvolvimento doprograma em municpios produtores de fumo, com o intuito do desenvolvimento de ummercado consumidor (Bonato, 2006).

    Com esse cenrio possvel observar pequenas diferenas no quadro discursivono qual situado o programa. Se, num primeiro momento o sentido da proteopoderia ser interpretado como proteger seu direito a plantar fumo frente queles que

    17A notcia do lanamento da proposta encontra-se na pgina de notcias do MDA com o ttuloBrasil apresentar ao mundo proposta de diminuio do plantio de fumo no Pas. Site:www.mda.gov.br.

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    almejam a extino dos plantios, em um momento seguinte o sentido se altera sendoenfatizada a vulnerabilidade dos produtores s estratgias das agroindstrias, devido falta de alternativas. Coloca-se:

    A falta de acesso s atividades alternativas de renda deixa os fumicultores

    nas mos da indstria do tabaco, que se vale dessa vulnerabilidade paracontrolar suas vozes contra medidas que visam reduo do tabagismo,principalmente em pases produtores de fumo. (CAVALCANTE; PERACI,2007, p. XII)

    A partir deste diagnstico busca-se assegurar seu direito opo entre submeter-se ou no s agroindstrias do fumo, plantar fumo ou realizar outra forma de cultivo.Nesse contexto as polticas de diversificao passam a ser percebidas como polticasorientadas para a diminuio da vulnerabilidade deste segmento social frente sagroindstrias. Com este entendimento produzida uma ressignificao do sentido daConveno Quadro:

    Consolidou o entendimento de que a Conveno oferece proteo e noprejuzo aos fumicultores, uma vez que em seu Prembulo e artigos 4 e 17,o documento reconhece o impacto que a reduo global do consumo podertrazer no longo prazo sobre a demanda de produo e abre espao para abusca de alternativas economicamente viveis, principalmente para osfumicultores. (CAVALCANTE; PERACI, 2007, p.XII, grifo nosso).

    Sendo assim, os objetivos do Programa de Apoio Diversificao passam aser assim expressos: [...] apoiar os agricultores das regies tradicionais de produo defumo que estejam dispostos a diversificar suas atividades, implantando novas atividadesagropecurias. (Vargas; Bonato, 2007, p.75). Embora, de modo geral, as referncias consulta e participao da sociedade na construo da poltica em exame seja freqente,percebeu-se que alguns atores sociais podem ter tido uma maior influncia nesse caso.

    A mudana que ocorreu no foco da poltica de diversificao, fruto da pressodos grupos de interesse ligados a empresas fumageiras e produtores pode sercompreendida como uma forma do governo aproximar-se das organizaes dasociedade civil componentes de sua base social. Nesse contexto fica claro que o governoentra em cena pactuando com alguns atores em detrimento de outros. Esta aproximaode determinados agentes explicada por Sabourin (2007, p.725), devido existncia deuma repartio de poder no Governo Lula:

    As trs secretarias do MDA confiadas ao Partido dos Trabalhadores foramrepartidas entre responsveis e equipes vindos dos movimentos eorganizaes sindicais e profissionais, concorrentes entre elas ou ligadas acorrentes diferentes do PT: a SRA Contag, a SAF Federao dosTrabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), o Incra ao Movimento dosTrabalhadores Sem Terra (MST) e a SDT s cooperativas da agriculturafamiliar.

    Nesse cenrio torna-se relevante esclarecer que h uma inter-relao muitoestreita entre os documentos do governo relativos ao Programa de Diversificao (sob

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    responsabilidade da SAF, que prxima FETRAF) e do DESER (tambm prximo FETRAF), especialmente em textos publicados por Bonato, (2006)18.

    4.2 Segundo Momento: a implementao do Programa de Diversificao e anfase em projetos demonstrativos

    As principais notcias referentes a fase inicial de vigncia do Programa deDiversificao encontram-se no Quadro 219, que segue abaixo:

    Quadro 2: Notcias relativas ao Programa Nacional de Diversificao de reasCultivadas com fumo.DATA ATIVIDADE/MEDIDA OBJETIVO AO

    24/10/06 Apoio a ONGs para oDesenvolvimento denovas alternativas de

    produo

    Criao de Novasalternativas de

    produo

    Projeto comCooesperana

    Santa Maria / RS

    06/02/07 Seminrio comRepresentantes da

    Cadeia Produtiva doFumo

    Desenvolvimento denovas polticas

    pblicas

    Seminrio MAPA/ MDA

    Porto Alegre

    08/02/07 Ato Poltico Convite paraEXPOAGRO/AFUB

    RA

    Ministro recebepresidente

    da AFUBRA13/02/07 Ato Poltico Apoio no processo de

    diversificao daproduo de fumo

    Ministro MDA recebeprefeitos do RS quesolicitam apoio no

    processo dediversificao produtiva14/02/07 Seminrio com

    Representantes daCadeia Produtiva do

    Fumo

    Desenvolvimento denovas polticas

    pblicas

    Seminrio MAPA/ MDAprope criao de fundo

    interministerial paradiversificao de

    atividades produtivas21/02/07 Construo da

    participao brasileiraem SeminrioInternacional

    Exposio dasAtividades dediversificao

    Seninrio comrepresentantes da Cadeia

    Produtiva do Fumo eMDA

    23/02/07 Participao emAudincia Pblica

    Internacional

    Ouvir a opinio dosdiferentes

    stakeholders sobre adiminuio da

    produo de tabaco

    Apresentao aosstakeholders e a OMS da

    discusso realizada noSeminrio sobre

    diversificao produtivarealizado peloMDA/MAPA

    18Destacando-se que Bonato faz parte do corpo de pesquisadores do DESER (Departamento de EstudosSocioeconmicos Rurais) e o DESER uma organizao de assessoria da FETRAF.19As notcias encontram-se na pgina www.mda.org.br/saf.

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    26/02/07 Ato Poltico Participao doMinistrio em Evento

    Ministro participa daEXPOAGRO/AFUBRA

    28/02/07 Ato Poltico Participao emSeminrio

    Internacional

    Secretrio da SAFparticipa da abertura do

    Seminrio Internacionalsobre diversificao

    21/03/07 Ministro participa deSeminrio no RS

    Apoio a evento MDA apia realizao deseminrio que discute

    alternativas produode fumo realizado por

    organizaes deagricultores

    06/06/07 Ministro abre Convnioentre Caixa EconmicaFederal, Associao de

    Produtores

    Capacitao,Assistncia Tcnica

    (liberao deR$580.000,00)

    Convnio com IAPACpara capacitao e

    Assistncia Tcnica deagricultores visando

    diversificao atravs daagroecologia

    22/06/07 Seminrio paraDiversificao produtiva

    para o Nordeste

    Realizao de Evento Audincia Local paraImplementao do

    Programa Nacional deDiversificao da

    Produo de Tabaco05/07/07 2 Conferncia das

    PartesApresenao do

    Programa de

    Diversificao emevento internacional

    SAF apresenta programade diversificao na 2

    COP, na Tailndia10/08/07 Seminrio sobre o

    futuro da fumiculturaAtualizar

    informaes sobre acadeia do fumo,

    discutir e analisaralternativas a estacultura, avaliar e

    incentivar adiversificao daproduo, entre

    outras.

    Secretrio da AgriculturaFamiliar participa deSeminrio em SoLoureno do Sul

    23/11/07 Seminrio ADiversificao em reasCultivadas com Tabaco:

    Avaliaes ePerspectivas

    Avaliar as atividadesrealizadas pelo

    programa

    SAF recebe as diferentesentidades envolvidas naDiversificao Produtiva

    do Fumo para avaliarprograma de

    diversificao.

    Durante as principais atividades realizadas em nome do controle do tabaco possvel observar a importncia que dada legitimao desse programa junto sociedade, pelo governo. Esse fato fica mais evidente ainda pelas frequentes reuniesque ocorreram com os representantes da cadeia produtiva do fumo, lideranas polticasdas regies fumicultoras e representantes internacionais da CQCT. Essas atividades

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    giravam em torno de discusses com a sociedade, acerca da importncia do tratado, dadiversificao produtiva e das possveis formas de diversificao, alm daimplementao das polticas que acontecia em torno de Projetos Demonstrativos(PDAs) 20.

    A prioridade em apoiar os Projetos Demonstrativos como estratgia central de

    desenvolvimento da diversificao produtiva e de renda em reas cultivadas com tabacofica mais clara no Seminrio A Diversificao em reas Cultivadas com Tabaco:Avaliaes e Perspectivas 21 realizado pelo MDA em novembro de 2007, emFlorianpolis. Nesse seminrio, a maioria dos espaos de avaliao eram destinadospara relatar as realidades das regies produtoras de fumo e as experincias de Projetoscom agricultores de referncia22.

    De acordo com o Programa de Diversificao de reas com Fumo, outrosprogramas como o Pronaf, programa de biocombustveis, formao de agentes deAssistncia Tcnica e Extenso Rural (ATER), apoiariam a diversificao produtiva emreas com cultivo de tabaco. Isso pode ser interpretado como mais uma evidncia dacentralidade dos PDAs para o Programa de Diversificao Produtiva.A centralidade

    dos PDAs no desenvolvimento do programa de diversificao produtiva em reas comcultivo de fumo, embora no estando visvel no Programa foi uma orientao dogoverno federal desde sua formulao. Porm ainda no so encontrados relatos ounotcias por parte do governo, como que esses programas esto influenciando adiversificao produtiva nessas reas.

    Um outro indcio a disposio de operacionalizao da poltica visando apoiarprojetos locais reflete em uma orientao que j delineava-se muito antes da formulaodo Programa de Apoio Diversificao, sendo demonstrada no texto do INCA (umdos principais promotores da CQCT no Brasil). O INCA coloca que uma das questespolmicas em relao a CQCT que As pequenas experincias com alternativas nopodem ser aplicadas no nvel macro. Frente a isso foi feita a seguinte avaliao pelaentidade:

    O discurso de que no existe nada to rentvel quanto o tabaco, no temmais sentido quando no nosso prprio Pas[...]. Iniciativas como o ProjetoEsperana da Diocese de Santa Maria no Rio Grande do Sul e o ProjetoCAPA liderado em Santa Cruz do Sul pela Igreja Lutherana devem servalorizados e expandidos [...].Essas pequenas experincias devem ser fortalecidas pela polticaagrcola, no que se refere obteno de suporte tcnico e financiamentoadequado. (INCA, 2004, p.30,. grifo nosso).

    Nesse sentido as principais aes por parte do governo, referentes diversificao produtiva do fumo, giravam em torno das regies produtoras tradicionais,do apoio aos PDAs e nos agricultores de referncia. Ou seja, o governo buscoufortalecer aquelas experincias j existentes partindo do pressuposto de que elas eram

    20De acordo com Cortines (2006), os PDAs nascem priorizando a atuao das organizaesda sociedade civil organizada devido ao fato de conceber que a maioria das inovaessocioambientais parte da mesma. Dessa forma, o Estado passa a ter papel de financiador efiscalizador no desenvolvimento de polticas pblicas, sendo as organizaes de cada regioas formuladoras dos projetos de desenvolvimento das mesmas.21 A avaliao encontra-se na pgina do MDA/SAF, no link Programa de Diversificao de

    reas Cultivadas com Fumo, endereo www.mda.gov.br/saf.22A programao do seminrio est exposta na pgina de notcias do MDA/SAF, no endereowww.mda.gov.br/saf.

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    condizentes com a realidade da regio, tendo em vista que foram construdas de acordocom as especificidades regionais.

    5. As polticas pblicas como indutoras de novas configuraes polticas nosterritrios fumicultores

    Conforme tratado anteriormente a produo de tabaco conforma uma cadeiaprodutiva que pode ser considerada poderosa uma vez que tem como seus principaisarticuladores empresas de grande porte e transnacionais, por exemplo. Alm dosdiversos atores que tem participao direta nos processos produtivos (indstrias ecomerciantes fornecedores de insumos, agricultores, empresas beneficiadoras, indstriasprodutoras de cigarro, exportadores, comerciantes de derivados de fumo ao consumidor,etc), dada a importncia econmica deste cultivo para as pequenas municipalidades, emgeral, estes atores articulam em sua defesa muitos atores locais.

    Muitos territrios fumicultores so percebidos como especializados e,portanto, altamente dependentes da produo de fumo. Em alguns municpios o fumo

    chega a responder por mais de 80% do valor bruto da produo agrcola total (Vargas;Bonato, 2007).

    Do mesmo modo, a estrutura dos sistemas de produo dos agricultores que tmo fumo como cultivo comercial tende a ser relativamente especializada devido grandedemanda de mo-de-obra desta cultura (Vogt, 1997) o que refora a condio dedependncia deste cultivo e agroindstria.

    A significativa presena e importncia dos atores relacionados ao cultivo defumo nos territrios fumicultores no implica, entretanto, a ausncia de atores que,historicamente, vem a dependncia a este cultivo de forma crtica. Nessa direo, cabedestacar a histrica tenso que se estabelece nas relaes entre agricultores eagroindstrias que, muitas vezes, entraram em conflito em torno das condies doscontratos de integrao e, sobretudo, quanto ao valor pago pela matria-prima ofertadapelos agricultores. Cabe reconhecer, neste conflito, a adeso de segmentos acadmicosna crtica s relaes estabelecidas entre agricultores e agroindstrias (Liedke, 1977).Em Prieb (2005), por exemplo, quando descreve acerca do desenvolvimento econmicoe social gerado na regio de Santa Cruz do Sul, maior micro-regio produtora do pas,demonstra cautela ao afirmar que a cultura do fumo gera renda regio, apontando que:

    Quando se analisa mais detidamente a regio fumicultora gacha, no queconcerne s perspectivas de um maior desenvolvimento regional, deve-seobservar, com cautela, os dados regionais, [...] a existncia de um nico plo

    de crescimento pode no promover o efeito de uma fora motriz capaz degerar efeitos de encadeamento com diferentes indstrias. O desenvolvimentoda indstria fumageira no sul do pas parece ser um caso tpico dessecomportamento, cujo estmulo de crescimento ao invs de se orientar nosentido de um maior encadeamento noutros ramos produtivos passa adesenvolver essencialmente o setor de servios [...].O que se quer ressaltar que os dados econmicos municipais maisagregados podem escamotear a real situao de uma regio[...] apesar debons indicadores econmicos a renda muito concentrada, o quetraduz em fracos indicadores sociais e em outros desequilbrios sociaisda regio(PRIEB, 2005; p. 35, grifo nosso).

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    Os movimentos sociais em prol de uma agricultura alternativa, que se difundemno sul do Brasil, a partir da dcada de 1980, em geral tambm questionaram estemodelo produtivo, altamente dependente de insumos e que traz srios riscos sade doprodutor e do ambiente. Outra questo que o cultivo do fumo passou a serquestionado, tambm, pela prtica da incorporao do trabalho infantil.23 Portanto,

    diversas motivaes levaram atores a fazer esforos de promoo da diversificaoprodutiva em reas de produo de fumo. No caso do territrio da regio centro do RioGrande do Sul, por exemplo, a Igreja catlica promoveu, desde 1991, uma srie deseminrios regionais com vistas a discutir alternativas cultura do fumo.24 Osmovimentos sociais estimularam e proporcionaram da mesma forma o surgimento defocos de agricultura alternativa em diversos locais (Almeida,1989).

    Os indicadores disponveis apontam que os impactos destas diversas iniciativassob uma perspectiva territorial tem sido restritos, uma vez que o cultivo do fumopermanece consolidado em estudos relacionados ao tema, sejam internacionais ounacionais, mais antigos ou mais recentes (Wright, 2005). Esse fato tambm evidencia asdificuldades de promover a diversificao produtiva nos territrios fumicultores.

    Entretanto, cabe considerar que a entrada em cena da Conveno Quadro e do Projetode Diversificao Produtiva do fumo trouxe mudanas dignas no que se refere dinmica do desenvolvimento territorial.

    Num primeiro momento, fica ressaltada a legitimao institucional que,potencialmente, opera em prol daqueles que tem posies crticas em relao ao cultivodo fumo. Em decorrncia disso, o devir dos territrios fumicultores seja pelaindesejabilidade ou impossibilidade de prosseguimento no rumo vigente, fica emquesto. Corroborando nesse sentido, Scheibler (2006) assinala que a CQCTdesencadeou de certa maneira na arena pblica a discusso relativa ao destino dosterritrios fumicultores.

    luz do exame do Programa de Apoio Diversificao possvel observar aemergncia de novos cenrios quanto s coalises tendo em vista que o governo entraem cena estabelecendo parcerias com diversas organizaes a favor dadiversificao. Assim, o exame da orientao do Programa de Diversificao mostraque as implicaes da CQCT vo alm da criao de um contexto institucionalfavorvel rede anti-fumo. Outrossim trata-se de um apoio efetivo aos atores quedesenvolvem aes orientadas mudana no mbito destes territrios, geralmenteagrupados em torno de um modelo alternativo de agricultura.

    Nesta tica, o Programa de Apoio Diversificao possibilitou o acesso recursos que potencializam sua ao no territrio. Esta oportunidade parece serpercebida por estes atores de modo que suas manifestaes tendem a buscar formas de

    assegurar o controle em relao a esses recursos. Cabe destacar, por exemplo, aressalva feita pelos participantes no I Seminrio Nacional do Programa Nacional deDiversificao Produtiva de reas Cultivadas com Tabaco quanto natureza dasalternativas a serem apoiadas:

    O avano no processo de diversificao ou reconverso nas reas de cultivode fumo importante, mas no pode ser qualquer

    23 Este tema recorrentemente retomado em publicaes do DESER, destacando-se assees a ele dedicadas na Revista Contexto Rural de dezembro de 2003 (ano III, n.4) e julhode 2005 (ano V, n.5). retomado sinteticamente, tambm, por Vargas e Bonato (2007).24Realizaram-se, assim, at 2007, 17 seminrios regionais sobre o tema Alternativas Culturado Fumo. Informaes constantes na publicao intitulada Alternativas Cultura do Fumo,revista organizada e publicada pelas Dioceses do Inter-Diocesano Centro em julho de 2007.

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    diversificao/reconverso, mas aquele que efetivamente potencialize aimplementao de um modelo sustentvel de agricultura familiar,preferencialmente com base na produo agroecolgica.

    Esta dinmica sendo analisada de forma mais abrangente, desvela um cenrio

    que no apenas trata de apoiar projetos (PDAs), antes disto configura apoio aos agentespromotores ou mesmo relativos aos modelos de desenvolvimento alternativo.As evidncias recolhidas indicam que junto ao territrio existe uma disputa

    recorrente entre dois projetos de desenvolvimento para o rural brasileiro: o projetoalternativo (de transio agroecolgica que prioriza a autonomia da agricultura familiare inclui a diversificao- reconverso das reas produtoras de fumo) e o de inserocompetitiva do agronegcio nos mercados mundiais. Diante deste cenrio os tratadosinternacionais repercutem nesta disputa dos sentidos do desenvolvimento territorial,reforando certos atores, mediante novas coalises polticas e polticas pblicas.

    6. Consideraes Finais

    Com o estudo realizado foi possvel perceber a grande importncia dosmecanismos de governana internacional na determinao de polticas no interior decada pas. Fica evidente nesse processo social que aqueles grupos sociais com maiorpoder econmico/financeiro historicamente tm maiores condies de influenciar noprocesso de decises poltico-econmicas no Brasil. Como exemplo disso, no caso doprocesso de ratificao do tratado, as empresas afirmavam que o cultivo de fumo seriaproibido, mesmo que esta questo no estivesse colocada em pauta. Esteposicionamento foi massificado gerando um clima de insegurana nas regiesprodutoras de fumo, principalmente entre os agricultores que incorporaram o discursodas empresas. Como resultado deste clima de insegurana, para aprovar a ratificao daConveno o Senado Federal sugeriu a clusula interpretativa afirmando que o cultivode tabaco no seria proibido. No mesmo sentido, como o mencionado anteriormente, oEstado brasileiro assumiu o compromisso em no deixar de apoiar a cultura do fumo.

    Desta forma, para ratificar um tratado internacional que tinha como objetivo adiminuio da oferta de produtos derivados do fumo o Congresso Nacional afirma que oBrasil no vai deixar de apoiar a cultura do fumo, ou seja, que no entende sernecessrio diminuir a oferta de tabaco. Assim percebe-se, por um lado, a grandeamplitude de possibilidades de posies que um tratado internacional permite e poroutro a importncia da disputa em um processo de construo de uma poltica e dopoder econmico dos grupos envolvidos.

    Com relao a poltica proveniente da Conveno Quadro relacionada com aAgricultura Familiar percebe-se mudana de estratgia de implementao por parte dogoverno, durante a implementao. Se inicialmente o Programa visava apoiar-se sobre aarticulao de diversos programas j existentes, at mesmo criando formas de acessodiferenciado aos cultivadores de tabaco, posteriormente passa a apoiar-se na articulaocom ONGs das regies fumicultoras.

    Mesmo que a CQCT venha a repercutir no reforo ao projeto alternativo dedesenvolvimento rural, entende-se que parecem improvveis mudanas significativas narealidade dos territrios produtores de fumo no curto prazo. Inicialmente, cabe destacarque a Conveno Quadro secundariza a questo do controle da produo de fumo,priorizando a reduo da demanda e o Estado brasileiro, ao assinar este Tratado, o fez

    com ressalvas de interpretao no sentido de no afetar a produo de fumo. Em

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    segundo lugar, o Programa Nacional de Diversificao das reas Produtoras de Tabacoainda carece de maior consolidao legal e institucional.

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