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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDAE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA REVISÃO DE LITERATURA: PASTAS À BASE DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO USADAS COMO MEDICAÇÃO INTRACANAL Autor: Juliana Rodrigues Rozatto PIRACICABA 2010

Artigo de Endodontia 1

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ARTICULO DE PROCEDIMIENTO BASICOS DE ENDODONCIA PARA ALUMNOS Y PROFESIONALES DE ODONTOLOGIA Y ESTOMATOLOGIA

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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

    FACULDAE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

    REVISO DE LITERATURA: PASTAS BASE DE HIDRXIDO DE CLCIO USADAS COMO MEDICAO

    INTRACANAL

    Autor: Juliana Rodrigues Rozatto

    PIRACICABA

    2010

  • ii

    JULIANA RODRIGUES ROZATTO

    REVISO DE LITERATURA: PASTAS BASE DE HIDRXIDO DE CLCIO USADAS COMO MEDICAO INTRACANAL

    Monografia apresentada ao curso de

    Odontologia da Faculdade de Odontologia

    de Piracicaba UNICAMP, para obteno

    do diploma de Cirurgio-Dentista.

    Orientadora: Profa Dra. Brenda Paula Figueiredo de Almeida Gomes

    Piracicaba

    2010

  • iii

    FICHA CATALOGRFICA ELABORADA PELA

    BIBLIOTECA DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

    Bibliotecria: Elis Regina Alves dos Santos CRB-8a. / 8099

    R817r

    Rozatto, Juliana Rodrigues.

    Reviso de literatura: pastas base de hidrxido de clcio usadas como medicao intracanal / Juliana Rodrigues Rozatto. -- Piracicaba, SP: [s.n.], 2010.

    43f.

    Orientador: Brenda Paula Figueiredo de Almeida Gomes.

    Monografia (Graduao) Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba.

    1. Endodontia. 2. Compostos qumicos. 3. Concentrao de ons de hidrognio. I. Gomes, Brenda Paula Figueiredo de Almeida. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba. III. Ttulo.

    (eras/fop)

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    DEDICATRIA

    Dedico este trabalho aos meus pais: Ieda e Valter, por todo amor, amparo e pacincia, ao longo de minha vivncia.

  • v

    AGRADECIMENTOS:

    Primeiramente Deus, por ter me oferecido sade para a realizao de mais esta etapa da minha vida.

    minha famlia, que sempre me apoiou e me acompanhou em todos os meus momentos vividos at agora.

    Aos meus grandes colegas de sala, que me acolheram durante todos estes anos, fazendo com que estes momentos jamais fossem esquecidos.

    Profa Dra. Brenda Paula Figueiredo de Almeida Gomes, que sempre confiou em mim, desejando sempre meu crescimento pessoal e profissional.

    ps-doutoranda Giselle Priscilla Cruz Abi Rached, que me orientou todos estes meses e muito me auxiliou na realizao deste projeto.

    Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas, que foi como uma segunda casa para mim durante estes 4 anos.

  • vi

    Resumo

    A contaminao bacteriana radicular a principal causa das doenas

    periodontais apicais. Para tanto, a limpeza e desinfeco do canal radicular so

    fundamentais para o sucesso do tratamento endodntico. Para auxiliar neste

    sucesso, uma variada gama de substncias qumicas auxiliares e medicaes

    intracanais so utilizadas em associao instrumentao do sistema de canais

    radiculares. Estas medicaes so utilizadas principalmente quando no possvel

    a finalizao do tratamento endodntico em uma nica sesso devido diversos

    fatores como: a) presena de sintomatologia dolorosa, b) presena de exsudato

    persistente, c) presena de sangramento intrarradicular e d) falta de tempo tanto do

    paciente quando do operador. Entre estas medicaes intrarradiculares destaca-se

    o hidrxido de clcio que possui inmeras propriedades desejveis, tais como a

    biocompatibilidade, a ao antiinflamatria e antimicrobiana, a estimulao e a

    formao de tecidos sseos mineralizados e sua contribuio no processo de

    reparo tecidual. Todas estas caractersticas se deve ao seu elevado pH, promovido

    pela sua dissociao em ons clcio e hidroxila que torna o meio celular

    incompatvel com a vida. Por apresentar-se na forma de p, o hidrxido de clcio

    deve ser associado a uma outra substncia que permita sua veiculao para o

    interior do sistema de canais radiculares. Entre os veculos mais comumente

    usados esto a clorexidina gel 2%, o soro fisiolgico, solues anestsicas e leo

    de oliva. O objetivo deste estudo foi realizar a reviso bibliogrfica sobre o

    hidrxido de clcio, assim como suas propriedades fsico-qumica e sua utilizao

    clnica.

    Palavas chave: tratamento endodntico, medicao intrarradicular, hidrxido de clcio, substncia qumica auxiliar e pH.

  • vii

    Abstract

    Bacterial contamination is the main root cause of apical periodontal diseases.

    To do so, cleaning and disinfection of the root canal are crucial to the success of

    endodontic treatment. To assist in this success, a variety of auxiliary chemicals and

    intracanal medications are used in association with the instrumentation of root

    canals. These medications are primarily used when it is not possible the completion

    of endodontic treatment in one session due to several factors: a) presence of

    painful symptoms, b) persistent exudate, c) presence of bleeding intraradical d) lack

    of time both the patient when the operator. Among these medications intraradical

    highlight the calcium hydroxide which has many desirable properties such as

    biocompatibility, anti-inflammatory and anti-microbial stimulation and formation of

    mineralized bone tissue and their contribution in the process of tissue repair. All of

    these features is due to its high pH promoted by its dissociation into calcium and

    hydroxyl ions which makes the cellular environment is incompatible with life. By

    presenting itself in the form of powder, calcium hydroxide should be associated with

    another substance that would allow its placement into the root canal system.

    Among the vehicles most commonly used are 2% chlorhexidine gel, saline,

    anesthetic and olive oil. The aim of this study was to review the literature on calcium

    hydroxide, as well as its physico-chemical and clinical use.

    Keywords: endodontic treatment, intracanal medications, calcium hydroxide,

    chemical auxiliary substances and pH.

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    Sumrio

    1. Introduo...................................................................................................1

    2. Objetivo.......................................................................................................3

    3. Reviso de Literatura..................................................................................4

    3.1. Atividade Biolgica e antimicrobiana mecanismo de ao..................4

    3.1.1. Ao Biolgica..................................................................................5

    3.1.2. Atividade Antimicrobiana.................................................................10

    3.2. Veculos, Associaes e Dissociao inica do hidrxido de clcio...19

    4. Discusso..................................................................................................25

    5. Concluso.................................................................................................28

    6. Referncias Bibliogrficas.......................................................................29

  • 1

    1. INTRODUO

    A terapia endodntica tem como uma de suas principais finalidades a

    modelagem, limpeza e desinfeco do canal radicular, sendo realizada removendo

    todo o tecido pulpar ou restos necrticos e os microrganismos presentes no

    sistema de canais radiculares (Bystrm & Sundqvist, 1981) seguido de sua

    obturao, a fim de ocupar todo espao vazio, impedindo nova invaso e

    colonizao bacteriana, alm de impossibilitar que bactrias remanescentes

    possam atingir os tecidos periapicais.

    Para tanto, a endodontia faz uso de substncias qumicas auxiliares e

    de agentes irrigantes em associao com o preparo qumico-mecnico. Tanto as

    substncias qumicas auxiliares como os agentes irrigantes so utilizados para

    agir no somente nas paredes dentinrias, mas, sim, em todo o sistema de

    canais radiculares, em regies onde os instrumentos endodnticos no tm

    acesso, promovendo assim a lubrificao, desinfeco, limpeza e remoo de

    debris e restos pulpares ou necrticos (Rached, 2010).

    Apesar da eficcia das substncias qumicas auxiliares e dos agentes

    irrigantes em promover a limpeza e desinfeco, situaes como: a) dor

    percusso e/ou palpao, b) presena de exsudato persistente, c) rizognese

    incompleta, d) ausncia de tempo suficiente para obturao, e) fadiga do

    operador e/ou paciente podem impedir a concluso do tratamento endodntico

    numa mesma sesso.

    Nestes casos, o uso de uma medicao intracanal entre sesses est

    indicado. De acordo com Lopes & Siqueira em 2004, o uso de medicaes

    intracanal nestas situaes objetiva: a) promover a eliminao e proliferao de

    microrganismos, b) atuar como barreira fsico-qumica contra infeco ou

    reinfeco por microrganismos da saliva, c) reduzir a inflamao perirradicular,

    d) solubilizar matria orgnica, e) neutralizar produtos txicos, f) controlar

    exsudao persistente, g) controlar reabsoro dentria externa inflamatria, h)

    estimular a reparao por tecido mineralizado.

    Dentre uma gama de medicamentos utilizados, podem ser citados: I)

    derivados fenlicos (eugenol, paramonoclorofenol, paramonoclorofenol

    canforado, cresatina, cresol, cresoto e timol), II) aldedos (tricresol formalina ou

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    formocresol e glutaraldedo), III) halgenos (iodofrmio e iodeto de potssio

    iodetado 2%), IV) Bases ou hidrxidos (hidrxido de clcio), V) Corticosterides

    (hidrocortisona, prednisolona e dexametasona) e VI) Antibiticos.

    Dentre as medicaes intracanais, o hidrxido de clcio (Ca(OH)2

    atualmente o mais utilizado pela sua bem documentada atividade antibacteriana

    contra a maioria das cepas isoladas de infeces do canal radicular (Law &

    Messer, 2004). Alm da atividade antimicrobiana, o hidrxido de clcio

    apresenta propriedades como: dissoluo de remanescentes orgnicos, ao

    antiinflamatria, inibio de reabsores inflamatrias e a funo de barreira

    fsica (Lopes & Siqueira, 2004).

    Desta forma, discorrer sobre medicaes base de hidrxido de

    clcio possibilita o conhecimento e reviso literria desta medicao

    amplamente empregada em casos onde no se pde concluir o tratamento

    endodntico numa mesma sesso.

  • 3

    2. OBJETIVO

    O presente estudo tem como objetivo, evidenciar as principais propriedades

    do hidrxido de clcio, bem como seus mecanismos de ao antibacteriano e

    biolgico.

  • 4

    3. REVISO DE LITERATURA

    Atualmente o hidrxido de clcio tem sido considerado a medicao

    intracanal de escolha por apresentar propriedades como: a) controle microbiano, b)

    dissoluo de restos orgnicos, c) poder antiinflamatrio, d) inibio de

    reabsores inflamatrias (Lopes & Siqueira, 2004).

    A primeira referncia ao uso do hidrxido de clcio foi feita por Nygrem em

    1838, no tratamento de fstula. Codman (1851) empregava o hidrxido de clcio em

    amputaes pulpares. Bernhard W. Hermann comeou a us-lo em trabalhos

    cientficos e ento, sob o nome comercial de Calixyl, o hidrxido de clcio passou a

    ser difundido. Mas, a maior efetividade clnica do hidrxido de clcio quando

    comparado s medicaes anteriormente usadas foi verificada por Bystrm et al.,

    em 1985.

    O hidrxido de clcio constitui-se de uma base forte, obtida a partir da

    calcinao do carbonato de clcio, sendo que com a hidratao do xido de clcio

    forma-se o hidrxido de clcio. Apresenta-se na forma de p branco, alcalino e

    pouco solvel em gua.

    3.1. Atividades biolgicas e antimicrobiana - mecanismo de ao:

    a) Contra reabsores: as atividades osteoclsticas ocorrem num pH em torno de 5,5 e como o pH do Ca(OH)2 em torno de 12, ele neutraliza a ao dos

    osteoclastos impedindo as reabsores (Kontakiotis et al., 1995; Gomes et al.,

    2002).

    b) Contra exsudato inflamatrio: em contato com um tecido inflamado, o hidrxido de clcio pode absorver exsudato inflamatrio, reduzindo a presso

    hidrosttica tecidual. Isto ocorre porque o hidrxido de clcio hipertnico em

    relao ao meio, no caso, os fludos teciduais (Lopes & Siqueira, 2004).

    c) Antimicrobiano: o hidrxido de clcio reage com gs carbnico (CO2), formando carbonato de clcio (Ca2CO3). As bactrias que precisam de CO2 so

    eliminadas por causa da competio por este gs (Kontakiotis et al., 1995; Gomes

    et al., 2002).

  • 5

    3.1.1. Ao biolgica

    Em 1997, alikan & Turkun relataram o caso de um paciente adulto jovem

    com rizognese incompleta e extensa leso cstica, decorrente de um traumatismo

    sofrido 12 anos antes, tratado com pasta base de hidrxido de clcio como

    medicao intracanal (com trocas dirias durante 4 dias, por causa da presena do

    lquido cstico). A regresso da leso e fechamento do pice deu-se em 9 meses, e

    em 15 meses, observou-se o reparo periapical. Foi verificado pelos autores que

    leses csticas podem regredir apenas com uso de medicaes intracanal base

    de hidrxido de clcio, sem a necessidade de realizao de tratamento cirrgico.

    Holland et al. (1998) pesquisaram sobre o comportamento dos tecidos

    periapicais aps biopulpectomia e a ao do hidrxido de clcio e da associao

    corticosteride-antibitico, antes da obturao dos canais radiculares com cimento

    base de xido de zinco e eugenol ou de hidrxido de clcio. Aps o preparo

    qumico-mecnico e a sobreinstrumentao, os dentes foram divididos em dois

    grupos: um recebeu como medicao intracanal a pasta base de hidrxido de

    clcio, e, o outro, a associao corticosteride-antibitico. Decorridos sete dias, as

    medicaes foram removidas e os canais obturados com guta-percha e cimento

    base de xido de zinco e eugenol ou base de hidrxido de clcio. Num perodo

    de 180 dias, foi realizada a anlise morfolgica, a qual demonstrou que como

    medicao intracanal o hidrxido de clcio apresentou melhores resultados quando

    comparado a associao corticosteride-antibitico. A pesquisa revelou ainda que

    o cimento base de hidrxido de clcio promoveu melhor selamento biolgico

    quando comparado ao cimento base de xido de zinco e eugenol.

    Em 1999, Holland et al., analisaram o emprego de trs formulaes

    diferentes do hidrxido de clcio (Calen = hidrxido de clcio + polietilenoglicol

    400, S.S.White Brasil, Calen + paramonoclorofenol canforado e hidrxido de

    clcio + anestsico) como medicao intracanal, por 3 dias no tratamento de

    dentes com leso periapical. Em seguida, os dentes foram obturados com cimento

    base de hidrxido de clcio. A anlise histomorfolgica, realizada aps 6 meses

    demonstrou no haver diferena significativa entre os grupos estudados. Em 50%

    dos casos foi observado reparo completo e em 46% havia sinais do processo de

    reparao.

  • 6

    Trope et al. (1999) avaliaram radiograficamente, o reparo apical em dentes

    portadores de periodontite apical tratados em sesso nica ou em duas sesses,

    empregando ou no o hidrxido de clcio como medicao intracanal. Os

    pacientes foram divididos em 3 grupos: o Grupo I recebeu tratamento em sesso

    nica, os Grupos II e III receberam tratamento em duas sesses, tendo o Grupo III

    recebido medicao intracanal base de hidrxido de clcio entre as sesses. Foi

    utilizado um mtodo de contagem do ndice periapical para comparar as diferenas

    entre o incio do tratamento e aps 52 semanas. Os resultados demonstraram

    diferenas estatisticamente significantes. Os dentes tratados sem o uso de

    medicao intracanal em duas sesses apresentaram nveis de reparo inferiores

    quando comparado aos outros grupos.

    Em 1999, Goldstein et al. relataram casos clnicos de rizognese incompleta,

    tratados com pasta base de hidrxido de clcio (1 caso com polpa necrosada e 1

    caso com polpa vital), promovendo a apicificao e apicegnese respectivamente.

    No caso em que o elemento dental apresentava-se com polpa necrosada, aps

    sofrer traumatismo, o dente foi aberto e o preparo qumico-mecnico foi realizado.

    O elemento dental foi preenchido com pasta base de hidrxido de clcio.

    Avaliaes foram realizadas a cada 3 meses durante 2 anos. Decorrido este

    tempo houve formao da barreira apical, sendo o dente ento obturado. Na

    proservao, realizada aps 10 anos, observou-se ausncia de sintomatologia e a

    integridade dos tecidos de suporte. No outro caso, tambm com histria de trauma,

    os elementos dentais envolvidos apresentavam-se com polpas vitais, um deles

    normal, e outro, j apresentava sinais de comprometimento pulpar. Neste ltimo, foi

    realizada uma pulpotomia e colocao de pasta base de hidrxido de clcio

    sobre o remanescente pulpar para promover a apicegnese. Aps 2 anos,

    constatou-se o fechamento apical. Em seguida, o tratamento endodntico foi

    concludo.

    alikan et al. (2000) apresentaram casos clnicos de reimplante dental. Os

    dentes foram reimplantados aps a decorrncia de 3 horas do acidente, nos quais

    os elementos dentrios j estavam secos. Aps limpos e hidratados, os dentes

    foram reimplantados e esplintados. No caso I, o paciente s retornou para o

    tratamento endodntico 1 ms depois. J havia extensa reabsoro radicular

    externa apical. No caso II, a paciente retornou no dia seguinte ao reimplante. Antes

    da obturao os canais foram preenchidos com pastas base de hidrxido de

  • 7

    clcio. Trocas dos medicamentos intracanais foram realizadas 1 vez por semana

    num perodo de 15 dias. Os casos foram proservados clnica e radiograficamente

    no perodo de 6 a 24 meses e apresentavam-se assintomticos, com mobilidade

    normal e sem presena de evoluo da reabsoro radicular ou anquilose.

    Weiger et al. (2000), pesquisaram a influncia do hidrxido de clcio como

    curativo de demora na cicatrizao de leses periapicais associadas com dentes

    despolpados que no foram previamente tratados endodonticamente. Isto foi

    possvel atravs da comparao do prognstico aps um tratamento endodntico

    realizado em uma nica sesso e o tratamento endodntico realizado em duas

    sesses.Foram selecionados 73 pacientes portadores de leso periapical porm,

    somente 67 foram re-examinados. Trinta e um dentes (31 pacientes) receberamo

    hidrxido de clcio e a finalizao do tratamento endodntico ocorreu na segunda

    sesso.Nos outros 36 dentes, o tratamento endodntico foi finalizado na mesma

    sesso. Os critrios de sucesso foram a ausncia de sinais e sintomas indicativos

    de uma fase aguda de leses periapicais e radiograficamente um espao do

    ligamento periodontal de espessura normal. Em ambos os grupos de tratamento, a

    probabilidade da reduo da leso periapical e o sucesso do tratamento

    endodntico em um tempo de observao de cinco anos ultrapassa 90%. Do ponto

    de vista microbiolgico, foi concludo que tanto o tratamento endodntico finalizado

    em uma nica sesso, quanto o tratamento endodntivo finalizado em duas

    sesses tero sucesso, se o tratamento criar condies ambientais favorveis para

    o reparo periapical.

    Grecca et al. Em 2001, avaliaram radiograficamente o reparo perriradicular

    aps o tratamento endodntico de dentes de ces com periodontite perriradicular

    induzida. Nos canais radiculares foi utilizado hipoclorito de sdio 5,25% como

    soluo irrigante. Aps a instrumentao, os canais radiculares foram preenchidos

    com hidrxido de clcio (Calen PMCC ou Calasept) que foi deixado no local por 30

    dias. As amostras foram divididas em 4 grupos: grupo I - Calen PMCC + Sealapex,

    grupo II Calasept + Sealapex, grupo III Calen PMCC + AH Plus e grupo IV

    Calasept + AH Plus. Tomadas radiogrficas nos perodos de 90, 180, 270 e 360

    dias foram realizadas. Os autores verificaram que as leses dos grupos I, II e III

    foram semelhantes na reduo de tamanho, enquanto que o grupo IV apresentou

    uma pequena reduo no tamanho da leso (p

  • 8

    eficincia das medicaes intracanais, quando a reduo e eliminao das leses

    perriradiculares so avaliadas.

    Em 2002, Silva et al. avaliaram o efeito do hidrxido de clcio sobre a

    endotoxina bacteriana in vivo. Aps a extirpao da polpa de 60 pr-molares, os

    canais foram divididos em 4 grupos: grupo 1- endotoxina bacteriana, grupo 2-

    endotoxina bacteriana + hidrxido de clcio, grupo 3- soluo salina e grupo 4-

    tiveram leses periapicais induzidas sem tratamento. Aps a anlise histolgica foi

    verificado que o infiltrado inflamatrio, a espessura do ligamento periodontal, e a

    presena de reas de reabsoro foram similares para os grupos 1 e 4. Os grupos

    2 e 3 foram semelhantes entre si. Os autores concluiram que a endotoxina

    bacteriana causou a leso periapical e que o hidrxido de clcio desintoxicou o

    lipopolissacardeo in vivo.

    Ainda em 2002, Oztan relatou o caso de um paciente de 12 anos de idade,

    com uma grande leso periapical dos incisivos inferiores. A leso apareceu aps

    um trauma aos 7 anos de idade. O preparo qumico radicular foi realizado e a

    substncia qumica auxiliar de escolha foi a clorexidina. O hidrxido de clcio foi

    utilizado tanto para o curativo de demora como para base do cimento endodntico.

    Trs meses aps a obturao observou-se o reparo periapical. Os autores

    observaram que uso de digluconato de clorexidina e de hidrxido de clcio para

    controle da infeco levou cura substancial de uma grande leso periapical.

    Nesta pesquisa foi verificado que extensas leses periapicais podem regredir sem

    a necessidade de um procedimento cirrgico, porque o uso da substncia qumica

    auxiliar e da medicao intracanal so efetivos.

    Leonardo et al. (2003) avaliaram o reparo periapical e apical de denetes de

    ces com leses periapicais aps tratamento endodntico com diferentes cimentos

    endodnticos. Aps a induo de leses periapicais, os canais radiculares foram

    submetidos ao preparo qumico-mecnico com hipoclorito de sdio 5,25% como

    soluo irrigadora. Foi inserido Calen PMCC nos canais radiculares como

    medicao intracanal. A obturao dos canais foi realizada aps 15 dias pela

    tcnica da condensao lateral, variando apenas o cimento: Sealapex Plus, AH

    Plus ou Sealer Plus. O sacrifcio dos ces foi realizado em 180 dias e os cortes

    histolgicos obtidos foram corados com hematoxilina-eosina para anlise

  • 9

    microscpica ptica. Os grupos obturados com Sealapex e AH Plus apresentaram

    melhor reparo histolgico (p

  • 10

    dor intensa e edema na regio anterior da face, compatvel com um abscesso

    dento alveolar agudo. Radiograficamente, o elemento 11 exibiu formao radicular

    incompleta, associado a uma radioluscncia apical. Primeiramente o abcesso foi

    curado. O tratamento de apicificao teve incio na segunda sesso aps 7 dias,

    por meio do preparo qumico-mecnico, utilizando limas K-Filer e irrigao com

    soluo de hipoclorito de sdio 2,5%. Posteriormente, uma pasta base de

    hidrxido de clcio foi inserida no canal e renovada quatro vezes em mais de 8

    meses, quando o exame radiogrfico revelou a total formao radicular. O canal

    radicular foi obturado pela compactao termomecnica da guta-percha e cimento.

    Depois de 3 anos de desenvolvimento, os tecidos periapicais mostram-se normais

    e o paciente apresentou ausncia de sintomas.

    Em 2010, Lee et al. compararam o tempo para a formao da barreira apical

    em incisivos permanentes necrticos em formao. Os dentes foram tratados com

    pastas base de hidrxido de clcio usando o ultra-som e limas manuais. Neste

    estudo foram usados trinta e dois incisivos permanentes induzidos necrose por

    trauma, com ou sem leso periapical (LP), em crianas com idade entre 7 a 10

    anos que foram divididos em quatro grupos. Os dentes dos grupos 1 (com o LP) e

    2 (sem o LP) foram tratados com ultra-som, e os dentes dos grupos 3 (com o LP) e

    4 (sem o LP) foram tratados com limas manuais. Os canais foram preparados

    utilizando-se de soluo de clorexidina 0,2% durante o tratamento e depois

    preenchidos com hidrxido de clcio. Os pacientes foram acompanhados uma vez

    a cada 1-3 semanas para renovao da medicao intracanal e para detectar a

    total formao da barreira apical. O tempo mdio para a formao de barreira

    apical foi de 11,1 + / - 1,1 semanas, 11,8 + / - 1,0 semanas, 13,3 + / -0,9 semanas

    e 13,4 + / - 0,7 semanas para os grupos 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Estes

    resultados indicaram que os dentes tratados com ultra-som requerem uma menor

    mdia de tempo para a formao de barreira apical do que dentes tratados com

    limas manuais, independentemente da presena ou no da leso periapical.

    3.1.2. Atividade antimicrobiana

    Quando o hidrxido de clcio est em contato direto com as bactrias sua ao

    antimicrobiana mxima, devido liberao de ons hidroxila, originadas de sua

  • 11

    dissociao, no qual atingem nveis que tornam o meio incompatvel

    sobrevivncia destas (Lopes & Siqueira,1999).

    Segundo Lopes & Siqueira (1999), o efeito letal do hidrxido de clcio d-se

    pelos seguintes mecanismos:

    a) Perda da integridade da membrana citoplasmtica bacteriana

    Os ons hidroxila removem tomos de hidrognio de cidos graxos

    insaturados formando um radical lipdico livre, que reage com o oxignio,

    transformando-se em um perxido lipdico. Este perxido formado remove

    outro tomo de hidrognio de um segundo cido graxo, resultando na

    formao de outro perxido lipdico. Assim, h a formao de uma cadeia

    autocaltica, no qual h a perda de cidos graxos insaturados, resultando na

    perda da integridade da membrana citoplasmtica, causando ento a morte

    celular.

    b) Inativao enzimtica Todo o metabolismo celular dependente da ao enzimtica. Protenas

    (neste caso em especial, as enzimas), possuem uma faixa estreita de pH,

    onde sua atividade tima. A alcalinizao promovida pelo ons hidroxila

    induz a desnaturalizao das enzimas por quebra de ligaes inicas,

    resultando em perda de atividade biolgica. Inibida a atividade enzimtica, a

    clula morre.

    c) Dano ao DNA Os ons hidroxila se ligam ao DNA bacteriano, reagindo e levando ciso

    das fitas. Desta forma, h a inibio da replicao do DNA e desarranjo da

    atividade celular.

    Kontakiotis et al., em 1995, avaliaram in vitro um possvel mecanismo

    envolvido na ao antimicrobiana do hidrxido de clcio na absoro de dixido de

    carbono no canal radicular. Neste estudo foram usados 20 bactrias estritas e 20

    facultativas de canais radiculares contaminados. Um grupo experimental e um

    grupo controle foram estudados: o grupo experimental inclua uma placa com a

  • 12

    espcie bacteriana, bem como uma placa aberta contendo pasta de hidrxido de

    clcio. A anlise estatstica mostrou que o nmero de bactrias recuperadas no

    grupo controle foi significantemente menor do que o grupo experimental,

    demonstrando que o hidrxido de clcio capaz de absorver o dixido de carbono

    do meio, contribuindo assim, para sua atividade antibacteriana.

    Tanriverdi et al., em 1997, desenvolveram um modelo in vitro para analisar

    comparativamente a eficcia antibacteriana do hidrxido de clcio (Ca(OH)2),

    paraclorofenol (PCP) e paraclorofenol canforado (CPCP), contra Enterococcus

    faecalis em canais radiculares infectados. A eficcia de desinfeco destas

    medicaes foi avaliada por meio da coleta de raspas de dentina radicular

    infectada com E. Faecalis. O CPCP e PCP mostrou-se superior em um dia ao do

    Ca(OH)2. Em trs dias, CPCP foi o mais efetivo, seguido pelo Ca(OH)2.

    Estrela et al. (1998), pesquisaram in vitro o tempo necessrio para o

    hidrxido de clcio associado ao soro fisiolgico ter seu efeito antimicrobiano por

    meio do contato direto com microorganismos. Os microorganismos utilizados

    foram: Micrococcus luteus , Staphylococcus aureus, Fusobacterium nucleatum

    Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Streptococcus sp. nos perodos

    imediatamente e aps 1, 2, 6, 12, 24, 48 e 72 horas e 7 dias. O efeito

    antimicrobiano do hidrxido de clcio foi demonstrado aps 12 horas em M. luteus

    e F. nucleatum, 24 horas em Streptococcus sp, 48 horas em E. coli, e 72 horas, em

    S. aureus e P. aeruginosa. As combinaes de microrganismos foram inativadas

    pelo hidrxido de clcio da seguinte maneira: combinao II (M. luteus +

    Streptococcus sp + S. aureus) foi sensvel ao potencial antimicrobiano de hidrxido

    de clcio aps 48 horas, enquanto a combinao I (M. luteus + E. coli + P.

    aeruginosa), combinao III (E. coli + P . aeruginosa), e a combinao IV (S.

    aureus + P. aeruginosa) foram inativadas aps 72 horas de exposio.

    Em 1999, Estrela et al. estudaram a atividade antimicrobiana do hidrxido de

    clcio em tbulos dentinrios infectados contra quatro tipos de microorganismos:

    Streptococcus faecalis, Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis e Pseudomonas

    aeruginosa e uma combinao destes. Sessenta e trs incisivos centrais

    superiores humanos foram preparados, tratados biomecanicamente, esterilizados

    em autoclave e dividos em cinco grupos de 12 dentes cada, no qual foram

    contaminadas por 28 dias, renovando-se as culturas a cada 72 horas. Os canais

    foram irrigados com 5 ml de soluo salina e posteriormente foram preenchidos

  • 13

    com pasta base de hidrxido de clcio. Nos perodos de 48 horas, 72 horas e 7

    dias, o medicamento foi removido e os dentes foram colocados em meios de

    cultura para avaliao do crescimento e da proliferao dos microorganismos. A

    turbidez do meio de cultura indicava o crescimento bacteriano e a ineficcia do

    Ca(OH)2 em tbulos dentinrios mesmo aps 7 dias.

    Gomes et al. (2002), analisaram a suscetibilidade dos microrganismos mais

    frequentemente isolados dos canais radiculares ao hidrxido de clcio em

    combinao com alguns veculos pelo mtodo de difuso em gar. Cilindros de ao

    inoxidvel foram colocados sobre as placas de gar inoculado. Os medicamentos

    testados e seus controles foram colocados no interior dos cilindros. As zonas de

    inibio de crescimento foram medidas e anotadas aps o perodo de incubao de

    cada placa. O Enterococcus faecalis foi o microrganismo mais resistente ao

    Ca(OH)2, enquanto que a Porphyromonas endodontalis foi mais suscetvel a todos

    os medicamentos, seguido por P. gingivalis e Prevotella intermedia. A combinao

    de Ca(OH)2 + CMCP + glicerina apresentou as maiores zonas de inibio quando

    comparada aos outros medicamentos testados. Os autores puderam concluir que

    bactrias anaerbias gram-negativas so mais suscetveis a pastas de hidrxido de

    clcio do que microrganismos gram-positivos.

    Em 2003, Gomes et al. pesquisaram in vitro o tempo necessrio para a

    recontaminao microbiana de canais selados coronariamente aps serem

    medicados com hidrxido de clcio (Ca(OH)2, clorexidina 2% gel (CG) ou com uma

    combinao de ambos. Oitenta pr-molares foram preparados biomecanicamente e

    divididos em nove grupos: (i) 10 dentes medicados com CG e selados

    coronariamente com IRM, (ii) 10 dentes medicados com Ca(OH)2 com selamento

    coronrio com IRM, (iii) 10 dentes medicados com Ca(OH)2 + CG, sem selamento

    coronrio, (iv) 10 dentes de medicados com CG com selamento coronrio de IRM,

    (v) 10 dentes medicados com Ca(OH)2 e com selamento coronrio de IRM, (vi) 10

    dentes medicados com Ca(OH)2 + CG e com selamento coronrio; (vii) 10 dentes

    sem medicao intracanal com selamento coronrio; (viii) 5 dentes sem medicao

    intracanal com selamento coronrio de IRM , usados como grupo controle positivo,

    (ix) 5 dentes hgidos foram utilizados como grupo controle negativo. Frascos de

    vidro foram preenchidos com BHI, de modo que apenas o pice radicular ficava em

    contato com este, enquanto a coroa ficava imersa em saliva humana + BHI. Os

  • 14

    frascos foram ento incubados a 37C e o crescimento microbiano foi verificado

    diariamente. Foi observado que todas as amostras do controle positivo foram

    contaminadas dentro de um dia de incubao, enquanto o controle negativo no

    mostrou nenhuma evidncia de turbidez do caldo. A recontaminao foi detectada

    aps um perodo mdio de 3,7 dias nos canais que no foram selados

    coronariamente e foram medicados com CG, 1,8 dias no grupo medicado com

    Ca(OH)2 e 2,6 dias no grupo medicado com Ca(OH)2 + CG. Foi verificado ainda

    que quando as coroas foram seladas com IRM a recontaminao foi detectada

    num perodo de 13,5 dias nos canais medicados com CG, aps 17,2 dias no grupo

    medicado com Ca(OH)2 e aps 11,9 dias no grupo medicado com CG + Ca(OH)2.

    O grupo sem medicao mas, com selamento de IRM mostrou a recontaminao

    aps 8,7 dias. Esta pesquisa pde concluir que o selamento coronrio adia, mas

    no evita a recontaminao e que no houve diferena entre os medicamentos

    testados.

    Basrani et al., em 2004, estudaram a influncia da liberao de hidrxido de

    clcio e clorexidina quando associados. Para isto, testaram a clorexidina

    (concentraes de 0,2% e 2%), hidrxido de clcio associado gua na proporo

    de 40g/100mL, e a associao de hidrxido de clcio e clorexidina 0,2%. O pH

    inicial das associaes de hidrxido de clcio e clorexidina ou gua foi de 12,4, no

    sendo alterado nas primeiras 24 horas. Os autores verificaram que a clorexidina

    no alterou o pH do hidrxido de clcio, mantendo assim a ao antimicrobiana

    relacionada liberao de ons hidroxila.

    Em 2005, Seabra et al. observaram in vitro a atividade antimicrobiana do

    hidrxido de clcio e tergentol em diferentes concentraes contra bactrias.

    Foram utilizados testes in vitro com discos de antibiograma e a ao antimicrobiana

    de solues de Ca(OH)2, soluo de tergentol e digluconato de clorexidina 0,12%,

    como "padro-ouro". Os autores relataram que a clorexidina obteve uma melhor

    ao antimicrobiana em relao s solues de Ca(OH)2 e tergentol. As diferenas

    estatsticas entre clorexidina e as outras solues neste estudo, no foi significativa

    para a maior parte das comparaes. No entanto, foi concludo que o digluconato

    de clorexidina 0,12% foi o agente antibitico mais eficaz nesta pesquisa. Solues

  • 15

    de Ca(OH)2 e tergentol no apresentaram efetividade satisfatria em relao a

    clorexidina, principalmente, para o Streptococcus mutans.

    Ainda em 2005, Faria et al. avaliaram a ao antibacteriana do preparo do

    canal radicular mecnico com hipoclorito de sdio 2,5% como soluo irrigante e

    uma pasta de hidrxido de clcio como curativo intracanal em canais radiculares de

    dentes decduos humanos com necrose pulpar e periodontite apical por meio de

    cultura microbiana. Um total de 26 dentes foram usados neste estudo. As amostras

    foram coletadas antes e 72 horas aps o preparo qumico-mecnico e 72 horas

    aps a remoo do curativo de demora. O estudo indicou mostrou que o preparo

    do canal radicular eficaz na eliminao dos microrganismos em 20% dos canais

    radiculares, e o curativo de demora em 62,5%. No entanto, a ao acumulativa do

    preparo biomecnico e o curativo de demora eliminou os microrganismos em 70%

    dos canais radiculares. Os autores concluiram que h necessidade de uma

    medicao intracanal para a reduo dos microrganismos no sistema de canais

    radiculares em dentes decduos portadores de necrose pulpar e perodontite apical.

    Soares et al. em 2006, avaliaram a eficcia da instrumentao rotatria

    associada utilizao de pastas de hidrxido de clcio preparadas com diferentes

    veculos e anti-spticos. Leses periapicais crnicas foram induzidas em 72 canais

    radiculares de pr-molares de quatro ces. Sob controlada assepsia, aps a coleta

    das amostras microbiolgicas iniciais (A1), os canais radiculares foram

    instrumentados com o sistema ProFile em conjunto com hipoclorito de sdio 5,25%

    e medicao intracanal. Quatro grupos experimentais foram formados de acordo

    com as pastas utilizadas: grupo 1 - Calen (n = 18), grupo 2 - Calen + PMCC (n =

    20), grupo 3 - Ca(OH)2 + soluo anestsica (n = 16) e grupo 4 - Ca(OH)2 +

    digluconato de clorexidina 2% (n = 18). Aps 21 dias, as pastas foram removidas,

    os canais foram esvaziados e 96 horas depois, uma segunda amostra

    microbiolgica foi coletada (A2). Um grande nmero de anaerbios estritos,

    facultativos e estreptococos do grupo viridans foram encontrados em 100% dos

    canais radiculares de amostras A1. Entre as amostras A2, todos os tratamentos

    apresentaram reduo significativa do nmero destes microorganismos e culturas

    positivas (p

  • 16

    NaOCl 5,25% e medicao intracanal proporcionaram drstica reduo ou

    eliminao da microbiota intracanal, cuja performance no foi influenciada pela

    natureza do veculo ou do anti-sptico adicionado ao Ca(OH)2.

    No mesmo ano (2006), Gomes et al, investigaram a atividade antimicrobiana

    do hidrxido de clcio (Ca(OH)2) combinado com a clorexidina gel 2% (CHX) contra

    patgenos endodnticos e compararam os resultados com os obtidos por Ca(OH)2 misturado com gua estril e por CHX gel sozinha. Dois mtodos foram utilizados:

    o teste de difuso em gar e teste de contato direto. O Ca(OH)2+ CHX gel 2%

    produziu zonas de inibio variando 2,84-6,5 mm, e levou de 30 segundos a 6

    horas para eliminar todos os microorganismos testados. No entanto, a CHX gel 2%

    apresentou as maiores zonas de crescimento microbiano e levou um minuto ou

    menos para inibir todos os microorganismos testados. A pasta Ca(OH)2 com gua

    estril inibiu apenas os microorganismos com os quais esteve em contato direto e

    levou de 30 segundos a 24 horas para matar todos os microorganismos testados.

    Os autores puderam concluir que a associao da CHX gel 2% ao Ca(OH)2 apresentou melhor atividade antimicrobiana do que o Ca(OH)2 manipulado com

    gua estril.

    Tanomaru, et al. em 2007, avaliaram a atividade antimicrobiana de

    diferentes marcas e composies dos cones de guta-percha e pastas de hidrxido

    de clcio utilizados no tratamento endodntico. Foram avaliados: cones de guta-

    percha contendo hidrxido de clcio (Roeko), guta-percha contendo clorexidina

    (Roeko), dois cones convencionais de guta-percha (Endo Points e Roeko) e duas

    pastas de hidrxido de clcio (Calen e Calen / PMCC) . Os testes antimicrobianos

    incluram cinco espcies de microrganismos: Escherichia coli, Staphylococcus

    epidermidis, Staphylococcus aureus, luteus Pseudomonas aeruginosa e

    Micrococcus. O mtodo empregado foi o de difuso em gar. Os resultados obtidos

    mostraram que todas as espcies microbianas usadas foram inibidas pelos cones

    de guta-percha com clorexidina e pelas pastas base de hidrxido de clcio (Calen

    e Calen / PMCC), com resultados semelhantes (p> 0,05). Nenhuma atividade

    antimicrobiana foi observada para os demais grupos. Concluiu-se que os cones de

    guta-percha com clorexidina apresentaram atividade antimicrobiana, enquanto os

    cones de guta-percha contendo hidrxido de clcio no apresentaram tal atividade.

  • 17

    Em 2008, de Souza-Filho avaliaram a eficcia da clorexidina gel 2% (CHX),

    hidrxido de clcio Ca(OH)2 e sua combinao com iodofrmio ou com xido de

    zinco como medicaes intracanais contra microrganismos, e mediram as

    mudanas do pH provocadas por estes medicamentos. A atividade antimicrobiana

    foi determinada pelo mtodo de difuso em gar. O pH das pastas foi mensurado

    aps o preparo, aps 24 horas e uma semana depois. A maior zona de inibio

    microbiana foi representada pela CHX gel 2%, seguida pelo Ca(OH)2+ CHX gel 2%

    + iodofrmio, Ca(OH)2+ CHX gel 2%, Ca(OH)2+ CHX gel 2% + xido de zinco, e

    Ca(OH)2+ gua. O pH mdio de todos os medicamentos ficou superior a 12,0

    durante todo o experimento, exceto para CHX gel (pH = 7,0). Os resultados deste

    estudo mostraram que todos os medicamentos tiveram atividade antimicrobiana,

    mas o mais eficaz contra os microorganismos testados foi a CHX gel 2%, seguido

    por sua associao com o Ca(OH)2 e iodofrmio.

    Gomes et al. em 2009, avaliaram in vitro a ao antimicrobiana de

    medicamentos intracanal na superfcie externa da raiz, com a presena ou no do

    cemento. Neste estudo, foi analisada a ao antimicrobiana da clorexidina gel 2%

    (CHX 2%); hidrxido de clcio + clorexidina a 2% gel (HC + CHX 2%); hidrxido de

    clcio + clorexidina 2% gel + xido de zinco (HC+ CHX 2%+ ZnO), hidrxido clcio

    + soluo salina (HC + SS) contra os microorganismos: Enterococcus faecalis,

    Candida albicans, Actinomyces viscosus e Porphyromonas gingivalis. Aps o

    preenchimento dos medicamentos no interior do canal, os dentes foram selados

    coronariamente. As amostras foram colocadas sobre o gar, e as zonas de inibio

    de crescimento microbiano foram medidas aps o perodo de incubao. O efeito

    antimicrobiano dos medicamentos foi classificado em ordem decrescente como se

    segue: CHX 2%, HC + CHX 2%, CHX 2% + HC + ZnO e HC + SS. Concluiu-se que

    os medicamentos contendo CHX 2% difundiram na dentina, atingindo a superfcie

    externa, exercendo assim a ao antimicrobiana desejada.

    Em 2010, Delgado et al. avaliaram a eficcia do hidrxido de clcio

    (Ca(OH)2) e da clorexidina gel sobre a eliminao de Enterococcus faecalis

    intratubular. Foram usados neste estudo, dentes humanos unirradiculares

    contaminados com E. faecalis tratados com Ca(OH)2, clorexidina gel 2%, Ca

    (OH)2, clorexidina gel 2%, e soluo salina (NaCl 0,9%) como controle negativo.

    As amostras obtidas dos preparos de canais radiculares foram analisadas atravs

    da contagem do nmero de unidades formadoras de colnia (UFC) e foram

  • 18

    visualizadas por microscopia de fluorescncia. Uma reduo significativa no

    nmero de UFC e o percentual de E. faecalis viveis foi observado aps o

    tratamento com Ca(OH)2 ou clorexidina, quando comparado com o grupo controle.

    Alm disso, a clorexidina gel teve uma eficcia antimicrobiana significativamente

    maior quando da contagem do nmero de UFC e pela percentagem de clulas

    viveis. No foram observadas diferenas entre as propriedades antimicrobianas

    da clorexidina gel com e sem a adio deCa(OH)2. Tanto o Ca(OH)2 quanto a

    clorexidina apresentaram ao antimicrobiana sobre E. faecalis. A clorexidina

    apresentou melhor atividade antimicrobiana quando comparada ao Ca(OH)2. O

    Ca(OH)2 em associao com a clorexidina apresentou atividade antimicrobiana

    similar clorexidina sozinha.

  • 19

    3.2. Veculos, Associaes e Dissociao inica do hidrxido de clcio

    Segundo Rached (2010), como o hidrxido de clcio apresenta-se sob a forma de p, so manipuladas pastas com soro fisiolgico ou gua destilada para

    facilitar sua insero no canal radicular. Neste caso para atingir sua melhor ao

    antimicrobiana, sugere-se a sua permanncia por perodos acima de 30 dias no

    interior do canal radicular, sem trocas (Montagner et al., 2007) e com selamento

    coronrio com material definitivo, como a resina. Isto em casos sem exsudato, pois

    em sua presena h necessidade de trocas semanais (3-5 dias) at sua

    estabilizao.

    Rached (2010) afirma ainda que, sob a viso antibacteriana, os veculos so

    classificados em inertes e biolgicamente ativos. Os veculos inertes so

    biocompatveis, porm no influenciam na capacidade antimicrobiana do hidrxido

    de clcio; os mais comumente usados so a gua destilada, o soro fisiolgico,

    anestsicos, glicerina, leo de oliva e propilenoglicol. Diferentemente dos veculos

    inertes, os veculos ativos contribuem com efeitos adicionais. O

    paramonoclorofenol, a clorexidina, a cresatina e o tricresol formalina constituem

    alguns desses veculos. O melhor veculo para o Ca(OH)2 o aquoso (soro, gua

    destilada, anestsico) porque hidrossolvel, proporcionando uma liberao mais

    rpida. Indicado nos casos de reimplante e exsudato excessivo. Os veculos

    viscosos (clorexidina, propilenoglicol, glicerina, natrosol) apresentam liberao

    mais lenta e so preconizados em casos de reimplante aps a primeira troca da

    medicao em sesses subseqentes e apicificao. J os veculos oleosos (leo

    de oliva, leo de silicone, cnfora) liberam ainda mais lentamente os ons OH-e

    esto preconizados nos casos de perfuraes e reabsores internas (Estrela et

    al., 1999).

    Como o hidrxido de clcio apresenta-se sob a forma de p, so

    manipuladas pastas com soro fisiolgico ou gua destilada para facilitar sua

    insero no canal radicular. Neste caso para atingir sua melhor ao

    antimicrobiana, sugere-se a sua permanncia por perodos acima de 30 dias no

    interior do canal radicular, sem trocas (Montagner et al., 2007) e com selamento

    coronrio com material definitivo, como a resina. Isto em casos sem exsudato, pois

  • 20

    em sua presena h necessidade de trocas semanais (3-5 dias) at sua

    estabilizao.

    No entanto, microrganismos especficos, principalmente Enterococcus

    faecalis, tm-se mostrado resistentes ao Ca(OH)2 (Haapasalo & Orstavik 1987;

    Nair et al., 1990; Waltimo et al., 1999) e alm disso, a eficincia antimicrobiana das

    pastas a longo prazo tem sido questionada (Peters et al. 2002). Desta maneira,

    pesquisas tm sido desenvolvidas acrescentando veculos com propriedades

    antimicrobianas associados ao hidrxido de clcio de maneira a aumentar esta

    atividade, sem perder suas demais caractersticas (Vivacqua-Gomes, 2002; Gomes

    et al., 2003ab, 2006, 2009; Basrani et al., 2004; Souza-Filho et al., 2008; Signoretti,

    2009).

    As principais vantagens da associao do hidrxido de clcio com a

    clorexidina so:

    a) ao antimicrobiana superior que as da pastas Ca(OH)2 sem

    veculos biologicamente ativos (Gomes et al., 2003a, 2006);

    b) pH prximo a 13 (Gomes et al., 2003a,b; 2006; Souza-Filho et al.,

    2008)

    c) substantividade (Vivacqua-Gomes, 2002)

    d) melhor barreira fsico-qumica que a da clorexidina gel 2% (Gomes et

    al., 2006);

    e) inativao das endotoxinas presentes na parede celular de bactrias

    Gram-negativas, que esto relacionadas com a dor e reabsoro

    (Signoretti, 2009)

    f) difuso pelos tbulos dentinrios (Gomes et al., 2009).

    Tempo de ao: Para agir apenas como barreira fsica, pode ser usada por

    curto perodo de tempo, como por exemplo, 7 dias. Observa-se que para atingir

    sua melhor ao antimicrobiana, sugere-se a sua permanncia por perodos de 15

    a 30 dias no interior do canal radicular, sem trocas (Montagner et al., 2007). O

    mesmo trabalho demonstrou que a ao antimicrobiana imediata da pasta e nos

    primeiros 7 dias parece estar relacionada ao efeito antimicrobiano da clorexidina.

    Este efeito se mantm estvel at 14 dias. No entanto, sua melhor ao

  • 21

    observada em 30 dias, demonstrando a potencializao do efeito do hidrxido de

    clcio pela clorexidina gel 2%.

    Lage-Marques et al. (1994) avaliaram a velocidade de dissociao inica do

    hidrxido de clcio associado a diferentes veculos: aquosos (anestsico e gua

    destilada); viscoso (polietilenoglicol 400) e oleoso (leo de oliva), atravs da

    mensurao do pH nos intervalos de 10 minutos durante um perodo de 2 horas e,

    em seguida, a cada hora, at ocorrer a saturao da soluo salina. Aps a

    avaliao dos resultados, os autores concluram que a pasta de hidrxido de clcio

    associada ao anestsico apresentou estabilizao em menor tempo, apresentando

    elevado pH e a melhor relao entre tempo de estabilizao e liberao de

    hidroxila (OH-) . As amostras onde se utilizou como veculo o soro fisiolgico e gua

    destilada apresentaram o maior pH e a maior concentrao inica, porm com

    elevado tempo de estabilizao. Nas amostras, cujo veculo foi o leo de oliva,

    houve os menores ndices de pH.

    A difuso dentinria dos ons hidroxila (OH-) das pastas base de hidrxido

    de clcio, preparadas com diferentes veculos (soluo salina, anestsico e

    polietilenoglicol 400) foi avaliada por Estrela et al. (1995 a). Aps 30 dias, as pastas

    preparadas com soluo salina e anestsico promoveram aumento de pH de 67

    para 78 na superfcie radicular externa. Nas pastas com polietilenoglicol 400, a

    mesma alterao s foi observada aps 45 dias. Contudo, todas mantiveram esses

    valores de pH at o 60 dia.

    Siqueira & Uzeda em 1998, avaliaram o efeito antibacteriano das pastas

    base de hidrxido de clcio associadas soluo salina, glicerina e

    paramonoclorofenol canforado e glicerina, frente a quatro espcies de bactrias

    anaerbias comumente encontradas em infeces endodnticas: Porphyromonas

    endodontalis, Prevotella intermedia, Streptococcus sanguis e E. faecalis. Todas as

    pastas apresentaram efeito antibacteriano, sendo que a pasta base de hidrxido

    de clcio + paramonoclorofenol canforado + glicerina apresentou melhor

    efetividade em menor perodo de tempo.

    Em 1999, Estrela et al., investigaram o papel dos veculos no efeito

    antimicrobiano de pastas de hidrxido de clcio. Primeiramente realizaram uma

    pesquisa sobre as caractersticas do hidrxido de clcio, tais como seu potencial

    antimicrobiano, seus aspectos fsico-qumicos e sua histocompatibilidade.

  • 22

    Diferentes veculos foram adicionados ao hidrxido de clcio, numa tentativa de

    melhorar suas propriedades. Como resultado foi indicado o uso de veculos

    hidrossolveis (soluo fisiolgica de gua destilada) associada ao hidrxido de

    clcio por suas caractersticas qumicas de dissociao, difuso e capacidade de

    preenchimento que so determinantes para o comportamento biolgico, ou seja,

    qualidades antimicrobianas e induo de reparo tecidual.

    zcelik et al. (2000) avaliaram a tenso superficial de diferentes veculos

    (glicerina, soluo anestsica, soluo de Ringer e soluo salina), que foram

    associados ao hidrxido de clcio como medicao intracanal. Os resultados

    demonstraram diferena estatisticamente significativa entre os veculos

    isoladamente e associados ao hidrxido de clcio. Aps anlise dos resultados, os

    autores concluram que a soluo anestsica o melhor veculo para o hidrxido

    de clcio por apresentar menor tenso superficial.

    Pacios et al. (2003), procurou avaliar o nvel de pH e estimar

    quantitativamente a liberao de protenas, hidroxiprolina e fsforo a partir de

    pedaos de dentina radicular mantidos em diferentes solues de Ca(OH)2. Vinte e

    oito incisivos extrados foram mantidos por 35 dias com Ca(OH)2 preparados com

    solues aquosas de digluconato de clorexidina, propileno glicol (PG), soluo

    anestsica, monoclorofenol canforado (PMCC), e PMCC-PG. A soluo de controle

    conteve Ca(OH)2 sem nenhum tipo de veculo.

    Os valores de pH pouco variaram durante o experimento. As concentraes de

    protenas, hidroxiprolina e fsforo aumentaram para todas as solues em estudo.

    Os resultados revelaram um aumento na concentrao de protenas em soluo de

    clorexidina, solues anestsicas e PG. Um aumento nos nveis de hidroxiprolina

    quando PMCC, PG, PMCC e solues de PG foram utilizadas e um aumento de

    fsforo, quando veculos de PG e clorexidina foram usados.

    As solues de teste com a dentina radicular manteve-se alcalina. A liberao de

    protenas, hidroxiprolina e fsforo, foi observada.

    Camargo et al., em 2006, comparou o pH e a liberao de ons clcio aps o

    uso de pastas de hidrxido de clcio com diferentes veculos em dentes humanos e

    bovinos. Noventa e duas razes unirradiculares humanas e bovinas foram

    instrumentadas. As razes foram divididas em grupos humanos e bovinos. Cada

    grupo foi subdividido em quatro subgrupos (SB) de acordo com o veculo: SB1:

    detergente; SB2: soluo salina; SB3: polietilenoglicol + paramonoclorofenol

  • 23

    canforado (Calen PMCC) e SB4: paramonoclorofenol furacyn + polyethylenoglycol

    (FPMC). Os resultados no demonstraram diferenas estatsticas entre dentes

    bovinos e humanos na anlise de pH (P

  • 24

    hidrxido de clcio nos tratamentos de canais radiculares e compar-los com a

    tenso superficial final e o pH do hidrxido de clcio associado a esses veculos.

    Entre os veculos individuais, a clorexidina obteve os valores mnimos de tenso

    superficial (39,8 1,1 dinas / cm). Dentre as vrias combinaes, a associao do

    hidrxido de clcio com a clorexidina apresentou os valores mnimos de tenso

    superficial (36,4,1,1 dinas/cm). Todos os veculos apresentaram um pH cido que

    varia de 5 a 6,5. Houve um aumento significativo nos valores de pH com a adio

    de hidrxido de clcio para os respectivos veculos. As combinaes de hidrxido

    de clcio apresentaram um pH alcalino variando de 9 a 11,5, e o maior pH foi

    observado para o hidrxido de clcio associado com gua destilada e soluo

    salina (11,5 0,2), concluindo que a tenso superficial e o pH dos veculos

    influenciaram diretamente a tenso superficial e o pH das combinaes de

    hidrxido de clcio. Neste estudo a clorexidina foi indicada como o veculo de

    escolha, quando o hidrxido de clcio foi utilizado como medicao de escolha.

    Ballal et al. em 2010, avaliaram a liberao prolongada de ons de clcio e a

    alterao do pH do hidrxido de clcio ao longo de um perodo de 30 dias, quando

    associado com propilenoglicol, polietilenoglicol 6000, a quitosana e goma guar. Os

    resultados revelaram que a formulao de quitosana apresentou o mximo de

    liberao de ons clcio em comparao com as outras trs formulaes. Todas as

    formulaes apresentaram altos valores de pH alcalino at 30 dias. A partir destes

    resultados, os autores puderam concluir que a quitosana pode ser usada como um

    veculo promissor para a liberao prolongada de ons clcio do hidrxido de clcio

    no sistema de canais radiculares.

  • 25

    4. DISCUSSO

    O tratamento endodntico tem como um de seus principais objetivos a

    eliminao de bactrias dos canais radiculares infectados e a preveno da

    reinfeco (Bystrm & Sundqvist, 1981). O preparo qumico-mecnico tem como

    objetivo a desinfeco, limpeza e modelagem do sistema de canais radiculares.

    Para tanto necessrio o uso da ao mecnica dos instrumentos endodnticos, o

    uso das substncias qumicas auxiliares e agentes irrigantes.

    Autores como Trope et al.(1999) afirmam que canais portadores de

    periodontite apical tratados com medicao intracanal base de hidrxido de clcio

    apresentam nveis de reparo superiores quando comparados queles tratados em

    sesso nica. J para Weiger et al. (2000), tanto os tratamentos realizados em

    nica sesso quanto os tratamentos realizados em duas sesses apresentam a

    probabilidade da reduo da leso periapical e o sucesso do tratamento

    endodntico em um tempo de observao de cinco anos ultrapassa 90%. Os

    autores acrescentam ainda que do ponto de vista microbiolgico, tanto o

    tratamento endodntico finalizado em uma nica sesso, quanto o tratamento

    endodntico finalizado em duas sesses tero sucesso, se o tratamento criar

    condies ambientais favorveis para o reparo periapical.

    Porm, existem situaes rotineiras na prtica endodntica que

    impedem a finalizao do tratamento endodntico em nica sesso. Nestes casos

    lanamos mo das medicaes intracanais. Dentre estas, destaca-se o hidrxido

    de clcio, que uma das medicaes mais utilizadas na endodontia.

    Uma das propriedades mais importantes do hidrxido de clcio o seu

    efeito antimicrobiano, no qual segundo Estrela et al., (1995 b), devido a sua

    dissociao em ons hidroxila que permite que o meio se torne alcalino, alterando a

    ao das enzimas presentes na parede celular bacteriana, que primordial ao

    metabolismo celular.

    Outra propriedade do hidrxido de clcio no que diz respeito ao seu efeito

    antimicrobiano, foi constatado por Kontakiotis et al, em 1995, que apresentou outra

    ao da medicao contra bactrias, atravs de um estudo laboratorial que

    demonstrou a capacidade do hidrxido de clcio em reabsorver o dixido de

  • 26

    carbono presente no meio que fundamental para a sobrevivncia bacteriana.

    Este estudo relata que no preciso o contato direto entre o hidrxido de clcio e

    as bactrias para promover sua ao, no qual contradiz os estudos de Estrela et al.

    1998 e Siqueira & Lopes (1999) que relatam ser preciso o contato direto da

    medicao com as bactrias para esta promover sua ao antibacteriana.

    Alm de seu efeito antimicrobiano, o hidrxido de clcio pode ser indicado

    para o tratamento das reabsores cervicais externas ps-clareamento em dentes

    despolpados, pois neutraliza a acidez dos agentes clareadores, reverte o processo

    inflamatrio e promove deposio de tecido mineralizado (Santos, 1996). Alm

    disso, o hidrxido de clcio indicado tambm em casos de apicignese e

    apicificao em dentes portadores de rizognese incompleta (Goldstein, 1999).

    Por apresentar-se na forma de p, o hidrxido de clcio deve ser associado

    a outras substncias para poder ser inserido dentro do canal radicular.

    Usualmente, o hidrxido de clcio utilizado na prtica endodntica manipulado

    com soro fisiolgico que hidrossolvel e sendo estes uma associao, possuem

    juntos caractersticas qumicas de dissociao, difusibilidade e capacidade de

    preenchimento que so determinantes para o comportamento biolgico (Estrela et

    al., 1999). No entanto, segundo Rached (2010) microrganismos especficos,

    principalmente Enterococcus faecalis, tm-se mostrado resistentes ao Ca(OH)2

    (Haapasalo & Orstavik 1987; Nair et al., 1990; Waltimo et al., 1999) e alm disso, a

    eficincia antimicrobiana das pastas a longo prazo tem sido questionada (Peters et

    al. 2002). Desta maneira, pesquisas tm sido desenvolvidas acrescentando

    veculos com propriedades antimicrobianas associados ao hidrxido de clcio de

    maneira a aumentar esta atividade, sem perder suas demais caractersticas

    (Vivacqua-Gomes, 2002; Gomes et al., 2003ab, 2006, 2009; Basrani et al., 2004;

    Souza-Filho et al., 2008; Signoretti, 2009).

    Dentre estes veculos, destaca-se a clorexidina, que associada ao hidrxido

    de clcio, demonstrou um efeito antimicrobiano superior ao das pastas sem

    veculos biologicamente ativos (Gomes et al., 2003a, 2006);. Segundo Montagner

    et al., em 2007 demonstraram que a ao antimicrobiana imediata da pasta e nos

    primeiros 7 dias parece estar relacionada ao efeito antimicrobiano da clorexidina.

    Este efeito se mantm estvel at 14 dias, no entanto, sua melhor ao

  • 27

    observada em 30 dias, demonstrando a potencializao do efeito do hidrxido de

    clcio pela clorexidina gel 2%. Para esta associao algumas propriedades podem

    ser observadas: I)ao antimicrobiana superior que as da pastas Ca(OH)2 sem

    veculos biologicamente ativos (Gomes et al., 2003a, 2006); II)pH prximo a 13

    (Gomes et al., 2003a,b; 2006; Souza-Filho et al., 2008); III) substantividade

    (Vivacqua-Gomes, 2002) e melhor barreira fsico-qumica que a da clorexidina gel

    2% (Gomes et al., 2006). Basrani em 2004, testou a clorexidina em concentraes

    de 0,2% e 2%, hidrxido de clcio associado gua na proporo de 40g/100mL, e

    a associao de hidrxido de clcio e clorexidina 0,2%. O pH inicial das

    associaes de hidrxido de clcio e clorexidina ou gua foi 12,4 no sendo

    alterado nas primeiras 24 horas. O autor verificou que a clorexidina no alterou o

    pH do hidrxido de clcio, mantendo assim a ao antimicrobiana relacionada

    liberao de ons hidroxila.

    A medicao base de hidrxido de clcio pode ser levada ao interior do

    canal radicular por meio de limas endodnticas, de brocas espirais Lentullo,

    compactador de McSpadden, cones de guta-percha, porta-amlgama, ultra-som ou

    seringa para Calen. A conicidade e o grau de curvatura do canal podem

    comprometer o preenchimento com medicao intarcanal em todo comprimento do

    canal radicular.

    De acordo com Grossman (1943, 1960) e Ingle & Zeldow (1958), as etapas

    do tratamento endodntico so dependentes entre si e faz-se necessria toda a

    ateno na realizao de cada uma delas para desta forma assegurar o sucesso

    do tratamento. Desta forma, a remoo das pastas base de hidrxido de clcio

    do interior tambm de grande importncia. Segundo Lambrianidis (1999), antes

    da obturao do sistema de canais, todo o Ca(OH)2 deve ser removido. Os

    remanescentes desta medicao presentes no interior dos canais radiculares

    podem formar um tipo de uma barreira, dificultando deste modo o extravasamento

    do cimento por toda a superfcie dentinria, impedindo a formao de um

    selamento eficiente para o sucesso do tratamento endodntico (Rached, 2010).

  • 28

    5. CONCLUSO

    Levando-se em consideraes todos os dados bibliogrficos relatados neste

    estudo, podemos concluir que:

    1) O hidrxido de clcio devido as suas propriedades fsico-qumicas

    uma das medicaes intracanais mais utilizadas na endodontia.

    2) Na clnica endodntica, este utilizado nos casos de polpa viva e

    polpa necrosada, como tambm na presena ou no de leses

    periapicais.

    3) A ao antibacteriana do hidrxido de clcio se deve a sua

    dissociao em ons hidroxila que eleva o pH do meio,

    impossibilitando o metabolismo celular.

    4) A ao biolgica, tambm se deve ao seu pH, pela ativao de certas

    enzimas que estimulam a formao de tecido mineralizado e reparo

    tecidual.

    5) O hidrxido de clcio pode ser associado a vrios veculos para

    facilitar sua insero dentro do canal radicular. Estes veculos

    podem tanto aumentar sua ao antibacteriana, quanto podem ser

    biologicamente inativos.

    6) A associao do hidrxido de clcio com a clorexidina aumenta a sua

    atividade antimicrobiana, sem alterar suas demais caractersticas.

    7) A associao do hidrxido de clcio com clorexidina apresenta

    vantagens como: a) ao antimicrobiana superior que as da pastas

    Ca(OH)2 sem veculos biologicamente ativos; b)pH prximo a

    13; c) substantividade; d) melhor barreira fsico-qumica que a da

    clorexidina gel 2%; e)inativao das endotoxinas presentes na

    parede celular de bactrias Gram-negativas, que esto

    relacionadas com a dor e reabsoro; f) difuso pelos tbulos

    dentinrios.

    8) Antes da obturao do sistema de canais radiculares, recomenda-se

    a mxima ou total remoo das pastas base de hidrxido de

    clcio do interior dos canais radiculares.

  • 29

    6. REFERNCIAS

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