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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................5

2. METODOLOGIA ............................................................................................................................. 8

2.1Participantes.........................................................................................................................................8

2.2 Tipos de estudo...................................................................................................................................9

2.3 Local .................................................................................................................................................9

2.4 Material ..............................................................................................................................................9

2.5 Procedimentos.....................................................................................................................................9

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .....................................................................................................13

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 17

5.REFERÊNCIAS ................................................................................................................................18

6.ANEXOS ........................................................................................................................................... 21

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1. INTRODUÇÃO

A Orientação Profissional surgiu mediante a preocupação em evitar acidentes de

trabalho, como também, fornecer assistência necessária aos indivíduos desprovidos de

capacitação para entrar no mercado de trabalho (Gimenez, 2009), não levando estes a apenas

escolherem uma profissão, mas auxiliando-os a se conhecerem melhor como sujeitos

inseridos em um contexto social, econômico e cultural (Andrade, Meira & Vasconcelos,

2002).

O processo de Orientação Profissional nasceu em meados do século XX devido à

demanda de selecionar indivíduos com habilidades específicas para determinados cargos nas

fábricas em ascensão na sociedade Industrial (Gimenez, 2009). Em 1902 surge em Munique o

primeiro escritório de Orientação Profissional, que tinham como principal objetivo identificar

trabalhadores inaptos para determinadas tarefas industriais a fim de evitar acidentes de

trabalho e garantir a produtividade a partir daí, outros países(França, Suíça, Inglaterra,

Estados Unidos) se interessaram e aderiram à visão inovadora que a Orientação Profissional

apresentava (Costa, 2003).

Durante o período de iniciação aconteceram três Revoluções Industriais. A primeira

Revolução Industrial aconteceu no final do século XVIII início do século XIX,que

impulsionada pelo surgimento da máquina a vapor trouxe a separação entre a vida laboral e a

vida doméstica¹. No final do século XIX, aconteceu a Segunda Revolução Industrial tendo

como características o surgimento da eletricidade, impulsionando as lutas das classes contra a

exploração e a alienação do assalariado. A Terceira Revolução ocorreu no século XX, com o

desenvolvimento da automação que alavancaram a economia proporcionando a criação das

linhas de montagem, que visavam o aumento da produção e a redução do trabalho atingindo o

auge da economia e gerando postos de trabalho dentro da sociedade capitalista (De Masi,

2001).

Com a Revolução Indústria, surge o sistema fabril que revolucionou a indústria,

através da produção em massa de produtos padronizados, o trabalho passou a ser

desmembrado, cada trabalhador exercia uma função determinada. Com intuito de aumentar a

produção e substituir a mão de obra do trabalhador, começou-se a utilização de máquinas,

pois eram incansáveis e produziam em grande escala (Godoy, 2010). Como havia uma

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variedade de novos trabalhos oferecidos, as profissões liberais foram transformadas e os

setores de serviços cresceram expressivamente, ocasionando mudanças relevantes na vida do

trabalhador, desse modo a Orientação Profissional tive o objetivo de garantir a eficiência

industrial, capacitando os trabalhadores para que exercessem as novas funções estabelecidas

(Krawulski, 1998).

De acordo com Lassance e Sparta (2003), nas primeiras décadas do século XX,

juntamente com a Terceira Revolução Industrial surge a Orientação Profissional como prática

no contexto socioeconômico com o objetivo de garantir a eficiência industrial por instituições

que empregavam grande quantidade de trabalhadores assalariados para tarefas especificas e

repetitivas, visando somente o aumento da produção. A partir da segunda metade do século

XX, a Orientação Profissional toma novos rumos e se desvincula da indústria que unida à

psicologia passa a considerar o indivíduo como sujeito de escolha. Apesar de ter origem no

sistema fabril, a Orientação Profissional procurou se adequar constantemente aos novos

modelos socioculturais valorizando as competências de cada indivíduo (Lassance & Sparta,

2003).

Percebe-se que no decorrer da história, o homem sempre possuiu uma relação

significativa com o trabalho, uma vez que nos escritos bíblicos já havia menções a respeito da

função do trabalho na história do homem. O trabalho era qualificado como correção divina

colocada aos seres humanos por sua desobediência a Deus (Albonoz, 2008). A ideia de

correção perpetuou até metade do século XV em que teve início a Idade Moderna, pois a

sociedade passou por controle de novos ideais religiosos, a igreja passa a dar valor ao trabalho

e desaprovar a inatividade. Ideais científicos e culturais colaboraram com a imagem do

trabalho como libertação, passando a ser visto como uma fonte de riqueza da sociedade

(Lassance & Sparta 2003).

Para De Masi (2001) o trabalho é algo inerente ao se humano, um ofício indispensável

na produção de riqueza e valorização pessoal. Silva, Lassance & Soares (2004) enfatizaram

que a Orientação Profissional preocupa-se em apoiar o indivíduo na tarefa de escolher entre

tantas opções disponíveis. Trata-se de um campo da psicologia que permite olhares múltiplos

e diversas técnicas e modos de atuação coerentes com seus pressupostos teóricos e

metodológicos visando o suporte na escolha.

Carvalho e Araújo (2010), afirmaram que a orientação profissional deveria abarcar

com programas que apontassem a promoção do desenvolvimento humano no domínio da

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carreira, não devendo ser restrita, mantendo o foco em uma sequência de ações pontuais e nas

em partes integrantes do processo de educação formal. O indivíduo tem inúmeras

possibilidades de se desenvolver, podendo ser ativo em todas as circunstâncias tendo a

capacidade de transformar constantemente em rumo de seu mundo e de si próprio (Bock et al.

2004). Segundo Ribeiro (2003), a Orientação Profissional teve o intuito de trabalhar a

inserção do jovem no mercado de trabalho, assessorando mediante a construção de um projeto

de vida, fornecendo subsídios que facilitassem tal processo, podendo ser citado a orientação

de cursos profissionalizantes, bolsas oferecidas pelo governo para inserção nos cursos

superiores. Assim, a orientação Profissional visa agenciar através dos programas o

desenvolvimento profissional do indivíduo, não se delimitando a um conjunto de ações

pontuais, pelo contrário, deve-se tornar parte integrante do processo de educação formal, para

que o indivíduo consiga escolher uma carreira profissional pautada em escolhas reais e

pessoais (Carvalho & Araújo, 2010).

No que se concerne à Orientação Profissional aplicada a adolescência tem como meta

proporcionar momentos de reflexão a cerca das influências sofridas ao longo da vida, em

especial as influências advindas da própria família, tendo esta um peso significativo no

processo de escolha da profissão (Bock et al, 2004). Ao se deparar com a responsabilidade de

escolher uma profissão, o adolescente não se pauta apenas nos interesses e aptidões pessoais,

mas também a maneira como percebe o mundo, a si próprio e as informações que possui

acerca das profissões, as influências externas advindas do meio social e, principalmente, da

família (Almeida & Pinho, 2008).

Segundo Bock et al. (2004), a família tem um papel fundamental na vida do

adolescente, é a primeira base social do indivíduo, criando um laço emocional profundo. As

escolhas do indivíduo vão estar diretamente ligadas às relações que se estabeleceu na família

durante toda a vida, tais como a opção profissional. Almeida e Pinho (2008) ressaltaram que

antes mesmo do nascimento, o indivíduo, trás consigo inúmeras esperanças depositadas pela

família, crescem rodeados de expectativas, sonhos e projetos depositados por pais, avós,

muitas vezes nem levam em consideração os próprios desejos para o futuro.

Na adolescência, o indivíduo passa por transições que acarretam grandes mudanças no

desenvolvimento, buscando-se solidificar, se firmar no mundo, ser o responsável por escolhas,

sabendo que dentre um leque de opções de profissões existentes poderá se decidir apenas por

uma que decidir o futuro (Almeida & Pinho, 2008), tendo que optar por um caminho e a

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sacrificar os outros não escolhidos, assim, escolher é aceitar a fazer sacrifícios (Bock et al,

2004). Esta situação conflitante surge mediante a pressão familiar ou mesmo pela influência

dos amigos, mas cabe a Orientação Profissional a função de apaziguar os conflitos,

trabalhando de forma ativa para que o adolescente consiga superar os estereótipos e

preconceitos, atenuando a ansiedade em relação à responsabilidade da escolha profissional

(Bock et al.2004).

As influências familiares podem ser trabalhadas de diversas maneiras durante o

processo de Orientação Profissional, fazendo o adolescente dar-se conta das questões que

estão por trás de sua escolha. Quando consegue reconhecer tais influências, pode utilizá-las,

de forma consciente, ao estabelecer o projeto pessoal e profissional e assim, conseguir fazer

escolhas mais assertivas (Almeida & Pinho, 2008). Desse modo, o processo de Orientação

Profissional facilita o autoconhecimento, fornecendo meios para que o jovem venha a se

conhecer melhor (Pimenta, 1981), auxiliando- o na identificação dos seus interesses e

definições do projeto de vida, bem como, possibilitando uma retrospectiva da história de vida,

esclarecendo a maneira como funciona o mercado de trabalho atual e estabelecer metas

realistas para carreira, traçando estratégias para alcançá-las (Levenfus & Soares, 2010).

Bock (2008) enfatizou que conhecer a si mesmo implica em descobrir as habilidades,

gostos e características próprias, sendo compreendidos não de forma estática e naturalizada,

mas como fruto de uma vivência que se constitui em constante transformação, ao se deparar

consigo mesmo, o sujeito passa a obter condições que o possibilitam a elaborar o tão almejado

projeto de vida. Desse modo, o objetivo desse trabalho foi assessorar jovens que estão

vivenciando etapas de vida diferentes, com distintas escolhas profissionais e futuras inserção

no mercado de trabalho. Considerando interesses, valores, personalidade, habilidades, limites

e suas possibilidades.

2. METODOLOGIA

2.1Participantes

Participaram das palestras 145 alunos de ensino fundamental, médio e cursinho pré-

vestibular de ambos os sexos com idade entre 14 a 40 anos.

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2.2 Tipos de Estudo

O presente estudo teve caráter qualitativo que tem como finalidade as observações,

descrições, interpretações e comparações. A metodologia adotada no trabalho encontra-se

contribuições teóricas na Orientação Profissional e na abordagem sócio grupal.

2.3 Local

O projeto de intervenção foi realizado na cidade de Barreiras- BA em três locais

distintos, escola pública (estadual) uma escola privada e um cursinho pré- vestibular. Os

encontros foram realizados semanalmente com duração média de uma hora e meia em sala de

aula ou auditório com iluminação artificial, ambiente climatizado, contendo cadeiras e mesas.

2.4 Material

Para a realização do trabalho foram utilizados os seguintes materiais: notebook, Power

point 2010, data show, papel de oficio A4, chocolates, caixa de papelão, pincel, canetas, lápis,

balões, tesoura, cola, artigos teóricos e internet, questionários, bola, dinâmicas, recortes de

revistas e som áudio e visual.

2.5 Procedimentos

Iniciou-se o processo de intervenção pela divulgação do projeto através dos estagiários

de Orientação Profissional em três locais as quais se pretendia realizar o trabalho, foi

direcionado ao público de ensino fundamental, médio e alunos de cursinhos pré-vestibulares.

Deixou-se em aberto para quem tivesse interesse em participar comparecesse no horário

marcado.

1º Colégio Estadual

No primeiro momento foi realizado apresentação do grupo de estagiários. Como

happor foi realizada a dinâmica da bola, em que os participantes jogavam a bola um para o

outro e quem deixasse cair pagaria uma prenda, dentre elas, dançar, cantar ou imitar animais,

tendo como objetivo conhecer melhor o público e deixá-los mais descontraídos.

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Posteriormente falou-se sobre o que é a Orientação Profissional, a importância de eles terem a

orientação e sobre o autoconhecimento e como isto pode ajudá-los na escolha profissional.

No segundo encontro foi abordado o tema em slides “O que vivi até hoje pode dizer

algo sobre quem sou?”. Para facilitar o entendimento foi realizada uma dinâmica, no qual foi

espalhado gravuras no chão de várias situações, posteriormente foi pedido que em silêncio

pegassem uma das imagens que mais chamasse atenção e que estivessem relacionadas com as

suas histórias. Em seguida, foi questionado o porquê que escolheram aquela e não outra

gravura, além disso, que dissessem o que a mesma representava, tendo como objetivo que

fizessem uma reflexão sobre á história de vida e como pode influenciar nas escolhas futuras.

No terceiro encontro foi realizada uma dinâmica em que os participantes deveriam

escrever em uma folha de papel os valores que achavam que possui. Além disso, foi colocada

nas costas de cada um a mesma folha, pedindo que passeassem no auditório e que os outros

colegas fossem lendo os valores e colocando outros que achassem pertinentes, depois cada um

pegou seu papel e foi aberta uma discussão em que liam os valores que o mesmo havia

colocado, e os que os colegas haviam acrescentado, falando se concordavam ou não e porque

achava que tinham aquele determinado valor, e se os valores eram importantes na hora de

fazer uma escolha profissional.

Posteriormente, em forma de palestra foram abordados em slides os seguintes temas:

valores, objetivos de vida e o que entendem sobre sucesso, o conceito de competências e quais

os cursos técnicos e superiores que são oferecidos em Barreiras-BA.

Para finalizar, foi realizada outra dinâmica, a qual foi dada folhas em branco para os

participantes, em seguida pediu-se que amassassem e depois desamassassem e deixando-a da

forma que foi entregue, o objetivo da dinâmica foi mostrar que assim como a folha não

voltaria seu estado de antes, eles também com todos os encontros ministrados não sairiam da

mesma forma que entraram. Por fim, foi usado um vídeo explicativo de 4mim sobre a

importância de terem a Orientação Profissional.

2º Cursinho Pré- Vestibular

A segunda prática foi realizada no curso de Pré - Vestibular. O primeiro, segundo e

terceiro encontro obedeceram à mesma ordem do colégio anterior. Porém, com a seguinte

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diferença, foram divididos grupos de quatro a três estagiários para realizar a orientação em

salas de aula.

3º Escola Privada

O primeiro encontro seguiu a mesma ordem dos colégios anteriores. Já nos demais

encontros foi diferente das apresentações realizada anteriormente.

Pois no segundo encontro realizou-se algo mais dinâmico, visto que pudessem

participar de forma mais significativa. Em que foi realizada a dinâmica “A estrada,” em que

foi entregue matérias como lápis e papel para cada um, em seguida pediu-se que desenhasse

uma estrada, quando terminaram de desenhar, orientou-se que continuassem com os papéis e

irem acrescentando as respostas das seguintes perguntas: “De onde vem e para onde vai sua

estrada? Em que parte da estrada você está hoje? Represente ou escreva como se sente nessa

estrada? Ela é confortável, desconfortável? Que sentimentos e sensações ela lhe transmite?

Tem pessoas nessa estrada? Quem são? Tem obstáculos nessa estrada? Gostaria de

acrescentar algo mais a essa estrada?.” Vale ressaltar que, as respostas poderiam ser em forma

de desenho ou de texto.

Após terem terminado as estradas pediu-se para que a apresentem para os outros

participantes do grupo levando em consideração os seguintes questionamentos: “O que a

estrada representa? Como se sentem nela hoje? Estamos sozinhos? O que representam nossos

pais, amigos, professores, em sua caminhada? Que providencias pode-se tomar para que a

caminhada seja melhor? Aonde termina esta estrada?”.

Ao final da discussão, pediu-se para completarem o trabalho, desenhando ou

escrevendo, respondendo as seguintes perguntas: “Que sinalizações ou avisos, acrescentariam

para facilitar seu caminho nessa estrada? Como faria para superar os obstáculos? Colocaria

mais alguém ou algo em sua estrada? Finalmente, como se sentem agora, em sua estrada?”.

Depois, pediu-se que cada um pegasse um doce e perguntou-se: “O que significa esses doces

no final da estrada? Objetivos alcançados, conquistas, recompensas? Por que cada um recebeu

um doce diferente? O resultado final está relacionado com as vivências de cada um no

decorrer da estrada? Houve disputa pelos melhores doces? Por quê? Qual o significado dessa

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disputa?”. Para finalizar a dinâmica fez-se uma reflexão “Que nossa vida é como uma estrada,

repleta de obstáculos, mas ao conseguir supera-los recebemos a recompensa”. O objetivo da

dinâmica foi fazer com que os alunos refletissem sobre a trajetória de vida que haviam feito

até aquele momento.

O terceiro encontro objetivou- se falar sobre a história de vida de cada um. A pergunta

que deveria ser respondida pelos participantes era: será que a história de vida diz um pouco do

que eu sou hoje? Com base nesse tema realizou- se a dinâmica das figuras, em que foram

espalhadas pela sala diversas figuras e cada um teve a oportunidade de escolher aquela que

mais se identificasse. Logo após, os participantes sentaram em circulo e foi dada a

oportunidade para que cada um falasse o porquê da escolha da figura e a sua relação pessoal.

O quarto encontro foi destinado a falar sobre valores, em que tiveram que identificar

seus próprios valores e anotar em um papel. Em seguida, foi colado nas costas de cada um,

andaram pela sala de modo que uns iam lendo os valores do outro e caso quisesse acrescentar

algum valor ao papel do colega poderiam.

Para finalizar cada um pegou seu papel e foi aberta uma discussão em que liam os

valores que eles mesmos haviam colocado, e os que os colegas haviam acrescentado, falando

se concordavam ou não e porque achava que tinham aquele determinado valor, e se os valores

eram importantes na hora de fazer uma escolha profissional.

No quinto encontro, falou-se sobre objetivos de vida, como imaginavam suas vidas

daqui a alguns anos e o que era sucesso para eles. Foi entregue um bloquinho no qual eles

puderam escrever como imaginavam suas vidas daqui a três anos, oito anos e doze anos... Foi

frisada a importância de que se possível quando passasse aquele tempo determinado

voltassem a ler o que haviam escrito para analisarem o que havia acontecido conforme

imaginaram e o que havia mudado.

O sexto encontro foi destinado à aplicação do questionário de autoconhecimento,

tendo como objetivo fazer com que os alunos analisassem se conheciam as suas aptidões,

habilidades, potencialidades e personalidade.

Em relação ao sétimo, destinou-se a falar em forma de palestra sobre o mercado de

trabalho e os tipos de formação: bacharelado, licenciatura, tecnólogo, técnico,

profissionalizante.

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No oitavo, assistiram vídeos de curta duração sobre cada programa como: FIES,

PROUNI, SISU E ENEM e em seguida passamos uma caixa com perguntas, em quem parasse

a música pegava uma pergunta que era relacionada com os vídeos que haviam assistido, se

acertasse a resposta ganhavam um chocolate, caso errasse pagavam uma prenda.

E no nono, foram apresentadas as diversas instituições de ensino e os cursos

oferecidos em Barreiras.

Por fim, levaram-se alguns profissionais de cursos diferentes, como tecnólogo, técnico

e profissionalizante para que os alunos pudessem ter a oportunidade de ouvir um pouco da

experiência de cada um e tirar dúvidas através de perguntas direcionadas a esses profissionais.

E encerrou-se com uma confraternização.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme indicado no método, o trabalho foi realizado em três locais distintos, com

jovens em faixa etárias diversas, vivendo etapas de vida diferentes, o que nos permitiu fazer

algumas reflexões a respeito da importância da Orientação Profissional em cada etapa, além

de um comparativo no que diz respeito ao modo no qual cada grupo recebeu essa orientação e

os fatores positivos e negativos no desenvolvimento desse trabalho. Traremos os fatores

negativos que de alguma forma possam ter interferido no resultado, em seguida as

intervenções que foram feitas a fim de sanar ou pelo menos melhorar tais dificuldades

encontradas.

Com os alunos do ensino médio o contexto observado foi à questão da quantidade de

encontros que tiveram que ser compactado devido o período de provas e da dupla jornada

onde a maioria dos alunos além de estudarem no turno da noite ainda trabalhava durante o dia

chegando muitas vezes cansados e sonolentos o que refletia consideravelmente no seu

desempenho nos encontros.

De acordo com Grandjean (1998) o cansaço incapacita o indivíduo de executar

atividades física e mental, desencadeando uma desmotivação e queda na produção nessas

áreas, causando uma disfunção fisiológica geral no organismo, comprometendo a capacidade

mental, psicomotora, levando ao desenvolvimento de um estado de fadiga crônica.

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Além do cansaço visível, outra questão foi que nem todos se interessavam em prestar

vestibular ou se agregar em uma preparação para isso, pois muitos preferiam procurar um

emprego que independia de ter uma graduação. Percebe-se que atualmente com a facilidade

do indivíduo conseguir realizar um curso profissionalizante através de bolsas de estudos e por

intermédio de uma descentralização de instituições federais de ensino, fica mais viável

conseguir se preparar para o mercado de trabalho, além do mais, os cursos técnicos ou

profissionalizantes são mais rápidos que os cursos acadêmicos garantindo um retorno

financeiro a menor prazo (Baader, s/a).

Em relação aos encontros no cursinho pré-vestibular surgiram algumas dificuldades

com os horários, a principio foi definido das 18:00hs às 19:00hs, que era fora da carga horaria

dos alunos que normalmente chegavam no cursinho às 19:00hs, ou seja, aqueles que

desejassem participar da orientação profissional teriam que chegar 1 hora mais cedo, o que era

um fator negativo pois a maioria das pessoas trabalhavam e não conseguiam chegar as

18:00hs, além do que para chegarem nesse horário muitos tinham que ir direto do trabalho

para o cursinho sem ao menos ir em casa tomar um banho e jantar. Devido a baixa adesão

dos alunos houve uma mudança para o primeiro horário que seria das 19:00hs as 20:00hs

foram desenvolvidas algumas atividades nesse horário, todavia, também não era o horário

adequado porque para fazermos a orientação, o professor teria que abrir mão de sua aula

para que usássemos o espaço de uma das aulas que daria, passou-se então para os sábados as

14:00hs em que houveram feriados e concursos realizados no Colégio que não nos permitia

fazer a orientação devido a preparação do local para o concurso que normalmente acontecia

no domingo.

No que diz respeito ao trabalho realizado com alunos do nono ano numa escola

privada de Barreiras, foi realizado semanalmente das 11:20hs ás 12:10hs, ou seja o último

horário de aula foi destinado a orientação profissional, porém, nesse horário os alunos se

encontravam bem agitados devido a proximidade com a saída, além do que, muitos tinham

que sair antes do horário previsto pois os pais ou a condução chegavam mais cedo, então

acabava-se tendo menos de meia hora na maioria das vezes para desenvolver o trabalho

conforme havíamos planejado. Outro fator que gostaríamos de mencionar é a idade desses

alunos, nessa etapa muitos acreditam que ainda não precisam pensar em escolhas

profissionais, pois pensam ter muito tempo para isso, por esse motivo muitos não levam a

sério e preferem aproveitar essa fase para se divertir com os colegas.

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Contudo é importante haver uma preparação para a escolha profissional desde a

escola, haja vista que é um ambiente no qual os indivíduos permanecem durante boa parte do

dia, adquirindo experiências e se construindo enquanto sujeito (Aguiar & Conceição, 2009).

Nesse sentido, Bock et al.(2004), concordam que a Orientação Profissional dentro do contexto

escolar é eficaz para trabalhar com as relações sociais dos alunos, promovendo saúde e

capacitando os indivíduos a transformar a própria realidade, sendo capazes de tomar atitudes

mais assertivas.

Para conseguir a atenção dos mesmos foi necessário fazer algumas adaptações em

nosso planejamento, na forma de passar esses assuntos para esses alunos, pois por se tratar de

adolescentes precisávamos prender a atenção de alguma forma, além de despertar o interesse.

Por conseguinte, com base na abordagem adotada para o desenvolvimento do

trabalho que foi a sócio grupal, que se efetiva através de realização de dinâmicas de grupo,

palestras, atividades interativas e de reflexão pessoal pudemos fazer algumas intervenções no

que diz respeito às dificuldades encontradas.

Na discussão sobre o autoconhecimento foram feitas dinâmicas em que os partícipes

foram instigados a falar a respeito de suas características, seus sonhos, expectativas para o

futuro. Em que foi perceptível à necessidade de um melhor autoconhecimento, uma vez que

se observou a dificuldade de falar sobre si mesmo.

Em relação à visão de Orientação Profissional como perda de tempo, trouxemos para

os alunos a sua importância através de dados que comprovam que só uma boa preparação no

que diz respeito às disciplinas curriculares não é garantia de sucesso na escolha profissional,

principalmente se tratando de provas de vestibulares, concursos.

Entretanto, é fundamental compreender o indivíduo no momento da escolha

profissional, considerando a importância do histórico de vida, seus interesses, aptidões, pois

os mesmos podem indicar alguns caminhos imprescindíveis na escolha da futura profissão

(Andrade et al. 2002). Nesse sentido, a Orientação Profissional busca auxiliar de maneira

significativa na escolha profissional, pautada na sintonia com o conhecimento de si mesmo e

da realidade do mercado de trabalho atual, uma escolha refletida e discutida que envolve

angústia, dificuldades, concessões e também alegrias, no sentido de a pessoa se assumir como

responsável por si (Costa, 2007).

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Os partícipes expuseram seu modo de pensar em relação ao curso e quais eram as suas

perspectivas o que evidenciou uma boa interação do grupo, que proporcionou uma abertura de

diálogo, reflexão, exposição e trocas de ideias e informações, o que diminuiu

consideravelmente a ansiedade existente naquele período.

Os debates sobre o mercado de trabalho e os tipos de formação contribuíram para que

os sujeitos pudessem distinguir alguns conceitos, desmistificar outros, além de entender que

são concernentes e eficazes na coletividade, para isso mostramos dados abrangendo os tipos

de formação citadas e as profissões existentes no mercado, as demandas que estão saturadas e

as que estão em alta no momento atual.

Percebeu-se um progresso expressivo no processo de construção da escolha

profissional dos partícipes, a qual foi apurada por meio de registro em forma de questionário,

dinâmicas que possibilitaram a comprovação do processo de conscientização pelos sujeitos

dos diversos fatores que influenciam na escolha profissional, tais como: família, amigos,

mídia, as relações sociais, culturais e econômicas.

Nota-se que a construção de um futuro é resultado da combinação de uma série de

fatores tais como a escolha da profissão, existem influencias sociais componentes pessoais e

limites ou possibilidades que entram neste cenário de decisões. O importante é que, quanto

mais o indivíduo compreende e conhece tais fatores, mais controle terá sobre sua escolha

(Bock, 2002).

A oportunidade que tiveram de ouvir um pouco da experiência de profissionais de

diversas áreas colaborou de maneira significativa em relação à escolha da profissão e no

conhecimento a respeito dos pontos positivos e negativos de cada uma delas, e o fato de

fazerem perguntas sanou diversas dúvidas existentes.

Haja vista que as intervenções aplicadas tiveram um resultado satisfatório,

colaborando para a diminuição da ansiedade em relação às escolhas profissionais, da

desmistificação de alguns conceitos, além de ajudar a sanar dúvidas e ampliar a visão desses

jovens no que diz respeito a fazerem escolhas mais assertivas.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ante tudo que foi exposto nas três experiências apresentadas neste trabalho, fica

visível a necessidade da implantação da disciplina Orientação Profissional na grade curricular

em todos esses lugares – nono ano, ensino médio e cursinho pré-vestibular - para que todo o

alunado possa, mediante aos temas e tudo que abarca esta disciplina, apoiarem suas escolhas

em dados que sejam fiéis às suas aptidões, habilidades e competências para que com isso a

frustação que às vezes surge nessa tomada de escolhas possa ser diminuída e a decisão

amadurecida de forma consciente e pautada numa análise que é impessoal e intransferível.

Constatou-se uma deficiência nesses alunos no que tange à tomada de escolhas de

forma responsável e bem informada. E para que esses alunos tomem decisões assertivas no

que diz respeito a sua escolha profissional, foi de grande valia trabalhar em conjunto com os

temas das aulas o autoconhecimento, para que por meio dessa autoanalise fosse possível

desmistificar pré-conceitos e gerar reflexões sobre a vida laboral, pontuando também as

influências que esses jovens sofrem no decorrer desse período, do nono ano até geralmente o

cursinho pré-vestibular. Verificou-se que com todos esses requisitos sendo trabalhados, os

alunos se sentiram mais seguros e conscientes nesse projeto de vida.

Assim, este trabalho foi de grande relevância não só para os estagiários que

vivenciaram na teoria, mas também na prática como também para todo o alunado que a partir

da orientação mostrou maior interesse e empenho em adentrar esse universo que é o mercado

de trabalho com todas as suas especificidades.

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5. REFERÊNCIAS

Aguiar, F. H. R., Conceição, M. I. G. (2009). Expectativas de futuro e escolha vocacional em estudantes na transição para o ensino médio. Recuperado em 22/05/2014 de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167933902009000200011

Albornoz, S. (2008). O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense.

Almeida, M. E. G. G., Pinho, L. V.(2008). Adolescência, família e escolhas: implicações na orientação profissional. Recuperado em: 12/03/2014 de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652008000200013.

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6.ANEXOS