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Estudo sobre a Atitude dos residentes na
freguesia de Santa Iria de Azóia, São João
da Talha e Bobadela face à Central de
Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos
da Valorsul
Artigo Técnico
Data: 17/06/2016
Versão QMETVLSUL001/001
Estudo sobre a Atitude dos residentes na freguesia
de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e
Bobadela face à Central de Tratamento de Resíduos
Sólidos Urbanos da Valorsul
Artigo Técnico
junho 2016
1
→
→
Resumo
Melhorar processos internos no sentido de ir ao encontro das exigências da população.
Planear ações de comunicação e campanhas informativas para servir as necessidades da população;
À semelhança do que tem sido realizado desde 1999, o presente estudo tem como objetivo inferir sobre a atitude dos residentes
na freguesia de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela face à central de tratamento de resíduos sólidos urbanos da
Valorsul (CTRSU), situada em São João da Talha. Este estudo permite compreender o modo como a população avalia a instalação
e a atividade da Valorsul, de forma a, nomeadamente:
Os resultados obtidos através deste estudo revelam, à semelhança do que se verificou em anos anteriores, que a população tem
uma atitude neutra relativamente à central da Valorsul, com tendência para a positividade, e que considera que a Valorsul tem
pouca influência na poluição ao nível do ruído, do fumo e dos cheiros. Além disso, a população tem a perceção de correr poucos
riscos devido à central (a perceção de risco encontra-se abaixo do ponto médio da escala).
Em particular, este estudo realizado pela Qmetrics recolhe informação relativa à perceção da população no que respeita aos
ruídos, aos fumos e aos cheiros, à perceção de risco, e à atitude face à central. É também caracterizada a avaliação sobre a
central de tratamento de resíduos sólidos urbanos e comparam-se os resultados atuais com os recolhidos em anos anteriores.
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
2
→
→
→
Seguidamente apresentam-se os principais aspetos metodológicos deste estudo.
→ População Alvo
→ Plano de Sondagem
→ Questionário
→ Recolha de dados
→ Controlo de qualidade das entrevistas
Foram realizadas entrevistas pessoais porta-a-porta, suportadas pelo sistema CAPI (Computer Assisted Personal Interview) . O
trabalho de campo decorreu aos fins de semana, entre os dias 7 de novembro e 13 de dezembro, e também no dia 14 de
dezembro de 2015, em horário pós-laboral.
METODOLOGIA
A avaliação da atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela face à central de
Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos da Valorsul compreende a realização de um inquérito com os seguintes objetivos:
Caracterizar e avaliar as atitudes, potenciais incómodos, perceções e cognições da população desta área face à existência
e funcionamento da Central da Valorsul;
Avaliar o nível de informação e os meios de comunicação preferenciais com vista à eficácia das futuras campanhas de
informação;
Avaliar o nível de conhecimento da população face às iniciativas de responsabilidade social da Valorsul.
A população alvo é constituída por todos os moradores da união de freguesias de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e
Bobadela maiores de 18 anos.
Foi realizado um inquérito por amostragem bietápica: num primeiro momento, foram selecionados alojamentos através do
método dos itinerários, assegurando dispersão geográfica das entrevistas e a aleatoriedade da seleção. As regras de seleção do
alojamento permitiram ainda garantir que não seria entrevistado mais de um alojamento no mesmo edifício ou em edifícios
seguidos. No segundo momento, o indivíduo a inquirir dentro de cada agregado ou alojamento, com 18 ou mais anos de idade, foi
selecionado aleatoriamente com base na data de aniversário mais próxima.
O questionário foi elaborado em estreita articulação com a Valorsul. Foi utilizada como regra, em geral, uma escala Likert.
Foi levado a cabo um rigoroso controlo da qualidade do trabalho dos entrevistadores, quer através de supervisão direta das
entrevistas, quer através da reinquirição parcial telefónica de 20% dos entrevistados.
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
METODOLOGIA 3
→ Amostra
Foram realizadas 401 entrevistas, com a seguinte distribuição geográfica:
Mapa do Concelho de Loures:
Santa Iria de Azóia
São João da Talha
Bobadela
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
METODOLOGIA 4
→ Validação e tratamento dos dados
→ Metodologia de Análise e Estimação dos Resultados
→
→
→
→ Histórico de Monitorizações
A população foi caracterizada em função do seu perfil sociodemográfico;
Com as estimativas foram fornecidas as medidas de erro associadas, permitindo quantificar a precisão das mesmas, bem
como fonte de informação utilizada para extrapolação.
Estas operações foram executadas através da utilização de aplicações informáticas desenvolvidas para este efeito. As respostas ao
questionário foram diretamente registadas em suporte magnético, o que permite uma minimização de erros não amostrais em
resultado da introdução automática dos dados. Foram igualmente implementadas regras automáticas de validação.
Foram aplicadas técnicas de análise descritiva dos resultados: o relatório inclui estimativas pontuais para os valores
médios e/ou proporções das variáveis do questionário, incluindo o cruzamento de variáveis relevantes, de forma a
responder aos objetivos do estudo;
Foram efetuadas monitorizações da CTRSU da Valorsul desde 1999. Durante os primeiros anos do estudo estas monitorizações
decorriam semestralmente, tendo passado, a partir da 11ª (Dezembro 2004), a ser efetuadas com uma periodicidade anual; a
partir da 19ª monitorização (2011) começaram a ser feitas num regime bianual. Foram efetuadas 19 monitorizações por outras
entidades, sendo que o presente estudo - correspondente à 20ª monitorização, com entrevistas efetuadas em 2015 -, é da
responsabilidade da Qmetrics.
A metodologia utilizada foi sofrendo alterações ao longo dos anos, das quais se salientam as seguintes: alterações efetuadas ao
questionário; as entrevistas, que eram feitas por telefone, começaram a ser feitas porta-a-porta; as zonas escolhidas para as
entrevistas e a própria dimensão da amostra também não foram iguais ao longo dos vários estudos.
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
5
Resultados
93,8% dos respondentes afirmam já ter ouvido falar da central da Valorsul (Figura 1).
Em geral, a população considera que esta central praticamente não contribui para a existência de ruído, contribui pouco para a existência de fumo, e
contribui pouco (embora ligeiramente mais) para a existência de cheiros na localidade, como se pode observar na Figura 2.
Em geral, os respondentes consideram-se pouco informados acerca da atividade e do funcionamento da central da Valorsul (Figura 3), e uma elevada
percentagem (63,8%) afirma que gostaria de receber mais informações (Figura 4).
Conhece a central; 93,8%
Não conhece a
central; 6,2%
1,3 1,9
2,1
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
Ruído Fumo Cheiros
2,1 2,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
Atividade Funcionamento
Sim; 63,8%
Não; 34,8%
NS/NR; 1,3%
Figura 1 - Conhecimento sobre a central da Valorsul
Figura 2 - Contribuição da Valorsul para a existência de poluição (escala de 1 a 5, em que 1 significa "não contribui", e 5 significa "contribui muito")
Figura 4 - Vontade de receber mais informação sobre a atividade da central da Valorsul
Figura 3 - Perceção de estar informado sobre a central da Valorsul (escala de 1 a 5, em que 1 significa "nada informado", e 5 significa "extremamente informado")
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
RESULTADOS 6
Na Figura 5 observa-se que a central da Valorsul é considerada a principal fonte de poluição no segmento dos inquiridos que a pode ver a partir de
casa ou no percurso que faz habitualmente (42,7% das respostas); por outro lado, não se encontra nas principais fontes de poluição referidas pelos
inquiridos que não veem a central habitualmente, sendo apontados o trânsito/carros, as fábricas, os aviões e a ETAR como as principais fontes de
poluição por este segmento.
Em geral, os respondentes que veem a central da Valorsul a partir de casa ou no percurso habitual têm a perceção de estar mais bem informados
sobre a sua atividade e o seu funcionamento (Figura 6).
42,7%
36,5%
21,8% 17,5%
Vê a central
27,8% 26,5% 22,8%
17,3%
Não vê a central
16,3%
28,6% 25,6% 32,7%
47,8%
52,8% 46,4%
51,9%
34,0%
16,8% 26,5%
13,6%
1,9% 1,9% 1,4% 1,9%
2,2
1,9 2,0
1,8
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Vê a
central
Não vê a
central
Vê a
central
Não vê a
central
Nada informado
Pouco informado
Medianamente informado
Muito informado
Extremamente informado
Valorização média
Atividade Funcionamento
Figura 5 - Principais fontes de poluição apontadas pelos respondentes
Figura 6 - Perceção de estar informado sobre a central da Valorsul (escala de 1 a 5, em que 1 significa "nada informado", e 5 significa "extremamente informado")
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
7
Atitude face à Valorsul
Numa escala de 1 a 5, em que 1 significa "totalmente contra" e 5 significa "totalmente a favor", em média, a população não é contra nem a favor da
central da Valorsul (aliás, é ligeiramente mais a favor do que contra), como se pode ver na Figura 7, e considera que a Valorsul traz tantas vantagens
como desvantagens (um pouco mais de vantagens do que desvantagens), como se pode ver na Figura 8.
3,3
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
2,2% 8,2%
50,8%
34,1%
4,7% Totalmente a favor
A favor
Nem contra nem afavor
Contra
Totalmente Contra3,3
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
3,3% 10,7%
42,3%
39,1%
4,7% Praticamente só vantagens
Mais vantagens do quedesvantagens
Há tantas vantagens comodesvantagens
Mais desvantagens do quevantagens
Praticamente só desvantagens
Figura 7 - Posição face à existência da Central da Valorsul (média e distribuição de frequências)
(escala de 1 a 5, em que 1 significa "totalmente contra", e 5 significa "totalmente a favor")
Figura 8 - A central da Valorsul traz... (média e distribuição de frequências)
(escala de 1 a 5, em que 1 significa "praticamente só desvantagens", e 5 significa "praticamente só vantagens")
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
ATITUDE FACE À VALORSUL 8
Globalmente, a atitude da população face à central da Valorsul tem-se mantido acima do valor médio da escala (Figura 9), obtendo agora (20ª
monitorização), como já foi visto, 3,3 pontos numa escala de 1 a 5, em que 1 significa "Totalmente contra" e 5 significa "Totalmente a favor"; isto
significa que, em média, a população não é contra nem a favor da central da Valorsul, havendo alguma tendência para a positividade.
Os valores mais baixos verificaram-se nas primeiras monitorizações (março 1999, dezembro 1999) e na sexta monitorização (janeiro de 2002), tendo
sido apontada em relatórios comparativos anteriores a possibilidade de este último valor estar associado ao pico da polémica sobre a coincineração.
Nos relatórios comparativos anteriores menciona-se ainda que os decréscimos mais acentuados, registados na 14ª (2007) e na 19ª (2013), poderão
ser explicados pelas greves por parte dos colaboradores que houve nesses anos e que tiveram grande visibilidade nos órgãos de comunicação social. A
comparação entre os resultados ao longo de tempo deve ser efetuada com a cautela devida por alteração da metodologia utilizada (ver página 4).
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ati
tud
e
Monitorização
Figura 9 - Atitude face à CTRSU ao longo das monitorizações
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
ATITUDE FACE À VALORSUL 9
Nas figuras abaixo observa-se que a posição face à central da Valorsul não está significativamente relacionada com o facto de os respondentes terem
ou não visitado a central (F(1,361)=0,16, p=0,6910), nem com o tempo de residência na localidade (F(4,358)=1,09, p=0,3617), nem com o nível de
instrução escolar (F(5,357)=0,41, p=0,8425).
5,1% 1,9%
10,3% 8,0%
41,0% 52,2%
41,0% 33,3%
2,6% 4,6%
3,3 3,3
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Já visitou a
central
Não visitou
a central
Totalmente Contra
Contra
Nem contra nem a
favorA favor
Totalmente a favor
1,0% 4,5% 2,0%
13,5% 2,4%
11,0% 6,0% 9,8%
48,6%
47,6%
54,0% 51,9% 47,1%
37,8%
45,2%
31,0% 30,8% 35,3%
4,8% 3,0% 6,8% 5,9%
3,2
3,5
3,2 3,3 3,3
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Até 5 anos 6-15 anos 16-30 anos 31-45 anos Mais de 45
anos
Totalmente Contra
Contra
Nem contra nem a
favorA favor
Totalmente a favor
1,5% 3,2% 3,5% 2,0% 6,9% 4,2%
6,3% 12,9% 9,8%
80,0% 56,9% 54,2% 44,4%
44,7% 47,1%
20,0%
30,0% 37,5% 41,3%
34,1% 35,3%
4,6% 4,2% 4,8% 4,7% 5,9%
3,2 3,3 3,4 3,4
3,2 3,3
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Iletrado
/primária
incomp
Ensino
primário
2º ciclo EB 3º ciclo EB Ensino
secundário
Ensino
superior
Totalmente Contra
Contra
Nem contra nem a
favorA favor
Totalmente a favor
Figura 10 - Posição face à existência da central da Valorsul em função de ter visitado a central
Figura 11 - Posição face à existência da central da Valorsul por antiguidade de residência
Figura 12 - Posição face à existência da central da Valorsul por nível de instrução escolar
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
ATITUDE FACE À VALORSUL 10
Também a propósito da atitude demonstrada relativamente à Central da Valorsul, é importante perceber quais as principais vantagens e desvantagens
da CTRSU apontadas pelos residentes desta freguesia. Os cheiros e a poluição/impacto ambiental estão nas principais desvantagens referidas, mas
salienta-se o facto de 28,2% da população considerar que a Valorsul não tem desvantagens. Destaca-se também o facto de serem reconhecidas
vantagens como o tratamento do lixo, a reciclagem e outras vantagens ambientais, bem como a criação de emprego.
31,1%
22,6%
15,2%
10,4%
3,5%
2,1%
1,3%
1,3%
1,1%
1,9%
28,2%
9,8%
Cheiros
Poluição/Impacto Ambiental
Localização
Fumos
Perigo para a saúde
Barulho/ruídos
Falta de informação sobre o funcionamento emanutenção
Redução dos ecopontos/ Não é levantado olixo reciclado
Trânsito
Outro(s)
Não tem desvantagens
NS/NR
76,1%
22,6%
10,9%
9,0%
5,6%
2,7%
2,1%
1,1%
0,5%
1,9%
7,4%
6,9%
Tratamento do lixo
Reciclagem
Vantagens ambientais
Emprego
Limpeza
Evitam-se cheiros
Apoios da Valorsul à comunidade onde reside
Produção de eletricidade através do tratamento deresíduos
Minimizam-se fumos
Outro(s)
Não tem vantagens
NS/NR
Figura 13 - Desvantagens apontadas Figura 14 - Vantagens reconhecidas
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
ATITUDE FACE À VALORSUL 11
Note-se ainda que 25,3% dos respondentes tem conhecimento dos apoios da Valorsul à comunidade, onde se destacam construção e/ou financiamento
de parques, piscinas e rotundas, sendo também conhecidos diversos apoios de carácter social.
48,4%
34,7%
26,3%
10,5%
10,5%
6,3%
5,3%
3,2%
2,1%
7,4%
Ecoparque São João da Talha (Vale Figueira)
Financiamento e construção do Parque Urbano deSanta Iria de Azóia
Financiamento e construção das piscinas de SantaIria de Azóia
Financiamento e construção o Parque Urbano deVia Rara
Financiamento de outras obras (parques, escolas,etc)
Financiamento e construção da Rotunda daBobadela
Apoios de carácter social (deficientes, famíliascarenciadas, etc)
Apoio ao desporto
Financiamento e recuperação do canal da EPAL naBobadela
Outro(s)
Exemplos: ▪ Iniciativa Camarária Veículos elétricos ▪ Informação ambiental ▪ Exposições (p. ex., no Parque Urbano de Santa Iria de Azóia - PUSIA)
Figura 15 - Apoios da Valorsul à comunidade conhecidos pela população
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
12
Incómodos
Os incómodos sentidos pela população também têm sido avaliados ao longo do tempo. A partir da 19ª monitorização (2013) foi alterada a classificação
(anteriormente avaliados por intensidade e severidade), passando então a ser considerada a intensidade e a frequência do incómodo (note-se que,
nesta escala de 1 a 5, 1 significa "nenhum incómodo" e 5 significa "incómodo extremo). Esta nova classificação pôde ser recriada desde a 14ª
monitorização, o que está apresentado na Figura 16. Note-se ainda que a partir da 19ª monitorização se passou também a analisar os fumos e cheiros
em separado, o que não acontecia até então, pelo que no gráfico seguinte, para as monitorizações 19 e 20 foi calculada a média aritmética destes dois
incómodos para os efeitos de comparação com as monitorizações anteriores. Verifica-se que ao longo dos anos tem havido uma certa estabilidade no
que respeita aos valores médios dos incómodos sentidos pela população.
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
14 15 16 17 18 19 20
Incó
mo
do
s
Monitorização
Fumos e Cheiros
Ruído
Figura 16 - Evolução dos diferentes tipos de incómodo ao longo das monitorizações
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
INCÓMODOS 13
Nas Figuras 17 e 18 são comparados os valores médios obtidos nas 19ª e 20ª monitorizações, tanto ao nível da intensidade como ao nível da
frequência dos ruídos, dos fumos e dos cheiros; neste caso, o valor 1 corresponde a "não incomoda nada" (intensidade) e "nunca incomoda"
(frequência), e o valor 5 significa que "incomoda muito" (intensidade) e "incomoda sempre" (frequência).
Os resultados não são muito diferentes nas duas monitorizações em que foram avaliados estes indicadores, com exceção do ruído, que se faz sentir
um pouco mais na 20ª monitorização do que na 19ª; os fumos são a forma de poluição que menos perturba a população em ambas as monitorizações.
Ainda assim, em geral, observa-se que a população não se considera muito incomodada com os fumos, com os ruídos ou com os cheiros (todas as
avaliações estão abaixo do ponto médio da escala).
2,0 2,4
2,1 2,0 2,4 2,4
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
19 20
Incó
mo
do
s
Monitorização
Ruído
Fumos
Cheiros 2,0
2,5 2,1 2,0
2,4 2,4
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
19 20
Incó
mo
do
s
Monitorização
Ruído
Fumos
Cheiros
Figura 17 - Intensidade dos vários tipos de incómodo nas duas últimas monitorizações Figura 18 - Frequência dos vários tipos de incómodo nas duas últimas monitorizações
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
INCÓMODOS 14
Observa-se que os ruídos e os cheiros são mais incomodativos na ex-freguesia de São João da Talha, e que os cheiros causam ligeiramente menos
incómodo em Santa Iria de Azóia (eventualmente pelo seu maior distanciamento à ETAR). Em geral, os fumos são pouco incomodativos em qualquer
uma das regiões consideradas.
Ruídos Fumos Cheiros
17,0% 17,9% 25,6% 29,5% 40,7% 38,5%
20,2% 20,7% 19,2%
48,9%
32,1%
34,6%
51,4% 30,0%
39,7%
45,9%
27,1% 33,3%
19,8%
32,1%
21,8%
14,2%
16,4%
12,8%
21,9%
26,4% 25,6%
12,6% 15,0% 17,9%
4,4% 12,9% 7,7% 11,5%
19,3%
21,8%
1,6% 2,9% 0,5% 1,3% 0,5%
6,4%
2,3
2,5
2,3
2,0 2,0 1,9
2,3
2,6 2,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Santa Iria
de Azóia
São João
da Talha
Bobadela Santa Iria
de Azóia
São João
da Talha
Bobadela Santa Iria
de Azóia
São João
da Talha
Bobadela
Nada
Pouco
Medianamente
Muito
Extremamente
Valorização
média
Figura 19 - Intensidade dos vários tipos de incómodo sentidos em cada ex-freguesia
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
INCÓMODOS 15
Em geral, os indivíduos que veem a central da Valorsul a partir de sua casa ou no percurso que fazem habitualmente sentem-se ligeiramente mais
incomodados com a poluição do que os que não a veem.
Ruídos Fumos Cheiros
18,6% 17,9% 31,3% 37,0%
17,1%
22,2%
41,0% 39,5%
39,8%
45,1%
35,5%
38,3%
24,8% 25,3%
19,0%
11,1%
26,5%
22,2%
13,8% 16,0% 9,5% 6,2%
17,5% 16,0%
1,9% 1,2% 0,5% 0,6% 3,3% 1,2%
2,4 2,4
2,1
1,9
2,5
2,4
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Vê a
central
Não vê a
central
Vê a
central
Não vê a
central
Vê a
central
Não vê a
central
Nada
Pouco
Medianamente
Muito
Extremamente
Valorização média
Figura 20 - Intensidade dos vários tipos de incómodo sentidos em função da visibilidade da CTRSU
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
INCÓMODOS 16
De acordo com os resultados apresentados na Figura 21, o incómodo causado pelos ruídos não está relacionado com a perceção de que estes sejam
causados pela Valorsul, pois não se verificam diferenças estatisticamente significativas (F(3,361)=0,94; p=0,4201); ou seja, apesar de o ruído,
aparentemente, se ter feito sentir mais na 20ª monitorização do que na 19ª (Figuras 17 e 18), na opinião dos respondentes estes valores não são
reflexo da atividade da Valorsul. No entanto, os incómodos causados pelos fumos e pelos cheiros estão relacionados com a perceção de que estes são
causados pela Valorsul (F(3,356)=22,8, p<0,0001 e F(3,356)=27,84, p<0,0001, respetivamente), Figuras 22 e 23. Ainda assim, é de salientar que,
em geral, a população considera que a CTRSU da Valorsul tem pouca influência na poluição ao nível do ruído, do fumo e dos cheiros (Figura 24).
80,6% 70,7%
82,4% 73,7%
13,4%
25,3%
14,3% 19,3%
4,5% 3,3% 2,2% 7,0% 1,5% 0,7% 1,1%
1,3 1,3 1,2
1,3
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Nada inc.
pelo ruído
Pouco inc.
pelo ruído
Medianamente
inc. pelo ruído
Muito/
Extremamente
inc. pelo ruído
Nada
Pouco
Medianamente
Muito
66,7% 40,3%
24,7% 22,1%
21,7%
38,8%
27,0%
19,1%
7,2% 18,7%
42,7%
19,1%
4,3% 2,2% 5,6%
33,8%
5,9%
1,5
1,8
2,3
2,8
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Nada inc.
pelos cheiros
Pouco inc.
pelos cheiros
Medianamente
inc. pelos
cheiros
Muito/
Extremamente
inc. pelos
cheiros
59,5% 39,6%
21,8% 23,3%
28,1%
44,2%
30,9% 20,0%
7,4% 14,9%
30,9%
16,7%
5,0% 1,3% 16,4%
36,7%
3,3%
1,6 1,8
2,4
2,8
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Nada inc.
pelos fumos
Pouco inc.
pelos fumos
Medianamente
inc. pelos fumos
Muito/
Extremamente
inc. pelos fumos
1,3
1,9 2,1
Ruído Fumo Cheiros
Figura 21 - Contribuição da Valorsul por intensidade de incómodo sentida (ruído) Figura 22 - Contribuição da Valorsul por intensidade de incómodo sentida (fumos)
Figura 23 - Contribuição da Valorsul por intensidade de incómodo sentida (cheiros) Figura 24 - Perceção da contribuição da Valorsul para cada tipo de incómodo
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
17
Perceção de risco face à central da Valorsul
A população considera que corre poucos riscos devido à central da Valorsul (Figura 25), e cerca de 40% (mais precisamente 43,9%) refere não se
preocupar com a atividade da central; ainda assim, nas principais preocupações referidas salientam-se a poluição atmosférica (25,5% das referências)
e a qualidade do funcionamento da central (9,3% das referências), como se pode ver na Figura 26.
2,2
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
0,6% 3,1%
36,0%
32,6%
27,6%
Não corre nenhunsriscos
Corre poucos riscos
Corre alguns riscos
Corre muitos riscos
Corre muitíssimosriscos
25,5%
9,3%
7,2%
6,6%
4,3%
2,9%
2,1%
1,3%
1,3%
0,8%
0,5%
0,3%
0,3%
1,6%
43,9%
8,2%
Poluição atmosférica (Fumos e Gases)
Qualidade do funcionamento da central daValorsul (inclui perigo de acidente…
Doenças
Preocupações gerais
Cheiros
Qualidade de vida
Degradação do ambiente
Água
Queima de certos materiais (potencialmenteperigosos)
Que no futuro deixe de funcionar bem
Aumento do trânsito
Aumento de “Bichos”
Agricultura
Outra(s)
Não se preocupa
Mostra uma atitude positivaperante a central da Valorsul
Figura 25 - Perceção de risco devido à Valorsul (média e distribuição de frequências)
(escala de 1 a 5, em que 1 significa não corre nenhuns riscos, e 5 significa corre muitíssimos riscos)
Figura 26 - Principais preocupações na atividade da central da Valorsul
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
PERCEÇÃO DE RISCO FACE À CENTRAL DA VALORSUL 18
Além disso, a Figura 29 sugere que quanto mais as pessoas se sentem informadas sobre o funcionamento da central da Valorsul, maior a percentagem
de pessoas que considera não correr riscos nenhuns ou correr poucos riscos devido à central; no entanto, essas diferenças não são significativas
(F(3,318)=0,05; p=0,9833).
Relativamente à 20ª monitorização, analisando a perceção de risco por ex-freguesia de residência, observa-se que os habitantes de São João da Talha
(onde está localizada a CTRSU) têm a perceção de correr mais riscos do que os habitantes de Santa Iria de Azóia e da Bobadela (Figura 27).
Por outro lado, observa-se (Figura 28) que em geral os respondentes da 20ª monitorização que veem a central da Valorsul a partir de sua casa ou no
percurso que fazem habitualmente têm a perceção de correr mais riscos devido à central do que os respondentes que não a costumam ver
(F(1,318)=8,24; p=0,0044).
31,8%
17,8%
34,4%
37,7%
25,2%
32,8%
29,2%
51,4%
26,2%
1,3% 3,7% 6,6% 1,9%
2,0
2,5
2,0
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Santa Iria
de Azóia
São João
da Talha
Bobadela
Figura 27 - Perceção de risco por ex-freguesia de residência
23,6% 33,3%
30,8%
34,8%
40,1%
30,4%
4,4% 1,4%
1,1%
2,3
2,0
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Vê a
central
Não vê a
central
Não corre nenhuns riscos
Corre poucos riscos
Corre alguns riscos
Corre muitos riscos
Corre muitíssimos riscos
Valorização média
Figura 28 - Perceção de risco por visibilidade
36,9%
22,9% 26,7% 33,3%
17,9% 38,9%
36,0%
33,3%
41,7%
35,7% 32,0% 16,7%
2,4% 2,5% 4,0%
16,7%
1,2% 1,3%
2,1 2,2 2,2 2,2
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Nada
informado
Pouco
informado
Medianamente
informado
Muito
informado
Figura 29 - Perceção de risco por perceção de informação
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
PERCEÇÃO DE RISCO FACE À CENTRAL DA VALORSUL 19
Tal como os incómodos, os riscos também têm sido avaliados ao longo do tempo. Fazendo a comparação com as monitorizações anteriores
percebemos que a perceção de risco da população face à central da Valorsul tem-se mantido abaixo do valor médio da escala (Figura 30), obtendo
agora (20ª monitorização), como já foi visto, 2,2 pontos numa escala de 1 a 5, em que 1 significa "Não corre nenhuns riscos" e 5 significa "Corre
muitíssimos riscos" (Figura 25); isto significa que, em média, a população considera que corre poucos riscos devido à central da Valorsul.
Os valores mais baixos verificaram-se na 3ª e na 16ª monitorizações, por outro lado os valores mais altos registaram-se na 1ª, 8ª e 20ª
monitorizações. A tendência desde a 16ª monitorização tem sido de aumento do valor médio da perceção de risco face à central da Valorsul, ainda que
não tenha ultrapassado o valor máximo observado (8ª monitorização). Tal como referido anteriormente, a comparação entre os resultados ao longo de
tempo deve ser efetuada com cautela devido as alterações da metodologia utilizada. A maior proximidade (em termos médios) da residência dos
inquiridos à CTRSU, na última monitorização, poderá justificar o incremento verificado.
Figura 30 - Perceção de risco face à CTRSU ao longo das monitorizações
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Pe
rce
ção
de
Ris
co
Monitorização
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul
20
→
→
→
→
→
→
→
→
→
→
Em geral, os respondentes consideram-se pouco informados acerca da atividade e do funcionamento da Valorsul, e uma elevada
percentagem (63,8%) gostaria de receber mais informações.
Existem diferenças significativas na perceção de risco consoante a visibilidade da central, mas não em função da perceção de estar
informado sobre o funcionamento da central.
O incómodo com os fumos e com os cheiros está relacionado com a perceção de que estes são causados pela Valorsul, ao contrário
do que se verifica em relação aos ruídos.
A posição face à existência da Valorsul não está significativamente relacionada com o facto de ter visitado a central, com o tempo de
residência na localidade, ou com o nível de instrução escolar.
CONCLUSÕES
Em geral, a população considera que a Valorsul traz tantas vantagens como desvantagens, não sendo contra nem a favor da
existência desta central.
Os residentes na ex-freguesia de São João da Talha consideram que correm mais riscos devido à existência da central da Valorsul do
que os residentes em Santa Iria de Azóia e em Bobadela.
Observa-se que a central da Valorsul é considerada a principal fonte de poluição no segmento que a pode ver a partir de casa ou no
percurso que faz habitualmente (42,7% das respostas); por outro lado, não se encontra nas principais fontes de poluição referidas
pelos inquiridos que não a veem habitualmente, sendo apontados o trânsito/carros, as fábricas, os aviões e a ETAR como as
principais fontes de poluição por este segmento.
Em geral, os respondentes que veem a central da Valorsul a partir de sua casa ou no percurso que fazem habitualmente têm a
perceção de estar mais bem informados sobre a sua atividade e o seu funcionamento; também no segmento dos indivíduos que
veem a central há maior número de pessoas que considera correr riscos do que no segmento dos residentes que não a veem
habitualmente.
A população considera que corre poucos riscos devido à central da Valorsul, e cerca de 40% refere não se preocupar com a atividade
da central; ainda assim, nas principais preocupações referidas salientam-se a poluição atmosférica (25,5% de referências) e a
qualidade do funcionamento da central (9,3% das referências).
93,8% da população já ouviu falar da Central de Tratamento de Resíduos sólidos Urbanos da Valorsul no Concelho de Loures, em
São João da Talha e, em geral, a população considera que esta central praticamente não contribui para a existência de ruído,
contribui pouco para a existência de fumo, e contribui pouco (embora ligeiramente mais) para a existência de cheiros na localidade.
Estudo sobre a atitude dos residentes na freguesia de Santa Iria de Azóia,
São João da Talha e Bobadela face à CTRSU da Valorsul