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Artigos publicados
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FACULDADE DE TEOLOGIA BATISTA BETEL
DOCENTE: RUY CAVALCANTE DE OLIVEIRA SOBRINHO
BLOG PESSOAL: WWW.INTERVALOCRISTAO.COM
ARTIGOS PUBLICADOS
POR QUE JULGAR TAMBÉM É IMITAR JESUS?
Não é novidade alguma que a turma do “não julgueis” cresce cada dia mais dentro
da comunidade evangélica, mesmo com toda a deturpação da essência do
Evangelho que esta expressão acompanha. Como ela cresce, cresce também a
necessidade de se continuar falando a respeito, a fim principalmente de acalmar
aqueles irmãos que estão amedrontados com a possibilidade de serem
amaldiçoados, caso repreendam os falsos profetas e erros doutrinários pelos quais
são bombardeados todos os dias.
O interessante dessa turma é que condenam apenas aqueles que julgam os erros
cometidos pela própria igreja, mas nada falam quando o julgamento é contra os de
fora da igreja evangélica (como os políticos, por exemplo) ou contra os adeptos de
outras religiões. Mais irônico ainda é que na medida em que condenam o julgamento
contra os da Igreja, eles mesmos estão praticando um julgamento, e neste caso um
julgamento absolutamente hipócrita, este sim condenado por Jesus (Mt 7:5).
Por certo, existem várias justificativas para este tipo de comportamento, donde uma
das principais é se utilizar de algumas passagens referentes a Jesus, no que tange
seu tratamento com pecadores com os quais Ele se relacionava.
Quanto a isto, gostaria de esclarecer algo. Notem que não se pode fundamentar,
nas atitudes de compaixão e solidariedade de Jesus para com os pecadores do
povo, a ideia de que não podemos agir de outra maneira diante daqueles que,
dentro da igreja, deturpam o Evangelho.
Nos evangelhos há uma clara distinção entre o tratamento dispensado por Jesus
aos pecadores comuns, e o tratamento que o mesmo Jesus dispensava aos falsos
mestres, falsos profetas, fariseus, saduceus e aqueles que faziam comércio das (e
nas) coisas de Deus.
Para os pecadores comuns Ele dizia coisas como: "Eu também não te condeno, vá e
não peques mais" (Jo 8:11). Atitudes semelhantes encontramos aos montes, e Ele
de fato tinha um tratamento bem especial diante de pecadores como a mulher
adúltera, publicanos, dentre outros, atitudes das quais temos grande necessidade de
imitar.
Porém para os pecados cometidos contra a verdade das sagradas Escrituras, Ele
mudava totalmente o discurso, dizendo coisas como: “Hipócritas! Raça de víboras!
Sepulcros caiados! Bandidos! Salteadores!” (Mt 21:12-13; Mt 23).
Notam a diferença?
Ele nunca tratou como "raça de víbora" um pecador do povo, uma pessoa comum
que, pela sua natureza caída, pecou, mas tratou assim todos aqueles que,
conhecendo a verdade, não se submetiam a ela, antes a deturpavam de todas as
formas possíveis!
Ora, se é pra se fundamentar nas atitudes de Cristo, façamos então isso, e
ensinemos isso, mas de forma completa, não apenas na parte que nos interessa de
forma a justificar nossa omissão, nossa covardia e, por vezes, nossa aprovação aos
falsos mestres que vomitam dia e noite na sã doutrina. Observe o que o Apóstolo
João fala a respeito destas coisas:
“Todo aquele que vai além do ensino de Cristo e não permanece
nele, não tem a Deus; quem permanece neste ensino, esse tem tanto
ao Pai como ao Filho. Se alguém vem ter convosco, e não traz este
ensino, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque
quem o saúda participa de suas más obras”. (II Jo 1:9-11 – JFA-RA)
Esse texto é auto explicativo, portanto não há necessidade de comentar a respeito
dele.
Em tempo, quando me refiro a “julgar”, falo sempre na perspectiva bíblica, que toma
por fundamento e diretriz a inerrante Palavra de Deus, não nossos “achismos”,
dogmas, tradições e preconceitos. Devemos julgar sim, mas com fundamento nas
Escrituras, quer seja para aprovação, quer seja para a reprovação de ensinos e
atitudes, tendo por motivação primária o amor pelo perdido, para que ele não se
perca ainda mais, achando que se encontrou.
“Vocês não sabem que haveremos de julgar os anjos? Quanto mais
as coisas desta vida!” (I Co 6:3 – NVI)
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Publicado em:
Blog ‘Pr. Sérgio Pereira’ (em 22/05/2014)
http://prsergiopereira.blogspot.com.br/2014/05/por-que-julgar-tambem-e-imitar-
jesus.html
Portal ‘Itapetinga Gospel’ (em 26/04/2014)
http://www.itapetingagospel.com.br/site/?sessao=noticia_ver&id=28574
Portal ‘Só a nata reportagens’ (em 26/04/2014)
http://soanatareportagens.blogspot.com.br/2014/04/por-que-julgar-tambem-e-imitar-
jesus.html
Blog ‘Púlpito Cristão’ (em 25/04/2014)
http://www.pulpitocristao.com/2014/04/por-que-julgar-tambem-e-imitar-jesus.html
MINHA IGREJA NÃO VIVE O EVANGELHO, O QUE FAÇO?
Muitas pessoas têm me perguntado como agir quando se está descobrindo (ou
redescobrindo) as verdades do Evangelho, e percebendo o quanto sua igreja está fora
destes princípios. Acredito que esta seja uma indagação de muitos, por isso resolvi
escrever este texto como uma resposta, ou um conselho a eles, consciente de que o que
falarei a seguir não se trata de uma regra, tampouco um padrão de conduta, mas
simplesmente o que a minha (pouca) experiência tem me evidenciado.
Para iniciar de forma bem direta, meu conselho é que não saia da Igreja! Pelo menos por
enquanto.
Explico.
Como sabemos Deus ama a todos sem distinção, tanto justos quanto injustos. Sabemos
também que os ministérios e dons, conforme Efésios 4 e Coríntios 12, são levantados
para edificação do corpo, para que um dia todos nós cheguemos à “estatura de Cristo”,
ou seja, para que os indivíduos da igreja se tornem cada dia mais parecidos com Jesus,
até que Ele volte. Além disso, esta obra de libertação através do Evangelho é realizada
exclusivamente por Deus, para fins proveitosos, conforme o mesmo texto de Coríntios.
Por esse e outros motivos, eu tenho convicção de que Deus executa esse
esclarecimento de suas verdades, nos confronta com ela, para que, além de sermos por
Ele aperfeiçoados, possamos ser instrumentos dEle no local onde estamos, seja
instrumento para transformação, ou para juízo (no sentindo de que, uma vez mostrando
a verdade e ela não sendo aceita, tornam-se ainda mais indesculpáveis).
Infelizmente, na maioria das vezes os irmãos que passam por este processo de
restauração, ou não tem autoridade suficiente na igreja para conseguir uma luta justa, ou
se tem, perdem-na assim que iniciam sua batalha em favor do Verdadeiro Evangelho.
Uma possível solução, também por convicção, é a seguinte: Testemunho pessoal.
Ora, uma vez confrontados individualmente por estas verdades, cabe a cada um de nós
sermos o exemplo daquilo que pregamos. Se falarmos sobre amor, devemos ser os
primeiros a amar, se ensinarmos sobre perdão e cobramos os outros a isso, devemos
ser os primeiros a perdoar, se combatermos o apego a coisas materiais, devemos ser os
primeiros a nos desapegar, se questionarmos doutrinas extra bíblicas devemos ser os
primeiros a agir em conformidade com a Palavra, e assim por diante.
Não é nada fácil, mas a possibilidade que estas pessoas têm de ajudar suas respectivas
congregações começa justamente em ser o exemplo pra elas, pois embora talvez não
consigam “influenciar” a congregação inteira, um testemunho genuinamente cristão, de
forma a se tornarem irrepreensíveis, possui efeitos incríveis dentro de uma comunidade
cristã.
Claro, não há garantias de que isso "funcionará" sempre, uma vez que, como disse
acima, este processo de restauração é obra exclusiva de Deus, mas entendo que seja o
único caminho possível, até que se conquiste uma voz dentro da congregação e ai sim,
a coisa fica um pouco mais fácil.
Haverá casos em que “não suportarão a sã doutrina”, nestes casos o único caminho
será sair, ou ser expulso, como já vem acontecendo em muitos lugares, inclusive com
amigos meus, alguns destes fatos já narrados neste mesmo blog. Mas quando isso
acontece, em geral Deus já tem preparado um lugar para eles, deixando claro que o
caminho que eles trilharam foi o correto. Quanto a essa questão de abandonar a
congregação, creio que Deus esclarecerá o momento de tal coisa acontecer, caso
procedam em conformidade com sua Palavra.
Entenda o que tento falar: Compreender a verdade do Evangelho e simplesmente
abandonar a congregação sem sequer tentar fazer algo para que seus irmãos também a
compreendam, é semelhante a estar numa canoa furada com seus amigos, em alto mar,
receber uma grande boia, se agarrar sozinho a ela e abandonar a canoa, deixando seus
amigos naufragarem sem sequer esboçar ajuda-los.
No mais, não existe uma regra, um segredo, um pulo do gato... TODOS VOCÊS
PASSARÃO POR DECEPÇÕES, resta saber se estão dispostos a isso por conta da
fidelidade à Palavra de Deus, pois como ensinou Paulo ao seu discípulo Timóteo: “E na
verdade todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições”.
(2 Tm 3:12 – JFA-RA)
Conheço casos e mais casos onde estas coisas ocorreram. Alguns conseguiram uma
voz e puderam ajudar a congregação, outros tiveram êxito apenas com parte da igreja,
outros estão no meio da batalha e outros foram expulsos ou tiveram de bater a poeira
dos pés e encontrar um novo lugar para congregar. Eu mesmo já passei por esse
processo, duas vezes. Na primeira precisei sair, noutra estou até hoje, sem grandes
problemas, pois agora são de fato minha família.
Então é isso, no mais estarei orando por você que estão passando por situação
semelhante e no que precisarem estarei sempre à disposição.
Deus abençoe a todos nós. Paz.
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Publicado em:
Revista Virtual ‘Veja Gospel” (em 28/10/2014)
http://vejadetudo.com.br/editoria-gospel/9-destaques/8875-minha-igreja-nao-vive-o-
evangelho-o-que-faco
SER CRENTE SEM SER CRISTÃO
Tenho andado muito preocupado nos últimos anos, na verdade desde que iniciei
minha graduação em teologia, 7 anos atrás. Sinceramente imaginei que encontraria
por lá pessoas que, como eu, estavam preocupadas com a ortodoxia da Palavra de
Deus, como o Evangelho salvífico de Cristo e com a sua simplicidade.
Mas não foi o que aconteceu. Com as devidas exceções (no mais amplo sentido
desta palavra), o que encontrei foram pessoas interessadas nas mesmas fórmulas
de crescimento explosivo de igrejas que tanto questiono (a foto é uma confissão de
que eu já me embriaguei desta fonte um dia). Pessoas dispostas a continuar
anunciando um evangelho genérico, pautado em riquezas corruptíveis, simbologias
místicas, lideranças papais e carismáticas e expressões de adoração externas em
detrimento de um coração transformado.
Todas as justificativas possíveis são utilizadas para que este evangelho seja
anunciado pelos líderes antigos e iniciantes na “carreira”. Mesmo com bases bíblicas
insustentáveis eles apelam para uma espiritualidade desligada da verdade, a fim de
levar adiante esta semente “transgênica”.
O fato é que no decorrer dos anos e com a grande difusão deste falso evangelho, o
povo cristão aos poucos está perdendo a essência de uma vida realmente cristã,
esta conduzida pelos frutos e não pelos dons do Espírito. Aos poucos a avareza e a
ganância têm tomado conta de nossos arraiais e os que antes eram servos agora
desejam serem servidos. Continuamente a pureza e a santidade têm sido trocados
pelo consumismo e imoralidade, pois o que determina a liderança de alguém não é
mais o chamado de Deus, confirmado pela Igreja, mas as ofertas do indivíduo, seu
poder de persuasão e, quando muito, a demonstração de uma super espiritualidade,
que em geral, não ultrapassa o teto da mais humilde congregação.
O povo, por falta de exemplos a seguir, acaba disseminando estes conceitos,
criando um círculo vicioso maligno, mas que é defendido como se fosse a última
instância da revelação bíblica.
A principal característica dos líderes e igrejas que vivem esse evangelho falso é a
falta de doutrinação bíblica em suas comunidades. Quando se ensina a bíblia nestes
locais os estudos são temáticos, fundamentados nos interesses da liderança,
geralmente baseados na teologia do medo. São exaustivos estudos sobre maldição,
dízimos e ofertas, castigos divinos, respeito cego aos profetas, dentre outros. Não se
estuda sobre o amor e a Graça de Deus, sobre a obra de Cristo na vida do cristão,
sobre os frutos do Espírito e a conduta cristã, sobre a necessidade de
arrependimento, sobre humildade, serviço e, principalmente, sobre a Soberania
divina.
Isso não é cristianismo. Isso não é ser cristão.
Ser cristão é andar irrepreensivelmente e amar a justiça, é falar a verdade mesmo
que isso te cause algum dano, é ser humilde e considerar os outros superiores a si
mesmo, é produzir frutos dignos, que demonstrem arrependimento. Ser cristão é
andar com Deus, viver por Ele, amá-lo acima de todas as coisas. É adorá-lo com
sua vida e testemunho e não somente com seus lábios. Ser cristão é servir e não
buscar ser servido.
O verdadeiro cristão é nascido de novo e, mesmo pecando, odeia o pecado. Ele tem
o coração transformado, inclinado para as coisas de Deus. O cristão genuíno ama
aos outros da forma como Cristo amou, sem o requisito do merecimento. Este
indivíduo restaurado sofre perseguição por amor de Cristo, e enfrenta a espada se
for preciso. Ele sofre angustia, dor, ele perde, é enganado, fica doente, mas sabe
que no fim será glorificado.
Ser cristão é negar a si mesmo em favor dos outros.
Como bem disse Paul Washer, isso não é poesia, isso é o evangelho genuíno de
Jesus Cristo. Não há vitória maior que a vida eterna, e muitos estão abandonando
esta por uma vida de sucesso, de riquezas, de prosperidade material e não
espiritual, e o que é pior, por uma vida de promiscuidade, acreditando que por um
dia haverem levantado as mãos e declarado “eu te aceito Jesus” estão com a marca
da promessa de vida eterna.
Por favor, não se enganem nem se deixem enganar meus queridos irmãos. Não há
vida eterna sem santidade, sem renúncia, sem amor e sem perdão. Aceitar a Cristo
não é declarar isto publicamente, pois nem todo que diz “senhor, senhor” será salvo.
Nós é que somos aceitos por Ele, e se o seu coração ainda não foi transformado,
peça que Ele o faça, pois sem isso você jamais o verá, mesmo que seu celeiro
esteja abarrotado de bens.
Que Deus tenha misericórdia de nós.
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Publicado em:
Blog ‘Jornalista Cefas Cesar’ (em 29/05/2014)
http://jornalistacefascesar.blogspot.com.br/2014/05/acontecimentos-gospel-
29052014.html
Portal ‘Itapetinga Gospel’ (em 30/05/2014)
http://www.itapetingagospel.com.br/site/?sessao=noticia_ver&id=28865
Blog ‘Púlpito Cristão’ (em 29/05/2014)
http://www.pulpitocristao.com/2014/05/ser-crente-sem-ser-cristao.html
A SUBVERSÃO TEM QUE COMEÇAR POR MIM
Nos últimos anos tem sido notório o crescimento do seguimento de Blogs
Apologéticos e Subversivos na grande rede. Influenciado por eles (de certa forma)
eu mesmo reativei um antigo Blog no ano passado, com uma nova cara, um novo
nome e uma nova perspectiva. Logicamente que me refiro ao Blog Intervalo Cristão.
Eu acho super válido escrevermos, ensinarmos e combatermos conceitos e
doutrinas contrárias ao Evangelho, assim como indicarmos soluções do Reino de
Deus para o reino do homem. Mas espera um pouco ai, será que cabe a nós apenas
escrevermos textos inspirativos sem que sejamos os maiores exemplos de
subversão prática no dia-a-dia?
O que eu tenho percebido ultimamente é que às vezes nos perdemos no humor e
esquecemos da seriedade do tema e da missão apologética, acabando por muitas
vezes em não sermos a grande diferença que exigimos nos outros.
Eu pretendo continuar a subversão, acredito que trata-se de uma obra divina, mas
espero que todos nós entendamos que o conflito criado por nossa agitação deve ser
antes de tudo interno, gerado em nós. Assim como pensamos ser os remanescentes
na pregação e no ensino do Evangelho Genuíno, sem barganhas, devemos ser
também aqueles que vivem de acordo com esse Evangelho.
Ora, ser subversivo não é simplesmente escrever textos bonitos em nossos blogs ou
frases impactantes no twitter, ser subversivo vai além, é ser aquele que ama de fato
e em atitudes, amor este que, ao vir do Espírito de Deus, chega inundado de perdão
e arrependimento e que nos faz sermos praticantes desse perdão num mundo onde
essa prática é irrelevante.
Ser subversivo e apologeta é levar desaforo para casa, dando respostas bíblicas às
questões da fé e do cotidiano, sem apelar para ofensas baratas, carregadas (ou
escondidas com esta máscara) muitas vezes de humor, mas sem proveito prático
para a vida das pessoas. O servo subversivo deve enfrentar primeiramente em si
mesmo as questões que deseja tratar no reino da igreja institucionalizada, e vencer.
Não são nossas palavras que influenciarão uma mudança contínua e saudável, mas
a nossa postura cristã diante das questões que têm influenciado o corpo de Cristo a
levar uma vida destoante do Evangelho de Cristo.
Seremos sábios de verdade quando conseguirmos transformar o conhecimento
doutrinário que alegamos ter, numa conduta semelhante à de Cristo, com
julgamentos justos, amor irrestrito, serviço, perdão e paz com os homens. Nenhuma
destas coisas se revela em palavras...
E que Deus nos ajude a sermos a diferença que desejamos ver...
-----------
Publicado em:
Blog ‘Hermes C. Fernandes’ (em 17/12/2010)
http://www.hermesfernandes.com/2010/12/subversao-tem-que-comecar-por-
mim.html
Blog ‘Exemplo Bereano” (em 28/11/2010)
http://exemplobereano.blogspot.com.br/2010/11/subversao-sim-mas-que-ela-
aconteca-em.html (Com o título: Subversão sim, mas que ela aconteça em mim)
O CRISTÃO E A IMORALIDADE DO MUNDO
Recentemente fiquei absolutamente chocado, de verdade, ao ser confrontado com
os resultados de recente pesquisa sobre o cristão e o sexo. Me assombrei também
ao perceber que o resultado desta pesquisa, antes de fazer refletir, causou apenas
uma enxurrada de piadas entre vários blogs cristãos.
Como pode ser engraçado (por exemplo) saber que uma porcentagem tão grande
de evangélicos (24,68% homens e 11,96% mulheres) traem seus cônjuges?
O que está acontecendo conosco? Em que ponto tornamos o Evangelho de Jesus
Cristo tão relativo assim em questões sobre o pecado?
Todos os dias vejo nas mais diversas redes sociais jovens brincando de pecar.
Citações imorais, desejos carnais expostos sem o menor pudor e com o único intuito
de satisfazê-los ou de revelar “como foi bom”. Os jovens cristãos indicam músicas
com conteúdo lascivo, apenas para parecerem “atualizados” com as novidades,
filmes impróprios, textos e citações contrárias à Palavra de Deus simplesmente para
parecerem inteligentes e cultos.
Ora, sabedoria é a que vem do alto, do mundo chama-se engano. “Porque o
Senhor dá a sabedoria; da sua boca procedem o conhecimento e o
entendimento”. (Pv 2:6 – JFA-RA)
Não obstante a bíblia afirmar que a sabedoria verdadeira vem do Senhor, nós muitas
vezes ensinamos com nossas atitudes o contrário. “Sábio é o mundo que me aceita
como eu sou” poderiam dizer muitos crentes moderninhos.
Mas eu preciso alertá-los, leiam atentamente: O Evangelho de Jesus Cristo não é
relativo e mesmo com a mais perfeita argumentação racional Ele permanece
imutável! O mundo não é capaz de nos ensinar nada que nos leve para mais perto
de Deus, cuidado...
Cuidado com as falácias irmãos, cuidado com os argumentos filosóficos que vocês
têm aprendido com seus autores preferidos, pois o amor de Deus é provado na
crucificação de Seu Filho, não pense que Ele vai te provar fechando os olhos para o
seu pecado, isso é mentira! Não se engane, se estamos em Cristo já não somos
mais escravos do pecado, não andamos mais segundo os nossos próprios desejos...
cuidado irmão.
Ou você acha mesmo que Cristo morreu só para ser reconhecido na história e não
para remissão de pecados? E se Ele fez isso por causa do nosso pecado, então o
pecado é algo sério, mesmo que todos em sua volta digam que não...
Transar antes do casamento e ser imoral continuam sendo pecados, mesmo em
tempos modernos como o nosso.
A cobiça continua conduzindo pessoas à condenação, a falta de amor, a fofoca e a
falsidade continuam nos afastando de Deus assim como a dois mil anos atrás,
cuidado jovem.
O fato de todos fazerem não te torna justificável. Jesus Cristo é a justiça de Deus
aplicada em nós, sem Ele somos indesculpáveis e com Ele somos apartados de
tudo isso, se de fato estivermos nEle!
“Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual para nós foi feito por
Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”. (I Co 1:30 –
JFA-RA)
“Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando
estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus. Pois
Cristo é o fim da lei para justificar a todo aquele que crê”. (Rm 10:3-4
– JFA-RA)
Não se enganem irmãos, não há outra justiça que não aquela propiciada por Jesus
Cristo. O que é divertido hoje pode ser trágico amanhã...
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Publicado em:
Portal ‘Comunidade Cristã Pirassununga – Só em Cristo há vida’ (em 22/10/2011)
http://www.soemcristohavida.com.br/news/%22%20alerta%20vermelho%20para
%20os%20crist%C3%A3os%20de%20hoje%20%22/
Blog ‘Me dê Jesus’ (em 18/08/2011)
http://medejesus.blogspot.com.br/2011/08/cristaos-em-perigo.html (Com o título:
Cristãos em perigo)
A CULPA É SUA!
O tema “falso evangelho” é recorrente aqui no Púlpito Cristão. São centenas de
artigos apologéticos e teológicos que tratam de expor e denunciar tal ensinamento,
bem como seus divulgadores. Porém, hoje me sinto compelido a expor outra face
desta verdade: A responsabilidade continua sendo pessoal e ninguém pode se
justificar de não levar uma vida espiritual saudável por culpa exclusiva de
pregadores doentes.
Voltando um pouco no tempo, uma das principais conquistas da reforma foi a
abertura da Palavra de Deus para o povo leigo e, a partir daí, o livre acesso à
mesma. Livre no sentido de que esta não estaria mais sob domínio da Igreja
Católica, mas à disposição de qualquer um que desejasse ler e analisá-la. Não
tratarei aqui da questão da livre interpretação.
Apesar disso, hoje em dia o que mais vejo são homens e mulheres que, não
obstante haverem decidido servir a Deus anos atrás, continuam acomodados ao
ponto de aceitarem qualquer palavra proferida por um líder religioso, muitas vezes
sem qualquer preparo teológico ou respaldo moral, simplesmente por ser mais fácil e
rápido receber alimento instantâneo. É o que chamaria de “Nissin Miojo espiritual”.
Por esta razão vivem como crianças, atraídos por qualquer apito (lê-se
grito). Charles Spurgeon faz uma consideração interessante sobre este tema quando
diz:
“Crianças correm atrás de qualquer brinquedo novo; em
qualquer pequena apresentação de rua os garotos ficam todos
excitados, boquiabertos; mas os seus pais têm trabalho por
fazer, e suas mães têm outros assuntos em casa;
aquele tambor e aquele apito não vão atraí-los“.
Homens e mulheres maduras sabem diferenciar coisas importantes de coisas
inúteis. Eles não obedecem à primeira corneta como se fossem parte de uma tropa
de recrutas inexperientes. Antes eles entendem a necessidade de alimento sólido,
bem preparado, sem condimentos, saudável, e sabem que somente na bíblia podem
encontrar tais nutrientes para sua alma.
Ora, é responsabilidade de cada um de nós verificarmos se o que é pregado em
nossas igrejas se confirma na Palavra de Deus. Não podemos nos esconder atrás
de outras pessoas que, por possuírem cargos importantes dentro da estrutura
eclesiástica, reivindicam para si o monopólio da revelação divina, tampouco
devemos nos admirar com o primeiro que sopra um chofar ou que dá gritos tentando
nos impactar.
Você não acha que poderá chegar diante de Deus no grande dia e dizer “A culpa
não foi minha, foi dele, ele quem me ensinou assim”, acha?
Amados irmãos e irmãs, não existe ninguém mais habilitado para lhe revelar as
verdades do Evangelho do que o próprio Evangelho, com a indissolúvel contribuição
do Espírito Santo, aquele mesmo que faz habitação DENTRO DE VOCÊ. Bom, pelo
menos eu espero que Ele habite.
Portanto leia, medite, estude, analise a Palavra de Deus, considere todas as coisas,
mas retenha o que for bom conforme consta nela e somente nela. Costumamos
chamar a Palavra de Deus de nosso manual da fé cristã, e isso significa dizer que é
nela que encontramos o que devemos fazer e no que devemos crer.
Enfim, seja ortodoxo quanto a Palavra, mas tome o devido cuidado para desvinculá-
la de todo tradicionalismo exagerado tanto quanto do liberalismo libertino. Você é
responsável por sua carreira e no final de tudo você prestará conta de sua vida, não
seu pregador favorito. Pense nisso.
-----------
Publicado em:
Blog ‘Servos de Deus’ (em 25/06/2014)
http://servosdedeus.com/artigos/a-culpa-e-sua/
Portal ‘Itapetinga Gospel’ (em 24/06/2014)
http://www.itapetingagospel.com.br/site/?sessao=noticia_ver&id=28961
Blog ‘Púlpito Cristão’ (em 22/06/2014)
http://www.pulpitocristao.com/2014/06/a-culpa-e-sua.html
ESSE EVANGELHO MARGINAL
“Se não somos odiados por ninguém, ou não conhecemos pessoas o
suficiente ou não falamos a verdade o suficiente”. (John Piper)
Esta frase de John Piper me chamou bastante a atenção algum tempo atrás.
Obviamente ele está se referindo à nossa relação com as pessoas descrentes,
conforme o texto bíblico (Jo 15:18-19). Porém me chamou a atenção não somente
por, no meu ponto de vista, ser uma verdade, mas também por esta verdade (do
ódio) hoje em dia refletir a reação contra os que, dentro da própria igreja, pregam o
verdadeiro evangelho.
Os que costumam visitar o Púlpito Cristão sabem de que evangelho estou falando. O
evangelho de Cristo, o evangelho da renúncia, do perdão, do amor, da servidão, do
diminuir a si mesmo. Infelizmente este evangelho é marginal dentro de boa parte de
nossas congregações, e os que ousam anunciá-lo invariavelmente sofrem
perseguição, afinal de contas ele não é muito popular no círculo “gospel”, ele não
enche igrejas, somente o céu, e o dízimo é necessário aqui, não lá.
Eu reconheço que nem sempre a questão é financeira. Há também a busca por
poder, por reconhecimento e, para esse fim, o evangelho das bençãos, dos
milagres, da prosperidade, ou mesmo da “macumba” gospel é bem mais popular e
chamativo, além de possibilitar o surgimento de potências “cristãs”.
Quem não quer ser o próximo Edir Macedo ou Rene Terranova? Por que ter uma
igrejinha perseguida pelo mundo por causa do Evangelho se podemos ter grandes
instituições eclesiásticas, amadas pelo mundo, disputadas pelos políticos e
endeusada pelos banqueiros?
Infelizmente parece faltar muito para entendermos que não é possível servir a Deus
e as riquezas ao mesmo tempo (Mt 6:24).
Não, entre nós o Evangelho não precisa ser marginal. Todos nós experimentaremos
riquezas se servirmos a Cristo, mas não uma riqueza que se corrói ou que se pode
furtar, antes uma que permanecerá para sempre. Esta é a esperança do Evangelho
genuíno: Cristo voltará e nos levará para reinar com Ele.
Por que então insistimos em trocar um Reino Eterno por um terreno e
corruptível?
Parece que os olhos maus (Mt 6:23) estão por toda parte, especialmente dentro das
igrejas. Isto não deveria ser assim!
Aos que percebem esta realidade, um conselho: Não adianta fugir ou criar
doutrinas que tentem justificar o abandono da congregação ou da ideia de
congregar, antes devemos ser agentes transformadores e, a partir de nós mesmos,
reformar a aplicação do Evangelho, tornando-nos antes de todos praticantes deste
“Evangelho marginal”, pois se assim não for, não faz sentido servir àquele que
transformou a história, Jesus Cristo. Se assim não for, juntemo-nos então aqueles
que preferem mamon…
-----------
Publicado em:
Blog ‘Servos de Deus’ (em 10/05/2014)
http://servosdedeus.com/artigos/esse-evangelho-marginal/
Portal ‘Itapetinga Gospel’ (em 07/05/2014)
http://www.itapetingagospel.com.br/site/?sessao=noticia_ver&id=28645
Blog ‘Juarez Volotão’ (em 09/05/2014)
http://jvolotao.blogspot.com.br/2014/05/esse-evangelho-marginal.html
Blog ‘Púlpito Cristão’ (em 04/05/2014)
http://www.pulpitocristao.com/2014/05/esse-evangelho-marginal.html
PROVIDÊNCIA DIVINA
Não é novidade a minha antipatia, e de todos do Púlpito Cristão, contra os
movimentos neopentecostais, pois são óbvios os vários pontos preocupantes em
suas doutrinas e liturgias. Há muito ainda o que falar sobre esse assunto, porém
neste momento gostaria de tratar, mesmo que em forma de esboço, a questão
da providência e manifestação divina dentro e fora desses movimentos.
Pessoalmente entendo como característica destacada desse movimento o
misticismo e conseqüentemente a ênfase à sobrenaturalidade da revelação e da
providência de Deus. Desconfio que seus líderes sequer conhecem a forma como os
reformistas trataram esse assunto.
Com o retorno às escrituras (Sola Scriptura) conquistado pelo cristianismo histórico
através dos reformadores, este e outros temas teológicos voltaram a fincar suas
bases na Palavra de Deus, subjugando as experiências pessoais para fins de
interpretação bíblica. A partir deste novo (e velho) contexto, a doutrina da
providencia de Deus voltou a considerar que a ação divina na vida das pessoas é
manifesta primariamente na forma “natural”, deixando como regime de exceção as
manifestações sobrenaturais desta interação de Deus com o ser humano.
Em outras palavras, a providência de Deus acontece todos os dias, sem a
necessidade de manifestações extraordinárias ou, como afirma o Pastor Augustus
Nicodemus em seu artigo sobre Batalha Espiritual, “acontece através de pessoas e
circunstâncias da vida para atingir seus propósitos”. Isso vale até mesmo para a
questão da conversão. A maioria das pessoas são alcançadas pelo evangelho de
Cristo através de uma pregação, de um amigo, de uma leitura bíblica ou mesmo do
testemunho de alguém. Eu mesmo fui alcançado a partir de conversas com amigos.
Infelizmente esta é mais uma das deturpações do evangelho criadas,
principalmente, pelo movimento neopentecostal. No mundo particular
neopentecostal, que as vezes chamo de “Gospelândia”, a providência e toda
atuação divina encontra-se subordinada às coisas sobrenaturais, ao inexplicável.
Espiritual é o homem ou a mulher que recebe constantes revelações, que lança
“palavras proféticas”, que é alcançado pelo evangelho de forma extraordinária, a
exemplo da conversão de Paulo. Note que a conversão de Paulo é explicitamente
uma exceção às demais descritas no livro de Atos dos apóstolos. O próprio Pedro foi
usado por Deus de forma natural para a conversão de milhares, a partir de uma
simples (mas viva) pregação.
Não tento com isso negar a atuação sobrenatural ou extraordinária de Deus, pois ela
é real. Mas sim afirmo que as manifestações sobrenaturais não são nem de longe a
principal maneira como Deus se relaciona com seu povo, pois afirmar isso é
considerar os milhares de cristãos que não viveram experiências afins como
inferiores espiritualmente aos demais que, por propósito divino, experimentaram
coisas inexplicáveis.
A coisa chegou a tal nível que hoje em dia ninguém (ou quase ninguém) te
considera um homem de Deus por seus frutos. Pouco importa se você tem andando
em fidelidade a sua esposa, se tem sido honesto e justo, se tem socorrido o
necessitado, amado e perdoado, anunciado o Cristo da bíblia e caminhado nos
passos de Jesus, você só será considerado homem de Deus, ungido do Senhor, se
falar em línguas, experimentar unções extravagantes, for adepto de gritarias e
coisas afins, mesmo que esteja na terceira esposa, em virtude de ter traído as duas
anteriores, se é que você me entende.
Outro problema deste delírio gospel é o poder que ele possui de converter pessoas
simples em comerciantes de milagres. As pessoas abandonam Cristo para buscar
seus prodígios, deixam o amor em segundo plano para valorizar somente as coisas
sobrenaturais, enfim, deixam o verdadeiro em simples evangelho de Jesus para
viver o misticismo evangelical que trata a salvação como a abertura de um contrato
em nós e o céu.
Não quero me alongar demais. Esse assunto me entristece, aliás tudo o que envolve
o neopentecostalismo me deixa triste a apreensivo. Temos urgentemente de
encontrar um sentido verdadeiro para nossas pregações, um sentido para nossos
cultos, um sentido para nossos ministérios.
Se a manifestação de Cristo em nós não estiver refletida primeiramente em nossa
conduta diária, em nossa convivência com o próximo ou em nosso papel como
agentes sociais creio eu que é vã nossa pregação e pura vaidade nossa vida cristã,
por mais profecias que eu seja capaz de proferir ou curas que eu possa realizar.
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Publicado em:
Blog ‘Servos de Deus’ (em 25/04/2014)
http://servosdedeus.com/artigos/providencia-divina/
Blog ‘Púlpito Cristão’ (em 20/04/2014)
http://www.pulpitocristao.com/2014/04/nao-e-novidade-minha-antipatia-e-de.html
IRMÃ QUE USA BATOM SERÁ NOIVA DO CAPETA
A provocação feita no título deste artigo traz à tona um problema antigo na igreja
evangélica, que é a tentativa de se construir cristãos genuínos fundamentados em
ordenanças humanas. Leia este artigo como uma espécie de continuação do
anterior, de autoria de Maurício Zágari, sob o título “Usos e costumes, tradições e a
Cruz de Cristo“.
Portanto, continuando neste tema, vejamos o que dizem as Sagradas Escrituras:
“Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares
deste mundo, por que é que vocês, então, como se ainda
pertencessem a ele, se submetem a regras: “Não manuseie!” “Não
prove!” “Não toque! “? Todas essas coisas estão destinadas a
perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos
humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com
sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o
corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da
carne.” (Cl 2:20-23)
A tentativa de se alcançar a purificação do cristão a partir de regras estabelecidas
por homens é antiga, remonta ao início da igreja. Afinal de contas, sempre foi mais
fácil simplesmente proibir do que ensinar, pois este último exige dedicação, esforço
e zelo.
A maioria de nós, cristãos evangélicos, já se deparou com algumas proibições sem
qualquer vínculo com o Evangelho onde, em sua maioria, são uma tentativa sincera
de nos afastar do pecado. Digo maioria, pois tenho consciência de que há casos em
que a tentativa na verdade é de dominar a vida das pessoas, mas não entrarei
nesse mérito.
Entretanto sinceridade não garante justiça, essa se alcança com a verdade, e a
verdade está descrita na Palavra de Deus.
Quando não ensinamos com afinco a Palavra de Deus, a única que verdadeiramente
liberta (Sl 119:9), só nos resta criar inúmeras regras para tentar impedir que o povo
peque. Dai no lugar de ensinar a guardar a Palavra de Deus, proibimos as mais
variadas práticas. Proibimos o namoro, proibimos a amizade de crentes com
descrentes, proibimos que se use calça jeans, proibimos a televisão, o batom ou até
mesmo que se leiam livros não cristãos.
Mas sinto informar que, conforme foi dito por Paulo aos Colossenses, essas regras
não tem poder algum contra o pecado. Só quem pode converter o coração do ser
humano é Deus, e Ele escolheu fazer isso através da pregação do Evangelho.
Quando Jesus nos mandou fazer discípulos ele foi taxativo ao afirmar que
deveríamos ensina-los a guardar tudo o que Ele havia dito, em momento algum ele
descreveu alguma lista de regras e leis a serem cumpridas por aqueles a quem
anunciaríamos o Evangelho, pois obviamente Ele sabia que essa função, a de
determinar o que deveria e o que não deveria ser praticado por nós, cabia ao
Espírito Santo, conforme afirma: “E quando ele vier, convencerá o mundo do
pecado, da justiça e do juízo.” (Jo 16:8)
Como sabemos, o Espírito Santo faz habitação na vida daqueles que creram em
Jesus, que foram alcançados pelo Evangelho de Cristo. A estes, conforme
profetizado por Jeremias, as leis de Deus estariam escritas em seus corações, no
seu interior, não havendo necessidade que se ensine o que se deve e o que não se
deve fazer (Jr 31:33-34). Esse papel cabe ao Espírito Santo, e Ele o cumpre na vida
dos regenerados, sem exceção.
Usemos a prática sexual como exemplo. Sexo fora do casamento é pecado? A
resposta é sim, e duvido que qualquer cristão discorde dessa afirmação.
Porém, se abster de transar fora do casamento não é algo que se ensine proibindo o
namoro (por exemplo), e sim ensinando o Evangelho. Sem Evangelho não há
coração puro, e sem coração puro até a castidade é impureza. É justamente essa a
ideia defendida por Tito, quando afirma:
“Tudo é puro para os que são puros, mas para os corrompidos e
incrédulos nada é puro; antes tanto a sua mente como a sua
consciência estão contaminadas.” (Tt 1:15)
A pureza no coração humano é obra do Espírito Santo de Deus e ele a executará
até o fim (Fp 1:6). Não há nada que possamos fazer para nossa própria purificação.
Qualquer tentativa humana de se lavar pode ter aparência sincera e de sabedoria,
mas será ineficaz.
Repito, sem a pureza genuína executada por Deus em nós, até mesmo a
abstinência radical de tudo o que possua aparência maléfica será considerada
impureza, pois a contaminação vem de dentro, não de fora do ser humano (Mc
7:20).
Portanto, cabe a cada um de nós ensinarmos nossos irmãos tudo aquilo que a
Palavra de Deus ensina, a começar do Evangelho, das Boas Novas da Salvação em
Cristo. Este é o caminho para que o pecado seja odiado por eles, esta é a porta que
Deus escolheu para operar transformação em nossos corações, nos tornando puros
e santos.
Não negligencie isso por coisas inúteis, cumpra seu papel de evangelista e deixe
que o Espírito Santo cumpra o dEle, pois Ele jamais falhará. Deus abençoe a todos.
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Publicado em:
Blog ‘Servos de Deus’ (em 20/04/2014)
http://servosdedeus.com/artigos/irma-que-usa-batom-sera-noiva-do-capeta/
Blog ‘Púlpito Cristão’ (em 18/04/2014)
http://www.pulpitocristao.com/2014/04/irma-que-usa-batom-sera-noiva-do-
capeta.html
SERÁ O ECLIPSE LUNAR UM PRENÚNCIO VERDADEIRO DA VOLTA DE CRISTO?
O vídeo a seguir refere-se ao eclipse lunar ocorrido na última madrugada
(15/04/2014).
(https://www.youtube.com/watch?v=N35pJ-floQ4)
Como já era de se imaginar, o assunto do dia, inclusive um dos mais comentados no
Twitter, foi a denominada “lua sangrenta”. Isso era esperado dada a grande
quantidade de cristãos que tem anunciado este evento como um cumprimento da
profecia de Joel. Gostaria então de deixar algumas considerações. Vejamos o que
disse o profeta:
“Mostrarei maravilhas no céu e na terra, sangue, fogo e nuvens de
fumaça. O sol se tornará em trevas, e a lua em sangue; antes que
venha o grande e terrível dia do Senhor. E todo aquele que invocar o
nome do Senhor será salvo, pois, conforme prometeu o Senhor, no
monte Sião e em Jerusalém haverá livramento para os
sobreviventes, para aqueles a quem o Senhor chamar”.(Joel 2:30-32
– grifo meu – ver também At 2:20; Ap 6:12)
Não pretendo me aprofundar teologicamente nesta profecia, portanto vamos direto
aos pontos.
Em primeiro lugar, a profecia de Joel claramente se refere a um evento bem mais
espetacular, sem contar o fato de os “profetas” modernos e demais evangélicos mais
admirados ignorarem completamente o que acontecerá com o sol. Como falei, não
entrarei pela seara escatológica nem buscarei respostas a respeito da literalidade ou
não da profecia, mas é fato que nada ocorreu com o sol, e esse eclipse lunar não é
tão parecido assim com uma lua transformada em sangue, ora bolas. Além disso o
eclipse não pode ser visto na maioria dos lugares, como então Jesus nos mandaria
observar os sinais, se eles sequer poderiam ser vistos por todos nós?
Em segundo lugar, eventos como esse são comuns, mais do que podemos imaginar.
De acordo com os cientistas, a tétrade (maneira como é conhecida uma sequencia
de 4 eclipses lunares) “é um fenômeno perfeitamente explicado e previsível: só
neste século serão oito, sendo a que se inicia no dia 15 a segunda delas” (Fonte:
Revista Veja online, do dia 14-04-14).
Em terceiro lugar, como tem sido anunciado por muitos “profetas”, esta atual tétrade
ocorrerá em datas que coincidem com algumas festas judaicas, o que confirmaria
ser este um genuíno sinal da volta de Cristo. Entretanto, como acredito ser do
conhecimento da maioria daqueles que acompanham o Púlpito Cristão, o calendário
judaico é baseado nas fases da lua (para ser mais exato ele é lunissolar), sendo,
portanto comum que suas festas aconteçam em períodos de lua cheia, justamente o
período em que estes eclipses ocorrerão.
Posto isso, apesar de desejar apaixonadamente a volta de nosso Senhor Jesus
Cristo, não vejo como a sequencia de 4 eclipses lunares, iniciadas na madrugada
deste dia 15 de abril de 2014, possa ser um genuíno sinal de sua volta. Na verdade,
todas as vezes que fenômenos fora do comum acontecem (guerras, terremotos,
novos papas, meteoros, etc.), “pipocam” inúmeras profecias, seminários, alertas e
discursos apaixonados de pessoas que avocam um conhecimento espiritual
privilegiado a respeito da segunda vinda de Cristo, porém sempre se esquecem do
principal. Com a palavra o Mestre Jesus:
“Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o seu
Senhor.Mas entendam isto: se o dono da casa soubesse a que hora
da noite o ladrão viria, ele ficaria de guarda e não deixaria que a sua
casa fosse arrombada.Assim, também vocês precisam estar
preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês
menos esperam.”Quem é, pois, o servo fiel e sensato, a quem seu
senhor encarrega dos de sua casa para lhes dar alimento no tempo
devido?Feliz o servo a quem seu senhor encontrar fazendo assim
quando voltar.Garanto-lhes que ele o encarregará de todos os seus
bens.Mas suponham que esse servo seja mau e diga a si mesmo:
‘Meu senhor se demora’,e então comece a bater em seus conservos
e a comer e a beber com os beberrões.O senhor daquele servo virá
num dia em que ele não o espera e numa hora que não sabe.Ele o
punirá severamente e lhe dará lugar com os hipócritas, onde haverá
choro e ranger de dentes”. (Mateus 24:42-51)
Vou resumir o que ele disse: Mais importante do que perceber os sinais, é que cada
um esteja preparado, vivendo em santidade, caminhando com Cristo, servindo a
Deus. É assim que devemos ser encontrados quando Ele retornar para buscar sua
noiva imaculada.
Portanto, mesmo que a lua seja de sangue, que o sinal seja da besta ou dos bestas,
andemos cada um de nós como Cristo andou, dessa forma podemos gritar sem
medo: Maranata! Ora vem Senhor Jesus!
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Publicado em:
Blog ‘Servos de Deus’ (em 19/04/2014)
http://servosdedeus.com/artigos/sera-o-eclipse-lunar-um-prenuncio-verdadeiro-da-
volta-de-cristo/
Blog ‘Silas’ (em 16/04/2014)
http://blogdosilas.com/?p=16771
Blog Púlpito Cristão (em 15/04/2014)
http://www.pulpitocristao.com/2014/04/sera-o-eclipse-lunar-um-prenuncio.html
UMA MENSAGEM A ALGUNS IRMÃOS REFORMADOS
Quem me conhece pessoalmente sabe que sou de origem batista, arminiano, mas
no decorrer dos anos mudei muito minha visão do Reino de Deus, influenciado que
fui e sou por pensamentos, teólogos, livros e irmãos reformados. Não posso dizer
que sou calvinista, mas com certeza sou monergista.
Creio sim que a salvação emana ela toda de Deus, sem qualquer participação
humana. Creio na soberania absoluta de Deus, compreendendo que nada,
absolutamente nada, está alheio ao seu controle e a sua vontade, ainda que
permissiva. Creio e sou entusiasta das cinco solas, a ponto de ter desenvolvido o
costume de afixar cartazes com um texto contendo elas, adicionadas de alguns
comentários meus, na porta de muitas igrejas durante a madrugada do dia 31 de
outubro, onde comemoramos o dia da Reforma Protestante. Também creio no amor
de Deus, na graça comum, na Sua misericórdia e, em absoluto, na bíblia (o que
torna as outras coisas uma consequência desta). Enfim, eu me considero um cristão
reformado.
Posto isso, exponho agora minha decepção com muitos irmãos, alguns dos quais
foram fonte de influencia para minha caminhada cristã.
Após as eleições, muitos destes irmãos reformados se mostraram absolutamente
arminianos, talvez de uma forma tão esdrúxula que até Arminio se espantaria.
Manifestações de revolta nas redes sociais, whatsapp e nas igrejas que extrapolam
o bom senso e se constituem numa clara e manifesta negação do que até então
defendiam com afinco, donde destaco a Soberania de Deus, mas não somente.
Ver irmãos condenando ao inferno outros irmãos, que até outrora eram
considerados verdadeiros crentes em Cristo, simplesmente por estes haverem
votado na Dilma é, para mim, um absurdo. Vejam bem, eu também acho que ela
representa o que há de pior na política brasileira, que a ideologia de seu partido é de
fato contrária ao cristianismo, e tudo o mais que vemos, ouvimos e sabemos. Além
disso, também estou cheio de convicção de que foi uma péssima decisão votar nela,
me pego inclusive pensando que foi um pecado essa atitude tomada por vários
irmãos (a de votar no PT), por isso não votei. Mas em que momento a salvação
passou a estar vinculada a este voto? Se a Dilma não representa a paz, justiça,
amor e a santidade de Deus, por acaso Aécio representa? Se votar na Dilma é ir
contra Deus, nessa mesma perspectiva votar no Aécio também não seria?
Penso que essa política partidária não é de Deus, nem do diabo, é nossa, e reflete
bem quem somos: Seres caídos, carentes da Graça de Deus. Não é diferente com a
Dilma, com o Aécio, comigo ou com vocês. Quem pode rogar para si a capacidade e
as qualidades de representar bem a Deus diante dos homens?
Por outro lado, onde ficam afirmações de Jesus como a que diz a respeito das boas
árvores? Pode uma árvore má dar bons frutos? Ora, se muitos irmãos vinham dando
bons frutos, frutos que permanecem, durante toda sua jornada cristã, eles se
tornaram árvores más agora simplesmente por terem votado na candidata do PT?
Ora meus amados irmãos reformados, vocês esqueceram que somente a Graça de
Deus pode nos fazer tomar direções que estão de acordo com a vontade de Deus?
Por acaso esqueceram que no final das contas, é a vontade de Deus que prevalece?
Esqueceram que a razão pela qual a murmuração se constitui pecado, é justamente
porque qualquer murmuração é contra Deus? Por que uma eleição humana fez com
que vocês negassem essa Soberania divina e demonizassem quem divergiu com o
pensamento de vocês? Por que razão bastou que as coisas saíssem de seus
controles para vocês agirem como quem é descrente em tudo que a teologia
reformada defende? Por acaso vocês acham que os planos de Deus foram
frustrados?
Eu entendo a revolta, a frustração, o sentimento de perda, mas isso não justifica o
que estão fazendo. Afirmar categoricamente que aqueles irmãos que votaram na
Dilma não tem parte no Reino de Deus? Baseados em quê? Vi irmãos dizerem que
jamais orariam pelo governo eleito e me pergunto: A vitória do PT justifica
nossa desobediência a claros mandamentos bíblicos? A atitude de muitos de vocês
é lamentável. Se o cristianismo que vocês vivem não é capaz se suportar algo
mínimo, que dirá se um dia tudo que mais tememos de fato ocorrer. Deus nos livre
disso.
De uma hora pra outra parece que não creem mais na doutrina da salvação
reformada, deixaram de ser monergistas e nem à bíblia dão mais crédito. Tudo
depende apenas de em quem nossos irmãos votaram nas eleições brasileiras.
Aparentemente a confiança que vocês diziam ter em Deus, virou pavor, e não é mais
Deus quem pode proteger a igreja, mas um político qualquer.
Repito, vocês não percebem que, por pior que seja (e eu acho realmente péssimo),
votar na Dilma não torna alguém uma árvore má? Que essa atitude não invalida a
eleição divina? Que não apaga os bons frutos de alguém? Vocês nãos percebem
que pecado por pecado, maldade por maldade, erro por erro, todos nós somos
culpados e carecidos somos da Glória de Deus? Não fosse a graça de Deus não
somente quem votou na Dilma estaria condenado, mas você que mente, que fofoca,
que age por impulso, que não nega a si mesmo, que não ama, que não tem
misericórdia.
Ora, As coisas de Deus se firmam em fundamentos absolutamente superiores a
nossa vã filosofia, e não é nestas coisas que a salvação está vinculada. Vocês
sabem disso, mas por terem sidos contrariados parece que esqueceram. Que fracos
vocês são!
Enfim, encerrada a eleição brasileira, oro para que tudo se tranquilize, e para que
vocês voltem a ensinar e praticar as doutrinas reformadas, mas oro principalmente
para que Deus os torne fortes, coerentes e mansos, pois mais eleições virão, e o
povo de Deus, e nós, precisamos de vocês como suporte, não como cegos
desesperados, sem saber para onde ir.
Deus abençoe a todos.
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Publicado em:
Portal ‘Itapetinga Gospel’ (em 29/10/2014)
http://www.itapetingagospel.com.br/site/?sessao=noticia_ver&id=29774
Blog ‘Púlpito Cristão’ (em 29/10/2014)
http://www.pulpitocristao.com/2014/10/uma-mensagens-alguns-irmaos-
reformados.html
NÃO É CHORANDO QUE SE DEMONSTRA AMOR POR DEUS
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que
me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o
amarei, e me manifestarei a ele”. (João 14:21)
Gostaria de desconstruir neste post um pensamento comum que ronda nossas
igrejas, especialmente entre aqueles que nunca decidiram se envolver demais com o
serviço cristão ou que não acham tão relevante a necessidade de se santificar.
Como o assunto é muito claro na bíblia, em poucas linhas será possível concluir esta
“empreitada”.
Me refiro a forma com o qual nosso amor por Deus se manifesta.
Aparentemente, muitos irmãos acreditam que por frequentarem cultos, levantarem
as mãos durante o período de louvor, orarem fervorosamente durante as
ministrações, participarem de eventos e shows gospels e coisas afins estão, com
isso, revelando a Deus e aos homens que amam ao Senhor de verdade. Se por
acaso aparecerem lágrimas, então o amor é quase perfeito.
Mas não foi assim que Cristo ensinou.
As nossas práticas devocionais, a nossa frequência nos cultos, as nossas lágrimas e
a nossa aptidão para entoar cânticos com “ousadia” não demonstram amor, antes
devem ser realizadas em consequência dele e não o contrário.
Quantas pessoas conhecemos capazes de choramingar por oras durante shows
evangélicos, vigílias e cultos, mas que no dia seguinte retornam às suas práticas
carnais?
Jesus afirma sem deixar dúvidas: o que comprova o nosso amor por Deus é a
obediência à Sua Palavra. A mesma Palavra que nos manda negar a nós mesmos,
ajudar o necessitado, buscar a santidade, servir a Deus, não viver em busca de
benefícios pessoais e sim o benefício comum a todos, ser puros, constantes,
perdoadores, honestos, verdadeiros, servos uns dos outros e tantas outras coisas
que, semelhantes a estas, formam o caráter de um verdadeiro cristão.
“Se me amardes, guardareis os meus mandamentos”. (Jo 14:15)
Ninguém jamais pode dizer que ama a Jesus sem que seja submisso à sua Palavra,
obediente e praticante dela. Quem não obedece é um mentiroso quando diz que o
ama,lembre-se disso.
Cuidado irmãos, fujam do engano de que amar a Deus significa apenas chorar. Mais
cuidado ainda com aqueles que colocam o amor por Deus relacionado ao dinheiro.
Deus não busca dinheiro, o que Ele busca são corações quebrantados dispostos a
adorá-lo continuamente com suas vidas, pois é isso que significa adorá-lo em
espírito e em verdade (Sl 34:18; Sl 51:17; Jo 4:23-24).
Obedecer a Deus é obedecer à Palavra de Deus e não às palavras de seu pastor,
apóstolo, líder, cantor gospel, professor da EBD ou blogueiro preferido, salvo se
seus conselhos forem compatíveis com ela (At 5:29). Mas como saber se de fato
são?
Lendo a bíblia, meditando nela dia e noite.
“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos
ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta
na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor,
e na sua lei medita de dia e noite”. (Sl 1:1)
Portanto irmãos, vocês podem morrer assim se quiserem, mas se depender de mim
não será por engano, mas conscientes, porque só ama Jesus quem O obedece!
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Publicado em:
Blog ‘Ministério Batista Bereia’ (em 25/11/2011)
http://ministeriobbereia.blogspot.com.br/2011/11/nao-e-chorando-que-se-demonstra-
amor.html
NÃO SOMOS NOBRES
Estou cada dia mais triste com a situação em que se encontra a igreja cristã,
especialmente no Brasil. Vivemos um momento onde a exortação passou a ser
considerada obra da carne, onde a simples consulta ao texto bíblico, para fins de
confirmação de uma pregação ou de algum ensino, é considerada uma afronta
contra o Reino de Deus.
Não se pode questionar quem está sobre o púlpito, pois o simples fato de estar lá
significa que se trata de um "homem ou de uma mulher de Deus", e assim, como
políticos brasileiros, gozam de imunidade. Me espanta como não percebem que agir
dessa forma (conferindo na bíblia se é verdadeiro o que foi dito) não é ser carnal,
mas nobre, assim como foram chamados os irmãos que consultaram a bíblia para
confirmar se as palavras de Paulo e Silas (isso mesmo, o apóstolo Paulo!) eram de
fato verdadeiras (At 17:11).
Com certeza este é o discurso mais usado (e mais hipócrita) do povo que não aceita
ter suas falsas doutrinas (ou de seus "guias") contestadas se relaciona aos conflitos
que a verdade gera.
Sempre afirmam algo do tipo: "Você não pode falar isso, pois se está gerando
conflitos não é de Deus, você precisa fazer como Jesus, pois Ele sempre falava com
amor, carinho e todos gostavam de ouvi-lo, pois jamais criticou ninguém, nem
confrontou a ponto de gerar conflitos, antes suas pregações só geravam amor..."
Sinceramente, não sei que bíblia esse povo anda lendo, mas com certeza não é a
mesma que disse isso:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes
aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos,
mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia”. (Mt
23:27). “Serpentes, raça de víboras! como escapareis da
condenação do inferno?” (Mt 23:33)
“Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás,
que me serves de escândalo; porque não estás pensando nas coisas
que são de Deus, mas sim nas que são dos homens”. (Mt 16:23)
Um dos “amores” que sua pregação gerou foi esse:
“Eles, porém, bradavam, dizendo: Crucifica-o! crucifica-o!” (Lc
23:21). “Depois de o terem assim escarnecido, despiram-lhe a
púrpura, e lhe puseram as vestes. Então o levaram para fora, a fim
de o crucificarem". (Mc 15:20)
E Jesus certa vez chegou a dizer:
“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas
espada. Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a
filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra e assim os inimigos
do homem serão os da sua própria casa”. (Mt 10:34-36)
E, para completar, ainda fez isso:
“Então Jesus entrou no templo, expulsou todos os que ali vendiam e
compravam, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos
que vendiam pombas e disse-lhes: Está escrito: A minha casa será
chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis covil de salteadores”.
(Mt 21:12)
Discurso levinho o de Jesus né? Imagina se eu fizesse metade disso, do que não
me chamariam? Por muito menos cansei de ouvir irmãos me chamarem de filho do
diabo, desgraçado, enviado de satanás, cobra, víbora, fora outros adjetivos
impublicáveis...
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Publicado em:
Blog ‘PCAmaral’ (em 11/04/2012)
http://blogdopcamaral.blogspot.com.br/2012/04/nao-somos-nobres.html
PROSELITISMO INTEGRAL
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque percorreis o mar e
a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais
duas vezes mais filho do inferno do que vós”. (Mt 23:15)
Segundo o dicionário Vine, prosélito (do grego προσήλυτος/proselytos) significa
“estranho”. Há várias definições para esse termo, porém todas elas indicam,
resumidamente, alguém que, apesar de ser estranho, desconhecido, sem
identificação, se torna adepto de outra visão (ideologia, religião), abandonando as
suas convicções. Esse termo indica muitas vezes os peregrinos que aderiam à
religião judaica nos tempos bíblicos, por força das circunstancias.
Na perspectiva indicada por Cristo no texto acima, eu faço um prosélito quando
convenço alguém a ser meu discípulo, através dos mais variados argumentos,
contrariamente ao que a bíblia determina: fazer discípulos de Cristo, atraídos pela
Graça de Deus, onde esta, por sua vez, é ministrada a eles pelo Evangelho de
Jesus.
Há poucos dias atrás debatíamos eu e meus colegas, do curso de Ciências Sociais,
sobre sociedade e religião. Como é comum nesse tipo de ambiente acadêmico,
especialmente em cursos de ciências humanas, a maioria dos argumentos são
contrários a influencia da igreja nas questões sociais (a maioria não entende a
diferença entre Igreja santa, imaculada, e igreja instituição, conjunto de crentes que
professam ser cristãos).
Infelizmente tudo o que o professor e alguns alunos falavam sobre a igreja, de forma
negativa, era verdade. É fato que boa parte dos nossos representantes,
especialmente os que enveredam pelos campos da política partidária, são corruptos
ou corruptíveis. É fato que a igreja evangélica não tem conseguido dar um bom
testemunho para os de fora, pelos motivos já expostos aqui no blog. Mas me
chamou a atenção os argumentos de uma colega, que embora não fosse cristã
evangélica, defendia a igreja.
Ela dizia que apesar do que se diz, a igreja tem sim atuado de forma muito positiva,
pois ela mesma é testemunha de diversos eventos sociais promovidos por igrejas,
nos mais variados bairros de Rio Branco aqui no estado do Acre, coisa que também
deve acontecer noutras cidades Brasil afora.
Bom, apesar de eu mesmo ser cristão evangélico, pessoalmente concordo com ela
apenas em partes. Poucas partes.
Realmente muitas igrejas têm atuado em questões sociais. Por vezes promovem
distribuição de “sacolão” e roupas para famílias carentes, sopas para desabrigados,
e em alguns casos até cursos gratuitos para pessoas carentes. Porém, numa análise
um pouco menos superficial, podemos perceber facilmente que, na maioria das
vezes, a intenção é fazer prosélitos.
Muitos dos casos que vivenciei, quase todos para ser mais sincero, são de crentes
que estavam mais preocupados em levar pessoas para suas igrejas, para o
crescimento de seus respectivos ministérios, e pouquíssimos estavam realmente
preocupados em mudar a realidade social daquelas famílias. E o que é pior, estes
que tentam “ganhar para a igreja”, não anunciam o Evangelho.
Creio que a igreja deve sim realizar uma missão integral, cuidando de anunciar o
Evangelho enquanto busca de todas as formas ajudar na solução dos outros
problemas que assolam o indivíduo, das questões sociais, do socorro ao
necessitado (Tg 2:15-16). Mas o fundamento para tudo isso deve ser o amor e o
desejo genuíno de que Deus possa salvá-los, ainda que jamais pisem em nossos
templos.
Mas não é isso que tem acontecido, pois até mesmo quando fazemos o bem, temos
outras intenções, queremos ser beneficiados com isso. Em última instancia o
objetivo é sempre que nossa igreja cresça em números, seja destaque entre as
outras, pois já esquecemos há muito tempo a quem a Igreja de fato pertence.
O que fazemos é proselitismo e não evangelismo. Convencemos as pessoas a
aderirem a nossa visão, a nossa denominação, seja através de uma ajuda com
segundas e terceiras intenções (a exemplo dos projetos sociais do PT, como a bolsa
família, puramente eleitoreira), seja através de promessas enganosas. Dessa forma
fazemos discípulos de nós mesmos, com a nossa visão e identificados com a nossa
denominação, mas com nenhuma identificação com Cristo. O destino delas será o
mesmo que o nosso, caso não haja arrependimento por essa prática maligna, pois
serão estranhos, desconhecidos por Cristo (Mt 25:12).
Graças a Deus que há sim exceções! Na verdade sempre haverá aqueles que não
se dobram a baal, que agem por amor a Deus e a sua Palavra, que continuam
desejando ser sal e luz do lado de fora de seus templos, e que não buscam apenas
o proveito próprio (I Co 10:24).
Essa é a verdadeira Igreja de Cristo, que cumpre seu papel social por entender que
foi chamada para as boas obras (Ef 2:10), sem esperar nada em troca, pois sabe
que o que existe de maior valor já lhe foi entregue na cruz, de graça, pela Graça,
restando agora tão somente servir a Deus e ao próximo. Esse é o verdadeiro corpo
de Cristo, que não abre mão da verdade, que anuncia o Evangelho verdadeiro,
ainda que isso não tenha como consequência o reconhecimento dos homens.
É dessa Igreja que quero ser parte, reconhecida pelo amor (Jo 13:35), que tem a
marca da cruz e que faz tudo por Jesus, pois sabe que para o cristão até a morte é
lucrativa.
“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro”. (Fp 1:21)
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Publicado em:
Blog ‘PCAmaral’ (em 20/09/2013)
http://blogdopcamaral.blogspot.com.br/2013/09/proselitismo-integral.html
GUERRA SANTA CONTRA MIM MESMO
Olá, meu nome é Igreja e gostaria de me falar algo...
Tenho me observado nos últimos dias e percebi que meu discurso anda meio
estranho. Estranho porque não parece que estou conseguindo usá-lo para anunciar
que ainda existe uma solução para o mal, pelo contrário, meu discurso está gerando
ainda mais ódio e não foi assim que aprendi com Cristo.
Como exemplo mais recente, posso citar a forma como tenho conduzido a discussão
sobre o homossexualismo e a PL 122. Não consegui gerar debate, mas embate. As
pessoas não estão meditando no que Cristo ensina através desta minha guerrinha,
antes estão construindo a cada dia um muro maior de frustração entre elas e eu.
Mas sinceramente, eu não entendo porque apontei todas as minhas armas para o
homossexualismo, se dentro de mim existem órgãos tão doentes.
A verdade é que eu estou cada dia mais hipócrita.
Quantas vezes eu não me pego em flagrante prostituindo-me? Quantas vezes
abandono as necessidades de meus membros que considero menos honrados, para
buscar a satisfação de membros superiores, especialmente minhas mãos, olhos e
língua? Isso também não seria pecado? E quantas vezes tenho traído meu noivo,
trocado seu amor por bajulação, riqueza, unção, poder e vitória?
Eu sei que minha convicção contra a prática homossexual é bíblica, mas é tão
bíblica quanto a aversão que Deus sente pela falta de perdão que eu cometo todos
os dias.
Não sei, eu só acho que se eu amasse mais, até mesmo os homossexuais seriam
contra a tal PL, pois eles não abririam mão de um amor verdadeiro por uma prática
não tão boa assim ou, pelo menos, pensariam melhor a respeito.
Poxa, será que eu não enxergo que eles, os homossexuais, estão me odiando cada
vez mais? De que maneira eles irão desejar o nosso Deus se, em nome dEle,
criamos uma guerra de acusações? Na verdade eu acho que tenho muito que
acusar a mim mesmo antes de começar a acusar os outros.
Se for para entrar numa guerra, espero que eu escolha uma guerra contra mim
mesmo, contra meus próprios erros antes que todos virem-me as costas.
Melhor seria eu passar fome, nudez e não ter nenhuma porta aberta nem promessa
sobre minha vida do que me faltar amor para dar ao pecador, pois eu sou o maior
deles.
Todo dia eu busco honra e poder, desejo unção, determino vitória, mas não busco
ser cristão.
Eu tenho pena de mim se eu continuar assim...
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Publicado em:
Blog ‘Para falar de Deus’
http://camposesantos.blogspot.com.br/2011/06/guerra-santa-contra-mim-
mesmo.html
ADORAR NÃO É SIMPLESMENTE CANTAR UMA CANÇÃO
Uma das coisas que eu desejei que ocorressem em 2012 era que diminuísse nossa
mania de sacralizar músicas cristãs (ou gospel, se preferir). Infelizmente isso não
aconteceu. Na verdade piorou.
Cada dia mais, damos às canções um status que deveria pertencer apenas à
Palavra de Deus. Canonizamos músicas pelo simples fato de haverem sido
compostas por crentes evangélicos, e blindamo-las de toda forma de critica, ainda
que o próprio evangelho ensine o contrário do que sua letra afirma.
De certa forma, parece que a maioria de nós resumiu toda a adoração a Deus, na
simples atitude de cantar uma música de mãos levantas, por isso não admitimos que
ela tenha um papel secundário dentro do processo de adoração cristã. Em muitos
casos ela se tornou o carro chefe, o personagem principal de nossos cultos, como
se Deus fosse apenas um expectador de nossas apresentações musicais.
Não poderia deixar que o ano terminasse sem dizer algo a vocês, meus irmãos
amados:
“A música é apenas uma das formas do ser humano EXPRESSAR sua adoração a
Deus, não é sagrada, não é adoração em si mesma, não tem vida”.
Vida temos nós, dada por Deus, portanto, somos nós quem adoramos, e isso se faz,
principalmente, sendo fiel a Deus. Deus pode suscitar pedras para adorá-lo, mas
não é seu desejo ser adorado por coisas inanimadas, e sim por seres humanos.
É urgente a nossa necessidade de aprender mais sobre adoração, e eu queria
deixar uma pequena contribuição.
Adoração é muito mais do que cantar. A adoração verdadeira, na maioria das vezes,
sequer faz uso de palavras, pois não é algo externo, palpável, audível, mas interna,
pessoal, espiritual, que flui do interior do ser humano. Vejamos um exemplo do que
eu estou tentando dizer:
“Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor vestidos de trajes
santos”. (Sl 29:2)
Note que interessante a afirmação do salmista, a respeito da adoração. Ele diz:
“adorai o Senhor vestidos de trajes santos” (JFA-RA, grafia brasileira). Outra
tradução diz: “adorai o SENHOR na beleza da sua santidade” (JFA-RC).
Sua afirmação e imperatividade são tão claras, que dispensam maiores
preocupações exegéticas. Ele não tutela a adoração a um entoar de voz, nem
tampouco ao levantar de mãos e derramar de lágrimas, mas a uma vida de
santidade. Precisamos adorar a Deus revestidos de santidade, essa é a verdadeira
adoração.
Seja sincero, que sentido há numa adoração desprovida de obediência a Deus e
fidelidade a sua Palavra? De que adianta cantar, chorar e levantar as mãos no culto,
se fora dele eu não vivo uma vida digna de aceitação da parte de Deus. Chorar no
culto e fazer chorar fora dele não tem o menor valor.
O próprio Jesus disse: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino
dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7:21,
ver também o contexto). Isso também significa que de nada adianta cantar lindas
canções de adoração, pois se eu não sou fiel a Ele, seremos apenas como o sino
que ressoa, muito barulho, mas que sua função não perdura mais que alguns
segundos. Seremos adoradores apenas de lábios, mas com o coração distante de
Deus, e como diriam os antigos, nossa adoração não passa do teto.
Por falar em adorador, chega a ser cômico quando ouço alguém se apresentar como
adorador do Senhor, pois sempre significa que ele é apenas um cantor gospel ou,
quando muito, um ministro de louvor na igreja. Admira-me tanto equivoco.
Outro engano absurdo é quando o ministro diz à congregação: “Dê o seu melhor
para Deus!”. Sempre entendem como: “Pule, grite, cante!”.
Se o nosso melhor para Deus for apenas um punhado de palmas e gritos, temo pelo
nosso futuro na glória.
Bom, 2013 vem ai, logo mais a maioria de nós estará junto dos seus, comemorando
mais uma passagem de ano. Vou ficando por aqui, embora tenha a devida noção de
que há muito mais que se dizer a respeito deste assunto.
Ainda assim, meu desejo para você, no ano que chega, é que possa caminhar cada
dia mais nos trilhos fundamentados pelos apóstolos (os verdadeiros),
aproximadamente dois mil anos atrás, e que possamos ser uma verdadeira geração
de adoradores, reconhecidos não pelas canções que entoamos, mas pela beleza da
santidade em que caminhamos.
Deus abençoe a todos nós.
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Publicado em:
Blog ‘Leleke visita’ (em 31/12/2012)
http://lelekevisita.blogspot.com.br/2012/12/adorar-nao-e-simplesmente-cantar-
uma.html
REALMENTE, A LETRA MATA... A IGNORÂNCIA
Como prometido, abordarei brevemente outro tema comumente mal interpretado nas
escrituras, embora eu acredite que não se trata realmente de um erro de
interpretação, mas de dissimulação por uma parte da liderança cristã.
Quantos já não ouviram, após um debate apologético, após uma crítica a um falso
ensino, ou mesmo quando um irmão decide cursar teologia, a “celebre” frase: Irmão,
cuidado, pois a letra mata!
Obviamente baseiam-se no seguinte texto bíblico:
“Porque a letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Co 3:6b)
Analisemos então esta passagem bíblica para identificarmos o verdadeiro sentido
desta afirmação do apóstolo Paulo. Vale ressaltar que (quase) sempre minhas
análises são feitas de forma bem simples, lógicas e diretas, justamente numa
tentativa de demonstrar que a interpretação bíblica não é algo tão complexo quanto
muitos tentam impor, basta atenção, compromisso com a verdade e novo
nascimento, se é que me entendes.
Pois bem, observando todo o contexto dos capítulos 2 e 3 da segunda carta aos
coríntios, podemos facilmente chegar a uma conclusão clara e simples, senão
vejamos:
“Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em
triunfo, e por meio de nós difunde em todo lugar o cheiro do seu
conhecimento” (2 Co 2:14)
“Porque nós não somos falsificadores da palavra de Deus, como
tantos outros; mas é com sinceridade, é da parte de Deus e na
presença do próprio Deus que, em Cristo, falamos” (2 Co 2:17)
Observe que no final do capitulo 2, Paulo cita, como um dos objetivo de suas
viagens, o conhecimento da palavra, ou o anúncio desse conhecimento. Defende-se
ainda, afirmando não falsificar a palavra de Deus, pelo contrário, fala a verdade, com
sinceridade.
Isso nos dá pistas de que o conhecimento teológico, talvez, não seja o foco de sua
afirmação do verso 6, no capitulo seguinte. Continuemos.
“Sendo manifestos como carta de Cristo, ministrada por nós,
e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não
em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração” (2 Co
3:3)
Aqui vemos uma afirmação interessante e, pelo menos para mim, bem clara. Paulo
está tratando de uma grande diferença entre a antiga e a nova aliança. A antiga,
escrita com tinta ou talhada em pedras, sem vida, diferente da nova, da qual Paulo é
ministro, escrita no coração do ser humano, referencia a nova habitação de Deus, ao
novo templo da nova aliança, eu e você, conforme já havia sido anunciado por Deus
a Jeremias.
“Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo
com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto
que fiz com seus pais, (...) Mas este é o pacto que farei com a casa
de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no
seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e
eles serão o meu povo” (Jr 31:31-33) / Ver também Hb 8:10.
Por fim, no versículo 6, onde encontramos a tão repetida (e batida) frase “a letra
mata”, temos uma definição:
“E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não que sejamos
capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos;
mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual também nos capacitou
para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas
do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Co 3:4-6)
Claro como a neve não?
A letra a que Paulo se refere é exatamente a Lei, a antiga aliança feita com o povo
de Israel, por meio de Moisés, aliança esta que, em conseqüência da condição do
pecado humano, não tinha vida, mas gerava morte. Em contrapartida, a nova aliança
com Deus, escrita nos corações não com tinta, mas com sangue, não com letras,
mas com o Espírito Santo de Deus, essa gera vida.
“Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou, e desta sorte é introduzida
uma melhor esperança, pela qual nos aproximamos de Deus” (Hb
7:19)
“Porque a lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem
exata das coisas, não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que
continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se
chegam a Deus” (Hb 10:1)
Porém, existe algo que o estudo teológico e a busca por conhecimento mata: A
ignorância, o engano e a chance de ser conduzido para qualquer um dos lados que
os falsificadores do evangelho desejarem (2 Co 2.17).
A escolha é sua, continuar sob o jugo de homens, ou ser liberto pela palavra. Para
lhe incentivar, deixo o exemplo de Cristo, na esperança de ser este um assunto
onde haja unanimidade entre nós cristãos: Jesus é nosso grande exemplo, imitando-
o estaremos bem.
“Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de
sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler” (Lc 4:16)
Só para lembrar, o costume era ir à sinagoga para estudar a palavra de Deus.
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Publicado em:
Blog ‘Por um cristianismo decente e investigativo’ (em 22/10/1012)
http://respostadabiblia.blogspot.com.br/2012/10/realmente-letra-mata-ignorancia.html
CAIA NA REAL!
Como de costume, estava aproveitando um tempinho vago em meu trabalho para
navegar entre diversos blogs e sites cristãos, buscando crescimento, conhecimento
e, principalmente, Graça. Aproveitei para me atualizar com as “novidades” do mundo
“gospel”, algumas como fruto de novas “interpretações” bíblicas, novos (maus)
costumes e infelizmente poucas de raízes puramente bíblicas.
E foi assim, lendo e aprendendo sobre “novas unções” que algo estalou em minha
pequenina cabeça (talvez não tão pequena diriam alguns). Algo que está longe de
ser novidade, mas que se renova a cada dia em nosso meio, principalmente na parte
gospel do meio cristão (!?). Isso aconteceu quando me deparei com o seguinte texto
bíblico:
“quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia,
ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia
todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Mas em
todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos
amou.” (Romanos 8:35-37)
Um texto tão conhecido e tão pouco compreendido, especialmente na gospelândia.
Esse texto me fez meditar muito sobre o triunfalismo que vivemos há algum tempo
em nossas igrejas, em nossas vidas. Canso de ouvir que “somos mais que
vencedores”, como se esse texto afirmasse que venceremos em tudo neste mundo,
que “reinaremos em vida” como diz um grande “sucesso gospel”, ou que “onde pisar
a planta de nosso pé o Senhor nos dará como herança”, como se fossemos o povo
de Israel buscando o lar prometido, a fim de deixarmos de perambular por ai por
causa do pecado.
Ao escrever estas linhas lembro-me de quando aconselhei cautela a um amigo, pois
o mesmo iria fazer uma visita à residência de uma família recém convertida, num
bairro perigoso de Rio Branco, no Estado do Acre. Ele me respondeu:
- Que é isso irmão, eu vou fazer a vontade de Deus! Como você pode imaginar que
algo ruim poderia acontecer estando eu fazendo a obra dEle?
Tentei explicar o que Paulo estava fazendo ao ser, por várias vezes, preso, açoitado
e mesmo morto; tentei mostrar o que fazia Estevão ao ser apedrejado; tentei
esclarecer quem nos conta a história ter sido queimado nas fogueiras da inquisição.
Não surtiu muito efeito, o triunfo estava impregnado e, como graças a Deus nada de
mal aconteceu, temo que tenha ficado ainda mais cauterizado.
Eu, porém, percebo claramente que Paulo não estava pregando o sucesso absoluto
do crente neste mundo. O que ele afirma abertamente é que, independentemente do
que aconteça, mesmo que eu seja morto, no fim eu receberei a coroa da vida, pois
mesmo que eu morra, viverei, e que minha vitória é certa em Cristo. Paulo sabia que
Ele já havia nos preparado um lugar, nós realmente já vencemos a morte, o céu já
espera por nós.
Essa sim é nossa vitória incontestável! Esta é a vitória que deveríamos apregoar,
mas não parece ser o que gostamos de ouvir, talvez por isso não mudamos o
discurso, afinal, quem ficaria numa igreja que não prega o sucesso já?
Possivelmente as igrejas ficariam vazias de crentes (embora cheias de Cristo) e não
é isso que a visão da “vitória” gostaria. Não é isso que nossos líderes sonham, pois
seus nomes não serão jamais lembrados por haverem pastoreado igrejinhas de
poucos membros, mesmo que estes fossem parte da verdadeira Igreja invisível de
Cristo, e não somente adeptos da igreja gospel.
Obviamente exemplos de vitórias e triunfos nesta terra são encontrados aos montes
na Santa Palavra de Deus, que o diga Isaías. Mas esta não é a regra. Aliás, no
Reino de Deus a única regra que há encontra-se restrita a Sua soberana Vontade:
“Porque diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter
misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão
(...). Portanto, tem misericórdia de quem quer, e a quem quer
endurece.” (Romanos 9:15, 18)
Portanto, precisamos cair na real e buscar sabedoria continuamente em Deus,
voltando assim a pregar exclusivamente o que Cristo ensinou. Só assim teremos
igrejas cheias, não de crentes, mas de pecadores restaurados.
No amor Daquele que jamais perdeu...
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Publicado em:
Blog Púlpito Cristão (em 12/05/2014)
http://www.pulpitocristao.com/2014/05/caia-na-real.html
PAZ SEM VERDADE NÃO SERVE!
No meio evangélico atual, existe certa ideologia de qual deve ser a postura do
cristão, frente a erros cometidos por homens e mulheres de Deus (se é que de fato o
são). Falo de erros doutrinários e não da vida pessoal destas pessoas.
Em resumo, em boa parte dos arraiais evangélicos é ensinado e defendido que não
devemos criticar doutrinas equivocadas, pois temos a obrigação de amar quem
assim procede e, uma vez criticando falsos ensinos, estaríamos causando conflitos e
dissensões que não podem ocorrer entre irmãos. Ou seja, devemos amar e, em
nome do amor, evitar gerar tais conflitos. Quem procede de outra maneira é tido
como falso irmão, carnal e julgador.
A verdade é que temos uma visão deturpada sobre o amor e, por isso, achamos que
Jesus Cristo é uma espécie de príncipe encantado dos filmes de Hollywood.
Não irmão! O amor de Deus é perfeito, mas o amor dos cinemas não é!
Um príncipe de Hollywood esconde conspirações, faz acordos suspeitos, engana
reinos inteiros, tudo para que sua amada não sofra, seja ela princesa ou plebeia.
Todas as suas atitudes estão voltadas para um único fim: terminar o filme feliz para
sempre com seu par.
Sinto informar que este amor não é bíblico e Jesus jamais se dispôs a abandonar a
verdade e a justiça para agradar quem esperava ser agradado.
Jesus jamais, sob o argumento do amor e da comunhão, deixou de fazer o que era
certo fazer. Mesmo sabendo dos perigos que isso podia lhe causar, Ele continuou
confrontando e denunciando os pecados e as más atitudes dos fariseus, saduceus e
outros líderes de sua época. E, independente de profecias anteriores, isso causou
sua morte.
Ele disse:
“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas
espada. Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a
filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra, e assim os inimigos
do homem serão os da sua própria casa”. (Mt 10.34-36)
Jesus nunca omitiu a verdade, por mais doloroso que isso fosse para si mesmo ou
para os que andavam com ele. Mesmo amando Ele não hesitou em confrontar Pedro
asperamente (Mt 16:23), acusou escribas e fariseus de hipocrisia e falsidade (Mt
23:13), de raça de víboras (Mt 23:33). E o que falar de João Batista que, por não
omitir a verdade (Mt 14:1-12), foi decapitado? Temos ainda Paulo que, mesmo
considerando-se um apóstolo fora de tempo e inferior ao outros (1Co 15:8-9),
confrontou o erro de Pedro publicamente (Gl 2:11-14).
Preste atenção meu irmão e minha irmã: O Evangelho Verdadeiro gera
conflitos! Não podemos omitir a verdade sob a batuta de que isso irá gerar
desavenças, pois esse é justamente um dos papeis das boas novas, o de confrontar
a velhas!
Nós, como seres humanos pecadores, não podemos julgar corações, pois não
temos poder para sondá-los, mas somos obrigados a confrontar o engano que se
instala em nosso meio. Temos a responsabilidade de zelar pelo Evangelho genuíno
e denunciar os falsos ensinos, mesmo que isso possa gerar perseguições e
contendas.
O evangelho é mais importante que o nosso bem estar! A verdade é mais importante
que a mentira. Somente a verdade tem poder contra o pecado, a verdade do
Evangelho. Somente ela pode sarar os males de nossa sociedade que está doente,
em grande parte, por causa do erro que tem se instalado no coração dos nossos
irmãos. Erros como o de achar que Jesus aguarda ofertas para poder nos abençoar,
ou que Ele está de olho no tipo de carro que você dirige e não na forma como você
tem reagido aos desejos do teu coração.
Não se omita irmão. No que depender de você, ande em paz com todos, mas tome o
cuidado de que, para isso, você não precise abandonar o Evangelho.
Não seja covarde nem tente persuadir os corajosos a abandonar a verdade em
nome de um amor deficiente. O amor verdadeiro é o amor de Deus, o mesmo Deus
que confrontou e ensinou a confrontar o engano. Ora, o Pai repreende (ou açoita) ao
filho que ama (Hb 12:6), ao filho que odeia ele despreza, se omite. Estejamos pois
atentos à causa do Evangelho.
<< Por um evangelho verdadeiro e por uma apologética prática, anuncie a verdade,
mesmo que ela seja dolorosa! >>
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Publicado em:
Blog Púlpito Cristão (em 30/04/2014)
http://www.pulpitocristao.com/2014/04/paz-sem-verdade-nao-serve.html
LEVANTEI A MÃO NO CULTO, TÔ SALVO!
Gostaria de tecer alguns breves comentários buscando esclarecer um grave engano
praticado pela maioria de nós, cristãos evangélicos. Eu mesmo já pratiquei o engodo
que questionarei a seguir e espero conseguir ser claro o suficiente.
O assunto é o ponto inicial da conversão, o que muitos chamam de “aceitar Jesus”,
o que por si só é um tremendo engano, pois a verdade é que recebemos (e não
aceitamos) Cristo gratuitamente quando alcançados pela Graça de Deus, mas este é
um assunto para outro artigo.
Vejamos o que Paulo diz:
“Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em
teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será
salvo”. (Rm 10:9 - ARA)
Muitos interpretam este texto como se Paulo estivesse ensinando que a conversão
do ser humano (e sua consequente salvação) se dá através de um simples processo
de declaração afirmativa de que Jesus é Senhor, acreditando em sua ressurreição.
Ou seja, ensinam que basta que repitamos uma oração que declare isso, ou mesmo
que levantemos as mãos afirmativamente quando nos é indagado se recebemos
Jesus como Senhor e salvador de nossas vidas.
Bom, é fato que Paulo diz isso, entretanto é preciso entender que a bíblia é um livro
coeso, que se completa a partir de todos os seus ensinamentos, numa única e
suficiente verdade. Essa questão traz consigo várias implicações, das quais destaco
uma: uma verdade doutrinária não pode ser extraída de um único versículo isolado.
Dessa forma, o entendimento desse único versículo, de forma isolada do restante
dos ensinamentos relacionados ao mesmo tema, é exatamente que, para ser salvo,
basta que eu afirme que creio em Jesus e o reconheço como Senhor.
Acontece que esta afirmação de Paulo se refere a um segundo momento do
processo de conversão, não ao ponto inicial. Ele está se referindo a atitude natural
de quem passou pela primeira etapa da conversão (a qual explicarei a seguir) para
enfim confessar o que pra ele se torna uma verdade suprema e inegável: Jesus é o
Senhor da minha vida, eu creio em sua obra!
Antes de falar sobre este ponto inicial da conversão do indivíduo (falo de coisas
internas), lembre-se que tudo começa com a pregação do evangelho genuíno de
Jesus Cristo (externa). É a partir desse Evangelho que tudo se torna possível, e para
isso é preciso que ele seja pregado e compreendido pelo ser humano.
Vejamos o que Jesus diz:
“E lhes disse: Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar
dos mortos no terceiro dia, e que em seu nome seria pregado o
arrependimento para perdão de pecados a todas as nações,
começando por Jerusalém”. (Lc 24:46-47 - NVI)
Ora, Jesus não trata o processo de conversão como uma simples declaração de fé.
Antes ele afirma que seu evangelho deve ser pregado para que seja gerado
arrependimento. Não é possível se arrepender de algo que sequer sabemos que
temos culpa, logo a pregação do evangelho envolve o esclarecimento de nossa
própria calamidade, nossa completa depravação, nosso estado de rebeldia diante de
Deus, de forma que seja gerado um arrependimento genuíno, e um desejo de ser
aceito por Deus através de seu perdão.
Tiago se aprofunda um pouco nisso, afirmando que:
“Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês! Pecadores,
limpem as mãos, e vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o
coração. Entristeçam-se, lamentem e chorem. Troquem o riso por
lamento e a alegria por tristeza. Humilhem-se diante do Senhor, e ele
os exaltará”. (Tg 4:8-10 - NVI)
Claramente Tiago afirma que o arrependimento verdadeiro causa tristeza. O homem
quando reconhece sua calamidade diante de Deus se entristece, abandona o sorriso
e este só retorna quando recebe o perdão de Deus através da obra redentora de
Cristo. Porém não é o que vemos hoje em dia.
A todo instante centenas de pessoas, especialmente jovens, repetem uma oração
sem sequer saber o que ela significa, levantam as mãos no culto após um apelo do
pregador, sem entender, sem que se reconheçam como impuros, sem nenhum
resquício de tristeza. Em geral realizam tal procedimento após pregações que
exaltam suas vidas, que lhes prometem incontáveis bênçãos, de forma que a única
coisa que se vê é muita alegria e nenhum choro, nenhum quebrantamento, como se
fosse possível receber essa obra salvífica sem que nos reconheçamos como
autênticos pecadores imperdoáveis, perdidos e miseráveis!
Veja outra afirmação, desta vez do apóstolo Paulo:
“Agora, porém, me alegro, não porque vocês foram entristecidos,
mas porque a tristeza os levou ao arrependimento. Pois vocês se
entristeceram como Deus desejava, e de forma alguma foram
prejudicados por nossa causa. A tristeza segundo Deus produz um
arrependimento que leva à salvação e não remorso, mas a tristeza
segundo o mundo produz morte”. (2Co 7:9-10 - NVI)
Mais uma vez é feita a relação entre o arrependimento genuíno, que nos conduz a
salvação conquistada na cruz, com a tristeza, o quebrantamento, a destruição de
nossos sentimentos altivos. Essa tristeza, que vem de Deus, do esclarecimento que
Sua Graça redentora nos dá, é que produz o verdadeiro arrependimento!
Só então podemos, sem nenhum engano, sem resquícios de falsidade ou
fingimento, declarar que: Jesus Cristo é o Senhor, eu creio nEle, Ele me salva!
Aleluia!
Ou seja, este segundo momento declarado por Paulo aos romanos, só é verdadeiro
após o ponto inicial que é o arrependimento genuíno gerado pela compreensão do
Evangelho poderoso de Jesus Cristo.
Não se engane irmão, nem deixe que outros permaneçam enganados, a verdadeira
conversão se inicia na compreensão do Evangelho, o que gera arrependimento
genuíno. É preciso entender a cruz, é preciso arrependimento, não há acasos, ou é
assim, ou é falso.
“Porque lhes dou testemunho de que têm zelo por Deus, mas não
com entendimento”. (Rm 10:2 - ARA)
Deus abençoe a todos.
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Publicado em:
Blog Púlpito Cristão (em 15/04/2014)
http://www.pulpitocristao.com/2014/04/levantei-mao-no-culto-to-salvo.html
A VINGANÇA NÃO NOS PERTENCE!
O salmo 23 é um dos textos mais lidos de toda a bíblia. Há irmãos que nunca leram
um único livro completo, mas já leram o salmo 23. Há outros que sequer abriram a
bíblia noutra página, pois ela permanece na estante, aberta no salmo 23.
É muito fácil explicar a razão por este salmo ser tão lido e querido: Ele nos coloca
pra cima, nos dá garantia de conforto em Deus, fala de socorro e prosperidade.
Há também algo bem interessante expresso nesse salmo, algo que inspira canções
e influencia boa parte da atual geração de crentes. Ele diz assim:
“Preparas um banquete para mim à vista dos meus inimigos. Tu me
honras, ungindo a minha cabeça com óleo e fazendo transbordar o
meu cálice”. (Sl 23:5 – NVI)
Obviamente a bíblia não se contradiz e esse texto está perfeitamente em sintonia
com seu contexto. Em tempos da Lei, como bem sabemos, imperava a justiça, pois
a Lei é justa.
Dessa forma, ao ser ferido, era justo que meu agressor sofresse o mesmo dano. Ele
que se exilasse caso desejasse livrar-se da minha justa vingança. Olho por olho,
dente por dente.
Além disso, os inimigos de Israel, à medida que esta nação permanecia fiel, eram
derrotados pelas mãos de Deus, humilhados e despojados. Nisso tudo a Soberania
de Deus era revelada, e era justo.
É disso que fala o salmista. Seus inimigos seriam ridicularizados enquanto ele seria
abençoado com um banquete e prosperidade. Nesse contexto, seus inimigos
estavam em estado de afronta contra Deus, por se levantarem contra seu povo, e
por isso recebiam a justa punição.
Esta questão de “amigos” e “inimigos” de Deus, no AT, é mais complexa que isso,
mas tento aqui apenas tornar mais claro o que começo a dizer a partir de agora.
Enfim, com Cristo algo acontece. A misericórdia de Deus que sempre foi perfeita, se
apresenta encarnada em Cristo. O justo morrendo pelo pecador. Deus perdoando
aqueles que não mereciam perdão, pela sua Graça, de graça, por amor
incondicional.
Diz a bíblia que:
“Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com
que nos amou, deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda
estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são
salvos”. (Ef 2:4-5 – NVI)
Entenda bem o que isso significa: Nós, que éramos inimigos de Deus, rebeldes,
impuros, amantes de tudo que era contrário a Deus, fomos por Ele perdoados sem
que déssemos a mínima para isso! Ele não poupou seu Único Filho para que nós,
sendo ainda pecadores, pudéssemos ser perdoados e salvos!
E o que Jesus fala a respeito de nossos inimigos? Ele por acaso ensina que
reivindiquemos vingança? Ou que oremos a Deus pedindo juízo? Quem sabe um
súplica para que Deus os ridicularize em nossa presença, como vemos ensinado em
algumas canções? Bem, para tirar a dúvida, Cristo está com a palavra:
"Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu
inimigo’. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por
aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de
seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus
e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. Se vocês amarem
aqueles que os amam, que recompensa receberão? Até os
publicanos fazem isso! E se vocês saudarem apenas os seus irmãos,
o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! Portanto,
sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês". (Mt 5:43-48
- NVI, grifo meu)
“Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: Amem os seus
inimigos, façam o bem aos que os odeiam, abençoem os que os
amaldiçoam, orem por aqueles que os maltratam. Se alguém lhe
bater numa face, ofereça-lhe também a outra. Se alguém lhe tirar a
capa, não o impeça de tirar-lhe a túnica”. (Lc 6:27-29 - NVI, grifo
meu)
Paulo acrescenta:
“Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns
contra os outros.Perdoem como o Senhor lhes perdoou”. (Cl 3:13 -
NVI, grifo meu)
E como foi que o Senhor nos perdoou? Sem merecimento. Nós não merecíamos o
perdão de Deus!
Como pode então agora, em plena Graça, tendo recebido tão grande amor,
misericórdia e perdão, nós venhamos desejar a ruína de nossos inimigos? Como
podemos agora pedir a Deus que faça vingança, que os ridicularize ou que traga
juízo sobre suas cabeças?
Não! Esse não é o espírito do verdadeiro cristão! O cristão perdoa! O cristão
suplicada a Deus que tenha misericórdia de quem o ofende!
Que parada é essa de eu estar no palco sendo aplaudido pelos meus inimigos? Que
história é essa de Deus preparando uma mesa para mim perante meus inimigos?
Estamos loucos? Esquecemos como fomos perdoados?
O mínimo que se espera de qualquer cristão é que ele também perdoe seus
ofensores. Foi esta a oração que Jesus nos ensinou, que Deus nos perdoe “Assim
como perdoamos nossos inimigos”.
Já imaginou se Deus resolvesse nos perdoar conforme nós perdoamos as outras
pessoas? Seriamos fulminados!
Irmão, fuja dessa sede de vingança, isso não condiz com o espírito cristão, pois no
final de tudo, considerando todas as coisas, o que nos fará sermos reconhecidos
como discípulos de Cristo é o amor que temos pelas outras pessoas (Jo 13:35).
Lembre sempre que nossos inimigos não são as pessoas e peça misericórdia, não
juízo, e deseje o bem, não o mal, e busque comunhão, não a afronta.
Que Deus continue tendo misericórdia de todos nós.
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Publicado em:
Blog Púlpito Cristão (em 13/04/2014)
http://www.pulpitocristao.com/2014/04/a-vinganca-nao-nos-pertence.html