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PROJETOS DO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA ANO DE 2008 DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS E ESCOLARES Vol.1 ORIENTADORA: VERA LUCIA P. R. JUNQUEIRA

Árvore de livros

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Árvore de Livros: incentivo à leitura nos Centros de Educação no Município de Lorena/SP

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PROJETOSDO CURSO DE

BIBLIOTECONOMIA

ANO DE 2008

DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO DE

BIBLIOTECAS PÚBLICAS E ESCOLARES

Vol.1

ORIENTADORA: VERA LUCIA P. R. JUNQUEIRA

ÍNDICE

Edital de apresentação ................................................................................................ pg 3

Vera Lucia Porto Romeu Junqueira

Projeto Árvore de Livros: incentivo à leitura

nos Centros de Educação no Município de Lorena/SP ............................................... pg 4

Roselayne Laura dos Santos

EDITORIAL DE APRESENTAÇÃO

Tenho a satisfação de apresentar o periódico elaborado a partir da produção acadêmica dos alunos da Turma 2010 do curso de Biblioteconomia das Faculdades Integradas Teresa D'Ávila - FATEA de Lorena.

Um projeto desenvolvido por e para alunos.

Os trabalhos apresentados visam não só o compartilhamento de experiências, mas, a divulgação de uma gratificante e enriquecedora troca de idéias e expectativas em relação à gestão de unidades de informação em um mundo em constante desenvolvimento tecnológico.

Vera Lucia Porto Romeu Junqueira

O seguinte projeto é da aluna Roselayne Laura dos Santos, e foi apresentado ao curso de Biblioteconomia, na disciplina de Administração de Bibliotecas Públicas e Escolares, ministrada pela professora Vera Lucia P. R. Junqueira, nas Faculdades Integradas Teresa D’Ávila. O trabalho intitula-se: Árvore de Livros: incentivo à leitura nos Centros de Educação no Município de Lorena/SP.

1. Apresentação

A fase mais importante na formação de um indivíduo é a infância e tudo que atua nessa fase do desenvolvimento humano, inclusive a literatura. Sendo assim, a leitura prepara a criança para reconhecer e entender as novas palavras porque ela vai saber o que elas significam. Livros de pinturas e gravuras ajudam a se familiarizar com este processo. O incentivo à leitura é essencial para o êxito da criança em todas as fases de sua vida, refletindo na formação pessoal.A literatura, como qualquer arte, vai além da informação. É também formativa e possui um valor perene. Literatura cria as emoções e o prazer. Ela é para oportunidades únicas de encontro do individuo consigo mesmo e com os outros, trabalhando com o imaginário, ser lida, fluída com gosto.Ler é viver a arte, sentir emoções, fazer viagens, conhecer mundos, costumes, cores, paisagens, questionar e encontrar as respostas. Torcer, sofrer e sorrir com os personagens, desbravar matas e conviver com animais, numa aventura sem limites.

2. Justificativa

Não há uma idade determinada para um primeiro contato com os livros, já que cada um se desenvolve a amadurece de

uma maneira diferente, até com um bebê é possível começar a investir num futuro leitor: esta é a fase pré-leitora. Pesquisas mostram que até os dois anos de vida o desenvolvimento do cérebro ocorre num ritmo bem acelerado, portanto, podemos concluir que tudo que for feito neste período, como conversar, cantar, demonstrar carinho, ler, entre outras coisas, será crucial para o desenvolvimento saudável da criança.Assim, desde pequenas associarão leituras a momentos prazerosos, o que funcionará durante os primeiros anos de vida mais ou menos como uma "propaganda para a mente". Encontra-se no município de Lorena/SP, 07 (sete) Centros de Educação, com média de 80 crianças por centro, e muitos freqüentam período integral.Após levantamento e pesquisa, verificou-se que, especificamente para esses Centros não há um projeto voltado para a iniciação no mundo da leitura: brinquedoteca, biblioteca infantil, pessoas especializadas para desenvolver essas atividades. Contam apenas, com o Projeto Bauteca.

3. Referencial teórico

3.1 Literatura Infantil

A palavra literatura é intransitiva e, independente do adjetivo que receba, assim o termo infantil associado à literatura não significa que ela tenha sido feita necessariamente para crianças. Na verdade, a literatura infantil acaba sendo aquela que corresponde, de alguma forma, aos anseios do leitor e que se identifique com ele.O contato com textos recheados de encantamento faz perceber quão importante e cheia de responsabilidade é toda forma de literatura.A autêntica literatura infantil não deve ser feita essencialmente com intenção

pedagógica, didática ou para incentivar hábito de leitura. Este tipo de texto deve ser produzido pela criança que há em cada um de nós. O grande segredo é trabalhar o imaginário e a fantasia.

3.2 Origens da Literatura Infantil

O impulso de contar histórias deve ter nascido no homem, no momento em que ele sentiu necessidade de comunicar aos outros alguma experiência sua, que poderia ter significação para todos. As histórias, tradições e lendas de um povo são a expressão de sua cultura e devem ser preservadas: relação entre a literatura e a oralidade. A palavra impôs-se ao homem como algo mágico, como um poder misterioso, que tanto poderia proteger, como ameaçar, construir ou destruir. São também de caráter mágico ou fantasioso as narrativas conhecidas hoje como literatura primordial. A literatura infantil constitui-se como gênero durante o século XVII, época em que as mudanças na estrutura da sociedade desencadearam repercussões no âmbito artístico.O aparecimento da literatura infantil tem características próprias, pois decorre da ascensão da família burguesa, do novo "status" concedido à infância na sociedade e da reorganização da escola. Sua emergência deveu-se, antes de tudo, à sua associação com a Pedagogia, já que as histórias eram elaboradas para se converterem em instrumento dela.A partir do século XVIII, a criança passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial, que a preparasse para a vida adulta.

3.3 Como criar o hábito da leitura na infância?

O hábito de ler deve ser desenvolvido desde o início da vida. A mãe que conta histórias para o seu filho durante a gestação oferece uma experiência que pode ser levada para toda a vida se for sempre estimulada.Depois do nascimento, os pais devem continuar a contar histórias. A partir do momento em que a criança começa a pegar objetos e a brincar, brincadeiras com livros já podem ser introduzidas no cotidiano da criança. Elas são seres muito curiosos e o manuseio de livros, sejam eles de plástico, pano, papel ou musicais são importantes para que os pequenos manipulem, brinquem e explorem o objeto que pode ampliar o vocabulário e imaginação.Quando o processo de alfabetização estiver acontecendo, as crianças que passaram por todo o processo de conhecimento e manuseio do livro terão prazer de lê-lo, seja um livro indicado pela escola ou o que a própria criança escolher na biblioteca.

3.4 Criança e Leitura - Primeiras Aproximações

Criança começa a ler muito antes de saber decifrar o código escrito. A leitura das imagens é uma habilidade que ela adquire antes. Mas há outros sinais importantes para que a leitura vá se conjugando como um conceito amplo: a criança lê o espaço onde está inserida, lê a emoção que vem das pessoas com as quais ela interage, compreende a fala, a oralidade, que é de alguma forma um código também lingüístico e, por fim, reage a cada uma dessas manifestações.Para que tudo isso se torne eficiente no processo de aquisição da leitura, a criança precisa ter acesso e conviver com esses códigos desde cedo. Ações interativas são importantes para preparar o aparecimento do leitor: cantar, brincar, construir coisas, criar, assistir filmes, conversar e debater. Além do contar histórias é importante

ler também para a criança, para que o objeto livro fique presente e seja uma realidade na vida dela.Essas primeiras aproximações ao universo da leitura, e, portanto, sociocultural, serão ainda mais fortes se a criança se acostumar a ver a leitura e o livro como um valor positivo no ambiente que a rodeia. Para isso é importante que ela veja os pais lendo, as pessoas que ela gosta lendo, as pessoas com quem convive mais no seu dia-a-dia lendo. E para que a necessidade de formar o leitor desde a infância torne-se ainda mais abrangente, pode-se fazer a criança conviver com a leitura através de outras linguagens artísticas, desde cedo! Portanto, o teatro, o circo, a dança, o cinema, o museu, o parque, a brinquedoteca, a livraria, podem e devem estar no roteiro das atividades artístico-culturais da infância.No estudo de Wells (1986), a freqüência com que as crianças escutavam histórias correlacionou-se significativamente com a extensão do seu vocabulário. A leitura de histórias é uma ocasião rica para o desenvolvimento do vocabulário, em virtude do fato de as histórias conterem pistas contextuais que ajudam a decifrar o sentido de palavras desconhecidas. (Nagy & Herman, 1988). Somadas às ilustrações dos livros e às pistas não-lingüísticas e para-lingüísticas usadas pelo leitor – por exemplo, gestos e expressões faciais, entonação e ritmo – as pistas contextuais constituem uma fonte poderosa de informações sobre o significado de palavras desconhecidas. Embora essas pistas pareçam ser eficientes em si mesmas, há evidência (Whitehurst & Cols, 1988) de que a participação ativa da criança na construção do significado é um aspecto importante dos programas de leitura de histórias.Embora alguns pesquisadores tenham sugerido que a experiência de ouvir

histórias apresenta um efeito positivo sobre o desenvolvimento da leitura e da escrita (Ex: Cagliari, 1995; Rego, 1988; Wells, 1986; Whitehurst & cols., 1994a, 1994b), Abramowicz e Wajskop (1999), ao discutirem a leitura e a escrita na educação infantil e em especial nas creches, destacam que no meio urbano há várias marcas escritas e que a palavra escrita está presente por toda parte. Da mesma forma, afirmam que a leitura e a escrita também estão presentes na vida das crianças. Segundo elas, “não existe o porquê de se perguntar se as creches devem ou não ensinar a ler e a escrever, pois essa é uma aprendizagem que já se iniciou no ambiente social. As crianças aprendem por si nas diversas interações em que estão imersas, com os livros, com seus pares, com aqueles que lhes contam histórias.Esta concepção a respeito da aprendizagem da linguagem escrita está presente também nos Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (RCN/EI), publicados pelo MEC em 1998. Este documento concebe a aprendizagem da linguagem escrita como, entre outras coisas, “um processo de construção de conhecimento pelas crianças por meio de práticas que tem como ponto de partida e de chegada o uso da linguagem e a participação nas diversas práticas sociais de escrita” (Brasil/MEC, 1998, v.3, p. 122). Aponta ainda, como objetivos para o trabalho com crianças de zero a três anos que “as instituições e profissionais de educação infantil deverão organizar sua prática de forma a promover as seguintes capacidades nas crianças: (...) interessar-se pela leitura de histórias; familiarizar-se aos poucos com a escrita por meio da participação em situações nas quais ela se faz necessária e do contato cotidiano com livros, revistas, histórias em quadrinhos”.

Principalmente nos meios urbanos, a grande parte das crianças, desde pequenas, estão em contato com a linguagem escrita por meio de seus diferentes portadores de texto, como livros, jornais, embalagens, placas de ônibus, etc., iniciando-se no conhecimento desses materiais gráficos antes mesmo de ingressarem na instituição educativa, não esperando a permissão dos adultos para começarem a pensar sobre a escrita e seus usos. (idem, p.121 e 122), pois de acordo com Abramowicz e Wajskop (1999), as crianças aprendem a ler e a escrever, dentre outros motivos pois pensam sobre a escrita quando estão imersas em um mundo onde há, com frequência, a presença deste objeto cultural.Segundo as autoras, as crianças dedicam grande esforço intelectual para estabelecer a distinção entre desenho e escrita, mas acabam por definir essa fronteira por volta dos quatro anos. Elas aprendem porque são ajudadas durante esse percurso por adultos, educadoras, pais e amigos. (p. 70, 71).

Entre um e dois anos, as crianças ainda não desenvolveram a noção de símbolo, e o trabalho com livros pode auxiliar nesse processo, uma vez que tanto o texto escrito como as figuras que os ilustram são símbolos e serão compreendidos como tais. Um carro, um tatu, ou uma árvore, em um livro, nunca são um carro, um tatu, ou uma árvore reais, mas símbolos (sejam palavras ou figuras),que os representam. Quando alguém observa num livro uma figura qualquer e a nomeia, mesmo que não seja capaz de ler o texto que a acompanha (quando ele existe), está começando a compreender o sistema de símbolos presente nos livros, no qual se baseia a cultura escrita, quando lê as figuras, mesmo sem ler a palavra, de alguma forma já lê; afinal, “Toda história da leitura supõe, em seu princípio, esta liberdade do leitor, que

desloca e subverte aquilo que o livro lhe pretende impor” (CHARTIER, 1999, p.77).

“Falar, conversar, escutar histórias, desenhar, rabiscar e pintar, brincar, escrever e ler, atribuir sentidos, são sistemas simbólicos instituídos pela sociedade para a comunicação e expressão e aprendidos pelas crianças nas suas diversas interações sociais. Por essas vias criam-se leitores e escritores com várias possibilidades de expressão. As creches devem contemplar esses momentos propiciando às crianças um rico ambiente cultural(...)” (ABRAMOWICZ e WAJSKOP, 1999, p.67e 68).

Freire (2006), refletindo sobre a importância do ato de ler, nos fala de uma infância em que ainda não se lê a palavra, mas já se lê o mundo particular em que se vive. Sobre esse momento da infância, em que ainda não aprendemos a ler, Abramowicz e Wajskop (1999) afirmam que “As crianças se aproximam, aprendem e vivem relações muito diversas com a leitura e a escrita. Isso indica que não existe apenas uma possibilidade para a construção desse conhecimento. (...) As crianças pensam, criam, brincam com as hipóteses que constroem em relação à leitura e à escrita e inventam formas de se apropriarem desse conhecimento. (...) As creches podem ajudar a intensificar e a multiplicar os momentos de relação com tal conhecimento, criando inúmeros ambientes, que, não sendo exclusivamente alfabetizadores, propiciam formas de apropriação desse conhecimento (...) O contato constante e diário com múltiplos e variados materiais e suportes que contenham escrita possibilita às crianças refletirem sobre a linguagem. 3.5 A importância do Maravilhoso na Literatura Infantil

Em seus primórdios, a literatura era inacessível à humanidade, o conhecimento científico dos fenômenos da vida natural ou humana, assim sendo o pensamento mágico dominava em lugar da lógica. A essa fase mágica, e já revelando preocupação crítica às relações humanas ao nível do social, correspondem as fábulas. Compreende-se, pois, porque essa literatura acabou se transformando em literatura infantil: a natureza mágica de sua matéria atrai espontaneamente as crianças.Através do prazer ou das emoções que as estórias lhes proporcionam, o simbolismo que está implícito nas tramas e personagens vai agir em seu inconsciente, atuando pouco a pouco para ajudar a resolver os conflitos interiores normais nessa fase da vida.Os significados simbólicos dos contos maravilhosos estão ligados aos eternos dilemas que o homem enfrenta ao longo de seu amadurecimento emocional. É durante essa fase que surge a necessidade da criança em defender sua vontade e sua independência em relação ao poder dos pais ou à rivalidade com os irmãos ou amigos.É nesse sentido que a literatura infantil e, principalmente, os contos de fadas podem ser decisivos para a formação da criança em relação a si mesma e ao mundo à sua volta: a divisão de personagens em boas e más, belas ou feias, poderosas ou fracas, etc. facilita à criança a compreensão de certos valores básicos da conduta humana ou convívio social. A criança é levada a se identificar com o herói bom e belo, não devido à sua bondade ou beleza, mas por sentir nele a própria personificação de seus problemas infantis: seu inconsciente desejo de bondade e beleza e, principalmente, sua necessidade de segurança e proteção. Pode assim superar o medo que a inibe e enfrentar os perigos e ameaças que sente à sua

volta, podendo alcançar gradativamente o equilíbrio adulto. A literatura infantil, por iniciar o homem no mundo literário, deve ser utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo.

4. Fases do desenvolvimento da criança

As idades correspondentes a cada uma das fases podem mudar, dependendo da criança, ou do meio em que ela vive.

4.1 Primeira Infância: Movimento X Atividade (15/17 meses aos 3 anos)

Maturação, início do desenvolvimento mental;Fase da invenção da mão - reconhecimento da realidade pelo tato;Descoberta de si mesmo e dos outros;Necessidade grande de contatos afetivos;Explora o mundo dos sentidos;Descoberta das formas concretas e dos seres;Conquista da linguagem;Nomeação de objetos e coisas - atribui vida aos objetos;Começa a formar sua auto-imagem, de acordo com o que o adulto diz que ela é, assimilando, sem questionamento, o que lhe é dito;Egocentrismo, jogo simbólico;Reconhece e nomeia partes do corpo;Forma frases completas;Nomeia o que desenha e constrói;Imita, principalmente, o adulto.

4.2 Segunda Infância: Fantasia e Imaginação (dos 3 aos 6 anos)

Fase lúdica e predomínio do pensamento mágico;Aumenta, rapidamente, seu vocabulário;Faz muitas perguntas. Quer saber "como" e "por quê?";Egocentrismo - narcisismo;

Não diferenciação entre a realidade externa e os produtos da fantasia infantil;Desenvolvimento do sentido do "eu";Tem mais noção de limites (meu/teu/nosso/certo/errado);Tempo não tem significação - não há passado nem futuro, a vida é o momento presente;Muitas imagens ainda completando, ou sugerindo os textos;Textos curtos e elucidativos;Consolidação da linguagem, onde as palavras devem corresponder às figuras;Para Piaget, etapa animista, pois todas as coisas são dotadas de vida e vontade;O elemento maravilhoso começa a despertar interesse na criança.

4.3 Dos 6 aos 6 anos e 11 meses, aproximadamente

Interesse por ler e escrever. A atenção da criança esta voltada para o significado das coisas;O egocentrismo está diminuindo. Já inclui outras pessoas no seu universo;Seu pensamento está se tornando estável e lógico, mas ainda não é capaz de compreender idéias totalmente abstratas;Só consegue raciocinar a partir do concreto;Começa a agir cooperativamente;Textos mais longos, mas as imagens ainda devem predominar sobre o texto;O elemento maravilhoso exerce um grande fascínio sobre a criança. 4.4 Histórias para crianças (faixa etária / áreas de interesse / materiais / livros)1 a 2 anos

A criança, nessa faixa etária, prende-se ao movimento, ao tom de voz, e não ao conteúdo do que é contado. Ela presta atenção ao movimento de fantoches e a objetos que conversam com ela. As histórias devem ser rápidas e curtas. O ideal é inventá-las na hora.

Os livros de pano, madeira e plástico, também prendem a atenção. Devem ter, somente, uma gravura em cada página, mostrando coisas simples e atrativas visualmente. Nesta fase, há uma grande necessidade de pegar a história, segurar o fantoche, agarrar o livro, etc..

4.5 De 2 a 3 anos

Nessa fase, as histórias ainda devem ser rápidas, com pouco texto de um enredo simples e vivo, poucos personagens, aproximando-se, ao máximo, das vivências da criança. Devem ser contadas com muito ritmo e entonação. Tem grande interesse por histórias de bichinhos, brinquedos e seres da natureza humanizados. Identifica-se, facilmente, com todos eles. Prendem-se a gravuras grandes e com poucos detalhes. Os fantoches continuam sendo o material mais adequado. A música exerce um grande fascínio sobre ela. A criança acredita que tudo ao seu redor tem vida e vivência, por isso, a história transforma-se em algo real, como se estivesse acontecendo mesmo.

4.6 De 3 a 6 anos

Os livros adequados a essa fase devem propor "vivências radicadas" no cotidiano familiar da criança e apresentar determinadas características estilísticas. Predomínio absoluto da imagem, (gravuras, ilustrações, desenhos, etc.), sem texto escrito, ou com textos brevíssimos, que podem ser lidos, ou dramatizados pelo adulto, a fim de que a criança perceba a inter-relação existente entre o "mundo real", que a cerca, e o "mundo da palavra", que nomeia o real. É a nomeação das coisas que leva a criança a um convívio inteligente, afetivo e profundo com a realidade circundante.As imagens devem sugerir uma situação que seja significativa para a criança, ou

que lhe seja, de alguma forma, atraente. A graça, o humor, um clima de expectativa, ou mistério são fatores essenciais nos livros para o pré-leitor.As crianças, nessa fase, gostam de ouvir a história várias vezes. É a fase de "conte outra vez".Histórias com dobraduras simples, que a criança possa acompanhar, também exercem grande fascínio. Outro recurso é a transformação do contador de histórias com roupas e objetos característicos. A criança acredita, realmente, que o contador de histórias se transformou no personagem ao colocar uma máscara, chapéu, capa, etc.Podemos enriquecer a base de experiências da criança, variando o material que lhe é oferecido. Materiais como massa de modelar e argila atraem a criança para novas experimentações. Por exemplo, a história do "Bonequinho Doce" sugere a confecção de um bonequinho de massa, e a história da "Galinha Ruiva" pode sugerir amassar e assar um pão.Assim como as histórias infantis, os contos de fadas têm um determinado momento para serem introduzidos no desenvolvimento da criança, variando de acordo com o grau de complexidade de cada história.

4.7 De 6 anos a 6 anos e 11 meses

Os contos de fadas citados na fase anterior ainda exercem fascínio nessa fase: "Branca de Neve e os Sete Anões", "Cinderela", "A Bela Adormecida", "João e o Pé de Feijão", "Pinóquio", "O Gato de Botas" entre outras.

4.8 Brincando de ser adulto

O ato de brincar não representa apenas um momento de ócio da criança, ele é normal durante a infância. Em meio a essa atividade, a criança descobre os valores do mundo que o cerca e, assim, constrói-se como indivíduo pertencente

a um grupo social. Dessa forma, pode-se conceber a brincadeira como um dos elementos responsáveis pelo enraizamento de valores culturais. Segundo o autor, Gilles Brougère, 2004, p.97:

A criança está inserida, desde o seu nascimento, num contexto social e seus comportamentos estão impregnados por essa imersão inevitável. Não existe na criança uma brincadeira natural. A

brincadeira é um processo de relações interindividuais, portanto de cultura.

As brincadeiras são recursos usados pelas crianças como possibilidade de compreensão do mundo que as cerca.

4.9 Modalidades de textos infantis

4.9.1 Fábulas

Narrativa alegórica de uma situação vivida por animais, que referencia uma situação humana e tem por objetivo transmitir moralidade. A exemplaridade desses textos espelha a moralidade social da época e o caráter pedagógico que encerram. É oferecido, então, um modelo de comportamento maniqueísta; em que o "certo" deve ser copiado e o "errado", evitado. A importância dada à moralidade era tanta que os copistas da Idade Média escreviam as lições finais das fábulas com letras vermelhas ou douradas para destacar. Em suma, a fabulação é a lição moral apresentada através da narrativa. A presença dos animais deve-se, sobretudo, ao convívio mais efetivo entre homens e animais naquela época. Algumas associações entre animais e características humanas, feitas pelas fábulas, mantiveram-se fixas em várias histórias e permanecem até os dias de hoje.Leão - poder realLobo - dominação do mais forteRaposa - astúcia e espertezaCordeiro - ingenuidade

A proposta principal da fábula é a fusão de dois elementos: o lúdico e o pedagógico. As histórias, ao mesmo tempo, que distraem o leitor, apresentam as virtudes e os defeitos humanos através de animais. Acreditavam que a moral, para ser assimilada, precisava da alegria e distração contida na história dos animais que possuem características humanas. Ao francês Jean La Fontaine (1621/1692) coube o mérito de dar a forma definitiva a uma das espécies literárias mais resistentes ao desgaste dos tempos: a fábula, introduzindo-a definitivamente na literatura ocidental. Embora tenha escrito originalmente para adultos, La Fontaine tem sido leitura obrigatória para crianças de todo mundo.Monteiro Lobato dedica um volume de sua produção literária para crianças às fábulas. Dessa coletânea, destacam-se os seguintes textos: "A cigarra e a formiga", "A coruja e a águia", "O lobo e o cordeiro", "A galinha dos ovos de ouro" e "A raposa e as uvas".

4.9.2 Contos de FadasOs contos de fadas, na versão literária, atualizam ou reinterpretam, em suas variantes questões universais, como os conflitos do poder e a formação dos valores, misturando realidade e fantasia, no clima do "Era uma vez...".Por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje. Neles encontramos o amor, os medos, as dificuldades de ser criança, as carências (materiais e afetivas), as autodescobertas, as perdas, as buscas, a solidão e o encontro.Os contos de fadas caracterizam-se pela presença do elemento "fada". Etimologicamente, a palavra fada vem

do latim fatum (destino, fatalidade, oráculo).Tornaram-se conhecidas como seres fantásticos ou imaginários, de grande beleza, que se apresentavam sob forma de mulher. Dotadas de virtudes e poderes sobrenaturais, interferem na vida dos homens, para auxiliá-los em situações-limite, quando já nenhuma solução natural seria possível.Podem, ainda, encarnar o Mal e apresentarem-se como o avesso da imagem anterior, isto é, como bruxas. Vulgarmente, se diz que fada e bruxa são formas simbólicas da eterna dualidade da mulher, ou da condição feminina.O enredo básico dos contos de fadas expressa os obstáculos, ou provas, que precisam ser vencidas, como um verdadeiro ritual para que o herói alcance sua auto-realização existencial, seja pelo encontro de seu verdadeiro "eu", seja pelo encontro da princesa, que encarna o ideal a ser alcançado.

4.9.3 Lendas

A lenda é uma narrativa baseada na tradição oral e de caráter maravilhoso, cujo argumento é tirado da tradição de um dado lugar. Sendo assim, relata os acontecimentos numa mistura entre referenciais históricos e imaginários. Ela tem caráter anônimo e, geralmente, está marcada por um profundo sentimento de fatalidade. Tal sentimento é importante, porque fixa a presença do Destino, aquilo contra o que não se pode lutar e demonstra o pensamento humano dominado pela força do desconhecido.Pode-se dizer que, a lenda não é mais do que o pensamento infantil da humanidade, em sua primeira etapa, refletindo o drama humano ante o outro, em que atuam os astros e meteoros, forças desencadeadas e ocultas.Geralmente, está marcada por um profundo sentimento de fatalidade. Este

sentimento é importante, porque fixa a presença do Destino, aquilo contra o que não se pode lutar e demonstra, o pensamento do homem dominado pela força do desconhecido.De origem muitas vezes anônima, a lenda é transmitida e conservada pela tradição oral.

4.9.4 Poesia

Sua brevidade, aliada ao potencial simbólico apresentado, transforma a poesia em uma atraente e lúdica forma de contato com o texto literário.Há poetas que quase brincam com as palavras, de modo a cativar as crianças que ouvem, ou lêem esse tipo de texto. Lidam com toda uma ludicidade verbal, sonora e musical, no jeito como vão juntando as palavras e acabam por tornar a leitura algo muito divertido.

5. A escolha dos livros infantis

Tarefa bastante difícil é selecionar, num universo amplo de publicações, um livro infantil de boa qualidade. O mercado editorial descobriu nas crianças um grande negócio e resolveu investir nessa área.O livro seja ele infantil ou não, advém de um conjunto de fatores de igual valor: texto, ilustração, constituição física do livro etc.Aliás, a maioria das livrarias não dispõe de acomodações adequadas a esta prática, revelando a problemática cultural da desvalorização do hábito de ler.

6. Objetivos

Objetivo Geral

Conduzir as crianças à descoberta do prazer da leitura, com o contato natural com o objeto-livro.

Objetivos Específicos

Criar o vínculo leitor-livro desde cedo, a fim de favorecer o desenvolvimento de um futuro leitor: hábito da leitura.Desenvolver o poder da imaginação, reflexão, argumentação e criatividade.

7. Método

Equipe: 01 bibliotecário, estagiários de BiblioteconomiaMaterial: Árvore: estrutura em MDF e espumaLivros infantis variados fixados na árvoreDedochesFantoches

Programação: Segunda-feira: preparação do material.Terça-feira – Sexta-feira: nos centros de educação desenvolvendo as atividades:

Atividade 1: Uma leitura compartilhada (conto de leitura para todas as crianças em conjunto)

Leitura em alto e bom tom para ajudar as crianças a entenderem o objetivo da palavra impressa, e a construir seu vocabulário.Acervo dos livrinhos:Desenhos bem feitos (desenhos ou ilustrações). Fotos para as crianças são menos interessantes que ilustrações. Os desenhos ou ilustrações devem refletir claramente o que está no texto que ela está lendo, para que possa associar o mesmo com a idéia visual da situação.Texto claro, de preferência com palavras que ela já conheça. Livro com poucas páginas; média de 20.Pedir para que a criança leia o livrinho durante a leitura, e interromper para fazer algum comentário com relação à história.

Ao perceber que a criança está cansada, fazer uma pausa. Os sintomas de cansaço são: mudança constante na posição, olhadas para o lado, tentativa de deitar no chão, etc.Comente a história que foi lida. Dê sugestão de que a criança deve ler quando estiver com vontade.

No preparo do plano de trabalho:

Horário - Em centros de educação, com exceção das atividades em que a escola necessita que haja uma coordenação de horário das turmas (lavagem das mãos, merenda, higiene dentária, recreio, repouso), o horário não pode ser rígido.

Local e Arrumação - A “árvore de livros” ficará no lugar em que todas as crianças sintam-se a vontade para ouvir histórias ou para “conhecer” o amigo-livro.Quanto à arrumação, as crianças deverão ficar de frente para a árvore de modo que a vejam perfeitamente dramatizando a história.

Motivação - A criança não deve pensar que ficará “inerte” da presença da árvore. Levar o interesse da criança em consideração a um ponto tal que a história venha a ser solicitada pelo mesmo.

Apresentação da História - A “árvore” precisa conhecer bem o texto da história para contar com linguagem simples, ao alcance das crianças presentes. A história deve ser contada com o auxílio do material (livro, desenhos, fantoches, gravuras, figuras dos personagens recortadas em cartolina, etc.) porque a criança de jardim precisa de algo concreto para poder seguir a sequência do que lhe está sendo contado. Durante a história pode, de vez em quando, solicitar a cooperação da criança. Este artifício poderá também

ser usado quando perceber que houve um momentâneo desinteresse das crianças.

Comentário - Embora a história, para a criança, seja sempre apenas recreativa, a não se deve deixar escapar a oportunidade de interagir, para isso, ao escolher a história, deve prever o que de interessante e útil poderá conversar com as crianças.

Atividade 2: Cada criança com orientação de um integrante da equipe escolher o livro que desejar.

BIBLIOGRAFIA:

ABRAMOWICZ, A. e WAJSKOP, G. Leitura e escrita in: Educação infantil: Creches: Atividades para crianças de zero a seis anos. São Paulo: Moderna, 1999.

Alberto Filho. Livros com gravuras. Disponível em: <http://sitededicas.uol.com.br/bid_gravuras6.htm>. Acesso em: 01 nov. 2008.

BRASIL/MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.

Boletim do Depto de Educação Primária – DF. Histórias no Jardim da Infância. Disponível em:< http://sitededicas.uol.com.br >. Acesso em: 01 nov. 2008.CHARTIER, R. O leitor entre limitações e liberdade in: A aventura do livro do leitor ao navegador. Tradução Reginaldo de Moraes. - São Paulo: editora UNESP/ Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1999.

FONTES, Maria José de Oliveira; CARDOSO-MARTINS, Cláudia. Efeitos da leitura de histórias no

desenvolvimento da linguagem de crianças de nível sócio-econômico baixo. Psicol. Reflex. Crit. Porto Alegre,  v. 17,  n. 1, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722004000100011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 28  Nov.  2008. doi: 10.1590/S0102-79722004000100011.

MATURANO, Rita de Cássia.Um tipo de livro para cada idade. Disponível em: <http://guiadobebe.uol.com.br/bb1a2/estimulando_a_leitura.htm>. Acesso em: 26 de nov. 2008.

OLIVEIRA, Cristiane Madanêlo de. A literatura infantil. Disponível em: < http://www.graudez.com.br/litinf/origens.htm>. Acesso em: 19 de nov. 2008.________. Livros e infância. Disponível em: < http://www.graudez.com.br/litinf/livros.htm>. Acesso em: 19 de nov. 2008.

__________. A escolha dos livros infantis. Disponível em: < http://www.graudez.com.br/litinf/trabalhos/editor1.htm> Acesso em: 19 de nov. 2008.

__________. Estudo das diversas modalidades de textos infantis. Disponível em: < http://www.graudez.com.br/litinf/textos.htm>. Acesso em: 19 de nov. 2008.

__________. Literatura para crianças: espelho da sociedade brasileira.Disponível em: < http://www.graudez.com.br/litinf/trabalhos/velhice1.htm> Acesso em: 19 de nov. 2008.

__________. Brincando de ser adulto. Disponível em: http://www.graudez.com.br/litinf/trabalhos/brincando1.htm Acesso em: 19 de nov. 2008.

__________. Alma gêmea: leitura na infância é tudo. Disponível em: < http://www.graudez.com.br/litinf/trabalhos/2006-almagemea.htm>Acesso em: 19 de nov. 2008.

Prefeitura Municipal de Lorena. Projetos de Leitura desenvolvidos em 2008. Disponível em: <http://www.lorena.sp.gov.br/educacao/projetos.php.> Acesso em: 26 de nov. 2008.

Prefeitura Municipal de Lorena. Projetos de Leitura desenvolvidos em 2008. Disponível em: <http://www.lorena.sp.gov.br/educacao/centrodeeduccaação.php.> Acesso em: 26 de nov. 2008.

RODRIGUES, Bruno. Como criar o hábito da leitura na infância? Disponível em: <http://guiadobebe.uol.com.br/bb3a4/como_criar_o_habito_da_leitura_na_infancia.htm>. Acesso em: 26 de nov. 2008.

SISTO, Celso. Criança e Leitura: primeiras aproximações. Revista Aprendizagem - Ano 2, nº 4 janeiro/fevereiro 2008 ,p.50.

ANEXO I - Centros de Educação

Centro de Educação CECCIRua Sergipe, nº 754 - Cidade IndustrialTel.: 3153-2118

Centro de Educação Pingo de Gente Rua Antônio Alfredo dos Santos, nº 128 - Centro Tel.: 3157-0252

Centro de Educação Presidente Jânio da Silva Quadros Av. Targino Vilela Nunes, nº 1.427 - Vila Nunes Tel.: 3157-1660

Centro de Educação Santa EdwirgesRua Jovino Luis dos Santos, nº 157 – Bairro da Santa EdwirgesTel: 3157-0271

Fonte: http://www.lorena.sp.gov.br/educacao/centrodeeduccação.php

ANEXO II - Projetos de Leitura desenvolvidos em 2008

Projetos de Leitura: Biblioteca nas Escolas: Caic, Profª Leda Maria Bilard de Carvalho, Governador Mário Covas, Padre João Renaudin de Ranville, Prof° Ruy Brasil Pereira, Profª Aparecida Guedes, Prof Francisco Prudente de Aquino, Geraldo José Rodrigues Alckmin e Escola Rural Belarmina Fernandes Borges ( Pinhal Novo ); e, em fase de implantação : Escolas Profª Maria José da Cunha Senne, Papa João Paulo I, Profª Maria Antonieta. Arantes Ferreira e Santa Edwiges, e Biblioteca Central;

Projetos de Leitura: Biblioteca circulante envolvendo todas as

Unidades Escolares de Educação Infantil e Ensino Fundamental;

Projetos de Leitura: “Projeto Leitura” envolvendo os alunos de 4ª série, sendo providenciadas assinaturas de jornais e revistas para as escolas envolvidas;

Projetos de Leitura: Projeto Bauteca – incentivo à leitura com diversos títulos adequados a faixa etária que circulam nas classes nas atividades de leitura;José AparecidoJornalista – Mtb 9302Secretário AdjuntoLorena 10/10/08

Fonte: http://www.lorena.sp.gov.br/educacao/projetos.php