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As cidades e a urbanização brasileira Professor Diego Alves de Oliveira IFMG Campus Betim Fevereiro de 2017

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As cidades e a urbanização brasileira

Professor Diego Alves de Oliveira

IFMG Campus Betim

Fevereiro de 2017

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O que consideramos cidade?

• No mundo, existem diferentes cidades (tamanhos, densidades demográficas e condições socioeconômicas).

• Algumas tem apenas uma função, enquanto outras, tem várias.

• Muitas tem séculos, outras apenas algumas décadas ou anos.

• Há algumas com grande desigualdade e outras onde estas são menos acentuadas.

• Tudo isto está refletido no espaço urbano e suas paisagens.

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O que consideramos cidade?

• Normalmente, a classificação de uma aglomeração humana em cidade ou zona urbana leva em conta: densidade demográfica, número de habitantes, localização e existência de equipamentos urbanos como comércio variado, escolas, atendimento médico, correio e serviços bancários.

• No Brasil, o IBGE considera população urbana as pessoas que residem no interior de um perímetro urbano do Município, e a população rural, as que estão fora deste perímetro.

• Algumas cidades ampliam este perímetro para sítios, fazendas, chácaras (áreas rurais) para poder cobrar tributos (IPTU).

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O que consideramos cidade?

• Então, todo município tem uma zona urbana.

• Mas não dá pra sair comparando os índices de urbanização entre as regiões do Brasil, pois não há um critério uniforme para comparar as populações rural e urbana.

• Segundo dados oficiais, em 2011, 87% da população era urbana, e 13%, rural.

• Mas, em 2010, 90% dos municípios brasileiros tinham até 50 mil habitantes, e abrigavam 34% da população do país, nos quais as atividades rurais ocupavam grande parte dos trabalhadores.

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Como reconhecer uma cidade?

• Texto página 196.

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População urbana e rural

• A metodologia para diferenciar a população urbana e rural tem várias distorções.

• Mas, a população urbana vem aumentando na maior parte das regiões do Brasil, em virtude da migração rural-urbana, embora de modo menos intenso atualmente.

• O Centro Oeste é o 2º maior índice de urbanização dentre as regiões do Brasil, devido a população do Distrito Federal (2,5milhões de pessoas), que moram dentro do perímetro urbano de Brasília, e a abertura de rodovias e a expansão da fronteira agrícola, que promoveu o crescimento urbano nas cidades já existentes.

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A rede urbana brasileira

• Atualmente a distinção entre a população urbana e rural tornou-se muito mais complexa.

• No Brasil, nas primeiras décadas da colonização, surgiram as Vilas. Assim que atingiam certo nível de desenvolvimento, recebiam o título de Cidade.

• A partir da República, as Vilas passaram a ser chamadas de Cidades, e seu Território (urbano e rural), passou a ser chamado Município.

• Durante a ocupação do território, sempre houve uma concentração de cidades no litoral, que está associado ao modelo agrário-exportador, concentrando as atividades econômicas (portos e fortes).

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A rede urbana brasileira

• Durante a mineração, houve um intenso processo de urbanização e uma efervescência cultural em Minas Gerais, além da ocupação de Goiás e Mato Grosso, quando houve a decadência da mineração essas regiões acabaram se esvaziando.

• Houve uma forte migração para a Província de São Paulo, onde se iniciava a cafeicultura.

• A maioria dos Municípios surgiu da emancipação de antigos distritos, e muitos não tem arrecadação suficiente para manter suas despesas como prefeitura, câmara municipal e serviços públicos.

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A rede urbana brasileira

• Muitos não são viáveis financeiramente.

• A relação entre as receitas (impostos e repasses de verbas estaduais e federais) e despesas (manutenção e investimentos) é deficitária, dependendo de auxílio federal e estadual, aumentando o déficit público.

• Apesar de que, para a população local, a criação de um município costuma ser uma grande conquista, principalmente nos distritos mais afastados.

• Apenas em 2001, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, é que o número de novos Municípios reduziu.

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Processo de urbanização e estruturação da rede urbana brasileira

Até 1930A partir de

1930Entre 1950

a 1980A partir de

1980

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Até 1930

• Migração em escala regional;

• Cada metrópole tinha sua urbanização e era polo de atração;

• São Paulo, Zona da mata nordestina, Meio-norte, e Sul.

A partir de 1930

• Surge infraestrutura de transporte e telecomunicações no país;

• Unificação do mercado e concentração no Rio e São Paulo;

• Muitos mineiros e nordestinos, surgem vários centros urbanos com problemas de moradias e transportes.

• Surgem as metrópoles nacionais.

Entre 1950 a 1980

• Intenso êxodo rural e migração inter-regional, principalmente nas metrópoles do Sudeste, Nordeste e Sul.

• Capitais crescem velozmente.

A partir de 1980

• O maior crescimento tende a ocorrer nas metrópoles regionais e cidades médias, com predomínio da migração urbana –urbana.

• Retorno de moradores do Rio e São Paulo para cidades médias.

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A rede urbana brasileira

• Essas mudanças dos fluxos migratórios e na rede urbana resultam de uma crescente reestruturação e integração dos espaços urbano e rural.

• Isto resulta da dispersão das atividades econômicas, a partir de 1980 e da formação de novos centros regionais, que modificaram o padrão hegemônico das metrópoles na rede urbana.

• Estas não perderam sua liderança, mas alguns centros urbanos regionais não metropolitanos assumiram algumas funções até então desempenhados por elas.

• Mas, vários destes novos centros, formaram novos problemas urbanos, quando cresceram sem planejamento, assim como as grandes cidades.

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A rede urbana brasileira

• São Paulo sempre exerceu grande influência na rede urbana, e hoje ainda apresenta grande centralidade na América do Sul, com serviços especializados e mão de obra de alta qualificação.

• A concentração de investimentos em infraestrutura de 1930 até 1970 pelo Governo Federal provocou uma grande concentração populacional na região Sudeste, aliada a uma migração da população do campo.

• Estes migrantes eram trabalhadores com baixa qualificação e mal remunerados e foram se instalando na periferia das grandes cidades, em locais sem infraestrutura adequada, sendo, muitas vezes, favelas.

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As regiões metropolitanas brasileiras

• Foram criadas pela Lei Federal em 1973, sendo reconhecidas pelo IBGE.

• “conjunto de municípios contíguos e integrados socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços públicos e infraestrutura comum”

• A CF88 permitiu a estadualização do reconhecimento legal das metrópoles, que é feita por Lei Complementar.

• As Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDES) são áreas metropolitanas situadas em mais de 1 estado, e por isso , são criadas por Lei Federal. Em 2010 eram 36 RM e 3 RIDES, abrigando 37% da população do país.

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Hierarquia e influência dos centros urbanos no Brasil• Na rede urbana, as cidades são os nós dos sistemas de produção e

distribuição de mercadorias, prestação de serviços, e estão organizadas em níveis hierárquicos, espalhadas de forma desigual no território.

• Por exemplo, no Centro-Sul, esta rede já é bem articulada. Na Amazônia, as cidades são esparsas e bem menos articuladas.

• O nível de renda da população dá condição de acesso aos fluxos no interior de uma rede, influenciando sua mobilidade.

• Para o IBGE, a região de influência das cidades é delimitada pelo fluxo de consumidores que utilizam comércio e serviços públicos e privados no interior de uma rede urbana.

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Hierarquia e influência dos centros urbanos no Brasil• Existem vários níveis:

• Grande metrópole nacional: São Paulo.

• Metrópole nacional: Rio de Janeiro e Brasília, escala nacional, menor que São Paulo.

• Metrópole: Importantes regiões metropolitanas que tem poder de polarização em escala regional.

• Capital regional (A, B e C): são 70 municípios com população entre 955 mil a 250 mil habitantes.

• Centro sub-regional (A e B): municípios menos complexos e área de polarização reduzida.

• Centro de zona (A e B): 556 cidades de menor porte, com serviços elementares e estendem seu poder somente nas cidades vizinhas.

• Centro local: as 4.473 cidades restantes, com média de 8.133 habitantes, com serviços que atendem apenas a população local.

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Plano Diretor e estatuto da cidade

• Política urbana prevista na CF88: art. 182 e 183;

• Lei Federal 10.257 de 2001: Estatuto da cidade;

• Surge a obrigatoriedade dos municípios elaborarem o Plano Diretor.

• Metodologia de trabalho: metodologia, diagnóstico, diretrizes que resultam em uma lei, que normalmente é acompanhada de várias outras: Lei do Perímetro Urbano; Lei do Parcelamento do Solo; Lei de Zoneamento (uso e ocupação do solo urbano); Código de Edificações; Leis ambientais; Plano de Mobilidade, Política Habitacional de Interesse Social, Plano de Saneamento, dentre outros.

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Plano Diretor e estatuto da cidade

• O Plano diretor pode alterar ou manter a forma dominante de organização espacial da cidade.

• Por exemplo: valorizar ou desvalorizar imóveis, direcionar o crescimento da cidade, instalação de serviços e indústrias, moradias de baixa e alta renda, em quais ruas terá ônibus, etc.

• Pólos geradores de tráfego: escolas, shoppings, centros de convenções, corredores.

• Para planejar isso tudo, utiliza-se muito do SIG.

• A participação pública é uma exigência em todas as etapas do Plano Diretor.