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VII CONCURSO DE MONOGRAFIA CVM E BOVESPA
As Condições do Investimento Coletivo e o Pequeno Investidor
Pseudônimo: Ana
SUMÁRIO
1. CONSIDERAÇÕES INCIAIS.........................................................................................1
2. INTRODUÇÃO..................................................................................................................1
3. O INVESTIMENTO COLETIVO....................................................................................................5
2.1 Fundos de Investimento..................................................................................................8
2.2 Clubes de Investimento...........................................................................................................9
4. AS CONDIÇÕES DE INVESTIMENTO NO BRASIL..................................................10
3.1. Tributação......................................................................................................................11
3.2. Taxa de administração.................................................................................................14
3.3 Prazo de registro de fundo de investimento...............................................................16
3.4. Publicidade....................................................................................................................18
3.5. Fundo PIBB - Papéis de Índice Brasil BOVESPA....................................................19
5. CONCLUSÃO..................................................................................................................20
ANEXO...........................................................................................................................................22
BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................................24
1.
1. Considerações preliminares
O presente estudo propõe-se a identificar as prerrogativas dos instrumentos de
investimento coletivo, relacionando as características do mercado de capitais brasileiro, as
medidas impostas pelo Governo Federal na área, bem como as condições do investimento em
clubes e fundos de investimento no País.
Para efeitos de interpretação desse trabalho, o termo “pequeno investidor” exclui os (i)
investidores institucionais; (ii) as pessoas jurídicas; e (iii) pessoas físicas que investem valores
relevantes a ponto de influenciar a sociedade de que sejam sócios ou o mercado em que atuem.
2. Introdução
Considerando o tamanho da população do Brasil, a participação dos seus cidadãos no
mercado de capitais ainda é bastante restrita. Em dezembro de 2005, o número de cotistas1
registrados em fundos de investimento era de 10 milhões, sendo que “quase 41% desses estão na
classe dos fundos de ações, a qual responde por menos de 5% do patrimônio da indústria. Assim,
o patrimônio líquido médio na classe dos fundos de ações, igual a R$ 13,2 mil, é o menor em
todas as classes de fundos”2. Conclui-se, portanto, que há centenas de milhares de cotistas com
aplicações muito pequenas em fundos de ações.
1 Note-se que o número de cotistas não corresponde ao número de investidores, posto que uma única pessoa pode deter cotas de vários fundos diferentes. 2 Dados extraídos do estudo “Panorama da Indústria Brasileira de Fundos de Investimento – Resumo dos resultados preliminares da pesquisa realizada em 2005 junto aos fundos brasileiros de varejo”. Disponível na página na Internet da CVM.
2
É pequeno o grupo de pessoas que investe nesse mercado, menor ainda é o número de
pessoas que participam ativamente na compra e venda de valores mobiliários, buscando
informações sobre seus investimentos e as aplicações financeiras que lhe são disponibilizadas.
De acordo com as estatísticas3, apenas um em três brasileiros (60 milhões em 180 milhões) têm
conta em banco.
De fato, a desproporção entre o montante da população e de investidores tem razões
socioeconômicas profundas. Veja-se, nesse sentido, o levantamento feito pelo IBGE através da
Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD): em 2002, os 10% da população ocupada
com maiores rendimentos ficaram com quase metade (47,1%) do total de rendimentos no país,
sendo que aqueles no último percentil abocanharam sozinhos 13,5% do atual de rendimentos,
quase tanto quanto os 50% da população ocupada com menores rendimentos. Esse é um dos
principais traços da distribuição de renda muito desigual existente no Brasil4.
No que se refere aos instrumentos de investimento coletivo, a expressão “coletivo”
emana da natureza dessa forma de captação de recursos, uma vez que ela propõe uma união de
esforços e capital na viabilização do investimento. Trata-se da soma de determinadas quantias
alocadas em um ou mais papéis, variando de acordo com o grau de diversificação da carteira,
através de um único veículo, qual seja, o fundo ou o clube de investimento.
3 In O Brasil Visto por Dentro. THOMAS, Vinod. José Olympo Editora. 2ª edição. Rio de Janeiro: 2006. p. 99. 4 In Rompendo o Marasmo: a retomada do desenvolvimento no Brasil. PINHEIRO, Armando Castelar e GIAMBIAGI Fabio, Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. p. 27
3
Esses produtos financeiros de natureza coletiva lançam-se como, senão a melhor, uma
das mais eficientes formas de o pequeno investidor acessar o mercado de capitais. Isto porque,
são instrumentos notabilizados pela pouca ingerência do investidor capitalista na gestão dos
ativos e pela diversificação da carteira de ativos, como se verá mais adiante.
Em contrapartida, do ponto de vista macroeconômico, os benefícios de uma economia de
poupadores, a exemplo do bem-sucedido caso do Japão, 2a economia mundial, são inúmeros. A
captação de recursos de terceiros por empresas ou através de títulos de renda fixa proporciona,
entre outros efeitos, investimentos em infra-estrutura, geração de empregos, crescimento
econômico, democratização do mercado de capitais e segurança financeira para a pessoa física.
O incentivo ao investimento é fundamental. Jeffrey Sachs5, ao explicar o problema da
pobreza e porque alguns países não conseguem crescimento econômico, ressaltou que “quando
as pessoas são pobres, mas não totalmente destituídas, talvez consigam economizar. Quando são
totalmente destituídas, precisam de toda a renda, ou mais, apenas para sobreviver. Não há
margem de renda acima do exigido para a sobrevivência que possa ser investida para o futuro”.
Nessas condições, pode-se observar que o crescimento econômico, a participação popular
no mercado de capitais e o aumento do nível de poupança são noções interligadas. Nas palavras
de Vinod Thomas6, “o acesso aos serviços financeiros, especialmente para os pobres, talvez seja
um fator importante para o aumento da produtividade. Tradicionalmente, o Brasil conta com um
5 In O Fim da Pobreza: como acabar com a miséria mundial nos próximos 20 anos. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 85. 6 Ob. Cit., p. 39.
4
forte aparato institucional. Organismos como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) dispõem de uma capacidade acima da encontrada em outros países com níveis
semelhantes de desenvolvimento. No entanto, a forma como o setor financeiro público pode
melhorar o acesso dos pobres a seus serviços é um tema que ainda necessita de maior atenção”.
Como se vê, existe uma série de questões estruturais que determinam a alta segregação
socioeconômica no País, passando pelas mais diversas áreas. São problemas conjunturais que,
naturalmente, possuem conseqüências no mercado de capitais, tornando-o também um meio
fortemente selecionado. Além da pobreza, outra questão, esta de natureza subjetiva, que separa a
população entre investidores e não-investidores é a manifesta predominância da “cultura do
consumo”, em detrimento da “cultura do poupador”, no Brasil. Isto significa que raramente as
sobras dos rendimentos das famílias mais pobres são destinadas à poupança. Na comparação com
países desenvolvidos, os níveis de poupança ainda são baixos (Anexo – Gráfico 1).
Em recente estudo, o economista Eduardo Giannetti7 detalha a natureza do juro em
diversas acepções. Segundo o autor, “o grau de impaciência dos indivíduos e as oportunidades de
investimento com que eles se deparam são os fatores que determinam a intensidade da orientação
de futuro de uma sociedade”. Ou seja, há uma relação direta entre a poupança e a sociedade de
longo prazo.
7 In O Valor do Amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 251.
5
Adiante, veremos as condições básicas que cercam o investidor comum e que de alguma
forma podem influir na sua tomada de decisão. São aspectos menores, como a tributação e a
participação das instituições financeiras administradoras, mas nem por isso menos importantes.
3. O Investimento Coletivo
De forma geral, é instrumento de investimento coletivo a comunhão de interesses e
recursos de seus participantes (o público) que, de forma organizada, atua, por intermédio de
instituição profissional devidamente autorizada pelo órgão regulador, na aquisição de ativos com
a finalidade de valorizar suas economias, a partir da repartição do risco.
Repartição de riscos que, segundo Ricardo Santos Freitas8, não é equivalente à limitação
do risco, uma vez que é possível um fundo lastreado num único bem ou direito, a exemplo dos
Fundos de Investimento Imobiliário e de Investimento em Direitos Creditórios.
Aliás, o Professor John Kenneth Galbraith9, em seu último livro, destacou que a análise
financeira que pondera os riscos do investimento trata-se de uma fraude geralmente aceita:
“tendo em vista a influência imprevisível, mas determinante, da economia em geral, os
empregados – ou autônomos – que falam sobre o desempenho financeiro futuro de uma indústria
ou de uma empresa nada sabem, e não sabem que nada sabem. [...]. Sucessos fortuitos do
8 In Natureza Jurídica dos Fundos de Investimento. São Paulo: Quartier Latin, 2006. p. 54: “repartição de riscos não pode ser tomada como equivalente à limitação no sentido de diversificação de carteira de ativos, mas sim no sentido de eventuais resultados negativos advindos da gestão do patrimônio”. 9 In A Economia das Fraudes Inocentes. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. p. 59.
6
passado e um amplo painel de gráficos e equações, além de autoconfiança, corroboram
profundidade de análise. Essa é a fraude, que espera por correção”.
Objetivamente, no Brasil, “não há o reconhecimento legal da figura das instituições de
investimento coletivo como uma categoria jurídica própria. Na prática, tais instituições parecem
restringir-se aos fundos e clubes de investimento, pois, (...) não temos entre nós o instituto do
trust e a utilização da sociedade de investimentos como forma de aplicação coletiva foi vedada
pelo Banco Central do Brasil”10.
A semelhança com a estrutura das sociedades não é mera coincidência. Não é por outra
razão que a lei americana que regula os fundos de investimento é chamada de Investment
Company Act. De fato, o propósito das sociedades comerciais é praticamente o mesmo das
instituições de investimento coletivo, ou seja, ambas as organizações buscam a produção de
riqueza, no entanto, as formas de se alcançar dito objetivo são distintas.
A título de exemplo, destaco a seguinte diferença. Os sócios das sociedades assumem
todo um regime de responsabilidade - limitada ou ilimitada (Lei nº 6.404/76 e Código Civil de
2002), que simplesmente não existe para os cotistas de um fundo de investimento, sendo,
normalmente, responsável pela atuação deste o seu administrador, o gestor, bem como o
respectivo diretor responsável dentro da instituição financeira (Instrução CVM nº 409/04). Note-
se que os fundos de investimento não têm personalidade jurídica.
10 Ob. Cit., FREITAS, Ricardo de Santos. P. 55.
7
Os instrumentos de investimento coletivo são um dos mais atrativos meios de ingresso do
pequeno investidor no mercado de capitais. Isto porque, a comunhão de recursos das várias
pessoas que se uniram em torno do investimento permite a diversificação, ainda que a sua
participação não comprometa altas somas de capital11. Em regra, a pluralidade de participantes
implica na divisão do risco.
Sobre os fundos mútuos em ações, ensinam Roland I. Robinson e Dwayne Wrightsman12
que: “by buying into a mutual fund, the saver is indirectly buying into a portfolio of corporate
stocks. Mutual fund offer returns tied to the performance of the stock market plus built-in, risk
reducing diversification for individuals who lack the financial resources for do-it-yourself
diversification. In short, they provide a relatively safe although indirect way of playing the stock
market”.
Além disso, a possibilidade de resgate das cotas a qualquer tempo pelo investidor, nos
fundos de investimento abertos, combinada à incidência de alíquota zero da CPMF através da
movimentação financeira dentro da conta investimento, conforme os dispositivos legais criados a
partir de 2004, também constituem vantagem para a pessoa que deseja investir no mercado de
capitais por intermédio de um instrumento coletivo.
11 Sobre a diversificação de carteira, Paulo Sergio Ceretta e Newton C. A. da Costa Jr. publicaram artigo intitulado “Quantas Ações Tornam um Portfólio Diversificado no Mercado de Capitais Brasileiro?”, In Mercado de Capitais – Análise Empírica no Brasil. Editora Atlas. São Paulo: 2000. Nesse estudo, concluiu-se que “com uma carteira igualmente ponderada de 12 ações, o investidor consegue obter excelentes resultados, eliminando mais de 52% do
8
2.1. Fundos de Investimento
O artigo 2º da Instrução CVM nº 409, de 18.08.04, define fundo de investimento como
“uma comunhão de recursos, constituída sob a forma de condomínio, destinado à aplicação em
títulos e valores mobiliários, bem como em quaisquer outros ativos disponíveis no mercado
financeiro e de capitais”.
Quanto aos fundos de renda fixa, “essas cotas representam uma fração do patrimônio de
um condomínio aberto de aplicadores que outorgam a uma instituição financeira a administração
dos seus recursos, desde que direcionados à compra de títulos de renda fixa. Os benefícios
presentes nesse tipo de aplicação são a diversificação da carteira de títulos, a diluição do risco e
menores taxas de administração. Estas vantagens não seriam conseguidas, isoladamente, pelos
investidores. Há oferta de fundos com a aplicação de parte dos recursos da carteira em ações,
operações com índices ou outros derivativos, ocasionando uma participação variável nos
resultados a serem obtidos pelos administrados”13.
Os fundos de investimento, especialmente os fundos mútuos, são os mais procurados pelo
pequeno investidor. Os fundos mútuos são aqueles administrados por profissionais
especializados. A Cartilha da CVM14 aduz que “após analisarem os relatórios financeiros de
risco de uma ação típica e mais de 83% do risco, que pode ser eliminado pela diversificação; e ainda, a partir de 18 ações, são praticamente insignificantes os benefícios de incluir maior número de ações à carteira”. 12 In Financial Markets: The accumulation and Allocation of Wealth. McGraw-Hill Inc. 1974. 13 LAMEIRA, Valdir de Jesus, Mercado de Capitais, 2a Edição. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003. p. 176. 14 Disponível na página da Internet da Autarquia. Além disso, segundo a Cartilha, “Você pode investir pequena quantidade de dinheiro. O fundo mútuo distribui seu investimento entre um grande número de empresas, de modo a diversificar as aplicações (ou seja, você não colocou todos os ovos em uma única cesta). E se você dispõe de pouco
9
várias empresas, eles selecionam as ações a serem incluídas na carteira de um determinado
fundo. Os investidores comprarão cotas desse fundo e essas cotas poderão se valorizar ou
desvalorizar na medida em que as ações incluídas no fundo acresçam ou não de valor”.
Em consonância com a doutrina internacional, são estes os fundos de investimento de
maior potencial. Em artigo destinado ao estudo do desempenho dos fundos mútuos de
investimento em países emergentes, constatou-se que: “Equity investment in emerging markets
has grown rapidly in the 1990s. A significant proportion of that equity flow is channeled through
mutual funds. Collectively, these funds are large investors, and hold a sizeable share of market
capitalization in emerging countries. (…) “at the same time that mutual funds in many cases have
experienced growth, Asian and Latin American funds were the ones achieving the fastest growth.
Their size remains small, however, when compared to domestic U.S. funds and global funds.”15
2.2. Clubes de Investimento
A Instrução CVM nº 40, de 07.11.1984, assim definiu os clubes de investimento:
“Art. 1º - O condomínio constituído por pessoas físicas para aplicação de recursos comuns em títulos e valores mobiliários denominar-se-á Clube de Investimento, sujeitando-se às normas desta Instrução quando vinculado a sociedade corretora, banco de investimento ou sociedade distribuidora. § 1º. A carteira do Clube de Investimento a que se refere esta Instrução será constituída por no mínimo 51% (cinqüenta e um
dinheiro para aplicar, o investimento em fundos mútuos pode ser a única maneira de você diversificar a sua aplicação”. 15 KAMINSKY, Graciela L., LYONS, Richard K., SCHUMKLER, Sergio L., Mutual Fund Investment in emerging Markets: An Overview. March, 2001.
10
por cento) em ações, bônus de subscrição e debêntures conversíveis em ações, de emissão de companhias abertas adquiridas em bolsas de valores ou no mercado de balcão organizado por entidades autorizadas pela CVM ou durante período de distribuição pública”.
Um clube, em geral, aplica seus recursos em ações, debêntures, CDB ou RDB, e cotas de
fundos de renda fixa, tendo em vista que, em geral, é vedada aos fundos a aplicação direta em
títulos de dívida pública, especialmente se o clube não for administrado por instituição
financeira16.
4. As condições de investimento no Brasil
A viabilização dos investimentos do pequeno investidor depende da forma como a oferta
lhe é apresentada. São vários os aspectos que ele irá ponderar na tomada decisão, como, por
exemplo, a tributação dos seus ganhos, as aplicações financeiras que lhe são oferecidas, a taxa de
administração e a segurança regulatória, isto é, as regras do jogo e a garantia de que o mercado
será efetivamente fiscalizado17. Como se vê, a participação maciça do público no mercado de
capitais está intimamente ligada a um esforço conjunto dos participantes do mercado e do
Governo Federal na modernização desses aspectos.
A seguir, veremos algumas experiências bem sucedidas do Governo Federal na
democratização do investimento no mercado de capitais. As medidas incluem mudança na
tributação dos fundos de investimento e a participação da Comissão de Valores Mobiliários
16 LAMEIRA Valdir de Jesus. Ob. Cit., p. 177.
11
(CVM) e dos órgãos de regulação de mercado, bem como de instituições governamentais, como
o BNDES, no debate.
3.1. Tributação
Aspecto relevante no que toca à participação do investidor no mercado de capitais, seja
ele pessoa física ou jurídica, é a forma de tributação das aplicações em que esteja participando.
Naturalmente, no momento da tomada de decisão de investimento, o interessado vai considerar o
montante devido ao Fisco caso obtenha os rendimentos almejados. O investimento que implique
em menor tributação possui maiores chances de popularização.
Dito isso, é imperioso tecer alguns comentários sobre a tributação de fundos de
investimento. Devem ser considerados os seguintes tributos: (i) imposto de renda retido na fonte
(IRF); (ii) na Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF); e (iii) no
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Considerando o nível de relevância desses tributos e
o escopo do presente estudo, cumpre ressaltar, notadamente, a dinâmica do IRF e da CPMF,
cujas dinâmicas foram alvo de relevantes avanços na história recente do mercado de capitais.
A Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal (SRF) nº 486/2004, alterada pela
Instrução Normativa SRF nº 489/2005, disciplina a tributação dos fundos de investimento e
clubes de investimento demonstrando a intenção do Governo de beneficiar a constituição de
poupança e atribuindo menor alíquota ao investidor de fundos de longo prazo, relativamente aos
17 Consoante o disposto no art. 8º, III c/c art 2º, V, ambos da Lei nº 6.385, de 07.12.1976, cabe à CVM fiscalizar o
12
fundos de curto prazo. Nesse sentido, veja-se a redação dos Artigos 3º (fundos de longo prazo) e
5º (fundos de curto prazo) da citada Instrução:
“Art. 3º O imposto de renda na hipótese de fundo de longo prazo será cobrado às seguintes alíquotas:
I – 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de até 180 (cento e oitenta) dias;
II – 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo de 181 (cento e oitenta e um) dias até 360 (trezentos e sessenta) dias;
III – 17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de 361 (trezentos e sessenta e um dias) até 720 (setecentos e vinte) dias;
IV – 15% (quinze por cento), em aplicações com prazo acima de 720 (setecentos e vinte) dias. (...) Art. 5o Os fundos de investimentos que não se enquadrem nas características dispostas no inciso I do § 1º do art. 1º sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte, por ocasião do resgate, às seguintes alíquotas:
I – 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de até 180 (cento e oitenta) dias;
II – 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo acima de 180 (cento e oitenta) dias.”
Note-se que, para os efeitos da Instrução, fundo de longo prazo é “aquele cuja carteira de
títulos tenha prazo médio superior a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias” (Artigo 1º, § 1º, I),
enquanto o fundo de curto prazo é “aquele cuja carteira de títulos tenha prazo médio igual ou
inferior a trezentos e sessenta e cinco dias” (Artigo 1º, § 1º, II).
mercado de fundos e clubes de investimento.
13
Aos rendimentos auferidos através de clubes de investimento, carteiras administradas e
por qualquer outra forma de investimento associativo ou coletivo, o Artigo 16 da Instrução
Normativa SRF nº 25/2001 determina a aplicação “das mesmas normas do imposto de renda
fixadas para os fundos de investimento”.
Essas breves considerações sobre a cobrança do IRF servem para demonstrar o esforço
expendido pelo Governo no sentido de popularizar a aplicação através dos fundos de
investimento. Outro exemplo de empenho do Governo reside na inovação trazida pela Lei nº
10.892/2004, que criou a conta investimento.
Cumpre ressaltar, ainda, que a apuração dos tributos sobre os ganhos do fundo de
investimento constituem uma simplificação para o investidor, posto que, em regra, a incidência
ocorre somente com o advento do resgate do investimento, o que significa uma “postergação” no
pagamento. Entretanto, se os ativos fossem comprados separadamente, fora da estrutura do
fundo, o investidor teria de apurar o ganho líquido mensal dos seus rendimentos, o que seria uma
tarefa, certamente, mais complexa e exaustiva para o pequeno investidor.
Através desse dispositivo, tornou-se possível a livre movimentação dos investimentos
sem a incidência da CPMF (alíquota atual de 0,38%) em cada trânsito por conta-corrente. Na
prática, a vantagem da conta investimento para o investidor é que “quando vencer o prazo da
primeira aplicação, os recursos devem retornar à conta investimento, possibilitando que sejam
novamente aplicados, na mesma ou em outra modalidade de investimento, sem que seja
necessário o retorno do dinheiro para a conta-corrente. Dessa forma, há cobrança da CPMF
14
somente quando da realização da primeira aplicação, podendo o investidor, a partir da segunda,
migrar entre os vários tipos de investimentos e também transferir suas aplicações para qualquer
outra instituição financeira, sem que haja novo pagamento daquela contribuição”18.
Estas medidas, contudo, constituem simples mecanismos de ordem prática para facilitar e
incentivar o investimento. Alterações legislativas, como a criação da conta investimento,
merecem aplauso, entretanto, mais passos devem ser dados no sentido de ampliar a rede de
investidores, principalmente em relação àqueles que permanecem à margem do mercado.
Essa preocupação do investidor com o ganho resultante das operações repercute-se
também na taxa de administração dos clubes e fundos de investimento. Afinal, é improvável que
o investidor pouco informado sobre o mercado de capitais se aventure investindo num mercado
em que a tributação é bastante onerosa (IRF, CPMF e IOF) e se paga taxas de administração
elevadas, sem contar as eventuais taxas de performance, de ingresso e de saída, que podem
existir independentemente de o fundo ser voltado ou não a pequenos investidores.
3.2. Taxa de Administração
Em 2005, a CVM publicou estudo denominado “Panorama da Indústria Brasileira de
Fundos de Investimento”, sobre a disseminação dos fundos de varejo, os quais foram definidos
como aqueles com mais de 2.000 cotistas ou que recebem investimentos de fundos com mais de
18 Página na Internet do Banco Central do Brasil, acessada em 19.08.2006: http://www.bcb.gov.br/?CONTASINVEST
15
2.000 cotistas. Nele, demonstrou-se que: “Em 2005, os administradores dos fundos de
investimento receberam a título de taxa de administração R$ 7,8 bilhões. Desse montante, 61,5%
foi pago pelos Fundos de Varejo, ou R$ 4,8 bilhões. Assim, os Fundos de Varejo, que
correspondem a 40% do patrimônio líquido da indústria, foram responsáveis pelo pagamento de
mais de 60% da remuneração recebida pelos administradores da indústria de fundos no Brasil”19.
De forma surpreendente, os dados coletados pela CVM indicam que os fundos destinados
ao pequeno investidor têm custos maiores, no que diz respeito à taxa de administração, do que
aqueles voltados para o investidor institucional. Um dos motivos dessa situação talvez esteja na
concentração da indústria. De acordo com o estudo feito pela Autarquia, os dez maiores
administradores, em patrimônio líquido sob administração, administravam 76% do patrimônio da
indústria, assim como os dez maiores administradores, em número de cotistas, atendiam a 91%
de todos os cotistas.
Nesse ponto, a conclusão de Armando Castelar Pinheiro e Fabio Giambiagi20 é de que o
principal problema do Brasil não é o volume de intermediação financeira, mas o fato de que esta
se dá de uma forma que contribui pouco para aumentar o investimento e a produtividade do
capital. “Isto é, a intermediação financeira que ocorre no Brasil não é majoritariamente voltada
para diluir riscos, selecionar bons projetos, monitorar empresas etc., mas para canalizar a
poupança das famílias para financiar o excesso de gastos do setor público”.
19 In <www.cvm.gov.br>, 2005. p. 9. 20 Ob. Cit., pp. 176 e 177.
16
Outro dado significativo, e que pode ter influência sobre a participação do pequeno
investidor no mercado de fundos e clubes de investimento, é que parte da população, conforme o
Gráfico 2 do Anexo, ainda não confia nos bancos.
Por outro lado, as instituições financeiras brasileiras, por intermédio da Associação
Nacional dos Bancos de Investimento (ANBID), sinalizaram amadurecimento e iniciativa ao
editarem o Código de Auto-Regulação ANBID para os Fundos de Investimento, que tem como
objetivo “estabelecer: (i) a concorrência leal; (ii) a padronização de seus procedimentos, de
forma a proteger os interesses dos investidores; (iii) maior qualidade e disponibilidade de
informações sobre Fundos de Investimento, especialmente por meio do envio de dados pelas
Instituições Participantes à ANBID; e (iv) a elevação dos padrões fiduciários e a promoção das
melhores práticas do mercado” (artigo 3º).
3.3. Prazo de registro de fundo de investimento
Como se vê, muitos são os campos em que se pode avançar no debate sobre os
instrumentos de investimento coletivo. Em estudo publicado pela IOSCO, em 1997, intitulado
“Authorisation of Collective Investment Schemes (CIS) and Related Services”, foi analisado o
procedimento de autorização de funcionamento de um veículo de investimento coletivo em
diversos países, sem incluir o Brasil.
A primeira vista, o estudo comparativo pode parecer de pouca importância no âmbito do
mercado interno. Entretanto, sabemos hoje que o dinheiro não tem pátria, trocando de país para
17
país de forma veloz, através de sistemas informatizados, em busca do maior retorno financeiro
(hot money). Portanto, na busca pela vantagem comparativa, a equiparação com regras
internacionais é inevitável.
De acordo com o estudo, na França, o prazo de concessão da autorização do instrumento
de investimento coletivo é de, no máximo, um mês, sendo de oito dias para as aplicações não
oferecidas ao público em geral. Na Austrália, o simples registro de prospecto de oferta tem prazo
de concessão de 14 dias, contados a partir do protocolo.
Nesse ponto, o Brasil está bastante avançado. No que diz respeito ao registro dos fundos
de investimento regidos pela Instrução CVM nº 409/04, por exemplo, “o funcionamento do
fundo depende do prévio registro na CVM, o qual será procedido através do envio, pelo
administrador, dos documentos previstos no art. 8º, através do Sistema de Envio de Documentos
disponível na página da CVM na rede mundial de computadores, e considerar-se-á
automaticamente concedido na data constante do respectivo protocolo de envio” (artigo 7º).
Conforme se depreende da redação do citado artigo, basta o envio dos documentos
pertinentes para que o registro do fundo seja concedido. O controle da legalidade dos
documentos que instruem o registro é feito a posteriori pelo órgão regulador, facilitando o
processo como um todo e tornando a captação de recursos mais ágil.
A discussão dos benefícios concedidos por Estados é de extrema importância. Veja-se,
nesse sentido, a competição existente entre países membros da Comunidade Européia para que
18
sejam constituídas sociedades no país. Portugal, por exemplo, editou recentemente a Lei nº
111/2005 (conhecida como “lei da empresa na hora”), a qual viabiliza um regime especial de
constituição de sociedade - em aproximadamente uma hora, excluindo-se todo o processo de
registro da sociedade comercial. Retira-se, portanto, grande parte da segurança que o registro
significa, em razão da competitividade travada dentro da Comunidade Européia. Medidas como a
adotada pelo Governo português, contudo, são extremas e podem ser pouco eficientes, caso em
que devem ser evitadas.
3.4. Publicidade
É dever de ambos, Governo e iniciativa privada, com auxílio dos órgãos regulatórios e
entidades civis, a promoção de alternativas eficientes e criativas na direção de um investimento
mais acessível à população. Embora a importância do tema seja notória e tenha aplicação prática
no contexto socioeconômico do País, até pouco tempo a divulgação sobre as regras e vantagens
do investimento da pessoa física era quase nula. Esta, no entanto, é uma realidade que vem
mudando nos últimos anos.
Atualmente as iniciativas existem e são eficientes. Um exemplo é a Superintendência de
Proteção e Orientação aos Investidores – SOI, que funciona desde 1998, no âmbito da CVM, e
cuja função é prestar auxílio aos investidores, por meio de atendimento ao público, análise de
reclamações e da promoção de projetos educacionais. É essencial que o pequeno investidor tenha
um canal direto e especializado que o socorra num momento de dúvida.
19
Note-se que não se trata aqui do disclosure21, da transparência das companhias ou da
disponibilização de informações sobre a vida das sociedades de capital aberto para os
investidores, mas da simples divulgação sobre em que consistem os fundos e clubes de
investimento, quais são as suas vantagens desse tipo de investimento e como o público pode
ingressar nesse mercado.
3.5. Fundo PIBB - Papéis de Índice Brasil BOVESPA
Uma contribuição importante do Governo foi o lançamento do Fundo PIBB, promovido
pelo BNDES. O PIBB é o primeiro e único Fundo Indexado Negociado em Bolsa no Brasil
(FINB), voltado para pequenos e grandes investidores. Um fundo indexado é um fundo de
investimento que procura acompanhar o comportamento de um índice, no caso o Índice Brasil
Bovespa IBrX – 50, que mede o retorno de uma carteira composta pelas 50 ações mais
negociadas na Bolsa em termos de liquidez.
Segundo o BNDES22, a oferta de varejo do Fundo “atingiu mais de 25 mil pequenos
investidores, que compraram R$ 304 milhões do total ofertado, R$ 600 milhões. O restante da
oferta foi adquirido por investidores institucionais, que são grandes aplicadores. O Banco
acredita que fortalecer o mercado de capitais é prioritário para que o país possa ter mais
investimentos produtivos, que dinamizem a economia brasileira. Com esse objetivo, novas ações
21 O termo disclosure vai além da simples divulgação de informações. Ela almeja, de uma só vez, a proteção do investidor e a eficiência do mercado, considerando vários fatores. Veja-se, nesse sentido, DUBEUX, Julio Ramalho. A Comissão de Valores Mobiliários e os Principais Instrumentos Regulatórios do Mercado de Capitais Brasileiro. Porto Alegre, Sergio Antonio Fabris, 2006.
20
estão sendo planejadas pelo BNDES, principalmente para tornar os investimentos em ações
acessíveis aos pequenos aplicadores, democratizando o acesso a essa forma de investimento”.
5. Conclusão
Por hora, o caminho percorrido por aqueles que têm a capacidade de influenciar no
mercado dos instrumentos de investimento coletivo parece correto e dotado das melhores
intenções. As considerações feitas atestam que vem sendo construída uma base para a expansão
sustentada da participação do investidor brasileiro no mercado de capitais, a qual ainda é
pequena face ao potencial existente.
O panorama atual é motivo de orgulho e estímulo para o futuro. Posto que em pouco
tempo se diminuiu o espaço existente entre o investidor e o mercado e se facilitou de forma
efetiva o investimento, também se percebe o quanto é possível avançar nesse campo.
Acertadamente, o Presidente do Banco Central do Brasil, Dr. Henrique Meirelles, em
pronunciamento feito em cerimônia na FEBRABAN realizada em 19.03.200423, ressaltou que “a
construção do futuro é um processo complexo. No caso de um País, a construção do futuro
depende do tamanho de seus desafios e ambições no presente e da determinação com que os
problemas são enfrentados. O crescimento sustentado depende de políticas corretas por parte do
22 In notícia intitulada “BNDES realiza recompra do PIBB até 27 de julho”, veiculada na página na Internet do BNDES, acessada em 20.08.2006: http://www.bndes.gov.br/noticias/2005/not160_05.asp23 Publicado na Revista de Direito Bancário e do Mercado de Capitais. Ano 7, nº 24. Editora Revista dos Tribunais, 2004.
21
governo. Mas depende também das decisões individuais de milhares de agentes econômicos
privados”.
Esta declaração é inteiramente aplicável ao mercado de capitais brasileiro. As
contribuições governamentais no sentido de popularizar os veículos de investimento coletivo,
notadamente os fundos de investimento, estão surtindo efeito. Deve-se, a partir de agora, dar
continuidade às medidas em andamento, aprofundando o debate de acordo com as preocupações
emergentes. É fato que a discussão sobre algumas questões, como o tratamento tributário dos
fundos e clubes de investimento em relação ao investidor pessoa física, o método de cobrança da
taxa de administração pelas instituições financeiras e a premiação da “cultura do poupador”,
precisa avançar.
Por outro lado, não se pode dispensar a participação do setor privado, em especial, das
instituições civis que mantêm forte influência nesse campo e que, nos últimos tempos, têm
proporcionado, através da realização de palestras, seminários e estudos, a ampliação da
discussão. De fato, muito se fez, porém, muito ainda está por ser feito.
22
ANEXO
Gráfico 1
Participação das famílias com acesso à conta bancária ou serviços financeiros
País Fonte Data da Pesquisa
Número de famílias
% de famílias que usaram instituições financeiras
oficiais para poupar nos últimos 12 meses
Brasil (11 áreas urbanas) SAFS 2002 2000 42.7
EUA SCF 2001 4449 90.9 Dinamarca - - 99.1 Holanda - - - 98.9 Suécia - - - 98
Finlândia - - - 96.7 Alemanha - - - 96.5
França - - - 96.3 Luxemburgo - - - 94.1
Bélgica - - - 92.7 Espanha - - - 91.6
Reino Unido - - - 87.7 Portugal - - - 81.6 Áustria - - - 81.4 Irlanda - - - 79.6 Grécia - - - 78.9 Itália - - - 70.4
Fonte: Banco Mundial, Access to Financial Services: A Review of the Issues and Public Policy Objectves, by Stijn Claessens (tradução livre).
23
ANEXO
Gráfico 2 Qual é a razão para que as pessoas que não possuem conta em banco não abram uma conta?
EUA México Colômbia Brasil Índia
Limitações de demanda: falta de necessidade/ falta de dinheiro 53% 7% 16% n.a. 75%
Falta de conhecimento - - - - 18%
Barreiras bancárias (ex. custos mínimos de saldo; documentação) 45% 70% 78% 42% n.a.
Percepção do serviço/segurança/desconfiança 18% 16% 3% 25% -
Falta de documentação 10% 3% - - -
Privacidade 22% 2% - - -
Inconveniência – Localização e horários 10% 2% - - -
Outras razões - - 3% 33% - Fonte: Banco Mundial, 2005. Access to Financial Services in Brazil, A Study led by Anjali Kumar, Directions in Development (tradução livre).
24
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25
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