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8/12/2019 As Deusas e a Mulher Jean Shinoda Bolen http://slidepdf.com/reader/full/as-deusas-e-a-mulher-jean-shinoda-bolen 1/192 As deusas e a mulher:  nova psicologia das mulheres Jean Shinoda Bolen Orelhas: Este é um livro que combina mitologia e psicologia, a fim de proporcionar à mulher mais compreenso sobre a sua vida !ntima, comportamento e a"o no mundo# A Autora  parte da considera"o das antigas deusas gregas, vendo nelas padr$es constantes na  psique da mulher ou, segundo Jung, arquétipos que moldam a e%ist&ncia# Esses  poderosos padr$es interiores so respons'veis pelas diferen"as entre as mulheres, e compreender sua a"o e inter(rela"o é a chave para o autoconhecimento e busca de integridade# Jean Shinoda Bolen proporciona uma nova tipologia das mulheres, em muitos pontos ultrapassando os pontos de vista da psicologia )unguiana# é livro importante para a mulher e para o homem* a mulher nele descobrir' seu caminho, e o homem com ele aprender' o que é mulher, e qual ser' a sua mulher# Jean Shinoda Bolen é doutora em medicina, psiquiatra e analista )unguiana, professora na +niversidade da alif-rnia e membro da .s# /0unda"o para .ulheres1# Jean também ensina e dirige semin'rios na regio da ba!a de San 0rancisco e em todo o pa!s# asada com James Bolen, tem dois filhos e mora em .ill 2alle3, alif-rnia# 4SB5 67(89(;<;( t3mon =!tulo original >oddesses in Ever3?oman /c1 Jean Shinoda Bolen, @arper o?, San 0rancisco, C69 =radu"o .aria D3dla emédio eviso 4vo Storniolo ados 4nternacionais de ataloga"o na Fublica"o /4F1 G /Hmara Brasileira do Divro, SF, Brasil1 Bolen, Jean Shinoda# As deusas e a mulher:  nova psicologia das mulheres Jean Shinoda Bolen tradu"o .aria D3dia emédio  reviso 4vo Storniolo  ( So Faulo : Faulus, C;# ( /ole"o amor e psique1 Bibliografia 4SB5 67(89(;<;( C# Arquétipo ( Fsicologia I# .itologia grega ( Aspectos psicol-gicos 8# .ulheres( .itologia 9# .ulheres(Fsicolog!a# =!tulo# 44# Série: Amor e psique# ;(;7< (8;7#9 (C7;#C79 (C77#88 (II#;6 !ndices para cat'logo sistem'tico: C# Arquétipo : Fsicologia C7;#C79

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As deusas e a mulher: nova psicologia das mulheresJean Shinoda Bolen

Orelhas:

Este é um livro que combina mitologia e psicologia, a fim de proporcionar à mulhermais compreenso sobre a sua vida !ntima, comportamento e a"o no mundo# A Autora

 parte da considera"o das antigas deusas gregas, vendo nelas padr$es constantes na psique da mulher ou, segundo Jung, arquétipos que moldam a e%ist&ncia# Esses poderosos padr$es interiores so respons'veis pelas diferen"as entre as mulheres, ecompreender sua a"o e inter(rela"o é a chave para o autoconhecimento e busca deintegridade#Jean Shinoda Bolen proporciona uma nova tipologia das mulheres, em muitos pontosultrapassando os pontos de vista da psicologia )unguiana# é livro importante para amulher e para o homem* a mulher nele descobrir' seu caminho, e o homem com ele

aprender' o que é mulher, e qual ser' a sua mulher#

Jean Shinoda Bolen é doutora em medicina, psiquiatra e analista )unguiana, professorana +niversidade da alif-rnia e membro da .s# /0unda"o para .ulheres1# Jeantambém ensina e dirige semin'rios na regio da ba!a de San 0rancisco e em todo o pa!s#asada com James Bolen, tem dois filhos e mora em .ill 2alle3, alif-rnia#

4SB5 67(89(;<;(t3mon

=!tulo original>oddesses in Ever3?oman/c1 Jean Shinoda Bolen, @arper o?, San 0rancisco, C69=radu"o.aria D3dla emédioeviso 4vo Stornioloados 4nternacionais de ataloga"o na Fublica"o /4F1 G /Hmara Brasileira do Divro,SF, Brasil1Bolen, Jean Shinoda#As deusas e a mulher: nova psicologia das mulheres

Jean Shinoda Bolentradu"o .aria D3dia emédio reviso 4vo Storniolo ( So Faulo : Faulus, C;# ( /ole"o amor e psique1Bibliografia 4SB5 67(89(;<;(C# Arquétipo ( Fsicologia I# .itologia grega ( Aspectos psicol-gicos 8# .ulheres(.itologia 9# .ulheres(Fsicolog!a# =!tulo# 44# Série: Amor e psique#;(;7< (8;7#9(C7;#C79(C77#88(II#;6

!ndices para cat'logo sistem'tico:C# Arquétipo : Fsicologia C7;#C79

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I# .itologia grega : II#;68# .ulheres : ondi"$es sociais : Sociologia 8;7#99# .ulheres : .itologia grega II#;67# .ulheres : Fsicologia C77#8845=O+KLO M ODEKLO A.O E FS4N+

/c1FA+D+S(C;ua 0rancisco ruP, II;9CC<(;C So Faulo /Brasil1 0a% /;CC17<;(8I< =el#/;CC17;69(8;http:QQ???#paulus#org#br dir#editorialRpaulus#org#br 4SB5 67(89(;<;(4SB5 ;(;(I7;;6I(C /ed# original1FA+D+SEstrada de So FauloI67 Apela"o /Fortugal1 0a% /;C1 96 66 <6 =el# /;C19<I9 C9

 5a busca de sua alma e do sentido de sua vida, o homem descobriu novos caminhos queo levam para a sua interioridade: o seu pr-prio espa"o interior torna(se um lugar novode e%peri&ncia# Os via)antes desses caminhos nos revelam que somente o amor é capaPde gerar a alma, mas também o amor precisa da alma# Assim, em lugar de buscarcausas, e%plica"$es psicopatol-gicas às nossas feridas e aos nossos sofrimentos,

 precisamos, em primeiro lugar, amar a nossa alma, assim como ela é# este modo é que poderemos reconhecer que estas feridas e estes sofrimentos nasceram de uma falta deamor# For outro lado, revelam(nos que a alma se orienta para um centro pessoal etranspessoal, para a nossa unidade e a realiPa"o de nossa totalidade# Assim, a nossa

 pr-pria vida chegar' em si um sentido, o de restaurar a nossa unidade primeira#0inalmente, no é o espiritual que aparece primeiro, mas o ps!quico, e depois oespiritual# E a partir do olhar do imo espiritual interior que a alma toma seu sentido,o que significa que a psicologia pode de novo estender a mo à teologia# Esta

 perspectiva psicol-gica nova é fruto do esfor"o para libertar a alma da domina"o da psicopatologia, do esp!rito anal!tico e do psicologismo, para que volte a si mesma, à sua pr-pria originalidade# Ela nasceu de refle%$es durante a pr'tica psicoter'pica, e est'come"ando a renovar o modelo e a finalidade da psicoterapia# E uma nova viso dohomem na sua e%ist&ncia cotidiana, do seu tempo, e dentro de seu conte%to cultural,abrindo dimens$es diferentes de nossa e%ist&ncia para podermos reencontrar a nossaalma# Ela poder' alimentar todos aqueles que so sens!veis à necessidade de colocar

mais alma em todas as atividades humanas#A finalidade da presente cole"o é precisamente restituir a alma a si mesma e veraparecer uma gera"o de sacerdotes capaPes de entender novamente a linguagem daalma, como # ># Jung o dese)ava#

Déon Bonaventure

M minha me, .egumi Tamaguchi Shinoda, formada em .edicina# Apesar de no tertido a mesma oportunidade, ela se empenhou em a)udar(me a me tornar adulta, sentindoque eu era afortunada por ser uma menina, e que poderia faPer o que quer que euaspirasse como mulher#

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FUDO>O M E4KLO BAS4DE4A )#>loria Steimm

A>AE4.E5=OS

ada cap!tulo deste livro tem muitos colaboradores anVnimos ( pacientes, amigas ecolegas ( que e%emplificaram aspectos de cada arquétipo de deusa, ou proporcionaraminsights# .uitas descri"$es so, por esse motivo, composi"o de muitas mulheres, pormim conhecidas em muitas circunstHncias, especialmente através de vinte anos de

 pr'tica psiqui'trica# E um privilégio ter a confian"a de pessoas que revelam suasintimidades a mim, possibilitando(me compreender melhor sua psicologia e, atravésdelas, a psicologia dos outros, incluindo a minha pr-pria# .eus pacientes so meusmelhores professores# A todos eles, obrigada#=enho sido aben"oada e remunerada por muitos editores, cada um dos quais contribuiu

 para o desenvolvimento deste livro e para o meu crescimento como escritora duranteos tr&s anos em que trabalhei no manuscrito: dire"o editorial e cr!tica vinham de Wirst

n >rimstad, Wim hernin, .aril3n Dandau, Jerem3 =archer, Stephanie Bernstein eDinda Furrington, a quem recorri para editar o te%to# E com as diferentes perspectivasdeles, aprendi também a confiar em minha pr-pria voP e viso, que foi uma li"o em simesma e levou a uma troca de editores# 5esse sentido, o encora)amento de Wim herninfoi especialmente valioso#

.eus agradecimentos também a 5anc3 Berr3, que trabalhou habilidosamente erapidamente com a m'quina de escrever e o computador* para John BrocXman eWatinXa .atson, que acrescentaram sua perspectiva conhecedora a um dif!cil processode surgimento do livro e para meu editor, la3ton arlson da @arper o?, queatravés de sua intui"o e considera"o pessoal pelo meu primeiro livro, =he =oofFs3cholog3, acreditou em mim e em As deusas e a mulher#.eus familiares foram resolutos patrocinadores enquanto eu trabalhava neste livro nomeio deles# @' muito tempo decidi que, se fosse escrever, eu o faria sem afastar(medeles ou fechando uma porta entre n-s# Estaria dispon!vel e presente, ao mesmo tempoque precisaria de sua considera"o# .eu marido Jim e meus filhos .elod3 e And3estiveram comigo em todo o caminho nesse pro)eto# Em adi"o ao apoio emocional, Jimemprestava de tempo em tempo seu olho profissional como editor para meus escritos,encora)ando me a confiar em meus pr-prios instintos para dei%ar em testamentoe%emplos e imagens que evocam sentimentos#E meu sincero agradecimento a muitas pessoas cu)o apoio para terminar As deusas e a

mulher veio em tempos sincron!sticos ( todas as vePes que me sentia desencora)adae precisava ser lembrada de que este livro poderia ser Ytil aos outros# .inha tarefa eraerseverar até que o livro estivesse acabado# +ma veP publicado, sabia que ele teria vida

 pr-pria e alcan"aria quem quer que se sup$e que ele possa alcan"ar#C6a semente germina uma raiP, depois um broto* do broto, as folhas embrionadas* dasfolhas, o caule* ao redor do caule, os ramos* no topo, a flor### 5o podemos diPer que a semente ou o solo causam o crescimento# Fodemos diPer que as potencialidades

 para o crescimento encontram(se no interior da semente, no misterioso princ!pio vitalque, quando convenientemente alimentado, assume determinadas formas#.# # ichards, entering in Fotter3, Foetr3 and the FersonC

4ntrodu"o

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@Z E+SAS E. AA .+D@E =oda mulher representa o papel principal na solu"o do que diP respeito à sua pr-priahist-ria e%istencial# omo psiquiatra, tenho ouvido centenas de hist-rias pessoais, ecompreendo que h' dimens$es m!ticas em cada uma delas# Algumas mulheres procuramum psiquiatra quando esto desmoraliPadas ou quando no esto atuando conforme se

espera* outras o procuram quando sabiamente se do conta de que foram surpreendidasnuma situa"o que precisam )ulgar e modificar# 5um e noutro caso, parece(me queelas procuram a a)uda de um terapeuta para aprenderem a ser melhores protagonistas ouhero!nas nas hist-rias de suas pr-prias vidas# Fara isso as mulheres precisam faPerescolhas conscientes, que iro dar rumo às suas vidas# E%atamente porque elascostumam no ter consci&ncia dos poderosos efeitos que os estere-tipos culturaise%ercem sobre elas, as mulheres podem também no ter consci&ncia de poderosas for"asque atuam no seu !ntimo# Essas for"as influenciam o que elas faPem e o modo comoelas sentem# 5este livro estou apresentando essas for"as na forma das deusas gregas#Esses poderosos padr$es internos ( ou arquétipos ( so respons'veis pelas principaisdiferen"as entre as mulheres# For e%emplo, algumas precisam da monogamia, do

casamento, ou dos filhos para se sentirem realiPadas#I;Elas se afligem e se encoleriPam quando no conseguem seus ob)etivos# Fara elas os

 papéis tradicionais so significativos# =ais mulheres diferem notadamente de outro tipo,aquele que d' mais valor à sua independ&ncia, enquanto enfoca alcan"ar ob)etivos queso importantes para elas* ou diferem ainda de outro tipo, aquele que procuraintensidade emocional e novas e%peri&ncias e, conseq[entemente, passa de umrelacionamento para outro, ou de uma conquista para outra# Ainda outro tipo de mulher

 procura a solido, e descobre que a sua espiritualidade significa o m'%imo para ela# Oque é realiPa"o para um tipo de mulher pode no ter sentido para um outro tipo,dependendo de qual deusa este)a atuando na pessoa#Além disso, h' muitas deusas numa determinada mulher, e quanto mais complicada elafor, tanto mais prov'vel é que muitas deusas este)am atuando nela# O que é realiPa"o

 para uma parte dela pode no ter sentido para uma outra parte# O conhecimento dasdeusas proporciona às mulheres um meio de conhecerem a si pr-prias, conhecerem seusrelacionamentos com homens e mulheres, com seus pais, namorados e filhos# Esses

 padr$es de deusa oferecem também insight para aquilo que é motivador e até mesmocompulsivo, frustrante ou satisfat-rio para algumas mulheres e no para outras# Oconhecimento das deusas proporciona informa"$es Yteis também para os homens#Aqueles que quiserem compreender melhor as mulheres podem usar os padr$es dedeusas para aprenderem que h' diferentes tipos de mulher, e aprenderem também o queesperar delas# Os padr$es também a)udam os homens na compreenso das mulheres que

so comple%as ou que do a impresso de serem contradit-rias# O conhecimento dasdeusas também proporciona ao terapeuta que trabalha com mulheres insights cl!nicosYteis sobre os conflitos interpessoais e intraps!quicos deICsuas pacientes# Os padr$es a)udam a esclarecer as diferen"as individuais# Eles forneceminforma"$es sobre o potencial para dificuldades psicol-gicas e sintomas psiqui'tricos#Esses modelos indicam também os caminhos que a mulher que est' num determinado

 padro de deusa pode usar para crescer#Este livro descreve uma nova perspectiva psicol-gica da mulher, baseada em imagensde mulheres fornecidas pelas deusas gregas que permaneceram vivas na imagina"ohumana por mais de tr&s mil anos# Esta psicologia difere de todas as teorias que definem

a mulher normal como uma pessoa que est' de acordo com um modelo correto, um padro de personalidade ou estrutura psicol-gica# uma estrutura baseada na

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observa"o da diversidade das varia"$es normais entre as mulheres# .uito do que tenhoaprendido sobre as mulheres foi conquistado no conte%to profissional, como psiquiatra eanalista da corrente )unguiana, através de treinamentos e ensino supervisionados, como

 professora de psiquiatria cl!nica da +niversidade da alif-rnia e como analistasupervisora do 4nstitutito # ># Jung, em So 0rancisco# .as a psicologia feminina que

eu desenvolvo nessas p'ginas reflete muito mais que a e%peri&ncia profissional# .uitodo que sei é conseq[&ncia de ser mulher envolvida em papéis de mulheres ( o de filha,esposa e me de um casal de filhos# .eu conhecimento também aumentou através deconversas com amigas e em grupo de mulheres# Ambas so situa"$es nas quais asmulheres refletem umas às outras aspectos delas mesmas ( n-s nos vemos refletidos nae%peri&ncia de uma outra mulher, e nos tornamos conscientes de algum aspecto de n-smesmas, do qual no fomos informadas antes, ou que n-s, enquanto mulheres, temosem comum# .eu conhecimento de psicologia feminina também aumentou com ae%peri&ncia de ser mulher nesta época da hist-ria# Em C8 comecei minha resid&nciaem psiquiatria# ois acontecimentos daquele ano conduPiram ao movimento feministados anos <;# A princ!pio Bett3 0riedan publicou seu =he 0eminine .3stique,

articulando o vaPio e o descontentamento de uma gera"o de mulheres que tinhamvivido por outras ou através de outras# 0riedan descreveu a origem dessa infelicidadecomo um problema de identidade, cu)o nYcleo era um impedimento ou uma evaso docrescimento# Ela sustentou que esse problema é favorecido pela nossa cultura# Esta no

 permite às mulheres aceitar ou satisfaPer suas necessidades b'sicas, a fim de crescer esatisfaPer seu potencial como ser humano# ando um basta aos estere-tipos culturais, àdoutrina freudiana e à manipula"o da mulher pelos meios de comunica"o, seu livroapresentou idéias cu)a hora havia chegado ( idéias que conduPiram a uma e%panso do-dio reprimido, ao nascimento do movimento da libera"o das mulheres e, mais tarde, àforma"o do 5O\, a OrganiPa"o 5acional das .ulheres /5O\ ] 5ationalOrganiPation for \omen1#C

 5o mesmo ano de C8 a comisso do presidente John 0# Wenned3 publicou seurelat-rio sobre a posi"o social das mulheres# Essa publica"o documenta asdesigualdades do sistema econVmico dos Estados +nidos# As mulheres no estavamsendo pagas na mesma propor"o que os homens para faPerem o mesmo trabalho, eoportunidades de emprego e progresso estavam sendo negadas a elas# Essa berrante

 parcialidade era outra evid&ncia de como os papéis desempenhados pelas mulhereseram desvaloriPados e limitados# Fortanto, entrei para o campo da psiquiatria nummomento em que os Estados +nidos estavam no limiar do movimento da liberta"o dasmulheres, e tive minhaC# Bett3 0riedan, =he 0eminine .3stique# ell, 5e? TorX, C8, p# #

III8consci&ncia despertada nos anos <;# 0ui informada das desigualdades e discrimina"ocontra as mulheres# Aprendi que os padr$es culturais, determinados pelos homens,recompensavam ou puniam as mulheres por aceitarem ou re)eitarem os papéisconvencionais#omo resultado, reuni uma por"o de colegas feministas na sociedade psiqui'trica dearolina do 5orte e na Associa"o Americana de Fsiquiatria /AFA1# 2iso binocular da

 psicologia das mulheres urante o mesmo per!odo em que estava adquirindo uma perspectiva feminista, eu simultaneamente estava me tornando uma analista da corrente )unguiana# Em C, depois de completar minha resid&ncia em psiquiatria, entrei para o

4nstituto # ># Jung de So 0rancisco, como candidata ao programa de treinamento#ecebi o certificado de analista em C<# .inha perspectiva em rela"o à psicologia

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feminina cresceu firmemente nesse per!odo, incorporando insights feministas com a psicologia arquet!pica )unguiana# Era como se eu estivesse construindo uma ponteligando dois mundos ao me aventurar de um lado para outro entre os analistas

 )unguianos e as psiquiatras feministas# .inhas colegas )unguianas no se incomodavammuito com o que estava se passando no mundo pol!tico e social# .uitas pareciam

apenas vagamente informadas da relevHncia do movimento feminista# .inhas amigas psiquiatras feministas, se é que me achavam uma analista absolutamente )unguiana, pareciam considerar este aspecto como um de meus interesses secretos, m!sticos, ouuma subespecialiPa"o, tendo eu pouco a contribuir para a questo das mulheres#Entretanto, movimentando(me de um lado para outro, descobri que um novo n!vel decompreenso resulta quando duas perspectivas so consideradas )untas: a perspectiva

 )unguiana e a perspectiva feminista# As duas proporcionam uma viso binocular da psicologia das mulheres#A psicologia )unguiana tornou(me consciente de que as mulheres so influenciadas por

 poderosas for"as interiores, os arquétipos, que podem ser personificados pelas deusasgregas# E a perspectiva feminista me deu a compreenso de como as for"as e%teriores

 ou estere-tipos papéis com os quais a sociedade espera que as mulheres se conformem( refor"am alguns padr$es de deusa e refreiam outros# omo resultado eu ve)o cadamulher entre dois campos de influ&ncia: intimamente por arquétipos divinos, ee%teriormente por estere-tipos culturais# +ma veP que a mulher se torne consciente dasfor"as que a influenciam, ela obtém o poder que o conhecimento proporciona# Asdeusas so for"as poderosas e invis!veis que modelam o comportamento einfluenciam as emo"$es# O conhecimento delas no interior das mulheres é um ramonovo de conhecimento sobre as mulheres, ramo este que vem crescendo# Nuando amulher sabe quais deusas so as for"as dominantes no seu !ntimo, ela adquireautoconhecimento a respeito: a1 da for"a de certos instintos, b1 das prioridades ehabilidades e c1 das possibilidades de encontrar significado pessoal através de escolhasque nem todos poderiam encora)ar#Os padr$es de deusa também afetam o relacionamento com os homens# Eles a)udam ae%plicar algumas das dificuldades e afinidades que certas mulheres t&m com certoshomens# Elas escolhem homens que t&m poder e que so bem sucedidos no mundo^Acomodados e criativos^ 4nfantis^ Nual deusa é o !mpeto invis!vel que impulsiona amulher a um determinado homem^ =ais padr$es influenciam as escolhas e aestabilidade dos relacionamentos# Os padr$es de relacionamento também traPem amarca de determinadas deusas# Fai(filha, irmo(irm,I9I7

me(filho, namorado(namorada, ou me(filha# ada par representa uma configura"oque é natural para uma determinada deusa#=oda mulher tem dons concedidos por deusas, que ela deve aprender e aceitar comgratido# =oda mulher também tem defici&ncias concedidas por deusas, defici&nciasque ela deve reconhecer e superar para que ha)a modifica"o# A mulher no pode opor(se a ver um padro determinado por um arquétipo sub)acente de deusa até que ela este)aconsciente de que tal padro e%iste e procura realiPar(se através dela#

.itos como instrumentos de insightO primeiro tra"o(de(unio importante que vi entre os padr$es mitol-gicos e a psicologiadas mulheres foi fornecido por Erich 5eumann# Ele é analista )unguiano# Em seu livro

Amor and Fs3che, 5eumann usava a mitologia como meio de descrever a psicologia

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feminina# Fercebi que a combina"o de 5eumann entre mito e coment'rio psicol-gicoera um poderoso instrumento de insight#

 5o mito grego de Amor e Fsique, por e%emplo, a primeira tarefa de Fsique era a deseparar um enorme e desordenado monte de sementes, colocando cada espécie de gronum mont!culo separado# Sua rea"o inicial a esta tarefa, bem como às tr&s tarefas

seguintes, foi de desespero# Fercebi que o mito se encai%ava a certo nYmero de minhas pacientes mulheres que estavam se esfor"ando com v'rias tarefas importantes# +ma eraestudante graduada que sentiu(se incapacitada diante de uma disserta"o, no sabendocomo poderia organiPar o amontoado de matéria# +ma outra era uma )ovem meoprimida# Ela tinha que calcular o que fiPera de seu tempo, selecionar prioridades eencontrar um modo para continuar a pintar# ada mulher era chamada a faPer mais doque era capaP, como Fsique, porém num setor que ela mesma escolhera# Ambasreagiram ao mito que espelhou a situa"o delas, proporcionou(lhes insight para o modocomo elas reagiam a novas e%ig&ncias, e deu um sentido amplo a seus esfor"os# Nuandoa mulher sente que h' uma dimenso m!tica para alguma coisa que ela este)aempreendendo, o conhecimento toca e inspira profundos centros criativos nela# Os

mitos evocam sentimento e imagina"o e tocam temas que so parte da heran"a coletivahumana# Os mitos gregos( e todos os outros contos de fada e mitos que ainda socontados h' milhares de anos ( permanecem correntes e pessoalmente relevantes,

 porque h' uma ressonHncia de verdade neles sobre e%peri&ncias humanascompartilhadas# Nuando um mito é interpretado, intelectual ou intuitivamente, isso poderesultar em alcance novo de compreenso# +m mito é como um sonho do qual noslembramos, até mesmo quando no é compreendido, porque ele é simbolicamenteimportante# e acordo com o mitologista Joseph ampbell, sonho é mito

 personaliPado* mito é sonho despersonaliPado#I 5o é de admirar que os mitosinvariavelmente pare"am algo vagamente familiar# Nuando um sonho é corretamenteinterpretado, a pessoa que sonha tem um lampe)o de insight ( e%presso por um Aha_ (

 pois a situa"o à qual o sonho se refere torna(se clara# A pessoa que sonhaintuitivamente agarra e conserva o conhecimento# Nuando, ao interpretar um mito,alguém dei%a escapar um Aha_, o mito determinado est' simbolicamente chamando aaten"o para alguma coisa que éI# Joseph ampbell, =he @ero ?ith a =housand 0aces, Bollingen Series C<# Frinceton+niversit3 Fress, Frinceton, 5# J#, C6, p# C#II<importante para ele ou ela# A pessoa agora compreende alguma coisa e v& através daverdade# Este n!vel mais profundo de compreenso tem ocorrido em audit-rios para os

quais eu tenho falado# 4sso acontece quando conto os mitos e depois interpreto seussignificados# E um modo de aprender que lembra algo no qual a teoria sobre a psicologia feminina torna(se autoconhecimento ou conhecimento sobre mulherese%pressivas com quem os homens e as mulheres da platéia esto relacionados#omecei a usar a mitologia em semin'rios sobre a psicologia das mulheres quase no fimdos anos ; e come"o dos anos <;# +sei(a primeiramente no centro médico da+niversidade da alif-rnia, no 4nstituto Fsiqui'trico Dangle3 Forter* depois em SantaruP, na +niversidade da alif-rnia e no 4nstituto # ># Jung, em So 0rancisco# 5adécada e meia seguinte, a palestra deu(me mais oportunidade para desenvolver meus

 pensamentos e obter respostas dos audit-rios nos seguintes lugares: Seattle,.inneapolis, enver, cansas it3, @ouston, Fortland, 0ort \a3ne, \ashington ##,

=oronto, 5e? TorX e a 'rea da ba!a de So 0rancisco, onde moro# Onde quer que eu palestrasse, a resposta era a mesma: quando eu usava mitos em combina"o com

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material cl!nico, e%peri&ncias pessoais e insights do movimento feminista, o resultadoera uma nova e mais profunda compreenso# Eu tinha iniciado com o mito de Fsique,um mito que falava para mulheres que enfatiPavam em primeiro lugar osrelacionamentos# epois falei de um segundo mito, cu)o significado eu tinhadesenvolvido# Esse mito descrevia as mulheres que se sentiam desafiadas em veP de

desarmadas quando e%istiam obst'culos a serem superados ou tarefas a seremdominadas, e que, conseq[entemente, poderiam se desempenhar melhor na escola efora, no mundo# A hero!na mitol-gica era Atalanta, mensageira e ca"adora que foi bemsucedida em ambos os papéis, vencendo os homens que tentavam venc&(la# Ela era uma

 bela mulher que fora comparada com Zrtemis, deusa grega da ca"a e da lua# Esse modode ensinar naturalmente incitava perguntas sobre outras deusas, e eu comecei a ler e aquerer saber sobre o que elas representavam# omecei a e%perimentar meus pr-priosAha_ como rea"o# For e%emplo, certa mulher ciumenta e vingativa entrou em meuconsult-rio, e reconheci nela a raivosa e humilhada @era, deusa do casamento e esposade `eus# O flerte de seu cVn)uge provocou a deusa, levando(a a repetidos esfor"os de

 busca e destrui"o da outra# Esta paciente era uma mulher que tinha acabado de

descobrir que seu marido estava tendo um caso# =ornou(se ento obcecada com aoutra mulher# =inha fantasias vingativas, investigava os( atos e caminhos da outra#=anto tentou peg'(los em flagrante que sentiu(se enlouquecer# omo t!pico de @era, suaraiva no se voltava para o marido, que mentira para ela ou lhe fora infiel# 0oi muito Ytil

 para minha paciente ver que a infidelidade de seu marido tinha uma resposta ao modode @era# Agora compreendia por que se sentia to tomada pela raiva e como isso eradestrutivo para ela# FVde ver que precisava confrontar seu marido e o comportamentodele# Frecisava encarar os problemas con)ugais deles, mais do que tomar atitudesvingativas caracter!sticas de @era# Ento uma colega, sem que se esperasse, manifestou(se livremente contra a Emenda de 4gualdade de ireitos, que eu estava defendendo# Forentre a raiva e a dor que senti, repentinamente dei%ei escapar um Aha_ pela situa"o#Era, em nossas mentes, uma discordHncia de tipos baseados nas deusas# 5o momento,quanto a esse assunto, eu estava agindo e sentindo como Zrtemis, arquétipo da >rande4rm, protetora das mulheres# .inha antagonista, ao contr'rio, era como Atenas, a filhaqueI6Inascera saltando das meninges de `eus# Ela foi a deusa protetora dos her-is, defensorados patriarcas, muit!ssimo filha do pai# 5uma outra ocasio eu lia sobre o seq[estro deFatt3 @earst# ompreendi que o mito de Ferséfone, a donPela raptada, violentada e

 prisioneira de @ades, soberano do inferno, estava sendo completamente esgotado, desta

veP nas manchetes dos )ornais# 5a época @earst era estudante da +niversidade daalif-rnia# Era uma filha protegida de dois modernos e muito ricos deuses ol!mpicos#ela foi raptada e levada ao inferno pelo chefe do S3mbionese Diberation Arm3 e,fechada num cub!culo escuro, foi repetidamente violentada#Bem cedo eu estava percebendo que e%istem deusas em cada mulher# escobri que ofato de conhecer qual deusa se faPia presente aprofundava minha compreenso dosacontecimentos mais dram'ticos# For e%emplo: qual deusa estaria mostrando suainflu&ncia quando a mulher prepara refei"$es e faP o servi"o doméstico^onclu! que era um simples teste: quando um esposo se ausenta por uma semana, comoé que a sua mulher prepara uma refei"o para si pr-pria, e o que acontece no que diPrespeito à arruma"o da casa^ Nuando a mulher influenciada por @era ou por Afrodite

fica sem companhia, isso pode ser comparado a uma triste e sombria ocorr&ncia# +m pouco de mortadela talveP lhe baste# Nualquer coisa que este)a na geladeira ou no

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arm'rio é suficientemente bom para ela quando est' s-, em marcante contraste com as bem cuidadas ou boas refei"$es que ela prepara quando seu marido est' no lar# Ela prepara as refei"$es para ele# 0aP o que ele gosta, é claro, mais do que aquilo que ela prefere# 4sso porque ela é uma boa mulher que proporciona boas refei"$es /@era1, émotivada por sua naturePa maternal a tomar conta dele /eméter1, faP o que agrada a ele

/Ferséfone1, ou procura ser atraente para ele /Afrodite1# .as se a deusa que a influenciaé @éstia, a mulher arrumar' a mesa e proporcionar' a si pr-pria uma verdadeira refei"oquando estiver s-# E a casa permanecer' na costumeira boa ordem# Se as outrasdeusas tomarem para si o encargo dos assuntos domésticos é mais prov'vel que elesse)am negligenciados até pouco antes da volta do marido# A mulher tipo @éstia trar'flores para si pr-pria, flores que nunca sero vistas pelo homem ausente# Ela dei%ar'seu apartamento bem arrumado por causa dela mesma, e no por causa de alguém mais#E esse lugar, seu apartamento ou casa, ser' sempre considerado lar# A seguir veio a

 pergunta: Os outros considerariam o caminho de se conhecer a psicologia das mulheresatravés de mitos um caminho Ytil e proveitoso^ A resposta veio quando eu palestravasobre As deusas e a mulher# As ouvintes despertaram, intrigadas, e houve cochichos

e%citados pelo fato de se usar a mitologia como ferramenta de insigth# Este era ummodo de se conhecer as mulheres, um caminho que estava persuadindoemocionalmente# Enquanto eu contava esses mitos, as pessoas viam, ouviam e sentiam*conforme eu os interpretava, as pessoas reagiam com um aha_ Ambos, homens emulheres, compreenderam o significado dos mitos como verdade pessoal, verificandoalguma coisa que eles )' sabiam e da qual eles estavam agora se tornando conscientes#=ambém falei em encontros de organiPa"$es profissionais e discuti minhas idéias com

 psiquiatras e psic-logos# Fartes deste livro foram primeiramente desenvolvidas comoapresenta"o para as seguintes institui"$es: Associa"o 4nternacional de FsicologiaAnal!tica, Academia Americana de Fsican'lise, Associa"o Americana de Fsiquiatria,4nstituto 0eminino de Associa"o Americana de Ortopsiquiatria e Associa"o deFsicologia =ranspessoal# .inhas colegas acharam essa abordagem proveitosa eapreciaram o insight o padro de individualidade8;8Ce sintomas psiqui'tricos que um conhecimento das deusas pode proporcionar# Fara amaior parte de minhas colegas esta era a primeira e%posi"o que tinham ouvido de umaanalista )unguiana sobre psicologia das mulheres# Somente minhas colegas )unguianasestavam cientes de que eu estava e estou progredindo em minhas idéias sobre psicologiafeminina, que diferem de alguns conceitos de Jung, tanto quanto estavam cientes de queestou integrando as perspectivas feministas com a psicologia arquet!pica# Embora este

livro tenha sido escrito para um pYblico comum, o leitor )unguiano especialista dever'notar o seguinte: a psicologia das mulheres, baseada nos arquétipos femininos, desafiaa aplicabilidade geral da teoria )unguiana de anima(animus /ver cap!tulo 8, As deusasvirgens1# .uitos escritores )unguianos t&m escrito sobre deuses e deusas gregos comofiguras arquet!picas# 0ico(lhes agradecida por contribu!rem com seu conhecimento einsights, e cito o trabalho deles# ontudo, ao selecionar sete deusas gregas e categoriP'(las em tr&s grupos espec!ficos, de acordo com o modo como elas funcionam

 psicologicamente, criei uma nova tipologia, e também um meio de compreender osconflitos intraps!quicos# entro desta tipologia, acrescentei o conceito de consci&ncia deAfrodite como terceiro método para a consci&ncia enfocada e a percep"o difusa, que )'foram descritas na teoria )unguiana /ver cap!tulo CC, A deusa alqu!mica1#

ois novos conceitos psicol-gicos adicionais so introduPidos, mas no aperfei"oados,uma veP que desenvolv&(los nos teria desviado do tema deste livro# Em primeiro lugar,

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as deusas proporcionam uma e%plica"o para as incompatibilidades entre ocomportamento das mulheres e a teoria dos tipos psicol-gicos de Jung# e acordo comesses tipos sup$e(se que uma pessoa se)a e%trovertida ou introvertida na atitude* usesentimento ou raPo como modo de avalia"o* e perceba através da intui"o ou sensa"o/através dos cinco sentidos1# Além do mais, sup$e(se que uma dessas quatro fun"$es

/pensamento, sentimento, intui"o, sensa"o1 se)a mais conscientemente desenvolvida econfi'vel* se)a qual ela for, sup$e(se que a outra metade do par se)a a menos segura oumenos consciente# As e%ce"$es do modelo de Jung ouQou, e mais desenvolvidoQmenosconsciente, t&m sido descritas pelas psic-logas )unguianas June Singer e .ar3 Doomis#Acredito que os arquétipos referentes às deusas proporcionam uma e%plica"o para ase%ce"$es quanto às mulheres# For e%emplo, conforme a mulher muda de conduta e vaide uma faceta a outra de si pr-pria, ela pode mudar de um padro para outro de deusa:em um ambiente, por e%emplo, ela é uma Atenas que presta aten"o aos detalhes* emoutra situa"o ela é uma @éstia introvertida, protetora da lareira, para quem as 'guassilenciosas so profundas# Essa mudan"a e%plica a dificuldade de se determinar o tipodela segundo Jung, pois a mulher tem muitas facetas# Ela pode estar muito

conscientiPada dos detalhes estéticos por influ&ncias de Afrodite1 e no notar, pore%emplo, que o fogo ainda est' aceso, ou que o indicador do n!vel de gasolina registraquase vaPio /detalhes que Atenas no perderia1# A deusa predominante e%plica comouma fun"o /neste caso a sensa"o1 pode ser de modo parado%al ao mesmo tempoaltamente desenvolvida e inconsciente /ver cap!tulo C9: Nual deusa conquista a ma"de ouro^1 Em segundo lugar, a partir da observa"o cl!nica conclu! que o poder de umarquétipo representado por uma deusa /dominando o ego de uma mulher e causandosintomas psiqui'tricos1 compara(se com o poder atribu!do a essa deusa historicamente diminuindo influ&ncia da >rande eusa da velha Europa, através de est'gios,8I88

 para as deusas gregas, que eram deusas filhas ou )ovens /ver cap!tulo C: As deusascomo imagens interiores1# Embora este livro desenvolva a teoria e proporcioneinforma"$es Yteis ao terapeuta, ele é escrito para qualquer pessoa que queira entendermelhor as mulheres principalmente aquelas mais !ntimas, mais queridas, ou maismistificadas para eles ( e para as mulheres que queiram descobrir as deusas e%istentesno interior de si mesmas#

Bibliografia

DE5E, @arriet E#, Earl3 Origins of Env3 evaluation of \omen: 4mplications for

Se% ole Stereot3pes# Bulletin ofthe .enninger linic 86, nI /C<91, pp# 786(778#DOO.4S, .ar3 e S45>E, June, =esting the Biopolarit3 Assumption in JungGs=3polog3# Journal ofAnal3tic Fs3cholog3 I9, n 9 /C6;1#.4DDE, Jean BaXer, =o?ard a 5e? Fs3cholog3 of \omen# Beacon Fress, Boston,C<# 5E+.A55, Erich, Amor and Fs3che: =he Fs3chic evelopment of the 0eminine#Bollingen Series 79# Fantheon BooXs, 5e? TorX, C7#89

As deusas como imagens interiores+m beb& fraquinho foi colocado nos bra"os de minha amiga Ann# Era uma crian"a

cian-tica, que tinha uma defici&ncia cong&nita no cora"o# Ann ficou emocionalmente

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Afrodite /a amante1, Artemis /a irm e competidora1, Atena /a estrategista1, e @éstia /a protetora da lareira1# Somente quando as imagens se adaptam aos sentimentos da mulheré que as deusas so Yteis, porque os arquétipos realmente no t&m nome# # ># JungintroduPiu o conceito de arquétipo na psicologia# Ele viu os arquétipos como padr$es decomportamento instintivo que estavam contidos no inconsciente coletivo# O

inconsciente coletivo é a parte do inconsciente que no é individual, mas universal, comconteYdos e maneiras de comportamento que so mais ou menos os mesmos em toda parte e em todos os indiv!duos# Os mitos e os contos de fada so e%press$es dearquétipos, como também muitas imagens e temas dos sonhos# A presen"a de padr$esarquet!picos comuns emI# # ># Jung, =he oncept ofthe ollective +nconscious, \, , primeira parte,C6, p# 99, e Archet3pes ofthe ollective +nconscious# \, , primeira parte, C6,

 pp# 8(9#8<todos os povos constata as semelhan"as nas mitologias de muitas culturas diferentes#omo padr$es pree%istentes, eles influenciam o modo como n-s nos comportamos e

como reagimos aos outros#

As deusas como arquétiposA muitos de n-s foi ensinado sobre os deuses e deusas do Olimpo, em alguma época naescola, e vimos est'tuas e pinturas deles# Os romanos adoravam as mesmas divindades,referindo(se a elas pelos seus nomes latinos# Os deuses ol!mpicos tinham muitosatributos humanos: o comportamento deles, as rea"$es emocionais, a apar&ncia e amitologia nos proporcionam padr$es que se igualam ao comportamento e às atitudeshumanos# Eles nos so familiares porque so arquet!picos, isto é, representam modelosde ser e de se comportar que n-s reconhecemos a partir do inconsciente coletivo, doqual todos n-s compartilhamos# Os deuses mais famosos eram os doPe ol!mpicos# Seisdeuses: `eus, Fos!don, @ades, Apoio, Ares, @efesto* e seis deusas: @éstia, eméter,@era, Zrtemis, Atenas e Afrodite#+ma das doPe, @éstia, deusa da lareira, foi substitu!da por ioniso, deus do vinho,mudando portanto o equil!brio masculinoQfeminino para sete deuses e cinco deusas# Osarquétipos que estou descrevendo neste livro so as seis deusas ol!mpicas ( @éstia,eméter, Zrtemis, Atenas e Afrodite ( mais Ferséfone, cu)a mitologia é insepar'vel dade eméter# ividi essas sete deusas em tr&s categorias: as deusas virgens, as deusasvulner'veis e as deusas alqu!micas ou transformativas# As outras duas categorias sodesigna"$es minhas# .odos de consci&ncia, papéis preferidos e fatores motivadores socaracter!scas distintas de cada grupo# Atitudes em rela"o aos outros,

86necessidade de afeto e importHncia dada aos relacionamentos também so diferentes emcada categoria# As deusas, representando tr&s categorias diferentes, necessitam dee%presso em algum lugar na vida da mulher, para que ela possa amar profundamente,trabalhar significativamente, e também ser sensual e criativa# O primeiro grupo quevoc& encontrar' nessas p'ginas é o das deusas virgens: Zrtemis, Atenas e @éstia#Zrtemis, a quem os romanos chamavam de iana, era a arqueira de infal!vel pontaria e

 protetora da prole de todas as coisas vivas# Atenas, conhecida como .inerva entre osromanos, era a deusa da sabedoria e das habilidades manuais, patrona de sua cidadehomVnima, Atenas, e protetora de numerosos her-is# Era usualmente retratada usandoarmadura e conhecida como a melhor estrategista na batalha# @éstia, deusa da lareira, a

2esta dos romanos, era a menos conhecida dos deuses ol!mpicos# Ela se faPia presenteem casas e templos como a chama no centro da lareira# As deusas virgens representam a

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qualidade de independ&ncia e auto(sufici&ncia das mulheres# Ao contr'rio das outrasdeusas ol!mpicas, essas tr&s no eram suscet!veis de se enamorarem# Os afetosemocionais no as desviavam daquilo que consideravam importante# 5o eramatormentadas e no sofriam# omo arquétipos, elas e%pressam a necessidade deautonomia e capacidade que as mulheres t&m de enfocar sua percep"o naquilo que é

 pessoalmente significativo# Zrtemis e Atenas representam meta direcionada e pensamento l-gico, o que as torna arquétipos de realiPa"o orientada# @éstia é oarquétipo que enfoca a aten"o interior para o centro espiritual da personalidade de umamulher# Essas tr&s deusas so arquétipos femininos que procuram ativamente seus

 pr-prios ob)etivos# Elas ampliam nossa no"o de atributos femininos, para incluircompet&ncia e auto(sufici&ncia#8O segundo grupo ( @era, eméter e Ferséfone ( é o das deusas vulner'veis# @era,conhecida como Juno pelos romanos, é considerada a deusa do casamento# Era esposade `eus, deus principal dos Olimpo# eméter, a deusa romana >eres, era a deusa doscereais# o seu mito mais importante, seu papel de me foi enfatiPado# Ferséfone, em

latim Frosérpina, era filha de eméter# Os gregos a chamavam de ore, a )ovem#As tr&s deusas vulner'veis representam os papéis tradicionais de esposa, me e filha#So deusas(arquétipos orientadas para o relacionamento, e suas identidades e bem(estardependem de um relacionamento significativo# E%pressam as necessidades que asmulheres t&m de ado"o e v!nculo# So sintoniPadas aos outros e sens!veis# Essas tr&sdeusas foram violadas, raptadas, dominadas ou humilhadas pelos deuses# ada umasofria a seu modo quando um afeto era rompido ou desonrado e apresentavam sintomasque se assemelhavam a doen"as psicol-gicas# ada um dos arquétipos também see%pandiu e pode proporcionar às mulheres: a1 insight quanto à naturePa e padro de suas

 pr-prias rea"$es a perdas, e b1 potencial para o crescimento através do sofrimento que éinerente a cada um desses tr&s arquétipos de deusas#Afrodite, a deusa do amor e da belePa, mais conhecida pelo nome romano 2&nus, est'na terceira categoria, a das deusas alqu!micas# Era a mais bela e irresist!vel das deusas#=eve muitos romances e muita descend&ncia, devido às suas numerosas liga"$es#FroduPiu amor e belePa, atra"o er-tica, sensualidade, se%ualidade e vida nova# 2iveurelacionamentos de sua pr-pria escolha e nunca foi ludibriada# Assim, manteve suaautonomia como deusa virgem, mas nos relacionamentos era uma deusa vulner'vel# Suaconsci&ncia era enfocada e receptiva, permitindo dupla alternHncia através da qualambos, ela e o outro, eram afetados# O arquétipo de Afrodite motiva as9;mulheres a procurarem intensidade nos relacionamentos, em veP da perman&ncia neles*

motiva(as a valoriParem o processo criativo e a serem receptivas às mudan"as#A 'rvore geneal-gicaFara melhor avaliar quem so as deusas e quais relacionamentos elas t&m com outrasdivindades, vamos antes de tudo coloc'(las no conte%to mitol-gico# Aqui ficamosagradecidos a @es!odo /cerca de <;; a##1, o primeiro que tentou organiPar asnumerosas tradi"$es sobre os deuses num sistema organiPado# Seu principal trabalho,=eogonia, é uma avalia"o da origem e descend&ncia dos deuses#8

 5o come"o, de acordo com @es!odo, havia o aos o ponto inicial# epois veio >éia/=erra1, o escuro ='rtaro /as !nfimas profundePas da =erra1, e Eros /o amor1#>éia deu à luP um filho, +rano, que também era conhecido como éu# epois ela uniu(

se a +rano para criar, entre outros, os doPe =its# 5a genealogia dos deuses de

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@es!odo os =its eram uma antiga dinastia predominante, os pais e av-s dos deusesol!mpicos#+rano, o primeiro patriarca ou figura de pai na mitologia grega, ficou depois ressentidocom os filhos que teve com >éia# Ento ele os entregou de volta ao seio materno logoque eles nasceram# 4sso causou grande dor e ansiedade em >éia# Ela apelou a seu filhos

=its para que a a)udassem# =odos tiveram medo de interferir, e%ceto o mais )ovem,ronos, chamado Saturno pelos romanos# Ele correspondeu a seu pedido de a)uda#Armado com a foicinha que ela lhe dera o um plano que ele tramou, ficou à espera do

 pai# Nuando +rano veio para unir(se com >éia, deitando(se sobre ela, rono pegou afoicinha, cortou os -rgos8# @esiod, =heogon3, in @esiod, =he +niversit3 of .ichigan Fress, Ann Arbor,.ichigan, C7#9Cgenitais de seu pai e os atirou ao mar# Ento rono tornou(se o deus mais poderoso dose%o masculino# Ele e os =its reinaram sobre o universo e criaram novas divindades#.uitos representam elementos presentes na naturePa, tais como rios, ventos e o arco(

!ris# Outros eram monstros, personificando o mal e os perigos# rono uniu(se a éia,sua irm =itHnida# essa unio nasceu a primeira gera"o de ol!mpicos: @éstia,eméter, @era, @ades, Fos!don e `eus# .ais uma veP o progenitor patriarcal(nessetempo rono(tentou eliminar seus filhos# Avisado antecipadamente que ele estavadestinado a ser suplantado pelo seu pr-prio filho, determinou no dei%ar isso acontecer#Engoliu cada crian"a imediatamente ap-s o nascimento ( sem ao menos olhar se orecém(nascido era filho ou filha# Ao todo devorou tr&s filhas e dois filhos#Abalada com o destino de seus filhos e novamente gr'vida, éia apelou a >éia e a+rano para a)ud'(la a salvar o Yltimo e punir rono por ter castrado +rano e engolidoseus cinco filhos# Seus pais pediram(lhe que fosse para a ilha de reta quando chegassea hora do nascimento e, para enganar rono, embrulhasse uma pedra em fraldas# 5a

 pressa, rono engoliu a pedra, pensando que fosse a crian"a# Esta Yltima crian"a poupada era `eus, que mais tarde na verdade derrotou seu pai e veio a governar todos osmortais e deuses# .ais tarde, em segredo, ele enganou seu pai, o qual vomitou os filhosque havia engolido# com a a)uda deles, `eus participou de uma prolongada luta pelasupremacia, que terminou numa derrota de rono e dos =its e em sua priso nocalabou"o do ='rtaro# Ap-s a vit-ria deles, os tr&s irmos deuses ( `eus, Fos!don e@ades ( tiraram a sorte para dividir o universo entre si# `eus ganhou o céu, Fos!don omar, e @ades o inferno# Embora fosse suposto que a terra e o Olimpo eram territ-rio aser compartilhado, `eus chegou a e%pandir seu governo sobre todas essas 'reas# As tr&sirms @éstia, eméter e @era ( no tinham direito de propriedade, conforme a naturePa

 patriarcal da religio#Através das liga"$es se%uais de `eus temos as seguintes gera"$es de divindades:Artemis e Apolo, deus do Sol, eram os filhos de `eus e Deto# Atenas era a filha de `euse .étis, e Ferséfone, filha de eméter e `eus# @ermes, o deus mensageiro, era o filho d `eus e .aia, enquanto Ares, deus da guerra, e @efesto, deus da for)a, eram os filhos dacVn)uge real @era# @' duas est-rias sobre a origem de Afrodite# 5uma ela é filha de`eus e ione* na outra ela antecedeu `eus# `eus gerou ioniso num romance com umamulher mortal, Semeie# 5o final do livro aparece uma distribui"o das personagens:descri"o biogr'fica de deuses e deusas, em listagem alfabética para refer&ncia, com ointuito de dar pistas de quem é quem na mitologia grega#

@ist-ria e mitologia

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A mitologia que deu ascenso a esses deuses e deusas gregos surgiu de acontecimentoshist-ricos# E uma mitologia patriarcal que e%alta `eus e os her-is, refletindo o conflito ea sub)uga"o de povos que tinham religi$es centradas na figura materna, por invasoresque tinham deuses guerreiros e teologias centradas na figura paterna# .ari)a >imbutas,

 professora de arqueologia européia na +niversidade de alif-rnia, em Dos Angeles,

descreve a velha Europa, a primeira civiliPa"o da Europa#9atando de pelo menos7;;; anos atr's /talveP até I7;;; anos1 antes do aparecimento das religi$es9# .ari)a >imbutas, \omen and ulture in >oddess(Oriented Old Europe, in =heFolitics of \omenGs Spiritualit3: Essa3s on the ise of Spiritual Fo?er \ithin the\omenGs .ovement /org#1, harlene SpretnaX# oubleda3, 5e? TorX,# C6I, pp# II(8C#9I98centradas na figura masculina, a velha Europa foi uma cultura matrifocal, sedent'ria,

 pacata, amante da arte, uma cultura ligada à terra e ao mar que venerava a >randeeusa# A evid&ncia aos poucos encontrada nos cemitérios mostra que a velha Europa

foi uma sociedade no estratificada, partid'ria de igualdade de condi"$es para todos,que foi destru!da por uma infiltra"o de povos seminVmades, cavaleiros indo(europeusdo distante 5orte e Deste# Estes invasores tinham cultura patrifocal e eraminconstantes, guerreiros, ideologicamente orientados pelo céu e indiferentes à arte# Osinvasores )ulgavam(se povo superior, por causa de sua habilidade de conquistar os

 primitivos coloniPadores, mais desenvolvidos culturalmente, que veneravam a >rande.e# onhecida por seus nomes( Astarte, 4star, 4nana, 5ut, !sis, Ashtoreth, Au Set,hather, 5ina, 5amu e 5ingal, entre outras ( a >rande eusa era venerada como a for"ada vida feminina, profundamente relacionada com a naturePa e a fertilidade, respons'vel

 pela cria"o da vida e pela destrui"o da mesma# A cobra, a pomba, a 'rvore e a luaeram s!mbolos sagrados# e acordo com o mit-logo e historiador obert >raves, antesdas religi$es patriarcais a >rande eusa era tida como imortal, constante e onipotente#=inha amantes por praPer e no para que seus filhos tivessem um pai# A paternidadeno havia sido introduPida no pensamento religioso, e no havia deuses do se%omasculino#7Sucessivas ondas de invas$es dos indo(europeus iniciaram o destronamento da >randeeusa# As datas que marcam o in!cio desses acontecimentos, segundo v'riasautoridades, so fi%adas entre 97;; e I9;; antes de risto# As deusas no foramcompletamente suprimidas, mas incorporadas nas religi$es dos invasores#7# obert >raves, =he >reeX .3ths, vol# C# Fenguin, 5e? TorX, C6I, p# C8#99

Os invasores impuseram sua cultura patriarcal e sua religio bélica aos povosconquistados# A >rande eusa tornou(se a consorte servi"al dos deuses dos invasores#Os atributos e poder que originalmente pertenciam à divindade feminina foramdesapropriados e dados a uma divindade masculina# A viola"o apareceu nos mitos pela

 primeira veP, e surgiram mitos nos quais os her-is do se%o masculino matavamserpentes, s!mbolos da >rande eusa# E, como se reflete na mitologia grega, osatributos, s!mbolos e poder que um dia foram investidos numa >rande eusa, foramdivididos entre muitas deusas# A mit-loga Jane @arrison observa que a deusa >rande.e tornou(se fragmentada em muitas deusas menores, recebendo cada uma delasatributos que outrora tinham pertencido a ela: @era obteve o ritual do matrimVniosagrado, eméter os mistérios dela, Atenas suas cobras, Afrodite suas pombas e

Artemis sua fun"o como senhora das coisas selvagens /vida selvagem1#

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e acordo com .erlin Stone, autor de \hen >od ?as a \oman, o destronamento da>rande eusa, iniciado pelos invasores indo(europeus, foi finalmente conclu!do pelasreligi$es hebraica, crist e maometana, que surgiram mais tarde# A divindade masculinatomou o lugar principal# As deusas recuaram gradualmente, e as mulheres se a)ustaramà sociedade# Stone observa: 5-s podemos nos encontrar querendo saber até que ponto

a supresso dos ritos das mulheres atualmente significa a supresso dos direitos dasmulheres#<

eusas hist-ricas e arquétiposA >rande eusa era venerada como criadora e# Jane Ellen @arrison, .3tholog3# @arcourt Brace Jovanovich, 5e? TorX, C8/originalmente publicado em CI91, p# 9#<# .erlin Stone, \hen >od \as a \oman# @arvesf@areourt Brace Jovanovich, emacordo com ial Fress, 5e? TorX, C<6, p# II6#97e destruidora da vida, respons'vel pela fertilidade e destrutibilidade da naturePa# E ela

ainda e%iste como um arquétipo no inconsciente coletivo# .uitas vePes tenho sentidosua presen"a em minhas pacientes# +ma delas, no seu p-s(parto identificou(se com>rande eusa no seu terr!vel aspecto# >?en era uma )ovem me que tinha se tornado

 psic-tica ap-s o nascimento do beb&# onvencida de que ela havia destru!do o mundo,estava alucinada e deprimida# Ela vivia andando na sala de estar do hospital, infeliP porsua culpa e tristePa# Nuando me encontrava com ela para faPer(lhe companhia ela diPiaque tinha tragado e destru!do o mundo# urante sua gravideP tinha se identificadocom a >rande eusa em seu aspecto positivo, como criadora da vida# Agora, ap-s o

 parto, ela se sentia a >rande eusa que tinha o poder de destruir o que havia criado# Suaconvic"o emocional era to intensa que ignorava a evid&ncia de que o mundo aindae%istia# O arquétipo também ainda vive em seu aspecto positivo# For e%emplo, a >randeeusa como sustentadora da vida é a imagem tida por uma pessoa que est' convencidade que a vida dele ou dela depende de se manter um elo com uma determinada mulher#A mulher é enganada pela >rande eusa# Esta é uma iluso absolutamente comum#Nuando a perda deste relacionamento é to devastadora que leva a pessoa a cometersuic!dio, ento a vida literalmente depende dele# omparando o poder detido pela>rande eusa quando ela era venerada, o arquétipo da >rande eusa tem um efeitomais poderoso do que o de qualquer outro arquétipo* ela é capaP de despertar medosirracionais e de distorcer a realidade# As deusas gregas eram menos poderosas do que a>rande eusa, e mais especialiPadas# ada uma tinha seu pr-prio dom!nio e poder, queeram limitados àquele império# 5a psique das mulheres as deusas gregas também so

for"as menos poderosas que as9da >rande eusa* seu poder de serem emocionalmente esmagadoras e falsearem arealidade é menor# as sete deusas gregas que representam os principais padr$escomuns arquet!picos nas mulheres, Afrodite, eméter e @era t&m o m'%imo poder deditar o comportamento# Essas tr&s so mais intimamente relacionadas à >rande eusado que as outras quatro Afrodite é uma variante menor da >rande eusa em sua fun"ode deusa da fertilidade# eméter também é uma variante menor da >rande eusa emsua fun"o de deusa me, assim como @era é uma variante menor da >rande eusacomo rainha do céu# ontudo, embora cada uma se)a menor do que a >rande eusa,elas representam for"as instintivas na psique que podem se tornar constrangedoras

quando reclamam seus direitos, como veremos nos Yltimos cap!tulos#

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As mulheres que so direcionadas por uma dessas tr&s deusas devem aprender a resistir, porque faPer cegamente o que lhes diPem Afrodite, eméter ou @era pode afetaradversamente a vida de uma mulher# Esses arquétipos, como as deusas equivalentes davelha >récia, no esto alertas aos melhores interesses das mortais, ou aos seusrelacionamentos com os outros# Os arquétipos e%istem além do tempo, indiferentes às

realidades da vida de uma determinada mulher ou de suas necessidades# =r&s dos quatrorestantes arquétipos ( Artemis, Atenas e Ferséfone ( eram deusas )ovens que pertenciam à gera"o das filhas# Essas tr&s eram uma gera"o mais afastada da >randeeusa# omo arquétipos elas so correspondentemente menos esmagadoras, einfluenciam principalmente os padr$es de car'ter# @éstia, a mais velha, mais s'bia emais honrada de todas elas, evitava completamente o poder# Ela representa ocomponente espiritual que uma mulher faP bem em honrar#9<As deusas gregas e as mulheres contemporHneasAs deusas gregas so imagens de mulheres que viveram na imagina"o humana pormais de tr&s mil anos# As deusas so modelos ou representa"$es daquilo com que as

mulheres se assemelham /com mais poder e diversidade de comportamento do que asmulheres se tem historicamente consentido e%ercitar# Elas so bonitas e fortes# Somotivadas por aquilo que lhes interessa1 e, como eu defendo nesse livro, elasrepresentam padr$es inerentes ou arquétipos que podem modelar o curso da vida damulher#As deusas diferem uma da outra# ada uma delas tem igualmente tra"os positivos eoutros potencialmente negativos# Seus mitos mostram o que é importante para elas ee%pressam por met'fora o que uma mulher que se assemelha a elas deve faPer# =ambémcheguei a pensar nas deusas gregas do monte Olimpo, cada uma delas como Ynica ealgumas antagVnicas em rela"o às outras, como met'fora para a diversidade e conflitonas mulheres que so comple%as e de muitas facetas# =odas as deusas esto

 potencialmente presentes em cada mulher# Nuando diversas deusas disputam o dom!niosobre a psique de uma mulher, esta precisa decidir que aspecto de si pr-pria e%pressar,e quando e%press'(lo# Ela, ali's, ser' arrastada primeiro numa dire"o e depois noutra#As deusas também viviam numa sociedade patriarcal# Os deuses governavam a terra, océu, o oceano e o inferno# ada deusa independentemente se a)ustava a essa realidadea seu modo, separando(se dos homens, unindo(se a eles como um deles, ou retraindo(seno !ntimo# ada deusa que dava valor a um determinado relacionamento era vulner'vele relativamente fraca em compara"o aos deuses, que podiam negar(lhe o que ela queria

96

e domin'(la# As deusas, portanto, representam modelos que refletem a vida numacultura patriarcal#BibliografiaJ+5>, # >#, Archet3pes of the ollective +nconscious# \, , primeira parte,Frinceton +niversit3 Fress, Frinceton, 5# J#, C6, pp# 8(9C#J+5>, # >#, =he oncept of the ollective +nconscious, \, , idem, primeira

 parte, pp# 9I(78#.AO@5, Stephanie, =he >oddess esurrected# \omene?s /publicado por 0riendsof the San 0rancisco ommission on the Status of \omen1 6, nIC, )unho de C68#.ATESO5, Fhilip, lassical .3tholog3 in Diterature,Art, and .usic# \ile3, 5e?TorX, C<C#

SFE=5AW, harlene /org#1, =he Folitics of \omenGs Spiritualit3: Essa3s on the iseof Spiritual Fo?er \ithin the 0eminist .ovement# oubleda3, 5e? TorX, C6I#

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S=O5E, .erlin, \hen >od \as a \oman, @arvestQ@arcourt Brace Jovanovich, emacordo com ial Fress, 5e? TorX, C<6#9Ativando as deusas

 5a >récia antiga as mulheres sabiam que sua voca"o ou profisso as colocava sob o

dom!nio de uma determinada deusa a quem elas veneravam: as tecels precisavam da prote"o de Atenas, as )ovens estavam sob a prote"o de Artemis, e as mulheres casadashonravam @era# As mulheres veneravam e faPiam ofertas nos altares das deusas de cu)oau%!lio necessitavam# As mulheres em estado de parto oravam para Artemis livr'(las dador* convidavam @éstia para residir em seus lares, transformando a casa num lar# Asdeusas eram poderosas divindades, a quem se prestava homenagem com rituais,adora"o, oferendas e sacrif!cios# As mulheres também lhes pagavam tributos porquetemiam a raiva divina e a retribui"o, caso no o fiPessem# 5o !ntimo das mulherescontemporHneas as deusas e%istem como arquétipos e podem, como na >récia antiga,cobrar seus direitos e reivindicar dom!nio sobre suas sYditas# .esmo sem saber a quedeusa est' submissa, a mulher pode ainda assim dar sua submisso a um arquétipo

determinado, por uma época de sua vida ou por toda uma e%ist&ncia# For e%emplo,enquanto adolescente, uma determinada mulher pode ter ficado maluca por um rapaP etotalmente enamorada# Fode ter se envolvido7;

 precocemente na se%ualidade e corrido o risco de uma gravideP indese)ada, sem saberque estava (sob a influ&ncia de Afrodite, deusa do amor, cu)o impulso em dire"oà unio e procria"o pode ter apanhado uma garota desprevenida# Ou ela pode ter estadosob a prote"o de Artemis, que valoriPava o celibato e amava a selva, e ter sido umaadolescente maluca por cavalos ou uma escoteira com mochila# Ou pode ter sido uma

 )ovem Atenas, com o nariP enterrado no livro, motivada pela deusa da sabedoria paraobter reconhecimento e boas notas# Ou, quando ela brincava com bonecas, deve ter sidouma crian"a ( eméter, fantasiando sobre a época em que pudesse ter seu pr-prio beb&#Ou a )ovem Ferséfone, colhendo flores nos prados, uma )ovem senhora sem ob)etivo,esperando que alguma coisa ou alguém a arrebatasse# =odas as deusas so padr$es

 potenciais na psique das mulheres# ontudo, em cada mulher particular alguns desses padr$es so ativados, energiPados ou desenvolvidos, e outros no# A forma"o decristais foi uma analogia que Jung usou para a)udar a e%plicar a diferen"a entre os

 padr$es arquet!picos /que so universais1 e os arquétipos ativados /que esto agindo emn-s1: um arquétipo é como um padro invis!vel que determina qual a forma e a estruturaque um cristal tomar' enquanto se molda#C +ma veP que o cristal se forma, o padroagora reconhec!vel é an'logo a um arquétipo ativado# Os arquétipos podem ser

comparados à condi"o genética da semente# O crescimento das sementes depende dosolo e das condi"$es clim'ticas, da presen"a ou aus&ncia de certos nutrientes, docuidado ou da neglig&ncia por parte dos )ardineiros, do tamanho e da profundidade dorecipiente, e da solideP da pr-pria variedade#C# # ># Jung, Fs3chological Aspects of the .other Archet3pe# \, # primeira parte,C6, p# <#7Ca mesma forma, quais deuses ou deusas /muitos podem estar presentes ao mesmotempo1 este)am ativados num determinado tempo é um fato que depende do efeitocombinado de uma variedade de elementos em intera"o, como a predisposi"o damulher, a fam!lia e cultura, os hormVnios, outras pessoas, circunstHncias no escolhidas,

atividades escolhidas e fases da vida#

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Fredisposi"o inerenteOs beb&s nascem com tra"os de personalidade /ativos, teimosos, calmos, curiosos,capaPes de passar o tempo soPinhos, soci'veis1 que acompanham alguns arquétipos dedeusa mais do que outros# Nuando uma crian"a est' com dois ou tr&s anos de idade, ela

 )' mostrou qualidades t!picas de determinadas deusas# A submissa garotinha que est'

totalmente contente, faPendo o que sua me quer que ela fa"a, é muito diferente dagarotinha que est' pronta para safar(se da me para e%plorar a viPinhan"a# So todiferentes quanto Ferséfone e Artemis#

O ambiente familiar e as deusasAs e%pectativas da fam!lia da crian"a mant&m algumas deusas e suprimem outras# Se os

 pais esperam que as filhas se)am amor e gra"a e tudo de bonito ou o bra"o direito dame, ento elas esto recompensando e refor"ando as qualidades de Ferséfone eeméter# +ma filha que sabe o que quer e espera ter os mesmos privilégios eoportunidades que seus irmos poderia ser chamada de teimosa, mas ela est' sendoapenas a persistente Artemis ou poderia ser convidada a agir como uma menina,

embora ela este)a apenas mostrando o lado masculino de Atenas# Além do mais, emalguns dias uma crian"a pode se encontrar no padro aprova"o(desaprova"o# Ela podese sentir desencora)ada a ficar em casa e representar a7Imame ou brincar de casinha, o que ela poderia querer faPer# Ao contr'rio, ela écontratada para o futebol e encaminhada muito cedo para o estudo, no qual seus pais

 podem querer que ela prospere# O padro de deusa inerente na crian"a influencia ase%pectativas da fam!lia# A fam!lia pode desaprovar a deusa espec!fica, mas a garota no

 p'ra de sentir o que sentia, embora possa aprender a no agir naturalmente, e sua auto(estima ir' sofrer# Se a sua deusa obtém o favor da fam!lia, poder' haver tambémoutros obst'culos# For e%emplo, uma garota que tenta seguir a conduta das outras,

 porque é mais como Ferséfone, ela poder' ter dificuldades em saber o que quer# 4ssodepois de ter sido premiada durante anos por agradar aos outros# E a Atenas que come"aa desabrochar para a vida, que pula anos letivos, tem suas habilidades refor"adas àcusta de privar(se de amiPades com seus iguais# Nuando um padro inerente e a fam!liaconspiram para faPer a mulher adaptar(se a uma deusa o desenvolvimento dela torna(se unilateral# Se a fam!lia recompensa e encora)a uma garota a desenvolver o que lhevem naturalmente, a garota se sente bem consigo mesma, pois vai faPer o que lheinteressa# O oposto acontece com as garotas cu)o padro de deusa encontradesaprova"o na fam!lia# A oposi"o no muda o padro inerente# Apenas faP a garotano se sentir bem consigo mesma por ter os tra"os e os interesses que tem# E faP com

que ela se sinta inaut&ntica se pretender ser outra e no ela mesma#O efeito da cultura sobre as deusasNuais deusas a cultura mantém através dos papéis que ela permite que as mulherestenham^ Os estere-tipos de mulheres so imagens positivas ou negativas de78arquétipos de deusas# 5as sociedades patriarcais os papéis aceit'veis so os da )ovem/Ferséfone1, da esposa /@era1 e da me /eméter1# Afrodite é considerada a prostitutaou a sedutora, o que é uma distor"o e desvaloriPa"o da sensualidade e se%ualidadedesse arquétipo# +ma @era positiva ou raivosa torna(se mulher briguenta# E algumasculturas, passadas e presentes, negam fortemente a e%presso de independ&ncia,

intelig&ncia ou se%ualidade nas mulheres ( tanto que quaisquer sinais de Artemis,Atenas e Afrodite devem ser abrandados# 5a velha hina, por e%emplo, o costume de

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enfai%ar os pés das mulheres significava que elas eram fisicamente mutiladas, tantoquanto psicologicamente limitadas por papéis que no permitiam independ&ncia# Sobtais condi"$es certas deusas podiam viver apenas nos mitos# Em seu romance =he\oman \arrior,I .a%ine @ong Wingston escreveu sobre a desvaloriPa"o e orebai%amento das mulheres chinesas, que persistem até o presente#

Fara contrastar, ela narra um mito sobre uma guerreira hero!na chinesa# O mito mostrouque mesmo que um padro de deusa no possa sobreviver na vida real de uma mulher,tal deusa ainda pode encontrar e%presso em contos de fada, mitos e sonhos dasmulheres#As vidas das mulheres so modeladas por papéis permitidos e imagens idealiPadas daépoca# Esses estere-tipos favorecem alguns padr$es de deusa# 5os Estados +nidos temhavido mudan"as principalmente nas e%pectativas de o que seria uma mulher nasdécadas passadas# For e%emplo, a propaganda posterior à Segunda >uerra .undialenfatiPava o casamento e a maternidade# Era um tempo de realiPa"o para mulheres quetinham a necessidade de @era de serem uma companheira, e paraI# .a%ine @ong Wingston, =he \oman \arrior# 2intage BooXsQandon @ouse, 5e?

TorX, C<<#79mulheres com o instinto maternal de eméter# Era uma época dif!cil para mulheres tipoAtenas ou Artemis, que eram intelectualmente curiosas e competitivas, mulheres quequeriam e%pressar superioridade ou realiPa"o em qualquer tarefa que no a deconstituir fam!lia# Elas iam para a faculdade para obterem o bacharelado e, uma vePcasadas, freq[entemente desapareciam da escola# O estar )untos, caracter!stico dossubYrbios, era o ideal# As mulheres americanas no paravam no segundo filho, masestavam tendo tr&s, quatro, cinco ou seis# Em C7; o coeficiente de natalidade seigualava ao da !ndia, pela primeira e Ynica veP# 2inte anos mais tarde, nos anos <;,temos a década do movimento feminista ( anos de colheita para Artemis e Atenas# Asmulheres que eram motivadas à conquista eram agora favorecidas pelo tempo# Asfeministas e as mulheres de carreira estavam no centro do palco# .ais mulheres do queem qualquer época anterior agora estavam na escola, em busca de diplomas na 'rea decomércio, medicina e advocacia# Os votos matrimoniais até que a morte nos separeforam quebrados de modo crescente e o coeficiente de natalidade decaiu# Entretanto, asmulheres motivadas por @era precisavam ser uma companheira e as mulheresmotivadas por eméter necessitavam ter filhos, e isso estava funcionando num climacrescentemente insuport'vel# Nuando padr$es arquet!picos espec!ficos encontram

 prote"o na cultura, tais mulheres podem faPer o que é interiormente significativo paraelas e receber aprova"o e%terior# A assist&ncia institucional importa muito# For

e%emplo, as mulheres com a mente de naturePa l-gica de Atenas precisam de acesso ainstru"o mais elevada para se desenvolverem intelectualmente# As mulheres com oenfoque espiritual de @éstia t&m sucesso nas comunidades religiosas#77O efeito dos hormVnios nas deusasNuando h' altera"o dram'tica dos hormVnios na puberdade, durante a gravideP e namenopausa alguns arquétipos ficam acentuados à custa de outros# Os hormVnios quecausam o desenvolvimento da mama e o desenvolvimento genital na puberdade podemestimular a sensualidade e a se%ualidade, caracter!sticas de Afrodite# Algumas mo"astornam(se )ovens mulheres tipo Afrodite quando se desenvolvem fisicamente* outrasdesenvolvem as mamas e inicia((se a menstrua"o, mas elas no dirigem seus interesses

 para os rapaPes# O comportamento no é determinado apenas pelos hormVnios, mas pela intera"o entre os hormVnios e os arquétipos das deusas# A gravideP incita um

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s-lido aumento do hormVnio progesterona, que a mantém fisiologicamente# For outrolado, as diferentes mulheres reagem de modo diferente a esse aumento# Algumas setornam emocionalmente realiPadas à medida que seus corpos ganham tamanho porcausa da crian"a, e elas se sentem como a personifica"o de eméter, a deusa me#Outras praticamente se esquecem da gravideP, dificilmente perdendo um dia de servi"o#

A menopausa /o cessar da menstrua"o é concretiPado por uma queda dos hormVniosestrog&nio e progesterona1 é uma fase de mudan"a hormonal# O modo como a mulherreage depende novamente de qual deusa este)a ativada# Fode(se registrar a angYstia damulher eméter, a depresso advinda de um ninho vaPio, isto é, de uma época p-s(maternal ou, como afirmou a antrop-loga .argaret .ead, outras mulheres apresentamum aumento repentino de praPer ap-s a menopausa# Essa e%cita"o pode acontecerquando uma deusa recentemente energiPada pode agora ter sua to esperada veP# Atémesmo durante os per!odos de menstrua"o algumas mulheres e%perimentam umamudan"a de7deusa, conforme os hormVnios e os arquétipos influenciem e causem impacto em suas

 psiques# As mulheres que so sens!veis a essas mudan"as observam que durante a primeira metade do ciclo elas parecem mais sintoniPadas com as deusas independentes,especialmente com Zrtemis e Atenas, com seus enfoques e%trovertidos, emcomunica"o com o mundo# epois, na segunda metade do ciclo, conforme o hormVnioda fecunda"o progesterona aumenta, elas observam que suas tend&ncias de seaninharem parecem mais fortes e os sentimentos de depend&ncia tornam(se mais

 pronunciados# Ento eméter, @era, Ferséfone ou @éstia tornam(se a influ&ncia maisforte#8 Esses hormVnios e mudan"as podem causar conflito e confuso, pois primeirouma deusa ganha ascend&ncia e depois outra# +m e%emplo cl'ssico é o da independentemulher tipo Zrtemis que vive com um homem resistente ao casamento ou com umhomem que ela percebe que no serve para marido# 2iverem )untos é um acordo que sea)usta bem a ela ( até que ocorra a mudan"a hormonal# Em algum ponto, na segundametade do ciclo, a necessidade t!pica de @era de ser companheira recebe suportehormonal# Ento o fato de no ser casada incita sentimentos de ressentimento oure)ei"o, e isso a conduP a uma briga mensal ou a uma depresso que, e%atamente como

 prognosticado, passa ap-s ela ter tido suas regras# Fessoas e acontecimentos ativam asdeusas +ma deusa pode tornar(se ativada e nascer para a8# A mudan"a dos arquétipos de deusas durante os ciclos menstruais baseia(se nasobserva"$es cl!nicas de minha pr'tica psiqui'trica# Fara documentar uma mudan"a deatitudes independentes e ativas /ou agressivas1 para atitudes dependentes e passivasrelacionadas com os ciclos menstruais, ve)a =herese BenedeX, =he orrelations

Bet?een Ovarian Activit3 and Fs3chod3namic Frocesses, in =herese BenedeX /org#1,Fs3choanal3tic 4nvestigation# NuadrangleQ5e? TorX =imes BooX, o#, 5e? TorX,C<8, pp# CI(II8#7<vida quando um arquétipo é traPido à tona por uma pessoa ou por um acontecimento#For e%emplo, uma mulher acha que o sentimento de abandono de outra pessoa é umest!mulo irresist!vel para ela renunciar ao que est' faPendo e ser uma cuidadosaeméter# Essa mudan"a pode ter um efeito pre)udicial em seu trabalho, uma veP que é aisso que ela mais freq[entemente renuncia# Ela emprega muito de seu tempo emtelefonemas pessoais, ouvindo as preocupa"$es dos outros# Ela também sai

 precipitadamente numa misso de miseric-rdia, e est' à beira de ser demitida do

emprego# Outra deve achar que reunio feminista a transforma em amadurecida mulhertipo Zrtemis que por' fim às intromiss$es no territ-rio das mulheres, conforme ela sinta

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um impulso de irmandade e for"a# Essas quest$es financeiras podem transformar aindaoutra mulher de pessoa bem orientada numa Atenas intrag'vel e insistente, numadefensora pedante de acordos que diPem respeito ao que lhe é devido#Nuando a mulher se apai%ona, a mudan"a p$e em perigo as prioridades anteriores#4nteriormente, ao n!vel arquet!pico, os padr$es antigos podem no permanecer# Nuando

Afrodite torna(se ativada, a influ&ncia de Atenas deve enfraquecer, faPendo do progresso uma profisso algo menos importante do que o seu novo amor# Ou os valoresde @era em favor do matrimVnio podem ser superados, se houver infidelidade# Ossintomas psiqui'tricos se desenvolvem se o aspecto negativo de uma deusa torna(seativado pelas circunstHncias# A perda de uma crian"a ou de um relacionamento cheio deconseq[&ncias podem faPer da mulher uma angustiada me(eméter, que p'ra de atuare se acomoda, profundamente deprimida e inating!vel# Ou a pro%imidade de um maridocom uma mulher atraente uma colega, empregada ou viPinha ( podem traPer à tona aciumenta @era, levando a mulher a tornar(se76desconfiada e paran-ica, vendo logro e infidelidade onde no h' nada disso#

O e%perienciar ativa as deusas O lema e%perienciar é transformar(se e%pressa ummodo pelo qual as deusas podem ser evocadas ou desenvolvidas por um curso escolhidode a"o# For e%emplo, praticar a medita"o pode gradualmente ativar ou refor"ar ainflu&ncia de @éstia, a deusa introvertida, enfocada interiormente# esde que os efeitosda medita"o, como a pr-pria medita"o, so sub)etivos, usualmente a Ynica pessoa quenota a diferen"a é a pr-pria mulher# Ela pode meditar uma ou duas vePes por dia, edepois empreender sua rotina di'ria sentindo(se mais centrada, apreciando as épocasde calmo bem(estar que so caracter!sticas de @éstia# Algumas vePes os outros tambémsentem a diferen"a, como aconteceu com o pessoal da reparti"o de uma assistente desuperviso social, que notou que a medita"o a tornava mais calma, menos atormentadae mais compassiva#Em contraste com os efeitos graduais da medita"o, uma mulher que toma drogas pode

 precipitadamente alterar sua percep"o# Embora o efeito se)a usualmente transit-rio,isso pode ocasionar mudan"as a longo praPo na personalidade# For e%emplo, se umamulher que é dominada por Atenas /a deusa inclinada à l-gica, pragm'tica1 toma umadroga, ela pode deleitar(se com seus sentidos, por uma mudan"a# O que ela v& é maisintenso e bonito, fica completamente absorvida pela mYsica, sente(se sensual, achandoque é mais do que a sua mente# Ento ela pode se tornar familiariPada com Afrodite,desfrutando e%peri&ncias intensas no presente imediato# Ou pode olhar para as estrelase, desta veP, tornar(se Zrtemis, deusa da lua, a ca"adora cu)o império era a selva#7

Ou a e%peri&ncia da droga pode lev'(la ao inferno onde ela e%perimenta os conteYdosinating!veis e irracionais# Ela pode tornar(se deprimida, ter alucina"$es, ou ficaramedrontada se a sua e%peri&ncia for semelhante ao rapto de Ferséfone, levando(a parao interior do inferno# A mulher que decide continuar seus estudos além da escolasecund'ria favorece o desenvolvimento adicional das qualidades de Atenas# Estudar,organiPar informa"$es, faPer provas e escrever teses, tudo requer a inclina"o à l-gica,

 pr-pria de Atenas# A mulher que escolhe ter um beb& convida a maternal eméter a seruma presen"a mais forte# E registrar uma viagem pela selva, com mochila às costas,oferece mais e%presso a Zrtemis#

4nvocando as deusas

.uitos hinos de @omero so invoca"$es às divindades gregas# For e%emplo, um hinohomérico pode criar uma imagem de uma deusa na mente da ouvinte pela descri"o de

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sua apar&ncia, atributos e proePas# Ento ela é convidada a estar presente, entrar em umacasa, ou proporcionar uma b&n"o# Os antigos gregos conheciam alguma coisa do quen-s queremos aprender: as deusas podem ser imaginadas e depois invocadas# 5oscap!tulos que diPem respeito a cada deusa, as leitoras podero descobrir que no esto

 bem familiariPadas com uma determinada deusa# Fodem achar que um arquétipo que

 poderiam considerar e%tremamente valioso é pouco desenvolvido ou faltoso nelas# E poss!vel invocar essa deusa, ao se faPer conscientemente um esfor"o para ver, sentirou compreender sua presen"a (traP&(la à mente através da imagina"o ( e depoissolicitar sua for"a particular# As seguintes invoca"$es so e%emplos: Atenas, a)ude(me a refletir claramente sobre esta situa"o#; Ferséfone, a)ude(me a permanecer dispon!vel e receptiva# @era, a)ude(me a desempenhar um compromisso e a ter confian"a# eméter, ensine(me a ser paciente e generosa* a)ude(me a ser uma boa me# Zrtemis, conserve(me centrada naquele ob)etivo distante# Afrodite, a)ude(me a amar e apreciar meu corpo#

 @éstia, honre(me com sua presen"a, traga(me paP e serenidade#

As deusas e os est'gios da vidaA mulher particular pode passar por muitas fases na vida# ada fase pode ter sua pr-priadeusa ou deusas influentes# Ou ela pode viver um padro de deusa que a conduP atravésde sucessivos est'gios# Nuando as mulheres faPem uma retrospectiva de suas vidas elasfreq[entemente podem reconhecer quando uma ou diversas deusas foram maisimportantes ou mais influentes que outras#Enquanto )ovem adolescente, ela pode ter convergido para a sua educa"o# Enquanto euestava de passagem pela escola de medicina, o arquétipo de Zrtemis conservou(mecentrada no ob)etivo# Entretanto, apelei para as habilidades de Atenas para aprender

 procedimentos e fatos, os quais me conduPiriam a faPer diagnose baseada emdescobertas cl!nicas e laboratoriais# Em contraste, minhas colegas de faculdade que seasaram e que tiveram filhos logo ap-s terem se graduado, estavam apelando para @erae eméter# A meia(idade é uma época de transi"o, e freq[entemente conduP a umatroca de deusas# Apro%imadamente na idade entre trinta e cinco e quarenta eCcinco anos, o arquétipo prevalente mais forte dos anos antecedentes enfraquece a suaintensidade, permitindo que apare"am outras deusas# Os resultados do esfor"ointroduPido no que quer que ocupe os primeiros anos da vida adulta de uma mulher casamento e filhos, carreira, esfor"o criativo, um homem, ou uma associa"o ( so

evidentes# .ais energia torna(se dispon!vel para alguma coisa mais, e isso é convite para que outra deusa manifeste sua influ&ncia# Atenas a influenciaria a ir para umaescola graduada Ou prevaleceria o dese)o de eméter de ter um filho ( num tempo emque se diPia: ou agora ou nunca^ A seguir vem outra transi"o mais tardia na vida,quando a deusa ainda pode novamente mudar# O per!odo p-s(menopausa pode anunciaruma mudan"a como acontece com a viuveP, a aposentadoria, ou o sentir(se como pessoaidosa# A mulher viYva que pela primeira veP deve lidar com o dinheiro descobriria umaAtenas oculta e verificaria que ela é capaP de entender de investimentos^ O isolamentono dese)ado tornou(se uma solido confort'vel porque @éstia é agora conhecida^ Ou avida tornou(se agora sem significado e vaPia, porque eméter no tem ninguém paracriar^ omo em cada outro est'gio da vida, o resultado para a pessoa depende das

deusas ativadas em sua psique, das realidades de sua situa"o e das escolhas que ela faP#I

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As deusas virgens: Artemis, Atenas e @éstiaAs tr&s deusas virgens da mitologia grega so Artemis, deusa da ca"a e da lua* Atenas,deusa da sabedoria e das artes, e @éstia, deusa da lareira e do templo# Essas tr&s deusas

 personificam os aspectos independentes e ativos da psicologia das mulheres# Artemis e

Atenas so arquétipos orientados para o e%terior e a realiPa"o, enquanto @éstia éenfocada interiormente# =odas as tr&s representam, nas mulheres, impulsos interiores para desenvolverem talentos, perseguirem interesses, resolverem problemas,competirem com outras, e%pressarem(se articuladamente com palavras ou formasart!sticas, colocarem seus ambientes em ordem, ou levarem vidas contemplativas# ada.ulher que )' dese)ou um espa"o todo seu, ou se sente em casa quando em contatocom a naturePa ou se encanta em imaginar como alguma coisa funciona, ou que apreciaa solido tem um parentesco com uma dessas deusas# O aspecto da deusa virgem é o damulher que no pertence ou é impenetr'vel ao homem ( que no é afetada pelanecessidade de um homem ou pela necessidade de ser aprovada por ele, que e%istecompletamente separada dele, em seu pr-prio direito# Nuando a mulher est' vivendo um

arquétipo de virgem, isso significa que um aspecto significativo seu é psicologicamentevirginal, e no que ela se)a fisicamente ou literalmente virgem#8O termo virgem significa no maculado, puro, no pervertido, no usado, no cultivado,intoc'vel e no mane)ado pelo homem, como no solo virgem, na floresta virgem*ouno previamente submetido a um processo qu!mico, como acontece com a l virgem# O-leo virgem é o -leo feito da primeira prensagem das aPeitonas ou noPes, e%tra!do semaquecimento /metaforicamente no tocado pelo aquecimento da emo"o ou da pai%o1#.etal virgem é o que se acha na forma natural, genu!no e puro, como acontece com oouro virgem# entro de um sistema religioso e um per!odo hist-rico dominados pordeuses masculinos, Zrtemis, Atenas e @éstia salientam(se como e%ce"$es# Elas nunca secasaram, nunca foram dominadas, seduPidas, violadas ou humilhadas pelas divindadesmasculinas ou pelos mortais# Fermaneceram intactas, invioladas# Somente essas tr&s, detodos os deuses, deusas e mortais ficaram indiferentes ao irresist!vel poder de Afrodite,a deusa do amor, que inflama pai%o, incita dese)os er-ticos e sentimentos romHnticos#Elas no foram induPidas ao amor, à se%ualidade ou à louca pai%o#

O arquétipo da deusa virgemNuando uma deusa virgem ( Zrtemis, Atenas ou @éstia ( é um arquétipo dominante, amulher é, conforme a analista )unguiana Esther @arding escreveu em seu livro Osmistérios da mulher, uma(em(si(mesma# +m aspecto importante de sua psique no

 pertence a nenhum homem# onseq[entemente, como descreveu @arding: a mulherque é virgem, uma(em(si(mesma, age como age no por causa de qualquer dese)o deagradar, nem para ser dese)ada ou aprovada, até mesmo por si pr-pria, nem porqualquer dese)o de sobrepu)ar(se a uma outra pessoa, atrair seu interesse ou seu amor,mas porque o que ela faP é verdadeiro# Seus atos podem, de fato, no ser convencionais#Fode ter que diPer no,9quando seria mais f'cil e mais adaptado, convencionalmente falando, diPer sim# .as,como virgem, ela no é influenciada pelas considera"$es que faPem com que a mulher no virgem, quer se)a casada ou no, se conforme e se adapte à conveni&ncia#CSe a mulher é uma(em(si(mesma, ela ser' motivada pela necessidade de seguir valores,

faPer o que tem sentido ou satisfaPer(se, independentemente daquilo que as pessoas pensam#

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Fsicologicamente, a deusa virgem é aquele aspecto da mulher que no foi afetado pelase%pectativas coletivas sociais e culturais, determinadas pelo se%o masculino, daquiloque uma mulher deveria ser, ou por um )ulgamento individual que alguém do se%omasculino faP dela# O aspecto da deusa virgem é uma pura ess&ncia de quem é mulher edaquilo que ela valoriPa# Ele permanece imaculado e no contaminado porque ela no

o revela, porque o mantém sagrado e inviolado, ou porque o e%pressa sem modifica"o para refletir os padr$es masculinos# O arquétipo da virgem poderia manifestar(se comoaquele aspecto de uma mulher que é secreta ou publicamente feminista# Fode sere%presso por uma ambi"o que as mulheres so desencora)adas de perseguir ( tal comoo dese)o da aviadora Amélia Earhart de voar para onde nenhum piloto antes voara# Ou

 pode ser a criatividade da mulher como poeta, pintora, musicista, faPendo trabalhos quese desenvolvem fora de sua e%peri&ncia como mulher, tais como a poesia de Adrienneich, as telas de Jud3 hicago, ou as balada que @oll3 5ear escreve e canta# Ou podeser e%presso como uma pr'tica meditativa, ou como o trabalho da parteira#C# .# Esther @arding, A deusa virgem, in Os mistérios da mulher, Edi"$es Faulinas,So Faulo, C67, pp# C9ss#

7.uitas mulheres se unem para criar formas que so de mulheres# Os grupos deeleva"o consciente das mulheres, a venera"o da deusa no cume das montanhas, ascl!nicas médicas de auto(a)uda às mulheres e os mutir$es de artesanato so e%press$esdo arquétipo da deusa virgem manifestando(se através de grupos de mulheres#Nualidade da percep"o: como luP nitidamente focaliPada# ada uma das tr&s categoriasde deusa /virgem, vulner'vel e alqu!mica1 tem uma qualidade caracter!stica de

 percep"o## A percep"o enfocada e%emplifica as deusas virgens#I As mulheres que so como Zrtemis, Atenas e @éstia t&m a habilidade de concentrar sua ten"o naquilo que lhes importa# Elas t&m a capacidade de se absorverem naquiloque esto faPendo# 5o processo de serem enfocadas, elas podem e%cluir facilmente tudoo que for alheio à tarefa presente ou ao ob)etivo de longo alcance# Fenso na percep"oenfocada como uma luP nitidamente focaliPada, intencionalmente dirigida, intenso raiode luP que ilumina apenas o que é focaliPado, dei%ando tudo o que est' fora de seu raiono escuro ou nas sombras# 5a sua forma mais concentrada, a percep"o enfocada podeser ainda semelhante a um raio laser, to penetrante ou cortante em sua habilidade deanalisar, que pode ser incrivelmente preciso ou destrutivo, dependendo da intensidade eno que ele é focaliPado#I# onsci&ncia enfocada, como descreve 4rene laremont de astille)o, é consideradoum atributo do animus ou dos homens: O poder de focaliPar é o maior dom dohomem, mas no é uma prerrogativa do homem* o animus desenvolve o mesmo papel

na mulher# somente quando ela necessita de um tipo enfocado de consci&ncia que oau%!lio do animus é requerido# f# laremont de astille)o,#Wioi*!reg \oman, cap#7, =he Animus(0riend or 0oe, FutnamGs, 5e? TorX, para a # ># Jung 0oundation forAnal3tic Fs3cholog C<8, pp# <<(<6# Estou usando sua terminologia, mas no concordocom a sua afirma"o, baseada no modelo da psicologia das mulheres feita por Jung, deque a consci&ncia enfocada é sempre um atributo masculino#Nuando a mulher sabe dar enfoque à solu"o de um problema ou ao alcance de umob)etivo, quando no é interrompida pela car&ncia daqueles que a cercam, no prestandoaten"o até mesmo às suas necessidades de alimentar(se ou de dormir, ela temcapacidade de enfoque consciente que a conduP a realiPa"$es# =rata de tudo o que est'

faPendo com sua aten"o total# =em mentalidade unidirecionada, a qual permite que elafa"a aquilo que decide faPer# Nuando se concentra em ob)etivos e%teriores ou qualquer

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que se)a a tarefa à mo ( como é caracter!stico de Zrtemis e Atenas ( o enfoque é derealiPa"o orientada# anielle Steel escreveu dePessete romances dos quais foramvendidos mais de 97 milh$es de e%emplares# Ela e%emplificou esse tipo de percep"oenfocada, descreve(se como uma super empreendedora e diP: muito intenso#+sualmente trabalho vinte e quatro horas por dia, dormindo de duas a quatro horas# 4sso

 perdura sete dias por semana, durante seis semanas8 /até que o romance este)aacabado1# Nuando o enfoque se volta para o interior, em dire"o a um centro espiritual (o foco direcional de @éstia ( a mulher na qual esse arquétipo é forte pode meditar porlongos per!odos, sem se perturbar com o mundo que a cerca ou com os desconfortosadvindos de ter que se manter numa determinada posi"o# Fadr$es de vida e decomportamento Nualidades da deusa virgem so e%emplificadas por mulheres queseguem suas pr-prias inclina"$es para se tornarem nadadoras competitivas, feministasativas, cientistas, peritas em estat!stica, e%ecutivas, donas de casa, amaPonas* sotambém e%emplificadas8# .art3 Olmstead, =he .idas =ouch of anielle Steel, +nited /+nited Airlines0light Fublication1, mar"o de C6I, p# 6#

<como mulheres que vo para os conventos ou locais de retiro religioso# Faradesenvolverem seus talentos e enfocarem a busca do que tem valor pessoal as mulheres(

 prot-tipo da deusa virgem freq[entemente evitam o desempenho dos papéis tradicionaisdas mulheres#omo faPer isso, isto é, como ser coerentes consigo mesmas e se adaptar a viver nomundo dos homens, é o desafio# 5a mitologia, cada uma das deusas virgens encarouum desafio semelhante, e desenvolveu uma solu"o diferente# Artemis, a deusa da ca"a,abandonou a cidade, evitou o contato com os homens e passou sua vida na selva comseu grupo de ninfas# Sua maneira de se adaptar era separar(se dos homens e de suainflu&ncia# Essa maneira é an'loga à das mulheres contemporHneas# Elas se unem agrupos de conscientiPa"o e tornam(se feministas aplicadas em definir a si pr-prias esuas prioridades* ou trabalham em grupos dirigidos por mulheres e em firmas que estoa servi"o das necessidades das mulheres# As mulheres tipo Artemis também sorepresentadas por individualistas r!gidas, que se movem soPinhas e faPem o que lhesinteressa, sem amparo pessoal ou aprova"o dos homens, como também das mulheres#Em contraste, Atenas, deusa da sabedoria, unia(se aos homens como seus iguais oucomo uma supervisora do que eles faPiam# Era a pessoa mais calma na batalha e amelhor estrategista# Sua maneira de se adaptar era a identifica"o com os homens ( elase tornava como um deles# A atitude de Atenas tem sido seguida por muitas mulheresque se unem ao mundo das corpora"$es ou que t&m sucesso em ocupa"$es e%ercidas

tradicionalmente pelos homens# 0inalmente, @éstia, deusa da lareira, seguiu um modointrovertido de adapta"o, marcado pelo retraimento em rela"o aos homens# Ela seretraiu interiormente, (6tornou(se anVnima e foi dei%ada soPinha# A mulher que adota esse modo de vidanegligencia sua feminilidade para no atrair o interesse masculino, para evitar situa"$escompetitivas e viver calmamente, pois ela valoriPa e cuida das tarefas di'rias ou damedita"o que d' sentido à sua vida# As tr&s deusas virgens no se alteraram por suase%peri&ncias com os outros# Elas nunca foram dominadas por suas emo"$es, nem poroutras divindades# Eram invulner'veis ao sofrimento, intoc'veis nos relacionamentos einacess!veis a transforma"$es# a mesma forma, quanto mais a)ustada estiver a mulher

em sua tra)et-ria pr-pria, tanto mais prov'vel também que ela no se)a profundamenteafetada pelos outros# Esse enfoque pode deslig'(la de sua pr-pria vida emocional e

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instintiva, como também de estabelecer v!nculos com os outros# Fsicologicamentefalando, a menos que ela tenha sido penetrada, ninguém conseguiu desvendar seu!ntimo# 5inguém lhe importa realmente, e ela no conhece a intimidade emocional#Fortanto, se uma mulher se identifica com o padro da deusa virgem, ela talveP leveuma vida unilateral e freq[entemente s-, sem qualquer outra pessoa verdadeiramente

significativa# ontudo, embora uma deusa permane"a limitada ao desempenho de seu papel, a mulher pode crescer e modificar(se no curso de sua vida# Embora se)a pornaturePa semelhante a uma deusa virgem, ela pode também descobrir que @era temalgo a lhe ensinar sobre afinidades compromissadas* pode sentir a como"o do instintomaternal e aprender com eméter* ou pode repentinamente se apai%onar e descobrir queAfrodite também faP parte de seu ser#

 5ova teoria Ao descrever Artemis, Atenas e @éstia como padr$es femininos positivos eativos, estou desafiando

 pressupostos tradicionalmente sustentados pela Fsicologia# ependendo do ponto devista ser freudiano ou )unguiano, as qualidades que so caracter!sticas das deusas

virgens foram definidas ou como sintomas ou como patologia ou como e%press$es deum elemento masculino no totalmente consciente na psique de uma mulher# Essasteorias t&m inibido o comportamento e pre)udicado a auto(estima das mulheres que sea)ustam aos padr$es da deusa virgem# .uitas mulheres familiariPadas com a teoriafreudiana consideram(se anormais, por e%emplo, porque dese)aram mais uma carreirado que um beb&# E muitas outras, familiariPadas com a teoria )unguiana, t&m hesitadoem e%pressar suas idéias, sabendo que Jung sentia que a capacidade das mulheres de

 pensar ob)etivamente era inferior e opiniosa#A teoria de Sigmund 0reud a respeito da psicologia feminina era centrada no p&nis# Eledescreveu as mulheres em termos do que lhes faltava anatomicamente, em veP dedescrev&(las em termos daquilo que se faPia presente em seus corpos ou em suas

 psiques# e acordo com 0reud,9 o fato de no ter p&nis tornava as mulheres mutiladas einferiores# Em conseq[&ncia, ele considerou que as mulheres normais sofriam de inve)ado p&nis, eram masoquistas e narcisistas, e tinham um fraco desenvolvimento dosuperego, isto é, uma consci&ncia inferior# A teoria psicanal!tica de 0reud interpretava ocomportamento das mulheres como se segue:9# Este resumo da teoria psicanal!tica da psicologia das mulheres baseiase nas seguintesobras de Sigmund 0reud publicadas na =he Standard Edition ofthe Fs3chological \orXsof Sigmund 0reud /org#1 por J# Strache3, @ogarth Fress, Dondres, doravante citada omoStandard 2ersion: Sigmund 0reud, =hree Essa3s on the =heor3 of Se%ualit3, C;7#Standart Edition, vol# <, C78, pp# C87(I98# Sigmund 0reud, Some Fs3chological

onsequences ofthe Anatomical distinction Bet?een the Se%es, CI7# Standart Edition,vol# C, CC, pp# I96(I76# Sigmund 0reud, 0emale Se%ualit3, C8C# StandardEdition, vol# IC,CC, pp# II7(I98#<; A mulher que é h'bil e segura de si, que realiPa alguma coisa na vida e que mostraapreciar a oportunidade de aperfei"oar sua intelig&ncia e capacidade est' apresentandoum comple%o masculino# e acordo com 0reud, ela est' agindo como se acreditasseno ter sido castrada, quando na realidade ela o foi# 5enhuma mulher quer se destacar (a necessidade de se destacar é sintoma de um comple%o masculino, uma nega"o darealidade# A mulher que dese)a um beb& na verdade quer um p&nis e sublima esse dese)o,

substituindo pelo beb& o seu dese)o de um p&nis#

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A mulher que é se%ualmente atra!da pelo homem o é porque ela descobriu que suame no tem p&nis# /5a teoria freudiana, o heterosse%ualismo de uma mulher remontaao traum'tico momento quando ela era criancinha e descobriu que no tinha p&nis*ento descobriu que sua me também no o tinha, e portanto desviou a libido de suame para seu pai, que o tinha1#

A mulher no é to se%ualmente ativa quanto se sup$e que se)am os homens* no pode, na viso de 0reud, estar tendo praPer em sua se%ualidade e estar e%pressando suanaturePa sensual# Ao contr'rio, ela est' se comportando de modo compulsivo, tentandoaquietar ansiedades sobre a castra"o# A teoria da psicologia feminina de # ># Jung7foi mais complacente para com as mulheres do que a teoria de 0reud, pois Jung no

 percebeu as mulheres e%atamente como homens defeituosos# Ele hipotetiPou umaestrutura ps!quica que correspondia às

7# Este resumo da teoria de Jung sobre a psicologia das mulheres baseia(se nas seguintesobras:# ># Jung, Animus and Anima, C89, \, vol# <, C, pp# C66(ICC# # >#Jung, =he S3P3g3: Anima and Animus, C7;, \, vol# , parte I,C7, FF# CC(II# #

># Jung, \omen m Europe, CI<# \, vol# C;, C9, pp# CC8(C88#<Cdiferentes caracteriPa"$es de cromossomos determinantes dos homens e das mulheres#e acordo com o seu ponto de vista, as mulheres t&m uma personalidade conscientefeminina e um componente masculino ( denominado animus em seu inconsciente,enquanto os homens t&m uma personalidade consciente masculina e uma animafeminina em seu inconsciente# Fara Jung, a receptividade, a passividade, a disciplina e asub)etividade caracteriPavam a personalidade feminina# Jung considerava atributosmasculinos o racioc!nio, a espiritualidade e a capacidade de agir decidida eimpessoalmente# Ele via os homens como sendo naturalmente dotados nessas 'reas# Asmulheres com tra"os semelhantes de personalidade, por mais que desenvolvidas, tinhamdesvantagens por no serem homens# Se a mulher raciocinava bem ou era competente,ela apenas tinha um animus masculino bem desenvolvido que, por defini"o, era menosconsciente do que nos homens, e portanto inferior# O animus poderia ser também hostil,guiado pela for"a e irracionalmente opinioso, caracter!sticas que Jung e os )unguianoscontemporHneos tendem a enfatiPar quando descrevem como funciona o animus#Embora Jung no visse as mulheres como inerentemente defeituosas, ele as via comoinerentemente menos criativas e menos capaPes do que os homens de serem ob)etivasou de agirem como os homens# Em geral Jung tendia a ver as mulheres conforme elaseram Yteis ou se relacionavam com os homens, em veP de v&(las como portadoras denecessidades pr-prias* por e%emplo, em rela"o à criatividade ele via os homens como

riadores e via as mulheres como assistentes no processo criativo dos homens: umhomem produP seu trabalho como uma cria"o completa e%tra!da de sua naturePafeminina interior e o lado masculino interior de uma mulher produP<Ia semente criativa que tem o poder de fertiliPar o lado feminino do homem# Sua

 posi"o te-rica desencora)ou a luta das mulheres pela realiPa"o# Ele escreveu que aoaprender uma profisso masculina, estudar e trabalhar como um homem, a mulher est'faPendo alguma coisa no inteiramente em harmonia, ou mesmo diretamente ofensivaa sua naturePa feminina#<

Os padr$es da deusa

Nuando as deusas so vistas como padr$es de comportamento feminino normais, amulher que é naturalmente mais parecida com a s'bia Atenas ou com a competitiva

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Zrtemis do que com a esposa @era ou com a me eméter é avaliada como sendo elamesma quando é ativa, ob)etiva em suas determina"$es, e orientada para a realiPa"oe%terna# Ela est' sendo verdadeira para com a forma, como a deusa determinada com aNual ela mais se assemelha# 5o est' sofrendo de um comple%o de masculinidade,como diagnostica 0reud* e no se trata de identifica"o com o animus e de ser

masculina em sua atitude, como sugere Jung# Nuando a mulher tem Atenas e Artemiscomo padr$es de deusa, os atributos femininos, tais como depend&ncia, receptividade edisciplina, podem no ser facetas de sua personalidade# Essas so qualidades que elanecessita desenvolver para que se)a uma pessoa que possa estabelecer relacionamentosduradouros, tornar(se vulner'vel, dar e receber amor e conforto, e estabelecer odesenvolvimento dos outros# O enfoque interior contemplativo de @éstia a mantémnuma distHncia emocional dos outros# Embora ela# # ># Jung, \, vol# <, p# I;#<# # ># Jung, \, vol# C;, p# CC<#<8determine seu pr-prio rumo# Est' sendo ativa e conscientemente a si(mesma# Nuando as

qualidades positivas esto nos est'gios primitivos do desenvolvimento, uma sonhadoraest' freq[entemente acompanhada por outra figura# Essa companhia pode ser masculinaou feminina, uma presen"a vista indistintamente, ou uma pessoa claramente definida,reconhec!vel# O se%o da companhia é uma nota e%plicativa simb-lica que a)uda adiferenciar se essas capacidades emergidas so vistas como masculinas /animus1 oufemininas /deusa virgem1# For e%emplo, se a pessoa que sonha est' desenvolvendo asqualidades de Artemis ou de Atenas, e ainda est' nos est'gios primitivos de suainstru"o ou carreira, a companheira mais constante no sonho é freq[entemente vaga,uma mulher desconhecida, com fei"$es indistintas# .ais tarde sua companheira poder'ser uma mulher cu)a instru"o ou carreira é semelhante às da sonhadora, apenas maisavan"ada, ou uma colega de faculdade que partiu para faPer algo por conta pr-pria navida# Nuando o companheiro num sonho de aventura é um homem ou um )ovem, quemsonha é freq[entemente uma mulher tradicional que se identifica com a deusavulner'vel ou, como veremos mais tarde, com @éstia ou Afrodite# Fara essas mulheresos homens simboliPam a"o e, portanto, eles definem as qualidades positivas oucompetitivas como masculinas em seus sonhos#Assim, quando uma mulher penetra vacilantemente no local de trabalho ou no campusda universidade a)udada por um animus ou um aspecto masculino de si mesma, esseaspecto pode ser representado em seus sonhos por um homem obscuramente percebido,talveP um )ovem ou um adolescente ainda em desenvolvimento, que est' com ela numlugar desconhecido e freq[entemente perigoso# epois que ela obteve boas notas ou

uma promo"o e se sente mais confiante em suas habilidades, o terreno do sonho torna(se mais favor'vel, e é prov'vel que o s!mbolo do sonho se torne um homem familiar ouque pare"a familiar no sonho# For e%emplo, estou numa longa e complicada viagem deVnibus com meu namorado ou estou num carro, dirigido por um homem que no

 posso identificar agora, mas no sonho ele é alguém que conhe"o muito bem# A novateoria que elaborei nesse livro é baseada na e%ist&ncia de padr$es arquet!picos, umconceito que Jung introduPiu# 5o descartei o modelo da psicologia feminina que Jungdescreveu# Eu o ve)o como adequado para algumas mulheres, mas no para todas# Os cap!tulos sobre as deusas vulner'veis e Afrodite e%altam mais o padro de Jung,enquanto os tr&s cap!tulos seguintes sobre Artemis, Atenas e @éstia proporcionamnovos padr$es que vo além dos conceitos de Jung#

Bibliografia

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>+S=A4=4S, asa, .oving 0reel3 through 5ighttime Streets, in Facific 5e?sService# Artigo publicado também em outras fontes, como it3 on a @ill Fress,+niversit3 of alif-rnia, Santa ruP, abril ,C6C#@A45>, .# Esther, A deusa virgem, in\omenGs.3steries# Bantam BooXs, 5e?TorX, C<8# =radu"o brasileira Os mistérios da mulher, Edi"$es Faulinas, So Faulo,

C67#WO=S@54>, Elined Fr3s, \omanhoodin .3th and Dife, inln?ard Dight 8C, ng<9,C6#WO=S@54>, Elined Fr3s, \omanhood in .3th and Dife, Fart I, in 4n?ard Dight8I, nN <7, C#<<<Artemis: deusa da ca"a e da lua, competidora e irm

A deusa ArtemisArtemis, conhecida pelos romanos como iana, era a deusa da ca"a e da lua# A alta e

ador'vel filha de `eus e Deto percorria a regio da floresta, da montanha, da campina eda clareira com seu bando de ninfas e ces de ca"a# 2estida com uma tYnica curta,equipada com arco de prata e al)ava de setas ao ombro, era a arqueira de infal!vel

 pontaria# omo deusa da lua ela é também apresentada como portadora de luP, levandotochas nas mos, ou com a lua e as estrelas ao redor de sua cabe"a# omo deusa da ca"a,especialmente das crias, era associada com muitos animais no domesticados quesimboliPavam suas qualidades# O veado, a cor"a, a lebre, e a codorniP compartilhavamde sua naturePa dif!cil de compreender# A leoa e%emplificava sua realePa e coragemcomo ca"adora, e o feroP )avali representava seu aspecto destruidor# O urso era ums!mbolo apropriado para seu papel de protetora das )ovens /as garotas gregas em fase decrescimento consagravam(se a Artemis e sob sua prote"o eram chamadas dearXtoi ouursas durante a fase marimacho de suas vidas1# 0inalmente, o cavalo selvagemcaminhava sem destino com seus companheiros de viagem, como Artemis com suasninfas#<6>enealogia e mitologiaArtemis foi irm g&mea primog&nita de Apolo, deus do sol# Sua me, Deto, era umadivindade da naturePa, filha de dois =its# Seu pai era `eus, deus l!der do Olimpo#Nuando chegou a hora de Deto dar à luP, surgiram grandes obst'culos# Ela era malacolhida onde quer que fosse, porque os outros temiam a c-lera vingativa de @era,esposa leg!tima de `eus# 0inalmente ela encontrou refYgio na estéril ilha de elos, e deu

à luP a Artemis# Dogo que nasceu, Artemis a)udou Deto durante as prolongadas dores edif!cil parto de Apolo# For nove dias e nove noites, Deto sofreu dores atroPes por causados feitos vingativos de @era# Artemis, que havia sido parteira de sua me, ficoutambém sendo considerada como deusa do parto# As mulheres se dirigiam a ela comoau%iliar nos momentos de dor, a quem nenhuma dor toca# Elas oravam pedindo(lheque pusesse fim às suas dores, através do nascimento de um beb& ou através de umaamena morte, causada por suas flechas#CNuando Artemis tinha tr&s anos de idade,Deto levou(a ao Olimpo para encontrar `eus e seus parentes divinos# O poeta al!maco,em seu @ino a Artemis, descreve(a sentada no colo de seu pai encantado, `eus, quese curvava e a afagava, diPendo: Nuando as deusas me traPem filhas como essa, a raivade @era me incomoda muito pouco# 0ilhinha, voc& ter' tudo o que dese)ar#IArtemis

 pediu um arco e flechas, uma quadrilha de ces de ca"a para com eles ca"ar, ninfas para

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acompanha(la, uma tYnica suficientemente curta para com ela correr, montanhas eselvas como seus lugares especiais e aC# \alter 0# Otto, Artemis, in =he @omeric >ocfe# =hames @udson, 5e? TorX,C<, pp# 6(6<#I# allimachus, =o Artemis, in !!3mres and Epigrams# @arvard +niversit3 Fress,

ambridge, .assachussets, C, p# 8#<castidade eterna# Seu pai lhe concedeu tudo isso, e mais o privilégio de faPer suas

 pr-prias escolhas# Ento Zrtemis foi para as selvas e para o rio com a inten"o deescolher as mais belas ninfas# 0oi para o fundo do mar encontrar os iclopes, osart!fices de Fos!don, para que moldassem seu arco de prata e suas flechas# E finalmente,com o arco na mo e seguida pelas ninfas, ela procurou F, metade homem e metade

 bode, a divindade musicista da naturePa, e solicitou alguns de seus melhores ces deca"a# onforme a noite vinha se apro%imando, impaciente para que seus novos donsconcorressem numa prova esportiva, ela ca"ou à luP de tochas# 5os mitos, Zrtemis agiarapidamente para proteger e salvar aqueles que apelavam a ela pedindo socorro# Era

r'pida também para punir aqueles que a ofendiam# erta veP, quando sua me Detoestava a caminho de elfos para visitar Apolo, o gigante =!tio tentou viola(la# Zrtemisapressou(se em a)ud'(la, feP mortal pontaria com seu arco e flecha, e o assassinou#Outra veP, a arrogante e insensata 5!obe cometeu o erro de insultar Deto, gabando(se deque ela, 5!obe, tinha muitos filhos e filhas bonitos, enquanto Deto tinha apenas dois#Deto invocou Zrtemis e Apolo para vingarem esse insulto, e eles rapidamente o fiPeram#com seus arcos e flechas, Apolo matou os seis filhos dela e Zrtemis assassinou as seisfilhas# E 5!obe foi metamorfoseada numa chorosa coluna de pedra# digno de nota que Zrtemis repetidamente viesse em au%!lio da me# 5enhuma outradeusa é conhecida sob esse aspecto# =ambém outras mulheres apelaram a ela comsucesso# A ninfa da floresta, Aretusa, chamou por Zrtemis quando estava para serviolada# Aretusa voltava de uma ca"ada e estava nua, nadando para se refrescar, quandoo deus do rio foi tomado de ardente dese)o por ela e perseguiu a ninfa despida, que fugiuaterroriPada#6;Zrtemis ouviu seu choro, resgatou(a numa nuvem de neblina, e a transformou numafonte de 'gua# Zrtemis era impiedosa com aqueles que a ofendiam ( conforme odesa)eitado Actéon descobriu# Enquanto perambulava pela floresta, o ca"ador Actéonacidentalmente se apro%imou da deusa e de suas ninfas, que se banhavam numa piscinaescondida, e ficou olhando estupidamente# Ofendida com sua intromisso, Zrtemisatirou 'gua no rosto de Actéon, transformando(o num veado adulto# Ele se tornou ca"a

 para seus pr-prios ces ca"adores, que o perseguiam# Em pHnico, Actéon tentou fugir,

mas foi alcan"ado e despeda"ado# Zrtemis matou também outro ca"ador, Urion, a quemela amava# Essa morte foi inadvertida, provocada por Apolo, que ficou ofendido com oamor de Zrtemis por Urion# +m dia, Apolo viu Urion enquanto ele prosseguia comdificuldade pelas 'guas do mar, a cabe"a bem acima do n!vel da 'gua# Ento Apoloencontrou Zrtemis a alguma distHncia, apontou para um ob)eto escuro no oceano, edisse que ela no conseguiria atingi(lo# 4rritada com o desafio de seu irmo e nosabendo que estava faPendo pontaria em dire"o à cabe"a de Urion, ela desferiu umaflecha e o matou# Fosteriormente Zrtemis colocou Urion entre as estrelas e deu(lhe umde seus ces de ca"a, o co estrela S!rius, para acompanh'(lo no céu# esse modo, ohomem que ela amava tornou(se v!tima de acidente de sua naturePa competitiva#Embora se)a mais conhecida como deusa da ca"a, Zrtemis era também deusa da lua# Ela

ficava à vontade à noite, percorrendo seu império deserto ao claro da lua ou à luP datocha# 5o seu aspecto de deusa da lua, Zrtemis se relacionava com Selene e @écate# As

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A deusa Zrtemis era acompanhada por um séquito de ninfas, divindades de menorimportHncia que se associavam às montanhas, florestas e riachos# 2ia)avam com ela,e%plorando e ca"ando em terreno selvagem# 5o eram coagidas pela domesticidade ou

 pelas idéias do que68

as mulheres deveriam estar faPendo, e estavam além do controle dos homens ou das prefer&ncias masculinas# Eram como irms tendo Zrtemis como arquétipo da grandeirm, que as conduPia e a quem elas podiam apelar por a)uda# 5o é portanto de seadmirar que o movimento feminista enfatiPe a irmandade das mulheres, pois Zrtemisé o seu arquétipo inspirador# >loria Steinem, fundadora e editora da revista .s#, é umamulher contemporHnea que personifica aspectos do arquétipo de Zrtemis# Steinemtornou(se uma personalidade m!tica, maior que a pessoa, para todas as mulheres que

 pro)etam nela a imagem da deusa# >loria Steinem é muito conhecida do pYblico, l!derdo movimento feminista, e l' na imagina"o est' uma alta e graciosa Zrtemis, de péentre suas companheiras# As mulheres que se alinham com os ob)etivos e aspira"$es domovimento feminista freq[entemente admiram e identificam >loria Steinem como

 personifica"o de Zrtemis# Essa identifica"o era especialmente verdadeira no princ!piodos anos <;, quando muitas mulheres usavam -culos de aviadores e imitavam o estilode seu cabelo lindo e esvoa"ante, repartido ao meio# eP anos mais tarde a competi"oe%terior foi substitu!da por esfor"os de serem mulheres como ela, com poder pessoal eindepend&ncia# A m!stica de Zrtemis que envolve o papel e a apresenta"o de Steinem éintensificada pelo seu estado civil de solteira# Embora tenha se unido romanticamentecom diversos homens, ela no se casou ( isso apropriadamente para uma mulher querepresenta uma deusa virgem uma(em(si(mesma, que no pertence a nenhumhomem# Steinem est' na tradi"o de Zrtemis naquele apelo de a)uda que as mulhereslhe faPem, e como grande irm ela a proporciona# Senti diretamente seu amparo quando69lhe pedi que viesse aos encontros anuais da Associa"o Americana de Fsiquiatria paraa)udar aquelas de n-s que estavam tentando faPer com que a AFA /AmericanFs3chiatric Association]Associa"o Fsiqui'trica Americana1 apoiasse o boicote domovimento feminista dos estados que no tinham homologado a Emenda dos ireitosde 4gualdade /EA]EqualightsAmendment1# 0iquei encantada ao notar quanto poderfoi atribu!do a >loria Steinem por muitos homens que a tinham ofendido, e quedepois reagiram como se estivessem partilhando do destino de Actéon, Alguns

 psiquiatras do se%o masculino que se opuseram a ela na verdade e%pressavam medosinfundados de que poderiam ficar financeiramente arruinados ou perder a subven"o

 para pesquisa, caso essa deusa fosse e%ercer seu poder para os punir e destruir#

A Zrtemis voltada para a naturePaEm sua afinidade com a selva e a naturePa no doméstica, Zrtemis é o arquétiporespons'vel pela identifica"o que algumas mulheres e%perimentam entre si mesmas ea naturePa, quando saem com mochilas pelas montanhas arboriPadas, adormecem sob alua e as estrelas, ou caminham numa praia deserta, ou fitam o deserto e sentem(se emcomunho com a naturePa# D3nn=homas descreve, no =heBacXpacXing \oman, a

 percep"o de uma mulher apreciando a selva através da naturePa de Zrtemis: Faracome"ar h' ma)estade e sil&ncio, 'gua l!mpida e ar puro# @' também a d'diva dadistHncia### a oportunidade de encontrar(se distante dos relacionamentos e do ritualdi'rio### e a d'diva da energia# A selva nos infunde um tipo especial de energia# Eu me

lembro de certa veP estar deitada perto do rio SnaXe em 4daho, e de ter(meconscientiPado de que no poderia dormir### as for"as da naturePa tinham(me

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67na mo# 0iquei mergulhada numa dan"a de !ons e 'tomos# .eu corpo respondia à

 penetrante atra"o da Dua#8 A viso do luar A clarePa de enfoque da ca"adoraZrtemis na percep"o do alvo é um dos modos de observa"o associados comZrtemis# A viso do luar também é caracter!stica de Zrtemis como deusa da lua# 2ista

ao claro da lua, uma paisagem é silenciosa, os detalhes so vagos, bonitos e muitasvePes misteriosos# A viso da pessoa é atra!da para o alto, para o céu estrelado ou parauma vasta e panorHmica viso da naturePa# Ao luar uma pessoa em comunica"o comZrtemis torna(se uma parte da naturePa no consciente de si mesma, dentro dela eidentificada com ela por algum tempo# Em seu livro \omen in the \ilderness, hina>alland enfatiPa que quando as mulheres caminham pela selva elas também caminhaminteriormente: penetrar na selva envolve a selva que e%iste em todas n-s# Esse pode sero valor mais profundo de tal e%peri&ncia, reconhecimento do nosso parentesco com anaturePa#9 As mulheres que seguem Zrtemis na selva descobrem caracteristicamenteque esto se tornando mais refle%ivas# .uitas vePes seus sonhos ficam mais vividos queo usual, o que contribui para sua viso interior# Elas v&em o espa"o interior e os

s!mbolos dos sonhos ao claro do luar, por assim diPer, em contraste com a realidade percept!vel, que é mais bem avaliada à clara luP do dia#

ultivando ZrtemisAs mulheres que se identificam com Zrtemis8# D3nn =homas, =he BacXpacXing \oman# oubleda3, 5e? TorX, C6;, p#II<#9# hina >alland, \omen in the \ilderness# @arper o?, 5e? TorX,C6;, p# 7#6reconhecem imediatamente sua afinidade com essa deusa# Outros tipos de mulheres

 podem também se tornar cientes de sua necessidade de desenvolver a familiaridade comela# E outras mulheres ainda reconhecem que Zrtemis vive nelas e compreendem quet&m necessidade dela para se tornar um aspecto mais influente de si pr-prias# omo

 poderemos cultivar Zrtemis^ Ou intensificar esse arquétipo^ E como poderemosencora)ar o desenvolvimento de Zrtemis em nossas filhas^ Algumas vePes o ob)etivo dedesenvolver Zrtemis requer medidas dr'sticas# For e%emplo, uma talentosa escritora,cu)o trabalho era significativo para ela, repetidamente o abandonava a cada veP que umhomem surgia em sua vida# 4nicialmente cada homem era inebriante# Dogo ele setornava uma necessidade# Sua vida daria voltas em torno dele, e se ele se tornassedistante ou re)eitador ela se tornava cada veP mais perdida# epois que uma amigacomentou que ela estava viciada em homens, ela percebeu o padro e decidiu que sefosse levar a sério seus escritos teria que dar um basta e renunciar aos homens por

certo per!odo de tempo# eslocou(se para fora da cidade, apenas ocasionalmenterevendo velhos amigos, enquanto cultivava o isolamento, o trabalho e Zrtemis e seuinterior# A mulher que se casa )ovem freq[entemente passa de filha a esposa/arquetipicamente Ferséfone e depois @era1, e pode descobrir e valoriPar as qualidadesde Zrtemis somente ap-s um div-rcio, quando vive soPinha pela primeira veP na vida#=al mulher pode tirar férias por conta pr-pria e descobrir que pode ter uma boatemporada, ou descobrir as satisfa"$es de poder correr diversas milhas cada manh, ouapreciar ser membro de um grupo feminino de assist&ncia# Ou a mulher pode ter umasérie de relacionamentos, sentir(se inYtil nos intervalos entre um e outro homem e6<desenvolver Artemis apenas quando ela renuncia aos homens e seriamente conclui

que nunca poder' se casar# +ma veP que tenha a coragem de encarar essa possibilidadee de organiPar sua vida ao redor de seus amigos e daquilo que lhe interessa, ela pode

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ter um sentimento de inteirePa em(si(mesma, um inesperado bem(estar que surge dodesenvolvimento do arquétipo de Artemis# Os programas na selva para mulheresevocam Artemis, especialmente aqueles que combinam uma e%peri&ncia grupal comuma her-ica )ornada desacompanhada# Nuando as mulheres saem em viagens ouaventuras fantasiosas para mulheres, elas cultivam o arquétipo de Artemis# a mesma

forma quando nossas filhas competem nos esportes, freq[entam acampamentos de )ovens, via)am para e%plorar novos lugares, vivem em culturas estrangeiras comoestudantes em intercHmbio ou unem(se ao orpo de FaP, elas ganham e%peri&ncias que

 podem desenvolver a auto(suficiente Artemis#

A mulher tipo ArtemisAs qualidades de Artemis aparecem cedo# +sualmente uma beb&(Artemis é aquela queolha de modo absorvente para novos ob)etos e é mais ativa do que passiva# As pessoasmuitas vePes comentam sobre sua capacidade de concentrar(se numa tarefa auto(selecionada: ela tem um poder de concentra"o surpreendente para uma crian"a de doisanos, ou ela é uma crian"a cabe"uda, ou cuidado com o que voc& lhe promete,

 porque ela tem mente de elefante: no se esquecer', e cobrar' a promessa# A inclina"ode Zrtemis para e%plorar um novo territ-rio usualmente come"a quando ela conseguelevantar(se e vencer o ber"o de grades altas, saindo do cercadinho para penetrar nummundo maior# Artemis tem a tend&ncia de se sentir firme a66respeito de suas causas e princ!pios# Ela pode defender alguém menor ou afirmar comveem&ncia que isso no est' certo_, antes de se envolver em alguma campanha paracorrigir um erro# As garotas tipo Artemis que cresceram em fam!lias que favoreciam osfilhos homens ( dando aos )ovens pequenas tarefas ( no aceitam humildemente essain)usti"a como um dado# A feminista em flor é vista como a pequena irm que e%igeigualdade#Os paisA mulher tipo Artemis que seguramente prossegue em sua tra)et-ria pr-pria, que sesente bem durante todo o tempo pelo que ela é enquanto pessoa, contente com o fato deser mulher, muitas vePes tem o equivalente de uma am'vel Deto e de um aprobativo`eus para a)ud'(la a pVr em pr'tica sua potencial Artemis# Fara a mulher tipo Artemiscompetir, desenvolver(se com sucesso e sem conflito, é muito importante a aprova"o

 paterna# .uitos pais apoiadores so como `eus, ao proporcionarem d'divas que aa)udaro a faPer o que ela quer# =alveP as d'divas se)am inating!veis: interessescompartilhados ou semelhan"as com ele pr-prio, que ele reconhece e encora)a# Ou

 podem ser d'divas mais tang!veis, tais como li"$es especiais e equipamento# For

e%emplo, a campe de t&nis hris Evert Dlo3d foi treinada por seu pai técnico de t&nis,Jimm3 Evert, que lhe forneceu suas pr-prias raquetes de t&nis quando ela tinha seis anosde idade# Nuando a filha tipo Artemis tem me e pai no tradicionais, embora a vida nose assemelhe mais ao monte Olimpo, no h' equivalente na mitologia grega# Nuandoambos compartilham igualmente a educa"o da crian"a e os trabalhos domésticos e cadaum tem uma carreira, a filha tipo Artemis tem um modelo para crescimento que lhe

 permite valoriPar e desenvolver as6qualidades de Artemis# Além do mais, ela pode agir assim sem considerar taisqualidades como incompat!veis com a maternidade ou os relacionamentos# Os

 problemas surgem quando os pais criticam ou re)eitam uma filha tipo Artemis por no

ser a garota que eles gostariam que ela fosse# A me que quer uma garotinha tranq[ila, ponderada, e que, pelo contr'rio, tem uma crian"a 'gil, do tipo no me prenda, pode

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sentir(se desapontada ou re)eitada por ela# A me que espera que a filha a siga de perto,recorra a ela buscando a)uda, e documente admita que a me sabe melhor, no ter'suas esperan"as satisfeitas se tiver uma filha tipo Artemis# .esmo aos tr&s anos deidade, a pequenina senhorita independente no quer ficar em casa com a mame, pois

 prefere brincar com garotas maiores pelo quarteiro abai%o# E no gosta de usar roupas

cheias de babados, ou de bancar a engra"adinha para as amigas de sua me# .ais tarde,quando Artemis quer faPer algo que requeira a permisso dos pais, ela pode encontraroposi"o# Se os meninos faPem alguma coisa que ela no pode faPer porque é menina,ela pode berrar em protesto# E pode se afastar ressentida, caso seus protestos notenham efic'cia# A oposi"o e a desaprova"o podem ferir sua auto(estima eautoconfian"a, especialmente se seu admirado pai critic'(la por no estar sendo elegantee nunca trat'(la como sua garota especial, sendo, ao mesmo tempo, desdenhoso oucr!tico de suas idéias, habilidades e aspira"$es# Em minha pr'tica, e%amino o queaconteceu quando tais pais se opunham às suas filhas tipo Artemis# =ipicamente, agarota mantinha uma atitude desafiante no e%terior, mas interiormente estava magoada#Ela aparentava ser forte e no influenciada pelo que ele pensava, esperando o momento

em que pudesse agir por conta pr-pria# As conseq[&ncias variam em intensidade e rigor,;mas seguem um padro: o que resulta é uma mulher que se sente em conflito a respeitode sua capacidade e muitas vePes pratica sabotagem consigo mesma ( suas pr-priasdYvidas so seus piores inimigos# Embora na superf!cie afortunadamente resistisse ao

 poder do pai que limitava suas aspira"$es, ela incorporava sua atitude cr!tica dentro dasua psique# Duta profundamente com sentimentos de que no é suficientemente boa,hesita quando novas oportunidades so oferecidas, realiPa menos do que é capaP derealiPar e, até mesmo quando é bem sucedida, ainda se sente inadequada# Esse padro éculturalmente produPido por fam!lias e culturas que atribuem maior valor aos filhos doque às filhas, e que esperam que as filhas se)am estereotipadamente femininas# ertamulher tipo Artemis que freq[entou um semin'rio ministrado por mim, comentou:.inha me queria uma Ferséfone, uma submissa filhinha da mame, e meu pai queriaum filho# O que eles tiveram foi eu# Algumas mes de filhas tipo Artemis so tambémre)eitadoras e cr!ticas com suas filhas porque estas perseguem ob)etivos que elas novaloriPam# Suas filhas usualmente no ficam dissuadidas por causa dessa desaprova"oque, todavia, torna(se gradativamente destrutiva# ontudo, o peso do negativismo dame é usualmente menor do que o do pai, por causa da grande autoridade que o paie%erce# Outra dificuldade comum entre me e filha, que as filhas tipo Artemis t&m, écom as mes que elas v&em como passivas e fracas# Suas mes podem ter sidodeprimidas, vitimadas pelo 'lcool, por um mau casamento, ou imaturas# Nuando elas

descrevem seus relacionamentos com a me, muitas filhas tipo Artemis nessaconfigura"o diPem: Eu era minha me# Ao discorrerem mais, e%primem sua tristePa por no terem me forte e por no serem suficientemente fortes para mudar a vida dame# EnquantoCa deusa Zrtemis foi sempre capaP de a)udar sua me Deto, os esfor"os das filhas tipoZrtemis para proteger a me so freq[entemente mal sucedidos# A desvaloriPa"o e afalta de respeito pela fraca me refor"am as qualidades de deusa virgem das filhas tipoZrtemis# eterminadas a no ficar como a me, elas sufocam sentimentos dedepend&ncia, evitam e%pressar vulnerabilidade e )uram tornar(se independentes# Nuandouma filha tipo Zrtemis carece de respeito pela me cu)os papéis principais foram os

tradicionais, ela fica num aperto# Ao re)eitar a identifica"o com a me, ela comumentere)eita o que é considerado feminino ( suavidade, receptividade e movimento em

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 parece prestar aten"o é mais provavelmente uma mulher tipo Artemis, podendo ser aartista que continua trabalhando sem nenhum encora)amento ou sucesso comercial# /5ocaso da artista, Afrodite, com sua influ&ncia a criatividade e &nfase na e%peri&nciasub)etiva, )unta(se a Artemis#1 Felo fato de a mulher tipo Artemis no ser tradicional, noseu interior podem surgir conflitos consigo mesma ou com os outros, conflitos que

 podem incapacitar seus esfor"os# O que ela quer faPer pode estar fora de seus limites, por e%emplo, caso sua fam!lia considere suas aspira"$es como impr-prias para umafam!lia# A escolha da carreira que ela quer seguir pode ter sido h' pouco encerrada# Seela tivesse acordado bem cedo para o movimento feminista, ela poderia ter sidoderrotada por obst'culos e falta de apoio, e seu esp!rito de Artemis poderia ter sidoesmagado#9ela"o com as mulheres: fraternalEm certo sentido as mulheres tipo Artemis t&m senso de associa"o com outrasmulheres# omo a pr-pria deusa, que se cercava da companhia das ninfas, as mulherestipo Artemis usualmente consideram sua amiPade com outras mulheres muito

importante# Esse padro remonta à escola prim'ria# Elas t&m melhores amigas, com asquais compartilham tudo o que é significativo em suas vidas, e suas amiPades podemeventualmente durar décadas# 5o mundo do trabalho, as mulheres tipo Artemis seassociam facilmente com suas antigas amigas# >rupos de apoio, grupos de amigasantigas, e relacionamentos mentores com mulheres mais )ovens em seus setores deatividade, so e%press$es naturais do arquétipo da irm# Até mesmo as mulheres tipoArtemis que so individualistas e evitam grupos apoiam quase sempre os direitos dasmulheres# Essa atitude pode refletir uma afinidade com sua me, através da qual elasdesenvolveram percep"o e solidariedade pelo destino das mulheres no mundo# Ou aatitude pode estar relacionada com o esquecimento do passado, com as aspira"$esfrustradas de suas mes# .uitas mulheres tipo Artemis dos anos <; estavam agindo evivendo do mesmo modo que suas mes gostariam de ter agido e vivido, mas no

 puderam# Nuando suas mes eram )ovens adultas, os anos de e%ploso demogr'fica ap-sa 44 >uerra .undial no permitiram a Artemis muita e%presso# .uitas vePes a me

 protetora pode ser encontrada em alguma parte na forma"o da mulher tipo Artemis,aplaudindo sua filha feminista# For naturePa, muitas mulheres tipo Artemis t&minclina"$es feministas ( as causas advogadas pelas feministas faPem lembrar umresponsivo# A mulher tipo Artemis sente que ela é uma igual para os homens*7competiu com eles e muitas vePes sentiu que o papel estereotipado que ela supunharepresentar era antinatural# Esconder suas habilidades ( 5o dei%e o homem saber quo

elegante voc& é ou ei%e o homem ganhar /o argumento ou o )ogo de t&nis1 ( vaicontra sua !ndole#

Se%ualidadeA mulher tipo Zrtemis pode assemelhar(se à deusa ao manter eterna castidade,

 permanecendo sua se%ualidade no desenvolvida e no e%pressa# 5os temposcontemporHneos, contudo, esse padro é raro# .ais provavelmente, uma mulher tipoZrtemis, quando adulta, adquiriu e%peri&ncia se%ual como parte de sua tend&ncia dee%plorar e tentar novas aventuras# A se%ualidade da mulher tipo Zrtemis podeassemelhar(se à de um homem tradicionalmente orientado para o trabalho# Fara ambosas rela"$es so secund'rias# Envolvimento na carreira, pro)eto criativo ou causa so

fundamentais# O se%o é, portanto, um esporte recreativo, ou uma e%peri&ncia f!sica deintimidade emocional e compromisso /motiva"o que @era proporciona1* ou é um

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instinto profundamente e%pressivo de sua pr-pria naturePa sensual /para a qual Afroditeé necessitada1# A mulher tipo Zrtemis, se lésbica, usualmente faP parte de umacomunidade ou rede de lésbicas# Embora ambas as mulheres tipo Zrtemis, aheterosse%ual e a homosse%ual, tenham intensa e importante afinidade com as mulheresamigas, a mulher tipo Zrtemis lésbica pode considerar a intimidade se%ual como outra

dimenso da amiPade, em veP de consider'(la como raPo para o relacionamento# Amulher tipo Zrtemis lésbica pode ter ou uma imagem(modelo de amante, uma afinidadequase deg&meos id&nticos, ou pode ser atra!da para uma pessoa semelhante a uma ninfa, maissuave, mais feminina do que ela pr-pria, com uma personalidade menos distinta# Ela,como seu equivalente heterosse%ual, evitam relacionamentos nos quais fique reprimidaou dominada por um parceiro paternal ou nos quais se espera que ela desempenhe o

 papel de pai#

asamento

O casamento est' muitas vePes distante do prop-sito da mulher tipo Zrtemis nos primeiros anos de sua vida adulta, quando ela ocupa seu tempo com o trabalho e ascausas# Além do mais, viver mais sossegadamente no proporciona nenhuma grandeatra"o para a Zrtemis que vai dum lado para outro# Se ela for atraente e popular é bem

 poss!vel que tenha sa!do com uma variedade de homens, envolvendo(seconfortavelmente com v'rios, e no apenas com um# Fode até mesmo ter preferido vivercom um homem do que se ter casado com ele# Fode ainda permanecer solteira# Nuandose casa, o companheiro é muitas vePes um colega de classe, um companheiro, ou umcompetidor# Seu casamento tem usualmente uma qualidade igualit'ria# @o)e em dia é

 prov'vel que ela conserve seu pr-prio nome, e no mude para o nome dele ao casar#

elacionamento com homens: fraternalA deusa Zrtemis tinha um irmo g&meo, o deus do sol, de muitas facetas# Ele era o seucomplemento masculino: seu dom!nio era a cidade, o dela a selva* o dele o sol, o dela alua* o dele os rebanhos domesticados, o dela os animais selvagens no domesticados*ele era o deus da mYsica, ela era a inspira"o para as dan"as de roda nas montanhas#omo segunda gera"o ol!mpica, Apolo<estava na gera"o dos filhos, em veP de na dos pais# e um lado, estava associado com aracionalidade e as leis* de outro, como deus da profecia /suas sacerdotisas profetiPavamem elfos1, estava associado também com o irracional# omo sua irm, Apolo é

andr-gino: cada um tinha algumas qualidades ou interesses que esto intimamenteligados ao se%o oposto# O casal de g&meos Artemis(Apolo é o modelo mais comumentevisto nos relacionamentos que as mulheres tipo Artemis mant&m com os homens (se)am eles amigos, colegas ou maridos# Além do mais, a mulher tipo Artemis é muitasvePes atra!da por um homem cu)a personalidade tenha um lado estético, criativo,saud'vel ou musical# Seu trabalho pode se desenvolver nas profiss$es de assist&ncia ouno setor criativo# Ele é usualmente seu equivalente intelectual, com interessescompartilhados ou complementares# +m e%emplo de relacionamento Artemis(Apolo é ode Jane 0onda, atriP, ativista e advogada, com seu marido tom @a3den, pol!tico liberal#A mulher tipo Artemis no vive absolutamente fascinada por dominar os homens e terrelacionamentos do tipo mim =arPan, tu Jane# 5em vive interessada no

relacionamento me(filho# Ela evita os homens que insistem em serem o centro de suavida# Fermanecendo forte psicologicamente, como a pr-pria deusa fisicamente, ela

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sente(se rid!cula tentando representar o papel de a pequena mulher# .uitas vePes umrelacionamento Artemis(Apolo e interesses ao ar livre caminham de mos dadas#Ambos os parceiros podem ser esquiadores ou corredores, e 'vidos de aptido f!sica# Sea mulher tipo Artemis ao ar livre no puder compartilhar a mochila, esqui, ou o que querque goste de faPer com um parceiro, poder' sentir que est' faltando um elemento

essencial no relacionamento#6O relacionamento Artemis(Apolo pode resultar num casamento asse%uado, amig'vel, noqual os parceiros so os melhores amigos um do outro# Algumas mulheres tipo Artemisaté se casam com homens homosse%uais, por e%emplo, e valoriPam o companheirismo ea independ&ncia que cada parceiro permite ao outro em tal relacionamento# A mulhertipo Artemis pode permanecer a melhor amiga de um e%(marido que abandonou suaunio irmo(irm quando ele se apai%onou por uma outra mulher de tipo diferente# Faraque a mulher tipo Artemis tenha um profundo e importante elemento se%ual em seucasamento, uma outra deusa(Afrodite ( deve ter influ&ncia# E para que esse casamentose)a monogHmico, relacionamento comprometido, @era também deve estar presente na

mulher# Sem estas duas outras deusas, um relacionamento Artemis(Apolo torna(sefacilmente um relacionamento irmo(irm# Além do padro de relacionamento entreiguais, o segundo padro comum de relacionamento para as mulheres tipo Artemis é odo envolvimento com homens que as sustentam# =al homem é uma pessoa com quemela se sente à vontade# Ele a ensina a ser atenciosa e sens!vel aos sentimentos# semprea pessoa que quer que eles tenham um filho# elacionamentos menos compat!veis oucomplementares admitidos por mulheres tipo Artemis muitas vePes recapitulam os

 primitivos conflitos pai(filha# O marido no aprova suas aspira"$es e a critica e arru!na#omo com seu pai, ela é rebelde e continua em sua carreira# ontudo, sua auto(estimafica afetada, ou ainda seu esp!rito acaba sendo dobrado e, finalmente, ela se conformacom a idéia dele de como ela deveria ser# Ou, como no mito de Zrtemis e Urion umamulher tipo Zrtemis pode se apai%onar por um homem forte eento ser incapaP de manter o elemento competitivo fora do relacionamento, e o destr-i#Se ele consegue algum reconhecimento e, mais do que estar contente por ele, ele seressente do seu sucesso e encontra um meio de estrag'(lo, esta competitividade coroar'o amor que ele tem por ela# For e%emplo, ele pode reagir às suas conquistas vencendoou indo além# Se ambos so incapaPes de parar de competir, desafios de qualquerespécie que sur)am entre eles, desde a competi"o de esqui até o )ogo de cartas,

 provavelmente sero mortalmente tomados a sério# Os homens para quem uma Artemisé meu tipo de mulher so muitas vePes atra!dos em dire"o a ela como uma alma

g&mea ou irmo(uma parceira feminina de si mesmos# Ou eles podem ser atra!dos porseu esp!rito independente e afirmativo e pela for"a de vontade que podem no estardesenvolvidos neles# Ou podem ser atra!dos como se ela fosse uma imagem de purePaque corresponde a um ideal deles#O duplo motivo fundamenta as atra"$es mais comuns# A esta altura o homem é atra!do

 por sua parceira feminina, uma igual com quem ele se sente à vontade, alguém que podeter ao seu lado enquanto persegue aquilo que o desafia# O homem que v& em Artemis asqualidades admiradas que esto subdesenvolvidas nele é comumente atra!do por suafor"a de vontade e esp!rito independente# Ele a coloca num pedestal por qualidades queusualmente no so consideradas femininas# Ela se lhe apresenta bonita por causa deseus poderes# Sua mulher idealiPada assemelha(se à .ulher .aravilha, que se

disfar"ou de iana, nome romano atribu!do a Artemis# Nuando meu filho tinha oito

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.as pode ocorrer mudan"a na sua meia(idade# Agora h' menos selvas ine%ploradas para que ela as e%plore# Ou ela foi bem sucedida em realiPar suas metas e alcan"ouum platV, ou fracassou# A meia(idade da mulher tipo Zrtemis também pode conduPir auma época mais refle%iva porquanto ela se interioriPa, mais influenciada por Zrtemiscomo deusa da lua do que por Zrtemis enquanto deusa da ca"a# As fantasias da

menopausa e os sonhos podem estimular a mulher tipo Zrtemis e%trovertida a umainterioriPa"o# A! ela se confronta com fantasmas de seu passado, muitas vePesrevelando sentimentos ou anseios h' muito ignorados# Esse !mpeto da menopausa emdire"o à introverso est' relacionado com @écate, a velha enrugada que era a deusa dalua escura, dos fantasmas e do fant'stico# @écate e Zrtemis eram ambas deusas da luaque passeavam sem destino pela terra# A cone%o das duas deusas é observada nasmulheres tipo Zrtemis mais velhas que se aventuram nos dom!nios ps!quicos,

 psicol-gicos ou espirituais, com o mesmo sentido de e%plora"o que quando mais )ovens tinham em outras buscas#

A velhice

 5o é incomum para a mulher que as qualidades de Zrtemis persistam até a velhice#Suas atividades de )ovem nunca cessam# Ela no sossega* ou sua mente ou seu corpo (muitas vePes ambos ( esto em movimento# uma via)ante e%plorando novos pro)etosou pa!ses estrangeiros# etém afinidade com os )ovens e uma habilidade )ovem de

 pensar que a afasta do sentimento da meia(idade, quando atravessa esse per!odo, ouda velhice, quando vive os anos posteriores# uas mulheres conhecidas na localidadeda alif-rnia do 5orte personificam esse aspecto de Zrtemis#C;8+ma, professora naturalista EliPabeth =er?[liger agora com seus setenta anos de idade,conduP bandos de escolares pelas campinas, florestas, regatos e montanhas Observae%citadamente um cogumelo raro meio escondido perto das ra!Pes de uma 'rvore,ostenta uma bonita cobra aponta para as plantas aliment!cias nas encostas e passa asalfaces para os outros saborearem# urante todo o tempo est' compartilhando seuentusiasmo, ligando sucessivas gera"$es de crian"a, bem como adultos receptivos, àsmaravilhas da naturePa# +ma segunda idosa e vivaP Zrtemis é 0ranc&s @orn cu)ase%plora"$es conduPiram(na à naturePa humanaG Aos setenta anos de idade doutorou(seem psicologia Aos setenta e cinco publicou 4 \ant 4tAll5o?,7 um livro autobiogr'ficoque registra suas e%plora"$es e menciona o que ela encontrou de valor duradouro#>e-rgia OGWeeffe, a mais conhecida artista americana, continuava a e%emplificarZrtemis quando estava l' pelos noventa, conforme o que tinha feito durante sua vidatoda# =inha pai%o e afinidade espiritual com o selvagem Sudoeste, combinados com

uma for"a de prop-sito através da qual alcan"ou os ob)etivos de sua vida OGWeeffe écitada diPendo: Sempre soube o que queria e muitas pessoas no o sabem# Elarefletiu que o seu sucesso podia ser devido a um tra"o de agresso, que a conduPiu aagarrar qualquer coisa que passasse e eu quisesse# omo Zrtemis, oWeeffe fePinfal!vel pontaria e alcan"ou o que tentara conseguir# Em C<, aos noventa e dois anosde idade, OGWeeffe era a Ynica mulher viva a ser inclu!da no =he inner Fart3, umahomenagem em bai%ela de porcelana e# Daurie Disle, Fortrait of an Artist( A Binernnhv nf r,,( rv ) \ashington SquareFressQFocXet BooXsQSimon fScté! gTorX Sn cado em acordo com Seavie? BooXs,C6C1, p# 98# G FC;9

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 bordado, feita para trinta e nove mulheres importantes da hist-ria# O prato de OGWeeffesobressa!a na mesa mais do que qualquer outro prato, simboliPando na opinio dehicago a aspira"o quase sucedida de OGWeeffe de ser totalmente sua pr-pria mulher#<ificuldades psicol-gicas

A deusa Zrtemis passeava pelo seu campo escolhido com alguém de sua pr-priaescolha, faPendo o que lhe agradava# Ao contr'rio das deusas que eram vitimadas,Zrtemis nunca sofreu# ontudo feP ofensas a quem a ofendeu, ou amea"ou quem estavasob sua prote"o# a mesma forma, as dificuldades psicol-gicas que caracteristicamenteesto associadas com mulheres tipo Zrtemis usualmente levam os outros a sofrerem, emveP de traPerem sofrimento a elas pr-prias#

4dentifica"o com Zrtemis2iver como Zrtemis, em persegui"o de um ob)etivo ou enfocada no trabalho, podeser bastante satisfat-rio para a mulher tipo Zrtemis# Esta caracteristicamente pode nosentir car&ncia em sua vida, especialmente se for capaP de investir sua energia

consider'vel no trabalho que tenha um profundo significado para ela# prov'vel quetenha um estilo de vida cheio de movimento, o que ela aprecia# +m lar base no éimportante# 5em o casamento e os filhos so prementes necessidades, no obstante a

 presso da fam!lia e da sociedade, a menos que @era eQou eméter se)am também fortesarquétipos# Embora este)a passando sem a !ntima e comprometida intimidadeemocional, ela tem relacionamentos duradouros de irmo e irm com amigos homens emulheres, e pode apreciar a companhia dos filhos dos outros#<# Disle, idem, p# 98;#C;74dentificar(se comZrtemis modela o car'ter de uma mulher# Ela ento precisa serdesafiada e envolvida em interesses que se)am pessoalmente compensadores# asocontr'rio o arquétipo é contrariado e incapaP de encontrar e%presso adequada, e amulher tipo Zrtemis se sente frustrada e finalmente deprimida# Esta era a situa"o demuitas mulheres tipo Zrtemis no p-s(segunda >uerra .undial, anos de e%plosodemogr'fica, onde elas tentaram inutilmente adaptar(se aos papéis dispon!veis#elembrando o quo destrutiva a deusa Zrtemis poderia ser com os outros, no ésurpreendente perceber que a identifica"o inconsciente de uma mulher com Zrtemis

 possa ser assim e%pressa: através de a"$es que danificam ou ferem outras pessoas# Essas potencialidades negativas so enumeradas nos par'grafos seguintes#

esprePo pela vulnerabilidadeesde que ha)a um elemento de busca de sua parte, a mulher tipo Zrtemis pode ficar

interessada num homem# .as se ele a arrebatar emocionalmente e quiser se casar comela ou tornar(se dependente dela, o arrebatamento da ca"a est' acabado# Além do mais ela pode perder o interesse ou até sentir desprePo por ele, caso ele mostre fraquePa

 por necessitar dela# omo resultado, a mulher tipo Zrtemis pode ter uma série derelacionamentos bem sucedidos apenas enquanto guarda alguma distHncia emocional enem sempre est' dispon!vel# Esse padro pode surgir se uma mulher se identificar como elemento uma(em(si(mesma da deusa virgem e negar sua pr-pria vulnerabilidade enecessidade de outro# Fara mudar, ela deve descobrir que o amor e a confian"a de outra

 pessoa so muito preciosos para ela# Até ento, do ponto de vista do homem, ela é comouma sereia: metade bonita mulher, metade fria e desumana# A analista )unguiana Esther@arding feP algumas

C;

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observa"$es sobre esse aspecto da mulher tipo deusa virgem: A friePa da lua e acrueldade da Gdeusa luaG simboliPam esse aspecto da naturePa feminina# Apesar de suafalta de entusiasmo e de sua imaturidade, em parte talveP devidos à sua grandeindiferen"a, o erotismo impessoal numa mulher muitas vePes atrai um homem#6 Amulher tipo Zrtemis pode se tornar cruel com um homem que a ama, uma veP que no

este)a mais interessada nele# Ela pode re)eit'(lo e trat'(lo como intruso indese)ado#

A raiva destrutiva: o )avali de 'lidonA deusa Zrtemis tinha um aspecto destruidor, simboliPado pelo )avali selvagem, um deseus animais sagrados# 5a mitologia ela desatrelava o destruidor )avali de 'lidon naPona rural quando era ofendida# onforme descrito em BullfinchGs .3tholog3, os olhosdo )avali brilhavam com sangue e fogo, seus p&los erguiam(se como lan"asamea"adoras, suas presas eram como a dos elefantes indianos# O gro em crescimentoera pisado, as vinhas e as oliveiras devastadas, os rebanhos e manadas postos emselvagem confuso pelo advers'rio matador# Esse é um quadro vivido de agitantedestrui"o, met'fora adequada para a mulher tipo Zrtemis em pé(de(guerra# A raiva de

Zrtemis é ultrapassada somente pela de @era# Embora a intensidade do sentimento deambas pare"a semelhante, a dire"o da raiva e a provoca"o diferem# A mulher tipo@era se enfurece com a outra mulher# A mulher tipo Zrtemis fica provavelmente irada6# .# Esther @arding, Os mistérios da mulher# Edi"$es Faulinas, So Faulo,C67, p#C#( .eleager and Atalanta, in Bu[finchGs .3tholog3# @aml3n, !!iddlese%, England,C9, p# C;C#C;<com um homem ou com os homens em geral por deprecia(la ou por falharem ao encararsem respeito alguma coisa que ela valoriPa# For e%emplo, o despertar da consci&nciacom o movimento feminista dos anos <; usualmente levou a mudan"as construtivas#.as, quando muitas mulheres tipo Zrtemis tornaram(se cientes das limita"$es in)ustasda sociedade e das atitudes humilhantes para com as mulheres em geral, elas reagiramcom intensa hostilidade, muitas vePes sem propor"o com uma determinada

 provoca"o# Espectadores prudentes sabiamente sa!am do caminho quando um )avali de'lidon encontrava um porco chauvinista no in!cio dos anos <;_ Além do mais, muitasmulheres também se sentiam ofendidas e podadas pelas mulheres tipo Artemis quesa!am em tumulto depois de tais sess$es de conscientiPa"o# 5o mito do )avali de'lido, a mesma Atalanta que faPia correr @ipVmenes encarou o )avali atacante comuma lan"a na mo# O )avali )' tinha chifrado e matado muitos her-is famosos quehaviam tentado mat'(lo# Seu couro era mais ri)o do que uma armadura# ependia dela

 pVr fim à vida da fera ou ser destru!da# Esperou até que o )avali estivesse quase em cima

dela, feP cuidadosa pontaria, e depois atirou a lan"a num olho, seu Ynico lugarvulner'vel, para acertar o alvo# A raiva destruidora da mulher tipo Artemis pode sercontida apenas pelo que feP Atalanta# A mulher tipo Artemis deve confrontardiretamente sua pr-pria destrutividade# eve v&(la como um aspecto de si mesma aoqual deve pVr fim antes que essa destrutividade a consuma e arruine seusrelacionamentos# Encora)a(se confrontar o )avali interior, pois faP&(lo significa que amulher deve ver quanto mal feP a si pr-pria e aos outros# Ela no pode mais se sentir

 )usta e poderosa# A humildade é a li"o que a faP retornar ao seu ladoC;6humano( ela se torna bem consciente de que também ela é alguém com defeitoshumanos, e no uma deusa vingadora#

4nacessibilidade

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Artemis foi chamada de a distante Artemis# A distHncia emocional é umacaracter!stica da mulher tipo Artemis, que est' to concentrada em seus pr-priosob)etivos e to atenta que falha em notar os sentimentos dos que esto ao seu redor#omo consequ[&ncia de sua falta de aten"o, aqueles que se interessam por sua pessoasentem(se insignificantes e e%clu!dos, e ficam magoados e Pangados com ela# Além

disso, ela deve tomar consci&ncia antes de poder mudar# A esta altura, a mulher tipoArtemis precisa ouvir e considerar o que os outros diPem# Eles por sua veP fariammelhor em esperar até que ela no estivesse concentrada num pro)eto predileto e

 pudesse voltar seu ponto de converg&ncia para eles# Artemis era uma deusa do tipoagora voc& a v&, agora no a v& que podia desaparecer pela floresta, como os animaisselvagens, que algumas vePes podem ser vistos e outras vePes no# Nuando a distHnciaemocional é um efeito colateral inadvertido de intensa concentra"o, um dese)o sincerode permanecer em contato e acess!vel àqueles que importam pode abrandar essatend&ncia#

rueldade

Artemis foi muitas vePes uma deusa cruel# For e%emplo, o ca"ador Actéoninadvertidamente intrometeu(se com ela e perdeu o bom senso de reconhecer que olharestupidamente para uma deusa nua era grande ofensa# Ento Artemis o transformounum veado que foiC;espeda"ado por seus pr-prios ces de ca"a# E quando a convencida 5!obe humilhouDeto, me de Zrtemis e Apolo, os g&meos por sua veP defenderam a honra de Deto, semmiseric-rdia# O desgosto diante dos erros feitos, a lealdade para com os outros, a for"a

 para e%pressar um ponto de vista e a propenso para come"ar a agir podem sercaracter!sticas muito positivas de Zrtemis e de mulheres tipo Zrtemis# .as a crueldadeda puni"o que elas imp$em pode ser apavorante: todos os doPe filhos de 5!obe forammortos pelos arqueiros g&meos de tal forma que ela no tinha nada do que se vangloriar#A falta de miseric-rdia surge muitas vePes quando a mulher tipo Zrtemis )ulga as a"$esdos outros em termos de absoluto preto(no(branco# 5essa perspectiva, no somente umaa"o é toda m' ou toda boa, mas a pessoa que faP tal coisa o é também# Fortanto, amulher tipo Zrtemis sente(se defendida se ela tira desforra ou pune# Ela precisadesenvolver a compai%o e a empatia, que devem vir com a maturidade paradesenvolver essa atitude# .uitas mulheres tipo Zrtemis entram na idade adultasentindo(se autoconfiantes e invulner'veis# com a e%peri&ncia da vida, contudo, suacompai%o pode desenvolver(se à medida que elas também sofrem, so mal )ulgadas oufracassam em algum aspecto# Se a mulher Zrtemis aprende como e%perimentar ser

2ulner'vel e torna(se mais compreensiva* se ela descobre que as pessoas so maiscomple%as do que pensava* e se perdoa aos outros e a si pr-pria por cometer enganos,ento essas li"$es aprendidas a tornaro mais misericordiosa#

A escolha crucial: sacrificar ou salvar 4fig&nia+m Yltimo mito sobre Zrtemis fala de uma escolha significativa para a mulher tipoZrtemis# o mito de 4fig&nia, e a escolha envolve o papel de Zrtemis como salvadorade 4fig&nia ou como causadora de sua morte# 5a hist-ria da guerra de =r-ia, os naviosgregos agrupavam(se no porto grego de Zulis antes de partir para =r-ia# D' a frota ficou

 parada, pois o vento no surgia para enfunar a vela# onvencido de que a calmaria era provocada por um deus, Agam&mnon, o comandante das for"as gregas, consultou o

 profeta da e%pedi"o# O profeta declarou que Zrtemis tinha sido ofendida e que poderiaser acalmada apenas com o sacrif!cio de 4fig&nia, a filha de Agam&mnon# A princ!pio

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WE5T4, #, Deto, Apollon and Artemis# 4n =he >ods ofthe >reeXs, =hames @udson, 5e? TorX, C< /originalmente publicado em C7C1#WE5T4, Warl, A .3thological 4mage of >irlhood: Artemis# 4n 0acing the >ods,org# por James @illman, 4rving, =e%as: Spring, C6;, pp# 8(97#.ATESO5, Fhilip, Artemis# 4n lassical .3tholog3 in Diterature, Art, cmd.usic,

\ile3, 5e? TorX, C<C, pp# C7;(C#.OOE, torn, Artemis and the Fuer# 4nFuerFapers# 4rving, =e%as: Spring, C<, pp#C(I;9#.ADA.+, ené, =he AmaPon Froblem# Spring, C<C, pp# C(IC# O==O, \alter 0#,Artemis# 4n =he@omeric >ods, =hames @udson, 5e? TorX, publicado em acordocom Fantheon BooXs, C<, pp# 6;(;#[email protected]=, D3nda, =he Brother(Sister elationship in .arriage# 4n JournalofAnal3tical Fs3cholog3 I7, n7 9, C6;, pp# C<(87#`AB4SW4E, Fhilip =#, >oddesses in Our .idst# Nuadrant, outono de C<9, pp# 9C(9I#CC7

Atenas: deusa da sabedoria e das artes, estrategista e filha do paiA deusa AtenasAtenas era a deusa grega da sabedoria e das artes, conhecida pelos romanos como.inerva# a mesma forma que Zrtemis, Atenas era uma deusa virgem, dedicada àcastidade e ao celibato# Era ma)estosa e bonita deusa guerreira, protetora de seus her-isescolhidos e de sua cidade homVnima, Atenas# Era a Ynica deusa ol!mpica retratadausando coura"a, com a pala de seu capacete voltada para tr's para mostrar a sua belePa,um escudo no bra"o e uma lan"a na mo# ondiPendo com seu papel como deusa que

 presidiu às estratégias da batalha na época da guerra e às artes domésticas em tempo de paP, Atenas era também apresentada com uma lan"a numa das mos e uma tigela ouuma roca na outra# Era a protetora das cidades das for"as militares, e deusa das tecels,ourives, oleiras e costureiras# Atenas foi creditada pelos gregos ao dar à humanidade asrédeas para amansar o cavalo, ao inspirar os construtores de navios em sua habilidade, eao ensinar as pessoas a faPerem arado, ancinho, canga de boi e carro de guerra# Aoliveira foi seu presente especial a Atenas, um presente que produPiu o cultivo dasaPeitonas#CCAtenas foi freq[entemente retratada com uma coru)a, ave associada com a sabedoria ede olhos proeminentes ( duas de suas caracter!sticas# obras entrela"adas eramapresentadas como um modelo no debrum de sua capa# Nuando Atenas era retratada

com outra pessoa, a outra era invariavelmente alguém do se%o masculino# For e%emplo,era vista perto de `eus na atitude de um guerreiro de sentinela para seu rei# Ou erareconhecida atr's ou ao lado de Aquiles ou de Odisseu, ou principais her-is gregos da4l!ada e da Odisséia#As habilidades bélicas e domésticas associadas com Atenas envolvem plane)amento ee%ecu"o, atividades que requerem pensamento intencional# A estratégia, o aspecto

 pr'tico e resultados tang!veis so indica"$es de qualidades e legitimidade de suasabedoria pr-pria# Atenas valoriPa o pensamento racional e é pelo dom!nio da vontade edo intelecto sobre o instinto e a naturePa# Sua vitalidade é encontrada na cidade* paraAtenas /em contraste com Zrtemis1, a selva deve ser sub)ugada e dominada#

>enealogia e mitologia

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O ingresso de Atenas na companhia dos deuses ol!mpicos foi dram'tico# Ela saltou dacabe"a de `eus como mulher adulta, usando flame)ante égide de ouro, com uma lan"aaguda numa das mos, emitindo um poderoso grito de guerra# Em algumas vers$es seu

 parto assemelha(se a uma opera"o cesariana dolorosa ( `eus foi atormentado por dorde cabe"a torturante origin'ria do parto, e foi a)udado por @efesto, o deus da for)a,

que lhe abriu o crHnio com um machado de dois gumes, dando espa"o para que Atenasnascesse# Atenas considerava(se portadora de um s- genitor, `eus, com quem esteveassociada para sempre# 0oi o bra"oCC<direito de seu pai, a Ynica deusa ol!mpica a quem ele confiou seu raio e égide, s!mbolosde seu poder# A deusa no conheceu sua me, .étis# 5a verdade Atenas parecia no terconsci&ncia de que tinha me# omo relata @es!odo, .étis foi a primeira esposa real de`eus, uma divindade do oceano, que ficou conhecida por sua sabedoria# Nuando .étisestava gr'vida de Atenas, `eus a enganou tornando(a pequenina e a engoliu# 0oi

 profetiPado que .étis teria dois filhos muito especiais: uma filha igual a `eus emcoragem e s'bia resolu"o, e um filho, um rapaP de cora"o totalmente cativante, que se

tornaria rei dos deuses e dos homens#C Ao engolir .étis, `eus contrariou o destino eassumiu o controle dos atributos dela como se fossem seus#Em sua mitologia, Atenas era protetora, conselheira, patrona e aliada de homensher-icos# A lista daqueles a quem a)udou se parece com a dos her-is, quem é quem#Entre eles estava Ferseu, que matou a g-rgona .edusa ( o monstro f&mea que tinhaserpentes como cabelos, garras de bronPe e de olhos arregalados, cu)o olharmetamorfoseava os homens em pedra# Atenas sugeriu a proePa com espelhos, atravésdos quais Ferseu poderia ver o refle%o da g-rgona e evitar encar'(la diretamente# Ento,com sua espada, ele decapitou a .edusa# Atenas a)udou também Jaso e os argonautasna constru"o do navio antes dos mesmos partirem para capturar o velocino de ouro# Eladeu um freio dourado a Belerofonte com o qual ele pVde domesticar o cavalo aladoFégaso, e vir em a)uda de @éracles /o rcules romano1 durante suas doPe tarefas#urante a guerra de =r-ia, Atenas foi muito ativa em defesa dos gregos# uidou de seusfavoritos, especialmente de Aquiles, o mais formid'vel e poderoso dos C# @esiod,=heogon3, !n @esiod# =he +niversit3 of .ichigan Fress, Ann Arbor, .ichigan, C7, p#C<<#CC6guerreiros gregos# Fosteriormente ela a)udou Odisseu /+lisses1, em sua longa viagem

 para casa# Além de patrocinar os her-is individuais e de ser a deusa ol!mpica mais pr-%ima a `eus, Atenas tomou o partido da patriarquia# eu o voto decisivo paraOrestes, na primeira disputa em sala de tribunal da literatura ocidental# Orestes tinha

matado sua me litemnestra para vingar o assass!nio de seu pai Agam&mnon# Apoiofalou em defesa de Orestes: ele alegou que a me era apenas a nutridora da semente plantada pelo pai, proclamou o princ!pio de que o macho predomina sobre a f&mea ecitou como prova o nascimento de Atenas que no nascera do ventre de uma mulher# Ovoto dos )urados foi empatado quando Atenas deu o voto decisivo# Ela tomou o partidode Apolo, libertou Orestes e colocou os princ!pios patriarcais acima das liga"$esmaternas#

 5a mitologia de Atenas apenas uma est-ria bem conhecida envolve o nome de umamulher mortal# Ela é Aracne, a quem Atenas transformou numa aranha# omo deusa dasartes, Atenas foi desafiada numa competi"o de destrePa por uma tecel presun"osachamada Aracne# Ambas trabalharam com rapideP e habilidade# Nuando as tape"arias

ficaram terminadas, Atenas admirou o trabalho impec'vel de sua competidora, masficou furiosa porque Aracne ousou ilustrar as desilus$es amorosas de `eus# 5a

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tape"aria, Deda est' acariciando um cisne uma simula"o para `eus, que tinha entradono dormit-rio da rainha casada disfar"ado de cisne para faPer(lhe a corte# +m outro

 painel era de Hnae, a quem `eus fecundou na forma de um chuvisco dourado* umterceiro representava a donPela Europe, raptada por `eus disfar"ado na forma de umma)estoso touro branco# O tema de sua tape"aria era a ru!na de Aracne# Atenas ficou to

enraivecida do que Aracne representou que rasgou em peda"os o trabalho e induPiuAracne aCCenforcar(se# epois, sentindo pena, Atenas dei%ou Aracne viver, transformando(a emaranha, condenada para sempre a tecer# Observe(se que Atenas, muit!ssimo defensora deseu pai, a puniu por tornar pYblico o comportamento velhaco e il!cito de `eus, mais doque pelo desaforo do pr-prio desafio#

O arquétipo de Atenasomo deusa da sabedoria, Atenas era conhecida por suas estratégias vitoriosas esolu"$es pr'ticas# omo arquétipo, Atenas é seguida pelas mulheres de mente l-gica,

governadas mais pela raPo do que pelo cora"o# Atenas é um arquétipo feminino: elademonstra que pensar bem, manter a calma no ponto mais culminante de uma situa"oemocional e desenvolver boas t'ticas no meio do conflito so tra"os naturais paraalgumas mulheres# =al mulher est' sendo como Atenas, no agindo como um homem#Seu aspecto masculino, ou animus, no est' pensando por ela# Ela est' pensandoclaramente e bem por si mesma# O conceito de Atenas como arquétipo do pensamentol-gico desafia a premissa )unguiana de que o pensar é realiPado por uma mulher atravésde seu animus masculino, que se presume ser diferente do seu ego feminino# Nuandoa mulher reconhece o modo intenso com que sua mente trabalha como uma qualidadefeminina relacionada com Atenas, ela pode desenvolver uma autoimagem positiva, aoinvés de se amedrontar de estar masculiniPada, isto é, impr-pria# Nuando Atenasrepresenta apenas um dos muitos arquétipos ativos numa determinada mulher(em veP deum Ynico padro dominante ( ento esse arquétipo pode ser um aliado das outras deusas#For e%emplo, se ela é motivada por @era a necessitar de um companheiro para se sentircompleta, ento Atenas pode a)udar a avaliar a situa"o e desenvolver uma estratégia

 para conseguir seuCI;homem# Ou, se Zrtemis é a inspira"o direcionada para a sanidade coletiva dasmulheres, o sucesso do pro)eto pode depender da perspic'cia pol!tica de Atenas# 5omeio de uma tempestade emocional, se a mulher puder invocar Atenas como umarquétipo dentro de si mesma, a racionalidade a a)udar' a orientar(se#

A deusa virgemAs qualidades invulner'veis e !ntegras de Zrtemis aplicam(se da mesma forma aAtenas# Nuando Atenas governa a psique da mulher, ela ( como as mulheres que seassemelham a Zrtemis ou @éstia ( é motivada por suas pr-prias prioridades# omo oarquétipo de Zrtemis, Atenas predisp$e a mulher a enfocar aquilo que lhe interessa, emveP de enfocar as necessidades dos outros# Atenas difere de Zrtemis e de @éstia no quediP respeito à deusa virgem que procurava a companhia dos homens# Em veP de separar(se ou retirar(se, ela aprecia estar no meio da a"o e do poder masculino# O elemento dadeusa virgem a a)uda a evitar as complica"$es emocionais e se%uais com os homenscom os quais trabalha intimamente# Ela pode ser companheira, colega ou confidente dos

homens, sem desenvolver sentimentos er-ticos ou intimidade emocional# Atenasemergiu da companhia dos deuses ol!mpicos como adulta completamente desenvolvida#

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0oi retratada em sua mitologia interessando(se por assuntos de conseq[&ncia mundial# Oarquétipo de Atenas representa portanto uma verso de deusa virgem mais velha, maisamadurecida do que Zrtemis# A orienta"o realista de Atenas para o mundo como ele é,sua atitude pragm'tica, sua conformidade aos padr$es adultos /isto é,tradicionalmente recebidos1 e a falta de romantismo ou de idealismo completam essa

impresso de Atenas como o ep!tome do adulto sens!vel#CICA estrategistaA sabedoria de Atenas era a do general distribuindo for"as ou a do magnata de neg-ciosmanobrando com per!cia a competi"o# 0oi a melhor estrategista durante a >uerra de=r-ia# Suas t'ticas e interven"$es ganharam vit-rias para os gregos no campo de

 batalha# O arquétipo de Atenas prospera nas arenas comerciais, acad&micas, cient!ficas,militares ou pol!ticas# For e%emplo, Atenas pode se manifestar na mulher com mestradoem administra"o comercial# Aliada com um mentor poderoso, ela abre caminho para aacenso da corpora"o# A r'pida ascenso de .ar3 unningham à vice(presid&ncia daorpora"o Bendi%, como a talentosa afilhada do presidente e dirigente do conselho,

seguiu um curso de Atenas# Nuando seu relacionamento recebeu aten"o desfavor'vel,ela reinciou para mudar lateralmente para uma importante posi"o com Schenle3, outracorpora"o poderosa e importante# Esta s'bia mudan"a poderia ser considerada oequivalente de um afastamento estratégico e uma a"o decisiva tomada debai%o dofogo# A perspic'cia de Atenas possibilita à mulher avan"ar efetivamente onde quer queas considera"$es pol!ticas ou econVmicas se)am importantes# Ela pode usar suahabilidade de pensar estrategicamente para favorecer seus pr-prios pro)etos, ou comoconsultora(a associada de um homem ambicioso em ascenso# Em qualquer caso, oarquétipo de Atenas governa as mulheres que sabem o que é ser inevit'vel, cu)aintelig&ncia é ligada ao pr'tico e ao pragm'tico, cu)as a"$es no so determinadas pelaemo"o ou dominadas pelo sentimento# com Atenas em sua psique, a mulher lan"a moao que deve ser feito e imagina como alcan"ar o que quer# A diplomacia, que envolveestratégia, poder e manobras enganadoras, é um dom!nio no qual Atenas se sobressai#lare Booth Duce, uma beldade famosa, teatr-loga,CIIcongressista, embai%adora na 4t'lia e general de honra no E%ército dos Estados +nidos,tinha essas qualidades de Atenas# Era admirada e criticada por sua ambi"o e por usarsua intelig&ncia e alian"as para e%plorar o mundo dos homens# Ela era casada comhenr3 # Duce, fundador da revista =ime, um `eus em seu império pr-prio# Aos olhosde seus admiradores, era digna de louvor por sua friePa, embora seus cr!ticos a citemcomo fria e intrigante#I 4gualmente como Atenas é a mulher com um t!tulo de

doutorado que é efetiva na academia# Alcan"ar o posto requer pesquisa, obter publica"o, servir em comit&s, receber concess$es, saber qual é o )ogo e faPer pontos#Fara irem adiante, tanto as mulheres como os homens necessitam de mentores,

 patrocinadores e aliados# A habilidade intelectual apenas no é em geral suficiente* é preciso considera"$es t'ticas e pol!ticas: que assunto ela estuda, ensina ou pesquisa* emque campus ela fi%a resid&ncia* que c'tedra departamental ou de mentor ela escolhe###=udo tem lugar para decidir se ela conseguir' obter privilégios e posi"$es necess'rias

 para se faPer o trabalho# osal3n Talo? é vencedora do pr&mio 5obel em qu!mica porsuas descobertas em radioimunologia /o uso de is-topos radiativos para medirquantidades de hormVnio e outras substHncias qu!micas no corpo1# Fara completar com

 bom &%ito o que feP, osal3n Talo? deve ser uma brilhante Atenas# Ela fala de alegrias

de trabalhar com as mos e o cérebro /combinando os aspectos da sabedoria e dashabilidades de Atenas1# Talo? teve que ser uma forte estrategista para plane)ar as

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seq[&ncias laboratoriais que conduPiram às suas descobertas, uma habilidade quetambém deve t&(la mantido em bom lugar quando carreiras pol!ticas estavamenvolvidas# I# \ilfred Sheed#, lare Booth Duce, utton, 5e? TorX, C6I#CI8As mulheres artess

omo deusa das artes Atenas envolvia(se em faPer coisas que eram ao mesmo tempoYteis e esteticamente agrad'veis# Era muito notada por suas habilidades como tecel,onde as mos e o cérebro devem trabalhar )untos# Fara se faPer uma tape"aria outecelagem, a mulher deve esquematiPar e plane)ar o que far' e depois, fileira por fileira,cri'(la metodicamente# Esse método é uma e%presso do arquétipo de Atenas, que d'&nfase à previso, plane)amento, dom!nio da habilidade e paci&ncia# As habitantes dafronteira que teciam, criavam roupas e faPiam praticamente tudo o que era usado porsuas fam!lias, incorporavam Atenas em seu campo doméstico# Dado a lado com seusmaridos, elas desbravavam a terra da selva, dominando a naturePa conforme eles

 prosseguiam afastando a fronteira Oeste# Sobreviver e ser bem sucedido requeria ostra"os de Atenas#

A filha do paiEnquanto arquétipo da filha do pai, Atenas representa a mulher que tendenaturalmente aos homens poderosos que t&m autoridade, responsabilidade e poder,homens que se a)ustam ao arquétipo do pai patriarcal ou do homem patro# Atenas

 predisp$e as mulheres a formar relacionamentos de mentoras com homens decididosque compartilham de seus interesses e de modos semelhantes de olhar as coisas# Elaconta com dedica"o mYtua# omo a pr-pria Atenas, uma veP que d' a ele seu voto defidelidade, ela se torna a sua mais ardente defensora ou seu bra"o direito, com créditototal para usar bem sua autoridade e proteger as prerrogativas dele# .uitas dedicadassecret'rias e%ecutivas, que devotam suas vidas a seus patr$es, so mulheres tipo Atenas#Sua lealdade para com seus homens escolhidos éCI9inabal'vel# Nuando penso em osemar3 \oods, secret'ria particular de ichard 5i%on,e na oblitera"o dos C6 minutos nas fitas de \atergate, eu me pergunto se no houveum dedinho de Atenas nisso# Sei que teria sido como Atenas ter compreendido asabedoria de livrar(se de tal prova e como Atenas t&(la apagado sem sentir culpa# Aqualidade de filha do pai pode tornar uma mulher tipo Atenas uma defensora dosdireitos e valores patriarcais, que enfatiPam a tradi"o e a legitimidade do podermasculino# As mulheres tipo Atenas comumente mant&m o status quo e aceitam asnormas estabelecidas como linhas mestras de comportamento# =ais mulheres so em

geral politicamente conservadoras# Elas resistem à mudan"a# Atenas tem poucacompai%o pelos mal(sucedidos, oprimidos ou rebeldes# For e%emplo, Fh3llis Schlafl3,uma Fhi Beta Wappa com mestrado em adcliffe, mulher e%traordinariamente bemorganiPada e articulada, conduPiu a oposi"o à Emenda dos ireitos de 4gualdade#Antes da lideran"a da oposi"o, a ratifica"o parecia inevit'vel# 5os primeiros doPemeses de sua vida, um ano antes que Fh3llis Schlafl3 formasse sua organiPa"oS=OFEA, em outubro de C<I, a EA tinha conseguido trinta ratifica"$es# .as, umaveP que conduPiu suas tropas à batalha, ela parou# 5os pr-%imos oito anos, somentemais cinco estados ratificaram, e cinco dos trinta e cinco estados ratificados votaram

 para rescindir sua ratifica"o# Schlafl3, cu)o bi-grafo a chamou de the s?eetheart ofthe silent ma)orit38, é uma Atenas contemporHnea no papel de filha arquet!pica do pai,

defendendo valores patriarcais#

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8# arol 0elsenthal, =he S?eetheart to the Silent .a)orit3: =he Biograph3 of Fh3llisSchlafl3# oubleda3, 5e? TorX, C6C#CI7

O )usto meio(termo

Nuando o arquétipo de Atenas é forte, a mulher mostra uma tend&ncia natural de faPertodas as coisas com modera"o para viver o )usto meio(termo, que era o idealateniense# Os e%cessos so em geral o resultado de sentimentos intensos ou denecessidades ou de uma naturePa apai%onada, )usta, tem!vel, ou cobi"osa, coisas que soantitéticas para a racional Atenas# O )usto meiotermo é também mantido pela tend&nciade Atenas de conduPir acontecimentos, notar efeitos, e mudar um curso de a"o to logoele pare"a improdutivo#

A Atenas encoura"adaAtenas chegou ao cen'rio ol!mpico com espl&ndida coura"a dourada# E, na verdade,estar encoura"ada é um tra"o de Atenas# As defesas intelectuais conservam tal mulher

longe do sofrimento, tanto do pr-prio como o dos outros# 5o meio da agita"oemocional ou cruel luta corpo(a(corpo, ela permanece imperme'vel ao sentimentoenquanto observa, qualifica e analisa o que est' acontecendo, e decide o que far' depois#

 5o mundo competitivo, o arquétipo de Atenas tem indiscut!vel vantagem sobre o deArtemis# A mulher tipo Artemis tem ob)etivos e compete, mas no é encoura"ada, comoa deusa Artemis, que usava uma tYnica curta# Se o arquétipo da mulher é Artemis emveP de Atenas, ela é pessoalmente atingida por qualquer hostilidade ou decep"oinesperada# Fode ficar ferida ou insultada, e pode tornar(se emotiva e menos efetiva# 5amesma situa"o, Atenas avalia friamente o que est' acontecendo#

ultivando AtenasAs mulheres que no so por naturePa como Atenas podem cultivar esse arquétipoatravés da educa"o ou CItrabalho# A educa"o requer o desenvolvimento das qualidade de Atenas# Nuando amulher leva a sério a escola, ela desenvolve h'bitos de estudo disciplinados#.atem'tica, ci&ncias, gram'tica, pesquisa e escrever disserta"$es requerem ashabilidades de Atenas# O trabalho tem efeito semelhante# omportar(seprofissionalmente implica que a mulher se)a ob)etiva, impessoal e habilidosa# Amulher que sente profundamente pelos outros pode ingressar na medicina ou naenfermagem, por e%emplo, descobrir que entrou no territ-rio de Atenas e precisaaprender a observa"o desapai%onada, o pensamento l-gico e certas habilidades# =oda

instru"o estimula o desenvolvimento desse arquétipo# Aprender fatos ob)etivos, pensarclaramente, preparar(se para os e%ames e faPer testes so todos e%erc!cios que evocamAtenas# Atenas pode também desenvolver escapat-ria para necessidades# +ma )ovemnuma fam!lia corrupta pode aprender a esconder seus sentimentos e vestir coura"a

 protetora# Fode tornar(se insens!vel e no estar a par de seus sentimentos porque deoutra maneira no estar' segura# Ela deve aprender a observar e a usar de estratégia parasobreviver# Atenas torna(se ativada em qualquer momento que uma mulher vitimadacomece a plane)ar um meio de sobreviv&ncia ou de fuga# \alter 0# Otto, autor de =he@omeric >ods,9 denominou Atenas de deusa continuamente pr-%ima# Ela se punhaimediatamente atr's de seus her-is e era invis!vel aos outros# Sussurrava conselhos,aconselhava comedimento e lhes dava certa margem de superioridade sobre seus rivais#

O arquétipo de Atenas continuamente pr-%ima precisa ser convidado a se apro%imartoda veP

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9# \alter 0# Otto, Athena, in =he @omeric >ods# =hames @udson, 5e? TorX, emacordo com Fantheon BooXs, C<, p# ;#CI<suas habilidades, mesmo que no tenha sido desencora)ada a entrar para o ramocomercial ou profissional# Nuando a mulher tipo Atenas tem um pai muito diferente de

`eus talveP um fracassado nos neg-cios, alco-latra, poeta sem fama ou novelista inédito( seu desenvolvimento na linha de Atenas é usualmente colocado em situa"odesvanta)osa# Ela pode no aspirar a alcan"ar ob)etivos que poderia desempenhar# E até.esmo quando d' aos outros a impresso de ser bem sucedida, freq[entemente sente(secomo uma impostora que ser' desmascarada# A menos que elas pr-prias se)am mulherestipo Atenas, muitas mes de filhas tipo Atenas sentem(se no apreciadas, ou sentemcomo se suas filhas fossem de uma espécie completamente diferente# For e%emplo,qualquer mulher orientada para os relacionamentos provavelmente encontrar(se(' emfalta de comunica"o com sua filha tipo Atenas# Nuando ela fala sobre as pessoas e osacontecimentos, a filha est' desinteressada# Ao contr'rio, sua filha quer saber comoalguma coisa funciona, e descobre que sua me no tem a mais obscura no"o ou dese)o

de saber# omo resultado de suas diferen"as, a filha tipo Atenas pode tratar sua mecomo uma incompetente# erta me observou que sua filha tinha deP anos e aparentavatrinta# O lema de sua filha parecia ser: Oh, mame, se)a pr'tica_ Esta me continuavaa diPer: Algumas vePes minha filha me feP sentir como se ela fosse adulta e eu fosseuma crian"a retardada_ eve ser igualmente negativa a e%peri&ncia de uma filha tipoAtenas com a me que d' a impresso de haver alguma coisa errada com sua filha# =alme pode comentar, por e%emplo: 2oc& no é mais do que uma m'quina calculadoraou tente fingir que voc& é uma mo"a# A mulher que desenvolve suas qualidades deAtenas e é uma alta realiPadora com auto(estima usualmenteC8;teve pais seguindo o modelo `eus(.étis7 /pai bem sucedido no primeiro plano, medisciplinada no pano de fundo1 e a posi"o de primog&nita na fam!lia# .uitas vePes sua

 posi"o na fam!lia aconteceu por descuido# Ela pode ter sido a Ynica filha ou a maisvelha de diversas meninas# Ou seu irmo pode ter sofrido de debilidade mental ou f!sica,ou ter sido um sério desapontamento para seu pai# omo conseq[&ncia, ela setornou a benefici'ria das aspira"$es de seu pai por um filho e a companheira com quemele compartilha seus interesses# +ma Atenas com auto(imagem positiva, que no temconflitos sobre o ter ambi"o, poderia também ser a filha de pais que e%ercem ambossuas carreiras, ou a filha de uma me bem sucedida# Ela cresce tendo me como modeloe a)uda paterna para ser ela mesma#

Adolesc&ncia e )uventudeAs garotas tipo Atenas olham embai%o das capotas do carro# So daquelas queaprendem como consertar as coisas# So as garotas que nas aulas de computa"oaprendem imediata e animadamente como funcionam as m'quinas e t&m afinidade coma linguagem computa"o# Elas podem ser imediatamente atra!das por um programa decomputa"o, como um pato atra!do pela 'gua, porque pensam linearmente e claramente,dando aten"o aos detalhes# So as garotas que aprendem sobre bolsas de valores, que

 poupam e investem# 7# For e%emplo, as vinte e cinco mulheres bem sucedidas /todaselas ocupando posi"$es de presidente e vice(presidente em firmas nacionalmentereconhecidas1 estudadas por @enning e Jardim se encai%am no modelo de Atenas# Eramfilhas do pai ( filhas que partilharam interesses e atividades com seus bem sucedidos

 pais# 4gual a .étis, que foi engolida por `eus, suas mes eram mulheres cu)a educa"onunca se igualou ou ultrapassou seus maridos* vinte e quatro das vinte e cinco mes

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eram donas de casa, e a vigésima quinta era professora# A rela"o pai(filha eravividamente relembrada como algo de significativo* em troca, a rela"o me(filha eravaga e generaliPada#.argaret @enning e Arme Jardim, hildhood, in =he .anagerial \oman# FocXetBooXsQSimon Scuster, 5e? TorX, C<6, pp# (CC<#

C8C.uitas vePes, uma garota tipo Atenas pensa que a maior parte das garotas so tolas ouidiotas, e%pressando a mesma atitude que os meninos t&m na pré(adolesc&ncia# muitomais prov'vel que uma garota tipo Atenas este)a interessada em classificar um estranhodefeito mecHnico do que ficar alarmada com ele# Ela fica perple%a quando outrasgarotas do respostas infantis# ondiPendo com uma garota que se parece com Atenas,que puniu Aracne, nenhuma aranha que sentar(se ao lado dela assustar' a senhoritaAtenas# A )ovem tipo Atenas pode levar vantagem nos trabalhos de costura, tecelagemou renda feita a mo# Ela pode apreciar v'rias artes e compartilhar esses interesses comsua me ou com outras garotas tradicionalmente inclinadas com as quais ela muitasvePes sente pouco em comum# Ela, mais do que as outras, pode apreciar o desafio de

estabelecer um padro e desenvolver uma habilidade, e pode no estar motivada a ser capaP de faPer roupas de boneca ou coisas bonitas para si pr-pria# Sente praPer noresultado do artesanato# O aspecto pr'tico e uma aprecia"o pela qualidade a motivam afaPer suas pr-prias roupas# As garotas tipo Atenas usualmente no so filhas problema,como muitas outras# As cenas de gritaria e l'grimas esto notavelmente ausentes# Asmudan"as hormonais dificilmente parecem afetar o comportamento ou os modos de talgarota# Ela pode passar seus dias na escola secund'ria com os rapaPes que sointelectualmente iguais a ela# =alveP se inscreva num clube de %adreP, trabalhe noanu'rio da escola ou compita na feira de ci&ncias# prov'vel que goste de matem'tica esobressaia(se nela, ou dedique seu tempo à qu!mica, f!sica ou laborat-rio decomputa"o# Socialmente atentas, as garotas tipo Atenas e%trovertidas usam seus

 poderes de observa"o, observando oC8Ique usar, ou quais alian"as sociais elas deveriam manter# omentam sobre suashabilidades de competirem socialmente, de serem populares e no se envolverememocionalmente# As mulheres tipo Atenas plane)am para o futuro# .uitas pensamconsideravelmente naquilo que iro faPer ap-s a escola secund'ria# Se tal mulher forfinanceiramente capaP de cursar uma faculdade, pensar' sobre as que esto dispon!veis

 para ela, e sabiamente escolher' por si mesma# Até mesmo se sua fam!lia no pudera)uda(la a entrar numa faculdade, em geral encontrar' um modo de conseguir bolsa deestudo ou a)uda financeira# O equivalente feminino de @or'cio Alger é quase sempre a

mulher tipo Atenas# .uitas mulheres tipo Atenas acham a faculdade liberadora# =endoescolhido uma escola que é certa para si, devido às suas ofertas educacionais e àefici&ncia do corpo discente, elas mergulham, mais livres para serem elas mesmas doque fora poss!vel no colégio# As mulheres tipo Atenas escolhem escolas co(educacionais por causa de sua compatibilidade com os homens e a alta estima que t&m

 por eles#

O trabalhoA mulher tipo Atenas pretende faPer alguma coisa de si pr-pria# =rabalha arduamenteem dire"o àquele fim, aceita a realidade tal como ela é e se adapta# Fortanto, os anos deidade adulta lhe so usualmente produtivos# 5o mundo do poder e da realiPa"o, seu uso

da estratégia e do pensamento l-gico mostra parentesco com Atenas# 5o lar, ela sesobressai nas artes domésticas, também dom!nio de Atenas, usando sua mente pr'tica e

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olho estético para dirigir uma ordem doméstica eficiente# Se uma garota tipo Atenastiver que ir diretamente da escola secund'ria para o trabalho, muitas vePes ela seC88

 prepara para essa necessidade freq[entando cursos de assuntos educacionais eassumindo empregos de vero que apresentem boas oportunidades# As mulheres tipo

Atenas no brincam de inderela e no esperam ser salvas pelo casamento# 0antasiarque algum dia meu pr!ncipe vir' é estranho para o estilo da mulher tipo Atenas# Se secasa e dirige uma fam!lia, ela é usualmente uma administradora eficiente# Se)a paracompras, lavanderia ou governanta, ela tem um sistema que funciona# 5a coPinha, pore%emplo, tudo est' provavelmente no lugar# 5inguém precisa ensinar a mulher tipoAtenas sobre um organograma, pois a organiPa"o lhe vem naturalmente# Ela plane)a ascompras para a semana seguinte e plane)a as refei"$es para faPer -timo uso da

 pechincha# A mulher tipo Atenas acha desafiadoras as tarefas de viver dentro de umor"amento empregar bem o dinheiro# A mulher tipo Atenas pode ser uma professorae%traordin'ria# E%plica claramente e bem# Se o assunto requer informa"o precisa, ela écapaP de domin'(lo# Sua especialidade deve ser e%plicar procedimentos comple%os que

 progridem gradualmente# A professora tipo Atenas é provavelmente uma das maise%igentes# daquelas que no aceitam desculpas e esperam o m'%imo desempenho#

 5o se dei%a levar por est-rias tristes nem d' notas imerecidas# ' o melhor de si paraos alunos que a desafiam intelectualmente# 0avorece os alunos que trabalham bem e

 passa mais tempo com eles do que com os que ficam para tr's, ao contr'rio da maternal professora tipo eméter, que d' mais de si para aqueles que necessitam de a)uda# omoartista, a mulher tipo Atenas faP ob)etos funcionais que agradam esteticamente#=ambém tem tino comercial e, portanto, lhe interessa mostrar e vender seu trabalho,tanto quanto faP&(lo# .ane)a bem as mos e,C89qualquer que se)a sua habilidade, orgulha(se de dominar a habilidade requerida e doacabamento de seu produto# Fode faPer com praPer varia"$es do mesmo ob)eto# Amulher tipo Atenas num setor acad&mico é provavelmente uma pesquisadoracapacitada# com sua maneira l-gica de abordar e a aten"o para os detalhes, torna(senatural para ela faPer e%peri&ncias ou coligir dados# Seus campos de interesse sousualmente aqueles que valoriPam a clarePa do pensamento e o uso da evid&ncia# Elatende a ser boa em matem'tica e ci&ncias, e pode partir para o comércio, advocacia,engenharia, ou medicina, profiss$es tradicionalmente masculinas, ramos em que sesente bastante confort'vel como uma das poucas mulheres no setor#

 elacionamento com mulheres: distante ou evitado

A mulher tipo Atenas em geral tem falta de amigas !ntimas, um padro que deve ter sidoobservado na época da puberdade, quando ela no formava elos com os melhoresamigos, ou até mesmo antes# 5a adolesc&ncia muitos amigos compartilham seus medos,segredos misteriosos e saudades, e também a ansiedade sobre a modifica"o de seuscorpos, problemas com os pais e futuro incerto# 4nteresses pelos rapaPes, se%o e drogasso as ansiedades prim'rias para algumas garotas# Outras esto no meio de revoltas

 poéticas ou criativas, ou preocupadas com pensamentos a respeito da morte, insanidade,misticismo ou conflito religioso# =odos so t-picos a serem discutidos com amigos quet&m interesses semelhantes, no com um observador sem romantismo ou racionalistacético, tal como a )ovem Atenas# Além do mais, na mitologia grega, certa veP Atenasteve uma amiga que era como irm, chamada lodama ou Falas# A duas estavam

envolvidas num )ogo competitivo, terminando mortalmente quando a lan"a de AtenasC87

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acidentalmente atingiu e matou sua amiga# +ma verso da origem do nome FalasAtenas é o da homenagem à sua amiga# omo no mito, se a falta de empatia da )ovemAtenas no mata seu potencial de amiPade com outras )ovens, sua necessidade de vencer

 pode faP&(lo# 5a vida real, a mulher amiga pode tornar(se intimidada quando suacompanheira tipo Atenas se esquece da importHncia de seu relacionamento e se

concentra no vencer, algumas vePes até mesmo pela decep"o, revelando um lado desua personalidade que mata a amiPade# +ma falta de afinidade com outras mulherescome"ou na infHncia com a admira"o pelos pais ou afinidade com eles, eQou com adessemelhan"a de personalidade e intelecto entre elas e suas mes# Essa tend&ncia entose )unta a uma falta de amiPades femininas !ntimas# omo conseq[&ncia, as mulherestipo Atenas no se sentem como irms e se e%asperam com outras mulheres# Elas no sesentem parecidas nem com as mulheres tradicionais e nem com as feministas, com asquais elas podem talveP se assemelhar, especialmente quando so mulheres de carreira#A irmandade, portanto, é um conceito estranho a muitas mulheres tipo Atenas# 5amitologia, Atenas deu o voto decisivo para o patriarcado no processo de Orestes# 5ostempos contemporHneos, tem sido muitas vePes uma mulher tipo Atenas que, ao falar

contra a a"o afirmativa, a Emenda dos ireitos de 4gualdade /EA1 e o direito aoaborto, foi decisiva para vencer a posi"o feminista# Dembro(me de quo efetiva foiAtenas quando fui uma patrocinadora da EA# A mulher tipo Atenas erguer(se(ia parafalar com tal e%clama"o: Sou mulher e sou contra a EA_ E na maior parte os dose%o masculino e mormente a silenciosa oposi"o Pombaria por tr's dela# A cadamomento ela era a equivalente local de Fh3llis Schlafl3 no seu papel de defensora do

 patriarcal status quo e em sua costumeiraC8

 posi"o de mulher(colega com quem os homens se sentiam mais à vontade# A est-ria deAracne, a tecel que foi transformada em aranha por Atenas por ousar tornar pYblicas assedu"$es e viola"$es de `eus, é outro mito com paralelos contemporHneos# +maestudante ou secret'ria podem registrar uma quei%a de hostilidade se%ual contra seu

 professor ou empregador# +ma filha pode revelar incesto na fam!lia e suscitar aten"ohostil para o comportamento de seu pai /muitas vePes proeminente1# Ou uma paciente

 pode relatar que seu psiquiatra agiu sem ética tendo rela"$es se%uais com ela =almulher, como Aracne, é uma qualquer que p$e em perigo o comportamento de umhomem poderoso que em particular tira proveito de sua posi"o dominante paraintimidar se%ualmente, seduPir ou desarmar as mulheres vulner'veis# A mulher tipoAtenas est' freq[entemente Pangada com a mulher que se quei%a, mais do que com ohomem contra o qual é feita a quei%a# Ela pode culpar a v!tima feminina por provocar oacontecimento# Ou, mais tipicamente, como a pr-pria deusa, ela fica enraivecida porque

a mulher tornaria pYblica uma a"o que submete o homem à cr!tica# As feministasreagem com raiva às bem sucedidas carreiras das mulheres Atenas# Estas, de um ladodefendem o status quo, posi"$es patriarcais em decis$es pol!ticas envolvendo asmulheres e, por outro lado, parecem obter os maiores benef!cios da influ&nciaa dosmovimentos das mulheres na educa"o, oportunidades e progresso# A primeira mulher ater acesso ou reconhecimento numa situa"o dominada pelo se%o masculino, muitasvePes é aquela que as feministas descrevem como a abelha rainha# =ais mulheres noa)udam suas irms a progredir# 5a verdade, elas podem tornar o progresso geral maisdif!cil#C8<elacionamento com homens: somente os her-is t&m veP A mulher tipo Atenas sente(se

atra!da pelos homens bem sucedidos# 5a faculdade ela tende àquele que é a sumidadeno departamento# 5as firmas é atra!da para o homem em ascenso e que ser' um dia o

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cabe"a da corpora"o# Ela tem cautelosa habilidade de designar de antemo osvencedores# atra!da pelo poder, ou procura(o por si mesmo, muitas vePes com oau%!lio de um mentor bem sucedido e mais velho ou, mais tradicionalmente, comocompanheira, esposa, secret'ria e%ecutiva, ou aliada de um homem ambicioso ecapacitado# Fara as mulheres tipo Atenas, como o antigo Secret'rio de Estado @enr3

Wissinger observou, o poder é o melhor afrodis!aco# As mulheres tipo Atenas no t&m paci&ncia com pessoas idiotas# Elas so impacientes com os sonhadores, no seimpressionam com homens que esto em busca de alguma coisa relativa a qualqueroutro mundo e no simpatiPam com os homens que t&m compai%o demasiada na horade agir decisivamente# 5o consideram como pessoas romHnticas os poetas que passamfome, nem so fascinadas por eternos adolescentes disfar"ados de adultos# Fara amulher tipo Atenas bom cora"o, neur-tico, ou sens!vel so ad)etivos paradescrever os perdedores# Em rela"o aos homens, somente os her-is t&m veP# Amulher tipo Atenas usualmente escolhe seu homem# Ela pode faPer isso recusandoencontro marcado ou oportunidades de trabalho com homens que no satisfaPem seus

 padr$es de sucesso ou potencial para o sucesso* ou pode enfocar a mira num

determinado homem com sutil estratégia para que ele permane"a inconsciente,acreditando que foi ele quem a escolheu# com o mesmo senso de oportunidade de umanegociadora sens!vel que conhece seu homem, ela pode ser aquela que traP à baila oassunto do casamento ou de uma alian"a de trabalho#C86Se escolher tornar(se sua protegida nos neg-cios ou secret'ria, encontra oportunidade

 para impression'(lo com suas capacidades e rigoroso trabalho# +ma veP na pro%imidadedele, luta por tornar(se indispens'vel a ele, papel que, uma veP conquistado, lhe de igualsatisfa"o emocional e satisfa"o de trabalho# Ser uma office(?ife ou segundamandat'ria d' à mulher tipo Atenas sentimento de poder e afilia"o a um grandehomem escolhido, a quem ela deve devotar lealdade por toda a vida# A mulher tipoAtenas adora discutir a estratégia e ser informada do que acontece por tr's da cena# Seuconselho e delibera"o podem ser bastante perceptivos e Yteis, tanto quanto

 potencialmente desumanos# Ela valoriPa os homens que vo atr's do que elas querem,que so fortes e possuem muitos recursos# Fara algumas mulheres tipo Atenas, quantomais parecido ao astuto Odisseu seu homem vier a ser, tanto melhor#

Se%ualidadeA mulher tipo Atenas tem opinio pr-pria e freq[entemente no est' a par de seu corpo#onsidera o corpo uma parte utilit'ria de si mesma, e no toma consci&ncia dele até queele fique doente ou ferido# =ipicamente, ela no é uma mulher sensual ou se%3, nem é

dada ao flerte ou ao romantismo# Ela gosta dos homens como amigos ou mentores, eno tanto como amantes# iferentemente de Artemis, raramente considera o se%o umesporte ou uma aventura recreativa# omo a mulher tipo Artemis, ela precisa deAfrodite ou de @era como arquétipos ativos para que a se%ualidade se torne umae%presso de atra"o er-tica ou compromisso emocional# aso contr'rio, o se%o é umaspecto de um acordo inerente numa liga"o particular, ou é um ato calculado# Emqualquer caso, uma veP que resolva ser se%ualmente ativa ela aprende habilidosamentecomo faPer amor#C8A mulher tipo Atenas freq[entemente permanece celibat'ria por longos per!odos na suavida de adulta, enquanto enfoca seus esfor"os na carreira# Se for uma devota secret'ria

e%ecutiva ou assistente administrativa de um grande homem escolhido, ela pode permanecer uma office(?ife celibat'ria# Se a mulher permanece identificada com

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Atenas, sua atitude com respeito à se%ualidade pode ser apro%imadamente a mesma quecom outras fun"$es corporais alguma coisa que é feita regularmente e que é bom paraela# E também parte de seu papel como esposa# Atenas parece bem representada entre asmulheres lésbicas, ao contr'rio do que se poderia esperar, dado as lealdades patriarcaisda mulher tipo Atenas, a afinidade com os her-is e a falta de sentimento fraternal# A

mulher tipo Atenas e lésbica tem a tend&ncia de ter uma parceira parecida com ela# Elas podem ser ambas mulheres profissionais, altas realiPadoras que come"aram comocolegas antes de se tornarem amantes# Em suas liga"$es, as mulheres tipo Atenas elésbicas podem admirar as qualidades e o sucesso her-icos da outra ou podem seratra!das para o intelecto da outra# O companheirismo e a lealdade, mais do que a pai%o,as mant&m )untas* o se%o entre elas pode decair até desaparecer# prov'vel quemantenham a naturePa homosse%ual de suas rela"$es oculta dos outros# A liga"o delasé muitas vePes duradoura, sobrevivendo às separa"$es causadas pelas e%ig&ncias dacarreira#asamentoNuando as mulheres no tinham muita oportunidade de serem bem sucedidas em suas

 pr-prias carreiras, muitas mulheres tipo Atenas faPiam bons casamentos# asavam(secom homens que trabalhavam muit!ssimo e os respeitavam# Outrora, como ho)e, é mais

 prov'velC9;que o casamento da mulher tipo Atenas se)a mais uma parceria amistosa do que umaunio apai%onada# As chances so de que ela tenha penetrado no interior dele com

 bastante esmero e que eles se)am bastante compat!veis# Ela é sua aliada e companheira,uma esposa vitalmente interessada em sua carreira ou neg-cios, que plane)aminuciosamente a estratégia sem ele sobre como progredirem e trabalhar' ao seu ladose necess'rio# omo Atenas, que refreou o enraivecido Aquiles quando ele estava paraatacar seu chefe Agam&mnon, ela pode também sabiamente impedi(lo de uma a"o

 precipitada ou impulsiva# Se o marido for mais velho e bem estabelecido na época docasamento, envolvido em negocia"$es muito complicadas e sofisticadas ou técnicas, o

 principal papel de uma esposa tipo Atenas ser' o de ser sua aliada social# Sua tarefaento é ser um componente social, para entreter bem e ser seu bra"o direito ao manterimportantes alian"as sociais# Além de aconselhar seu marido ou tratar do entretenimento

 para o progresso de sua carreira, ele dirige o lar e suas atividades de modo muitocompetente# Acha f'cil acompanhar o curso do or"amento e das tarefas, dada a suaaten"o ao detalhe e à maneira pr'tica de abordar# Ela também gera e cria os filhos ouherdeiros como parte da parceria# A comunica"o entre a esposa tipo Atenas e seumarido sobre os acontecimentos é em geral e%celente# .as a comunica"o a respeito

dos sentimentos pode praticamente no e%istir, ou porque ele menosprePa ossentimentos, como ela, ou porque aprendeu que ela no entende de sentimentos# Asmulheres tipo @era e as mulheres tipo Atenas so atra!das por homens de poder eautoridade, como `eus# ontudo, o que elas esperam dele e a naturePa daC9Crela"o que cada uma tem com ele é amplamente diferente# A mulher tipo @eratransforma o homem num deus pessoal, respons'vel por satisfaP&(la ( o afeto que elasente por ele é uma cone%o profunda, instintiva# Nuando informada de que ele é infiel,sente m'goa no cora"o e se enraivece com a outra mulher, que assume grandeimportHncia aos seus olhos# Em contraste, a mulher tipo Atenas é praticamenteimperme'vel ao ciYme se%ual# Ela v& seu casamento como uma associa"o mYtua

vanta)osa# +sualmente d' e espera lealdade, que ela pode no equacionar com fidelidadese%ual# =ambém acha dif!cil acreditar que ser' substitu!da por uma atra"o passageira#

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0ilhosomo me, a mulher tipo Atenas no v& a hora de seus filhos chegarem à idade em queela poder' falar com eles, )untos faPerem pro)etos, e lev'(los a ver o que h' para servisto# Ela é o oposto de uma eméter me da terra, que instintivamente procura serme, adora carregar os beb&s e dese)a que eles )amais cres"am# A mulher tipo Atenas,

ao contr'rio, alugaria um ventre se isso fosse poss!vel, contanto que ela pudesse estarcerta do parentesco da crian"a# E ela usa mes substitutas, contratando empregada e pa)ens para tomar conta das crian"as# A me tipo Atenas brilha quando tem filhoscompetitivos, e%trovertidos e intelectualmente curiosos# Eles so seus nascentes her-isainda em forma"o, que aproveitam sua habilidade de ensinar, aconselhar, inspirar ee%ort'(los a se sobressa!rem# Ela est' apta a refor"ar o comportamento masculinoestereotipado em seus filhos, dando(lhes cedo a mensagem de que homens fortes nochoram#C99As mes tipo Atenas também se do bem com as filhas que, como elas, so filhasindependentes que compartilham a maneira l-gica de abordar de suas mes# =ais

mulheres podem ser modelos e mentoras para filhas que so como elas mesmas#Algumas mes tipo Atenas, contudo, t&m filhas que so bem diferentes delas mesmas#=ais filhas, por e%emplo, podem ser por naturePa mais interessadas no que as pessoassentem do que no como as coisas funcionam, e podem no ser positivas ou intelectuais#com uma filha tradicional, a me tipo Atenas se d' menos bem# Ela pode ser divertida etolerante para com uma filha que é diferente dela# Ou pode no faPer caso da filha efavorecer um filho# e qualquer modo, a filha sente distHncia emocional e que no évaloriPada pelo modo como ela é# A mulher tipo Atenas acha dif!cil lidar com filhos oufilhas que so facilmente tocados pelos sentimentos# A situa"o é mais dif!cil, é claro,

 para as crian"as# Se elas aceitam seus padr$es, provavelmente vo crescerdesvaloriPando(se por serem crian"as choronas, e por serem hipersens!veis comoquando adultas# Sua mente pr'tica também a torna impaciente com a crian"a sonhadora,que vive a fantasiar# A me tipo Atenas espera que seus filhos fa"am o que se esperadeles, superando os acontecimentos que evocam emo"o em suas vidas, e serem bonssoldados, como ela pr-pria#A meia(idade0req[entemente a mulher tipo Atenas acha que a meia(idade é a melhor época de suavida# com sua habilidade de ver as coisas como elas so, ela raramente tem ilus$es aserem desencantadas# Se tudo sai de acordo com o plano, sua vida desenvolve(se demaneira ordenada#C97

 5a meia(idade, a mulher tipo Atenas usualmente no se apressa em avaliar sua situa"o#Ela reconsidera todas as op"$es e depois faP transi"o positivamente ordenada para afase seguinte# Se o trabalho for seu interesse fundamental, ela est' no meio da carreira, e

 pode agora ver a sua tra)et-ria: a que altura ela pode se elevar, quo segura é a suasitua"o, para onde a afinidade com um mentor pode lev'(la# Se ela for me, como seusfilhos )' cresceram, provavelmente assumiu pro)etos aos quais pode devotar maistempo, uma veP que as crian"as precisam menos dela# ontudo, a meia(idade para amulher tipo Atenas pode inesperadamente se transformar numa crise# Ela pode se acharno meio de uma crise con)ugal que pode agitar sua serenidade e e%pV(la a sentimentosmais profundos# 0req[entemente as crises do marido fomentam as dela# O casamentoamig'vel, que foi uma alian"a bem sucedida para ambos, pode agora se tornar

insatisfat-rio para ele# Ele pode agora sentir a falta de pai%o em seu casamento e sentir(se atra!do por outra mulher que o e%cita romHntica e eroticamente Se a mulher

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 permanece verdadeira à sua naturePa de Atenas, sua resposta ser' ag[entarsensivelmente# ontudo, na meia(idade outras deusas so mais facilmente ativadas, e

 pela primeira veP na vida ela pode reagir imprevisivelmente# A menopausa no é motivode pesar, porque ela nunca definiu a si mesma em primeiro lugar# 5em a )uventude ou a

 belePa so essenciais para a auto(estima da mulher tipo Atenas, que tem por base sua

intelig&ncia, compet&ncia e muitas vePes a indispensabilidade# For essa raPo, o tornar(se velha no é uma perda para muitas mulheres tipo Atenas# Ao contr'rio, por estar mais poderosa, Ytil ou influente em sua meia(idade do que enquanto na adolesc&ncia, suaconfian"a e bem(estar podem ainda ser acentuados durante esses anos, quando outrasC9mulheres esto ansiosas pelo fato de parecerem mais velhas e menos dese)'veis#

A velhiceA mulher tipo Atenas muda muito pouco durante décadas# Ela permanece pela vidaafora uma mulher ativa, pr'tica, que p$e mo à obra, primeiro no lar e no trabalho, edepois muitas vePes como volunt'ria na comunidade# Ela é sempre uma patrocinadora

de institui"$es tradicionais, mais provavelmente daquelas positivamente conservadoras#A mulher casada tipo Atenas das classes média e alta é o suporte das obras de caridadevolunt'rias e das igre)as# Ela a)uda a dirigir au%!lios hospitalares, institui"$es decaridade e ruP 2ermelha, tornando(se mais not'vel quando fica mais velha# Nuando osfilhos crescem e mudam, a mulher tipo Atenas no lamenta o ninho vaPio# Agora elatem tempo para mais pro)etos, estudos ou trabalhos que ela aprecia# +sualmente suasafinidades com os filhos adultos so af'veis# Forque ela os encora)ou a seremindependentes e auto(suficientes e nunca foi intrusa nem encora)ou a depend&ncia, amaioria de seus filhos e netos no t&m problemas com ela# Eles usualmente a respeitame gostam dela# Embora muitas vePes no demonstre e no e%terioriPe muito sentimento,mantém o contato familiar e a comunica"o sobre os acontecimentos e, ao mesmotempo, mantém as comemora"$es familiares e as tradi"$es# 5os anos mais avan"ados,muitas mulheres tipo Atenas tornam(se respeit'veis pilares da comunidade# Algumas

 poucas tornam(se mulheres ocupadas com neg-cios e so ridiculariPadas por faPerem perguntas oportunas nas reuni$es de acionistas# Elas no sero desconcertadas pelocontra(senso de outras pessoas ou pelo pensamento confuso, e a persist&ncia delas éespecialmente irritante para os homens que e%ercem autoridade#C9<Nuando a viuveP chega, a mulher tipo Atenas usualmente )' a antecipou# A mulher tipoAtenas sabe que a e%pectativa de sua vida é mais longa do que a de um homem e,

 porque deve ter(se casado com um homem mais velho do que ela, no é pega desavisada

ou despreparada pela viuveP# Ela é a viYva que administra seu pr-prio dinheiro, queinveste na bolsa de valores, que d' continuidade aos neg-cios da fam!lia ou ao seu# Amulher tipo Atenas viYva ou solteirona freq[entemente mora soPinha, embora mantenhavida ativa e ocupada# Sua qualidade de deusa virgem uma(em(si(mesma é apropriada

 para ela em seus Yltimos anos, quando é auto(suficiente e ativa, como quando era )ovem#

ificuldades psicol-gicasA mulher tipo Atenas racional nunca perde a cabe"a, cora"o ou autocontrole# Ela viveo meio(termo ideal e no é esmagada pela emo"o ou pelos sentimentos irracionais#.uitas das outras deusas /e%ceto @éstia1 desencadearam suas emo"$es nos outros e

causaram sofrimento, ou foram vitimadas e sofreram# As mulheres que so como elast&m da mesma forma potencial para causarem sofrimento ou para sofrerem# Atenas é

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diferente: é invulner'vel, indiferente às emo"$es irracionais ou opressivas, e suas a"$esso mais deliberadas que impulsivas# esde que a mulher que se assemelha a Atenascompartilha seus atributos, ela também no se torna v!tima dos outros e nem de suas

 pr-prias emo"$es# Seus problemas originam(se de seus pr-prios tra"os detemperamento, por usar a coura"a psicologicamente# O desenvolvimento unilateral

 pode deslig'(la dos aspectos de si mesma que necessitam crescer#

4dentifica"o com Atenas: 2iver como Atenas significa viver inteligentementeC96e agir premeditadamente no mundo# A mulher que age assim leva uma vida unilateral evive para o seu trabalho# Ainda que aprecie a companhia de outros, tem falta deintensidade emocional, atra"o er-tica, intimidade, pai%o ou &%tase# Ela também é

 poupada do profundo desespero e sofrimento que podem acompanhar as liga"$es comos outros ou a necessidade deles# A e%clusiva identifica"o com a racional Atenasdesliga a mulher de toda a cadeia e intensidade da emo"o humana# Seus sentimentosso bem modulados por Atenas, limitados ao meio(termo# Ento ela se desliga da

empatia com os profundos sentimentos de qualquer outra pessoa, de ser afetada pela arteou pela mYsica que e%pressa sentimentos intensos, e de ser persuadida pela e%peri&nciam!stica# Agindo intelectualmente, a mulher tipo Atenas perde a e%peri&ncia de realiPar(se na !ntegra quanto a seu corpo# Ela sabe pouco sobre sensualidade# Atenas mantém amulher acima do n!vel instintivo, e portanto ela no sente a for"a total dos instintosmaternais, se%uais, ou procriativos# Fara desenvolver(se além de Atenas, a mulher

 precisa desenvolver outros aspectos de si mesma# Ela pode faPer isso gradualmente, secompreender que Atenas a limita e se for receptiva às perspectivas dos outros# Nuandoas pessoas falam de emo"$es e de e%peri&ncias que so profundamente significativas edesconhecidas dela, ela precisa faPer esfor"o para imaginar sobre o que esto falando#Frecisa reconhecer que suas demandas pela comprova"o e seu ceticismo a distanciamdos outros e de seu potencial, até agora no desenvolvido para a profundePa espiritual eemocional# A mulher tipo Atenas algumas vePes cresce além de Atenas inesperada outraumaticamente, sob a presso das circunstHncias que a inundam de sentimentos doinconsciente# For e%emplo, sua filha pode ficar amea"adaC9

 por uma doen"a ou ser ofendida por alguém# Se um instinto protetor surgir de suas profundePas arquet!picas, que é to feroP quanto ao de uma enfurecida me ursa, eladescobre que este aspecto de Zrtemis é parte dela# Ou se seu casamento amig'vel éamea"ado por outra mulher, ela pode ser tomada pelos sentimentos magoados evingativos de @era, em veP de permanecer a racional Atenas, vivendo seu dia(a(dia# Ou

ela pode tomar uma droga e ficar mergulhada num estado alterado de consci&ncia quecausa medo ou a assusta#

O efeito medusaA mulher tipo Atenas tem habilidade para intimidar os outros e afastar aespontaneidade, a vitalidade e a criatividade das pessoas que no so como ela# Este éseu efeito medusa# Em seu peitoral, a deusa Atenas usava um s!mbolo de seu poder ( aégide, uma pele de cabra decorada com a cabe"a de >-rgona, a cabe"a da .edusa# Estaera um monstro com serpentes ao invés de cabelo, cu)a apar&ncia terr!vel transformavaem pedra qualquer pessoa que olhasse para ela# A >-rgona é também um aspecto damulher tipo Atenas# .etaforicamente, ela também tem o poder de desvitaliPar a

e%peri&ncia dos outros, de esfriar a conversa e transformar uma rela"o num quadroest'tico# Através de seu enfoque nos fatos e detalhes, sua necessidade de premissas

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l-gicas e racionalidade, ela pode transformar uma conversa numa e%posi"o seca echeia de detalhes# Ou pode ser devastadoramente insens!vel e portanto mudardramaticamente a atmosfera, de profundamente pessoal para superficial e distante# comsua atitude cr!tica e perguntas dissecadoras, a mulher tipo Atenas pode no intencional einconscientemente rebai%ar a e%peri&ncia sub)etiva de outra pessoa# Ela pode

C7;no ter empatia quanto aos pontos de debate espirituais ou morais que outrosconsideram de importHncia vital, intolerante aos problemas que as pessoas t&m em seusrelacionamentos e cr!tica de qualquer fraquePa# =al falta de empatia é destruidora#Nuando a ocasio é meramente social, esse desvitaliPante efeito medusa podesimplesmente entediar ou enfurecer# ontudo, quando a mulher tipo Atenas est' numa

 posi"o de autoridade e )ulgamento, ela pode se voltar ao total poder da medusa>-rgona para amedrontar e petrificar# For e%emplo, ela pode estar conduPindo umaentrevista crucial com sérias conseq[&ncias# Nuando uma pessoa é e%aminada peloolhar g-rgona de Atenas, ele ou ela sente(se sob uma lente de aumento de uma menteanal!tica, impessoal, cu)as perguntas parecem infle%ivelmente dirigidas a descobrir

falhas# onfrontado o que sente com um intelecto dissecante e um cora"o de pedra, a pessoa pode sentir(se transformada em pedra# erta veP uma de minhas colegasdescreveu a desafortunada e%peri&ncia de encontrar a medusa >-rgona em uma reuniode avalia"o de carreira# Ora, essa colega é uma terapeuta que trabalha muito bem com

 pacientes seriamente perturbados# 4ntuitivamente capaP de compreender o significadosimb-lico e as emo"$es que se achem por tr's do comportamento irracional, ela age

 belamente com os pacientes# ontudo, descrevendo uma entrevista com certa mulhertipo Atenas, ela disse: eu um branco em minha mente# Eu estava por um momentoliteralmente muda, no podia pensar direito ou encontrar palavras### 5o me sa! nada

 bem# .ais freq[entemente do que o usual, quando uma pessoa sente(se transformadaem pedra pelo olhar perscrutador e )ulgamental de alguém que tem o poder de destruir oavan"o de uma carreira ou possibilidade educacional, esse alguém é um homem quesustenta o arquétipo de `eus e usa a égide#C7C.as, como as mulheres esto ganhando mais acesso ao poder, a égide pode ser

 progressivamente usada pelas mulheres# E se esto agindo como Atenas, elas bem podem ter um efeito medusa# 0req[entemente a mulher tipo Atenas que est' provocandoo efeito medusa é inconsciente do seu poder negativo# 5o é sua inten"o intimidar eaterroriPar# Ela est' simplesmente faPendo bem seu trabalho, enquanto ela o v& (coligindo os fatos, e%aminando as premissas, desafiando como o material é estruturadoe mantido pela evid&ncia# .as sem saber ela pode estar cumprindo a observa"o de>oethe de que n-s assassinamos quando dissecamos# com sua atitude ob)etiva e

quest$es incisivas, ela desprePa esfor"os para criar comunica"o# Fortanto ela mata o potencial da verdadeira comunica"o, no qual a ess&ncia de qualquer assunto, ou a almada pessoa, pode ser compartilhada# Ms vePes falo com uma paciente que é puramenteintelectual na maneira de abordar, que me d' um relat-rio real de sua vida, um relat-riode conhecimentos sem emo"o, dei%ando de lado os sentimentos# escobri que devofaPer um esfor"o para permanecer relacionada com ela, lutando para superar o tédio

 produPido quando no h' vida, nenhuma intensidade de sentimento ligada ao queaconteceu# O que é sem vida nela tem efeito entorpecedor em mim# Nuando me sintotornando(me pedra, ( reconhe"o imediatamente que este é um problema que ela traP

 para todo relacionamento# E por isso que sua vida necessita de intimidade e ela est'muitas vePes solit'ria# Nuando a mulher est' metaforicamente usando a coura"a de

Atenas com a égide da medusa em seu peito, ela no est' mostrando qualquervulnerabilidade# Suas bem coura"adas /usualmente intelectuais1 defesas levantadas e

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sua autoridade e olhar fi%o e cr!tico mant&m os outros numa distHncia emocional# Se forassombrada pelo efeito medusa nosC7Ioutros, a mulher tipo Atenas faria melhor se lembrasse que a coura"a da >-rgona eraalguma coisa que Atenas vestia e que poderia tirar# a mesma forma, se a mulher tipo

Atenas tira sua coura"a e escudo, ela no mais ter' o efeito medusa# Seu efeitomedusa acaba quando ela no mais se p$e a )ulgar os outros, interiormente clamandoautoridade para validar ou invalidar o modo como as outras pessoas sentem ou pensamou vivem# Nuando ela se torna ciente de que tem alguma coisa a aprender com as outras

 pessoas e a compartilhar com elas, e portanto é envolvida como uma igual, ela ter'mudado sua coura"a de >-rgona e seu efeito medusa#

AstYcia: fa"a o que funcionaA mulher tipo Atenas com um ob)etivo a alcan"ar ou um problema a resolver lida quaseque e%clusivamente com as perguntas: omo posso faPer isso^ e 4sso funcionar'^Ela pode se tornar astuciosa ou inescrupulosa para alcan"ar seus ob)etivos ou derrotar

suas rivais# Essa astYcia era caracter!stica da deusa Atenas# For e%emplo, no cl!ma% daconfronta"o da guerra troiana entre o her-i grego Aquiles e o mais not'vel her-itroiano @eitor, Atenas usou decididamente t'ticas su)as para a)udar Aquiles a vencer#Enganou @eitor para ele acreditar que seu irmo estava ao seu lado )unto com o

 portalan"a quando ele se defrontou com Aquiles# Ento, depois que tinha atirado suaYnica lan"a e se virado para seu irmo a fim de obter outra, @eitor descobriu queestava soPinho e reconheceu que seu fim estava pr-%imo# 5o diPia respeito à deusa

 perguntar: 4sto é !ntegro^ ou 4sto é moral^ O que importava é se a coisa era umaestratégia efetiva# O lado sombrio da mulher tipo Atenas est' relacionado com esseaspecto de Atenas# Nuando ela avalia o comportamento de outras pessoas, a efetividadeé o critério principal# 5o é parte de suaC78naturePa pensante estar preocupada com notar valores tais como certo ou errado, bomou mau# Ela, portanto, tem dificuldade de entender por que as pessoas se senteminsultadas pelo comportamento no ético ou imoral, especialmente quando ele no asafeta pessoalmente# Ela também no compreende por que alguém se incomodaria em

 perguntar sobre a legitimidade da coisa, ou sobre os meios usados para alcan"ar umfim dese)ado# Fortanto, se ela fosse uma estudante dos anos <;, quando suas colegasiam às ruas em protesto contra a guerra do 2ietn ou a invaso do ambod)a, ou eraminsultadas pelas revela"$es do \atergate, ela provavelmente no estaria envolvida#Outros a teriam considerado indiferente, quando ela ( coerente com sua forma de Atenas( nem era tocada pelo cont'gio com os sentimentos dos outros, nem ficava perturbada

em si mesma# Ao contr'rio, ela estaria na sala de aula ou no laborat-rio, perseguindo osob)etivos de sua carreira#

aminhos para o crescimentorescer além das limita"$es de uma deusa através do cultivo de outras é possibilidadeque todos os tipos de deusa compartilham# .as a mulher tipo Atenas tem diversasdire"$es espec!ficas que ela pode considerar#

2oltar(se para o interior A mulher tipo Atenas pode se envolver nos )ogos de poder, leis e pol!tica, e descobreque est' sempre trabalhando, falando de neg-cios ou traPendo para casa o trabalho do

escrit-rio# Ela pode sentir pouco depois que sua mente nunca descansa: .inha cabe"a

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est' sempre funcionando# Nuando compreende quo totalmente consumidor é seutrabalho e sente necessidade de mais equil!brio, Atenas, como deusa das artes,

 proporciona dire"o psicol-gica para afastar a mente dos neg-cios#C79Fara Atenas, a mais gratificante de todas as habilidades era a tecelagem# e todas as

atividades que eu possa pensar ela é a mais tranq[iliPadora# Entro no ritmo do tear,minha mente fica absorvida e vaPia, ao mesmo tempo que minhas mos ficam ocupadas# 5o final tenho uma bonita tape"aria# Outra mulher tipo Atenas pode achar que costurara liberta de outros interesses profissionais# Ela acha que faPer suas pr-prias roupas é aomesmo tempo pr'tico e criativo# Agrada(lhe usar o melhor material e ter como produtofinal um casaco ou vestido de qualidade que lhe teria custado deP vePes o que ela pagou

 pelo material# Ela é infinitamente paciente quando costura e meio seriamente chama aisso de terapia, porque permite afasta(la dos problemas do trabalho e penetrar numoutro estado de mente# 0aPer cerHmica é ainda outro modo de estar em contato com esseaspecto de Atenas# 5a verdade, qualquer artesanato oferece à mulher tipo Atenas umequil!brio interior do enfoque e%terior#

ecuperar a crian"aA deusa Atenas nunca foi crian"a* nasceu )' como adulta# Essa met'fora no est' muitolonge da verdadeira e%peri&ncia da mulher tipo Atenas# esde que se conhece por genteela se recorda de desvendar os mistérios ou ser esperta a respeito de tudo# .as umamenina verbal com mente pr'tica muitas vePes perde 'reas totais de e%peri&nciassub)etivas que ela pode eventualmente querer quando adulta# Fode precisar descobrir emsi pr-pria a crian"a que nunca foi, uma crian"a que pode ficar confusa ou encantadacom alguma coisa nova# Fara recuperar a crian"a, a mulher tipo Atenas deve parar deabordar novas e%peri&ncias como o faria um adulto sensato, modo que ela usa desdecrian"a# Ao contr'rio, precisa abordar a vida como se ela fosse uma C77crian"a estarrecida e tudo fosse novo e ainda por ser descoberto# Nuando uma crian"aest' fascinada por alguma coisa nova, ela capta tudo# Ao contr'rio de Atenas, ela notem uma no"o preconcebida do que isso seria, no é cética, e no p$e r-tulos velhos efamiliares na e%peri&ncia e depois a arquiva# Nuando alguém est' falando sobre algumacoisa que ela no e%perimentou, a mulher tipo Atenas deve aprender a ouvir e imaginaro melhor que puder tanto a cena como os sentimentos descritos# Nuando est' vivendoem momento emocional, ela deve tentar permanecer nele e dei%ar que os outros aconfortem# Fara redescobrir sua crian"a perdida, ela precisa brincar e rir, chorar e seracariciada#

escobrir a me 5a mitologia, a deusa Atenas era uma filha sem me, e sentia orgulho por ter apenas`eus como pai# Ela no tinha conhecimento de sua me .étis, a quem `eus tinhaengolido# .etaforicamente as mulheres tipo Atenas so -rfs de me de muitosmodos* elas precisam descobrir a me e valoriP'(la, e se permitirem ser mimadas# Amulher tipo Atenas freq[entemente deprecia sua pr-pria me# Ela precisa descobrir asenergias de sua me, muitas vePes antes que possa valoriPar quaisquer semelhan"asentre a me e ela mesma# .uitas vePes ela necessita de cone%o com um arquétipomaterno /personificado pela deusa eméter1, uma cone%o que ela deve sentir em si

 pr-pria para e%perienciar a maternidade e sentir(se me profunda e instintivamente#hristine o?ning, autora de =he >oddess, chama a essa tarefa de a re(lembran"a de

Atenas, que ela e%plica como redescoberta da rela"o com o feminino, com a me,com .étis#

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# hristine o?ning, ear >re3 E3es: A evaluation of Fallas Athene, in =he>oddess# rossroad, 5e? TorX, C6C, p# CC<#C7 Ytil para a mulher tipo Atenas aprender que os valores femininos matriarcais, quee%istiram antes que a mitologia grega assumisse a sua forma presente, foram absorvidos

 pela cultura patriarcal que ainda ho)e prevalece# Sua curiosidade intelectual podeconduPi(la da hist-ria ou da psicologia em dire"o às idéias feministas# A partir dessanova perspectiva, ela pode come"ar a pensar diferentemente sobre sua pr-pria me eoutras mulheres, e depois sobre si pr-pria# esse modo, muitas mulheres tipo Atenas setornaram feministas# +ma veP que a mulher tipo Atenas mude seu modo de pensar, seurelacionamento com as pessoas também pode mudar#BibliografiaO\545>, hristine, ear >re3 E3es: A evaluation of Fallas Athene, in =he>oddess# rossroad, 5e? TorX, C6C, pp# (C8;#ED4AS(B+==O5, Waren, Athene and .edusaG, Anima 7, ng I# Spring Equino%,C<, pp# CC6(CI9#

@4DD.A5, James, On the 5ecessit3 of Anormal Fsicholog3: AnanXe and Athene, in0acing the >ods# Ed# por James @illman, Spring, 4r3ing, =e%as, C6;, pp# C(86#WE5T4, #, .étis and Fallas Athene, in =he >ods ofthe >reeXs#=hames @udson, 5e? TorX, C<, pp# CC6(CI /publicado originalmente em C7C1#WE5T4, Warl, Athene: 2irgin and .other# Spring, 4rving, =e%as, C<6#.ATESO5, Fhilip, Athena, in lassical .3tholog3 in Diterature, Art, and .usic#\ile3, 5e? TorX, C<C, pp# C(C<7 e pp# 98C(988O==O, \alter 0#, Athena, in =he @omeric >ods# =hames @udson, 5e? TorX, emacordo com Fantheon BooXs, C<, pp# 98(;#+FFE@=, arol Schreier, =he .artial .aid and the hallenge of Androg3n3#SpQr-g, C<9, pp# I(I8#S=E45, .urra3, =ranslatorGs Afterthoughts, in Werjn3i, Warl, Athene: 2irgin and.other# Spring, 4rving, =e%as, C<6, pp# <C(<#C7<

@éstia: deusa da lareira e do templo, mulher s'bia e solteironaA deusa @éstia@éstia era a deusa da lareira, ou, mais especificamente, do fogo queimando numa lareiraredonda# E a menos conhecida dos deuses ol!mpicos# @éstia e sua equivalente romana,2esta, no foram representadas em forma humana por pintores ou escultores# Ao

contr'rio, esta deusa se faPia representar pela chama viva no centro do lar, do templo eda cidade# O s!mbolo de @éstia era um c!rculo# Suas primeiras lareiras eram redondas,assim como seus templos# 5em o lar nem o templo ficavam santificados até que @éstiaentrasse# Ela santificava ambos os lugares quando estava l'# @éstia era tanto uma

 presen"a espiritual como um fogo sagrado que proporcionava ilumina"o, calor eaquecimento para o alimento#

>enealogia e mitologia@éstia era a filha primog&nita de éia e rono, a irm mais velha da primeira gera"ode deuses ol!mpicos, e a solteirona da segunda# For direito de primogenitura, era umadas doPe deusas ol!mpicas principais, mas no podia ser encontrada no monte Olimpo, e

no feP nenhum protesto quando ioniso, deus do vinho, cresceu em proemin&ncia e asubstituiu como uma das doPe# For no

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C76tomar parte nos romances e guerras que ento ocupavam a mitologia grega, é a menosconhecida dos principais deuses e deusas gregas# ontudo, foi grandemente honrada,recebendo as melhores ofertas feitas pelos mortais aos deuses# A breve mitologia de@éstia é esbo"ada em tr&s hinos homéricos# Ela é descrita como aquela virgem

vener'vel, @éstia, uma das tr&s que Afrodite é incapaP de dominar, persuadir, seduPir,ou ainda provocar nela um dese)o de praPer#C Afrodite induPiu Fos!don, deus do mar,e Apolo, deus do sol, a se apai%onarem por @éstia# Ambos a queriam, mas @éstiarecusou(os firmemente, prestando solene )uramento de que permaneceria virgem parasempre# Ento, conforme o @ino a Afrodite e%plica `eus lhe concedeu um bonito

 privilégio, ao invés de um presente de casamento: ela tem seu lugar no centro da casa para receber o melhor em ofertas# E honrada em todos os templos dos deuses, e é umadeusa venerada por todos os mortais#I Os dois hinos homéricos a @éstia soinvoca"$es, convidando(a a entrar em casa ou no templo#

ituais e cultos

Ao contr'rio dos outros deuses e deusas, @éstia no era conhecida através de seus mitose representa"$es# Ao contr'rio, a importHncia de @éstia é encontrada em rituais,simboliPada pelo fogo# Fara que uma casa se tornasse um lar, a presen"a de @éstia erasolicitada# Nuando um casal se unia, a me da noiva acendia uma tocha em sua casa e atransportava diante do casal recentemente casadoC# =he @3mn to Aphrodite 4, in @omeric @3mns# Spring, 4rving, =e%as,C<, p# <;#I# =he @3mn to Aphrodite 4, p# <;#8# Stephanie emetraXopoulos, @éstia, >oddes ofthe @earth, Spring, C<, pp# 77(<7#C7até sua nova casa, para que acendessem a primeira chama em seu lar# Esse atoconsagrava o novo lar#epois que uma crian"a nascia, acontecia um segundo ritual# Nuando a crian"a tinhacinco dias de idade, era levada ao redor da lareira para simboliPar sua admisso nafam!lia# Ento seguia(se um festivo banquete sagrado# a mesma forma, cada cidade(estado grega tinha uma lareira comum com um fogo sagrado no edif!cio principal, ondeos convidados se reuniam oficialmente# ada colVnia levava o fogo sagrado de suacidade natal para acender o fogo da nova cidade# Fortanto, onde quer que um novo casalse aventurasse a estabelecer um novo lar, @éstia vinha com eles com o fogo sagrado,ligando o lar antigo com o novo, talveP simboliPando continuidade e liga"o,consci&ncia compartilhada e identidade comum# Fosteriormente, em oma @éstia foi

venerada como a deusa 2esta# D' o fogo sagrado de 2esta uniu todos os cidados deoma numa fam!lia# Em seus templos, o fogo sagrado era cuidado pelas virgens vestais,que eram solicitadas a personificar a virgindade e a onimidade da deusa# Em certosentido, elas eram representa"$es humanas da deusa* eram imagens vivas de @éstia,transcendendo a escultura ou pintura# As meninas escolhidas para serem virgens vestaiseram levadas ao templo quando eram bem )ovens, em geral com menos de seis anos#2estidas de forma igual, o cabelo aparado como novas iniciadas, o que quer que fossedistinto e individual quanto a elas era apagado# Eram dei%adas à distHncia de outras

 pessoas, honradas, e esperava(se que vivessem como @éstia, com terr!veisconseq[&ncias se no permanecessem virgens# +ma virgem vestal que tivesse rela"$esse%uais com um homem tinha profanado a deusa# omo puni"o ela

C;

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devia ser enterrada viva, sepultada numa 'rea pequena e sem ar no subsolo, com luP,-leo, alimento e um lugar para dormir# A terra acima dela seria ento nivelada, como senada estivesse embai%o# Fortanto, a vida de uma virgem vestal como personifica"o dachama sagrada de @éstia era e%tinta quando ela parava de personificar a deusa# Eracoberta com terra como o carvo que se e%tingue numa lareira# @éstia era

freq[entemente parceira de @ermes, o deus mensageiro, conhecido pelos romanos como.ercYrio# Ele era uma divindade eloq[ente e astuciosa, protetor e guia dos via)antes,deus do discurso e patrono dos homens de neg-cio e dos ladr$es# Sua representa"o

 primitiva foi uma pedra em forma de pilar chamada de hérnia# 5as casas, a lareiraredonda de @éstia ficava no interior, enquanto o pilar f'lico de @ermes ficava naentrada# O fogo de @éstia proporcionava calor e santificava a casa, enquanto @ermes

 permanecia à porta para traPer a fertilidade e manter fora o mal# 5os templos, essasdivindades também apareciam ligadas# Em oma, por e%emplo, o santu'rio de .ercYrioficava à direita dos degraus que conduPiam ao templo de 2esta#Fortanto, nos lares e templos @éstia e @ermes estavam relacionados, mas separados#ada um desempenhava uma fun"o separada, altamente considerada# @éstia ministrava

o santu'rio, onde as pessoas se uniam numa fam!lia, lugar considerado lar# @ermes era o protetor na porta, e o guia e companheiro no mundo, onde a comunica"o, o saber sevirar e ter boa sorte faPem muita diferen"a#

O arquétipo @éstiaA presen"a da deusa @éstia em casa e no templo era fundamental para a vida di'ria#omo presen"a (CCarquet!pica na personalidade da mulher, @éstia é da mesma forma importante,

 proporcionando(lhe sentimento de integridade e inteirePa# A deusa virgem @éstia era amais velha das tr&s deusas virgens# Ao contr'rio de Zrtemis e Atenas, ela no seaventurava pelo mundo para e%plorar a selva ou fundar uma cidade(, 0icava dentro decasa ou do templo, encerrada dentro da lareira# E%teriormente, a anVnima @éstia pareciater pouco em comum com a 'gil Zrtemis ou com Atenas, de mente viva e coura"a deouro# Apesar disso, as qualidades essenciais e intang!veis eram compartilhadas portodas as tr&s deusas virgens, embora com diferentes esferas de interesse ou métodos dea"o# ada uma tinha a qualidade de uma(em(si(mesma que caracteriPa uma deusavirgem# 5enhuma delas era vitimada pelas divindades masculinas ou pelos mortais#ada uma tinha habilidade de enfocar aquilo que lhe interessava e de se concentrarnisso sem ser perturbada pelas necessidades dos outros ou pela necessidade de outros#

onsci&ncia enfocada interiormenteO arquétipo de @éstia compartilha a consci&ncia enfocada com as outras tr&s deusasvirgens /em latim a palavra para lareira éfocus1# ontudo, a dire"o interior do foco édiferente# E%teriormente orientadas, Zrtemis ou Atenas enfocam alcan"ar ob)eti3os ouimplementar planos# @éstia se concentra em sua e%peri&ncia interior sub)etiva# Fore%emplo, ela fica totalmente absorvida quando medita# O modo de aprender de @éstia éolhar para o interior e sentir intuitivamente o que est' se passando# O modo hestiano nos

 permite entrar em contato com nossos valoresCItraPendo ao foco o que é pessoalmente significativo# Através desse enfoque interior,

 podemos perceber a ess&ncia da situa"o# Fodemos também obter insight do

temperamento de outras pessoas e ver o padro ou sentir o significado de suas a"$es#Essa perspectiva interior proporciona clarePa no meio da confusa mir!ade de detalhes

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que se apresentam aos nossos cinco sentidos# A @éstia interior pode também se tornaremocionalmente imparcial ou perceptivamente desatenta aos outros ao seu redorenquanto atende a seus pr-prios interesses# Esse desligamento é caracter!stica de todasas tr&s deusas virgens# Além do mais, acrescentada à sua tend&ncia de retirar(se dacompanhia dos outros, a unicidade em(si(mesma de @éstia procura calma tranq[ilidade,

e isso é mais facilmente encontrado na solido#

A protetora da lareiraomo deusa da lareira, @éstia é o arquétipo ativo nas mulheres que acham que tomarconta de casa é atividade significativa e no tanto uma tarefa# com @éstia, proteger alareira é um meio através do qual a mulher coloca a si mesma e sua casa em ordem# Amulher que adquire um sentimento de harmonia interior conforme e%ecuta as tarefasdi'rias est' em comunica"o com esse aspecto do arquétipo de @éstia# uidar dosdetalhes do lar é uma atividade fundamental, equivalente à medita"o# Se ela estiverarticulada com seu processo interior, a mulher tipo @éstia pode escrever um livrointitulado `en and the Art of @ouseXeeping# /`en e a arte de cuidar da casa1 Ela faP as

tarefas do lar porque estas em si mesmas lhe importam, e porque lhe agrada faP&(las#Ela obtém paP interior vinda daquilo que est' faPendo, como a mulher numa ordemreligiosa, para quem toda atividade é feita para o servi"oC8de eus# Se @éstia é o arquétipo, quando ela termina suas tarefas sente(se beminteriormente# Ao contr'rio, Atenas tem um sentimento de realiPa"o, e Zrtemis ficasimplesmente calma quando uma tarefa est' terminada, livrando(a de faPer alguma coisamais Nuando @éstia est' presente, a mulher empreende suas tarefas no lar com sensa"ode que h' bastante tempo# 5o fica com o olho no rel-gio, porque no tem hor'rio nem

 precisa bater carto# onseq[entemente, ela est' no que os gregos chamam de tempoXair- ( ela est' participando no tempo, o que é psicologicamente nutritivo, comoquase todas as e%peri&ncias em que perdemos a no"o do tempo# onforme p$e emordem a lavanderia, lava as lou"as e limpa a desordem, ela sente uma absor"o sem

 pressa e pac!fica em cada tarefa# As protetoras da lareira permanecem em segundo plano, mantendo o anonimato# So muitas vePes tomadas por garantidas e no so personalidades colun'veis ou famosas#

A protetora do temploO arquétipo de @éstia desenvolve(se em comunidades religiosas, principalmente nasque cultivam o sil&ncio# As ordens cat-licas contemplativas e as religi$es orientais cu)a

 pr'tica espiritual se baseia na medita"o proporcionam bons ambientes para as mulheres

tipo @éstia# As virgens vestais e as freiras compartilham o padro arquet!pico de @éstia#As )ovens que ingressam nos conventos desistem de suas identidades antecedentes# Seusnomes de batismo so mudados e seus sobrenomes no so mais usados# 2estem(se damesma forma lutam para serem abnegadas, vivem vidas celibat'rias, e dedicam a vidaao servi"o religioso#C9omo as religi$es orientais atraem cada veP mais os ocidentais, as mulheres que

 personificam @éstia podem ser encontradas em locais de retiro religioso e conventos#Ambos os lugares do enfoque interior fundamental à ora"o e à medita"o# oenfoque secund'rio à prote"o da comunidade ou à dire"o da casa, que é feita com aatitude de que também esta tarefa é uma forma de culto# Em muitos templos as @éstias

so também mulheres anVnimas que discretamente participam da devo"o di'ria e dosrituais de dire"o da casa de suas comunidades religiosas# .ulheres not'veis membros

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forma que é caracter!stica de sua naturePa, no importando quais as circunstHncias# =alcentro no é sentido ou pensado como o ego, mas, se alguém puder e%press'(lo, como osi(mesmo#7O si(mesmo é o que n-s e%perienciamos interiormente quando sentimosafinidade com a unicidade que nos liga à ess&ncia de cada coisa fora de n-s# 5esse n!velespiritual, a cone%o e o desligamento so, parado%almente, o mesmo# Nuando n-s

nos sentimos em contato com uma for"a interior de calor e luP, metaforicamenteaquecidos e iluminados, por um fogo espiritual, o fogo aquece aqueles que amamosem nossos lares e nos mantém em contato com os outros que esto distantes#7# # ># Jung oncerning .andala S3mbolism, \, vol# , parte 4, p# 87# C<O fogo sagrado de @éstia era encontrado na lareira da fam!lia e no interior dos templos#A deusa e o fogo eram um, unindo fam!lias com fam!lias e cidades(estado com colVnias#@éstia era o elo de cone%o espiritual entre todos eles# Nuando este arquétipo

 proporciona centra"o espiritual e cone%o l-gica com os outros, ele é uma e%pressodo si(mesmo#@éstia e @ermes: dualidade arquet!picaO pilar e o anel em forma de c!rculo representam os princ!pios masculino e feminino#

 5a >récia antiga o pilar era o hérnia que ficava do lado de fora da casa representando@ermes, enquanto a lareira redonda no interior simboliPava @éstia# 5a !ndia e em outras

 partes do leste, o pilar e o c!rculo ficam copulados# O lingam, ou s!mbolo f'lico, penetra o 3oni ou anel feminino, o qual se estende sobre ele como num )ogo infantil dearremesso de argolas# D' o pilar e o c!rculo )untavam(se, enquanto os gregos e osromanos conservavam esses mesmos dois s!mbolos de @ermes e @éstia relacionados,mas à parte# Fara enfatiPar mais essa separa"o, @éstia é uma deusa virgem que nuncaser' penetrada, como também a mais velha deusa ol!mpica# Ela é tia solteirona de@ermes considerado como o mais )ovem deus ol!mpico(uma unio altamenteimprov'vel# esde os tempos gregos as culturas ocidentais t&m enfatiPado a dualidade,uma diviso ou diferencia"o entre masculino e feminino, mente e corpo, logos e eros,ativo e receptivo, que depois se tornaram valores superiores e inferiores,respectivamente# quando @éstia e @ermes eram ambos honrados nos lares e templos, osvalores femininos de @éstia eram os mais importantes, e ela recebia as mais altashonras# 5a época havia uma dualidade complementar# @éstia desde ento foidesvaloriPadaC6 e esquecida# Seus fogos sagrados no so mais cuidados e o que ela representa no émais honrado# Nuando os valores femininos de @éstia so esquecidos e desonrados, aimportHncia do santu'rio interior, interioriPa"o para encontrar significado e paP, e dafam!lia como santu'rio e fonte de calor ficam diminu!dos ou so perdidos# Além disso,

o sentimento de uma liga"o b'sica com os outros desaparece, como desaparecetambém a necessidade dos cidados de uma cidade, pa!s ou da terra se ligarem por umelo espiritual comum#@éstia e @ermes: misticamente relacionados

 5um n!vel m!stico, os arquétipos de @éstia e de @ermes se relacionam através daimagem do fogo sagrado no centro# @ermes(.ercYrio era o esp!rito alqu!mico.ercYrio, imaginado como fogo elementar# =al fogo era considerado a fonte doconhecimento m!stico, simbolicamente localiPado no centro da =erra# @éstia e @ermesrepresentam idéias arquet!picas do esp!rito e da alma# @ermes é o esp!rito que p$e fogona alma# 5esse conte%to, @ermes é como o vento que sopra a brasa no centro da lareira,faPendo(a acender(se# o mesmo modo, as idéias podem e%citar sentimentos profundos,

ou as palavras podem tornar consciente o que foi inarticuladamente conhecido eiluminado o que foi obscuramente percebido#

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ultivando @éstia@éstia pode ser encontrada na calma solido e sentimento de ordem que adv&m damanuten"o contemplativa da casa# esse modo, a mulher pode ficar totalmenteabsorvida em cada tarefa, sem pressa de faPe(la e com tempo para apreciar a harmonia

resultante# até a mais no(hestiana dona de casa pode usualmente rememorar tempos emque ela era governada por esseCarquétipo# For e%emplo, tomar um dia para limpar um guarda(roupa pode envolver pVrfora de uso e guardar roupas, lembrando e antecipando eventos, pondo em ordemambos, tanto os pertences como a si mesma# 5o final, a dona de casa fica com o guarda(roupa organiPado, que reflete quem ela é e um dia bem aproveitado# Ou a mulher podee%perimentar @éstia no praPer e satisfa"o de lidar com fotografias velhas, separando,colocando legendas e pondo(as num 'lbum# As mulheres que no so do tipo @éstia

 podem decidir passar o tempo com @éstia ( o aspecto interior, quieto, centrado de simesmas# Fara faPer isso, elas devem conquistar e achar espa"o, especialmente se forem

mulheres dirigidas para os outros, cu)as vidas transbordam de atividades erelacionamentos, que no s- se orgulham, mas também se quei%am do fato de quenunca t&m um momento de paP# onvidar @éstia para tomar parte das tarefas di'riasda casa, quando ela usualmente no est' presente, come"a com o intento de mudar umaatitude hestiana# epois de se decidir por uma tarefa a mulher deve proporcionar amplotempo para ela# For e%emplo, dedicar(se à lavanderia é uma tarefa repetitiva para muitasmulheres que se apressam e se sentem disputadas# Adotando o modo de @éstia, amulher pode dar boas(vindas à oportunidade de dobrar roupas como tempo empregado

 para aquietar sua mente# Fara @éstia estar presente, a mulher precisa enfocar uma tarefade cada veP, uma 'rea ou um compartimento por veP, o que quer que sinta facilmentevi'vel no tempo dispon!vel# Ela deve se tornar to absorvida na tarefa como se estivesserealiPando a cerimVnia do ch' )apon&s, com senso de serenidade em cada movimento#Somente a! uma penetrante calma interior substituir' o palavreado oco da mente# Os

 padr$es a serem alcan"ados precisam ser os pr-prios das mulheres, o modo como éC<;feito de acordo com o que faP sentido para ela# 5isso ela é uma deusa virgem e no umaempregada das necessidades ou critérios de outro, nem oprimida pelo rel-gio# Amedita"o ativa e refor"a esse arquétipo introvertido, enfocado interiormente# +ma vePiniciada, a medita"o sempre se torna uma pr'tica do dia(a(dia porque proporcionasentimento de inteirePa e centraliPa"o, fonte interior de paP e ilumina"o, de acesso a@éstia#

Fara algumas mulheres, a poesia emerge quando a presen"a de @éstia é sentida# .a3Sarton, autora e poetisa, diP que, para ela, escrever é poss!vel somente quando estouem estado de gra"a, quando os canais profundos so abertos, quando estou no somente

 profundamente ativa mas também equilibrada* ento a poesia vem como uma d'divaalém da minha vontade# Ela est' escrevendo uma e%peri&ncia do arquétipo do si(mesmo, que ela sempre sente além do ego e do esfor"o, uma d'diva da gra"a#

 Encontrando @éstia através da solido no escolhidaNuase todo mundo e%perimenta per!odos de solido no escolhida durante suas vidas#=ais per!odos come"am em geral com perda, m'goa, solido e vontade de estar comoutras pessoas# For e%emplo, o marido da escritora independente Ardis \hitman deu

um r'pido abra"o na esposa, saiu batendo a porta, foi acometido por um ataque card!acoe nunca mais voltou para casa# Sete anos mais tarde ela escreveu sobre as inesperadas

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recompensas da solido# Suas palavras evocam sentimentos associados com @éstia:omo a primeira t&nue luP solar depois da chuva, h' um insuficiente e contudocrescente calor que é to inerente à no escolhida solido quanto a pr-pria tristePa o é# aquecido pela mem-ria### e também por um crescente# .a3 Sarton, Journal ofa Solitude# 5orton, 5e? TorX, C<8, pp# 99(97#

C<Csentimento de nossa pr-pria identidade# Nuando vivemos cercados pelas pessoas, um pouco da pai%o e insight que nos so naturais perdem(se pela peneira da conversafiada# 5os momentos mais arriscados voc& acredita que o que est' acontecendo é oYltimo trabalho humano ( a forma"o da alma# O poder da vida vem de dentro# 2' l'_Ore, medite# Alme)e aqueles lugares luminosos em si mesma#

<A mulher tipo @éstiaA mulher tipo @éstia compartilha os atributos da deusa sendo uma pessoa quieta ereservada, cu)a presen"a cria uma atmosfera de calor e de ordem pac!fica# Ela é emgeral uma pessoa introvertida que aprecia a solido# 2isitei recentemente certa mulher

tipo @éstia no lar, e senti imediatamente a cone%o entre a sua personalidade, oambiente e a deusa da lareira# A casa estava limpa, alegre e ordenada# 0lores adornavama mesa, e o po feito recentemente estava fresco# Algo intang!vel transformou a casacomo que num santu'rio, um lugar cheio de paP, lembrando(me do `en .ountainenter, em =essa)ara, alif-rnia, onde o mundo e%terior se afasta e uma calmaintermin'vel pervade todas as coisas#

A infHnciaA )ovem @éstia se parece muito com a )ovem Ferséfone: ambas so crian"as agrad'veise bem comportadas# Até mesmo a terr!vel idade dos dois anos passa sem ondas deteimosia ou afirma"o para qualquer uma delas# @', contudo, sutis diferen"as entreessas duas garotas# Ferséfone segue o e%emplo das outras e é 'vida por agradar# @éstia

 pode faPer o que os outros lhe diPem e parece ser no menos condescendente, masquando a dei%am proceder como bem entende ela fica contente e<# Ardis \hitman, Secret Jo3s of Solitude# eaderGs igest CII, n( <8I, abril de C68,

 p# C8I# #C<I brinca sem dire"o# A pequena @éstia tem uma qualidade calma, auto(suficiente# Se elase fere ou fica desnorteada é prov'vel que v' para seu quarto encontrar conforto nasolido, como também para a sua me# Algumas vePes as pessoas so atra!das por uma

 presen"a interior que ela comunica, uma qualidade de velha alma sobre a )ovem filhaque evidencia sabedoria e tranq[ilidade# +ma garota tipo @éstia faP pouco para atrair a

aten"o para si pr-pria ou para evocar fortes rea"$es vindas dos outros# Nuando mantémseu quarto em ordem, ela pode ser elogiada por isso# Nuando se isola pode ser incitada ase unir com a fam!lia ou sair pelo mundo#

Os paisA deusa @éstia era a filha primog&nita de éia e rono, a primeira a ser engolida porrono, e a Yltima a ser vomitada# Fortanto ela passou a maior parte do tempo, mais doque qualquer de suas irms, cativa nas escuras e opressivas entranhas de seu pai, e foi aYnica a ficar l' soPinha# Sua infHncia dificilmente foi feliP# rono era um pai cruel e notinha sentimentos calorosos para com seus filhos# éia era ineficaP e sem poder, e nadafeP para pVr fim ao tratamento 'spero para com os filhos, até que nascesse o Yltimo# e

todos os filhos, @éstia foi a mais forte para lutar e vencer, de todos os modos que ela pVde usar# Algumas mulheres tipo @éstia que tenho visto em minha pr'tica tiveram um

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come"o de vida que se equipara ao da deusa ( pais abusivos e tirHnicos, e meineficaPes, muitas vePes deprimidas# .uitas viviam psicologicamente sem depender deninguém durante toda a infHncia, em lares onde a necessidade das crian"as no eramlevadas em conta e onde qualquer e%presso individual era engolida pela necessidadede dominar que o pai tem#

C<8 5esse tipo de meio ambiente muitas crian"as seguem o e%emplo de seus pais: os maisfortes, especialmente os meninos, podem abusar ou tiraniPar os mais )ovens e menores,ou podem fugir de casa ou gostar de ficar na rua# Entre as filhas, a irm, sem autoridademas maternal, pode seguir um padro tipo eméter e tentar tomar conta de suas irmsmais novas, ou pode seguir um padro tipo @era e prender(se a um namorado to logotenha idade suficiente# prov'vel, contudo, que uma filha tipo @éstia se retraiaemocionalmente e se retire para o pr-prio !ntimo, confortando(se no meio de uma vidafamiliar penosa, conflituosa ou num meio ambiente escolar que pare"a estranho a ela#Sente(se muitas vePes to alienada ou isolada de suas irms quanto de seus pais, e é defato diferente deles# Ela tenta no ser notada, tem uma passividade e%terior e um

sentimento interior de certePa de que é diferente dos que a cercam# discreta em todasas situa"$es e cultiva a solido no meio dos outros# For isso ela se torna virtualmentesem persona, como a deusa# Em contraste, uma filha tipo @éstia de classe média quetem pais apoiadores pode no demonstrar ser como @éstia# a escola maternal emdiante, ela é a)udada a livrar(se do acanhamento ou timideP, que é como os outrosmuitas vePes rotulam sua intimidade#Ela, portanto, se desenvolve com uma persona socialmente adapt'vel, um modo de seragrad'vel e soci'vel# Ela é encora)ada a sair(se bem na escola, a participar de tudo,desde o balé até o futebol feminino, a ser maternal em rela"o às criancinhas, e partir

 para os compromissos sociais quando estiver na escola secund'ria# ontudo, apesar domodo como se apresenta no e%terior, ela é interiormente verdadeira para com @éstia* elatem as qualidades da independ&ncia e do desapego, e uma serenidade emocional quevem pelo fato de ser centrada#C<9Adolesc&ncia e )uventudeA adolescente tipo @éstia se ausenta dos dramas sociais, das grandes pai%$es e decontrair alian"as com seus iguais# 5isso ela se assemelha à deusa @éstia, que no

 participava das intrigas romHnticas ou das guerras que ocupavam os outros deusesol!mpicos omo resultado, ela pode se tornar isolada socialmente, permanecendo na

 periferia da atividade, uma no(participante que aparenta aos outros ser auto(suficientee isolada por escolha pr-pria# Ou, se desenvolveu outras facetas de sua personalidade,

ela pode ter amigos e estar envolvida em atividades escolares e sociais# Suas amigasgostam de sua calma simpatia, embora algumas vePes se e%asperem com ela por notomar partido numa controvérsia ou por dese)arem que ela fosse mais competitiva#A adolesc&ncia pode ser uma época de aprofundamento de convic"$es religiosas para@éstia# 4sso pode conduPi(la ao conflito direto com seus pais, se ela quiser seguir umavoca"o religiosa# Embora algumas fam!lias cat-licas fiquem content!ssimas quandouma filha é chamada para ser freira, muitas outras ficam assustadas se ela leva sua fé toa sério# .ais recentemente as @éstias so atra!das por v'rias religi$es orientais que t&mflorescido nos Estados +nidos desde os anos <;# Nuando as filhas tipo @éstia soatra!das para os locais de retiro, cantam em l!nguas estrangeiras, e assumem nomesnovos, muitos pais reagem com alarme e enganosamente admitem que ser' f'cil faPer

com que suas calmas e d-ceis filhas tipo @éstia mudem suas convic"$es# Ao contr'rio,com a certePa e enfoque na deusa virgem, as filhas tipo @éstia usualmente faPem o que

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lhes importa, em veP de concordar com os dese)os dos pais# A mulher tipo @éstia quevai para a faculdade muitas vePes aprecia o anonimato de uma grande (C<7universidade e a oportunidade de ter um espa"o pr-prio# improv'vel que uma mulherque se)a unicamente do tipo @éstia tenha uma raPo pessoal para ingressar na

faculdade* contudo, por causa do desafio intelectual, procurar um marido ou preparar(se para uma profisso no interessa a @éstia# Fara essas motiva"$es outras deusas precisamestar presentes# .uitas mulheres tipo @éstia que freq[entam a faculdade faPem isso

 porque outros arquétipos so também importantes, ou porque os outros esperam queelas fa"am isso#

=rabalhoA competi"o no trabalho no recompensa a mulher tipo @éstia# 5ela faltam ambi"o e!mpeto* ela no quer reconhecimento, no valoriPa o poder, e as estratégias para

 progredir so estranhas para ela# omo resultado, é prov'vel que a mulher tipo @éstiase)a encontrada num emprego tradicional de mulher num escrit-rio, onde ou ela no é

vista e no lhe do valor, ou apreciada como uma )-ia que trabalha de maneira perseverante e segura, que fica fora da pol!tica do escrit-rio e da conversa fiada, e proporciona um ambiente de ordem e entusiasmo# A mulher tipo @éstia adora faPer ocafePinho e dar um toque feminino no escrit-rio# As mulheres tipo @éstia podem sedestacar em profiss$es em que se requer calma e paci&ncia# For e%emplo, a modelofavorita de um fot-grafo é a mulher tipo @éstia, porque h' algo de introspectivo em seusolhos, uma graciosidade desenvolta e uma tranq[ilidade que faP lembrar um gatosenhor de si, completamente absorvido em em sua pose# .uitas mulheres tipo @éstiatambém trabalham bem do outro lado da ob)etiva# A paci&ncia e a calma de @éstia soqualidades que gratificam um fot-grafo queC<deve esperar pelo momento certo, pelo gesto e%pressivo, ou por uma combina"oespontHnea# @éstia pode se associar com outros arquétipos na mulher, acrescentandouma qualidade hestiana a seu trabalho# For e%emplo, a melhor professora de escolamaternal de que )' ouvi falar parece ser uma combina"o de maternal eméter com@éstia# Suas colegas se admiram com a ordem sub)acente que ela sem esfor"o parececriar ao seu redor: ela nunca est' desgastada# =alveP as crian"as obtenham serenidadedela# =udo o que é que de certa forma ela transforma uma sala cheia de crian"as quecompetem para receber aten"o num grupo vivido e animado# 5unca parece apressada#oloca sua aten"o total aqui, um abra"o l', sugere um )ogo ou um livro, e as crian"assossegam#

elacionamento com mulheresAs mulheres tipo @éstia freq[entemente t&m alguns poucos amigos que apreciam estarcom elas de tempo em tempo# As probabilidades so de que essas mulheres tenham emsi qualidades de @éstia e se responsabiliPem por suas amigas tipo @éstia como umsantu'rio onde seu pr-prio lado hestiano pode se e%pressar# A mulher tipo @éstia no seenga)ar' em conversa fiada nem em discuss$es intelectuais ou pol!ticas# Seu dom éouvir com cora"o compassivo, permanecendo centrada no meio de qualquer

 perturba"o que uma amiga lhe traga, proporcionando um lugar caloroso ao lado de sualareira#

Se%ualidade

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Nuando a mulher tem @éstia como arquétipo dominante, a se%ualidade no é muitoimportante para ela# e maneira interessante, isso parece verdadeiro até mesmo se elafor org'smica# As mulheres tipo @éstia e igualmente seus maridos t&m descrito quodormente é a se%ualidadeC<<

 para eles até que a rela"o se%ual se)a iniciada# Ento, disse um marido, ela édesenfreadamente responsiva# erta mulher tipo @éstia estava casada com um homemque procurava se%o uma veP por m&s quando ativo, e uma veP cada dois meses casocontr'rio Ela descobriu que era org'smica até mesmo com to pouco desempenho#Apreciava o se%o quando ele acontecia e ficava perfeitamente contente em suaaus&ncia# Em tais mulheres, o padro de @éstia prevalece# A se%ualidade de Afrodite éacess!vel quando evocada durante as rela"$es se%uais, mas de outro modo permaneceausente# A mulher tipo @éstia no org'smica v& a se%ualidade como bonita eapai%onada e%peri&ncia que ela aprecia proporcionar a seu marido: é bom quando eleme penetra# Eu me sinto mais !ntima dele e contente por ele# Fara seu marido, o se%ocom ela é como vir para casa ou um santu'rio# A mulher tipo @éstia num

relacionamento lésbico segue o mesmo padro# O se%o no é muito importante# Se sua parceira também é mais receptiva do que se%ualmente ativa, e cada uma espera que aoutra inicie o se%o, seu relacionamento pode durar meses ou até mesmo anos semqualquer e%presso se%ual#

asamentoA mulher tipo @éstia adapta(se à idéia fora de moda de boa esposa# Ela toma conta decasa muito bem# 5o é ambiciosa para si pr-pria ou para seu marido, portanto nuncacompete com ele nem o censura# Ela no é namoradeira nem prom!scua# Embora afidelidade dele no se)a de importHncia crucial como o é para @era, ela é fiel como@era# 5o h' tenta"o de ser desleal, contanto que no se)a afetada por Afrodite# Amulher tipo @éstia pode parecer mulher dependente, vivendo confortavelmente fora do

 papel principal#C<6Sua apar&ncia pode ser enganosa, contudo, porque ela mantém autonomia interior# +maspecto seu permanece tranq[ilamente o de uma deusa virgem uma(em(si(mesma# Elano precisa de um homem para sentir(se emocionalmente completa# Sem ele, sua vidaseria diferente, mas no perderia seu significado ou prop-sito#A descri"o ocupacional das mulheres casadas tradicionais parece diferir, dependendode qual deusa este)a mais ativa# A &nfase de @era est' na esposa, a de eméter est' name, a de Atenas em manter uma fam!lia eficiente e que tudo corra sem acidentes, o

que faP )us à sua designa"o de dona(de(casa# @éstia registraria sua ocupa"o comodona(de(casa#

elacionamento com homensAs mulheres tipo @éstia atraem os homens que se sentem atra!dos pelas mulheresquietas, no agressivas e auto(suficientes, que sero boas esposas# =ais homens v&em asi pr-prios no papel tradicional de cabe"a do lar e arrimo da fam!lia# Os homens quequerem mulheres se%3, mulheres que os protegero maternalmente ou os inspiraro,ou que sero suas parceiras fle%!veis tero que procur'(las em outro lugar#0req[entemente a mulher tipo @éstia atrai homens que v&em as mulheres ou comomadonas ou como prostitutas# Esses homens classificam as mulheres como boas se

elas so ine%perientes se%ualmente, desinteressadas pelo se%o, e portanto santas# E as

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sentimentos de uma mulher# A mulher tipo @éstia e%pressa indiretamente seu amor einteresse pelos outros através de atos am'veis# O ditado as 'guas paradas so as mais

 profundas descreve os sentimentos introvertidos de @éstia, que se encontram abai%o dasuperf!cie# Forque a mulher tipoC68

@éstia é retra!da, as pessoas que so muito importantes para ela podem no terconhecimento disso# A solido, que @éstia valoriPa, pode tornar(se triste se as pessoas pelas quais ela tem profunda afei"o no tiverem consci&ncia de como ela se sente e adei%arem soPinha# =ambém é triste quando alguém que quer ser amado pela mulher tipo@éstia é amado por ela, mas nunca tem toda certePa disso# Seu entusiasmo pareceimpessoal e desligado, pois no é e%presso por palavras ou abra"os e pode no serespecificamente dirigido à pessoa que ela ama# Fara desenvolver(se além de @éstia, amulher deve aprender a e%pressar seus sentimentos, de tal forma que as pessoas que soespeciais para ela saibam disso#

esvaloriPa"o de @éstia

entro de um convento ou de uma institui"o de casamento, quando ambos e%istiamcomo compromisso de vida, havia lugar seguro para o esp!rito de @éstia se desenvolver#.as, sem a seguran"a e a estabilidade das institui"$es, a mulher tipo @éstia pode ficar numa incontest'vel desvantagem# Ela se sente como tartaruga sem o casco, aguardando

 para competir numa corrida de ratos# For naturePa, @éstia no pertence a organiPa"$esnem é socialmente ambiciosa, no é movida por causas pol!ticas e no tem ambi"o# Elano est' pelo mundo afora tentando dei%ar suas pegadas nele, nem se preocupa comisso# esse modo, facilmente ela no é notada, ou ento é desvaloriPada pelos ativistase 'rbitros sociais, que medem as pessoas pelos padr$es palp'veis e acham que ela noos possui# A desvaloriPa"o tem efeito negativo na auto(estima da mulher tipo @éstia#Ela pode se sentir fora do passo, desa)ustada, e incompetente para adotar os padr$es dosoutros e aplic'(los a si pr-pria#C69aminhos para o crescimento

As dificuldades da mulher tipo @éstia surgem quando ela se aventura fora do santu'rioda casa ou do templo para caminhar pelo mundo# omo pessoa introvertida confrontadacom o passo mais r'pido e muitas vePes competitivo dos outros, ela ficar' fora dacorrida até desenvolver outros aspectos de sua personalidade#

.odelando uma persona socialmente adapt'vel

A palavra persona /que significa m'scaraGG, em latim1 referia(se antigamente àsm'scaras usadas no palco para identificar imediatamente o papel que o ator iarepresentar# 5a psicologia )unguiana, a persona é a m'scara da adapta"o social que a

 pessoa apresenta ao mundo# E o modo como nos apresentamos aos outros e como somosvistos por eles# A pessoa com uma persona em bom funcionamento é como uma mulhercom um grande guarda(roupa, de onde ela pode escolher alguma coisa para usar,apropriada à ocasio, à sua personalidade, posi"o e idade# omo n-s nos comportamos,o que diPemos, como interagimos com os outros, como nos identificamos, tudo so

 partes de nossa persona# A mulher tipo @éstia é por naturePa desinteressada no que diPrespeito à posi"o social da persona, no quem é quem e no como causar uma impresso

 boa ou apropriada# A menos que ela se retire num convento e nunca se aventure fora

novamente, ela ter' que interagir com os outros, ter uma pequena conversa, e serentrevistada e avaliada, como todos os demais numa cultura competitiva# Ela no se

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apro%ima dessas habilidades naturalmente, e deve aprend&(las# .uitas vePes o processoé muito penoso# Ao ter que ir a uma grande concentra"o, ela se sente inadequada,desa)eitada e t!mida* sente(se sem uma persona adequada, como se no tivesse nada

 paraC67

usar# Essa afli"o se reflete em sonhos maus, em que ela se encontra despida ou apenas parcialmente vestida# Ms vePes, em metaf-rica correspond&ncia a seu sonho, ela seapresenta demasiadamente despida ( revela muito e é muito honesta, permitindo que as

 pessoas ve)am aquilo que outras na mesma situa"o manteriam encoberto# A mulhertipo @éstia que deve se apresentar para uma entrevista ou avalia"o deve moldar uma

 persona conscientemente, pondo tanto pensamento nela quanto colocaria num resumo /oque poderia ser considerado uma persona no papel1# Frecisa ter um quadro to claroquanto possa de quem se sup$e que ela se)a em cada cen'rio determinado, e deveestar preparada para e%perimentar certo nYmero de personas até que descubra um estiloque ser' considerado natural para ela, uma veP que o tenha usado bastante#Adquirindo afirma"o através de Zrtemis, Atenas, ou de um animus Além de uma

 persona, a mulher tipo @éstia precisa adquirir habilidade para ser afirmativa* precisa terum aspecto ativo em sua personalidade se for interagir com outros ou cuidar de simesma no mundo# A deusa @éstia no brigou pelo poder nem competiu pelas ma"s deouro# Fermaneceu fora dos relacionamentos, evitou o monte Olimpo, no esteve nocen'rio da guerra de =r-ia, nem foi respons'vel, salvou, puniu ou veio em au%!lio dequaisquer mortais# Ao contr'rio da deusa, a mulher tipo @éstia é uma pessoa entre as

 pessoas, e deve aventurar(se para fora de casa ou do templo, e est' mal preparada para ae%peri&ncia, a no ser que outros aspectos de sua psique possam a)ud'(la a ser ativa,e%pressiva ou positiva# Zrtemis e Atenas, os arquétipos femininos ativos, podem

 proporcionar acesso a essas habilidades, assim como o animus na mulher, o aspectomasculino de sua personalidade#C6As qualidades de Zrtemis ou de Atenas podem ter se desenvolvido se a mulher tipo@éstia participou de atividades competitivas, acampamentos de vero, grupos demulheres, esportes ao ar livre, ou se tiveram &%ito na escola# +ma garota que éarquetipicamente @éstia descobre cedo na vida que deve se adaptar a estar no meio das

 pessoas e encontrar perspectivas e%trovertidas# 5o processo ela pode evocar e cultivaroutros arquétipos# omo resultado ela pode incorporar as qualidades de Zrtemis e deAtenas em sua personalidade# A mulher tipo @éstia pode sentir que a ess&ncia de seu ser( a @éstia feminina, caseira, quieta no seu interior ( permanece no afetada pelase%peri&ncias e%teriores# Fode sentir, ao contr'rio, que no processo de se adaptar a um

mundo competitivo e social ela desenvolve uma atitude ou animus masculino# +manimus bem desenvolvido é como um macho interior a quem ela pode invocar para falar por ela quando precisa ser clara e positiva# Embora ele se)a competente, ele se senteestranho /ou no eu1 para com ela#O relacionamento da mulher tipo @éstia com seu animus é muitas vePes como orelacionamento interior @éstia(@ermes, igualando seu significado e coloca"o nos laresgregos# @éstia era representada pela lareira redonda no centro do lar, enquanto ohérnia um pilar que representava @ermes ficava do lado de fora# @ermes era tanto odeus protetor que ficava à entrada como o deus que acompanhava os via)antes# Nuando@éstia e @ermes so igualmente aspectos de uma mulher, @éstia pode proporcionar ummodo de ser interior particular enquanto seu animus tipo @ermes proporciona um modo

e%terior de lidar efetivamente com o mundo A mulher que sente que o animus tipo

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@ermes em si est' intervindo com o mundo tem a impresso de ter um aspectomasculino em si mesma, que ela usa quando seC6<aventura pelo mundo, e que através dele ela pode ser positiva e clara# O animus tambémfaP a tarefa de sentinela, guardando sua privacidade e mantendo afastadas as

intromiss$es indese)'veis com um animus tipo @ermes ela pode ser bastante efetiva esagaP, capaP de cuidar(se em situa"$es competitivas# ontudo, quando o animus érespons'vel pelo positivismo de uma mulher, ele no est' sempre presente e dispon!vel#For e%emplo, ela pode atender o telefone, esperando uma amiga e, ao contr'rio, podeouvir uma vendedora agressiva que faP perguntas intrusas ou uma insistente pessoacaridosa esperando que ela ofere"a espontaneamente seu tempo# Ento seu animus é

 pego de surpresa e ela se atrapalha de modo ineficiente# Susan >riffin, teatr-logavencedora do pr&mio Emm3, poetisa e autora de \oman and 5ature, acha que a alian"a@ermes(@éstia e%plica dois lados muito dessemelhantes dela# Em casa é uma presen"asuave, uma @éstia que trabalha indolentemente ao redor de sua coPinha e torna seu larum ancoradouro# Esta Susan >riffin muito reservada contrasta com a clara, agu"ada e

 politicamente esperta e%(editora de amparts que, no aspecto pYblico, pode sermercurial, ao mesmo tempo esperta e vol'til# Fermanecendo firme ao pr-prio centro:

 permanecendo fiel a @éstia Apolo e Fos!don tentaram violar a virgindade de @éstia, suaintegridade de uma(em(si(mesma# Em veP de render(se aos dese)os deles, contudo, ela

 prestou um )uramento de castidade eterna# Aquilo a que @éstia resistiu ao re)eitar Apoioe Fos!don é metaforicamente significativo, correspondendo às for"as intelectuais eemocionais que podem afastar a mulher de seu centro#C66@éstia representa o si(mesmo, um centro espiritual intuitivamente conhecido da

 personalidade de uma mulher que traP significado para a sua vida# Essa centraliPa"o de@éstia pode ser anulada se ela ceder a Apolo# Apolo era o deus do sol e apol!neo seequaciona com o logos, a vida intelectual, a supremacia da l-gica e da raPo# Se Apolo

 persuade uma mulher a desistir de sua virgindade hestiana ela subordinar' suae%peri&ncia interior intuitivamente sentida ao olhar perscrutador da indaga"o cient!fica#O que ela sente mas no pode e%pressar em palavras fica, portanto, invalidado* o que elaconhece como mulher interiormente s'bia no é levado em conta, a menos que se)asustentado por firme prova# Nuando é permitido ao ceticismo cient!fico masculino

 penetrar na e%peri&ncia espiritual e e%igir prova, a invaso invariavelmente viola osentido de integridade e significado de uma mulher#For outro lado, se a mulher tipo @éstia é dominada por Fos!don, ela fica desarmada

 pelo deus do mar# Fos!don representa o perigo de ser inundado por sentimentos

oceHnicos ou por conteYdos que )orram do inconsciente# Nuando essa inunda"o a p$eem perigo ela pode sonhar que uma enorme onda a est' derrotando# M luP do dia, a preocupa"o com uma situa"o emocional pode impedi(la de sentir(se centrada# Se a perturba"o conduP à depresso, a influ&ncia aqu'tica de Fos!don pode temporariamenteapagar o fogo do centro da lareira de @éstia# Nuando amea"ada por Apolo ouFos!don, a mulher tipo @éstia precisa buscar sua unicidade(em(si(mesma na solido#Em quieta tranq[ilidade ela pode uma veP mais encontrar intuitivamente seu caminhode volta para o centro#C6BibliografiaBA\AT,Watherine, @estia and Athenain the Anal3sisof\omen#

4n?ardDight C7C,C<6, n C, pp# I6(9I# E.E=EAWOFO+DOS, Stephanie, @estia,>oddess of the @earth#

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Spring, C<, pp# 77(<7# Este artigo foi a minha fonte principal paraa mitologia e os rituais de @estia# =he @3mn to @estia e =he Second @3mn to@estia# 4n @omeric @3mns, Spring, 4rving, =e%as, C<, pp# C9;(C9C#J+5>, # >#, =he Spirit .ercurius: Fart I, n 8# .ercurius as 0ire# \, vol# C8, pp#I;(IC;#

J+5>, # >#, =he Spirit .ercurius: Fart I, n( 6# .ercurius and @ermes# \, vol# C8, pp# I8;(I89#W4WSET, Barbara, @estia: ABacXground of Fs3chological 0ocusing# 4n0acing the>ods, org# por James @illman, Spring, 4rving, =e%as, C6;, pp# C;C(CC8#WOD=+2, Barbara BlacX, @estiaQ2esta# Nuadrant C;, inverno deC<<, pp# 76(7#D+WE, @elen .#, >oddess of the @earth# 4n \oman: Earth and Spirit, rossroad,

 5e? TorX, C6C, pp# 9C(7;# .ATEESO5, Fhilip, @estia /2esta1# 4n lassical .3tholog3 in Diterature, Art, and.usic, \ile3, 5e? TorX, C<C, pp# CC7(CC# .ATESO5, Fhilip, @ermes /.ercur31# 4n lassical .3tholog3 in Diterature, Art,

and .usic, \ile3, 5e? TorX, C<C, pp# IC;(II#C;

As deusas vulner'veis: @era, eméter e FerséfoneAs tr&s deusas vulner'veis so @era, deusa do casamento, eméter, deusa do cereal, eFerséfone, conhecida como ore, ou )ovem, e como rainha do inferno# Essas tr&s deusas

 personificam arquétipos que representam os papéis tradicionais das mulheres ( esposa me e filha# Elas so as deusas orientadas para o relacionamento, cu)as identidades e

 bem(estar dependem de um relacionamento significativo# E%pressam as necessidades deafilia"o das mulheres# Em suas mitologias, essas tr&s deusas foram estupradas,raptadas, dominadas ou humilhadas pelos deuses# ada uma sofreu quando uma liga"ofoi rompida ou desonrada# ada uma e%perienciou a impot&ncia, e cada uma reagiu aseu modo ( @era com raiva e ciYme eméter e Ferséfone com depresso# ada umademonstrou sintomas que se assemelham psicologicamente a doen"as# As mulheres nasquais essas deusas e%istem como arquétipos so do mesmo modo vulner'veis# Oconhecimento de @era, eméter e Ferséfone pode proporcionar às mulheres insightsrumo à naturePa de suas necessidades de relacionamentos e rumo ao padro de suarea"o à perda# Nuando @era, eméter e Ferséfone so arquétipos dominantes, a atra"omotivacional é o relacionamento,CCmais do que o empreendimento, a autonomia ou uma nova e%peri&ncia# O enfoque da

aten"o é nos outros, no num ob)etivo e%terior ou estado interior# onseq[entemente,as mulheres identificadas com essas deusas so atenciosas e receptivas com os outros#so motivadas pelas recompensas do relacionamento ( aprova"o, amor, aten"o ( e pelanecessidade do arquétipo: casar /@era1, alimentar /eméter1 ou ser dependente/Ferséfone enquanto ore1# Fara essas mulheres, cumprir os papéis tradicionais dasmulheres pode ser pessoalmente significativo#

Nualidade da consci&ncia: como luP difusamente radianteada uma das tr&s categorias de deusa tem uma qualidade caracter!stica de consci&ncia#A qualidade associada com os arquétipos das deusas vulner'veis é a da percep"odifusa# 4rene laremont de astille)o, analista )unguiana, descreveu esse tipo de

 percep"o em seu livro Wno?ing \oman como atitude de aceita"o, conhecimento daunidade de toda a vida, e prontido para o relacionamento#C Essa qualidade da

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consci&ncia e%emplifica as pessoas, de ambos os se%os, orientadas para orelacionamento# Fenso nessa qualidade de consci&ncia como an'loga à luP da lHmpadade uma sala de estar, que ilumina e lan"a uma quente incandesc&ncia a tudo o que est'dentro de seu raio# uma atenciosidade generaliPada que permite a uma pessoa

 perceber sens!veis nuan"as, uma receptividade ao tom emocional numa situa"o, uma

 percep"o dos sons de fundo como também tudo o que se encontre no centro da aten"ono primeiro plano# A percep"o difusa e%plica a consci&ncia perscrutadora queC# 4rene laremont de astille)o, Wno?ing \oman# FutnamGs /para a # ># Jung0oundation for Anal3tical Fs3cholog31, 5e? TorX, C<8, p# C7#CI

 permite a um pai ouvir uma crian"a choramingar por entre os rumores da conversa, ouque possibilita à esposa saber que seu marido est' contrariado, sentindo(se mal ou sob

 presso quando ele entra em casa, algumas vePes até mesmo antes que ela tenhaconsci&ncia disso# Essa espécie de consci&ncia receptiva e difusa pode levar àabrang&ncia ou à gestalt de uma situa"o# Em contraste, a consci&ncia enfocada,caracter!stica de Zrtemis, Atenas e @éstia( as tr&s deusas virgens ( se concentra num

elemento com a incluso de tudo o mais# Nuando tive dois filhos que ainda h' poucousavam fraldas aprendi como o comportamento das mes pode ser modificado pelosfilhos a fim de mant&(las num estado de percep"o difusa# A maior parte do tempo emque estava ao redor de meus filhos, eu permanecia sintoniPada com eles, num estadomental receptivo em que minha mente no estava focaliPada# escobri que quando eumudava de modos e me concentrava atentamente em algo diferente deles, elesinvariavelmente me interrompiam# For e%emplo, se eles estivessem calmamente

 brincando )untos na sala ao lado, e eu me ocupasse em limpar a pia, pVr em ordem asroupas ou até mesmo faPer alguma leitura leve, havia chances de que eu poderiacontinuar faPendo a atividade desatenta por algum tempo# .as se decidisse tirar

 proveito da sossegada hora de folga, para ler o )ornal ou estudar alguma coisa que mee%igisse aten"o enfocada, parecia que um ou dois minutos mais tarde pequeninos péssempre entravam correndo para interromper# Farecia que as crian"as tinham percep"oe%tra(sensorial de quando meu estado mental atento(a elas e e%plorador(de(detalhes erasubstitu!do pela aten"o enfocada, que os dessintoniPava# =entar enfocar entrecont!nuas interrup"$es é frustrante# O efeito imediato era desencora)ar a consci&nciaenfocada, e portanto modificar meu comportamento mental#C8Nuando come"ava a compreender a situa"o, tentava uma e%peri&ncia que voc& também

 poderia tentar# Espere por uma dessas épocas calmas quando um pré(escolar est'contente e acordado faPendo alguma coisa sem voc&# 5ote que ele pode ocupar(se com

alguma coisa que no requer concentra"o# epois verifique o rel-gio e mude daconsci&ncia difusa para a consci&ncia enfocada em algum outro tipo de tarefa# Observequanto tempo voc& pode enfocar nessa tarefa antes que a crian"a o interrompa# 5oapenas as criancinhas reagem dessa maneira quando a mulher importante de suas vidasas tira de sintonia para dar enfoque a algo que lhe diP respeito# .inhas pacientesmulheres também t&m descrito incidentes incontat'veis com outras pessoas# Fore%emplo, quando a mulher orientada para o relacionamento se matricula num curso ouretorna à faculdade como estudante graduada, uma inevit'vel fonte de atrito entre ela eos que com ela convivem( marido, amante, filhos mais velhos ( so suas intromiss$es einterrup"$es quando ela estuda# Ela pr-pria muitas vePes tem problema ao se concentrarem seu trabalho: o estado de mente receptivo e difuso, que permite à mulher atender aos

outros, também lhes permite que a distraiam facilmente# E quando ela se concentra, ohomem de sua vida pode inconscientemente reagir a seu trabalho, como se este fosse

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um rival que a afasta dele# Sua rea"o é à perda de sua aten"o, que até ento era partedo meio ambiente familiar# Ele pode estar reagindo à aus&ncia tempor'ria de @era ou deeméter na mulher, e esta pode no estar respondendo a ele como de costume#E como se uma tépida luP no vista tenha sido desligada, faPendo(o sentir de modovagamente ansioso e inseguro, que alguma coisa est' errada# E as coisas ficam pior 

depois das intromiss$es dele por nenhum bomC9motivo, porque a resposta usual a interrup"$es do enfoque é a irrita"o# Fortanto, é

 prov'vel que ela rea)a com contrariedade ou raiva, fundamentando assim os sentimentosde re)ei"o# ada casal que eu conhe"o ( onde o homem realmente apoia as aspira"$esacad&micas ou a carreira da mulher, e onde ele é realmente amado e importante para ela( tem achado Ytil reconhecer esse padro gerador de atrito# =o logo ele no se ressinta

 pessoalmente que ela mude da consci&ncia difusa para a consci&ncia enfocada, o padrode suas interrup"$es in)ustificadas e sua conseq[ente raiva e ressentimento setransformam, e a tenso se dissolve#

2ulnerabilidade, vitima"o e consci&ncia difusaAs deusas vulner'veis foram vitimadas# @era foi humilhada e abusada por seu marido`eus, que no levou em conta sua necessidade de fidelidade# O elo de eméter com suafilha foi ignorado, como também o seu sofrimento quando Ferséfone foi raptada emantida prisioneira no mundo das trevas# eméter e Ferséfone foram ambas estupradas#omo as mulheres humanas em situa"$es em que se tornam indefesas, todas as tr&sdeusas vulner'veis mostravam sintomas psiqui'tricos# As mulheres que se assemelhaminteriormente a essas tr&s deusas e que t&m a percep"o difusa como modo deconsci&ncia so também suscet!veis de vitima"o# Em contraste, as deusas associadascom a capacidade de definir limites e apontar para ob)etivos /Artemis1, ou de pensaratravés dos problemas e plane)ar estratégias /Atenas1, que requerem consci&nciaenfocada, so as deusas virgens e invulner'veis# As mulheres que com elas seidentificam so menos prov'veis de serem v!timas# Fara evitar ser vitimada, a mulher

 precisa parecer enfocada e confiante# eve caminhar rapidamente, comoC7se estivesse com pressa de chegar em algum lugar, pois mostrar(se sem ob)etivo oudistra!da convida a aborrecimentos# Embora a mulher receptiva e acess!vel a)ude atornar os relacionamentos e os lares calorosos, levar essas mesmas qualidades pelomundo fora pode conduPir a intrus$es indese)'veis# Nualquer mulher que se encontresoPinha, esperando por alguém ou sentada soPinha num restaurante ou numa sala deespera, pode esperar ser abordada por homens que presumem que qualquer mulher

desacompanhada se)a ca"a permitida para conversa ou aten"o# Se ela for receptiva eaf'vel, ento sua afabilidade pode provocar suposi"$es de que ela se)a um ob)eto se%ual prontamente dispon!vel# Fode receber propostas se%uais inesperadas e tornar(se v!timade tormento se%ual ou de raiva quando recusa# ois fatores a predisp$em à vitima"o: ainterpreta"o errVnea da receptividade ou da afabilidade como convite ao se%o, e asuposi"o geral de que qualquer mulher solit'ria pode ser abordada e est'

 potencialmente dispon!vel# outro fator que contribui é a suposi"o social de que asmulheres so propriedades# Essa suposi"o pro!be os homens de faPer coment'rios, falarcom, ou até mesmo perdoar a mulher acompanhada, enquanto eles so livres para agirde outro modo#As mulheres que so como eméter e Ferséfone, que se sentem vulner'veis ou

desprotegidas, muitas vePes t&m sonhos de ansiedade# Fodem sonhar que homens esto penetrando em seus quartos ou casas, ou que homens sorrateiros ou agressivos as esto

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 pondo em perigo ou seguindo(as# Algumas vePes os homens hostis em seus sonhos sofamiliares: homens de cu)a cr!tica elas t&m medo, homens que as intimidam poramea"as f!sicas abusivas ou por e%plos$es de raiva# Se na infHncia a mulher sentiu(sedesprotegida ou foi verdadeiramente abusada, as figuras que a atacam nos sonhos somuitas

CvePes da infHncia, ou elas ocuparam espa"o nos meios familiares da infHncia# 5em todasas mulheres que so orientadas para o relacionamento, mulheres do tipo da deusavulner'vel, t&m sonhos de v!tima# omo as fases das pr-prias deusas, as mulheres quese assemelham a essas deusas podem passar por um per!odo de vida durante o qualsentem(se seguras e fora de perigo# Sua vida on!rica pode ser da mesma formaagrad'vel# ontudo, algumas mulheres t&m sonhos de v!tima em boas épocas, como que

 para lembr'(las de sua vulnerabilidade# Em qualquer caso, os sonhos das mulheresvulner'veis so cheios de pessoas e freq[entemente acontecem dentro de edif!cios# =aissonhos evocam tanto mem-rias de v!nculos emocionais passados como descrevemrelacionamentos presentes em termos simb-licos#

Fadr$es de vida e comportamentoada uma das tr&s deusas vulner'veis tem em sua mitologia uma fase feliP e realiPada*uma fase durante a qual ela foi vitimada, sofreu e foi sintom'tica* e uma fase derestaura"o ou transforma"o# ada uma representa um est'gio na vida da mulheratravés do qual ela pode passar rapidamente ou no qual pode permanecer por certoespa"o de tempo# A mulher que descobre ser como @era, eméter ou Ferséfone podeaprender mais sobre si pr-pria, sobre suas for"as, suscetibilidades e potencialidadesnegativas, compreendendo os paralelos que e%istem entre ela e essas deusasarquet!picas# Se pode aprender prediPer seus pr-prios problemas, pode se livrar dealgum sofrimento# For e%emplo, a mulher tipo @era pode evitar muito sofrimento aono se permitir ser impelida insensatamente ou prematuramente para o casamento#Frecisa aprender como )ulgar o temperamento e a capacidade de amar antesC<de se casar, porque seu destino ser' determinado por seu marido# a mesma forma, amulher tipo eméter deve ser clara quanto às circunstHncias em que tornaria gr'vida edeve tomar precau"$es antes, porque a deusa nela presente( sentida como um instintomaternal compulsivo ( no tem nada a ver com as conseq[&ncias# E uma )ovem mulherFerséfone faria bem em se mudar do lar para a faculdade ou trabalho, de tal forma quetenha oportunidade de crescer para além da submissa filhinha da mame#

esenvolvendo(se além das deusas vulner'veisEmbora as deusas vulner'veis no personifiquem qualidades que conduPem àrealiPa"o, a mulher na qual esses arquétipos vivem pode crescer para além deles# Ela

 pode descobrir suas qualidades de Atenas ou de Zrtemis, ou descobrir que compet&nciae competi"o no mundo v&m através do desenvolvimento do que a ela parece o aspectomasculino de si mesma# E pode e%plorar dimens$es espirituais e sensuais associadascom @éstia, deusa da lareira, e com Afrodite, deusa do amor# Os tr&s cap!tulos seguintesaprofundam as mitologias e caracter!sticas de @era, eméter e Ferséfone# ada cap!tulodescreve os padr$es arquet!picos que personifica, e cada um mostra como uma deusano s- influencia a vida das mulheres nas quais ela vive, mas também afeta os outrosque esto relacionados com tais mulheres, como cVn)uges, pais, amigos, amantes ou

filhos# =oda mulher que )' sentiu !mpeto de se casar, ou teve um filho, ou sentiu queestava esperando que alguma coisa acontecesse para mudar sua vida ( o que inclui

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e%atamente todas as mulheres ( descobrir(se(' aparentada com uma das deusasvulner'veis em algum ponto de sua vida#C66@era: deusa do casamento, do compromisso e esposa

A deusa @era4mponente e real, a bela @era, a quem os romanos conheciam como Juno, era a deusa domatrimVnio# Era a cVn)uge de `eus /JYpiter1, o deus supremo dos ol!mpicos, quegovernava sobre os céus e a terra# Fensa(se que o seu nome signifique >randeSenhora, a forma feminina da palavra grega her-i# Os poetas gregos referiam(se a elacomo olhos de vaca, para elogiar seus olhos grandes e belos# Seus s!mbolos eram avaca, a via(l'ctea, o l!rio e a iridescente pena da cauda do pavo, que continha olhos,simboliPando a cautela de @era# A vaca sagrada era uma imagem associada com asdeusas da >rande .e como provedora de alimenta"o, enquanto a via(l'ctea ( nossagal'%ia, do grego gala, leite da me ( reflete a cren"a, anterior às divindadesol!mpicas, de que a 2ia(D'ctea veio dos seios da >rande eusa como ainha do éu#

4sso depois tornou(se parte da mitologia de @era: quando o leite )orrou de seus seios, avia(l'ctea foi formada# As gotas que ca!ram no cho tornaram(se l!rios, floressimboliPando outra cren"a pré(hel&nica no poder de autofertiliPa"o dos -rgos genitaisfemininos# Os s!mbolos de @era /e seus conflitos com `eus1 refletem o poder que elaoutrora deteve como uma >rande eusa cu)aCvenera"o precedeu `eus# 5a mitologia grega @era tinha dois aspectos contrastantes:era solenemente reverenciada e venerada em rituais como poderosa deusa do casamento,e foi difamada por @omero como v!bora vingativa, briguenta e ciumenta#

>enealogia e mitologia@era era filha de éia e rono# 0oi engolida por seu pai assim que nasceu, como seusquatro outros irmos# Nuando emergiu de seu cativeiro de dentro de rono, )' era

 )ovem# A )ovem foi dei%ada aos cuidados de duas divindades da naturePa, que eram osequivalentes de idosos pais de cria"o de alta classe# @era cresceu para ser uma deusaador'vel# Atraiu `eus, que até ento tinha conquistado rono e os =its, tornando(se odeus supremo# 5o importava que ele fosse seu irmo ( os deuses ol!mpicos tinham suas

 pr-prias leis ou falta delas, quando se tratava de relacionamentos# Fara se tornar !ntimoda )ovem virginal, `eus se metamorfoseou num pequeno p'ssaro, arrepiado e patético,do qual @era teve pena# Fara aquecer a criatura arrepiada, @era o manteve )unto ao

 peito# Ento `eus mudou seu disfarce, reassumiu sua apar&ncia varonil e tentou

violent'(la# Seus esfor"os no foram bem sucedidos# Ela resistiu às suas tentativasamorosas até que ele prometeu casar(se com ela# iPem que a lua(de(mel que se seguiudurou trePentos anos# Nuando a lua(de(mel terminou, estava de fato terminada# `eusretornou aos seus prom!scuos modos pré(nupciais /ele teve seis companheiras diferentese muita descend&ncia antes de casar(se com @era1# `eus era continuamente infiel,

 provocando ciYme vingativo em sua esposa tra!da# A raiva de @era no era direcionadaa seu marido infiel* dirigia(se à outra mulher que, na maioriaI;;das vePes, tinha sido seduPida, estuprada ou enganada por `eus* ou se dirigia às crian"asconcebidas por `eus, ou ainda aos inocentes espectadores# @' numerosas est-rias da irade @era# Nuando `eus levou Egina a uma ilha para violent'(la, @era dei%ou solto um

drago monstruoso, que destruiu muito da popula"o# E quando se tornou enraivecida pelo nascimento de ioniso, ela enlouqueceu seus pais(de(cria"o num esfor"o mal

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O arquétipo de @era, primeiro e antes de tudo, representa o dese)o ardente de ser esposa#A mulher como forte arquétipo de @era sente(se fundamentalmente incompleta sem umcompanheiro# motivada para o casamento por um instinto concedido por uma deusaSeu desgosto de estar sem companheiro pode ser e%peri&ncia interior to profunda eofensiva como o fato de no ter filhos para a mulher cu)o impulso mais forte é ter beb&#

omo psiquiatra, estou bastante conscientiPada do sofrimento de uma mulher tipo @eraquando ela no tem nenhum homem significativo em sua vida# .uitas mulheres t&mcompartilhado comigo seu pesar# +ma advogada disse solu"ando: =enho trinta e noveanos e no tenho um marido_ =enho tanta vergonha_ +ma enfermeira atraente,divorciada, de trinta e dois anos, disse pesarosamente: Sinto(me como se tivesse umagrande cavidade em minha psique, ou talveP se)a uma ferida que nunca cicatriPainteiramente# .eu eus, estou abandonada a mim mesma# Saio o suficiente, suponho,mas nenhum dos homens que encontro quer me levar a sério# Nuando a mulher comnecessidade compulsiva de ser companheira se torna envolvida num relacionamentocomprometido, muito do dese)o ardente criado pelo arquétipo de @era de ser esposa setorna presente# .as ela sente ainda dese)o premente pelo pr-prio casamento#

I;8Frecisa do prest!gio, respeito e honra que o casamento tem para ela, e quer serreconhecida como senhora 0ulana de tal# Ela no quer simplesmente viver )unto,mesmo numa época em que tais arran)os no so estigmatiPados# Ento ela pressiona

 por reconhecimento e%terno* acha o casamento na grande igre)a infinitamente prefer!vela voar para o eno ou descer ao it3 @all# Nuando @era é seu arquétipo, a noiva podesentir(se como deusa no dia do casamento# Fara ela o casamento iminente evoca aantecipa"o da realiPa"o e da integridade, que a enche de alegria# Esta é a noivaradiante, repleta de @era# A e%(primeira dama dos E+A, 5anc3 eagan personifica oarquétipo da esposa# A senhora eagan dei%ou claro que ser a esposa de onald eagané a sua mais importante prioridade# Nuando descreve a importHncia de seu casamento,fala para todas as mulheres que personificam @era em casamento feliP:

 5o que me diP respeito, nunca vivi realmente até que encontrei onnie# Oh, sei que essano é a moda popular ho)e em dia# Sup$e(se que voc& se)a totalmente independente,tendo seu marido ao redor como algo conveniente# .as no posso dei%ar de me sentir assim# onnie é a raPo de eu viver feliP# Sem ele, sou realmente infeliP e no tenhonenhum outro prop-sito ou dire"o na vida#I 5ossa cultura até muito recentementeecoava o ponto de vista de 5anc3 eagan: casar(se era considerado a realiPa"o

 principal de uma mulher# Até agora, quando a educa"o e os ob)etivos da carreira soimportantes, muitas mulheres no podem escapar de se sentirem pressionadas pelase%pectativas culturais de se estabelecerem e se casarem# essa forma, o arquétipo de

I# 5anc3 eagan, Nuest, C6I# As mesmas coisas contadas por 5anc3 eagan em 5anc3, com Bill Dibb3, BerXle3, 5e? TorX, C6C# #I;9@era recebe enorme apoio# Além do mais, certa mentalidade de Arca de 5oé

 prevalece# Espera(se que as pessoas venham aos pares, como sapatos ou meias# com issocomo norma social, as mulheres solteiras ficam destinadas a sentir que esto perdendo o

 barco Ento o arquétipo de @era torna(se refor"ado tanto pelas conseq[&ncias negativasquando ela no se harmoniPa com @era, quanto pela valida"o positiva quando seharmoniPa# A evid&ncia de que @era no deveria ser unicamente a cria"o de umacultura patriarcal ( uma cultura que desvaloriPa a mulher até que esta se)a escolhida porum homem /quanto mais poderoso o homem, melhor1 ( é sugerida por uma tend&ncia

semelhante em muitas mulheres lésbicas# .uitas lésbicas sentem !mpeto de tercompanheira, a mesma necessidade por fidelidade, a mesma e%pectativa de que a

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realiPa"o vir' através de sua companheira, e o mesmo dese)o premente por cerimVniaritual que proporcionar' reconhecimento e%terior de estar acasalada# com certePa, amulher lésbica que personifica @era no responde à presso cultural ou às e%pectativasfamiliares, pois ambas tentam condenar o relacionamento, em veP de sustent'(lo#

apacidade para o compromissoO arquétipo de @era proporciona capacidade de se estabelecer elo, de ser leal e fiel, desuportar e passar pelas dificuldades com companheiro# Nuando @era é a for"amotivadora, o compromisso da mulher no é condicional# +ma veP casada, prop$e(se a

 permanecer assim, para melhor ou para pior# Sem @era, a mulher pode passar por umasérie de relacionamentos de curta dura"o, mudando quando surgem as inevit'veisdificuldades ou quando a m'gica inicial do enamorar(se gradualmente se enfraquece#Ela pode no se casar e pode sentir(se completamente bemI;7quanto a seu estado de solteirona# Ou pode passar pelos impulsos ( a grande igre)a parao casamento e tudo o mais ( embora no se sinta ligada, do modo vital de @era, ao

homem com quem se casou# Nuando as mulheres se casam sem @era, alguma coisafica faltando# Essas foram as palavras e%atas usadas por uma de minhas pacientes,fot-grafa de quarenta e cinco anos de idade que perdeu profunda cone%o com seumarido: >osto dele e tenho sido boa esposa, disse# ontudo, freq[entemente pensoque viver por conta pr-pria se adaptaria melhor a mim# Se as mulheres flertam com elequando estou ao redor, ele algumas vePes as encora)a ( para meu benef!cio, penso eu#Ele espera que eu rea)a com ciYmes e ento fica contrariado porque no ficocontrariada# Suponho que ele suspeite que no é essencial para mim ( o que é verdade#Bem no fundo, no sou esposa realmente devotada, embora meu comportamento comoesposa este)a além da cr!tica# =ristemente para ambos, até mesmo depois de vinte anosde casamento, @era no se tornou arquétipo ativo#

O matrimVnio sagradoois dos tr&s significados do casamento so a satisfa"o de uma necessidade interior deser cVn)uge e um reconhecimento e%terior entre o marido e a esposa# O arquétipo domatrimVnio também é e%presso num terceiro n!vel: m!stico, como luta pela totalidadeatravés de matrimVnio sagrado# As cerimVnias religiosas do casamento, que enfatiPama naturePa sagrada do mesmo e o caracteriPam como unio espiritual ou sacramentoatravés do qual a gra"a pode ser canaliPada, so reconstitui"$es atuais dos sagradosrituais de @era# +m insight desse aspecto sagrado do arquétipo de @era veio a mim pore%peri&ncia direta# 0ui criada como protestante moderada# 5enhum mistério ou magia

I;acompanhava nossos rituais religiosos# O sacramento da comunho era umacomemora"o que usava suco de uva de \elch# Assim, foi igualmente inesperado e

 profundamente incitador para mim descobrir que a cerimVnia de meu casamento nacatedral de So 0rancisco foi uma impressionante e%peri&ncia interior# Senti que estava

 participando de um poderoso ritual que invocava o sagrado# =ive o sentimento dee%perienciar algo além da realidade costumeira, alguma coisa sobrenatural, o que écaracter!stico de uma e%peri&ncia arquet!pica# Enquanto declarava meus votos, senticomo se estivesse participando dos rituais sagrados# Nuando o matrimVnio sagradoocorre num sonho, h' uma troca semelhante de intensidade# O que é lembrado é anuminosidade da e%peri&ncia# As pessoas freq[entemente usam met'foras do campo

elétrico ou de energia para e%plicar o que sentiram quando se ligavam com a pessoa queera companheiro sagrado em seus sonhos# SimboliPando uma unio intraps!quica entre o

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masculino e o feminino, o sonho é e%peri&ncia de totalidade# Nuando a sonhadora éabra"ada por seu companheiro sagrado, h' uma mistura de sentimento er-tico,satisfa"o e unio# O sonho é numinoso, isto é, tem efeito emocional ine%prim!vel,misterioso e divino na sonhadora# A sonhadora desperta agitada e alterada: 0oi sonhomais real para mim do que me senti quando despertei# 5unca o esquecerei# Nuando ele

me segurou, eu me senti maravilhosamente# Era como encontro m!stico# 5o possoe%plicar: havia profundo senso de paP ao mesmo tempo que era eletriPante# Esse sonhofoi o principal acontecimento de minha vida# 5essa e%peri&ncia puramente interior domatrimVnio sagrado, a sonhadora se e%peri&ncia como a perfeita ou completa @era# 4ssomuitas vePes tem um calmo efeito no !mpeto de ser companheira e na necessidade deser casada#I;<A mulher desprePada: o padro negativo de @eraA deusa @era no e%pressava raiva contra `eus devido a suas infidelidades pYblicas#analiPava como raiva vingativa, dirigida à outra mulher ou às crian"as geradas por`eus, a dor que sentia ao ser re)eitada por ele e ao ser humilhada por seus romances# O

arquétipo de @era predisp$e a mulher a transferir a culpa do seu companheiro ( do qualé emocionalmente dependente para os outros# E as mulheres tipo @era reagem à perda eà dor mais com raiva e atividade do que com depresso, como é t!pico de eméter eFerséfone# Em meu trabalho anal!tico, descobri que a vingan"a é truque mental, que faPcom que a mulher tipo @era se sinta poderosa e no tanto re)eitada# Jean @arris é

 personifica"o contemporHnea da re)eitada @era# A arrogante diretora da e%clusiva.adeira School era condenada por assassinar seu amante de longo tempo, o fomentadorda ieta Scarsdale, doutor @erman =arnover# Sabia(se que @arris era conhecida por ter(se envolvido em ira ciumenta pela prefer&ncia de =arnover por uma rival mais )ovem, aquem ela )ulgava com menos civilidade, educa"o e classe do que ela# 0oi condenada

 por assass!nio depois que seu -dio sem disfarce em dire"o à outra mulher foi revelado,numa longa carta escrita para =arnover e%atamente antes de sua morte# Ela escreveu:2oc& foi a coisa mais importante, o ser humano mais importante de minha vida# 2oc&me mantém em controle, amea"ando(me de e%pulso, uma amea"a f'cil com a qualvoc& sabe que eu no poderia conviver e, portanto, permane"o em casa soPinhaenquanto voc& faP amor com alguém que me destruiu quase totalmente# =enho sidohumilhada publicamente repetidas vePes#88# iana =rilling, .rs# @arris: =he eath of the Scarsdale iet octor# @arcourt BraceJovanovich, 5e? TorX, C6C#I;6Apesar de seus dons e prest!gios, @arris estava convencida de que era imprest'vel sem

=arnover# Sustentou resolutamente que o assass!nio foi acidental# ita como @era, quenunca considerou `eus respons'vel por seus namoros, esta afirma"o poderia serrealmente verdadeira, porque @arris nunca imaginou viver sem ele#

ultivando @eraA necessidade de ser como @era vem como realiPa"o para algumas mulheres no in!cioda meia(idade* por essa época )' tiveram uma série de relacionamentos ou ficaram toenfocadas em suas carreiras que o casamento no se tornou prioridade# Até esse ponto, eas atenderam à inclina"o de Afrodite de mudar de um relacionamento para outro, ou àtend&ncia de Ferséfone de evitar compromissos, ou ao enfoque de Zrtemis e de Atenasno alcance dos ob)etivos# Ou a deusa esteve em campos opostos, e o !mpeto de @era por 

ser companheira foi frustrado pela escolha dos homens que a mulher feP, escolhainfluenciada por outras deusas# Nuando a liga"o como companheira no é forte

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instinto, ela precisa ser conscientemente cultivada# 4sso em geral é poss!vel somentequando a mulher v& a necessidade de estabelecer um compromisso e tem vontade demant&(lo, e quando e%iste oportunidade para ela agir assim# Se ela ama um homem quenecessita ou requer sua fidelidade, ela deve escolher entre a monogamia ou ele# evedecidir refrear a promiscuidade de Afrodite, ou a independ&ncia de Zrtemis e favorecer

@era# A deciso consciente de ser esposa tipo @era pode refor"ar a cone%o de mulhercom o arquétipo# Se o envolvimento com homens no casadouros impede que umamulher se torne esposa, esta precisa ficar desencantada com o tipo de homens pelosquais tem sidoI;atra!da e com o tratamento que deles recebeu# Frecisa também reavaliar sua atitude emrela"o aos homens que t&m valores tradicionais, porque ela pode ter ficado

 preconcebida em rela"o a esses homens que querem casar e constituir fam!lia# Nuandosua imagem de um homem dese)'vel muda para se adequar a um tipo de homem com oqual possa estabelecer compromisso, ento pode se tornar poss!vel a necessidade que@era tem de ser esposa#

A mulher tipo @eraA @era moderna é facilmente reconhec!vel# omo noiva radiante, andando pela navecentral da igre)a em dire"o ao noivo que a espera, ela é a alegre @era, antecipando suasatisfa"o# omo esposa tra!da, que descobre que seu marido est' tendo um caso e ficaenraivecida com a outra mulher, ela é @era, a v!bora# A mulher tipo @era é

 personificada por nYmero incont'vel de mulheres que foram a Esposa tipicamentevirginal antes do casamento ou pelo menos até o noivado, e depois a esposa leal pordécadas, até que se torna a viYva vivendo pela Seguran"a Social# A mulher tipo @eratem praPer em faPer do marido o centro de sua vida# =odo mundo sabe que ele aparece

 primeiro# Os filhos da mulher tipo @era compreendem bem a ordem de seu universo: omelhor é sempre guardado para ele# As outras pessoas rapidamente compreendemtambém o que se passa: ela as coloca na fila de espera até consultar o marido# .uitasmulheres moldadas de acordo com @era t&m qualidade matronal e so notadas por todoscomo muito bem casadas# E muitas outras mulheres t&m @era como um dos diversosaspectos de sua personalidade# Superficialmente elas podem no parecer mulheres tipo@era,IC;mas quando se familiariPam com ela reconhecem logo que @era é figura interior muitofamiliar#

A infHnciaAos quatro ou cinco anos, a pequena @era pode ser encontrada brincando de casinha ediPendo: 2oc& é o pai, e vai para o trabalho, enquanto acompanha seu companheirode brinquedo à porta# Apressando(se como pessoa adulta, ela varre o cho e p$e )antar composto de salada de erva e tortas de barro sobre a mesa, antecipando o pontoculminante do dia de @era, que é quando ele chega em casa e senta(se para )antar# Emcontraste, a )ovem eméter, para quem ser me é o acontecimento principal, empurrasua boneca num carrinho e passa horas vestindo, alimentando, e pondo seu beb& no

 ber"o# .as l' pelos seis ou sete anos, quando os se%os se separam em seus pr-priosgrupos de folguedos e muitas garotinhas pensam que muitos menininhos so cruPcredo, encontrar meninos para brincar de casinha torna(se quase imposs!vel# Aqui e

ali, até mesmo no primeiro ano, alguma forma"o de pares acontece, mas para a maioriao tra"o seguinte de @era vem mais tarde, quando as crian"as namoram seriamente#

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Os paisOs pais de @era foram rono e éia ( um pai distante que engoliu seus filhos, amea"ado

 pela possibilidade de que um o destronasse, e uma me sem poder para proteger seusfilhos dele# rono e éia nos proporcionam quadro negativo e e%agerado de casamento

 patriarcal: o marido é homem poderoso e dominador, que no tolera competi"o vindade seus filhos nem permite que a esposa tenha quaisquer novos interesses# A esposaresiste passivamente, guardando segredo e usando trapa"a# @era foiICCa Ynica de seus irmos engolidos que teve dois pares de pais# +ma veP libertada de seu

 pai, foi elevada a uma situa"o id!lica, com duas divindades da naturePa como paisadotivos# O tema dos dois con)untos de pais ( ou dois modelos de casamento ( é familiar

 para muitas mulheres tipo @era# 5o meio de uma situa"o familiar no to ideal quetorna outras crian"as pessimistas ou c!nicas quanto ao casamento, uma )ovem tipo @erasustenta uma imagem idealiPada do casamento, e o procura para si pr-pria como umcaminho fora de uma situa"o familiar m'# Em circunstHncias mais feliPes, uma filha

tipo @era v& no casamento duradouro de seus pais o que ela quer para si pr-pria#

Adolesc&ncia e )uventudeA adolescente tipo @era fica mais contente se estiver num relacionamento firme# agarota que usa orgulhosamente o anel de seu namorado numa correntinha ao redor do

 pesco"o, sonhando acordada sobre um casamento de pompa, e que fica ensaiando seunome, escrevendo em seu caderno: Sra# Bob Smith, Sra# obert Smith, Sra# obertEd?in Smith# =er um namorado firme é algo decisivamente importante para ela# Sefreq[enta uma escola secund'ria consciente do seu status, uma rica escola secund'riasuburbana, ento importa que ele se)a membro do gr&mio, )ogador de futebol da equipe

 principal, membro do clube mais prestigiado# Se ela estiver numa escola do centro, oque constitui status pode variar, mas o padro é o mesmo# Ela procura estar unida comum )ovem de alto status e alme)a seguran"a emocional que deriva do relacionamento# Seela é membro de um casal conceituado, programa sa!das de parceiros e festas, e l' dasalturas da ol!mpica deusa @era desprePa as coitadinhas desacompanhadas#ICIAlgumas mulheres se casam enquanto na escola secund'ria ou logo ap-s, para que

 possam brincar de casinha to logo quanto poss!vel# .as muitos romances de escolasecund'ria terminam, e o término desse primeiro relacionamento sério é em geraltambém a primeira séria ferida emocional para uma )ovem mulher tipo @era# @eraencara a faculdade como o tempo e o lugar para encontrar um companheiro# Se ela for

 brilhante e capaP, muitas vePes se sai bem na faculdade, apenas para desapontar os professores que admitiram que ela levou sua habilidade a sério# Fara a mulher tipo heraa educa"o em si no é importante# Fode apenas faPer parte de sua esperada forma"osocial# esde que o casamento é a raPo pela qual ela veio para a faculdade, suaansiedade cresce com o passar do tempo se um marido no aparece# omo aluna defaculdade no meio da década de 7;, eu relembro as mulheres tipo @era nocompromissadas que, como alunos do terceiro ano de estudo, tornaram(se cada veP maisansiosas, e como bacharelandas no compromissadas tinham um ar de desespero,achando(se condenadas a serem solteironas# Ferguntas indelicadas dos parentes queindagavam: Nuando é que voc& vai se casar^ eram e%cessivamente dolorosas, pois amulher tipo @era sente um vaPio interior e necessita de significado que se amplia com

as e%pectativas dos outros que também enfatiPam o casamento#

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=rabalhoFara a mulher tipo @era o trabalho é um aspecto secund'rio da vida, e%atamente como oir à faculdade# Nualquer que se)a sua forma"o, carreira, profisso ou t!tulo, quando@era é uma forte for"a na psique de uma mulher, seu trabalho é algo que ela faP, maisdo que um aspecto importante de quem é ela#

IC8A mulher tipo @era pode ser muito boa no que faP e alcan"ar reconhecimento e progresso# Se no for casada, contudo, nada disso parece valer muito para ela# 5aquele padro que conta ela fracassou a seus pr-prios olhos, independentemente de suasrealiPa"$es# Outras deusas em geral esto presentes na mulher que se sai bem no mundodo trabalho# ontudo, se @era for o padro dominante ela no sente que seu trabalho éimportante# Se for casada, subordinar' naturalmente sua carreira à de seu marido eestabelecer' seu hor'rio de trabalho e chances de promo"o às necessidades dele#Apenas aparentemente ter(se(ia a impresso de que a mulher tipo @era vivesse umcasamento de dupla(carreira: sua carreira é realmente seu casamento# 5essa etapa davida de carreiras duplas, onde dois cheques de pagamento so muitas vePes necess'rios,

muitas esposas trabalhadoras so mulheres tipo @era# ontudo, a mulher tipo @erasempre diP: Fara onde voc& for eu irei# Ela no propor' uma separa"o geogr'ficatempor'ria, com um ou outro via)ando para estarem )untos nos finais de semana# 5eminsistir' em que sua carreira se)a to importante quanto a dele# Fara isso, outra deusadeve agir#

elacionamento com mulheres: a espécie desvaloriPadaA mulher tipo @era usualmente no atribui muita importHncia às amiPades e geralmenteno tem melhor amiga# Frefere estar com seu marido e programar coisas com ele# Setem uma amiPade !ntima e duradoura com uma mulher, outras deusas so respons'veis#Se ela for solteira, sente que encontrar pretendentes aceit'veis é de primeiraimportHncia# Fode formar par com outra mulher para irem a lugares, tais como bares,onde aIC9mulher soPinha no se sentiria confort'vel# .as, uma veP que este)a numrelacionamento firme, tem pouco tempo para suas amigas solteiras e usualmente asabandona# Se solicitada para sair com um homem, a mulher tipo @era mantémnaturalmente um h'bito social, comum entre certas mulheres, de cancelar previamente

 planos feitos de verem outras mulheres amigas# +ma veP casada, esse acordo estende(seao cancelamento de amiPades com mulheres# A mulher tipo @era casada refere(se aoutras mulheres casadas como metade de um casal# Ou ela encontra mulheres

descomprometidas amea"ando(a potencialmente, caso seu marido lhes d& a menoraten"o, ou as desprePa como mulheres que no t&m homens# epois do casamento elatorna todo o social como parte de um casal# Nuando a mulher casada programa coisascom outras mulheres, a atividade é caracteristicamente relacionada à profisso de seumarido ou de suas atividades# As assistentes de mulheres institucionaliPam essatend&ncia# Em tais organiPa"$es, a posi"o do marido usualmente determina a posi"oeletiva de sua esposa# Ao votar em oficiais de tal organiPa"o, as mulheres tipo @erainevitavelmente consideram o status do marido da mulher# Fara a mulher tipo @era,quando o contacto com outras mulheres é feito num conte%to de casais, o elo entre asmulheres muitas vePes é provavelmente mais uma alian"a amig'vel do que umaamiPade pessoal# ontudo, a mulher tipo @era facilmente abandona amiga divorciada

ou viYva, muitas vePes depois de anos de freq[ente socialiPa"o, quando a amiga nomais est' acompanhada# As mulheres tipo @era abandonam(se uma à outra, refor"ando

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sua convic"o interior de que a mulher no é nada sem um marido# .uitas viYvas t&mmudado para climas mais ensolarados, no pelo tempo, mas por raiva eIC7orgulho, ao descobrir que no mais havia um lugar para elas em seu c!rculo de amigas!ntimas de tempos passados#

elacionamento com homens: e%pectativas de realiPa"oNuando a deusa @era era venerada nos templos gregos e o casamento de `eus e @eraera ritualmente celebrado, `eus era chamado `eus =eleios, significando `eus,

 provedor de realiPa"o# A mulher contemporHnea tipo @era coloca no marido ae%pectativa arquet!pica de que ele a preencher'#A mulher tipo @era é atra!da por um homem competente, cheio de sucesso, defini"oque usualmente depende de sua classe social e da fam!lia# Artistas na miséria, poetassens!veis, e g&nios escolares no constituem seu g&nero# As mulheres tipo @era noficam fascinadas por homens que sofrem por causa de sua arte ou princ!pios pol!ticos#Algumas vePes, contudo, as mulheres tipo @era parecem particularmente sens!veis à

combina"o que venceu a pr-pria @era# `eus primeiramente tornou(se !ntimo de @era,metamorfoseando(se num p'ssaro arrepiado antes de se revelar como o deus supremo#.uito freq[entemente a mulher tipo @era esposa essa combina"o de pobre pequenacriatura necessitada de entusiasmo, que ela proporciona, e de grande homem poderoso#.uitos homens que so altamente bem sucedidos no mundo t&m, como `eus, umelemento )uvenil atraente e emocionalmente imaturo que pode tocar a mulher tipo @eraquando combinado com o poder que ela acha to atraente# Ele pode no ter amigos!ntimos, pode no estar a par da dor particular dos outros, e pode no ter desenvolvidocapacidade de empatia# A imaturidade emocional do homem também é respons'vel porsua busca de variedade mais do que deIC

 profundidade com as mulheres* e por sua conseq[ente tend&ncia de ter romances, que amulher tipo @era no pode tolerar# Ele pode ser homem de neg-cios que aprecia umadeliciosa noitada quando sai da cidade a servi"o# Aprecia a conquista e o e%citamentodo se%o pela primeira veP com uma nova mulher, supondo que o que sua mulher no v&no a ferir'# Odeia falar sobre seus relacionamentos ou ter confronta"$es sobre seucomportamento ( por isso a mulher tipo @era evita ambas as coisas#Se a mulher tipo @era casa(se com um homem que se torna namorador e mentirosocomo `eus, e ela o leva a sério ( positivamente caracter!stica das mulheres tipo @eraque querem ser reasseguradas ( ento ela ser' repetidamente ferida# .uitas mulherestipo @era so colocadas em situa"$es desvanta)osas porque t&m dificuldade de avaliar a

!ndole sub)acente ou de compreender padr$es de comportamento# Nuando formamopinio sobre as pessoas, tais mulheres percebem mais a apar&ncia do que as possibilidades, como arrumar uma casa para venda e ver e%atamente o que h', no o quecostumava ser ou poderia tornar(se# 0inalmente, o desapontamento e a dor da mulhertipo @era so proporcionais à discrepHncia entre suas e%pectativas arquet!picas derealiPa"o e a realidade, e a brecha pode ser grande#

Se%ualidadeA mulher tipo @era sup$e que se%ualidade e casamento v&m )untos# esse modo, podeter permanecido virginal até ficar comprometida ou casada# 4ne%periente antes docasamento, ela ter' apesar de tudo rela"$es se%uais como parte profundamente sentida

de seu papel de esposa# A idéia de se%o submisso provavelmente surgiu com asmulheres tipo @era# 5o é incomum que a mulher tipo @era no se)a

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IC<org'smica no come"o de seu casamento# Se essa situa"o permanece imut'vel ou no

 pelos anos afora depende de o arquétipo de Afrodite ser ativado no casamento#

asamento

A mulher tipo @era considera o dia de seu casamento o mais significativo de sua vida# 5esse dia ela adquire um nome novo# 5unca mantém seu pr-prio nome, pois ela oconsidera estritamente seu nome de solteira# Agora ela se torna a esposa, o que

 preenche o impulso que ela sente desde quando se possa lembrar# O modo de viver damédia dos americanos é o cen'rio no qual muitas mulheres tipo @era prosperam#.arido e esposa passam fins de semana e férias )untos# O marido sai para o trabalho evem para casa )antar em hor'rio regular# Os amigos dele so homens, com os quais pode

 passar o tempo# Ele respeita sua mulher, espera que ela fa"a bem seu trabalho comoesposa, e sup$e que este)a casado por toda a vida# A rotina, o estarem )untos na vidasocial e os papéis que cada um mantém contribuem para a estabilidade do casamento e

 para a satisfa"o que ele proporciona à sua mulher tipo @era# A vida empresarial é outro

cen'rio que pode agradar a mulher tipo @era# Ela pode ser promovida )unto com omarido ou deslocar(se geograficamente e subir mais um degrau e dei%ar para tr'saqueles cu)a ascenso no foi to r'pida# f'cil para ela (deslocar(se com ele porque aliga"o com o marido é sua principal fonte de significado, e porque seusrelacionamentos com os outros so fracos# Em contraste, as mulheres com fortes elos deamiPade sofrem perda e solido a cada mudan"a, como acontece com as mulheres cu)otrabalho pr-prio é importante e que devem come"ar tudo de novo a cada deslocamento#O estado de felicidade da mulher tipo @era depende da devo"o de seu marido para comela, da importHnciaIC6que ele d' ao casamento e da aprecia"o que dela faP como sua esposa# .as ela sente(seatra!da por homens bem sucedidos, muitos dos quais so bem sucedidos porquedevotados ao trabalho e casados com o emprego# ontudo, ela pode achar que é infeliP,apesar de ser casada e até mesmo se nunca surge uma infidelidade se%ual# O casamento

 pode no ser satisfat-rio para a mulher tipo @era quando este no é muito importante para o marido# +m marido contemporHneo tipo `eus muitas vePes usa o casamentocomo um aspecto de sua fachada social# Ele se casou com uma mulher de sua pr-priaclasse social ou mais alta, e pode aparecer com ela ao seu lado quando isso fornecess'rio# Esse arran)o pode ser um casamento utilit'rio para ele e um desastre pessoal

 para ela# Se qualquer outro arquétipo fosse dominante nela, ela poderia ser capaP deaceitar um casamento com forma e sem muito conteYdo# .as a mulher tipo @era sofre

com a falta de envolvimento# Ele muitas vePes fica absorvido por outros interesses,usualmente envolvendo poder, tais como transa"$es comerciais e alian"as pol!ticas, eno compartilha seus principais interesses com ela# A esposa, conseq[entemente, senteum vaPio emocional na alma Ela pode tentar compensar ou enterrar esse sentimento devaPio por uma lufa(lufa de atividade social, querendo apresentar a imagem pYblica docasal perfeito# Esse quadro se adapta a um nYmero de casais socialmente proeminentesque comparecem a tais acontecimentos, como na noite de estréia da -pera ou nos bailes

 beneficentes# .as a unio que os caracteriPa em pYblico falta na vida particular# =aiscasamentos utilit'rios no se limitam a uma classe particular# Fodem ser encontradosem todos os n!veis sociais 4ndependentemente das insatisfa"$es com o casamento, amulher tipo @era é a menos prov'vel, de todos os tipos de deusa, de procurar div-rcio#

omo a deusa @era,IC

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que foi humilhada e abusada, a mulher tipo @era pode suportar maus tratos# Em seucora"o ela se sente casada# Acha o div-rcio inconceb!vel, até mesmo quando acontececom ela# Se o marido quiser dei%'(la por alguma outra e contar(lhe isso, a mulher tipo@era resiste profundamente ao ouvir o que ele est' diPendo# O casamento é umae%peri&ncia arquet!pica para ela( em sua mente ela ser' sempre esposa# Até mesmo

depois do div-rcio a mulher tipo @era pode ainda pensar em si como casada e sofrernovamente cada veP que se lembrar de que no é mais# Essa rea"o cria problemas paraos outros e sofrimento para si mesma#Ela pode passar muitas horas psiqui'tricas lutando com dificuldades que podem seratribu!das ao controle arquet!pico que o casamento /ou @era1 tem sobre a mulhermesmo depois da dissolu"o do casamento# Em minha pr'tica, tenho visto o efeito de@era envolvido em tudo# For e%emplo, a paciente pode ser uma mulher tipo @eradivorciada, oscilando entre a dor e a raiva, sentindo que ainda é a esposa leg!tima# Ou o

 paciente pode ser o e%(marido, que se sente hostiliPado pelas chamadas di'rias de suaesposa# Ou o paciente pode ser a ressentida nova esposa, Pangada com a intromisso dae%(esposa na vida deles ou pela confuso criada pela e%(esposa, caso esta insista em

usar o nome do e%(marido em contas correntes e outros documentos#

0ilhosA mulher tipo @era usualmente tem filhos porque esta fun"o é parte de seu papel comoesposa# .as no ter' muito instinto materno, a menos que eméter também se)a umarquétipo importante# 5em apreciar' faPer as coisas com as crian"as, a menos queZrtemis e Atenas também este)am presentes#II;Se a mulher tipo @era tem filhos e no pode formar um elo arquet!pico me(filho, seusfilhos sentiro o fracasso dela como necessidade de amor e de prote"o# Até mesmo sefor esposa e me o tempo todo e fisicamente muito em suas vidas, eles sentiro falta deintimidade e algum abandono emocional# Nuando a mulher tipo @era deve decidir entreo marido e os filhos, ela usualmente sacrificar' os melhores interesses dos filhos paraconservar o marido# Em minha pr'tica freq[entemente ve)o adultos que foram criadosem fam!lias de estrutura tradicional, onde o pai era o cabe"a do lar, ganha(po e tiranosem importHncia# =ais pacientes conheciam a me como au%iliadora e nutridora, mas elanunca agia como intermedi'ria entre o marido e os filhos# Estes estavam sempre emconflito com o pai, no importando quo irracional ou incontrol'vel ele se tornasse#Em suas an'lises, tais pacientes primeiro sentiram que a dificuldade com o pai estavaem primeiro plano enquanto relembram os aspectos dolorosos de sua infHncia# AlgumasvePes sentiram necessidade de confrontar seus pais no presente e, se poss!vel, conseguir

algum reconhecimento ou desculpa pelos acontecimentos do passado# 5esse ponto, o papel representado por suas mes vem à consci&ncia# erta paciente, uma profissional )'quase aos quarenta anos, que tinha batalhado com seu pai por toda a sua adolesc&ncia,disse: 5ada do que )' fiP foi suficientemente bom# Aos olhos dele eu era louca por

 pensar nisso ou muito incompetente para faPer isso# O que quer que GissoG fosse, ele medepreciava# `ombou do que era importante para mim, e diversas vePes até mesmodestruiu alguma coisa que eu valoriPava# Agora ela queria algum reconhecimento dele

 por suas realiPa"$es, pois tinha um grau profissional e uma carreira# Nueria também queele soubesse quo pre)udicial tinha sido seu comportamento#IICerto dia chamou os pais, que sempre estavam )untos# omo de costume, eles estavam

em e%tens$es de telefone separadas /ela )amais pode se lembrar de ter falado com umsem o outro1# irigiu seus coment'rios a ele, diPendo especialmente que tinha algo

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importante para contar(lhe, e que queria que ele ouvisse sem interromp&(la#FormenoriPou ressentimentos passados sem ficar abalada ou Pangada# Ele a surpreendeuFor faPer o que ela pediu: simplesmente ouvir# Sua me, porém, reagiu como se a filhaestivesse sendo abusiva: 2oc& no tem direito de falar desse modo com seu pai_Nuando a me interferiu dessa forma, ela proporcionou à sua filha um insight sobre o

 papel que sua me tinha desempenhado o tempo todo# A rea"o da me era t!pica de@era# Sua lealdade era para com o marido# Nuo audaciosamente uma filha o confronta_Ele `eus, o governador absoluto# Nuo audaciosamente uma filha o faP se sentir mal_Ele é to vulner'vel quanto o p'ssaro arrepiado necessitando do calor e prote"o de@era#

A meia(idadeSerem os anos da meia(idade realiPadores ou no depende da mulher tipo @era sercasada, e com quem se casou# Esses so os melhores anos para as mulheres tipo @eraque vivem casamentos est'veis com homens que alcan"aram certo sucesso e posi"o eapreciam suas esposas# Em contraste, a mulher tipo @era solteira, divorciada ou viYva é

infeliP# 5a meia(idade, o casamento freq[entemente passa por um estresse, com o qual amulher tipo @era usualmente no lida bem# Nuando seu casamento est' em desordem, amulher tipo @era freq[entemente torna a situa"o pior por sua possessividade e ciYme#Se pelaIII

 primeira veP em sua vida de casada ela sabe ou suspeita da importHncia de outra mulher,uma vindicatividade nunca vista antes pode surgir em toda sua fealdade, amea"ando ocasamento que é to importante para ela#

A velhiceFara a mulher tipo @era que passou de )ovem @era para a perfeita @era, tornar(se umaviYva @era é o pior per!odo de sua vida# .ilh$es de mulheres que vivem mais que seusmaridos esto nessa posi"o# Ao ficar viYvas, as mulheres tipo @era no apenas perdemseus maridos, mas também seu papel de esposa, que proporcionava um senso designificado e de identidade# Sentem(se insignificantes# Nuando ocorre a morte domarido, a mulher tipo @era que no desenvolveu outros aspectos de si mesma pode ir deuma depresso de luto a uma depresso crVnica, sem rumo e desolada# Essa rea"o é aconseq[&ncia de sua atitude e a"o anteriores limitadas# A mulher tipo @era em geralno é especialmente !ntima de seus filhos, pois sempre colocou o marido em primeirolugar# 5o tem bons amigos, pois dirigiu sua vida social de modo a faPer tudo comomembro de um casal# E, como observamos antes, ela pode encontrar(se fora do

relacionamento com seu c!rculo social, e%atamente como ela pr-pria tendia a abandonaroutras mulheres solteiras# A qualidade de vida da mulher tipo @era viYva depende da presen"a de outras deusas e de como foi financeiramente provida# Algumas mulherestipo @era nunca se recuperaram da perda de seus maridos# As mulheres tipo @eraafortunadas entram na velhice com seus maridos, celebrando )untos as bodas de ouro#Esto entre as mulheres aben"oadas# 0oram capaPes de satisfaPer o arquétipo particularque d' significado às suas vidas#II8As dificuldades psicol-gicas@era é uma influ&ncia ineg'vel na vida de muitas mulheres# Algumas outras deusas

 podem ser menos realiPadoras quando positivamente manifestadas na vida, mas todas

so também menos destrutivas do que @era em seus aspectos negativos# esse modo, é

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especialmente importante para a mulher tipo @era compreender as dificuldades de tratardo arquétipo, porque @era pode ser uma for"a obsessiva#

 4dentifica"o com @era2iver como @era é para uma mulher o mesmo que identificar(se com o papel de

esposa# Se o papel proporcionar' significado e satisfa"o ou resultar' em dor e raivadepende da qualidade do casamento e da fidelidade do homem# Nuando seu !mpetoinstintivo no é satisfeito, conseguir um homem é a preocupa"o principal da mulhertipo @era, e no ter um companheiro é a fonte principal de pesar# Enquanto procura seucompanheiro, est' sempre comprometida com a escola ou o trabalho, tem amigos, e vaia lugares, esperando durante todo o tempo encontrar um marido# +ma veP casada, amulher tipo @era muitas vePes limita sua vida e adapta(se ao seu papel e aos interessesdo marido# Se ele necessitar de seu apoio econVmico enquanto termina os estudos, elair' trabalhar# Se necessitar de uma esposa com hor'rio integral ela abandonar' otrabalho ou no completar' sua forma"o# Se ele também trabalhar, ela estar' disposta afi%ar resid&ncia novamente se ele quiser mudar# .uitas vePes no mantém amiPades

feitas antes do casamento e os interesses que ela teve antes de encontrar seu marido#II9O homem que se casa com a mulher tipo @era pode descobrir que depois do casamentoela no é mais a mulher com quem ele se casou# Antes de se comprometer para convirao papel de esposa, tinha interesses mais amplos# Até mesmo o se%o pré(nupcial podeter sido muito melhor# A mudan"a na se%ualidade no é incomum e pode datar da noitedo casamento# A influ&ncia de todas as outras deusas pode diminuir dramaticamentequando a mulher tipo @era se casa# As mulheres tipo @era também desabrocham depoisdo casamento# A noiva radiante torna(se a esposa feliP# Se o marido for um devotado`eus que a ama, o casamento ser' um centro profundamente significativo de sua vida#Outros aspectos da deusa podem também encontrar e%presso, embora sempresecund'ria em rela"o ao seu papel como esposa# Se a mulher tipo @era restringe ou nosuas atividades depois do casamento e limita seu papel a ser @era depende da for"a doarquétipo, de quo desenvolvidas eram outras facetas de sua personalidade antes docasamento* depende também do apoio ou falta daquilo que seu marido lhe d' paracrescer além de @era# .aridos possessivos e ciumentos que esperam que a esposa seconforme às suas e%ig&ncias agem de comum acordo com o arquétipo de @era parareduPir uma mulher a ser somente @era#

E%pectativas desapontadasNuando a mulher se identifica com @era, ela muitas vePes presume que ela e o marido

sero transformados pelo casamento, esperando inconscientemente que o marido setransforme em `eus =eleios, ou o `eus que realiPa# epois da cerimVnia, ela pode ficar  profunda e irracionalmente desapontada e sentir que ele a enganou, como se tivesseimplicitamente prometido alguma coisa que noII7

 pudesse entregar# e fato, contudo, o culpado no era ele, mas a e%pectativa arquet!picado `eus =eleios que ela pro)etava nele# .uitas mulheres tipo @era pro)etam umaimagem de marido idealiPado num homem e depois tornam(se cr!ticas e Pangadasquando este no vive de acordo com suas e%pectativas# =al mulher pode tornar(se entogeniosa /a viso de @omero da deusa @era1, impelindo(o a mudar# Outro tipo demulher pode ver o homem mais claramente em primeiro lugar, no esperar que o

casamento o transforme, ou pode ser capaP de #dei%'(lo#C

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Fresa entre o arquétipo e a culturaAs mulheres tipo @era podem tanto ser impulsionadas ao casamento quanto ficar presas

 por for"as arquet!picas e culturais agindo )untas# O arquétipo é mantido pela m!sticafeminina ou realiPa"o através de outros como Bett3 0riedan descreveu# Ambas asfor"as prometem implicitamente o final do conto de fada: e viveram feliPes para

sempre# +ma veP casada, a mulher tipo @era, mais do que qualquer outro tipo demulher, sente(se ligada ( para melhor ou para pior# Nuando é para o pior, o arquétipode @era, muitas vePes com o apoio da cultura, op$e(se à sua sa!da de um maucasamento# As cren"as religiosas e e%pectativas familiares podem conspirar paramanter a mulher ligada a um alco-latra ou a um espancador de esposa#

Oprimida ou opressora claro que, dadas as conseq[&ncias da identifica"o com @era, esse arquétipo podeoprimir as mulheres# A mulher tipo @era solteira pode sentir que é incompleta e umfracasso, ou pode ser impelida a um mau casamento#II

A mulher casada pode ser incapaP de dei%ar um mau casamento e se tornarnegativamente afetada# Fode transformar(se numa mulher insatisfeita que se senteamargurada quando seu marido fracassa ao tentar viver à altura das e%pectativas de@era# Ou pode transformarse numa esposa rancorosa, ferida e ciumenta se seu maridofor infiel ou se ela imagina que ele o se)a# Ou pode ser incapaP de sair de um casamentoque lhe se)a e%cessivamente pre)udicial# A deusa @era sofre mais do que qualquer outradeusa, e%ceto eméter, cu)o sofrimento foi de espécie diferente# .as ela também

 perseguiu outras vingativamente e, portanto, foi a mais destrutiva de todas as deusas#omo e%presso pelas mulheres modernas, a agressividade de @era varia do ter umaatitude )ulgamentosa com respeito aos outros ao se comportar de um modo

 premeditadamente destrutivo# As mulheres tipo @era )ulgam as outras mulheres e as punem ( usualmente e%cluindo(as ou ostraciPando(as com seus filhos ( por no viveremsegundo os padr$es de @era# =ais mulheres so os 'rbitros sociais# So especialmentehostis a Afrodite# =oda veP que podem, e%cluem as mulheres atraentes, sensuais, aoredor das quais os homens se congregam, mulheres divorciadas e mulheres solteirasse%ualmente ativas ( todas as que podem ser atraentes para seus companheiros e queesto portanto amea"ando# .as seu )ulgamento também se e%pande com refer&ncia àsmulheres que no esto amea"ando pessoalmente ( por e%emplo, so mais cr!ticas doque solid'rias em rela"o às mes solteiras dependentes da Frevid&ncia Social e ao quediP respeito às v!timas de estupro# Fara @era, o Ynico papel verdadeiramente aceit'vel éo de esposa de homem bem sucedido# .uito depois que comecei a me considerar

feminista, descobri dentro de mim um padro inconsciente deII<@era de desvaloriPar outras mulheres quando estava em um evento com meu marido# OclicX do reconhecimento veio quando compreendi que buscava a companhia doscasais quando estava em reuni$es com ele, evitando as mulheres descompromissadas,que eu apreciava muito quando estava soPinha# Nuando descobri esse padro particularde @era, fiquei envergonhada de meu comportamento no feminista# Ao mesmo tempo,fiquei humilhada ao compreender que tinha anteriormente me sentido superior àsmulheres tipo @era, quando na verdade um aspecto negativo de @era era também um demeus aspectos# epois disso, fiP uma escolha minuciosa de com quem passar o tempo#E depois que descobri que tinha alguma coisa em comum com a esposa do senhor

fulano de tal, que eu tinha previamente repelido, perdi também uma atitude )ulgamentosa da qual foi bom livrar(me#

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A s!ndrome de .edéiaO termo s!ndrome de .edéia descreve apropriadamente a vingativa mulher tipo @eraque se sente tra!da e descartada e que vai ao e%tremo para se vingar# O mito de .edéia éuma met'fora que descreve a capacidade de a mulher tipo @era pVr seu compromisso

antes de qualquer outra coisa, e sua capacidade de se vingar quando descobre que seucompromisso no vale nada aos olhos dele# 5a mitologia grega, .edéia era a mulhermortal que assassinou seus pr-prios filhos para vingar(se de seu marido por abandon'(la# Ela é o caso cl!nico de uma mulher que estava possu!da pelo aspecto destrutivo de@era# .edéia era a filha sacerdotisa do rei da -lquida# O velocino de ouro, que Jaso eos argonautas procuravam, pertencia a esse reinado# Jaso precisaria de a)uda paraII6lev'(lo, pois o velocino estava guardado# @era e Atenas, suas deusas protetoras,

 persuadiram Afrodite a faPer com que .edéia se apai%onasse por Jaso e o a)udasse aroubar o velocino de ouro# Jaso pediu a .edéia para a)ud'(lo* prometeu que se casariacom ela e garantiu estar com ela até que a morte os separasse# Ento, por pai%o e

lealdade a Jaso, .edéia o a)udou a roubar o velocino# For faPer isso, ela traiu seu pai eseu pa!s, e causou a morte de seu irmo# Jaso e .edéia estabeleceram(se em orinto etiveram dois filhos# omo estrangeira, a posi"o de .edéia ficou como a de uma esposade casamento consensual# Ento o oportunista Jaso aproveitou o prete%to para casar(secom >lauce, a filha de reonte, rei de orinto# omo condi"o para o casamento, Jasoconcordou que .edéia e seus filhos fossem e%ilados# 0erida por sua perf!dia ehumilhada pelo fato de terem conduPido ao nada todos os seus sacrif!cios e crimes porele, .edéia tornou(se homicida# Frimeiramente deu à sua rival um roupo envenenado#Nuando >lauce o vestiu, o efeito foi semelhante ao de um agasalho de galatinaincendiaria, que queimou e destruiu sua naturePa humana# A seguir, .edéia esteve emconflito entre seu amor pelas crian"as e seu dese)o de vingan"a# A fYria e o orgulhovenceram, e para vingar(se de Jaso ela assassinou seus filhos# .edéia comportou(semonstruosamente, mas foi claramente a v!tima de seu amor por Jaso# Enquantoalgumas mulheres poderiam tornar(se deprimidas e até mesmo suicidas ap-s seremre)eitadas e tratadas com desprePo, .edéia ativamente tramou e pVs em pr'tica avingan"a# Seu relacionamento com Jaso era o centro de sua vida# =udo o que feP foiconseq[&ncia de am'(lo ou perd&(lo# .edéia foi atormentada, possu!da e impelidaIIà loucura por sua necessidade de ser a companheira de Jaso# Sua patologia originou(seda intensidade do instinto de @era e de ser contrariada# Embora as reencena"$es literaisdo mito de .edéia se)am raras, num n!vel metaf-rico elas so raPoavelmente comuns#

Nuando uma mulher torna(se ligada a um homem através da dupla interven"o de @erae Afrodite, como aconteceu com .edéia, ento seu instinto de unir(se e sua pai%o porele for"am(na a colocar esse relacionamento acima de todas as coisas# Ela dei%ar' suafam!lia, trair' seus valores, e matar' la"os familiares se necess'rio# .uitas mulherescomo .edéia acreditam em promessas matrimoniais de devo"o eterna e faPemtremendos sacrif!cios pelo marido, apenas para serem usadas e dei%adas por Jas$esinescrupulosos e ambiciosos#Nuando um casal vive o drama de .edéia e Jaso, ela pode literalmente no queimar edespeda"ar a outra mulher pela qual ele a abandona, mas muitas vePes ela fantasia outenta o emocional equivalente# For e%emplo, .edéia pode tentar destruir a reputa"oda outra mulher com mentiras ou até mesmo literalmente tentar pre)udic'(la# E se,

novamente comparando o mito de .edéia e de Jaso, sua vingan"a for maior que seuamor pelos filhos e pelo que é melhor para eles, ela pode tentar destruir seu

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relacionamento com ele# Fode levar as crian"as embora, de tal forma que ele no possav&(las# Ou pode transformar suas visitas aos filhos em acontecimentos igualmente totraum'ticos que ele desista de seus esfor"os para permanecer relacionado a eles#(Observe que fiel a @era no seu aspecto mais destrutivo, .edéia no assassinou Jaso#a mesma forma, a hostil e re)eitada @era muitas vePes pre)udica os outros em veP de

 pre)udicar o homem que a abandonou# Ela pre)udica especialmente seus filhos#I8;aminhos para o crescimentoeconhecer a influ&ncia de @era e compreender suas suscetibilidades é o primeiro passo

 para o crescimento além dela# .uitas mulheres podem olhar para tr's, para osrelacionamentos anteriores e compreender, em retrospecto, que estavam muito dese)osasde se casarem# =ivesse prevalecido @era e tivesse ela tido oportunidade, tal mulherteria se casado com seu namorado firme de escola secund'ria, ou com um daqueles deromance de vero, ou, pelo que interessa, com quaisquer homens que ela noconhecesse muito bem# Nuando a mulher est' sob a influ&ncia de @era, é prov'vel quese case com o primeiro homem respons'vel que a pedir em casamento, ou com qualquer

homem aceit'vel com quem ela saia, sem parar para considerar o que seria melhor parasi mesma# 0aria bem em resistir ao casamento até que soubesse o bastante sobre seufuturo esposo# Nue espécie de temperamento ele tem^ Nuo emocionalmente maturo eleé^ Até que ponto est' pronto para se estabelecer^ Nual a importHncia da fidelidade paraele^ O que ela realmente sente por ele como pessoa^ Nuo compat!veis so eles^esponder a estas perguntas honestamente é cr!tico para a felicidade futura da mulhertipo @era# +ma veP casada, ela ser' dependente do car'ter do homem com quem se casae de sua capacidade de am'(la# Ele decidir' quem ser' ela, se uma @era realiPada ouuma @era raivosa e desiludida#

E%pandindo(se além de @eraEnquanto um bom casamento é a principal fonte de significado na vida da mulher tipo@era, limitar(se a ser esposa significa que ela pode limitar seu crescimento e suahabilidade de adaptar(se caso a morte ou o div-rcio conduPa esse papel ao fim# Ela podeinconscientementeI8Csubmeter(se à opinio de seu marido quanto à escolha de suas atividades e amigos, e

 pode permitir(lhe decidir como viver' sua vida# ontudo ela pode tornar(se ciente deseu padro e compreender que tem negligenciado outras facetas de si mesma, as quais

 podem enriquecer tanto sua pr-pria vida quanto seu casamento# 5um casamentotradicional, o marido e a mulher so metades de um todo, e cada um preenche um papel

determinado culturalmente# Essa especialiPa"o de tarefas desencora)a a inteirePa nointerior de cada pessoa# O que quer que a cultura considere masculino no édesenvolvido na mulher# A mulher tipo @era facilmente herda esse padro# Ela poderiaainda ter orgulho desarraPoado por no saber nada sobre carros ou sobre nYmeros, ou

 por no saber como lidar com as pessoas no mundo dos neg-cios, porque seu maridofaP todas essas tarefas para ambos# Fortanto, se permitida a agir assim, @era restringetambém a compet&ncia da mulher# .as a mulher pode parar de reagir e come"ar arefletir sobre o padro de seu casamento# Ela pode observar que est' voltada para um

 papel que, na melhor das hip-teses, a limita e que, na pior delas, ainda lhe é destrutivo#Essa conscientiPa"o é o primeiro passo que torna poss!vel a ela resistir a @era e cresceralém desse padro# A mulher tipo @era deve consciente e repetidamente alinhar se com

outras deusas que lhe permitam crescer além de seu papel como esposa#

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 asamento como e%peri&ncia de crescimentoA mulher tipo @era insegura é altamente suscet!vel ao ciYme# com muito pouca

 provoca"o ela suspeita de infidelidade e sente(se desconsiderada e humilhada em pYblico pela falta de aten"o do marido# Se suas rea"$es no so )ustificadas, ela oafasta com suas acusa"$es, ou tenta faP&(lo mais sens!vel ao efeito que ele produP nela#

I8IE o casamento se deteriora, confirmando seus medos, ou ambos, marido e mulher,crescem mais intimamente )untos# For e%emplo, seu marido pode aprender a respondercom compai%o à sua necessidade de saber onde ele est', em veP de responder comressentimento e negando informa"o# Se ele puder ser sens!vel assim, sua confian"acrescer'# +m marido disse: Agora eu a fa"o saber quando me esperar, e se h' um#impedimento eu lhe telefono, ao invés de dei%'(la à miseric-rdia dos demVniosciumentos que atormentam sua imagina"o# A mulher tipo @era deve decidirrepetidamente em quem confiar, se na @era interiormente suspeitosa ou em seu marido#Fara crescer, ela deve resistir a @era e dar ao marido crédito para apoio e fidelidade#=ransformar a raiva e a dor em trabalho criativo: a solu"o de @efesto Nuando a mulher

vive um mau casamento ou deve lutar para livrar(se de ser vingativa, vitimada pela pr-pria @era, uma solu"o poss!vel é sugerida pelo mito do filho de @era, @efesto, deusda for)a# Ele simboliPa uma for"a interior em potencial, que a pr-pria deusa re)eitou,mas que ainda est' dispon!vel para as mulheres tipo @era# @era favoreceu seu outrofilho, Ares, deus da guerra# =al me, tal filho(a fYria incontrol'vel de Ares no campode batalha espelhava o car'ter vingativo e fora de controle de @era# @efesto, conhecidocomo 2ulcano pelos romanos, tinha sua for)a no interior de um vulco#Simbolicamente, ele representa a possibilidade de que a fYria vulcHnica possa sercontida e transformada em energia criativa para faPer armaduras e trabalho de arte# Amulher tipo @era re)eitada e raivosa pode escolher entre ser consumida pela raiva ouconter seus I88impulsos hostis e refletir em suas chances dispon!veis# Se notar que est' se tornandoinv'lida e limitada pela raiva ou ciYme, poderia canaliPar sua raiva para o trabalho#Foderia literalmente seguir o e%emplo de @efesto, cu)a esposa Afrodite lhe erarepetidamente infiel, e tornar(se arteso# Foderia trabalhar com argila, queimando o queela faP na fornalha, e no processo tornar(se ela pr-pria modificada, metaforicamentetransformada pelo fogo de suas emo"$es em artes em veP de ser consumida oudestru!da# Ou pode canaliPar a intensidade de seus sentimentos para a pintura ou escrita#=rabalho de qualquer espécie, mental ou manual, pode servir como meio de sublimar araiva# E a sublima"o é muito mais saud'vel do que permitir à raiva alimentar(se de simesma e destru!(la# Admitir a possibilidade de reconcilia"o: realidade versus mito

A mulher tipo @era precisa saber que, uma veP que um homem a abandonou, ela ter'dificuldade em acreditar na perda# 5esse tipo de situa"o, ela tem dificuldade em aceitara realidade e é mais prov'vel acreditar num final m!tico ( que ele, como `eus, sentir'saudades dela e voltar'# A mulher tipo @era no tem recursos para menosprePar aevid&ncia, precisa aceitar a realidade em veP de neg'(la# Somente quando ela parar deesperar pela eventual reconcilia"o é que pode sentir pesar, recobrar o equil!brio e

 prosseguir em sua vida# .uitas mulheres tipo @era esperam que o marido que as dei%ou por outra mulher possa voltar# 5um mito sobre @era, essa reconcilia"o ocorre, mas s-quando ela for capaP de dei%ar `eus# 5o mito, como observado antes, `eus foi para oretiro dela na montanha e participou de uma cerimVnia de casamento, simulando casar(se com uma est'tua disfar"ada de mulher# @era divertiu(se com a cena, e seguiu(se a

reconcilia"o#I89

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.uitos elementos psicol-gicos importantes esto presentes aqui# Antes de mais nada, para estar reconciliada, @era dei%ou mais do que `eus# ei%ou também suas esperan"asde que ele poderia mudar, e dei%ou o papel da @era vitimada e vingativa# `eus, por suaveP, descobriu que @era era verdadeiramente importante para ele e transmitiu essamensagem a ela# =alveP s- ento @era pVde divertir(se ( porque finalmente reconheceu

que realmente nenhuma mulher importava a ele desde o princ!pio# ada um de seusromances, como o da est'tua, tinha sido um s!mbolo para ele, e no um relacionamentoimportante# A vida às vePes imita esse imagin'rio final feliP, mas no é o comum# Amulher pode ver que a separa"o no mudou o cora"o de seu marido, que ele noretornou, mas que, ao contr'rio, est' obviamente profundamente envolvido com alguémmais, ou est' bem por estar distante dela# Ento ela precisa considerar a realidade, e s-ento poder' prosseguir na vida#

eciclar(seA possibilidade de completar um ciclo e come"ar outra veP é coisa inerente ao mito de@era# omo observamos anteriormente, no ciclo de venera"o anual a deusa era @era a

 )ovem na primavera, @era a realiPada no vero e no outono, e @era a viYva no inverno#=oda primavera ela estava voltada para a virgindade, e o ciclo come"ava novamente# Aocompreender essa possibilidade arquet!pica, a mulher tipo @era num mau casamento

 pode enviuvar(se emocionalmente, dei%ando um relacionamento que s- oferece vaPio,abuso ou infidelidade# Ela pode ento come"ar de novo, e desta veP pode escolhersabiamente# Em seu novo casamento, o !mpeto de ser esposa pode ser realiPado demodo positivo#I87O ciclo pode também ser vivido como e%peri&ncia interior se a mulher renunciar ànecessidade de ser esposa ou à e%pectativa de que se realiPar' através de seu papel deesposa# +ma av- viYva, por e%emplo, sonhou que tinha come"ado a menstruarnovamente, deP anos ap-s sua menopausa, e compreendeu que o sonho era uma e%ataafirma"o simb-lica# Sentindo(se completa e no princ!pio de uma nova fase de sua vida,tornava(se psicologicamente mais uma veP a )ovem#BibliografiaO\545>, hristine, orning to =erms ?ith @era# Nuadrant CI, nI, inverno deC<# WE5T4, #, `eus and @era e @era, Ares and @ephaistos# 4n =he >ods ofthe>reeXs# =hames @udson, 5e? TorX, C<, pp# 7(6, C7;(C; /originalmente

 publicado em C7C1#WE5T4, #, `eus and @era: Archet3pal 4mage of0ather, @usband and \ife#

Bollingen Series 7# Frinceton +niversit3 Fress, Frinceton, 5e? Jerse3, C<7#WE5T4, Warl, =he .urderess ( .edea# 4n >oddesses of Sun and .oon# Spring,4rving, =e%as, C<, pp# I;(9;#.ATESO5, Fhilip, @era /Juno1# 4n lassical .3tholog3 in Diterature, Art, and.usic# \ile3# 5e? TorX, C<C, pp# 9(6#S=E45, .urra3, @era: Bound and +nbound# Spring, C<<, pp# C;7(CC#Este artigo foi a minha mais importante fonte para o arquétipo de @era# O artigo deStein associa o instinto de casamento com @era, e descreve suas tr&s fases#`AB4SW4E, Fhilip, >oddesses in Our .idst# Nuadrant, outono de C<9, pp# 8<(8#I8eméter: deusa do cereal, nutridora e me

A deusa eméter 

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eméter, deusa do cereal, presidia abundantes colheitas# Os romanos a conheciam como>eres ( com a qual nossa palavra cereal se relaciona# Ela foi descrita no @ino aeméter, de @omero, como aquela impressionante deusa, com seu cabelo bonito### esua espada de ouro,C provavelmente uma licen"a poética para o fei%e de trigoamadurecido, que era seu s!mbolo principal# Era retratada como bonita mulher de cabelo

dourado e vestida com roupo aPul, ou, mais comumente na escultura, como figuramatronal, sentada# Farte do nome de eméter, meter, parece significar me, mas no étotalmente claro ao que se refere o de ou, a princ!pio, da# Era venerada como umadeusa me, especialmente como me do cereal e me da )ovem Ferséfone, a romanaFrosérpina# A vida de Ferséfone come"ou da mesma maneira sombria que a de @era#Era a segunda filha de éia e rono, e foi a segunda a ser engolida por ele# eméter foia quarta esposa real de `eus /JYpiter1, que também era seu irmo# Frecedeu @era, queera a nYmero sete e aC# @3mn to eméter, in =he @omeric@3mns# Spring, 4rving, =e%as, C<, p# 6#I8<Yltima# essa unio veio a Ynica filha de `eus e eméter, Ferséfone, com quem

eméter estava ligada no mito e culto#A hist-ria de eméter e Ferséfone, lindamente contada no longo @ino a eméter,concentra(se ao redor da rea"o de eméter ao rapto de Ferséfone pelo irmo deeméter, @ades, deus do 4nferno# Esse mito tornou(se a base dos .istérios de El&usis,os mais sagrados e importantes rituais religiosos da >récia antiga por mais de duPentosanos#I Essa venera"o chegou ao fim do século 2 d##, com a destrui"o do santu'riode El&usis pelos b'rbaros invasores#

O rapto de FerséfoneFerséfone estava colhendo flores no prado com suas companheiras, quando foi atra!da

 por um narciso surpreendentemente bonito# Ao estender a mo para peg'(lo, o solofendeu(se diante dela# as profundePas da terra emergiu @ades em sua carruagem deouro pu%ada por cavalos pretos# Apoderou(se dela e afundou de volta para o abismo deforma to r'pida quanto tinha vindo# Ferséfone lutou e gritou pela a)uda de `eus, masno veio nenhum au%!lio# eméter ouviu o eco dos gritos de Ferséfone e apressou(se

 por encontr'(la# Frocurou sua filha raptada nove dias e nove noites, por terra e por mar#Em sua busca frenética no parou para comer, dormir ou banhar(se#Outro mito acrescenta que quando eméter estava procurando sem resultado por suafilha raptada, ela foi vista e dese)ada por Fos!don /5etuno1, deus do mar, que a

 perseguiu# =entou evit'(lo, metamorfoseando(seI# # Werjn3i, El&usis: Archet3pal 4mage of.other and aughter# SchocXen BooXs,

 5e? TorX, publicado em acordo com Frinceton +niversit3 Fress, C<<# Freviamenteeditado na Bollinger Series, C<#I86numa égua e unindo(se com uma tropa de cavalos# Fos!don, no sendo tolo diante dodisfarce, transformou(se em cavalo reprodutor, encontrou(a no meio da tropa, e aestuprou# Ao raiar o décimo dia eméter encontrou @écate, deusa da lua escura e dasencruPilhadas, que lhe sugeriu que poderiam ir )untas a @élio, deus do sol, divindade danaturePa que compartilha esse t!tulo com Apolo# @élio contou(lhes que @ades tinharaptado Ferséfone e a levara ao mundo das trevas para ser sua noiva contra a vontade#Além disso, disse que o rapto e a viola"o de Ferséfone tinham sido aprovados por`eus# 0alou a eméter que parasse de chorar e aceitasse o que tinha acontecido* @ades,

afinal de contas, no era um genro sem valor# eméter recusou o conselho# Ela agorasentia o ultra)e e a trai"o de `eus, como também m'goa# etirou(se do monte Olimpo,

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disfar"ou(se de mulher velha e vagou sem ser reconhecida pelas cidades e campos# +mdia ela se apro%imou de El&usis, sentou(se perto do po"o, e foi encontrada pelas filhasde éleo, governador de El&usis# Algo do seu porte e belePa atraiu(as a ela# Nuandoeméter lhes contou que estava procurando trabalho como bab', elas a levaram paracasa, à sua me .etanira, pois tinham um irmoPinho temporo, muito amado, chamado

emofonte# Sob os cuidados de eméter, emofonte cresceu como um deus# Ela oalimentou com ambrosia e secretamente o colocou num fogo que o teria tornado imortalno tivesse .etanira entrado em cena e gritado de medo por seu filho# eméter reagiucom fYria, censurou .etanira por sua estupideP, e revelou sua verdadeira identidade# AodiPer que ela era eméter, a deusa mudou em tamanho e forma e revelou sua belePadivina# Seu cabelo dourado caiu pelas costas, e seu perfume e esplendor encheram acasa de luP#I84mediatamente eméter ordenou que fosse constru!do um templo em sua honra# D' elase instalou e permaneceu soPinha, inativa com seu pesar por sua filha raptada, e recusouentrar em a"o# omo conseq[&ncia nada podia nascer# A carestia amea"ou destruir a

ra"a humana, destituindo os deuses e as deusas ol!mpicos de suas ofertas e sacrif!cios#0inalmente `eus ficou sabendo# Frimeiramente enviou sua mensageira !ris, paraimplorar a eméter que voltasse# epois, uma veP que eméter permanecia impass!vel,cada divindade ol!mpica veio por sua veP, traPendo d'divas e honras# A cada uma, afuriosa eméter feP saber que no poria os pés no monte Olimpo nem permitiria quenada crescesse, até que Ferséfone fosse devolvida a ela# 0inalmente `eus respondeu#Enviou @ermes, o deus mensageiro, até @ades, ordenando(lhe que trou%esse Ferséfonede volta para que quando sua me a visse com seus pr-prios olhos, abandonasse suaraiva# @ermes foi para o mundo das trevas e encontrou @ades sentado num div

 pr-%imo à deprimida Ferséfone# Ao ouvir que estava livre para partir, Ferséfonealegrou(se e pulou de alegria para acompanhar @ermes# .as primeiro @ades lhe deualgumas doces sementes de rom, e ela comeu# @ermes tomou emprestada a carruagemde @ades para levar Ferséfone para casa# Os cavalos seguiram rapidamente do mundodas trevas para o mundo superior, parando em frente ao templo onde eméter esperava#Ao v&(los, eméter veio correndo, com os bra"os estendidos para abra"ar a filha, quecorreu com igual alegria para os bra"os da me# Ento eméter ansiosamente quis saberse Ferséfone tinha comido alguma coisa no mundo das trevas# aso no tivesse,Ferséfone teria sido completamente devolvida a ela# ontudo, porque tinha comido asI9;sementes de rom, passaria dois ter"os do ano com eméter e o restante do ano nomundo das trevas com @ades# epois que me e filha se reuniram, eméter devolveu a

fertilidade e o crescimento à terra# Froporcionou ento os .istérios Eleusianos# Essaseram cerimVnias religiosas impressionantes, que os iniciandos eram proibidos derevelar# Através dos mistérios, as pessoas encontravam uma raPo para viver comalegria e morrer sem ter medo da morte#

O arquétipo de eméter eméter é o arquétipo materno# epresenta o instinto maternal desempenhado nagravideP ou através da nutri"o f!sica, psicol-gica ou espiritual dos outros# Esse

 poderoso arquétipo pode ditar o rumo que tomar' a vida de uma mulher, pode ter umimpacto nos outros, e pode predispV(la à depresso, caso a sua necessidade de alimentar se)a re)eitada ou frustrada#

A me

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O arquétipo da me era representado no monte Olimpo por eméter, cu)os papéis maisimportantes foram o de me /de Ferséfone1, de fornecedora de alimenta"o /como deusado cereal1 e de alimento espiritual /os mistérios eleusianos1# Embora outras deusastambém fossem mes /@era e Afrodite1, a filha era o relacionamento mais significativo

 para ela# 0oi também a mais nutridora de todas as deusas# A mulher com um forte

arquétipo de eméter dese)a ardentemente ser me# +ma veP que se torna me, achaisso um papel realiPador# Nuando eméter é o arquétipo mais forte na psique de umamulher, ser me é o papel mais importante e funcional de sua vida# A imagem de me efilho, muito freq[entemente representada na arteI9Cocidental como a madona e a crian"a, corresponde a um quadro interior que a comove

 profundamente#O arquétipo da me motiva as mulheres a nutrirem os outros, a serem generosas no dar,e a encontrarem satisfa"o como alguém que Pela e prov& a subsist&ncia# essa forma, oaspecto educativo de eméter pode ser e%presso através das profiss$es de a)uda (ensino, enfermagem, aconselhamento, em qualquer emprego no qual a)udar os outros é

 parte do papel ( e em qualquer relacionamento no qual possa ser uma pessoa que educa#O arquétipo no est' restrito ao ser me#

4nstinto materno 5o n!vel biol-gico eméter representa o instinto materno ( o dese)o de tornar(segr'vida e ter um beb& que algumas mulheres dese)aram(no tanto quanto possam selembrar# O arquétipo de eméter é uma for"a impulsiva no sentido de tornar(se gr'vida#A mulher pode estar bastante consciente de quo forte é o instinto e pode ser capaPde decidir quando realiPar' esse dese)o profundo# .as, se inconscientemente motivada

 por eméter, pode tornar(se gr'vida acidentalmente# O que acontece depois que sedescobre uma gravideP indese)ada indica quo forte é o arquétipo numa determinadamulher# Nuando um aborto provocado é claramente o curso de a"o mais sens!vel ourespons'vel, a mulher que no pertence ao tipo eméter pode providenciar para ter oaborto e sentir(se consolada posteriormente# E da! para frente tomar' grande cuidado

 para no se engravidar acidentalmente outra veP# Ao contr'rio, quando eméter é umaforte influ&ncia o aborto pode ser do maior interesse para a mulher, mas esta podeachar(se incapaP de pratic'(lo# O aborto é contr'rio ao seu profundo imperativo interiorde ter uma crian"a# omo conseq[&ncia, ela pode ter I9Io beb& em veP de praticar o aborto, alterando portanto o curso de sua vida# Se elarealmente decide praticar aborto, sentir' conflito e perturba"o durante e depois do

 processo de escolha e da sua realiPa"o# Sentir' mais pesar que al!vio, ou uma misturadesses sentimentos# 0inalmente, pensar(se(ia que, ao passar por tanta infelicidade, essetipo de mulher teria como certo que isso no aconteceria novamente# .asfreq[entemente o oposto é verdadeiro: ela passa por ciclos de gravideP, perturba"o,aborto e depresso, porque o !mpeto de tornar(se gr'vida, uma veP contrariado, torna(seainda mais forte#O instinto de eméter no est' restrito a ser me biol-gica ou somente alimentar seus

 pr-prios filhos# Ser me de cria"o ou ama seca permite a muitas mulheres continuare%pressando o amor maternal depois que seus filhos crescerem ou sa!rem de casa# A

 pr-pria deusa representou esse papel com emofonte# Emilie Applegate, mulher de Saniego que mereceu considera"o como me de cria"o especial, personifica esse

aspecto de eméter#8 Ela cuida de beb&s me%icanos to desnutridos ou doentes que suasobreviv&ncia encontra(se amea"ada# Ela os leva para casa, onde eles se tornam parte de

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sua pr-pria fam!lia de tr&s filhos e uma filha adotiva# descrita como .ama Segunda,uma segunda me# Applegate, como as mais famosas e Bolts, que t&m crian"as quesofrem de incapacidade f!sica ou mental de muitas ra"as, tem plenitude de instintomaternal e habilidade de nutrir e de encora)ar o crescimento, aspecto t!pico de eméter#

Frovedora de alimentoAlimentar os outros é outra satisfa"o para a mulher tipo eméter# Ela achatremendamente satisfat-rio (8# Susan 4ssacs, Bab3 Savior, in Farents .agaPine, Setembro de C6C, pp# 6C(67#I98amamentar seu pr-prio filho# '(lhe praPer proporcionar fartas refei"$es para a fam!liae os convidados# Se eles apreciam seu alimento, ela curte o sentimento ardoroso de seruma boa me, em veP de curti(lo como um mestre cuca, à la Atenas# Se trabalha numescrit-rio, aprecia servir café aos outros, em marcante contraste com a mulher tipoZrtemis, que se sente humilhada e recusa faPer isso, a menos que os homens tambémrevePem com ela# omo deusa do cereal, eméter proporcionou à humanidade a

habilidade de cultivar colheitas e foi respons'vel pela fertilidade da naturePa# a mesmaforma, as mulheres que mudam para o campo para cultivar seu pr-prio alimento, assar

 pes, enlatar frutas e compartilhar seu rendimento com os outros, esto e%pressando oaspecto de me naturePa de eméter#

A me persistenteA persist&ncia materna é outro atributo de eméter# =ais mes recusam desistir quandoo bem(estar dos filhos est' envolvido# .uitas classes de educa"o especial para crian"asincapacitadas e%istem porque uma me tipo eméter lutou para conseguir o que seufilho necessitava# E as mes argentinas de filhos e filhas desaparecidos que foramraptados pela pol!cia militar também eram como eméter em sua persist&ncia#hamadas as .adres de la FlaPa de .a3o, as mes da pra"a de .aio, recusavamresignar(se com a perda de seus filhos e continuavam a protestar contra a ditadura,embora fosse perigoso agir assim# A teimosia, paci&ncia e perseveran"a so qualidadesde eméter que, como `eus descobriu pesarosamente, podem eventualmente influenciarum homem poderoso ou uma institui"o#

A me generosaEm sua mitologia eméter foi a deusa maisI99generosa# Froporcionou agricultura e colheitas à humanidade, a)udou a engrandecer

emofonte, e o teria tornado imortal, e proporcionou os .istérios Eleusianos# Essase%press$es de generosidade so todas encontradas nas mulheres tipo eméter# Algumas proporcionam naturalmente alimento real e cuidado f!sico, outras proporcionam apoioemocional e psicol-gico, e outras ainda fornecem alimenta"o espiritual# .uitasmulheres, l!deres religiosas famosas, t&m as qualidades de eméter e so vistas por seusseguidores como figuras maternas: a benefici'ria santa do Fr&mio 5obel da FaP, madre=eresa de alcut'* .ar3 BaXer Edd3, que fundou a religio da i&ncia rist* a mulhera quem se costuma referir simplesmente como a .e, l!der espiritual da casa de retiroAurobindo, na !ndia# Esses tr&s n!veis de oferta também se igualam ao que as mulherestipo eméter do aos seus pr-prios filhos# Frimeiramente seus filhos dependem de suasmes para tomar conta de suas necessidades f!sicas# epois voltam(se a suas mes para

apoio emocional e compreenso# E, finalmente, podem voltar(se para suas mes à

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 procura de sabedoria espiritual, pois eles enfrentam desapontamento e pesar, ou procuram encontrar algum significado na vida#

A me angustiada: suscetibilidade à depressoNuando o arquétipo de eméter é uma forte for"a e a mulher no pode realiP'(lo, ela

 pode sofrer de uma depresso caracter!stica do ninho vaPio e da solido# A mulherque alme)a ter um filho pode ser estéril, ou o filho pode morrer ou sair de casa# Ou seutrabalho como me substituta pode terminar, e ela pode sentir saudades de seus clientesou alunos# epois, mais do que enraivecer ou lutar ativamente por aqueles que ela sesente respons'vel, modo como reage @era, a mulher tipo eméter tendeI97a mergulhar em depresso# Ela sente pesar, e sua vida fica afetada por falta designificado e vaPia#A doutora Fauline Bart, professora de Sociologia da +niversidade de 4llinois, escreveuum artigo sobre as mulheres tipo eméter deprimidas, intitulado .other Fortno3Gsomplaint#9 Bart estudou as fichas de mais de quinhentas mulheres que foram

hospitaliPadas pela primeira veP entre as idades de quarenta e cinq[enta e nove anos#escobriu que as mes superprotetoras e e%cessivamente envolvidas, quando perderamseu papel maternal tornaram(se as mais deprimidas# Antes de suas enfermidades, essasmulheres eram tipos de super(me, com uma hist-ria que falava de sacrif!cios#ita"$es dessas mulheres deprimidas revelaram seu investimento para prover asubsist&ncia de outros e o vaPio que sentiram quando seus filhos partiram# erta mulherdisse: 5aturalmente, como me voc& no quer que sua filha dei%e o lar# Nuero diPer dovaPio que ficou# Outra comentou: 0ui uma mulher to ativa# =inha uma casa grande eminha fam!lia# .inha filha diPia: .ame no servia oito pratos, servia deP# Ao lhes ser

 perguntado qual era seu maior orgulho, todas essas mulheres respondiam: .eusfilhos# 5enhuma delas mencionou qualquer outra coisa pr-pria# Nuando perderam seus

 papéis maternais, a vida perdeu o significado# Nuando a mulher na adiantada meia(idadetorna(se deprimida, Pangada ou desapontada porque os filhos adultos esto emocionalou fisicamente distantes, torna(se uma pesarosa eméter# Est' obcecada por seusentimento de perda e restringe seus interesses# Seu crescimento psicol-gico p'ra#Fossu!da pelo aspecto pesaroso do arquétipo de eméter, ela foi praticamenteindistingu!vel de outras mulheres que sofrem da mesma forma#9# Fauline Bart, .other Fortno3Gs omplaints, in =rans(Action, novembro(dePembrode C<;, pp# (<9#I9=ais pacientes deprimidas mostram sintomas muito semelhantes: suas e%press$es faciais

deprimidas* o modo como se sentam, ficam de pé, caminham e suspiram* o modo comoe%pressam dor e faPem outros se sentirem defensivos, culpados, Pangados e indefesos#

A me destruidoraNuando a pesarosa eméter parou de atuar, nada mais se desenvolveu, e a carestiaamea"ou destruir a humanidade# a mesma forma, o aspecto destruidor de eméter ée%presso ao negar o que outra pessoa necessita, em contraste com @era e Zrtemis, queso ativamente destruidoras em sua raiva# +ma nova me gravemente deprimida e noatuante pode ser uma amea"a de vida para seu filho: o pessoal do pronto socorro ou um

 pediatra podem diagnosticar defici&ncia no desenvolvimento# O beb& no ganhou peso, est' ap'tico e pode ser aparentemente emaciado# A defici&ncia no

desenvolvimento aparece quando a me recusa o contato emocional e f!sico com o filho,tanto quanto a nutri"o necess'ria# As mes que recusam falar com os filhos durante

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dias, ou até mesmo por per!odos mais longos, ou que isolam seus pequeninos, infligemdanos psicol-gicos através dessa forma de recusa# =ais mes esto em geral seriamentedeprimidas e hostis# .uito mais comum do que essas formas e%tremas de recusa so asmes tipo eméter que recusam aprova"o se os filhos crescem mais independentesdelas# Embora a depresso da me se)a menos evidente nessas circunstHncias, recusar a

aprova"o, da qual uma crian"a necessita para a sua auto(estima, est' ligado tambémcom a depresso# Ela e%perimenta a autonomia crescente do filho como perdaemocional para si pr-pria# Sente(se menos necess'ria e re)eitada e, como resultado,

 pode ficar deprimida e Pangada#I9<ultivando eméter Sem perceber, as mulheres esto cultivando eméter e convidando o arquétipo a setornar mais ativo quando consideram seriamente sobre ter um filho# Enquantoconsideram a escolha, observam as mulheres gr'vidas, que eram aparentementeinvis!veis antes, e que agora parecem sempre presentes, observam os beb&s, procuram

 pessoas que t&m filhos e prestam aten"o aos pr-prios filhos# =odas essas atividades so

naturalmente feitas pelas mulheres tipo eméter# As mulheres cultivam eméterquando se imaginam gr'vidas e tendo filhos# Enquanto observam mulheres gr'vidas,seguram beb&s, e do aten"o total às crian"as, o arquétipo pode ser evocado nelas# Osesfor"os para testar a for"a do instinto materno podem traP&(lo à tona se o arquétipo forfacilmente evoc'vel, no de outra maneira# A mulher pode procurar mudar seu modo deagir e ser mais maternal para com determinado filho, ou querer ser amada por um filhodeterminado# O filho atrai ou constela o arquétipo na mulher# .otivada por seussentimentos pela crian"a, ela se esfor"ar' por ser mais paciente, ou ser persistente emfavor da crian"a# onforme parece ser mais maternal, e se esfor"a por ser assim, oarquétipo de eméter se desenvolve no seu interior#

A mulher tipo eméter A mulher tipo eméter é primeiro e principalmente maternal# Em seus relacionamentosela é nutridora e sustentadora, prestativa e doadora# freq[entemente uma senhoragenerosa, provendo do que quer que ache necess'rio ( can)a de galinha, abra"oapoiador, empréstimo para um amigo, convite constante de voltar para a casa damame#I96A mulher tipo eméter muitas vePes tem a aura da .e =erra ao seu redor# sensata edigna de confian"a# Os outros a descrevem como tendo os pés no cho, conforme faPo que precisa ser feito com uma mistura de aspecto pr'tico e entusiasmo# usualmente

generosa, e%trovertida, altru!stica e leal para com os indiv!duos e os princ!pios, a pontode os outros a verem como teimosa# =em fortes convic"$es, e é dif!cil ela arredar o péquando alguma coisa ou alguém importante para ela est' envolvido#

A )ovem eméter Algumas garotinhas so claramente uma ( desabrochante eméter( mePinhas queembalam bonecas em seus bra"os# A pequena @era prefere bonecas Barbie e Wen, e a

 pequena Atenas pode ter uma cole"o de bonecas hist-ricas numa cai%a de vidro# A )ovem eméter também gosta de segurar beb&s reais# Aos nove ou deP anos de idade elaé 'vida de cuidar das crian"as dos viPinhos#

 Os pais

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O relacionamento que as mulheres tipo eméter t&m com os pais pode ser melhorentendido se primeiramente olharmos para o relacionamento da deusa eméter comseus pais# A deusa eméter era filha de éia e neta de >éia# >éia foi a primeira .e(=erra de quem vinha toda a vida, incluindo o deus do céu, +rano, que se tornou o seumarido# éia também foi conhecida como deusa da =erra, embora se)a mais famosa por

ser a me da primeira gera"o de deuses ol!mpicos# omo deusa do cereal, emétercontinua a linhagem das deusas no que diP respeito à fertilidade# ompartilha de outrassemelhan"as com a me tanto quanto com a av-# For e%emplo, todas as tr&s sofriamquando seus maridos feriam seus filhos# O marido de >éia enterrou seus filhos no corpodela quandoI9nasceram# O marido de éia engoliu seus filhos recém(nascidos# E o marido de eméter

 permitiu que sua filha fosse raptada e levada ao 4nferno# =odos os tr&s pais biol-gicosapresentaram falta de sentimentos paternos# Essas deusas mes sofreram por tr&sgera"$es# .enos poderosas que os maridos, eram incapaPes de os faPerem parar demagoar seus filhos# ontudo, recusaram aceitar o abuso, e persistiram até que seus

filhos fossem libertados# Ao contr'rio de @era, cu)o elo principal era o relacionamentoesposa(marido, o elo mais forte dessas deusas .e(=erra era o elo me(filho# A vidareal se assemelha ao mito de eméter quando mulheres maternais esto casadas comhomens no paternais# 5essa situa"o uma filha tipo eméter cresce intimamenteidentificada com a me e no ligada ao pai# A atitude do pai em rela"o aos filhos podeoscilar do desinteresse pela competitividade e ressentimento, ou até mesmo desaforo seele os v& como rivais bem sucedidos por causa de sua esposa# Em tal lar, a auto(estimade uma )ovem eméter padece, e ela desenvolve uma atitude de v!tima#Ou as qualidades maternais de uma filha tipo eméter podem resultar em sua reversode papéis com pais imaturos ou incompetentes# =o logo tenha idade suficiente, podetomar conta dos pais ou tornar(se me substituta para os irmos mais )ovens# Emcontraste, se uma )ovem eméter tem pai afetuoso que a aprova, crescer' sentindo oapoio dele ao seu dese)o de ser ela mesma uma boa me# Encarar' os homens

 positivamente e ter' e%pectativas positivas de um marido# +ma suscetibilidadearquet!pica de tornar(se vitimada no ser' intensificada por sua e%peri&ncia de infHncia#

Adolesc&ncia e )uventude 5a puberdade, ter seu pr-prio beb& torna(se possibilidade biol-gica, pois o !mpetomaternal arquet!picoI7;conta com o au%!lio dos hormVnios# Ento algumas garotas tipo eméter come"am a

dese)ar a gravideP# Se outros aspectos de sua vida esto vaPios e ela é pouco mais doque uma crian"a negligenciada, a )ovem eméter que foi coagida ao se%o e torna(segr'vida pode dar boas(vindas à crian"a# +ma garota gr'vida de catorPe anos num abrigo

 para mes solteiras disse: Enquanto outras garotas de minha idade querem bicicletas ououtras coisas, eu sempre quis ter um beb&# Estou feliP por estar gr'vida# ontudo,muitas adolescentes tipo eméter no ficam gr'vidas# 0altando o profundo dese)o de@era de ser parte de um casal, ou dos !mpetos er-ticos de Afrodite, eméter no émotivada a ter e%peri&ncia se%ual precoce# .uitas mulheres tipo eméter casam(se

 )ovens# Em fam!lias de classe oper'ria, uma garota pode ser encora)ada a casar(se logodepois da escola secund'ria# Esse empurroPinho pode a)ustar(se às inclina"$es pr-priasde uma garota tipo eméter de ter uma fam!lia, em veP de instru"o ou emprego# Se

uma )ovem eméter no se casa e no inicia uma fam!lia, ir' trabalhar ou ir' para afaculdade# 5a faculdade provavelmente far' cursos endere"ados a prepar'(la para uma

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 profisso de assist&ncia# A mulher tipo eméter no é tipicamente ambiciosa,intelectual ou competitiva nas notas, embora possa sair(se bem se interessada nas aulas#O status, que as mulheres tipo @era acham importante, é inconseq[ente para umaeméter# Suas amigas so muitas vePes escolhidas através de amplo c!rculo social eracial# Ela se esfor"a mais para faPer com que um aluno estrangeiro constrangido sinta(

se confort'vel, para a)udar um estudante fisicamente incapacitado e para a)udar umdesa)ustado social#

=rabalhoA naturePa maternal da mulher tipo eméter aI7C

 predisp$e a ingressar nas profiss$es educativas ou de assist&ncia# Ela é inclinada aosempregos tradicionalmente femininos, tais como ensino, trabalhos sociais ouenfermagem# A)udar as pessoas a estarem bem ou a crescer é satisfa"o e motiva"ofundamental quando eméter est' presente# As mulheres que se tornam psicoterapeutas,terapeutas f!sicas, terapeutas de reabilita"o ou pediatras esto muitas vePes

e%pressando as inclina"$es de eméter em sua escolha ocupacional# .uitas volunt'riasdas escolas maternais e das escolas elementares, em hospitais e sanat-rios também esto

 pondo suas tend&ncias de eméter a funcionar# Algumas mulheres tipo emétertornam(se figuras chave em organiPa"$es, as quais recebem sua energia maternal#=ipicamente, a mulher eméter em tal situa"o é pessoalmente espl&ndida# Ela deve terimaginado e fundado a organiPa"o, atirado nela sua consider'vel energia, e sido

 pessoalmente respons'vel por seu sucesso antecipado#As mulheres tipo eméter em posi"o de lideran"a e de me fundadora podem procuraraconselhamento por diversas raP$es: a organiPa"o pode requerer tanto esfor"o que nolhe dei%a virtualmente nenhum tempo ou energia para qualquer coisa mais# Os anseios

 pessoais por um companheiro, se @era também estiver presente, ou por um filho seuacabam no sendo satisfeitos# Os conflitos surgem no seu !ntimo e entre ela e aquelesque ela supervisiona, porque ela é uma pessoa com autoridade, que se v& e é vista pelosoutros como figura que nutre# dif!cil para ela irritar(se ou confrontar(se com umempregado incompetente, por e%emplo, porque sente pena da pessoa ou culpada porcausar dor# Além do mais, os empregados esperam que ela cuide deles pessoalmente,esperan"a que eles usualmente no t&m em rela"o aos supervisores homens, e ficamressentidos ou Pangados toda veP que ela no o faP#I7Ielacionamento com mulheresAs mulheres tipo eméter no competem com outras mulheres por causa de homens ou

realiPa"$es# Nualquer inve)a ou ciYme de outras mulheres dir' respeito aos filhos# Amulher tipo eméter sem filhos compara(se desfavoravelmente às mulheres de suaidade que so mes# Se no for fértil, pode sentir amargura pela facilidade com a qual asoutras se tornam gr'vidas ( especialmente se elas abortam# .ais tarde na vida, se seus

 pr-prios filhos moram distante ou esto emocionalmente distantes, ter' inve)a da meque tem contato freq[ente com os filhos# 5esse est'gio da vida a inve)a pode vir à tonanovamente depois de vinte e cinco anos e, desta veP, inve)a das netas#As mulheres tipo eméter misturam sentimentos sobre o feminismo e o movimento dasmulheres# .uitas mulheres tipo eméter ressentem(se das feministas pordesvaloriParem o papel da maternidade* elas querem ser mes em tempo integral e agorasentem(se pressionadas a trabalhar fora do lar# For outro lado, as mulheres tipo eméter

apoiam fortemente muitas causas de mulheres* por e%emplo, protegendo as crian"as deabusos, e proporcionando abrigo para as mulheres maltratadas# Em geral as mulheres

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tipo eméter t&m s-lidas amiPades com outras mulheres tipo eméter# .uitas dessasamiPades pertencem ao per!odo em que foram mes )untas pela primeira veP# .uitascontam mais com as amigas do que com os maridos, tanto para o apoio emocionalquanto para a)uda real# For e%emplo, certa mulher disse: Nuando estive no hospital,minha amiga uth acolheu as crian"as e meu marido Joe toda noite para o )antar### For

duas semanas alimentou nove crian"as, as quatro dela e as cinco minhas, e tr&s adultos###Eu teria feito o mesmo por ela# =ipicamente, esta mulher I78arran)ou uma forma de a)udar em veP de esperar que o marido dela tomasse conta dacasa e das crian"as na sua aus&ncia#

 5o ambiente familiar, mes e filhas que so todas mulheres tipo eméter podem permanecer unidas por gera"$es# Essas fam!lias t&m marcante e%presso matriarcal# Eas mulheres na fam!lia sabem o que est' se passando na grande fam!lia mais do que osmaridos# Esse padro me(filha também pode ser duplicado com pares# Ela podeassumir o papel maternal de eméter com uma amiga como Ferséfone que éine%periente e indecisa# Ou, se ambas so mulheres tipo eméter que também

compartilham as qualidades de Ferséfone, elas podem se revePar, protegendomaternalmente uma à outra, e outras vePes, ambas podem ser tipo eméter,compartilhando detalhes de suas vidas e falando sobre suas alegrias e dificuldades# Ouainda, ambas podem ser tipo Ferséfone brincalhonas, que do risada sem motivo# MsvePes os casais de lésbicas se a)ustam a um padro eméter(Ferséfone, no qual o bem(estar da mulher tipo eméter depende da integridade de um relacionamento com umaamante mais )ovem ou menos amadurecida# Enquanto estiverem )untas, a mulher tipoeméter sente(se produtiva e fértil# Seu trabalho e criatividade prosperam comoresultado de estar com uma mulher que é como uma deusa para ela# Fode ser possessivaem rela"o à sua Ferséfone, se teme que possa perde(la# E pode fomentar depend&nciae e%clusividade, que eventualmente estragam o relacionamento# ontudo, a mulher tipoFerséfone é uma personalidade )ovem e no diferenciada# mulher receptiva, feminina,cu)a prefer&ncia se%ual pode ser to male'vel quanto tudo o mais nela# .esmo que

 possa estar num relacionamento lésbico, por e%emplo, ela pode se sentir atra!da por umhomem# Se a mulher tipo Ferséfone dei%ar suaI79amante eméter quando surge seu heterosse%ualismo em resposta às aten"$es de umhomem, a mulher tipo eméter sente como se o pr-prio mito fora revivido#4nesperadamente sua Ferséfone foi raptada por @ades, e isso é uma perda devastadora#

elacionamento com homens

A mulher tipo eméter atrai homens que sentem afinidade por mulheres maternais# Amulher fiel ao tipo eméter no faP a escolha# esponde à necessidade de um homem por ela e pode ainda estar com um homem porque tem pena dele# As mulheres tipoeméter no t&m muitas e%pectativas em rela"o aos homens# .uito freq[entementesentem que os homens so uns menininhos#+m tipo comum de casal onde a mulher é do tipo eméter a)usta(se ao padro >rande.e associada a um filho(amante# Esse relacionamento arquet!pico me(filho no serefere a uma diferen"a nos anos cronol-gicos, embora o homem possa ser mais )ovem#Em geral é um homem talentoso, sens!vel, que se sente depreciado ou mal entendido

 pelos outros que no valoriPam sua unicidade /como ela faP1 e que no fechariam seusolhos para sua irresponsabilidade /como ela faP1# Ele é um rapaP imaturo, absorvido em

si mesmo, com um senso de autoafirma"o, e no um homem# Ela concorda com suaunicidade e repetidamente fecha os olhos ao comportamento que ele tem para com ela, e

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que os outros consideram ego!sta e irrefletido# 5o que lhe diP respeito, o mundo é cruel para com ele# Foderia faPer e%ce"$es para ele, como ela faP# Sua desconsidera"omuitas vePes a fere e enraivece mas se ele ento lhe diP o quanto a aprecia, ou de queforma ela é a Ynica pessoa que realmente lhe importa na vida, tudo est' novamente

 perdoado#

I77omo me de um rapaP elegante, que se admira de como ela pVde ter dado à luP a tal )ovem deus, a mulher tipo eméter como >rande .e diante do papel dele como filho(amante pode também ficar maravilhada com sua apar&ncia ou seu talento# Ela podediPer como certa mulher tipo eméter disse a mim: Ele parecia a mim como a est'tuade avi, obra de .ichelangelo# Estava feliP cuidando dele# Eu o estraguei com mimos#Ela disse isso com orgulho em veP de diPer com amargura# As qualidades maternais damulher tipo eméter e suas dificuldades em diPer no a tornam vulner'vel a ser usada

 por um sociopata, outro tipo de homem que muitas vePes se relaciona com mulherestipo eméter# O relacionamento sociopata de eméter pode superficialmenteassemelhar(se a um relacionamento >rande .eQfilho(amante ( e h' alguma

superposi"o ( mas o filho(amante tem a habilidade de amar, ser leal, ou ficar cheio deremorso# O sociopata no tem essas capacidades, que faPem uma diferen"a decisiva# Osociopata age na pressuposi"o de que suas necessidades o habilitam a receber# Ele éincapaP de intimidade ou aprecia"o emocional# Sua atitude sugere a pergunta: O quevoc& tem feito por mim ultimamente^ Ele esquece tanto a generosidade passada ou ossacrif!cios por parte da mulher tipo eméter, quanto seu comportamento passadoe%plorador# Ele glorifica suas car&ncias ( e essa necessidade convida a uma generosaresposta de eméter# O relacionamento com um sociopata pode obstruir a vidaemocional da mulher tipo eméter durante anos, e pode financeiramente lhe tirar até oYltimo centavo# Outro companheiro t!pico de eméter é o homem que quer uma garotae%atamente como a mo"a que se casou com o querido e velho pai# omo o pequenodipo, pode ter ficado marcando passo ( ele era o garotinho de quatro ou cinco anos quequeria casar(se com sua mame# I7Agora é um homem adulto que procura a mulher maternal que ser' uma boa me paraele# Ele quer que ela se)a nutridora, generosa, respons'vel e Pelosa* que cuide das suasrefei"$es, compre e cuide de suas roupas, tenha a certePa de que ele vai ao médico ou aodentista quando necessita, e organiPe sua vida social# e todos os homens que foramatra!dos pelas qualidades de eméter, o homem familiar é o Ynico que é ele pr-prio,amadurecido e generoso# Este homem é fortemente motivado por seu dese)o de ter umafam!lia, e v& na mulher tipo eméter uma companheira que compartilha o seu sonho#

Além de ser um bom papai para os filhos, esse tipo de homem também est' alerta porela# Se ela tem dYvida ao diPer no às pessoas que poderiam se aproveitar de sua boanaturePa de eméter, ele pode a)ud'(la a estar alerta por si mesma#O homem familiar também a a)uda a realiPar(se através da cria"o dos filhos# Os outrostr&s tipos so amea"ados pela idéia de filhos e podem insistir num aborto se elaengravidar# Essa insist&ncia a colocar' numa crise materna: ou re)eitar o homem que ela

 protege maternalmente, ou re)eitar a maternidade# A escolha a faP sentir(se como a mea quem é dada a imposs!vel escolha de sacrificar uma das duas crian"as#

Se%ualidadeNuando eméter é o elemento de deusa mais forte na personalidade de uma mulher, sua

se%ualidade usualmente no é muito importante# Em geral eméter no tem forteimpulso se%ual# uma pessoa muitas vePes ardente, afetuosa e feminina, que prefere

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mais ser abra"ada do que faPer amor, mulher carinhosa em veP de se%3# .uitasmulheres tipo eméter t&m uma atitude puritana no tocante ao se%o# Fara elas o se%oe%iste para a procria"o e no para o praPer# Algumas mulheres tipo eméter I7<

 pensam no se%o como aquilo que a mulher proporciona no conte%to de dar ou de nutrir (

est' proporcionando o que seu marido necessita# E muitas mulheres tipo eméterguardam um segredo culposo para si mesmas ( para elas o ato f!sico mais sensual éamamentar seus beb&s, e no faPer amor com seus maridos#

asamentoFara a mulher tipo eméter o casamento em si no é prioridade Yltima, como o é para amulher tipo @era# .uitas mulheres tipo eméter querem se casar principalmente paraterem filhos# A menos que tenha Afrodite ou @era como arquétipos ativos, a mulhertipo eméter encara o casamento simplesmente com o degrau necess'rio que abrecaminho para os filhos, e a melhor situa"o na qual ter filhos#

0ilhosA mulher tipo eméter sente profunda necessidade de ser me biol-gica# Nuer dar à luPe servir de ama a seu pr-prio filho# Fode ser também uma ador'vel me de cria"o,me adotiva, ou madrasta, mas se no pode ter seu pr-prio filho, uma profundaaspira"o no ficar' satisfeita e ela se sentir' estéril# Em contraste, muitas mulherestipo Artemis ou Atenas herdariam logo uma fam!lia constitu!da, casando(se com umhomem com filhos#As mulheres tipo eméter percebem(se uniformemente como boas mes que t&m emmente os melhores interesses de seus filhos# o ponto de vista de seu impacto sobre osfilhos, contudo, as mulheres tipo eméter parecem ser mes e%tremamente capaPes oumes terr!veis, totalmente monopoliPadoras# Nuando os filhos adultos a ofendem, amulher tipo eméter fica profundamente ferida e confusa# 5o pode entender porque osfilhos a tratam to mal, enquantoI76outras mes t&m filhos que as amam e apreciam# Ela também pode no entender quedeve ter contribu!do para as dificuldades de seus filhos# consciente apenas de suasinten"$es positivas, no dos elementos negativos que envenenaram o relacionamentocom os filhos# Se a me eméter teve ou no efeito positivo sobre os filhos e éconsiderada positivamente por eles depende de ter sido como a deusa eméter antes dorapto ou depois do rapto# Antes do rapto de Ferséfone, eméter acreditava que tudoestava bem /enquanto Ferséfone brincava no prado1, e ocupava(se com suas atividades#

epois do rapto, eméter ficou deprimida e Pangada* dei%ou o monte Olimpo e paroude atuar# A fase antes assume muitas formas na vida real# Fara a mulher que encara oninho vaPio quando seu Yltimo filho dei%a o lar e ento sente que o seu senso designificado foi raptado, a fase antes era a vida familiar !ntima e cautelosa que durou

 por alguns vinte e cinco anos# Fara a mulher cu)a filha a desafia para viver com umhomem que a me considera um @ades raptor, a fase antes foi quando sua filha

 parecia uma e%tenso de si mesma, compartilhando os mesmos valores e esperan"as para o futuro# Algumas mes tipo eméter sempre temem que alguma coisa m' possaacontecer à sua crian"a# Essas mes podem agir como se antecipassem a possibilidadede um rapto desde o momento que a crian"a nascer# onseq[entemente, elas limitama independ&ncia da crian"a e desencora)am a forma"o de relacionamentos com os

outros# 5o Hmago da ansiedade que as motiva a agir desse modo est' uma temida perdada afei"o da crian"a# As circunstHncias podem também ser respons'veis pela ativa"o

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do lado negativo de eméter# erta mulher relembrou que por seis anos depois que suafilha nasceu ela viveu como que num estado de gra"a# O mundo eraI7seguro, a maternidade era realiPadora e praPeirosa# Ento ocorreu um acontecimento toaflitivo e repentino como @ades emergindo de uma abertura na terra# +ma tarde a me

dei%ou sua filha aos cuidados de uma irm# A filha perambulou até a casa de um viPinhoe foi molestada se%ualmente# Fosteriormente a filha tornou(se medrosa e ansiosa, tinha pesadelos e ficava apreensiva em rela"o aos homens ( até mesmo seu pai# A me seenraiveceu, teve pesar e sentiu(se culpada por no ter estado l' para prevenir oincidente# Antes ela tinha sido generosa, confiante e um tanto casual em seu estilo deme# epois sentiu(se culpada e respons'vel, incerta de si mesma e ansiosa de quealguma coisa m' poderia acontecer novamente# =ornou(se superdominadora e superpro(tetora# Seu praPer e espontaneidade se desfiPeram, bem como seu senso de viver nummundo seguro e seu sentimento de auto(confian"a# A mulher tipo eméter pode sentir(se culpada por qualquer acontecimento que tenha efeito adverso na crian"a# Até quetenha algum insight em suas e%pectativas no real!sticas de que ela seria me perfeita,

ela espera ser totalmente conhecedora e totalmente poderosa, capaP de preveracontecimentos e proteger seu filho de toda dor# com a inten"o de proteger o filho, amulher tipo eméter pode se tornar superdominadora# Ela hesita sobre qualquermovimento, intercede pelo interesse da crian"a e assume o controle quando h' qualquer

 possibilidade de dano# onseq[entemente, a crian"a permanece dependente dela paralidar com problemas e com pessoas#Os filhos da me tipo eméter dominadora algumas vePes permanecem para sempre

 )unto dela, com o cordo umbilical psicol-gico ainda bastante intacto# ominados pelasua personalidade, eles permanecem filhinhos da mame, ou filhinhas da mame atéa idade adulta#I;Algumas dessas crian"as podem nunca se casar# Nuando o faPem muitas vePes mant&mla"os filiais mais fortes do que con)ugais# For e%emplo, um filho de eméter pode estarà disposi"o da me, para o susto de sua pr-pria esposa, cu)os dese)os sempre socolocados em segundo plano# Ou a filha de uma eméter pode nunca concordar comtirar longas férias com o marido, porque no pode dei%ar sua me por tanto espa"o detempo# 5um esfor"o para conduPir suas pr-prias vidas, alguns filhos da me tipoeméter superdominadora podem se libertar e permanecer distantes, criando distHnciageogr'fica e emocional com a me# 0req[entemente agem assim quando a meinconscientemente tenta faPe(los se sentirem devedores, culpados ou dependentes#Outro modelo de mes negativas das mulheres tipo eméter é a me que no sabe diPer

no para os filhos# Ela se v& como a me altru!sta, generosa, provedora, que d' e d'# Acome"ar de quando eles so )ovens, essa me tipo eméter quer que os filhos tenham oque quer que eles queiram# Se a coisa for mais cara do que ela possa custear, ou far'sacrif!cios para obt&(la ou se sentir' culpada# Além do mais, fracassa ao estabelecerlimites para o comportamento# a época em que a crian"a est' come"ando a andar emdiante, ela d'(se por vencida às e%ig&ncias de seus filhos, alimentando seusegocentrismos# omo conseq[&ncia, os filhos crescem sentindo(se com direito aconsidera"o especial e mal preparados para se conformar# Os problemas decomportamento surgem na escola, e os conflitos com a autoridade e%plodem noemprego# 5a tentativa de ser boa me totalmente provedora, tal me pode se tornar ooposto#

A meia(idade

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A meia(idade é uma época importante para as mulheres tipo eméter# Se esta mulherno tem um filho, elaICfica preocupada com o conhecimento de que o rel-gio biol-gico est' abandonando a

 possibilidade de ela se tornar gr'vida# As mulheres tipo eméter casadas levantam a

questo do beb& com esposos relutantes, e visitam especialistas em fertilidade se houver problemas com a concep"o ou o aborto# A ado"o pode ser considerada# E as mulheressolteiras pensam na possibilidade de tornarem(se mes solteiras#Até mesmo se a mulher tipo eméter tiver filhos, os anos de sua meia(idade no somenos cruciais, embora ela possa estar inconsciente da importHncia que eles t&m para amoldagem do resto de sua vida# Os filhos esto crescendo, e cada passo deles emdire"o à independ&ncia testa sua habilidade de os libertar da depend&ncia dela# Elatambém pode sentir o impulso de ter um beb& tarde na vida# erta mulher veio até mimno meio de uma crise de meia(idade: seus filhos estavam na escola e agora, aos quarentaanos de idade, era hora de ela pr-pria voltar para a escola, se quisesse crescer além deeméter# escobriu que tinha medo de fracassar na escola graduada, e que uma outra

crian"a era a Ynica desculpa que ela pr-pria poderia aceitar para no se matricular# Ela poderia ento separar o dese)o de ter um outro beb& do medo de fracassar comoestudante, e considerar a questo# onforme veio a acontecer, ela foi para a escolagraduada, estudou um assunto de que gostava, e agora é uma professora inspirada#

 5a meia(idade a me fundadora de uma organiPa"o pode enfrentar crise quando aorganiPa"o cresce de tal modo que os outros ambicionam sua posi"o e poder# Amenos que ela tenha a mente estrategista de Atenas e saiba faPer pol!tica, osadministradores ambiciosos podem raptar a organiPa"o a que ela deu vida e ergueunos primeiros anos# A perda a for"ar' a ser uma eméter magoada e pesarosa#IIAté mesmo se no houver luta pelo poder ou se ela sobreviver a esta crise, os problemas

 pessoais agora surgem, para ela e para todas as mulheres tipo eméter que puseram suaenergia materna no trabalho# Agora é hora de considerar o que est' faltando em suavida, e o que deveria faPer para realiPar(se#

A velhice 5os anos da velhice as mulheres tipo eméter muitas vePes se dividem em duascategorias# .uitas acham essa fase da vida compensadora# So mulheres ativas etrabalhadoras, como sempre, que aprenderam da vida e que so apreciadas pelos outros

 pela sua sabedoria realista e pela sua generosidade# So mulheres tipo eméter queaprenderam a no se ligar às pessoas, ou permitir que delas tirassem proveito# Ao

contr'rio, essas mulheres encora)aram a independ&ncia e o respeito mYtuo# 0ilhos,netos, clientes, estudantes ou pacientes que atravessam gera"$es podem am'(la erespeit'(la# E como a deusa eméter no fim de seu mito, que deu à espécie humana seusdons e foi grandemente honrada#O destino oposto ocorre com a mulher tipo eméter que se considera v!tima# A fonte desua infelicidade em geral provém dos desapontamentos e e%pectativas no realiPadas dameia(idade# Agora identificada com a triste, abandonada e magoada eméter que sesentou em seu templo e no permitiu que nada crescesse, tal mulher no faP nada emseus anos avan"ados, a no ser ficar velha e cada veP mais amarga#

As dificuldades psicol-gicas

A deusa eméter foi uma presen"a principal# Nuando parou de atuar, a vida parou decrescer e todos os

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I8deuses ol!mpicos agruparam(se para pleitear com ela restaurar a fertilidade# Embora no

 pudesse prevenir o rapto de Ferséfone ou for"ar sua volta imediata, ela se sentiuvitimada, seus apelos foram ignorados, e entrou em depresso# As dificuldadesencaradas pelas mulheres tipo eméter t&m temas semelhantes: vitima"o, poder e

controle, e%presso de raiva e depresso#

4dentifica"o com eméter A mulher que se identifica com eméter age como uma deusa generosa, maternal, comuma capacidade ilimitada de prover# 5o sabe diPer no se alguém necessita de suaaten"o ou a)uda# Esse tra"o de eméter faP com que a mulher fique ao telefone maisdo que quer com uma amiga deprimida, ou concorde em tomar conta dos filhos dosoutros quando ela preferiria no faPer isso, ou abrir mo de sua Ynica tarde livre paraa)udar alguém, em veP de reservar esse tempo para si mesma# E eméter est' presentena terapeuta que d' à sua cliente ansiosa a hora e%tra que era o seu Ynico intervalo no

 pesado hor'rio do dia, cu)as noites so invariavelmente interrompidas por cansativas

chamadas telefVnicas e cu)as tabelas vari'veis de honor'rios esto sempre no pontomais bai%o da escala# Esse instinto de nutrir pode eventualmente esgotar a mulher numa

 profisso de assist&ncia e conduPir a desgastes sintom'ticos de fadiga e apatia#Nuando a mulher instintivamente diP sim a todos os que precisam dela, rapidamente ficasobrecarregada# Ela no é um ilimitado recurso natural, até mesmo se outras pessoas eeméter no seu interior esperarem que ela o se)a# A mulher tipo eméter deveconfrontar a deusa veP ap-s veP, se tiver que cuidar de si mesma# Ao invés de siminstintivo, que é a resposta de eméter, ela deve ser capaP de aprender a diPer no, tanto

 para a pessoa que precisa de alguma coisa dela como para a deusa interior#I94nstinto maternoSe esse arquétipo segue seu curso, a mulher tipo eméter pode também no ser capaPde diPer no ao fato de tornar(se gr'vida# +ma veP que a maternidade é imperativointerior para ela, a mulher tipo eméter pode inconscientemente tramar com o arquétipoeméter e esquecer quando est' fértil, ou pode ser descuidada quanto ao controle danatalidade# esse modo pode tornar(se gr'vida quando as circunstHncias esto longe doideal# A mulher tipo eméter precisa ser capaP de escolher quando e com quem ter um

 beb&# Frecisa reconhecer que eméter no seu interior no tem interesse nas realidadesde sua vida e nenhuma rela"o com o senso de oportunidade# Se a gravideP deveacontecer no tempo certo em sua vida, ela dever' resistir a eméter, sendo vigilantequanto ao controle da natalidade# 0adiga, dores de cabe"a, c-licas menstruais, sintomas

de Ylcera, presso alta e dor nas costas so comuns nas mulheres tipo eméter que t&mdificuldade de diPer no ou de e%pressar raiva quando esto sobrecarregadas com tantasdificuldades ou filhos# A mensagem indiretamente transmitida através desses sintomasé: estou esgotada, aflita e com dores# 5o me pe"a para faPer mais nada_ So tambéme%press$es de leve depresso crVnica, que aparece quando a mulher no pode protestarefetivamente, reprimir sua raiva, e ressente(se de uma situa"o criada por eméter#

.antendo a depend&nciaA capacidade superabundante que a mulher tipo eméter tem de protegermaternalmente pode ficar estragada pela necessidade que ela tem de que seu filhonecessite dela, e também pela sua ansiedade quando o

I7

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filho est' longe de sua vista# Ela encora)ar' a depend&ncia e manter' seu filho muitoinfluenciado por ela# Fode faPer isso em outros relacionamentos também# For e%emplo,

 pode proteger maternalmente a crian"a dependente da mesma forma que protege opobre menininho na figura de seu amado, e ainda toma conta da crian"a ansiosarepresentada pelo amigo# =al mulher infantiliPa os outros por suas tentativas de ser

indispens'vel /mame sabe melhor1 ou superdominadora /dei%e(me faPer isso porvoc&1# Essa tend&ncia encora)a sentimentos de inseguran"a e inadequabilidade na outra pessoa# 5a coPinha, por e%emplo, ela pode encora)ar a filha )ovem a aprender acoPinhar# .as ela supervisiona cuidadosamente e depois sempre acrescenta os toquesfinais no término# O que quer que a garota fa"a, a me lhe d' a sua mensagem de queno est' suficientemente bom e voc& precisa de mim para faP&(lo corretamente#

 5uma situa"o de trabalho acontece o mesmo# Ela é a supervisora, a organiPadora ou amentora que sabe melhor como o trabalho deveria ser feito e, portanto, pode assumir adire"o, reprimindo a originalidade e autoconfian"a em seu filho, e aumentando sua

 pr-pria carga# Se as pessoas ligadas a uma eméter precisam dela, a mulher tipoeméter ansiosa sente(se segura# Se as pessoas crescem em independ&ncia e

compet&ncia, ela pode se sentir amea"ada# Fara desfrutar das boas gra"as dela e ser orecipiente de seu cuidado e considera"o, muitas vePes é preciso permanecer num papeldependente# Nuer a mulher tipo eméter encora)e a depend&ncia ou, ao contr'rio, crieum sentido de seguran"a no qual a outra pessoa possa crescer e prosperar depende deela pr-pria ter um sentido de generosidade ou de insufici&ncia# Se ela teme perder aoutra pessoa ou que seu filhoIno se)a suficientemente bom, pode tornar(se possessiva, dominadora e limitadora#Sua inseguran"a a torna possessiva e sufocante# Em minha pr'tica uma )ovem mecompreendeu, enquanto sua filha era ainda um beb&, que ela era o tipo que ia achardif!cil dei%ar sua filha crescer# A primeira luta surgiu quando chegou a hora dealimentar o beb&# Ela tinha sido amamentadora, apreciando a e%clusividade dorelacionamento e a depend&ncia do seu beb&# Nuando chegou a hora de introduPir oss-lidos, seu marido antegoPou alimentar a filha com a colher, o que seria um novo passono elo pai(filha# Afortunadamente, a me altru!stica e%istente nela sabia que era hora decome"ar com os s-lidos e compartilhar mais a crian"a com seu marido, embora a me

 possessiva nela quisesse resistir o quanto poss!vel# Seu dese)o de faPer o que era melhor para a crian"a venceu# Ainda assim, ela se sentiu transitoriamente como a lastimosaeméter, entristecendo(se com a perda#As mulheres tipo eméter possessivas crescem conforme renunciam à sua necessidadede manter as outras pessoas dependentes e muito influenciadas por ela# 0aPendo isso, a

depend&ncia mYtua pode ser transform'vel em aprecia"o mYtua e amor#omportamento passivo(agressivoA mulher tipo eméter que no sabe diPer no ficar' sobrecarregada# Fode depoistornar(se esgotada e ap'tica, ou ressentida e magoada# Se sentir(se e%plorada,tipicamente no o e%pressar' diretamente, mostrando a mesma necessidade de

 positivismo em seu pr-prio interesse, que a leva a diPer sim quando deveria diPer no#Ao contr'rio de e%pressar sua raiva ou insistir em que alguma coisa mude, é prov'velque a mulher tipo eméter I<desprePe seus sentimentos como pouco generosos e trabalhe mais arduamente para

conseguir faPer tudo# Nuando ela tenta abafar seus verdadeiros sentimentos e eles v&m àtona de qualquer forma, ela come"a a mostrar comportamento passivo(agressivo# Ento

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se esquece de desviar a rota e a! no compra a coisa que sua viPinha pediu* perde o praPo de entrega ou chega tarde para uma reunio importante# esse modo ela suprimeas responsabilidades que se esperava que levasse adiante, inconscientemente dandovaPo à sua hostilidade com comportamento faltoso, indiretamente e%pressando seuressentimento e declarando sua independ&ncia# Seria muito melhor que ela aprendesse a

diPer no em primeiro lugar, porque o comportamento passivo(agressivo faP com queela pare"a incompetente e se sinta culpada#A meta torna a mesma a"o significativamente diferente# Fara recusar honestamentefaPer o que alguém mais espera que voc& fa"a, e afirmar por que, é uma mensagemclara* a a"o passiva(agressiva é uma mensagem confusa codificada num ato hostil# Se aoutra pessoa se importa com suas necessidades, a afirma"o clara é suficiente# efor"ara afirma"o com a a"o é sempre requerido quando a outra pessoa é e%ploradora eespera conseguir o que quer às suas custas# `eus no prestou aten"o a eméter até queela sa!sse para a luta# Até que eméter recusou funcionar como deusa do cereal `eusno prestou qualquer aten"o ao seu sofrimento# Nuando sua recusa de dei%ar qualquercoisa crescer amea"ou a terra com a carestia, ele se tornou interessado porque no

haveria mortais para honrar os deuses se ela persistisse# S- ento ele prestou aten"o aela e enviou @ermes para traPer Ferséfone do mundo das trevas# +ma veP que a mulhertipo eméter se torne consciente de suas necessidades, que ela pr-pria suprime, e de suaraiva por ter suas necessidades desprePadas pelos outros, ela podeI6refletir seguindo o e%emplo de eméter# +ma empregada essencial mal paga esobrecarregada pode apresentar seu caso para um merecido aumento e au%!lio adicional,

 por e%emplo, e no ser ouvida até que dei%e claro para seu patro de que no continuar'a agir como tem feito#

epresso: ninho vaPio e solidoNuando a mulher tipo eméter perde um relacionamento em que foi a figura maternal,no apenas perde esse relacionamento e sente falta da pessoa, mas perde também seu

 papel de me, que lhe deu sentido de poder, importHncia e significado# E dei%ada comum ninho vaPio e um sentimento de solido# O termo depresso do ninho vaPiodescreve a rea"o das mulheres que devotaram suas vidas aos filhos s- para t&(losafastando(se delas# As mulheres tipo eméter em relacionamentos amorosos queterminam também podem reagir dessa maneira, da mesma forma que a mulher tipoeméter que protegeu como me um pro)eto durante anos, apenas para v&(lo falhar ouser assumido pelos outros# =ais dificuldades de organiPa"o dei%am(lhe a sensa"o deter sido e%plorada e improdutiva# Nuando o arquétipo chega ao e%tremo, a mulher tipo

eméter deprimida torna(se incapaP de agir e precisa de hospitaliPa"o psiqui'trica#Fode se tornar uma personifica"o da deusa pesarosa que buscou Ferséfone semresultado# omo eméter, ela pode no comer, dormir ou banhar(se# Fode andar para l'e para c', movimentando(se sem descanso todo o tempo, torcendo com desespero asmos e afligindo(se fora de si numa agitada depresso# Ou pode sentar(se, comoeméter em El&usis, retra!da, im-vel e incomunic'vel# =udo parece triste e improdutivo

 para ela* o mundo fica sem significado# 5o sente nenhuma qualidade vivida e emcrescimento em sua vida 'rida#IEssa rea"o é uma depresso severa e ap'tica# Em ambas as rea"$es, agitada e ap'tica, ahostilidade fundamenta sua depresso: est' magoada porque uma fonte de significado

foi afastada# Nuando uma eméter desgostosa é hospitaliPada, naturalmente precisa dea)uda profissional# .as tivesse ela sabido que era to suscet!vel a uma depresso do

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ninho vaPio, e tivesse ela tomado quatro medidas preventivas mentais de saYde, suarea"o teria sido muito menos severa# Aprender como e%pressar a raiva em veP derefre'(la no !ntimo reduP a depresso# Aprender a diPer no evita tornar(se esgotada edeprimida por ter sido e%plorada e sentir(se no apreciada e martiriPada# Aprender aabrir mo e a dei%ar crescer poupa(lhe a dor violenta de ter filhos, ou subordinados,

 pessoal e clientes que se ressentem dela e precisam libertar(se# esenvolver outrasdeusas em seu interior proporciona(lhe interesses adicionais além de ser me#

aminhos para o crescimentoAs mulheres tipo eméter acham f'cil reconhecer o padro maternal que personificam,incluindo a dificuldade de diPer no# ontudo, muitas vePes h' um ponto cego, quandochega o momento de olhar para seus sentimentos negativos e seu comportamentonegativo em rela"o aos outros# esde que esses sentimentos e a"$es so o que mais

 precisa ser mudado, o desenvolvimento da mulher tipo eméter fica contrariado até queela se)a capaP de ver o quadro completo# As mulheres tipo eméter t&m boas inten"$esque, ligadas à necessidade de se verem como boas mes, bloqueiam sua receptividade a

esses insights# =ais mulheres so freq[entemente muito defensivas# Elas se op$em àcr!tica com afirma"$es sobre seus bons prop-sitos /eu estava apenas tentando a)udar1ou com uma lista das muitas a"$es positivas e generosas que elas, de fato, faPem#I<;E%atamente porque a mulher tipo eméter tem dificuldade em diPer no porque seidentifica com a boa me generosa, ela também resiste em admitir sua raiva em rela"oàqueles que ela ama# Felas mesmas raP$es, nega a possibilidade de que possa estarenvolvida com o comportamento passivo(agressivo, e de que possa sersuperdominadora ou estar encora)ando a depend&ncia# ontudo, sabe que ficadesapontada por no sentir(se apreciada e pode admitir que fica deprimida# Se est'dese)osa de e%plorar esses caminhos, ento pode gradualmente permitir o conhecimentode seus tra"os de eméter negativos para se tornar consciente# Admiti(los é o maiorobst'culo# .udar seu comportamento é a tarefa mais f'cil#

=ornar(se sua pr-pria boa meA mulher tipo eméter precisa servir(se de eméter em seu pr-prio favor, em veP dereagir instintivamente aos outros como se ela pr-pria fosse eméter# Nuando solicitadaa tomar conta de outra responsabilidade, precisa aprender a enfocar em si mesma oPeloso interesse que to rapidamente sente pelos outros# Fode perguntar a si mesma:4sso é realmente alguma coisa que voc& quer faPer agora^ e 2oc& tem tempo eenergia suficiente^ Nuando é tratada impropriamente, precisa reafirmar a si mesma que

voc& merece melhor tratamento e encora)ar(se para ir contar(lhes sobre suasnecessidades#

E%pandindo(se além de eméter A menos que a mulher tipo eméter conscientemente consiga lugar em sua vida paraoutros relacionamentos além de eméter, ela pode ficar encerrada num padro, sendosomente eméter# Se for mulher casada e com filhos, far' esfor"o para afastar(se comseu marido sem osI<Cfilhos^ eservar' tempo para uma atividade solit'ria e para faPer cooper, meditar, pintarou tocar um instrumento musical^ Ou, como é t!pico de eméter, nunca encontrar'

tempo^ Se for mulher tipo eméter profissional, toda sua energia pode voltar(se paraseu trabalho# Fode dirigir uma escola maternal ou um programa profissional e devotar

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todo o seu tempo e energia para ele, voltando para casa esgotada no final do dia# Amulher tipo eméter profissional precisa resistir a ser somente eméter, e%atamenteigual ao quanto faP a mulher tipo eméter com cinco filhos# Se ela no se e%pande alémde eméter, aumenta a probabilidade da depresso de um ninho vaPio quando ela nofor mais solicitada e achar que é afinal de contas dispens'vel#

ecuperando(se da depressoA mulher tipo eméter que se torna uma eméter angustiada e deprimida sofreu uma

 perda significativa# A perda pode ser alguma coisa de grande valor emocional para ela (um relacionamento, um papel, um emprego, um ideal ( o que quer que tenha dadosentido à sua vida e que agora )' se foi# E, como acontece em cada mitologia divina, é

 poss!vel para uma mulher se acomodar em qualquer fase ou mudar para outro padrode mito e desenvolver(se# Algumas mulheres tipo eméter deprimidas nunca mais serecuperam* sua e%ist&ncia permanece vaPia, amarga e improdutiva# .as a recupera"o eo crescimento so poss!veis# O pr-prio mito apresenta duas solu"$es# Frimeiro, depoisque soube que Ferséfone fora raptada, eméter dei%ou o monte Olimpo para vagar pela

terra# Em El&usis, a deusa deprimida e angustiada foi bem(vinda a um lar, onde tornou(se bab' de emofonte# Ela o alimentou com néctar e ambrosia e o teria tornado imortalse sua me .etaniraI<Ino tivesse atrapalhado# Enfrentou sua perda amando e Aportando(se com alguém mais#Arriscar(se a outro relacionamento é um caminho para a mulher tipo eméterangustiada recuperar(se e atuar novamente# Segundo, a concilia"o com FerséfoneconduPiu à recupera"o de eméter# A me angustiada se uniu à sua filha eternamente

 )ovem e parou de ficar deprimida, atuou novamente como deusa do cereal e da fruta, erestituiu à terra a fertilidade e o crescimento# isso que metaforicamente finaliPa umadepresso: o arquétipo da )uventude retorna# e que modo isso acontece muitas vePes

 parece misterioso# Segue(se pranto e rancor# O tempo passa# Ento um sentimentodesabrochante desperta# =alveP a mulher note quo bonito é o aPul do céu# Ou é tocadade compai%o por alguém, ou tem um !mpeto de completar uma tarefa h' muitoabandonada# So sinais de energia# Dogo depois dos primeiros sinais da vida que volta,a mulher volta novamente a si, mais cheia de vitalidade e generosidade, reunida comaquele aspecto de si mesma que estava ausente#.ais do que simples recupera"o é poss!vel# A mulher tipo eméter pode tambémemergir de um per!odo de sofrimento com maior sabedoria e compreenso espiritual#omo uma e%peri&ncia interior, o mito de eméter e Ferséfone fala de uma capacidadede crescer através do sofrimento# A mulher tipo eméter pode ento, como a pr-pria

eméter, aceitar a e%ist&ncia de mudan"as peri-dicas humanas# Fode adquirir talsabedoria, que espelha a naturePa# =al mulher aprende que pode viver através do quequer que aconte"a, sabendo que assim como a primavera segue(se ao inverno, também amudan"a da e%peri&ncia humana segue certos padr$es#I<8BibliografiaE.E=AWOFO+DOS, Stephanie, Dife Stage =heor3, >erontological esearch, andthe .3tholog3 of the Older \oman: 4ndependence, Autonom3, and Strength# Anima6, nII, Spring Equino%, C6I, pp# 69(<#04E4@, Faul, =he 0ifth Nueen: =he .eaning of emeter e =he @omeric@3mn to emeter# 4n =he .eaning ofAphrodite, +niversit3 of hicago Fress,

hicago, C<6,pp# C9(C6;#=he @3mn to emeter# 4n =he @omeric @3mns, 4rving, =e%as, C<, pp# 6(C87#

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J+5>, # >#, Fs3chological Aspects of the .other Archet3pe, C79# \, vol# , partC,C6, pp# <7(CC;#WE5T4, #, Eleusis: Archet3pal 4mage of .other and aughter, SchocXen BooXs,

 5e? TorX, em acordo com Frinceton +niversit3 Fress, C<<# Freviamente editado naBollingen Series, C<#

D+WE,@elen.#, .other and aughter .3steries# 4n \oman:Earth and Spirit,rossroad, 5e? TorX, C6C, pp# 7C(<C#`AB4SW4E, Fhilip, >oddesses in Our .idst# Nuadrant, outono de C<, pp# 9;(9C#I<9C;Ferséfone: a )ovem e rainha do 4nferno, mulher receptiva e filha da meA deusa FerséfoneA deusa Ferséfone, que os romanos chamavam de Frosérpina ou ore, é melhorconhecida através do @ino a emeter, de @omero, que descreve seu rapto por @ades#0oi adorada de dois modos, como a )ovem ou ore /que significa garota )ovem1, oucomo rainha do 4nferno# ore era uma deusa )ovem, esbelta, bonita, associada com

s!mbolos de fertilidade ( a rom, o gro, o milho, e também com o narciso, a flor que aatraiu# omo rainha do 4nferno, Ferséfone é uma deusa e%periente que reina sobre osmortos, guia os vivos que visitam o mundo das trevas, e pede para si o que dese)a#Embora Ferséfone no fosse um dos doPe deuses ol!mpicos, foi a figura central nos.istérios de Eleusis, que por dois mil anos antes do cristianismo foi a principal religiodos gregos# 5os .istérios de Eleusis os gregos e%perienciaram a volta ou renova"o davida depois da morte através da volta anual de Ferséfone do 4nferno#

>enealogia e mitologiaFerséfone foi a Ynica filha de emeter e `eus# A mitologia grega é incomumentesilenciosa quanto às circunstHncias de sua concep"o#I<7

 5o in!cio do mito de eméter(Ferséfone /contado em detalhes no cap!tulo anterior1,eméter era uma garota despreocupada que colhia flores e brincava com suas amigas#Ento @ades apareceu repentinamente em sua carruagem numa abertura da terra, pegoua )ovem à for"a e a levou de volta para o 4nferno, a fim de ser sua noiva contra avontade# eméter no aceitou a situa"o, dei%ou o monte Olimpo, persistiu emconseguir a volta de Ferséfone, e finalmente for"ou `eus a considerar seus dese)os#`eus ento enviou @ermes, o deus mensageiro, para ir buscar Ferséfone# @ermeschegou ao 4nferno e encontrou Ferséfone desconsolada# .as seu desespero tornou(sealegria quando descobriu que @ermes tinha vindo por sua causa e @ades a dei%aria

 partir# Antes que ela o dei%asse, contudo, @ades lhe deu algumas sementes de rom, eela comeu# Ento entrou na carruagem com @ermes, que a levou rapidamente paraeméter# epois que me e filha alegremente se abra"aram, eméter ansiosamente

 perguntou se ela tinha comido alguma coisa no 4nferno# Ferséfone respondeu que tinhacomido sementes de rom porque @ades a tinha for"ado contra a vontade,violentamente a com&(las /o que no era verdade1# eméter aceitou a est-ria e o padroc!clico que se seguiu# 5o tivesse Ferséfone comido qualquer coisa, teria sidocompletamente devolvida a eméter# =endo comido as sementes de rom, contudo,

 passaria agora um ter"o do ano no 4nferno com @ades, e dois ter"os do ano no mundosuperior, com eméter# .ais tarde, Ferséfone tornou(se rainha do 4nferno# =odas asvePes que os her-is e hero!nas da mitologia grega desciam para o reino inferior,

Ferséfone l' estava para receb&(los e ser sua guia# 5o estava ausente para ninguém#

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impregna a cultura dos Estados +nidos, onde a mulher considerada dese)'vel é umagatinha, a mulher com apar&ncia de viPinha ao lado posando nua para a revistaFla3bo3# 5o filme Frett3Bab3, por e%emplo, BrooXe Shields representava a crian"a (mulher arquet!pica ( uma garota de doPe anos de idade, num bordel* era virginal,dese)'vel, e sua virgindade foi vendida para o arrematador que deu o lance mais alto#

Essa imagem teve continuidade em seus filmes seguintes, Blue Dagoon, e Endless Dove,e em seus anYncios para os )eans alvin Wlein# Ao mesmo tempo, os meios decomunica"o a descrevem como uma Ferséfone protegida e obediente, filha de uma meque conduPia firmemente sua carreira e sua vida# A mulher tipo Ferséfone no precisaser )ovem em idade ou ser se%ualmente ine%periente para ter falta de um sentido de simesma como mulher sensual ou se%ual# Enquanto ela é psicologicamente a ore, suase%ualidade est' adormecida# Embora goste que os homens gostem dela, h' falta de

 pai%o e provavelmente no é org'smica# 5o Japo, mais que nos Estados +nidos, amulher ideal assemelha(se a Ferséfone# E calma, reservada, complacente, aprende queno deve diPer no diretamente, é educada no sentido de evitar perturbar a harmoniadesagradando ou sendo desagradada# A mulher )aponesa ideal permanece graciosamente

 presente, mas em segundo plano, antecipa as necessidades dos homens e aparentementeaceita seu pr-prio destino#

>uia para o 4nfernoEmbora a primeira e%peri&ncia de Ferséfone com o 4nferno tenha sido como v!tima derapto, mais tarde ela se tornou rainha do 4nferno, a guia para os outros que o visitavam#Esse aspecto do arquétipo de Ferséfone desenvolve, como no mito, como que umresultado de e%peri&ncia e crescimento#I6CSimbolicamente, o 4nferno pode representar camadas mais profundas da psique, umlugar onde as mem-rias e sentimentos foram enterrados /o inconsciente pessoal1 eonde as imagens, padr$es, instintos e sentimentos, que so arquet!picos ecompartilhados pela humanidade, so encontrados /o inconsciente coletivo1# Nuandoessas 'reas so e%ploradas na an'lise, as imagens do 4nferno aparecem nos sonhos# Asonhadora pode estar no subsolo, muitas vePes com muitos corredores e salas que, porvePes, so como labirintos# Ou pode encontrar(se num mundo subterrHneo ou numa

 profunda caverna, onde se depara com pessoas, ob)etos ou animais e fica espantada,com medo ou interessada ( dependendo de ter medo ou no desse reino em si mesma#Ferséfone, a rainha e guia do 4nferno, representa a habilidade de movimentar(se de umlado para outro, entre a realidade do mundo real baseada no ego e o inconsciente ourealidade arquet!pica da psique# Nuando o arquétipo de Ferséfone est' ativo, é poss!vel

 para a mulher meditar entre os dois n!veis e integrar ambos em sua personalidade# Fodetambém servir como guia para os outros que visitam o 4nferno em seus sonhos efantasias, ou pode a)udar aqueles que foram raptados e perderam a liga"o com arealidade#Em 4 5ever Fromised Tou a ose >arden, @annah >reen escreveu sua hist-riaautobiogr'fica de doen"a, hospitaliPa"o e recupera"o de uma garota esquiPofr&nicaque se retirou da realidade para o cativeiro de um reino imagin'rio# >reen teve querecordar vividamente sua e%peri&ncia para escrever sobre ela# 4nicialmente o eino doTr era seu refYgio, um mundo fantasioso que tinha seu pr-prio calend'rio secreto,sua linguagem pr-pria# .as eventualmente esse mundo subterrHneo transformou(seem realidade apavorante# Ela ficou prisioneira dele e no podia mais sair: no podia ver

e%ceto em esbo"os,I6I

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cinPento sobre cinPento, e sem nenhuma profundidade, achatado, como num quadro#9Essa garota era uma Ferséfone raptada# Facientes e%(psiqui'tricas, como Ferséfone,

 podem a)udar os outros através do 4nferno# 4 5ever Fromised Tou a ose >arden, de@annah >reen, o romance =he Bell Jar, de S3lvia Flath, e sua poesia, e as can"$es deoree Frevin so como guias para os outros que foram arrastados às suas profundePas e

necessitam de a)uda para perceber o significado da e%peri&ncia# Essas mulheres eram pacientes psiqui'tricas hospitaliPadas que se recuperaram e escreveram sobre seusraptos voltados para o mundo da depresso e da loucura# onhe"o também diversasterapeutas e%traordin'rias que enquanto )ovens foram hospitaliPadas devido a doen"as

 psiqui'tricas# 0oram, por um tempo, aprisionadas por elementos no inconsciente, eestavam fora de liga"o com a realidade comum# evido à sua e%peri&ncia das

 profundePas, recebida da fonte original, e de sua recupera"o, elas so agoraespecialmente Yteis aos outros# =ais pessoas conhecem seu tra)eto no 4nferno#0inalmente, algumas pessoas conhecem a guia Ferséfone sem a e%peri&ncia de ser aore cativa# 4sso é verdadeiro para muitos terapeutas que trabalham com sonhos eimagens que surgem na imagina"o de seus pacientes# Eles t&m uma receptividade ao

inconsciente sem terem sido cativos l'# onhecem intuitivamente e esto familiariPadoscom o reino do 4nferno# Ferséfone, a guia, é parte da psique daquela pessoa, o arquétiporespons'vel pelo sentido de familiaridade que a pessoa sente quando depara com alinguagem simb-lica, ritual, loucura, vis$es, ou e%peri&ncia m!stica e%t'tica#

9, @annah >reen, 4 5ever Fromised Tou a ose >arden, Signet BooXsQ5e? AmericanDibrar3, 5e? TorX, em acordo com @olt, inehart e \inston, C9#I68S!mbolo da primaveraFerséfone, como ore ou )ovem anVnima, é familiar para muitas mulheres como oest'gio de vida quando ela era )ovem, incerta e cheia de possibilidades# 0oi o tempo emque ela esperava por alguém ou por alguma coisa para dar sentido à sua vida, antes queoutro, qualquer outro arquétipo se tornasse ativado e a introduPisse numa fase diferente#

 5as esta"$es da vida de uma mulher, Ferséfone representa a primavera# E%atamentecomo a primavera ciclicamente segue o per!odo sem cultivo e os meses improdutivos doinverno, traPendo calor, mais luP e nova vegeta"o verde)ante, da mesma formaFerséfone pode tornar(se reativada na mulher ap-s épocas de perda e depresso# adaveP que Ferséfone ressurge na psique da mulher, mais uma veP lhe é poss!vel se tornarreceptiva a novas influ&ncias e mudar# Ferséfone(é )uventude, vitalidade e potencial

 para novo crescimento# As mulheres que t&m Ferséfone como parte de si podem permanecer receptivas à mudan"a e )ovens de esp!rito durante toda a sua vida#

ultivando FerséfoneA receptividade do arquétipo de Ferséfone é a qualidade que muitas mulheres precisamcultivar# 4sso é especialmente verdade quanto às mulheres tipo Atenas e Zrtemis, quet&m o costume de saber o que querem e agir decisivamente# 5o agem bem quandoenfrentam falta de clarePa sobre como e quando agir, ou incertePa sobre o que tem am'%ima prioridade# Fara isso precisam cultivar a habilidade de Ferséfone para esperarque a situa"o mude, ou que seus sentimentos se tornem claros# As habilidades de serfranca e fle%!vel, ou male'vel, que tipifica Ferséfone, às vePes quanto a um erro, soI69atributos que as mulheres tipo eméter e @era muitas vePes também precisam

desenvolver, se estiverem presas às suas e%pectativas /@era1 ou às suas convic"$es deque sabem melhor /eméter1#

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Atribuir valor positivo à receptividade é o primeiro passo em seu cultivo# +ma atitudereceptiva em rela"o às outras pessoas pode ser conscientemente desenvolvida ao ouviro que os outros t&m a diPer, esfor"ando(se para ver as coisas a partir de sua perspectiva,e privando(se dos )ulgamentos cr!ticos, ou preconceitos# A atitude receptiva voltada

 para a pr-pria psique de alguém também pode ser desenvolvida# +m primeiro passo

necess'rio é a bondade para consigo mesma, mais do que a impaci&ncia ou autocr!tica,especialmente durante os per!odos em que a mulher sente que est' em inatividade#.uitas mulheres aprendem que per!odos inativos podem ser benéficos intervalos que

 precedem uma onda de atividade ou criatividade s- depois que aprendem a aceit'(loscomo uma fase e no como um pecado# ultivar os sonhos muitas vePes se tornacompensador# O esfor"o de lembr'(los e escrev&(los a cada manh conserva as imagensvivas# 4nsights em seus significados muitas vePes acontecem quando isso é feito, comoalguém que agora se lembra dos sonhos e pensa sobre eles# A percep"o e%tra(sensorial

 pode também ser desenvolvida por muitas pessoas que tentam captar impress$ese%trasensoriais, e aprendem a ser receptivas às imagens que surgem espontaneamenteem sua mente#

A mulher tipo FerséfoneA mulher tipo Ferséfone tem uma qualidade )ovial# Fode verdadeiramente parecer mais

 )ovem do que é ou ter alguma coisa de infantil em sua personalidade, umI67elemento cuide da menininha que pode durar através e além da meia(idade# Fenso namulher tipo Ferséfone como portadora de algo fle%!vel que se inclina para se a)ustar àscircunstHncias ou às personalidades mais fortes# 4ndo primeiro numa dire"o e depoisnoutra dependendo de como sopra o vento, ela volta a ser ela mesma quando as for"asacabam, permanecendo no afetada de modo significativo pela e%peri&ncia, a menosque assuma um compromisso que a mudar'#

A )ovem FerséfoneA t!pica pequena Ferséfone é uma garota quieta, despretensiosa, boa menininha, tipoque est' muitas vePes embonecada dentro de vestidos cor(de(rosa e cheios de

 babados# E usualmente uma crian"a bem comportada, que quer agradar, faP o que ésolicitado e usa o que é escolhido para ela# A me supersol!cita complica a pr-priatend&ncia da pequena Ferséfone de ser cautelosa e complacente se desde a infHncia elatrata sua filha como fr'gil boneca necessitada de prote"o e superviso# Nuando mais

 preocupada com o fato de que a filha possa cair e se machucar do que deleitada quandoa mesma d' os primeiros passos vacilantes, est' enviando a primeira de muitas

mensagens semelhantes que equaciona tentar alguma coisa nova e, portanto, dif!cil, comrisco e preocupa"o# Nuando repreende sua filha por tentar alguma coisa por si mesma,diPendo: voc& deveria ter perguntado antes, a mensagem na verdade é espere porminha a)uda# Fermanecer dependente é a admoesta"o no falada# As chances so deque a pequena Ferséfone se)a uma crian"a introvertida que se mostre cautelosa pornaturePa, porque prefere observar primeiro e participar depois#Ela preferiria ficar na arquibancada até que soubesse oI6que est' acontecendo e quais so as regras, em veP de mergulhar e aprender de primeiramo, como o faria a crian"a mais e%trovertida# Frecisa imaginar(se faPendo algumacoisa antes que decida se quer participar# .as sua me muitas vePes interpreta mal sua

introverso natural como timideP# Ao empurr'(la para faPer alguma coisa antes queeste)a pronta, a me bem intencionada e e%trovertida muitas vePes no dei%a tempo para

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sua filha Ferséfone descobrir quais so suas prefer&ncias# Fressionada pelo tome umaresolu"o_, é mais prov'vel que a )ovem Ferséfone fa"a o que agradaria a outra pessoa,em veP de resistir assim ela aprende a ser passiva# Em contraste, com apoio para agirassim, uma )ovem Ferséfone pode também confiar em seu modo intr!nseco de saber oque quer faPer# >radualmente aprende a confiar em seu estilo receptivo por naturePa e

torna(se confiante em sua habilidade de tomar decis$es a seu pr-prio modo e em seu pr-prio tempo# Ela escolhe suas prefer&ncias sub)etivamente e estas esto certas paraela* contudo, no pode afirmar suas raP$es, porque sente o que faPer interiormente, masno consegue e%plicar(se logicamente#

Os paisA filha tipo Ferséfone é muitas vePes uma filhinha da mame, fi%ada num padroeméter(Ferséfone com sua me# Esse tipo de me freq[entemente trata a filha comoe%tenso de si mesma que contribui ou diminui sua pr-pria auto(estima# Esse padro

 pode resultar num relacionamento no qual as psiques da me e da filha se sobrep$em# Ame escolhe as festas para a filha, aulas de dan"a ou de piano, e até mesmo os amigos,

como se ela estivesse sendo me de si mesma# Froporciona à filha o que ela pr-priaqueria ou perdeu enquanto crian"a, sem considerar que a filha possa ter necessidadesdiferentes#I6<A filha tipo Ferséfone no faP muito para contradiPer a impresso de que ela quer parasi mesma as mesmas coisas que sua me quer para ela# por naturePa receptiva ecomplacente, e quer agradar# Em contraste, as pequeninas Zrtemis e Atenas, na idade dedois anos, positivamente diPem no ao vestido que no querem usar, ou no aosesfor"os para desvi'(las de alguma coisa que tencionam faPer# A me tipo Atenasinclinada à carreira com uma filha Ferséfone pode indagar(se: omo tive tal

 princesinha^ Fode ter o praPer de ser a me dessa crian"a num momento e estarfrustrada pela aparente indeciso de sua filha e pela falta de habilidade em diPer o queest' em sua mente, no momento seguinte# A frustra"o da me tipo Zrtemis é diferente#Sente(se muito melhor ao aceitar os sentimentos sub)etivos da filha* sua irrita"o édirigida em dire"o à falta de vontade da filha# ecomenda(lhe o levante(se por simesma_ As mes tipo Zrtemis e Atenas igualmente podem a)udar suas filhas tipoFerséfone a desenvolverem essas qualidades que elas valoriPam, ou instilaro nelas umsentimento de inadequa"o#.uitas )ovens tipo Ferséfone no t&m relacionamentos !ntimos com seus pais# O paideve ter sido desencora)ado pela possessividade da me tipo eméter que queria umrelacionamento e%clusivo com sua filha# Ou, se era um marido tradicional que se

orgulhava de nunca ter trocado uma fralda, ele pode ter escolhido permanecer noenvolvido, como faPem certos homens que dei%am que a filha se)a criada pela me, eque contudo t&m um interesse ativo num filho# e maneira ideal, a filha tipo Ferséfonedeveria ter pais que respeitassem seu modo interior de saber o que é importante para ela,e que confiassem em suas conclus$es# Froporcionariam a ela uma variedade dee%peri&n(I66(cias, mas no a instigariam a elas# Esses so pais que aprenderam a valoriPar aintroverso em si mesmos#

Adolesc&ncia e )uventude

A e%peri&ncia de escola secund'ria para a )ovem Ferséfone é usualmente umacontinua"o de sua vida anterior# Se cresceu num relacionamento tipo mame sabe

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melhor, sua me faP compras com ela, escolhe suas roupas, e influencia sua escolha deamigos, interesses e, agora, de compromissos sociais# 2ivendo de modo vic'rio atravésda e%peri&ncia da filha, ela pode abranger detalhes dos compromissos e atividades dafilha, e pode esperar que a mesma confie nela e compartilhe segredos# ontudo, osadolescentes precisam guardar alguns segredos e ter alguma privacidade# 5esse est'gio

do desenvolvimento, os pais e%cessivamente intrusos colocam em situa"o desvanta)osao desenvolvimento de uma identidade separada# Ao compartilhar todas as coisas, a filhaadolescente permite à sua me colorir o que seria sua pr-pria e%peri&ncia# Asansiedades, opini$es e valores de sua me influenciam suas percep"$es# =ipicamente, amulher tipo Ferséfone de classe média ou alta freq[enta a faculdade porque é l' que seespera que este)am as mulheres )ovens de sua classe social e educa"o, o equivalentecontemporHneo dos prados onde Ferséfone e suas amigas brincavam# A educa"o é emgeral um passatempo para tal garota, e no um pré(requisito ocupacional# Ela luta parater as tarefas feitas e porque é usualmente distra!da eQou tem falta de confian"a#aracteristicamente, tenta diversas especialiPa"$es acad&micas poss!veis# Se ela se fi%anuma, muitas vePes faP isso à revelia ou por seguir o caminho da menor resist&ncia, e

no tanto por escolha(ativa#I6=rabalhoA mulher tipo Ferséfone pode permanecer estudante profissional, ou ir para otrabalho# Se)a ap-s a escola secund'ria ou ap-s a faculdade, inclina(se a ter uma série deempregos, em veP de uma profisso ou carreira, e tende para onde os amigos e a fam!liaesto# .uda de emprego para emprego, na esperan"a de que um realmente a agradar'#Ou pode ser despedida quando no cumpre os praPos ou quando falta# As mulheres tipoFerséfone saem(se melhor em empregos que no requerem iniciativa, persist&ncia ouhabilidade para superviso# Ela se d' muito bem quando tem um padro a quem ela queragradar, que lhe d' encargos longos# Age como se esperasse ser salva da tarefa ou comose tivesse todo o tempo do mundo# Nuando nada d' certo e é hora de cumprir o

 prometido ela se sente mal preparada# 5a melhor das hip-teses ela lida para ter otrabalho pronto na Yltima hora, num esfor"o de passar uma noite em claro# Embora otrabalho no se)a importante para a mulher que se assemelha a ore, a situa"o é

 bastante diferente se ela amadurecer como rainha do 4nferno# Ento provavelmente vaientrar num campo criativo, psicol-gico ou espiritual* por e%emplo, trabalhar comoartista, poeta, terapeuta ou médium# O que faP é usualmente pessoal e muitas vePes noortodo%o* ela trabalha de modo altamente individual, comumente sem os grausacad&micos pr-prios#

elacionamento com mulheresA )ovem tipo Ferséfone sente(se confort'vel com outras )ovens que so como ela pr-pria# muitas vePes uma irm de comunidade religiosa na escola secund'ria oufaculdade, e habitualmente e%perimenta novas situa(I;("$es em companhia de outras garotas em veP de e%periment'(las soPinha# Se é bonita,

 pode atrair mulheres amigas que no pensam em si mesmas como muito femininas, que pro)etam sua pr-pria feminilidade no desenvolvida nela e depois a tratam como alguémespecial# Se foi tratada como fr'gil e preciosa durante toda a sua vida, dar' por certo taltratamento# Sua amiga mais !ntima muitas vePes é uma garota com forte personalidade#Ferséfone evoca respostas maternais em suas iguais e nas mulheres mais velhas, que lhe

faPem favores e cuidam dela#

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elacionamento com homens /que preferem garotas1com homens a mulher tipo Ferséfone é mulher(crian"a, insegura e )uvenil na atitude#A)usta(se ao padro de Ferséfone(ore como a mais indistinta e no amea"adora detodas as deusas# Ela quer diPer isso quando diP: 2amos faPer o que quer que voc&queira faPer# =r&s categorias de homens so atra!dos pelas mulheres tipo Ferséfone:

homens que so to )ovens e ine%perientes quanto ela* homens malandros, atra!dos pela sua inoc&ncia e fragilidade* e homens que no se sentem confort'veis commulheres amadurecidas#O r-tulo amor )ovem a)usta(se à primeira categoria# 5esses relacionamentos de escolasecund'ria e faculdade, o )ovem e a )ovem esto e%plorando, como iguais, a companhiado se%o oposto# A segunda categoria emparelha Ferséfone, o arquétipo da garotaagrad'vel de uma boa fam!lia, com um homem malandro# Ele é fascinado por estagarota protegida e privilegiada que é to seu oposto# Ela, por sua veP, é cativada poresse magnetismo pessoal, aura se%ual e personalidade dominadora#ICA terceira categoria estereotipada envolve homens que por v'rias raP$es no se sentem

confort'veis com mulheres amadurecidas# O relacionamento pouco duradouro entreum homem mais velho e uma mulher mais )ovem, por e%emplo, é um e%agero dessemodelo patriarcal arquet!pico# Sup$e(se que o homem se)a mais velho, maise%perimentado, mais alto, mais forte e mais esperto que a esposa# Sup$e(se que amulher se)a mais )ovem, menos e%periente, mais bai%a, mais fraca, menos educada emenos inteligente# O tipo que mais intimamente se a)usta a esse ideal é o de uma )ovemFerséfone# Além do mais, Ferséfone é bastante diferente da imagem que muitos homenst&m da me, mulher poderosa e dif!cil de agradar, e isso é outra raPo pela qualalguns homens gostam de mo"as mais )ovens# com uma Ferséfone, um homem senteque pode ser percebido como homem poderoso e dominante, e no ter sua autoridade ouidéias desafiadas# Sente também que ele pode ser inocente, sem e%peri&ncia ouincompetente, e no ser criticado#O relacionamento com um homem pode ser o meio através do qual a mulher tipoFerséfone se separa de uma me dominadora# Agora passa por um est'gio de serFerséfone a )oguete, onde ela é o ob)eto a ser possu!do numa luta pelo poder entre umhomem e sua me# Apai%ona(se por um homem do qual sua me no gosta, alguémdiferente do homem bonPinho que sua me tinha em mente# Algumas vePes Ferséfoneescolhe um homem de classe social diferente ou ainda de ra"a diferente# A me podeob)etar à sua personalidade: Ele é reservado e grosseiro_ ou Ele é desagrad'vel### temsempre que ter outro ponto de vista_ Fode ser a primeira pessoa que no tenha tratado afilha como uma princesa mimada, e no toleraria que ela fiPesse esse papel# Sua me

fica horroriPada# onfiante de que possa influenciar sua filha usualmente complacente,a me ataca sua escolha# Damenta aII

 personalidade do homem, seu car'ter ou educa"o, algumas vePes também pondo emquesto o )ulgamento, a compet&ncia e os princ!pios morais da filha# .uitas vePes ame reconhece que ele é um advers'rio em potencial e, de fato, essa habilidade pararesistir à sua me foi uma raPo por que a filha Ferséfone sentiu(se atra!da por ele#Agora, pela primeira veP na vida, a filha tipo Ferséfone pode estar em desigualdade comsua me e seus padr$es de comportamento de boa menina# Sua me ou sua fam!lia

 podem proibi(la de ver o homem que escolheu# Ela pode concordar, em veP de desafi'(los abertamente, e depois sair furtivamente para v&(lo# Ou pode tentar convencer a me

das boas qualidades que ele tem#

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epois de certo tempo nessa luta, o homem usualmente ordena que ela se confrontecom a me ou que desista de tentar obter a aprova"o da me# Fode ordenar que ela vivacom ele, case(se com ele, v' embora com ele, ou corte o contato com a me# Frensadaentre os dois, ou ela volta para a me e representa o papel da filha recuperada esubmissa, ou compartilha a sorte com ele e faP a ruptura#

Se ela literalmente ou figurativamente no se afasta da me, pode ter come"ado sua )ornada para tornar(se um ser humano separado e autodeterminado# 0aP isso com o riscode trocar a me dominadora por um marido dominador* mas usualmente, tendodesafiado a me, ela muda e no é mais a pessoa complacente que era antes# Areconcilia"o com a me pode vir mais tarde, ap-s ter ela pr-pria alcan"ado suaindepend&ncia emocional#

Se%ualidadeA mulher que est' na fase de Ferséfone )ovem é como a Bela Adormecida ou a Brancade 5eve, adormecida ou inconsciente de sua se%ualidade, esperando que oI8

 pr!ncipe venha acord'(la# .uitas Ferséfones so eventualmente acordadas se%ualmente#escobrem que so mulheres apai%onadas, org'smicas, descoberta que tem um efeito

 positivo em sua auto(estima# Antes sentiam(se como garotas disfar"ando(se demulheres# Esse aspecto de Ferséfone ser' mais discutido no final do cap!tulo#

asamentoO casamento é algo que muitas vePes acontece à mulher tipo Ferséfone# =orna(seraptada no casamento quando um homem quer casar(se e a convence a diPer sim# Seela for uma t!pica Ferséfone, pode no ter certePa de que no quer casar(se# movida

 pela insist&ncia e certePa do homem e é influenciada pela pressuposi"o cultural de quecasamento é o que se sup$e que ela assuma# For naturePa, as mulheres tipo Ferséfonet&m personalidades tradicionalmente femininas# Elas se submetem à opinio da pessoamais forte, so mais receptivas do que ativas, no so competitivas ou atrevidas# Oshomens as escolhem e no vice(versa#+ma veP casada, a mulher tipo Ferséfone pode passar por est'gios, igualando(se ao mitode Ferséfone, e tornar(se noiva contra a vontade ou )oguete, prensada entre o marido e ame# O casamento pode também se transformar em acontecimento transformadorinvolunt'rio, através do qual a eterna garota ou )ovem torna(se mulher casada, me, oumulher se%ual conforme os arquétipos @era eQou eméter eQou Afrodite tornem(seativados pelo casamento#+m marido recentemente casado descreveu os dramas dolorosos entre ele e sua esposa

tipo Ferséfone: Ela me trata como se eu fosse respons'vel por arruinar sua vida,quando tudo o que fiP foi apai%onar(me por ela e querer casar(me imediatamente# 5asemana passada eu precisava levar um documento ao banco, naquele dia, eI9meu dia estava cheio de compromissos# Ento pedi a ela, e ela me acusou de trat'(lacomo uma empregada# A rela"o se%ual acontece apenas quando eu a inicio* e entoela age como se eu fosse um deflorador# Ele estava confuso, Pangado e deprimido peloque se passava entre eles# Sentiu que ela o tratava como se ele fosse uma fera insens!vele opressora* sentia(se ferido e sem poder porque a esposa reagia como se fosse umacativa Ferséfone e ele fosse o raptor @ades que a mantinha prisioneira# As mulheres queficam noivas contra a vontade faPem somente um compromisso parcial# asam(se com

reservas mentais# +ma delas disse: Eu estava vivendo com algumas companheiras dequarto e tinha um emprego que aborrecia# Ele no era o pr!ncipe encantado com o

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qual eu tinha sonhado, mas queria as mesmas coisas que eu pensava que queria ( um lare uma fam!lia ( e era digno de confian"a, e ento eu disse sim# Essa Ferséfone estavaapenas parcialmente comprometida com o marido# Emocionalmente passava apenas

 parte de seu tempo casada, e o resto ficava fantasiando sobre outros homens#

0ilhosEmbora a mulher tipo Ferséfone possa ter filho, ela no se sentiria aut&ntica como me amenos que alguma eméter estivesse ativada nela# Fode permanecer uma filha que

 pensa em sua pr-pria me como a me verdadeira, e em si mesma como simplesmenterepresentando um papel# +ma me intrusa que, como av- ao assumir seu neto, faP comque a filha tipo Ferséfone se sinta incompetente e acentue a dificuldade# Ela pode diPer:2oc& no sabe como segurar um beb& nervoso, dei%e(me faP&(lo_, ou Eu cuidareidisso, voc& descansa, ou 2oc& no est' tendo leite suficiente para o beb&, talvePdevesse usar a mamadeira# Esses coment'rios t!picos pre)udicam a autoconfian"a dafilha#I7

Os filhos da mulher tipo Ferséfone reagem a ela de v'rios modos# +ma filha que temum dese)o mais forte e idéias mais definidas do que a me tipo Ferséfone pode terminardiPendo à me o que ela deveria faPer em veP de vice(versa# M medida que ela fica maisvelha, algumas vePes )' aos doPe anos de idade, a filha pode inverter os papéis com ame tipo Ferséfone dependente# omo adultas voltando(se para sua infHncia eadolesc&ncia, muitas dessas filhas diPem: Eu no tive me, eu fui a me# Seigualmente me e filha so do tipo Ferséfone, elas podem tornar(se muito semelhantes,especialmente se moram )untas e tornam(se mutuamente dependentes uma da outra#onforme os anos passam, podem assemelhar(se a irms insepar'veis# As mes tipoFerséfone de filhos categ-ricos podem se sentir atropeladas por eles# Até mesmoenquanto crian"as que esto come"ando a andar, os pequeninos podem intimidar suasmes tipo Ferséfone, porque quando os meninos so insistentes e bravos eles semostram como vers$es menores de homens poderosos# esde que é estranho para amulher tipo Ferséfone usar de poder em qualquer relacionamento, é improv'vel que elamostrar' quem é que manda# Ela pode ceder à demanda do filho, fracassar emestabelecer limites e sentir(se impotente e vitimada# Ou pode encontrar um meioindireto de mudar o enfoque: atra!(lo a um humor melhor, persuadi(lo a mudar de idéia,desviar sua aten"o, ou ficar perturbada e faP&(lo sentir(se culpado ou envergonhado#Alguns filhos e filhas de mes tipo Ferséfone t&m sucesso por terem mes nointrometidas que os amam e admiram seu esp!rito independente, o qual é to diferentedo delas pr-prias# A me tipo Ferséfone pode também alimentar a imagina"o de seus

filhos e a capacidade de brincar compartilhando esses aspectos de si mesma com eles#Se ela pr-pria cresceu além de oré(Ferséfone, podeIcri'(los com vistas a valoriPar a vida interior como fonte de criatividade#

A meia(idadeEmbora o arquétipo de oré(Ferséfone permane"a eternamente )ovem, a pr-pria mulherenvelhece# onforme perde sua belePa )uvenil, pode tornar(se angustiada com cada rugaou linha facial# Surgem agora barreiras real!sticas que a tornam consciente de que ossonhos que outrora entretinha como possibilidades agora esto além do alcance# +madepresso de meia(idade resulta quando essas realidades se tornam -bvias para ela# Se

 permanece identificada com a solteirona, ela pode pVr em pr'tica a nega"o darealidade# Fode faPer pl'stica facial enquanto se concentra na tentativa de manter uma

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\end3 com Feter Fan e os rapaPes perdidos, dei%ando o barco correr na vida# Se temque crescer, deve retornar à vida real# \end3, naturalmente, feP essa escolha# isseadeus a Feter Fan e retornou através da )anela ao quarto das crian"as que tinha dei%adoh' muito tempo, sabendo que agora ficaria mais velha# O limiar que a mulher deveatravessar é o psicol-gico#

Fara crescer, a mulher tipo Ferséfone deve aprender a igualmente estabelecercompromissos e viver de acordo com eles# Ela tem dificuldade de diPer sim e chegar aofim sem fraque)ar no que quer que tenha concordado faPer# SatisfaPer praPos de entrega,concluir a escola, chegar ao casamento, pVr de pé uma crian"a ou permanecer numemprego so todas tarefas dif!ceis para quem quer brincar na vida# O crescimento requerque ela lute contra a indeciso, a passividade e a inércia* deve decidir(se e permanecercompromissada quando a escolha dei%a de ser engra"ada# Entre as idades de trinta aquarenta anos, a realidade se intromete na iluso da mulher tipo Ferséfone que éeternamente )ovem# Ela pode come"ar a sentir queIalguma coisa est' errada# Felo rel-gio biol-gico est' correndo fora do tempo para ter

um filho# Fode compreender que seu emprego no tem futuro, ou pode olhar(se numespelho e ver que est' ficando velha# Olhando para suas amigas ao redor, compreendeque elas cresceram e a dei%aram para tr's# Elas t&m maridos e fam!lias ou estoestabelecidas nas carreiras# O que elas faPem realmente importa a alguém mais, e dealgum modo definido mas intang!vel elas so diferentes dela, porque a vida as afetou edei%ou sua marca# Enquanto as atitudes da mulher so as caracter!sticas de oré(Ferséfone, ou ela nunca se casar' ou simular', sem assumir o compromisso para valer#esistir' ao casamento porque o v& da perspectiva arquet!pica da )ovem, para quem omodelo do casamento é a morte# o ponto de vista de Ferséfone, o casamento foi umrapto por @ades, causador da morte# Essa viso do casamento e do marido é bastantediferente do contrastante modelo de casamento de @era como realiPa"o e dae%pectativa de @era em rela"o ao seu marido `eus como causador da realiPa"o# Amulher tipo @era deve conhecer o homem e resistir a ingressar num mau casamento

 pelas e%pectativas positivas sustentadas pelo arquétipo# aso contr'rio ficar' desiludidaquando o casamento no for realiPador# Em marcante contraste, a mulher tipo Ferséfonedeve resistir a uma pressuposi"o igualmente irreal de que o casamento é sempre umrapto ou morte, que deve ser combatido ou ressentido#

Armadilhas para Ferséfone: falhas de car'ter Nuando Ferséfone se reuniu com eméter, a primeira pergunta que a me lhe feP foi:2oc& comeu alguma coisa no 4nferno^ Ferséfone respondeu que tinha comido

algumas sementes de rom, e depois mentiu diPendo que tinha feito isso porque @ades afor"ara# Ferséfone feP o8;;que queria sem perturbar a imagem que sua me tinha dela# ando a impresso de queno tinha controle sobre seu destino e por essa raPo no poderia ser responsabiliPada,ela na verdade determinou seu pr-prio destino# Ao engolir as sementes, Ferséfonegarantiu que passaria parte de seu tempo com @ades# O desvio, a mentira e amanipula"o so problemas potenciais para as mulheres tipo Ferséfone# Sentindo(seincapacitadas e dependentes das outras que so mais poderosas, podem aprender aconseguir o que querem indiretamente# Fodem esperar pela época oportuna para agir, ouusar a adula"o# Fodem contar apenas parte da verdade ou mentir completamente em

veP de enfrentar a outra pessoa# +sualmente as mulheres tipo Ferséfone evitam a raiva# 5o querem que as pessoas fiquem loucas com ela# Sentem(se dependentes da

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generosidade e boa vontade dos outros, que corretamente percebem serem mais poderosos# Fortanto, muitas vePes tratam suas mes, pais, maridos, empregados e professores como patrocinadores cu)as boas gra"as precisam ser corte)adas# Onarcisismo é ainda outra armadilha para algumas mulheres tipo Ferséfone# Fodemtornar(se to ansiosamente fi%adas em si mesmas que perdem sua capacidade de se

relacionar com os outros# Seus pensamentos so dominados por suas pr-prias perguntas:Nue impresso causo^ Sou suficientemente espirituosa^ Fare"o inteligente^ E gastamsua energia na maquilagem e nas roupas# =ais mulheres passam horas em frente doespelho# As pessoas e%istem apenas para lhes dar feedbacX, para abastec&(las desuperf!cies refletoras nas quais v&em a si mesmas#

 5o 4nferno: doen"a psicol-gicaurante parte de seu mito, como cativa no mundo8;Cdas trevas, Ferséfone era uma )ovem triste que no comia e no sorria# Essa fase éan'loga a um per!odo de doen"a psicol-gica através da qual algumas mulheres tipo

Ferséfone devem passar# A mulher tipo Ferséfone é suscet!vel à depresso quandodominada e limitada por pessoas que a mant&m amarrada a elas# +ma pessoa insegurareprime sua raiva ou diferen"as em veP de e%press'(las ou ativamente mudar a situa"o#Ao contr'rio, sustenta seus sentimentos negativos e torna(se deprimida /a raiva voltada

 para dentro ( que é represso ( torna(se depresso1# Sentimentos de isolamento,inadequa"o e autocr!tica contribuem para a sua depresso# Nuando a mulher tipoFerséfone torna(se deprimida, é uma depresso no dram'tica, uma depresso que d'vontade de querer sumir# Sua personalidade reservada se retrai ainda mais, sua

 passividade torna(se ainda maior e suas emo"$es tornam(se inacess!veis# Ela parecedelicada e fr'gil# omo Ferséfone, quando primeiramente raptada ao mundo das trevas,ela no come e no tem nada a diPer# =anto f!sica quanto psicologicamente a fragilidadetorna(se pronunciada no decorrer do tempo# Observar uma Ferséfone deprimida é comoobservar uma flor a murchar# Em contraste, a mulher tipo eméter deprimida avulta(see tem um grande efeito sobre tudo ao seu redor# Antes de tornar(se deprimida, ela podeter sido uma figura forte, central, de modo que h' uma mudan"a dram'tica em seucomportamento quando fica deprimida, enquanto a mulher tipo Ferséfone era insegura

 para come"ar, e simplesmente enfraquece mais quando deprimida# Além do mais, amulher tipo eméter deprimida faP todos ao seu redor sentirem(se culpados,incapacitados ou Pangados pela censura que ela imputa# A Ferséfone deprimida, emcontraste, no desperta esses sentimentos8;I

nos outros# Ao contr'rio, eles se sentem isolados dela# Ela é a que se sente culpada,censur'vel e incapacitada# E muitas vePes é a que se sente impropriamente culpada poralguma coisa que ela disse, pensou ou feP# onseq[entemente, a eméter deprimida éuma presen"a enorme no centro do lar, enquanto a Ferséfone deprimida parecedesaparecer nas acomoda"$es dos fundos# Algumas Ferséfones retiram(se para ummundo sombrio de imagens interiores, contempla"$es e vida imagin'ria, um mundo aoqual apenas elas t&m acesso# A mulher pode ter despendido muit!ssimo tempo consigomesma e pode ter se retirado para esta solido a fim de afastar(se de uma me intrusa oude um pai abusivo# +ma de minhas pacientes tipo Ferséfone disse: Eu tinha meuslugares especiais ( atr's da grande cadeira marrom no canto da sala de estar, embai%o deminha 'rvore onde os galhos tocavam o solo faPendo ocultar(me ( onde iria esconder(

me# D' eu passava horas como uma crian"a, sonhando acordada, fingindo que estava emqualquer lugar, e%ceto naquela casa com aquelas pessoas#

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Algumas vePes sua preocupa"o com seu mundo interior a afasta das pessoas, e ela seretira sempre que o mundo real pare"a muito dif!cil ou e%igente# Em algum sentido,contudo, o que certa veP era um santu'rio pode tornar(se uma priso# omo Daura em=he >lass .enagerie de =ennessee \illiams, a mulher tipo Ferséfone pode ficaraprisionada em seu mundo fantasioso e ser incapaP de voltar à realidade comum#

etirando(se gradualmente da realidade, algumas Ferséfones parecem entrar demansinho em psicose# Elas vivem num mundo cheio de imagina"o simb-lica esignificado esotérico, e deturpam as percep"$es de si mesmas# E algumas vePes adoen"a psic-tica pode servir como metamorfose, um caminho para tais mulheresromperem8;8as limita"$es e proibi"$es que estavam constringindo suas vidas# Ao se tornaremtemporariamente psic-ticas, podem ganhar acesso a uma e%tenso mais ampla desentimento e a uma consci&ncia mais profunda de si mesmas#.as os psic-ticos correm o risco de serem mantidos cativos no 4nferno# Algumasmulheres tipo Ferséfone, como Ofélia na pe"a @amlet de ShaXespeare, evitam o que

est' realmente acontecendo, permanecendo psic-ticas quando a realidade édemasiadamente penosa# .uitas outras, contudo, passam pela e%peri&ncia com o apoioda terapia, e aprendem a crescer, a se afirmar e se tornar independentes# epois queFerséfone emergiu do mundo das trevas, @écate foi sua companheira constante# @écate,deusa da lua escura e das encruPilhadas, governou os reinos misteriosos de fantasmas edemVnios, bru%aria e magia# A mulher tipo Ferséfone que emerge de uma doen"a

 psic-tica pode ganhar um discernimento refle%ivo que intui o significado simb-lico dosacontecimentos# Nuando se recupera e volta do hospital, para o mundo, muitas vePestem consci&ncia de outra dimenso, que pode ser simboliPada como tendo @écate comouma companheira#

aminhos para o crescimentoFara assumir um compromisso, a mulher tipo Ferséfone deve lutar com a ore que h'nela# eve decidir a se casar e diPer sim sem disfarce# Se ela assume, o casamento podetransform'(la gradualmente de eterna )ovem em mulher amadurecida# Se ela inicia umacarreira, precisa também assumir um compromisso e permanecer nele, para seucrescimento pessoal e igualmente para ser bem sucedida# A mulher tipo Ferséfone podecrescer além de ore(Ferséfone se precisar enfrentar a vida por si mesma e cuidar(se#Fara muitas filhas privilegiadas, a primeira8;9e tal independ&ncia torna(se poss!vel é depois que tornam divorciadas# Até ento, elas

fiPeram e%atamente o que se esperava delas# Eram filhas protegidas que se casaram com )ovens apropriados# ivorciam(se em parte porque encaram o casamento comocativeiro# 5o foram transformadas pelo casamento* ao contr'rio, elas agora acham queo div-rcio torna(se seu rito de passagem# Somente quando sentem falta de alguém parafaPer as coisas por elas ou alguém para responsabiliPar é que algumas mulheres tipoFerséfone podem crescer# A necessidade torna(se mestra quando elas t&m que enfrentartorneiras que vaPam, saldos banc'rios e necessidade de trabalhar# A mulher tipoFerséfone pode crescer em diversas dire"$es diferentes, que so potenciais inerentes aoarquétipo /discutido a seguir1, através da ativa"o de outros arquétipos de deusa/descritos em todo esse livro1, ou desenvolvendo seu animus /descrito no cap!tulo sobreAfrodite1#

=ornando(se mulher apai%onada e se%ual

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A mulher tipo Ferséfone pode ser uma mulher se%ualmente no(responsiva que se senteestuprada ou simplesmente submissa quando tem rela"o# =al mulher pode diPer: +masemana passa, e sei que ele est' aborrecido comigo quanto ao se%o# Fenso sobrereceitas quando est' acontecendo, ou Algumas vePes, eu realmente fico com dor decabe"a ou Eu me ressinto com o se%o# .as ela pode também transformar(se numa

senhora sensual# =enho ouvido sobre essa transforma"o acontecendo freq[entementecom mulheres que encontrei em meu consult-rio, ou com esposas de homens quefalaram sobre isso comigo# E, de fato, uma inicia"o se%ual que p$e a mulher emliga"o com sua pr-pria se%ualidade é um potencial do8;7arquétipo de Ferséfone compat!vel com a mitologia# +ma veP que Ferséfone era rainhado 4nferno, ela possu!a uma cone%o ou la"o com Afrodite, deusa do amor e da belePa#Ferséfone pode representar o aspecto infernal de Afrodite# Ferséfone é uma se%ualidademais introvertida, ou uma se%ualidade dormente# 5a mitologia, AdVnis era amado porAfrodite e Ferséfone# E ambas as deusas compartilhavam a rom como s!mbolo# Alémdo mais, a aceita"o, por parte de Ferséfone, das sementes de rom de @ades significava

que ela voluntariamente retornaria a ele# com esse ato dei%ava de ser a noivacontrariada# Ela se tornava sua esposa e rainha do 4nferno, em veP de ser cativa# 5a vidareal, às vePes depois de anos de casamento, uma esposa tipo Ferséfone pode parar desentir que é cativa de um marido opressor e ego!sta, com quem ela se ressentiu de estarcasada# Ela sente(se diversamente apenas quando é capaP de v&(lo como um homemvulner'vel, respeit'vel e imperfeito, e pode apreciar que ele a ame# Nuando a percep"omuda, ele pode compreender pela primeira veP em seu casamento que ela est' com ele

 para permanecer e que ela o ama# 5esse novo conte%to de confian"a e aprecia"o, ela pode se tornar org'smica pela primeira veP e v&(lo como ioniso, o evocador de pai%o,em veP de @ades, o raptor#

 5a >récia antiga, o esp!rito into%icante de ioniso levava as mulheres às alturas do&%tase se%ual# Ele era adorado em festas nos montes por mulheres gregas que

 periodicamente deviam dei%ar seus respons'veis papéis tradicionais, suas lareiras elares, para participarem de orgias religiosas# ioniso as transformava em m&nadesdelirantes e apai%onadas# A tradi"o e o mito unem @ades e ioniso: diPia(se queioniso dormia de tempos em tempos na casa de Ferséfone e também entre osreaparecimentos dele# O fil-sofo @er'clito diPia: @ades e8;ioniso, por quem elas /as mulheres1 ficam loucas e enraivecidas, so um e o mesmo#7A mulher tipo Ferséfone contemporHnea pode ter um encontro paralelo dionis!aco#erta mulher disse: epois que dei%ei meu marido, sa! procurando pelo que estivera

faltando no casamento# 4maginei que muito disso diPia respeito a mim* tensa, bemeducada, eu me vi como uma senhorita afetada# 5um café ela encontrou um homemque se tornou seu amante# Ele era muito sensual, e a a)udou a tornar(se consciente desensa"$es que ela nunca imaginara e%istirem#

escobrir a capacidade para a e%peri&ncia religiosa e%t'ticaA afinidade arquet!pica da deusa Ferséfone com @écate e ioniso pode proporcionaruma pista para as qualidades e%t'ticas e numinosas de sacerdotisa que algumasmulheres tipo Ferséfone desenvolvem# Elas se tornam inebriadas pelo ritual e sentem(se

 possu!das por um deus ou uma deusa# 5o cristianismo, elas podem ser carism'ticasque falam em l!nguas quando o esp!rito as move# E ho)e, com o renascimento da

venera"o da deusa, onde as dan"as em espiral evocam o esp!rito da deusa, algumas

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mulheres que parecem Ferséfone normais durante o dia tornam(se misteriosamentem&nades de @écate ou ioniso à noite#

esenvolver o potencial como médiuns ou videntesomo guia para os mortais que visitavam o 4nferno para falar com as sombras dos

mortos, Ferséfone tinha uma fun"o metaforicamente semelhante à dos médiuns quemant&m sess$es esp!ritas e permitem aos esp!ritos7# \alter 0# Otto, 3onisus: .3th and ult, 4ndiana +niversit3 Fress, Bloomington,C7, p# CC# 8;<dos mortos falar através deles# A difusividade de sua personalidade, com suareceptividade generaliPada e falta de enfoque, também facilita receber percep"oe%trasensorial# Fara desenvolver a habilidade ps!quica, a mulher tipo Ferséfone devetranscender sua identifica"o com ore para descobrir o elemento Ferséfone(@écate,que no teme o desconhecido, fica à vontade no mundo das trevas, e sabiamenteconhece quando est' numa perigosa encruPilhada e deve tentar conseguir uma rota maissegura#

=ornar(se guia para o 4nferno+ma veP que a mulher tipo Ferséfone desce às suas pr-prias profundePas, e%plora o

 profundo reino do mundo arquet!pico, e no teme voltar a ree%aminar a e%peri&ncia, ela pode ser mediadora entre a realidade comum e a no comum# =em impressionantes outerr!veis e%peri&ncias irracionais, vis$es ou alucina"$es, ou um encontro espiritualsobrenatural# Se consegue transmitir o que ento aprendeu, pode tornar(se guia para osoutros# For e%emplo, quando eu era residente psiqui'trica, um livro escrito por enee,Autobiograph3 of a SchiPophrenic >irl, deu(me vividos insights da e%peri&nciasub)etiva de ser psic-tica# E a mulher tipo Ferséfone que esteve no 4nferno e de l'voltou pode ser também terapeuta(guia que pode ligar os outros com as pr-prias

 profundePas deles, guiando(os para encontrar o significado simb-lico e a compreensodaquilo que eles encontram l'## Autobiograph3 of a SchiPophrenic >irl, com interpreta"o anal!tica de .argueriteSecheha3e, SignetBooXsQ5e? American Dibrar3, 5e? TorX, publicado em acordo com>rane Stratton, C<;#8;6BibliografiaO\D45>, olette, =he inderella omple%: \omenGs @idden 0ear of 4ndependence#Summit BooXs, 5e? TorX, C6C#O comple%o de cinderela descreve um padro de Ferséfone# O livro fornece e%celente

compreenso de como a fam!lia e a cultura refor"am esse arquétipo com apreensivasupersolicitude e inibi"o da autoconfian"a e independ&ncia#O\545>, hristine, Fersephone in @ades# Anima ns l, 0ali Equino%, C<<, pp# II(I#=he @3m to emeter /o rapto de Ferséfone1# 4n =he @omeric @3mns, Spring, 4rving,=e%as, C<, pp# 6(C87#WE5T4, #, Eleusis: Archet3pal 4mage of .other and aughter# SchocXen BooXs,

 5e? TorX, reeditado em acordo com Frinceton +niversit3 Fress, C<<# Freviamenteeditado na =he Bollingen Series, C<#8;CC

A deusaADN+k.4AAfrodite

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oloco Afrodite, deusa do amor e da belePa, numa categoria toda sua como deusaalqu!mica, designa"o apropriada para o processo e%traordin'rio ou poder detransforma"o que ela, soPinha, teve# 5a mitologia grega, Afrodite foi uma presen"aimpressionante que motivou os mortais e as divindades /com e%ce"o das tr&s deusasvirgens1 a se apai%onarem e conceberem nova vida# Fara Figmalio, ela transformou

uma est'tua em mulher viva /em contraste, Atenas transformava pessoas em pedra1# Elainspirou poesia e discurso convincente, e simboliPa o poder transformativo e criativo doamor#Embora tenha algumas caracter!sticas em comum com as deusas virgens e com asvulner'veis, ela no pertence a nenhum grupo# omo deusa que teve a maior quantidadede liga"$es se%uais, Afrodite no foi definitivamente uma deusa virgem(embora fossecomo Artemis, Atenas e @éstia, faPendo o que lhe agradava# 5em foi uma deusavulner'vel ( embora fosse como @era, eméter e Ferséfone, ligadas com as divindadesmasculinas eQou tendo filhos# Ao contr'rio delas, contudo, Afrodite nunca foi vitimada eno sofreu# Em todos os seus relacionamentos, os sentimentos de dese)o eram mYtuos*nunca foi v!tima da pai%o indese)'vel de um homem por ela#

8C;2aloriPava a e%peri&ncia emocional com os outros mais do que a independ&ncia dosoutros /que motivava as deusas virgens1* ou la"os permanentes com os outros /quecaracteriPavam as deusas virgens1#omo deusa alqu!mica, Afrodite compartilha algumas semelhan"as com as outras duascategorias, embora se)a intrinsecamente diferente de ambas# Fara Afrodite as liga"$esso importantes, mas no como compromissos a longo praPo com outras pessoas, o queé caracter!stica das deusas vulner'veis# Afrodite procura consumar os relacionamentos egerar vida nova# Esse arquétipo pode ser e%presso através de rela"o f!sica ou através deum processo criativo# O que ela procura difere do que as deusas virgens procuram, mas,como elas, é capaP de enfocar o que é pessoalmente significativo para ela* outros no

 podem afast'(la de seu ob)etivo# E visto que o que ela valoriPa é e%clusivamentesub)etivo e no pode ser medido em termos de realiPa"o ou reconhecimento, Afroditeé, parado%almente, mais semelhante à anVnima e introvertida @éstia ( queaparentemente é a deusa mais dessemelhante de Afrodite# A quem quer que Afroditeimpregne com belePa torna(se irresist!vel# esulta uma atra"o magnética, a qu!micaacontece entre os dois, e eles dese)am unio acima de tudo# Sentem um poderosoimpulso de ficarem mais !ntimos, de terem rela"o se%ual, de consumarem ouconhecerem o outro, que é o termo b!blico# Enquanto esse !mpeto pode ser puramentese%ual, o impulso é muitas vePes mais profundo, representando um !mpeto que éigualmente psicol-gico e espiritual# A rela"o se%ual é sinVnimo de comunica"o e

comunho* consuma"o pode falar de um !mpeto em dire"o à inteirePa ou perfei"o*unio é associar(se como um, e conhecer é compreender realmente um ao outro# Odese)o de conhecer e de ser conhecido é o que gera Afrodite# Se esse dese)o conduP à8CCintimidade f!sica, a impregna"o e a nova vida podem se faPer# Se a unio for tambémde mente, cora"o ou esp!rito, o novo crescimento ocorre em esferas psicol-gicas,emocionais ou espirituais# Nuando Afrodite influencia um relacionamento, seu efeitono é limitado ao romHntico ou ao se%ual# O amor platVnico, a cone%o da alma, aamiPade profunda, a comunica"o e a compreenso emp'tica so todas e%press$es deamor# Onde quer que o crescimento se)a gerado, uma viso mantida, um potencialdesenvolvido, uma centelha de criatividade encora)ada ( como pode acontecer com a

consultoria, o aconselhamento, a paternidade, a dire"o, o ensino, a publica"o e faPer psicoterapia e an'lise ( ento Afrodite l' est', afetando ambas as pessoas envolvidas#

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Nualidade de consci&ncia: como ribaltaA espécie de consci&ncia associada com Afrodite é Ynica# As deusas virgens soassociadas com a consci&ncia enfocada e so os arquétipos que possibilitam às mulheresconcentrarem(se no que lhes importa# A receptividade das deusas vulner'veis é

equacionada com a percep"o difusa# .as Afrodite tem uma qualidade de consci&nciatoda pr-pria, a que chamo consci&ncia de Afrodite# A consci&ncia de Afrodite éenfocada e, contudo, receptiva* tal consci&ncia igualmente compreende o que é

 presenciado, e é afetada por isso#A consci&ncia de Afrodite é mais enfocada e intensa do que a percep"o difusa dasdeusas vulner'veis# .as é mais receptiva e atenta àquilo em que focaliPa do que aconsci&ncia enfocada das deusas virgens# essa forma no é nem como um aba)ur deuma sala de estar que ilumina tudo dentro do raio de seu brilho, com uma luPaquecedora, suave, nem como um holofote ou raio laser# Fenso na consci&ncia deAfrodite como an'loga às luPes do8CI

teatro que iluminam o palco# O que contemplamos à luP da ribalta dramatiPa oumagnifica o impacto da e%peri&ncia sobre n-s# ompreendemos e reagimos àquilo quevemos e ouvimos# Essa ilumina"o especial nos a)uda a sermos emocionalmentetransportados por uma sinfonia, ou sermos movidos por uma pe"a ou pelas palavras deum orador* sentimentos, impress$es do sentido e mem-rias so e%tra!dos de n-s, emresposta àquilo que vemos e ouvimos# Sucessivamente, aqueles que esto no palco

 podem se tornar inspirados e energiPados pela afinidade que sentem vindo da platéia# Oque é iluminado pela ribalta absorve nossa aten"o# Somos atra!dos facilmente peloque vemos, e ficamos descontra!dos em nossa concentra"o# O que vemos na luPdourada da consci&ncia de Afrodite torna(se fascinante: um rosto de pessoa ou seucar'ter, uma idéia sobre a naturePa do universo, ou a translucideP e forma de uma tigelade porcelana#Nualquer pessoa que )' se apai%onou por alguém, ou por um lugar, uma idéia ou umob)eto enfoca e compreende com a consci&ncia de Afrodite# .as nem toda gente queusa a consci&ncia de Afrodite fica apai%onado# O modo apai%onado como Afroditetrata outra pessoa como se ele ou ela fossem fascinantes e belos é caracter!stico dasmulheres que personificam o arquétipo, e é um modo natural de relatar e colherinforma"$es para muitas mulheres e homens que gostam das pessoas e enfocam suaaten"o total concentrada nelas# =al mulher compreende as pessoas do mesmo modoque um connoisseur de vinhos fica atento e observa as caracter!sticas de um novovinho# Fara apreciar completamente a met'fora, imagine um aficionado do vinho

apreciando o praPer de conhecer um vinho desconhecido# Ela /ou ele1 ergue a ta"avoltada para a luP a fim de e%aminar a cor e a purePa do mesmo# Aspira o buqu&,e%perimenta lentamente um trago para testar sua8C8qualidade e suavidade* saboreia ainda o ressaibo# .as seria um engano supor que aaten"o e interesse que ele tributa ao vinho signifique que este determinado se)aespecial, de valor, ou ainda apreci'vel#Esse é o engano que as pessoas geralmente cometem quando so sens!veis à mulher queusa a consci&ncia de Afrodite# Aquecendo(se no fulgor de seu foco, elas se sentematraentes e interessantes enquanto ela faP com que as pessoas se abram e reage de modocarinhoso ou afirmativo, em veP de avaliativo ou cr!tico# E seu estilo estar envolvida

genuinamente e a cada momento no que quer que a interesse# O efeito na outra pessoa

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 pode ser sedutor ( e ilus-rio, se seu modo de interagir cria a impresso de que ela est'fascinada ou enamorada, quando realmente no est'#

A consci&ncia de Afrodite, criatividade e comunica"o.inha pr-pria descoberta da consci&ncia de Afrodite come"ou com as observa"$es de

que nem a consci&ncia enfocada nem a percep"o difusa descreviam o que eu estavafaPendo em meu trabalho de psicoterapia# omparando observa"$es com artistas eescritores, descobri que no trabalho criativo estava em vigor um terceiro método, quevim a chamar consci&ncia de Afrodite# 5uma sesso de terapia observei que diversos

 processos vo adiante simultaneamente# Estou absorvida em ouvir minha paciente, quetem minha aten"o arrebatada e minha compai%o# Ao mesmo tempo minha mente

 permanece ativa, associando mentalmente o que estou ouvindo# 0atos que )' sei sobre a pessoa v&m à mente talveP um sonho passado, ou conhecimento sobre a fam!lia, umincidente anterior ou acontecimento da atualidade na vida dela ou dele que podem teruma rela"o# Algumas vePes uma imagem vem à tona, ou uma met'fora se tornasugestiva# Ou posso ter uma resposta emocional pr-pria

8C9 para o material ou para o modo como ele é e%presso* e observo# .inha mente est'trabalhando ativamente, mas de modo receptivo, estimulada por minha absor"o naoutra pessoa# O que respondo durante uma sesso anal!tica é como uma parte de umgrande mosaico, um importante detalhe num quadro muito maior, apenas parcialmentecompleto dessa pessoa em terapia comigo, que também é alguém com quem estouenvolvida num processo rec!proco# Se estamos envolvidos num trabalho transformativo,um campo emocional é gerado entre n-s, suficientemente poderoso para tocar(nos aambos# omo observou Jung, a an'lise envolve a totalidade de ambas as personalidades#4gualmente as atitudes conscientes e os elementos inconscientes no médico e pacienteesto envolvidos num processo em que ambos so profundamente afetados# O encontrode duas personalidades é como a mistura de duas substHncias qu!micas diferentes: sehouver uma combina"o qualquer, ambas sero transformadas#CAo faPer terapia, tornei(me gradualmente consciente de que, além da consci&ncia deAfrodite, de atua"o rec!proca e receptiva, que facilita a mudan"a e o crescimento,também tive que manter uma distHncia emocional mais favor'vel# Se me sinto muitoidentificada ou estou intimamente identificada com meu paciente, necessito de algumaob)etividade essencial# Se estou muito distante falta(me amor ao meu paciente, percouma cone%o de empatia decisiva, sem a qual no h' suficiente energia transformativa

 para ocasionar mudan"a mais profunda# ondiPente com Afrodite, que teve ainvulnerabilidade de uma deusa virgem e o envolvimento de uma deusa vulner'vel, a

consci&ncia de Afrodite tem ambas as qualidades# A consci&ncia de Afrodite est' presente em todoC# # ># Jung, Froblems of .odern Fs3choterap3, C8C# \, vol# C,C, p# <C#8C7trabalho criativo, incluindo aquele que é feito em solido# O di'logo derelacionamento est' ento entre a pessoa e o trabalho, do qual alguma coisa novaemerge# For e%emplo, observe o processo quando um pintor est' comprometido com a

 pintura e a tela# Ocorre um intercHmbio absorto: o artista reage ou é receptivo àsconting&ncias criativas da tinta e do pincel* inicia ativamente uma cora)osa pincelada,nuan"a e cor* e depois, vendo o que acontece, mostra(se sens!vel# uma intera"o* aespontaneidade combina com a habilidade# E uma intera"o entre artista e tela, e como

resultado alguma coisa que nunca e%istiu antes é criada# Além do mais, enquanto o pintor focaliPa algum detalhe à sua frente, mantém também uma percep"o de toda a

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tela em sua consci&ncia# As vePes volta atr's e v& ob)etivamente aquilo em que esteveto sub)etivamente envolvido em criar# Est' absorvido, envolvido ( e também um tantoisolado e ob)etivo# 5a boa comunica"o e igualmente no processo criativo, h' umaintera"o# A conversa, por e%emplo, pode ser banal, sem significado, tocante ( ou podeser uma forma de arte, to espontHnea, comovente e bela quanto a improvisa"o musical

ou as sess$es de )aPP, quando a alma al"a vVo com a mYsica e paira nos ares em alturasraps-dicas por um momento, e toca na corda profunda no momento seguinte# Aintera"o é espontHnea na forma, mas a sua substHncia pode ser profunda e comovente#Os participantes sentem e%citamento e descobertas conforme cada um por sua vePdesperta uma resposta no outro# .utuamente e%perienciam a consci&ncia de Afrodite,que proporciona o campo energético ou a tela de fundo para a comunica"o ou acriatividade acontecerem# Fara onde a mYsica ir', ou como a conversa"o evoluir', a

 princ!pio no é conhecido ou plane)ado# A descoberta, o nascimento de algo novo, éelemento(chave na criatividade e na comunica"o#8COnde quer que a consci&ncia de Afrodite este)a presente, aparece a energia: os amantes

irradiam bem(estar e energia intensificada* a conversa brilha, estimulando pensamentose sentimentos# Nuando duas pessoas realmente encontram uma à outra, ambas recebemenergia do encontro e sentem mais vitalidade do que antes, independentemente doconteYdo ( o qual, em terapia, pode ser material muito penoso# O trabalho torna(sefortalecedor em veP de e%austivo# Absorvidos por quem est' conosco, ou pelo queestamos faPendo, perdemos a no"o do tempo, caracter!stica que Afrodite compartilhacom @éstia#

Fortadora de visoFara faPer com que um sonho se torne realidade, deve(se ter um sonho, acreditar nele, etrabalhar em dire"o a ele# .uitas vePes é essencial que outra pessoa significativaacredite que o sonho é poss!vel: essa pessoa é portadora de viso, cu)a fé é muitas vePescrucial# Em Seasons of a .anGs Dife, aniel Devinson descreve a fun"o de umamulher especial na fase de transi"o da entrada de um )ovem no mundo adulto#Devinson alega que tal mulher tem uma cone%o especial com a realiPa"o do sonhodele# Ela o a)uda a dar forma e vive o sonho# Ela compartilha e aceita o sonho, acreditano )ovem como her-i do seu sonho, )unta(se a ele em sua )ornada e proporciona umsantu'rio onde as aspira"$es dele podem ser imaginadas e as esperan"as acalentadas#IEssa mulher especial é semelhante à descri"o de =oni \olf de mulher hetaira C8 /da

 palavra grega para courtesan, que era educada, culta, e e%traordinariamente ^ livre para a mulher daquela época* em alguns aspectos

l I# aniel J# Devinson, =he Seasons ofa .anGs Dife# Ballantine BooXs, 5e? TorX, publicado em acordo com Alfred A# nopf, C<, p# C;#l 8# =oni \olff, A 0e? =houghts on the Frocess of 4ndividuation in \omen# Spring,C9C, pp# C(8#8C<era como uma guei%a )aponesa1, um tipo de mulher cu)os relacionamentos com oshomens t&m qualidades igualmente er-ticas e de companheirismo# Ela deve ser a suafemme inspiratrice ou musa# e acordo com \olf, a hetaira fertiliPa o lado criativo deum homem e o a)uda nele# =oni \olf, analista )unguiana e antiga paciente de Jung, foisua colega e, de acordo com algumas pessoas, também sua amante# Ela pode ter sido amulher especial de Jung, a mulher hetaira que inspirou a teoria )unguiana#

Algumas vePes certa mulher tem o dom de atrair diversos ou muitos homens, que av&em como a mulher especial# Ela tem a habilidade de ver o potencial deles, acreditar

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em seus sonhos, e inspir'(los a alcan"'(los# Dou Salome Andreas, por e%emplo, foi amulher especial, musa, colega e companheira er-tica para certo nYmero de homensfamosos e criativos, incluindo ilXe, 5ietPsche e 0reud#9 =anto as mulheres quanto oshomens precisam ser capaPes de imaginar que seu sonho é poss!vel, e precisam queoutra pessoa olhe para eles e para seus sonhos com a consci&ncia vivificante de

Afrodite# As pessoas refletem por que h' to poucas artistas mulheres famosas, ougrandes coPinheiras, ou regentes de orquestra, ou fil-sofas not'veis# Entre as raP$esdadas devem estar aquelas mulheres com falta de comunica"o do sonho# As mulheresalimentaram o sonho para os homens, mas os homens em geral no t&m alimentadomuito bem o sonho para as mulheres em suas vidas# Esse estado de coisas é

 parcialmente um resultado dos papéis estereotipados que de um lado limita aimagina"o, e de outro abafa as oportunidades para as mulheres# .as os obst'culostang!veis /do tipo nenhuma mulher pode inscrever(se1 esto decrescendo, comoacontece com a falta de modelos#9# @# Feters, .3 Sister, .3 Spouse: A Biograph3 of Dou Andreas(Salome# 5orton, 5e?TorX, CI#

8C6O efeito FigmalioFenso que o portador de viso ( terapeuta, mentor, professor ou progenitor com boa mo

 para o plantio ( sob a orienta"o de quem outros vice)am e desenvolvem seus dons,desperta o que o psic-logo de pesquisa obert osenthal chamou de efeito Figmalio#7Esse termo descreve a influ&ncia das e%pectativas positivas no comportamento dosoutros# Ele é assim denominado em conformidade com Figmalio, que se apai%onou

 pela escultura que fiPera da mulher perfeita, uma est'tua que foi restaurada à vida porAfrodite e tornou(se >alatéia# a mesma forma, na pe"a Figma`!o, de >eorge BernardSha?, @enr3 @iggins transformou uma florista suburbana em senhora elegante ( pelaqual ele depois se apai%onou# A pe"a de Sha? foi a base para a pe"a da Broad?a3 deAlan Ja3 Derner, intitulada .3 0air Dad3# osenthal descobriu que os estudantes vivemde acordo com as e%pectativas que os professores t&m deles# Ele estudou os alunos deum gueto, cu)os desempenhos acad&micos decaem quanto mais eles permanecem naescola# Essas crian"as tendem a ter professores que esto convencidos de que ascrian"as no so capaPes de aprender# osenthal plane)ou um pro)eto de pesquisa paradeterminar o que vinha primeiro, se a e%pectativa ou o desempenho# Ele concluiu quenossas e%pectativas e%ercem nos outros uma influ&ncia e%traordin'ria, da qual muitasvePes no temos conhecimento# onforme eu lia a pesquisa de osenthal, pensei sobreminha paciente Jane, oriunda de um lar de fala espanhola e que a princ!pio eraconsiderada como lenta na

7# obert osenthal, =he F3gmalion Effect Dives, Fs3cholog3 =oda3, setembro deC<8, pp# 7(I# =e%to definitivo: obert osenthal e Denore Jacobson, F3gmalionin the lassroom: =eacher E%pectation and FupilGs 4ntellectual evelopment, @olt,inehart, \inston, 5e? TorX, C6#8Cescola# Ela ingressou na quarta série academicamente atrasada em compara"o aoscolegas de classe, to convencida quanto seus professores precedentes de que ela noera brilhante# .as sua professora da quarta série a viu sob um diferente prisma, e%igiudela, e lhe apresentou metas que ela esperava que Jane iria alcan"ar# A aten"otransformou a aluna de nove anos de idade numa aluna e%celente, que agora falavaabertamente em classe e sentia(se bem consigo mesma# Anos mais tarde, Jane também

tornou(se uma professora inspirada que via e faPia ressaltar o potencial de seus alunos#

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O efeito Figmalio de Afrodite também é relacionado àquilo que eu chamo de suaalquimia# 5a Europa medieval, a alquimia era igualmente um processo f!sico no qual assubstHncias eram unidas num esfor"o de transformar material inferior em ouro, e umempenho psicol-gico esotérico de transformar a personalidade do alquimista# 5-se%perienciamos a alquimia de Afrodite quando nos sentimos atra!dos por outra pessoa e

nos apai%onamos* n-s a sentimos quando somos tocados por seu poder detransforma"o e criatividade* n-s a conhecemos quando apreciamos a capacidade quetemos de transformar o que focaliPamos em belo e apreciado porque est' imbu!do denosso amor# O que quer que se)a usual e no desenvolvido é o material inferior davida do dia(a(dia, que pode ser transformado em ouro através da influ&ncia alqu!micae criativa de Afrodite ( do mesmo modo que a est'tua de >alatéia feita por Figmaliofoi transformada em mulher verdadeira, com vida, através do amor#Bibliografia=E55O2, oroth3, Dove and Dimerence: =he e%perience of Being in Dove# Stein a3, 5e? TorX, C<#8I;

CI

Afrodite:deusa do amor e da belePa, mulher criativa e amanteA deusa AfroditeAfrodite, deusa do amor e da belePa, a quem os romanos chamavam de 2&nus, era amais bela das deusas# Os poetas falavam da belePa de seu rosto e de seu corpo, de seucabelo dourado e de seus olhos brilhantes, pele suave e bonitos seios# Fara @omero elaera uma amante do riso, dotada de irresist!vel encanto# Era assunto predileto dosescultores, que a retratavam despida ou parcialmente vestida, o que revelava seu corpogracioso e sensual ( a 2&nus de .ilo e a Afrodite de nidos, conhecidas por n-s apenasatravés de c-pias romanas, so as mais famosas de muitas delas# >olden /dourado1 erao ep!teto mais freq[entemente usado pelos gregos para descrever Afrodite* significavabonita para os gregos# E de acordo com Faul 0riedrich, not'vel erudito de Afrodite,ouroQmel, ouroQ discurso, ouroQs&men esto ling[isticamente ligados, simboliPando osvalores mais profundos de procria"o e de cria"o verbal de Afrodite#C Ela eraassociada com pombas, aqueles p'ssaros enamorados arruinando, e cisnesC# Faul 0riedrich, =he .eaning ofAphrodite# +niversit3 of hicago Fress, hicago,C<6, p# <#8ICnotados por sua belePa e acasalamento* com flores, especialmente rosas,tradicionalmente as d'divas dos amantes* com doces fragrHncias e frutas, especialmente

ma"s douradas e roms sensuais vermelho(pai%o, s!mbolo compartilhado comFerséfone#

>enealogia e mitologia@' duas vers$es do nascimento biol-gico e da origem de Afrodite# @es!odo e @omerocontam duas est-rias contradit-rias#

 5a verso de @omero, Afrodite teve nascimento convencional# Era simplesmente a filhade `eus e ione, ninfa do mar#

 5a verso de @es!odo, Afrodite nasceu como conseq[&ncia de um ato violento# rono,que mais tarde tornou(se governador dos =its e pai da primeira gera"o de deusesol!mpicos, pegou uma foicinha, cortou os -rgos de seu pai +rano, e os atirou no mar#

Espuma branca espalhou(se ao redor deles ficando como esperma e mar misturados, eda! nasceu Afrodite, emergindo de sua concep"o oceHnica como deusa totalmente

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desenvolvida# A imagem de Afrodite emergindo do mar foi imortaliPada durante aenascen"a por Botticelli em O nascimento de 2&nus, algumas vePesirreverentemente referido como 2&nus na meia concha# Essa pintura mostra umafigura nua, delicada e graciosa numa concha marinha, sendo levada para a praia pelosdeuses do vento soprando em meio a uma chuva de rosas# Sabe(se que Afrodite

desembarcou primeiramente na ilha de itera ou em hipre# epois, acompanhada porEros /Amor1 e @imeros /ese)o1, foi levada à assembléia dos deuses e recebida comoum deles# .uitos deuses, encantados com sua belePa, disputaram sua mo emcasamento# Ao contr'rio das outras8IIdeusas que no tinham escolhido seus companheiros nem seus amantes /Ferséfone foiraptada, @era foi seduPida, eméter foi estuprada1, Afrodite era livre para escolher# Elaescolheu @efesto, o deus defeituoso dos artesos e deus do fogo e da for)a# Ento o filhore)eitado de @era tornou(se marido de Afrodite ( e seria muitas vePes marido enganado

 por ela# Afrodite e @efesto no tiveram filhos# Seu casamento pode representar a unioda belePa e do artesanato, do qual nasce a arte# Em suas liga"$es, Afrodite se acasalou

com a segunda gera"o de deuses ol!mpicos ( a gera"o dos filhos, em veP de seacasalar com a figura do pai da gera"o de `eus, Fos!don e @ades# Afrodite era ligadaromanticamente com Ares, deus da guerra, com quem teve longo romance e diversosfilhos# Outro amante foi @ermes, mensageiro dos deuses, que guiava as almas para o4nferno e que era o deus patrono dos via)antes, atletas, ladr$es, e homens de neg-cio,como também o deus da comunica"o, inventor dos instrumentos musicais e trapaceirool!mpico# Ela e Ares tiveram tr&s filhos: uma filha, @armonia /@armonia1, e dois filhos,eimos /=error1 e 0-bos /.edo1, que acompanharam seu pai na batalha# Afrodite eAres representam a unio de duas pai%$es incontrol'veis ( o amor e a guerra, os quais,quando em perfeito equil!brio, podiam produPir a harmonia# O filho da unio deAfrodite com @ermes era o deus bisse%ual @ermafrodito, que herdou a belePa de ambosos pais, trou%e igualmente consigo seus nomes, e teve as caracter!sticas se%uais deambos# omo um s!mbolo, @ermafrodito pode representar a bisse%ualidade /atra"oer-tica por ambos os se%os1 ou a androginia /a e%ist&ncia numa pessoa das qualidades ehabilidades tradicionalmente consideradas ou masculinas ou femininas1# Segundoalguns relatos, Eros, deus do amor, foi outro dos filhos de Afrodite# omo Afrodite, asnarrativas8I8de seus princ!pios mitol-gicos e tempo de aparecimento no cosmos so contradit-rios#@es!odo diP que Eros foi uma for"a fundamental na cria"o, presente antes dos tits edos deuses ol!mpicos# Eros foi também visto como um deus que acompanhava Afrodite

enquanto ela emergia do mar# ontudo, mitos posteriores descrevem(no como filhoileg!timo de Afrodite# Os gregos usualmente retratavam Eros como )ovem varonil, comoos romanos, que o chamavam de Amor# com o tempo, o Eros que mitologicamentecome"ou como for"a fundamental tornou(se mais adiante diminu!do* até ho)e o que édei%ado dele é representado pelo beb& em fraldas com um arco e uma al)ava de flechas,conhecido como upido#

Afrodite e os mortaisOs relacionamentos de Afrodite com homens mortais eram também importantes namitologia# Em alguns mitos, ela veio au%iliar os homens que oravam a ela por a)uda#For e%emplo, Afrodite respondeu às ora"$es de @ipVmenes na véspera de sua corrida

com Atalanta# Ela lhe deu tr&s ma"s de ouro e conselho sobre como us'(las, o quesalvou sua vida e o a)udou a ganhar a esposa que amava# onforme observado

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anteriormente, Afrodite também figurava na lenda de Figmalio, rei de hipre#Figmalio esculpiu uma est'tua de sua mulher ideal em marfim, e quanto mais eleolhava para ela mais se enamorava de sua pr-pria cria"o# 5uma festa em honra deAfrodite, pediu(lhe em ora"o uma esposa como sua est'tua# Fosteriormente, enquanto

 bei)ava a figura de marfim, a est'tua tornou(se um ser vivo# Agora ela era >alatéia, com

quem ele se casou ( resposta de Afrodite às suas ora"$es# A deusa do amor e da belePatambém teve muitas liga"$es amorosas com homens mortais# For e%emplo,8I9quando Afrodite viu Anquises apascentando seu gado ao lado de uma montanha, foitomada de dese)o por ele /um mortal com um corpo muit!ssimo parecido com o de umdeus, conforme @omero o descreveu1# 0ingindo ser uma bonita )ovem, incitou comsuas palavras a pai%o dele e o seduPiu# .ais tarde, quando ele adormeceu, ela mudouseu disfarce mortal e acordou seu amante que estava a dormir# evelou que conceberiao filho deles, Enéias, que seria famoso como o lend'rio fundador de oma, e o preveniu

 para no revelar a quem quer que fosse que era a me de seu filho# iPem que maistarde Anquises bebeu demasiadamente e gabou(se de seu romance com Afrodite, e

ento foi atingido por um raio e ficou alei)ado# Outro amante mortal famoso foi AdVnis,um ca"ador )ovem e elegante# Afrodite temia pela vida dele e avisou que evitasse as

 bestas feroPes, mas a emo"o da ca"a e sua falta de medo superaram o conselho dela#+m dia, enquanto ca"ava, seus ces levantaram um )avali feroP# AdVnis feriu o animalcom sua lan"a, e isso provocou que a besta se voltasse contra ele e selvagemente odespeda"asse# epois de sua morte, foi permitido a AdVnis voltar do mundo dos mortos

 para Afrodite durante parte do ano /Afrodite o compartilhava com Ferséfone1# Esseciclo mitol-gico da morte e volta era a base do culto de AdVnis# Fara Afrodite, sua voltaanual simboliPava a volta à fertilidade# As mulheres também eram poderosamenteafetadas por Afrodite# 4mpelidas a seguirem as ordens dela e incapaPes de resistir aserem atra!das por quem quer que Afrodite ordenasse, uma mulher mortal poderia seencontrar em grande risco, como demonstrado no mito de .irra# 0ilha de um sacerdotede Afrodite, .irra se apai%onou por seu pr-prio pai# e acordo com as v'rias vers$es8I7dessa hist-ria, Afrodite tinha motivado essa pai%o proibida pelos seguintes motivos:

 porque a me de .irra tinha se gabado de que sua filha era mais bonita do que a pr-priaAfrodite, ou porque .irra tinha negligenciado venerar Afrodite# e qualquer maneira,ela se apro%imou dele disfar"ada e no escuro, e se tornou sua amante secreta# epois dediversos encontros clandestinos, ele descobriu que essa mulher sedutora era sua pr-priafilha# =omado de horror e de repugnHncia, induPido pela necessidade de puni(la porterem goPado )untos, ele tentou mat'(la# Ela escapou# E%atamente quando ele estava

 para alcan"'(la, ela orou aos deuses para que a salvassem# Sua prece foi respondidaimediatamente: ela foi transformada numa arom'tica 'rvore de mirra# 0edra foi outrav!tima do poder de Afrodite# Era a madrasta de m' sorte de @ip-lito, )ovem eleganteque tinha se dedicado a Zrtemis e a uma vida de celibato# Afrodite usou 0edra comoinstrumento de seu descontentamento com @ip-lito, que recusou honrar a deusa doamor ou seus ritos: Afrodite motivou 0edra a apai%onar(se desesperadamente por seuenteado#

 5o mito, 0edra tentou resistir à sua pai%o, lutou contra seu dese)o il!cito e ficoudoente# 0inalmente, uma criada descobriu a causa de sua miséria, e apro%imou o )ovemem favor dela# Ele ficou to insultado e horroriPado diante da sugesto de ter umromance com sua madrasta que irrompeu num discurso longo e veemente contra ela, de

tal forma que a mesma pVde ouvi(lo# @umilhada, ela se enforcou, dei%ando uma notasuicida acusando falsamente @ip-lito de t&(la estuprado# Nuando seu pai =eseu retornou

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 para encontrar sua esposa morta e a nota, chamou Fos!don, deus do mar, para matar seufilho# Enquanto @ip-lito dirigia sua carruagem pela praia, Fos!don enviou enormesondas e um monstro marinho para amedrontar os cavalos# A carruagem8Itombou e @ip-lito foi levado de rastos até a morte# essa forma Afrodite se vingou, às

custas de 0edra# Fsique e Atalanta foram duas mulheres mortais transformadas pelainflu&ncia de Afrodite# 5o mito de Eros e Fsique, esta teve a desventura de ser to bonita que os romanos a chamavam de uma segunda Afrodite# E lhe prestaram arever&ncia e a venera"o que eram devidas à deusa, o que ofendeu Afrodite# 5esse mito,Fsique buscou a deusa em cu)a c-lera ela tinha incorrido# Afrodite deu(lhe quatrotarefas imposs!veis cada uma das quais parecia inicialmente estar além de suashabilidades# Em cada instHncia, com o au%!lio de grupos inesperados, Fsique foi bemsucedida# Afrodite agiu como o agente transformador, proporcionando as tarefas atravésdas quais Fsique, mortal que tinha as caracter!sticas da deusa vulner'vel, amadureceu#Afrodite foi também o agente transformador no mito de Atalanta, mortal que eracomparada à deusa virgem Zrtemis# omo observado anteriormente, Atalanta perdeu

uma corrida a pé e ganhou um marido, quando ela escolheu pegar as tr&s ma"s de ourode Afrodite#O arquétipo de AfroditeO arquétipo de Afrodite governa o praPer do amor e da belePa, da se%ualidade e dasensualidade das mulheres# A esfera do amante manifesta uma poderosa atra"o emmuitas mulheres* como for"a em rela"o à personalidade de uma mulher, Afrodite podeser to e%igente quanto @era e eméter, os outros dois fortes arquétipos instintivos#Afrodite impele as mulheres a preencherem fun"$es criativas e procriativas#

A amante=oda mulher que se apai%ona por alguém que também est' enamorado dela é naquelemomento uma8I<

 personifica"o do arquétipo de Afrodite# =ransformada temporariamente de mortalcomum em deusa do amor, ela se sente atraente e sensual, uma amante arquet!pica#Nuando Afrodite est' presente como arquétipo dominante na personalidade da mulher,esta se enamora freq[ente e facilmente# Ela tem it ( motivo pelo qual a atriP de cinemamudo lara Bo? era conhecida ( isto é, se% appeal# =em um magnetismo pessoal queinduP os outros mais intimamente num campo eroticamente carregado, que intensifica a

 percep"o se%ual# A voidade se eleva, e ambos se sentem atraentes e vibrantes comose fossem atra!dos um para o outro#

Nuando a sensualidade e a se%ualidade nas mulheres so rebai%adas, como nas culturas )udaico(crist, maometana e outras culturas patriarcais, a mulher que personifica aenamorada Afrodite é considerada mulher sedutora ou prostituta# essa forma, essearquétipo, quando se e%pressa, pode pVr uma mulher em diverg&ncia com os padr$es demoralidade# As mulheres tipo Afrodite podem ser marginaliPadas# For e%emplo, noromance cl'ssico de 5athaniel @a?thorne sobre a 5ova 4nglaterra puritana,denominado =he Scarlet Detter, @ester Fr3nne foi for"ada a usar um grande Avermelho por adultério# E a atriP 4ngrid Bergman foi condenada pela opinio pYblica efor"ada ao e%!lio por seu romance e posterior casamento com o diretor de cinemaoberto ossellini# Em tempos b!blicos tais mulheres eram apedre)adas, e nos pa!sesislHmicos a morte ainda é a penalidade#

Apai%onar(se

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Nuando duas pessoas se apai%onam, cada uma v& a outra num resplendor especial eintensificado /Afroditedourada1 e é atra!da em dire"o à belePa da outra# @' magia no are um estado de encantamento ou louca pai%o é evocado# ada qual sente(se bonito eespecial, mais8I6

semelhante a um deus ou a uma deusa do que seu ordin'rio ser# O campo de energiaentre eles torna(se emocionalmente carregado e uma eletricidade er-tica é gerada, oque por sua veP cria uma atra"o magnética mYtua# 5o espa"o magn!fico que os cercaas impress$es sensoriais ficam intensificadas* eles ouvem mYsica de modo maisenvolvente, as fragrHncias ficam mais penetrantes, o paladar e o tato dos enamoradosficam intensificados# Nuando uma pessoa se apai%ona por alguém que no retribuiaquele amor, entretanto, ela se sente tomada de dese)o cruel e aspira"$es impr-prias# Erepetidamente atra!da ao amado e repetidamente recusada# A intensidade ( que émaravilhosa quando o amor é retribu!do aqui ao contr'rio amplifica a dor#

Ativa"o de Afrodite

E%atamente como h' duas vers$es m!ticas do nascimento de Afrodite, assim também h'dois caminhos pelos quais esse arquétipo vem à consci&ncia#O primeiro é uma inicia"o dram'tica, quando Afrodite surge repentinamente,amadurecida e impressionante, como uma presen"a dominante vinda das 'guas doinconsciente# Nuando a se%ualidade é sentida como resposta instintiva, tendo pouco aver com o lado amoroso ou ainda tendo pouco a ver com o amar ou até mesmo o gostardo homem que a e%cita, é se%ualidade desligada de intimidade emocional(metaforicamente semelhante à verso de @es!odo do nascimento de Afrodite no mar#

 5as sess$es de psicoterapia muitas mulheres falam do impacto irresist!vel de umaresposta se%ual inicial inesperada# Eu estava tomada de dese)o que nem mesmo sabiaque tinha# 0oi ao mesmo tempo maravilhoso e assustador# +ma veP que as mulheres

 )ovens sentem o poder de Afrodite, acham(se atra!das rumo à intimidade8Ise%ual# Outras, agora conscientes do que pode acontecer, evitam contato# uas deminhas pacientes proporcionaram e%emplos dessas respostas contrastantes# +ma queriamais: Olhei para tr's, vendo como eu fingia apreciar o encontro, quando o querealmente queria era o lado se%ual dele# A outra levantava barreiras: ediquei(me aoestudo, re)eitei os encontros e insisti em ir para uma escola particular de mo"as# Euimaginava que me resguardaria em alguma espécie de convento mental até que estivesseseguramente casada# Enquanto isso, estaria em situa"o no tentadora# epois da

 primeira veP, tal mulher sabe que pode ser arrastada em dire"o à intimidade se%ual por

um dese)o sobrepu)ante de repetir a e%peri&ncia, uma veP que seu corpo est' e%citado esua aten"o est' atra!da eroticamente por um homem# Ento ela quer fundir(se com ele,ser transportada pela pai%o rumo à liberta"o org'smica, levada pela onda daestimula"o se%ual a um cl!ma%, onde sua individualidade é submergida na e%peri&nciaorg'smica transpessoal#O segundo caminho em que um arquétipo surge ativo é num relacionamento# Eledeveria ser considerado an'logo à verso comum de @omero do nascimento deAfrodite, e seu subseq[ente desenvolvimento como filha de `eus e de uma ninfamar!tima, ione# O crescimento da confian"a e do amor, e uma redu"o gradual nainibi"o precedem a evoca"o ou o nascimento de Afrodite, anunciado pelo primeiroorgasmo na rela"o se%ual e por um novo dese)o de intimidade f!sica# erta mulher

casada que teve diversos amantes antes do casamento e dois anos de casamento antes de

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se tornar org'smica, encheu(se de espanto: E como se meu corpo agora conhecessecomo#4nstinto de procria"oAfrodite representa o !mpeto para assegurar a continua"o da espécie# omo arquétipoligado com o !mpeto

88;se%ual e o poder da pai%o, Afrodite pode transformar a mulher em vaso de procria"o,se ela no praticar o controle da natalidade# Ao contr'rio da mulher sob a influ&ncia deeméter, que pratica o se%o porque dese)a um beb&, a mulher influenciada por Afroditetem um beb& devido ao seu dese)o por um homem ou por causa do dese)o dee%peri&ncia se%ual ou romHntica# Afrodite murmura que no se fa"a controle denatalidade porque este poderia tirar parte da pai%o do momento, ou tornaria

 premeditado o primeiro ato da rela"o se%ual# Devar em conta a deusa aumenta o riscode gravideP indese)ada# oincidindo com o instinto procriativo, algumas mulheressentem a influ&ncia de Afrodite mais intensamente na época da ovula"o, catorPe diasantes da menstrua"o, quando é mais prov'vel que o se%o conduPa à gravideP# quando

esto mais sens!veis se%ualmente e t&m sonhos er-ticos, quando mais sentem falta dose%o se esto sem parceiros se%uais#

riatividadeAfrodite é uma for"a tremenda para mudan"a# Através dela fluem atra"o, unio,fertiliPa"o, incuba"o e nascimento de nova vida# Nuando esse processo acontece em

 plano puramente f!sico entre um homem e uma mulher, um beb& é concebido# E aseq[&ncia é a mesma em todos os outros processos criativos também: atra"o, unio,fertiliPa"o, incuba"o e nova criatura# O produto criativo pode ser to abstrato quantouma unio inspirada de duas idéias, o que eventualmente d' nascimento a uma novateoria# O trabalho criativo surge de um envolvimento apai%onado e intenso, quase comocom um amante, enquanto um /o artista1 faP intera"o com o outro para traPer 88Calguma coisa nova à vida# Esse outro pode ser uma pintura, uma forma de dan"a, umacomposi"o musical, uma escultura, um poema ou um manuscrito, uma nova teoria ouinven"o, que por um tempo é totalmente absorvente e fascinante# A criatividadetambém é um processo sensual para muitas pessoa* é uma e%peri&ncia sensorial domomento, envolvendo tato, som, imagem, movimento e, algumas vePes, até mesmoolfato e paladar# +ma artista absorvida num processo criativo, como uma amante,muitas vePes acha que todos os sentidos ficam intensificados e que ela recebeimpress$es perceptivas através de muitos canais# Enquanto trabalha numa imagem

visual, frase verbal, ou movimento da dan"a, as impress$es de percep"o mYltipla podem interagir para criar o resultado#omo amante, Afrodite pode prosseguir através de muitas aventuras amorosas e, comofor"a criativa, pode envolver a mulher num intenso esfor"o criativo depois de outro#Nuando termina um pro)eto, surge outra possibilidade que fascina# Algumas vePes tantoos aspectos criativos como os romHnticos de Afrodite esto presentes na mesma mulher#Ento ela se enga)a em intensos relacionamentos, mudando de um para outro, bemcomo ficando absorvida em seu trabalho criativo# =al mulher segue o que quer e quemquer que a fascine, e pode levar uma vida no convencional, como acontecia com adan"arina 4sadora uncan e a escritora >eorge Sand#

ultivando Afrodite

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Afrodite é o arquétipo mais envolvido na e%peri&ncia sensorial ou sensual# For essemotivo, cultivar uma agudePa de percep"o e cultivar um enfoque do(aqui(e(do agoraconvidam Afrodite# Os amantes ficam naturalmente harmoniPados um com o outroquanto ao paladar,88I

fragrHncia e belePa* a mYsica e a estimula"o t'til intensificam seu praPer# Os terapeutasdo se%o ensinam métodos de enfoque sensorial ou do praPer que encora)am umcasal a estar absorto no momento, para no tornar(se envolvido quanto a um ob)etivo,

 para aprender como apreciar as sensa"$es agrad'veis# Atitudes culposas e )ulgamentosas levantam obst'culos para se desfrutar do faPer amor ou trabalho criativo#=ais obst'culos surgem quando as pessoas sentem uma proibi"o contra o praPer, olaPer e outras atividades no produtivas, tanto quanto contra o se%o# .uitas pessoas

 )ulgam a busca do amor e da belePa como fr!vola na melhor das hip-teses e pecaminosana pior delas# For e%emplo, os arquétipos de Artemis e Atenas enfocam o alcan"arob)etivos, predispondo as mulheres à deprecia"o do praPer do momento de Afrodite# EAfrodite amea"a muitas vePes as prioridades dos arquétipos de @era e eméter

monogamia ou o papel maternal ( de modo que as Yltimas muitas vePes t&m atitudes )ulgamentosas em rela"o a Afrodite# E, finalmente, a introverso dos arquétipos deFerséfone e @éstia torna as mulheres menos sens!veis às atra"$es que v&m de fora#Nuando as mulheres v&em o valor de Afrodite e procuram desenvolver esse aspecto emsi mesmas, elas transp$em um degrau mental fundamental em dire"o à ativa"o doarquétipo# epois precisam proporcionar tempo e oportunidade para Afrodite sedesenvolver# +m casal precisa goPar férias longe de seus filhos, num cen'rio repousanteonde possam divertir(se, conversar e amar(se# Ou a mulher deve aprender a dar e areceber uma mensagem# Ou ela pode tomar uma aula de dan"a do ventre como um meiode estar à vontade e gostar de seu corpo, condi"o para se ter praPer no faPer amor#ultivar interesse pela arte, poesia, dan"a ou mYsica satisfaP um prop-sito semelhantena esfera estética#888Fode(se desenvolver a habilidade de ficar completamente imerso numa e%peri&nciavisual, auditiva ou cinestésica# +ma veP que se est' absorvido, ento pode ocorrer umaintera"o entre si mesmo e o meio estético, intera"o da qual pode emergir alguma coisanova#

A mulher tipo Afroditeesde que a deusa Afrodite emergiu nua do mar em toda sua gl-ria, curvil!nea, cabelodourado, as mulheres se%3 tais como as rainhas do cinema Jean @arlo?, Dana =urner e

.aril3n .onroe personificaram a deusa do amor# Algumas vePes esse tipo de deusa éfiel ao arquétipo, com cabelos e tudo o mais, porém mais tipicamente a mulher tipoAfrodite é reconhecida pela sua atratividade e no apenas por sua apar&ncia# Oarquétipo de Afrodite cria um carisma pessoal, um magnetismo ou eletricidade que,combinado com atributos f!sicos, faP de uma determinada mulher uma Afrodite#Nuando Afrodite é parte ativa de uma mulher simples, tal mulher no atrai a si oshomens que esto do outro lado da sala# Aqueles que se tornam mais !ntimos, contudo,acham(na atraente e fascinante# .uitas mulheres sem belePa mas com as qualidades deAfrodite atraem os outros com a vivacidade magnética de suas personalidades e comuma sensualidade no constrangida, natural# Essas .arias sem vaidade parecem tersempre homens em suas vidas, ao passo que suas irms mais bem dotadas e

ob)etivamente atraentes podem ficar esperando ao lado do telefone ou tomar um ch' decadeira, ponderando sobre: O que ela tem que eu no tenho^

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A )ovem AfroditeEnquanto crian"a, a pequena Afrodite pode ter sido uma inocente namoradinha# Fode tersido um modo de dar 889

resposta aos homens, interesse neles, e uma sensualidade inconsciente que faPia osadultos comentarem: Espere até que ela cres"a ( ser' uma despeda"adora de cora"$es#Ela adora ser o centro da aten"o, gosta de vestir roupas bonitas e de ser disputada#+sualmente no é uma pequena t!mida, e pode ainda ter sido chamada deengra"adinha por suas a"$es improvisadas e outros meios de chamar a aten"o, queencantavam suas platéias# D' pelos oito ou nove anos de idade, muitas meninas tipoAfrodite esto com pressa de crescer, vestir(se com elegHncia e usar maquilagem# =&mrabichos pelos meninos, so adolescentes entusiastas da Yltima moda dos cantoresse%3 ou de grupos de rocX# Algumas garotas tipo Afrodite so pequenas ninfas:

 precocemente conscientes de sua se%ualidade, apreciam o sentido de poder e atra"oque t&m quando os homens mais velhos respondem aos seus importunos coquetismos#

Os paisAlguns pais enfeitam suas bonitas filhas para serem pequenas Afrodites# EnfatiPam aatratividade delas, faPem(nas bei)ar os adultos, ingressam(nas em concursos de belePa e,em geral, salientam sua atratividade feminina acima de todos os outros atributos ehabilidades# .as quando a garota atinge a puberdade e a possibilidade de atividadese%ual, seus pais podem responder muito diferentemente# Fode surgir um padrodestrutivo comum: os pais lhe do dissimulado encora)amento para se tornaremse%ualmente ativas, mas depois as punem# Essa atitude permite aos pais seremigualmente vo3eurs e defensores de princ!pios# Os pais podem reagir à se%ualidadeemergente de suas filhas tipo Afrodite de v'rios modos# .uitos respondem àatratividade crescente das filhas para inadvertidamente eQou inconscientemente

 provocarem conflitos tu(887(multuosos que criam distHncia f!sica e emocional entre si# As filhas muitas vePes

 parecem colaborar no alvoro"o que protege ambas as partes contra a conscientiPa"o deseus sentimentos incestuosos# Alguns pais tornam(se e%cessivamente rigorosos erecusam dei%ar suas filhas marcarem qualquer encontro, ou tornam(se intrusos edominadores, interrogando as filhas quanto aos seus encontros e dando a qualquer

 pretendente tratamento dur!ssimo# Outros pais ainda so sedutores# As mes tambémt&m v'rias rea"$es para com as filhas tipo Afrodite# Algumas se tornam rigorosas e

dominadoras, reagindo à mYsica dos adolescentes e a seu estilo de se vestir, mesmoquando suas filhas esto se comportando de forma apropriada à idade de seu grupo# =aismes podem impor seu pr-prio c-digo de roupa, que enfatiPa encobrir e desenfatiPar aatratividade, e podem proibir muitas atividades# Elas podem peneirar os amigos de seusfilhos de ambos os se%os ou, como certa mulher observou pesarosamente, podem tratarsuas filhas ou os garotos ou ambos como man!acos se%uais em potencial# omo os

 pais, as mes podem também desenvolver uma mentalidade carcereira em rela"o àssuas filhas tipo Afrodite#A intruso pode ser mais comum nas mes do que nos pais de filhas tipo Afrodite# Alémda intruso motivada pela necessidade de vigiar as filhas atraentes, as mes muitasvePes vivem de modo vic'rio e querem ouvir todos os detalhes sobre os encontros de

suas filhas# Fara agradar tais mes, as filhas precisam ser populares com os rapaPes#Outras mes reagem competitivamente em rela"o à Afrodite emergente em suas filhas#

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Amea"adas pela atratividade das filhas e inve)osas de sua )uventude, as mes depreciamas garotas, faPem compara"$es desfavor'veis, flertam com os namorados das filhas e,de muitos88modos maiores ou menores, destroem a desabrochante feminilidade das filhas# 5o conto

de fada, a madrasta de Branca de 5eve perguntava repetidamente: Espelho, espelhomeu, haver' no mundo alguém mais bela do que eu^ Essa personagem do conto defada representa a me competitiva amea"ada e, por esse motivo, hostil# Os pais mais

 prestativos no superestimam ou enfatiPam e%cessivamente as qualidades de Afrodite eno tratam suas filhas como bonitos ob)etos# Ambos os pais afirmam a atratividade desuas filhas do mesmo modo positivo que valoriPam outras qualidades tais comointelig&ncia, bondade ou talento para a arte# Nuanto à situa"o de encontro marcado,

 proporcionam também dire"o e limites apropriados para a idade e maturidade de suasfilhas# A atratividade para com os homens é tratada com verdade, de modo que asgarotas se tornem conscientes, e no culpadas#

Adolesc&ncia e )uventudeOs anos da adolesc&ncia e da )uventude so tempos cruciais para a mulher tipo Afroditeque pode achar(se prensada entre as incita"$es interiores de Afrodite e a rea"o dosoutros# ado o padro duplo, a garota de escola secund'ria que tem um dese)o dee%peri&ncia se%ual to forte quanto ao de um )ovem se%ualmente preocupado, deve

 pesar as conseq[&ncias# eputa"o m', auto(estima manchada e auto(imagem negativa podem resultar se ela agir conforme seus impulsos# E as boas meninas podem evit'(la,enquanto os )ovens que t&m o se%o em suas mentes podem rode'(la, mas no consider'(la suficientemente boa para ser uma namorada firme ou a pessoa certa para o baile deformatura# @' também outros problemas com um arquétipo Afrodite descontrolado# AgravideP no dese)ada é uma probabilidade# E uma Afrodite ativa corre o risco de se88<e%por a doen"as se%uais transmiss!veis# Outra complica"o médica é um mais alto riscode cHncer cervical mais tarde na vida# Fouca a)uda é dada às mulheres )ovens no sentidode como tratar a insistente Afrodite dentro de si mesmas# A e%presso se%ual é umaescolha principal com sérias conseq[&ncias# Algumas suprimem sua se%ualidadeembora aquelas que sentem fortes repress$es religiosas possam se sentir culpadas dequalquer maneira, acusando(se por terem sentimentos no aceit'veis# Outrase%pressam a se%ualidade dentro de um relacionamento seguro, escolha que funciona

 bem quando @era também for um aspecto forte de sua personalidade, embora de tudoisso possa resultar um casamento antecipado#

Se Atenas e Afrodite so elementos igualmente fortes na mulher )ovem, esta pode usaruma combina"o de estratégia e se%ualidade que é autoprotetora# erta mulher disse:+ma veP que eu sabia que me apai%onava e desapai%onava, e que tinha forte impulsose%ual a acompanhar(me, no assumi apai%onar(me to seriamente# O que realmenteassumi seriamente foi o seguinte: o controle da natalidade, quem era o rapaP, e manterem segredo este aspecto de minha vida# Nuando a mulher tipo Afrodite vai para afaculdade, os aspectos sociais sero provavelmente os mais importantes para ela# Fodeescolher uma escola voltada para festas, um colégio voltado mais para atividadessociais do que para estudos acad&micos# Ela usualmente no est' enfocada em ob)etivosacad&micos de grande alcance ou numa carreira# Seu interesse desabrochante numacarreira profissional diminui com a perspectiva de atingir dif!ceis pré(requisitos que no

lhe interessam# capaP de mergulhar num trabalho da faculdade somente se se sentirfascinada por um assunto, mais freq[entemente num campo criativo

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886que envolve intera"o com as pessoas# Ela pode ser uma estudante que se especialiPaem arte dram'tica, por e%emplo, e que passa de um papel para outro# A cada veP ela seabsorve em seu papel, pois encontrou sua pai%o inata e, assim, pode se tornar a maisdestacada aluna de arte dram'tica da escola#

=rabalhoO trabalho que no envolve emocionalmente a mulher tipo Afrodite no mantémnenhum interesse para ela, >osta de variedade e de intensidade* tarefas repetitivas, taiscomo trabalho de casa, trabalho de laborat-rio ou de escrit-rio a aborrecem# Somentequando est' totalmente ocupada criativamente ela age bem# Assim, é prov'vel que se)aencontrada na arte, mYsica, escrita, dan"a ou drama, ou com pessoas que so especiais

 para ela* por e%emplo, como professora, terapeuta, redatora# omo conseq[&ncia, ouodeia o emprego e est' provavelmente faPendo um trabalho med!ocre, ou o adora e no

 pensa duas vePes em empregar mais tempo e esfor"o nele# Nuase sempre prefere umtrabalho que ache interessante a um bem pago com menos atrativos# Fode alcan"ar

sucesso como resultado de faPer o que a fascina mas, ao contr'rio de Atenas e deZrtemis, ela no se esfor"a para sair(se bem#

elacionamento com homensAs mulheres tipo Afrodite tendem para os homens que no so necessariamente bonsem rela"o a elas ou para elas# A menos que outras deusas influenciem, sua escolha doshomens é muitas vePes semelhante às pr-prias escolhas de Afrodite ( homens criativos,complicados, mal(humorados ou emotivos como @efesto, Ares e @ermes# =ais homensno ob)etivam postos ocupacionais88elevados ou posi"o de autoridade, e no querem chefiar assuntos domésticos ou seremmaridos e pais# O tipo @efesto, introvertido, pode ter raiva reprimida que ele sublimaem trabalho criativo# omo deus da for)a, pode ser igualmente artista e, em termosemocionais, inv'lido# Seu relacionamento com os pais pode ter sido to mau quanto ode @efesto# Ele, também, pode ter sido re)eitado por sua me por no viver à altura dase%pectativas dela, e pode ter sido cortado do relacionamento com o pai#onseq[entemente, ele pode ter relacionamento amorQ-dio com as mulheres, das quaisele se ressente por serem igual e terrivelmente importantes para ele e indignas deconfian"a# E pode sentir muito pouca intimidade com os homens, dos quais sente(sealienado e aos quais sente(se inferior# .uitas vePes um homem intensamenteintrovertido, o tipo @efesto, sente(se constrangido em situa"$es sociais, sem nenhum

talento para conversas fiadas# onseq[entemente, os outros no se demoram em suacompanhia# A mulher tipo Afrodite pode ser a e%ce"o# com seu talento em enfocar suaaten"o total na pessoa que est' encontrando, ela pode faP&(lo e%terioriPar(se e acha(lofascinante# Sentindo(se atraente e atra!do por ela, o homem @efesto responde com suaintensidade caracter!stica, e uma cone%o apai%onada est' provavelmente para inflamar(se entre eles# Ela é atra!da pela intensidade de seus sentimentos e responde da mesmaforma à sua chama emocional que pode ser repugnante para outras mulheres# Ela abra"asua naturePa er-tica profundamente sentida, que pode permanecer dormente por certos

 per!odos de tempo ( sublimada )unto com sua raiva em seu trabalho# Nuando ela evoca a pai%o dele, ambos os amantes podem ficar amedrontados pela e%cita"o do sentimentodele# Se ele for arteso ou artista, ela pode também sentir(se

89;atra!da pelas coisas bonitas que ele faP e, desse modo, pode inspirar a criatividade dele#

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Os problemas de amar um homem tipo @efesto so muitos, dependendo da espécie desentimentos que ele guarda na alma e de sua saYde psicol-gica# 5um e%tremo ele podeser um vulco encoberto, potencialmente paran-ico, uma pessoa solit'ria cu)o trabalho

 pode no obter reconhecimento porque ele é por demais solit'rio e hostil# Além disso,sentimentos de raiva, inferioridade e medo de perda so prov'veis de serem provocados

nele pela atra"o da mulher tipo Afrodite ou de sua atra"o pelos outros# Se forverdadeiramente como @efesto, ele pode ser capaP de manter seu ciYme sob controle#Estar perto de homem tipo @efesto sob tais circunstHncias, contudo, é querer viver aolado de vulco ativo, perguntando(se a si mesma quando é que uma e%ploso h' demandar as coisas para o ar# Algumas combina"$es @efesto(Afrodite realmentefuncionam muito bem# O homem tipo @efesto nesse caso é homem introvertido,criativo, que sente uma amplitude de emo"$es /mais do que raiva principalmente1 a seumodo caracteristicamente intenso e contido# Ele e%pressa essas emo"$es através de seutrabalho e de uns poucos relacionamentos importantes# Ele a ama profunda eapai%onadamente, e seu compromisso com ela proporciona a estabilidade de que elanecessita# Outro homem comumente atra!do pela mulher tipo Afrodite é vol'til, como

Ares /deus da guerra, filho de @era e `eus1# A hist-ria desse tipo de homem podemanter semelhan"a !ntima com a configura"o familiar mitol-gica de Ares, educado porsua amargurada me depois que seu pai os dei%ou# homem emotivo, apai%onado,tumultuoso, que tem afeta"$es de supermacho# 0altando pai verdadeiro como !dolo edisciplinador, e acostumado a conseguir tudo de sua me, ele é impaciente e tem redu(89C(Pida tolerHncia pela frustra"o# >osta de administrar, mas pode perder a cabe"a quando

 pressionado, o que no faP dele bom l!der# A combina"o Afrodite(Ares é misturainflam'vel# Ambos compartilham a propenso de viver no aqui e no agora# Ambos soreativos em veP de refle%ivos* so pessoas adeptas do fa"a agora e pense mais tarde#Sempre que esto )untos fa!scas er-ticas ou temperamentos impetuosos provocamintera"$es ardentes# Eles faPem igualmente amor e guerra# Essa combina"o inventou ogostoso )ogo de brigar e faPer as paPes entre os amantes#Afrodite e Ares no so ingredientes de um relacionamento est'vel# Além das e%plos$esemocionais, seu machismo arrogante muitas vePes causa situa"o econVmica prec'ria#Ele é incapaP de pensar estrategicamente ou de ser prudente* no ardor do momento,

 pode diPer ou faPer alguma coisa que lhe custa seu emprego# Se, além disso, a mulhertem a tend&ncia de Afrodite para a infidelidade ( ou pelo menos, seu coquetismo ( elaalém disso amea"a sua masculinidade e provoca sua possessividade# Ento ele podetornar(se violento e suas e%plos$es podem ser brutais, criando terror e medo# .esmocom todos os seus arrebatamentos, contudo, é poss!vel para alguns parceiros Ares(

Afrodite perseverarem e serem relativamente harmoniosos# Em tal par, ele tem uma personalidade tipo Ares ( impulsivo, intensamente emocional e combativo por naturePa( mas teve uma situa"o familiar mais saud'vel, e portanto no é basicamente hostil# Eela tem em si muito de @era para desenvolver um la"o duradouro com ele# +m homemque representa a eterna )uventude também atrai muitas mulheres tipo Afrodite, que

 parecem ter inclina"o por homens imaturos, comple%os e enfocados sub)etivamentecom potencial criativo# Eles se assemelham ao deus mensageiro @ermes, o mais )ovem89Idos deuses ol!mpicos# Ela nota sua influ&ncia com palavras inebriantes ( especialmentequando ele é poético e fica fascinada pela sua habilidade de mover(se rapidamente dasalturas para as profundePas /emocional ou social1# O tipo @ermes pode ser um

trapaceiro, como o homem vigarista, que adora passar a perna em mentes mais lentas#

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Ele é cheio de potencial, muitas vePes muito talentoso embora indisciplinado,carism'tico e no comprometido com o trabalho ou com ela# onseguir que ele assumaum compromisso é como tentar segurar uma clara de ovo# Ele fala a linguagem dotalveP, e brinca com a fantasia de viverem )untos ou se casarem# .as seria melhorque ela no contasse com isso, porque ele é o Yltimo a algum dia assumir um

compromisso# O se%o com ele é imprevis!vel e altamente carregado# Ele é amantesens!vel e encantador, um Feter Fan brincalho que pode no amadurecer nunca# Ascombina"$es Afrodite(@ermes adaptam(se muito bem às mulheres tipo Afrodite, pelofato de ambos compartilharem a intensidade do aqui(e(agora e a falta de compromisso#ontudo, se Afrodite e @era também estiverem influenciando, a parceria se tornar'muito penosa para ela# =al mulher se unir' profundamente a ele e ser' atormentada pelociYme# A se%ualidade entre eles é intensa# Ela é monogHmica e quer se casar, masusualmente precisa decidir(se por um acordo que se adapte à necessidade dele de vir eir# +m homem tipo @ermes amadurecido, contudo, é capaP de se comprometer com otrabalho e com um relacionamento, e, como observamos anteriormente, ele pode secasar com uma mulher tipo @éstia* ele ser' mais provavelmente um homem de neg-cios

ou comunicador do que um eterno )ovem esquivo# 5esse caso, o par Afrodite(@ermes pode ser um par e%celente# O relacionamento deles pode sobreviver a flertes e ainda aromances, pois898nenhum deles é pessoa ciumenta ou possessiva# Além do mais, o relacionamento podedurar porque eles apreciam a companhia e o estilo um do outro# Ela acompanha o ritmoda movimenta"o dele, que é compat!vel com o dela# Fodem estar intensamenteenvolvidos um com o outro num momento e independentes no pr-%imo, o que se adaptaa ambos#

asamentoSe Afrodite for um dos diversos arquétipos fortes incluindo @era, ento sua presen"aintensifica e vitaliPa o casamento com se%ualidade e pai%o# +m casamentomonogHmico duradouro, contudo, é muitas vePes dif!cil de ser conseguido por umamulher tipo Afrodite# A menos que outras deusas influam para dominar Afrodite numcasamento, ou que o casamento se)a uma combina"o particularmente fortuita, ela

 provavelmente seguir' um padro de relacionamentos sucessivos# For e%emplo, a atriPEliPabeth =a3lor, cu)a imagem pYblica é a de uma Afrodite contemporHnea, tem tidouma série de casamentos#

elacionamento com mulheres: senhora desacreditada

A mulher tipo Afrodite pode ser desacreditada por outras mulheres, especialmente pelasmulheres tipo @era# Nuanto menos consciente ou menos respons'vel ela for sobre o seuefeito nos homens, tanto mais destruidor elemento ela poder' ser# For e%emplo, ela podeir a uma festa e enga)ar(se em conversas intensas, criticamente carregadas, com oshomens mais interessantes de l'# essa forma, ela estimula ciYme, sentimentos deinadequabilidade e medo de perda em muitas mulheres que v&em seus maridos reagindoa ela com crescente anima"o, pois a alquimia entre eles cria uma aura dourada ao redorde ambos#899Nuando uma mulher /especialmente uma @era ciumenta e vingativa1 fica Pangada comela, a mulher tipo Afrodite fica muitas vePes abalada# aramente tolera a m' vontade de

outras mulheres e, uma veP que ela pr-pria no é possessiva ou ciumenta, muitas vePestem dificuldade de penetrar na causa da hostilidade em rela"o a ela# A mulher tipo

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cresceu incerta de suas habilidades, que eram e%cepcionais, e teve que enfrentar seussentimentos de inutilidade e depresso, que se comparavam com seu sentimento dequando sua me estava longe# Nuando uma aten"o inconstante e intensa da me tipoAfrodite é focaliPada num filho, afeta seus relacionamentos futuros com as mulheres

 bem como sua autoestima e potencial para depresso# Ela cria uma intimidade especial

entre eles que seduP o homem desabrochante em seu filho e o atrai a ela, e depois elavolta sua aten"o para outro lugar# +m rival para a afei"o dela, muitas vePes um novohomem, outras alguma outra fascina"o, a leva embora, dei%ando(o sentir(seinadequado, arruinado, impotente, Pangado e, algumas vePes, humilhado# O filho senteuma rivalidade pessoal, uma competi"o que ele perde repetidamente com os homens navida de sua me, sentimentos dos quais as filhas so poupadas# omo homem adulto,tem dese)o ardente de ter a intensidade e a especialidade que certa veP sentiu com suame# Baseado em sua e%peri&ncia de infHncia com sua me, ele desconfia da fidelidadede uma mulher, e pode sentir(se incapaP de manter sua aten"o#

A meia(idade

A inevitabilidade do envelhecimento pode ser uma realidade devastadora para a mulhertipo Afrodite, caso89<sua atratividade tenha sido sua principal fonte de gratifica"o# +ma veP que ela se torneautoconsciente ou ansiosa de que sua belePa é transit-ria, sua aten"o pode mudar,

 prevenindo(a da total absor"o na outra pessoa# Ela pode estar inconsciente de que essaqualidade de Afrodite, mais do que sua belePa f!sica, foi o que atraiu as pessoas# 5ameia(idade, a mulher tipo Afrodite torna(se também muitas vePes infeliP com suaescolha de parceiros# Fode observar quo freq[entemente foi atra!da por homens noconvencionais e algumas vePes inconvenientes# Fode querer estabelecer(se no momento,uma possibilidade que pode ter re)eitado antes# ontudo, os anos da meia(idade no sodif!ceis para as mulheres tipo Afrodite que esto enga)adas no trabalho criativo#=ipicamente, tais mulheres ret&m seu entusiasmo e ainda se retiram para o trabalho queas interessa# E agora elas t&m mais e%peri&ncia de onde colher inspira"o, e habilidadesmais altamente desenvolvidas para se e%pressar#

A velhiceAlgumas mulheres tipo Afrodite ret&m a capacidade de ver a belePa e de sempreestarem um pouquinho apai%onadas, no que quer ou quem quer que elas focaliPem#rescem com gra"a e vitalidade# Seu interesse pelos outros ou o desenvolvimento com otrabalho criativo permanecem o aspecto mais importante de suas vidas# Agarram(se a

uma atitude )uvenil conforme mudam desenvoltamente de e%peri&ncia para e%peri&nciae de pessoa para pessoa, fascinadas com o que quer que venha a seguir# =ipicamente )ovens por dentro, atraem outros a elas e t&m amigos de todas as idades# For e%emplo,4mogene unningham ainda em seus noventa anos era uma fot-grafa vivaP quecontinuou a capturar a belePa que via no filme, e sucessivamente atraiu outros parafotograf'(la#896ificuldades psicol-gicas

 5o é f'cil ter Afrodite como arquétipo dominante# A mulher que segue a se%ualidadeinstintiva de Afrodite muitas vePes fica, de um lado, prensada entre seu pr-prio dese)ode liga"o se%ual e sua propenso por gerar energia er-tica nos outros e, de outro lado,

 por uma cultura que a considera mulher prom!scua se ela agir de acordo com seusdese)os, e uma pessoa provocante se no agir#

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4dentifica"o com AfroditeA mulher mais intimamente identificada com Afrodite é muitas vePes a mulhere%trovertida, com Hnsia pela vida e um elemento impetuoso em sua personalidade#>osta de homens e os atrai com sua atratividade e interesse por eles# Sua aten"o é

sedutora* faP um homem sentir que é especial e se%3# Essa aten"o convida a umaresposta rec!proca nele, gerando atra"o er-tica neles, o que leva ao dese)o deintimidade se%ual# Se ela se identifica com Afrodite, agir' de acordo com esse dese)osem considerar as conseq[&ncias# .as as conseq[&ncias podem ser a condena"o social,uma série de relacionamentos superficiais, poss!vel e%plora"o pelos homens que s-

 procuram se%o, e subseq[ente auto(estima rebai%ada# Ela precisa saber como conterAfrodite em algumas circunstHncias, e como responder em outras, como escolhersabiamente quando e com quem, e como no ser impulsionada pelo arquétipo emsitua"$es destrutivas#Sua maneira apai%onada e atenciosa de relacionar(se pode ser também interpretadaerroneamente por homens que erradamente admitem que ela este)a especialmente

interessada ou se%ualmente atra!da por eles# Ento, quando ela os re)eita, pode ser tidacomo uma despeda"adora de cora"$es ou implicante, e censurada89

 por seduPir os homens# =ais homens podem sentir(se enganados e ressentidos, e podemtornar(se hostis e Pangados# omo ob)eto de pai%o no dese)ada e raivosa re)ei"o, amulher tipo Afrodite pode ficar ferida, tornar(se Pangada, e ficar confusa sobre o quefeP, para provocar tais respostas# Nuando a mulher tipo Afrodite torna(se conscientedesse padro, pode aprender a refrear o desabrochante ardor de um homem que ela noquer encora)ar# Fode mostrar sua indisponibilidade para com ele ou tornar(se maisimpessoal na conduta#

 5ega"o de AfroditeNuando a mulher tipo Afrodite é criada numa atmosfera que condena a se%ualidade nasmulheres, ela pode tentar reprimir seu interesse pelos homens, menosprePar suaatratividade e considerar(se m' por ter dese)os se%uais# .as a culpa e o conflito

 provenientes da e%presso de sua naturePa de Afrodite conduPem(na a um sentimento dedepresso e ansiedade# E se ela representar to bem o papel que separa sua se%ualidadee sensualidade de sua consci&ncia, ela perder' o contato com um aspecto principal desua verdadeira identidade, e portanto perder' sua vitalidade e espontaneidade#

4nconvenientes de viver no presente

As mulheres tipo Afrodite tendem a viver no presente imediato, levando a vida como seela no fosse nada mais do que uma e%peri&ncia sensorial# 2ivendo sob a presso domomento tal mulher pode responder como se no houvesse nenhuma conseq[&nciafutura para suas a"$es, eQou nenhuma lealdade em curso que pudesse ser incompat!vel#Essa orienta"o vai além de um acontecimento impulsivo que provocar' ruptura comtudo o que estiver envolvido# For e%emplo, pode comprar coisas bonitas que no pode

 pagar, ou habitualmente dar bolo nas87;

 pessoas# 0aP planos com grande entusiasmo e toda inten"o de pV(los em pr'tica# .asquando chega a hora, pode estar ocupada com alguma coisa ou alguém# Embora asli"$es se)am penosas, a e%peri&ncia é a melhor mestra para a mulher tipo Afrodite# Ela

aprende que as pessoas ficam feridas e Pangadas quando as trata de acordo com o longeda vista, longe do cora"o# Nuando no pondera sua situa"o financeira antes de

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impulsivamente comprar o que lhe chama a aten"o, descobre que cart$es de créditoescapam do controle e chegam cartas de cobran"a# epete padr$es que causamsofrimento a ela e também aos outros, até que aprende a resistir à tirania do aqui e doagora, que a conduP pela vida como se no houvesse amanh# Nuando a mulher tipoAfrodite aprende a refletir sobre as conseq[&ncias antes de agir, responder' um tanto

menos impulsivamente e se comportar' mais responsavelmente#ontudo, as prioridades emocionais continuaro tendo mais peso que as considera"$es pr'ticas# E ela pode ainda ferir os outros por seu comportamento, mesmo quandodelibera antecipadamente no decorrer da a"o, porque ela, em Yltima instHncia, segue o

 pr-prio cora"o#

asualidades do amor Os homens podem se tornar casualidades quando a mulher tipo Afrodite os ama e osdei%a# Ela se apai%ona muito facilmente, cada veP sinceramente convencida de terencontrado o homem perfeito# 5a magia do momento, ele pode se sentir um deusquando sua deusa, apenas para ser derrubado e substitu!do# omo conseq[&ncia, ela

dei%a em sua caminhada uma série de homens feridos, re)eitados, deprimidos ouPangados, que se sentem usados e descartados# A mulher tipo Afrodite pode passar poruma série de intensos romances, levados cada veP pela magia /ou87Ce%peri&ncia arquet!pica1 de estar apai%onada# Fara finaliPar este padro, ela deveaprender a amar alguém com defeitos e tudo, alguém que é um ser humano imperfeitoe no um deus# Frimeiramente deve tornar(se desencantada com as fascina"$es sem

 profundidade, e em geral somente a e%peri&ncia pode causar tal desiluso# S- ento ela pode permanecer num relacionamento o suficiente para aceitar as imperfei"$es humanasde seu companheiro e as suas pr-prias, e descobrir as dimens$es humanas do amor#

A maldi"o do amor O poder que a deusa Afrodite tem de faPer os outros amarem pode ser destrutivo# Fore%emplo, muitas vePes ela impelia uma mulher a amar alguém que no queria ou no

 podia retribuir seu amor# Ou criava uma pai%o que era vergonhosa ou il!cita,conduPiria a um conflito ou humilha"o ou eventualmente poderia destruir a mulher ousuas qualidades positivas# .irra, 0edra e .edéia foram tr&s mulheres mitol-gicas queacabaram amaldi"oadas# omo resultado, tornaram(se doentes de amor# E quandoAfrodite ficou Pangada com Fsique, plane)ou faP&(la apai%onar(se pelo maisdespreP!vel dos homens# A deusa estava bastante consciente de que o amor poderiacausar sofrimento# As mulheres que de maneira infeliP esto comprometidas por amor

 podem ser v!timas contemporHneas de Afrodite# Algumas procuram au%!lio psiqui'trico para sua miséria# ois padr$es t!picos t&m surgido em minha pr'tica# 5o primeiro amulher ama um homem que a trata mal ou que a menosprePa# Ela subordina tudo o maisem sua vida pelas migalhas de aten"o que ocasionalmente obtém# Seu envolvimento

 pode ser de curta dura"o ou pode se estender por décadas# aracteristicamente, ela éatormentada pelo relacionamento e por seus esfor"os de se convencer de que elerealmente a87Iama, apesar das provas contr'rias# 0ica deprimida e infeliP, contudo altamenteambivalente quanto a mudar sua situa"o# .as para sentir(se melhor ela teria queabandonar o relacionamento destrutivo, que tem uma influ&ncia viciosa nela#

O segundo padro parece ainda mais sem esperan"a# 5este caso a mulher ama umhomem que dei%a claro que no quer nada com ela# Ele a evita quanto pode e sente(se

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amaldi"oado pelo amor dela, pois no h' correspond&ncia# .ais uma veP seuenvolvimento obsessivo com ele pode atravessar anos, impedindo efetivamente a

 possibilidade de qualquer outro relacionamento# Em busca dele ela pode segui(lo atéuma outra cidade, como feP uma de minhas pacientes, ou ser presa por invaso ou aindaser posta para fora da casa dele à for"a# Dibertar(se dessa maldi"o de Afrodite é dif!cil#

Fara mudar, a mulher deve ver a destrutibilidade dessa liga"o e querer dei%ar orelacionamento# E preciso um tremendo esfor"o para evitar a tenta"o de v&(lo e tornar(se novamente envolvida com ele# .as deve faPer isso antes que possa investir suasemo"$es em qualquer outro lugar#

aminhos para o crescimentoO conhecimento do pr-prio padro arquet!pico é informa"o valiosa para todos os tiposde mulheres, especialmente para as mulheres tipo Afrodite# A)uda(as a saber que é desua naturePa divina apai%onar(se facilmente, e%perimentar atra"$es er-ticas, e ter umforte impulso se%ual que muitas outras mulheres no t&m# =al conhecimento a)uda alibertar as mulheres tipo Afrodite da culpa de serem quem elas so# Ao mesmo tempo

devem tornar(se conscientes de que devem cuidar de seus interesses pr-prios porque adeusa no o faP#878Embora outros arquétipos de deusa possam no ser proeminentes na mulher tipoAfrodite, eles usualmente esto presentes pelo menos de forma oculta# com certase%peri&ncias de vida, podem crescer em influ&ncia compensando ou modificando o

 poder de Afrodite na psique de uma mulher# Se a mulher tipo Afrodite desenvolvehabilidades ou adquire forma"o, Zrtemis e Atenas iro provavelmente crescer emimportHncia# Se se casa e tem um filho, @era e eméter podem ter influ&nciaestabiliPadora# Se desenvolve @éstia através da medita"o, pode resistir mais facilmenteao e%trovertido atrativo da atra"o er-tica# E cultivar a introverso de Ferséfone pode

 permitir à mulher tipo Afrodite viver uma e%peri&ncia se%ual na fantasia em veP de narealidade# Nuando a mulher tipo Afrodite torna(se consciente de seu padro e decidemodific'(lo de forma que ela ou os outros que ela ama no se)am feridos, uma mudan"a

 principal ocorre# 0aPer escolhas e prever conseq[&ncias torna(se poss!vel, uma veP queela pode escolher suas prioridades e agir sobre elas# O mito de Fsique descreve umalinha de conduta evolutiva que ela pode seguir#

O mito de Fsique: met'fora para o crescimento psicol-gicoO mito de Eros /Amor1 e Fsique tem sido usado como analogia para a psicologia dofeminino por diversos analistas )unguianos, mais notavelmente Erich 5eumann em seu

livro Amor and Fs3che, e obert Johnson em She# Fsique é mulher mortal gr'vida que procura estar unida com seu marido, Eros, deus do amor e o filho de Afrodite# Fsiquecompreende que deve submeter(se a uma Afrodite brava e antagonista se ela um diativer que estar reconciliada com Eros# Ento ela se apresenta à deusa# Fara test'(la,Afrodite lhe d' quatro tarefas#879As quatro tarefas de Afrodite t&m importantes significados simb-licos# ada umarepresenta uma capacidade que as mulheres precisam desenvolver# ada veP que Fsiquedomina uma tarefa, adquire uma habilidade que no tinha antes, habilidade equacionadana psicologia )unguiana com o animus ou o aspecto masculino da personalidade damulher# Embora essas habilidades muitas vePes pare"am masculinas para mulheres

que, como Fsique, precisam faPer um esfor"o para desenvolv&(las, so atributos naturaisdas mulheres tipo Zrtemis ou Atenas# omo figura mitol-gica, Fsique é amante /como

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Afrodite1, esposa /como @era1, e me gr'vida /eméter1# Além do mais, no curso deseu mito ela também vai ao mundo das trevas e retorna e, portanto, assemelha(se damesma forma a Ferséfone# As mulheres que p$em os relacionamentos em primeirolugar e reagem instintivamente ou emocionalmente aos outros precisam desenvolver ashabilidades simboliPadas por cada tarefa# S- ento podem avaliar suas op"$es e agir

decisivamente em seus melhores interesses#=arefa C: separar as sementes# Afrodite leva Fsique a uma sala e mostra(lhe um monteenorme de sementes misturadas ( milho, cevada, milhete, papoula, ervilha, lentilha efei)o ( e lhe diP que ela deve separar cada espécie de semente ou gro em seu pr-priomonte antes do anoitecer# A tarefa parece imposs!vel, até que uma grande quantidade dedespretensiosas formigas v&m em sua a)uda, colocando cada espécie, gro por gro, emseu mont!culo pr-prio# a mesma forma, quando a mulher deve tomar uma decisocrucial, muitas vePes deve primeiramente classificar uma miscelHnea de sentimentosconflituosos# A situa"o é muitas vePes especialmente confusa quando877Afrodite toma parte na situa"o# lassificar as sementes é ento uma tarefa interior,

que requer que a mulher olhe honestamente para dentro de si, peneire tudo através deseus sentimentos, valores e motivos, e separe o que é verdadeiramente importantedaquilo que é insignificante# Nuando a mulher aprende a deter(se numa situa"o confusae no agir até que sur)a a clarePa, ela aprendeu a confiar nas formigas# Esses insetosso an'logos a um processo intuitivo* os trabalhos deles esto além do controleconsciente# Ou a clarePa pode vir através de seus esfor"os conscientes para sistem'ticaou logicamente avaliar e determinar prioridade aos muitos elementos envolvidos numadeciso#=arefa I: adquirir alguns flocos de l dourados# Em seguida, Afrodite ordenou a Fsiqueque adquirisse alguns flocos de l dourados dos terr!veis carneiros do sol# =rata(se deanimais enormes, agressivos e providos de chifres, que ficam no campo, dandocabe"adas um no outro# Se Fsique tivesse que andar entre eles e tentar apanhar sua l,seria certamente esmagada ou vencida# +ma veP mais a tarefa parece imposs!vel, atéque um verde cani"o vem em sua a)uda e a aconselha a esperar até o pVr(do(sol, quandoos carneiros se dispersam e se recolhem# Ento ela pode apanhar com seguran"a fios dovelo de ouro das amoreiras contra as quais os carneiros tinham se raspado#Simbolicamente, o velo de ouro representa o poder que a mulher precisa adquirir semser destru!da na tentativa de conseguir algum# Nuando a mulher tipo Afrodite, oualguma outra deusa vulner'vel, sai pelo mundo competitivo onde outros lutamagressivamente pelo poder e posi"o, ela pode ficar ferida ou desiludida se noreconhecer os perigos# Fode tornar(se insens!vel e c!nica* seu si(mesmo prudente e

confiante pode tornar(se v!tima pisoteada# +ma Atenas encoura"ada pode estar nomeio de um campo de batalha, diretamente envolvida87na estratégia e pol!tica, mas a mulher como Fsique faP melhor observando, esperando egradualmente adquirindo poder indiretamente# Adquirir o velo de ouro sem destruirFsique é met'fora para a tarefa de ganhar poder e permanecer uma pessoa compassiva#Em minha pr'tica psiqui'trica percebo que guardar essa tarefa em mente é muito Ytil

 para toda mulher que est' aprendendo a se afirmar# For outro lado, ao focaliPar apenase%pressar suas necessidades ou raiva, suas conversas tornam(se confronta"$es alienadasque no a)udam a alcan"ar o que ela quer e que a apresentam sob luP destrutiva#=arefa 8: encher a )arra de cristal# Fara a terceira tarefa Afrodite p$e uma )arra de cristal

na mo de Fsique e diP(lhe que deve ench&(la com a 'gua de um regato proibido# Esseregato cai em forma de cascata de uma fonte no pico do mais alto rochedo !ngreme até a

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Diterature, Art, and .usic# \ile3, 5e? TorX, C<C, pp# C6I(IC;# 5E+.A55, Erich,Amor and Fs3che: =he Fs3chic evelop ment of the 0eminlne# Bollingen Series 79, Fantheon, 5e? TorX, C7# O==O, \alter 0#,Aphrodite# 4n =he @omeric >ods, =hames @udson, 5e? TorX, publicado em acordo com Fantheon BooXs,

C<, pp# C(C;8# `AB4SW4E, Fhilip, >oddesses in Our .idst# Nuadram, outono deC<, pp# 8(8<#87C8  Nual deusa conquista a ma" de ouro^A competi"o, os conflitos e a alian"a entre as deusas ocorrem na psique da mulhercomo certa veP ocorreram no monte Olimpo# Nual delas uma mulher privilegia^ Nualela ignora^ Nuanta escolha ela e%ercita^ Essas figuras interiores que representam

 poderosos padr$es arquet!picos concorrem para se e%pressar, como as pr-prias deusasgregas outrora disputaram pela ma" de ouro, pr&mio decidido pelo )ulgamento de Faris#

O )ulgamento de Faris=odos os deuses ol!mpicos, menos Eris, deusa da luta e da disc-rdia, uma deusa menor,foram convidados para o casamento de Feleu, rei de =ess'lia, com a bela ninfa mar!tima=étis# Eris veio para a grande ocasio sem ser convidada, e feP sua vingan"a peladesconsidera"o# Ela interrompeu as festividades atirando uma ma" de ouro ondeestava gravado para a mais bela entre as convidadas reunidas# A ma" rolou pelo choe foi imediatamente reivindicada por @era, Atenas e Afrodite# ada uma sentiu que ama" era leg!tima e merecidamente sua# Elas no podiam, certamente, decidir entre siqual era a mais bonita, portanto apelaram pela deciso de `eus# Ele recusou faPer aescolha, e as enviou ao pastor 8;Faris, um mortal que sabia apreciar as mulheres bonitas* ele seria o )uiP# As tr&s deusasencontraram Faris vivendo a vida buc-lica com uma ninfa dos montes nos declives domonte 4da# Sucessivamente, cada uma das tr&s bonitas deusas esfor"aram(se parainfluenciar sua deciso com um suborno# @era ofereceu(lhe poder sobre os reinos daZsia se ele lhe concedesse a ma"# Atenas prometeu(lhe vit-ria em todas as batalhas#Afrodite ofereceu(lhe a mulher mais bonita do mundo# Sem hesita"o Faris declarouAfrodite a mais bela, e ofereceu(lhe a ma" de ouro, incorrendo portanto no -dio eternode @era e Atenas#Este )ulgamento de Faris conduPiu mais tarde à guerra de =r-ia# O pastor Faris era

 pr!ncipe de =r-ia# A mulher mais bonita do mundo era @elena, a esposa de .enelau,

um rei grego# Faris cobrou sua recompensa raptando @elena e levando(a consigo devolta a =r-ia# Esse ato fomentou uma guerra entre gregos e troianos que durou dePanos e terminou com a destrui"o de =r-ia# inco deuses ol!mpicos dispuseram(se dolado dos gregos: @era e Atenas /cu)o partidarismo pelos her-is gregos era influenciado

 por sua animosidade em rela"o a Faris1, )unto com Fos!don, @ermes e @efesto# Nuatrodeuses e deusas ficaram do lado dos troianos: Afrodite, Apolo, Ares e Zrtemis# O

 )ulgamento de Faris inspirou também uma parte da mais alta literatura e drama naciviliPa"o ocidental# Os acontecimentos postos em andamento por aquela decisoforam imortaliPados na 4l!ada, Odisséia e Eneida, os tr&s grandes cl'ssicos épicos, assimcomo nas tragédias de Esquilo, S-focles e Eur!pides#

Fondo em dia o )ulgamento de Faris

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ada mulher moderna enfrenta seu pr-prio )ulgamento de Faris# As perguntas so asmesmas8Capresentadas aos convidados do Olimpo: Nual deusa conquista a ma" de ouro^ eNuem vai )ulgar^ # Nual deusa conquista a ma" de ouro^

 5o mito, apenas tr&s das deusas presentes reivindicaram a ma" para si mesmas# As tr&sforam: @era, Atenas e Afrodite# 5a psique individual da mulher, contudo, ascompetidoras podem ser diferentes# =alveP apenas duas este)am disputando a ma", outr&s, ou quatro, qualquer combina"o das sete pode estar em conflito com outra# .uitasvePes, no interior de cada mulher, arquétipos ativados disputam pela supremacia, oucompetem pela predominHncia# ado o mito original, o que significa escolher a mais

 bela ( com @era, Atenas e Afrodite disputando pela primaPia sobre as outras duas^Olhando para o que essas tr&s deusas simboliPam, fiquei impressionada pelacompreenso de que elas podem representar as tr&s maiores dire"$es que a vida damulher pode tomar, aspectos no interior de uma mulher que muitas vePes esto emconflito# @era coloca o casamento em primeiro lugar* assim faria a mulher que se

identifica com os ob)etivos de @era# Atenas valoriPa o uso do intelecto para alcan"ar avit-ria* a mulher que a honra como a mais bela consideraria sua carreira como coisa

 principal# Afrodite é pela belePa, amor e pai%o, e pela criatividade como valoresm'%imos, e a mulher que est' de acordo colocar' a vitalidade de sua vida sub)etivaacima de relacionamentos duradouros e empreendimentos# Essas escolhas sofundamentalmente diferentes, porque cada uma das tr&s deusas est' numa categoriadiferente# @era é uma deusa vulner'vel, Atenas uma deusa virgem, e Afrodite é a deusaalqu!mica# 5as vidas das mulheres, um dos tr&s estilos representados por essascategorias usualmente predomina# (8INuem ir' )ulgar^Nuem decide qual deusa ir' conquistar a ma" de ouro^

 5o mito foi um homem mortal quem decidiu# 5as culturas patriarcais, os homensmortais decidem# E, naturalmente, se os homens decidem qual seria o lugar dasmulheres, ento a escolha é limitada àquilo que convém a eles# For e%emplo, os 8 X(Winder, W[che, Wirche /rian"as, coPinha, igre)a1, outrora definiam as fronteiras demuitas vidas de mulheres alems#Em n!vel pessoal, a pergunta Nual deusa conquista a ma" de ouro^ descreve umacompeti"o constante# ome"ando pelos pais e parentes, estendendo(se aos professorese colegas de classe, amigos, maridos, e até mesmo crian"as, o )ulgamento de Faris

 prossegue sem parar, cada um distribuindo ou negando ma"s de ouro, premiando a

mulher com aprova"o por aquilo que os agrada# For e%emplo, a garotinha que tem umaspecto de sua personalidade calmo, solit'rio /gra"as a @éstia1, sendo da mesma formauma competitiva )ogadora de t&nis /que pode ser influ&ncia de Zrtemis ou de Atenas1, ecu)as qualidades maternais /eméter1 surgem com seus priminhos, descobriro que elaobtém aprova"o mais pelas coisas do que pelos outros# Seu pai a premia por )ogar uma

 boa partida de t&nis ou por ser uma boa mePinha^ O que sua me valoriPa^=rata(se de uma fam!lia introvertida, que espera que seus membros passem seu tempocada um a seu modo^ Ou é uma fam!lia e%trovertida, que pensa que qualquer pessoa quequeira estar soPinha se)a estranha^ uma garota que se refreia e no mostra quo bomgolpe como tenista ela tem, dei%ando um homem derrot'(la^ adas as e%pectativas dosoutros, o que ela ir' faPer^ Se a mulher dei%a os outros decidirem o que é importante

 para ela, ento viver' as e%pectativas de seus88

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 pais e se a)ustar' às suposi"$es de sua classe social naquilo que ela deveria faPer# 5asua vida sero os outros que determinaro qual deusa ser' honrada# Se a mulher decidir

 por si mesma qual deusa conquista a ma" de ouro, baseando a deciso na for"a dadeusa em si, ento o que quer que decida ser' significativo para ela# Fode ser ou noalgo aprovado pela fam!lia e cultura, mas reconhecer(se(' aut&ntico#

eusas em conflito: a met'fora da reunio 5o interior da mulher as deusas podem rivaliPar(se entre si, ou uma delas pode serdominante# ada veP que a mulher precisa tomar uma deciso importante, pode haver disputa entre as deusas pela ma" de ouro# 5esse caso, a mulher decidir' entre as

 prioridades, instintos e padr$es concorrentes^ Ou o rumo que toma é determinado porela mesma pela deusa^Joseph \heel?right, analista )unguiano e um de meus mentores, diP que o que se passaem nossas cabe"as pode ser considerado como uma reunio, com v'rios aspectos denossa personalidade sentados ao redor da mesa, tanto homem quanto mulher, )ovem ouvelho, alguns barulhentos e e%igentes, outros calmos e desligados# Se somos

afortunados, um ego saud'vel senta(se à cabeceira da mesa, presidindo a reunio edecidindo quando e quem deveria ter a veP ou tomar a palavra# +m presidente mantéma ordem como participante atento e e%ecutivo eficaP, qualidades de um ego em bomfuncionamento# Nuando o ego funcionaGbem, resulta um comportamento apropriado#Fresidir a reunio no é tarefa f'cil, especialmente quando h' v'rias deusas em cadamulher e%igindo e reclamando poder, às vePes em conflito umas com as outras# Nuandoo ego da mulher no pode manter a ordem, um arquétipo de deusa pode intervir eassumir o controle da personalidade# .etaforicamente, ento, essa deusa governa o serhumano# Ou um equivalente interior de uma guerra ol!mpica pode ocorrer quandoelementos arquet!picos igualmente fortes esto em conflito# Nuando uma pessoa est' emconflito interior, o resultado depende de como os membros dessa reuniodeterminada trabalham )untos# omo em todas as reuni$es, o funcionamento do grupodepende da pessoa dirigente e dos membros ( quem so eles, até que ponto seus pontosde vista so fortes, quo cooperativo ou quo controverso é o processo de grupo, equanta ordem o presidente mantém#Frocesso ordenado: as fun"$es do ego como )uiP, e todas as deusas t&m oportunidade deserem ouvidas A primeira possibilidade é a de que ha)a um processo ordenado,

 presidido por um ego observador que pode faPer escolhas claras, baseadas eminforma"o adequada# O ego é consciente dos componentes e de suas diferentesnecessidades e motiva"$es# =odos os aspectos relevantes da personalidade so ouvidos,a realidade é considerada e a tenso é tolerada# esde que cada uma das deusas fale por

um instinto, valor ou aspecto da psique de uma mulher /a totalidade de sua personalidade1, a quantidade de oportunidade de manifestar(se que qualquer deusa temdepende de: a1 quo forte é aquele determinado arquétipo* b1 quo envolvido ele podeestar naquele determinado item de agenda* c1 quanto tempo para falar o ego /como

 presidente1 permite à deusa ter# For e%emplo, a deciso de uma determinada mulher pode ser o que faPer no domingo# @éstia é favor'vel ao isolamento e prop$e uni diacalmo em casa# @era sente obriga"o de visitar os parentes de seu marido# Atenas lhe8987recorda que tem algum trabalho inacabado para faPer quanto à arrecada"o de fundos

 para um pro)eto# Zrtemis sugere ir a uma confer&ncia de mulheres# Ou a deciso da

mulher pode diPer respeito ao que faPer com a segunda metade de sua vida# Aqui, cadaaspecto da personalidade, cada deusa, pode ter um interesse pr-prio na conseq[&ncia#

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For e%emplo, é esta a época, agora que as crian"as esto crescidas, de acabar com umcasamento insatisfat-rio^ Aqui eméter pode faPer pesar a balan"a# Ela havia seassociado com @era para permanecer numa situa"o infeliP por causa das crian"as#Agora ela unir' for"as com Zrtemis e favorecer' a independ&ncia^ Ou esta é a época

 para voltar à escola, ou faPer uma troca de carreira, considerando portanto Atenas ou

Zrtemis^ Ou, finalmente, é a veP de eméter ou de @era serem ouvidas^ A mulherfocaliPou todas as suas energias no desenvolvimento de sua carreira ou em tornar(se profissionalmente eficiente, e agora, na meia(idade, tendo chegado ao seu destino ou aum platV, sente uma e%cita"o pelo instinto maternal, gra"as a eméter^ Ou ela sabeque est' soPinha, olha os casais com inve)a, e quer estar casada, uma veP que até agorarecusou(se a considerar @era^ Ou é a deusa ausente e mais calma de todas, é a veP de@éstia vir à baila, quando a meia(idade traP consigo necessidade de refle%o e busca devalores espirituais^ A meia(idade pode traPer uma nova configura"o das deusas, ou anova proemin&ncia de uma deusa# Essa mudan"a potencial acontece a cada novo est'gio

 principal de vida ( adolesc&ncia, idade adulta, aposentadoria, menopausa, assim como ameia(idade# Nuando chega uma época de transi"o, se o ego est' sob o controle de um

 processo consciente, ordenado, refle%ivo, ento a mulher 8considera as prioridades, fidelidades, valores e fatores da realidade# Ela no for"a aresolu"o de escolhas contradit-rias# A resolu"o vem depois que as quest$es setornaram claras# Esse processo pode levar cinco minutos, quando ela est' decidindo oque faPer no domingo# Ou pode levar cinco anos, quando ela est' considerando umamudan"a principal de sua vida#For e%emplo, tenho visto mulheres lutarem anos para resolverem a questo do beb&#=al mulher pergunta a si mesma o que faPer com o instinto maternal, o que faPer com asua carreira# E o que faria ela se o seu marido e ela discordassem, se um quisesse umfilho e o outro no^ O que faria ela, agora que est' l' pelos trinta anos e a maternidade éuma possibilidade limitada pelo tempo^ =odas essas perguntas atormentaram a artista>e-rgia ;GWeeffe, que nunca teve filhos# Fela biografia de Daura Disle, sabemos quedesde a infHncia OGWeeffe tinha sentido um impulso interior de se tornar artista#Sabemos também que quando estava l' pelos seus vinte e cinco anos ela confidenciou auma amiga: Eu tenho que ter um beb& ( se no o tiver, minha vida no ser' completa#CNuando a questo do beb& se tornou questo principal, estava também profundamenteapai%onada por Alfred StieglitP, com quem primeiro viveu e depois se casou# Ele erauma das for"as mais influentes na arte moderna# Sua galeria e sua opinio quanto à artee artistas foram respons'veis pela reputa"o dos artistas# StieglitP estava convencido deque OGWeeffe no deveria tornar(se me porque isso a desviaria da pintura# =rinta anos

mais velho do que ;GWeeffe, e )' pai com filhos crescidos, StieglitP no queria tornar(se pai novamente# O conflito consigo mesma e com ele quanto à questoC# Daura Disle, Fortrait of an Artist: A Biograph3 of >e-rgia OGWeeffe# \ashingtonSquare FressQSimon Schuster, 5e? TorX, em acordo com Seavie? BooXs, C6C, p#C98#8<do beb&, que come"ou em CC6, durou cinco anos, aparentemente resolvido depois quedois acontecimentos fiPeram pesar a balan"a# Em CI8 houve a e%ibi"o de uma centenade seus quadros# =alveP pela primeira veP, teve a confirma"o e%terior de que realiPar osonho de ser uma artista bem sucedida era poss!vel# 5aquele mesmo ano, a filha deStieglitP deu à luP um filho e depois entrou numa forte depresso p-s(parto, da qual

nunca ficou totalmente recuperada# Ao interesse por StieglitP, por seu relacionamento e por sua carreira como artista associaram(se muitos aspectos de OGWeeffe contra uni forte

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instinto maternal# @era, Afrodite, Zrtemis e Atenas, todas se posicionaram contraeméter# Embora essa associa"o das deusas mais a circunstHncia pesasse na decisocontra ter um filho, OGWeeffe precisava renunciar à possibilidade de ser me sem sesentir magoada# aso contr'rio, essa questo, ou qualquer outra, no ficariacompletamente resolvida# Nuando uma pessoa sente que no teve escolha e foi for"ada a

desistir de alguma coisa importante por circunstHncia e%terior ou compulso interior, elase sente Pangada, impotente e deprimida# O ressentimento enfraquece sua vitalidade e aimpede de concentrar(se completamente no que quer que este)a faPendo, embora atarefa possa ser significativa# Fara OGWeeffe, ou qualquer outra mulher, ser capaP dee%perienciar a perda de alguma coisa importante e depois mergulhar em trabalhocriativo, seu ego tem que ser mais do que um observador passivo que verifica o peso decada arquétipo# =em que aprovar ativamente a conseq[&ncia# Fara faPer isso a mulherdeve ser capaP de diPer: ompreendo quem sou e quais so as circunstHncias# Afirmoessas qualidades como o meu eu e aceito a realidade como ela é# S- ento a energiadedicada a uma causa pode estar livre para outro uso#86

A ambival&ncia do vaivém:O ego é ineficaP e as deusas competem pela domina"oEmbora um processo ordenado se)a a melhor solu"o, lamentavelmente ele no é oYnico caminho pelo qual um conflito interno pode ser tratado# Se o ego concorda

 passivamente com qualquer que se)a o lado que este)a temporariamente no poder, entosurge um padro de vaivém: primeiro vence um lado, conseguindo o que quer, edepois o outro#For e%emplo, a mulher casada pode estar fortemente indecisa quanto a acabar com umaaventura amorosa, sabendo que se ela no acabar com a aventura, esta acabar' com oseu casamento# O conflito em seu interior pode ser considerado to sem resolu"o e semfim quanto pareceu outrora a guerra de =r-ia# A mulher com um ego ineficaP terminarepetidamente a aventura, apenas para ser arrastada a ela repetidas vePes# A guerra de=r-ia é a met'fora adequada para essa situa"o# @elena, a raPo de ser da guerra, eracomo um ego passivo no conflito entre o casamento e a aventura# O ego passivo émantido refém, posse primeiro de um lado e depois do outro# As for"as gregas estavamdecididas a devolver @elena a seu marido# o seu lado estavam os defensores docasamento# A principal defensora era @era, deusa do casamento, que insistia nacontinuidade da luta até que =r-ia fosse destru!da e @elena devolvida a seu marido.enelau# A)udando também os gregos estava @efesto,deus da for)a, que feP a coura"a

 para Aquiles# A simpatia de @efesto pela posi"o dos gregos é compreens!vel, pois eleera o marido enganado de Afrodite# Outro grego aliado foi Fos!don, o deus patriarcal

que viveu debai%o do mar# E Atenas, defensora dos direitos do patriarcado,naturalmente do lado de seu marido leg!timo#8Esses deuses ol!mpicos representam as atitudes no interior da mulher, que agiriam nela

 para preservar o casamento# Elas viram o casamento como voto sagrado e comoinstitui"o leg!tima, acreditaram que a esposa é posse do marido, e sentiram simpatia

 pelo marido# Afrodite, deusa do amor e vencedora da ma" de ouro, estava naturalmentedo lado de =r-ia# uriosamente, da mesma forma estavam Zrtemis e Apoio, os g&meosandr-ginos, que podem simboliPar os papéis estereotipados para os homens e asmulheres, permitidos somente quando o poder do patriarcado é desafiado# O quarto deusol!mpico do lado de =r-ia foi Ares, deus da guerra que, como Faris, feP amor com a

esposa de outro homem# Ares foi amante de Afrodite# Esses quatro deuses ol!mpicosrepresentam elementos ou atitudes na psique de uma mulher que muitas vePes ficam

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unidos numa aventura# Eles representam pai%o se%ual e amor# epresentam autonomia,uma insist&ncia de que sua se%ualidade pertence a ela e no é posse do casamento ou deseu marido# Esses quatro deuses rebelam(se contra os papéis tradicionais e soimpulsivos# Juntam for"as numa aventura que pode ser vista como declara"o de guerracontra o marido# Se o ego da mulher concorda passivamente com o vencedor do conflito

interior e da competi"o e%terior, ela ir' oscilar entre os dois homens no triHngulo# Estaambival&ncia danifica ambos os relacionamentos, e tudo o que lhe diP respeito# Areunio ca-tica: o ego fica sobrepu)ado pelas deusas em conflito Nuando surgemconflitos violentos na psique da mulher e o ego no consegue manter a ordem, ento um

 processo ordenado no pode sequer come"ar# .uitas8<;voPes se erguem e da! resulta uma cacofonia de tumulto interno, como se as deusasestivessem gritando seus interesses, cada uma tentando afugentar as outras# O ego damulher no consegue separar o que as voPes esto diPendo dentro dela, enquanto umagrande presso instala(se no seu interior# A mulher em que tal desordem se instala sesente confusa e pressionada a faPer alguma coisa, num momento em que no consegue

manter seus pensamentos em ordem#erta veP tive uma paciente l' pelos seus quarenta e cinco anos em que esse caos dereunio foi precipitado enquanto ela estava para dei%ar o marido# 5o havia nenhumoutro homem e era um casamento de vinte anos, que outros idealiPavam# Enquantoapenas considerava a separa"o, ela pVde ouvir pontos de vista muito competitivos,mais ou menos racionalmente# .as quando contou a seu marido o que estavaconsiderando, e saiu para pensar, a confuso interna irrompeu# isse que se sentiracomo se tivesse uma m'quina de lavar bradando em minha cabe"a ou como seestivesse dentro de uma m'quina de lavar# 2'rios aspectos de si mesma estavamreagindo com medo e alarme àquilo que era uma deciso aut&ntica, embora cheia deriscos# For um momento ela ficou imobiliPada: seu ego estava temporariamentederrotado# .as, em veP de desistir e voltar atr's, ela persistiu em sua necessidade deseparar as coisas e permaneceu com seus amigos até chegar a alguma clarePa#>radualmente seu ego recuperou a posi"o usual, e ela ouviu e considerou as voPes dealarme e medo# For fim, dei%ou o marido# +m ano mais tarde estava finalmente segurade que tinha sido a deciso certa# Em tal situa"o é Ytil falar com outra pessoa sobre osmedos e impulsos conflituosos, ou escrev&(los por e%tenso para come"ar o processo deseparar as quest$es8<Ccompetitivas# Nuando uma grande quantidade de problemas é analisada separadamente,o ego no se sente desarmado# A reunio ca-tica é muitas vePes tempor'ria, um curto

lapso seguindo uma rea"o inicial confusa a alguma coisa que é percebida como nova eamea"adora# O ego em breve e posteriormente restaura a ordem# ontudo, se o ego norestaura a ordem, a confuso mental pode conduPir a um esgotamento# A mente

 permanece cheia de emo"$es competitivas, pensamentos e imagens# Fensar logicamentetorna(se imposs!vel, e a pessoa p'ra de atuar#

.embros da reunio favorecidos e censurados: o presidente preconceituoso favorecealgumas deusas e recusa reconhecer outras omo presidente, um ego preconceituosoreconhece apenas certos membros favorecidos da reunio# Ele silencia outros quee%pressam necessidades, sentimentos, ou pontos de vista que considera inaceit'veis porestarem fora de pauta# ensura o que quer que no queira olhar ou ouvir, de tal forma

que superficialmente parece no e%istir conflito# O status da deusa favorecida éalgumas vePes sustentado por umas poucas ou mesmo por uma deusa, cu)os planos

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domina# Essas so as deusas com quem o ego se identifica# Entretanto, a perspectiva e prioridades das deusas que no t&m aprova"o ficam sufocadas e reprimidas# Elas podem ficar emudecidas ou sequer aparecer para estar presentes na reunio# Aocontr'rio, sua influ&ncia é sentida fora da sala do comit&, ou fora da consci&ncia# Asa"$es, os sintomas psicossom'ticos e as disposi"$es de Hnimo podem ser e%press$es

dessas deusas censuradas# O ato de dar vaPo é comportamento motivadoinconscientemente que reduP a tenso criada pelos8<Isentimentos conflituosos# For e%emplo, certa mulher casada, B'rbara, sente(seressentida pelo fato de que Susan, irm de seu marido, sempre admite que ela, Susan,

 pode sempre conseguir carona com B'rbara# B'rbara no sabe diPer no sem sentir(seego!sta e culpada, e no sabe ficar Pangada porque a raiva lhe é inaceit'vel# Fortanto seuego como presidente fica ao lado de @era e eméter, as deusas que insistem que ela se)aa boa esposa que toma cuidado dos parentes de seu marido e se)a uma pessoa Pelosa#Seu ego reprime as deusas virgens que se ressentem de cuidar dos outros# A tensointerior se estabelece, e ela a descarrega ao dar vaPo# B'rbara esquece o

compromisso de apanhar Susan# eliberadamente ag[entar Susan teria sido muitohostil, algo que Zrtemis e Atenas poderiam mesmo pleitear faPer de prop-sito# Aoesquecer, contudo, B'rbara d' vaPo à hostilidade e desencora)a o h'bito de Susan#B'rbara est' ainda inocente de sua pr-pria raiva e de sua declara"o deindepend&ncia# Outro e%emplo mais significativo de vaPo foi proporcionado por umade minhas pacientes# Ela era esperada numa entrevista para um papel num filmeimportante# O diretor a tinha visto e achou que ela poderia ser perfeita para o papel, etinha pedido que a mesma concorresse a uma prova# Era a sua grande chance# A atriP detrinta anos era membro de uma pequena companhia teatral, e vivia com o diretor doteatro# Eles tinham tido um relacionamento muitas vePes interrompido durante tr&s anos#

 5o seu !ntimo ela sabia que ele no poderia tolerar o fato de ela ter mais sucesso do queele# .as ela tinha abafado esse conhecimento, )unto com um nYmero de outros insightsque a protegeram de v&(lo como ele realmente era# Nuando a oportunidade do filmesurgiu, ela se preparou para a entrevista, ensaiou até o Yltimo minuto, e tornou(se toabsorvida que perdeu a no"o do tempo# E perdeu o encontro#8<8Fortanto, ela deu vaPo à sua ambival&ncia, embora quisesse o papel econscientemente empregasse seus esfor"os nele# Zrtemis lhe deu a ambi"o, e Afroditea a)udou a e%pressar seu talento# .as ela estava inconscientemente amedrontada paradesempenhar o papel e testar o relacionamento: @era punha o relacionamento na frentee eméter protegia o homem de sentir(se amea"ado ou inadequado# Sua deciso de no

concorrer ao papel foi feita fora da consci&ncia# Os sintomas psicossom'ticos podem sere%press$es de deusas censuradas# For e%emplo, a mulher independente com asqualidades de Atenas, que nunca pede a)uda e que parece nunca precisar de alguém,

 pode contrair ataques de asma, ou Ylceras# =alveP este se)a o Ynico modo que seu ego possa permitir à dependente Ferséfone obter algum sentimento maternal# Ou a nutridora,tipo me da terra, pode vir a ter hipertenso l'bil# Sua presso arterial pode subir muitasvePes, passando de normal para alta, quando ela parece especialmente desinteressada#Embora possa no ter bastante de Zrtemis para permanecer enfocada em suas pr-prias

 prioridades, ela sente tenso e ressentimento quando to prontamente p$e asnecessidades dos outros em primeiro lugar# As disposi"$es de Hnimo também podemrefletir as deusas censuradas# Aquele ar distante que uma feliP mulher casada assume

quando ouve falar de amigas que tomaram rumos diferentes pode representar a agita"o

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J+5>, # >#, Fs3chological =3pes# \, vol# # .ATESO5, Fhilip, =he =ro)an\ar# 4n lassical .3tholog3 in Diterature, Art, and .usic# \ile3, 5e? TorX, C<C,

 pp# 8<7(9II 8<6C9 A hero!na em cada mulher Em cada mulher h' uma hero!na em potencial# Ela é a hero!na de sua pr-pria vida, numa

viagem que come"a com seu nascimento e continua no decorrer de sua vida# onformevia)a numa determinada tra)et-ria deparar' indubitavelmente com o sofrimento, sentir'solido, vulnerabilidade, incertePa, e conhecer' limita"$es# Fode também encontrarsignificado, desenvolver o car'ter, e%perienciar o amor e a gra"a, e aprender asabedoria# A mulher é moldada por suas escolhas, por sua capacidade de fé e amor, porsua habilidade de aprender da e%peri&ncia e faPer compromissos# Nuando surgemdificuldades, se ela avalia o que pode faPer, decide o que far' e se comporta de modocoerente com seus valores e sentimentos, est' agindo como a hero!na que protagoniPaseu pr-prio mito# Embora a vida se)a repleta de circunstHncias no escolhidas, h'sempre momentos de deciso, pontos nodais que decidem acontecimentos ou alteram ocar'ter#

Fara ser uma hero!na em sua pr-pria )ornada her-ica, a mulher deve come"ar com aatitude /ou ainda agir em primeiro plano como se1 que suas escolhas e%igem# 5o

 processo de viver a partir dessa premissa alguma coisa acontece: a mulher se torna umaselecionadora, uma hero!na que modela quem ela se tornar'# Ou cresce ou é8<diminu!da por aquilo que faP ou no faP, ou pelas atitudes que mantém# .inhas

 pacientes me ensinaram que no foi e%atamente o que lhes aconteceu que deu forma aoque elas so# O que aconteceu nelas feP a diferen"a# O que sentiram e como reagiraminteriormente e e%teriormente determinou quem se tornaram, muito mais do que o graude adversidade que encontraram# For e%emplo, tenho encontrado pessoas quesubsistiram a infHncias cheias de priva"$es, crueldade, derrotas ou abuso se%ual# Alémdo mais, elas no se tornaram, como se poderia esperar, como os adultos que abusaramdelas# Apesar de todo o mal que e%perienciaram, elas sentiram compai%o pelos outros,tanto na época como agora# A e%peri&ncia traum'tica dei%ou sua marca* elas noficaram ilesas# 5o entanto, uma naturePa intr!nseca de confian"a, capacidade de amar ede confiar e um sentimento de si mesmas sobreviveram# Enquanto eu con)eturava porque, comecei a compreender a diferen"a entre a hero!na e a v!tima#Enquanto crian"as, cada uma dessas pessoas viu(se de certa forma como protagonista deum drama terr!vel# ada uma tinha um mito interior, uma vida fantasiosa oucompanheiros imagin'rios# +ma filha que foi surrada e humilhada por seu pai abusivo,e no foi protegida por sua me deprimida, contou que diPia a si mesma, quando era

crian"a, que no faPia parte dessa fam!lia inculta da ro"a* mas que era realmente uma princesa que estava sendo testada por essas prova"$es# Outra crian"a surrada ese%ualmente molestada, que como adulta no se encai%ava no padro /que crian"asabusadas eventualmente abusariam de seus filhos1, refugiou(se numa vida de fantasiavivida, onde a vida era decididamente diferente# +ma terceira pensou em si mesmacomo um guerreiro# Essas crian"as pensaram com anteced&ncia e plane)aram comoescapar de suas fam!lias quando tivessem idade86;suficiente# Escolheram como poderiam reagir nesse meio tempo# +ma disse: Eu no

 permitiria que ninguém me visse chorar, ao contr'rio, caminharia pelas colinas e, longedos olhares, choraria# Outra disse: Fenso que minha mente dei%ou meu corpo# 4ria a

qualquer outro lugar quando come"assem a me tocar# Essas crian"as eram hero!nas eselecionadoras# .antinham um sentimento de si mesmas à parte de como eram

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amea"adas# Avaliaram a situa"o, decidiram como reagiriam no presente e fiPeram planos para o futuro# omo hero!nas, elas no eram semideuses fortes e poderosos comoAquiles e @éracles que, na mitologia grega, eram mais fortes e protegidos do que ossimples mortais, como nos livros cVmicos de super(her-is, ou nas personagens de John\a3ne# Essas crian"as, como hero!nas humanas precoces, foram mais como @ansel e

>retel, que tiveram que usar suas faculdades mentais quando foram abandonadas nafloresta, ou quando a bru%a engordava @ansel para o )antar# Essas crian"as eram comocoelhos que seguiam uma viso para um novo lar no romance de ichard Adams,\atership o?n: eram pequenas e sem poder, amparadas por um mito interior que lhesdiPia que se elas ag[entassem e continuassem, chegariam a melhor lugar mais tarde#A3la, cu)a her-ica )ornada a leva através dos romances de Jean .# Auel, =he lan oftheave Bear e =he 2alle3 of@orses, é uma hero!na mitol-gica da Europa na época glacial

 pré(hist-rica# O tempo e os detalhes so diferentes e dram'ticos, mas os temas sonotavelmente semelhantes aos enfrentados pelas hero!nas humanas contemporHneas#A3la deve repetidamente decidir o que far' diante da oposi"o ou do perigo# Ela é -rfneol!tica criada numa cultura ro(.agnon que a desvaloriPa e limita o que ela sabe

faPer porque é mulher# Sua apar&ncia, capacidade de comunicar(se e chorar, suacoragem e habilidade de pensar,86Ctudo fica contra ela na cultura# .as sua coragem se levanta em resposta àscircunstHncias que no so de sua pr-pria escolha# O que evolui numa odisséia no =he2alle3 of@orses no come"ou como questo her-ica, como é t!pico nas )ornadasempreendidas por her-is humanos, mas como )ornada para encontrar outros iguais a elamesma# a mesma forma, nas hist-rias de vida real de mulheres humanas, como nosmitos de hero!nas, elos emocionais ou afiliados aos outros so elementos(chave# Amulher hero!na é aquela que ama ou aprende a amar# Ou ela via)a com outra ou outras,ou busca unio ou reunio em sua busca#

O caminho@' bifurca"$es cruciais em toda estrada, onde se deve tomar uma deciso# Nue caminhotomar^ Nue dire"o seguir^ ontinuar num curso coerente com os princ!pios de alguémou acompanhar outros^ Ser honesto ou trapaceiro^ 4r para a faculdade ou trabalhar^ =ero beb& ou faPer um aborto^ Abandonar um relacionamento ou continu'(lo^asar(se oudiPer no a determinado homem^ Buscar imediatamente au%!lio médico ao descobrir umcaro"o no seio ou protelar^ Abandonar a escola ou o emprego, e ver alguma outra coisa^=er um romance e arriscar o casamento^ esistir ou perseverar^ Nual escolha^ Nualcaminho^ com qual custo^ elembro uma vivida li"o de um curso de economia da

faculdade, que no decorrer dos anos achei aplic'vel na psiquiatria: o valor real dealguma coisa é representado por aquilo que na vida sacrificamos para t&(la# E o caminhono tomado# Assumir a responsabilidade de faPer a escolha é crucial e nem sempre f'cil#O que define a hero!na é que ela faP isso# A no(hero!na, ao contr'rio, concorda com aescolha do outro# Em veP de decidir se isso é o que quer faPer, ela86Iconsente friamente# O que muitas vePes resulta é uma v!tima que se feP por si mesma,que diP, depois do fato: Eu no queria faPer isso# 0oi idéia sua# O erro por termosentrado nessa confuso e de eu me sentir infeliP é todo seu# Ou pode sentir(se vitimadae acusar: Estamos sempre faPendo o que voc& quer faPer_, sem admitir que ela nuncatomou posi"o ou manteve sua posi"o# a mais simples pergunta: o que voc& quer

faPer ho)e à noite, ( à qual responde: o que voc& quiser faPer (seu h'bito de

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sentimentos de @éstia, a introspec"o de Ferséfone, ou o pensamento ponderado deAtenas# .as essas Yltimas deusas, quando atendidas, proporcionam um quadro maiscompleto e permitem que a mulher tome decis$es em que todos os aspectos de si mesmase)am considerados#

A )ornadaEnquanto a# mulher prossegue na )ornada da hero!na, ela confronta tarefas, obst'culos e perigos# O modo como responde e o que faP a mudaro# Felo caminho encontrar' o quelhe importa, bem como a coragem de agir de acordo com o que sabe# Seu car'ter ecompai%o sero testados# Enfrentar' os aspectos sombrios de sua personalidade,algumas vePes ao mesmo tempo que suas for"as se tornam mais evidentes e suaautoconfian"a cresce, ou quando o medo a surpreende# Frovavelmente conhecer' am'goa, e%perimentando a perda, as limita"$es ou a derrota# A viagem da hero!na é uma

 )ornada de descobrimento e desenvolvimento, de aspectos integrantes de si mesmanuma personalidade total, embora comple%a#ecuperar o poder da serpente =oda hero!na deve recuperar o poder da serpente#

867Fara entender a naturePa da tarefa, precisamos retornar às deusas e aos sonhos dasmulheres# .uitas est'tuas de @era mostram serpentes entrela"adas em seus mantos,enquanto Atenas era retratada com serpentes entrela"adas ao redor de seu escudo# Asserpentes foram s!mbolos da grande deusa pré(grega da velha Europa, e serve comolembran"a simb-lica do poder outrora detido pela divindade feminina# +ma famosarepresenta"o primitiva de uma divindade /reta I;;;(C6;; a##1 era a de uma deusacom seios descobertos, bra"os estendidos e uma serpente em cada mo# A serpentemuitas vePes aparece no sonho das mulheres como s!mbolo desconhecido eimpressionante, do qual a sonhadora desconfiadamente se apro%ima quando come"a asentir que pode afirmar seu pr-prio poder sobre a sua vida# For e%emplo, o sonho deuma mulher casada de trinta e nove anos, prestes a se separar e viver por si mesma:Estou numa pista, quando olho adiante e ve)o que o caminho no qual estou passar'embai%o de uma grande 'rvore# +ma enorme serpente f&mea est' calmamente enroladaao redor do galho mais bai%o# Sei que no é venenosa, e no estou com repulsa# Ela, naverdade, é bonita, mas vacilo# .uitos sonhos como esse v&m à mente, onde asonhadora est' admirada ou consciente do poder da serpente em veP de ficar com medode seu perigo: h' uma serpente enrolada embai%o de minha carteira###,ve)o umaserpente enrolada no p-rtico###, tr&s cobras esto na sala###Sempre que as mulheres come"am a reivindicar sua autoridade pr-pria, ou tomardecis$es, ou tornarem(se conscientes de terem um novo senso de seu pr-prio poder

 pol!tico,ou ps!quico, ou pessoal, os sonhos com serpentes so comuns# A serpente parece representar essa nova for"a# omo s!mbolo, representa o poder outrora possu!do pelas deusas, assim como o poder f'lico ou masculino,86representativo das qualidades do animus# .uitas vePes a sonhadora sente se é umaserpente macho ou f&mea, que a)uda a elucidar a espécie de poder que a serpentesimboliPa# oincidindo com esses sonhos, a sonhadora, quando desperta, pode estarenfrentando quest$es suscitadas depois que ela adotou um novo papel numa posi"o deautoridade ou de autonomia# For e%emplo: Fosso ser efetiva^ e que forma o papelme modificar'^ Se eu for forte, as pessoas ainda gostaro de mim^ e Esse papelamea"ar' meus relacionamentos mais importantes^ Os sonhos das mulheres que nunca

tiveram antes um senso de sua pr-pria pot&ncia parecem diPer que tais mulheresdeveriam apro%imar(se cautelosamente do poder como fariam com uma serpente

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desconhecida# Fenso nas mulheres que obt&m um senso de seu pr-prio poder eautoridade como recuperando o poder da serpente, que foi perdido pelas divindadesfemininas e mulheres humanas quando as religi$es patriarcais privaram as deusas de seu

 poder e influ&ncia, quando consideraram a serpente como o elemento do mal no )ardimdo den e fiPeram das mulheres o se%o inferior# epois penso numa imagem que

representa para mim a possibilidade de que as mulheres ressur)am com poder, belePa ehabilidade nutridoras# A imagem é uma terracota de uma bonita mulher ou deusa/representando eméter, no museu das =ermas, em oma1 surgindo da terra, segurandoum fei%e de trigo, flores, e uma serpente em cada mo#

esistir ao poder da ursaA hero!na apta a faPer escolhas, ao contr'rio de seu parceiro macho, pode ser amea"ada

 pela atra"o irresist!vel do instinto materno# A mulher pode tornar(se86<gr'vida numa época inoportuna ou em circunstHncias adversas, se no puder resistir aAfrodite eQou a eméter# Nuando isso acontece, ela pode ser afastada de um caminho

escolhido, pois a pessoa ento se torna cativa de seu instinto#For e%emplo, uma estudante graduada que conheci quase perdeu de vista seus ob)etivos

 pr-prios quando se sentiu atra!da pelo impulso de se tornar gr'vida# Estava casada etrabalhando com vistas a um grau de doutoramento quando tornou(se obcecada pelaidéia de ter um beb&# urante essa época, teve um sonho# 5ele, uma grande ursasegurava o bra"o da mulher entre seus dentes e no a dei%ava em liberdade# A mulhertentava sem &%ito livrar(se# Ento pediu a)uda a alguns homens, mas no adiantou nada#

 5o sonho ela vagou até deparar com a est'tua de uma me ursa com os filhotes, querelembra uma est'tua de Bufano no entro .édico de So 0rancisco# Bastou ela tocar aest'tua e a ursa a dei%ou em liberdade# Nuando pensou no sonho, sentiu que a ursasimboliPava o instinto materno# As ursas verdadeiras so mais e%traordin'rias,nutridoras e impetuosamente protetoras de suas crias vulner'veis# Nuando é hora deseus filhotes )' crescidos se defenderem, a ursa(me insiste firmemente em que seusfilhotes relutantes a dei%em e saiam pelo mundo para se defenderem soPinhos# Esses!mbolo de maternidade agarrou(se à sonhadora, e no a dei%ou em liberdade até que elatocou a imagem de uma ursa maternal# Fara a sonhadora, a mensagem do sonho eraclara# Se ela pudesse prometer que teria um filho s- depois de terminar sua gradua"o/somente dois anos depois1, talveP a sua obsesso de tornar(se gr'vida desaparecesse# E,suficientemente segura, depois que ela e seu marido decidiram ter uma crian"a e ela fePuma promessa interior 866 ###

de tornar(se gr'vida to logo terminasse a gradua"o, a obsesso desapareceu# .ais umaveP pVde concentrar(se nos estudos, sem ser interrompida por pensamentos de gravideP#+ma veP que tocou a imagem, o instinto perdeu seu poder# Sabia que se tivesse quemanter igualmente a carreira e a fam!lia, tinha que resistir ao poder da ursa temposuficiente para obter seu grau de doutoramento# Os arquétipos e%istem fora do tempo,indiferentes às realidades da vida da mulher ou às suas necessidades# Nuando as deusase%ercem influ&ncia, a mulher como hero!na deve diPer sim ou no, ou agora no àse%ig&ncias# Se ela no e%ercer uma escolha consciente, ento um padro instintivo ouarquétipo assumir' o controle# A mulher precisa resistir ao poder da ursa e aindareverenciar sua importHncia para ela, se for pega no dom!nio do instinto materno#

Afastar a morte e a destrui"o

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 5os mitos her-icos cada protagonista invariavelmente levanta(se em seu caminhocontra algo destrutivo ou perigoso que poderia destru!(la# Esse tema é também muitocomum nos sonhos das mulheres# For e%emplo, uma advogada sonhou que, e%atamentequando tinha pisado fora da igre)a na época de sua infHncia, foi atacada por dois cesnegros furiosos# Fularam nela, tentando morder seu pesco"o ( ela sentiu como se

estivessem procurando sua veia )ugular# Nuando levantou o bra"o para precaver(se doataque, acordou do pesadelo# A esse tempo, desde que tinha come"ado a trabalhar, tinhase tornado cada veP mais amarga pelo modo como era tratada# Os homens muitas vePesadmitiam que ela era apenas secret'ria# Até mesmo quando sabiam quem ela era, muitasvePes sentia(se desconsiderada ou diminu!da# For sua veP, tornou(se cr!tica e hostil#86A princ!pio, o sonho pareceu(lhe uma afirma"o e%agerada de como se sentia: sobataque o tempo todo# epois considerou se havia alguma coisa em si que fosse comoos ces furiosos# Fensou sobre o que estava lhe acontecendo nesse emprego, e ficousobressaltada e angustiada com seu pr-prio insight: Estou me transformando numamegera vulgar_ Dembrou(se da atitude caridosa e dos tempos mais feliPes que ela

associava com a igre)a de sua infHncia, e sabia que havia pisado fora daquele lugar# Osonho provocou um impacto# A personalidade da sonhadora estava em perigo real de serdestru!da pela hostilidade que sentia e dirigia a outros# Estava se tornando c!nica ehostil# 5a realidade, como no sonho, ela estava em perigo, no as pessoas para as quaisdirigia sua amargura#a mesma forma, os aspectos negativos ou sombrios de uma deusa podem serdestrutivos# O aspecto ciumento, vingativo ou ressentido de @era pode ser venenoso# Amulher que se torna possu!da por esses sentimentos e sabe disso vacila entre servingativa e ser amedrontada pelo que sentiu e feP# omo a hero!na em suas lutas com adeusa, pode ter sonhos nos quais est' sendo atacada por serpentes /indicando que o

 poder que elas representam é perigoso para a sonhadora1# Em certo sonho uma serpentevenenosa atirou(se no cora"o da sonhadora* num outro, uma serpente enterrou suas

 presas na perna da sonhadora e no a dei%ava andar# 5a vida real, ambas as mulheresestavam tentando vencer urna trai"o /comportamento cobra no capim1 e enfrentaramo perigo de ficarem dominadas por sentimentos venenosos# omo o sonho dos cesfuriosos, esse sonho teve dois n!veis de significado* era uma met'fora daquilo queestava acontecendo a ela e nela# Nuando o perigo para a sonhadora vem em formahumana, como homens ou mulheres atacantes ou8;amea"adores, o perigo muitas vePes é da cr!tica ou de um papel destrutivo, enquanto osanimais parecem muitas vePes representar sentimentos ou instintos# For e%emplo, certa

mulher tinha voltado para a faculdade, quando seus filhos estavam na escola prim'ria*sonhou que uma mulher carcereira barrava seu caminho# Esta imagem parecia personificar os )ulgamentos negativos de sua me sobre ela, tanto quanto o papel de mecom o qual se identificava# O sonho comentava que essa identifica"o eraenclausuradora# Os )ulgamentos hostis de imagens interiores so muitas vePesdestrutivos# For e%emplo: voc& no pode faPer isso por que é /mau, sem gra"a,incompetente, mudo, sem talento1# Nualquer que se)a a ladainha, elas diPem: 2oc&no tem o direito de aspirar por mais# So mensagens que podem derrotar a mulher esufocar sua confian"a ou boas inten"$es# =ais cr!ticas so muitas vePes retratadas emsonhos como homens amea"adores# O criticismo interior usualmente se compara com aoposi"o ou hostilidade que a mulher enfrentou em seu meio ambiente* os cr!ticos esto

imitando as mensagens de sua fam!lia ou sua cultura# 2isto psicologicamente, cadainimigo ou demVnio enfrentado por uma hero!na no sonho ou mito representa alguma

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coisa destrutiva, primitiva, no desenvolvida, distorcida, ou m' na psique humana que busca domin'(la ou derrot'(la# As mulheres que sonharam com ces furiosos e serpentes perigosas viram que conforme estavam lutando com atos pre)udiciais ou hostis feitos aelas pelos outros, eram também igualmente amea"adas pelo que estava acontecendo noseu interior# O inimigo ou demVnio pode ser uma parte negativa de sua pr-pria psique,

um elemento sombrio que amea"a derrotar o que é compassivo e competente nela* oinimigo ou demVnio pode estar na psique de outros indiv!duos que querem ferir,dominar,8Chumilhar ou control'(la* ou, como é muitas vePes o caso, ela pode ser posta em perigo

 por ambos# For e%emplo, em =he lan ofthe ave Bear, as capacidades de A3la provocam a animosidade de Broud, l!der brutal e orgulhoso do grupo, que a humilha eestupra# Em \atership o?n, os coelhos pioneiros tiveram que enfrentar o >eneral,coelho de um s- olho, fascista, louco pelo poder# 5o =he 0ello?ship ofthe ing, ascora)osos hobbits do tamanho de uma crian"a, providas de patas cobertas de pelo,tinham de enfrentar o poder do mal de Sauron de .ordor e seus horrorosos fantasmas#

Sobreviver à perda e ao pesar Ferda e pesar é outro tema na vida das mulheres e nos mitos da hero!na# Em algumlugar, em um momento da caminhada, alguém morre ou deve ser dei%ado para tr's# A

 perda de um relacionamento tem papel significativo na vida das mulheres porque muitasdelas se definem por seus relacionamentos e no por suas realiPa"$es# Nuando alguémmorre, ou as dei%a, ou se muda, ou se afasta, isso é conseq[entemente dupla perda: a

 perda do relacionamento em si, e a perda do relacionamento como fonte de identidade#.uita mulher que foi parceira dependente num relacionamento descobre(se no caminhoda hero!na s- depois de ter sofrido uma perda# A Fsique gr'vida, por e%emplo, foidesamparada por seu marido Eros# Em sua procura de concilia"o, incumbiu(se detarefas com as quais evoluiu# As mulheres divorciadas e enviuvadas de qualquer idadedevem faPer escolhas e viverem por si mesmas pela primeira veP na vida# For e%emplo,a morte do amado impeliu Atalanta a retornar ao reino de seu pai, onde era realiPada afamosa corrida a pé# 4sso se compara ao rumo das mulheres que come"am uma carreiradepois8Ida perda de um relacionamento# E A3la foi for"ada a dei%ar =he lan of the aveBear sem seu filho ure, levando apenas suas mem-rias e seu pesar# .etaforicamente,a morte psicol-gica ocorre toda veP que somos for"ados a pVr em liberdade algumacoisa ou alguém e sofrer pela perda# A morte pode ser um aspecto de n-s mesmos, um

velho papel, uma posi"o anterior, ou a belePa ou outras qualidades )uvenis que )' passaram e devem ser choradas* ou um sonho que no e%iste mais# Ou pode ser umrelacionamento, terminado pela morte ou distHncia, que nos dei%a pesar#A hero!na na mulher emergir' ou sobreviver' à perda^ Ela pode entristecer(se e

 prosseguir^ Ou desistir', tornar(se(' amarga, ou dominada pela depresso, e finaliPar'sua )ornada nesse ponto^ Se continuar, estar' escolhendo o caminho da hero!na#

Atravessar a passagem escura e estreita.uitas )ornadas her-icas envolvem a passagem por lugar escuro ( através de cavernasnas montanhas do mundo das trevas ou passagens labir!nticas para, finalmente, emergirna luP# Ou podem envolver viagem através de desolado terreno baldio ou deserto para

terra fértil# Essa viagem é an'loga a passar por uma depresso# =anto nos mitos como navida, a via)ante precisa permanecer em movimento, manter(se em atividade, faPer o que

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tem que ser feito, manter contato com suas companheiras ou conduPir(se soPinha, parano parar e desistir, até mesmo quando se sente perdida, para ter esperan"a naescurido# A escurido pode representar sentimentos melanc-licos reprimidos /de raiva,desespero, ressentimento, reprova"o, vingan"a, trai"o, medo e culpa1, pelos quais as

 pessoas devem passar se quiserem sair de uma depresso# uma noite escura da alma,

quando na aus&ncia da luP88ou do amor a vida parece sem sentido, uma piada c-smica# Damentar e perdoar éusualmente o modo de libertar(se# a! em diante a vitalidade e a luP podem retornar#A)uda muito compreender que a morte e o renascimento, no mito e nos sonhos, somet'foras para perda, depresso e reconquista# Em retrospecto, muitos de tais per!odosmelanc-licos tornam(se ritos de passagem, uma época de sofrimento através da qual amulher aprende alguma coisa de valor, e cresce# Ou pode ser, durante algum tempo,como Ferséfone no mundo das trevas, uma cativa provis-ria que mais tarde se tornaguia para os outros#

Evocar a fun"o transcendente 5os mitos her-icos padro, depois de come"ar a busca, enfrentar e dominar perigos,drag$es e escurido, a protagonista invariavelmente fica impedida de prosseguir,incapacitada de avan"ar ou voltar# Fode haver imposs!veis barreiras em toda dire"o# Ouela pode precisar resolver um enigma antes que se abra um caminho# O que deveriafaPer agora, quando o que sabe conscientemente no é suficiente^ Ou quando suaambival&ncia na situa"o é to forte que uma deciso parece imposs!vel^ Ou quando elaest' prensada entre a cruP e a espada^Nuando a hero!na que faP escolhas se encontra numa situa"o obscura, em que cada rotaou escolha parece potencialmente desastrosa ou, na melhor das hip-teses, sem sa!da, a

 primeira prova que enfrenta é permanecer ela mesma# Em toda crise a mulher é tentadaa tornar(se v!tima em veP de permanecer hero!na# Se permanecer fiel à hero!na em si,sabe que est' num beco sem sa!da e pode ser derrotada, mas agarra(se à possibilidade deque alguma coisa possa mudar# Se se transforma em v!tima acusar' outros, ouamaldi"oar' o destino, beber'89ou tomar' drogas, atacar(se(' com criticismo humilhante, ou desistir' completamente,ou ainda pensar' em suic!dio# Ou pode abdicar como hero!na, tornando(se imobiliPada,ou tornando(se histérica, agindo impulsivamente ou irracionalmente até que outra

 pessoa assuma o controle#=anto no mito como na vida, quando a hero!na est' num dilema, tudo o que pode faPer é

ser elamesma, fiel a seus princ!pios e lealdades, até que alguma coisa inesperada venhaem sua a)uda# Fara acompanhar a situa"o, com a esperan"a de que uma resposta vir',ela estabelecer' o est'gio interior ao qual Jung chamou a fun"o transcendente#comisso ele quer falar de alguma coisa que surge do inconsciente para resolver o problemaou mostrar o caminho a um ego, ou hero!na, que precise de a)uda de alguma coisa alémde si /ou em si1#For e%emplo, no mito de Eros e Fsique, Afrodite deu a Fsique quatro tarefas querequeriam mais do que ela sabia como faPer# A cada veP ela ficou inicialmentedesarmada e depois veio o au%!lio ou conselho ( através de formigas, um cani"o verde,uma 'guia e uma torre# a mesma forma, @ipVmenes sabia que devia competir numacorrida para ganhar a mo de Atalanta, porque a amava# .as ele sabia que no podia

correr suficientemente r'pido para vencer e, portanto, perderia sua vida tentando# 5a

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véspera da corrida, orou pedindo a)uda a Afrodite, que o a)udou a ganhar a corrida eAtalanta# E quando os coelhos valentes em \atership o?n estavam numa enrascada,Wehaar, a gaivota barulhenta, chegou na hora @, como feP >andalf, o .'gico, para oshobbits# =odas essas est-rias so variantes do mesmo enredo como no cl'ssico faroeste,quando o valente grupo menor que o dos atacantes repetidamente ouve a cometa e sabe

que a cavalaria vem vindo para salv'(los# Esses enredos do algo(vir'(para(o(salvamentoso situa"$es arquet!picas# O tema do salvamento87fala de uma verdade humana, que a mulher como hero!na deve considerar# Nuando elaest' numa crise interior e no sabe o que faPer, no deve desistir ou agir por medo#.anter o dilema na consci&ncia, esperar por novo insight ou circunstHncia alterada, emeditar ou orar pedindo clarePa, tudo convida à solu"o vinda do inconsciente que podetranscender o impasse#For e%emplo, a mulher que teve o sonho com a ursa estava numa crise pessoal, e nomeio de seu trabalho de doutoramento, quando surgiu o impulso de ter um beb&# Oinstinto maternal a pegou com a intensidade compelativa de alguma coisa previamente

reprimida e agora e%igindo seu tributo# Antes do sonho ela foi pega numa situa"o ou, eque nem era satisfat-ria# A solu"o precisava ser sentida e no logicamente alcan"ada

 para se mudar a situa"o# Somente quando o sonho causou nela uma impresso numn!vel arquet!pico, e ela sabia absolutamente que se manteria em seu intento de ter um

 beb&, pVde confortavelmente adiar a gravideP# O sonho era uma resposta a seu dilemavinda do inconsciente, que ocorreu ao salvamento# O conflito desapareceu quando essae%peri&ncia simb-lica aprofundou sua compreenso e lhe proporcionou um insightsentido intuitivamente# A fun"o transcendente também pode ser e%pressa através deacontecimentos sincrVnicos, aquelas coincid&ncias significativas entre uma situa"o

 psicol-gica interior e um acontecimento e%terior# Nuando o sincronismo acontece, pode(se sentir algo como um milagre, causando um arrepio# For e%emplo, h' diversosanos uma de minhas pacientes iniciou um programa de auto(a)uda para mulheres# Se elalevantasse uma quantia espec!fica de dinheiro até certo praPo, obteria fundos iguais deuma funda"o, que portanto garantiria a e%ist&ncia do programa# onforme o praPo seapro%imava, ela ainda no tinha a quantia necess'ria# Sabia, contudo, que seu8

 pro)eto era necess'rio, e no desistiu# epois, pelo correio, veio um cheque com aquantia e%ata que ela precisava# Era o pagamento inesperado, com )uros, de umempréstimo h' muito esquecido, que ela tinha anulado como um mau débito dois anosantes_ .uitos acontecimentos sincrVnicos no proporcionam respostas to tang!veis aum dilema# Ao contr'rio, usualmente a)udam a resolver proporcionando clarePa

emocional ou insight simb-lico# For e%emplo, fui pressionada por um editor a ter estelivro reescrito por uma pessoa espec!fica, cu)a tarefa seria a de encurtarconsideravelmente o livro e e%pressar as idéias em estilo mais popular# A mensagemno é bastante bom que eu recebera por dois anos dei%ou(me psicologicamentesurrada, e eu estava cansada# Farte de mim, que era como a submissa Ferséfone, estava

 pronta para dei%ar outra pessoa faP&(lo# E eu estava sendo influenciada por um pensamento ansioso de que isso seria bom# urante uma semana cr!tica, ap-s a qual olivro teria sido entregue ao escritor, um acontecimento sincrVnico veio em minha a)uda#+m autor visitante vindo da 4nglaterra, cu)o livro tinha sido reescrito pelo mesmoescritor, em circunstHncias semelhantes, veio a falar com uma de minhas amigas sobre ae%peri&ncia naquela mesma semana# Ele foi o porta(voP daquilo que eu nunca tinha

e%presso em palavras, e contudo sabia intuitivamente o que aconteceria: A alma foi

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tirada do meu livro# Nuando ouvi essas palavras, senti que um insight me fora dado#Ele simboliPou o que aconteceria a meu livro, e isso penetrou em minha ambival&nciae me livrou para agir decisivamente# ontratei meu pr-prio editor de te%to e pus(me aterminar o livro por mim mesma# Ouvi a mensagem daquele acontecimento sincrVnicoforte e claramente# Agradecida pela li"o que me fora proporcionada, lembrei(me do

antigo ditado chin&s que8<e%pressa fé e sincronismo e fun"o transcendente desta forma: Nuando o disc!puloestiver preparado, o mestre vir'# A fun"o do insight criativo é também semelhante àfun"o transcendente# 5o processo criativo, quando no h' por ora nenhuma solu"oconhecida para um problema, o artista(inventor solucionador do problema tem fé emque e%ista uma resposta, e permanece com a situa"o até que a resposta venha# Ocriador est' muitas vePes num estado de tenso elevada# =udo o que pode ser feito ou

 pensado, )' foi feito# A pessoa ento confia num processo de incuba"o, do qual algumacoisa nova pode emergir# O e%emplo cl'ssico é o do qu!mico WeXulé, que descobriu aestrutura da molécula do benPeno# Ele lutou com o problema, mas no pVde resolv&(lo

até que sonhou com uma serpente prendendo a cauda com a boca# 4ntuitivamente sabiaque isso proporcionava a resposta: os 'tomos carbVneos assumiram a forma de c!rculo#epois ele testou e provou que a hip-tese era verdadeira#

e v!tima a hero!naAo pensar sobre a )ornada da hero!na, fiquei impressionada ao ver como a organiPa"odos Alco-latras AnVnimos /AA1 transforma um alco-latra de v!tima em hero!na ouher-i# Os AA evocam a fun"o transcendente e, na pr'tica, proporcionam li"$es decomo tornar(se alguém apto a faPer escolhas#A alco-latra come"a por aceitar que est' num dilema desesperado: no pode continuar a

 beber, e no pode parar# 5esse ponto, em desespero, )unta(se a uma associa"o na qualas pessoas da mesma )ornada a)udam(se umas às outras# iPem(lhe que ela deve invocarum poder maior do que ela mesma para tir'(la dessa crise# Os AA enfatiPam anecessidades de aceitar o que no pode ser mudado, mudar o que puder ser mudado, esaber 86a diferen"a# Ao ensinar a pessoa a viver um dia por veP, os princ!pios dos AA mostramo que é necess'rio quando uma pessoa est' num estado emocional inst'vel e no podever o rumo claramente# >radualmente a alco-latra torna(se uma pessoa apta a faPerescolhas# escobre que a a)uda, vinda de um poder maior que o ego, é acess!vel#escobre que as pessoas podem se a)udar mutuamente e perdoar uma às outras# E ela

descobre que pode ser competente e ter compai%o pelos outros# a mesma forma, a )ornada da hero!na é uma busca de individua"o# For esse caminho, a hero!na podeencontrar, perder e redescobrir o que tem sentido para ela, até que se prenda a essesvalores em todas as espécies de circunstHncias que a testam# Ela pode encontrarrepetidamente o que quer que amea"a venc&(la, até que finalmente termine o perigo de

 perder a sua individualidade#Em meu escrit-rio, tenho um quadro do interior de um n'utilo com cHmaras, que pinteih' muitos anos# Ele enfatiPa o padro em espiral da concha, e é Ytil como lembran"a deque o caminho que tomamos tem muitas vePes a forma de espiral# 5-s giramos atravésde padr$es que nos traPem repetidamente de volta aos arredores de qualquer que se)a anossa problem'tica, e que devemos enfrentar e dominar# .uitas vePes é o aspecto

negativo de uma deusa que pode nos a)udar: uma suscetibilidade para entrar emdepress$es caracter!sticas de eméter ou de Ferséfone* um problema com o modo

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ciumento e a desconfian"a de @era* a tenta"o de ser uma Afrodite prom!scua, ou umainescrupulosa Atenas, ou uma desumana Zrtemis# A vida nos presenteia com repetidasoportunidades de enfrentarmos o que tememos, aquilo de que necessitamos tornar(nosconscientes, ou o que necessitamos dominar# ada veP que giramos ao redor docaminho em espiral para o lugar que nos apresenta dificuldade, esperan"osamente,

ganhamos mais consci&ncia e podemos8responder mais sabiamente na pr-%ima veP* até que possamos finalmente passar atravésdaquele lugar problem'tico em paP e em harmonia com nossos valores mais

 profundos, e no sermos de modo algum afetados negativamente#

O fim da )ornadaO que acontece no fim do mito^ Eros e Fsique esto reunidos, seu casamento érespeitado no monte Olimpo, e Fsique gera uma filha chamada Alegria# Atalantaescolhe as ma"s, perde a corrida, e casa(se com @ipVmenes* A3la via)a pelas estepesda Europa para encontrar outras como ela mesma* termina essa parte de sua narrativa no

2ale dos avalos, com Jondalar como seu companheiro e com a promessa favor'vel deaceita"o pelos outros# Observe que depois de provar sua coragem e compet&ncia, ahero!na no vai cavalgar soPinha ao pVr(do(sol, como o arquet!pico her-i co?bo3# E naunio, na reunio e no lar que a sua )ornada termina#A )ornada da individua"o ( a busca psicol-gica da integridade,( termina na unio dosopostos* no acasalamento interior dos aspectos masculino e feminino da

 personalidade que podem ser simboliPados pela imagem oriental do 3in e 3angcontidas dentro de um c!rculo# ito mais abstratamente e sem designar g&nero, a

 )ornada em dire"o à integridade resulta em ter(se a habilidade de ser ao mesmo tempoativo e receptivo, autVnomo e !ntimo, trabalhar e amar# Esses so aspectos de n-smesmos que podemos vir a conhecer através das e%peri&ncias de vida, aspectos que soinerentes a todos n-s# Esse é o potencial humano com o qual come"amos#

 5os cap!tulos finais de =he 0ello?ship of the ing, as Yltimas tenta"$es de usar o anelforam superadas e o anel do poder foi destru!do para sempre# >anho esse roundsobre o mal, completada a tarefa her-ica, os9;;hobbits voltaram para casa no Shire# Os coelhos de \atership o?n tambémsobreviveram na sua her-ica )ornada de vir para o lar, para sua nova comunidadetranq[ila#=# S# Eliot, em =he 0our Nuartéis, escreve:

 5unca cessaremos de e%plorar#

E o fim de toda nossa e%plora"oSer' chegar aonde come"amosE termos de conhecer o lugar pela primeira veP#C=odos os fins parecem pouco espetaculares ( comparando(se com a vida real# Oalco-latra recuperado pode ter ido ao inferno e voltado agora para reaparecer como

 pessoa s-bria normal# A hero!na que repeliu ataques hostis, reclamou seu poder e lutoucom as deusas pode parecer da mesma forma normal ( em paP consigo mesma# omo alebre em sua casa no Shire, contudo, ela no sabe se ou quando uma nova aventura queuma veP mais testar' seu ser se anunciar'# Nuando chega a hora de dar alta aos

 pacientes, quando o trabalho que )untos fiPemos termina, penso em mim mesma comoalguém que os acompanhou num dif!cil e significativo aspecto de suas )ornadas# hegou

a hora de continuarem por si mesmos# =alveP eu me uni a eles quando estavam entre acruP e a espada# =alveP eu os a)udei a encontrar o caminho que tinham perdido# =alveP

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 permaneci com eles por algum tempo numa passagem sombria# Frincipalmente, eu osa)udei a ver com mais clarePa e os a)udei a faPerem suas pr-prias escolhas#

 5o momento em que termino de escrever e chego ao final deste livro, espero que possater sido sua companheira por algum tempo, compartilhando o que tenho aprendidocom voc&, a)udando(a a ser uma pessoa apta a faPer escolhas no decorrer de sua pr-pria

 )ornada pessoal#

C# =# S# Eliot, 0our Nuartéis# @arcourt Brace Jovanovich, 5e? TorX, /sem data1, p# 7#9;CBibliografia f AA.S, ichard, \atership o?n# Avon BooXs, 5e? TorX, publicadoem acordo com .acmillan, C<7# A+ED, Jean .#, =he lan ofthe ave Bear# BantamBooXs, 5e? TorX, em acordo com ro? Fublishers, C6C#A+ED, Jean .#, =he 2alle3 of @orses# ro? Fublishers, C6I# =ODW4E5, D# # #,=he 0ello?ship oft he ing =rilog3# Ballantine BooXs, 5e? TorX, em acordo com@oughton .ifflin, C7#

9;IAF54ENuem é quem na mitologia gregaAfrodite: eusa do amor e da belePa, conhecida pelos romanos como 2&nus# 4nfielesposa de @efesto, o alei)ado deus da for)a, ela teve muitos romances e muitos filhosdevido às suas numerosas rela"$es amorosas: Ares, o deus da guerra* @ermes, o deusmensageiro, e Anquises, pai de Enéias /de quem os romanos diPem que sodescendentes1#Eles foram alguns de seus mais not'veis amantes# a deusa alqu!mica#Apolo: =ambém conhecido como Apolo pelos romanos, o elegante deus do sol e das

 belas artes, medicina e mYsica# Era um dos doPe deuses ol!mpicos, filho de `eus eDeto, e irmo g&meo de Zrtemis# Algumas vePes também referido como @élio#Aquiles: @er-i grego da guerra de =r-ia, que foi protegido por Atenas#Ares: Ou .arte, como era chamado pelos romanos, era o belicoso deus da guerra# +mdos doPe deuses ol!mpicos, Ares era filho de `eus e @era# e acordo com @omero,ele foi menosprePado por seu pai por parecer(se com a me# Ares foi amante deAfrodite, com quem teve tr&s filhos#Zrtemis: A quem os romanos chamavam iana, era a deusa da ca"a e da lua# Era umadas tr&s deusas virgens, filha de `eus e D& to, e irm g&mea de Apoio, deus do sol#9;8Atalanta: .ulher mortal que se destacou como ca"adora e corredora# com a a)uda das

tr&s ma"s de ouro de Afrodite, foi derrotada numa corrida a pé por @ipVmenes,que a ganhou como esposa#Atenas: onhecida como .inerva pelos romanos# Era a deusa da sabedoria e das artes,

 patrona de sua cidade homVnima Atenas, e protetora de numerosos her-is# +sualmenteretratada usando coura"a e conhecida como a melhor estrategista na batalha#econheceu um s- genitor, `eus, mas foi considerada também a filha da s'bia .étis, a

 primeira esposa de `eus# Era uma deusa virgem#rono: Ou Saturno /romano1# +m tit e o filho mais )ovem de >éia e +rano, quecastrou seu pai e se tornou o deus l!der# .arido de éia e pai de seis dos deusesol!mpicos /@éstia, eméter, @era, @ades, Fos!don, `eus1, que engoliu quandonasceram# 0oi sucessivamente dominado por seu filho mais )ovem, `eus#

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eméter: onhecida pelos romanos como >eres# eméter é a deusa do cereal ou daagricultura# Em seu mito mais importante, a &nfase est' em seu papel como me deFerséfone# Era uma deusa vulner'vel#ioniso: onhecido como Baco entre os romanos, o deus do vinho e do &%tase, comquem mulheres adoradoras anualmente procuravam obter comunho nas montanhas,

através de divers$es ou orgias#Eros: eus do amor, também conhecido entre os romanos como Amor# .arido deFsique#>éia: eusa da terra# .e e esposa de +rano, pais dos =its#@ades: Ou Fluto, governador do 4nferno, filho de éia e rono, marido(raptor deFerséfone, e um dos doPe deuses ol!mpicos#9;9@écate: eusa das encruPilhadas, que olhava em tr&s dire"$es# Era associada com oestranho e o misterioso, e foi uma personifica"o da bru%a s'bia# @écate era associadacom Ferséfone, a quem acompanhou quando a )ovem retornou do 4nferno, e com adeusa da lua Artemis#

@efesto: onhecido pelos romanos como 2ulcano, é o deus da for)a e patrono dosartesos# 0oi o marido enganado de Afrodite, e o filho alei)ado ou de pé torto re)eitado

 por @era#@era: =ambém conhecida como Juno pelos romanos# Era a deusa do casamento# omoesposa oficial de `eus, era a deusa de mais alta posi"o social no monte Olimpo# 0ilhade rono e éia, era também a irm de `eus, e dos outros deuses ol!mpicos da primeiragera"o* retratada por @omero como megera ciumenta, e reverenciada em sua adora"ocomo deusa do casamento# +ma das tr&s deusas vulner'veis, ela personifica o arquétipoda esposa#@ermes: .ais conhecido pelo seu nome romano .ercYrio# Era o mensageiro dosdeuses, o deus patrono do comércio, comunica"o, via)antes e ladr$es# Ele conduPia asalmas ao @ades* foi enviado por `eus para traPer Ferséfone de volta a eméter# =eveum romance com Afrodite e foi ligado a @éstia no lar e nos rituais do temploreligioso#@éstia: =ambém conhecida como a deusa romana 2esta, a deusa virgem da lareira e amenos conhecida dos deuses ol!mpicos# Seu fogo tornava sagrado o lar e o templo#Fersonifica o arquétipo do si(mesmo#Faris: Fr!ncipe de =r-ia, concedeu a ma" de ouro inscrita para a mais bela a Afrodite,que a ofereceu a @elena, a mulher mais bela do mundo, como subomo# Farislevou @elena consigo para =r-ia, instigando dessa maneira a guerra de =r-ia, porque ela

 )' estava casada com .enelau, rei grego# , * *

9;7N+AO AS E+SAS ODk.F4AS /continua"o1eusa=ipos psicol-gicos )unguianos ificuldades psicol-gicas0or"asZrtemis 5ormalmente e%trovertida 5ormalmente intuitiva 5ormalmente carinhosaAtenas 5ormalmente e%trovertidaefinitivamente refle%iva,( 5ormalmente sens!vel@éstia efinitivamente introvertida

 5ormalmente sens!vel 5ormalmente intuitiva@era 5ormalmente e%trovertida

 5ormalmente carinhosa 5ormalmente sens!velificuldades psicol-gicas istHncia emocional, crueldade, rancor#

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istHncia emocional, astYcia, carente de empatia#istHncia emocional, car&ncia social#iumenta, vingativa, rancorosa, inabilidade de abandonar um relacionamentodestrutivo#@abilidade no estabelecimento e realiPa"o dos ob)etivos, independ&ncia, autonomia*

amiPade com as mulheres#@abilidade de pensar corretamente, de resolver problemas pr'ticos e estrategiPar* formaalian"as s-lidas com os homens#@abilidade de apreciar a solido* de ser espiritualmente criativa#@abilidade de manter os compromissos assumidos durante toda a vida* fidelidade#eméter 5ormalmente e%trovertida 5ormalmente carinhosaFerséfone 5ormalmente introvertida 5ormalmente sens!velAfrodite efinitivamente e%trovertida efinitivamente sens!velepressiva, desgastada, dependente como agente de nutri"o, gravideP no plane)ada#epressiva, manipuladora, voltada para o fantasioso#elacionamentos sucessivos,

 promiscuidade, dificuldadeem considerar as conseq[&ncias#@abilidade de ser maternal e nutridora de outros* generosidade#@abilidade de ser receptiva* de apreciar imagina"o e sonho* potencial para habilidades

 ps!quicas#@abilidade de apreciar o praPer e a belePa* de ser sensual e criativa#

>A2ES, obert, =he >reeX .3ths# Fenguin, 5e? TorX, C<(C6I#/Originalmente publicado em C771# >A2ES, obert, =he \hite >oddess# 0arrar,Straus >irou%, 5e? TorX, C6;# /Originalmente publicado em C961#>+=@4E, \# W# #, =he >reeXs and =heir >ods# Beacon Fress, Boston, C7;#@AAS, .oses, org#, >reeX rama# Bantam, 5e? TorX, C6I# /Originalmente

 publicado em C71#@A.4D=O5, Edith, .3tholog3# Dittle, Bro?n, Boston, C9I#@A4SO5, Jane Ellen, .3tholog3# @arcourt Brace Jovanovich, 5e? TorX, C8#/Originalmente publicado em CI91# @ES4O, =eogon3# 4n @esiod, =he +niversit3 of.ichigan Fress, Ann Arbor, .ichigan, C7#@O.E, =he 4liad# +niversit3 of hicago Fress, hicago, C7C#=he @omeric @3mns# Spring, 4rving, =e%as, C<#JA.ES#E# O# /Ed?inOliver1, =he ult of the .other >oddess# =hames @udson,

Dondon, England, C7#

WEE5T4, #, =he @eroes ofthe >reeXs# =hames @udson, Dondon, C7#WEE5T4, #, =he >ods ofthe >reeXs# =hames @udson, 5e? TorX, C<#/Originalmente publicado em C7C1#WEE5T4, Warl, Athene: 2irgin and .other# Spring, `urich, S?itPerland, C<6#WEE5T4, Warl, >oddesses ofthe Sun and .oon# Spring, 4rving, =e%as, C<#.ATESO5, Fhilip, lassical .3tholog3 in Diterature,Art, and .usic# \ile3, 5e?TorX, C<#.O5A>@A5, Fatr!cia, =he BooX of >oddesses and @eroines# utton, 5e? TorX,C6C#O==O, \alter 0#, =he @omeric >ods# =hames @udson, 5e?TorX, C<#/Originalmente publicado em C791#

SFE=5AW, harlene, Dost >oddesses of Earl3 >reece: A G#ollection of Fre(@.enic .3tholog3# Beacon Fress, Boston, C6C#

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/Originalmente publicado em C<61# \ADWE, Barbara >#, =he \omanGs Enc3clopedia of .3ths and Secrets# @arper o?, San 0rancisco, C68#`4..E.A5, J# E#,ictionar3of lassical .3tholog3# BantamBooXs, 5e? TorX,C<6# /Originalmente publicado em C91#

9C;I# Fsicologia arquet!pica /psicologia anal!tica )unguiana1BET, Fatr!cia, =he ape of emeterQFersephone and 5eurosis# Spring, C<7#BA\AT,Watherine,@estiaandAthenaintheAnal3sisof\omen# 4n?ard Dight 9C, nIC,C<6#DAE.O5= E AS=4DDEJO, 4rene, Wno?ing \oman# FutnamGs Sons, 5e?TorX,C<8# Fublicado para a # ># Jung 0oundation 0or Anal3tic Fs3cholog3#E.E=AWOFO+DOS, Stephanie A#, @estia, >oddess ofthe @eart: 5otes on anOppressed Archet3pe, Spring, C<# E.E=AWOFO+DOS, Stephanie A#, Dife Stage =heor3, >erontological esearch,and the .3tholog3 ofthe Older \oman: 4ndependence, Autonom3, and Strength#

Anima 6, nI I,C6I, O\545>, hristine, Fersephone in @ades# Anima 9, nIC,C<<#O\545>, hristine, orning to =erms ?ith @era# Nuadrant CI, n I,C<#O\545>, hristine, >oddess: .3thological 4mages ofthe 0eminine#rossroad, 5e? TorX, C6C#O\545>, hristine, >oddess Sent .adness# Fs3chological Ferspectives, CI, nII,C6C#O\545>, hristine, ome elebrate ?ith.e# Anima , ns l, C6I# ED4AS(B+==O5, Waren, Athena and .edusa: A \omanGs .3th#Anima 7, n7 I,C<#>ODE5BE>, 5aomi #, Archet3pal =heor3 after Jung# Spring, C<7#@ADD, 5or, =he .oon and the 2irgin: eflections on the Archet3pal 0eminine# @arper o?, 5e? TorX, C6;#@A45>, .# Esther, =he \a3 ofAll \omen# FutnamGs, 5e? TorX, C<8#@A45>, .# Esther, \omanGs .3steries: Ancient and .odern# Bantam, 5e? TorX,C<8# Edi"o brasileira Os mistérios da mulher, Edi"$es Faulinas, So Faulo, C67#@A45>, .# Esther, =he 2alue and .eariing of epression# Fs3chologicalFerspectives CI, n I,C6C#@E4SDE, 2erda, 4ndividuation through .arriage# Fs3chological Ferspectives l, nI,C<;#@4DD.A5, James, Anima# Spring, C<8#

@4DD.A5, James, Anima 44# Spring, C<9#@4DD.A5, James, =he ream and the +nder?orld# @arper o?, 5e? TorX, C<#@4DD.A5, James, AnanXe and Athene# 4n0acing the >ods, Spring,4rving, =e%as, ,C6;#[email protected], James, org#,0acingthe >ods# Spring, 4rving, =e%as, C6;#JO@5SO5, obert, She: +nderstanding0eminine Fs3cholog3# @arper o?, 5e?TorX, C<<# /Originalmente publicado em C<1#J+5>, Emma, Animus and Anima# Spring, 5e? TorX, C# /Originalmente publicadoem C7<1#J+5>, # ># =odas as refer&ncias às obras de Jung foram tomadas da ollected \orXs

of # ># Jung, editada por Sir @erbert ead, .ichael 0ordham, and >erald Adler,Bollingen Series I;, Frinceton +niversit3 Fress, Frinceton, 5# J#

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J+5>, # >#, =he Fractice of Fs3chotherap3# \, vol# C,C#J+5>, #>#, =?o Essa3s on Anal3tic Fs3cholog3# \, vol# <,C#J+5>, # >#,AlchemicalStudies# \, vol C8,C<#J+5>, # >#,Archet3pes ofthe ollective +nconscious# \, vol# , Fart l, C6#J+5>, # >#, Fs3chological =3pes# \# vol# ,C<C#

J+5>, # >#, e WE5T4, #, Essa3s on a Science of .3tholog3: =he .3ths oftheivine hild and theivine .aiden, Bollingen Series II# @arper o?, 5e? TorX,C8# /Originalmente publicado em C91#WE5T4, #, `eus and @era: Archet3pal 4mage of 0ather, @usband and \ife,Bollingen Series 7# Frinceton +niversit3 Fress, Frinceton, 5# J#, C<7#WE5T4, #, Eleusis: Archet3pal 4mage of .other and aughter#SchocXen, 5e? TorX, C<<# /Originalmente publicado em C<1#WE5T4, Warl, A .3thological 4mage of hildhood: Artemis# 4n 0acing the >ods,org# por James @illman# Spring, 4rving, =e%as, C6;#W4WSET, Barbara, @estia: A BacXground of Fs3chological 0ocusing# 4n0acing the>ods, org# por James @illman# Spring, 4rving, =e%as,C6;#

WOD=+2, Barbara BlacX, @estiaQ2esta# Nuadrant C;, n I,C<<#WO=S@54>, Elined Fr3s, \omanhood in .3th and Dife# 4n?ard Dight 8I, ns <7,C#DA+B(5O2AW, Waren, eflections on Art and .3sticism# Anima I, C<#DEO5A, Dinda Schierse, =he \ounded\oman:@ealing the 0ather(aughterelationship# Shambhala Fublications, olo, C68# /Originalmente publicado em C6C1#DOW@A=, ussell A#, Eros in Danguage, .3th, and ream# Nuadrant CC, ns l,C<6#DOO.4S, .ar3, A 5e? Ferspective for JungGs =3polog3: =he Singer( Doomis4nventor3 of Fersonalit3# Journal ofAnal3tical Fs3cholog3 I<, ne l, C6I#9CIDOO.4S, .ar3, e S45>E, June, =estingthe Bipolarit3 Assumption in JungGs=ipolog3# Journal ofAnal3tical Fs3cholog3 I7, n 9,C6;#D+WE, @elen, .#, =he Ferennial 0emiiiine# Far'bola 7, ns 9,C<6#.ADA.+, ené, =he AmaPon Froblem# Spring, C<C#.A==OO5, .ar3 Ann, Jungian Fs3cholog3 in Ferspective# 0ree FressQ.acmillan, 5e? TorX, C6C# .OOE, torn, Artemis and the Fuer# 4nFuerFapers#Spring, 4rving, =e%as, C<#

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SFE=5AW, harlene, Froblems ?ith Jungian +ses of >reeX >oddess .3tholog3#Anima , nN l, C<#

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oubleda3, 5e? TorX, C6I# S=A45ES, >raham* =arvis, arol e Ja3aratne, =# E#, =heNueen BeeS3ndrome, in =he 0emale E%perience, dos editores de Fs3cholog3=oda3# ., el .ar, alif-rnia, C<8# S=E45E., >loria, Outrageous Acts andEver3da3 ebellions# @olt,

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org# por 2ivian >ornicX e Barbara W# .oran# BasicBooXs, 5e? TorX, C<C1#9C9# Fsicologia geral /importante para este livro1E4WSO5, EriX, hildhood and Societ3, IS ed# 5orton, 5e? TorX,C8# 0E45S=E45, A# avid, Fersonal .3tholog3 as a Faradigm 0or a@olistic Fublic Fs3cholog3# American Journal ofOrthops3chiatr39, nI I,C<# 0E+, Sigmund, =he StandardEdition ofthe Fs3chilogical \orXs of Sigmund 0reud, org# por J# Strache3# @ogarth Fress, Dondon# >A5E, Earl # e@all, ichard # \#, =he Frofessional StressS3ndrome# Fs3chosomatics II, ns 6,C6C# >E5D45, Eugene =#, 0ocusing# BantanBooXs, 5e? TorX, C6C#/Originalmente publicado em C<61# @A4S, .arX, =eaching is a 0orm of Doving#Fs3cholog3 =oda3,setembro de C<8# JAT5ES, Julian, =he Origin ofonsciousness in theBreaXdo?noftheBicameral .ind# @oughton .ifflin, Boston, C<# DE245SO5, aniel, =he Seasonsofa .anGsDife# Ballantine, 5e? TorX,C<# 5E+>A=E5, Bernice D#, org#, .iddle Age and Aging: A eader inSocial Fs3cholog3# +niversit3 of hicago Fress, hicago, C6# .E=`5E, alph,Wno? Tour =3pe# oubleda3, 5e? TorX, C<# OSE5=@AD, obert, =he

F3gmalion EffectDives# Fs3cholog3 =oda3,setembro de C<8# OSE5=@AD, obert e Jacobson, Denore, F3gmalion in thelassroom:=eacher E%pectation and Fupi2s 4ntellectual evelopment# @olt,inehart \inston, 5e? TorX, C6# 4@AS, .# # /.ar3 aroline1, enteringin Fotter3, Foetr3, andthe Ferson# \esle3an +niversit3 Fress, .iddleton, onnecticut,C<7# /Originalmente impresso em CC1# SA0A5(>EA, es3, @o? to+nblocX# Fs3cholog3 =oda3, )aneirode C<6# S@EE@T, >a[,Fassages:Fredictable rises ofAdultDife# utton, 5e?

TorX, C<<# =E55O2, oroth3, Dove and Dimerence: =he E%perience ofBeing inDove# Stein a3, Briarcliff, .anor 5e? TorX, C<#

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9C<k54E Fr-logo à edi"o brasileiraCI Fref'cioC< Agradecimentos

I; 4ntrodu"o: @' deusas em cada mulher 87 C# As deusas como imagens interiores7; ? I# Ativando as deusas8 ( 8# As deusas virgens: Zrtemis, Atenas e @éstia<6 9# Zrtemis: deusa da ca"a e da lua, competidorae irmCC 7# Atenas: deusa da sabedoria e das artes, estrategista e filha do paiC76 # @éstia: deusa da lareira e do templo, mulher s'bia e solteironaCC <# As deusas vulner'veis: @era, eméter eFerséfone

C 6# @era: deusa do casamento, do compromisso eesposaI8< # eméter: deusa do cereal, nutridora e meI<7 C; Ferséfone: a )ovem e rainha do 4nferno mulher