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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES CURSO DE LETRAS A DISTÂNCIA Linda Mary Brito Ribeiro As diferenças sociais e culturais entre o sertão e a cidade em Cante Lá Que eu Canto Cá de Patativa do Assaré. CAMAÇARI NOVEMBRO 2013

As diferenças sociais e culturais entre o sertão e a ... · Canto Cá” de Patativa do Assaré para realizar uma reflexão sobre um tema latente na obra, as diferenças sociais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

CURSO DE LETRAS A DISTÂNCIA

Linda Mary Brito Ribeiro

As diferenças sociais e culturais entre o sertão e a cidade em Cante Lá Que

eu Canto Cá de Patativa do Assaré.

CAMAÇARI

NOVEMBRO 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

CURSO DE LETRAS VIRTUAL

LINDA MARY BRITO RIBEIRO

As diferenças sociais e culturais entre o sertão e a cidade em Cante Lá Que eu Canto Cá de

Patativa do Assaré.

Artigo apresentado ao Curso de Letras a Distância da

Universidade Federal da Paraíba, como requisito para

a obtenção do grau de Licenciado em Letras.

Professora orientadora: Odjane da Silva Lima Melo

CAMAÇARI

NOVEMBRO 2013

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Linda Mary Brito Ribeiro

As diferenças sociais e culturais entre o sertão e a cidade em Cante Lá Que eu Canto Cá de

Patativa do Assaré.

Artigo apresentado ao Curso de Letras a Distância da Universidade Federal da Paraíba, como

requisito para a obtenção do grau de Licenciado em Letras.

Data de aprovação: ____/____/____

Banca examinadora

____________________________________________________________________________

Orientadora: Odjane da Silva Lima Melo

____________________________________________________________________________

Examinador: Jefferson Cardoso Oliveira

____________________________________________________________________________

Examinador: Eveline Alvarez dos Santos

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família, irmãos e amigos, pela força e pelas palavras de

incentivo sempre na hora certa e, em especial aos meus filhos Eder e Adler por muitas vezes

me fazer ausente, privando-nos dos momentos em família, sem contar nas diversas vezes que

me viram chorar e reclamar, mas ali estavam eles sempre do meu lado me apoiando e me

incentivando a prosseguir.

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu bom Deus, por se fazer presente em todos os momentos da minha

vida, me dando discernimento para superar os desafios que se apresentaram nesta jornada. As

minhas queridas professoras, Ângela Tavares (tutora presencial) que esteve presente desde o

início do curso, com suas palavras de incentivo e encorajamento, emprestando-me seu tempo,

sua paciência e seu conhecimento e Odjane Melo (orientadora do TCC), pela confiança em

mim depositada e por sua valiosa orientação, tornou possível a realização deste sonho,

estando sempre disponível a esclarecer minhas dúvidas, me encorajando a seguir,

proporcionando a minha pessoa, força e garra para vencer, estando sempre disponível, até nos

seus dias de lazer, sábado, domingo, e feriados, com suas doces palavras e sabias colocações,

apresentando meus erros para que eu fizesse as correções, os quais eu tinha o maior prazer em

refazer. Um obrigado especial a vocês.

Tenho grande satisfação em agradecer a tutora Ana Cristina Moreira, que também se

fez presente nessa minha história, sendo tutora do primeiro semestre em que agradeço a sua

valiosa colaboração.

Aos professores e tutores da UFPB, que também contribuíram na formação dos meus

conhecimentos acadêmicos, ajudando-me a construir minha própria ponte.

Agradeço a minha chefe e amiga Teresinha, por sua compreensão por muitas vezes,

me ceder seu espaço, possibilitando o acesso ao laboratório de informática para as realizações

das minhas atividades. E a todos que direta ou indiretamente contribuíram para minha

formação acadêmica.

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo principal refletir a respeito da dicotomia campo x cidade,

abordada pelo poeta Patativa do Assaré em sua célebre obra “Cante Lá Que eu Canto Cá”,

analisando também, a figura do homem sertanejo do campo e a da cidade, apresentando

elementos que permitem ao poeta do campo cantar com propriedade o seu amado Sertão. Por

meio da revisão bibliográfica, buscamos embasar este trabalho em que, através de uma leitura

atenta e sistemática de livros, artigos, revistas entre outras fontes, nos proporcionou conhecer

as diferentes contribuições disponíveis, acerca da temática rural, urbana e cultural, termos

corriqueiros em nosso trabalho. Assim, para cantar o Sertão, como demonstra o eu-lírico do

cordel trabalhado, fazendo crítica ou, até mesmo falando da cultura local, não é suficiente

apenas conhecer o cenário, é preciso fazer parte dele.

Palavras-chave: Literatura de Cordel. Sertão. Campo. Cidade.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 8

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 10

2.1 A Oralidade e a Literatura popular: breve passeio histórico .......................................... 10

2.2 Cordel: uma literatura nordestina ................................................................................... 12

2.3 Patativa de Assaré: um representante da poesia sertaneja .............................................. 14

3. O CAMPO VERSUS A CIDADE: ANÁLISE DO CORPUS .............................................. 16

4 . CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 22

5. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 23

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1 INTRODUÇÃO

Produzir uma obra literária de cunho popular é uma forma de propagar a cultura e o

conhecimento, muitas vezes transformando em história o cotidiano e as vivências de um

determinado povo, em um determinado lugar e em um determinado tempo, seja este ato

intencional ou não.

Patativa do Assaré, poeta que com maestria, produz obras que trazem em seu cerne as

diferenças culturais e sociais, apresenta-nos o cotidiano de um povo simples e ao mesmo

tempo forte, expondo através de sua poesia e linguagem simples e atrativa a vida do sertanejo,

propagando assim, a cultura.

A linguagem simples, aliada a literatura popular e à própria vivência do poeta com o

Sertão e suas adversidades, o tornam capaz de cantar em versos e com propriedade o lugar de

seu conhecimento. A partir do questionamento acerca das diferenças, principalmente cultural

e social, que muitas vezes separam os nordestinos, ditos do campo e da cidade, surgiu a

necessidade de entendermos como essa diferença é cantada em versos por um poeta tão

expressivo como Patativa do Assaré. Nesta perspectiva, a obra “Cante lá que eu canto cá”, do

referido poeta, trouxe-nos um material poético indispensável ao entendimento do problema.

Corroborando com isso Brito (2010) nos afirma que entrando em contato com a poesia

popular, o poeta percebe que pode explicar o mundo a partir de versos, levando em

consideração o que ouvisse e o que sentisse. Isso seria uma forma de extravasar sentimentos

muitas vezes oprimidos por uma falta de oportunidade de ser ouvido. A literatura de cordel,

além de tudo, viabiliza a chance de pessoas simples serem poetas que cantam seu povo, sua

história, sua peleja.

O método escolhido para esse trabalho foi a revisão bibliográfica, através da leitura

atenta e sistemática de livros, sites, artigos, entre outras fontes, que nos proporcionou

conhecer as diferentes contribuições disponíveis sobre o tema abordado, servindo de suporte

para o desenvolvimento do estudo.

Esta pesquisa de caráter qualitativo toma como corpus a obra, “Cante Lá Que Eu

Canto Cá” de Patativa do Assaré para realizar uma reflexão sobre um tema latente na obra, as

diferenças sociais e culturais entre o sertanejo e o homem urbano.

O texto ora mencionado, aborda as diferenças entre a vida sertaneja e a da cidade. A

primeira tida como sofrida e a segunda mais abastarda. Alguns fatores os diferenciam, o

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político,o social, o climático,o financeiro são alguns. A realidade urbana contrapõe-se a

realidade do homem sertanejo, pelo fato de ter acesso a alguns benefícios sociais, tais como:

educação, cultura, lazer, mas não teve o prazer de conhecer de fato o que vivencia o homem

nordestino do campo. Pois, enquanto o sertanejo come o que planta e ensina o que vivencia na

sua prática diária, o homem das grandes cidades, quer dizer, o poeta urbano, não tem o

mesmo prazer de associar a prática à sua realidade.

Este estudo tem o propósito de identificar os traços culturais e sociais presentes na

obra mostrando como essas diferenças influenciam na distinção entre o urbano e o rural, bem

como, apresentar a literatura popular com uma função bem definida: a de manter viva a

cultura e as tradições na memória do povo. Para tanto escolher o tema, determinar os

objetivos e escolher a metodologia foram importantes para o início da escrita desse trabalho

A leitura da obra de pesquisadores como Antônio Iraildo de Brito, Luis da Câmara

Cascudo, entre outros cordelistas tornou-se importante para a realização de um estudo sobre a

oralidade e a literatura popular, elos inseparáveis, para chegarmos ao Cordel, esta que é

considerada a “literatura Nordestina”. Assim, falar sobre Patativa do Assaré fez-se

fundamental no percurso de nosso estudo, não esquecendo sua extrema importância dentro do

cenário aqui abordado, para então, fazermos a análise da obra aqui supracitada.

Para entendermos esse processo, partimos de um estudo sobre a oralidade e a literatura

popular, elos inseparáveis, para chegarmos ao Cordel, esta que é considerada a “literatura

Nordestina”. Assim, falar sobre Patativa do Assaré fez-se fundamental no percurso de nosso

estudo, não esquecendo sua extrema importância dentro do cenário aqui abordado, para então,

fazermos a análise da obra aqui supracitada.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A Oralidade e a Literatura popular: breve passeio histórico

O surgimento da Literatura Popular está ligado à história da humanidade quando a

escrita ainda não existia, as histórias eram narradas oralmente, passando de geração para

geração, mantendo viva assim, a história cultural e a identidade da humanidade e traduzindo

seus valores e crença.

As crenças advêm da oralidade, que já marca sua presença há muitos anos atrás.

Contadas pelo povo e criadas pelos mesmos, passando de geração em geração, se espalhando

de um lugar para outro e assim se destacando. As crenças eram utilizadas para várias

situações no contexto popular, faziam uso dessas crenças aqueles que queriam descarregar os

fluidos negativos, para conseguir casamento, rezas para curar mal olhado entre outros. Como

as crenças, os contos, também foram ganhando seu espaço, pois esses eram narrados no

intuito de divertir fazendo menção de assuntos sobrenaturais que transmitiam mistérios, mas

também contados com fatos reais. Os provérbios, as advinhas, quadra popular, entre outros, se

deram a partir da oralidade do povo. Segundo Guerreiro (1983:7),

A obra literária oral começa por ter um autor letrado ou iletrado; depois de boca

cedo se torna anônima.(...) Mantém-se o tema fundamental, mas os acidentes

mudam e de tal sorte se pode afirmar que, a cada exibição, a peça se recria, o que

não significa que ganhe sempre em perfeição. Só neste sentido a temos por coletiva;

por outras palavras: uma sucessão de variantes em que muitos colaboram, cada um

por sua vez, sem lhes pôr assinatura. E assim se perpetuam, atualizando-se os temas

universais (GUERREIRO, 1983:7).

A expressão oral veio desde a pré-história e da idade antiga, mas teve destaque no

período medieval. Eram produzidos por pessoas iletradas, que tinham características artistas

por conta de suas produções serem gravadas na memória. As discussões acerca da cultura

popular e a oralidade contribuíram para se atingir uma maturidade e inserir a oralidade nas

perspectivas históricas atuais. Os debates reduziram preconceitos, criados pela classe letrada.

Na atualidade, é comum que as culturas orais sejam caracterizadas não como inferiores, mas

como diferentes e com uma lógica própria, com uma coerência interna que pode ser tão sólida

quanto a escrita.

Cascudo (2006. p. 27), afirma que “a literatura oral é poderosa e vasta, alcança os

lugares mais distantes e diferenciados do globo, entrelaçando a humanidade com histórias,

costumes, crenças e manifestações artísticas que não seriam possíveis de numerar”. Neste

sentido, mesmo com as inúmeras dificuldades de estudo sobre o assunto, as produções não

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possuem documentação, já que não se apresenta na forma escrita, sendo difícil para qualquer

pesquisador compreender onde e quando determinada cantiga ou anedota foi criada e, apesar

de possuir um público imenso, não possui o nome de um autor sequer, tornam-se cada vez

mais necessárias pesquisas que aprofundem a temática e insiram a literatura oral em debates

acadêmicos.

A escrita tem os seus primeiros registros encontrados em paredes de cavernas. Tais

registros demostravam os anseios, medos e vivência dos povos que os conceberam. Dando

ênfase a necessidade de transmissão da identidade e da história dos habitantes locais, ou seja,

os populares. A respeito da literatura oral e popular, Silva (2004) em seu livro Teoria da

Literatura discorre que:

a designação de literatura popular é equívoca, dada a polissemia do termo

"popular". Deste modo, numa perspectiva romântico-tradicionalista, literatura

popular significa "aquela literatura que exprime, de modo espontâneo e natural, na

sua profunda genuinidade, o espírito nacional de um povo, tal como aparece

modelado na particularidade das suas crenças, dos seus valores tradicionais e do

seu viver histórico” [...]. Assim conclui-se que a literatura oral deu ênfase a

literatura popular, embora a mesma não fosse apreciada pelos intelectuais da época

por conta disso ficou muito tempo sem valorização (SILVA, 2004. p.117)

A literatura popular tem várias modalidades como cantigas, poemas, cordel repentes

entre outros. Esse tipo de literatura vem da integração entre os indivíduos e se realiza em

momentos de lazer, trazendo situações do cotidiano, que envolvem sentimentos e emoções.

Existem controvérsias, na Literatura Popular, no que diz respeito às diferenças entre

literatura popular e a erudita, pois o popular vem do povo, pertencentes às pessoas que são

consideradas de pouca cultura e a erudita é o oposto da literatura popular, compreende-se que

é decorrente de muito estudo e muita leitura. Segundo Ferreira (2000, p. 277) “erudita é

definida como instrução vasta e variada decorrente de estudo e muita leitura” enquanto que o

popular é o oposto de erudito segundo sua etimologia, onde Ferreira (2000, p.545) nos diz

que “ popular é tudo que é rude ou rudimentar, pertencente às pessoas que são consideradas

de pouca cultura”.

Na realidade, quando se tenta chegar a uma definição de literatura popular, não se

consegue chegar a um consenso. Percebe-se que esse tipo de manifestação já percorre séculos

e transforma uma pessoa não letrada ou que não possua um grande conhecimento literário em

alguém competente a desenvolver um trabalho cultural dentro de uma sociedade.

A produção oral sempre foi caracterizada como um texto de muitas vozes, de muitos

autores, pela tradição da transmissão oral. Segundo Da Matta, (1997. P.143)

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o mundo é abertamente brincado e cantado por todos, porque todos contam suas

próprias histórias e descobrem que estão inseridos numa mesma sociedade e

mundo, porque é através da voz, da música e das brincadeiras que a história é

cantada e brincada.

A literatura oral representa o conhecimento de um povo, seja ele letrado ou não. Este

conhecimento tem foco na experiência de vida, religiosidade, memória, costumes, entre outros

aspectos. Assim seria impossível falar de literatura oral e popular sem lembrarmos a forma

mais “popular” da literatura popular: o cordel.

2.2 Cordel: uma literatura nordestina

A literatura de cordel, conhecida como uma das mais representativas expressões da

cultura popular, tem sua origem na Europa e aqui chegou, via Portugal, com os colonizadores.

As primeiras histórias impressas, vindas de Portugal, faziam parte de um conjunto de

requisições manuscritas que compunham o “Catálogo para exame dos livros para saírem do

Reino com destino ao Brasil” e destinavam-se à Real Mesa Censória1 a quem competia

deliberar sobre a autorização, uma vez que toda matéria impressa, para atravessar o Atlântico

rumo à Colônia, estava sujeita ao parecer de um censor, que conferia ou não a licença.

Segundo a Revista Educare iseib (2005) quando esses títulos chegavam ao Brasil sofriam

adaptações, aproximando-os das narrativas orais, já que se destinavam a um público composto

por analfabetos, na sua maioria. A originalidade criadora do cordelista transformavam as

matrizes dos cordéis portugueses, adequando-os ao cotidiano do povo brasileiro. Formas fixas

preservavam uma regularidade, criando uma propensão ao conservadorismo. A questão

formal tornou-se de vital importância para reconhecimento da

O cordel, antes de qualquer outra coisa, é fruto da oralidade. Foi através das narrativas orais,

contos e cantorias que surgiram os primeiros folhetos, tendo a métrica, o ritmo e a rima como

seus elementos formais, extremamente marcantes nessa literatura.

O cordel é uma modalidade impressa de poesia, que já foi muito estigmatizada, mas

atualmente é bem aceita e respeitada, tendo, inclusive, um órgão destinado à seus estudos a

Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Devido ao linguajar despreocupado,

1 1 Criada a 5 de Abril de 1768, a Real Mesa Censória tinha, como principal objetivo, examinar as obras que

circulassem pelo Reino e proceder a uma escolha daquelas que, em Portugal, poderiam ser lidas sem ameaça de

prejuízo para a política do Marquês de Pombal.

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regionalizado e informal utilizado para a composição dos textos essa modalidade de literatura

nem sempre foi respeitada, e já houve até quem declarasse que essa literatura chegaria ao fim.

literatura de cordel: a versificação, a sonoridade, a seleção vocabular determinavam a arte e

técnica da produção popular.

Sobre o assunto, Santos (1995) escreve:

Pode parecer difícil distinguir o imenso conjunto das narrativas de tradição oral

(contos tradicionais) daquelas oriundas da tradição escrita – livros populares

tradicionais, contos, lendas e outros relatos de diversos países, transmitidos pela

literatura infanto-juvenil, ou ainda pelos romances e novelas do século XIX e início

do século XX, que foram publicados em folhetins ou em livros, ou recriadas pela

novela de televisão. Descobertos por um poeta popular que os “traduz” em folheto,

versejando e recriando na língua e na poética popular (p.36).

Na época que o cordel se origina, as pessoas, por não existir outro tipo de diversão, se

reunião formando uma grande quantidade de pessoas com destino a feira, lugar onde os

artistas apresentavam seus cordéis, uma das apresentações que chamava a atenção era a dos

poetas que declamavam suas histórias, para facilitar na memorização, contavam por partes os

seus versos, era um momento de lazer, já que os livros custavam caros, além de poucos, por

conta de ser produzidos manualmente, sendo escrito um por um, dificultando o acesso para

muitos.

Uma característica marcante na literatura de cordel é o estilo poético, impressa em

folhetos ilustrados com xilogravuras, essa modalidade de poesia recebeu esse nome pelo

modo que são apresentados aos públicos em feiras livres e mercados populares pendurados

em cordões. Inicialmente eles eram apresentados em malas e tabuleiros desmontáveis e

vendidos pelos portugueses. Esse tipo de literatura ainda é muito divulgado principalmente

nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceara e Alagoas, seus exemplares geralmente são

vendidos pelos próprios autores que narram em seus poemas fatos do cotidiano como, por

exemplo, política, enchentes, secas, milagres entre outros diversos temas. O cordel é muito

confundido com o repente que é outra forma de literatura popular, embora um seja semelhante

ao outro, um cordel pode se transforma no repente ou vice versa.

Cordel e cantoria podem ser considerados duas expressões artísticas gêmeas, pois uma

e outro tem a mesma fonte: são essencialmente de cunho oral. Apesar da literatura de cordel

se apresentar na forma escrita, as duas são declamadas.

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O cordel veio para o Brasil trazido pelos colonizadores portugueses e que apesar de

estar presente em todo país é no Nordeste brasileiro que encontramos sua raiz. O fato é que a

literatura popular sempre foi vista como algo prosaico, ou melhor, algo que não merecia

destaque em relação a obras de grandes artistas renomados. É obvio que cada artista tem a sua

importância, pois a arte não tem barreiras, porém sabemos que a literatura popular não recebe o

mesmo valor que as obras canônicas. Pode-se observa esse fato no seguinte trecho.

A denominação “poesia popular” foi muitas vezes associada a um número certo de

representações negativas que a situam ao lado da literatura menor, em oposição à

Literatura. As conotações mais recorrentes que lhe são conferidas são aquelas da

simplicidade dos temas abordados e das ideias tratadas, facilidade de versificação e

banalidade das rimas, ingenuidade dos sentimentos expressos, falta de originalidade

e criatividade, pobreza de vocabulário, riqueza estilística limitada simbólica

indigente.(GRIGNON; PASSERON apud ASSARÉ, 2007, p.17).

O cordel nasce na região mais castigada do Brasil, mas muitos representantes

desconhecidos conseguem transformar em arte o que antes era apenas sofrimento. É um

popular que representa a vida de um povo que, antes desconhecido, se faz conhecer pela voz

de poetas que se fizeram conhecer e respeitar, não só no Nordeste, mas em todos Brasil. Hoje,

pode-se afirmar que esse gênero literário já saiu das feiras e ruas e conquistou os espaços

acadêmicos, principalmente o das escolas. Muitos professores utilizam o cordel para o

desenvolvimento de oficinas de escritas. Proporcionando a interação de crianças e jovens com

a literatura de cordel, favorecendo assim a valorização da cultura da região, berço da nação

brasileira: o Nordeste.

2.3 Patativa de Assaré: um representante da poesia sertaneja

Não resta dúvida que a poesia de Patativa do Assaré é de cunho popular. Isso é

percebido pela linguagem empregada, as referências sofridas, o contexto de produção, que a

caracteriza como um gênero da literatura popular.

A obra do poeta cearense Patativa do Assaré, tem como uma de suas principais

características a interpretação do espaço no qual viveu durante toda sua vida. As temáticas e

conflitos encontrados em sua poesia estão intimamente associados ao ambiente ao qual

pertenceu e à sua vivência cotidiana. De seus 93 anos de existência, interrompidos em 08 de

julho de 2002, quase 60 foram dedicados à tarefa de agricultor, trabalhando o pedaço de terra

herdado de seu pai no sertão elevado da Serra de Santana, a 18 quilômetros da sede

municipal, Assaré, localizada na região do Cariri cearense.

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Como bem observou Carvalho (1997, p. 8), Patativa foi o “camponês de mão grossa,

e fina sensibilidade, encontrava na comunhão com a terra a força que seu verso emanava.” A

poesia popular de Patativa é impregnada de força intensa, revelada ora pela permanência de

sua força oral, ora pela distinção em que os poemas são grafados, conservando as

características principais de sua fala.

Na literatura popular brasileira, existem diversos gêneros que refletem bem a vivência

dos nossos poetas populares, especialmente, do nordeste sertanejo, envolvidos em divulgar os

problemas, bem como a beleza e luta do povo nordestino. Um dos mais famosos poetas do

gênero popular que cantou os problemas nordestinos é, sem dúvida, Patativa de Assaré.

Como nos diz Debs (2010. p.24 ) “Patativa do Assaré abordou com propriedade, paixão e

sensibilidade a vida nordestina, a qual é transformada na síntese e no vínculo entre a dura

realidade sertaneja e o mundo exterior”. Daí a constatação: o que faz a força e o sabor da

poesia de Patativa do Assaré é, sem dúvida, esse vínculo indestrutível entre o poeta, o sertão e

o público.

A obra de Patativa aconteceu entre o início e o fim do século XX, período

significativas transformações na região Nordeste. Mudanças ocorridas das novas relações que

se estabeleciam na sociedade brasileira foram retratadas na obra literária. Sua poesia de

caráter oral passou a ser divulgada via rádio, logo após, foi impressa e gravada por ícones

musicais.

Aconteceu através do rádio não só a passagem da palavra do oral à escrita, mas o que

concretizou-se que um material eletrônico amplificasse o que antes era ouvido apenas por

poucos sertanejos. Dali em diante, Patativa e sua obra tornam-se um produto midiático.

Segundo Feitosa:

Patativa do Assaré é mídia porque é também a soma dos produtos poéticos que

criou, estando essas marcas significativas de sua vida pontuadas nas narrativas que

fazem sua poética. (…) Ele é mídia porque está atento às coisas do mundo, porque

se coloca como tradutor e mediador desse mesmo mundo e porque se expõe, fazendo

publicidade de si, de sua obra e de sua “missão” como poeta. (FEITOSA, 2005, p.

250).

Segundo Leonardeli (2009. p. 41), muitos poetas nordestinos, principalmente nas

cantorias e pelejas, utilizavam a oralidade como fonte de transmissão das produções literárias.

A adoção da escrita, que se inicia por volta do século XVIII, abre uma nova perspectiva a

esses poetas. Esses textos impressos receberam o nome de cordel. O gênero poético impresso

foi usado como uma forma de registro das performances artísticas a fim de aumentar a renda

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dos repentistas com a venda de folhetos, feita em praça pública ou feira livre. Essas poesias

foram adaptadas nos aspectos literários e formais e se adequaram à escrita.

Patativa de Assaré não deixa escapar a relação profunda que possui com a memória

coletiva e com a oralidade. A poesia popular encontra-se naturalmente ligada aos trabalhos

cotidianos, articulando-se, dessa forma, à vida social. Patativa se fez poeta dentro desse

universo. A oralidade em Patativa está presente nas fontes, na transmissão e na memória dos

seus versos, apesar de sua obra ter ganhado o suporte da escrita.

De acordo com Brito (2009. p. 49) o que se constata na poesia de Patativa de Assaré é

que há um eu-poético o qual se permite o próprio sertanejo falar. Falar do seu jeito: na língua

“matuta”. De modo que ele não imita a linguagem popular para fazer dela um mero artefato

estilístico. Bebendo das duas fontes, o poeta não fez dessa forma de expressão motivo de

zombaria ou estranheza, mas a fez instrumento legítimo de expressão.

3 O CAMPO VERSUS A CIDADE: ANÁLISE DO CORPUS

Debruçando-nos sobre o poema Cante lá que eu canto cá, é perceptível que o autor ao

produzi-lo teve como objetivo mostrar as diferenças sociais e culturais do povo nordestino em

relação às pessoas dos grandes centros. Já a partir do título da obra, o poeta começa a

preparar o leitor para um desafio, onde vamos perceber diferenças entre os poetas urbano e

sertanejo.

Cante lá que canto cá.

Fazendo uso de uma figura de linguagem que expressa oposição, a antítese,

representada através dos termos lá/cá, sabiamente o poeta nos convida a entrar em um jogo de

palavras demonstrando seguidos argumentos que sintetizam algumas diferenças entre as

pessoas dos grandes centros e as ditas do interior.

Medeiros (2009 p.7) afirma que a outra face da profunda identificação do eu lírico

com o espaço, o sertão, e tudo que lhe diz respeito é certa desconfiança quanto aos forasteiros,

quer dizer, os de lá, a quem, segundo a autora, falta qualificação para cantar o sertão. Esta

afirmação fica clara no seguinte trecho:

Poeta, cantô da rua,

Que na cidade nasceu,

Cante a cidade que é sua,

Que eu canto o sertão que é meu.

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O poema retrata ainda, as dificuldades encontradas pelo sertanejo em ser reconhecido

pelo que faz e vivencia o seu dia a dia. Desta forma, o eu-lírico descreve os benefícios em

manusear com sabedoria tudo que Deus o ensinou, ou seja, enquanto o homem nas grandes

cidades tem acesso a muitas ciências, o sertanejo vive das experiências em manusear a terra e

provar de tudo que ela possa lhe dá.

Se aí você teve estudo,

Aqui, Deus me ensinou tudo,

Sem de livro precisa

Por favô, não mêxa aqui,

Que eu também não mexo aí,

Cante lá, que eu canto cá.

A educação, outro fator relevante dentro do poema, é por vezes retratada por Patativa

do Assaré. Enquanto que os que vivem da Ciência não podem afirmar que não há

conhecimento de mundo, nem sabedoria no povo sertanejo, por não possuírem uma educação

formal, o poeta reflete o seguinte:

“Você teve inducação,

Aprendeu munta ciença,

Mas das coisa do sertão

Não tem boa esperiença.

Nunca fez uma paioça,

Nunca trabaiou na roça,

Não pode conhecê bem,

Pois nesta penosa vida,

Só quem provou da comida

Sabe o gosto que ela tem.

É visível como a obra retrata o conflito social e cultural, tão vivo na realidade

nordestina. Colocando que a essência da produção poética sobre o sertão tem que partir da

realidade vivida e sentida e não da imaginação do que se pensa ser a vida do homem

sertanejo.

Pra gente cantá o sertão,

Precisa nele mora,

Te armoço de fejão

E a janta de mucunzá,

Vive pobre, sem dinhêro,

Trabaiando o dia intero,

Socado dentro do mato,

De apragata currelepe,

Pisando inriba do estrepe,

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Brocando a unha-de-gato.

Patativa de Assaré traz na sua lira autenticamente rústica e com uma dose de

agressividade o retrato da vida dura que leva o povo nordestino, contrastando com as

oportunidades oferecidas pela vida urbana.

Ao poeta sertanejo resta apenas a linguagem rude, sem uso das normas ortográfica e

gramatical, mas que mesmo sem o domínio da língua culta consegue fazer poesia, fazendo das

dificuldades enfrentadas inspiração para realizar sua produção poética, como é percebido no

verso abaixo.

Você é muito ditoso,

Sabe lê, sabe escrevê,

Pois vá cantando o seu gozo,

Que eu canto meu padecê.

Inquanto a felicidade

Você canta na cidade,

Cá no sertão eu infrento

A fome, a dô e a misera.

Pra sê poeta divera,

Precisa tê sofrimento.

Estabelecendo uma dicotomia entre cidade e campo, Patativa fazia diferença entre os

espaços urbano e rural, dos quais optou por este último para torná-lo próprio. Assim,

proclamando através de sua poesia, as desigualdades entre a vida no campo e a vida na

cidade, seriam fatores de acesso diferenciado a formas de auto-realização e de acesso ao

poder.

O desconhecimento da vida sertaneja, na questão de uma vivência prática, impede que

a poesia produzida por um poeta urbano, retrate com propriedade o sertão e sua gente.

Sua rima, inda que seja

Bordada de prata e de ôro,

Para a gente sertaneja

É perdido este tesôro.

Com o seu verso bem feito,

Não canta o sertão dereito,

Porque você não conhece

Nossa vida aperreada.

E a dô só é bem cantada,

Cantada por quem padece.”

Repare que a minha vida

É deferente da sua

A sua rima pulida

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Nasceu no salão da rua.

Já eu sou bem deferente,

Meu verso é como a simente

Que nasce inriba do chão;

Não tenho estudo nem arte,

A minha rima faz parte

Das obra da criação

Com uma linguagem poética e determinada, o poeta não se restringe a qualquer espaço

geográfico. Ele apresenta o Sertão como próprio, único, que apenas pode ser cantado em

versos por quem o vive e jamais recriado em outro contexto. Medeiros (2009, p. 9 ) afirma

ainda, que “é nesse aspecto que Patativa do Assaré impõe-se como criador literário, autor de

uma obra que não se limita a fornecer o retrato pitoresco do sertão”. Com essas palavras,

Medeiros nos diz que Patativa alimenta em seu poema um sertão expressivo e peculiar,

apresentado e trabalhado como um espaço real e imaginário, unicamente pelos seus.

No fragmento a seguir, mostra que, enquanto o poeta urbano escreve sobre um mundo

fantasioso, místico e distante do mundo real. O poeta rural escreve sobre o seu universo, sobre

o seu espaço vivido. O sertão é a fonte de composição de suas rimas.

Tem tanta coisa incantada,

Tanta deusa, tanta fada,

Tanto mistéro e condão

E ôtros negoço impossive.

Eu canto as coisa visive

Do meu querido sertão.

Canto as fulô e os abróio

Com toda coisas daqui:

Pra toda parte que eu óio

Vejo um verso se buli.

Se as vez andando no vale

Atrás de cura meus males

Quero repará pra serra,

Assim que eu óio pra cima,

Vejo um diluve de rima

Caindo inriba da terra.

No trecho a seguir, o poeta continua a descrever o contraste existente entre o universo

do poeta do sertão e do poeta urbano. E para isso, o eu lírico compara as “facilidades” na vida

do poeta urbano com as “dificuldades” vivenciadas por ele. Entretanto ao ler o trecho nota-se

que o autor fala do sua realidade com afeto e emoção, valorizando seu ambiente natural como

fonte inspiradora de sua poesia, mas não deixando de denunciar as dificuldades e

desigualdades sociais que existem entre essas duas realidades.

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E da poêra do caminho,

Quando a ventania vem,

Pois você já tá ciente:

Nossa vida é deferente

E nosso verso também.

Repare que deferença

Iziste na vida nossa:

Inquanto eu tô na sentença,

Trabaiando em minha roça

Você lá no seu descanso,

Fuma o seu cigarro manso,

Bem perfumado e sadio;

Já eu, aqui tive a sorte

De fumá cigarro forte

Feito de paia de mio.

Você, vaidoso e facêro,

Toda vez que qué fumá,

Tira do bôrso um isquêro

Do mais bonito meta.

Eu que não posso com isso,

Puxo por meu artifiço

Arranjado por aqui,

Feito de chifre de gado,

Cheio de argodão queimado,

Boa pedra e bom fuzí.

O poeta do sertão conhece de perto a realidade do sertão, portanto tem autoridade de

falar sua realidade, ele pode tanto enumerar os problemas sofridos pelo povo sertanejo quanto

exaltar as belezas naturais e as asperezas que estão ao seu redor. Já o poeta urbano não

conhece de perto a realidade do sertão e por viver em uma realidade diferente, ele não pode

falar, segundo o eu lírico, daquilo que desconhece. Para o eu lírico, cada um deve falar

daquilo que vivencia, daquilo que realmente conhece. Isso está em evidencia nos versos a

seguir:

Aqui findo esta verdade.

Toda cheia de razão:

Fique na sua cidade

Que eu fico no meu sertão.

Já lhe mostrei um ispeio,

Já lhe dei grande conseio

Que você deve toma.

Por favô, não mêxa aqui,

Que eu também não mexo aí,

Cante lá que eu canto cá.

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Segundo Brito , nesse sentido, o que se constata na poética de Patativa é que há um eu

poético que permite ao próprio sertanejo falar. Falar do seu jeito, na língua “matuta” de

modo que ele não imita a linguagem popular para fazer dela um mero artefato estilístico.

Bebendo das duas fontes, o poeta não fez dessa forma de expressão motivo de

zombaria ou estranheza, mas a fez instrumento legítimo de expressão, como uma voz que

exige respeito e valorização às expressões que nascem da experiência do povo. Mas para

tanto o poeta teve que trabalhar muito, afinar a melodia de seu canto exercita a linguagem e

fortalecer as “asas” para alçar voos seguro nos campos da poesia. Isso principalmente desde

aquele dia em que recebeu o nome de pássaro.(Brito, 2010, p.70).

O poeta finaliza o poema com bastante autonomia, firmeza essa, de quem fala com

propriedade sobre aquilo que vive e faz, e fica o conselho, para ser bom poeta é preciso

vivenciar e como diz o poema “Cante Lá Que Eu Canto Cá”

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4 CONCLUSÃO

A poesia de Patativa do Assaré, este considerado doutor honoris causa por várias

universidades, mesmo sem possuir uma educação formal, é escrita a partir da vivência do

poeta com sua gente e sua cultura, É um grande cenário que nos revela a identidade de um

povo castigado por adversidades e mazelas que afetam diretamente o homem do campo.

Calejados de sofrimento, os homens do campo que muitas vezes não tiveram a

oportunidade de uma educação formal, tem a sabedoria que os homens urbanos, mesmo com

toda sua educação, não a têm. Pois, a sabedoria aqui referida, só a possui quem passa pelas

experiências locais e culturais do dia a dia.

Patativa do Assaré com seu vocabulário sertanejo carregado com um sotaque bem

definido por cantar a vivência nordestina, faz uma crítica social fundamentado em suas

experiências e mostrando, a diversidade cultural nordestina em oposição à zona urbana,

levantando a “bandeira” do povo local.

Ainda através da análise da obra, percebemos que nem tudo no sertão é sofrimento,

apesar da seca e do trabalho duro. O poeta consegue extrair em meio a tamanha desigualdade,

felicidade e sabedoria, mostrando que mesmo com grandes diferenças existentes no social e

cultural entre o homem do campo e o homem da cidade, o poeta rural é abençoado. Este faz

parte de um cenário natural, onde apenas ao olhar ao redor, a poesia “salta-lhe aos olhos e à

mente”.

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5. REFERÊNCIAS

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BRITO. Antônio Iraildo de. Poética Sertaneja. Aspecto do Sagrado em Patativa do Assaré.

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Editora, 2003.

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Editora 2003.b

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revisada e ampliada. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 2000

GRIGNON; PASSERON apud ASSARÉ, 2007, p.17.

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