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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE INDAIATUBA CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA DE COMÉRCIO EXTERIOR FERNANDA NASCIMENTO BIZERRA As exportações brasileiras e o uso do regime aduaneiro especial de Drawback INDAIATUBA-SP 2015

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE INDAIATUBA

CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA DE COMÉRCIO EXTERIOR

FERNANDA NASCIMENTO BIZERRA

As exportações brasileiras e o uso do regime aduaneiro especial de

Drawback

INDAIATUBA-SP

2015

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE INDAIATUBA

CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA DE COMÉRCIO EXTERIOR

FERNANDA NASCIMENTO BIZERRA

As exportações brasileiras e o uso do regime aduaneiro especial de

Drawback

Trabalho de Graduação apresentado por Fernanda

Nascimento Bizerra como pré-requisito para

conclusão do Curso Superior de Tecnologia em

Comércio Exterior, da Faculdade de Tecnologia de

Indaiatuba, elaborado sob a orientação da Profª.

Renata Pierri Lucietto Rossetto.

INDAIATUBA-SP

2015

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE INDAIATUBA

CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA DE COMÉRCIO EXTERIOR

FERNANDA NASCIMENTO BIZERRA

Banca avaliadora:

Renata Pierri Lucietto Rossetto Orientadora

Thiago Braz Avaliador externo

Ricardo Sérgio Neiva Nóbrega Avaliador interno

Data da defesa: 02/12/2015

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus primeiramente pelo dom de vida que me concedeu, por ter iluminado

o meu caminho durante todos estes anos, pela proteção, pelo companheirismo e por ter me

fortalecido nos momentos mais desanimadores que passei ao longo desta jornada

universitária.

Agradeço a esta universidade, seu corpo docente, direção е administração que

oportunizaram minha formação acadêmica.

Agradeço а todos os professores que se dedicaram a transmitir seus conhecimentos

acadêmicos e suas experiências pessoais. Por terem influenciado de forma positiva e

agregativa em meu processo de formação profissional, dando-me a oportunidade de aprender.

A minha orientadora Renata, pelo suporte no pouco tempo que lhe coube, pelas suas

correções e incentivos.

Agradeço aos meus pais, familiares e meu namorado, pelo apoio e paciência. A meus

amigos e colegas que fizeram parte da minha formação. E agradeço especialmente a minha

querida tia que me incentivo a fazer este curso, e conhecer a área de comércio exterior.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о meu muito

obrigado.

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"O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo.

Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas

admiráveis." (José de Alencar)

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RESUMO

Frente internacionalização das economias globais, os empresários brasileiros se confrontam

com a necessidade de inserir-se no comércio internacional, buscando novos mercados

compradores, melhoria de qualidade, ganho de status e marketing, entre outros benefícios

proporcionados pela internacionalização. Porém, visto que a competição do mercado

internacional é acirrada, verifica-se a importância e o cuidado que o exportador deve ter ao

formular seu planejamento e suas estratégias para ganhar mercado, para isto, é primordial

conhecer seus concorrentes, seus possíveis fornecedores e clientes, a cultura dos países alvos

e as normas e leis regidas nestes países. Porém um empecilho ao aumento da competitividade

de um produto pode ser causado pelo seu preço de venda no exterior, mas uma alternativa

para contornar e melhorar o preço, é o uso do regime de Drawback. Apesar de ser conhecido,

muitas empresas ainda encontram dificuldades para administrá-lo corretamente. Diante deste

fato, este estudo monográfico tem por objetivo esclarecer o que é o regime aduaneiro de

Drawback, como ele funciona, quais são suas modalidades, quais são os benefícios

proporcionados, entre outras informações. Para evidenciar a vantagem deste regime no

terceiro capítulo é apresentado um estudo de caso com uma empresa do ramo automotivo. Por

meio do estudo de caso haverá a conexão da problematização com sua a possível solução.

Palavras-chave: Drawback; Exportações; Comércio internacional.

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ABSTRACT

Front internationalization of global economies, Brazilian entrepreneurs are confronted with

the need to be inserted in international trade, buyers looking for new markets, improving

quality, status and marketing gain, among other benefits provided by internationalization.

However, as the competition in the international market is fierce, there is the importance and

care that the exporter should have to formulate their planning and strategies to win market, for

this, it is essential to know your competitors, your possible suppliers and customers the

culture of the target countries and the norms and laws governed these countries. But a

hindrance to increasing the competitiveness of a product may be caused by its selling price

abroad, but an alternative to bypass and improve the price, is the use of Drawback regime.

Despite being known, many companies still find it difficult to manage it properly. Given this

fact, this monographic study aims to clarify what is the customs regime of Drawback, how it

works, what are its forms, what are the benefits provided, among other information. To

demonstrate the advantage of this system in the third chapter presents a case study with an

automotive company. Through the case study will be the connection with his questioning the

possible solution.

Keywords: Drawback; Exports; International trade.

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Lista de Figuras

TABELA 1: Exportação por Fator Agregado……...………………………………...………17

TABELA 2: Balança Comercial: Valores Históricos Anuais………………………………..19

ILUSTRAÇÃO 1: Processo de Drawback Integrado suspensão.............................................28

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Lista de Gráficos

GRÁFICO 1: Exportações brasileiras 2014/2015...................................................................18

GRÁFICO 2: Importações brasileiras 2014/2015...................................................................18

GRÁFICO 3: Saldo Comercial 2014/2015.............................................................................18

GRÁFICO 4: Participação no Comércio Exterior...................................................................20

GRÁFICO 5: Principais grupos de produtos exportados pelas Micro e Pequena Empresas

2011 – Participação % em valor...............................................................................................20

GRÁFICO 6: Principais grupos de produtos exportados pelas Médias Empresas 2011 –

Participação % em valor...........................................................................................................20

GRÁFICO 7: Principais grupos de produtos exportados pelas Grandes Empresas 2011 –

Participação % em valor...........................................................................................................21

GRÁFICO 8: Exportações brasileiras por porte de empresa – 2011 Participação % em

valor..........................................................................................................................................21

GRÁFICO 9: Principais entraves (%).....................................................................................22

GRÁFICO 10: Principais entraves inerentes à empresa..........................................................24

GRÁFICO 11: Potencial de Importações por componentes (em pçs)....................................34

GRÁFICO 12: Total Saving e Cash flow (por imposto).........................................................35

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Lista de Quadro

QUADRO 1: Principais situações de concessão do regime especial de Drawback.................26

QUADRO 2: Órgãos que concedem AC.................................................................................27

QUADRO 3: Modalidades de Drawback.................................................................................31

QUADRO 4: Tributos abrangido conforme modalidade de Drawback...................................32

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LISTA DE ABREVIATURAS

AC – Ato concessório

AEB - Associação de Comércio Exterior do Brasil

AFRMM - Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante

CFOP - Código Fiscal de Operações e Prestações

CNI - Confederação Nacional da Indústria

COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados II – Imposto de Importação

DECEX – Departamento de Operações de Comércio Exterior

FMI – Fundo Monetário Internacional

FATEC-ID – Faculdade de Tecnologia de Indaiatuba

ICMS – Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviço de Transporte

Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação PIS – Programa de Integração Social

MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul

PIS/PASEP – Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do

Servidor Público

RFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil

SECEX – Secretaria de Comércio Exterior

SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior

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Sumário

INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 12

CAPÍTULO I ......................................................................................................................................... 15

1. CENÁRIO DO COMÉRCIO EXTERIOR.................................................................................... 15

1.1 A importância da exportação para um país ................................................................................. 15

1.2 A Exportação Brasileira .............................................................................................................. 17

1.3 Os desafios dos exportadores brasileiros..................................................................................... 21

1.3.1 Breve Histórico .................................................................................................................... 21

1.3.2 Entraves às exportações brasileiras ...................................................................................... 22

CAPÍTULO II ....................................................................................................................................... 25

2. DRAWBACK ............................................................................................................................... 25

2.1. Finalidade ................................................................................................................................... 25

2.2. Habilitação no Regime ............................................................................................................... 27

2.3. SISCOMEX WEB ...................................................................................................................... 27

2.4. Modalidades ............................................................................................................................... 27

2.4.1 Drawback integrado suspensão ............................................................................................ 27

2.4.2 Drawback integrado isenção ................................................................................................ 29

2.4.3 Drawback restituição ............................................................................................................ 30

2.4.4 Submodalidades - Operações Especiais ............................................................................... 31

2.5. Tributos Abrangidos ................................................................................................................... 32

2.6. Prazo de vencimento .................................................................................................................. 32

CAPÍTULO III ...................................................................................................................................... 33

3. ANÁLISE E ESTUDO DE CASO.................................................................................................33

3.1. KSPG AG ................................................................................................................................... 33

3.1.1. KSPG Automtive Ltda no Brasil ....................................................................................... 34

3.2. Estudo de caso – Divisão Kolbenschmidt ................................................................................. 34

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 39

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INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, o mundo estreita seus laços através do processo denominado

globalização, caracterizado pela integração cultural, econômica, social e política entre os

povos. Processo alcançado por meio do aprimoramento dos meios de comunicação, dos meios

de transportes e do desenvolvimento de novas tecnologias.

Através deste movimento global, as nações diminuem seu isolamento e iniciam o

processo de abertura comercial, tornando-se participantes do comércio internacional. Segundo

Sosa (1995, p. 76):

O comércio exterior é a atividade de compra e venda, e de outras

formas de cessão de mercadorias ou bens, normalmente a título

oneroso, e realizado através de pessoas domiciliadas em diferentes

nações, o que inclui transporte e qualquer obrigação de entrega das

mercadorias, bem como seu respectivo pagamento.

Ou seja, o comércio internacional proporciona que os países troquem bens e serviços

entre si, e consequentemente se aprimorem em diversos pontos. Todavia este cenário

caracteriza-se pela alta competitividade do mercado. Com isto, é necessário que os países e

suas determinadas empresas se qualifiquem e se preparem para se inserirem neste mercado

acirrado, buscando se tornar exportadores competitivos.

No Brasil, atualmente observa-se que os empresários brasileiros ainda encontram

dificuldades para se inserir na atividade exportadora, segundo Milton Lourenço (2014),

presidente da Fiorde Logística Internacional, os empecilhos desta operação são acarretados

devido a:

“...tributação excessiva, a deficiência de infraestrutura portuária e de

transporte, a complexidade da legislação, a burocracia e a dificuldade

de acesso a recursos financeiros que limitam a atuação das empresas

exportadoras e daquelas que pretendem entrar ou voltar a atuar na

área”.

Esses entraves à exportação refletem uma imagem negativa aos empresários,

principalmente aos diretores de micro e pequenas empresas brasileiras. Desta maneira, a

atividade exportadora acaba sendo menosprezada, bem como as ferramentas de auxílio a ela.

Dentro estas ferramentas de auxílio às operações de comércio exterior, os empresários podem

utilizar os regimes aduaneiros especiais, que segundo Bizelli (2006), “são mecanismos de

incentivo ao comércio exterior por permitirem a suspensão de tributos federais, estaduais,

municipais, conforme respectivas legislações.” Ou seja, estes regimes não se enquadram na

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norma geral do regime padrão de importação e de exportação, quando se trata da aplicação de

impostos exigidos na compra de bens estrangeiros ou na venda de bens nacionais.

Com isto, o seguinte estudo monográfico tem por objetivo geral esclarecer a

importância das exportações, pontuar os desafios dos exportadores brasileiros e explanar o

regime aduaneiro especial de Drawback, que segundo Schulz (2000 p.70) é definido como

“um mecanismo que objetiva propiciar às empresas produtoras/exportadoras melhores

condições de aquisição de produtos importados a serem utilizados em mercadorias

exportáveis”.

Os objetivos específicos são:

Verificar a posição do Brasil no comércio internacional;

Detalhar o regime aduaneiro especial de Drawback (quais modalidades existem, prazo

de validade, etc);

Identificar quais são os benefícios proporcionados através deste incentivo;

Neste estudo monográfico, serão postos em pauta como problematização dois

questionamentos a serem solucionados, sendo eles:

Como o Drawback pode reduzir custos nas empresas?

Quais são os desafios dos empresários que usam o Drawback?

Visto a dificuldade dos exportadores brasileiros, tem-se a expectativa que o Drawback

possa ser uma grande ferramenta para uma empresa ganhar competitividade e usufruir dos

benefícios da exportação.

O Drawback possibilita a redução dos custos de produção, que repercute

positivamente no preço do produto final, que se tornará mais baixo e competitivo nas

exportações. Porém, os empresários carecem de informações mais minuciosas sobre o regime

e sua valia. Por isto, o estudo irá abordar as peculiaridades do Drawback, para servir de

referência a comunidade empresarial e aos alunos da FATEC-ID.

Neste estudo, serão utilizados como base de referência bibliográfica livros e artigos da

área de comércio exterior, notícias, monografias, pesquisas publicadas pelos órgãos MDIC,

DECEX, SECEX e sites de navegação.

Este trabalho será dividido em três capítulos:

No Capítulo I será contextualizada a importância da exportação para um país, a

posição do Brasil no comércio exterior, e serão pontuados os desafios da atividade

exportadora no Brasil.

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No Capítulo II esclarecerá o regime aduaneiro especial de Drawback, onde serão

levados os dados a respeito da sua aplicatividade, definição de suas modalidades e também

será exemplificado brevemente sua sistemática de funcionamento.

Por fim, no Capítulo III, o trabalho apresentará um estudo de caso, com os dados

cedidos por uma empresa do ramo automotivo que utiliza do regime, havendo apresentação

dos dados comparativos dos custos operacionais obtidos com uso de Drawback.

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CAPÍTULO I

1. CENÁRIO DO COMÉRCIO EXTERIOR

Neste capítulo será abordada a importância da exportação para um país, abrangendo

quais são os benefícios que as empresas exportadoras adquirem com esta operação. Também

será relatada no primeiro capítulo, a atual posição do Brasil em relação ao seu envolvimento

no comércio internacional, por meio da análise de dados recentes sobre o assunto e serão

pontuados os entraves à exportação no Brasil.

1.1 A importância da exportação para um país

De acordo com Vazquez (2001, p.175), a “exportação é a atividade que proporciona a

abertura do país para o mundo”. Na opinião do autor, o contato com o exterior por meio do

comércio com outros países é a porta de acesso para técnicas e conceitos a que não teria

acesso em seu mercado interno.

O autor deixa transparente que a atividade exportadora possibilita que um país se

desenvolva de uma maneira diferenciada em comparação àquela visualizada no mercado

nacional, onde existe a mesma sequência de fluxo, que irá perpetuar quase sem alterações ou

inovações durante sua cadeia produtiva nacional, podendo ou não trazem em alguns períodos

maior lucro às empresas.

Por meio da abertura econômica, consequência da globalização, os países se auto

complementam, trocando bens e serviços que por vezes eles próprios não produzem.

Possibilitando o início das operações de comércio exterior, que segundo Brito (2004, p.139),

colabora com:

A redução dos preços, integração política e econômica com outros

países, trazendo estabilidade (...), crescimento econômico, aumento

da importância política do país em nível internacional, maior

poupança interna decorrente da redução dos preços aos

consumidores e aumento do lucro das empresas, maior acesso a

capitais internacionais.

De maneira que, a integralização internacional efetivamente oferecer uma série de

benefícios aos exportadores, porém as razões que levam uma empresa a tomar a decisão final

de destinar seus produtos para o mercado internacional podem ser diversas e diferencias, em

favor das características e peculiaridades de cada empresa possui. Porém, se podem

mencionar as seguintes vantagens segundo Castro (1998, p. 23):

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Melhorias financeiras: ampliar o capital de giro, reduzir custo financeiro e

melhorar fluxo de caixa.

Marketing e Status: a consolidação da empresa no mercado internacional

representa claro indicador de que os produtos fabricados pela empresa têm

qualidade e preço competitivo. Repercutindo em um status positivo a empresa.

Qualidade: adoção de técnicas de melhoria de produção e relação aos

produtos que serão exportados, consequentemente ocasionar melhoria de

qualidade nos produtos domésticos. Aumentando qualidade, produtividade e

lucratividade.

Redução da instabilidade: as vendas para mais de um mercado (nacional e

internacional), dilui os riscos comerciais e econômicos, caso um dos mercados

seja desestabilizado devido alguma crise momentânea, ou seja, a empresa

exportadora poderá contar com o outro mercado que permanece estável.

Ampliação de mercado e economia de escala: expansão de mercados

compradores (aumento da cartela de clientes); criação de uma economia de

escala, reduzindo custos produtivos durante a fabricação.

Sazonalidade: eliminação da sazonalidade do produto, usando outros

mercados de escoamento.

Melhoria da empresa: com a reestruturação da gestão, formulação de novos

padrões gerenciais e qualificação da mão de obra.

Diminuição da carga tributária: através do uso de incentivos fiscais ou

outros programas do governo. Com isto, o produto torna-se mais barato, com

preço competitivo a ser inserindo no mercado internacional.

Incorporação de novas tecnologias.

Para uma empresa tornar-se exportadora, são necessárias algumas alterações em sua

sistemática, como no sistema de produção, no controle de qualidade, no design do produto,

entre outras mudanças, para atender às exigências do mercado exterior. Porém apesar de todas

as modificações fundamentais, pela observação dos benefícios acima pontuados, se torna mais

vantajoso a inserção neste novo ambiente do que a permanência apenas no mercado

doméstico. Vale destacar também que a internacionalização agrega conhecimentos e

experiências valiosas aos empresários, que se habituarão a lidar com situações delicadas,

ficarão aptos a lidar com a competição acirrada do mercado internacional e poderão preservar

e fortalecer as suas posições no mercado interno.

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1.2 A Exportação Brasileira

Dentre as empresas brasileiras habilitadas no radar da Receita Federal, para operarem

no comércio exterior, 49.575 (MDIC, 2014) são empresas importadoras, enquanto as

empresas exportadoras não chegam a ser metade da quantidade das empresas importadoras

existentes no país. Desde 2005, vem ocorrendo um aumento contínuo de importação de

produtos manufaturados. Segundo dados da AEB (2012), os produtos manufaturados

representam cerca de 51% das importações brasileiras.

Em contra partida, as exportações brasileiras são consistentes em produtos básicos,

que são aqueles com baixo grau de elaboração, que apresentam suas particularidades

próximas ao estado natural. Também são conhecidos como commodities brutas. Podendo se

citar tais como: produtos agrícolas (café em grão, soja em grão, carne in natura, milho em

grão, trigo em grão, etc), grupo minérios (ferro, alumínio, manganês e cobre), petróleo bruto e

entre outras.

As commodities como demonstra a tabela abaixo, detém a maior parte da participação

das exportações brasileiras perante os outros fatores agregados (produtos semimanufaturados

e produtos manufaturados). Porém, são produtos de baixo valor agregado, que tem seu preço à

disposição do mercado internacional, ou seja, por serem negociados em bolsas de valores e

contratos futuros, seus preços são definidos de acordo com a lei da oferta e demanda, por isto,

são vulneráveis a oscilações nas cotações de mercado, consequência das perdas e ganhos nos

fluxos financeiros de cada país. Com isto, o exportador de commodities é apenas um agente

passivo neste contexto.

Tabela 1: Exportação por Fator Agregado

Dezembro-2014/2013 E novembro-2014 - US$ milhões FOB

Fonte: Secex – MDIC (2012)

2014 Part. % Média 2013 Part. % Médiap/média diária

2014 Part. % Média

Básicos 7.635 43,7 347,0 8.798 50,3 419,0 -17,2 6.847 43,8 342,4 1,4

Industrializados 9.404 53,8 427,5 11.629 66,5 553,8 -22,8 8.324 53,2 416,2 2,7

. Semimanufaturados 2.515 14,4 114,3 2.741 15,7 130,5 -12,4 2.330 14,9 116,5 -1,9

. Manufaturados 6.889 39,4 313,1 8.888 50,8 423,2 -26,0 5.994 38,3 299,7 4,5

Op. Especiais 452 2,6 20,5 419 2,4 20,0 3,0 475 3,0 23,8 -13,5

TOTAL 17.491 100,0 795,0 20.846 119,2 992,7 -19,9 15.646 100,0 782,3 1,6

Fonte: SECEX/M DIC.

Dezembro/2014: 22 dias úteis; Dezembro/2013: 21 dias úteis; Novembro/2014: 20 dias úteis.

Dezembro Var. % 2014/13 Novembro Var.% dez-14/nov-14

p/média diária

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Por não poder influenciar o preço dos produtos básicos, o mercado de commodities é

considerado instável, podendo trazer repercussões negativas à balança comercial do país,

como a possibilidade de ocasionar o déficit da balança comercial, que demonstra que o país

está importando mais bens e serviços do que esta exportando.

O déficit a longo prazo gera retração da produção, que leva ao aumento da taxa de

desemprego, afetando o PIB do país, que consequentemente não fica bem visto perante os

outros países, e acaba não atraindo investidores estrangeiros; há aumento na circulação de

produtos importados com preços atrativos, que competem com as mercadorias nacionais,

abalando as empresas nacionais; há o aumento do custo de vida, resultante do aumento da

inflação; entre outras consequências.

Após déficit em 2000, o Brasil vinha apresentando saldo positivo (Saldo =

Exportações – Importações) na balança, porém em 2014, o país apresentou o pior resultado

em 16 anos na balança comercial, manifestando saldo negativo de US$ 3,95 bilhões, sendo

que em 1998, o saldo negativo foi de US$ 6,62 bilhões. Segundo o Governo, esta piora vista

em 2014 foi causada por conta da queda no preço das commodities devido a crise econômica

na Argentina; um dos principais países compradores de produtos do Brasil. E, também, pelos

gastos do país com importações de combustíveis.

Abaixo, podemos observar através dos gráficos as conturbações da balança comercial

em 2014.

0

5000

10000

15000

20000

25000

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

US

$ M

ILH

ÕE

S F

OB

EXPORTAÇÃO BRASILEIRA - 2014/2015

2014

-6000

-4000

-2000

0

2000

4000

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZUS

$ M

ILH

ÕE

S F

OB

SALDO COMERCIAL - 2014/2015

2014 2015

0

5000

10000

15000

20000

25000

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

US

$ M

ILH

ÕE

S F

OB

IMPORTAÇÃO BRASILEIRA - 2014/2015

2014

Gráfico 1: Exportações brasileira – 2014/15 Gráfico 2: Importação brasileira – 2014/15

Gráfico 3: Saldo comercial – 2014/15

Fonte: MDIC

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Através dos gráficos observados, verifica-se que no início de 2015, o Brasil iniciou

mais uma vez o ano, com saldo negativo em sua balança comercial. Sendo o déficit de janeiro

e fevereiro de 2015, respectivamente, de US$ 3,174 bilhões e US$ 2,842 bilhões, acumulando

déficit de US$ 6,016 bilhões. Mais uma vez a piora na balança é ocasionada pela baixa do

preço das commodities. De acordo com o diretor de Estatística e Apoio à Exportação do

Ministério do Desenvolvimento, Herlon Brandão (03/2015, Brasília), a piora também foi

gerada devido a antecipação das vendas externas de soja no começo do ano passado. Brandão

afirma que a safra esta sendo colhida um pouco tarde, todavia crê que em breve haverá

superávit comercial. Ao fim de março/15, como na previsão de Brandão, a balança teve

superávit.

Na tabela abaixo, verifica-se os saldos comerciais apresentados desde 2000 à janeiro

de 2015.

Balança

Comercial Exportação Importação Saldo

2015 13,704 16,878 -3,174

2014 225,101 229,06 -3,959

2013 242,178 239,617 2,561

2012 242,468 223,142 19,438

2011 256,041 226,251 29,79

2010 201,916 181,638 20,278

2009 152,252 127,637 24,615

2008 197,953 173,148 24,805

2007 160,649 120,62 40,039

2006 137,807 91,35 46,457

2005 118,309 73,545 44,764

2004 96,475 62,779 33,696

2003 73,084 48,283 24,801

2002 60,141 47,048 13,093

2001 58,223 55,581 2,642

2000 55,086 55,783 -0,697

Fonte: http://br.advfn.com/indicadores/balanca-

comercial

* Valores em Bilhões de Dólares

Segundo o FMI, o Brasil se manteve como a sétima maior economia do mundo no ano

de 2014, porém, mesmo atingindo este bom desempenho, com relação ao ranking mundial de

participação no comércio exterior, o país encontra-se apenas na vigésima segunda posição,

como mostra o gráfico adiante sua participação foi de apenas 1,3%. Esta baixa porcentagem é

agravada mais uma vez pelo enfoque do país em exportações de produtos básicos, visto que

Tabela 2: Balança Comercial: Valores Históricos Anuais

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20

União Europeia

32%

China 11%

EUA 10%

Japão 4%

Hong Kong 3%

Coréia do Sul 3%

Brasil 1,3%

Demais 36%

os países com maior participação no comércio internacional se destacam pela venda de

produtos manufaturados.

Internamente no Brasil, as empresas com maior índice de participação nas exportações

por valor exportado são as empresas de grande porte, porém, como demonstrado nos gráficos

abaixo, sua pauta de produtos para vender no mercado internacional são os básicos, enquanto

as empresas médias, micro e pequenas vendem produtos com maior valor agregado, mas sua

participação é limitada.

Fonte: CNI-2014

Fonte: MDIC (2011) Fonte: MDIC (2011)

Gráfico 5: Principais grupos de produtos exportados

pelas micro e pequenas empresas2011 –

Participação % em valor

Gráfico 6: Principais grupos de produtos

exportados pelas Médias Empresas 2011 –

Participação % em valor

Gráfico 4: Participação no comércio mundial - 2013

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1.3 Os desafios dos exportadores brasileiros

1.3.1 Breve Histórico

O processo de abertura comercial no Brasil foi tardio em comparação aos atuais países

desenvolvidos, pois até a década de 30, o país manteve seu crescimento baseado unicamente

no modelo agroexportador, ou seja, o Brasil apenas tomou iniciativa de industrializar-se após

as repercussões da crise do início da década de 30. Com isto, a abertura comercial se iniciou

efetivamente a partir de 1990, no Governo do Presidente Fernando Collor de Melo, onde

houve eliminação de diversas medidas protecionistas e incentivos fiscais a importação,

visando trazer tecnologia ao país e permitir que as empresas brasileiras deparassem com a

competição do mercado internacional, objetivando transparecer aos empresários a necessidade

do aprimoramento de seus produtos nacionais, para buscarem melhoria de qualidade e de

preço dos produtos.

Com base na história do Brasil e do seu processo de industrialização, verifica-se que

mesmo após a abertura comercial, o país ainda apresenta um perfil agroexportador, resultante

provavelmente da abundancia de produtos naturais encontrados em seu território, como por

exemplo, a diversidade de frutas e legumes e de ricos minerais. Porém, esta dependência à

exportação de commodities está segmentada na cultural enraizada ao longo da história dos

próprios brasileiros, ou seja, não existe no país uma cultura forte que incentiva à exportação

de produtos com valor agregado.

Outros setores produtivos com valor agregado não chegam a ser tão explorados na

exportação devido também, aos receios que os empresários possuem em relação às

Fonte: MDIC (2011)

Fonte: MDIC (2011)

Gráfico 7: Principais grupos de produtos exportados

pelas Grandes Empresas 2011 – Participação % em valor

Gráfico 8: Exportações brasileiras por

porte de empresa – 2011 Participação %

em valor

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dificuldades encontradas no comércio internacional, seja pelo desconhecimento aprofundado

do mercado no exterior ou pelos entraves operacionais.

1.3.2 Entraves às exportações brasileiras

Buscado discernir quais são os empecilhos às exportações brasileiras, a Confederação

Nacional da Indústria – CNI realizou no ano de 2014 uma sondagem qualitativa elaborada

com o objetivo de identificar os principais entraves ao crescimento das vendas externas

brasileiras.

No gráfico abaixo encontram-se pontuados os principais entraves de acordo com a

pesquisa realizada pela CNI:

Foi apontada em primeiro lugar a taxa de câmbio do país com 46,3% de adesão. Em si,

a taxa se torna um entrave quando encontra valorizada, tornando a moeda nacional mais forte

o que irá estimular a compra de produtos importados.

Gráfico 9: Principais entraves* (%)

Fonte: A pesquisa Entraves às Exportações Brasileiras – CNI (2014)

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Nestes primeiros meses do ano de 2015, a taxa vem se encontrando desvalorizada, ou

seja, estimulando as exportações do país. Porém, a volatilidade do câmbio é ocasionada de

acordo com a lei de oferta e demanda do mercado cambial, sendo imprevisível definir qual

será seu status futuramente, e devido a este cenário de incerteza, os empresários ficam

receosos.

Deve se levar em consideração, também, que a taxa cambial influência na formação de

preço do produto a ser exportado, uma vez que o preço negociado em moeda estrangeira no

momento da venda, pode ser prejudicado devido a diferença das taxas do momento que se

firma a venda e do momento real de pagamento (liquidação do contrato de câmbio). Com isto,

o planejamento da empresa pode ser comprometido.

No gráfico acima, na segunda colocação se destaca burocracia alfandegária/aduaneira

com 44,4%. Os empresários queixam-se respectivamente da liberação de cargas/desembaraço,

pagamento de honorários e taxas aduaneiras, processamento de documentos e parametrização

e inspeção aduaneira de mercadorias.

Em terceiro lugar, ressalta-se a burocracia tributária (28,3%), que afeta a

competitividade externa dos produtos industriais brasileiros. Na pesquisa, o tributo mais

citado foi a Contribuição para a previdência Social (Cota Patronal).

Outros entraves em pauta na pesquisa também são problemáticos, porém os três

primeiros são os mais prejudiciais.

De acordo com o porte da empresa, esses entraves do gráfico podem ter sua ordem

alterada, por exemplo, para as grandes empresas a taxa de câmbio é apontada apenas como o

terceiro problema. Segundo a CNI, o resultado também é diferente para as empresas nas quais

a participação das exportações é elevada (acima de 50,0%).

Verifica-se, então, que são diversos e diferenciados os problemas que os exportadores

se deparam, não limitando-se apenas aos entraves operacionais, mas também relacionado à

infraestrutura, variações nos mercados e taxas de câmbio, burocracia, entraves tributários,

custos logísticos e transportes e às poucas utilizadas linhas de financiamento para

exportações.

Os empresários também enfrentam dificuldades internas que lhes prejudicam. Sendo

pontuadas segundo o gráfico 10, as seguintes principais causas respectivamente: informações

sobre potenciais mercados, adequação do produto e do processo produtivo e contratação de

representante externo, canais de distribuição.

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Com base nos dados acima abordados, verifica-se que o Brasil enfrenta uma séria de

dificuldades relacionadas a atividade exportadora, porém, visto a capacidade do país em

crescer e desenvolve-se, crê-se que o uso dos regimes aduaneiros irá beneficiar e incentivará

mais este processo de industrialização. A entidade MCTI (2012, p.10). Estratégia Nacional de

Ciência, Tecnologia e Inovação 2012 – 2015) destaca o potencial do país com a seguinte

afirmação:

O Brasil, por seu potencial de recursos, avanços em sua capacidade

científica e tecnológica em diversas áreas, dinâmica do seu

mercado interno e pelo grau de desenvolvimento industrial já

alcançado, não pode se contentar em ser um grande exportador de

petróleo, alimentos e minérios.

Ou seja, os empresários devem arriscar novos mercados e produtos de comercialização

para ampliar sua participação global.

Gráfico 10: Principais entraves inerentes à empresa

Fonte: A pesquisa Entraves às Exportações Brasileiras – CNI (2014)

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25

CAPÍTULO II

2. DRAWBACK

O governo brasileiro como intuito de incendiar as exportações no país criou Regimes

Aduaneiros Especiais para facilitar a entrada das empresas no mercado internacional, dentre

eles o Drawback.

2.1. Finalidade

O autor Castro elucida qual é a finalidade do drawback e quais são as razões para o

mesmo ser um dos mais importantes incentivos às exportações brasileiras de produtos

manufaturados, da seguinte maneira:

“O objetivo do Drawback é proporcionar redução nos custos dos

produtos vendidos ao exterior, possibilitando ao exportador brasileiro

competir em igualdade de condições com seus similares de outros

países”.

“A importação, com suspensão ou isenção do pagamento de impostos

e taxas, influirá diretamente na redução do custo final do produto

exportado, visto que itens como I.I. – Imposto de Importação e

AFRMM – Adicional ao Frete para renovação da Marinha Mercante

não permitem sua recuperação pelo sistema de crédito na escrita

fiscal, sendo diretamente agregados ao custo do produto, refletindo

num efetivo incentivo fiscal à exportação. Sob outro prisma, a

dispensa do pagamento dos impostos existentes na importação –

mesmo o ICMS e o IPI que permitem sua recuperação posterior –

significa real incentivo creditício à exportação, pois a empresa

importadora poderá alocar esses recursos em outras atividades,

evitando desembolso antecipado que se constituirá em custo

financeiro adicional. (CASTRO, José Augusto de. Drawback. 4. ed.

Rio de Janeiro: FUNCEX, 1980)”.

Ou seja, o importador ao fazer uso deste regime fica suspenso ou isento de pagar os

tributos que incidentes na operação de importação, com isto ele pode utilizar o saldo

financeiro que não precisou desembolsar em outros projetos ou aplicar em outras áreas de

maior prioridade da empresa. Além disto, o importador ao formular o preço de seu produto

final pode fixá-lo com base nos preços dos outros produtos similares que circulam no

mercado internacional, tornando o produto mais competitivo, visto que teve um ganho

financeiro na operação de importação.

O regime de Drawback foi instituído pelo Decreto Lei nº 37, de 21/11/66, sendo que as

normas que dizem respeito às operações de drawback encontram-se dispostas na portaria da

Secex N° 23 de 14/07/2011. O regulamento aduaneiro, as instruções normativas e os

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26

comunicados de órgãos oficiais (Siscomex, Decex, Órgão anuentes e intervenientes) amparam

também informações sobre as operações deste regime.

“O regime pode ser concedido as seguintes operações que se caracterize como:

I - transformação – a que, exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário,

importe na obtenção de espécie nova;

II - beneficiamento – a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma,

alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto;

III - montagem – a que consiste na reunião de produto, peças ou partes e de que resulte

um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal;

IV - renovação ou recondicionamento – a que, exercida sobre produto usado ou parte

remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para

utilização;

V - acondicionamento ou reacondicionamento – a que importe em alterar a

apresentação do produto, pela colocação de embalagem, ainda que em substituição da

original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte de produto;

(Portaria Secex nº 23, Subseção II Art. 71)”.

No quadro abaixo são descritas as principais situações de concessão do regime:

Quadro 1: Principais situações de concessão do regime especial de Drawback

Fonte: Secex N° 23 de 14/07/2011, Art. 72.

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2.2. Habilitação no Regime

De acordo com as informações dispostas na portaria Secex n° 23/2011, apenas

empresas habilitadas, no Radar da Receita Federal, para operarem no comércio exterior

podem requerer a habilitação no regime de Drawback, sendo que os órgãos competentes que

concedem ao solicitante a aprovação do ato concessório são designados de acordo com a

modalidade optada. Por meio do quadro abaixo, temos a discriminação do órgão oficial e qual

modalidade ele tem a jurisdição para aprovar o requerimento.

Quadro 2: Órgãos que concedem AC

PEDIDOS DE ATOS CONCESSÓRIOS - ÓRGÃOS COMPETENTES

Integrado Suspensão

Integrado Isenção Restituição

Drawback Web (DECEX)

Drawback Web (DECEX) e Banco do Brasil-CGEX RFB

2.3. SISCOMEX WEB

O Siscomex Web é um sistema informatizado como as informações dos atos

concessórios, tanto na modalidade suspensão como na modalidade isenção, sendo que este

sistema esta vinculado com o Siscomex exportação/importação.

De acordo com o MDIC, os dados armazenados no sistema servem de apoio para

efetivação e baixa do ato concessório, ou seja, é um sistema de comprovação.

2.4. Modalidades

O regime de drawback se aplica há três modalidades sendo elas: drawback integrado

suspensão, drawback integrado isenção e restituição, porém existem também submodalidades

do regime.

2.4.1 Drawback integrado suspensão

De acordo com portaria Secex n°23 art.67, o drawback integrado suspensão permite a

suspensão dos tributos incidentes na importação ou na aquisição no mercado interno de

insumos a serem agregados na industrialização de produto a ser exportado.

O regime também se aplica também há mercadorias para emprego em reparo, criação,

cultivo ou atividade extrativistas de produto a ser exportado. Ou também, em caso onde existe

uma empresa fabricante intermediária que fornecerá uma empresa de perfil industrial-

Fonte: Elaboração da autora da monografia, adaptado de dados da Portaria Secex 23/2011.

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Ilustração 1: Processo de Drawback Integrado suspensão

exportadora, que esta por sua vez irá agregar os insumos em seu produto final com destino ao

exterior (drawback intermediário).

Por meio da ilustração abaixo visualizar-se a sistemática da operação desta

modalidade. Primeiramente a empresa precisa apresentar ao Decex por meio do Siscomex

Web, órgão responsável por conceder o direito de uso nesta modalidade e de controlar as

baixas dos compromissos assumidos na suspensão, um plano de exportação. Após o

deferimento da solicitação, a Decex emiti o ato concessório para permitir a aquisição dos

insumos com a suspensão dos tributos. Após adquirir os insumos, a empresa irá utilizá-los na

fabricação de seu produto final. Concluído o processo de fabricação o exportador deve

vincular drawback ao produto final no momento que for efetuar a exportação, atestando

perante a Decex que cumpriu com o compromisso de seu plano. Ou seja, no momento do

faturamento a empresa precisa emitir a nota fiscal com o CFOP de venda de Drawback e

descrever na nota fiscal que o(s) item (s) estão vinculando drawback. Por meio, da

documentação de venda a empresa consegue constar que cumpriu com o compromisso

assumido.

Fonte: Elaboração da autora da monografia, adaptado de dados da Portaria Secex 23/2011.

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2.4.2 Drawback integrado isenção

De acordo com o site da RFB, esta modalidade “consiste na isenção dos tributos

incidentes na importação de mercadoria, em quantidade e qualidade equivalentes, destinada à

reposição de outra importada anteriormente, com pagamento de tributos, e utilizada na

industrialização de produto exportado”.

Ou seja, o importador pode pedir isenção de tributos incidentes na operação de

importação caso tenha anteriormente efetuado uma outra importação sem ter usufruído da

isenção tributária, porém a quantidade e a qualidade de ambas as operações devem ser a

mesma. Destacando que o drawback isenção permite que a reposição de insumos seja

adquirida através do mercado nacional e/ou do mercado internacional (insumos importados).

Os insumos de reposição terão apenas reconhecimento como equivalentes quando

atenderem quatro especificações da Portaria da Secex, sendo elas:

I - Classificáveis no mesmo código da NCM;

II - Que realizem as mesmas funções;

III- Obtidos a partir dos mesmos materiais; e

IV - Cujos modelos ou versões sejam de tecnologia similar, observada

a evolução tecnológica. (Portaria Secex 23/2011. Art 68 $ 2°).

Sua aplicação abrange mercadorias empregadas nos mesmos casos supracitado no

drawback integrado suspensão.

O procedimento desta modalidade consiste nas seguintes etapas de acordo com a

portaria Secex 23/2011:

1° passo: levantamento das informações detalhadas dos produtos de uma empresa.

2° passo: busca de todas as exportações e importações realizadas sem o beneficio do

DB nos últimos dois anos;

3° passo: orientação e confecção do Laudo técnico do processo industrial;

4° passo: empresa nacional solicita abertura de ato concessório para a modalidade

drawback isenção para a Decex. Caso a solicitação seja deferida a empresa pode usufruir da

modalidade.

5° passo: empresa adquiri insumos importados ou do mercado nacional com

recolhimento de tributos;

6° passo: empresa utiliza os insumos adquiridos na fabricação de seu produto final a

ser exportado;

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30

7° passo: no momento da exportação a empresa precisa vincular o drawback isenção.

O procedimento de comprovação consiste na apresentação de vários documentos (nota fiscal

de aquisição interna ou DI dos insumos importados, comprovante de pagamentos dos tributos,

declaração de exportação do produto industrializado, laudo que comprove relação insumo-

produto) ao Decex por meio do Banco do Brasil. Sendo, que o importador nesta modalidade

não tem a obrigação de exportar o produto final, ou seja, ele pode vender o mesmo no próprio

mercado nacional;

8° passo: empresa pode importar ou adquirir insumos do mercado nacional com

isenção dos impostos, sendo que é necessária a comprovação da vinculação do drawback

isenção na exportação anterior.

2.4.3 Drawback restituição

De acordo com o próprio site da SRF esta modalidade praticamente não é mais

utilizada, porém ela ainda existe no ornamento jurídico do Brasil, encontrando-se instituída no

artigo 78 do Decreto-lei nº 37, de 18 de novembro de 1966 da seguinte maneira:

“III – RESTITUIÇÃO, total ou parcial, dos tributos que hajam sido

pagos na importação de mercadoria exportada após beneficiamento ou

utilizada na fabricação, complementação ou acondicionamento de outra

exportada. Art.78.”

Esta modalidade é administrada exclusivamente pela RFB conforme o regulamento

aduaneiro Art. 397, onde é destacada a competência deste órgão em conceder a abrangência

total ou parcial dos tributos pagos na importação de mercadorias que foram industrializadas e

posteriormente exportadas. Esta modalidade é semelhante a modalidade de drawback

integrado de isenção, porém sua diferenciação é que a empresa fez a importação de insumos,

agregou o mesmo em um terceiro produto e seu objetivo era comercializa-lo no mercado

doméstico, todavia por razões comerciais vende o produto a um comprador que se encontra no

exterior. Devido a esta situação imprevista de comercialização, a empresa pode recorrer para

ser restituída do valor dos impostos pagos referente aos insumos importados inicialmente.

Caso houvesse a intenção inicial de importar outras vezes insumos o empresário poderia

utilizar o Drawback isenção.

A modalidade de isenção por ser mais completa serviu para substituir o drawback

restituição, visto que este caiu em desuso por ser aplicado em situações muito ao acaso.

O Art. 398 do regulamento expõe que a restituição dos tributos será feita mediante

crédito fiscal, a ser utilizado em qualquer importação posterior que a empresa efetue.

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2.4.4 Submodalidades - Operações Especiais

Atualmente existe cinco operações especiais de Drawback alocadas entre as

modalidades de Drawback suspensão e isenção conforme a legislação da Portaria N° 23/2011.

A planilha abaixo retrata estas submodalidades e sua aplicação.

Quadro 3: Modalidades de Drawback

Modalidades Drawback

Integrado Suspensão Integrado isenção

Drawback para embarcação

Operação especial concedida para importação de mercadoria utilizada em processo de industrialização de embarcação, destinada ao mercado

interno. (Sedex n°23 - Art. 113 e Art. 136.

Drawback Intermediário (Substituiu o Drawback

Verde-amarelo)

Concedida as empresas fabricantes -intermediários, que importam e/ou

adquirem no mercado interno mercadorias destinadas à

industrialização de produto intermediário a ser fornecido a empresas industriais-exportadoras, para emprego

na industrialização de produto final destinado à exportação. Art.109

Diferencia-se do suspensão devido a aquisição ser utilizada para reposição de mercadoria anteriormente importada ou

adquirida no mercado doméstico. Art.131. Ou seja, seu

objetivo é repor estoque de matérias primas agregadas a produtos já exportados pelo

parceiro exportador.

Fornecimento ao Mercado Interno

Operação especial concedida para importação de matérias-primas,

produtos intermediários e componentes destinados à fabricação no País de máquinas e equipamentos a serem fornecidos, no mercado interno, em

decorrência de licitação internacional, contra pagamento em moeda conversível proveniente de financiamento concedido por instituição financeira internacional,

da qual o Brasil participe, ou por entidade governamental estrangeira, ou

ainda, pelo BNDES. Art.115.

Não se aplica.

Drawback sem Expectativa de Pagamento

Caracteriza pela não expectativa de pagamento, parcial ou total, da

importação. Art. 106. Não se aplica.

Drawback Genérico

Caracteriza-se pela discriminação genérica da mercadoria nacional ou

estrangeira a ser adquirida e seu respectivo valor, dispensadas a

classificação na NCM e a quantidade. Art. 101.

Não se aplica.

Fonte: Elaboração da autora da monografia, adaptado de dados da Portaria Secex 23/2011.

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2.5. Tributos Abrangidos

De acordo com a Portaria Secex 23/2011, a desoneração de tributos é determinada de

acordo com a modalidade, sendo os seguintes impostos suspensos e/ou isentos:

Imposto de Importação (II);

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);

Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins;

Contribuição para o PIS/Pasep-Importação;

Cofins-Importação; e

Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM).

O quadro abaixo descreve de acordo com a modalidade quais são os tributos não

incidentes:

Quadro 4: Tributos abrangido conforme modalidade de Drawback

2.6. Prazo de vencimento

Conforme o Art. 98 da portaria Secex 23/2011, o vencimento do ato concessório de

drawback será compatibilizado com o ciclo produtivo do bem a exportar. Sendo que o prazo

de validade do AC pode ser suspenso por um prazo de até um ano, porém pode ser

prorrogável por igual período.

Fonte: http://www.regimedrawback.com.br/interno.php?secao=beneficios

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CAPÍTULO III

3. ANÁLISE E ESTUDO DE CASO

Este capítulo apresenta a empresa na qual foi realizado o estudo de caso, mostrando

brevemente a história da empresa, seu setor de atuação e alguns de seus produtos. A empresa

analisada pertence ao ramo automotivo e situa-se na região de Nova Odessa.

3.1. KSPG AG

A KSPG Ag é a empresa-mãe do setor automóvel dentro do Grupo Rheinmetall. Teve

origem por meio da fusão de duas empresas, Kolbenschmidt e Pierburg, fundadas

respectivamente por Karl Schmidt em 1910 na cidade Neckarsulm, e por Bernhard Pierburg

em 1909, Berlim.

Com vendas de cerca de € 2,5 bilhões, o Grupo KSPG está entre as 100 maiores

fornecedores da indústria automobilística em todo o mundo. Apresenta 36 locais de produção

localizado na Europa, nas Américas, Japão, Índia e China, contando com uma força de

trabalho de 12.000 funcionários.

A engenharia e desenvolvimento de produtos são realizados em estreita ligação com as

principais montadoras de veículos. A empresa atua no segmento de produtos e de

componentes de alimentação de ar, controle de emissões e bombas, bem como no

desenvolvimento, fabricação e fornecimento de pistões, blocos de motor e mancais.

O grupo KSPG conta com quatro divisões com foco em diferentes categorias de

produtos, sendo as seguintes divisões e seus produtos;

KS Gleitlager: produz mancais deslizantes (cilíndricos, flageados e especiais) e

mancais metálicos (cilíndricos, especiais, bronzinas e arruelas de encosto);

Kolbenschmidt: produz pistões para motores do ciclo Otto e Diesel em

diâmetros que variam de 35 a 140 milímetros, além de cilindros de

equipamentos leves, principalmente motosserras;

MS Motor Service: responsável pelas atividades de vendas e prestação de

serviços para o mercado independente de reposição. Fornece os produtos das

marcas Kolbenschmidt e Pierburg;

Pierburg PumpTechnolog: fornece sistemas de suprimento de ar, controle de

emissões, bombas de água para diversos tipos de motores.

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3.1.1. KSPG Automtive Ltda no Brasil

A KSPG instalou-se no Brasil em 1986 na cidade de Nova Odessa, interior de São

Paulo, possui uma área construída de aproximadamente 67m2,

reunindo mais de mil

colaboradores em quatro divisões: KS Kolbenschmidt (pistões), Gleitlager (bronzinas),

Pierburg Pump Technology (bombas) e MS Motor service (mercado de reposição).

A empresa atende praticamente todos os fabricantes de motores brasileiros e

internacionais, grandes montadoras nacionais e internacionais, além do mercado de reposição,

com presença acentuada nas exportações.

3.2. Estudo de caso – Divisão Kolbenschmidt

Dentre as modalidades de Drawback existente, a empresa pesquisada faz uso do

drawback integrado suspensão e do integrado isenção. No entanto, esta análise demonstra

apenas os dados referentes à modalidade integrado isenção.

No ano de 2012, a empresa iniciou o projeto de implementação do drawback isenção,

com isto a mesma efetuou a projeção de insumos que importaria, conforme ilustra o gráfico

abaixo:

Fonte: KSPG automotive Brazil Ltda

O custo total (FOB) para importar todos estes insumos seria em torno de 24 milhões

dólares, sendo 52,2% deste valor referente ao insumo anel de segmento, 31,0% de pino de

pistão, 10,8% de porta anel, 4,71% referente a anel de sal e 1,3% outros.

1.620

27.758

59.684

734.645

1.962.817

2.161.101

4.036.620

6.858.216

Chapa Autotérmica

Bucha de Latão

Componentes Montagem Usinagem

Anel de Sal

Anel Trava

Porta Anel

Pino de Pistão

Anel de Segmento

Gráfico 11: Potencial de Importações por componentes (em pçs)

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De acordo com a análise dos impostos envolvidos nesta operação, 0,58% do valor

FOB total representa impostos a serem pagos. Sendo 72,18% do valor dos impostos referente

a fluxo de caixa (Cashflow), ou seja, esta porcentagem representa os custos relacionados com

os impostos (IPI, PIS, Cofins, ICMS) que a empresa teria retorno apenas no futuro. E teria um

ganho financeiro (salving) de 27,82%, referente aos impostos (II e AFRMM) que não haveria

retorno se a operação de importação fosse efetuada sem o benefício do regime, visto que estes

dois impostos recolhidos pelo governo não permitem a recuperação pelo sistema de crédito na

escrita fiscal, ou seja, o imposto de importação e o AFRMM representam um gasto para

empresa.

Através do gráfico abaixo, encontra-se demonstrado de acordo com o tipo de imposto

os valores isentos transcorridos desta operação.

Por meio da análise dos dados acima mencionados, tem se a visão que o custo da

operação de importação é elevado devido à alta tributação que o Governo impõe, todavia,

conforme consta-se o uso do regime de Drawback proporciona que estes custos sejam diluídos

por meio da isenção ou suspensão.

Dentre as dificuldades iniciais enfrentadas pela empresa ao implementar o drawback

destaca-se a falta de conhecimento aprofundado sobre o regime, falta de profissional

USD 3.896.448,34

USD 103.969,33

USD 1.380.126,42

USD 667.216,55

USD 3.102.745,11

USD 5.229.553,20

II (Saving) AFRMM (Saving) IPI PIS COFINS ICMS

Gráfico 12: Total Saving e Cash flow (por imposto)

Fonte: KSPG automotiveBrazilLtda

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especializado no assunto, ausência de ferramentas eficazes para realizar o acompanhando das

importações X exportações, a falta de controle e zelo para acompanhar os AC abertos, que

acarretou na necessidade da contratação de uma empresa especializada em Drawback.

A empresa atualmente continua a usufruir do benefício do regime, tento iniciado este

ano a abertura do terceiro ato concessório de drawback integrado isenção. A divisão

Kolbenschmidt agregou em seu quadro de funcionário este ano uma profissional no assunto

para controlar e organizar os AC, pois viu a importância existente no controle das operações

do regime, visto que RFB pode fiscalizar a empresa quando desejar e tem jurisdição para

aplicar penalidades ou até vedar o beneficio caso encontre irregularidades.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As empresas brasileiras encontram-se receosas em enfrentar o mercado internacional,

visto que precisam de uma série de preparos internos para se tornarem aptas e competitivas no

exterior.

Um dos fatores que afeta esta competitividade é ocasionado pelo preço determinado

para o produto, sendo este formulado como base no valor dos gastos transcorridos com a

aquisição de insumos, com o pagamento de impostos e contratação da mão de obra,

objetivando proporcionar uma porcentagem de lucro sobre o custo total, ou seja, o preço é

determinado de forma que a empresa não tenha uma perda financeira, mas que possa ao

menos quitar o custo da operação, todavia os produtos internacionais além de dispor de

qualidade apresentam preços baixos/competitivo, fazendo com que as empresas brasileiras

tenham que optar por duas opções, sendo elas: manterem seu preço de mercado e sofrerem

com o desinteresse do consumidor internacional que escolhe os produtos mais baratos ou elas

podem reduzir o preço do produto, acarretando em perca financeira para si.

Um meio para superar a dificuldade que as empresas possuem em relação a

determinação do preço é a escolha de utilizar o regime aduaneiro de Drawback, que

proporcionar a suspensão ou isenção dos impostos, conforme ilustra o estudo de caso

apresentado no terceiro capítulo.

O objetivo do presente trabalho foi elucidar a importância das exportações para um

país, destacar as dificuldades dos exportadores e evidenciar pelo uso do regime de Drawback

os benefícios que este traz para uma empresa em seu processo de exportação.

Como se é demonstrado no estudo de caso o principal benéfico do regime de

Drawback esta relacionado a fatores financeiros, que consequentemente traz vantagens

competitivas para o beneficiário no mercado internacional e doméstico. Porém, vale destacar

que o regime também proporciona melhorias na organização e padronização de seus

processos. Pode-se citar também como beneficio a possibilidade de investimento em outras

áreas da empresa devido a desoneração dos impostos que possibilita o acúmulo de um

montante financeiro, como exemplo a aplicação deste dinheiro para se adquirir bens de capital

que este por sua vez consequentemente irão influenciar no aumento da produção, resultando

em mais lucro a corporação.

O terceiro capítulo também abordou quais foram às dificuldades que a empresa

enfrentou no início de suas operações com o regime, valendo pontuar que a falta de

conhecimentos aprofundados do regime mais a inexistência de um profissional com

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experiência acarretaram maiores dificuldades a empresa, que foram minimizados devido a

contratação de uma empresa especializada no assunto. Porém, vale destacar que muitas

empresas de pequeno e médio porte não dispõem de demasiado recursos financeiros para

contratar uma empresa especializada, com isto, pela sua inexperiência acabam tendo maiores

dificuldades para lidar com o drawback. Todavia por meio destas dificuldades com o tempo as

empresas acabam adquirindo experiência, aprendendo a se adequar as solicitações exigidas

pela Receita Federal, não se tornando dependente de uma empresa especializada.

A burocracia apesar de ser considerada um grande empecilho, é na verdade um meio

da Receita Federal ter controle das operações efetuadas pelos empresários, não devendo com

isto ser caracterizada como desnecessária. Atualmente a RFB vem aprimorando seu sistema

para agilizar o processo de drawback, por exemplo, abertura do ato de Drawback integrado

isenção por meio do Siscomex Web que ocorreu este ano, que até então era efetuada por meio

do preenchimento de formulário em papel.

Pode-se concluir que o drawback é um regime bastante vantajoso quando administrado

corretamente. Porém, a carência das empresas encontra-se por falta de profissionais e de

conhecimentos específicos, porém que pode ser minimizada por meio de treinamentos,

palestras ou curso sobre o assunto. A contratação de uma empresa especializada é vantajosa

primordialmente, porém com o passar do tempo e após se adquirir experiência, será mais

vantajoso não utilizar mais o serviço da mesma, economizando nesta operação.

O presente trabalho buscou proporcionar maiores conhecimentos aos interessados

sobre este assunto específico, porém como normas e procedimentos estão continuamente em

mudanças e aprimoramento se é interessante num futuro a continuação e estudo sobre o

assunto para esclarecer os envolvidos nas operações de Drawback, visto que nem sempre as

normas descritas na Secex ficam claras aos leitores.

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