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As origens da literatura brasileira A literatura portuguesa: da Idade Média ao Classicismo

As Origens Da Literatura Brasileira

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Page 1: As Origens Da Literatura Brasileira

As origens da literatura brasileira

A literatura portuguesa: da Idade Média ao Classicismo

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A era medievalERA MEDIEVAL ERA CLÁSSICA

PRIMEIRA ÉPOCA(SÉCULOS XII A XIV)

SEGUNDA ÉPOCA (SÉCULO XV E INÍCIO DO SÉCULO

XVI)

SÉCULO XVI

Poesia

Trovadorismo

cantigas de amigoLírica cantigas de amor cantigas de escárnioSatírica cantigas de maldizer

Poesia palacianaCancioneiro Geral, de Garcia de Resende

Lírica: Luís de CamõesÉpica: Os Lusíadas, de Luís de Camões

ProsaNovelas de cavalariaHagiografiasCronicõesNobiliários

Crônicas de Fernão Lopes

Novela sentimental: Bernardim Ribeiro, com Menina e moçaNovelas de cavalaria: João de BarrosCrônica histórica: João de BarrosCrônica de viagem: Fernão Mendes Pinto, com Peregrinação

Teatro

MistériosMilagresMoralidadesAutosSotties

O teatro leigo de Gil Vicente

Antônio Ferreira: A Castro (a primeira peça de influência clássica no teatro português)

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O Trovadorismo

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O Trovadorismo• Na primeira época medieval a poesia alcançou grande popularidade em

Portugal.• Os poemas eram cantados e acompanhados de instrumentos musicais (e,

às vezes, de danças), daí o nome cantigas.• Os autores dessas cantigas eram trovadores, originando-se, assim, o nome

Trovadorismo.• Os trovadores pertenciam à nobreza ou ao clero e compunham letra e

música das cantigas.• Os jograis pertenciam às camadas populares, cantavam e executavam as

cantigas, mas não as compunham.• Cancioneiros:

– Cancioneiro da Ajuda, compilado provavelmente no século XIII;– Cancioneiro da Biblioteca Nacional ou Cancioneiro Colocci-Brancutti, século XIV;– Cancioneiro da Vaticana, século XV.

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Cantiga da Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós (1189 ou 1198) • Também chamada de Cantiga da Garvaia.• Mais antigo texto escrito em galego- português.• Uns a tomam por cantiga de amor; outros por

cantiga de escárnio.• Foi dedicada a D. Maria Paes Ribeiro - apelidada

"A Ribeirinha", amante do rei D. Sancho I.• Pertence ao Cancioneiro da Ajuda.

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Cantiga da Ribeirinha

"No mundo nom me sei parelha, mentre me for' como me vai, ca ja moiro por vos - e ai mia senhor branca e vermelha, queredes que vos retraia quando vos eu vi em saia! Mao dia que me levantei,que vos enton nom vi fea! “

No mundo ninguém se assemelha a mim / enquanto a minha vida continuar como vai / porque morro por ti e ai / minha senhora de pele alva e faces rosadas, / quereis que eu vos descreva (retrate) / quando eu vos vi sem manto (saia : roupa íntima) / Maldito dia! me levantei / que não vos vi feia (ou seja, viu a mais bela).

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"E, mia senhor, des aquel di' , ai! me foi a mim muin mal, e vós, filha de don Paai Moniz, e ben vos semelha d'aver eu por vós guarvaia, pois eu, mia senhor, d'alfaia nunca de vós ouve nem ei valia d'ua correa".

E, minha senhora, desde aquele dia, ai / tudo me foi muito mal / e vós, filha de don Pai / Moniz, e bem vos parece / de ter eu por vós guarvaia (guarvaia: roupas luxuosas) / pois eu, minha senhora, como mimo (ou prova de amor) de vós nunca recebi / algo, mesmo que sem valor.

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Poesia lírica trovadorescaCANTIGAS DE AMIGO CANTIGAS DE AMOR

Eu-lírico feminino Eu-lírico masculino

Presença de paralelismos Ausência de paralelismo de par de estrofes e do leixa-pren (deixa-toma)

Predomínio da musicalidade Predomínio das ideias

Assunto principal: o lamento da moça cujo namorado partiu

Assunto principal: o sofrimento amoroso do eu-lírico perante uma mulher idealizada e distante

Amor natural e espontâneo Amor cortês: convencionalismo amoroso

Ambientação popular rural ou urbana Amibentação aristocrática das cortes

Influência da tradição oral ibérica Forte influência provençal

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Cantiga de amigo de Nuno Fernandes Torneol, século XIII

Do meu amor e do teu se lembrariam:Tu lhes colheste os ramos em que eu as via:

Alegre eu ando!

Do meu amor e do teu se recordavam:Tu lhes colheste os ramos em que pousavam:

Alegre eu ando!

Tu lhes tolheste os ramos em que eu as via:E lhes secaste as fontes em que bebiam:

alegre eu ando!

Tu lhes tolheste os ramos em que pusavam:E lhes secaste as fontes que as refrescavam:

Alegre eu ando!

Ergue-te amigo que dormes nas manhãs frias!Todas as aves do mundo, de amor, diziam:

Alegre eu ando!

Ergue-te, amigo que dorme nas manhãs claras!Todas as aves do mundo, de amor, cantavam:

Alegre eu ando!

Todas as aves do mundo, de amor diziam:Do meu amor e do teu se lembraria:

Alegre eu ando!

Todas as aves do mundo, de amor, cantavam:Do meu amor e do teu se recordavam:

Alegre eu ando!

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Poesia satírica trovadoresca

CANTIGAS DE ESCÁRNIO CANTIGAS DE MALDIZER

Linguagem indireta, ironia Linguagem direta, agressiva, sem mensagens nas entrelinhas

Palavras de duplo sentido Palavrões, palavras de baixo calão

O objeto da crítica não é identificado claramente É citado o nome da pessoa satirizada

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A segunda época medieval(século XV e início do século XVI)

• Transição do mundo medieval para o mundo moderno – que se inicia com o Renascimento (séc. XVI)

• Consolidação da prosa historiográfica e do teatro

• A poesia se afasta do acompanhamento musical e se enriquece do ponto de vista formal

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• Apresenta maior elaboração que as cantigas• Uso de ambiguidades, aliterações, figuras de

linguagem e de redondilhas– Redondilha menor – cinco sílabas poéticas– Redondilha maior – sete sílabas poéticas

• Tanto pode apresentar certa sensualidade e intimidade em relação à mulher amada, como também uma visão idealizada e platônica da mulher

A segunda época medievalA poesia palaciana

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Cantiga

Senhora, sois perigosa,a vós ninguém se registe,nam sois nada piadosasois sobre todas fermosae eu sobre todos triste. Fostes do reino lançada,por nele fazerdes mal;nam coma dama infernada,mas coma cousa danadadestruíeis Portugal.Tal ida foi mais danosa,coraçam, tu o sentiste:ó crua, nam piadosa, sois sobre todas fermosa,e eu sobre todos triste.

Francisco da Silveira

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• Crônicas históricas de Portugal• Principal cronista foi Fernão Lopes

Crônica de D. Pedro

Em três cousas, assinadamente, achamos, pela mor parte, que el-Rei D. Pedro de Portugal gastava seu tempo. A saber: em fazer justiça e desembargos do Reino, em monte e caça, de que era mui querençoso; e em danças e festas segundo aquele tempo, em que tomava grande sabor, que adur é agora para ser crido. E estas danças era a som de umas longas que então usavam, sem curando de outro instrumento, posto que o aí houvesse; e se alguma vez lho queriam tanger, logo se enfadava dele e dizia que o dessem ao demo, e que lhe chamassem os trombeiros.

A segunda época medievalA prosa historiográfica

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• Início do teatro leigo (não religioso) com Gil Vicente

A segunda época medievalO teatro