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PAVILHÃO DO CONHECIMENTO – CIÊNCIA VIVA RELATÓRIO DE ACTIVIDADE “As Sucessões e os Fractais” Escola: Escola Secundária Padre António Vieira Dinamizadora: Manuela Ribeiro A actividade: desenvolveu-se no ano lectivo 2005/2006 em duas turmas do 11º ano do curso Científico-Humanístico de Ciências e Tecnologia, abrangendo um total de 31 alunos; ocupou quatro blocos de 90 minutos entre 10/5 e 8/6; e englobou uma visita à Exposição “Matemática Viva” do Pavilhão do Conhecimento. Embora o estudo dos fractais apareça no programa do 11º ano como uma hipótese, de abordagem muito ligeira, pareceu-me pertinente aproveitar o estudo das sucessões, no tema Sucessões reais do 11º ano, para fazer o estudo das principais características dos fractais. Tal abordagem permitiu estabelecer conexões variadas com o tema Geometria no Plano e no Espaço I tratado no 10º ano. Foram utilizados materiais variados: papel, tesoura e cola; software de Geometria Dinâmica — Geometer’s Sketchpad; enciclopédia web; módulos que integram a Exposição “Matemática Viva” Atractor de Sierpinski, Torres de Hanoi, Modelo Fractal e Pilha de esferas.

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PAVILHÃO DO CONHECIMENTO – CIÊNCIA VIVA

RELATÓRIO DE ACTIVIDADE

“As Sucessões e os Fractais” Escola: Escola Secundária Padre António Vieira

Dinamizadora: Manuela Ribeiro

A actividade:

desenvolveu-se no ano lectivo 2005/2006 em duas turmas do 11º

ano do curso Científico-Humanístico de Ciências e Tecnologia,

abrangendo um total de 31 alunos;

ocupou quatro blocos de 90 minutos entre 10/5 e 8/6;

e englobou uma visita à Exposição “Matemática Viva” do Pavilhão

do Conhecimento.

Embora o estudo dos fractais apareça no programa do 11º ano como uma

hipótese, de abordagem muito ligeira, pareceu-me pertinente aproveitar o

estudo das sucessões, no tema Sucessões reais do 11º ano, para fazer o

estudo das principais características dos fractais.

Tal abordagem permitiu estabelecer conexões variadas com o tema

Geometria no Plano e no Espaço I tratado no 10º ano.

Foram utilizados materiais variados:

papel, tesoura e cola;

software de Geometria Dinâmica — Geometer’s Sketchpad;

enciclopédia web;

módulos que integram a Exposição “Matemática Viva” Atractor de

Sierpinski, Torres de Hanoi, Modelo Fractal e Pilha de esferas.

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Tudo começou no segundo dia de aulas do 3º Período, 19/4, ao introduzir o

tema Sucessões Reais, pondo os alunos a jogar, com: papel, caneta e um

dado, o Jogo do Caos (ver anexo). Foram apresentadas as regras e posto o

jogo a circular rotativamente entre todos os alunos de cada uma das

turmas, de modo a que diariamente um deles contribuísse com um

conjunto de pontos. Nesse momento foi logo posta a questão:

¿Alguma previsão quanto à figura desenhada ao fim de muitos, muitos, …

passos?

Nesse momento não sabia se conseguiríamos vislumbrar o Tapete de

Sierpinski, mas não me pareceu grave se o não conseguíssemos porque

quando fossemos ao Pavilhão do Conhecimento encontrariam os pontos

reunidos desde Novembro de 2000, e aí sim o Tapete era bem visível.

O trabalho foi depois retomado a 10/5 e englobou sete fichas:

na Ficha 1 — O Tapete de Sierpinski — apareceu pela primeira vez o

Tapete de Sierpinski e foi usada para motivar o estudo da convergência

de uma sucessão.

Resolvida esta ficha foi pedido o Jogo do Caos e posta novamente a

questão:

¿Alguma previsão quanto à figura desenhada ao fim de muitos, muitos,

… passos?

Embora o número de pontos marcados fosse ainda diminuto, alguns dos

alunos avançaram imediatamente o Tapete de Sierpinski, e ficaram

surpreendidos por duas construções tão distintas ( a apresentada na

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Ficha 1 “As Sucessões e os Fractais” e a usada no Jogo do Caos)

conduzirem à mesma figura;

na Ficha 2 — A Curva de Koch — apareceu pela primeira vez a Curva de

Koch e foi usada para motivar o estudo da soma de todos os termos de

uma progressão geométrica;

na Ficha 3 — Figuras autosemelhantes — foram explorados o Tapete de

Sierpinski e a Curva de Koch como figuras autosemelhantes, mais como

figuras estritamente autosemelhantes e os alunos foram direccionados

para encontrar em cada uma das figuras uma relação constante entre

o factor de redução e o número de cópias em que a figura se

decompõe;

na Ficha 4 — Dimensão de autosemelhança e dimensão topológica —

foi retomada a relação constante encontrada na ficha 3 e dado-lhe o

nome de dimensão de autosemelhança. Os alunos foram então

convidados a explorar figuras já conhecidas tais como: o segmento de

recta, o quadrado e o cubo do ponto de vista da autosemelhança e da

sua dimensão de autosemelhança. Puderam então constatar que para

estas últimas figuras a dimensão de autosemelhança coincide com a

dimensão topológica já conhecida, mas o mesmo não acontece para o

Tapete de Sierpinski e a Curva de Koch;

na Ficha 5 — Geometria fractal — foram reunidas as características

principais já encontradas no Tapete de Sierpinski e na Curva de Koch, e

introduzido pela primeira vez o termo Fractal. Foi feita uma breve

referência ao nascimento dos fractais e às preocupações matemáticas

que a eles conduziram;

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na Ficha 6 — Um fractal tridimensional — foi feita a construção de um

fractal tridimensional (o que haviam encontrado no Pavilhão do

Conhecimento ligado às Torres de Hanoi) com papel e dobragens;

na Ficha 7 — Fractais com Sketchpad — foi feita a construção da Curva

de Koch e do Tapete de Sierpinski com recurso ao Sketchpad.

Os alunos trabalharam regra geral em pares, embora se tenham

espontaneamente formado dois ou três grupos de quatro. Em geral

aderiram bem ao trabalho, no entanto numa das turmas — 11.2 — cuja

assiduidade costuma ser muito irregular, o trabalho não foi acompanhado

na totalidade por alguns alunos.

Reagiram muito bem à introdução da noção de dimensão de

autosemelhança, que eu receava pudesse ser demasiado ambiciosa para

este nível de aprendizagem e mostraram-se sempre cativados pela beleza

e surpresas reservadas por este tipo de imagens.

A visita à Exposição “Matemática Viva” seguiu o lançamento do Jogo do

Caos e a resolução das fichas 1 e 2. Esta visita foi realizada numa das

turmas — 11.1 — em contra horário, tendo participado 15 de 20 alunos, na

outra — 11.2 — foi realizada em período de aulas e participaram 6 de 11.

Para a visita à Exposição foi preparado um pequeno guião (ver anexo)

com o objectivo de estimular a exploração mais aprofundada dos módulos

intimamente relacionados com as sucessões e fractais. Tendo em conta a

experiência da visita anterior, procurei acompanhar mais de perto a

adesão de cada grupo aos referidos módulos, tendo sistematicamente

renovado o incentivo à exploração, pondo-lhes questões e sempre que

necessário dando pistas para a obtenção das respostas. Talvez por isso o

balanço em qualquer uma das turmas foi superior ao da primeira visita.

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O trabalho que ainda no 2º Período tinha sido divulgado aos alunos como

elemento de avaliação, acabou logo no início do 3º Período por deixar de

desempenhar tal papel atendendo a que, feito o plano de trabalho para o

3º Período, vi que grande parte deste se iria desenvolver na ponta final do

período, dificultando por isso todas as tarefas subsequentes (correcção da

parte escrita, balanço do trabalho realizado, …).

Para auscultar a reacção dos alunos a todo o trabalho realizado pedi-lhes

que respondessem a um pequeno questionário (ver anexo).

Relativamente ao aspecto que mais gostaram de trabalhar, é o primeiro —

Vários fractais — que recolhe a quase totalidade das preferências,

destacando-se entre eles o fractal tridimensional. Os restantes aspectos são

indicados por um número não significativo de alunos. Quanto às razões que

levaram à escolha de cada um deles destaco:

Vários fractais:

“Os fractais oferecem a visualização da construção de figuras

geométricas, através de sucessões, com formas muito peculiares e

interessantes”.

“Porque em todos os trabalhos vemos o infinito confinado no limitado

que é uma ideia muito interessante”.

“Achei muito interessante a construção do fractal tridimensional, foi uma

tarefa divertida e educativa pois engloba a matemática e os trabalhos

manuais”.

“Porque foi engraçado fazer um fractal (o tridimensional) igual ao que

tinha visto”.

“Porque pela repetição do mesmo padrão se obtém uma figura (Curva

de Koch) com comprimento igual a ∞+ ”.

“Começo por dizer que o Tapete de Sierpinski é o fractal que inclui a

sucessão mais desenvolvida no ramo da abstracção e o que tem um

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resultado mais bonito e organizado. Dá uma sensação de que é algo

confuso embora não seja”. (Creio que se está a referir ao Tapete obtido

com o Jogo do Caos).

Princípio de indução matemática:

“Porque os materiais utilizados foram muito elucidativos”.

“Em relação às Torres de Hanoi, gostei do facto de estimular o raciocínio

e a paciência”.

Aparece ainda uma preferência muito abrangente:

“Gostei de todos os aspectos, todos desde que com o material ou um

desenho à frente (nunca no abstracto), talvez não tenha dado a

importância devida à enciclopédia web. Gostei de todos porque gosto de

sucessões e estes desafios foram muito bons a nível da reflexão”.

Quanto ao aspecto que mais surpreendeu, é o primeiro — Várias fractais —

que recolhe mais uma vez a quase totalidade das preferências,

destacando-se entre eles o Tapete de Sierpinski. Quanto às razões que

levaram à escolha de cada um deles destaco:

Vários fractais:

“Como o conjunto de figuras geométricas vai dar origem a figuras que

não são naturalmente geométricas”.

“Pois é fenomenal a maneira como uma série de pontos vai dar o

aspecto de triângulos, e a maneira como é executado acho muito

interessante”. (Está a referir-se ao Tapete de Sierpinski obtido com o Jogo

do Caos.)

“O aspecto que mais me surpreendeu no Tapete de Sierpinski foi o caso

de este quando é repetido indefinidamente dar origem a triângulos tão

ínfimos que por fim são “quase” pontos”.

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“Porque a partir de um normalíssimo triângulo equilátero se chegou a

uma imagem tão complexa (a Curva de Koch)”.

“Porque à primeira vista, durante os recortes, o efeito que viria a ter (o

fractal tridimensional) não foi imediato”.

“Pelas imagens (do Conjunto de Mandelbrot) que nunca pensei

poderem advir de um estudo matemático”.

Princípio de indução matemática (Torres de Hanoi):

“Porque é um jogo prático com que naturalmente ninguém se lembraria

do uso da matemática, mas é um ramo onde a matemática pode

ajudar bastante”.

“Pois nunca pensei que demorassem tantos anos a mover os 64 discos …

pelo menos no início, pois ainda não compreendia tão bem os

conceitos relacionados”.

Proporcionalidade entre as diferentes dimensões de figuras semelhantes:

“Porque à primeira vista nunca pensei que pudesse haver uma relação

entre os triângulos por exemplo do Tapete de Sierpinski”.

“A pilha de esferas aparentava ter mais esferas do que as que na

realidade tinha (embora ache que os materiais manipuláveis ou mesmo

os softwares acabam sempre por nos surpreender)”.

Dimensão de autosemelhança e dimensão topológica:

“Não esperava que, por exemplo, uma sucessão de triângulos (o Tapete

de Sierpinski) pudesse ser considerada uma figura unidimensional”.

Aparecem ainda aspectos surpreendentes não mencionados:

“A infinidade de sucessões e a beleza delas, e também as suas

características porque não sabia existirem tantas sucessões úteis ou tão

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giras de se verem. São exemplos os fractais e a Curva de Koch,

respectivamente”.

“O facto de imaginar o processo indefinidamente porque nunca tinha

pensado que fosse possível”.

A adequação dos materiais utilizados foi reconhecida pela totalidade dos

alunos e o maior interesse despertado foi para o Sketchpad, seguindo-se-

lhe em pé de igualdade: o Jogo do Caos, as Torres de Hanoi e o uso de

papel na construção do fractal tridimensional. Das razões apontadas

destaco:

para o Sketchpad:

“Porque permite obter todas aquelas figuras que estudamos mostrando

o modo como se obtêm”.

“Porque permitiu observar passo a passo a construção da Curva de

Koch e do Tapete de Sierpinski com pouco esforço”.

“O computador dá para manipular e fazer mais do que uma vez e de

várias maneiras”.

para o Jogo do Caos:

“É engraçado a forma como ao princípio pensamos que os pontos vão

preencher toda a folha incluindo o lugar dos triângulos pretos, mas de

facto não”.

“Não fazia ideia que ao lançar aleatoriamente um dado poderíamos

chegar a uma figura daquelas e por aquele processo”.

para as Torres de Hanoi:

“Porque me obrigaram a pensar”.

“Achei muito interessante pois nunca tinha acabado o jogo com muitos

discos e com as escadas está tudo explicado”.

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para o uso de papel na construção do fractal tridimensional:

“O uso de materiais diferentes dos que se usam habitualmente é sempre

interessante”.

“Porque mais uma vez, permitiu-nos sermos nós a realizar o trabalho”.

para os materiais, em geral, que integram a Exposição “Matemática

Viva”:

“Pela sua dinâmica, e lado prático e visível que criam”.

“Podemos interagir com as coisas, vê-las de forma diferente e debatê-

las”.

Dos comentários a todo o trabalho realizado escolhi os que me pareceram

mais significativos:

“Bastante bom. Foi bom aprendermos estas coisas pois ajudam-nos a

pensar noutras matérias, assim como ganhamos ainda mais gosto pela

matemática”.

“Foi um trabalho muito interessante que contribuiu para o desenvolvimento

da nossa cultura matemática e poderá mesmo ter incitado em certos

alunos o gosto pela matemática: Nota de destaque positiva”.

“Tenho de admitir que com estas matérias fiquei a apreciar mais a

matemática”.

“É uma excelente tentativa de dinamizar o ensino da matemática, de

forma a torná-la menos monótona. Tem ainda uma dimensão prática que

suscita o interesse pela disciplina porque mostra que podemos usar a

matemática no dia a dia”.

“Gostei bastante de realizar todo o trabalho. Permitiu, na minha opinião,

tornar a matéria mais simples. Assim a matéria foi dada de uma forma mais

“leve” e divertida ajudando a perceber melhor a matéria”.

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“Ao longo do ano este trabalho fez com que aprendesse mais coisas

relacionadas com a matemática que achei muito interessante. A

diversidade de trabalhos feitos também ajudou para ficarmos mais curiosos

com o resultado final”.

O balanço final é muito positivo, tenho ainda presente o entusiasmo com

que os alunos viveram as duas últimas aulas construindo três fractais: Curva

de Koch e Tapete de Sierpinski com o Sketchpad, e o fractal tridimensional

com papel, tesoura e cola. Se entre as duas visitas à Exposição

“Matemática Viva” (a primeira a quando do estudo das cónicas e a

segunda a quando do estudo dos fractais) as opiniões se dividiram quanto

à mais interessante, o mesmo não aconteceu quanto ao trabalho global

realizado com cónicas e com fractais, a totalidade dos alunos optou por

este último, talvez porque os fractais são figuras muito mais apelativas que

as cónicas, talvez porque ele englobou dois jogos: o do Caos e o das Torres

de Hanoi. Só tenho pena de não ter tido tempo para abordar o outro

aspecto que me tinha proposto — o Caos — mas em contrapartida

consegui englobar na exploração dos módulos da Exposição “Matemática

Viva”: o Princípio de indução matemática nas Torres de Hanoi e a conexão

entre a proporcionalidade entre as diferentes dimensões de figuras

semelhantes e a soma de n termos de uma progressão aritmética na Pilha

de esferas, o que não estava previsto.

Manuela Ribeiro

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ANEXOS

O Jogo do Caos

Vamos todos jogar o jogo do Caos.

Para isso começamos por preparar a mesa de jogo:

Um triângulo (para maior simplicidade vamos considerar equilátero) com

os três vértices etiquetados com 1, 2 e 3.

3

1 2

Um dado com as faces etiquetadas com os números 1, 2 e 3.

Como o nosso dado de seis faces está como qualquer dado normal

etiquetado com os números de 1 a 6, vamos identificar com o mesmo

número as faces opostas. Assim as faces:

1 e 4 identificam o número 1

2 e 5 identificam o número 2

3 e 6 identificam o número 3

Uma régua e uma caneta.

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Em seguida inteiramo-nos das regras do jogo:

Escolhemos um vértice ao acaso lançando o dado — Ponto original P0;

Lançamos novamente o dado (está escolhido o segundo vértice);

Unimos o ponto original P0 com este vértice e marcamos o ponto médio

do segmento — Ponto P1;

Repetimos novamente o processo lançando o dado, unindo o vértice

identificado com P1 e marcando o ponto médio do segmento — Ponto

P2;

E assim sucessivamente.

Eis os quatro primeiros pontos obtidos

P3P2

P1

3 P0

1 2

P0 = 3

Vértice 2 —— P1

Vértice 1 —— P2

Vértice 1 —— P3

Proponho agora que todos vocês continuem o jogo.

? Alguma previsão quanto à localização do próximo ponto P4?

? Quantas localizações possíveis?

? Alguma previsão quanto à figura desenhada ao fim de muitos, muitos, …

passos?

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Como nem todos certamente têm um dado, vamos usar a calculadora

para simular um. Para isso pedimos-lhe um número aleatório inteiro entre 1 e

6 com:

MATH

PRB

5: randInt (

ENTER

randInt (1, 6)

ENTER

Com estas instruções a calculadora gera números aleatórios a partir de um

valor original — semente — de fábrica o mesmo para todas as

calculadoras, o que faz com que a sequência de números aleatórios

gerados seja a mesma para todos vós, se nada foi feito.

Para alterar a situação vamos mudar a semente memorizando uma

personalizada, por exemplo o número de telefone. Para isso:

Nº de telefone

STO

MATH

PRB

1: rand

ENTER

NB: Embora a nova semente tenha sido armazenada em rand, também

afecta as instruções 5, 6 e 7.

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Guião de Visita à ao Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva

Exposição “Matemática Viva” Eis-nos de novo de visita à Exposição “Matemática Viva”. Proponho-te hoje

que dês particular atenção aos módulos intimamente relacionados com o

tema que tem ocupado o 3º Período — Sucessões. São eles:

Atractor de Sierpinski

Torres de Hanoi

Modelo Fractal

Pilha de esferas

No tempo que te sobrar revê algum dos módulos explorados aquando da

visita anterior ou explora alguns dos restantes.

— Atractor de Sierpinski

Estás perante a imagem construída pelos sucessivos visitantes da Exposição,

desde 24 de Novembro de 2000, que se dispuseram a jogar o Jogo do

Caos.

Recorda a imagem obtida pondo o Jogo do Caos a circular rotativamente

pela tua turma. Como vês, a figura que atrai todos os pontos marcados

aparece aqui muito mais definida. O que te lembra?

É verdade o Tapete de Sierpinski pode ser obtido:

por um processo recursivo — primeiro exemplar que te apareceu.

Partindo de um triângulo o que fazer?

ou por um processo aleatório — o exemplar que tens à frente.

Onde reside o carácter aleatório?

Queres contribuir com mais alguns pontos para a construção do Tapete de

Sierpinski?

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— Torres de Hanoi - Modelo fractal

Joga o jogo com 4 discos e conta o número de movimentos efectuados.

Joga agora o jogo com 5 discos e volta a contar o número de

movimentos efectuados.

¿ Terás, em cada caso, encontrado a solução óptima para o jogo?

Os modelos fractais de 4 e 5 cores permitir-te-ão testar as tuas soluções. Vê

como os usar, num computador disponível.

¿ Então as tuas soluções eram as óptimas?

Procura agora num computador disponível a lenda associada a este

jogo.

Por último procura, usando o método de indução, justificar que o

número mínimo de movimentos necessários para n discos é 12 −n .

Para isso começa por definir por recorrência o número de movimentos:

— Condição inicial M(1) = …

— Condição de recorrência

Como relacionar M(n) com M(n-1) ?

Supõe que já sabes mover n-1 discos de uma haste para outra qualquer,

isto é, conheces M(n-1). Como mover agora n discos de uma haste para

outra?

Supõe os n discos na haste 1.

1. Pega nos n-1 primeiros discos (do topo para a base) e coloca-os na haste

2. Quantos movimentos?

2. Move agora o último disco da haste 1 para a haste 3. Quantos

movimentos?

Se sim parabéns

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3. Por último move os n-1 discos da haste 2 para a haste 3. Quantos

movimentos?

4. Então qual a relação de recorrência?

Prova agora por indução que nnM n ∀−= 12)( .

— Pilha de Esferas

Para além de contares o número total de bolas existentes na pilha, conta

também quantas estão invisíveis.

Cib@rcafé Tomaste já contacto com a geometria fractal através do Tapete de

Sierpinski. Embora na sala de aula vás dedicar mais algum tempo à

geometria fractal, procura hoje na enciclopédia

www.wikipedia.org

ficar a saber mais alguma coisa sobre fractais.

Para isso:

1. Escolhe o idioma Português.

Faz uma busca com o termo “Fractais”.

2. Escolhe o idioma Espanhol.

Faz uma busca com o termo “Conjunto de Mandelbrot”.

Procura ser expedito nas tuas contagens

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Questionário

Com recurso a materiais manipuláveis, software de geometria dinâmica e

enciclopédia web abordaste:

• vários fractais: Tapete de Sierpinski, Curva de Koch, Conjunto de

Mandelbrot, fractal tridimensional, para além de outros, presentes na

natureza;

• o princípio de indução matemática (lembras-te das Torres de Hanoi?);

• a proporcionalidade entre as diferentes dimensões de figuras

semelhantes e a soma de n termos de uma progressão aritmética

(lembras-te da pilha de esferas?).

Fizeste ainda uma viagem pelas figuras autosemelhantes, dimensão de

autosemelhança e dimensão topológica, e geometria fractal.

— Qual o aspecto que mais gostaste de trabalhar?

…………………………………………………………………………………………………

…………………………………………………………………………………………………

Porquê?

…………………………………………………………………………………………………

…………………………………………………………………………………………………

— Qual o aspecto que mais te surpreendeu?

…………………………………………………………………………………………………

…………………………………………………………………………………………………

Porquê?

…………………………………………………………………………………………………

…………………………………………………………………………………………………

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— Achaste adequados os materiais utilizados?

…………………………………………………………………………………………………

…………………………………………………………………………………………………

— Qual ou quais achaste mais interessantes?

…………………………………………………………………………………………………

…………………………………………………………………………………………………

Porquê?

…………………………………………………………………………………………………

…………………………………………………………………………………………………

— Que comentário te oferece todo o trabalho realizado?

…………………………………………………………………………………………………

…………………………………………………………………………………………………

…………………………………………………………………………………………………

Nome ………………………………………………………………………………………...

Nº ………. Turma ………