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7/30/2019 Asa de murmrios
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Viagem a Andara oO livro invisvel
Asa de murmrios
Vicente Franz Cecim
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para onde te voltes
no ests
diz
Asa de murmrios
para no esquecer que s algum
onde no h ningum
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Asa de murmrios
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e comeou para ns a Vida Escura
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com os dias passando mas os dias j no passavam mais aquelas noites quevieram havendo se tornado agora uma Treva sem fim fomos
entendendo que as nossas vidas j no eram Iluminadas antes dele chegar
e o noEusou
onde mais haveria de se sentir em casa seno na Penumbra em quevivamos entre ser de claridade e a escurido de no ser
isso foi o que o chamou
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foi isso
foi
um de ns dizia eu avisei acendam as luzes acendam as luzes
foi isso
dizamos
nos dizendo
foi os outros concordassem mas
no eram os nossos corpos que falavam eram Elas L
pois o noEusou lanara todas no Abismo
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ah se houvssemos acendido as luzes
ah se houvssemos
aquelas vozes
distantes
e as nossas cabeas falavam e falavam e livres dos corpos sempre de costas
para si mesmos agora olhavam em todas as direes
pois haviam recebido um Dom oh
e que Dom fosse Esse
o de poder ver toda a Vida do fundo do Abismo
agora lanadas nessa Graa
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doada pelo noEusou
havia todo o Circulo do horizonte ao redor delas para agora sim veremgirando velozmente
e por trs dele o circulo da Noite Imensa trazida pelo noEusou
onde quem sabe vissem o que j no vamos as estrelas antes a perder devista e agora todas apagadas devssemos ser gratas por isso se dizendoumas s outras
concordavam
devamos ser gratas ao noEusou
pois agora podemos ver tudo como nunca antes
sim Agora podemos elas
se diziam
e danavam no Abismo Fundo
e cantavam no Abismo profundamente canes profundas de Gratidosolenemente
danando no L
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enquanto nossos corpos aqui ns ouvamos suas vozes
vindo do fundo de ns
do Abismo
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ora
como pudesse ser isso
se agora sendo s os nossos corpos vagando na Tristeza o que restara isso
de ver a Dana das nossas cabeas girando
de mos dadas oh vamos as mos dadas L no abismo Profundo
e esse outro isso ouvir aqueles Cantos sem os nossos ouvidos
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isso um de ns se dizia sua Voz Escura s agora o meu corpo o que restou
ah se houvssemos acendido as luzes
ah se houvssemos
uns Lamentos
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e do Abismo
as nossas cabeas vissem os nossos corpos chorando se contorcendo
no escuro
como se danassem
mas no danvamos
elas danassem quem sabe o que d nas cabeas quando ficam livres doscorpos
elas danando no Abismo profundo
e cantavam no Abismo profundamente canes profundas de Gratidosolenemente
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foi quando o Osso Pai nos abandonou
e se deu o Desmoronamento
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e depois cada vez mais ento tudo se dando em Se
nossa vida se tornando vida de Hipteses Escuras cada vez mais
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e veio
O Desmoronamento
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o Osso Pai nos abandonou
de vez
ah se o Osso Pai nos abandonar se dar o Desmoronamento os nossos ossos
sabiam e temiam um Acontecimento de Runas
ah as recm-nascidas vertebrazinhas em ns se chegando aos nossos ossosmais antigos buscando amparo
e o Desmoronamento se deu
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ah
s quando as nossas carnes se desfazendo se transformando em guas
que
a Terra bebia e tanta era a Sede daquele Deserto com um Abismo noCentro em que agora estvamos
ah
s quando as nossas carnes
fossem as nossas carnes se tornando a gua que a Terra bebia para ir setornar a Fonte da Alegria
entendamos
as nossas cabeas as havendo chamado do fundo do Abismo
para serem
que fora tinham aquelas cabeas livres de corpo agora Puras Esferas e nsaqui nessa Noite de Hiptese neste Deserto em que noEusou fosse Fendada vida entre o Sido e um Sendo o que no Era mais
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pelo menos isso
nos dizamos pelo menos
nos dizamos
pelo menos nossas carnes indo novamente se reunir s nossas cabeas
que nossas Cabeas nos amparem que Elas as Esferas no Abismo nosamparem gritvamos
cheios de silncios em nossa Ausncia cada vez mais de tudo
pois j sem o Amparo do Osso Pai
e nossos ossos todos tambm havendo partido
e nossas carnes de guas indo
ah as sedes da Terra
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nossas cabeas cantassem pela chegada das guas das nossas carnes Lno Abismo
seus Cantos de Alegria
pelo menos
isso
pois os Cantos Solenes haviam cessado
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agora
do fundo da Terra
fossemos ns que rumorejssemos umas antigas Vozes Solenes
jorrando por entre as Razes
indo
numa Agonia de sombras de terra
s nossas guas de sombra de terra por dentro da Sombra da Terra
para sermos a Fonte da Alegria de nossas cabeas no Abismo
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e do Fundo da Terra
rumorejando
oh
como queramos que em ns nascessem Asas
para nos elevar
pois vamos sobre nos arvores dando Frutos em sonhos e
fundos de lagos cheios de afogados nos chamando como irmos
mas
como haveriam de nascerem asas em ns sem as nossas omoplatas ah
pois houvessem partido com o Osso Pai todos os nossos ossos
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ah
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Dias Ausentes tona
rumorejvamos entre Razes
Ausncia de Tudo submersa
rumorejvamos escurecendo ainda mais no Fundo da Terra
tragam para ns uma gota de luz Dias Ausentes
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e cada vez mais a Terra nos bebendo avidamente
como tinha Sede de ns aquele noEusou
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aquilo sim que fosse o Sido Sendo
o que nos acontecia
e
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em ns foi quando vindo Aquela voz em nosso Escuro
que cada um ouvisse dentro de si
nos dizendo
Faz jorrar uma fonte de lgrimas dia e noite e no te ds descanso nem oteu olho seque
e se dizendo
As minhas lgrimas se tornaram o meu po dia e noite
e pedindo
Quem dar gua minha cabea e aos meus olhos a fonte de gua amarga
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ah
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como queramos que em ns nascessem Asas ah nos elevar
rumorejando
no fundo da sombra da sede da Terra
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com o tempo
mas que tempo eu me dizendo Sem Tempo
e que eu fosse eu
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Quase deitado na linha do Horizonte, e sem temer a Lmina, e com os pspisoteando estrelas:
dana,
mas no O Danarino
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estamos no Fundo da Me nos dizamos
isso nos dizamos
rumorejando
e os lenis de gua da Terra nos embrulhando
como filhos
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e um oh ao longe tambm um Rumorejar de Ossos
longe
pois ao longe ainda ouvssemos as vozes dos nossos ossos partindoseguindo
o Osso Pai
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chegassem
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descendo da Treva Pura que agora envolvia a Terra por todos os lados
uns ventos com Aves sem asas nascendo na escurido daquela Treva Pura eclares
vimos a Imensa
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agora o Um em ns se elevasse nossas guas misturadas
a Gota Imensa o umano
e primeiro demos de beber aos minerais profundos
pois no fundo da Terra havia aquela Sede sem fim agora umanos sabamos
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Sede Imensa
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o Silncio que se fez
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aqueles fossem passos do Osso Pai retornando
sem ossos
o humano havendo se cumprido em ns se enlevecendo o umanoh
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cantamos
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e ento se abriu para ns o Caminho longo: OoO
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o
O
oO
Oo
OoO
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e para Eles cantaremos com voz Una a Um ana
h
Um s Eu cantand
oO
na Noite das nutries profundas
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Para nutrir o Lodo,
tu no escreves Tu
s o Livro
que se lana em todas as direes nas Regies Escuras: Agora
oO Crculo
cintilante
que te envolve
E nos limites da Esfera,
se te voltas para te ver Fonte
que se jorra,v:
o Outro,
gua que no Centro da Esfera ainda L s tu de novo, murmurando:
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v:
o Outro,
gua que no Centro da Esfera ainda L s tu de novo, murmurando:
Fim de Asa de murmriosA Viagem a Andara no tem fim