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Assalto a carro-forte, três mortos e
300 quilos de drogas – ocorrência
histórica completa 22 anos em
Indaiatuba
INDAIATUBA – Um dia que a cidade jamais esquecerá. Muita ganância, dinheiro, drogas e
tristeza foram o que pairou no ar de Indaiatuba em um dia de assalto à banco, troca de tiros e
fatos que jamais sairão da memória de quem participou de uma das ocorrências mais
marcantes da história da cidade.
No dia em que completa 22 anos, 25 de janeiro de 1999, o Comando Notícia ouviu algumas
testemunhas para montar o quebra cabeça e relembrar o caso do roubo ao banco Itaú que
terminou com três mortes, duas delas de guardas da cidade.
Era uma segunda-feira e dez homens fortemente armados cercaram um carro forte em frente
ao banco Itaú da rua Candelária. Entre as armas que eles possuíam estava um AR 15. Na
rendição, balearam um funcionário da empresa de transporte de valores, que morreu na hora,
e conseguiram levar um malote, conforme conta uma das testemunhas que lembra bem do
fatídico dia.
Funcionário da empresa de valores foi baleado pelos assaltantes e morreu na hora.
“Na viatura da Polícia Civil tinha os guardas Lopes, Silveira e o investigador Felske. Eles
estavam na antiga base da Guarda quando caiu na rede o roubo ao banco. Os bandidos
pegaram o malote que o carro forte ia deixar ou buscar lá, não me recordo ao certo. O tiro
que matou o funcionário do carro forte foi de 12”, diz.
“Foi aí que eles fugiram em uma Fiat/ Fiorino furgão de cor branca pela contramão na rua
Candelária, sentido Rêmulo Zoppi, e bateram em um fusca. Estava passando o kadete da
Polícia Civil prefixo P-13200 e quem estava lá dentro não sabia ainda em qual carro os
bandidos estavam fugindo, mas eles se depararam com o acidente”, prossegue.
Fiorino usada pelos ladrões na fuga sofreu um acidente.
De acordo com a testemunha, os guardas perceberam que o acidente de trânsito e o roubo
estavam ligados e tentaram fugir, já que os bandidos estavam em maior número e armados.
Um deles, o guarda Lopes [foto], não conseguiu sair do banco de trás e foi baleado. “O banco
travou. Até socorreram ele, mas não resistiu e morreu no hospital”, afirma. O investigador
Felske conseguiu escapar.
Guarda Lopes foi baleado dentro da viatura Kadett da Polícia Civil.
De acordo com jornais da época, os bandidos estavam armados – além da AR 15, com uma
metralhadora, carregador de pistola automática, carregador de metralhadora, cartucheira
calibre 12 e outra metralhadora com 66 projéteis. Outra suspeita divulgada pela imprensa na
época é que o grupo seria o responsável de ter roubado uma outra agência na cidade na
semana anterior.
Guarda confundido com ladrão e drogas
“O Silveira, então, correu para o mato. Quando os guardas chegaram no apoio, a população
falou que os bandidos tinham fugido para o mato e como o Silveira estava à paisana, acabou
sendo confundido e baleado por um parceiro em uma infelicidade”, relembra. Os bandidos
fugiram no Kadete da Polícia Civil e trocaram tiros com a Guarda e a Polícia. Alguns
morreram no caminho e os outros conseguiram fugir.
Silveira fugiu para a mata, mas foi baleado por um parceiro por engano.
A perseguição durou até que o restante dos bandidos não foi mais encontrado. Na fuga, de
acordo com testemunhas, eles deixaram para trás uma parte. Foi roubado, de acordo com
notícias da época, R$ 235 mil, mas recuperado parte disto na fuga dos bandidos. Até o
helicóptero Águia da Polícia Militar foi chamado para auxiliar na ocorrência.
Guardas e policiais tentando fazer o cerco aos bandidos.
Kadett da Polícia Civil usado pelos bandidos para fugir.
Depois de terem perdido os bandidos de vista, os agentes policiais receberam a informação
de que havia suspeitos em uma chácara na estrada sentido Itupeva. Foram para lá onde se
surpreenderam com uma enorme quantidade de cocaína, que foi aprendida, cerca de 300
quilos de acordo com informações publicadas na época.
Drogas apreendidas em zona rural sentido Itupeva.
Comoção e tristeza
O funcionário da empresa de transporte de valores foi velado e sepultado na cidade de
Campinas. Os dois guardas baleados e mortos pelos bandidos tiveram as homenagens feitas
na Câmara Municipal e o enterro foi no cemitério Parque Indaiá. As fotos da época mostram
que os caixões receberam homenagens e foram colocados em cima de uma viatura do Corpo
de Bombeiros para comoção da cidade, que, de acordo com o IBGE, tinha cerca de 145 mil
habitantes
.
Cidade se comoveu no velório e enterro dos guardas.
Por HUGO ANTONELI JUNIOR/ Pesquisa histórica e de fotos: REGINALDO RODRIGUES/COMANDO UNOFotos:
recortes do jornal Tribuna/divulgação
https://comandonoticia.com.br/assalto-a-carro-forte-tres-mortos-e-300-quilos-de-drogas-ocorrencia-historica-completa-22-
anos-em-indaiatuba/