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ASSEMBLEIA MUNICIP AL DE ESPINHO
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ATA Nº 05/2013
----- No dia trinta de abril do ano dois mil e treze, teve lugar a primeira reunião da Segunda
Sessão Ordinária do ano dois mil e treze, da Assembleia Municipal de Espinho, agendada
para as vinte e uma horas e trinta minutos, com a seguinte Ordem de Trabalhos:--------------
1. Deliberar sobre assuntos agendados no período de antes das Ordem do Dia;-------
2. Apreciar e Votar os Documentos de Prestação de Contas, referentes ao Ano de
2012. ---------------------------------------------------------------------------------------------
3. Deliberar sobre a Proposta de Alteração ao Regulamento Geral das Zonas de
Estacionamento de duração limitada e das Zonas de acesso Automóvel
condicionado da Cidade de Espinho, aprovada pela Câmara Municipal na
reunião de 25/01/2013, após Apreciação Pública.----------------------------------------
4. Apreciar o Relatório Anual de Atividades da CPCJ de Espinho, referentes ao Ano
de 2012. -----------------------------------------------------------------------------------------
5. Deliberar sobre propostas que visam prosseguir as atribuições da Autarquia;------
6. Apreciar a informação escrita do Presidente da Câmara acerca da Atividade
Municipal;---------------------------------------------------------------------------------------
7. Aprovação das Atas Nº. 18, 19/2012 e Nº. 1 e 2/2013.-----------------------------------
----- A Sessão foi presidida pelo senhor Primeiro Secretário da Assembleia Municipal, por
António Augusto Fonseca Cavacas e secretariada por Rita Figueiredo Rola e José Maria
Pereira de Carvalho e Sá.-------------------------------------------------------------------------------
----- PRESENÇAS:-------------------------------------------------------------------------------------
----- Foi verificada a presença dos vogais do PSD: José Manuel Fonseca Pinho, Maria
Alexandra Flôr Bastos, João Manuel Passos, Filipe Alexandre Carvalho Pinto, Mário Paulo
Sá Domingues, do PS: Gabriela Brígida Resende Cierco, Vitor Manuel do Couto
Monteiro, Luís Miguel Santos Neto, da CDU: Jorge Manuel Oliveira Carvalho, do BE:
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José Dinis Moreira Pinto, e dos PJF: Manuel Vieira da Rocha (Anta), Rui Manuel Martins
Torres (Espinho), Alfredo Domingues da Rocha (Guetim).---------------------------------------
----- PEDIDOS DE SUBSTITUIÇÃO:-------------------------------------------------------------
----- O Senhor Presidente da Mesa iniciou a reunião com os pedidos de substituição dos
vogais do PSD – Luís Filipe Montenegro Cardoso Esteves e Ricardo Nuno de Almeida
Prata pelos vogais Vitor Ruivo e Teresa Carvalho Magalhães, dos vogais do PS - Graça
Guedes, José Luís Peralta, Jorge Pina e Liliana Seixas pelos vogais Rosa Duarte, Manuel
Salvador, António Camilo e Domingos Santos, do vogal do CDS-PP – Filomena Maia
Gomes pelo vogal André Levi, respetivamente. A Assembleia aprovou as respetivas
substituições.---------------------------------------------------------------------------------------------
-----FALTAS:--------------------------------------------------------------------------------------------
----- Foi justificada a falta e admitida a substituição dos vogais, Presidente da Junta de
Freguesia de Paramos, Américo Castro Pinto dos Santos pelo Senhor Manuel de Oliveira
Dias e do Presidente de Junta de Freguesia Silvalde, José Marco Cunha Rodrigues pelo
Senhor António José Pereira da Costa.---------------------------------------------------------------
-----Faltou justificadamente o vogal do CDS-PP, Guy Alberto Correia da Costa Viseu.------
----------PRESENÇAS DA CÂMARA MUNICIPAL--------------------------------------------
----- Por parte da Câmara Municipal estavam presentes, o Presidente da Câmara, Joaquim
José Pinto Moreira, o Vice-Presidente da Câmara, António Vicente de Amorim Alves
Pinto e os Vereadores Quirino Manuel Mesquita de Jesus, Leonor Cristina Costa Matos
Lêdo da Fonseca, Virgínia Maria da Mota Cordeiro e Manuel Francisco Ferreira da Rocha.
-----Verificado o quórum o Senhor Presidente da Mesa declarou aberta a reunião,
começando por informar de que no público há um munícipe que deseja intervir. Disse que
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em virtude do Regimento da Assembleia Municipal consagrar que essa intervenção possa
ser efetuada no início da Sessão, o mesmo deu a palavra de imediato ao público.------------
-----PERÍODO DESTINADO AO PÚBLICO----------------------------------------------------
-----António José Teixeira Lopes, residente na Avenida 24, número trezentos e vinte cinco,
terceiro direito, em Espinho. Começou por agradecer ao Senhor Presidente da Mesa por lhe
ter concedido a palavra. Disse que a razão da sua intervençãp é no sentido de convidar em
primeiro lugar a Câmara Municipal, que desde já agradeceu à Senhora Vereadora Leonor
Fonseca, pela forma como tratou da questão que é o objeto da sua comunicação. Disse ter
distribuído pelos diversos grupos ali representados um convite para que no dia onze de
maio pelas dezasseis horas, na Biblioteca Municipal “José Marmelo e Silva”, assistirem, se
bem entenderem e se tiverem disponibilidade, ao lançamento de uma obra, que tem todo o
cabimento no ano em que se comemoram quarenta anos da Cidade de Espinho. Disse
ainda, que a obra não foi feita nem elaborada com esta intenção, a obra já tem quinze anos,
no entanto e de certa forma corresponderá a alguma espectativa quanto à forma como é que
Espinho se desenvolveu e tem hoje as características que possuí e pelo que acabou de
referir, disse ser a razão pela qual está a fazer o convite.------------------------------------------
-----O Presidente da Mesa em exercício, disse que se entraria de imediato na Ordem de
Trabalhos.-------------------------------------------------------------------------------------------------
-----PERIODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA----------------------------------------------
-----Deram entrada na Mesa quatro documentos, duas Saudações, uma apresentada pelo
PS e outra pela CDU e duas Moções uma apresentada pelo BE e outra apresentada pelo
PS.---------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----O Presidente da Mesa em exercício colocou as duas Saudações à apreciação
informando que a votação seria cada uma “per si”..------------------------------------------------
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-----GABRIELA CIERCO (PS): “Comemoração do 1.º de Maio. Festejar o 1.º de Maio
é celebrar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história. Reforçar esta identidade é
um alerta sobre as sociedades, pois não se deve ignorar o papel socializador do trabalho,
estruturador de rotinas, mobilizador de sociabilidades, fonte de estatuto e dignidades
sociais. A questão que suscita maior preocupação e à qual não devemos ficar indiferentes é
que vivemos em sociedades produtoras de exclusão em larga escala. Esta realidade faz com
que, de forma recorrente, surjam avanços e retrocessos nas condições de trabalho. No
contexto de crise económica em que se vive um pouco por todo o mundo, parece estar-se a
erigir o trabalho e a diminuição do seu valor como a única forma de superação das
dificuldades da economia. Fazer-se crer que é pelo desemprego, pela diminuição dos
salários em termos reais e nominais, pela precariedade no emprego, que se resolvem os
problemas da competitividade e da economia é um erro com consequências trágicas. A
Assembleia Municipal de Espinho reunida na sua 2ª sessão ordinária do Ano de 2013,
delibera prestar homenagem a todos os trabalhadores e formular votos para que as políticas
atuais em Portugal e na Europa sejam alteradas e se valorize como é de justiça o papel do
trabalho nas sociedades. --------------------------------------------------------------------------------
-----JORGE CARVALHO (CDU): “SAUDAÇÃO 1º DE MAIO. A Assembleia
Municipal de Espinho, reconhecendo que os trabalhadores portugueses, estão muito
preocupados com a regressão social, com o aumento do desemprego, com os baixos
salários, com a precariedade do emprego, com os sucessivos aumentos dos preços dos bens
essenciais, com o agravamento da carga fiscal, com o agravamento do acesso à justiça,
com a agiotagem sobre Portugal e reconhecendo também que é importante um emprego
com direitos, um salário digno e um horário que assegure a conciliação da vida profissional
com a familiar saúda todos os trabalhadores por mais um aniversário do Primeiro de Maio,
data muito querida ao movimento internacional dos trabalhadores que, ao longo dos anos,
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têm tido uma luta pertinente por melhores condições de vida, trabalho e bem-estar social e
manifesta-lhes a sua fraternidade e confiança no futuro onde uma nova e diferente política
permitirá a construção de uma sociedade justa, sem exploração do homem pelo homem.”---
-----INTERVENÇÕES--------------------------------------------------------------------------------
-----JORGE CARVALHO (CDU): Disse que a CDU traz esta saudação num ano em que
se sente mais o problema dos trabalhores, num ano em que o desemprego tem vindo a
aumentar de uma forma avassaladora e o que o futuro não se avizinha fácil. Disse que este
desemprego foi fomentado pelo governo e pelas políticas do governo. Que fala muito em
competitividade, e disse dever ser aquela que resulta no Bangladesh, onde uma fábrica
têxtil ruiu e que se constatou que os trabalhores têxteis no Bangladesh trabalham aquelas
marcas da moda que são cá compradas, incluindo Portugal, que trabalham onze horas por
dia e seis dias por semana, a ganharem quarenta euros por mês. Perguntou como é possível
competir desta forma e se é esta a sociedade que queremos. Hoje disse que trouxe um livro
pensando nos vogais do CDS, que acabou de verificar não estarem presentes, que é a
Encíclica Papal sobre o trabalho, Doutrina Oficial da Igreja Católica, que diz: “ a Igreja
está convencida que o trabalho constitui uma dimensão fundamental da existência do
Homem sobre a Terra”; “ É um principio ensinado sempre pela Igreja, que é o principio da
prioridade do trabalho em confronto com o capital”; disse ser isto o que a Igreja
oficialmente ensina, citando: “O trabalho humano não diz simplesmente respeito à
economia mas implica também e sobretudo valores pessoais”. Aconselhou aquelas pessoas
que se dizem católicas, que se dizem muito democratas cristãs, que se dizem defensores
destes valores, a lerem a Doutrina Oficial da Igreja sobre o Trabalho Humano e que
verifiquem a importância que é necessário dar ao trabalhador. Que o Estado devia
promover e apoiar as empresas que criam trabalho, sendo algo que disse ser importante.
Que as pessoas não vivem de ar e vento, as pessoas necessitam de um trabalho, sendo o
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trabalho o elemento essencial do ser humano, sendo este o centro de toda a Vida da
Humanidade e que não é possível continuar a fechar os olhos a isto. Entender que o
trabalhador é como uma qualquer peça descartável como quase uma fralda suja dum bebé
que usa e depois deita fora, porque a insensibilidade das pessoas é enorme. Disse ainda
desafiar as pessoas a ler um livro que já possui há muitos anos sobre a doutrina. Confessou
que hoje não é religioso, que já foi no passado, mas que também lhe interessam as questões
religiosas. Disse verificar que muita gente que se diz religiosa não pratica a religião. Que
costuma dizer que quem for Cristão só tem um partido para poder votar que é o Partido
Comunista, por ser o único que tem uma prática que está de acordo com a Doutrina Oficial
da Igreja, contudo que existe uma divergência grande, que a religião parte do pressuposto
que Deus criou o Homem e o Partido Comunista diz que o Homem é que criou Deus. Que
é importante o homem reconhecer a capacidade humana, os seus direitos e deveres. Que o
ano de 2013 é importante para que haja uma mexida rápida e a nível internacional, pois o
caminho da humanidade segue triste e de muito sacrifício. ---------------------------------------
----- JOÃO PASSOS (PSD): Disse concordar com muito do que ali foi exposto e
naturalmente todos querem melhorar a vida e as condições dos trabalhadores portugueses.
Disse querer fazer uns reparos, como lembrar que quando se fala em desemprego,
diminuição de salários em termos reais, precaridade de emprego, disse se lembrar que os
primeiros cortes salariais constam do Orçamento de Estado de dois mil e dez. Fez questão
ainda de recordar que o desemprego vem crescendo desde dois mil e seis e lembrar ainda
que em junho de dois mil e onze o desemprego em Portugal era de 13% e que na altura
não via ninguém preocupado com essa taxa que já era bastante alta. Lembrou que a
progressão as carreiras na função pública está congelada há vários anos, que os acréscimos
remuneratórios foram proibidos nos OE de dois mil e dez e que muito mais poderia aqui
referir, contudo disse que vai votar favoravelmente a Saudação do PS, pese embora não
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perceber o que quer dizer: “para que as politicas atuais em Portugal e na Europa têm de ser
alteradas”. Perguntou alteradas para quê, para o que os senhores mencionam nos
considerandos. Sobre a Saudação da CDU disse ter um pedido de esclarecimento. Embora
diga para “uma nova e diferente política”, que esta coisa “nova” e “diferente”, que
ninguém sabe dizer o que é em concreto, serve de real alternativa às políticas que têm
vindo a ser seguidas e de certo modo impostas. Perguntou qual é a parte deliberativa nesta
Saudação ou se pura e simplesmente não tem parte deliberativa. Assim como está a
Saudação e por muito que lhe custe vai votar contra. ----------------------------------------------
-----GABRIELA CIERCO (PS): Respondendo ao vogal João Passos disse que o País já
tinha ido a votos e que escolheu um Primeiro-Ministro. Que apostou numa mudança de
políticas numa contradição com o número da taxa de desemprego que tinha então e que
neste momento e segundo dados do Eurostat Portugal está com uma taxa de desemprego de
17,6%, ou seja que as políticas do atual governo são para muito pior e que vão no sentido
ascendente o que é muito grave. Disse que os dados do Eurostat são atualizados todos os
meses enquanto do Instituto de Emprego são de três em três meses, ou seja há uma quebra.
Que a mudança de politicas que se quer para Portugal e para a Europa é uma mudança das
politicas neoliberais em curso.-------------------------------------------------------------------------
-----JORGE CARVALHO (CDU): Disse, dirigindo-se ao vogal João Passos, que ano a
ano, o mesmo vai refinando a observação, porque se repararem, eu apresento esta
Saudação há trinta anos, ou mais, nesta Assembleia, com pequenas alterações,
infelizmente. Alterações essas que em tempos antigos não têm sofrido contestação por
parte das pessoas. Disse que nunca conseguiu com isto mudar a situação de um único
trabalhador, mas entende que a sua função é levar a água mole e apertá-la em pedra dura,
na tentativa que vá ficando alguma coisa. Que este ano a Saudação é lida de outra maneira
e que até parece que estamos a ler a Constituição que de ano para ano diz menos coisas e
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até diz coisas diferentes. O que se vota aqui é o que está a negrito nos dois últimos
parágrafos do documento: “Saúda todos os trabalhadores por mais um aniversário do
Primeiro de Maio” ; “e manifesta-lhes a sua fraternidade e confiança no futuro”,
sendo esta a parte deliberativa da Saudação. Relativamente ao dizer o que são novas
politicas, costuma dizer que este País seria um Paraíso se o Partido Socialista fosse
socialista. Infelizmente o Partido Socialista tem sido não um partido de alternativa mas de
alternância, que é um partido que faz parte da mesma equipa do PSD, sentado no banco
dos suplentes à espera de ser chamado para jogar e que quando é chamado para jogar,
poderia jogar mais à esquerda, mas que a diferença é pouca, pelo que, a politica é sempre a
mesma e que costuma dizer que o último socialista foi o Salvador Allende. Quis
transformar o Chile numa República de Defesa do Socialismo, teve a situação que teve e
acabou na morte, isto depois do apoio que os EUA e a Inglaterra, dessa senhora Margaret
Tacther que elogiava e apoiava o Pinochet e criticava o Mandela. Dizia que o Mandela era
um terrorista que tinha estado sempre em África e que o Pinochet era um democrata. Que
são os valores económicos na sociedade que dominam. Se na Europa as indústrias se
mantivessem cá a produzir para os europeus e não saíssem para explorar o Indiano, o
Bangladesh e o Chinês, a preços miseráveis para colocar cá os produtos que provocam
depois o desemprego dos trabalhadores portugueses e europeus. Que a lógica é que o bom
gestor é aquele que consegue, topo dos topos, trabalhar sem nenhum empregado. Que se
gastam milhares para despedir as pessoas, mas que se houvesse por cada dez trabalhadores
despedidos um gestor também despedido e ficar a receber o subsídio de desemprego como
o outro, tem a certeza que as novas politicas iriam aparecer. Disse que as pessoas sabem
quais são as novas políticas que a questão é que não as querem praticar e que em vez de
termos uma economia ao serviço das pessoas temos uma economia ao serviço dos
financeiros e pouco das pessoas. Disse que a estatística demonstra que a Alemanha é o País
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mais rico da Europa no entanto toda a fortuna alemã está concentrada em 20% dos alemães
e que 60% dos alemães têm um rendimento inferior à média dos portuguese, em termos
estatísticos, e que estes dados são de antes da desvalorização dos 30% da Função Pública
e dos 10% dos privados em Portugal. ----------------------------------------------------------------
-----JOSÉ PINHO (PSD): Disse achar muito bem que os protagonistas das duas
Saudações se limitassem a ler as Saudações, como fez a vogal Gabriela e muito bem.
Agora não só leem a Saudação como chamam para aqui “religiões”, “pinochets”, “partido
socialista”, “PSDs”, que acha não ser o fórum próprio para discutir estes assuntos. O que
lhe interessa a si é discutir assuntos sobre a sua cidade e por isso vai votar contra estas
Saudações. -----------------------------------------------------------------------------------------------
-----VOTAÇÃO DAS SAUDAÇÕES --------------------------------------------------------------
-----Colocada à votação a Saudação do PS: “A Assembleia Municipal de Espinho
reunida na sua 2ª sessão ordinária do Ano de 2013, delibera prestar homenagem a
todos os trabalhadores e formular votos para que as políticas atuais em Portugal e na
Europa sejam alteradas e se valorize como é de justiça o papel do trabalho nas
sociedades.”, a mesma foi aprovada com vinte e um votos a favor e duas abstenções.-------
----- Colocada à votação a primeira deliberação da Saudação da CDU: “saúda todos os
trabalhadores por mais um aniversário do Primeiro de Maio”, este ponto foi aprovado
com vinte e três votos a favor e uma abstenção.-----------------------------------------------------
----- Colocada à votação a segunda deliberação da Saudação da CDU: “e manifesta-lhes a
sua fraternidade e confiança no futuro”, este ponto foi aprovado com treze votos a
favor, dois contra e nove abstenções.-----------------------------------------------------------------
-----De seguida o Senhor Presidente da Mesa disse que passavam à apreciação da Moção
“Pela Democracia Local”, do BE. --------------------------------------------------------------------
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-----JOSÉ DINIS (BE): “Pela Democracia Local - A Proposta de Lei n.º 104/XII vem
propor um novo regime jurídico para as autarquias locais e estabelecer o estatuto das
entidades intermunicipais, agora promovidas a “entes integradores dos diversos
municípios”. Pela proximidade e pelo importante serviço prestado às populações, as
autarquias deviam ter as suas competências alargadas e passar a ter mais recursos
financeiros. As populações deviam ver melhoradas as possibilidades de participação nos
órgãos autárquicos, a democracia local devia ser reforçada, a instituição das Regiões
Administrativas devia ser entendida como um instrumento decisivo na racionalização do
Estado e no combate ao desperdício de recursos públicos. Mas a Proposta de Lei n.º
104/XII não vai nesse sentido, vai num outro caminho, de desqualificação das autarquias e
do poder local. O núcleo essencial das funções dos órgãos deliberativos será afetado, os
princípios da independência e da especialidade das autarquias serão postos em causa se
forem aprovadas normas como a que prevê que a fixação de taxas e impostos (como a do
IMI) pelas assembleias municipais – artº 25º b) c) e d), passe a ser condicionada por
pareceres prévios dos novos órgãos das áreas metropolitanas e comunidades
intermunicipais. Também sobre as novas entidades intermunicipais e as suas Comissões
Executivas (não eleitas diretamente, mas com remuneração superior à dos deputados da
República), não foram tidas em conta pelo governo as sugestões apresentados pelas Juntas
Metropolitanas do Porto e de Lisboa sobre as experiências positivas de áreas
metropolitanas noutros países europeus. Com a proposta de lei nº 104/XII elimina-se a
figura da “moção de censura”, há mais centralização do poder, mais reforço do
presidencialismo, menos fiscalização dos eleitos, menos participação popular e menos
democracia local. O tão anunciado alargamento das competências das freguesias traduz-se
afinal numa mão cheia de nada: a emissão de parecer sobre o nome das ruas -artº 16º nº1
w), a conservação de abrigos de passageiros – artº 16º nº 1 z) –, o licenciamento de
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arrumadores de automóveis –artº 16º nº 3 – ou a limpeza de balneários, lavadouros e
sanitários -artº 16º nº 1 aa) … .Assim, a Assembleia Municipal de Espinho, reunida em 30
de abril de 2013, delibera: 1) Manifestar a sua vontade em que sejam reforçadas as
competências e os recursos das autarquias locais; 2) Exprimir o seu desacordo com a
supressão prevista na Proposta de Lei nº 104/XII da possibilidade de apresentação de
moções de censura aos executivos autárquicos; 3) Manifestar a sua discordância pela
diminuição da responsabilização política e do poder de fiscalização democrática dos
órgãos deliberativos das autarquias.”-----------------------------------------------------------------
-----INTERVENÇÕES--------------------------------------------------------------------------------
-----JORGE CARVALHO (CDU): Disse querer manifestar o seu apoio a esta moção. O
Poder Local não está a caminhar bem, porque continua a desrespeitar cada vez mais a
democraticidade dos Órgãos, concentra-se cada vez mais o poder local numa só pessoa, o
presidente, que tem cada vez mais poderes reforçados e que em vez de ser uma atividade
do poder coletivo e exercido num conjunto, como o povo diz, várias cabeças pensam
melhor do que uma só, mas que a tendência legislativa é um que manda e os outros é para
obedecer, pelo que se vai afunilando. Por outro lado acabaram-se com os Governos Civis,
mas que se pretende criar umas entidades intermédias, intermunicipais, que há pouco
quando falava de que era preciso criar emprego não é este, porque os ex-autarcas que já
não podem concorrer colocam-nos nuns “tachos” que se ganha mais do que um deputado, a
presidir e a pertencer às entidades intermunicipais, sem serem eleitos, por nomeação
politica, portanto uns jovens ou velhos “boys”, que vêm dar ordens ao Poder Local. As
freguesias com a campanha da junção do Agrupamento das Freguesias que iam dar mais
dinheiro, vêm-se que as competências continuam miseráveis. As freguesias são um parente
muito pobre do Poder Local e pior do que isso, é que os Agrupamentos vão passar para as
Câmaras e Municípios e vai, vai, vai até onde os deixarmos, isto é, ao antes do vinte e
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cinco de abril, em que o Governo nomeava o presidente da Câmara, o vice-presidente, e
depois os locais chamadas “entidades vivas”, nomeavam um conselho municipal para de
vez enquando serem ouvidos sobre a situação. Que em termos económicos por exemplo em
Espinho não tem que se pagar a sete vereadores, paga-se a dois, a um presidente e a um
vice-presidente e os outros exercerão gratuitamente quando forem chamados. Que isto vai-
se vai aproximando, caso não defendamos a Democracia do Poder Local, e que para lá
caminha, mas se se for mantendo um combate permanente e lutando contra essas
tentativas, disse ser oportuna a moção do BE pelo que vai votar favoravelmente.-------------
-----VITOR MONTEIRO (PS): Disse que estava ali para exprimir a posição de
concordância com a moção do BE. Que se verifica cada vez mais retiradas algumas
atribuições ao Poder Local e que a proposta do governo é mais um ataque às Câmaras
Municipais e Assembleias Municipais. Disse se lembrar que esta é a segunda lei do PSD
que vai dar brado. Que esta ainda não começou, mas a das freguesias sim, tem dado brado,
que veio acabar com freguesias e em que não há a mínima razão de ser, por servirem as
populações. Relembrou que no concelho de Espinho é a freguesia de Guetim e que tão bem
tem trabalhado para a população e com a certeza de que muitas vezes com custos e
sacrifícios da própria família. Que leu na comunicação social que esta lei ia tirar poderes às
Câmaras e Assembleias Municipais e às CCDRs, para entregar às tal entidades que vão
regular e nortear isto tudo, que são as Áreas Metropolitanas que têm um presidente e
quatro membros no conselho de administração e depois as comunidades intermunicipais,
com mais um presidente e mais dois membros do conselho de administração. Somando a
isto, motoristas, secretárias, adjuntos, etc., isto, disse que vai ficar caro e que tal não era
esperado depois de dizerem que acabavam com as freguesias para pouparem dinheiro.
Criar um órgão acima, que ainda por cima é por nomeação governamental e que vai custar
uma pipa de massa. Que não se consegue entender tal argumentação. Mais, vêm retirar
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poder às CCDRs, que por sinal trabalham muito bem, para entregarem a gestores
nomeados pelo governo que são da confiança politica. Que relativamente às competências
das Câmaras que vão perder poder. Disse ser difícil fazer fiscalização numa Assembleia
Municipal, que é muito complicado. Disse esperar que o PS seja contra esta lei proposta
pelo governo. Disse ainda que esta Lei é um claro atropelo ao regime democrático e mais
um grave atropelo à Democracia Local. -------------------------------------------------------------
-----JOÃO PASSOS (PSD): Disse que é sua impressão mas que a maioria dos vogais
presentes nesta Assembleia não sabe do que consta a Proposta de Lei nº. 104/XII, que não
fazem a mínima ideia. Referiu que eram dados alguns exemplos e que na parte deliberativa
diz-se: “Manifestar a sua vontade em que sejam reforçadas as competências e os
recursos das autarquias locais”, mas isto é o que acontece com a nova Proposta de Lei,
poderá é não ser como os senhores gostavam que fosse, mas que isso é outra conversa.
Também é um facto mas não sabemos que propostas é que queriam ver nesta Proposta de
Lei. Perguntou se querem entregar o licenciamento urbano às Juntas de Freguesia e criar o
caos. Perguntou, afinal o que é que querem. No ponto dois: “Exprimir o seu desacordo
com a supressão prevista na Proposta de Lei nº 104/XII da possibilidade de
apresentação de moções de censura aos executivos autárquicos”, começou por pedir ao
vogal que lhe perdoe mas que isto é truncar a informação, isto porque como não temos a
Proposta de Lei, não são capazes de aferir se esta medida é ou não correta. Por exemplo na
proposta anterior previam-se que os executivos eram constantemente fiscalizados pela
Assembleia desde a sua aceitação até à substituição dos seus membros. Que o executivo a
qualquer momento poderia cair bastando que para tal a Assembleia o quisesse. Quanto ao:
“Manifestar a sua discordância pela diminuição da responsabilização política e do
poder de fiscalização democrática dos órgãos deliberativos das autarquias”, que
perdoar-lhe-á mas que é falso. O que sai de facto reforçado é o poder das Assembleias,
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mormente pela fiscalização dos executivos. Disse que ao trazer-se esta moção que deveria
ter-se trazido também uma cópia da Proposta de Lei para as pessoas saberem exatamente o
que estão a discutir. Voltou a dizer que 90% dos vogais não sabem o que estão a discutir.
Disse que não compreendeu a atitude do vogal Vitor Monteiro. Que isto é uma Proposta de
Lei que há-de ser um Projeto, e que isto anda há décadas a ser conversado na Assembleia
da República. Disse que em dois mil e sete o PS tinha um pré-acordo para esta Lei e que já
incluía grande parte das medidas da atual Proposta de Lei. Disse conhecer bem e não
compreender essas posições intermédias que já vêm há muitos anos. Perguntou se será pelo
facto do líder do PS estar convencido vir a ser Primeiro-Ministro, muito em breve. Disse
não perceber a preocupação do vogal Vitor Monteiro, pois será o PS a nomeá-los. -----------
-----LUÍS NETO (PS): Começou por dizer que a Proposta de Lei PS/PSD em dois mil e
sete nada tem que ver com isto, nem sequer existia este órgão. Este é um Órgão de faz de
Conta que vai fazer com que não só as Câmaras Municipais tenham muito menos
competências, aliás há dúvidas sobre os atropelos das competências entre ambos, mas que
é o Órgão Politico que vai dirigir a CCDRs e mais, deixa de haver um Órgão Deliberativo
que fiscalize esses senhores, o que para si se torna muito mais grave esta situação.
Dirigindo-se ao vogal Passos disse, que como deve saber, nesse pré-acordo, as
Assembleias Municipais eram eleitos para a Câmara Municipal do partido ou partidos
vencedores se tivesse maioria absoluta na referida Assembleia, expurgava os Presidentes
de Junta e que este foi um grande problema para o PSD, e que não haja ilusão, o PSD tem
uma tropa extensíssima pelo País, pelo que terá pesado sobre a cabeça de quem estava a
liderar este processo. Disse estar convencido que se esta Proposta de Lei tiver que ter 2/3
da Assembleia da República não vai passar, mas que é um alerta para mais uma proposta
do Ministro da Presidência, Miguel Relvas, que de facto e desde dois mil e três tentou
matar a Regionalização e isto é mais uma tentativa de acabar com ela. -------------------------
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-----RUI TORRES (PJFE): Disse não ter recebido este documento e que não se encontra
preparado para o discutir. Mas disse que no fórum da ANAFRE que já foi discutido um
documento semelhante de um outro município que pensa que tenha também sido
apresentado pelo BE, que lhe preocupa claramente o futuro das freguesias e disse sentar
que há uma força central que quer tratar centralmente, e que somos um País pouco
municipalista, que somos um País de centralização claramente, que se queixa enquanto
Presidente de Junta e que o Senhor Presidente da Câmara também se queixa, porque
estamos todos dependentes do governo e da centralização que é feita continuamente nas
decisões de grande diversidade nomeadamente locais. Que o Órgão Freguesia e Câmara
cada vez menos conseguem interferir nos destinos da freguesia/município, quando está
comprovado que a nível local se resolvem diversas situações de uma forma mais célere e
mesmo de uma forma mais barata. Que a fiscalização da população também é importante
nas obras levadas a curso pelos Órgãos Locais, enquanto se é a nível nacional não há um
rosto que o cidadão possa reclamar, por serem obra de um qualquer ministério. Que
devemos fazer uma reforma a nível nacional e que este País deve ser adaptado aquilo em
que vivemos. Disse que em fóruns em que esteve da Associação Nacional de Freguesias,
em que o tema foi “as novas atribuições às Juntas de Freguesia”, disse haver por parte das
freguesias duas posições, sendo uma de regozijo por clarificar algumas competências,
porque as atuais competências não dignificam as próprias juntas de freguesia.
Relativamente à concessão do estacionamento automóvel concessionado na freguesia de
Espinho, disse que apresentou oito propostas na altura e que as mesmas foram todas
rejeitadas. Que na altura se sentiu pequenino e desvalorizado como presidente de junta.
Que relativamente às verbas do IMI as juntas de freguesia nunca tiveram qualquer
comparticipação, disse saber que querem dar 0,1% , mas que querem tirar 20% das atuais
verbas das destinadas às freguesias. Pensa que esta participação nas verbas do IMI talvez
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seja uma pequena vitória para as juntas de freguesia. Contudo disse saber que os
municípios não querem esta partilha do bolo do IMI. Confessou ser um acérrimo defensor
das freguesias. Voltou a reiterar o seu apoio ao Presidente da Junta de Guetim quer
enquanto pessoa quer como Presidente de Junta. Que hoje não tem dúvidas e que irá
defender até ao fim da sua vida a existência das freguesias. --------------------------------------
-----JORGE CARVALHO (CDU): Disse que a defesa do documento não é a si que
compete, contudo disse ter ficado surpreendido com a posição do vogal Passos, por estar
desconsolado com as freguesias e perguntou se não será com os presidentes das juntas de
freguesias do PSD que Espinho tem. Lembrou e mostrou uma fotografia em que o próprio
vogal Passos aparecia no tempo em que defendiam a descentralização e a proximidade, e
que, nessa altura acreditavam que era necessário delegar mais competências nas juntas de
freguesia como elemento de desenvolvimento, atribuindo-lhe mais competências e mais
financiamento, e que agora o governo vem propor o contrário e o BE apresenta um
documento defendendo aquilo que antes também defendiam. Vocês agora já acham que
isso é uma desgraça, porque para vocês as juntas acabam por fazer estragos. Que para o
vogal Passos hoje é que as juntas não podem ter muitas competências porque depois nãos e
entendem. Que neste novos Órgãos propostos e pela mesma linha de pensamento, também
acham que não devem dar muitas competências às câmaras porque elas depois estragam
tudo. Até há exemplos de algumas câmaras que realmente tiveram competências a mais,
mas que o problema não é da competência mas sim no uso que fazem dela. Que o
problema está no controlo e fiscalização dessas competências. Porque dizerem que as
assembleias municipais têm capacidade e conseguem fiscalizar os executivos, só por
brincadeira, pois as assembleias municipais só sabem apenas e só aquilo que a câmara quer
que se saiba, que não há direito a tudo, que só acedem às fatias daquilo que entendem que
devem saber e depois têm um guarda costas, que são o bloco de deputados da maioria,
ASSEMBLEIA MUNICIP AL DE ESPINHO
17
mais os presidentes das juntas que não têm liberdade plena de se expressar e votar, como
deveriam poder acreditando que gostariam de poder, e depois esse bloco apoia todas as
decisões da câmara sem porem em causa que a câmara se possa enganar e que enquanto se
agir assim não vai ser fácil. Entende contudo ser necessário haver mais competências, mais
burocracia e mais financiamento. ---------------------------------------------------------------------
-----VOTAÇÃO DA MOÇÃO: “Pela Democracia Local”, apresentado pelo BE. ---------
-----O documento foi aprovado com 13 votos a favor, 7 votos contra e 5 abstenções.---------
-----De seguida passou-se à apreciação da Moção apresentada pelo PS: “Pagamento de
Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) por parte dos Concessionários de Bares de
Praia”-----------------------------------------------------------------------------------------------------
-----LUÍS NETO (PS): “Os concessionários de bares de praia pagam impostos e taxas aos
mais diversos ministérios desde o ambiente e ordenamento do território, passando pela
defesa nacional, finanças, economia e cultura. Estes concessionários de bares de praia
estão instalados no domínio público marítimo e não em terrenos privados. Foi divulgado na
imprensa nacional que alguns chefes de finanças locais mais zelosos e menos informados
enviaram, de forma precipitada e errónea, para alguns concessionários de bares de praia o
respectivo pagamento de IMI em alguns concelhos deste país, incluíndo o de Espinho. O
director-geral da autoridade tributária e aduaneira descartou qualquer tipo de
responsabilidade no envio, para alguns concessionários de bares de praia, da colecta do
Imposto Municipal sobre Imóveis sobre os equipamentos e apoios de praia, atribuindo a
responsabilidade a algumas repartições de finanças deste país. Para os menos atentos, a
concessão da utilização do Domínio Público Hídrico constitui um contrato de direito
publico do qual não resulta para o concessionário, nem a propriedade dos bens que tem por
objecto, nem qualquer figura parcelar menor do direito de propriedade, designadamente
direito de superfície ou usufruto, não estando consequentemente abrangido pela base de
18
incidência do IMI. Perante esta nota introdutória, o Grupo Parlamentar na Assembleia
Municipal de Espinho considera que: 1. As concessões do domínio hídrico, entre as quais
se incluem as do domínio público marítimo, são reguladas pela Lei n.º 58/2005, (Lei da
Água), de 29 de Dezembro, pelo Decreto-Lei n.º 226-A/2007, (Regime da utilização dos
recursos hídricos), de 31 de Maio, e pelo Código dos Contratos Públicos; 2. Estas
concessões são tituladas por contratos sujeitos ao direito público nos termos previstos no
artigo 408.º do Código dos Contratos Públicos; 3. No caso dos Equipamentos e Apoios de
Praia a sua submissão a contrato de concessão encontra-se prevista na alínea c do artigo
61.º da Lei n.º 58/2005 e na alínea c) do n.º 1 do artigo 23.º do Decreto-Lei n.º 226-
A/2007; 4. Estas concessões do Domínio Hídrico têm como contrapartida financeira o
pagamento de uma taxa de Recursos Hídricos nos termos estabelecidos no n.º 2 do artigo
77 na alínea a) do n.º 1 do artigo 78 do Decreto-Lei n.º 226-A/2007; 5. Os concessionários
são apenas titulares dos direitos que lhes são conferidos pelo contrato de concessão e pelo
prazo aí previsto; 6. No termo do contrato os concessionários têm de entregar ao Estado as
obras e infraestruturas objecto da concessão gratuitamente e em perfeito estado de
conservação para este, subsequentemente, lançar concurso publico para a sua consequente
adjudicação a novos concessionários; 7. O Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), incide
sobre bens imóveis privados e o seu pagamento é responsabilidade do respectivo
proprietário; 8. No caso das concessões do domínio público hídrico o proprietário dos
terrenos, obras e infra–estruturas afectas à concessão é o próprio Estado, limitando-se o
concessionário a instalar e explorar Equipamentos e Apoios de Praia ao abrigo de um
contrato de direito público, pagando para o efeito a taxa de recursos hídricos; 9. O
concessionário instala e explora durante o prazo da concessão Equipamentos e Apoios de
Praia em terrenos públicos, pagando em contrapartida uma taxa de utilização de recursos
hídricos, nos termos legalmente previstos; 10. A imposição ao concessionário do
ASSEMBLEIA MUNICIP AL DE ESPINHO
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pagamento de IMI sobre as instalações de Equipamentos e Apoios de Praia, constitui uma
dupla tributação pois o concessionário já paga uma taxa ao Estado para utilizar bens
públicos, para além de suportar os custos com a execução e manutenção das obras e infra-
estruturas objecto do contrato de concessão, que revertem gratuitamente para o Estado no
termo do contrato. A Assembleia Municipal de Espinho, reunida na sua 1ª reunião da 2ª
sessão ordinária de 30 de Abril de 2013, exige à Câmara Municipal de Espinho que cruze
os dados disponíveis, informe e esclareça o Chefe das Finanças de Espinho que os
concessionários de bares de praia deste concelho estão abrangidos por um regime de
tributação especial, a taxa de Recursos Hídricos.” -------------------------------------------------
-----INTERVENÇÕES--------------------------------------------------------------------------------
-----PRESIDENTE DA CÂMARA: Disse que segundo o que sabe os Órgãos do
Município limitam-se no que diz respeito ao IMI a estabelecer as respetivas taxas. Que a
fixação da incidência do próprio imposto não é da competência dos Órgãos do Município,
que é da competência da Administração Fiscal. No que diz respeito a este caso concreto,
lhe parecer completamente abstruso estar a exigir que a Câmara Municipal informe e
esclareça o Serviço de Finanças sobre a forma como a Administração Fiscal há-de ou não
cobrar os respetivos impostos. Que isto não diz respeito à Autarquia Local, disse contudo
compreender eventualmente a preocupação do senhor vogal, mas que em Espinho serão
um ou dois casos que terão sido, devida ou indevidamente, notificados pelas Finanças para
procederem ao pagamento do IMI. Aconselhou o vogal Luís Neto que se dirigisse ao seu
cliente/reclamante, dizendo-lhe que o mesmo se deve dirigir ao Serviço de Finanças e se
for esse o entendimento que reclame. E caso tenha justiça a sua posição, a pessoa em causa
ou devedor fiscal, sujeito passivo de uma eventual obrigação fiscal e que apresente a
reclamação junto dos Serviço de Finanças Locais. Disse ainda que caso a reclamação não
seja atendida pelo Serviço Local ainda tem outros meios de oposição que estão previstos
20
no respetivo código processual. Voltando ao inicio voltou a dizer que não é competência
da Câmara Municipal de Espinho dar conselhos à Administração Fiscal, de como e em que
circunstâncias deve tributar os impostos. Que relativamente às competências dos Órgãos
do Município é fixar as respetivas taxas.-------------------------------------------------------------
-----JOÃO PASSOS (PSD): De tudo o que foi dito pelo senhor Presidente da Câmara
disse querer chamar a atenção para o documento no seu ponto cinco que diz: “Os
concessionários são apenas titulares dos direitos que lhes são conferidos pelo contrato de
concessão e pelo prazo aí previsto”, e depois diz que “O Imposto Municipal sobre Imóveis
(IMI), incide sobre bens imóveis privados…”. Antes de mais disse que estas são
conclusões do vogal Luís Neto, porque enquanto licenciado em direito disse ter muitas
dúvidas que possa ser assim como está dito e que mais tarde irá perceber porquê. Que a
Câmara não pode exigir nem dar conselhos aos Serviços das Finanças. Que sendo este um
ponto de discórdia entre eles, pois há uma tendência para confundir democracia com total
anarquia. Que já aqui foi dito e bem, que se o senhor Chefe do Serviço de Finanças decidiu
notificar um qualquer contribuinte, indevidamente, o contribuinte tem meios ao seu dispor
para reclamar e até impugnar essa decisão, e se essa ação do Chefe das Finanças for em
desconformidade com a Lei, que é a isso a que está obrigado. Disse ter muitas dúvidas
quanto a se devem ou não estarem isentos. Deu como exemplo que o regime é similar ao
Jogo e perguntou se o vogal está de acordo que o Casino de Espinho não pague IMI e
perguntar porque não faz um documento para as Concessões de Jogo. Pensa que está bem
expressa que a competência da Câmara não é dar conselhos e que não é competência desta
Assembleia exigir à Câmara, que quanto muito recomendar. Faria todo o sentido que o
senhor vogal retirasse este documento. --------------------------------------------------------------
-----JORGE CARVALHO (CDU): Começou por dizer que se sente um pouco
incomodado por ser colocado num papel de lóbi, em que este é um documento para aplicar
ASSEMBLEIA MUNICIP AL DE ESPINHO
21
a quatro pessoas. Que se está aqui a discutir um documento que não abrange a população
de Espinho mas quatro empreendedores de Espinho. Disse que os Casinos não pagam IMI
nem a publicidade que têm afixado no seu espaço. Pode-se preguntar se é justo. Que um
casino que tem de lucro quatro milhões por mês. Não é justo. Que estas são as regras que
foram postas aos Casinos, às Igrejas, Fundações, ou seja uma série de entidades que têm
palácios e palacetes que não pagam IMI. Que como são cada vez menos a pagar há a
necessidade de aumentar o preço. Que não há dúvida nenhuma e que neste assunto disse
acompanhar o senhor Presidente da Câmara, pois que seria de muito mau tom esta
Assembleia estar a ensinar o Chefe de Finanças aquilo que deve fazer. Que se estivéssemos
perante um número de cidadãos maior e sem grande capacidade económica ou mesmo
cultural, isto é, que necessitassem de alguém que os defendessem, mas que não é o caso.
No caso estamos perante uma atividade económica, de pessoas relativamente mais capazes
do que o comum, que têm uma contabilidade organizada, que organizaram um processo de
candidatura aos Bares de Praia. Mais, que não tem dúvidas que se lhes tivessem dito que
para ter direito a um bar de praia teriam de pagar IMI que e a resposta seria “pagámos dois
IMIs”, se eu for contemplado. Que não é o IMI que impede o exercício. Que podem
argumentar que não havia essa regra, que nunca pagaram e agora porque que é que têm de
pagar. Que a toda a gente quando chega a altura de pagar lhe custa e nos tempos que
correm cada vez custa mais. Disse não votar favoravelmente por lhe parecer que não se
devem meter nesta posição, salvo se visasse todas as concessões e regimes de como
deviam funcionar. Que lhe parece que esta moção é especifica, para ajudar poucos e que
não necessitam dessa ajuda e que muito menos a Assembleia se deve meter nestes
assuntos.---------------------------------------------------------------------------------------------------
-----LUÍS NETO (PS): Começou dizendo, que o senhor Presidente da Câmara foi
deselegante como sempre e pouco inteligente. Porque este cruzamento de dados ou a
22
exigência que a Assembleia devia de dar relativamente a este caso, que estamos a falar são
de setecentos Apoios de Praia, em Portugal, e que foram indevidamente notificados. Houve
cruzamento de dados entre as Câmaras, que no passado não existia. Que no passado era
uma entidade regional quem licenciava estes Apoios de Praia e que nunca houve este
problema. Que o ano passado em Espinho de dois houve um, em Gaia um, em Vila do
Conde vários ou todos e na Póvoa do Varzim nenhum. Perguntou se há algum problema na
interpretação da Lei ou as licenças de construção foram cruzadas entre o proprietário que é
o Estado, mas o que as pessoas interpretam que não é o Estado, sendo isto que aqui está em
causa. Que pode ter havido um lapso, por acharem que o proprietário é a empresa XPTO,
mas não é. O proprietário do imóvel, dos equipamentos é o Estado, e o Estado, como toda
a gente já percebeu não paga IMI. Que isto é um alteração e não é para fazer favor a
ninguém e que noutras Assembleias Municipais este conteúdo vai ou já foi apresentado e
apreciado. As pessoas por vezes cometem erros e neste caso pelo cruzamento de dados,
erróneo, que a propriedade da licença de construção é uma, mas o proprietário não é ele, é
o Estado. Que nada mais o move que não o de deixar aqui o alerta. Que o Presidente da
Câmara não se enganou, em primeiro lugar não é advogado e em segundo lugar não presta
favores a ninguém e que daqui a uns meses vai-se verificar que o senhor Presidente da
Câmara prestou favores a alguém ilegalmente. Disse que não retira o documento por aquilo
que o Presidente da Câmara disse, mostrando pouca inteligência na argumentação e que
não percebeu o que quis dizer quando falou do cruzamento de dados, que era exatamente
por causa da licença de construção. Que tudo o que está neste documento está no
Ministério do Ambiente que é onde deve estar. Disse achar estranho que não só os
membros da Assembleia mas incluindo o Presidente da Câmara não defender nada do que
consta no documento. Que não foi ele quem prometeu Apoios de Praia, nem equipamentos,
mas que o PSD sim, e perguntou se já fez alguma coisa. ------------------------------------------
ASSEMBLEIA MUNICIP AL DE ESPINHO
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-----PRESIDENTE DA CÂMARA: Apenas duas curtas e breves notas, porque a grosseria
da intervenção do senhor vogal não merece outra resposta. Que quanto a deselegância disse
ter um metro e oitenta e quatro e pesa setenta e cinco quilos, pelo que pensa que a figura do
senhor vogal no que diz respeito a deselegância, está tudo dito. Relativamente à pouca
inteligência, disse que pouco inteligente foi o senhor vogal, ao ter vindo para aqui defender
interesses particulares e que mais valia ao senhor vogal ter dito quem é o interesse
particular que aqui está a defender. Podia ter dito o nome e o número de telefone que
naturalmente lhe telefonaria, como jurista, embora não sendo especialista em direito fiscal,
dar-lhe-ia “probo no” o seu conselho. E caso a pessoa em causa tivesse algum dinheiro,
encaminhá-lo-ia para o escritório do Dr. Jorge Carvalho, que comunga da sua opinião a
quem naturalmente o vogal Luís Neto também lhe chamou pouco inteligente. ----------------
-----LUÍS NETO (PS): Senhor Presidente Vossa Excelência devia dizer quem é que que
pensa ser, porque sobre esta matéria há muita gente. Parece que não lê os jornais, e que o
presidente dos concessionário não se chama Luís Carvalho nem Pedro Pacha, chama-se
João Carreira. Que o problema do Presidente da Câmara é outro, e cometeu um erro
tremendo, desde o inicio do seu mandato, que para resolver um problema, que não é
problema, porque vossa excelência nem é tido nem achado, que acha que pode fazer tudo
mas não consegue. Que até achava que ia fazer Apoios de Praia, e sobre esta, Vossa
Excelência vai ter de prestar contas na altura do Verão, por haver um Apoio de Praia em
Espinho ilegalmente constituído e que Vossa Excelência é o principal responsável. ---------
----JOÃO PASSOS (PSD): Que assim ninguém se entende, vêm para aqui falar por
enigmas. Perguntou ao vogal se ele estava ali a fazer promessas eleitorais, disse não
perceber do que estava a falar. Disse que Áreas Concessionadas e Construção à Superfície,
que são coisas diferentes. Que um dos problemas deste documento é precisamente meter
tudo no mesmo saco, isto é, fazer depender o pagamento de uma taxa de IMI do pagamento
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de uma taxa Hídrica, porque não são nem têm que deixar de ser cumulativas. Mas como o
vogal que é um iminente jurista, muito inteligente, e, muito elegante, sabe mais que todos
os outros, mas que Áreas Concessionadas e Direito de Superfície, são coisas
completamente diferentes. Como jurista, disse ainda ter sérias dúvidas no documento que
apresentou se é ou não aplicável. Porque aqui ainda se poderia falar de acessão imobiliária,
e que o senhor não faz a mínima ideia do que é. Disse estar correto, que não é a Câmara
Municipal quem faz os equipamentos de Apoios que são os privados que fazem os
investimentos. Disse ainda que os municípios fizeram cruzamento de dados, sendo essa
talvez a razão pela qual os contribuintes nunca foram notificados, porque as finanças não
sabiam que eles tinham Apoios de Praia. De facto não se está a discutir o documento, que o
vogal veio para ali com uma ideia fixa lançar umas bacoradas para o ar sobre as pessoas.
Disse já não ter paciência.------------------------------------------------------------------------------
-----LUÍS NETO (PS): Que a coisa é muito clara e não foi ele quem fez essa promessa.
Que Vossa Excelência não percebeu, que confundiu com estacionamentos pagos e não tem
nada que ver com isso. O que está aqui em causa é como as barragens, quem constrói é o
privado em nome do público e paga as suas respetivas taxas. Que o PSD prometeu doze
Apoios de Praia em Espinho e fizeram zero porque não é permitido, e insistiu que hoje há
um Apoio de Praia constituído em Espinho que está ilegal. --------------------------------------
-----RUI TORRES (PJFE): O processo das Praias em Espinho é miserável e por uma
razão, a Câmara Municipal anterior recusou-se a estar presente nas discussões do Plano de
Ordenamento da Orla Costeira (POOC), nem uma vontade politica de alterar. Deu exemplo
do que foi feito pela Câmara de Gaia e que em Espinho nasceram cogumelos. Em Espinho
temos dez Concessões de Praia e que representam os maiores dez problemas que existem
em Portugal sobre Concessões de Praia. Que a Praia da 37 tem direito a um Apoio de
Praia. Sendo a Junta de Freguesia a entidade autorizada a gerir, que pediu autorização à
ASSEMBLEIA MUNICIP AL DE ESPINHO
25
Autoridade Regional Hidrográfica do Norte (ARHN), que fez o requerimento e não obteve
resposta e que aproveitou o Parecer do Presidente dos Concessionários Luís Carvalho, que
lhe disse “se não houver resposta está intrinsecamente aceite”. Mas que este ano não vai
fazer porque aquela Praia merece muito mais. Que por questões politicas disse querer o
licenciamento para poder avançar. Que as concessões novas e futuras deviam ser entregues
à autarquia e que os negócios que as concessões podem potenciar devem ser em Hastas
Públicas ou Concursos Públicos para o Setor Privado as dinamizar. Acha que não deve ser
uma Junta de Freguesia a gerir uma Praia. Mas que a Junta de Freguesia deve ter
estrategicamente uma orientação sobre definir as regras e como há-de manter a Praia limpa
e vigiada. Que a Praia, quer aos seus olhos, quer aos olhos da Câmara Municipal, é a
imagem de força de Espinho. Que se perguntar ao Luís Carvalho disse, lhe garanto que
responderá que sim, que nestes três últimos anos houve mais gente a afluir às Praias de
Espinho. O que achava correto e que gostava de ver aqui a ser defendido pelo vogal Luís
Neto, era que os concessionários deviam cumprir com as suas obrigações, porque não é só
terem direitos também têm obrigações e que muitas vezes não cumprem, como por
exemplo com os Sanitários Públicos. As Praias não são nem das Câmaras nem das Juntas,
têm concessionários e que estes são obrigados a darem contrapartidas. São servidores
públicos, e por achar que eles são pouco servidores públicos, pois colocam proibições de
acesso aos banhistas e que tal não pode acontecer. Que os sanitários são para todos
inclusive para os sem abrigo. Temos quatro concessionários com direito a concessão de bar
e que ainda não os implementaram, tiveram dois anos para montar os seus bares. Que
gozam do título e que metem barracos para fazerem exploração comercial e não cumprem
com as suas obrigações, isto é, sanitários, balneários e posto de socorros. Que se
cumprissem com as suas obrigações entre o Marbelo e a Baía existiam dez casas de banho
e que não há uma e que essa responsabilidade é sempre pedida à Câmara pelas pessoas,
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indevidamente. Que eram hábitos do passado, e disse que ouviu dizer que haviam
concessionários de praia a usar a luz e água pública para os seus bares e que hoje estão
chateados com o atual presidente da Câmara, porque lhes cortou esses fornecimentos.
Disse que os concessionários devem ser acarinhados mas que devem também cumprir com
as suas obrigações. --------------------------------------------------------------------------------------
-----VOTAÇÃO DA MOÇÃO: “Pagamento de Imposto Municipal sobre Imóveis
(IMI) por parte dos Concessionários de Bares de Praia”apresentado pelo PS. ------------
-----O documento foi reprovado com 13 votos contra, 7 votos a favor e 5 abstenções.--------
-----DECLARAÇÃO DE VOTO:--------------------------------------------------------------------
-----ANTÓNIO CAVACAS (PS): “Abstive-me neste documento. Concordei com os
fundamentos essenciais que há uma razão para ser levantado este problema do IMI de
Praia. Pensa que não é mais e apenas uma expressão num certo fundamentalismo na
obtenção de receitas. Não podia votar a favor por duas razões: primeiro porque acho que a
Câmara não tem nada a haver com isso e segundo porque há aqui uma questão de
principio que prezo muito, estamos dois Órgãos que têm idêntica legitimidade,
legitimidade democrática direta e não pode haver aqui entre estes dois Órgãos exigências
entre elas, há recomendações. Que a palavra exigência não legitima num documento
apresentado nesta Assembleia. Somos Órgão com idêntica legitimidade, a Câmara não
depende politicamente de nós, a legitimidade democrática é idêntica e que não pode ser
usada esta expressão. Sendo esta a razão de ser da minha abstenção.”--------------------------
-----JOÃO PASSOS (PSD): “Votamos contra esta deliberação pelo simples facto de que
ela exorbita as competências da Assembleia Municipal.”-----------------------------------------
----De seguida o senhor Presidente da Mesa em exercício propôs encerrar os trabalhos
neste momento, pelo facto do ponto dois da Ordem de Trabalhos, ser segundo o próprio
muito demorado e pelo facto de numa hora não lhe parecer terem tempo de o discutirem.
ASSEMBLEIA MUNICIP AL DE ESPINHO
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Pediu a opinião aos representantes de cada grupo parlamentar, para que o Plenário
decidisse.--------------------------------------------------------------------------------------------------
-----PRESIDENTE DA CÂMARA: Interveio para dizer que não andam aqui a brincar à
democracia. Foi convocada uma Assembleia Municipal que começou às dez horas da noite,
são onze e quarenta da noite, estamos a falar de uma e meia hora de trabalhos em que se
esteve aqui a discutir assuntos de lana-caprina. Temos aqui um documento de suprema
importância que tem de ser aprovado hoje e que o senhor Presidente em exercício está a
pôr à consideração dos senhores vogais interromper os trabalhos. Que isto não lhe faz
sentido. Que o senhor Presidente em exercício não deveria ter colocado essa questão. Não
se andam aqui a pagar senhas de presença aos senhores vogais da Assembleia para não
discutirem.------------------------------------------------------------------------------------------------
----Os trabalhos foram interrompidos por cinco minutos.------------------------------------------
-----Retomados os trabalhos, o Presidente da Mesa em exercício, disse que entravam na
Ordem de Trabalhos.------------------------------------------------------------------------------------
-----PERIODO DA ORDEM DO DIA--------------------------------------------------------------
----- Entrou-se na discussão do ponto dois da Ordem de Trabalhos: “Apreciar e Votar os
Documentos de Prestação de Contas, referentes ao Ano de 2012.”----------------------------
-----INTERVENÇÕES--------------------------------------------------------------------------------
-----VICE-PRESIDENTE: Disse que o documento de Prestação de Contas de 2012,
confirma aquilo que tem sido o trabalho que este executivo tem feito ao nível do equilíbrio
financeiro e daquilo que é um trajeto de recuperação que o município tem a fazer. É uma
Prestação de Contas que apresenta um Cash-Flow positivo de 5,9 milhões de euros e ainda
que faz um evolução em dois anos em termos de resultado liquido de 4,5 milhões de euros.
O Município consegue desta forma iniciar o processo de regularizar e de liquidação e
abatimento da divida, que de certa forma se concluí aqui a fase de reestruturação e
28
adaptação do Município. Que se inicia uma nova fase que é a liquidação da mesma divida.
Disse ainda que do limite do endividamento municipal, o Município de Espinho tinha um
endividamento na casa dos 2,5 milhões de euros e com a ação do executivo passou a ter
uma margem positiva de 1,6 milhões de euros, para novo endividamento. Que é
contrariada por uma ação que não é da responsabilidade deste executivo, que é a Ação dos
terrenos da Escola Domingos Capela, sendo uma Ação intentada pelo Ministério de
Educação que tem origem em 2005, mas que provém de um Protocolo que provém de
1995 e o Município foi condenado a pagar cerca de 3,1 milhões de euros mais cerca de um
milhão de juros, que veio de certa forma anular aquilo que foi a recuperação que o
Município fez daquilo que era o excesso de endividamento. Disse que se o Município
quiser deixar de estar nesta situação terá de obter por parte do Ministério da Educação um
acordo que possa vir a fazer a anulação desta divida ou a mitigação da mesma ao longo do
tempo, para que o Município possa dizer que está numa situação regular no que toca ao
limite de endividamento. -------------------------------------------------------------------------------
-----PEDIDOS DE ESCLARECIMENTO:--------------------------------------------------------
-----VITOR MONTEIRO (PS): Em virtude de este ser o último ano deste mandato e em
que sendo o último em que apresenta a Prestação de Contas, disse ter decidido fazer uma
avaliação global daquilo que tem sido esta gestão. Chamou a atenção para esta avaliação
que é feita com os números que a própria Câmara fornece. Disse que vai mostrar por
comparação os números da gestão socialista e os números da gestão social-democrata.
Disse ainda que teve cuidado de ler as atas da discussão deste tema desde 2005 até à
presente data, ou seja abrange o último mandato de José Mota e o mandato atual de Pinto
Moreira. Que as perguntas que agora vai fazer são as que o PSD fez quando estava na
oposição. Perguntou que esforços fez este executivo no sentido de contrariar os números,
como a taxa de execução de receita de 44,04% (em 2005 era de 51%), assim como o
ASSEMBLEIA MUNICIP AL DE ESPINHO
29
agravamento do endividamento Médio/Longo Prazo que é de 8,58% (em 2005 era 9%), a
mesma pergunta colocada pelo então vogal Vicente Pinto. Outra questão que foi colocada
nessa mesma reunião pelo vogal António Regedor, relativamente à gestão das energias
alternativas como forma de diminuir os gastos, disse querer saber hoje o que é que a
Câmara já fez quanto à utilização de energias alternativas como forma de diminuir os
gastos nas energias tradicionais. Uma terceira pergunta que também foi colocada pelo
senhor António Regedor, e que hoje volta a colocar, querendo saber o que é que já foi feito
para a diminuição dos custos. Disse ainda querer saber a que se devem as baixas taxas de
execução das receitas de capital. Fez a comparação entre as taxas de execução das receitas
de capital do último mandato 2005-2009 com o atual e que o último ano de mandato de
José Mota, e segundo o mesmo o pior ano deste, dizendo que a taxa de execução das
receitas de capital foram de 26% por comparação com o atual executivo que apresenta uma
taxa de execução de 15%. Disse querer uma explicação para tão baixo valor, pois se a
gestão PS se ficava nos 50% a gestão PSD não passa dos 30%. ---------------------------------
-----LUÍS NETO (PS): Disse ter várias questões por ter várias dúvidas sobre algumas
matérias. A primeira tem que ver com os acordos de pagamento, existentes ou em vigor e
que são de facto acordados um pouco à revelia desta Assembleia Municipal e estando
previstos no PAEL e são também referidos no Relatório de Contas. Disse que gostava de
saber se foi realizado algum acordo de pagamento com a LIPOR, EDP, ÁGUAS DE
DOURO E PAIVA e com a SIMRIA, uma vez que estes são referidos no Relatório de
Gestão por quem o fez. Que se existem acordos de pagamento com estas entidades, são e
de certeza absoluta plurianuais, e que estes deveriam ter passado por aqui e não passaram,
pelo menos para já. Segunda, gostaria de saber se a Câmara Municipal de Espinho já
efetuou algum acordo de pagamento do dito terreno com a Direção de Educação do Norte.
Terceiro, gostaria de saber e para finalizar, se há documentos de 2012 por introduzir, com
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divida assumida, isto é, se há documentos ou não em falta no sistema. Perguntou se em
outubro de 2012 havia divida assumida no valor de 6 milhões de euros que não estavam
devidamente introduzidos no sistema informático.-------------------------------------------------
-----VICE-PRESIDENTE: Começou por agradecer a intervenção do vogal Vitor
Monteiro, porque pela primeira vez vê o PS a fazer perguntas pertinentes à discussão da
Prestação de Contas, independentemente de ter lido as atas das intervenções do PSD, por
ajudarem toda a gente a perceber e a ficar mais esclarecido quanto à Prestação de Contas.
Disse também que quanto à questão da comparação da Prestação de Contas de 2005 com
Prestação de Contas de 2012, que houve uma série de alterações que vai tentar sintetizar,
não se querendo alongar muito. À data de 2005 as taxas de IMI tiveram taxas de
crescimento anuais na casa dos 10%, ou seja nesse ano e anos anteriores, o município teve
receitas crescentes de IMT, como teve acesso ao Quadro Comunitário de Apoio, não teve
qualquer restrição ao nível da constituição da despesa, desde que a mesma estivesse
prevista no orçamento. Que não precisava de pareceres prévios nem da Câmara nem da
Assembleia, nada disso e que portanto os Municípios nessa altura podiam ter uma taxa de
execução superior à que têm hoje. No Município de Espinho em concreto e em primeiro
lugar. Em 2005 já era preciso orçamentar a divida a curto prazo, divida aos fornecedores e
empréstimos que se venciam no respetivo ano. O município tinha um orçamento na casa
dos 40 milhões de euros e tinha uma divida de curto prazo na ordem dos 5 milhões, ou
seja, a divida de curto prazo era um valor perfeitamente normal para aquilo que era o valor
do orçamento, e que estaremos a falar num prazo médio de 60 a 90 dias eventualmente. O
que reparamos quando chegamos à Câmara é que a Câmara estava com um orçamento de
execução na casa dos 30 milhões de euros e com uma dívida de 9 milhões. Que depois não
era nove milhões e foi bastante mais e que este ano até subiu mais 4,2 milhões, de uma
divida que tiveram de registar. Na altura tiveram que registar outras dividas como
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Mobijovem, mas que agora, disse não querer falar sobre isso. Que sendo divida do anterior
executivo foi registada neste. Que não sabe onde o vogal Luís Neto foi tirar os dados mas
que seguramente não é da informação escrita que fornecem, não lhe parece que falte lá 6
milhões de euros de divida. Pede que lhe indique onde consultou esses elementos para
poder verificar o que é que se passa. Dizer que quando se compara a execução orçamental
de 2005 com 2012 tem que se ter em conta o montante da divida de curto prazo que onera
o orçamento da despesa mesmo que o Município não tenha capacidade de o pagar que é o
caso, ainda que tivéssemos previsto o PAEL entrar no ano de 2012 ou tivesse havido um
financiamento para resolver esse problema, o certo é que não entrou, não se realizando essa
execução e portanto baixa a execução. Quanto às despesas de capital, tinham uma baixa
execução à data porque todos os municípios na altura estavam a executar obras de QREN
de grande envergadura, dando como exemplo de Vila Nova de Gaia e como em 10 anos
mudou a sua face, quer do litoral, quer do interior, quer a nível de projetos. Que foi
obviamente com candidaturas comunitárias e com execução de despesa de capital, neste
caso com financiamento consignado, e que na altura foi importante fazer a pergunta, tanto
mais que vieram a descobrir, quando tomaramm posse que haviam onze milhões de euros
de fundos comunitários que o Município tinha tido ao seu dispor e não tinha utilizado. Ou
seja com uns anos de antecedência estavam a fazer as perguntas corretas e é algo que não
se passa agora porque as candidaturas que têm estão a acompanhar os Programas
estabelecidos, quer na frente Litoral quer nos Centros Escolares. Quanto ao Endividamento
de Médio/Longo Prazo, a problemática do Município, é sobretudo a divida à EDP que é
muito antiga e com aquilo que foi o endividamento a médio/longo prazo contraído pelo
Município, em 2009. Disse que o Município nessa altura contraiu empréstimos, não para a
construção social, mas para resolver dividas de fornecedores. Ao compararmos o
Endividamento Médio/Longo Prazo do Município de 2005 com 2009, disse que é tudo o
32
que o Município abateu à Divida menos o que o PS contraiu em 2009. Que o PS aumentou
a divida de Médio/longo Prazo, ao substituir divida de Curto Prazo por Divida de
Médio/Longo Prazo, por não ter sido capaz de pagar aos fornecedores. Na altura a pergunta
estava relacionada com a capacidade orçamental do Município de olhar para a sua divida
de Médio/Longo Prazo e se o Município se estava a caminhar na sustentabilidade ou não, e
não estava. Fizeram as correções necessárias ao longo de três anos, por ser a única forma
do Município poder cumprir os seus compromissos mas também manter o seu Serviço
Público. Disse ainda que se continuassem no registo que vinha o Município iria falhar no
tocante ao Serviço Público também nos compromissos básicos com o Pessoal. Que no
tocante à poupança de energia, disse ser a área em que mais trabalho têm feito, referiu
como exemplo a substituição do Sistema de Gaz das Piscinas, alterações do Sistema de
Aquecimento no edifício dos Paços do Concelho, alteração no regime contratual da tarifa
em todos os PTs de ligação, por estes se encontrarem desadequados à potência necessária
como a Iluminação Pública, foi reapresentado o Projeto para refazer e reestruturar toda a
Iluminação Pública e que estão à espera há 2anos de aprovação por não terem capital para
o fazer e que já estão há mais 2 anos à espera porque este já tinha sido feito e não tinha
sido aprovado pelo PS. Dizer ainda que foram feitos Estudos de Certificação Energética de
todos os edifícios municipais e que deram origem a propostas de investimento, que
também não se encontram aprovadas mas que aguardamos o sejam, que trazem muitos
poupanças ao Município, sendo aliás a única forma de evitar que a fatura energética
continue a aumentar. Esse aumento deveu-se ao aumento da tarifa mas também ao aumento
do IVA. Que quanto a energia alternativa, quando foi feita a pergunta e pelo que foi
demonstrado, ser uma área em que sempre tiveram consciência que deveriam apostar
fortemente. Quanto à questão de redução de custos, está tudo explicado. Encontraram uma
autarquia que tinha 700 funcionários e hoje tem 560, que se endividava 4,5 milhões de
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euros ao ano e hoje tem um equilíbrio estrutural. Num momento em que as Receitas têm
vindo a cair em todas as áreas, em que o Estado corta nas transferências para os
municípios, em que as taxas de IVA na aquisição de Serviços aumentaram, perguntou ao
vogal como é que ele acha que se podem equilibrar as contas. Não é seguramente a falar de
utopias mas sim de redução de custos muito concreta em todas as áreas e com muito rigor
orçamental. Pensa que não são avaliados por propostas pontuais mas sim pelos resultados.
Que o resultado está à vista e que pode orgulhar os Serviços Municipais, a Câmara e a
Assembleia, por ser um resultado positivo que atinge todos os objetivos que estavam
previstos para 2012, nomeadamente a redução das faturas em atraso, a redução da taxa de
endividamento, foi criado até uma margem para novo endividamento, onde tinham que
reduzir apenas 10% do total mas que a força das circunstâncias obrigou a ir mais além.
Quanto à redução da divida, algo que já tinha sido assumido em 2011, quando nesta
Assembleia apresentaram uma proposta para endividamento de 11 milhões de euros para
resolver os problemas aos fornecedores e na altura disseram aqui que não era coerente. A
solução acabou por surgir, não pelos 11 milhões, sendo que o PAEL apoiaria até 12
milhões, mas que o atraso no processo legislativo reduziu para 9 milhões e que entretanto o
entendimento do TdC reduziu para 8 milhões. Como o tempo é dinheiro, vamos ter a
mesma solução, dois anos mais tarde, mas com muitos mais juros a pagar, com muito mais
trabalho e ainda a desvantagem nos preços a pagar por não termos os pagamentos em dia
com os fornecedores. Informou de que esta semana o município receberá a primeira
tranche do PAEL, o que permitirá sanar uma parte das suas dividas aos fornecedores.
Acordos de pagamento LIPOR, SIMRIA e EDP, existem e que foram feitos na altura em
que tomaram posse. As dividas já eram antigas e obviamente estas entidades não podem
fornecer os serviços sem que lhes paguem. Fizeram logo um acordo de pagamento que na
altura não era obrigatório vir à Assembleia Municipal, à semelhança do que o PS fez,
34
acordos de pagamento com outros fornecedores. Referiu ainda que herdaram alguns
acordos que tiveram um período de carência, começando-se a pagar em 2010, para azar
deste executivo. Quanto à Direção Regional de Educação que agora se chama Direção de
Serviços de Educação não foi feito qualquer acordo, ainda estão a tentar chegar a uma
posição, reconhecendo contudo que a Direção de Serviços de Educação tem uma posição
dominante nesta negociação. --------------------------------------------------------------------------
-----INTERVENÇÃO POLITICA:-----------------------------------------------------------------
-----VITOR MONTEIRO (PS): Informou que ia distribuir um conjunto de documentos à
Mesa e aos Grupos Parlamentares, no sentido de elucidar a sua intervenção. Disse que iria
fazer poucas observações pessoais e que se iria cingir aos números, números esses que
espelhem o que foi a gestão da Câmara nos últimos anos, com os quadros principais:
Receita, Despesa, Endividamento, Receitas de Capital, Receitas Correntes, Despesas de
Capital, Despesas Correntes, Plano Plurianual de Investimentos, Grandes Opções do
Plano, Balancete, Plano de Atividades e Endividamento Municipal. Disse que o PSD fez
muito pior do que José Mota no último mandato, e que o vai provar. Começando pelas
Receitas Correntes – a taxa de execução foi cerca de 90% no último ano de José Mota e
passou no atual mandato para 68% em 2010 e 69% em 2011, voltando este ano de 2012 a
92%; Receitas de Capital - as taxas de execução começaram 51,35% e no último ano de
José Mota baixou para 26%, em 2012 é de 15,78%. Aqui perguntou ao Vice-Presidente o
que é que correu mal, pois para esta taxa de execução, só pode ter corrido muita coisa mal.
Disse que a taxa de Receita se cifrava em 60% e 58%, baixando na atual gestão PSD para
56%, 54% e 44%. Disse ainda que é de realçar que a arrecadação efetiva de receita não
variou muito o que variou foram as previsões da mesma no orçamento e que nesta gestão
PSD, são bastante empoladas. Disse que as previsões atuais são exageradas, como podem
ver. Quanto às Despesas Correntes variavam na casa dos 80% previstos na gestão
ASSEMBLEIA MUNICIP AL DE ESPINHO
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camarária anterior e cerca de 70% na atual gestão. As Despesas de Capital variavam na
casa dos 40% a 50% exceção do último ano da gestão anterior baixou para 30% com a
atual gestão passou para 32% , 27% e atualmente está com 23%. Disse que antes de ter
feito este trabalho não tinha a noção do quanto é que esta Câmara tinha falhado. Pelos
vistos só pode estar tudo atrasado, pagamentos, recebimentos. Perguntou qual a taxa de
execução dos pedidos de Pagamento e das Obras. Que esta Câmara ainda está pior do que
aquilo que pensava estar. Relativamente às Grandes Opções do Plano, disse que criticava
com frontalidade a taxa de execução de 30%, 28% e 24% , e disse mais, que tinha
vergonha se fosse ele a estar no executivo e apresentar taxas desta natureza. Na gestão
anterior andava nos 50% , isto é, a Câmara anterior prometia uma coisa e dava metade,
mas o senhores nem metade. Disse nunca lhe ter passado pela cabeça que este executivo
estivesse a fazer tão má gestão sendo esta uma realidade que espera que a comunicação
social dê relevo. Em relação ao Plano Plurianual de Investimentos, pressupõe que também
estas obras estejam atrasadas até porque estas obras têm a duração de vários anos, dizendo
que a taxa atual é de 17,88% e que foi de 17%, em 2010, 13% em 2011 e 17% em 2012.
Aqui percebe-se, disse a titulo de exemplo, que previam construir uma escola mas que
realizaram cerca de 20% dessa escola. Quanto ao Balancete do Plano de Atividades as
taxas de execução obviamente são maiores, porque aqui o Plano é físico, que como sabem,
a parte física é o que efetivamente se faz, que a obra avança e que não está a ser paga, o
que significa que anda aqui alguém que também que não recebe, visto que as obras têm
avançado e depois faltam os pagamentos. Na gestão anterior cifravam-se nos 80% aos 62%
e nesta gestão está na ordem dos 50%. O último quadro diz respeito ao Endividamento
Municipal, que andou a ver desde 2005 até à data, para saber o que é que efetivamente
esses senhores devem. Pelos números do PSD, a gestão PS deixou uma divida de
40,721904,74€ pelos números atuais em 2012 esta Câmara deve 46.771,711,75€, ou seja
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são mais 6 milhões de euros, segundo o senhor Vice-Presidente da Câmara que há uma
divida de Médio/longo Prazo que pode vir de uma decisão judicial transitada em julgado
no valor de cerca de 4,2 milhões de euros mas mesmo assim e números são números e o
que os senhores deixam é mais 1,8 milhões de euros para pagar. Os números dizem que há
mais 6 milhões para pagar desde o tempo de José Mota para esta gestão e dizem que 1,8
milhões são da vossa responsabilidade. Que ainda haviam outros quadros que gostaria de
ter feito, mas sendo estes os apresentados que norteiam a gestão autárquica. Disse lamentar
ter que falar de uma taxa de execução da gestão PSD na ordem dos 30%. Prometeu que a
seguir falaria das atas.-----------------------------------------------------------------------------------
-----JORGE CARVALJO (CDU): Começou por informar de que vai votar contra o
documento de Prestação de Contas. Que estava à espera, como o vogal Guy Viseu costuma
dizer que dá o beneficio da dúvida à Câmara quando apresenta o Orçamento mas que
depois com a Conta já não lhe dá o beneficio da dúvida, pois tinha de provar a forma como
atuou. Disse ter vindo expectante quanto à posição do Guy Viseu, isto é, se continuava
com o beneficio da dúvida ou não, mas como não está presente fica sem saber. Disse que
existe um livrinho que explica como utilizando as estatísticas oficiais se consegue enganar
e mentir à população, isto é, partindo de dados verdadeiros estatísticos, se consegue uma
conclusão que falsa. Pelo que é fácil manipular a opinião pública e que aqui se está a
assistir a isso mesmo. Quem ouviu o Vice-Presidente diz que esta Câmara é maravilhosa,
que funcionou e trabalhou bem, reduzindo divida, produziu, mas que quem ouve o vogal
Vitor Monteiro diz que esta Câmara é desastrosa, que nada fez em condições, isto para
dizer que lendo os mesmo números se consegue tirar conclusões opostas. O certo é que há
um Relatório da firma Palm e Cambão que curiosamente jogam à defensiva. Disse que
nesse Relatório consta:“ a responsabilidade dos documentos é da Câmara Municipal, o
resultado que apresentou nos documentos, que adotou as politicas e os critérios que
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entendeu e nós só temos que nos pronunciar sobre as demonstrações financeiras que nos
põe na mão” e portanto e à primeira vista os próprios auditores não põe a mão no fogo por
esta Câmara. Fazem uma reserva quanto ao inventário da Câmara que dizem não saberem
se o Património que a Câmara tem é aquele que diz ter, dizem ainda não saber se está tudo
devidamente avaliado ou não e portanto acabam por aprovar o Relatório dando-lhe uma
enfâse geral, e dizem que: “chama-se a atenção para o facto das demonstrações financeiras
para o exercício findo em 2011, apresentado para efeitos comparativos, não terem sido
sujeitos a revisão legal das contas”. Isto significa que dão um Parecer Favorável salvando a
própria pele. Viram o que lhes mostraram, quem definiu as amostragens foi a Câmara,
quem estabeleceu os critérios foi a Câmara, têm dúvidas sérias quanto ao Património e não
procedem à Revisão das Contas por que não lhes compete. Como este é o último mandato,
disse não saber se estão à espera que a Câmara mude de mãos e depois venha uma
auditoria e que depois apareça a Comissão a dizer que afinal havia para aí uns não sei
quantos nas gavetas e perguntou se será essa a preocupação. Mas o que é certo e vendo a
Conta constata-se que a Câmara tem mais olhos do que barriga. Promessas no Orçamento
muitas, execução muito pouco, que depois dá aqueles gráficos que o vogal Vitor Monteiro
apresentou, porque compara aquilo que prometeu com a aquilo que cumpriu e no resulta
todas estas dificuldades. É verdade que o Município está mais pobre, mais encravado, nos
próximos anos a começar já pelo próximo mandato vai-se revelar difícil para quem ganhar
as eleições. Hoje já me apercebi aqui, que já começou a campanha eleitoral e portanto
temos aqui dois candidatos, o Neto e o Pinto Moreira, que há pouco estiveram aqui a
esgrimir as promessas futuras. Mas mesmo com este cheiro a Campanha Eleitoral acho que
esta Conta é bem demonstrativa que as coisas correram mal, e estão a correr mal. O Vice-
Presidente aponta muito para a crise internacional mas que a si não lhe parece que seja
diretamente o fator de influência da atividade local, de Espinho, que indiretamente sim,
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porque o governo tem vindo a esmagar a atividade municipal. Ao longo de vários anos já
aqui tivemos a dificuldade de ter o governo da mesma cor politica e a ditar o contrário da
Câmara. Que várias vezes o Presidente da Assembleia votou aqui de uma maneira e na
Assembleia da República teve de votar de maneira contrária, ou seja diferente daquilo que
tinha aprovado aqui, o que significa que uma das duas votações não foi em liberdade.
Disse presumir que foi lá. Pelo que reafirmou que vai votar contra.-----------------------------
-----JOSÉ PINHO (PSD): Disse estar com uma dúvida pelo que foi aqui dito e que
consiste que em 2009 o senhor José Mota deixou uma divida de cerca de 40 milhões de
euros. Mas que aqui já foi falado de que a divida que lhes foi deixada foi de 49 milhões de
euros. Pediu ao senhor Vice-Presidente que esclarecesse se foi 40 ou 49 milhões o valor da
divida deixado, por estar convencido de que foi 49 milhões de euros, mas se foi de 40
milhões faz-lhe sentido a existência deste documento, pelo que pede o esclarecimento.------
----ANTÓNIO JOSÉ (JFS): Disse que a sua intervenção tem como propósito
desmistificar algumas ideias. Disse que o vogal Vitor Monteiro na sua intervenção fixou-se
na execução e disse pretender falar dos números de outra forma, porque para si a questão
da execução orçamental que é secundária, porque este executivo e pela primeira vez teve
resultados líquidos positivos em 2012. Se o senhor José Mota nos mandato que cá esteve
tivesse tido sempre resultados positivos não existia 50 milhões de divida e isto é bom que
se entenda. Foi um excelente trabalho feito por este executivo ao fazer o ajustamento e que
neste momento a Câmara é auto sustentável. Este ano aconteceu um problema grave, que
foi a divida que apareceu de 4,2 milhões e que afinal a divida era supostamente de 40
milhões mas que já não é de 40 milhões, mas sim de 44,2 milhões. Disse que foi dito pelo
senhor Vice-Presidente e bem que as dificuldades são muitas não só para a Câmara, para as
Juntas, para as Empresas bem como para as pessoas. Disse ainda que há um facto muito
positivo, apesar das pessoas estarem no desemprego, que é a Câmara ter reduzido o
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número de funcionários de 700 para 560, ou seja há uma redução de despesas com pessoal
e hoje o valor com essas despesas representa um valor de 33% dos custos totais. Que isto
contribuiu também para que o resultado fosse positivo, lógico que o desemprego ninguém
o quer mas o facto é que isto aconteceu. Depois falou-se em execução orçamental, julga
que a receita do executivo para este ano foi na ordem dos 26 milhões julga ter sido antes à
volta de 40 milhões, ou seja havia muito mais receita para fazer despesa, agora não há tanta
porque este executivo apanhou com o PEC1, PEC2, PEC3 e as transferências da
Administração Central reduziram substancialmente. Não pode haver obra se não há
dinheiro. Outro facto muito importante que foi o aumento da taxa de IVA . A taxa de IVA
só na eletricidade passou de 6% para 23%. Desde novembro de 2011 aumentou 17% até
agora. Em final de 2011 aumentou 8% e este ano aumentou mais 5%, a receita está a
baixar mas os custos estão a aumentar. Quanto à questão da divida, segundo o relatório em
2009 foi contraído um empréstimo pelo anterior Presidente da Câmara, à semelhança do
que foi feito nas PPPs ou seja fazemos a divida mas só pagamos os juros passados uns
anos. Que lhe parece que foi contraído um empréstimo em 2009, pelo anterior Presidente,
teve um período de carência de um ou dois anos mas que a despesa veio daí para a frente,
isto é, foi este executivo que levou com essa despesa, o que agrava o valor da divida. Em
2010 pagaram-se horas extras de 2009 foi o valor é bastante elevado. Há ainda um
agravamento por parte da Mobijovem, cerca de 700 mil euros, e que parece que ainda
havia cerca de 600 mil euros de despesa por lançar. Ora se somarmos tudo isto o valor da
divida reduziu e não aumentou como dizem. Este executivo herdou dividas que não
estavam registadas mas que existiam. Disse ainda querer alertar esta Assembleia e todos os
espinhenses deviam perceber isto, este executivo com os parcos recursos que tem está a
fazer obra e obra de proximidade que lhe parece não onerar os espinhenses no futuro.
Sendo obras que de facto interessam aos espinhenses porque lhes são úteis. Para si o
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problema de Espinho é um problema de base, por ter alguns monumentos, que agora são
úteis e têm de ser rentabilizados como: o FACE, o Multimeios, a Biblioteca e a Nave
Desportiva. Têm custos fixos mensais e acumulados em doze meses é um problema, que
estão a pôr em causa esta Câmara a nível financeiro sendo importante que as pessoas
tenham noção disso. Tiveram uma herança muito pesada, mas que agora está a ser mudada.
Disse ainda que se esta Câmara continuar a ter resultados positivos como teve este ano, a
tendência é reduzir a divida. Uma coisa é a divida outra coisa é o deficit. Se o deficit for
positivo vai fazer com que a divida reduza se for o deficit for negativo vai fazer com que a
divida aumente. Estando aqui em representação da Junta de Freguesia de Silvalde, vai
votar favoravelmente e disse ter de dar um voto de louvor a esta Câmara porque há muitos
anos não se via uma Câmara a dar resultados positivos. ------------------------------------------
-----JOÃO PASSOS (PSD): Foi aqui dito que a crise não é apenas internacional e que
disse estar de acordo, ela é portuguesa e também espinhense. Disse ser sua convicção que o
primeiro passo para resolver um problema é primeiro reconhecer o problema. É também
sua convicção que este executivo reconheceu que tinha um problema, dando o primeiro
passo para o resolver. Foi ainda aqui dito e disse não achar politicamente honesto, que esta
Câmara tinha resultados piores que o mandato anterior, mandato do PS. Porque não se
pode comparar o incomparável, 2005 foi um ano de crescimento atingindo o expoente
máximo em 2007, este foi o ano na década em que Portugal mais cresceu, tendo começado
a cair exatamente em 2007, com o ano de 2012 que é tão só o segundo ano de crise
financeira em Portugal porque um ano antes tinha sido posto à porta da bancarrota. Que tal
se reflete em todos os setores, do Estado e da Atividade Económica. Técnicas Socialistas
para fundamentar aquilo que aqui foi argumentado, falar muito de previsões e esquecer os
resultados. Previsões são isso mesmo previsões, mas hoje estamos aqui a discutir a Conta,
ou seja os resultados e estes são positivos. Técnica Socialista para esconder o mal que fez
ASSEMBLEIA MUNICIP AL DE ESPINHO
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durante dezasseis anos, falar das finanças da Câmara Municipal de Espinho como se não
tivesse deixado o município de Espinho falido em novembro de 2009. Técnica Socialista
dizer que não há obra de execução esquecendo que a que fizeram no mandato anterior a
este, toda a obra, não pagaram. Técnica Socialista dizer que em 2009 tinham 40 milhões de
divida, curioso porque ainda há pouco tempo um senhor num jornal dizia que não tinha
deixado divida nenhuma, afinal admite-se aqui que eram 40 milhões, mas esquece-se que
as auditorias apuraram mais 7,5 milhões de divida não contabilizada e pior que isso, divida
que não tinha qualquer suporte físico na contabilidade do município. Foi ainda dito que
outros quadros que poderiam ser feitos, mas o senhor vogal, pese embora o grande esforço
que fez, também não poderia fazer tudo e obviamente não fez esses quadros. A dúvida que
diz ter é se esses quadros não foram feitos porque iriam refletir a verdade, que os quadros
que foram apresentados não correspondem à realidade e que há de facto um resultado
positivo, pela primeira vez de há muitos anos neste município. Permita-me discordar de si
senhor representante da Junta de Freguesia de Silvalde, porque toda a gente percebeu que o
resultado foi positivo e tanto assim é que mesmo aqueles que não têm interesse em que se
saiba que o resultado é positivo, fizeram um tremendo esforço em tentar demonstrar o
contrário, mas que não foi bem sucedido. Para finalizar, quer dar os parabéns a todo o
executivo, é obvio que é um trabalho conjunto, mas especialmente ao senhor Vice-
Presidente, que é quem detém o pelouro, que encarando o problema deu o primeiro passo
para se inverter este sentido de endividamento este ano. Bem hajam.---------------------------
-----ANDRÉ LEVI (CDS-PP): Disse querer começar por lembrar que por ocasião da
apresentação do orçamento de 2012, o CDS ter dito que aquele não eram um bom
orçamento. Disse que quando uma bananeira dá bananas já não é mau e facto assim é. Se
uma bananeira desse peras era pior mas se desse maçãs era fantástico. De todo modo quer
dizer que este Relatório de Contas não traça uma boa paisagem, alguma coisa terá corrido
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mal, alguma coisa não está correta, sendo de facto clamoroso, mas enfim, quando uma
bananeira dá bananas já não é mau. Não subestimamos o contributo que disse ter sido
inigualável que o PS deu para as contas do município e que aliás continua a dar. A
apreciação que poderiam fazer já a fizeram, relembrando que falta fazer muito, falta fazer
aquilo que não precisa de dinheiro, por exemplo, disse compreender que não seja muita,
mas que falta fazer o que não precisa de dinheiro. Perguntemos ao António Costa como é
que ele faz reabilitação urbana, perguntemos ao Rui Rio como é que ele promove a cultura
na cidade do Porto, perguntemos aos autarcas do PCP no Alentejo como é que eles
promovem a planificação urbana. Disse que votarão favoravelmente este relatório de
Contas, e este balanço. Enfim não ficam contentes ao lê-lo, teríam feito um orçamento
diferente. Tem uma intima confiança de que um Relatório de Contas de uma Câmara CDS
seria diferente. Enfim, as coisas são o que são e estão à vista.------------------------------------
-----VITOR MONTEIRO (PS): Que agora vem a parte das atas. Vai explicar como é a
politica neste concelho através das atas. Que estas questões não são fáceis, que as pessoas
deviam debater era os números, mas o que se constata é que as pessoas chegam aqui e
empaleiam. Disse que por parte de alguns ficou triste, como é o caso do senhor António
José, que disse já conhecer há muitos anos. Que sendo alguém que percebe de contas,
disse saber muito bem ler estas contas e que sendo estes os principais quadros da gestão
municipal e que o senhor sabe e que isto é ruinoso. Se no caso fosse alguém que não
percebesse tinha desculpa, mas não é o caso. Como o Vice-Presidente diz, os vogais desta
Assembleia não percebem nada disto, se não percebe não sabe analisar, mas o senhor
António José percebe e sabe que o que aqui está é ruinoso, disse infelizmente. O desejável
é que a gestão desta Câmara fosse o melhor possível e que tal o deixaria contente se
verifcasse, como de outro partido que aqui estivesse. Que infelizmente ainda faz menos do
que a gestão de José Mota. Disse que ao ouvir falar o Vice-Presidente a dizer que estava
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tudo bem, mas depois da sua intervenção que o discurso do mesmo Vice-Presidente já
passou a ter crises, PECs, enfim uma quantidade de dificuldades enorme para se justificar
isto. Que os números que apresentou foram fornecidos pela Câmara ou seja os mesmos que
o Vice-Presidente tem. Que simplesmente utilizou os números que o PSD facultou e nada
mais. Quarenta milhões setecentos e quarenta e um mil, que devia e que agora a Câmara
deve quarenta e seis milhões setecentos e setenta e um euros, não auditados, mas os
fornecidos pelo PSD. Com mais 4 milhões esta Câmara PSD deve mais um milhão e
setecentos mil euros. Que na politica se deve ter cuidado com o que se diz reconhecendo
que é mais fácil estar na oposição do que estar no poder. Que os membros do PSD que hoje
estão no poder já estiveram na oposição e enquanto na oposição diziam outras coisas. Da
ata de sete de abril de dois mil seis, referente à prestação e Contas de dois mil e cinco,
primeira folha, os vereadores são: o atual presidente da Câmara, Joaquim José Pinto
Moreira, era vereador da oposição (PSD) e o senhor José Pinho (CDS-PP), que agora faz
parte desta Assembleia. “Os vereadores da Câmara do PSD votaram contra”, as Contas do
PS e disseram “Cumpre-lhes dizer assim que os documentos de prestação de contas
relativos a 2005 expressam a realidade de uma gestão municipal ineficiente, ineficaz e
incapaz de cumprir minimamente os objetivos previsionais que ela própria traçou, pelo que
não podem merecer aprovação, antes uma clara reprovação dos vereadores do PSD e do
CDS-PP” e, “A Conta de Gerência evidencia taxas de execução muito baixas quer do lado
das receitas de capital (51,4%)”, isto em 2005, em 2012 a vossa taxa de execução das
receitas de capital é de 15%, ou seja passou de 51% em 2005 para 15% em 2012, “quer do
lado das despesas de capital (56,37%)”, atualmente é 23%. Que “em termos de
comportamento orçamental é aqui, na capacidade de arrecadar receitas de investimento e
na sua consequente aplicação que deve julgar-se politicamente o exercício, negativo
certamente”, que “O endividamento municipal agrava-se em 5,6%,”, agora está 5,79%,
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ascendo ao montante de 37 milhões e agora é de 46 milhões de euros, “O plano plurianual
de investimentos revela uma taxa de execução de 49%”, agora é de 17%, e “o que é
deveras demonstrador da (in)capacidade de concretização dos objetivos desta gestão
municipal”, agora não cumprem nem metade. Esta Câmara não consegue alcançar metade
dos resultados operacionais que a Câmara socialista fez. No ano seguinte, voltam a dizer o
mesmo. Que se bateram estes anos todos pelos resultados Receitas de Capital /Despesas de
Capital; Receitas Correntes/Despesas Correntes, e que hoje aqui vos demonstrei, que vos
correu mal. Pensavam que era fácil quando estavam na oposição e que iriam ser capazes de
fazer muito, mas depois não foram e não são capazes de fazer aquilo que dizem pretender
fazer. Disse ser o primeiro a dar de barato a crise, o iva, mas também é o primeiro a dar de
barato que as pessoas deviam ser honestas politicamente e ser honesto politicamente é
reconhecer o fracasso. Quando se tem taxas de execução de 20% ou 30% é preciso
reconhecer, que não se conseguiu arrecadar as receitas que se pretendia, não se conseguiu
fazer as obras. As candidaturas estão com uma taxa de pagamento muito baixa, cerca de
10%. Que não conseguiram fazer metade daquilo que pretendiam e se estivesse no vosso
lugar o que faria era reconhecê-lo. Disse lamentar que as Contas da Câmara sejam estas e
até por ser o último ano de mandato. Sendo que as datas mais importantes para inaugurar
obras serão o 25 de abril e o dia da cidade (16 de junho). Já passamos o 25 de abril sem
qualquer inauguração, as obras estão atrasadas, as contas estão atrasadas, sinceramente não
esperava encontrar um Relatório de Contas tão mau, como este. --------------------------------
-----ANTÓNIO JOSÉ (JFS): Quanto ao que o vogal falou de resultados operacionais e no
que diz respeito ao mandato de José Mota terem sido melhores do que este executivo.
Possivelmente, porque disse não ter a certeza,mas os resultados operacionais são antes de
aplicar os impostos, mas do que lhe parece que a única vez que esta Câmara apresentou
resultados operacionais positivos foi esta Câmara. Que há dezenas de anos que não há
ASSEMBLEIA MUNICIP AL DE ESPINHO
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resultados operacionais positivos. Fez questão de exemplificar: partindo de um crédito
bancário de 100 mil euros, fazendo um orçamento familiar anual em que tem uma previsão
de receitas de 20 mil euros e uma previsão de despesas de 20 mil euros. O seu objetivo no
orçamento familiar é que pelo menos as receitas cheguem para as despesas. Se no final do
ano conseguir gastar menos 5 mil, quer dizer que poupou. Se for inteligente pego nos 5 mil
e vai abater aos 100 mil que deve no banco, ficando com uma divida de 95 mil. Ou seja foi
o que a Câmara este ano fez. A poupança que foi conseguida este ano no resultado liquido
positivo vai-se fazer refletir na redução da divida. Quanto à questão da execução que o
vogal Vitor Monteiro fala, dá-lhe a entender que 99,9% das pessoas aqui presentes não
entenderam o que disse. Temos de ser mais práticos e objetivos, que a realidade da Câmara
é muito complicada sem dúvida. A divida atual não é superior à que herdaram. Pelas
contas que fez a divida diminuiu, 4,2 milhões (Terrenos Domingos Capela), mais a
Movijovem, mais uns 600 mil que não foram lançados. Disse que quando este executivo
tomou posse as dividas não estavam todas refletidas e deviam estar. Que estes 4,2 milhões
que a Câmara tem de assumir que foram negligencia, porque eram uns terrenos que a
Câmara assumiu que devia pagar e não os pagou. Que eram uns terrenos que não valiam
mais de 300 a 400 mil euros e agora a Câmara vai pagar 4,2 milhões. Disse estar revoltado
com esta situação enquanto contribuinte. E que esta divida devia estar refletida quando esta
Câmara entrou.-------------------------------------------------------------------------------------------
-----JOÃO PASSOS (PSD):- Protesto: Disse que fazia um protesto ao representante da
Junta de Freguesia de Silvalde, pela sua intervenção e por não ter trazido uns desenhos
para percebermos melhor as contas que ele aqui trouxe. ------------------------------------------
------ VITOR MONTEIRO (PS):- Protesto: Disse que o mal dos órgãos autárquicos é
terem demasiados advogados. O que ouviu agora da parte do vogal João Passos é
vergonhoso e que sabe que é perito em fazer isto. Que se esforçou, que trabalhou para
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apresentar os números desta Câmara e mostrar a sua gestão e o que o senhor fez foi
enxovalhar-me agora, com a sua lábia, essa arte com que o senhor ganha a vida. Veio aqui
trazendo o seu trabalho feito, mostrando os principais quadros da gestão municipal e disse
não estar a tempo inteiro. Disse respeitar toda a gente e lamentar que o vogal tenha tiradas
destas e disse já ter visto que essas tiradas o prejudicam não só na sua atividade politica
mas também que o devem prejudicar na sua vida pessoal. Disse ainda que agradecia que
não lhe volte a fazer isso. Que está aqui em trabalho por Espinho. ------------------------------
-----JOÃO PASSOS (PSD):- Protesto: Começou dizendo que vem de uma terra em que
só enfia a carapuça se ela lhe servir. Aquilo que disse aqui é que tinha pena que o senhor
representante da Junta de Freguesia de Silvalde não tivesse trazido também uns desenhos e
depois acrescentou, uns quadros, para que todos nós percebêssemos melhor aquilo que ele
explicou. Se o senhor se sente ofendido, e isso é como se diz na minha terra, diz-se, enfia a
carapuça a quem a serve. Disse agradecer no entanto todas as considerações que o senhor
fez a meu respeito e os conselhos que me deu e recordo que em momento algum disse que
o seu trabalho ilegítimo ou que não devesse ter feito. É o seu trabalho enquanto opositor, o
trabalho que o senhor entende fazer, mas essa, também me permitirá a mim fazer algumas
considerações. Como é obvio não é obrigado a concordar com a sua opinião e ainda mais
quando o senhor vogal disse que existem outros quadros mas que não os fez. O senhor
vogal não os fez porque eles refletem a verdade das contas, escondendo nas suas
intervenções o que é realmente importante. O resultado operacional desta Câmara pela
primeira vez e se calhar em todo o período democrático é positivo e isto os senhores não
conseguem apagar. Façam o que fizerem não conseguirão apagar. ------------------------------
-----VICE-PRESIDENTE: Dirigiu-se à Mesa e dizendo não querer fazer uma critica aos
trabalhos desta, mas que a condução dos trabalhos segundo pensa que está previsto, é uma
fase de esclarecimento e uma fase de intervenção e não duas fases de intervenção. Que
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estava preparado para responder às primeiras intervenções, e os vogais acabaram por fazer
duas intervenções, nomeadamente o senhor vogal Vitor Monteiro ao colocar questões no
período que não é das questões. Disse compreender que eram questões com alguma ironia,
no fundo era a sua declaração de intenção, mas não deixaram de ser questões e que vai
esclarecer. Quanto à questão da execução, disse já ter explicado que a divida de curto
prazo tem de ser orçamentada, as obras do QREN, desde 2010 e ainda com o governo do
PS num acordo com ANMP, obrigou a que todos os concursos e candidaturas
comunitárias têm que ter não uma dotação orçamental, mas mais que isso, os projetos
aprovados pela Câmara, o que obriga que a Câmara tenha uma dotação para aquilo que
estima vir a fazer e não apenas quilo que acha que pode fazer. Que aumentaram
substancialmente o orçamento com várias probabilidades de investimento que poderiam
surgir no âmbito de candidaturas comunitárias e só íamos executar caso essas candidaturas
viessem a ser aprovadas. Algumas felizmente vieram, mas se não as tivéssemos
orçamentado provavelmente teriam perdido essa possibilidade. O que foi feito, foi
adaptarem-se a um memorando de entendimento que tinha o objetivo de acelerar o QREN
e que tem um efeito inverso. Que a regulamentação sobre esse memorando de
entendimento demorou cerca de um ano a ser produzida. Disse que só começaram a sair
aprovações de candidaturas já na fase de entrada do novo governo. Isto é os municípios
para se candidatarem tinham que ter o programa de concurso aprovado em Câmara para
lançamento do concurso público. No caso de obra tem de ter projeto, projeto de
especialidade, aprovação desses projetos, aprovação de programa de concurso, caderno de
encargos, aprovado em Câmara e pronto a lançar em Diário da República – Concurso
Público. Se os passos não são dados no sentido de podermos concorrer teríamos ficado
fora. O que fizeram foi porem-se espertos e tomaram as diligências necessárias e desde
logo no orçamento de 2011, o que permitiu ao município sempre que abriu uma
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candidatura em qualquer área poder concorrer. Disse, e foi isso que fizemos e fizemos com
sucesso. As obras que estão em curso, quer os Centros Escolares, quer a Requalificação do
Litoral, usufruíram exatamente desta vantagem, vantagem essa que os diferenciou de
outros municípios e naturalmente saíram a ganhar. Que o orçamento foi executado para o
qual tínham dinheiro para executar. Só avançaram com as obras que tinham financiamento,
sendo esta a questão que distingue esta gestão da gestão do executivo anterior. Disse que o
trabalho que o senhor vogal Vitor Monteiro fez tem de o elogiar, porque muitas vezes
sabemos que se fazem intervenções sem fazerem o trabalho de casa e dentro daquilo que é
o seu entendimento ou a visão dos documentos o fez e apresentou. Disse contudo que ao
ter ignorado este argumento e o argumento da divida, centrando-se sobre tudo na taxa de
execução e que cometeu ainda outro erro, que é um erro que diz ser histórico do PS ,e não
só nas autarquias mas também no governo, que é confundir a taxa de execução com a
aquilo que o município gasta. Ou seja a taxa de execução na Prestação de Contas, é aquilo
que o município paga e não aquilo que o município gasta nem é aquilo que o município
faz. Considera-se executado nas Contas Públicas quando é pago. A divida vai ser paga com
o empréstimo do PAEL, vão pagar dividas de 2008 e 2009 e que vão aparecer 1,5 milhões
de execução da Biblioteca para pagamento à empresa Patrícios, e que provavelmente irão
dizer “vocês gastaram um milhão e meio na Biblioteca”. Nós responderemos que não
gastamos, mas nós pagamos, mas que foram vocês quem gastaram em 2008 e 2009. A
questão é nós gastamos e o que nós produzimos no na, sendo a questão importante vocês
aprenderem esses conceitos que vocês dizem ter uns nomes complicados. Resultados
operacionais é um conceito interessante e que vocês deveriam discuti-lo também. A taxa de
execução é aquilo que é pago e á aquilo que é recebido. Por exemplo uma das situações
que ocorreu no final de 2012, é que iniciaram empreitadas que são financiadas, que têm um
valor a pagar e têm um valor a receber, se me perguntarem se tenho algum problema com
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esta divida, digo não, não tenho, porque disse ter a receita para ela, aliás a grande fatia de
execução dessa divida ocorreu em janeiro, as obras iniciaram em setembro, os pedidos de
pagamento ocorreram em novembro e dezembro e estão a ser pagas desde janeiro,
fevereiro e março. Que no inicio do ano têm o registo da divida como também o registo
IEFDR que nos está a dever destas candidaturas comunitárias. Apesar do governo estar a
fazer algumas coisas que os prejudicam mas que neste aspeto eles estão a cumprir
rigorosamente com os pagamentos do QREN e que não tem havido atrasos para já. É
importante olhar para o montante da divida mas também é importante olhar para o
montante das faturas em atraso e as faturas estando dentro dos prazos, logo não são faturas
em atraso. Que a análise que fez, partindo desta premissa, disse que desde logo a análise do
vogal estar viciada, que foi recuar uns anos atrás. Concluiu que o município está muito
mal, especialmente quando fala da questão do endividamento. Disse-lhe ter dizer isto, Se
calhar quando lê as declarações de voto de PSD, ou as minhas quando as tinha aí desse
lado, ia alertando para o aumento sucessivo do endividamento, nessa altura, não porque
estivesse em execução o QREN, mas por outras razões, que já expliquei, a questão
fundamental é que nessa análise do endividamento o senhor conclui que nós estamos numa
situação difícil e eu tenho que concordar consigo. Uma coisa não conseguiu dizer mas que
lhe ficava bem dizer, é que tem sido este executivo, ainda por cima um executivo novo,
que chega de novo, que vem de fora da vida pública, que tem de aprender a lidar com
funcionários públicos, com a vida pública, tem que se adaptar a isso, encontra uma
Câmara, não por culpa dos funcionários mas por culpa da própria organização global, e de
certa forma por culpa das lideranças, as lideranças é que provocam as mudanças e não
houve essas mudanças. A organização diria, não estava oleada, era uma organização muito
fechada em si, não tinha muita elasticidade e portanto nós tivemos não só de corrigir o
processo das contas, mas tentar resolver o problema do endividamento, tentar resolver o
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problema do deficit, gerir o cash flow. Não há redução de divida sem superavits, se existir
um deficit significa que a divida aumentou. Era importante que o PS tivesse feito este
trabalho mais cedo, especialmente quando estava no governo e no poder e tivesse feito
essas correções, especialmente numa altura em que as condições quer de financiamento
para a autarquia quer as receitas o permitiam fazer com muito menor custo. É verdade que
os funcionários que foram embora foram reformados, eram contratados e reformados,
sobretudo reformados e que também se reformaram, funcionários nos mandatos anteriores.
Ficava bem ao senhor vogal, apesar de não estar a ver os dados pela perspetiva correta, isto
no seu entender, reconhecer que este executivo tem feito um esforço no sentido de
resolver. Disse que o vogal ao olhar para as contas e diz que são dados do PSD eu digo
que não, não são, são dados do PS. Não vamos por na Conta em 2012 valores diferentes do
que estava em 2009. Tivemos que registar valores em 2010 e agora em 2012, não os
podemos por em 20009, mas que é vossa Esta ultima intervenção do senhor vogal fez-lhe
lembrar a intervenção do António José Seguro quando disse que queria investir doze mil
milhões no crescimento económico, fazendo-lhe lembrar a ideia de que se se gastar muito
dinheiro isto vai crescer, sendo uma coisa do género, não tenho dinheiro para pagar a renda
da casa nem para comprar comida, mas se fizer um empréstimo ao banco e chegar ao
supermercado e tem lá ma caixa que diz “Emprego”, compre o seu emprego por doze mil
euros. Compro a caixa, compro o “Emprego” e está resolvido o problema e quando acabar
a caixa do “Emprego” estou outra vez no desemprego e com uma divida de mais doze mil
euros. Se eu quero ter um salário não posso ir ao supermercado comprar “Emprego”, eu
vou à procura de “Emprego”, vou produzir algo para poder melhorar o meu rendimento
mensal. Nas autarquias não é diferente, quando fazemos investimento certo, como está a
acontecer em Espinho, a taxa de desemprego parou de crescer. Os números que disse
utilizar são os fornecidos pelo Sindicato, e assumiu que esta Câmara travou o crescimento
ASSEMBLEIA MUNICIP AL DE ESPINHO
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da taxa de desemprego em Espinho. Disse que resolveram as contas do município e ainda
souberam pôr o pouco que têm, no sítio em que ele pode gerar mais riqueza. Sem
capacidade de endividamento, sem financiamento bancário, conseguiram avançar com uma
das obras talvez mais estruturantes do Concelho que é a Valorização do Litoral e
conseguiram ter em curso a construção de 3 Centros Escolares, que vão substituir 9 escolas
que não têm condições para lecionar no Concelho de Espinho. Nesta conjuntura toda fazer
isto, deve no mínimo esta Câmara, ter uma palavra de reconhecimento por parte dos
senhores vogais desta Assembleia. Não podia deixar de dizer isto, quando depois de uma
apresentação de Contas deste tipo, querer se vender uma ideia que isto foi um desastre, não
fica bem e também não ficaria de bem consigo próprio se não fizesse o devido
esclarecimento. ------------------------------------------------------------------------------------------
-----De seguida o Presidente da Mesa em exercício disse que se passava à votação deste
ponto “Apreciar e Votar os Documentos de Prestação de Contas, referentes ao Ano de
2012”.-----------------------------------------------------------------------------------------------------
-----VOTAÇÃO-----------------------------------------------------------------------------------------
-----Este ponto foi aprovado por maioria com 14 votos a favor e 10 votos contra.-------------
-----A minuta de deliberação relativa ao ponto 2 da Ordem de Trabalhos foi aprovada por
unanimidade.---------------------------------------------------------------------------------------------
-----DECLARAÇÃO DE VOTO--------------------------------------------------------------------
-----LUÍS NETO (PS): “O Grupo Parlamentar do Partido Socialista na Assembleia
Municipal de Espinho votou contra a prestação de contas do município de Espinho pelas
seguintes razões: 1 - Queda acentuada do activo líquido dos bens de domínio público em
cerca de 20% nos últimos 5 anos; 2 - O Activo Líquido total caiu mais de 7 Milhões de
euros em 5 anos, mais de 5%; 3 - O total dos fundos próprios tiveram uma queda muito
acentuada em cerca de 0%, 22 Milhões de euros, sendo que actualmente se cifra em 64,47
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Milhões de euros; 4 - O passivo cresceu quase 30% em 5 anos e tem vindo a acentuar-se
desde 2010; 5 - Custos e perdas financeiras superior aos ganhos financeiros; 6 - O
endividamento total do município cresceu 20,5% nos últimos 5 anos, principalmente desde
2010; 7 - Taxa de utilização do limite de endividamento líquido em excesso, tal como 2010
e 2011; 8 - As taxas de execução das receitas e das despesas correntes foram sempre
bastante elevadas, sendo de referir que em 2010 e 2011 ficaram abaixo dos 70%,
contrastando com valores a rondar dos 90%, tal como neste relatório de contas; 9 - A taxa
de execução das receitas de capital bastante deficiente e a roçar o ridículo com 15,78%; 10
- A taxa de execução das despesas de capital de 23,61%; 11 - Estas taxas de execução são
as mais baixas de sempre na história dos relatórios de contas do município de Espinho; 12 -
A taxa de execução orçamental de 44,04%, sendo a cifra mais baixa de execução de um
orçamento municipal; 13 - A taxa média de execução orçamental deste mandato cifra-se
nos 51, 94% contrastando com a média do anterior mandato de 67,92%; 14 - A taxa de
execução do Plano Plurianual de Investimentos (PPI) de 17,88%; 15 - A taxa de execução
das Grandes Opções do Plano (GOP) de 24,53%; 16 - A taxa de execução média do PPI
neste mandato é de 16,20%, contrastando com os 39,23% do mandato anterior; 17 - A taxa
de execução média das GOP neste mandato é de 27,65%, contrastando com os 49,71% do
mandato anterior; 18 - As 11 alterações orçamentais efectuadas ao longo de 2012 tiveram
um impacto em mais de 4,4 Milhões de euros, o que no nosso entender revela a falta de
objectividade e transparência no orçamento anteriormente executado; 19 - Existência de
acordos de pagamento plurianuais com a LIPOR, SIMRIA e Águas de Douro e Paiva sem
o onhecimento desta Assembleia Municipal, assim como do montante total e do prazo de
pagamento acordado. Esta situação suscita uma obscuridade inaceitável; 20 - A introdução
da Lei dos Compromissos veio refrear a veia despesista que este executivo demonstrou,
com resultados operacionais negativos em mais de 15 Milhões de euros em apenas 2 anos;
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21 - Decréscimo de 79% nos apoios sociais; 22 - Aumento de 129% nas refeições
escolares; 23 - Aumento de 21,22% em assessorias; 24 - Decréscimo na promoção turística
em mais de 40%; 25 - Diferenças abismais nas transferências de capital para as instituições
sem fins lucrativos de carácter desportivo, recreio e de lazer em mais de 125% para baixo;
Nota: Recebimento da parte do Instituto de Turismo de Portugal (ITP), em 2011, de verbas
para efectuar investimentos em determinados equipamentos e que foram utilizados para
fins que não estavam consignados e que não constam nos relatórios de contas de 2011 e
2012”.-----------------------------------------------------------------------------------------------------
-----ALFREDO ROCHA (PJFG): “Votei contra a Conta de Gerência que foi apresentada
referente ao ano de 2012, não porque entende que há algo mal executado, mal elaborado ou
que algo contabilístico esteja errado, mas apenas porque em termos de execução, no caso
concreto da Freguesia de Guetim ela foi zero. Entendo que houve falta de equidade e
entendo que houve uma desconsideração em relação à Freguesia de Guetim.”-----------------
-----JOÃO PASSOS (PSD): “Votamos favoravelmente as Contas do Município, porque
votamos ou melhor, apreciamos e votamos as Contas do ano de 2012. Não estivemos a
apreciar as Contas nem de 2005, nem de 2006 e por aí fora, essas foram feitas no seu
devido tempo. Votamos ainda favoravelmente estas Contas e o ponto mais importante que
elas nos apresentam, porque pela primeira vez, talvez na história da Democracia
Portuguesa, o Município de Espinho apresenta um superavit, isto é pela primeira vez se
inverteu a tendência de endividamento gastando menos do que aquilo que se produz.”------
-----MANUEL DIAS (SJFP): “A Junta de Freguesia de Paramos votou favoravelmente
estas Contas, não obstante apesar de tudo reconhecer que também houve um decréscimo
nas transferências da Câmara Municipal para a Junta de Freguesia, mas entendemos que
elas tinham sido durante o ano de 2012 negociadas e acordadas e daí a nossa coerência.
Apesar da Junta de Freguesia de Paramos não ter sido eleita nas listas do PSD,
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reconhecemos que por coerência devíamos votar estas Contas e não fazer aquilo que
normalmente fazem os vogais eleitos do PSD na Assembleia de Freguesia de Paramos que
nunca aprovam as Contas, porque dizem que não são as Contas deles. As Contas da
Câmara também não são as Contas da Junta de Freguesia de Paramos, contudo com
conversas que vão existindo ao longo do ano vamos cumprindo no fundo com a nossa
obrigação e sendo coerentes votamos favoravelmente.”-------------------------------------------
-----Seguidamente e nos termos regimentais, o Presidente da Mesa em exercício abriu o
período para intervenção do público presente.-------------------------------------------------------
----- Não tendo havido qualquer intervenção, o Presidente da Mesa em exercício
deliberou encerrar a reunião.---------------------------------------------------------------------------
-----O Presidente da Mesa em exercício deu por encerrados os trabalhos e decidiu marcar
nova reunião para a próxima segunda-feira, dia seis de maio, às 21.30 horas, para
continuação dos trabalhos da Segunda Sessão Ordinária de dois mil e treze.-------------------
----- Para constar e devidos efeitos se lavrou a presente ata, que tem como suporte gravação
digital de tudo quanto ocorreu na respetiva reunião, nos termos do disposto no n.º 2 do
artigo 50º do Regimento, e vai ser assinada pelo Presidente da Assembleia e por mim, Rosa
Maria Tomás Ferreira de Sá, funcionária municipal, da Divisão de Gestão Administrativa e
Financeira, que a elaborei nos termos legais.--------------------------------------------------------
O Presidente da Mesa da Assembleia Municipal em exercicio,
__________________________________
A Secretária da Assembleia Municipal,
__________________________________