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DRAFT 1 ------------------------ ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ---------------------- -------------------------------------Mandato 2017-2021 ------------------------------------------ ----- SESSÃO EXTRAORDINÁRIA REALIZADA NO DIA CINCO DE NOVEMBRO DE DOIS MIL E DEZANOVE. --------------------------------------------- ---------------------------ATA NÚMERO OITENTA E OITO ------------------------------ ----- Aos cinco dias do mês de novembro de dois mil e dezanove, em cumprimento da respetiva convocatória e ao abrigo do disposto nos artigos vigésimo oitavo e trigésimo do Anexo I da Lei número setenta e cinco de dois mil e treze, de doze de setembro, e nos artigos vigésimo quinto e trigésimo sétimo do seu Regimento, reuniu a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, nº 14, em Lisboa, em Sessão Extraordinária sob a presidência da Presidente em Exercício, Excelentíssima Senhora Maria Virgínia Martins Laranjeira Estorninho coadjuvado pela Excelentíssima Senhora Patrocínia da Conceição Alves Rodrigues Vale César, Primeira Secretária em exercício.-------------------------------------------------- . ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados na Mesa da Assembleia, os seguintes Deputados Municipais.---------------------------------------------- ----- Aline Gallash Hall de Beuvink, Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Margarida Mota Vieira da Silva de Morais, Ana Maria de Campo Pedroso Mateus, Ana Maria Gaspar Marques, Ana Sofia Soares Ribeiro de Oliveira Dias Figueiredo, André Nunes de Almeida Couto, António Manuel Pimenta Prôa, António Miguel Silva Avelãs, António Modesto Fernandes Navarro, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Carla Cristina Ferreira Madeira, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Davide Miguel Santos Amado, Diogo Feijóo Leão Campos Rodrigues, Fábio Martins de Sousa, Fernando Garcia Lopes Correia, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Francisco Américo Maurício Domingues, Francisco José Nina Martins Rodrigues dos Santos, Graciela Lopes Valente Simões, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Hugo Miguel Mateus Gaspar, Inês Drummond Ludovice Mendes Gomes, Isabel Cristina Rua Pires, Joana Margarida Durão Ferreira Alegre Duarte, João Diogo Santos Moura, João Luís Valente Pires, Jorge Manuel Jacinto Marques, José Alberto Ferreira Franco, José António Barbosa Borges, José Luís Sobreda Antunes, José Manuel Rodrigues Moreno, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, Luís Pedro Alves Caetano Newton Parreira, Mafalda Ascensão Cambeta, Manuel Malheiro Portugal de Nascimento Lage, Margarida Carmen Nazaré Martins, Margarida Isabel Paulino Bentes Penedo, Maria Alexandra Almeida da Cunha Cordeiro da Mota Torres, Maria da Graça Resende Pinto Ferreira, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria Simonetta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, Maria Teresa Craveiro Pereira, Mário Jorge Paulino de Oliveira de Almeida Patrício, Miguel Alexandre Cardoso Oliveira Teixeira, Miguel Farinha dos Santos da Silva Graça, Miguel Nuno Ferreira da Costa Santos, Natacha Machado Amaro, Natalina Nunes Esteves Pires Tavares de Moura, Patricia Carla Serrano Gonçalves, Paula Inês Alves de Sousa Real, Raúl Jorge Gouveia da Silva Santos, Ricardo de Sant’Ana Godinho Moreira, Rodrigo Maria Santos de Mello Gonçalves, Rui Pedro Costa Lopes, Rute Sofia Florência Lima de

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA Mandato 2017-2021 … · ----- Rita Calvário (BE), por um dia, tendo sido substituída pelo Deputado Municipal ... Virgínia Estorninho, abriu a reunião

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DRAFT

1

------------------------ ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ----------------------

-------------------------------------Mandato 2017-2021 ------------------------------------------

----- SESSÃO EXTRAORDINÁRIA REALIZADA NO DIA CINCO DE

NOVEMBRO DE DOIS MIL E DEZANOVE. --------------------------------------------- ---------------------------ATA NÚMERO OITENTA E OITO ------------------------------

----- Aos cinco dias do mês de novembro de dois mil e dezanove, em cumprimento da

respetiva convocatória e ao abrigo do disposto nos artigos vigésimo oitavo e trigésimo

do Anexo I da Lei número setenta e cinco de dois mil e treze, de doze de setembro, e

nos artigos vigésimo quinto e trigésimo sétimo do seu Regimento, reuniu a

Assembleia Municipal de Lisboa, na sua sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de

Roma, nº 14, em Lisboa, em Sessão Extraordinária sob a presidência da Presidente em

Exercício, Excelentíssima Senhora Maria Virgínia Martins Laranjeira Estorninho

coadjuvado pela Excelentíssima Senhora Patrocínia da Conceição Alves Rodrigues

Vale César, Primeira Secretária em exercício. -------------------------------------------------- .

----- Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados na Mesa da

Assembleia, os seguintes Deputados Municipais. ----------------------------------------------

----- Aline Gallash Hall de Beuvink, Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana

Margarida Mota Vieira da Silva de Morais, Ana Maria de Campo Pedroso Mateus,

Ana Maria Gaspar Marques, Ana Sofia Soares Ribeiro de Oliveira Dias Figueiredo,

André Nunes de Almeida Couto, António Manuel Pimenta Prôa, António Miguel

Silva Avelãs, António Modesto Fernandes Navarro, Artur Miguel Claro da Fonseca

Mora Coelho, Carla Cristina Ferreira Madeira, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino

Madeira, Davide Miguel Santos Amado, Diogo Feijóo Leão Campos Rodrigues,

Fábio Martins de Sousa, Fernando Garcia Lopes Correia, Fernando Manuel Moreno

D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Francisco Américo

Maurício Domingues, Francisco José Nina Martins Rodrigues dos Santos, Graciela

Lopes Valente Simões, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Hugo Miguel Mateus Gaspar,

Inês Drummond Ludovice Mendes Gomes, Isabel Cristina Rua Pires, Joana

Margarida Durão Ferreira Alegre Duarte, João Diogo Santos Moura, João Luís

Valente Pires, Jorge Manuel Jacinto Marques, José Alberto Ferreira Franco, José

António Barbosa Borges, José Luís Sobreda Antunes, José Manuel Rodrigues

Moreno, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, Luís Pedro Alves Caetano

Newton Parreira, Mafalda Ascensão Cambeta, Manuel Malheiro Portugal de

Nascimento Lage, Margarida Carmen Nazaré Martins, Margarida Isabel Paulino

Bentes Penedo, Maria Alexandra Almeida da Cunha Cordeiro da Mota Torres, Maria

da Graça Resende Pinto Ferreira, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria Simonetta

Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, Maria Teresa Craveiro Pereira, Mário Jorge

Paulino de Oliveira de Almeida Patrício, Miguel Alexandre Cardoso Oliveira

Teixeira, Miguel Farinha dos Santos da Silva Graça, Miguel Nuno Ferreira da Costa

Santos, Natacha Machado Amaro, Natalina Nunes Esteves Pires Tavares de Moura,

Patricia Carla Serrano Gonçalves, Paula Inês Alves de Sousa Real, Raúl Jorge

Gouveia da Silva Santos, Ricardo de Sant’Ana Godinho Moreira, Rodrigo Maria

Santos de Mello Gonçalves, Rui Pedro Costa Lopes, Rute Sofia Florência Lima de

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Jesus, Silvino Esteves Correia, Pedro Miguel Tadeu Costa, Henrique João Tavares

Frias Sá e Melo, Susana Maria da Costa Guimarães, Romualda Maria Conceição

Martins Nunes Fernandes, Maria Cândida Rio de Freitas Cavaleiro Madeira, Eduardo

Carvalho Viana, Tiago Maria Sousa Alvim Ivo Cruz, Mário Nelson Morais Freitas,

Diana Isabel Bechet Gonçalves Vale, Gonçalo Maria Vassalo Moita, Gabriel Maria

Simplício Baptista Fernandes, Rodolfo Knapic e Rosa Maria Carvalho da Silva. --------

------ Faltou à reunião o seguinte Deputado Municipal: ---------------------------------------

------ José António Cardoso Alves. ---------------------------------------------------------------

----- Fizeram-se substituir, ao abrigo do disposto no artigo 78.º da Lei n.º 169/99, de

18 de Setembro, com a redação dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro, o qual se

mantém em vigor por força do disposto, a contrario sensu, na alínea d), do n.º 1, do

artigo 3.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, e do artigo 8.º do Regimento da

Assembleia Municipal de Lisboa, os seguintes Deputados Municipais: --------------------

----- José António Nunes do Deserto Videira (PS), Presidente da Junta de Freguesia de

Marvila, por um dia, tendo sido substituído pelo substituto legal Deputada Municipal

Susana Maria da Costa Guimarães. --------------------------------------------------------------

----- Pedro Miguel de Sousa Barrocas Martinho Cegonho (PS), Presidente da Junta de

Freguesia de Campo de Ourique, por um dia, tendo sido substituído pelo substituto

legal Deputado Municipal Pedro Miguel Tadeu Costa. ---------------------------------------

----- Pedro Delgado Alves (PS), Presidente da Junta de Freguesia de Lumiar, por um

dia, tendo sido substituído pelo substituto legal Deputado Municipal Henrique João

Tavares Frias Sá e Melo. ---------------------------------------------------------------------------

----- Rui Paulo Figueiredo (PS), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada

Municipal Maria Cândida Cavaleiro Madeira. -------------------------------------------------

----- Augusto Miguel Gama (PS), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada

Municipal Romualda Fernandes. -----------------------------------------------------------------

----- Vasco Morgado (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de Santo António, por

um dia, tendo sido substituído pelo substituto legal Deputado Municipal Rodolfo

Knapic. -----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Carlos Barbosa (PSD), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada

Municipal Rosa Maria Carvalho da Silva.

----- Maria Cristina Castel Branco Alarcão Júdice (CDS-PP), por um dia, tendo sido

substituída pelo Deputado Municipal Gabriel Maria Baptista Fernandes. -----------------

----- Maria Luísa de Aguiar Aldim (CDS-PP), por um dia, tendo sido substituída pela

Deputada Municipal Diana Bechet Vale. --------------------------------------------------------

----- João Maria Condeixa (CDS-PP), por um dia, tendo sido substituída pelo

Deputado Municipal Gonçalo Maria Vassalo Moita. ------------------------------------------

----- Rita Calvário (BE), por um dia, tendo sido substituída pelo Deputado Municipal

Tiago Ivo Cruz. --------------------------------------------------------------------------------------

----- José Inácio Faria (MPT), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado

Municipal Mário Freitas. --------------------------------------------------------------------------

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----- Paulo Jorge Velez Muacho (IND), por um dia, tendo sido substituído pelo

Deputado Municipal Eduardo de Carvalho Viana. ---------------------------------------------

----- A Deputada Municipal (IND) Maria Helena do Rego da Costa Salena Roseta,

renuncia ao cargo de Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa e também

renuncia ao respetivo mandato, nos termos do disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 76.º da

Lei 169/99, de 18 de Setembro, com a redação dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de

janeiro, o qual se mantém em vigor por força do disposto, a contrario sensu, na alínea

d), do n.º 1, do artigo 3.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, e do n.º 1 do artigo 9.º

do Regimento da Assembleia Municipal de Lisboa, sendo substituída pelo Deputado

Municipal (IND) António Miguel Silva Avelãs. -----------------------------------------------

----- A Câmara esteve representada pelo Senhor Vice-Presidente João Paulo Saraiva e

pelos Senhores Vereadores: Ricardo Veludo, Miguel Gaspar e Paula Marques. ----------

----- Estiveram ainda presentes os Senhores Vereadores da oposição: Maria Assunção

Oliveira Cristas, João Pedro Gonçalves Pereira, Nuno Correia da Silva, João Pedro de

Abreu Costa, Nuno Rocha Correia e Jorge Alves. ---------------------------------------------

----- Às 15 horas e 25 minutos, a Senhora 2ª. Secretária da Mesa da assembleia

Municipal de Lisboa, Maria Virgínia Laranjeiro Estorninho, deu início aos

trabalhos da presente reunião em resultado da comunicação da renúncia ao

cargo de Presidente da Assembleia Municipal e ao mandato como membro

daquele Órgão, pela Senhora Deputada Municipal Maria Helena do Rego da

Costa Salema Roseta. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Às quinze horas e vinte e cinco minutos, constatada a existência de quórum, a

Senhora Presidente da Assembleia Municipal em Exercício declarou aberta a

reunião. ----------------------------------------------------------------------------------------------- -

----- A Senhora Presidente em Exercício, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

fez a seguinte intervenção: --------------------------------------------------------------------------

----- “Quanto à Lista de Presenças, pedia que o fizessem porque precisamos de contar

o quórum, e também que fossem tomando os vossos lugares. ---------------------------------

----- Senhores Deputados agradecia que tomassem os vossos lugares, já há quórum. -----

----- Vamos depois proceder às votações, do meu lado esquerdo está a votação para o

Presidente da Assembleia, da Mesa da Assembleia e, do meu lado direito são as

eleições para os Representantes. -------------------------------------------------------------------

----- Repito, do lado esquerdo está a urna para a votação para o Presidente da Mesa da

Assembleia, do lado direito encontra-se a urna para a votação do Representante na

Associação dos Municípios Portugueses. ---------------------------------------------------------

----- Senhores Deputados, um pouco de silêncio.” -----------------------------------------------

----- RENÚNCIA AO MANDATO – (COMUNICADA PELA DEPUTADA

MUNICIPAL INDEPENDENTE MARIA HELENA DO RÊGO DA COSTA

SALEMA ROSETA) - APRESENTAÇÃO DA DECLARAÇÃO ESCRITA

MANIFESTANDO A VONTADE DE RENÚNCIA AO CARGO DE

PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA E AO

MANDATO DE DEPUTADA MUNICIPAL, AO ABRIGO DO ARTIGO 76.° DA

LEI N.° 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, AINDA EM VIGOR, A CONTRARIO,

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POR FORÇA DA ALÍNEA D) DO N.° 1 DO ARTIGO 3.° DO ANEXO I À LEI N.°

75 2013, DE 12 DE SETEMBRO, E DO ARTIGO 9.º DO REGIMENTO DA

ASSEMBLEIA MUNICIPAL; --------------------------------------------------------------------- ----- (A Renúncia ao Mandato da Deputada Municipal Helena Roseta fica anexada à

presente Ata, com o Anexo I e dela faz parte integrante) ---------------------------------------

----- (A Senhora Presidente em Exercício, Virgínia Estorninho, abriu a reunião após a

verificação de quórum e informou o Plenário sobre as Eleições que irão decorrer.) -------

----- A Senhora Presidente em Exercício, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

fez a seguinte intervenção: --------------------------------------------------------------------------

----- A Deputada Municipal Maria Helena de Rêgo da Costa Salema Roseta,

Independente, comunicou no passado dia 30 de Outubro, a sua renúncia ao mandato. ----

----- De acordo com o número 3 do artigo 9º do Regimento da Renúncia torna-se

efetiva desde a data de entrega da declaração devendo a ocorrência ficar expressa em

Ata. -----------------------------------------------------------------------------------------------------

----- Nos termos do disposto no número 2 do artigo 69º da Lei 169/99, de 18 de

setembro, na redação atual, a vaga é preenchida pelo cidadão imediatamente a seguir

na ordem de precedência da respetiva lista, que no presente caso é o cidadão António

Miguel Silva Avelãs. ---------------------------------------------------------------------------------

----- Já verifiquei a identidade e legitimidade do referido cidadão para efeitos do

exercício de funções como membro efetivo desta Assembleia Municipal, pelo que o

mesmo deve agora proceder à assinatura do respetivo termo. Muito obrigada.” ------------

----- (As votações decorreram entre as 15 horas e 25 minutos e as 16 horas.) ---------------

----- ELEIÇÃO PARA O PRESIDENTE DA MESA DA ASSEMBLEIA

MUNICIPAL DE LISBOA - ELEIÇÃO PARA O PRESIDENTE DA MESA DA

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA, POR ESCRUTÍNIO SECRETO,

NOS TERMOS DO Nº. 2 DO ARTº. 23º. DO REGIMENTO; ----------------------------

----- ELEIÇÃO DE DOIS PRESIDENTES DE JUNTA DE FREGUESIA (UM

EFETIVO E UM SUPLENTE) PARA INTEGRAREM O XXIV CONGRESSO

NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS

PORTUGUESES; ----------------------------------------------------------------------------------- ----- (A Eleição para o Presidente da Mesa da Assembleia Municipal de Lisboa fica

anexada à presente Ata, com o Anexo II e dela faz parte integrante) -------------------------

----- (A Eleição de dois Presidentes de Junta para o XXIV Congresso fica anexada à

presente Ata, com o Anexo III e dela faz parte integrante) ------------------------------------

----- A Senhora Presidente em Exercício, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

fez a seguinte intervenção: --------------------------------------------------------------------------

----- “Senhores Deputados estão encerradas as votações. ---------------------------------------

----- Chamo para a Mesa, para escrutinadores, os seguintes Deputados: a Senhora

Deputada Alexandra Mota Torres, do Partido Socialista; a Senhora Deputada Cláudia

Madeira, do PEV, para escrutinadora da Mesa para Presidente da Assembleia. ------------

----- Chamo para escrutinadores da Associação dos Municípios, para representante da

Associação dos Municípios a Senhora Deputada Graciela Simões, do PCP, e a

Senhora Deputada Diana Vale, do CDS-PP. -----------------------------------------------------

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----- Mais informo que estão abertas as inscrições para quem quiser falar na Ordem

dos Trabalhos, aproveitarmos este tempo em que estão os escrutinadores a tratar dos

votos, para podermos iniciar depois os trabalhos logo que estejam os votos contados. ----

----- Senhores Deputados, votaram 71 Deputados. Votos a favor 44, votos contra 13,

abstenções 14, votos brancos 0 e votos nulos 0. --------------------------------------------------

----- Chamava o Senhor Presidente, para a Mesa, José Maximiano de Albuquerque

Almeida Leitão. ---------------------------------------------------------------------------------------

----- Foi eleito o Senhor Deputado Mário Jorge Paulino de Oliveira de Almeida

Patrício, para representante na Associação Nacional de Municípios Portugueses e,

como suplente, a Senhor Deputada Carla Cristina Ferreira Madeira, tendo obtido os

seguintes votos: votaram 70 elementos, votos a favor 48, votos contra 4, abstenções

18. ------------------------------------------------------------------------------------------------------

----- Estão assim terminadas as votações.” --------------------------------------------------------

----- Eleição do Presidente da Mesa da Assembleia Municipal de Lisboa, por

escrutínio secreto, nos termos do n.º 2 do art.º 23º do Regimento; ----------------------------

----- Eleito o Senhor Deputado Municipal José Maximiano de Albuquerque

Almeida Leitão (PS) ---------------------------------------------------------------------------------

----- Resultado apurado: ------------------------------------------------------------------------

----- Votantes: 71 ---------------------------------------------------------------------------------

----- Votos a favor: 44 ---------------------------------------------------------------------------

------ Votos Contra: 13 ---------------------------------------------------------------------------

------ Abstenções: 14 ------------------------------------------------------------------------------

------ Votos Brancos: 0 ---------------------------------------------------------------------------

------- Votos Nulos: 0 -----------------------------------------------------------------------------

----- Eleição de dois Presidentes de Junta de Freguesia, um efectivo e um

suplente, por escrutínio secreto, para integrarem o XXIV Congresso Nacional da

Associação Nacional de Municípios Portugueses, nos termos do 3º ponto da alínea a)

do n.º 2 do art.º 6º do Estatutos da ANMP;

----- Eleitos: -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Candidato Efetivo: ------------------------------------------------------------------------

----- 1 Representante (Presidente da Junta de Freguesia dos Olivais) indicado pelo

Grupo Municipal do PS: ------------------------------------------------------------------------

----- D.M. Mário Jorge Paulino de Oliveira de Almeida Patrício -------------------------

----- Candidato Suplente: ----------------------------------------------------------------------

-----1 Representante (Presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia) indicado pelo

Grupo Municipal do PS: ------------------------------------------------------------------------

----- D.M. Carla Cristina Ferreira Madeira ---------------------------------------------------

----- Resultado apurado: -----------------------------------------------------------------------

----- Votantes: 70 --------------------------------------------------------------------------------

-----Votos a favor: 48 ----------------------------------------------------------------------------

----- Votos Contra: 4 -----------------------------------------------------------------------------

----- Abstenções: 18 ------------------------------------------------------------------------------

----- Votos Brancos: 0 ---------------------------------------------------------------------------

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----- Votos Nulos: 0 -----------------------------------------------------------------------------------

----- A Senhora Presidente em Exercício, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

fez a seguinte intervenção: --------------------------------------------------------------------------

----- “Vou então passar a pasta ao Senhor Presidente José Leitão.” ---------------------------

----- (A Senhora Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, em exercício, a

Deputada Municipal Virgínia Estorninho após os resultados chamou à Mesa o

Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa eleito, o Senhor Deputado Municipal

José Leitão (PS). --------------------------------------------------------------------------------------

----- (A Mesa da Assembleia Municipal de Lisboa ficou completa na sua composição: ---

----- Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa - Deputado Municipal José Leitão

(PS). -----------------------------------------------------------------------------------------------------

----- 1ª. Secretária da Mesa da Assembleia Municipal de Lisboa, em exercício -

Deputada Municipal Patrocínia César (PS) -------------------------------------------------------

----- 2ª. Secretária da Mesa da Assembleia Municipal de Lisboa – Deputada Municipal

Maria Virgínia Estorninho (PSD) ------------------------------------------------------------------

----- Neste Ponto da Ordem de Trabalhos, findo o ato de eleição para Presidente

da Assembleia Municipal e feita a comunicação ao Plenário do resultado

apurado, o Senhor Deputado Municipal eleito José Maximiano de Albuquerque

Almeida Leitão ocupou o seu lugar de Presidente da Assembleia Municipal na

Mesa e prosseguiu os trabalhos com a apreciação dos restantes pontos agendados

para a Sessão. -----------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Senhores Membros da Mesa, Senhores Vereadores, Senhoras e Senhores

Deputados, Cidadãos e Cidadãs. --------------------------------------------------------------------

----- Permitam-me que informalmente, antes de começarmos os trabalhos, agradeça a

confiança que em mim depositaram, que tentarei honrar, e continuando todo o

trabalho que tem sido feito por toda esta Assembleia no sentido de esta ser cada vez

mais entendida por todos os lisboetas como a casa da cidadania, sendo efetivamente o

Segundo Parlamento mais importante do País e que exerce competência amplas de

fiscalização, e que permite, além disso, uma enorme participação dos cidadãos que

iremos continuar a desenvolver. --------------------------------------------------------------------

----- Queria realmente agradecer esta prova de confiança, que procurarei merecer, e

antes de começar as funções também ficaria mal comigo se não evocasse aqui o

trabalho notável desenvolvido pela Senhora Presidente Helena Roseta, que teve um

papel essencial na projeção desta Assembleia, no desenvolvimento de todas as

competências que a Lei nos atribui e que efetivamente estão a ser exercidas de uma

forma alargada e também em estimulando a participação dos cidadãos nesta

Assembleia. --------------------------------------------------------------------------------------------

----- Naturalmente que cada pessoa tem os seus próprios méritos, os seus próprios

carismas, as suas próprias características, naturalmente que cada um de nós fará

diferente sempre de qualquer pessoa a quem suceda. -------------------------------------------

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----- Também antes de começar os Trabalhos também que não poderia deixar também

de dizer realmente a honra que é para mim ter nesta Assembleia dois antigos

Presidentes da Assembleia, o António Modesto Navarro e a Simonetta Luz Afonso,

que exerceram com grande dignidade também o sue papel de Presidentes desta

Assembleia e a quem realmente também eu tomo como inspiração e a quem presto

homenagem. Muito obrigado aos Trabalhos. -----------------------------------------------------

----- Portanto, vamos começar com o ponto relativo à apreciação das Propostas

relativas ao Projeto de Regulamento Municipal do Alojamento Local.” ---------------------

----- PONTO 3- APRECIAÇÃO DAS PROPOSTAS RELATIVAS AO

PROJETO DE REGULAMENTO MUNICIPAL DO ALOJAMENTO LOCAL;

2,5 X GRELHA B: 2 HORAS E 30 MINUTOS: ------------------------------------------------

----- PONTO 3.1 - APRECIAÇÃO DA PROPOSTA 697/CM/2019 – PROJETO

DE REGULAMENTO MUNICIPAL DO ALOJAMENTO LOCAL E

RESPETIVO RELATÓRIO DE PONDERAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO

PÚBLICA, BEM COMO A FIXAÇÃO DAS ÁREAS DE CONTENÇÃO NAS

ZONAS TURÍSTICAS HOMOGÉNEAS DELIMITADAS DO MUNICÍPIO DE

LISBOA, NOS TERMOS DA PROPOSTA E AO ABRIGO DO DISPOSTO NA

ALÍNEA G) DO N.º 1 DO ART.º 25.º, DO ANEXO I DA LEI N.º 75/2013, DE 12

DE SETEMBRO, NA SUA ATUAL REDAÇÃO, E NO N.º 1 DO ART.º 15.ºA DO

DECRETO-LEI N.º 128/2014, DE 29 DE AGOSTO, NA REDACÇÃO ATUAL; -------

----- PONTO 3.2 - APRECIAÇÃO DA PROPOSTA 697-B/CM/2019 –

ALTERAÇÃO À PROPOSTA 697/CM/2019, NOS TERMOS DA PROPOSTA E

AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA G) DO N.º 1 DO ART.º 25.º, DO

ANEXO I DA LEI N.º 75/2013, DE 12 DE SETEMBRO, NA SUA ATUAL

REDAÇÃO, E NO ART.º 15.ºA DO DECRETO-LEI N.º 128/2014, DE 29 DE

AGOSTO, NA REDACÇÃO ATUAL; ------------------------------------------------------------ ----- Parecer da 5ª. Comissão Permanente; --------------------------------------------------------

----- Recomendação nº. 88/01 (5ª. C.P.) ---------------------------------------------------------

----- (A Proposta 697/CM/2019 fica anexada à presente Ata, como Anexo IV e dela

faz parte integrante) ----------------------------------------------------------------------------------

----- (A Proposta 697-B/CM/2019 fica anexada à presente Ata, como Anexo V e dela

faz parte integrante) ----------------------------------------------------------------------------------

----- (O Parecer da 5ª. Comissão Permanente fica anexada à presente Ata, como

Anexo VI e dela faz parte integrante) -------------------------------------------------------------

----- (A Recomendação nº. 88/01 (5ª. CP) fica anexada à presente Ata, como Anexo

VII e dela faz parte integrante) --------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Como os Senhores Deputados sabem, portanto, vamos fazer um Debate em

conjunto da Proposta 697/CM, da Proposta 697-B/CM, há além disso uma proposta de

uma alteração apresentada pelos Deputados Municipais do CDS e há também depois,

que será também oportunamente votada uma Recomendação proposta pela Comissão

que elaborou o Relatório, pela 5ª Comissão. ------------------------------------------------------

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----- Portanto, para começarmos dos Trabalhos temos uma Interpelação à Mesa. Faça

o favor Senhor Deputado.” --------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Rui Costa (IND) no uso da palavra fez a

seguinte Interpelação à Mesa: -----------------------------------------------------------------------

----- “Senhor Presidente, em primeiro lugar permita-me que o saúde pela sua

expressiva eleição e faça votos de um bom mandato. -------------------------------------------

----- Queria pedir a escusa de participação neste procedimento, mas não sem deixar

bem registado as razões que me levam a tal pedido, porque são conhecidas desta

Assembleia as posições que assumi, bem vincadas em matéria de Alojamento Local,

faço-o porque o desenho que a Câmara agora trouxe, e que nunca esteve em

discussão, coloca um imóvel que detenho numa situação em que pode ser beneficiado

nos termos deste Regulamento. ---------------------------------------------------------------------

----- Nessa medida entendo, pese embora ser uma Proposta geral e abstrata e que não

me diga diretamente respeito, manda o decoro e a ética republicana que não participe

nesta votação, sem embargo de reafirmar aqui as minhas posições históricas sobre a

matéria nesta Assembleia. Muito obrigado.” -----------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Deputado. ----------------------------------------------------------

----- Prosseguindo nós temos em conjunto todas estas Propostas sobre o Alojamento

Local e irei dar a palavra à Câmara, mas o Senhor Deputado Manuel Lage pediu a

palavra? Não. Então iria dar a palavra à Câmara para iniciar este Debate. -------------------

----- Quem é que vai utilizar da palavra pela Câmara?” -----------------------------------------

----- O Senhor Vice-Presidente da Câmara, João Paulo Saraiva no uso da palavra

fez a seguinte intervenção: --------------------------------------------------------------------------

----- “Muito boa tarde, Senhor Presidente. É um gosto tê-lo como Presidente desta

Assembleia, não sendo eu Membro da mesma como Deputado, mas em nome da

Câmara Municipal de Lisboa dar-lhe os parabéns pela eleição. -------------------------------

----- Quem vai usar da palavra é o Vereador Ricardo Veludo.” -------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Tem a palavra o Senhor Vereador.” ---------------------------------------------------------

------ O Senhor Vereador Ricardo Veludo, no uso da palavra, fez a seguinte

intervenção: --------------------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito boa tarde Senhor Presidente, Senhores Deputados e a todos os que nos

estão a observar nesta reunião. ---------------------------------------------------------------------

----- Traz-nos hoje aqui a Proposta número 697/CM/2019, que é um culminar de um

percurso que começou em 2018, com a aprovação da Lei 102/2018, de 22 de agosto,

que vem conferir aos Municípios a possibilidade de intervir na regulação da atividade

do alojamento local e promover uma melhor conciliação entre o direito à habitação,

com uma atividade turística com grande impacto na criação de emprego e para a

vitalidade económica da cidade, bem como para melhorar a convivência entre

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utilizações de imóveis que estão afetos a alojamento local e simultaneamente a

habitação. ----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Esta Proposta que aqui trazemos hoje materializa o primeiro Regulamento

Municipal do Alojamento Local, e é um instrumento essencial para o equilíbrio da

cidade. -------------------------------------------------------------------------------------------------

----- Temos atualmente cerca de 80% dos estabelecimentos de alojamento local

concentrados no centro histórico e nas áreas centrais da cidade de Lisboa, onde a

evolução da oferta de habitação é residual, mas onde ocorreram transformações

profundas ao nível de reabilitação urbana em edifícios privados, em grande parte

devido ao investimento que foi feito para a finalidade do alojamento local, e deu

também origem a uma grande dinamização do comércio local e da economia no

centro da cidade. --------------------------------------------------------------------------------------

----- As Freguesias mais centrais de Lisboa foram as que mais beneficiaram em

termos de reabilitação urbana desta dinâmica, mas também foram aquelas que mais

sofreram por processos de gentrificação forçada em que a oferta de habitação já

passou a ser nos últimos anos consumida pela atividade de alojamento local. -------------

----- É neste contexto que o Regulamento que aqui trazemos para vossa apreciação,

vem introduzir critérios objetivos para delimitar áreas de contenção relativa ou

contenção absoluta ao alojamento local protegendo o direito à habitação e mantendo o

dinamismo económico da cidade, e salvaguardando a prossecução da atividade de

alojamento local que existe atualmente e que se encontre, digamos, nos termos

legalmente previstos. ---------------------------------------------------------------------------------

----- Não há cidade sem famílias, mas também não há cidade onde não existe a

prosperidade económica e emprego. ---------------------------------------------------------------

----- Este Regulamento começou a ser elaborado e discutido em novembro de 2019,

ou seja, há cerca de um ano, a 9 de maio de 2019 foi aprovado o projeto de

regulamento na Câmara Municipal e submetido a consulta pública. --------------------------

----- Esta Proposta e esta versão de regulamento, proposta de regulamento que aqui

trazemos hoje resulta da evolução da proposta inicial em resultado da ponderação da

pronúncia de vários cidadãos e de várias entidades durante a fase de consulta pública

e sequentes melhorias que foram introduzidas na sua ponderação e com contributos

relevantes das várias forças políticas que apresentaram propostas, nomeadamente, o

PCP, o Bloco de Esquerda e o Partido Social Democrata. --------------------------------------

----- As principais características deste Regulamento são as seguintes: em primeiro

lugar estabelece 15 zonas turísticas homogéneas, as quais podem ser subdivididas,

define critérios objetivos para a delimitação de áreas de contenção ao alojamento

local, as quais podem ser relativas, se é a percentagem de habitações afeta ao

alojamento local versus o número de habitações nessa área for superior a 10%, mas

será de contenção absoluta se esse mesmo rácio for superior a 20%. ------------------------

----- Em terceiro lugar, nas áreas de contenção os imóveis que se encontram em

ruínas, ou a necessitar de reabilitação profunda, e que não tenham tido contratos de

arrendamento nos últimos 5 anos, e que tenham estado devolutos há pelo menos 3

anos, podem ser objeto de uma autorização excecional para alojamento local, se esses

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imóveis forem afetos a finalidades de interesse para a cidade, nomeadamente,

conjugando oferta de alojamento local com atividades culturais ou projetos de

desenvolvimento local, ou que a conjuguem com a oferta de habitação com renda

acessível, que venha a ser atribuída às famílias através do Regulamento Municipal do

Direito à Habitação, que também será objeto de apreciação aqui. -----------------------------

----- Esta autorização excecional nas áreas de contenção vale por 5 anos, podendo ser

de 10 anos em edifícios em ruínas, e pelo tempo estritamente necessário à recuperação

do investimento inicial, que seja necessário, para repor estes edifícios numa situação

de utilização. Tratam-se por isso de edifícios que não estavam com qualquer utilidade

social nem económica e que, por isso, não representam uma diminuição de oferta de

habitação, e o facto de durante este período de 5 a 10 anos poderem ter esta licença

extraordinária, findo esse prazo eles ficam afetos à habitação ou para exploração em

regime livre ou no âmbito alguma afetação no âmbito do Regulamento Municipal do

Direito à Habitação, se for essa a vontade dos proprietários. ----------------------------------

----- Em quinto lugar este Regulamento institui ainda uma estrutura municipal

dedicada a gerir os pedidos de registo de alojamento local, a proceder a vistorias de

ações de fiscalização que até agora não tivemos condições de proceder, bem como

desenvolver esta atividade em estreita articulação com outras autoridades

competentes, em razão de matéria, como seja o Turismo de Portugal ou a ASAE, bem

com estrita colaboração com as Juntas de Freguesia ou outras entidades que se

considerem pertinentes. -----------------------------------------------------------------------------

----- Em sexto lugar são ainda introduzidas disposições que melhoram a convivência

entre a habitação e o alojamento local, sabemos que isto é um fator de conflitualidade

potencial, e por essa razão o Regulamento instituiu o dever obrigatório de os que

pretendem pedir um registo alojamento local informarem e fazerem prova de que

comunicaram ao condomínio onde essa onde esse estabelecimento que se pretende

instalar, de que há essa intenção e essa comunicação, que é de acordo com uma

minuta feita pelo Município, informa o condomínio dos direitos que tem para se

quiserem exercê-los relativamente a conflitos potencialmente emergentes nessa

convivência. -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Por outro lado, a questão do ruído que é uma das matérias que gera conflito

nestas duas utilizações, levou-nos, e que foi objeto de várias pronúncias na fase de

consulta pública, à proposta de instalação de equipamentos de medição do ruído, que

serão instalados por determinação do Município, sempre que existam reclamações dos

moradores e, portanto, é uma medida que permite objetivar reclamações de conflitos

nesta matéria e que também obedece a um princípio da proporcionalidade, que é

instalar estes equipamentos especiais, que são dispendiosos, sempre e apenas quando

existam reclamações nesta matéria. ---------------------------------------------------------------

----- Por outro lado existe ainda uma Comissão de Acompanhamento para avaliar a

implementação do regulamento, propor o seu aperfeiçoamento contínuo com a

experiência, e avaliar os relatórios de monitorização que são elaborados mensalmente

pelos Serviços do Município de Lisboa e que serão apreciados por esta Comissão de

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Acompanhamento, que fará as Recomendações que entender aos Órgãos do

Município. ---------------------------------------------------------------------------------------------

----- Esta Comissão inclui dirigentes dos serviços pertinentes da Câmara Municipal de

Lisboa, Deputados da Assembleia Municipal de Lisboa a indicar por esta,

especialistas nas matérias aqui em causa, habitação, urbanismo, turismo ou outras que

sejam relevantes, e sem qualquer limitação que esta Comissão pode chamar quem

entender para ouvir e para assim fazer melhor o seu trabalho. ---------------------------------

----- Esta monitorização mensal sobre o número de registos que se criam ou que se

extinguem, bem como os rácios entre o número de alojamentos locais e habitações em

cada zona homogénea turística, serão publicitados na Internet no Sítio da Câmara

Municipal e estarão acessíveis a todos, para além daqueles que intervêm nesta

matéria. -------------------------------------------------------------------------------------------------

----- Em sétimo lugar, o Regulamento entrará em vigor imediatamente a seguir, no dia

seguinte à da sua publicação em Diário da República, que prevemos que seja no dia 7,

não afetando os registos de alojamento local que estão a funcionar e que cumpram as

disposições legais a que estão naturalmente sujeitos. -------------------------------------------

----- Por fim gostaria ainda de assinalar um último ponto, que é relativo a duas

componentes desta Proposta, tem duas componentes deliberativas, por um lado o

Regulamento em si mesmo, que tem em anexo a delimitação das zonas turísticas

homogéneas e, por outro lado, uma proposta de classificação de 6 áreas de contenção

do alojamento local, das quais são 4 para contenção absoluta. --------------------------------

----- Esta classificação de áreas de contenção do alojamento local pode ser proposta a

qualquer momento pela Câmara Municipal, junto da Assembleia Municipal, com

fundamento naquilo que for a monitorização mensal, que se vai fazendo sobre os

registos de alojamento local e versus as habitações nessas mesmas áreas. -------------------

----- Queria apenas enumerar, para terminar, quais são as áreas em concreto que se

propõe que sejam sujeitas a contenção absoluta e relativa. As de contenção absoluta

são a área de Castelo, Alfama e Mouraria, abrangendo o território ou parte do

território da Freguesia de Santa Maria Maior e da Freguesia de São Vicente. Outra

zona de contenção absoluta, Bairro Alto/Madragoa, abrangendo partes do território da

Freguesia da Misericórdia e da Estrela. Outra zona de contenção absoluta é a Colina

de Santana, abrangendo os territórios da Freguesia de Santo António, Santa Maria

Maior e Avenidas Novas. Outra zona ainda, a última, de contenção absoluta, Baixa e

os ex terciários da Avenida da Liberdade, Avenida da República e Avenida Almirante

Reis, abrangendo os territórios das Freguesias de Santa Maria Maior, Santo António,

Avenidas Novas e Arroios. -------------------------------------------------------------------------

----- As zonas de contenção relativa são duas, a Graça abrangendo território da

Freguesia de São Vicente e o Bairro das Colónias, abrangendo uma parte do território

da Freguesia de Arroios e, portanto, eram estas as referências e os destaques que

pretendíamos fazer na apresentação da Proposta. Muito obrigado.” --------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Vereador Ricardo Veludo. ---------------------------------------

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----- Vou pedir à Segunda Secretária Virgínia Estorninho para dar a palavra ao

próximo, que é o que o novo Presidente da 5ª Comissão, o Relator.” ------------------------

----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

anunciou o seguinte: ----------------------------------------------------------------------------------

----- “ O Senhor Deputado Miguel Coelho.” ------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Miguel Coelho (PS) no uso da palavra,

enquanto relator, fez a seguinte intervenção: -----------------------------------------------------

----- “Permita-me Senhor Presidente, nesta minha primeira intervenção, que o felicite

pela sua eleição e pelo cargo que ocupa merecidamente, e quero desde já testemunhar-

lhe que não só pessoalmente, para mim é uma enorme satisfação vê-lo nesse lugar,

mas também enquanto Presidente de Junta de Freguesia e membro por inerência desta

Assembleia Municipal, também é enorme garantia de que continuaremos a trabalhar

com isenção, com dedicação e com espírito de serviço público Muito obrigado. -----------

----- Senhoras e Senhores Deputados, Senhor Vice-Presidente da Câmara, Senhoras e

Senhores Vereadores, Caras e Caros Colegas.----------------------------------------------------

----- Não é possível falar deste Relatório da proposta de Recomendação que lhe está

inerente e desta temática, o alojamento local, sem, naturalmente, desde já, referir que

isto foi um longo processo, foi um processo que se iniciou porventura já há 3 ou 4

anos, alguns Presidentes de Junta de Freguesia, porque sentiram na pele, não é porque

sejam mais sensíveis ou melhores que os outros, porque sentiram na pele, começaram

a levantar e a alertar o poder político e o poder público para esta dificuldade que aqui

se avizinhava, não só Freguesia a qual eu presido, Santa Maria Maior, mas a

Freguesia da Misericórdia, a minha colega Carla Madeira, a Freguesia de São Vicente,

a minha colega, Natalina Moura, a Freguesia Santo António, o meu colega Vasco

Morgado, recordo muito bem que houve um núcleo duro de Presidentes de Junta de

Freguesia do centro histórico que a seu tempo começaram a levantar esta questão para

a necessidade de se poder urgentemente regulamentar a atividade de alojamento local. --

----- Não foi esse o caminho que se seguiu e nós passámos, de facto, por um período

muito difícil no centro histórico que conforme nós próprios íamos informando e

dizendo-se iria alastrar ao restante território da cidade de Lisboa e, portanto, isto teve

consequências irreparáveis, quer em perda de população em expulsão de pessoas das

suas casas e o seu território, e se ela agora se regista a um ritmo mais brando, não é

nada verdade que esta atividade esteja em queda, antes pelo contrário, todos os dias há

mais registos, está é a progredir mais lentamente, porque, como eu digo os que eram

mais frágeis já foram todos corridos, resistiu quem conseguiu, mas já foi tudo

afastado, agora toca a vez daquelas pessoas que têm contratos por 5 anos, que até aqui

as suas casas eram renovadas e que agora estão simplesmente em receber cartinha a

dizer “a senhora tem que se ir embora, porque nós não vamos renovar o arrendamento

da sua casa”, eu costumo referenciar, como exemplo, uma coisa que aconteceu na

minha Freguesia, um cidadão que pagava, porque podia, 1200 euros de renda mensal,

mesmo assim, não viu agora o seu contrato renovado, porque recebeu uma carta para

se ir embora e vai-se embora com grande desgosto porque a alternativa de contra

proposta de renda era qualquer coisa de então insuportável. -----------------------------------

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----- Portanto, Senhoras e Senhores, Senhor Vice-Presidente, Senhor Vereador, quero

naturalmente congratular e felicitar a Câmara Municipal por estarmos agora neste

ponto de situação, ela resulta de uma legislação que foi aprovada na Assembleia da

República, muito por impulso destas Freguesias do centro histórico e que estivemos,

de facto, que, entre aspas, atravessar um bocado à frente para que fosse possível, mas

depois, naturalmente, resultou da rapidez com que o Senhor Presidente da Câmara e a

restante Vereação compreendeu o problema e das medidas que, finalmente

começaram a ser tomadas e nós hoje em dia, temos uma situação de facto, que é

importante, já não há um registo selvagem, ou vai deixar de haver um registo

selvagem, ou completamente liberalizado do alojamento local, há zonas de contenção,

naturalmente que, como sempre aqui afirmei, aqui, a partir deste púlpito, noutros

sítios, as zonas de contenção são insuficientes, temos aqui uma Recomendação que

aponta para que toda a cidade de Lisboa seja considerada uma zona de contenção,

porque partimos de uma base que está errada à partida, é que os Censos foram feitos

em 2011, e nós estamos em 2019, e não se pode trabalhar com base nos números dos

Censos, ainda por cima porque em 2011 não havia a realidade do alojamento local e,

portanto, naturalmente, tudo recomendaria que houvesse até uma espécie de moratória

sobre alojamento local na cidade de Lisboa, até que se pudessem mesmo ter aqui

dados fiáveis para se poderem tão estabelecer com rigor as zonas de contenção, se se

quisesse excecionar alguma parte da cidade de Lisboa. -----------------------------------------

----- Mas temos aqui, portanto, este Regulamento, ele é absolutamente necessário para

que não voltemos à estaca zero, e ainda bem que estamos neste momento aqui a

refletir sobre o mesmo e a poder, espero eu, aprová-lo, isto não significa, e é por isso

que vem aqui nesta Recomendação que ele não deva ser aperfeiçoado, a sensação e a

conclusão que se retira da análise do próprio articulado do Regulamento é que, para

além das zonas de contenção, que deviam ser extensíveis a toda a cidade de Lisboa,

repito de um ser extensíveis a toda a cidade de Lisboa, também o próprio articulado,

apesar da sua genérica boa intenção, é uma espécie, permita-me a figura, é uma

espécie de queijo suíço, sabe bem mas tem muitos buracos por onde se passa e,

portanto, ainda há aqui janelas para instalação de alojamento local, de uma forma que

não deveria ser permitido e não deveria ser aceitável, não só para o centro histórico,

mas também para outras Freguesias, e é por isso que esta Comissão decidiu apresentar

como Proposta para debate, fazendo, naturalmente, na Recomendação que se reabra

este processo daqui a 6 meses, ou dentro do período de 6 meses, como proposta para

debate também uma reapreciação de todo o articulado, sobretudo naqueles pontos em

concreto para as quais a Comissão entendeu já sugerir o caminho a seguir. -----------------

----- Volto a dizer sugerir, naturalmente, sujeito a debate entre todos, e também com a

Câmara Municipal na perspetiva de que depois, finalmente, tenhamos um

Regulamento ainda mais seguro, ainda mais perfeito, onde se saiba quais são os

deveres de cada um, o que é que o alojamento local pode fazer e onde pode estar,

quais é que quais são as garantias das pessoas, que resolva também ou que procure

atenuar os conflitos nas situações previsíveis e, sobretudo que salvaguarde o direito

mais sagrado de todos os cidadãos, que é o seu direito à habitação e à casa onde

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moram, porque volto a dizer que, como tenho repetido muitas vezes, pior que perder o

emprego é perder a casa, e nós, neste momento, temos muitas pessoas na cidade de

Lisboa que já perderam a casa e outras estão em risco de perder o emprego e,

portanto, nesse sentido este Regulamento merece a aprovação, porque senão

estaremos numa situação ainda pior, mas também por causa disso este Regulamento

merece que seja reapreciado no prazo que nós aqui recomendamos, para termos ainda

portanto, um resultado final ainda melhor e que possa proteger as pessoas,

salvaguardando naturalmente uma atividade legítima, que é a do alojamento local.

Muito obrigado.” --------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Deputado Relator. ------------------------------------------------

----- Eu antes de agora prosseguirmos com o Debate chamava a atenção para um erro

material que foi detetado, que é na Proposta 697-B/CM/2019, onde se diz na alteração

da parte deliberativa proposta onde consta “a presente proposta de alteração, o artigo

17 do Projeto de Regulamento Municipal de Alojamento” deve constar “a presente

proposta, a alteração ao Artigo 17º do projeto do Regulamento Municipal do

Alojamento Local”, é um pequeno erro material, de qualquer forma, sem prejuízo, não

me querendo antecipar ao Senhor Deputado Sobreda Antunes, chamava a atenção

desde já para o presente erro material. -------------------------------------------------------------

----- Peço à Senhora Segunda Secretária que dê a palavra ao Deputado seguinte.” ---------

----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

anunciou o seguinte: ----------------------------------------------------------------------------------

----- “Tem a palavra o Senhor Deputado Sobreda Antunes, do PEV.” -----------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Sim tem razão, aqui neste caso será o CDS que apresenta. O CDS efetivamente

pode apresentar neste momento a Proposta de Alteração, se assim entender, é mais

curial. ---------------------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Sobreda Antunes tem razão e, portanto, o caso do PSD penso

que não se justifica porque já foi votado favoravelmente, é também trazido pela

Câmara e está inclusivamente já incluído no Regulamento, só tem sentido, penso eu,

para o caso do CDS, que foi apresentado nesta Assembleia. -----------------------------------

----- Portanto, Senhor Deputado Diogo Moura, se quiser usar dessa possibilidade faça

o favor.” ------------------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Diogo Moura (CDS-PP) no uso da palavra fez

a seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Presidente, em primeiro lugar felicitá-lo por este novo

cargo à frente da Assembleia Municipal e desejar votos de sucesso na Presidência da

Assembleia Municipal. -------------------------------------------------------------------------------

----- Dizer relativamente a esta matéria, o Senhor Vereador falou dos partidos que

fizeram Propostas em sede de Câmara durante a discussão deste regulamento, o CDS

também as fez, simplesmente elas não foram acolhidas na Proposta final, e é por isso

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que hoje trazemos aqui uma Proposta quer de alteração quer de aditamento, quer de

eliminação de alguns desses artigos. ---------------------------------------------------------------

----- A situação já foi aqui explanada em certa parte pelo Senhor Vereador. O turismo

é uma atividade económica importante para a Cidade, tivemos um crescimento

exponencial daquilo que é o alojamento local e que não foi, digamos, a nível da

balança não teve um equilíbrio justo com aquilo que foi ausência de políticas

Municipais de habitação e, portanto, estamos aqui hoje a discutir esta matéria, sendo

que o CDS disse desde o início que seria importante regulamentar, também o

dissemos na altura e quando a Câmara e todos nós sabíamos que sairia, que estaria

para sair o Regime Jurídico, e conhecíamos o seu conteúdo do seu articulado, a

verdade é que instigámos a Câmara para que preparasse uma equipa multidisciplinar

de vários serviços para que pudesse fazer face a esta nova realidade, não foi isso que

aconteceu, a Câmara preferiu fazer uma Proposta de suspensão, uma Proposta mais

facilitista de proibição, e a verdade é que esperaríamos que após esses 6 meses

estivéssemos já a discutir uma Proposta de Regulamento, não foi isso que aconteceu,

chegámos ao fim de 6 meses e voltamos a ter uma nova prorrogação até que

chegamos ao dia de hoje. ----------------------------------------------------------------------------

----- Sucintamente o que é que são as Propostas que o CDS apresenta quer aditamento,

quer de quer de eliminação, quer de alguns acrescentos? Logo à partida, a questão da

lei habilitante, no artigo 2, a Câmara apresenta-nos uma Proposta em que diz que o

presente Regulamento estabelece as regras aplicáveis ao registo de estabelecimentos

de alojamento local no Município de Lisboa, nomeadamente, os aplicáveis aos novos

registos localizados em áreas de contenção, ou seja, o nosso entendimento e aquilo

que é o regime jurídico, a Câmara pode apenas criar e aprovar regras para as áreas de

contenção e impor limites de registos de novos alojamentos locais nestas áreas, aliás,

como está previsto nesta própria Lei e como está, para quem quiser verificar, no

Artigo 15-A, número 1, que diz especificamente que as Câmaras têm a competência

de aprovar áreas de contenção e de impor limites ao alojamento local apenas e,

somente nesses territórios das áreas de contenção e, portanto, em várias partes deste

articulado, não é isso que acontece e algumas imposições que assim que são aqui

colocadas, e algumas restrições e proibições são mais abrangentes do que aquilo que

são as áreas de contenção e, portanto, nós entendemos e apresentamos uma Proposta

nesse sentido de alteração da redação deste Artigo, porque entendemos que a Câmara

nesta medida não respeita a lei habilitante e, portanto, extravasa aquilo que é

competência que o próprio Regime Jurídico permite e dá às Câmaras Municipais. --------

----- Depois sobre o rácio achamos que também não existe um equilíbrio e, portanto, a

Câmara apresenta-nos um rácio de 10%, nós propomos subi-lo para 15%, permitindo

nalgumas zonas da cidade mais alojamento local, porque achamos que os 10% é

muito restritivo e, aliás, restringe logo à partida aquilo que é a livre iniciativa a

privada. -------------------------------------------------------------------------------------------------

----- Aliás, basta ver os dados que o Senhor Vereador aqui já falou, houve um

decréscimo de novos alojamentos locais, só em Lisboa entre 2018 e 2019, um

decréscimo de 73%, com uma média nacional de 43 e, portanto, tive o cuidado de ver

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a Proposta que está em consulta pública na Câmara do Porto, parece-me que é, não

está ainda aprovado e está em processo de consulta pública, mas parece uma Proposta

mais equilibrada e, portanto, fomos buscar o exemplo do Porto que, como sabemos e

muitas vezes foi aqui dito da esquerda à direita, tem os mesmos problemas nesta área,

ao mesmo nível que tem o Município de Lisboa e, portanto, seria bom também olhar

para este exemplo. ------------------------------------------------------------------------------------

----- Depois relativamente ao número 2 do Artigo 4º e que diz respeito aos quartos, ela

não é novidade, nós já apresentámos aqui esta Proposta aquando da Proposta de

suspensão apresentada pela Câmara Municipal, não faz sentido que este regime de

jurídico que cria uma nova modalidade de quartos e, portanto, faz questão de

distinguir das modalidades de moradia ou de alojamento na sua totalidade, que ela

própria também seja proibida, digamos assim, ao de contenção absoluta, de que não

haja alojamento local, não estamos a falar de economia de partilha, estamos a falar de

home sharing, estamos a falar de casas, de habitações onde o proprietário tem de viver

na casa e, portanto, estamos a falar do máximo de arrendamento alojamento local de 3

quartos e, portanto, isso também gera uma economia de partilha para aquelas pessoas

que combate também a gentrificação, porque estes moradores não deixam seu bairro,

continuam a viver no seu bairro, e permite-lhes ter um rendimento extra e, portanto,

não podíamos deixar de apresentar novamente esta Proposta em sede de Assembleia

Municipal. ----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Depois relativamente às áreas de contenção relativa, colocamos algumas questões

e, aliás, apresentamos uma Proposta de alteração dos prazos e limitações no que diz

respeito às áreas que não são suscetíveis de autorização de novos registos dos

estabelecimentos, a Câmara propõe 5 anos, nós propomos 2 anos, porque achamos

que este prazo é excessivamente restritivo e oneroso. -------------------------------------------

----- Depois apresentamos também uma alteração que já tivemos oportunidade em

sede de Câmara de explicar ao Senhor Vereador, e que é mais técnica para não nos

fazer perder tempo, mas que tem que ver com o número 3 do Artigo 7º, e que diz

respeito à “autorização excecional”, o que é que a Câmara nos diz? Diz que

“decorrido o prazo fixado no número anterior”, portanto, era de 60 dias a Câmara na

versão final mudou para 90 dias, “sem que seja proferida decisão pela Câmara

Municipal pode o interessado deduzir junto do Tribunal Administrativo um pedido

para a prática do ato devido” e, portanto, essa possibilidade de propor essa ação

administrativa ela já resulta e é um ato que já resulta do Quadro do Procedimento

Administrativo e, portanto, não faz sentido. ------------------------------------------------------

----- Aliás, em sede de Câmara as técnicas que estiveram na base da elaboração deste

Regulamento acabaram por justificar que indicaram esta possibilidade dos

interessados proporem a ação administrativa de condenação à prática do ato devido,

embora ela também como disse já resulta da Lei, porque anteveem que a Câmara não

consiga cumprir o prazo fixado no número 2, e portanto, perante esta questão,

achámos que o Regulamento devia dar uma resposta imediata a esta problemática que

é apresentada pelos Serviços e, portanto, achamos e entendemos que os 60 dias úteis,

portanto, trata-se de um prazo administrativo, é um prazo razoável para a tomada de

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decisão desta natureza e, portanto, entendemos também que a Câmara deve indicar

nesta alteração do Regulamento, um prazo que consiga cumprir vinculando a ele, e

portanto, não dando como desculpa que terá um prazo, as suas técnicas, que terá um

prazo que não conseguirá cumprir. -----------------------------------------------------------------

----- Depois relativamente à questão da instrução do pedido, aqui mais uma vez há

uma violação da lei habilitante, nós estamos a falar da comunicação prévia,

apresentamos uma Proposta de alteração, que ela se aplique às áreas de contenção,

porque é aquilo que o regime jurídico dá a competência à Câmara para o fazer, a

Câmara coloca de uma forma genérica a toda a cidade e, portanto, parece-nos a nós

que ele volte a não respeitar, em mais este artigo do articulado o espírito da lei

habilitante. ---------------------------------------------------------------------------------------------

----- Depois também achamos que há uma burocracia excessiva naquilo que é a alínea

d) do número 9, a Câmara exige a apresentação da cópia da apólice de seguro de

responsabilidade civil, aquando instrução do pedido, ora ela só faz sentido que seja

feita no processo final, antes do licenciamento ou no processo final de fiscalização,

não o fazendo no momento em que nem sequer esse alojamento local é uma realidade

e, portanto, fazemos também esta sugestão de alteração e, portanto, o mesmo também

relação Artigo 11º., sobre os seguros de responsabilidade civil, propomos eliminar

porque ele acaba por ser uma repetição daquilo que está na Lei, mas não é sequer nem

exatamente o texto que está no articulado do Regime Jurídico, que foi alterado em

certa parte e, portanto, nem sequer cumpre o espírito do legislador. --------------------------

----- Depois achamos importante a possibilidade das Assembleias de Condóminos por

uma maioria, a ter em conta a permilagem, poderem solicitar à Câmara que reveja

aquela autorização de desalojamento, em particular com aquilo que nós sabemos que é

o direito ao descanso dos moradores e, portanto, tem a ver com a fonte de ruído, mas

mais uma vez, ela é aplicada a tua cidade e fora das áreas de contenção absoluta e

relativa e, portanto, estamos a aplicar toda a cidade e acaba por extravasar, e portanto,

uma norma que podia ser boa, que tal pormos medidores de ruído, acabo por, por via

da lei habilitante de não estar de acordo com a mesma. -----------------------------------------

----- Depois a questão da fiscalização, já não levantámos apenas nesta questão de

alojamento local, já levantámos no caso da Carris, mas entendemos que a Câmara tem

o dever de cumprir aquilo que são as competências que lhe são cometidas pela Lei e,

portanto, a Lei dá a competência à Câmara de fiscalização dos alojamentos locais, o

que a Câmara aqui nos propõe é a possibilidade de se demitir dessa competência, ou

seja, a Câmara pode fazê-lo através de fiscalização e eu lembro que no Debate do

estado da Cidade fiz uma volta pelos principais problemas da cidade, em todos eles o

principal problema é a fiscalização, e fiz o repto ao Senhor Presidente para que

apostasse mais na fiscalização por parte da Câmara Municipal em várias áreas de

atuação e da vida da cidade, a verdade é que esta é mais uma em que a Câmara vai ter

que ter meios, em particular recursos humanos, para fazer fiscalização e, portanto,

defendemos que não deve ser dada a possibilidade a que essa fiscalização seja feita

por entidades privadas, ela deve ser feita em primeiro lugar e numa primeira instância

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pelos Serviços Municipais, através fiscais ou em alternativa ou em complemento pela

Polícia Municipal. ------------------------------------------------------------------------------------

----- Depois também fazemos uma eliminação do número 2 do Artigo 14º porque a

Lei não prevê a figura de interdição temporária, porque mais uma vez tendo em conta

a lei habilitante ela aplica-se a todos os alojamentos locais, sem qualquer

diferenciação e não é isso que o Artigo 15-a, número 1 da Lei prevê. ------------------------

----- Dizer também que concordamos com a Proposta 697-B apresentada na Câmara

pelos Vereadores do PSD e que veio aqui, e que foi aprovada, de alteração da

composição da Comissão de Acompanhamentos do Alojamento Local, votaremos

favoravelmente esta Proposta. ----------------------------------------------------------------------

----- E voltando à Proposta inicial, à 697 levantar uma questão, o Senhor Presidente de

Câmara, o Senhor Presidente Fernando Medina disse várias vezes que havia zonas da

cidade que não seriam zonas de contenção absoluta, o que é que isso fez? Fez com

que muitos investidores adquirissem edifícios ou adquirissem as frações nessas zonas,

são as zonas da Baixa, da Avenida da Liberdade, Avenida da República, Avenida

Almirante Reis, e porque é que ele o disse? Porque disse que a predominância destas

zonas da cidade eram zonas terciárias e, portanto, não havia uma necessidade de

defender, digamos assim, a habitação nesta zona e que não seria um problema de

aumento do alojamento local, a verdade é que esta foi a Proposta que foi para consulta

pública, foi defendendo que estas eram zonas terciárias, as pessoas acabaram por fazer

investimentos nesta zona e, portanto, agora o que vemos nesta versão consolidada

final após a consulta pública é que estas áreas são de contenção absoluta. ------------------

----- O Vereador dizia que isto não afeta pedidos de licenciamento e, portanto,

gostaríamos de saber por parte da Câmara, é daquilo que são pedidos de

licenciamento já estão na Câmara, daquilo que são processos urbanísticos que têm a

indicação de finalidade de alojamento local nestas áreas e, portanto, indo ao encontro

daquilo que o Senhor Presidente de Câmara prometeu há meses, e durante meses, aos

investidores e a quem quis investir e comprar para esta finalidade, para esta atividade

económica legítima e legal, perceber de que forma é que a Câmara vai salvaguardar o

direito destes mesmos investidores e destes compradores que, como disse, têm de

forma clara e explícita nos processos que deram entrada este uso de alojamento local,

porque senão vão ficar com o menino nas mãos, não vão conseguir dar resposta a

estes investidores e, portanto, era importante que a Câmara que gerou as expectativas,

e portanto, foi o responsável por gerar expectativas a estes mesmos investidores,

alimentou-as, que agora possa pelo menos dizer a estes mesmos investidores, aqueles

seja possível identificar, o que é que é possível fazer. ------------------------------------------

----- Dizer também, como disse aqui o Senhor Deputado Miguel Coelho, e acho que

todos concordamos, não estamos a basear, seja neste Regulamento seja para os prazos

de suspensão, não nos estamos a cingir àquilo que são os Censos 2011. Os Censos

2011, não refletem aquilo que é a atualidade a cidade, nem hoje nem nos últimos

anos, o tecido económico mudou, as questões de habitação mudaram e as questões de

alojamento local e do turismo também.------------------------------------------------------------

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----- A verdade é que nós olhamos para este Regimento e dizemos, “mas então e como

se propõe, no ponto 1 da Recomendação, muito bem, vamos então.”, e não há dados

atualizados por parte do IRHU, porque o IRHU não os fornece à Câmara, vamos

então criar uma área de contenção e alastrar essa área de contenção a toda a cidade,

ora não pode ser, porque nós a partir do momento que temos um Regime Jurídico que

obriga e temos o Estado a obrigar as Câmaras Municipais a terem acesso aos dados de

fogos permanentes por parte do IRHU, que também depende do Estado, é

administração direta do Estado, não faz qualquer sentido que os esses dados não

cheguem e, portanto, nesse sentido apresentámos uma Moção na Câmara Municipal

de Lisboa para que possamos ter uma leitura mais atual e mais correta dos dados sobre

os fogos permanentes ou os fogos para habitação permanente na cidade de Lisboa. -------

----- Agora não faz sentido que nós tomamos outras opções e continuamos a dizer que

não temos dados quando o Estado nos obriga a ter acesso a eles e o próprio Estado

não os fornece, isto é um bocado esquizofrénico, mas eu peço à Câmara que junto do

Estado o possa fazer, afinal são do mesmo partido, não deverá ser muito difícil! ----------

----- Posto isto e apresentada a nossa Proposta dizer relativamente à Recomendação

que foi apresentada que nós votaremos contra o ponto 1, que diz exatamente que não

havendo estes dados que se faça, que se alargue essa zona de contenção a toda a

cidade, portanto, votaremos contra, e dizer que iremos manter o nosso voto de

abstenção no ponto 3. Há várias Propostas que estão no anexo I com as quais nós não

nos revemos, outras consideramos pertinentes, mas a verdade é que nós estamos a

votar é a possibilidade de daqui a 6 meses, como é proposto pela aquela

Recomendação da 5ª Comissão, possamos discutir e, portanto, espero que também

nessa altura possamos, caso estas propostas não tenham hoje validade e não sejam

aprovadas, que possamos também alargar esse debate e possamos discutir outras

propostas que outros Grupos Municipais e outros Deputados possam apresentar.

Muito obrigado Senhor Presidente.” ---------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Deputado Diogo Moura.” ----------------------------------------

----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

anunciou o seguinte: ----------------------------------------------------------------------------------

----- “Tem então a palavra o Senhor Deputado Sobreda Antunes.” ---------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Sobreda Antunes (PEV) no uso da palavra fez

a seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Ora então muito obrigado, boa tarde de novo Senhor Presidente em exercício,

votos de bom desempenho para o resto do Mandato. Senhoras Secretárias da Mesa,

Senhoras e Senhores Vereadores, Senhoras e Senhores Deputados, Público,

Jornalistas e Funcionários. ---------------------------------------------------------------------------

----- A Câmara vinha publicitando na sua página da Internet os trâmites de registo de

actividade para estabelecimentos de Alojamento Local (AL), procedimentos que nos

últimos anos haviam exponencialmente disparado devido ao impacto dos afluxos

turísticos a que Lisboa vinha afluindo. ------------------------------------------------------------

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----- No entanto, as recorrentes queixas de munícipes, moradores nas zonas de grande

pressão turística, secundadas por algumas forças políticas, impuseram uma revisão

deste paradigma. --------------------------------------------------------------------------------------

----- Por um lado, a alteração do regime de autorização da exploração dos

estabelecimentos de AL, promovida pela Lei nº 62/2018 (de 22 de Agosto), que veio

atribuir aos órgãos municipais competências para regular a instalação de novos

alojamentos, com vista a preservar a realidade social dos bairros e lugares.-----------------

----- Passou a estar prevista a possibilidade de elaboração de regulamento municipal

específico, que delimitasse áreas de contenção, fixando regras para a instalação

daquele tipo de estabelecimentos e impondo restrições ao seu número nos territórios,

considerando limites percentuais fixados em relação aos imóveis disponíveis para

habitação. ----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Mais foi estabelecido que, para evitar comprometer a eficácia do referido

regulamento, cada Município, por deliberação fundamentada das Assembleias

Municipais, pudesse mesmo interromper, por um período máximo de um ano, até à

entrada em vigor do referido regulamento, a autorização de novos registos em áreas

especificamente delimitadas. ------------------------------------------------------------------------

----- A Câmara começaria então por suspender, perfaz amanhã exactamente um ano, a

autorização de novos registos de estabelecimentos de alojamento local em áreas

delimitadas (Proposta nº 677/2018, em 6/11/2018) e promover a monitorização e o

acompanhamento das demais ‘zonas turísticas homogéneas’. ---------------------------------

----- Entretanto, o Município procedeu a um estudo urbanístico sobre o impacto do

turismo, para melhor o perceber e enquadrar, possibilitando a definição de uma

estratégia futura que tivesse em vista a sustentabilidade da própria cidade. -----------------

----- De seguida, seria deliberado (Proposta nº 746/2018, em 15/11/2018) aprovar o

início de procedimento de elaboração de um Regulamento Municipal de Alojamento

Local (RMAL), com vista a estabelecer as regras aplicáveis aos novos registos de

estabelecimentos de alojamento local em áreas a delimitar como áreas de contenção,

mais prevendo serem recolhidos contributos dos interessados para o referido

regulamento. -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Já em 9 de Maio deste ano seria apresentada uma versão preliminar de projecto

de Regulamento Municipal do Alojamento Local (Proposta nº 266/2019) para ser

submetido a consulta pública. -----------------------------------------------------------------------

----- Mas só finalmente hoje a CML submete a esta AML uma nova versão de

‘Regulamento Municipal do Alojamento Local’, após a devida ponderação do

relatório sobre a participação pública e a revisão dos critérios inicialmente

apresentados pelo executivo, fruto de contributos adicionais recebidos já em sede de

debate na CML. ---------------------------------------------------------------------------------------

----- Nele são retidos critérios de fixação em duas categorias, consoante o rácio entre

estabelecimentos de alojamento local e o número de fogos de habitação permanente,

ou seja, quando igual ou superior a 20%, e as que apresentem um rácio igual ou

superior a 10% e inferior a 20%. -------------------------------------------------------------------

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----- Neste contexto, foram delimitadas 4 ‘áreas de contenção absoluta’ que, de acordo

com o mapa anexo à proposta, incluem a Baixa e o Centro com os Eixos das Avenidas

da Liberdade, da República e da Almirante Reis, o Bairro Alto e a Madragoa, o

Castelo, a Alfama e a Mouraria, mais a recente inclusão da Colina de Santana, e 2 as

‘áreas de contenção relativa’ onde se inserem a Graça e a zona envolvente da

Almirante Reis, com o Bairro das Colónias. ------------------------------------------------------

----- Tal deve-se ao facto de a Baixa e as avenidas centrais da cidade terem uma

concentração de 34,4% de AL, ou seja, o equivalente a quase 3.500 unidades de

alojamento. No caso da Colina de Santana, a concentração destas unidades é já de

24,5%, o equivalente a 6.500 alojamentos. Nas restantes detectou-se também uma

concentração superior a 20%. -----------------------------------------------------------------------

----- Nas duas zonas de contenção relativa, Graça e Bairro das Colónias, a

concentração de AL situa-se entre os 10% e os 20%, e por isso não podem ser abertos

mais alojamentos, excepto se o imóvel em causa estiver devoluto há mais de 3 anos

ou se sofreu obras de reabilitação nos últimos dois anos. ---------------------------------------

----- Foi este o caos a que o executivo deixou chegar o panorama habitacional da

capital, acompanhado da inevitável gentrificação. -----------------------------------------------

----- Porém, ficaram ainda de fora, para observação e acompanhamento, outras 12

áreas com elevado impacto turístico, mas que, para Os Verdes, merecem que

rapidamente possam ser incluídas como área problemática e a merecerem um outro

tipo de intervenção urgente por parte do Município. --------------------------------------------

----- E porquê? Porque em algumas destas zonas registam-se notícias alarmantes sobre

despejos de moradores, e inclusive de Lojas com História e até de uma República de

Estudantes. Recordemo-nos a título de exemplo da Petição nº 19/2016 ‘Pela

preservação e manutenção da loja ‘A Central das Avenidas’ ou de missivas dirigidas à

vereação por parte da República do Santo Condestável. ----------------------------------------

----- Se tal significa que a especulação imobiliária, por vezes de braço dado com o

Alojamento Local, incentiva ameaças de despejos, para Os Verdes, não basta o

Município ficar-se pelas zonas de contenção inicial, pois comprova-se ser urgente

monitorizar outras áreas da cidade, como a Lapa, a Penha de França, o Parque das

Nações e mesmo a Ajuda e Alcântara, onde, de acordo com o Anexo II da Proposta,

os rácios rondarão entre o 5,5% e os mais de 9,5%. ---------------------------------------------

----- Mas também por outra razão que nos parece ser óbvia: rapidamente o alojamento

local se irá deslocar para freguesias vizinhas. ----------------------------------------------------

----- Donde, se por um lado o alojamento local poderá ser importante para alguns

nichos familiares e comerciais, por outro jamais poderá proibir o acesso à habitação

ou comprometer a autenticidade dos bairros, devendo o Município comprometer-se

em estabilizar as zonas onde se verifica uma maior pressão urbanística. ---------------------

----- Haverá, por isso, Senhor Vereador, que prosseguir uma abordagem de prevenção

dos impactos negativos do turismo intenso, integrando o conceito de Capacidade de

Carga Turística nos processos de planeamento e ordenamento da cidade, nas suas

diferentes escalas de planeamento urbano (PDM, PU e PP), enquanto forma de

estabelecer os limites críticos da intensidade turística no território da cidade. --------------

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----- Dever-se-á ainda prever um processo de diagnóstico e de avaliação de impactos

do turismo ao nível local, principalmente nas freguesias próximas do centro, cujos

resultados deverão ser integrados em próxima revisão do PDM. Haverá que evitar

eventuais excepções geográficas, cujo resultado a curto prazo, se não vier a abranger

outras freguesias, poderá não salvaguardar a qualidade de vida da população aí

residente e as actividades económicas de proximidade. -----------------------------------------

----- Há que priorizar contributos de travagem à especulação imobiliária, à expulsão

dos moradores e reverter os nefastos efeitos que estas transformações provocam, ao

alterarem profundamente as realidades locais dos bairros. -------------------------------------

----- Porque, acima de tudo, há que garantir o direito à habitação constitucionalmente

consagrado. E há que garantir e incentivar mais activos contributos dos munícipes na

elaboração de regulamentos como este, de modo a incrementar uma participação mais

aberta, acutilante e democrática. --------------------------------------------------------------------

----- Espera-se assim que, para além da promoção do equilíbrio da actividade turística

com as restantes dimensões culturais, económicas, sociais e ambientais, se evitem

excepções que ponham em causa estes objectivos. ----------------------------------------------

----- E acima de tudo, Senhor Vereador, sugerimos que propostas com conteúdos tão

estratégicos para o planeamento e uma gestão equilibradas da cidade como estas

sejam, de futuro, apresentadas nesta AML com a devida antecedência, de modo a

possibilitar uma melhor e mais ponderada avaliação dos critérios incluídos no seu

articulado. ----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Senhor Presidente, solicitamos a votação ponto a ponto da Recomendação da 5ª

Comissão. Muito obrigado.” ------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Deputado Sobreda Antunes.” -----------------------------------

----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

anunciou o seguinte: ----------------------------------------------------------------------------------

----- “Tem a palavra Senhora Deputada Natacha Amaro, do PCP.” ---------------------------

----- A Senhora Deputada Municipal Natacha Amaro (PCP) no uso da palavra fez

a seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Senhor Presidente, Senhoras Secretárias, Senhores Vereadores, Senhores

Deputados, Senhoras Deputadas, Caro Público.--------------------------------------------------

----- O enorme crescimento da actividade turística em Portugal, sobretudo desde 2014

e em particular na cidade de Lisboa, tem introduzido um conjunto significativo de

alterações na vida mas também na estrutura económica e social da cidade. Uma das

consequências desse incremento no turismo foi, sem dúvida, o crescimento

exponencial do alojamento local. Ao longo dos últimos anos, assistimos a uma

transferência de uso de imóveis do arrendamento habitacional permanente para o

alojamento local, de carácter temporário, reduzindo a oferta de habitação disponível –

tanto na forma de arrendamento como de compra – e à elevação dos preços praticados

a um ritmo e para níveis incomportáveis para a maioria da população. ----------------------

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----- Uma das consequências desta evolução foi o abandono das populações de muitos

bairros, dos locais onde sempre residiram, indo para as periferias (para outros

concelhos e mesmo outros distritos), por não disporem de condições económicas para

suportar os elevados custos associados à habitação. Tornou-se premente adoptar

medidas de moderação e de contenção desta actividade económica, o alojamento

local, de forma a mitigar os seus impactos negativos no acesso à habitação e à

descaracterização dos bairros tradicionais, sob pena de se perder o que é autêntico e

que é procurado por quem nos visita. Estas medidas de moderação e contenção não

são um ataque ao turismo – pelo contrário, procuram proteger as características únicas

de Lisboa, que são um dos seus grandes atractivos, ao mesmo tempo que concorrem

para a preservação do tecido social da cidade e procuram restringir o empurrar quase

diário de famílias para outras localidades por não conseguirem uma casa para morar. ----

----- O Regulamento Municipal sobre Alojamento Local, apresentado há 5 meses atrás

na CML e que seguiu para consulta pública, teve os votos contra do PCP por

entendermos que um regulamento que pretende promover o equilíbrio entre a

actividade turística e outras dimensões fundamentais da vida da cidade, como é a

habitação, não poderia conter excepções que pusessem em causa esse objectivo. Mas

como a apresentação dessa proposta não era o fim do processo, mas antes uma etapa,

concentrámo-nos na apresentação e discussão de propostas de alteração ao

Regulamento no sentido do mesmo poder cumprir o seu objectivo. A versão aprovada

na semana passada em Câmara e que hoje aqui discutimos contempla alterações

grandes que, do nosso ponto de vista, transformam substancialmente os resultados da

aplicação do Regulamento no futuro e fundamentam a modificação do sentido de voto

do PCP nesta matéria, aprovando o Regulamento. Este Regulamento não corresponde

às nossas propostas iniciais mas é substancialmente diferente do que foi proposto

inicialmente. Das várias propostas apresentadas pelo PCP e que foram integradas no

texto aqui em debate destacamos: ------------------------------------------------------------------

----- - A integração da zona da Baixa/Eixos Av. da Liberdade/Av. da República/Av.

Almirante Reis nas áreas de contenção do Alojamento Local (a proposta inicial da

CML excluía-as, o que era inaceitável para o PCP); --------------------------------------------

----- - A redução de excepções com a eliminação da possibilidade de se registarem

Alojamentos Locais em áreas de contenção relativa (Graça e Envolvente da Av.

Almirante Reis/Bairro das Colónias) quando se façam obras de reabilitação de

edifícios que subam dois níveis de conservação; -------------------------------------------------

----- - Maior definição nas excepções admitidas nas zonas de contenção absoluta

(Baixa/Eixos Av.Liberdade/Av.República/Av. Almirante Reis; Bairro Alto/Madragoa;

Castelo/Alfama/Mouraria/Colina de Santana) onde podem ser concedidas quando se

trate de reabilitação de edifícios em ruínas ou devolutos, e quando cumpram o critério

de “especial interesse para a cidade”; A proposta do PCP foi especificar que esse

interesse seja "darem origem a edifícios de uso misto em que o alojamento local esteja

integrado em projecto de âmbito social ou cultural de desenvolvimento local", ou

integre “oferta de habitação com arrendamento acessível atribuída no âmbito do

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Regulamento Municipal do Direito à Habitação”, ficando estes projectos sujeitos a

serem votados em reunião de Câmara; ------------------------------------------------------------

----- - A introdução de organizações representativas de vários interesses, como as

associações de moradores, na Comissão de Acompanhamento de Alojamento Local, e

de um relatório anual para apreciação dos órgãos municipais, por forma a controlar de

forma eficaz o desenvolvimento do Alojamento Local em Lisboa; ---------------------------

----- Estas propostas, agora integradas no texto do Regulamento, foram fundamentais

para a alteração do nosso sentido de voto. Pensamos que o Regulamento responde ao

objectivo de contribuir para travar a especulação imobiliária, a expulsão dos

moradores e reverter os efeitos destas transformações que alteraram profundamente as

realidades locais dos bairros. Este Regulamento é uma conquista na defesa do Direito

à Habitação e do Direito à Cidade. -----------------------------------------------------------------

----- Mas a resolução dos problemas criados pelas actividades económicas que

decorrem do aumento exponencial do turismo em Lisboa não se resolvem apenas com

este Regulamento. ------------------------------------------------------------------------------------

----- Todos os dias são conhecidos novos prémios na área do turismo atribuídos à

nossa cidade. -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Todos os dias surgem novos números de diárias, de visitas aos monumentos, de

gastos em restauração. -------------------------------------------------------------------------------

----- Mas continua por efectivar o estudo aprofundado das dinâmicas turísticas,

concretamente a capacidade de carga turística da cidade, bem como a elaboração de

uma Carta do Turismo de Lisboa. Ambos os instrumentos foram propostos pelo PCP e

aprovados na CML, há já alguns meses e com os votos contra do PSD e abstenção do

BE, prevendo o desencadear de um processo de diagnóstico e de avaliação de

impactos, positivos e negativos, do turismo ao nível local, principalmente nas

freguesias centrais de Lisboa, a desenvolver com o contributo de diversos serviços da

Câmara de Lisboa, Universidades, Associações e outras organizações da sociedade

civil. Este trabalho é fundamental para o diagnóstico mas também para a tomada de

decisões e intervenção esclarecidas. ---------------------------------------------------------------

----- O próprio Regulamento do Alojamento Local exige um acompanhamento

particular, com atenção às eventuais flutuações que estes processos sofrem e com a

maleabilidade suficiente para o alterar, se for necessário. Poderão vir a ser

consideradas zonas da cidade em que a pressão obrigue à eliminação de quaisquer

excepções, por exemplo. -----------------------------------------------------------------------------

----- Relativamente à proposta de alteração apresentada pelo CDS-PP não merecerá o

nosso voto favorável por várias questões com as quais não concordamos, das quais

destacaríamos as exclusões dos quartos das restrições aplicáveis, alojamento local não

deve ser à partida solução para os estudantes, pelo que não acompanhamos esta e

outras propostas apresentadas. ----------------------------------------------------------------------

----- O Parecer da 5ª Comissão recomenda que a área de contenção relativa seja

alargada às zonas da cidade não abrangidas por qualquer tipo de contenção, enquanto

não houver novos estudos. Pela nossa parte, consideramos esta medida excessiva dado

que põe no mesmo patamar zonas muito distintas da cidade: naturalmente que os

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riscos, nesta matéria, que correm zonas como a Ajuda ou Belém são totalmente

diferentes da realidade de Santa Clara ou Marvila. ----------------------------------------------

----- Dada a necessidade de aprovar o regulamento hoje, propomos que o anexo I da

Recomendação seja assumido pela assembleia como um documento a aprofundar e

que no prazo de seis meses o resultado desse trabalho venha à Assembleia. ----------------

----- Por fim, e porque a discussão deste Regulamento sendo sobre turismo é também,

e primordialmente, sobre habitação, não podemos deixar de referir a necessidade de

outras medidas para inverter o panorama actual: -------------------------------------------------

----- - a revogação da Lei das Rendas; -------------------------------------------------------------

----- - a efectivação pela CML do Programa de Arrendamento a Custos Acessíveis

(PACA); ------------------------------------------------------------------------------------------------

----- - um planeamento da cidade com um urbanismo democrático, transparente e

participado; --------------------------------------------------------------------------------------------

----- - o investimento público na habitação, com especial responsabilidade do Poder

central. --------------------------------------------------------------------------------------------------

----- Muito obrigada.” --------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhora Deputada.” --------------------------------------------------------

----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

anunciou o seguinte: ----------------------------------------------------------------------------------

----- “Tem a palavra a Senhora Deputada, Isabel Pires, do Bloco de Esquerda.” -----------

----- A Senhora Deputada Municipal Isabel Pires (BE) no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: --------------------------------------------------------------------------------

----- “Obrigada Senhor Presidente, Senhores Deputados, Senhoras Deputadas, Senhor

Vereador. -----------------------------------------------------------------------------------------------

----- A discussão sobre a necessidade de regulamentação do Alojamento Local na

cidade de Lisboa é longa, é antiga, e não se encerra com este regulamento. É longa

porque durante demasiado tempo várias vozes nesta Assembleia acharam que as

tendências de aumento da pressão turística, e do aumento do turismo através do

alojamento local especificamente, não nos deviam alertar e que não eram alarmantes o

suficiente. ----------------------------------------------------------------------------------------------

----- É antiga porque, já em 2016 por iniciativa do Bloco de Esquerda, e em 2017, por

iniciativa do Bloco de Esquerda e do Partido Socialista, ou de grupos de municipais e

de munícipes na cidade de Lisboa, foram discutidas várias propostas nesta Assembleia

que colocavam o problema da necessidade de regulamentação desta actividade e dos

seus efeitos nocivos para o acesso à habitação, porque já desde essa altura se

começavam a perceber os sinais. -------------------------------------------------------------------

----- Da parte do bloco de esquerda, sempre trouxemos para o debate público a

necessidade de olhar para estas novas dinâmicas, tentando colmatar os seus efeitos

negativos antes que eles se começassem a materializar com demasiada força, para que

não se atuasse tarde demais. -------------------------------------------------------------------------

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----- Já na altura em que as primeiras propostas foram apresentadas, 2016, exemplos

de outras cidades, como Barcelona ou Berlim, davam nota do que pode acontecer a

uma cidade se não houver regras. ------------------------------------------------------------------

----- Infelizmente, Lisboa teve que atingir um ponto grave de forte desequilíbrio para

que fossem tomadas medidas, essencialmente porque o alojamento local mexe com

um bem essencial e que, hoje, é considerado um direito: a habitação. -----------------------

----- Obviamente que tem, também, outro tipo de implicações, nomeadamente ao nível

do emprego ou do tipo de serviços prestados. Mas, sem dúvida, o maior impacto

negativo teve a ver com a habitação e a expulsão de pessoas do centro da cidade, num

processo de gentrificação que em alguns bairros históricos de Lisboa já passou de

preocupante para ser um cenário muito triste do que um dia foi a cidade e, portanto, os

processos de gentrificação não se param com mais liberalização. -----------------------------

----- Dito isto, as regras temporárias de restrição às licenças de alojamento local (AL),

aprovadas pelo executivo municipal no ano passado, foram um passo muito

importante e um sinal claro de que as coisas não podiam continuar na mesma. -------------

----- Não foi fácil, politicamente, chegar a este ponto, mas foi importante que se tenha

conseguido. Esta restrição significou que foi possível, por um período de um ano,

proteger a habitação em zonas que atingiram os 20% de Alojamento Local: Bairro

Alto, Bairro da Madragoa, Castelo, Alfama, Mouraria, Colina de Santana e Graça. -------

----- Sabendo que esta restrição deixaria de estar em vigor a partir de 18 de novembro

deste ano, era fundamental aprofundar esse caminho e criar um regulamento de

alojamento local, caminho que também não foi isento de dificuldades. ---------------------

----- O Partido Socialista apresentou uma primeira proposta de regulamento que ficava

aquém do que a cidade precisa. Primeiro, porque não respondia à falta de fiscalização

deste setor nos últimos anos. Aliás, o gabinete de fiscalização tinha já sido aprovado

nesta Assembleia Municipal, por isso era obrigatório que fosse implementado quanto

antes. ----------------------------------------------------------------------------------------------------

----- Segundo, as áreas de suspensão do Alojamento Local que o PS propunha

ficariam longe do necessário para Lisboa, ao excecionar qualquer tipo de regulação na

zona da Baixa, Almirante Reis, Avenida da República e Avenida da Liberdade - neste

momento com 32% de AL - por considerar que estas zonas se resumem a um uso

terciário. ------------------------------------------------------------------------------------------------

----- Com estas falhas em causa e falta de apoio para aprovar a proposta tal como ela

estava, houve um momento de negociação com o novo vereador do urbanismo que

permitiu que a proposta agora em análise preveja exatamente esses pontos e seja um

avanço na regulamentação necessária. ------------------------------------------------------------

----- Esta é uma oportunidade de fazer avançar a regulação do Alojamento Local em

Lisboa. É do conhecimento público que esta não é a proposta do Bloco de Esquerda.

No entanto, todos e todas compreendemos a urgência de avançar com o Regulamento

de Alojamento Local estabilizado para combater a grave crise de habitação que a

cidade de Lisboa atravessa. -------------------------------------------------------------------------

----- Importa, para futuro, não ficar por aqui, continuar a monitorizar e a levar a sério

as dinâmicas que atacam diretamente o direito à habitação e combatê-las

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devidamente. É esse o grande desafio da cidade de Lisboa, responder pela habitação e

pela cidade.” -------------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhora Deputada Isabel Pires.” -----------------------------------------

----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

anunciou o seguinte: ----------------------------------------------------------------------------------

----- “Tem a palavra o Senhor Deputado Miguel Graça, Independente.” ---------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “ Eu enquanto o Senhor Deputado avança, chamava a atenção que ainda estamos

a regularmo-nos pelo Regimento anterior, portanto, no que diz respeito,

nomeadamente aos tempos dos Independentes, portanto, o tempo tem que ser

repartido o melhor possível entre os Senhores Deputados.” ------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Miguel Graça (IND) no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: --------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito boa tarde. Antes de mais saudar o Senhor Presidente da Assembleia

Municipal, saudar a sua eleição e desejar um bom mandato e uma boa condução dos

trabalhos desta Assembleia. Saudar também os Vereadores e os colegas Deputados. -----

----- Relativamente à matéria em apreço referir que a problemática do alojamento

local é uma realidade deprimente da cidade de Lisboa e uma atividade com

significativo impacto no desenvolvimento da Cidade e que necessita de uma forte

regulação, nesse sentido, os Deputados Municipais Independentes dos Cidadãos Por

Lisboa apresentaram várias iniciativas desde 2017. ---------------------------------------------

----- Primeiro uma Recomendação pela regulação do mercado de alojamento local em

Lisboa, em Junho de 2017, que exatamente falava na urgência de estabelecer uma

discriminação positiva na fiscalidade sobre o arrendamento de longa duração e

também propor o Governo e à Assembleia da República que assumem a iniciativa

legislativa de permitir que os Municípios tivessem competência para definir, em áreas

identificadas e devidamente fundamentadas, limites máximos ao número de fogos

destinados a alojamento local, por forma a equilibrar este mercado com a procura de

arrendamento de longa duração e garantir a necessária sustentabilidade desse

equilíbrio. ----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Também em janeiro de 2018, voltámos a apresentar uma Moção pela alteração

do enquadramento legal do alojamento local, em que solicitávamos novamente à

Assembleia da República a alteração do enquadramento legal do alojamento local,

tendo em vista que com o atual processo de registo dê lugar a um processo de

autorização com critérios a definir pelos Municípios, bem como possibilitar a estes a

limitação das autorizações concedidas para zonas específicas, através do

estabelecimento de quotas. --------------------------------------------------------------------------

----- Novamente em outubro de 2018 efetuaríamos uma Recomendação pela

elaboração de um regulamento relativa à atividade de alojamento local, na sequência

da aprovação da Lei 62/2018, que precisamente alterava o regime de autorização de

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exploração dos estabelecimentos de alojamento local e, na qual recomendámos à

Câmara que enviasse a esta Assembleia Municipal, ao abrigo precisamente da Lei 62

de 2018, e no prazo máximo de um ano, o regulamento relativo à atividade de

alojamento local Município de Lisboa, que é o que hoje apreciamos e que enviasse

também a esta Assembleia Municipal uma deliberação fundamentada, com vista a

suspender por um máximo de um ano a autorização de novos registos em áreas

especificamente delimitadas, o que também aconteceu. ----------------------------------------

----- Aliás, é importante também referir que o Programa de Governo da cidade de

Lisboa, posteriormente vertido nas Grandes Opções do Plano, aprovadas, exatamente

propõe no Eixo 1, melhorar a qualidade de vida do ambiente, uma medida que é

precisamente propor a alteração do enquadramento legal do alojamento local, tendo

em vista possibilitar aos Municípios a limitação destas autorizações e o

estabelecimento de quotas, de modo a assegurar o equilíbrio entre a habitação

permanente e o uso turístico, neste sentido achamos que, precisamente a aprovação

deste regulamento e a iniciativa que hoje aqui discutimos irá de encontro a este

objetivo. ------------------------------------------------------------------------------------------------

----- A Proposta 697 de 2019, que é aqui apresentada, precisamente é uma proposta de

Regulamento Municipal do Alojamento Local e propõe aprovar a definição de áreas

de contenção e de zonas turísticas homogéneas, na sequência, como já foi dito, da Lei

62/2018, que veio atribuir novas competências aos Órgãos Municipais, que passaram

a ter o poder de regular a instalação de novos alojamentos locais. ----------------------------

----- A Lei, como é conhecido, passou a prever a possibilidade de os Municípios

criarem áreas de contenção, nas quais podem para limites relativos ao número de

estabelecimentos de alojamento local e também este Regulamento pretende assim,

através da proposta que é aqui apresentada, estabelecer estas regras aplicáveis ao

registo e, obviamente, a partir de uma delimitação, tal como é possível ver na

Proposta, de quinze zonas turísticas homogéneas definidas com base na localização e

de expressão da própria concentração destes estabelecimentos. -------------------------------

----- De notar que para efeitos de definição de um rácio entre os estabelecimentos de

alojamento local e os imóveis disponíveis para habitação, não tendo o Turismo de

Portugal e o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana disponibilizado dados

desagregados sobre o número de fogos de habitação permanente na Cidade, foram

considerados os dados dos Censos de 2011, na categoria “alojamentos familiares

clássicos” e ainda que a Câmara tenha dados mais atualizados, por exemplo, só para

dar um exemplo o atlas social, onde existem dados neste sentido ao nível da

subsecção estatística, é preciso reforçar que estes dados carecem de atualização por

parte do Turismo de Portugal e do IRHU, que é também algo que julgo que esta

Assembleia Municipal deve exigir dentro das suas competências. ----------------------------

----- Relativamente ao Regulamento em si, como é também expresso no texto aqui

apresentado, são consideradas áreas de contenção absoluta, mais propriamente estas

zonas turísticas homogéneas ou subdivisões que apresentem um rácio entre os

estabelecimentos de alojamento local e o jogo e o número de fogos de habitação

Permanente igual ou superior a 20 por cento e são consideradas áreas de contenção

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relativa a as zonas turísticas ossos subdivisões que apresentam um rácio entre o

número de estabelecimentos de alojamento local e o número de fogos de habitação

permanente igual ou superior a 20%, e são consideradas áreas de contenção relativa as

zonas turísticas ou as suas subdivisões, que apresentem um ratio entre o número de

estabelecimentos de alojamento local e o número de fogos de habitação permanente

igual ou superior a 10%, inferior a 20%. ----------------------------------------------------------

----- Estas zonas turísticas homogéneas para que sejam consideradas áreas de

contenção, têm de ser aprovadas por deliberação desta Assembleia Municipal,

precisamente o ato que fazemos aqui hoje e no limite, mas dentro dos prazos legais e

terá que ser, obviamente, deliberado, se com a periodicidade mínima de avaliação de

um ano, que foi também aqui já referido. ---------------------------------------------------------

----- O Regulamento, como é sabido, prevê exceções, em que poderá ser admitida a

atribuição de novos registos de alojamento local em áreas de contenção, tanto nas de

contenção absoluta, como nas de contenção relativa, ligado, obviamente, às condições

do próprio edificado, o facto de estar ou não devoluto, em ruínas, e julgamos que isto

é também positivo e pode ser uma medida positiva em termos de reabilitação urbana. ----

----- Referir também que estas autorizações excecionais, e bem, são temporalmente

limitadas, sendo conferidas por um prazo de 5 anos, e ou tratando-se de reabilitação

de edifícios em ruínas ou integral de edifícios devolutos há mais de 3 anos, para um

próximo de 10 anos e, após o término desta autorização o particular poderá ter

obviamente o retorno do seu investimento ou colocar estes imóveis no mercado de

arrendamento. -----------------------------------------------------------------------------------------

----- Há outros aspetos importantes a destacar, como a previsão na sequência da

apresentação de reclamações de instalação de equipamentos de medição de ruído ou

também a previsão que o titular da exploração de alojamento local deve celebrar um

seguro de responsabilidade civil, que garanta aos danos patrimoniais e não

patrimoniais causados a hóspedes e terceiros, para além também de uma medida que

consideramos extremamente positiva, o facto de se prever a criação de uma estrutura

própria para dar resposta aos pedidos de vistoria e fiscalização que sejam

apresentados, aliás, tal e qual como é proposta a criação de uma Comissão de

Acompanhamento de Alojamento Local, que deverá elaborar um relatório a ser

enviado aos Órgãos Municipais para avaliação. --------------------------------------------------

----- Assim sendo relativamente a esta Proposta, a 697 de 2019, que aprova o

regulamento municipal de alojamento local, gostaríamos também de ressaltar que,

para além de ser tomado em conta os contributos apresentados em sede de consulta

pública, foram também tomados em consideração sugestões apresentadas em Câmara

por diversas forças políticas, como o PSD, o PCP e o Bloco de Esquerda,

consideramos também uma metodologia e uma prática extremamente de valor e que

acho que contribuiu para o enriquecimento deste documento e da Proposta e por isso,

iremos votar também a favor desta Proposta, que no seu cômputo geral julgamos que

irá contribuir para a regulação deste setor, aliás, como foi pedido pelas várias

recomendações e moções que aqui apresentámos anteriormente, e que foram

aprovados por esta Assembleia. --------------------------------------------------------------------

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----- Relativamente concretamente ao Parecer da 5ª Comissão, dizer que concordamos

na generalidade com as Recomendações feitas neste Parecer, isto é, por um lado que

até que se realize um novo estudo com dados atualizados, isto é uma Recomendação à

Câmara para, obviamente, pensar nesta possibilidade, que a área de contenção relativa

seja alargada às zonas da cidade atualmente não abrangidas, isto é com uma medida

preventiva, por outro lado, também dizer que o presente articulado é um avanço muito

significativo para a regulação desta atividade, ainda que possa, obviamente, ser

sempre melhorado. No entanto o ponto 3 desta Recomendação, pediríamos à Mesa se

era possível destacar e votar separado, muito bem, até porque, obviamente, são aqui

apresentadas e recomenda-se um conjunto de propostas de alteração que vem em

anexo ao parecer que aqui está, que achamos que é uma matéria, obviamente, de

interesse, é uma matéria que merece a pena ser aprofundada, mas fazíamos a sugestão

que ela fosse aprofundada em sede de 5ª Comissão e não aqui discutida desta forma,

porque julgamos que são contributos importantes e que, inclusivamente, podem ainda

ser melhores e mais detalhados se esta Assembleia, obviamente, assim o quiser. ----------

----- Por fim, terminar e dizer que, saudar também que a Recomendação da 5ª

Comissão de que “seja submetido a esta Assembleia o Relatório Anual da Comissão

de Acompanhamento”, e julgamos que este é também um aspeto muito importante

para esta Assembleia continuar a seguir este processo. Muito obrigado.” -------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “ Muito obrigado Senhor Deputado Miguel Graça, mas constato que ficaram

apenas 2 minutos e 17 para o Senhor Deputado Independente que também está

inscrito.” ------------------------------------------------------------------------------------------------

----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

anunciou o seguinte: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Tem a palavra o Senhor Deputado Mário Freitas, do MPT.” ---------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Mário Freitas (MPT) no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: --------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Presidente, antes de mais felicitá-lo pela sua eleição,

tenha muito sucesso no seu Mandato, o seu sucesso será o sucesso desta Casa. ------------

----- Senhores Vereadores, Caros Colegas, a Proposta 697 hoje aqui apreciada é o

resultado de um conjunto de regras restritivas a novos registos de alojamento de curta

duração no centro histórico da Cidade. ------------------------------------------------------------

----- Sabemos nos últimos 2 anos, o aumento do turismo aliado à oferta desenfreada

do alojamento de curta duração, contribuíram para estimular a economia, tornando-se

em muitas situações um exemplo de verdadeiro capitalismo popular, sendo fonte de

rendimento de núcleos familiares que nas suas áreas de conhecimento e labor

originais se viram desempregados, porém, não há qualquer dúvida que expulsou

muitos moradores dos seus bairros. ----------------------------------------------------------------

----- Este aumento do turismo e a consequente pressão imobiliária trouxeram no

último ano a este Plenário vários munícipes que apresentaram as suas dificuldades em

permanecer nesta nossa Lisboa. Realizou-se neste mesmo Fórum, e a nosso pedido, o

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Debate Temático do Impacto do Turismo na Cidade de Lisboa, onde foram debatidas

as problemáticas de uma cidade incapaz de gerir os impactos negativos, ser alvo de

intensa divulgação como o melhor destino europeu, título merecido reafirme, desde

outubro de 2018 que as alterações legislativas ao regime do alojamento local

determinam que as Câmaras Municipais e as Assembleias de Condóminos possam

intervir na autorização de exercício de atividade, permitindo a fixação de áreas de

contenção para preservar a realidade social dos bairros e lugares. ----------------------------

----- Sabemos que o número de novos registos de alojamento local em Lisboa caiu

60% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano

anterior, os novos pedidos abrandaram em todo o país, mas esta nossa Lisboa

destacou-se nesta descida. ---------------------------------------------------------------------------

----- As associações do setor justificam estes números como a autorregulação do

mercado, terá sido mais importante do que a entrada em vigor das novas regras. ----------

----- O Partido da Terra continua a defender que o problema do aumento alucinante do

alojamento local que Lisboa foi alvo em 2018 se deveu à falta de fiscalização destes

mesmos alojamentos por parte da Autarquia, a Câmara argumenta que não tem

capacidade de fiscalização dos alojamentos de curta duração, havendo em muitos

casos alojamentos dessa mesma categoria, locais que nem licença de habitação

possuem, é o caso da conversão de lojas em alojamentos locais. ------------------------------

----- Sabemos também que Lisboa já não é só alojamento local, o investimento

imobiliário aumentou 38% em pleno ano da alteração à Lei do Alojamento Local e

com todo o mediatismo gerado os estrangeiros procuram cada vez mais investir em

Lisboa, sendo as Freguesias de Santo António e Santa Maria Maior as mais

procuradas neste contexto, concentrando 16 e 15% respetivamente do investimento

internacional em habitação em 2018. --------------------------------------------------------------

----- Muito sinceramente, Senhor Vereador Ricardo Veludo, o novo Regulamento que

estamos hoje a apreciar poderá ser visto num curto prazo com uma solução, mas num

futuro próximo em nada vai resolver os problemas da cidade. --------------------------------

----- É legítimo deixar uma questão, haverá alguém disposto a investir num qualquer

imóvel numa das zonas mais caras da Europa depois estar limitado em parte o seu uso

e dele não retirar quaisquer rendimentos? Disse.” -----------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Deputado Mário Freitas.” ----------------------------------------

----- Tem a palavra o Senhor Deputado Eduardo Viana.” --------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Eduardo Viana (IND) no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: --------------------------------------------------------------------------------

----- “Excelentíssimo Senhor Presidente e todos os presentes. --------------------------------

----- Antes de mais desejar felicidades e boa sorte no desempenho do seu Mandato. ------

----- Relativamente ao tema do alojamento local é importante referir que esta

atividade não é a única fonte das consequências negativas de turismo na cidade, outras

atividades como a hotelaria têm também um impacto indireto considerável no

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mercado de habitação já para não falar nos impactos ambientais dos cruzeiros ou da

pressa em construir um aeroporto numa área ambientalmente tão sensível. -----------------

----- Consideramos que é importante não exacerbar a vilanização do alojamento local,

apesar da sua dimensão cada vez mais industrial concentrada em grupos económicos,

esta atividade teve um papel muito importante na dimensão individual ou familiar dos

portugueses e lisboetas durante os anos de crise, para além disso, desempenhou

também um papel na reabilitação de muito património da cidade de Lisboa, ainda que

muitas vezes feita sem grande qualidade ou o devido cuidado com o património. ---------

----- É, no entanto, incontornável que o alojamento local contribui muito para o

processo de pressão sobre o mercado de habitação no geral, em particular no

arrendamento, e constitui-se como um agente ativo na perda de população da cidade,

gerando situações dramáticas de exclusão. --------------------------------------------------------

----- Regular o alojamento local faz todo o sentido no âmbito de uma política de

promoção de habitação pública, através da reabilitação e se necessário de nova

construção, não esquecendo o papel importante que o setor cooperativo pode

desempenhar, por isso, acompanharemos o novo Regulamento aqui apresentado pelo

Senhor Vereador Ricardo Veludo, saudando a definição das novas zonas de

contenção, que nos parecem agora mais adequadas à dimensão territorial do problema,

mas estranhamos a sua não aplicação a algumas áreas do centro da cidade. -----------------

----- Não podemos deixar de levantar algumas reservas, nomeadamente ao Artigo 12º,

em que se permite que Assembleias de Condóminos possam forçar o cancelamento

dos registos de alojamento local existentes e também na formulação demasiado vaga

no ponto 2 do artigo 13º, que permite a fiscalização de alojamentos locais por

empresas privadas contratadas pela Câmara. -----------------------------------------------------

----- Apesar dos esclarecimentos do Senhor Vereador ficámos ainda com algumas

dúvidas relativamente ao modelo proposto de fiscalização pela Câmara Municipal.

Muito obrigado.” --------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Deputado Eduardo Viana. ---------------------------------------

----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

anunciou o seguinte: ----------------------------------------------------------------------------------

----- “Tem a palavra a Senhor Deputada Inês Sousa Real, do PAN.” -------------------------

----- A Senhora Deputada Municipal Inês Sousa Real (PAN) no uso da palavra fez

a seguinte intervenção: ------------------------------------------------------------------------------

----- “Boa tarde, começo por saudar as senhoras membros da mesa, dar uma palavra

de saudação ao Sr. Presidente, apesar de não estar aqui presente, pelo mandato que

agora inicia, esperando obviamente que faça jus à equidistância e que nos representa

todas e todos nós enquanto eleitos nesta Assembleia Municipal. Cumprimentar

também as Senhoras e Senhores Deputados aqui presentes, Senhoras e Senhores

Vereadores, público presente, comunicação social. ---------------------------------------------

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----- Na sequência da alteração legislativa em 2018 a Câmara Municipal de Lisboa

veio, e bem, utilizar as novas ferramentas que foram dadas às autarquias para regular

o alojamento local. ------------------------------------------------------------------------------------

----- Contudo, temos de começar por dizer que sabendo o Executivo da necessidade de

aprovar o regulamento no prazo de um ano no máximo após a deliberação desta

Assembleia (já com as prorrogações), não entendemos que só hoje, em cima do prazo

estejamos aqui a debater este regulamento, achamos que os regulamentos levam o seu

tempo a analisar, e este em particular terá implicações claras no tecido urbano. ------------

----- Ora bem, se vamos restringir o alojamento local em prol de mais habitação este

regulamento terá reflexo no turismo e na habitação, obviamente, mas também noutras

matérias como os transportes, as atividades comerciais, os resíduos urbanos, até as

escolas e atá mesmo a própria empregabilidade, e falamos aqui de emprego que se

prespetiva que seja ele duradouro e sustentável e não apenas um fenómeno turístico,

ou do impacto que tem o aumento de visitantes à nossa cidade. -------------------------------

----- Assim queremos registar que não concordamos com esta forma de atuar, desde

logo! ----------------------------------------------------------------------------------------------------

----- Como segundo ponto gostaríamos de assinalar que é nosso entender que está

comprometida a eficácia do presente Regulamento pois todos concordarão que uma

proposta de Regulamento com os dados relativos ao setor residencial profundamente

desatualizados, não pode pretender ser uma decisão política informada em 2019,

quase 2020, dado o tempo que já passou do último Censos. -----------------------------------

----- Esta base inviabiliza a política válida e real que se pretende para o Alojamento

Local em Lisboa. -------------------------------------------------------------------------------------

----- É essencial que busquemos as informações todas necessárias atualizadas! Aí

estaremos a agir em conformidade com o tecido da cidade e a mitigar até os efeitos

negativos que são sentidos, nomeadamente no que respeita à habitação, ao fenómeno

da gentrificação e também dos despejos, que se foram sentindo ao longo do tempo na

cidade! --------------------------------------------------------------------------------------------------

----- Por isso, as perguntas que precisam de um esclarecimento rápido são: para

quando a apresentação dos dados por parte das entidades como o Turismo de

Portugal, ou até mesmo o próprio IRHU? E como fundamenta a CML a utilização de

dados desatualizados para fomentar e construir uma nova política de Alojamento

Local tão importante para a cidade? ---------------------------------------------------------------

----- Em terceiro lugar, sabendo que estamos perante uma questão diretamente

relacionada com a habitação e a reabilitação, a criação de áreas de contenção não pode

se dissociada nem da nova geração de políticas em matéria de habitação nem da

reabilitação do edificado e dos custos que esta acarreta. ----------------------------------------

----- Como foi visto em fase de discussão pública foram levantadas questões quanto

ao retorno do investimento na reabilitação, pelo que teremos de ter a atenção

suficiente para irmos analisando os impactos deste regulamento e não considerar que

estamos perante um processo fechado. ------------------------------------------------------------

----- O mercado turístico tem estado em alta, o que se refletiu na reabilitação porque

dava lucro, mas se é certo que queremos salvaguardar o direito à habitação e ter um

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sector turístico equilibrado, também queremos garantir que no futuro a cidade não fica

repleta de prédios devolutos ou que não há até mesmo uma quebra em termos de

empregabilidade, portanto, há que harmonizar ambos os interesses aqui em questão. -----

----- Como quarto ponto, gostaríamos de referir que, no nosso entender, a presente

proposta não distingue, como deveria, o particular que abdica da sua casa ou de parte

dela para ganhar algum dinheiro, nomeadamente para pagar serviços ao Estado e que

a Autarquia não lhe proporcionam, como creches e pré-primária, ou cuidados de

saúde, dos grandes operadores que detêm edifícios inteiros dedicados ao alojamento

local, também não se salvaguarda, e aqui vamos ao encontro daquilo que é a proposta

do CDS, a oferta de quartos para estudantes, porque nesta matéria de facto e já o ano

passado tivemos a oportunidade de discutir esta mesma questão nesta Assembleia, e

portanto, mais uma vez continuam a não estar salvaguardada esta possibilidade, o que

constitui também uma ferramenta de combate ao isolamento e à exclusão social por

parte daquela população que possa estar mais só e que queira através desta ferramenta

ter não só uma fonte de rendimento como também uma fonte de companhia.---------------

----- Não sendo uma mais ou menos legítima, tratam-se, contudo, de realidades

distintas. -----------------------------------------------------------------------------------------------

----- O Alojamento Local propiciado pelo pequeno proprietário tem, por certo, um

menor impacto nestes fenómenos, propiciando a diversidade populacional de cada

local. Aqui, caber-nos-á, regular e garantir o equilíbrio, não bloquear o que é para

muitos agregados um suplemento aos seus rendimentos e que acabam por ser afetados

por uma medida que devia ter como destinatárias as grandes unidades hoteleiras ou

até mesmo os grupos de investidores ou de interesses económicos. --------------------------

----- Como quinto ponto, voltamos a frisar neste plenário que não tem sido feito por

parte da autarquia a avaliação do impacto causado nas áreas urbanas pelas unidades

hoteleiras na diminuição da oferta de habitação. -------------------------------------------------

----- Entendemos que caso se verifique um impacto negativo, torna-se necessário

promover a criação de regulamentação que preveja, entre outros aspetos, a eventual

limitação e suspensão de autorização de novos estabelecimentos hoteleiros, sobretudo

quando se verifique estar no limiar do uso habitacional do território estudado, e

muitas destas Freguesias já nos apresentam precisamente esta pressão. ----------------------

----- Aliás, não podemos deixar de referir que em março de 2018 foi aqui aprovada

por unanimidade uma Recomendação, trazida pelo PAN, para que a Câmara

Municipal procedesse à realização de um estudo sobre a capacidade de carga turística

da cidade, e do seu impacto ao nível da qualidade de vida, focando entre outras

matérias: na Habitação; nos Transportes; Acessibilidades; Prestação de serviços de

saúde; Poluição sonora e ambiental; Capacidade de saneamento de águas residuais e

adequação do Plano de drenagem; Resposta dos Planos de Emergência, entre outros. ----

----- Salientando já na altura, ou seja, há mais de um ano atrás que este estudo teria

por objetivo dotar a cidade de um conjunto de indicadores que melhor permitissem

informar as decisões que têm de ser tomadas no nosso município, incluindo o

regulamento que aqui estamos a apreciar. ---------------------------------------------------------

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----- Ora bem, isto não foi feito, o que torna insuficiente, no nosso entendimento a

informação que sustenta este regulamento! -------------------------------------------------------

----- Embora a fiscalização seja referida no regulamento, salientamos a necessidade

desta se focar no exercício ilegal da atividade, o que não tem acontecido de forma

eficaz até agora. ---------------------------------------------------------------------------------------

----- As autoridades fiscalizam os alojamentos registados e não os ilegais, porque não

têm licença e que por isso mesmo também não abrem a porta e, portanto, tornam-se

difíceis de fiscalizar e de obter algum controle, beneficiando mais uma vez os

prevaricadores, ao invés de quem cumpre com a própria legislação! -------------------------

----- Ora, isto exige bem mais meios e recursos humanos. Pelo que gostaríamos de

perguntar quais os meios que a Câmara dispõe para a concretização deste objetivo,

que também é obviamente um desidrato cumprido pela Câmara Municipal. ----------------

----- Terminamos salientando a necessidade da Câmara Municipal de Lisboa investir

mais, e com maior celeridade, na habitação pública, que não é dissociada da matéria

que aqui estamos a falar hoje. -----------------------------------------------------------------------

----- Os programas têm sido apresentados, e para a semana iremos discutir um outro

regulamento – este de acesso à habitação, mas é essencial que do papel passe tudo à

concretização e que haja uma estratégia articulada dos diferentes regulamentos ou

instrumentos de alguma regulamentação na cidade, apesar das omissões deste

regulamento, quer quanto pela sua informação que o sustenta, quer ao articulado em si

face aos objetivos que se o propõe, reconhecemos como positiva a necessidade de

regulamentação na cidade, bem assim como as recomendações emanadas da 5ª

Comissão com vista a se proteger aquilo que são os direitos fundamentais da

população, nomeadamente, no âmbito de acesso à habitação e também à qualidade de

vida e obviamente também a combater os fenómenos de gentrificação que afetam

sobretudo os bairros históricos. --------------------------------------------------------------------

----- Não podemos deixar de referir, por fim, que há de facto necessidade de não ser

um projeto, processo fechado e que deve ser reavaliado continuamente, em particular,

daqui a 6 meses, para se puder colmatar as lacunas, já hoje aqui referidas ao nível

deste regulamento, mas também ao nível que é o alargamento das zonas existentes na

cidade. -------------------------------------------------------------------------------------------------

----- Termino, referindo, que não fiz há pouco, cumprimentando-o Senhor Vereador, é

a primeira vez que me dirijo a si, portanto, muito bem-vindo aos Trabalhos da

Assembleia Municipal. Obrigada.” -----------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhora Deputada Inês Sousa Real.” ---------------------------------

----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

anunciou o seguinte: --------------------------------------------------------------------------------

----- “Tem a palavra o Senhor Deputado Francisco Domingues, do PSD.” ----------------

----- O Senhor Deputado Municipal Francisco Domingues (PSD) no uso da palavra

fez a seguinte intervenção: ------------------------------------------------------------------------

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----- “Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Senhor Vice-Presidente

da Câmara Municipal de Lisboa, Senhores Deputados, Senhores Vereadores, minhas

Senhoras, meus Senhores. -------------------------------------------------------------------------

----- A cidade de Lisboa assistiu, nos últimos anos, a uma profunda transformação

num seu tecido económico. Durante anos foram batidos sucessivos recordes no

número de turistas que visitaram cidade e tal deveu-se em grande medida à forma

desordenada como foram abrindo de forma descontrolada os estabelecimentos de

alojamento local da nossa cidade. ----------------------------------------------------------------

----- O surgimento abrupto dos estabelecimentos de alojamento local tiveram grande

impacto na vida da cidade e dos lisboetas, não só no seu tecido económico como na

aceleração do êxodo populacional para os Concelhos limítrofes, e na gritante perda de

qualidade de vida dos que moram no centro da cidade. ---------------------------------------

----- Na realidade, constata-se que é precisamente sobre o centro histórico da cidade

que é exercida a maior pressão sobre a habitação, sobre os transportes públicos e

sobre o espaço público. ----------------------------------------------------------------------------

----- No entender do Partido Social Democrata só muito tardiamente a Câmara

Municipal de Lisboa percebeu que o alojamento local estava a tornar-se num

verdadeiro problema para a cidade, como já o tinha sido em outras cidades europeias,

não é razoável sustentar que o turismo é a causa todos os males das cidades, nem faz

sentido defender que o papel dos poderes públicos é acabar com o turismo, o que se

torna necessário é gerir inteligentemente a relação entre a oferta e a procura. ------------

----- Contudo, o centro da cidade de Lisboa é já por um lado, um domínio quase em

exclusivo para os investidores estrangeiros e, por um outro um inferno para os que ali

necessitam de se deslocar e para o sossego dos que resistem a ali morar, há que

continuar a tentar encontrar mecanismos inteligentes para distribuir os turistas por

toda a cidade, nomeadamente, através da criação de locais que os atraiam não só ao

centro da nossa cidade, por forma a limitar a descaracterização dos bairros de cidade

e, por outro lado, há que ter presente que a limitação de zonas de alojamento local a

mais zonas da cidade de Lisboa pode vir a criar ainda mais entropias no investimento

imobiliário e criar novos e reforçados focos de instabilidade junto da população local,

em que cada vez mais zonas da nossa cidade, ainda sem problemas desta índole, pelo

que ainda no nosso entender, a Proposta número 697/CM/2019, do projeto de

Regulamento Municipal do Alojamento Local, não acautela de forma conveniente os

interesses legítimos da população da nossa cidade e um equilibrado desenvolvimento

da economia num setor tão importante para o nosso Concelho, como é o turismo.

Disse.” ------------------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Deputado Francisco Domingues.” ---------------------------

----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

anunciou o seguinte: --------------------------------------------------------------------------------

----- “Tem a palavra Senhora Deputada Carla Madeira, do PS.” ----------------------------

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----- A Senhora Deputada Municipal Carla Madeira (PS) no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ------------------------------------------------------------------------------

----- “Senhor Presidente da Assembleia, aproveito para lhe desejar as maiores

felicidades no cumprimento do seu cargo. Senhoras e Senhores Vereadores, Senhoras

e Senhores Deputados, Público e Comunicação Social.---------------------------------------

----- O acesso à habitação é um direito fundamental inscrito na Constituição da

República Portuguesa, é também um compromisso assumido pelo Estado Português a

nível de Tratados Europeus e Internacionais, enquanto valor indispensável à

dignidade, à segurança, à coesão e ao desenvolvimento social.------------------------------

----- A habitação tem sido, nos últimos anos, uma das maiores preocupações dos

Autarcas da cidade de Lisboa, em particular dos do centro histórico. ----------------------

----- A profunda crise económica e social que o país atravessou nos últimos anos,

trouxe consequências graves, que a nossa população sofreu duramente. -------------------

----- Uma Lei do Arrendamento cruel, a que se veio juntar uma Regulamentação do

Alojamento Local bastante insuficiente foram expulsando e têm expulsado a

população mais vulnerável da cidade, nomeadamente, do seu centro, os Autarcas em

particular, os Presidentes de Junta, têm sido confrontados com as enormes

dificuldades de quem luta por se manter no território e com a saída de quem não

consegue lutar mais, por isso era urgente travar esta tendência, era urgente insistir na

revisão da legislação nacional, insistir na criação de legislação que incentivasse o

arrendamento de longa duração, e que limitasse o alojamento local, e criar mais

mecanismos municipais que aumentem a oferta habitacional. -------------------------------

----- Os Autarcas da cidade e o Partido Socialista têm estado na luta da frente pelo

direito à habitação, muito tem sido feito e muito mais a fazer no sentido de garantir o

direito à habitação, tendo surgido um conjunto de iniciativas que são indispensáveis

para inverter a tendência dos últimos anos, a Lei número 62/2018 de 22 de agosto, que

veio alterar o regime de autorização de exploração dos estabelecimentos de

alojamento local, constituiu um passo importante na medida em que conferiu

competências efetivas aos Municípios no sentido destes poderem estabelecer as

regras, os limites e os locais de alojamento local enquanto atividade económica. --------

----- Sabemos que Lisboa registou uma significativa e profunda transformação nos

últimos anos, para a qual o turismo funcionou como um dos seus principais

catalisadores, criando novas oportunidades de negócio, novos empreendedores,

promovendo o emprego e a economia local e fomentando a reabilitação e a

valorização urbanísticas, mas aliada aos benefícios que resultaram do seu

crescimento, o turismo também teve impactos negativos muito significativos,

designadamente em termos sociais, em particular no domínio da habitação, conforme,

aliás, está documentado no estudo sobre as novas dinâmicas residenciais, económicas

e urbanísticas no centro histórico de Lisboa, promovido pelas Juntas de Freguesia de

São Vicente, Santa Maria Maior e Misericórdia. ----------------------------------------------

----- A Câmara Municipal de Lisboa demonstrando enorme proatividade e elevado

sentido de responsabilidade mal foi aprovado Diploma que vem alterar o regime de

autorização de exploração dos estabelecimentos de alojamento local, deu início à

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elaboração de uma proposta de trabalho, que hoje submete formalmente a esta

Assembleia, com vista a que o Município de Lisboa possa dispor de um Regulamento

Municipal que estabeleça as regras, os termos e condições do alojamento local. ---------

----- Enquanto decorria a elaboração deste regulamento foram de imediato suspensos

os novos registos nas zonas com maior pressão de alojamentos locais, criando

rapidamente um mecanismo para proteger a população, que ainda resistia nos nossos

bairros e para permitir que os bairros não perdessem autenticidade, que tanto os

caracteriza e distingue. -----------------------------------------------------------------------------

----- Com base em dois documentos de referência a visão estratégica para o

ordenamento urbanístico do turismo de Lisboa e o estudo urbanístico do turismo de

Lisboa foram delimitadas as zonas turísticas homogéneas, suspendendo numa 1ª fase

a autorização de novos registos de estabelecimentos de alojamento local nas zonas do

Bairro Alto/Madragoa e Castelo/Alfama/Mouraria. Numa 2ª fase, fruto do trabalho

constante de monitorização que a Câmara Municipal tem feito, foi alargada esta

limitação às zonas da Graça e da Colina de Santana. ------------------------------------------

----- A Câmara Municipal de Lisboa tem vindo a acompanhar e monitorizar a

evolução e localização dos estabelecimentos turísticos e de alojamento local com o

objetivo de promover um desenvolvimento integrado e equilibrado do turismo, neste

sentido surgem neste Regulamento novas zonas turísticas homogéneas, num total de

15, das quais 4 áreas de contenção absoluta, onde o rácio entre o número de

estabelecimentos de alojamento local e o número de fogos de habitação permanente é

igual ou superior a 20%, e 2 áreas de contenção relativa em que esse rácio é igual ou

superior a 10%, e inferior a 20. ------------------------------------------------------------------

----- Estamos confiantes de que este Regulamento Municipal irá contribuir para o

desenvolvimento de políticas e para a implementação de medidas que consigam

harmonizar as dinâmicas económicas com os direitos sociais, numa lógica de

equilíbrio e sustentabilidade. Este Regulamento resulta de um compromisso assumido

por esta Câmara e por esta Assembleia, é imperioso que entre em vigor ainda esta

semana sob pena de comprometermos dos bons resultados alcançados com as duas

restrições provisórias aplicadas. -----------------------------------------------------------------

----- Senhoras e Senhores Deputados já conhecemos os impactos desastrosos que o

crescimento desmesurado do alojamento local trouxe ao centro da cidade, agora que

todos estamos sensibilizados para os impactos negativos do crescimento do

alojamento local e existe consenso generalizado de que deve ser limitado, não

podemos permitir que se venham a verificar esses impactos negativos no resto da

cidade e aí este mecanismo irá permitir uma importante monitorização, não só das

áreas de contenção, como de toda a cidade, com este instrumento, a Câmara poderá

intervir, como o Senhor Vereador explicou há pouco, assim que os rácios comecem a

subir em determinada zona. -----------------------------------------------------------------------

----- Este Regulamento não será a última palavra nesta matéria e será oportunamente

revisto, contudo, uma coisa é certa, terá um impacto muito positivo sobre a realidade

existente, trata-se do primeiro Regulamento aprovado no país, o que faz do Município

de Lisboa e dos seus Autarcas os pioneiros na regulamentação do alojamento local. ----

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----- Este Regulamento não sendo perfeito, e podendo vir a ser melhorado em função

da evolução da realidade social nesta matéria, irá trazer uma importante proteção à

nossa população e aos bairros da cidade de Lisboa ao estabelecer as regras aplicáveis

aos estabelecimentos de alojamento local. ------------------------------------------------------

----- Cabe-nos a nós, enquanto eleitos desta Assembleia, monitorizar e fiscalizar o

cumprimento do mesmo. Por estarmos convictos de que este é o melhor caminho para

defender a identidade histórica dos nossos bairros e para um desenvolvimento

integrado e sustentável da nossa cidade votaremos favoravelmente a Proposta de

Regulamento apresentada pela Câmara e as Recomendações constantes do Parecer da

5ª Comissão. -----------------------------------------------------------------------------------------

----- Votaremos também a favor da Proposta do PSD, por entendermos que vai ao

encontro deste desiderato. -------------------------------------------------------------------------

----- Votaremos contra a Proposta do CDS por entendermos que ela contradiz o nosso

intuito de regular adequadamente esta matéria, a qual, aliás, foi rejeitada por larga

maioria na Câmara Municipal de Lisboa. -------------------------------------------------------

----- Queríamos que a cidade de Lisboa seja uma cidade inclusiva, uma cidade

acessível a todos, e não só a alguns, uma cidade onde o progresso de uns não

represente o retrocesso de outros, uma cidade onde se promova a igualdade e a coesão

social. Disse.” ---------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Deputada Carla Madeira, estava aqui a trocar trocar

impressões com o Senhor Vice-Presidente. -----------------------------------------------------

----- Dava a palavra ao Senhor Vereador Ricardo Veludo, portanto, não sei, talvez o

Senhor Vereador possa colocar a questão que me estava a ser colocada pelo Senhor

Vice-Presidente, é porque efetivamente eu explico rapidamente, a Senhora deputada

Virgínia Estorninho, no exercício das suas funções admitiu separadamente duas

propostas, a proposta apresentada na Câmara pelo Presidente Fernando Medina, e que

recolheu uma larga aprovação, e uma proposta de alteração do PSD, que também foi

aprovada e que está incorporada já no Regulamento que vem em anexo à Proposta

apresentada pela Câmara. --------------------------------------------------------------------------

----- De qualquer forma, ao nível dos Serviços gerou-se esta questão, há duas

propostas, embora ela esteja incorporada, é por isso mesmo que não houve aqui

apresentação dessa proposta por parte do PSD, mas penso que o Senhor Deputado,

não sei, portanto, eu penso que esta questão pode ser mais clarificada na intervenção

do Senhor Vereador, e podemos talvez chegar a um consenso. ------------------------------

----- Eu reconheço, embora elas tinham sido as duas admitidas, eu reconheço que

efetivamente a Proposta da Câmara já incorpora as alterações, portanto, eu penso que

se houver consenso, e nomeadamente se o PSD também estiver de acordo, não é

sujeita à votação, dado que está incorporada efetivamente e penso que se o Partido

Comunista também está a dar o seu assentimento, essa posição, se houver consenso

quanto a isso, e o PS também, portanto, votar-se-á apenas nesse caso a Proposta

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digamos já com as alterações que foram introduzidas pelo PSD e que constam, aliás,

do anexo, digamos assim. --------------------------------------------------------------------------

----- Eu daria a palavra ao Senhor Vereador Ricardo Veludo, mas o Senhor Deputado

António Prôa quer também contribuir para o esclarecimento desta matéria, pronto,

mas faz favor de intervir, também não estava inscrito, mas ainda tem tempo, portanto,

faz favor Senhor Deputado.” ----------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal António Prôa (PSD) no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Presidente. -------------------------------------------------------

----- De facto, não estava inscrito, mas tem o PSD tempo disponível, entendi que

podia dar um contributo para esta discussão, não para este esclarecimento, mas

permita-me Senhor Presidente que comece por saudá-lo pela eleição para este cargo

como Presidente da Assembleia Municipal, como saberá, embora não me estando a

escutar, tenho consideração por si há muito tempo, tive o privilégio de o acompanhar

há longos anos na atividade, nomeadamente, autárquica e, portanto, é com satisfação

que vejo reconhecido o mérito e a entrega e o empenho que tem tido na vida

autárquica e, por isso, saúdo-o por isso. ---------------------------------------------------------

----- Senhor Presidente, Senhores Deputados, Senhores Vereadores. Relativamente à

discussão sobre o alojamento local o PSD expressou a posição no essencial, eu queria-

me deter num detalhe, que eu diria que é uma parte, mas é uma parte que eu considero

muito relevante para que os regulamentos que aprovamos tenham alguma eficácia, e é

um problema que eu diria que é crónico, e eu acho que à parte alguma partidarite, eu

acho que todos somos capazes de admitir que em Lisboa, e eu digo em Lisboa porque

é de Lisboa que se trata, mas em geral, na nossa vida pública e na regulação que as

entidades públicas têm sobre as diversas atividades, a questão da fiscalização é o

grande problema da eficácia da aplicação dos regulamentos. --------------------------------

----- Em Lisboa, temos tido vários exemplos disso mesmo, alguns deles têm sido aqui

referidos nas reuniões da Assembleia Municipal, sob as mais diversas atividades que

se realizam e que ocorrem na cidade, mas eu agora queria-me deter na questão do

alojamento local. ------------------------------------------------------------------------------------

----- O alojamento local é uma realidade que surgiu há relativamente poucos anos,

mas já há anos suficientes e, aliás, os próprios elementos que a Câmara forneceu dão

conta dessa evolução muito rápida em poucos anos, mas é uma realidade que todos

conhecemos, com que muitos nos confrontámos e com que muitos dos nossos

vizinhos, do nosso círculo de conhecimentos, tem eu quase diria que duvido que

alguém desconheça alguém que tenha problemas, preocupações, queixas acerca do

funcionamento de estabelecimentos de alojamento local. ------------------------------------

----- Portanto, quanto ao conhecimento do impacte desta realidade não é tão nova

assim, bem sei que a Câmara poderá dizer que a Lei foi aprovada, estabelecia um

período par as Câmaras Municipais se puderem adaptar a esta nova realidade e que o

Regulamento está aí, aliás, a Senhora Deputada Carla Madeira teve o cuidado de

referir que a Câmara Municipal de Lisboa é o primeiro Município em Lisboa a ver

aprovado um Regulamento, eu diria que então andam todos tarde porque Lisboa

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atrasou-se, apesar de tudo, como bem sabem, teve que haver inclusivamente uma

prorrogação do prazo que estava inicialmente previsto pela própria Câmara para vir a

ter um Regulamento definitivo e, portanto, atrasou-se, mas antes deste atraso da

Câmara Municipal houve também um atraso do Governo, que muito tardiamente

legislou ou a Assembleia da República legislou o assunto, a Lei entrou em vigor, creio

que, em outubro de 2018, quando o alojamento local foi apontado como uma grande

preocupação muito cedo, aliás, eu recordo-me bem das críticas que foram feitas ao

facto de não haver regulação de nenhuma e que o mercado não tinha quaisquer regras,

lembro-me bem dessas reservas, essas preocupações, aproveito para dizer que me

associo a elas, de facto, era importante haver regulação desta atividade, a Lei surgiu

tarde, o Regulamento surge e surge tarde, mas vou deter-me num assunto que vinha

aqui falar e para terminar. -------------------------------------------------------------------------

----- O que está em causa é, bom, vamos ter um Regulamento, pois muito bem, vão

ser criadas expectativas aos munícipes em geral, a quem beneficia ou é prejudicado de

algum modo é impactado pelo alojamento local, vai-se criar a expectativa de que

agora sim com estes regulamentos os problemas vão ser resolvidos, mas eu enfim, não

quero ser pessimista, tenho as maiores dúvidas que os problemas ou parte significativa

deles venham a ser resolvidos, e precisamente pelo problema da fiscalização. -----------

----- Bem sei que este Regulamento prevê especificamente a criação de uma estrutura

para fazer o acompanha e a fiscalização desta atividade, mas se a história se repetir, eu

não tenho grande esperança que a fiscalização seja eficaz e que, por essa via se

resolvam os problemas que existem, os problemas já existiam antes, a Câmara

Municipal desde a entrada em vigor da Lei que tem responsabilidades partilhadas com

a entidade, que é a ASAE, para fiscalizar esta atividade, e eu tenho conhecimento

pessoal e direto de queixas que foram feitas, apresentados quer à ASAE, quer à

Câmara Municipal de Lisboa há vários meses, situações de ilegalidade flagrante e

simples de verificar e, no entanto, passaram-se meses e a Câmara Municipal de Lisboa

não foi capaz de responder a esses problemas, a essas ilegalidades e, portanto,

Senhores Deputados, Senhoras Vereadores, a nota que eu queria deixar era de que este

Regulamento, como todos os regulamentos são importantes, bem sei, mas de pouco

servirão se de uma vez por todas a Câmara Municipal não criar condições e não tiver

a vontade política em que a fiscalização seja eficaz, e é esse o voto que eu queria aqui

fazer, dizendo que este Regulamento pouco servirá se não houver uma fiscalização

eficaz. Muito obrigado Senhor Presidente.” ----------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Deputado António Prôa, de momento não tenho mais

Senhores Deputados inscritos, portanto, daria a palavra ao Senhor Vereador Ricardo

Veludo. -----------------------------------------------------------------------------------------------

----- De qualquer forma relativamente àquela questão há pouco suscitada eu penso que

podemos entendermo-nos nesta base, depois oportunamente sujeitarei à votação a

Proposta 197/CM/2019, com a redação dada pela 697-B/CM/2019, para que não haja

dúvidas quanto a isso, e corrigindo aquele material onde se diz “que o Artigo 17 do

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projeto do Regulamento Municipal na 697-B, é Artigo 16”, mas, portanto, é só para

ficar clarificado, portanto, e penso que desta forma resolveremos a contento a questão,

naturalmente que antes disto temos que votar as Propostas de alteração do CDS, antes

de submetermos à votação depois esta Proposta. ----------------------------------------------

----- Mas para já e neste momento daria a palavra ao Senhor Vereador Ricardo

Veludo.” ----------------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Vice-Presidente da Câmara, João Paulo Saraiva, no uso da palavra,

fez a seguinte intervenção: ------------------------------------------------------------------------

----- “Senhor Presidente, só para dizer que o Vereador Ricardo Veludo vai responder

às questões e fazer intervenção e depois há uma última intervenção minha, durante um

minuto. -----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Muito obrigado e pedia já agora tempo ao PS, se for possível. Muito obrigado.” ---

----- O Senhor Vereador Ricardo Veludo, no uso da palavra, fez a seguinte

intervenção: -----------------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Presidente, muito obrigado também aos camaradas de

Partido Socialista pela cedência de tempo. ------------------------------------------------------

----- Bom, eu queria começar por dizer que o Regulamento não está atrasado, ele não

foi com a velocidade que todos gostaríamos, mas a atividade de auscultar a população,

ponderar seriamente as pronúncias que daí resultaram dos vários interesses em jogo

nesta matéria e, por outro lado, a tentativa de consensualizar soluções concretas para

as pronúncias que surgiram durante a consulta pública, naturalmente, consumiram-nos

mais tempo, e inclusive com adiamentos em Reunião de Câmara também

precisamente para que os Senhores Vereadores da Oposição pudessem ter o tempo

necessário para ponderar, digamos, a Proposta que estava em causa.-----------------------

----- Trata-se, de facto de um processo incremental este que estamos a percorrer, por

tudo o que aqui foi dito é evidente que o processo de aprendizagem que vamos ter

com a implementação do Regulamento e com a monitorização que vamos fazer sobre

aquilo que é a dinâmica dos registos de alojamento local irá dar-nos ensinamentos

para um processo de melhoria contínua, para além daquilo que são os contributos que,

desde já valorizamos, e que resultaram do Parecer da 3ª Comissão relativamente a esta

Proposta de Regulamento. -------------------------------------------------------------------------

----- Vou telegraficamente procurar responder às questões pela ordem que foram,

digamos, suscitadas. --------------------------------------------------------------------------------

----- Em relação à intervenção do Doutor Miguel Coelho. Relator da 3ª Comissão,

apenas um esclarecimento para dizer que os Censos 2011 foram utilizados como fonte

informação para os alojamentos clássicos, vulgo habitações, e esse dado não sofreu

alterações substanciais nas áreas históricas ou centrais, porque são áreas urbanas

consolidadas, onde não houve construção nova e, portanto, houve, de facto,

reabilitação de fogos que estavam devolutos e por força da reabilitação ficaram

disponíveis para outras utilizações, para habitação ou para alojamento local, mas acho

que não tendo o IRHU ainda disponibilizado os dados que a Lei alude os Censos 2001

são uma base de informação razoável. -----------------------------------------------------------

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----- Admito todavia que nas zonas onde temos áreas suscetíveis de urbanização e

edificação em maior quantidade, que essa base possa não ser tão adequada, mas aí não

se colocam também os problemas da pressão de alojamento local, pelo menos por

momento, por agora. --------------------------------------------------------------------------------

----- Concordamos com este princípio de poder haver, desde logo, uma reavaliação da

implementação do Regulamento num prazo de até 6 meses, e poder a trazer a esta

Assembleia a informação relativamente a essa avaliação que vier a ser feita,

nomeadamente, no âmbito da Comissão de Acompanhamento, que está prevista no

Regulamento, e sem prejuízo de qualquer ajustamento na classificação de áreas de

contenção relativa ou absoluta, decorrentes na monitorização e dos dados que em

breve, vamos ter os de outubro, e que veremos se suscitam, porque há digamos, zonas

homogéneas turísticas ou subdivisões que estão próximas do limiar da classificação e

que são suscetíveis de passar a ter uma nova classificação. ----------------------------------

----- Relativamente à intervenção do Senhor Deputado Diogo Moura, do CDS, queria

esclarecer o seguinte: aquilo que, portanto, em relação à crítica de alegadamente o

Regulamento estar a criar disposições que, cuja lei habilitante não confere, não o

acompanhamos e vários juristas não o acompanham nesse entendimento porque na

realidade o que nós fazemos é por conveniência do utilizador do Regulamento, seja

ele o cidadão, seja ele o promotor do registo de alojamento local ou os serviços do

Município, nós fizemos uma sistemática de Regulamento com todas as disposições,

umas que emanavam diretamente da Lei e que transpusemos para o Regulamento e

depois toda a outra matéria regulatória que vai, para além disso é a densificação de

disposições que a norma habilitante confere, nomeadamente elementos instrutórios,

prazos e etc., portanto, não acompanhamos nesse entendimento. ---------------------------

----- Depois relativamente a uma espécie de regime transitório que é que acontece em

relação aos projetos de investimento que entretanto foram iniciados com a finalidade

de serem aproveitados para alojamento local? Esses, digamos, esses investimentos e

esses projetos só são suscetíveis ter um registo de alojamento local após terem

concluídas obras e terem uma licença de utilização, e a preocupação que refere

relativamente à área correspondente ao eixo de concentração de terciário da Avenida

da Liberdade/Avenida da República e Almirante Reis, na verdade é a limitação de

zona de contenção absoluta, digamos, não arruína esse investimento, porque os preços

de mercado para aproveitamento para habitação, ou para outras utilizações legalmente

admissíveis, atendendo à procura de habitação que existe e também de espaços para

escritórios permite perfeitamente recuperar o investimento realizado e uma

remuneração justa do trabalho desses investidores que e apostaram na reabilitação

urbana, para dar aproveitamento económico e social a esses edifícios, portanto, não

acompanhamos, os números e os testes que fizemos não demonstram que isso possa

ser um problema, mas registamos que o foco de preocupação do CDS seja, de facto,

com os investidores imobiliários, ainda que eles não precisem nesta situação em

concreto, e menos com as famílias que estamos a procurar proteger. -----------------------

----- Por outro lado relativamente à questão do seguro de responsabilidade civil a que

aludiu, que nós em termos do Regulamento exigimos que seja feita prova na

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submissão do pedido de registo e a lei habilitante exige que exista esse seguro de

responsabilidade civil, nós pusemos essa disposição aqui, densificámos isso, porque

queremos que exista confiança de que quando vem um pedido registo, ele é, digamos,

é atendido, existe, de facto, a proteção de pessoas e bens que podem ficar em risco se

não houver a garantia que esse seguro existe. --------------------------------------------------

----- Claro que pode dizer, bom, mas depois podem pedir ao promotor, pois é, mas

falando em burocracia, isto seria um incremente de notificações de ocupação de

trabalhadores do Município e etc., que nos parece desnecessário, e o promotor do

registo pode a todo tempo cancelar o seguro se chegar à conclusão que não obteve o

registo que solicitou. -------------------------------------------------------------------------------

----- Relativamente à fiscalização o Regulamento não diz em lado nenhum que vai

transferir as competências de fiscalização para entidades privadas, o que

reconhecemos e que a atividade de fiscalização, sobretudo ao fim de um período

longo em que não houve atividade de fiscalização por manifesta incapacidade do

Município em atender a essa, e por falta de norma também habilitante para o fazer,

que só aparece a partir de 2018, não podemos deixar de fora a possibilidade de

recorrer a trabalho técnico para produção de relatórios técnicos, vistorias ou matéria

pericial, que produza matéria instrutória no âmbito da fiscalização que será

desenvolvida pelo Município de Lisboa, pela Polícia Municipal e pelas outras

autoridades competentes, e com a colaboração das Juntas de Freguesia, que assim o

desejarem. --------------------------------------------------------------------------------------------

----- Relativamente à intervenção do Senhor Deputado Sobreda Antunes, do Partido.

Ecologista Os Verdes, queria-lhe dizer o seguinte: que a evolução dos registos de

alojamento local em 2018 foram cerca de 400 por mês, mas, imediatamente após o

anúncio das medidas de contenção provisórias atingiu 1800 por mês, facto que

podemos esperar que aconteça um pico, não creio que com esta magnitude, porque os

dados de 2019, até ao mês de setembro, evidenciam que o número de pedidos de

registo em regra não ultrapassa os 200, quando em 2018 era da ordem do dobro, e

portanto, é manifesta uma tendência, digamos, nas estatísticas do pedido de registo

que nos leva a que estamos a atingir, digamos, o ponto de maturidade em termos de

oferta de alojamento local.-------------------------------------------------------------------------

----- Não creio por isso, esse é um aspeto que foi referido por vários dos Senhores

Deputados, que estas áreas de contenção possam ter um impacto significativo em

termos de aumento do número de registos nas Freguesias confinantes àquelas que são

objeto de áreas de contenção, exceto aquilo que é o pico normal acontecer, sempre

que se sabe que há medidas de restrição a uma atividade há operadores que têm logo a

iniciativa de pedir registos. ------------------------------------------------------------------------

----- Acontece que, desta vez vai haver fiscalização e, portanto, esses pedidos de

registo se não estiverem em conformidade com a Lei ou se essas habitações não

tiverem as obras existentes de acordo com a Lei, pois serão acionados os mecanismos,

digamos, de contraordenacionais e de reposição da legalidade urbanística a que o

Município tem acesso para fazer cumprir a Lei. -----------------------------------------------

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----- Relativamente à intervenção da Senhora Deputada Natacha Amaro, do PCP,

gostaria de dizer que acompanhamos a pertinência da realização do um estudo sobre a

carga turística na cidade de Lisboa, consideramos que é uma matéria essencial,

conhecer as dinâmicas da cidade de forma a informar as políticas públicas e as

decisões não só em planeamento, mas em gestão urbanística, de forma a termos um

equilíbrio entre a função residencial da cidade e a vitalidade económica, a criação de

emprego, não há cidades sem emprego, não há cidades sem vitalidade económica, as

pessoas não querem viver nessas cidades, mas não podemos fazer com que o

dinamismo económico expulse os residentes, é preciso equilíbrio e o conhecer a

cidade e a dinâmica económica de atividades que entram em tensão com a função

residencial tem que ser conhecida, tem que ser monitorizada e tomarmos as medidas

depois forem necessárias adotar. -----------------------------------------------------------------

----- Depois relativamente à intervenção do Senhor Deputado Eduardo Viana, do

Partido Livre, queria dizer que em relação ao Artigo 12º, que é sobre a decisão da

Assembleia... Desculpem, peço desculpa, não há Partido Livre. ----------------------------

----- Senhores Deputados, eu agradeço as vossas observações, porque tal como o

Regulamento, eu estou em processo de melhoria contínua e, portanto, estamos a

estrear na Assembleia Municipal agradeço do coração todas as observação que me

ajudem a intervir com melhor qualidade e com melhor consideração pelos Senhores

Deputados! -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Portanto, relativamente à intervenção do Senhor Deputado Eduardo Viana

relativamente ao Artigo 12º, refere-se à decisão da Assembleia de Condóminos e

aquilo que esta norma faz é transpor o que está na norma legal, no regime legal para o

Regulamento e apenas densificamos com os prazos, para digamos, o acionar deste

mecanismo previsto na Lei. -----------------------------------------------------------------------

----- Em relação ao Artigo 13º, que é sobre a fiscalização por entidades privadas, eu já

me referi a ele. ---------------------------------------------------------------------------------------

----- Sobre a intervenção da Senhora Deputada Inês Sousa Real, eu agora já não refiro

o nome de Partidos nenhuns para não me enganar, queria dizer que o Regulamento foi

discutido, foi distribuído e iniciada a discussão a partir de maio 2019 e, de facto,

conforme referi, ele demorou todos estes meses, mas eu penso que o resultado a que

chegámos é francamente positivo, reconheceríamos que pode haver melhorias a fazer

e estamos disponíveis para as fazer o quanto antes no curto prazo e com tudo aquilo

que possamos entender com a sua implementação e monotorização, mas sinceramente

creio que a Assembleia Municipal de Lisboa e a Câmara Municipal de Lisboa, com

um consenso bastante alargado, em Reunião de Câmara, acho que podemos estar

orgulhosos da qualidade do Regulamento que aqui apresentamos, sem prejuízo das

melhorias que se impuserem fazer. ---------------------------------------------------------------

----- Relativamente à questão dos quartos para estudantes, que é também matéria

referida na intervenção do Senhor Deputado do CDS, os quartos…” ----------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

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----- “Chamo a atenção do senhor Vereador, para deixar algum tempo, porventura,

para o Senhor Vice-Presidente.” ------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Vereador Ricardo Veludo, no uso da palavra, prosseguiu a sua

intervenção: -----------------------------------------------------------------------------------------

----- “Sim senhor vou terminar, estou mesmo a terminar. ------------------------------------

----- A questão dos quartos, na realidade, Senhores Deputados, os quartos para

estudantes em alojamento local é uma espécie de desejo de precarização da oferta de

habitação para os estudantes universitários. ----------------------------------------------------

----- Os quartos podem continuar a ser arrendados no regime de arrendamento a

estudantes, a estudantes, a professores, a cuidadores, a quem o proprietário entender,

mas mais, Senhores Deputados, quantos quartos é que estão registados no Concelho

de Lisboa no âmbito alojamento local? 47, Senhores Deputados. Quantas habitações é

que temos no Concelho de Lisboa? Cerca de 326 mil, portanto, acho que estamos

conversados sobre este sobre este assunto. -----------------------------------------------------

----- Pronto, e depois relativamente à intervenção do Senhor Deputado António Prôa,

era essencialmente sobre as questões de fiscalização, concordo consigo que um

Regulamento e, sobretudo para uma matéria como esta, se não tivermos mecanismos

de fiscalização efetivos fica muito diminuído na sua capacidade, o facto de haver uma

regra já melhora, porque a grande parte das pessoas faz uma adesão voluntária ao

cumprimento da Lei, mas é evidente que se não houver a perceção de que há uma

fiscalização sobre o seu cumprimento, a sua eficácia fica muito diminuída e, portanto,

estamos dentro da Câmara Municipal a procurar organizar os meios disponíveis, e a

recorrer a meios externos, se forem necessários, para conseguimos efetivar essa ação

de fiscalização. Muito obrigado.” ----------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Vereador. ---------------------------------------------------------

----- Tem a palavra o Senhor Vice-Presidente e tem 2 minutos e 38 segundos.” ----------

----- O Senhor Vice-Presidente da Câmara, João Paulo Saraiva, no uso da palavra

fez a seguinte intervenção: ------------------------------------------------------------------------

----- “Tentarei ser muito sintético, mas a conselho do meu médico, eu não posso levar

para casa nenhum assunto mal resolvido e então tenho que dizer três ou quatro coisas. -

----- A primeira coisa, Caro Deputado Sobreda Antunes, fiquei desiludido consigo

hoje, habituou-nos a um rigor que vai à vírgula e quando diz que qualquer coisa como

“foi este caos a que o Executivo deixou chegar a cidade”, Senhor Deputado, a partir

de quando é que o Município teve alguns poderes para regular esta atividade? Há um

ano atrás, não foi? Portanto, não nós não deixamos chegar a caos nenhuns, não

tínhamos era poder para podermos intervir e, portanto, era importante ser mais

rigoroso! Para quem gosta tanto numa vírgulazinha, aqui importava complementar a

frase dizendo, “só há um ano é que o Executivo tinha alguns poderes, e quando os

teve atuou de imediato”, e essa era importante ter referido. ---------------------------------

----- Depois relativamente ao Senhor Deputado António Prôa, muito bem, é verdade,

podemos dizer a Assembleia da República demorou um quanto tempo na sua lógica

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democrática a produzir legislação que lhe permitisse aos Municípios atuar, mas

quando, mais uma vez, quando o Município teve possibilidade de atuar ele atuou e

está a atuar! Demorámos um ano a regulamentar, com certeza, eventualmente foi um

pouco tarde, podia ter sido mais cedo, mas mesmo assim, também são as suas

considerações, porque eu relativamente ao PSD e ao CDS, ao Governo da direita eu

também achei que foi cedo demais a lei das rendas, tal qual como foi mexida! E se

não tivesse sido mexida cedo demais, quando o País não estava preparado para ter

uma lei com estas características, certamente não estaríamos aqui hoje a discutir este

tema com esta premência. -------------------------------------------------------------------------

----- Depois relativamente esta questão de gerir cidade, a mim como a muitas pessoas

nesta sala, a análise multifatorial é fundamental, e quando se faz a análise de uma

questão desta matéria, dizer que ela é só uma questão de habitação, ou que ela é uma

questão só de emprego é redutor, este assunto é um assunto complexo é um assunto

que tem muitas variáveis e é preciso, isso é que é gerir cidade, é gerir com equilíbrio

esta questão muito importante, que é a questão da habitação, uma questão prioritária,

mas também não negligenciar uma questão fundamental, que há pouco mais de um

ano era aqui uma questão fulcral das nossas políticas de cidade no País, que era a

questão do emprego e, portanto, não podemos negligenciar nenhuma destas questões

quando abordamos esta matéria. ------------------------------------------------------------------

----- Para além disso, quando estamos a condicionar a atividade de alojamento local,

por exemplo, e acho que todos temos consciência disso, estamos, por exemplo, a

incrementar violentamente o valor que quem já tem alojamentos locais em

determinadas zonas da cidade, isso não é negligenciável nesta equação. ------------------

----- Por último Senhor Presidente, com alguma tolerância, só para dizer que, de facto,

nós temos uma diferença política de fundo em matérias como esta, como esta do

alojamento local, como noutras, quando estão em confronto interesses coletivos com

interesses individuais, nós optamos sempre pelos interesses coletivos, priorizamos o

direito à habitação e o direito ao emprego, não os interesses individuais dos

promotores, esses também são importantes, mas primeiro vem os interesses coletivos.

Muito obrigado.” ------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Vice-Presidente.-------------------------------------------------

----- Iremos proceder às votações, mas vamos por partes para ver se estamos todos de

acordo, eu penso que estaremos de acordo, primeiro temos que propor à votação a

proposta das alterações do CDS, portanto, vamos votar isso, e depois votaremos a

Proposta da Câmara com as alterações já introduzidas em Câmara e depois votaremos

por pontos as Recomendações, porque da Comissão foi pedida que fosse uma votação

por pontos, faremos a essas Recomendações votadas por pontos, portanto, penso que

estamos todos de acordo. --------------------------------------------------------------------------

----- Comecemos pela Proposta de alteração do CDS, faça o favor Senhor Deputado

Sobreda Antunes.” ----------------------------------------------------------------------------------

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----- O Senhor Deputado Municipal Sobreda Antunes (PEV) no uso da palavra fez

a seguinte interpelação à Mesa: -------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado, eu já tinha telefonado para a Mesa há momentos atrás, dizer

que era uma breve interpelação. ------------------------------------------------------------------

----- Já agora aproveito para responder ao Senhor Vice-Presidente João Paulo Saraiva,

quem faz as autorizações do alojamento local é a Câmara Municipal de Lisboa, se não

quisesse podia ter feito mais restrições, mas a interpelação era noutro sentido, eu ia

solicitar ao Grupo Municipal do CDS se está disponível para autonomizar a votação

do Artigo 13º, que está no Ponto 3 da sua Proposta. Obrigado Senhor Presidente.” ------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Portanto, é a alteração ao Artigo 13º., é isso que o Senhor Deputado quer,

separar? Alteração ao artigo 13º., o CDS está de acordo. ------------------------------------

----- Então se calhar votaríamos isto em separado e depois votávamos as do CDS

todas, vamos então votar esta alteração ao Artigo 13º.da Proposta.” -----------------------

----- Alteração ao Artigo 13º, alteração do Ponto 3 da Proposta de Alteração à

Proposta 697/CM/2019 (CDS-PP), votos contra do PS, PCP, BE, Deputados (as)

Municipais Independentes: Ana Gaspar, António Avelãs, Eduardo Viana, Joana

Alegre, José Alberto Franco, Miguel Graça, Patrícia Gonçalves e Teresa Craveiro,

abstenção do PAN, votos a favor do PSD, CDS-PP, PEV, MPT, PPM e os Deputados

Municipais Independentes: Raul Santos e Rodrigo Mello Gonçalves. O Ponto 3, Art.º

13º, da proposta de alteração apresentada pelo CDS-PP, foi rejeitado. ---------------

----- (O Senhor Deputado Municipal Independente Rui Pedro Costa Lopes decidiu não

participar na apreciação e votação desta Proposta) --------------------------------------------

----- Restantes pontos, 1, 2, 3 (com exceção do Artigo 13º.) e 4 da Proposta de

Alteração apresentada pelo CDS-PP, votos contra do PS, PCP, BE, PEV,

Deputados(as) Municipais Independentes: Ana Gaspar, António Avelãs, Eduardo

Viana, Joana Alegre, José Alberto Franco, Miguel Graça, Patrícia Gonçalves e Teresa

Craveiro, não há abstenções, votos a favor do PSD, CDS-PP, PAN, MPT, PPM,

Deputados Municipais Independentes: Raul Santos e Rodrigo Mello Gonçalves.-----

Os pontos, 1, 2, 3 (com exceção do Artigo 13º.) e 4 da Proposta de Alteração

apresentada pelo CDS-PP foram rejeitados. ------------------------------------------------

----- (O Senhor Deputado Municipal Independente Rui Pedro Costa Lopes decidiu não

participar na apreciação e votação desta Proposta) --------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Vamos então agora votar a Proposta da Câmara, concretamente, a Proposta

697/CM/2019 com a alteração introduzida pela Proposta 697-B/CM/2019, com aquela

correção na parte deliberativa onde se diz “a presente proposta de alteração ao artigo

17º. do Projeto de Regulamento Municipal do Alojamento Local”, deve constar “a

presente proposta de alteração ao artigo 16º. do Projeto de Regulamento Municipal do

Alojamento Local”, para que não hajam dúvidas.” -------------------------------------------

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----- Proposta 697/CM/2019 com as alterações introduzidas pela Proposta 697-

B/CM/2019, votos contra do PSD, CDS-PP, MPT, PPM e o Deputado Municipal

Independente Rodrigo Mello Gonçalves, abstenções do BE e do Deputado Municipal

Independente Raúl Santos, votos a favor do PS, PCP, PAN, PEV, Deputados(as)

Municipais Independentes: Ana Gaspar, António Avelãs, Eduardo Viana, Joana

Alegre, José Alberto Franco, Miguel Graça, Patrícia Gonçalves e Teresa Craveiro. A

Proposta 697/CM/2019 com as alterações introduzidas pela Proposta 697-

B/CM/2019 foi aprovada por maioria. -------------------------------------------------------- ----- (O Senhor Deputado Municipal Independente Rui Pedro Costa Lopes decidiu não

participar na apreciação e votação desta Proposta) --------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Ora bem, vamos votar a Recomendação nº. 088/01 (5ª. Comissão Permanente) e

o Parecer da 5ª. Comissão Permanente sobre a Proposta 697/CM/2019. -------------------

----- Eu penso que as votações anteriores estão todas feitas. ---------------------------------

----- Senhor Deputado Luís Newton, faça o favor.” -------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Luís Newton (PSD) no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Senhor Presidente, eu peço desculpa, há aqui uma confusão na votação, a

votação que estivemos agora a efetuar é relativamente à Proposta 697/CM/2019.” ------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Com a alteração introduzida pela proposta do PSD, que aliás já consta, e já foi

incorporada no regulamento no Regulamento em anexo. -------------------------------------

----- Já consta do Relatório das alterações que constam dessa proposta, já estão no

Regulamento da Proposta, foi por isso que vários partidos solicitaram que não

houvesse, não fazia sentido qualquer votação autónoma porque ela está incorporada, a

partir da votação foi logo incorporada, portanto, para não haver dúvidas eu tive o

cuidado de dizer que era com essa redação que era votada, penso que está claro isso. ---

----- O PAN pede a palavra? Faz favor Senhora Deputada.” ---------------------------------

----- A Senhora Deputada Municipal Inês Sousa Real (PAN) no uso da palavra fez

a seguinte intervenção: -----------------------------------------------------------------------------

----- “Senhor Presidente fazíamos interpelação à mesa no sentido que nós também não

percebemos a votação que era somente a proposta 697, que estávamos a votar a

proposta final, tanto que o PAN pretendia votar favoravelmente e ao pedirmos a

retificação do sentido de voto ou então a repetição da votação.” ----------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Não, eu penso que foi claro e aliás eu disse várias vezes antes da votação, que

era assim que a seguir fazer, mas se quer retificar o sentido de voto retifica-se. O PAN

vota a favor, não há problema nenhum. ---------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Luís Newton, se faz favor.” -----------------------------------------

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----- O Senhor Deputado Municipal Luís Newton (PSD) no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Senhor Presidente, só deixar claro o Senhor Presidente foi claro, houve foi uma

confusão do nosso lado, quero também deixar claro. Houve uma confusão do nosso

lado na interpretação da votação e queríamos retificar a votação da Proposta final

697/CM/2019 com a alteração para a votar contra a proposta Senhor Presidente.” -------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito bem, então foi tudo claro, o PAN vota a favor e o PSD vota contra. A

Proposta foi aprovada com a redação dada e claramente anunciada pela Mesa, pronto. -

----- Vamos às Recomendações da Comissão, portanto, relativamente às

Recomendações, vamos votar ponto por ponto, eu peço atenção, já é ponto por ponto

para não haver dúvidas.” ---------------------------------------------------------------------------

----- Ponto 1 da Recomendação nº. 88/01 (5ª. Comissão Permanente), votos contra

do CDS-PP, PPM, Deputados Municipais Independentes Rodrigo Mello Gonçalves e

Raul Santos, abstenções do PCP e do PEV, votos a favor do PS, PSD, BE, PAN,

MPT, Deputados(as) Municipais Independentes: Ana Gaspar, Joana Alegre, Teresa

Craveiro, António Avelãs, José Alberto Franco, Patrícia Gonçalves, Eduardo Viana e

Miguel Graça. O Ponto 1 da Recomendação nº. 88/01 (5ª. Comissão Permanente)

foi aprovado por maioria. -----------------------------------------------------------------------

----- Ponto 2 da Recomendação nº. 88/01 (5ª. Comissão Permanente), não tem votos

contra e nem abstenções, votos a favor do PS, PSD, CDS-PP, PCP, BE, PAN, PEV,

MPT, PPM, Deputados(as) Municipais Independentes: Ana Gaspar, Joana Alegre,

Teresa Craveiro, António Avelãs, José Alberto Franco, Patrícia Gonçalves, Eduardo

Viana, Miguel Graça, Rodrigo Mello Gonçalves e Raul Santos. O Ponto 2 da

Recomendação nº. 88/01 (5ª. Comissão Permanente) foi aprovado por

unanimidade. -----------------------------------------------------------------------------------------

----- Ponto 3 da Recomendação nº. 88/01 (5ª. Comissão Permanente), não tem votos

contra, abstenções do PSD, CDS-PP, PCP, PEV, PPM, Deputados(as) Municipais

Independentes: Ana Gaspar, Joana Alegre, Teresa Craveiro, António Avelãs, José

Alberto Franco, Miguel Graça, Rodrigo Mello Gonçalves e Teresa Craveiro votos a

favor do PS, BE, PAN, MPT, Deputados(as) Municipais Independentes: Patrícia

Gonçalves, Paulo Muacho e Raúl Santos. O Ponto 3 da Recomendação nº. 88/01 (5ª.

Comissão Permanente) foi aprovado por maioria. ------------------------------------------- ----- Ponto 4 da Recomendação nº. 88/01 (5ª. Comissão Permanente), não tem votos

contra, nem abstenções, votos a favor do PS, PSD, CDS-PP, PCP, BE, PAN, PEV,

MPT, PPM, Deputados(as) Municipais Independentes: Ana Gaspar, Joana Alegre,

Teresa Craveiro, António Avelãs, José Alberto Franco, Patrícia Gonçalves, Eduardo

Viana, Miguel Graça, Rodrigo Mello Gonçalves e Raul Santos. O Ponto 4 da

Recomendação nº. 88/01 (5ª. Comissão Permanente) foi aprovado por

unanimidade. -----------------------------------------------------------------------------------------

----- (O Senhor Deputado Municipal Independente Rui Pedro Costa Lopes decidiu não

participar na apreciação e votação desta Proposta) ----------------------------------------------

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----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Penso que com isto concluímos estas nossas votações e, portanto, temos ainda

na Ordem de Trabalhos duas Propostas, a apreciação conjunta das Propostas que têm

a ver com a assunção de concursos plurianuais de repartição de encargos, a Proposta

766/CM/2019 e a Proposta 713/CM/2019.” ------------------------------------------------------

----- PONTO 4 - APRECIAÇÃO CONJUNTA DAS SEGUINTES PROPOSTAS

DE ASSUNÇÃO DE COMPROMISSO PLURIANUAL E REPARTIÇÃO DE

ENCARGOS; GRELHA BASE - 34 MINUTOS: ----------------------------------------------

----- PONTO 4.1 - APRECIAÇÃO DA PROPOSTA 766/CM/2019 -

AUTORIZAÇÃO PARA A ASSUNÇÃO DE COMPROMISSOS

PLURIANUAIS E CONSEQUENTE REPARTIÇÃO DE ENCARGOS PARA

OS ANOS DE 2019 E 2020 NO ÂMBITO DO CONCURSO PÚBLICO PARA

FORNECIMENTO, MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTO

BÁSICO DIVERSO PARA A BIBLIOTECA DE ALCÂNTARA, NOS

TERMOS DA PROPOSTA E AO ABRIGO DO DISPOSTO NO ART.º 24.º DO

ANEXO I DA LEI 75/2013, DE 12 DE SETEMBRO, NA REDACÇÃO ATUAL,

NO N.ºS 1 E 6 DO ART.º 22.º DO DECRETO-LEI N.º 197/99, DE 8 DE JUNHO,

NA ALÍNEA C), DO N.º 1 E NA ALÍNEA B) DO N.º 3 DO ARTIGO 6.º DA LEI

8/2012, DE 21 DE FEVEREIRO, NA REDAÇÃO ATUAL; --------------------------------

----- PONTO 4.2 - APRECIAÇÃO DO PONTO 3 DA PARTE DELIBERATIVA

DA PROPOSTA 713/CM/2019 - PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DA REPARTIÇÃO

DOS ENCARGOS E EMISSÃO DA AUTORIZAÇÃO PRÉVIA PARA

ASSUNÇÃO DE COMPROMISSO, PARA OS ANOS ECONÓMICOS DE 2020

A 2028, NO ÂMBITO DO FINANCIAMENTO PELO FUNDO DE

DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO DE LISBOA DO PROJETO RELATIVO

À ORGANIZAÇÃO E REALIZAÇÃO DO EVENTO “WEB SUMMIT” NOS

TERMOS DA PROPOSTA E AO ABRIGO DO DISPOSTO NO ART.º 24.º, DO

ANEXO I DA LEI N.º 75/2013, DE 12 DE SETEMBRO, NA SUA REDACÇÃO

ACTUAL E NA ALÍNEA C), DO N.º 1, DO ART.º 6.º, DA LEI N.º 8/2012, DE 21

DE FEVEREIRO, NA REDACÇÃO ACTUAL. ---------------------------------------------

----- (A Proposta 766/CM/2019 foca anexada a esta Ata como Anexo VIII e dela faz

parte integrante) ---------------------------------------------------------------------------------------

----- (A Proposta 713/CM/2019 foca anexada a esta Ata como Anexo IX e dela faz

parte integrante) ---------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Portanto, não sei, penso que poderão ser talvez discutidas em conjunto, há

inscrições, eu daria a palavra aqui à Senhora Secretária por dar a palavra a quem se

inscreveu. ----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Antes da Senhor Deputada começar chamava apenas a atenção que há na

Proposta se e 766/CM/2019 há um erro material, portanto, eu leria, onde se diz “do

assunto da Proposta, onde consta aprovar submeter à Assembleia Municipal a

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autorização para assunção de compromissos plurianuais e consequente repartição de

encargos para o ano 2020”, deve constar “aprovar e submeter à Assembleia Municipal

a autorização para a assunção de compromissos plurianuais e consequente repartição

de encargos pelos anos de 2019 e 2020”.----------------------------------------------------------

----- Por outro lado, na parte deliberativa da Proposta onde consta “delibere submeter

à Assembleia Municipal de Lisboa a prévia autorização de encargos e que

corresponde ao ano 2020”, deve constar “delibere submeter à Assembleia Municipal

de Lisboa a prévia autorização para a assunção de compromissos plurianuais e

consequente repartição de encargos para o ano 2019/2020”, no último parágrafo da

Proposta, na parte deliberativa onde consta “esta despesa tem um registo encargos

futuros número 809”, teve constar “esta despensa tem o parecer de encargos futuros

número 809” -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Na Proposta 766, penso que é a única que terá erros materiais, portanto, dito isto

daria a palavra à Senhora Deputada, peço-lhe que use da palavra.” ---------------------------

----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

anunciou o seguinte: ----------------------------------------------------------------------------------

----- “Tem a palavra a Senhor Deputada Cláudia Madeira, do PEV.” ------------------------

----- A Senhora Deputada Municipal Cláudia Madeira (PEV) no uso da palavra

fez a seguinte intervenção: --------------------------------------------------------------------------

----- “Obrigada Senhor Presidente, Senhoras Secretárias, Senhores Vereadores e

Senhores Deputados. ---------------------------------------------------------------------------------

----- Relativamente à proposta nº 713/2019 que prevê atribuir uma comparticipação

financeira à Web Summit, Os Verdes destacam os seguintes aspectos: ---------------------

----- Nada temos contra a realização deste evento, nem contra a ampliação da FIL ou a

realização de qualquer iniciativa que possa dinamizar a economia de Lisboa e do País. --

----- No entanto, a nossa divergência reside no acordo entre a Câmara Municipal de

Lisboa e a empresa que organiza a Web Summit e no conteúdo da proposta que nos é

apresentada. --------------------------------------------------------------------------------------------

----- Trata-se de um evento de uma entidade privada e, apesar de, sobre isso, também

nada termos a opor, na nossa perspectiva, não deve ser a Câmara a comparticipá-lo

através de um subsídio de três milhões de euros por ano, durante 9 anos (ou seja, são

27 milhões de euros!), o que nos parece excessivo. Falamos de dinheiros públicos

investidos em fins privados, o que, por princípio, é errado, principalmente quando há

áreas absolutamente prioritárias, como a habitação e os transportes, a necessitar de

investimento. O investimento público deve ser canalizado para fins públicos e não

privados. -----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Salientamos também que esse subsídio será gerido pelo Fundo de

Desenvolvimento Turístico, com o qual nunca concordámos pois devia ser a autarquia

a geri-lo e não a Associação de Turismo de Lisboa, o que apenas veio confirmar que a

taxa turística serve para financiar projectos privados, em vez de ser aplicada na

minimização dos impactos da carga turística, que se agravarão durante os dias do

evento. Impõe-se, portanto, uma resposta à pergunta: por que razão não é a Câmara a

escolher os projectos a financiar? ------------------------------------------------------------------

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----- Como se não bastasse, acresce a esta verba um conjunto de apoios indirectos

como a isenção de taxas, além de um montante proveniente da Administração Central. --

----- Ou seja, em troca de investimento público, a empresa organizadora da Web

Summit comprometeu-se com o Governo e com a Câmara a realizar o evento entre

2019 e 2028 em Lisboa que, afinal, não dispõe do espaço necessário para tal. Razão

pela qual a autarquia ficou de pagar mais 4,7 milhões de euros à Associação de

Turismo de Lisboa, pois as obras de expansão não se encontram ainda implementadas

e é preciso disponibilizar os espaços para a realização do evento. ----------------------------

----- É ainda importante ter em conta que tanto a ampliação da FIL como a eventual

construção de um novo centro de congressos não devem ser feitos à medida e

condicionados por este evento, mas sim pelas necessidades da cidade. ----------------------

----- Claro que Lisboa deve acolher eventos deste género, e até nos parece positivo

esta edição estar associada às alterações climáticas e ao papel que a tecnologia pode

assumir no combate a este desafio, mas reforçamos que o financiamento público não

deve servir fins privados e, por todas as razões que acabámos de referir, votaremos

contra esta proposta. Obrigada.” --------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigada Senhora deputada Cláudia Madeira. -------------------------------------

----- Eu dou a palavra ao próximo Senhor Deputado inscrito também, mas aproveitava

para dizer também foi detetado um erro material na Proposta 713/CM/2019 pelo que o

que queria e referi e, portanto, ela quando foi votada será com esta correção, porque

no ponto 3 da parte deliberativa diz-se onde consta “no artigo 24 e na alínea ccc do

número 1 do Artigo 33, ambas da Lei 75/2013 de 12 Setembro”, deve constar “na

alínea ccc do número 1 do Artigo 33 ambas do anexo 1 da Lei 75/2013 de 12

setembro”, portanto, quando for votada é com esta retificação material.” -------------------

----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

anunciou o seguinte: ----------------------------------------------------------------------------------

----- “Tem a palavra o Senhor Deputado Fernando Correia, do PCP.” -----------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Fernando Correia (PCP-Independente) no

uso da palavra fez a seguinte intervenção: --------------------------------------------------------

----- “Boa tarde Senhor Presidente, Mesa, Senhores Deputados, Senhores Vereadores,

Comunicação Social e Público em geral. ----------------------------------------------------------

----- O Grupo Municipal do PCP considera que a realização do evento Web Summit é

importante para a cidade de Lisboa e o país, quer pela temática, quer pela projeção,

quer pela atração de pessoas de diversos países, sobretudo da Europa, já que não

podemos ignorar que a organização da Web Summit tem eventos semelhantes na Ásia

e na América contudo, vale a pena salientar que se trata de um evento de uma

entidade privada que visa o lucro, em que a Câmara Municipal de Lisboa assume o

compromisso de atribuir um subsídio de 3 milhões de euros ano a este evento, a que

acresce um conjunto de outros apoios indiretos, tais como isenções de taxas, ocupação

de via pública e publicidade, segurança pública, limpeza, entre outros. ----------------------

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---- Acresce que nesta edição que está a decorrer a Câmara Municipal gasta mais 4,7

milhões de euros só com aluguer de espaços, montagem de tendas e comunicações. ------

----- É face a estes pressupostos que o PCP questiona a Câmara Municipal de Lisboa

no que respeita os montantes a serem comparticipados ou apoios indiretos atendendo

aos objetivos deste evento e a duração do mesmo. ----------------------------------------------

----- É conhecida a nossa discordância com a criação e a forma como é gerido o

Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, através do qual a Câmara vai

financiar a realização do evento do Web Summit, o PCP considera que as verbas

adstritas a estes fundos deveriam ser utilizadas para minimizar os efeitos negativos

que a carga turística provoca à cidade e à sua população. --------------------------------------

----- Quanto ao local e aos compromissos futuros, os eleitos do PCP nada têm a opor à

ampliação da FIL ou à construção em local a determinar de um outro centro

congressos e exposições em Lisboa, para dotar a cidade de um equipamento capaz de

receber grandes eventos que dinamizem a economia da cidade e do país, pelo

contrário, consideramos ser um projeto a desenvolver e no qual o Município de

Lisboa poderá e deverá estar envolvido.-----------------------------------------------------------

----- Não estamos nem podemos estar de acordo é com a forma como se pretende

alcançar este objetivo. Um investimento desta natureza e dimensão deve ser planeado

e concretizado por forma a garantir a sua utilização pública e privada sendo

direcionada a prover a satisfação do progresso económico e das necessidades

públicas, sendo um investimento público o PCP considera que deverá ser garantida a

gestão pública ainda que, em parceria com outras entidades vocacionadas, tais como a

Associação de Turismo de Lisboa, a CIP entre outras. ------------------------------------------

----- Não é aceitável condicionar um equipamento desta importância a um evento,

como a Web Summit, ou outro qualquer, para justificar a ampliação da FIL ou a

construção de um novo centro de exposições, um investimento desta importância e

dimensões deverá sempre ser projetado com estudos e planeamento adequados em

conjunto com as várias entidades públicas, e para prometer a satisfação em primeiro

lugar da cidade. ----------------------------------------------------------------------------------------

----- Embora o Grupo Municipal do PCP reconheça a necessidade de existir este

equipamento, a solução e os fins que nos são apresentados para o para o alcançar, não

podem merecer a nossa concordância. -------------------------------------------------------------

----- Consideramos ainda que a economia da cidade não deve estar focada só no

comércio e serviços, no turismo e nos eventos como este, uma cidade de ponta não

tem de ser incompatível com uma cidade que produz e que aposta na indústria, Lisboa

só tem a ganhar em votar espaço à produção, a uma indústria que deve ser moderna e

não poluente, geradora de emprego e riqueza, fator essencial para a sustentabilidade

da economia e desenvolvimento da nossa cidade. Obrigado pela tolerância Senhor

Presidente.” --------------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Deputado Fernando Correia.” -----------------------------------

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----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

anunciou o seguinte: ----------------------------------------------------------------------------------

----- “Tem a palavra o Senhor Deputado Ricardo Moreira, do Bloco de Esquerda.” -------

----- O Senhor Deputado Municipal Ricardo Moreira (BE) no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Senhor Presidente, boa tarde a todas e a todos. -------------------------------------------

----- Fernando Medina e António Costa estão muito contentes com a Web Summit. ------

----- Mas feliz, feliz, está Paddy Cosgrave, por ter encontrado uma cidade onde lhe

pagam para fazer o evento, onde lhe dão espaço para fazer o evento e onde nem

sequer tem de pagar salário a quem trabalha na Web Summit. Isto não é

empreendedorismo, é chico-espertice. -------------------------------------------------------------

----- A empresa que gere a Web Summit em Lisboa tem um acordo com a CML e o

Governo que lhe garante um investimento público anual de 11 milhões durante dez

anos, três milhões dos quais são assegurados pela Câmara Municipal de Lisboa. As

alterações a esse acordo preveem que a autarquia pague mais 4,7 milhões ainda em

2019. Isto é inaceitável. ------------------------------------------------------------------------------

----- Fernando Medina e António Costa garantiram um espaço que não tinham para o

evento de Paddy Cosgrave. Acordaram para a edição deste ano uma ampliação do

espaço, com conclusão prevista e falhada para 1 de Outubro, de 53 mil m2 de área de

exposição permanente e 18 mil m2 de área de exposição temporária. O problema é

que o fizeram sem ter o acordo sobre o tipo de investimento por parte da proprietária

do espaço, a AIP.--------------------------------------------------------------------------------------

----- Em Maio de 2019, foi noticiado que haveria um embate entre Fernando Medina e

Rocha de Matos (AIP), sendo que Medina fez questão de desdramatizar a situação,

pondo a hipótese de instalar a Web Summit em outro local. A desdramatização leva

agora à apresentação de uma proposta com uma derrapagem que custará aos

contribuintes mais 4,7 milhões de euros do que o previsto. ------------------------------------

----- O Bloco de Esquerda Lisboa desde cedo se posicionou contra o acordo entre a

CML e o Web Summit. Apesar de defender que Lisboa deverá acolher iniciativas

internacionais com interesse para a cidade e para o país, o Bloco desde cedo

questionou a implementação de um equipamento de gestão privada com 110 mil

metros quadrados com financiamento público. ---------------------------------------------------

----- Este serve para acolher este evento, mas não existe qualquer projeto, proposta ou

plano relativamente à sua utilidade futura”. É um investimento à medida, que ainda

por cima derrapa. --------------------------------------------------------------------------------------

----- Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Edward Snowden abriu

ontem a Web Summit com uma frase lapidar: “não são os dados que estão a ser

explorados, são as pessoas”, aliás a manchete é do jornal de hoje. ----------------------------

----- A frase aplica-se, sem alteração, à maneira como a Web Summit explora quem lá

trabalha. ------------------------------------------------------------------------------------------------

----- A CML garante um apoio financeiro e logístico fortíssimo à Web Summit. E não

podemos o Bloco de Esquerda deixar de alertar para aquelas coisas de que nunca se

fala nestas grandes iniciativas de regime: vai haver mais de 2 mil voluntários a

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trabalhar absolutamente de graça, voluntários que, segundo o próprio regulamento de

voluntariado da Web Summit, estão obrigados a assinar, se exige pontualidade “para

cumprir os turnos que lhe são indicados” e flexibilidade para qualquer alteração aos

mesmos. Ou seja, trabalharão as horas que o chefe mandar. -----------------------------------

----- Em troca, diz a organização, oferecem regalias como o acesso a uma única

conferência, mas também não é certo, depende de há quantos anos fazes voluntariado

para a Web Summit. Para exploração não está mal. Tenho a certeza que estarão todos

gratos. --------------------------------------------------------------------------------------------------

----- E engane-se quem pensar que estarem na Web Summit lhes vai permitir conhecer

pessoas novas para as suas carreiras: os voluntários estão proibidos de fazer

networking com outros voluntários, visitantes ou oradores da conferência. Porquê?

Porque isso é, e cito, “um conflito de interesses”, está escrito no regulamento. ------------

----- Toda a liberdade e diversão da Web Summit é uma charada: os voluntários

estarão obrigados - é a palavra que utilizam no regulamento, é obrigatório - a utilizar

hardware para as suas funções. E caso esse hardware a que estão obrigados a utilizar

seja danificado serão obrigados a ressarcir a Web Summit que, por sua vez, recebeu

dinheiro público para comprar o tal hardware. Paddy Cosgrave é muito empreendedor

desde que não lhe risquem a câmara de filmar que o Estado lhe pagou. ---------------------

----- És voluntário e queres tirar fotografias ou gravar com o teu telemóvel? Esquece.

Qualquer imagem ou conteúdo é propriedade de Paddy Cosgrave. --------------------------

----- No final do regulamento vêm os pormenores sórdidos, e vou citar: os voluntários

compreendem que o voluntariado envolve algum risco ou ferimento para eles próprios

ou outros no decorrer das suas obrigações. Na hipótese de dano ou ferimento, o

voluntário reconhece que a Web Summit não é responsável”. --------------------------------

----- Cosgrave consegue até fazer dinheiro com esses voluntários, 115 mil euros que

faz! É uma triste imagem de promoção de uma economia qualificada e não é o futuro

que o Bloco de esquerda defende para o País. Muito obrigado.” ------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Deputado Ricardo Moreira.” ------------------------------------

----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

anunciou o seguinte: ----------------------------------------------------------------------------------

----- “Tem a palavra o Senhor Deputado Rui Costa, Independente” --------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Rui Costa (IND) no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: --------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Presidente, Senhor Vice-Presidente de Câmara,

Senhoras e Senhores Vereadores, Senhoras e Senhores Deputados Municipais. ------------

----- Relativamente à Proposta que prevê a transferência de verbas para a Associação

de Turismo de Lisboa com vista a financiar a Web Summit tenho em primeiro lugar a

evidenciar a questão de princípio, o Município de Lisboa com esta estratégia assumiu

uma posição corporativa digna do Estado Novo, é que com efeito são os operadores

económicos que decidem em conjunto com o Município de Lisboa sobre uma receita

que nem sequer são eles que suportam, isto é, são os turistas, os próprios clientes que

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suportam e, portanto, desvia-se totalmente a totalidade da decisão sobre dinheiros

públicos dos órgãos democraticamente eleitos, para acondicionar a uma espécie de

organismo corporativo, onde estão representados os setores do turismo e assim

desviando aquilo que são as competências da própria Câmara e da Assembleia

Municipal. ----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Mas pior, esta decisão de afetação de verbas ao Fundo de Turismo constitui uma

violação do princípio da não consignação de receitas a despesas, e perguntaria até

mais, tratando-se disso e propondo-se agora a transferência anual 3 milhões de euros

por conta desta receitas que serão consignadas e se porventura, houver uma catástrofe

e não houver receitas da Taxa Municipal Turística? Que tipo de despesas e que tipo de

cobertura terá? -----------------------------------------------------------------------------------------

----- São questões técnico-legais, mas são sobretudo questões de democracia, são

sobretudo questões de democracia que aqui estão em causa e, nessa medida,

independentemente da bondade da Web Summit eu nunca poderia acompanhar uma

votação que tem este tipo de pressupostos, e saliento as preocupações aqui colocadas

pelos oradores que me antecederam quanto à natureza e quanto à regulamentação do

evento, relembrando que no cumprimento do Programa das Grandes Opções do Plano

do Município de Lisboa não se deviam apoiar financeiramente entidades que

promovam a precariedade ou este tipo de situações e, nessa medida, julgo que todos

deviam ser coerentes nas votações das Grandes Opções e do Plano e não virem apenas

aqui rasgarem as vestes quando o não são depois consequentes com posições de

princípios, e com os próprios pressupostos dos documentos de grandes Opções do

Plano e Orçamento. Disse.” -------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Deputado Rui Costa.” --------------------------------------------

----- A Senhora Segunda Secretária, Virgínia Estorninho, no uso da palavra

anunciou o seguinte: ----------------------------------------------------------------------------------

----- “Tem a palavra a Senhora Deputada Aline Beuvink, do PPM.” -------------------------

----- A Senhora Deputada Municipal Aline Beuvink (PPM) no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Senhor Presidente parabéns pela sua eleição e votos de muito sucesso neste

tempo que que tem pela frente em trabalharmos em conjunto. --------------------------------

----- Senhor Presidente Senhoras Secretárias da Mesa, Senhor Vice-Presidente

Senhores Vereadores, Senhores Deputados, minhas senhoras, meus senhores. -------------

----- A Câmara Municipal de Lisboa votou favoravelmente no passado dia 17 de

outubro, a ratificação do acordo com Connected Intelligence Limited, empresa que

organiza a Web Summit. -----------------------------------------------------------------------------

----- Em troca de investimento público esta empresa comprometeu-se com o Estado

Português e com a Câmara Municipal a organizar o evento na cidade de Lisboa entre

2019 e 2028, a Proposta assinada pelo Vereador Miguel Gaspar inclui uma adenda na

qual se acrescenta o pagamento adicional de 4,7 milhões de euros e o adiamento da

expansão para a FIL que estava previsto para 2021 e 2022, isto porque, e passo a citar,

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as obras de expansão do recinto não se encontram ainda implementadas e é necessário

disponibilizar os espaços à realização do evento ainda que de natureza temporária

para assegurar edição deste ano. --------------------------------------------------------------------

----- Ora convém recordar que este documento esteve envolvido num estranho

secretismo, não foi distribuído, os Vereadores que o quiseram conhecer tiveram que o

consultar apenas presencialmente e foram proibidos de lhe tirar fotocópias ou

fotografias, ao contrário do que acontece com a generalidade das propostas votadas na

Autarquia, este acordo só esteve acessível aos lisboetas através de consulta num

Gabinete do Município, não sendo possível a sua reprodução ou seja uma gestão

absolutamente atentatória às mais elementares regras transparência dos contratos

públicos. -----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Em resumo, a cidade vai ter que pagar mais 4,7 milhões, este ano, só para

aluguer de espaço, montagem de tendas e comunicações, além dos 3 milhões anuais

pagos para a realização do evento, porque a Câmara não conseguiu em tempo útil

negociar com a AIP o alargamento da FIL como o contrato previa. --------------------------

----- Seria bom recordar uma vez mais que a Câmara Municipal sabia muito bem que

tinha de pagar esta indemnização à organização do evento, quando celebrou o contrato

a 5 de novembro de 2018, o valor desta indemnização foi calculado através de uma

fórmula na qual estava inserida a área do recinto necessário para suportar a Web

Summit, área efetivamente disponível, e as receitas esperadas para edição do evento

em causa, como documento celebrado entre as três partes, Câmara, Governo e

Connected Intelligence Limited, mas não refere números concretos. O mesmo

contrato afirma apenas que, e passo a citar, a Câmara Municipal providenciará a

conclusão da ampliação do local do evento, com o cumprimento substancial do plano

de ampliação do local do mesmo evento. ---------------------------------------------------------

----- Ora o PPM considera que houve aqui displicência na forma como este processo

foi gerido pela presidência da Autarquia, os sinais estavam dados há muito tempo para

que fosse encontrada uma solução, e essa solução não foi trabalhada, estando nós

perante uma situação de incumprimento em relação ao acordo, previamente celebrado. --

----- A argumentação, e já estou a acabar Senhor Presidente, a argumentação de que a

verba em questão é proveniente da Taxa Turística e não do Orçamento Municipal

também não nos comove, uma vez que era dinheiro poderia ser aplicado em outras

necessidades da cidade, se não tivesse existido esta falta de empenhamento em

solucionar esta questão. ------------------------------------------------------------------------------

----- Resumindo em duas palavras: má gestão. Obrigada.” -------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhora Deputada Aline Beuvink. --------------------------------------

----- Não há mais nenhum Senhor Deputado inscrito, dou a palavra à Câmara.” -----------

----- O Senhor Vice-Presidente da Câmara, João Paulo Saraiva, no uso da palavra

fez a seguinte intervenção: ------------------------------------------------------------------------

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----- “Obrigado Senhor Presidente, muito rapidamente só para dizer duas coisas que

me parecem fundamentais, em face do que estamos a discutir e não de toda a

abordagem sobre esta temática que a seu tempo teremos oportunidade de discutir. ------

----- Mas primeira questão, de facto houve algumas limitações à consulta dos

contratos que acabaram no dia em que, como contratualmente estava estabelecido, e o

contrato não foi estabelecido só pelo Município de Lisboa, mas com um conjunto de

entidades, foram validadas as questões relacionadas com o segredo comercial, a partir

dessa data, todos os Senhores Deputados, todos os Senhores Vereadores, todos os

Munícipes podem ter acesso ao contrato. -------------------------------------------------------

----- Esclarecida esta questão, a segunda matéria, investimento na Web Summit, e

todo o investimento realizado pelos Municípios, pelo Estado Português, de uma forma

geral foi determinado, foi contratualizado após numa apertada situação de

concorrência com outras cidades europeias, algumas das maiores cidades europeias

estiveram esse processo de concorrência, nomeadamente algumas das cidades

espanholas que eram os nossos últimos, na última fase de discussão foi com um grupo

de cidades do país vizinho, e para conseguirmos, manter a Web Summit em Portugal

que, aliás, parece que há uma certa unanimidade sobre a importância da Web Summit,

finalmente não era comum a todos os espectros desta Assembleia, mas ainda assim, a

todo o espetro desta Assembleia, mas ainda assim, neste momento, há uma maior

unanimidade, só que alguns acham que é nas condições que em eventos internacionais

desta dimensão que se podem captar para Portugal nas condições que eles sonharam,

isto não é verdade, isto é em concorrência com várias cidades do mundo, de várias

cidades da Europa que foram oferecendo as suas melhores condições, e Portugal teve

que lutar muito para conseguir ter algo, que é uma garantia maior do que alguma vez

foi conseguida sobre esta matéria, 10 anos de Web Summit em Portugal. -----------------

----- Por último e de uma vez por todas, acabem com esta conversa que me parece que

é claramente falso o que está a ser dito, quem decide sobre a aplicação dos dinheiros

da taxa turística, que é uma receita municipal, é o Município de Lisboa, qual é aqui a

“nuance” importante? No seio do corporativismo eu não sei muito, não sei, o Senhor

Deputado sabe muito mas eu sei pouco!---------------------------------------------------------

----- Só para dizer que, e para culminar a minha intervenção para lhe dizer que quem,

o único papel que o setor do turismo tem sobre esta matéria, que merece, aliás, um

papel importante e que deve ser e já é estendido a outras áreas do Município, é que a

decisão é uma codecisão, mas é um Parecer não vinculativo, ou seja, o Município é

completamente soberano para decidir onde é que aplica esse investimento, quer é

fazê-lo em parceria com outras entidades, e isso parece-me bastante salutar nesta área

em que uma parte é para o desenvolvimento do setor turístico de forma sustentável, e

a outra é para se fazer face àquilo que são as necessidades das estruturas de cidade,

nomeadamente, esse acréscimo de necessidades que está conexo com a atividade

turística e, portanto, duma vez por todas, acabem com esta conversa que é falsa, que

não é o Município que decide, senão não estávamos aqui a decidir uma repartição de

encargos, decidiam lá num comité qualquer, a prova provada de que é o Município

que decide o que é que isto é uma decisão de Câmara tomada há umas semanas atrás

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que agora relativamente ao facto de ter encargos futuros tem que vir a esta

Assembleia, portanto, a contradição é em si mesmo clara quando estamos aqui a

decidir a aplicação em termos futuros dos investimentos nesta área do turismo, através

das receitas da taxa turística. Muito obrigado.” ------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Vereador. ---------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Rui Costa pediu a palavra, tem 20 segundos, e a Camara

também já não tem tempo para responder. Tem razão Senhor Deputado, faça o favor,

20 segundos, o mesmo tempo que a Câmara terá.” --------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Rui Costa (IND) no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Julgo que é o tempo regimental, mas também a coisa será rápida, o pedido de

esclarecimento é rápido. ---------------------------------------------------------------------------

----- Senhor Vereador João Paulo Saraiva, ninguém duvida que estejamos aqui a votar

o que estamos a votar hoje, agora está condicionado nos termos de uma deliberação

camarária, salvo erro de 2012 ou 2014, a propósito dos poderes e da intervenção do

Comité de Investimentos, não é? Que é um organismo neocorporativo, que engloba o

Município e engloba os interesses económicos, aliás, é curioso para ser, o Senhor

Vereador tem razão, eu fui e redimo-me, não é verdadeiramente corporativo, porque

faltam os Sindicatos, ainda que sejam os do regime, e os trabalhadores não

participam, de facto, no âmbito deste processo de decisão, apesar de participarem os

interesses do patronato, é verdade e redimo-me por isso, mas Senhor Vice-Presidente,

a questão é a seguinte: está ou não está em anexo a esta Proposta, uma decisão do

Comité de Investimentos que deu o aval e decidiu primariamente sobre esta questão?

Está ou não está em anexo a esta Proposta que aqui foi trazida? Muito obrigado.” ------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhor Deputado Rui Costa, a Câmara tem também o mesmo

tempo para responder.” ----------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Vice-Presidente da Câmara, João Paulo Saraiva, no uso da palavra

fez a seguinte intervenção: ------------------------------------------------------------------------

----- “Serei rápido, Senhor Presidente. ----------------------------------------------------------

----- Há de facto uma Ata do Comité de Investimento que é um Parecer não

vinculativo para o Município, ou seja, o Município tem, para além de todas as outras

informações que lhe permitem decidir sobre essa matéria, e também a opinião do

Comité de Investimento, que é uma mais-valia sobre essa matéria, mas é uma opinião

que não é numa decisão, quem decide é a Câmara Municipal de Lisboa, quem decide

é a Assembleia Municipal sobre a repartição de encargos, penso que já tinha dito, mas

reafirmo. Muito obrigado.” ------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

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----- “Muito obrigado Senhor Vereador, portanto, não temos mais ninguém inscrito,

vamos fazer passar à votação das Propostas, naturalmente uma por uma. -----------------

----- A primeira é a Proposta 766/CM/2019, com aquelas erros materiais corrigidos,

como já referi.” --------------------------------------------------------------------------------------

----- Proposta 766/CM/2019, não tem votos contra, abstenções do PSD, PAN, PPM,

Deputados Municipais Independentes Raul Santos e Rodrigo Mello Gonçalves, votos

a favor do PS, CDS-PP, PCP, BE, PEV, Deputados(as) Municipais Independentes

Ana Gaspar, António Avelãs, Eduardo Viana, Joana Alegre, José Alberto Franco,

Miguel Graça, Patrícia Gonçalves, Teresa Craveiro e Rui Costa. A Proposta

766/CM/2019 foi aprovada por maioria. ----------------------------------------------------- ----- (Ausência do Grupo Municipal do MPT da Sala de Plenário) -------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Vamos agora votar o Ponto 3 da parte deliberativa da Proposta 713/CM/2019,

com aqueles erros materiais que já tive a oportunidade de referir.” -------------------------

----- Ponto 3 da parte deliberativa da Proposta 713/CM/2019, votos contra do

PCP, BE, PEV, Deputados(as) Municipais Independentes Eduardo Viana, Joana

Alegre, Rui Costa, abstenções do PSD, PAN, PPM, Deputados(as) Municipais

Independentes José Franco, Patrícia Gonçalves, Teresa Craveiro, Rodrigo Mello

Gonçalves e Raúl Santos, votos a favor do PS, CDS-PP, Deputados(as) Municipais

Independentes Ana Gaspar, António Avelãs e Miguel Graça. O Ponto 3 da parte

deliberativa da Proposta 713/CM/2019 foi aprovado por maioria. --------------------- ----- (Ausência do Grupo Municipal do MPT da Sala de Plenário) -------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “ Temos uma Declaração de Voto do PEV.” ---------------------------------------------

----- O Grupo Municipal do PEV apresentou, por escrito, a seguinte Declaração de

Voto: --------------------------------------------------------------------------------------------------

----- “Declaração de voto sobre a Proposta nº 713/CM/2019 - Prévia autorização da

repartição dos encargos e emissão da autorização prévia para assunção de

compromisso, para os anos económicos de 2020 a 2028, no âmbito do Financiamento

pelo Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa do projeto relativo à

organização e realização do evento "Web Summit" (Apreciação do ponto 3 da parte

deliberativa) -----------------------------------------------------------------------------------------

----- O Grupo Municipal do Partido Ecologista Os Verdes votou contra o ponto 3 da

parte deliberativa da referida proposta, na 88ª reunião plenária da Assembleia

Municipal de Lisboa realizada no dia 5 de Novembro de 2019, por considerar que: ----

----- Não obstante o Grupo Municipal do PEV nada ter contra a realização da Web

Summit, é do nosso entendimento que não deve ser a Câmara Municipal de Lisboa a

comparticipar este evento através de um subsídio de três milhões de euros por ano,

até 2028, ultrapassando um total de 30 milhões de euros, tendo em conta que a

autarquia ficou de pagar mais 4,7 milhões de euros à Associação de Turismo de

Lisboa, pois as obras de expansão não se encontram ainda implementadas e é preciso

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disponibilizar os espaços para a realização do evento. Como tal, o PEV considera

que este valor é extremamente excessivo. ------------------------------------------------------

----- Estamos perante um elevado investimento de dinheiros públicos em fins

privados, o que, por princípio, é errado, principalmente quando há áreas

absolutamente prioritárias - como a habitação e os transportes - a necessitar de

investimento. ----------------------------------------------------------------------------------------

----- Uma vez que o subsídio atribuído será gerido pelo Fundo de Desenvolvimento

Turístico, com o qual nunca concordámos pois devia ser a autarquia a geri-lo e não a

Associação de Turismo de Lisboa, veio confirmar que a taxa turística serve para

financiar projectos privados, em vez de ser aplicada na minimização dos impactos da

carga turística, que se agravarão durante os dias do evento.--------------------------------

----- Quer a ampliação da FIL como a eventual construção de um novo centro de

congressos não devem ser feitos à medida e condicionados por este evento, mas sim

pelas necessidades da cidade. --------------------------------------------------------------------

----- Por fim, o Grupo Municipal do PEV considera que a cidade de Lisboa deve

acolher eventos deste género, sendo até positivo que esta edição esteja associada às

alterações climáticas e ao papel que a tecnologia pode assumir no combate a este

desafio, mas Os Verdes defendem que o financiamento público não deve servir fins

privados. ---------------------------------------------------------------------------------------------

----- Assembleia Municipal de Lisboa, 5 de Novembro de 2019. ----------------------------

----- O Grupo Municipal do Partido Ecologista Os Verdes Cláudia Madeira e

Sobreda Antunes.” ----------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal, no uso da palavra fez a

seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------------------------

----- “Muito obrigado Senhores Deputados, damos por finda a nossa Ordem de

Trabalhos de hoje. Muito obrigado. --------------------------------------------------------------

----- A sessão terminou, eram dezanove horas e dez minutos. -------------------------------

----- Nota: As propostas votadas na presente reunião foram aprovadas, em minuta, nos

termos da deliberação n.º 353/AML/2017 tomada pela Assembleia, por unanimidade,

na reunião realizada no dia 21 de Novembro de 2017. ----------------------------------------

----- Eu ______________________________, a exercer funções no Gabinete de

Apoio à Assembleia Municipal lavrei a presente ata que também assino, nos termos

do disposto no n.º 2 do art.º 57.º do Anexo I à Lei n.º 75/2013 de 12 de setembro, do

n.º 2 do art.º 90.º do Regimento da Assembleia Municipal de Lisboa e do despacho da

Senhora Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa exarado em 6 de Novembro

de 2017 na folha de rosto anexa à Proposta n.º 1/SMAM/2017. -----------------------------

---------------------------------------O PRESIDENTE --------------------------------------------