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Dr. André Simões, radiologista da Papaiz Diagnósticos Odontológicos por Imagem Escrito por: Publicação mensal interna da Papaiz – edição XIII – Novembro de 2015 Assessoria ao Cirurgião Dentista 11 3894 3030 papaizassociados.com.br

Assessoria ao Cirurgião Dentista - papaizassociados.com.br · mandíbula, cisto ósseo unicameral, cavidade óssea idiopática – toda esta nomenclatura reflete o pouco conhecimento

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Dr. André Simões, radiologista da Papaiz Diagnósticos Odontológicos por ImagemEscrito por:

Publicação mensal interna da Papaiz – edição XIII – Novembro de 2015

Assessoria ao Cirurgião Dentista

11 3894 3030 papaizassociados.com.br

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Cisto Ósseo Traumáticocomo achado Radiográfico

O Cisto Ósseo Traumático (COT) ao contrário

do que seu nome indica, não possui um

recobrimento epitelial característico de lesões

císticas, e, por esta razão, esta lesão é

classificada como um “pseudo cisto”. O COT

pode se apresentar como uma cavidade vazia

ou estar preenchida por conteúdo fluido (sero-

sanguinolento, por vezes). Esta patologia possui

vários sinônimos: cisto ósseo simples, cisto

ósseo hemorrágico, lesão traumática interna da

mandíbula, cisto ósseo unicameral, cavidade

óssea idiopática – toda esta nomenclatura

reflete o pouco conhecimento a respeito da

etiologia da lesão.

Apesar da patogênese incerta, muitos autores acreditam que o COT se forma após a reabsorção de foco

hemorrágico-intraósseo que foi induzido por trauma, já que muitos pacientes acometidos relatam história de acidente

envolvendo a face. Neville (2009) usa a expressão “teoria de trauma-hemorragia” para explicar que um trauma que

não tenha força de impacto o suficiente para ocasionar uma fratura óssea, resulta em um hematoma intraósseo; se o

hematoma não sofrer organização e reparo, poderá ser reabsorvido juntamente com o osso circunvizinho (resultando

em uma cavidade vazia) ou liquefazer-se (produzindo um fluido sero-sanguinolento). Apesar de ser bem aceita na

literatura odontológica, ela tem pouco suporte na literatura ortopédica para explicar lesões similares ao COT em

ossos longos.

No complexo maxilo mandibular, o osso de eleição é mandíbula, em região posterior do processo alveolar e corpo;

são mais frequentes em pacientes entre 10 e 20 anos de idade.

O COT é geralmente descoberto por exames imaginológicos de rotina porque não provoca sintomatologia dolorosa,

os elementos adjacentes costumam responder positivamente ao teste de vitalidade pulpar e poucos são os casos em

que, radiograficamente, constata-se um discreto aumento de volume de corticais envolvidas. O COT possui resolução

radiolúcida/hipodensa; em alguns casos, seus limites podem estar definidos e corticalizados, insinuando-se

(interdigitando-se) por entre as raízes dos elementos próximos, porém sem reabsorvê-las. Em outros casos, esta lesão

pode apresentar limites difusos e discreta/parcialmente corticalizados.

Representação artística de uma tubo de Crookes emitindo radiação X (representado pela luz verde).Fonte: www.if.ufrgs.br.

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Paciente do gênero masculino, 17 anos de idade.

Em processo alveolar e corpo da mandíbula, lado

esquerdo, observamos extensa imagem

radiolúcida, cujo limite superior, corticalizado,

insinua-se por entre as raízes dos dentes molares

correspondentes: imagem compatível com COT.

Notam-se elementos supranumerários tanto ao

arco superior quanto ao inferior.

ASPECTOS RADIOGRÁFICOS

Paciente do gênero masculino, 12 anos de idade.

Em corpo e processo alveolar da mandíbula, ao

lado direito, notamos imagem radiolúcida de

limites parcialmente definidos e corticalizados;

notamos a interdigitação da área radiolúcida por

entre os dentes 45, 46 e 47 – imagem compatível

com COT.

Paciente do gênero feminino, 16 anos de idade. A

radiografia panorâmica mostra imagem radiolúcida

de limites discretamente definidos e corticalizados,

interdigitando-se entre as raízes dos pré-molares e

molares, na mandíbula, lado direito. No detalhe:

pela vista oclusal (técnica de Miller-Winter), a

cortical lingual mostra-se adelgaçada, porém não

há aumento de volume. A radiografia periapical

mostra a interdigitação da lesão por entre os

dentes 47, 46 e 45. Imagem compatível com COT.

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Paciente do gênero feminino, 25 anos de idade. Por meio da

radiografia panorâmica, verificamos extensa imagem radiolúcida

acometendo sínfise da mandíbula, estendendo-se do dente 44

até próximo ao dente 34. Por meio da telerradiografia em

norma lateral, constatamos discreto abaulamento com

adelgaçamento da cortical vestibular do processo alveolar da

mandíbula. Imagem compatível com COT.

Paciente do gênero feminino, 16 anos de idade. Por

meio da incidência panorâmica, há imagem radiolúcida

de limites parcialmente definidos e discretamente

corticalizados, projetando-se às raízes dos elementos

31 ao 34. Imagem compatível com COT.

ASPECTOS RADIOGRÁFICOS

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ASPECTOS TOMOGRÁFICOS

CASO I

CASO I

Paciente do gênero masculino, de 19 anos idade. Por meio da vista panorâmica, sequência de cortes sagitais, corte coronal e axiais, verificamos imagem hipodensa, unilocular, de limites definidos e corticalizados em processo alveolar e corpo de mandíbula, lado direito, mantendo contato e interdigitando-se entre as raízes do elemento 47 até ao 43. Podemos observar discreto aumento de volume da cortical lingual do processo alveolar. Imagem compatível com COT.

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CASO II

Paciente do gênero masculino, 23 anos de idade. Por

meio da vista panorâmica, sequência de cortes

transversais e cortes sagital e axial verificamos

imagem hipodensa de limites discretamente

definidos e parcialmente corticalizados (item A), em

processo alveolar e corpo da mandíbula, lado direito,

interdigitando-se por entre as raízes dos dentes

48,47 e 46 e mantendo contato com o canal da

mandíbula (Item CM). Não há aumento de volume

das corticais vestibulares e lingual do processo

alveolar. Imagem compatível com COT.

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Referências Bibliográficas

Papaiz EG; Capella LRC, Oliveira RJ. Atlas de Tomografia Computadorizada por Feixe Conico para o Cirurgião-dentista. São Paulo: Editora Santos, 2011 Capítulo 7 (Lesões Maxilomandibulares – Cistos. Pag. 91-104.

Neville BW; Damm DD; Allen AM; Bouquot JE. Patologia Oral e Maxilofacial. 3 ED. – Rio de Janeiro, Elsevier,2009.

Capítulo 14 (Patologia Óssea). Pag. 615-636Soares, HA. Lesões Ósseas In: Estomatologia – Bases do Diagnóstico para o Clínico Geral. 1 ed. – São Paulo: Santos, 2007. Capítulo 10. Pag.239-265.

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