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I I A N N O D O M IN G O , 19 D E J A N E I R O D E 1 9 0 2 N.° 27
SEM A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R ÍC O L A
AssigoatearaAnno, 1S000 reis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. ?5 Na cobrança pelo correio, accresce o premio c.o vale. fSAvulso, no dia da publicação, 20 réis. ><
EDITOR— José Augusto Saloio
IPsalílieaçõesAnnuncios-
16— LARGO DA MISERICÓRDIAA L D K G A L I . K G A
1.“ publicação, 40 réis a linha, nas seguintes. ?<, r>o réis. Annuncios na 4.» pagina, contracto especial. Os auto- £ graphos náo se restituem quer sejam ou náo publicados.
PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio
EXPEDIENTE
C o m o p r e s e a i t e u n n i c - ro S 9 , cu tra in os m o s e - g u iid u sem estr e tia psi- bllcação tl:e s te scfiaaaBaa- r lo , t|aie. graças á Iteae- voleaacla tios asossos cs- tlaaavels asslgaiaa&tes, an- MíBJBcIaaBÍes e e s » g e r a l tSe io d o s o s l e i t o r e s t l e O B *»m iaE go . a tga il p a i e a a - t e a m o s o a a o s s o re e o jB Ía e - c l a n e a c t o . p ro B B a e t te i f id o i u t r o d a a z l r b a s í a a a í e s bíbc- IhoiMssaeatos eco s e o s s o
joraaal.V aaaaos í a m l í c i a a r e m e l -
t e S - o a caaaa g r a a i t l e blcebi2«-
b*o d e c a v a l h e i r o s , a t p a e p o r l a p s o o anão í i z e a s a o s , l i c d i i i d f l p o r e s s e m o t i v o íjbbc bbos t l e s c u l p e a n .
A c c c i t a a a a - s c cobíb g r a t i
d ã o t | « i a c s ] | c a c r a s o t i c l a s q t i e s e j a m t l e i n t c a * c s s c p s t h l t c o .
Correu lugubremente por todo o reino a dolorosa noticia do suicidio deste valente militar.
Mousinho de Albuquerque, honra e gloria do nosso exercito, o mais denodado e brioso guerreiro dos tempos modernos, tinha marcado em letras de ouro na historia portugue- za a pagina mais brilhante e valiosa; a prisão do temi- vel regulo que affrontava Portugal com zombaria e desprezo foi um acto de heroicidade incontestável, um acto que consagrou em todos os corações portu- guezes o nome de Mousinho e que tornou esse nome conhecido como osym- bolo da bravura e do dever.
E esse homem que nunca trepidou deante dos perigos, esse homem que deu sempre o exemplo de uma coragem intemerata, de uma presença de espirito sem limites, encostou á cabeça o cano de um revólver e suicidou-se! O que se passaria naquelle grande espirito para dar causa a similhante acto de desanimo? Que dôr terrivel lhe
alancearia a alma, que magua occulta torturaria aquelle assombroso coração ? Mysterio que a sepultura guarda para sempre e que a nenhum de nós é dado penetrar.
Parece que uma sombra de desanimo vae invadindo a sociedade actual, que uma nuvem d i desespero conduz ao suicidio ás vezes os cerebros melhor equilibrados. Por que será? Seja qual fôr o motivo, é preciso combatermos por todos os modos essas idéas sinistras, pôrmos um dique á corrente avassalladora que destroe tantas existencias. O mundo é grande, ha nelle logar para todos. Lu- cta-se, porfia-se, mas nunca sc cr.e. A sorte é por vezes ingrata; compete ao homem procurar vencel-a á forca de trabalho e de te- nac idade.
Para a frente, sempre para a frente! Retroceder é dar mostras de cobardia !
JOAQUIM DOS ANJOS.
O pão Síojeíío eo fcom pão
Eis duas qualidades que poucas vezes se conciliam. Porque o pão mais bello na apparencia, nem é sempre o mais nutritivo, nem mesmo o mais saboroso.
Ha duas qualidades de trigo muito differentes; os trigos duros e os trigos mollcs.
Os primeiros, que são os mais abundantes do nosso paiz, não servem para fabricar o pão de gala das cidades. São os molles, de que temos menos producção, que gosam deste privilegio. Entre estes temos, o ribeiro, o gallego e os mochos, que egualam e até excedem, quando produzidos' em terras succulentas, os melhores trigos molles estrangeiros.
Mas a sua producção é limitada, e por isso os trigos de fóra, especialmente os americanos, palhinhas, assim como as suas farinhas, entram em Lisboa e Porto com a segurança de um mercado que o í não pode dispensar, além da
vantagem do seu menor preço da offerta.
Assim, por que todos gostam mais do pãosinho bem alvo, bem fofo, bem leve, embora pareça muitas vezes, quando se mastiga, massa de papel ou algodão em rama, não ha re- medio senão recorrer aos trigos molles estrangeiros; emquanto que os nossos bons trigos rijos,‘que fazem um pão de menos gala, mas que é substancioso, gostoso, aromatico, succu- lento, menos leve para os estomagos fracos e derran- cados talvez, mas com certeza mais restaurador e nutriente para os anemicos e debilitados, só ás furtadel- las entram nas panificações do pão de familia, sendo quasi sempre reservados para sémolas e massas, os quaes sobram do consumo das familias nas províncias.
Ha no pão uma substancia que tem a composição e quasi o poder nutritivo da carne: chama-se gluten Fazei um bolo de farinha, collocae-o na palma da mão, e deixae cahir sobre elle um fio de agua, viran- do-o de mansinho, de modo que a agua o lave do amido. Ficar-nos-hapor fim uma massa cinzenta, elas- tica, molle, que é composta de fibrina analoga á do sangue ou dos musculos; de glutina; analoga a gelatina; e de gordura oleosa.
E’ esta a carne do pão. A farinha branca panificavel dos trigos rijos, como são quasi todos do centro e sul do reino, chega a conter i 5 p. c. a 18 p. c. d’esta substancia em secco; ao passo que a farinha alvíssima dos trigos molles, nomeadamente dos americanos, conteem pouco mais da metade d’este principio altamente nutriente, geralmente 10 a 12 por cento.
Tendo a carne de vacca 60 por cento d’agua, é claro que os 15 por cento de gluten secco do trigo duro correspondem a 37,5 por cento de carne.
O pão do trigo rijo, contendo 35 por cento dagua, vem a ter 9,75 por cento
de gluten secco. Emquanto que o pão de trigo molle americano, contendo 3o por cento de agua, vem a ter 8,4 por cento de gluten secco.
O consumidor deste pão, se consumir 5oo grammas diariamente, privou-se portanto de 6,75 grammas de gluten secco, ou de 17 grammas de carne, seu equivalente, em relação a um outro consumidor que se alimenta com o mesmo peso de pão de trigo duro.
Ora o pão de luxo custa mais de 10 réis em peso egual de 5oo grammas que o pão de trigo duro. De sorte que, avaliando a perda em gluten pelo valor do seu equivalente em carne, isto é, em 5 réis (sendo o preço da carne a 3oo réis o kilo), vem o consumidor do pão de luxo a perder em cada meio kilogramma i 5 réis.
E se o seu consumo na roda do anno fôr de 200 kilos, a perda montará a 6$ooo réis. Uma familia de10 pessoas tratada a pão de luxo, terá deste modo perdido metade da renda das casas talvez. Mas além de se tratar á fidalga, anda com o estomago leve e uma anemia em perspectiva!
O o a e l ie s í i e m p r e g a d a e s m o l a
Conforme noticiámos no nosso ultimo numero, falle- ceu no dia 8 do corrente, a sr:1 Emilia das Neves Miranda, de parto, deixando na orphandade sete filhos menores, na mais completa desgraça, devido á falta de recursos.
Condoidos de tanta infelicidade, vamos recorrer aos bondosos corações dos nobilíssimos filhos e habitantes de Aldegallega, implorando-lhes um obuio, seja em dinheiro ou em roupa, a favor de tamanha desdita.
Esta redacção encarrega-se de receber qualquer esmola, publicando com o maior prazer o nome dos bem feitores, que assim o desejarem, e, antecipadamente agradece a todos a
esmola que enviarem a favor destes infelizes.
— —*»-
V i a i l i o r e f e a * v i t l o
Consta-nos que ha um estabelecimento nesta villa que está vendendo vinho refervido ligado com a respectiva baga de loiro, ao preço de 40 réis o litro.
Ora realmente se é verdade o que se consta, pedimos aos exm.os srs. administrador e delegado de saude, para syndicarem sobre este facto, já analysan- do o vinho, já impondo a multa competente a quem illude e prejudica a saude á numerosa classe de habitantes de Aldegallega, menos favorecidos da fortuna e que approveitam a occasião de comprar qualquer genero barato para depois sahir-lhes caro.
C a r id a d e
Vamos abrir uma seccão t t > especial subordinada ános- sà epigraphe, afim de soc- correr as pessoas mais necessitadas; por isso esperamos que esta idéa seja bem recebida pelos corações bondosos, e que desde já antevemos o seu resultado.
Soccorrer os necessitados é uma das Obras de Misericórdia.
fta rillio s C*rasítles
No dia 16 do corrente prestou juramento no tribunal desta villa, o sr. Antonio Ferreira dos Santos, como tutor do seu sogro, o sr. Manuel dos Santos Mingates, que infelizmente não se acha no uso das suas faculdades mentaes,
A escolha foi muito bem acertada, pois o sr. Ferreira dos Santos é um homem honradíssimo e por conse- quencia competente para zelar os interesses do seu infeliz sogro.
Como já em tempo pedimos á digna camara municipal para mandar repa-
Jrar a estrada que vae do !Rocio desta localidade pa-
O DOMINGO
ra o porto e para Sarilhos Pequenos, e como até hoje ainda não começou essa reparação e a referida estrada cada vez se encontra em peiores condições, pois está intransitavel, em nome dos habitantes de Sarilhos, de novo rogamos á digna camara que os atten- da na sua justa reclamação.
E u f e r m o s
Acha-se doente de cama ha uns poucos de dias, o honrado commerçiante e fazendeiro o sr. Theodosio Marques Monteiro.
Teem sido seus médicos os exm.os srs. drs. Manuel Fernandes da Costa Moura e Cesar Fernandes Ventura.
Tambem está doente de cama, a exm.a sr.a D. Anria Joaquina Alves, mãe do nosso amigo o sr. João Raphael Alves.
E’ seu medico assistente o sr. dr. Marques Guimarães.
Infelizmente tambem se acha doente o sr. Alvaro Valente, filho do nosso amigo o sr. Balthazar Manuel Valente, digno mestre da Sociedade Phylar- monica i.° de Dezembro.
Fazemos votos pelas melhoras dos doentes.
Annlvei*$ari«>s
Completou no dia 7 do corrente, 7 annos dedade,o menino Antonio, sympa- thico filho do nosso bom amigo o sr. A.urelio João da Cruz, zeloso e honrado cobrador da Companhia Singer.
Os nossos parabéns.
Fez no dia i 3 do corrente 10 annos, a menina Maria Esperança Soeiro de Almeida, gentilissima filha do nosso illustre amigo, o exm.0 sr. Manuel Neves Nunes dAlmeida, digno director e professor da escola
municipal secundaria desta villa.
Tanto á formosa menina, como a seus exm.08 paes, as nossas sinceras e leaes felicitações.
Fez no dia 16 do corrente, 26 annos, a exrn.'1. sr.:l D. FirminaRittad’OH veira, esposa do sr. José dos Santos Oliveira, digno e intel- Iigentissimo alferes do regimento de infanteria 11, e irmã do proprietário deste jornal, o nosso bom e excellente amigo, o sr. José Augusto Saloio.
Sinceras e cordealissi- mas felicitações a todos.
Tambem no dia 11 do corrente, fez 29 annos de edade, a exm.1 sr.a D. Fe- liciana Augusta de Vasconcellos, esposa do nosso amigo o sr. Antonio Augusto de Vasconcellos.
Parabéns.
Entrou no quarto anno da sua publicação, no dia11 do corrente, este nosso bem redigido coíiega, que se publica em Porto de Moz.
As nossas sinceras felicitações e longos annos de vida é o que lhe desejamos.
No dia 15 do corrente no sitio da Lançada, pertencente a esta freguezia e concelho, quatro individuos desconhecidos que se empregavam no myster de amoladores e caldeireiros, aggrediram á paulada e sem motivo algum Francisco Freitas, João Maria e Manuel Loureiro Mosca, todos trabalhadores e moradores no referido sito da Lançada.
Os aggredidos receberam curativo na pharmacia Giraldes. A auctoridade administrativa mandou alugar um carro afim de conduzir Francisco Freitas, que ficou mais mal'tratado, para a Misericórdia da villa.
C O F R E S E P l E O L ã S
A A N D A L U Z I AE a formosa Andaluzia Esse torrão encantador Onde ha perfumes e poesia E 0 próprio ar inspira amor.
Céo Lodo a^ul, sereno e brando,7 erra gentil, pai% de fadas,Onde andam sombras vagueando De lindas mouras encantadas.
A lli de amar crescem desejos, Senie-se o homem immortal,L a. doce musica dos beijos,Tem um soar celestial.
Terra p o r Deus abençoada,I oda d encantos e magia,Da Hespanha a f lo r mais delicada, L" a formosa Andaluzia.
JOAQUIM DOS ANJOS.
P E N S A M E N T O S_ Quando- se escreve a quem se ama, já não são cartas,
são hymnos de amor. — Rousseau. f pfliav!'as são toda a poesia da vida.— Becque.Nao ha pesar, p o r maior que seja, que uma hora
de leitura nao o faça dissipar.— Montesquieu.Coílocar o espirito antes do bom senso é collocar
0 supérfluo antes do necessário._ — A belle^a da alma reune-se na belle^a da intelligen-
cia e na belle^a dos sentimentos.
A N E C D O T A S
Um sujeito que viajava ri um caminho de ferro, que era alto e robusto, encontrou um negociante de gado que lhe disse:
— O sr. queira desculpar, mas eu apostava em como não pesa menos das suas do^e arrobas.
— L tal qual, respondeu o outro com um sorriso.— A h ! eu nunca me engano; cá na terra sou eu quem
melhor avalia 0 peso dos porcos.
Um hespanhol querendo vender uma carga de lenha, lhe perguntaram:
— Garenho, a como vae la lenha?— A cinco vintenes.— Quer usted um tostou?— A rre burro! nunca usted la quemará, nunca usted
la quemará, respondeu elle furioso.
Is'uma pharmacia entrou um brasileiro todo amavel, que se dirigiu pela seguinte form a ao praticante:
— M i dá, s ifa \ favor, uma purga di bico?O praticante muito intrigado:— Que é que deseja ?— Uma purga di bico, mifa^ favor?— Não sei o que é.-—Homem di Deus! Purga di bico é uma siringa!
Queixou-se na administração deste concelho Joaquim da Silva Almeida, que ácerca de tres annos, en- tregára uma porção de fazenda azul escura, diagonal, a Antonio da Costa, alfayate, a fim de lhe fazer um fato, sem que até hoje lhe tenha dado conta do fato nem da fazenda.
A&jlo «le ®f©sé
Sob esta epigi'aphe recebemos a carta a que damos publicidade :
Sr. redactor
No seu jornal, de 12 do corrente, e sob a epigra- phe Asylo de S. José diz v. constar-lhe que na constru- cção do edifício para o dito asylo se tem empregado vigamento velho e carcomido.
Como empreiteiro con- structor do dito asylo, cumpre-me dizer a v. que as informações que a tal respeito lhe forneceram são completamente falsas, porque até hoje, tenho empregado não só madeiras, como os outros materiaes, da melhor qualidade, e nás condições do contracto da empreitada que tomei por arrematação em hasta publica no Tribunal da Boa-Ho- ra, como tudo tem sido visto e fisçalisado por parte do digno testamenteiro da herança do instituidor.
Para prova do que deixo dito invoco o testemunho de todas as pessoas sérias e sensatas d’essa localidade, e das que quizerem vêr e examinar os materiaes empregados,, o que podem fazer quando lhes aprouver.
P ara restabelecimento da verdade, peço a v. se digne publicar esta no seu acreditado jornal, e subscrevo- me, com toda a consideração, de v.
Lisboa, 15 de janeiro de 1902.
João Rodrigues Sebola(Segue o reconhecimen
to).
27 FOLHETIM
Traducção de J. DOS ANJOS
A U L T I M r CRUZADAX X X III
E com ataques de asthma, augmen- tada por estas commoções irritantes, continuou minuciosamente as phases da derrota.
Fortis descrevia na sua realidade assustadora o aspecto da Bolsa desorientada.
Ah! nunca se esqueceria d'aquella tarde maldita!
A ultima cruzada merecia emfim o seu nome guerreiro. Luctava-se com um encarnecimentb medonho. Era uma questão de vida ou de morte
— E Krubstein? perguntaram ao mesmo tempo o sr. de Bois Rhouel e La Croix-Ramilles.
O nome do director foi acolhido com uma serie de invectivas.
A srena tinha um caracter táo ignóbil como grotesco.
A entrada de Lincelle-Vaudreail sus; endeu todo este ruido.
— Então? Em que a lturas Cotamos ?
— E u sei lá! respondeu elle. a 800, a 700, a nada... Estamos pintados, meus filhos, completamente pintados !
Perd a-se. como os outros, em conjecturas idiota? e não descobria a causa d.i - baixa subi ta das acções, do Crfeçiito Continental.
Com que interesse vendè~a o sr. Stoc’\fo"d imprevistamente as suas acçóe; dc uma •;,> vez' Aquelle mil-
lionario de S. Francisco, mais rico que todos os financeiros do mundo, não precisava d'isso para nada.
— Ahi anda por força mulher, in sinuou Ribeau- ourt. Apósto que elle foi em toda es a questão o instrumento docil da esposa.. . Krubstein, no seu progrrmma, não previra as historias de a nor!. . A formosa americana penso: muito judiciosamente que a grande paixão do conde Mohilow não sobreviveria á ruioa dos Taiilemaure e. bem aconselhada por Bisnstern. preparou este desa tre .. .
— N'<» é ágora occasião p ra rir! in terrom peu L ncelle Vaudreuil.
— E ‘i ctvaraenje, poraue não será boa eisa hypothese r pensou La Croix-Ramillés;
O marqua;: oe Taiilemaure não foi ao cluh. Jant >u em companhia do
principe de Rochedreux e do sr. Jeanron.
A situação ággvavâva-se. Os jornaes da noite noticiavam a prisão de K ru bstein. O consélho de administração náo participaria das responsabilida- des do seu director?
Estremei iam pensando n’aquella eventualidade sombria, e o jantar acabou n’um silencio triste, como as releiçóes de quem está de vela a úm moribundo...
X X X IV
Nas horas em que o phrcnesi amo- ro o da sr.a de Taiilemaure não lhe reanimava os sentidos, Ivan Mohilow encarava friamente a sua situação..
Pagava caro aquella adoração ardente de mulher.
•\ rainha da Moldavia tinha-o posto
fóra. ameaçando-o com um processo >se elle continuasse a accrescentar ao seu nome o titulo de camarista.
A bancarrota do Credito Continental tinh;--o derrotado tambem. E ntrevia o momento da miséria.
Oa mais ternos idylllos teem um desenlace, e hoje não se vive só de amor e de agua fresca..
Mohilow voltava insensivelmente para a sr.a Stochford. A americana não era tão loura, tão bonita, como a Regina ? E . sentindo-se com as mãos cheias de trunfos, idivinhando a lueta interior que se travava no cei^- bro do camarista, demittido, a sr.a Stochford escrevia-lhe cartas sobre cartas, offerecia-lhe, com circumlo- quios subtis, tiral-o dV.quelle becco sem sahida e acon elhava-o afectuosamente a ir buscar o perdão dos seus peccados antigos.. (Cont'nuaj.
linguagem dos homensS E C C Ã 0 L I T T E U mdas amargurãâ cruciantes.
A isssnírte «1© A8í>ès*4©
(Conclusão)
— Porque chora, minha maesinha, lhe perguntou um dia o doeníinho, tem receio de que eu morra ?
— Não, meu querido filho, não tenho esse receio porque espero em Deus que não has de morrer desta vez
— Quando os pequeninos da minha edade morrem, para onde é que vão?
— Vão para o Céo.— Nesse caso não tenha
pena de mim, porque se eu mprrer pedirei ao Pae do Céo pela minha mãesi- nha, e sempre viverei lá mais feliz do que poderei viver cá na terra,
Havia tanta meiguice, tanta naturalidade, tanta singeleza nestas palavras assim pronunciadas pela creança, que a mãe, devé- râs commovida, retirou-se do quarco para dar livre expansão á sua magua ex- cruciante: então uma torrente de lagrimas, que lhe derivavam copiosas pelas faces, descreviam, nessa linguagem muda mas eloquente, a procella que se desencadeava de mais em mais 110 seu coração affii- cto de mãe inconsolável.
Alberto sentiu-se peicr; foi chamado á pressa o medico, que, tomando-lhe o pulso, viu que a febre estava no maximo grau de intensidade, e que era impossível salval-o.
De feito, como se tivesse recebido o choque de uma pilha,' os olhos revolveram- se-lhe extraordinariamente nas orbitas, o corpo agitou-se convulsivamente, chamou angustiosamente a rnãe; e os braços, que elle erguera numa grande af- flição, recahiram-lhe inertes-sobre o peito, dois fios de lagrimas deslisaram-lhe pelas faces, e nos labios en- trevia-se um leve sorriso de aiha rgura suprema, me- iancholica, indefinível, mys- teriosa. . „
Havia expirado!Nesse mesmo momento
um vulto branco, atravessando o espaço e deixando um rasto luminoso, ía subindo, anhelante do infinito, subindo, subindo sempre em demanda de novos ceos e novos mundos, céos de nossas esperanças e mundos de eternas primaveras. Era o anjo da guarda que levava para o seio amorosíssimo do Oreador a alma da creancinha, cujo cadáver ainda morno a mãe aoraçava numa grande af- •Uicçao, affle
n graduação na escala
Hoje, no Campo santo, ás horas mortas da noite, quando as estrellas, povoando o firmamento, sorriem da sua immensa altura, e a lua, arrastando o seu manto luminoso, se ostenta magestosa 110 chão azul dos céos, e o orvalho, perlandSç>,os cyprestes e go- tejandq , j 3as . bordas das campas, xhofa a saudade dos mortos, num isolamento, melancholico, soturno, indescriptivel, — a brisa suave, perpassando por entre as flores que engrinaldam os tumulos parece murmurar sentidamente, em volta do jazigo de Alberto, estes quatro versos como tributo indizivel de saudade:
Oh meu filho dorme, dorme,O somno da innocencia,— Soiíino lèdo tão gentil —Nos braços da providencia !
MENDES PINHEIRO.
mas de sal conrmum num litro de agua. Mergulham- se 11'es te liquido os ovos cuja idade se deseja conh cer: o ovo fresco cahirá no fundo do vaso que çonti ver o liquido; aquelle q-us tiver sido posto dois dias antes, tocará levemente o fundo; o que tiver tres ou quatro dias, oscillará entre o fundo e a superfície; o que tiver mais tempo, flu- ctuará á superfície.
A N N U N C I O S
A M U U S T C IO
AGRICULTURA
As síalliasiaias e as h o rta s
O beneficio ou o prejuízo que resulta para o horticultor que deixa invadir pelas gallinhas a horta que cultiva, depende das horas em que consente similhan- te invasão.
Se as deixa percorrer o campo cultivado logo ao romper da manhã, são valiosos os serviços que ellas lhe prestam, pois que se precipitam rapidamente sobre os insectos e larvas mais prejudiciaes aos fruetos devorando-bs num abrir e fechar d’olhos.
Se, pelo contrario, as deixa em liberdade depois que o sol aquece as terras, então o prejuizo é manifesto. Não sentindo a humidade, as larvas e os insectos procuram-n’a no seio da terra, onde se enterram, obrigando os animaes a remexer o sólo para os devorar.
O cultivador intelligente deverá, pois, logo ao romper da manhã, abrir as capoeiras e deixar que os patos e as gallinhas percorram, durante uma hora, todas as dependencias da horta.
Exceptua-se a estação própria á maturação do frueto dos morangueiros e gros2lhas, de que os galli- naceos são gulosos em extremo.
3 . IsSfide íí©S © v o s
)"Eis um meireconhecer ovos:
impies aía idade dos
IA M l l M i f iATFJO
( l . a gE@aMieaç5o)
Por este juizo e cartório do segundo officio, e pela execução de sentença de Letra em que é exequente Joaquim Jorge Canastra e executados Antonio Rodrigues Moço e sua mulher Marciana de Jesus, fazendeiros, residentes no sitio da Broega, freguezia da Moita, hade ter logar á porta do tribunal d’esta comarca no dia 2 de fevereiro proximo, pelo meio dia, e pelo maior preço sobre o abaixo declarado, a venda dos prédios penhorados pela mesma execução Uma fazenda de terra de semeadura, vinha, uma casa, sita nos Brejos, freguezia da Moita, desta comarca, livre de foro, e no valor de 240^000 réis. — Uma porção de terreno, contiguo e que faz parte da mesma fazenda, arrendado a Antonio Marques da Silva que paga a renda annual de 2$e5o réis pertencendo a este as bemfeitorias no valor de 45^000 réis. São citados para a referida praça quaesquer credores incertos nos termos da lei.
Aldegallega do Ribatejo 10 de janeiro de 1902.
o ESCRIVÃO
Antonio Julio Pereira Mou- tinlio, o escrevi.
Verifiquei a exactidão.
O JUIZ DE D IR EIT O
N. Souto.
contractar a venda, F. Pes- sánha, solicitador.
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TRINDADE COELHOcom desenhos de
Raphael Bordallo Pinheiro
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COMPANHIA FABRIL SINGERP o r 5 oo réis semanaes se adquirem as cele
bres machinas S I N G E R para coser.Pedidos a AURÉLIO JO Ã O DA CRUZ, cobrador
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MERCEARIA ALDEGALLENSEDE
José Antonio Nunes
jV este estabelecimento encontra-se d venda pelos preços mais convidativos, um variado e amplo sortimento de generos proprios do seu ramo de commerc o, podendo por isso o ferecer as maiores garantias aos seus esíma- veis fregueses e ao respeitável publico em geral.
Visite pois o publico esta casa.
>9- LASG O E G R E J A - I 9-A
A l d e g a l l e g a i l e S S s h a íe j o
ANTIGA lERClARIA DO POVOd i:
D O M I N G O S A N T O N I O S A L O IX ‘c s ( e c s í f f i í í e l e c l í B s e j i i o e n c o i a í r a - s e á v e u d a p e l o s p r e ç o s m a i s c o n v l
« la t f iv o s . u i n v a r i a d o s o r i i m c i i t t o d e . g e a i c r o s p r o p r i o s d o s e a i r a m o d e c o b m m e r c l o . o f f e r e e e s d o p o r I s s o a s m a i o r e s g a r a n t i a s a o s s e u s e s t i i n a v e t s f r e g u e z e s e a o r e s i t e i t a v e l p a a S ílie o .
R U A ‘ d O G A. E S — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO
POYOA L D E G A L L E G A D O R I B A T E J O .
Grande estabelecimento de fazendas por preços limitadíssimos, pois que vende todos os seus artigos pelos preços das principaes casas de Lisboa, e alguns
A I N D A M A I S B A R A T O SGrande collecção dartigos de Retroseiro.Bom sortimento dartigos de F A N Q U E IR O .Selins pretos e de cor pdr aforros de fatos para homem, assim como todos 05
accessorios para os mesmos.Esta casa abriu uma S E C C Ã O E S P E C I A L que muito ulil é aos habitantes,
desta villa, e que e ^ C O M P B Â È M LISBOA de todos e quaesquer artigos ainda mesmo os que não são do seu ramo de negocio; garantindo 0 { elo na escolha, e 0 preço porque vendem a retalho as primeiras casas da capital.
B O A C O L L E C Ç Ã O de meias pretas para senhora e piuguinhas para creanças de todas as edades.
A CO R PRETA D'ESTE ARTIG O É GARANTIDA A divisa desta casa i G A M A R P O U C O P A R A V E N D E R M U I T O .
J 0A0 BENTO & MINES BE CARVALHO8 8 , R. D I R E I T A , 9 0 - 2 , R . DO C O N D E , 2
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C E R V E J A S , G A Z O Z A S , P I R O L I T O SVENDIDOS PELO PRECO DA FABRICA
— — LUCAS & C/ — 'L A R G O D A C A L D E IR A — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO
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)) » » » )) 2.a, » 40 »)) branco » » i.a » 70 »•» verde, tinto___ » » 100 »
.)) abatado. branco » )> i 5o »)) de Collares, tinto » garrafa 160 »)) Carcavellos br.w » » 240 »)) de Palmella.. . . )) 240 »)) dó Porto, superior » 400 »)) da Madeira.......... )) 5 00 »
V inagresVinagvc t nto de i.a. litro 60 rs.
)) n » 2.a. » 5o »» branco » i.a, » 80 »)) » » 2.a, » 60 »
U e o re sLicor <:e ginja de i.a, litro., 200 »
)> » aniz » » » 180 »)) 180 »)) 180 »)) » hortelá pimenta 180 »
280 »Com a garrafa mais 6o réis>.
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» ginja.................... »» de bagaço 20o » i.a') » » 20o » 2.a» » » 18°.»» » figo 20o. »» » Evora i8 J. »
Canna R ra u ca| Parati.......................... . • litro| Gabo V e rd e . ...................... »| Cogiwc............................garrafa
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J20 rs. 320 >' 240 » 160 » i 5o » 140 » 120 » 140 »
700 rs. 600 »
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