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Atitude do homem para, por via da procura causal que
realiza, encontrar a estrutura estável, permanente,
não imediatamente perceptível, que está na base de
comportamentos particulares, variáveis ,
imediatamente percebidos (ex.º: comer muito, rir
muito).
Responde à questão: “Porque é que fiz ou ele(a) fez
isto ou aquilo?
“A atribuição de invariâncias a objectos e eventos torna possível um mundo mais ou menos estável, previsível e controlável” Heider, 1958
O. s., a atribuição supõe que os indivíduos manifestam necessidade, não apenas de compreender as suas experiências, como também de determinar as causas dos acontecimentos.
Auto-atribuição e hetero-atribuição
Sugere que o ser humano envida todos os esforços
necessários para explicar os acontecimentos que presencia
e, para tal, estabelece uma diferenciação entre as causas
que podem ser atribuídas à pessoa – as designadas causas
disposicionais, como por exemplo, os factores de
personalidade, a motivação para realizar alguma coisa, os
esforços dispendidos numa tarefa –, e aquelas que podem
ser imputadas à situação – as causas situacionais, como por
exemplo, o impacto de normas e das expectativas sociais.
(1) A atribuição de causalidade é uma actividade amplamente difundida no dia-a-dia;
(2) As atribuições podem não ser exactas, sendo frequentemente sujeitas a erros;
(3) As pessoas comportam-se em função do modo como percepcionam e interpretam os factos;
(4) A actividade atribucional desempenha uma função adaptativa.
(5) Os indivíduos tendem a fazer processos de atribuição essencialmente a comportamentos atípicos.
(1) Psicologia ingénua (folk psychology), que rege com adequação a vida e as relações humanas. • O conhecimento intuitivo pode ser descrito como “o
conhecimento tácito usado espontaneamente no pensamento prático, sem que dele estejamos necessariamente conscientes”.
• A psicologia ingénua repousa na chamada ontologia intuitiva, que crê ver as coisas na sua realidade.
(2) Pontos comuns aos seres humanos:• Necessidade de formar uma compreensão coerente
do mundo;• Necessidade de controlar o ambiente.
(1) Atribuições Causais: Efectuadas a propósito de um
acontecimento:• Causas que expliquem o sucesso ou o fracasso;• Causas que expliquem uma falta de controlo
sobre um acontecimento.
Atribuições Causais:• FUNÇÕES:• Explicam, acarretam um sentido de
compreensão; • Aumentam a clareza e atenuam a
ambiguidade;• Simplificam comportamentos complexos e
facilitam a extracção de inferências;• Implicam a noção de que os acontecimentos
e comportamentos são previsíveis e controláveis.
(2) Atribuições Disposicionais: Procura-se inferir características do
indivíduo a partir das acções que este realiza:• São essas características que permitem
explicar o comportamento;• Sustentam a atribuição para a acção e
inferências sobre a personalidade.
(3) Atribuições de responsabilidade: Responsabilidade relativa a um
efeito produzido; Responsabilidade geral; Responsabilidade moral:
• Investigação sobre auto-censura.
As inferências referentes a causas baseiam-se na variabilidade do comportamento em diferentes momentos, situações e com diferentes pessoas – estas três variáveis são os constructos básicos da teoria da atribuição de Kelley.
2 situações: (1) partir de numerosas observações e informações ao longo
de um certo período de tempo de um sujeito; (2) um único indivíduo, numa única situação e num só
momento e comparar o seu comportamento com o de outros sujeitos na mesma situação.
No caso de observações múltiplas ou “covariação”, pode-se estabelecer uma confiável atribuição ao ambiente se:
(1) a resposta do agente é distintivamente associada ao objecto ou estímulo – distintividade;
(2) a resposta é semelhante às respostas dadas por outras pessoas ao mesmo objecto – consenso;
(3) a resposta é consistente ao longo do tempo – consistência.
Ex.º de Leslie Mc Arthur (1972): Se John ri de um comediante e se
quase todos os que o ouvem se riem (elevado consenso), ao passo que John não ri da maioria dos outros comediantes (elevada distintividade), e no passado John sempre riu do mesmo comediante (elevada consistência), então atribui-se a causa do riso de John ao ambiente, i. é, ao comediante.
(1) quando a distintividade, consenso e consistência são elevados, deve-se fazer atribuições ao ambiente;
(2) quando o consenso e distintividade são reduzidos deve-se fazer atribuições ao sujeito-actor.
Esquema das Causas Suficientes Múltiplas (SSM):
Cada uma das diferentes causas possíveis é suficiente para produzir um dado efeito.
Ex.º: “Jeanne espera um filho porque desejava um bebé e/ou não tomava a pílula”.
Esquema das Condições Necessárias Múltiplas (SNM):
Um efeito só pode ocorrer se diferentes causas operarem ao mesmo tempo.
Ex.º “Jeanne espera sêxtuplos porque desejava filhos e sujeitou-se a um tratamento de fertilidade”.
O SSM acciona o princípio de subtracção: visto várias causas serem possíveis, o valor de uma diminui se outras estiverem presentes;
O SSM e SNM podem activar o princípio do aumento: o papel de uma causa aumenta se se confirmar a presença de uma causa ou causas que deveria(m) inibir o efeito.
Script – é uma das estruturas do pensamento mais estudadas, i. é., uma sequência de acontecimentos previsível.
Um script perfeito deve permitir atribuições fáceis ao mesmo tempo que se faz outra coisa.
O script de um pedido, para ser eficaz, deve conter: (1) uma desculpa; (2) o próprio pedido; (3) a razão de ser.
Procuraram saber como os observadores, a partir de um único comportamento, inferem uma intenção e, portanto, uma disposição pessoal do actor – inferência correspondente.
Problema do domínio da Psicologia ingénua.
Se alguém mentiu é mentiroso? Se alguém tem um comportamento
agressivo é agressivo?
2 postulados: (1) o actor deve ser capaz de praticar o
acto; a sua prática não pode ser ao acaso, senão como se justificaria a intenção?;
(2) o actor deve conhecer os efeitos do seu acto; pois se não os vislumbra como se lhe atribuiria a intenção?
Em geral, a correspondência é elevada, quando o comportamento do agente tem pouca probabilidade de ocorrer e o agente possui elevada liberdade de escolha quanto a executar ou não o acto.
Os comportamentos menos prováveis fornecem ao observador a maior quantidade de informação acerca das disposições pessoais do agente.
Um comportamento conforme as expectativas faculta ao observador escassa informação a respeito de motivos ou intenções pessoais do agente.
(1) ERRO FUNDAMENTAL: sobreestimação do peso da personalidade sobre a situação;
(2) VIÉS DE SOBREATRIBUIÇÃO ou VIÉS DE
CORRESPONDÊNCIA: o mecanismo mais referenciado é o da heurística de ancoragem e de ajustamento: o modelo dos 3 C (caracterização, categorização e correcção) de Dan Gilbert (1989); as regras de conversação e a adequação (applicability);
(3) ILUSÃO DE CONTROLO: ex.º: quanto mais vezes se exerce um controlo, mais facilmente se terá tendência para depreciar o trabalho do controlado;
(4) EFEITO ACTOR-OBSERVADOR: o actor não é uma cópia do observador. O actor compara o seu comportamento corrente com o tido anteriormente, em situações diferentes, o observador compara o comportamento do actor com o seu e o de outros;
(5) ERRO ATRIBUCIONAL DE AUTO-CONVENIÊNCIA: atribuir a si próprio os sucessos, mas negar a responsabilidade pelos fracassos.