Upload
nguyendiep
View
222
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
ANA FLÁVIA MENDONÇA
Atividade biológica dos óleos essenciais de plantas sobre isolados do complexo Cryptococcus neoformans.
Goiânia 2015
ANA FLÁVIA MENDONÇA
Atividade biológica dos óleos essenciais de plantas sobre isolados do complexo Cryptococcus neoformans.
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás para obtenção do Título de Mestre em Medicina Tropical e Saúde Pública. Orientadora: Profa. Dra. Lúcia Kioko Hasimoto e Souza
Goiânia 2015
i
Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública
da Universidade Federal de Goiás
BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Aluna: ANA FLÁVIA MENDONÇA
Orientadora: Profa. Dra. LÚCIA KIOKO HASIMOTO E SOUZA
MEMBROS:
1. Prof. Dra. Lúcia Kioko Hasimoto e Souza
2. Prof. Dr. Fábio Silvestre Ataídes
3. Prof. Dra. Orionalda de Fátima Lisboa Fernandes
Data: 30/04/2015
ii
“Pais, palavra curta de profundo significado
almas unidas, corações atados
fonte de inspiração e ensinamentos
mesmo quando longe, juntos em pensamentos
exemplo de vida a ser seguido
ontem,hoje, amanhã e até o infinito
meu amor por vocês jamais poderá ser medida”
Ana Flávia Mendonça
iii
Rir é correr risco de parecer tolo. Chorar é correr o risco de parecer sentimental. Estender a mão é correr o risco de se envolver. Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu. Defender seus sonhos e ideias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas. Amar é correr o risco de não ser correspondido. Viver é correr o risco de morrer. Confiar é correr o risco de se decepcionar. Tentar é correr o risco de fracassar. Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada. Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada. Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem. Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade. Somente a pessoa que corre riscos é livre!
Sêneca
iv
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Jadir e Cida e ao meu irmão, Marco Aurélio pelo amor, carinho e apoio
em todos os momentos da minha vida.
Ao meu marido, Patrick por ter escolhido o Brasil como sua segunda casa para que eu
pudesse terminar os estudos. Obrigada pela paciência, apoio, carinho e dedicação.
À minha orientadora Profa Dra Lúcia Kioko Hasimoto e Souza pela dedicação, carinho,
paciência e pelos grandes ensinamentos. A realização deste projeto não teria sido possível sem a
sua enorme contribuição. Inúmeras palavras não seriam suficientes para expressar minha
gratidão.
As professoras Dra Maria do Rosário Rodrigues Silva, Dra Orionalda de Fátima Lisboa
Fernandes e Dra Carolina Rodrigues Costa pelas importantes sugestões e contribuições neste
trabalho, além da agradável convivência.
Ao Fernando Yano Abrão e Mariana Oliveira pela amizade e fundamental ajuda na
realização dos experimentos, compartilhamento das técnicas e pela paciência em ensinar.
À Thaísa Cristina Silva pela amizade, carinho, apoio durante o trabalho e pelas
importantes dicas nesta etapa final.
À Carolina Martins Treméa pela amizade e fundamental apoio durante toda a realização
do trabalho.
Aos amigos do Laboratório de Micologia do IPTSP: Andressa, Cícero Júnior, Fernanda, Hildene, Maysa, Viviani e Rodolfo pelas contribuições durante estes anos de pesquisa.
Aos amigos do Laboratório de Virologia do IPTSP: Marize, Kareem e Nahla, obrigada pelo carinho e incentivo.
Ao prof. Dr. Fábio Silvestre Ataídes que gentilmente aceitou participar da banca de defesa.
À Maria José da Cunha, coordenadora do Laboratório de Biologia Molecular do LACEN-GO, pela amizade e por tornar possível minha dispensa para dedicação exclusiva ao mestrado nesta etapa final. A você minha eterna gratidão.
Aos amigos do LACEN-GO pelo apoio e incentivo: Angélica, Aryanne, Beth, Camila, Cida, Daniela, Fernanda, Hilda, Larissa, Lilia, Luiz Augusto, Sarah e Vanessa.
v
À equipe do RH do LACEN e da secretaria de pós-graduação do IPTSP por todo o suporte durante este período de mestrado.
Aos amigos da escola de filosofia Nova Acrópole por entenderem minha ausência durante a pós-graduação e pelos grandes ensinamentos que foram sempre uma fonte de inspiração para os momentos difíceis.
À Lidia Akemi Ivamoto, minha irmã japonesa, obrigada por tudo. Não tenho nem palavras para descrever nossa amizade.
As amigas do HDT, que estiveram comigo lá nos primórdios, quando eu ainda estava estudando para a prova de mestrado: Candyce, Danielle, Delsuite e Rhalcia.
Ao meu afilhadinho Herbertt Henrique. Espero que ele me perdoe por este tempo em que não dei toda a atenção que merecia.
E a todos os meus demais amigos e familiares que não foram citados por nomes, mas que não deixam de ter seu destaque no lugar mais importante que é dentro do meu coração.
À Deus por me conduzir na fé em todos os momentos da minha vida.
vi
SUMÁRIO
SUMÁRIO ............................................................................................................................................... vi
LISTA DE FIGURAS, QUADROS. ................................................................................................................ ix
SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIAÇÕES. ...................................................................................................... xii
RESUMO ................................................................................................................................................ xiv
ABSTRACT ............................................................................................................................................. xv
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 1
2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................................................. 1
2.1. Fungos do complexo Cryptococcus neoformans ................................................................... 1
2.1.1. Morfologia, Ciclo reprodutivo e Habitat ............................................................................ 7
2.1.2. Fatores de Virulência ....................................................................................................... 4
2.2. Criptococose ........................................................................................................................... 7
2.2.1. Epidemiologia das espécies do complexo C. neoformans .................................................. 7
2.2.2. Patogenia do fungo ........................................................................................................... 9
2.2.3. Manifestações clínicas .................................................................................................... 11
2.2.4. Diagnóstico laboratorial .................................................................................................. 14
2.2.5. Tratamento da criptococose ........................................................................................... 14
2.2.6. Resistência medicamentosa...............................................................................................16
2.3. Plantas Medicinais e Óleos Essenciais ................................................................................. 17
2.3.1. Cinnamomum zeylanicum (Canela folha) ........................................................................ 20
2.3.2. Illicium verum (Anis estrelado) ....................................................................................... 21
2.3.3. Juniperus virginiana (Cedro Virginia) ............................................................................ 22
2.3.4. Rosa centifolia (Rosa Marrocos) ..................................................................................... 23
2.3.5. Syzygium aromaticum (Cravo Talo/Cravo-da-Índia) ........................................................ 24
2.4. Ensaios in vitro para a detecção da atividade antifúngica de compostos ............................ 25
2.4.1. Testes de suscetibilidade ................................................................................................. 25
2.4.2. Interação entre agentes antifúngicos ................................................................................ 26
2.4.3. Curva do tempo de morte ................................................................................................ 27
2.5. Determinação do mecanismo de ação dos OEs sobre células fúngicas ............................... 27
2.5.1. Quantificação do ergosterol da membrana fúngica .......................................................... 27
vii
2.5.2. Avaliação de lesão da membrana fúngica por citometria de fluxo .................................... 28
2.6. Avaliação in vitro da citotoxicidade de agentes antimicrobianos ........................................ 30
3. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................... 31
4. OBJETIVOS ..................................................................................................................................... 32
4.1. Objetivo Geral ....................................................................................................................... 32
4.2. Objetivos Específicos ............................................................................................................. 32
5. METODOLOGIA .............................................................................................................................. 33
5.1. Microrganismos ................................................................................................................... 33
5.2. Antifúngicos ......................................................................................................................... 33
5.3. Óleos essenciais e eugenol .................................................................................................... 33
5.4. Avaliação da suscetibilidade in vitro pelo método de microdiluição em caldo ................... 34
5.4.1. Diluição dos OEs, eugenol e antifúngicos ....................................................................... 34
5.4.2. Preparo do inóculo.......................................................................................................... 34
5.4.3. Procedimento do teste ..................................................................................................... 35
5.5. Determinação da concentração fungicida mínima (CFM) .................................................. 36
5.6. Avaliação da interação entre os OEs e eugenol com os fármacos anfotericina B e fluconazol pela técnica de chequerboard ........................................................................................ 36
5.7. Curva do tempo de morte (Time kill assay) ........................................................................ 38
5.8. Estudo do mecanismo de ação ............................................................................................. 39
5.8.1. Quantificação de esteróis ................................................................................................ 39
5.8.2. Avaliação da lesão de membrana fúngica sob ação dos OEs e eugenol ............................ 41
5.9. Avaliação da citotoxicidade dos OEs ................................................................................... 41
6. RESULTADOS ................................................................................................................................. 43
6.1. Testes de suscetibilidade in vitro ......................................................................................... 43
6.2. Avaliação da associação de C. zeylanicum, S. aromaticum e eugenol com anfotericina B e fluconazol sobre isolados do complexo C. neoformans. .................................................................. 46
6.3. Curva do tempo de morte (Time kill assay) ........................................................................ 48
6.4. Avaliação da quantificação do ergosterol ............................................................................ 49
6.5. Avaliação da lesão de membrana......................................................................................... 51
6.6. Citotoxicidade ...................................................................................................................... 53
7. DISCUSSÃO .................................................................................................................................... 55
8. CONCLUSÕES ................................................................................................................................. 63
viii
9. REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 64
10. ANEXOS ..................................................................................................................................... 90
Anexo 1: Laudo técnico de Syzygium aromaticum (Eugenia caryophyllus) .................................. 90
Anexo 2: Laudo Técnico de Illicium verum .................................................................................... 91
Anexo 3: Laudo Técnico de Juniperus virginiana .......................................................................... 92
Anexo 4: Laudo Técnico de Cinnamomum zeylanicum ................................................................. 93
Anexo 5: Laudo Técnico de Rosa centifolia .................................................................................... 94
Anexo 6: Comprovação emitida pela FERQUIMA do composto majoritário presente no OE de C. zeylanicum (Canela folha). .............................................................................................................. 95
Anexo 7: Certificado de análise do eugenol emitido pela SIGMA-ALDRICH. ............................. 96
Anexo 8: Artigo científico a ser submetido ..................................................................................... 97
LISTA DE FIGURAS, QUADROS
ix
LISTA DE FIGURAS, QUADROS.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Sorotipos e genótipos das espécies do complexo C. neoformans ............................................... 2
Figura 2: Número de internações por micoses sistêmicas durante os anos de 2000 a 2007, onde PCM=
Paracoccidioidomicose, Histo= Histoplasmose, Cripto= Criptococose e Cocci= Coccidioidomicose (MS-
Vigilância da criptococose- Brasília-DF Abril de 2012) ........................................................................... 8
Figura 3: Número de internações por micoses sistêmicas durante os anos de 2000 a 2007, onde PCM=
Paracoccidioidomicose, Histo= Histoplasmose, Cripto= Criptococose e Cocci= Coccidioidomicose (MS-
Vigilância da criptococose- Brasília-DF Abril de 2012) ........................................................................... 9
Figura 4: Via de penetração e ciclo de infecção de C. neoformans......................................................... 10
Figura 5: Exame direto utilizando o corante tinta da China evidenciando a cápsula fúngica ................... 13
Figura 6: Representação das flores, folhas e cascas de C. zeylanicum. ................................................... 20
Figura 7: Flores, folhas e frutos de I. verum. ......................................................................................... 21
Figura 8: J. virginiana. ......................................................................................................................... 22
Figura 9: Flores de R. centifólia ............................................................................................................ 23
Figura 10: Árvore, folhas e frutos de S. aromaticum ............................................................................. 24
Figura 11: Principais elementos que fazem parte da composição do citômetro de fluxo-BD Biosciences 29
Figura 12: Representação esquemática do teste de suscetibilidade in vitro pelo método de microdiluição
em caldo ................................................................................................................................................ 35
Figura 13: Esquema para a determinação da CFM, onde 10 µL do orifício correspondente a CIM, 2 x
CIM e 4 x CIM da placa de microtitulação de cada fármaco, OEs e composto foram semeados em placa
de ágar Sabouraud. ................................................................................................................................ 36
Figura 14: Representação esquemática da técnica de chequerboard na avaliação da associação entre os
OEs/composto com os fármacos anfotericina B e fluconazol. Na placa (A) foi realizada a diluição do OE,
na (B) a diluição do fármaco e na (C) a mistura de OE + fármaco + inóculo. .......................................... 37
Figura 15: Determinação da CFM do OE de C. zeylanicum sobre C. neoformans ATCC 28957 em ágar
Sabouraud dextrose. .............................................................................................................................. 45
Figura 16: Gráfico representativo do tempo de curva de morte de C. gattii ATCC 24065 sobre ação dos
OEs de C. zeylanicum e S. aromaticum, eugenol e anfotericina B........................................................... 48
LISTA DE FIGURAS, QUADROS
x
Figura 17: Perfil dos esteróis de C. gattii ATCC 24065 analisados por espectrometria UV (230-300 nm)
após tratamento com OE de C. zeylanicum (A) e S. aromaticum (B) em concentrações iguais a CIM (256
µg/mL) e ½ CIM (128 µg/mL). .............................................................................................................. 50
Figura 18: Perfil dos esteróis de C. gattii ATCC 24065 analisados por espectrometria UV (230-300 nm)
após tratamento com eugenol (C) em concentrações iguais a CIM (256 µg/mL) e ½ CIM (128 µg/mL) e
fluconazol (D) em CIMs de 4, 8, 16 e 32 µg/mL. ................................................................................... 50
Figura 19: Porcentagem de células de C. gattii ATCC 24065 coradas pelo PI, analisadas por citometria
de fluxo, após o tratamento com concentrações seriadas do OE de C. zeylanicum (A) e S. aromaticum (B)
e eugenol (C). ........................................................................................................................................ 51
Figura 20: Comparação entre as porcentagens obtidas de células de C. gattii ATCC 24065 coradas pelo
PI após o tratamento com concentrações seriadas do OE de C. zeylanicum e S. aromaticum e eugenol
além do controle positivo (Cp) com álcool 70% e controle negativo (Cn = 0,5%) não tratado. ................ 52
Figura 21: Histogramas de C. gatti ATCC 24065 tratados com OE de C. zeylanicum (A), S. aromaticum
(B) e eugenol (C) na concentração de 1024µg/mL (CFM) demonstrando porcentagem de morte celular
através da fluorescência produzida pela marcação com PI, captadas pelo detector FL3 do citômetro de
fluxo. A figura (D) representa o controle de autofluorescência celular, (E) controle de viabilidade
marcado com PI e (F) o controle de lesão de membrana (álcool 70%). ................................................... 52
Figura 22: Citotoxicidade em diferentes concentrações de S. aromaticum, C. zeylanicum, eugenol e
anfotericina B em hemácias, CN = controle negativo e CP = controle positivo. ...................................... 53
LISTA DE QUADROS
Tabela 1: Plantas e/ou extratos com atividade antifúngica avaliadas no Laboratório de Micologia do
IPTSP-UFG. .......................................................................................................................................... 19
Tabela 2: Valores de CIM obtidos pelo teste de microdiluição em caldo de 17 isolados do complexo C.
neoformans na presença do OE de C. zeylanicum, S. aromaticum, R. centifolia e eugenol. ..................... 43
Tabela 3: Valores de CFM de 17 isolados do complexo C. neoformans na presença do OE de C.
zeylanicum, S. aromaticum, R. centifolia e eugenol. ............................................................................... 44
Tabela 4: Análise comparativa em porcentagem dos valores de CFM com a CIM apresentada pelos 17
isolados do complexo C. neoformans ..................................................................................................... 45
Tabela 5: Efeito da associação da anfotericina B e os OEs de C. zeylanicum, S. aromaticum e eugenol em
17 isolados da espécie do complexo C. neoformans ............................................................................... 46
LISTA DE FIGURAS, QUADROS
xi
Tabela 6: Efeito da associação fluconazol e os OEs de C. zeylanicum, S. aromaticum e eugenol em 17
isolados da espécie do complexo C. neoformans .................................................................................... 47
Tabela 7: Classificação dos resultados (%) obtidos na associação entre os OEs e o eugenol com os
antifúngicos anfotericina B (AnfoB) e fluconazol sobre 17 isolados do complexo C. neoformans. ......... 47
Tabela 8: Percentual de ergosterol extraído e inibido de C. gattii ATCC 24065 quando tratados com os
OEs de C. zeylanicum, S. aromaticum e eugenol, nas CIMs e ½ CIMs. .................................................. 49
Tabela 9: Porcentagem de lise das hemácias promovidas pelos OEs e eugenol em diferentes
concentrações. ....................................................................................................................................... 54
ABREVIATURAS
xii
SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIAÇÕES.
Abs Absorvância
Anf B Anfotericina B
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ATCC American Type Culture Collection
CFM Concentração fungicida mínima
CDC Centers for Disease Control and Prevention
CF Canela folha
CIM Concentração inibitória mínima
CIF Concentração inibitória fracionária
CLSI Clinical Laboratory Standards Institute
CsA Ciclosporina A
CT Cravo talo
DMSO Dimetilsulfóxido
EDTA Ácido etilenodiamino tetra-acético
ELISA Enzyme-linked immunosorbent assay
GalXM Galactoxilomanana
GMS Gomori Grocott
GXM Glucuronoxilomanana
HDT Hospital de Doenças Tropicais
HE Hematoxilina eosina
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana
ICIF Índice de concentração inibitória fracionária
Lac Lacase
ABREVIATURAS
xiii
LCR Líquido cefalorraquidiano
MM Mucicarmim de Meyer
MOPS Ácido 3-(N-morfolino)-propanosulfônico
Mpr Metaloprotease
MS Ministério da Saúde
OE Óleo essencial
PBS Phosphate-Buffered Saline
pH Potencial Hidrogeniônico
ROS Espécies oxigênio reativas
RPM Rotações por minuto
RPMI Rosewell Park Memorial Institute
SNC Sistema nervoso central
TARV Terapia antirretroviral
WHO World Health Organization
RESUMO
xiv
RESUMO
Criptococose é uma infecção fúngica oportunística, causada por leveduras do complexo
Cryptococcus neoformans, frequentemente relacionada com altas taxas de morbidade e
mortalidade. Pacientes portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV), transplantados
ou em uso de terapias imunossupressoras são os principais acometidos. Fluconazol e anfotericina
B, principais antifúngicos aplicados no tratamento da doença, são tóxicos para o paciente e, a sua
utilização por tempo prolongado, tem selecionado isolados resistentes fazendo-se necessária a
busca de novos compostos que apresentem boa atividade antifúngica e baixos níveis de
toxicidade. Desta forma, os óleos essenciais (OEs) de plantas são promissores a este fim por
apresentarem propriedade antimicrobiana já relatada. Este estudo teve como objetivo avaliar a
atividade biológica dos OEs de Cinnamomum zeylanicum, Syzygium aromaticum, Juniperus
virginiana, Rosa centifolia, Illicium verum e do eugenol sobre fungos do complexo C.
neoformans. Foram realizados testes para avaliar a atividade antifúngica, a interação com os
fármacos anfotericina B e fluconazol, a curva de morte, o mecanismo de ação e a citotoxicidade.
Os OEs de C. zeylanicum e S. aromaticum e seu composto majoritário, o eugenol, foram os que
apresentaram menores concentrações inibitórias mínimas (CIMs) variando de 128 a 512 µg/mL e
concentrações fungicidas mínimas (CFMs) de 256 a 1024 µg/mL. O OE de S. aromaticum
apresentou um aumento em sua atividade antifúngica quando associado à anfotericina B em
todos os isolados avaliados, enquanto o OE de C. zeylanicum e o eugenol não apresentaram
alterações de sua atividade quando associado aos fármacos. O estudo do mecanismo de ação
revelou que C. zeylanicum, S. aromaticum e o eugenol, na CIM, inibiram a síntese do ergosterol
e na CFM promoveram lesão de membrana. Os ensaios de atividade hemolítica demonstraram
baixa toxicidade destes compostos. Estes resultados demonstram ação dos OEs de C. zeylanicum
e S. aromaticum e do eugenol, sobre isolados do complexo C. neoformans. Desta forma, esses
OEs se tornam promissores na busca de novos medicamentos, a ser utilizados no tratamento da
criptococose.
ABSTRACT
xv
ABSTRACT
Cryptococcosis is an opportunistic fungal disease, caused by the yeasts from
the Cryptococcus neoformans complex, frequently associated with high rates of morbidity and
mortality. Patients infected with the human immunodeficiency virus (HIV), transplanted or in
use of immunosuppressive therapies are the main affected. Fluconazole and amphotericin B, the
main antifungals applied in the treatment of the disease, are toxic to the patient and, their use for
prolonged time, has selected resistant strains making necessary to search for new compounds that
shows good antifungal activity and low levels of toxicity. Thus, the essentials oils (EOs) from
plants are promising for this purpose because their antimicrobial property has been already
reported. This study aimed to evaluate the biological activity of EOs
from Cinnamomum zeylanicum, Syzygium aromaticum, Juniperus virginiana, Rosa centifolia,
Illicium verum and eugenol on fungal isolates from C. neoformans complex. Tests were carried
out to evaluate the fungal activity, interaction with amphotericin B and fluconazole, time kill
assay, mechanism of action and cytotoxicity. The EOs of C. zeylanicum and S. aromaticum and
its majority compound, eugenol, presented the best antifungal activity with minimum inhibitory
concentrations (MICs) ranging from 128-512 µg/mL and minimum fungicidal concentrations
(MFCs) from 256-1024 µg/mL. The EO of S. aromaticum has an increase in its antifungal
activity when combined with amphotericin B in all the isolates evaluated while the EO
of C. zeylanicum and eugenol showed no changes of its activity when associated with drugs. The
study of the mechanism of action revealed that C.zeylanicum, S. aromaticum and eugenol, in
MIC, inhibited the synthesis of ergosterol and in MFC promoted membrane damage. The
hemolytic activity assays showed low toxicity of these compounds. These results demonstrate
action of the EOs from C. zeylanicum and S. aromaticum and eugenol against isolates of C.
neoformans complex. Thus, these EOs become promising in the search for new drugs to be used
in the treatment of cryptococcosis.
INTRODUÇÃO
1
1. INTRODUÇÃO
Durante muitos anos os fungos foram associados a infecções superficiais com tratamentos
bem sucedidos, sendo rara a ocorrência de doença sistêmica com evolução para óbito (LIN,
2009). Atualmente, verifica-se um aumento no número de casos de infecções fúngicas graves,
que podem estar relacionados com o emprego de procedimentos hospitalares invasivos como a
utilização de sondas, cateter, hemodiálise, e especialmente devido ao aumento da população
imunodeprimida (BOO et al., 2005; DI SANTO, 2010). Neste grupo estão os pacientes
portadores de doenças como o HIV, neoplasia, diabetes mellitus, Hodgkin, sarcoidose, lúpus
eritematoso sistêmico e pacientes submetidos a transplantes e/ou em uso de fármacos
imunossupressores (CHAYAKULKEEREE; PERFECT, 2006; DADACHOVA;
CASADEVALL, 2011).
Este cenário favoreceu o aumento do número de pacientes com infecções provocadas por
fungos do complexo C. neoformans e consequentemente o aumento da utilização de antifúngicos
no tratamento da doença, principalmente anfotericina B e fluconazol que são responsáveis por
efeitos colaterais, citotoxicidade e seleção de cepas resistentes (AMICHAI; GRUNWALD, 1998;
SRINIVASAN; LOPEZ-RIBOT; RAMASUBRAMANIAN, 2014). Os óleos essenciais obtidos
de plantas aromáticas, constituídos por substâncias como, por exemplo, terpenos, monoterpenos
e fenilpropanos tem se destacado na pesquisa por novos compostos ativos com atividade
antimicrobiana (BAKKALI et al., 2008).
Este estudo foi fundamentado na necessidade de desenvolver novos fármacos com
atividade antifúngica sobre o agente causador da criptococose visando principalmente diminuir
os efeitos tóxicos nos pacientes e minimizar a seleção de agentes resistentes. Desta maneira,
optamos por avaliar a atividade biológica dos óleos essenciais obtidos das plantas aromáticas
Cinnamomum zeylanicum, Syzygium aromaticum, Juniperus virginiana, Rosa centifolia, Illicium
verum e do eugenol sobre fungos do complexo C. neoformans.
REVISÃO DA LITERATURA
1
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Fungos do complexo Cryptococcus neoformans
C. neoformans foi primeiramente isolado em 1894 pelo biólogo italiano Francesco
Sanfelice em suco de fruta. No mesmo ano os médicos Otto Busse e Abraham Buschke isolaram
esta levedura em lesão tibiana de paciente. O nome Cryptococcus originou-se das palavras
gregas kryptos (escondido) e kokkos (fruto), sendo que a nomenclatura sofreu várias
modificações ao longo dos anos (BARNETT, 2010).
De acordo com a taxonomia atual o complexo Cryptococcus neoformans consiste de duas
espécies: C. neoformans (VUILLEMIN, 1901) e C. gattii (KWON-CHUNG et al., 2002).
Reações de aglutinação dos antígenos da cápsula polissacarídica deste fungo permitiram a
classificação em cinco sorotipos (A a D e AD), sendo C. neoformans var. grubii (sorotipo A)
(FRANZOT; SALKIN; CASADEVALL, 1999), C. neoformans var. neoformans (sorotipo D)
(KWON-CHUNG; BENNETT; RHODES, 1982), os híbridos AD (IKEDA et al., 1982) e C.
gattii (sorotipo B e C) (KWON-CHUNG et al., 2002). As duas espécies foram divididas em
genótipos através de sequenciamento multilócus de fragmentos gênicos múltiplos denominados
C. neoformans VNI, VNB, VNII, VNIII e VNIV e C. gattii VGI, VGII, VGIII e VGIV (MEYER
et al., 2009), (Figura 1).
REVISÃO DA LITERATURA
2
Figura 1: Sorotipos e genótipos das espécies do complexo C. neoformans (CHATURVEDI V; CHATURVEDI S, 2011 adaptado)
2.1.1 Morfologia, Ciclo reprodutivo e Habitat
Fungos do complexo C. neoformans apresentam-se, na análise microscópica, como
leveduras arredondadas com ou sem brotamento, envolvidas por uma cápsula mucopolissacáride,
com diâmetro variando entre 4µm a 10µm (CASADEVALL; PERFECT, 1998). Estas leveduras
apresentam-se como colônias de cor branca a creme, brilhante, de textura mucóide, margem lisa
quando cultivadas à temperatura de 25 a 37°C, após 36 a 72 horas de incubação (MITCHELL;
PERFECT, 1995; PEDROSO; CANDIDO, 2006).
REVISÃO DA LITERATURA
3
A multiplicação fúngica pode ocorrer através de ciclo sexuado ou assexuado. A
reprodução assexuada das espécies de C. neoformans é a mais frequente no meio ambiente e no
hospedeiro. Esta divisão mitótica (brotamento) dá origem a duas células independentes
promovendo um rápido aumento no número de leveduras (LIN; HEITMAN, 2006; LIN, 2009).
As espécies sexuadas, caracterizadas pela presença de filamentos, correspondem a
Filobasidiella neoformans e Filobasidiella bacillispora, nas quais evidenciam tipos sexuais ou
mating types a e α (KWON-CHUNG, 1975; KWON-CHUNG, 1976a). O desenvolvimento
sexuado destes fungos ocorre através de processos denominados de mating, frutificação
monocariótica (LIN; HEITMAN, 2006).
O processo de mating ocorre através da fusão de duas células haploides de tipos sexuais
diferentes, mating type a (MATa) e mating type α (MATα), que se mantidas a 25°C, dão origem
a um único filamento com núcleos distintos. Em resposta a sinais de ferormônios, este filamento
dicariótico dá origem a uma estrutura denominada basídio. Fusão nuclear, meiose e mitose
ocorrem no basídio, produzindo esporos haploides a e α (basidiósporos), que são responsáveis
pela formação de longas cadeias no topo dos mesmos (HULL; HEITMAN, 2002; KWON-
CHUNG, 1976a; KWON-CHUNG, 1976b).
A frutificação monocariótica ocorre quando células de um mesmo mating type se
desenvolvem em condições nutricionais escassas e em ambientes secos. A célula haploide,
normalmente a MATα, dá origem a filamentos monocarióticos com células de conexão separadas
e basídio com esporos haploides em seu topo (HULL; HEITMAN, 2002; WICKES et al., 1996).
C. neoformans é um fungo de distribuição mundial sendo isolado de fontes ambientais
como, ar, solo, madeira e principalmente excretas de aves, as quais se destacam os pombos
(KOZUBOWSKI; HEITMAN, 2012). O nicho ecológico de C. gattii tem sido relacionado à
madeira em decomposição, frutos, vegetais e ocos de árvores (BARNETT, 2010; LIN;
HEITMAN, 2006). C. gattii foi isolado no meio ambiente pela primeira vez em amostras de
árvores Eucalyptus camaldulensis (ELLIS; PFEIFFER, 1990) e, até o momento, mais de 50
espécies de plantas foram descritas como reservatórios deste fungo que também pode ser
encontrado no ar, solo e água (KIDD et al., 2007; SPRINGER; CHATURVEDI, 2010).
Dificilmente C. gattii é encontrado em excretas de pombos, pois já se comprovou sua
incapacidade de completar o seu ciclo de vida sexuado (reprodução mating type) neste tipo de
matéria orgânica, não sendo este o ambiente de escolha para o seu desenvolvimento. Esta
REVISÃO DA LITERATURA
4
incapacidade reprodutiva ocorreria devido à falta de nutrientes necessários, principalmente
fontes de carbono. Isto explicaria o porquê de C. neoformans ser cosmopolita (pois pode ser
transportado através dos pombos) e de C. gattii ter predileção por regiões tropicais e subtropicais
(NIELSEN; OBALDIA; HEITMAN, 2007).
2.1.2 Fatores de Virulência
A viabilidade de C. neoformans no meio ambiente e dentro do hospedeiro é favorecida
por condições intrínsecas ao fungo, denominadas fatores de virulência. Entre os principais,
observa-se a capacidade de crescimento a 37°C, a formação da cápsula mucopolissacáride,
melanina e a capacidade de produzir enzimas como urease, fosfolipase e proteinase. Após a
inalação das partículas infectantes, estes fatores contribuem para a proliferação fúngica e defesa
sobre a resposta imunológica do hospedeiro (COELHO; BOCCA; CASADEVALL, 2014;
STEENBERGEN; CASADEVALL, 2003).
Estima-se que mais de um milhão de espécies pertencem ao reino Fungi (LIN, 2009),
porém, poucas são capazes de sobreviver à temperatura do hospedeiro (37°C) (PERFECT, 2005).
Pesquisas moleculares demonstram que a presença de determinados genes são decisivos para o
desenvolvimento da termotolerância. O primeiro estudo molecular demonstrou que fungos com
ausência do gene CNA1 não conseguiam crescer em altas temperaturas. O CNA1 codifica a
subunidade catalítica A da calcineurina, enzima ativada por cálcio e calmodulina, e participa da
adaptação fúngica a diferentes tipos de estresses, incluindo a adaptação ao aumento da
temperatura (ODOM et al., 1997). Chen et al. (2013) demonstraram que C. gattii necessita da
calcineurina para crescimento na temperatura do hospedeiro. Outros genes, como por exemplo,
VPH1, CCN1, RAS1, CNB1 e MPK1 também estão associados com a termotolerância de fungos
do complexo C. neoformans (PERFECT, 2005).
A cápsula dos fungos do complexo C. neoformans é composta principalmente de dois
polissacárides: glucuronoxilomanana (GXM) e galactoxilomanana (GalXM) e em menor
proporção por manoproteínas (TURNER; CHERNIAK; REISS, 1984; O’MEARA;
ALSPAUGH, 2012). A GXM, constitui 90 a 95% da massa capsular, a GalXM
aproximadamente 5% e as manoproteínas menos de 1% (ZARAGOZA et al., 2009). A cápsula,
além de desempenhar papel estrutural, possui propriedade imunomodulatória (MONARI;
REVISÃO DA LITERATURA
5
BISTONI; VECCHIARELLI, 2006), uma vez que a GXM interage com os neutrófilos
promovendo a produção de citocinas pró-inflamatórias (IL-6, IL8) e fator de necrose tumoral α
(RETINI et al., 1996), servindo também como iniciador da ativação da via alternativa do
complemento (KOZEL; WILSON; MURPHY, 1991). A GXM favorece a sobrevivência fúngica
dentro do hospedeiro, através da capacidade de evasão ao ataque do sistema imune, por exemplo,
inibindo a migração dos neutrófilos para focos infecciosos ou inflamatórios (MONARI;
BISTONI; VECCHIARELLI, 2006).
A virulência capsular também está relacionada com a capacidade de interferir na
fagocitose in vitro pela inibição de ligantes na parede celular fúngica (SHOHAM; LEVITZ,
2005). Após o englobamento do fungo pelos fagócitos, ocorre a expansão da cápsula de C.
neoformans, promovendo a diluição do conteúdo lisossomal e o aumento do tamanho dos
fagossomas favorecendo a separação física da superfície fúngica com a membrana fagossomal
que libera substâncias microbicidas (TUCKER; CASADEVALL, 2002). C. neoformans é capaz
de reproduzir-se no interior do macrófago e liberar polissacárides capsulares dentro de vesículas
que serão acumuladas no citoplasma celular até promover a lise do macrófago e a liberação das
mesmas (FELDMESSER et al., 2000; TUCKER; CASADEVALL, 2002) .
A melanina, presente em vários microrganismos incluindo C. neoformans, é um pigmento
de alto peso molecular formada através da polimerização oxidativa de compostos fenólicos,
sendo a reação catalisada pela enzima lacase (JACOBSON, 2000). A sobrevivencia fúngica no
meio ambiente é favorecida pela presença da melanina devido a sua capacidade de resistência a
luz ultravioleta e a temperaturas extremas (CASADEVALL; ROSAS; NOSANCHUK, 2000). A
sua contribuição para a virulência fúngica está relacionada com o aumento da resistência aos
mecanismos de defesa do hospedeiro (NOSANCHUK; CASADEVALL, 2003). Experimentos
in vitro com C. neoformans demonstraram, ao avaliar os fármacos anfotericina B, caspofungina,
fluconazol, itraconazol e 5-fluorocitosina, que as células melanizadas foram menos suscetíveis a
anfotericina B e caspofungina devido à ligação do fármaco com a melanina evitando com que
este alcançasse seu sítio ativo (DUIN; CASADEVALL; NOSANCHUK, 2002; IKEDA et al.,
2003). Em 2012, esta resistência das células melanizadas de C. neoformans à anfotericina B
também foi relatada por Fernandes et al.
Os fungos do complexo C. neoformans secretam enzimas como a urease, fosfolipase e
proteinase que são frequentemente associadas com sua capacidade de virulência (GHANNOUM,
REVISÃO DA LITERATURA
6
2000; STEENBERGEN; CASADEVALL, 2003). A urease é capaz de degradar a uréia em
amônia e carbamato, fornecendo fontes de nitrogênio, além de contribuir para a invasão cerebral
por favorecer a passagem fúngica por barreiras epiteliais (OLSZEWSKI et al., 2004; SINGH et
al., 2013). C. neoformans não produtores de urease têm sido isolados de espécimes clínicos,
sugerindo que a presença desta enzima não é essencial para o desenvolvimento da doença, se
outros fatores de virulência estiverem envolvidos (VARMA et al., 2006). As fosfolipases são
enzimas que hidrolisam as ligações ésteres de fosfolipídeos, presentes na membrana celular do
hospedeiro, promovendo a desestabilização e consequentemente a lise (GHANNOUM, 2000).
As proteinases são responsáveis pela hidrólise das proteínas do hospedeiro, tais como o
colágeno, fibrinogênio, elastina, imunoglobulinas e componentes do complemento o que
promove danos teciduais e o comprometimento do sistema de defesa (CHEN; BLANK;
CASADEVALL, 1996; STEENBERG; CASADEVALL, 2003).
REVISÃO DA LITERATURA
7
2.2. Criptococose
A criptococose que tem como agente etiológico leveduras encapsuladas classificadas no
complexo Cryptococcus neoformans, tornou-se uma das mais importantes infecções
oportunísticas, representando uma das principais causas de morte em pacientes com baixa
contagem de células CD4, decorrente da imunodepressão provocada pelo HIV
(CHAYAKULKEEREE; PERFECT, 2006; CROWE et al., 1991). Países desenvolvidos
apresentam uma diminuição dos casos desta enfermidade fúngica pela facilidade de acesso ao
atendimento médico e início da terapia antirretrovial (TARV). Ao contrário, em regiões que
apresentam escassa assistência à saúde, a incidência da doença e mortalidade ainda são altas
(MIRZA et al., 2003). No Brasil a criptococose apresenta alta prevalência, principalmente nos
pacientes HIV positivos (PAPPALARDO; MELHEM, 2003), sendo considerada como um
problema de saúde pública (DEL POETA; CASADEVALL, 2012).
2.2.1. Epidemiologia das espécies do complexo C. neoformans
Fungos do complexo C. neoformans são responsáveis por aproximadamente um milhão
de novos casos de meningite fúngica por ano em pacientes HIV positivos, resultando em cerca de
625.000 mortes anuais. A média estimada de novos casos anuais é de 70.000 nas Américas
(Norte e Sul) e Caribe; 720.000 na África subsaariana; 6.500 no norte da África e Oriente Médio;
27.700 na Europa e Ásia Central e 133.600 nas regiões Leste, Sul e Sudeste da Ásia (PARK et
al., 2009).
C. neoformans var. grubii encontra-se distribuído mundialmente sendo a principal causa
de infecções fúngicas em pacientes HIV positivos. C. neoformans var. neoformans é encontrado
com maior frequência em países europeus (MITCHELL; PERFECT, 1995; KWON-CHUNG;
BENNETT, 1984). C. gattii é prevalente em regiões tropicais e subtropicais onde acomete
principalmente indivíduos imunocompetentes. Nos últimos anos, o isolamento de C. gattii foi
descrito na Ásia, África, Austrália, nas Américas (Sul, Central e Norte) e alguns países europeus
como França, Alemanha e Àustria (SORREL, 2001; VIVIANI et al., 2006).
C. gattii recebeu atenção mundial devido a um surto, iniciado em 1999 na Ilha de
Vancouver (Província Colúmbia Britânica-Canadá), provavelmente desencadeado por uma
propagação fúngica, associada a um ambiente climático favorável ao desenvolvimento deste
REVISÃO DA LITERATURA
8
microrganismo (CHATURVEDI V; CHATURVEDI S, 2011; MAK et al., 2010). Até o ano de
2007, 218 casos de criptococose por C. gattii foram identificados na Colúmbia Britânica,
apresentando taxa de mortalidade de 8,7% e incidência anual de 5,8 casos por milhão de
residentes, o que motivou novas condutas de saúde pública, como planejamento de estratégias
para prevenir e controlar a doença nesta região (GALANIS; MACDOUGALL, 2010). C. gattii
continua se propagando pelo noroeste do Pacífico e pela costa ocidental, zona próxima ao
Canadá, emergindo como principal patógeno na região noroeste dos Estados Unidos (BYRNES
et al., 2010; DATTA et al., 2009).
A análise de 467 isolados, clínicos e ambientais, de fungos do complexo C. neoformans
obtidos de diversas regiões brasileiras mostrou o predomínio do sorotipo A nas regiões Norte,
Centro-Oeste, Sul e Sudeste, e predomínio do sorotipo B na região Nordeste (NISHIKAWA et
al., 2003). Em um hospital de referência, para pacientes portadores de HIV da cidade de Goiânia-
GO, Souza et al. (2013) verificaram, entre 2009 e 2010, que 93,5% dos isolados pertenciam ao
sorotipo A (C. neoformans var. grubii).
As Figuras 2 e 3 publicadas pelo Ministério da Saúde (MS) em 2012 mostram alguns
dados importantes no Brasil.
Figura 2: Número de internações por micoses sistêmicas durante os anos de 2000 a 2007, onde PCM= Paracoccidioidomicose, Histo= Histoplasmose, Cripto= Criptococose e Cocci= Coccidioidomicose (MS-Vigilância da criptococose- Brasília-DF Abril de 2012).
De acordo com a Figura 2, no ano de 2000 o agente responsável pelo maior número de
internações hospitalares foi Paracoccidioides seguido por Cryptococcus. De 2001 a 2007,
Cryptoccocus foi o principal responsável pelas internações, sendo que nos dois primeiros anos
houve um significativo aumento de 189 para 669.
REVISÃO DA LITERATURA
9
Figura 3: Número de internações por criptococose de acordo com as regiões brasileiras, durante os anos de 2000 a 2007 (MS-Vigilância da criptococose- Brasília-DF Abril de 2012)
A região Sudeste foi a região com maior número de internações causadas por
Cryptococcus, durante os anos de 2000 a 2007 (Figura 3).
2.2.2. Patogenia do fungo
Como nas demais doenças fúngicas sistêmicas, a via inalatória é a principal porta de
entrada de Cryptococcus, a partir de fonte de contágio ambiental das partículas infectantes, que
são pequenas leveduras desidratadas ou basidiósporos (DEL POETA; CASADEVALL, 2012;
GILES et al. 2009; VELAGAPUDI et al. 2009). A criptococose pode acometer humanos (LIN;
HEITMAN, 2006) e animais como gatos, cães (FAGGI et al., 1993) koalas
(KROCKENBERGER; CANFIELD; MALIK, 2003) e cabras (BARÓ et al., 1998) sendo que a
transmissão de animais para humanos ou inter-humanos não foi descrita (LIN; HEITMAN,
2006) . Após a inalação, o fungo pode permanecer localizado nos pulmões ou disseminar via
hematogênica para outros órgãos como fígado (NARA et al., 2008), trato urinário (SOBEL;
VAZQUEZ, 1999), ossos (NOCERA et al., 2010), olhos (SEATON et al., 1997), articulações
(KOHLI, HADLEY, 2005) além de apresentar um acentuado tropismo para o sistema nervoso
central (SNC) como demonstrado na Figura 4 (CHAYAKULKEEREE; PERFECT, 2006;
PERFECT; CASADEVALL, 2002).
REVISÃO DA LITERATURA
10
Figura 4: Via de penetração e ciclo de infecção de C. neoformans (Adaptado de HULL; HEITMAN, 2002).
A presença de C. neoformans no SNC é favorecida pela concentração de nutrientes
assimiláveis como tiamina, ácido glutâmico, glutamina, dopamina, carboidratos e minerais, pela
falta de atividade do sistema complemento e pela presença de receptores específicos nas células
neurais, favorecendo a sobrevivência e proliferação fúngica (LIN; HEITMAN, 2006). A
passagem destes fungos pela barreira hematocefálica provavelmente ocorre por penetração
transcelular microvascular por células endoteliais (CHANG et al., 2004). Esta passagem poderia
ser feita de maneira independente pelo fungo ou dentro de um macrófago, mecanismo conhecido
como “Cavalo de Tróia”, entrando nos espaços de Virchow-Robin e/ou espaços subaracnóides
presentes nas meninges localizados entre aracnóide e pia-máter, provocando assim a meningite
criptocócica (DEL POETA; CASADEVALL, 2012). Recentemente, foi identificada uma
proteína extracelular (Mpr1) localizada na superfície de C. neoformans, que mostrou-se
necessária para o estabelecimento da doença no SNC, onde favoreceria a migração transcelular
do fungo, promovendo os processos de adesão, invasão, transmigração ou extrusão do endotélio
cerebral (CHEN et al., 2003; VU et al., 2014).
Inalação de partículas
infectantes
Eucalípto Fezes de
pombo
Disseminação para
Sistema nervoso
Trato
respiratório
Alojamento nos
alvéolos
Cultura
positiva
REVISÃO DA LITERATURA
11
2.2.3. Manifestações clínicas
As manifestações clínicas relacionam-se diretamente com a quantidade de partículas
fúngicas inaladas, virulência do fungo e estado imunológico do hospedeiro (MITCHELL;
PERFECT, 1995). Na criptococose pulmonar os pacientes podem apresentar febre, dor de
cabeça, suores noturnos, fatiga, perda do apetite e consequentemente perda de peso, dispneia,
tosse produtiva com ou sem hemoptise e dores no peito (NADROUS et al., 2003). Na lesão
pulmonar primária detecta-se a presença de nódulos isolados ou agrupados e, em alguns casos,
infiltrado pulmonar afetando os alvéolos (SUBRAMANIAN; MATHAI, 2005).
Na meningite criptocócica, sintomas como dor de cabeça, febre, dor na nuca e confusão
mental são relatados com frequência (SUBRAMANIAN; MATAI, 2005). Complicações como
perda visual e auditiva podem ocorrer devido ao aumento da pressão intracraniana (SATISH et.
al., 2006). Pseudocistos mucinosos, dilatação do espaço perivascular, criptococoma, expansão do
plexo coróide e hidrocefalia são características das lesões no interior da cavidade craniana
(HOSPENTHAL; BENNETT, 2000). A evolução da doença pode levar o indivíduo ao coma e
óbito (PARK et al., 2009).
O aparecimento de lesões na pele e tecidos moles causadas por este fungo ocorre
principalmente em pacientes imunodreprimidos, apresentando-se como lesões ulceradas,
abscessos, celulites, granulomas (CHAYAKULKEEREE; PERFECT, 2006) ou nódulos
edematosos associados a quadro febril (BOSWELL et al., 2008).
Apesar de todos estes sintomas e manifestações clínicas presentes em pacientes com
criptococose, faz-se necessário a confirmação da presença de C. neoformans, para o diagnóstico
diferencial de doenças causadas por outros microrganismos e/ou neoplasias, evitando-se assim
tratamentos errôneos, intervenções inadequadas, despesas desnecessárias e o risco do
desenvolvimento de uma doença fatal para o paciente (SANTOS et al., 2004).
REVISÃO DA LITERATURA
12
2.2.4. Diagnóstico laboratorial
O diagnóstico microbiológico de C. neoformans inclui a pesquisa no líquor, urina,
sangue, fragmentos de tecido, aspirado de lesões cutâneas, escarro e outras amostras do trato
respiratório, através de técnicas de cultura, exame histopatológico, exame microscópico direto,
sorologia e técnicas moleculares (ANTINORI, 2013; CHAYAKULKEEREE; PERFECT, 2006).
O cultivo da amostra é realizado em ágar Sabouraud-dextrose que permite o crescimento
de colônias com aspecto mucóide e de coloração creme, após 48 a 72 horas de incubação em
temperaturas que podem variar de 25 a 37°C em aerobiose (CHAYAKULKEEREE; PERFECT,
2006; PEDROSO; CANDIDO, 2006). O meio diferencial contento composto fenólico, ágar L-
diidroxifenilalanina (L-Dopa), também pode ser utilizado. Este meio favorece a ação da enzima
fúngica fenol-oxidase (lacase), com síntese de melanina através de processo oxidativo,
resultando no crescimento de colônias com coloração escura (KWON-CHUNG; TOM; COSTA,
1983; PEDROSO; CANDIDO, 2006). O ágar canavanina-glicina-azul de bromotimol (CGB) é
utilizado para a diferenciação de espécie, sendo que somente C. gattii consegue crescer na
presença da canavanina e utilizar a glicina como fonte de carbono e nitrogênio, promovendo a
mudança de cor do meio de cultura verde/amarelo para azul devido a alcalinização do pH do
mesmo (KLEIN et al., 2009; KWON-CHUNG; POLACHECK; BENNETT, 1982).
A identificação de C. neoformans em biópsias é realizada por técnicas histoquímicas,
onde se pesquisa os elementos fúngicos corando a parede celular, como Gomori Grocott (GMS)
e Fontana-Masson e técnicas como Mucicarmim de Meyer (MM) que diferenciam Cryptococcus
de outros fungos através da coloração da cápsula. A Hematoxilina-eosina (HE), embora não seja
capaz de evidenciar estruturas fúngicas, possibilita a visualização da reação tecidual (GAZZONI;
PEGAS; SEVERO, 2008; KWON-CHUNG; HILL; BENNETT, 1981).
O exame microscópico direto é feito utilizando-se a tinta da China, também conhecida
como tinta nanquim (MITCHELL; PERFECT, 1995) que permite a visualização da cápsula
polissacarídica, inclusões citoplasmáticas e leveduras em brotamento (Figura 5).
REVISÃO DA LITERATURA
13
Figura 5: Exame direto utilizando o corante tinta da China evidenciando a cápsula fúngica (ANVISA 2013). Entre os testes sorológicos, o mais comumente empregado é a aglutinação em látex que
consiste na utilização de partículas sensibilizadas com anticorpos que se ligam aos antígenos
capsulares de C. neoformans, quando presentes no soro (YEO; WONG, 2002). Estes testes
normalmente requerem um tratamento ou diluição prévia da amostra para evitar resultados falso-
positivos causados por componentes presentes na amostra, como por exemplo, o fator
reumatóide, e resultados falso negativos como os causados pelo excesso de anticorpos (efeito
prozona) (HAMILTON et al., 1991). Os ensaios imunoenzimáticos (EIE) são utilizados para a
detecção de antígenos ou anticorpos na amostra, com a vantagem de não necessitarem
tratamentos prévios sobre possíveis interferentes (PEDROSO; CANDIDO, 2006; YEO; WONG,
2002).
Técnicas moleculares como a hibridização e reação em cadeia da polimerase (PCR)
apresentam alta sensibilidade e especificidade na detecção fúngica, constituindo ferramentas
úteis com finalidades epidemiológicas, como por exemplo, na definição e monitoramento de
genótipos de uma determinada região geográfica (SIDRIM et al., 2010).
O correto diagnóstico, auxiliado pelas metodologias descritas, é essencial para a escolha
da terapia, visto que, quanto mais precoce for o início do tratamento diminui-se a probabilidade
de disseminação do fungo, incluindo invasão do SNC, aumentando as chances de cura sem
sequelas para o paciente.
REVISÃO DA LITERATURA
14
2.2.5. Tratamento da criptococose
No tratamento da criptococose, de acordo com o Guidelines da Sociedade Americana de
Doenças Infecciosas (IDSA), os principais antifúngicos utilizados são a anfotericina B,
fluconazol, fluocitosina e itraconazol, sendo que a escolha do antifúngico vai depender do local
da infecção, gravidade da doença e do estado imunológico do paciente (PERFECT et al., 2010;
SAAG et al., 2000).
O tratamento atual da meningite criptocócica é baseado em três fases distintas: terapia de
indução, consolidação e manutenção. A fase de indução tem por objetivo alcançar uma rápida
atividade fungicida, para obter a esterilidade do líquido cefalorraquidiano (LCR), sendo a
anfotericina B isolada ou em associação com a fluocitosina ou fluconazol, o fármaco mais
utilizado por um período de duas semanas. Na fase de consolidação, com duração de oito
semanas, recomenda-se o uso oral de fluconazol que também é utilizado na fase de manutenção,
que pode durar de 12 a 24 meses, cujo principal objetivo é evitar recidivas (WHO 2011). Em
pacientes imunocompetentes o esquema terapêutico desta meningite segue o mesmo padrão dos
pacientes imunodeprimidos, porém alterações na duração do tratamento podem ocorrer
(PERFECT et al., 2010).
A anfotericina B, sintetizada por Streptomyces nodosus, é um fármaco poliênico que tem
sido amplamente utilizado no tratamento de doenças fúngicas sistêmicas (ELLIS, 2002). Este
medicamento apresenta baixa solubilidade na maioria dos solventes e possui diferentes veículos
como encapsulamento de base lipossômica, formação de complexos lipídicos e dispersões
coloidais para sua administração (FILIPPIN; SOUZA, 2006). Seu mecanismo de ação é baseado
na ligação ao ergosterol presente na membrana celular fúngica, formando poros que permitem a
saída de conteúdo citoplasmático, como pequenos íons e metabólitos, principalmente íons
potássio, provocando a morte do fungo (BOLARD; JOLY; YENI, 1993; ODDS; BROWN;
GOW, 2003).
Apesar de sua comprovada eficácia, pacientes em uso de anfotericina B podem ter o
tratamento interrompido, mesmo na presença de infecção fúngica grave, devido à toxicidade
(LANIADO-LABORÍN; CABRALES-VARGAS, 2009). É comum o relato de efeitos colaterais
como: nefrotoxicidade, incluindo a insuficiência renal aguda (DERAY, 2002) e sintomas
REVISÃO DA LITERATURA
15
relacionados com a infusão do fármaco como calafrios, febre, rubor, urticaria e falta de ar
(NUCCI et al., 1999; WALSH et al., 1998). Sintomas cardíacos como arritmia e falência súbita
(GROOT et al., 2008; NIX, 2014), além de efeitos tóxicos na medula óssea, como anemia,
também são relatados (YEO et al., 2006). Algumas dosagens laboratoriais podem revelar
alterações, como por exemplo, diminuição dos níveis séricos de potássio e cálcio, aumento de
creatinina, fosfatase alcalina, transaminase glutâmico-oxalacética (TGO), transaminase
glutâmico-pirúvica (TGP) e bilirrubina no soro (MORA-DUARTE et al., 2002). Em pacientes
recebendo terapia com anfotericina B, deve ser realizada a prevenção, monitoramento e manejo
da toxicidade causada por este fármaco. Recomenda-se hidratação preventiva e suplementação
eletrolítica, monitoração dos níveis séricos de potássio, creatinina e hemoglobina (WORLD
HEALTH ORGANIZATION-WHO 2011).
Fluconazol e intraconazol, antifúngicos triazólicos de amplo espectro, promovem a
inibição da enzima fúngica lanosterol 14α-demetilase (MAERTENS, 2004). Esta é uma enzima
do citocromo P450, que é codificado pelo gene ERG11, envolvida na síntese do ergosterol, o
principal componente da membrana plasmática fúngica (ODDS; BROWN; GOW, 2003). A
diminuição da síntese do ergosterol, causada por estes medicamentos, promove alterações na
fluidez da membrana e consequentemente inibição do crescimento e reprodução do fungo. O
fluconazol, derivado de compostos sintéticos, começou a ser utilizado em 1990 e apresenta uma
boa atividade no combate à candidíase, meningite por Cryptococcus, coccidioidomicose, porém
apresenta poucos resultados sobre fungos filamentosos (MAERTENS, 2004). O itraconazol,
utilizado desde 1992, ao contrário do fluconazol, é eficaz no tratamento da aspergilose e
esporotricose, porém é mais tóxico para o paciente (ESPINEL-INGROFF; SHADOMY;
GEBHART, 1984; VANDEPUTTE; FERRARI; COSTE, 2012).
Os efeitos colaterais atribuídos ao uso destes azólicos englobam problemas
gastrointestinais como náuseas, vômitos, dores abdominais e diarreia (ZERVOS; MEUNIER,
1993), problemas hepáticos como icterícia severa e necrose hepática aguda (GUILLAUME; DE
PREZ; COGAN, 1996) e alterações hematológicas como trombocitopenia e granulocitopenia
(PASIKHOVA; LUDLOW, 2014). Outros sintomas como dor de cabeça, tontura (ZERVOS;
MEUNIER, 1993), pruridos, exantemas (AMICHAI; GRUNWALD, 1998), reações alérgicas
(KESHRI et al., 2014), hipocalcemia e alterações endócrinas são relatados (LIONAKIS;
SAMONIS; KONTOYIANNIS, 2008).
REVISÃO DA LITERATURA
16
Fluocitosina, classificada no grupo das fluoropirimidinas, é um antifúngico utilizado
principalmente em associação com outros fármacos devido à probabilidade do desenvolvimento
de resistência. Quando no interior da célula fúngica, a fluocitosina é convertida em 5-fluorouracil
que, por sua vez, inibe a ação da enzima timidilato sintetase e consequentemente a síntese de
DNA. Este antifúngico mostra-se mais eficaz em leveduras por estas possuírem uma enzima,
citosina permease, que facilita a entrada do fármaco no interior do fungo (ODDS; BROWN;
GOW, 2003).
A utilização dos antifúngicos por tempos prolongados tem crescido nos últimos anos
devido ao aumento do número de infecções fúngicas graves relatadas, principalmente nos
pacientes imunodeprimidos, favorecendo o aparecimento de isolados resistentes (REX et al.,
2001; STOPPA et al., 2009).
2.2.6. Resistência medicamentosa
A resistência medicamentosa é um processo no qual a concentração terapêutica do
fármaco utilizado no tratamento não é mais capaz de inibir o crescimento fúngico. Os
mecanismos de resistência mais comumente relatados estão relacionados com a saída do fármaco
do interior celular (efluxo), alterações fenotípicas nos sítios alvos dos fármacos, recombinações
genômicas fúngicas e a presença de biofilme (SRINIVASAN; LOPEZ-RIBOT;
RAMASUBRAMANIAN, 2014).
A resistência fúngica aos poliênicos, embora menos frequente do que a relatada nos
azólicos, pode estar relacionada com a variação da quantidade de ergosterol e seus precursores
presente na membrana de C. neoformans. Outra possibilidade seria a ocorrência de alterações na
síntese de proteínas e enzimas que teriam a capacidade de degradar o antifúngico (FILIPPIN;
SOUZA, 2006).
O uso constante de azólicos como fluconazol e itraconazol, tem levado ao aparecimento
de cepas resistentes e como consequência, falência terapêutica (SANGLARD, 2002). Dentre os
prováveis fatores responsáveis pela resistência, podemos citar a presença de transportadores que
promovem a saída do mesmo (efluxo) levando a um baixo nível de acúmulo do fármaco no
interior da célula fúngica (SANGLARD; BILLE, 2002); mutações no gene ERG11 que
provocam mudanças na estrutura fúngica levando a diminuição da afinidade de ligação com os
compostos azólicos; alterações de enzimas específicas envolvidas nas vias de biossíntese do
REVISÃO DA LITERATURA
17
ergosterol (SANGLARD, 2002). A formação de matriz extracelular constitui uma barreira física,
impedindo a eficaz entrada do fármaco na célula fúngica (RAMAGE et al., 2012). Terapias
prolongadas provavelmente levariam ao desenvolvimento de isolados fúngicos resistentes, uma
vez que quando comparados os resultados de CIM obtidos de C. neoformans de isolados clínicos
de pacientes HIV positivos e de isolados do meio ambiente, comprovou-se uma diminuição na
suscetibilidade nos pacientes submetidos ao tratamento com fluconazol (ALVES et al., 2001).
A alta prevalência de infecções fúngicas graves (VANDEPUTTE; FERRARI; COSTE,
2012), os efeitos colaterais, a citotoxicidade (AMICHAI; GRUNWALD, 1998) e o aumento do
número de isolados resistentes (SRINIVASAN; LOPEZ-RIBOT; RAMASUBRAMANIAN,
2014), provocados pela utilização dos medicamentos atualmente disponíveis, ressaltam a
necessidade de se buscar agentes antimicrobianos mais eficazes e menos tóxicos para o
desenvolvimento de estratégias terapêuticas alternativas (LIN, 2009). Diante disso, torna-se de
grande importância estudos e investigações multidisciplinares, focados na avaliação da atividade
antifúngica de extratos e óleos essenciais de plantas, que podem servir para a seleção de
compostos naturais com potencial para a elaboração de novos fármacos (VIOLANTE et al.,
2012).
2.3. Plantas Medicinais e Óleos Essenciais
Desde tempos remotos, a utilização de vegetais tem proporcionado grandes contribuições
na prevenção, tratamento e até mesmo na cura de algumas enfermidades (VILA; FREIXA;
CAÑIGUERAL, 2013). O estudo das plantas e de seus metabólitos, principalmente os
secundários, conhecidos por participarem do processo de adaptação do vegetal ao meio
ambiente, tem favorecido a produção de fármacos cujos princípios ativos foram isolados de
produtos naturais ou semissintéticos (BRANDÃO et al., 2010; GURIB-FAKIM, 2006;
PEREIRA; CARDOSO, 2012). No Brasil, estes estudos são beneficiados por se tratar de um país
rico em biodiversidade, fazendo parte desta, cerca de 60 mil espécies vegetais (COSTA-
LOTUFO et al., 2010; ELISABETSKY; COSTA-CAMPOS, 1996).
Os óleos essenciais (OEs), classificados como metabólitos secundários, são compostos
líquidos voláteis, de baixa solubilidade em água, fotossensíveis, odor característico e, na maioria
das vezes, são incolores ou amarelo claro (KALEMBA; KUNICKA, 2003; BAKKALI et al.,
REVISÃO DA LITERATURA
18
2008). A produção de óleos pode ocorrer em diferentes partes da planta como folhas, flores e
caule e o armazenamento ocorre em estruturas como canais, cavidades e células excretoras do
vegetal (BURT, 2004; BAKKALI et al., 2008).
Os OEs podem ser utilizados na fabricação de perfumes, produtos sanitários, na culinária
e, por apresentararem propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e anticancerígenas são
utilizados também na área farmacêutica; apresentam atividade biocida sobre organismos como
bactérias, fungos, vírus, protozoários, insetos e plantas (IBRAHIM et al., 2001; KALEMBA;
KUNICKA, 2003; BAKKALI et al., 2008; RAUT; KARUPPAYIL, 2014).
Os principais constituintes dos OEs são os terpenos cuja composição química é composta
de hidrocarbonetos formados por isoprenos (C5H8), principalmente os monoterpenos (C10H16)
e sesquiterpenos (C15H24); terpenóides, que são terpenos associados ao oxigênio; e em menores
concentrações os compostos aromáticos, caracterizados pela presença de anel benzênico e os
compostos alifáticos onde este anel não é observado (BAKKALI et al., 2008). Esta composição
química varia de acordo com a espécie da planta, parte do vegetal utilizada (folha, caule, etc),
estágio de desenvolvimento, condições climáticas, localização geográfica da planta,
disponibilidade de nutrientes, técnicas de extração e armazenamento da mesma (COWAN 1999;
KALEMBA; KUNICKA, 2003).
Técnicas como destilação por arraste com vapor de água, extração com solventes
voláteis, extração com fluídos supercríticos, extração assistida por micro-ondas e por
“headspace” são utilizadas na extração dos OEs (RUBIOLO et al., 2010). Devido à volatilidade
e polaridade dos componentes analisados, a técnica de escolha para a análise da composição do
OE tem sido a cromatografia gasosa capilar (CG) (RUBIOLO et al., 2010) que consiste na
separação da mistura por interação diferencial dos seus componentes dentro de colunas presentes
no cromatógrafo (MARRIOTT; SHELLIE; CORNWELL 2001). Esta metodologia é composta
por uma fase estacionária e uma fase móvel, sendo esta última também conhecida como gás de
arraste. A espectrometria de massas (MS) pode ser utilizada como complemento da
cromatografia, aumentando a capacidade analítica, por fornecer a confirmação da fórmula
molecular do componente detectado principalmente nos casos onde ocorre uma sobreposição de
picos (MARRIOTT; SHELLIE; CORNWELL 2001).
A atividade antifúngica do OE pode ser avaliada por métodos in vitro como difusão em
ágar: consiste na medição do diâmetro do halo de inibição formado na placa de Petri contendo
REVISÃO DA LITERATURA
19
meio de cultura sólido, microrganismo inoculado mais o OE distribuído em discos de papel ou
dentro de poços feitos no meio (SCORZONI et al., 2007); ensaios de diluição como macro e
microdiluição: os OEs são adicionados em meio de cultura líquido previamente inoculado com o
fungo e após o período de incubação a CIM é determinada por leitura visual ou por turbidimetria
(KALEMBA; KUNICKA, 2003). Alguns fatores podem influenciar nesta avaliação, como por
exemplo, tempo de incubação, volatilidade, condições de extração e armazenamento do óleo
(NASCIMENTO et al., 2007).
O Laboratório de Micologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP)
da Universidade Federal do estado de Goiás (UFG) tem conduzido estudos com componentes
naturais de plantas, com o objetivo de encontrar compostos que possam ser utilizados na
produção de novos fármacos. Alguns dos trabalhos realizados neste laboratório são apresentados
na Tabela 1.
Tabela 1: Plantas e/ou extratos com atividade antifúngica avaliadas no Laboratório de Micologia do IPTSP-UFG.
Planta/Extrato Fungo Resultado Autor/Ano Caryocar brasiliensis C. neoformans Cera epicuticular de
C. brasiliensis: CIM ≤ 250 µg/mL PASSOS et al., 2002
Hyptis ovalifolia, H. suaveolens, H. saxatilis, Hyptidendrum canum, Eugenia uniflora, E. dysenterica, Caryocar brasiliensis Lafoensia pacari
T. rubrum, T. mentagrophytes,
M. canis e M. gypseum
H. ovalifolia: CIM de 15.6 a 1000 µg/mL E. uniflora: CIM de 500 e 1000 µg/mL.
SOUZA et al., 2002
Ocimum gratissimum C. neoformans Fração clorofórmica: CIM de 62,5 a 125 µg/mL Eugenol: CIM de 0.9 a 250 µg/mL
LEMOS et al., 2005
Pimenta pseudocaryohyllus
C. neoformans Isolados de C. neoformans não- melanizados e melanizados com CIM de 64 a 256 µg/mL.
FERNANDES et al., 2012
Hymenaea courbaril C. neoformans, T. rubrum,
T. mentagrophytes, T. tonsurans e M. gypseum
Seiva fresca de H. courbaril: CIM < 256 µg/mL Fisetina: CIM < 128 µg/mL
COSTA et al., 2014
Os OEs de algumas plantas tem se destacado como inibidores do crescimento in vitro de
fungos, de acordo com trabalhos, como o de Daucus carota apresentado por Tavares et al.
REVISÃO DA LITERATURA
20
(2008), que demonstraram atividade antifúngica sobre espécies de dermatófitos e C. neoformans
com CIM de 0,16 a 0,64 µL/mL (aproximadamente 160 e 640 µg/mL) e CIM de 0,32 e 0,64
µL/mL (aproximadamente 320 e 640 µg/mL) respectivamente. Em 2006, Pawar e Taker
comprovaram que os OEs de Cinnamomum zeylanicum, Cinnamomum cassia, Syzygium
aromaticum e Cymbopogon citratus promoveram a formação de zonas de inibição com
diâmetros variando entre 21 a 50 mm sobre o crescimento de hifas e formação de esporos de
Aspergillus niger pela técnica de disco difusão. A avaliação da atividade inibitória do OE de
Amiris balsamifera sobre o crescimento de C. neoformans, realizada por Abrão et al. (2014),
demonstrou que este OE pode ser considerado na investigação de substâncias com finalidades
terapêuticas, uma vez que a CIM foi de 128 e 256 µg/mL.
Este trabalho visa avaliar a atividade dos OEs de Cinnamomum zeylanicum, Illicium
verum, Juniperus virginiana, Rosa Centifolia e Syzygium aromaticum, em isolados do complexo
C. neoformans com perspectivas de resultados promissores de futuros candidatos a compostos
alternativos sobre estes fungos.
2.3.1. Cinnamomum zeylanicum (Canela folha)
Figura 1: Representação das flores, folhas e cascas de C. zeylanicum. (www.toptropicals.com/. www.botanical.com).
Cinnamomum zeylanicum (Figura 6), pertencente à família Lauraceae, é uma planta
natural do Sri Lanka e sul da Índia popularmente conhecida como canela folha
(PARANAGAMA et al., 2001). A casca, folha, flor, fruto e raiz de C. zeylanicum são utilizados
na culinária ou como produtos terapêuticos na medicina ayurvédica além de servirem como
fontes para a extração do OE (RANASINGHE et al., 2013).
A composição química, bem como os efeitos farmacológicos do OE obtido, variam de
acordo com a parte da planta utilizada neste processo (RANASINGHE et al., 2013). Cerca de
REVISÃO DA LITERATURA
21
82,5% da composição do OE proveniente da casca de C. zeylanicum incluem o eugenol, trans-
cinamaldeído e linalol (CHERICONI et al., 2005).
Efeitos benéficos à saúde como propriedade anti-inflamatória (GANAPATY; BEKNAL,
2005), atividade antibacteriana (GUERRA et al., 2012; MAIDMENT; DYSON; HAYSOM,
2006), antifúngica (BHATIA; SHARMA, 2012; CARMO et al., 2008), inibição da propagação
do rota-virus humano (GONÇALVES et al., 2005), atividade antioxidante (JAYAPRAKASHA
et al., 2007) e controle da glicemia em diabéticos (BANDARA; ULUWADUGE; JANSZ, 2012)
têm sido atribuídas à C. zeylanicum por meio de pesquisas in-vitro e in-vivo.
A atividade antifúngica deste OE foi descrita sobre leveduras do gênero Candida,
espécies de Aspergillus, dermatófitos e C. neoformans. Unlu et al. (2010) demonstraram que o
OE de C. zeylanicum foi capaz de inibir o crescimento de leverudas do gênero Candida. Esta
ação antifúngica também foi observada por Jantan et al. (2008) com CIMs variando entre 0,04 a
0,63 µg/µL (aproximadamente 40 a 630 µg/mL) para espécies de Candida, Aspergillus,
dermatófitos e C. neoformans.
2.3.2. Illicium verum (Anis estrelado)
Figura 2: Flores, folhas e frutos de I. verum. (www.taliaessenze.com/www.comercialemar.com.br).
Illicium verum é uma planta aromática, pertencente à família Illiciaceae, com o fruto em
formato de estrela (Figura 7), motivo pelo qual é popularmente conhecida por anis estrelado
(WANG et al., 2011). Proveniente de regiões tropicais e subtropicais asiáticas, I. verum é
tradicionalmente utilizado como especiaria culinária (HUANG et al., 2010) e devido a suas
propriedades terapêuticas, tem sido utilizado na medicina tradicional chinesa (ITOIGAWA et al.,
REVISÃO DA LITERATURA
22
2004). A atividade antioxidante (BENMALEK et al., 2013), inseticida (CHAUBEY, 2008),
analgésica (RITTER et al., 2013), antibacteriana (YANG et al., 2010) e antifúngica (HUANG et
al., 2010) desta planta é descrita na literatura.
O anis estrelado é uma das fontes de obtenção do ácido chiquímico, ingrediente primário
utilizado na fabricação do Tamiflu® (Oseltamivir) que é o medicamento com ação antiviral
utilizado no tratamento da gripe por influenza (OHIRA et al., 2009).
O principal componente do OE de I. verum é o trans-anetol (anetol) (HUANG et al.,
2010) com propriedades antifúngicas já descritas na literatura (DZAMIC et al., 2009; DE et al.,
2002). De et al. (2002), através da técnica de ágar difusão, demonstraram que o anetol inibiu o
crescimento de fungos filamentosos saprofíticos, fungos patogênicos de plantas, dermatófitos e
leveduras, com valores de concentração inibitória mínima (CIM) variando de 5 a 50 µg/mL. A
inibição de fungos fitopatogênicos foi demonstrada por Huang et al. (2010) utilizando o OE e o
seu composto ativo, o anetol, obtidos de I. verum através da técnica de inibição do crescimento
micelial radial.
2.3.3. Juniperus virginiana (Cedro Virginia)
Figura 3: J. virginiana. (www.abnativeplants.com/www.henriettes-herb.com)
Juniperus virginiana, ilustrado na Figura 8, também conhecido como cedro vermelho
oriental ou cedro virginia, pertence à família Cupressaceae e encontra-se distribuído
principalmente nos Estados Unidos e Canadá (GAWDE; CANTRELL; ZHELJAZKOV, 2009).
A madeira desta planta conífera é conhecida pela durabilidade e resistência a cupins (ZHU et al.,
REVISÃO DA LITERATURA
23
2001) e outros insetos (MEISSNER; SILVERMAN, 2001). Devido às propriedades medicinais,
J. virginiana era utilizada pelas tribos indígenas norte americanas, na cura de resfriados,
sarampo, coceira, verminoses, dores reumáticas e bronquite (HAMEL; CHILTOSKEY, 2002;
HUTTON, 2010; NOLAN, 1998).
Esta planta é utilizada comercialmente para a obtenção do OE (SEMEN; HIZIROGLU,
2005), cujos principais componentes são o cedrol e α-cedrene, com porcentagens que variam de
acordo com a parte da planta utilizada ou técnica de extração (ELLER et al., 2010). Extratos e
OEs obtidos da madeira de J. virginiana possuem atividades antibacterianas e antifúngicas
descritas (PIRES et al., 2011; STEWART; JONES; SETZER, 2014). Atividade antifúngica sobre
C. albicans foi descrita por Stewart et al. (2014) através da técnica de microdiluição em caldo,
utilizando o OE de J. virginiana obtido da madeira, folhas e frutos com valores de CIM de 625 e
1250 µg/mL. Concentração inibitória mínima de 1000 µg/mL foi determinada, através da
microdiluição em caldo, utilizando-se o OE de J. virginiana sobre Candida parapsilosis e
Candida orthopsilosis por Pires et al., 2011.
2.3.4. Rosa centifolia (Rosa Marrocos)
Figura 4: Flores de R. centifólia (www.99roots.com/ en.wikipedia.org).
Rosa centifolia (Figura 9) pertence à família Rosaceae e é nativa da Ásia e Oriente
Médio. São plantas amplamente utilizadas como decorativas e o seu OE é empregado na
REVISÃO DA LITERATURA
24
fabricação de sabão, cosméticos e como aromatizantes de chás e licores (SHABBIR et al., 2009).
Os principais componentes do OE desta planta são: álcool fenetílico, geraniol e acetato de
geraniol (JITENDRA et al., 2012).
Já foi demonstrado que o óleo extraído de R. centifolia é utilizado como antisséptico,
antidepressivo, digestivo, anti-inflamatório, afrodisíaco (ALLARDICE, 1994) e antiasmático
(BERKOWSKY; BRUCE, 2000).
A atividade antimicrobiana de extratos de R. centifolia, foi demonstrada por Ali et al.
(2011) em cepas de Staphylococcus aureus, Streptococcus epidermidis, Salmonella enterica
serovar Tiphy, Pseudomonas aeruginosa, Streptococcus pyogenes, Acinetobacter calcoaceticus e
C. albicans quando observaram que estes compostos inibiram o crescimento em concentrações
que variaram de 250 a 2000 µg/mL.
2.3.5. Syzygium aromaticum (Cravo Talo/Cravo-da-Índia)
Figura 5: Árvore, folhas e frutos de S. aromaticum (www.ecoplanet.in/www.plant.pictures.de).
Syzygium aromaticum (Eugenia caryophyllata), comumente conhecido como cravo-da-
índia (Figura 10), é classificado na família Myrtaceae e tem amplo cultivo em regiões como Sri-
Lanka, Madagascar, Tanzânia e Brasil (ALITONOU et al., 2012; PINTO et al., 2009). É uma
especiaria utilizada na culinária e no tratamento de problemas gastrointestinais, odontológicos,
respiratórios, cefaleia e dor de garganta principalmente em países asiáticos e na Austrália
(BANERJEE; PANDA; DAS, 2006; CHAIEB et al., 2007; GURIB-FAKIM, 2006). Outras
REVISÃO DA LITERATURA
25
propriedades são atribuídas a S. aromaticum como antioxidante (LEE; SHIBAMOTO, 2001),
anticarcinogênica (DWIVEDI et al., 2011), antialérgica (KIM et al., 1998) e antimicrobiana
(ALITONOU et al., 2012).
O eugenol é considerado o principal componente do OE de S. aromaticum, seguido pelo
β-cariofileno e o álcool benzílico, cujas concentrações podem variar de acordo com as
metodologias de análises (CHAIEB et al., 2007). Gayoso et al. (2005) avaliaram in vitro, através
da técnica de difusão em ágar, a atividade do OE de S. aromaticum e do eugenol sobre C.
albicans, C. tropicalis, C. krusei, Trichophyton rubrum, T. mentagrophytes e Geotrichum
candidum provenientes de onicomicoses. Pelos resultados obtidos, através da leitura do diâmetro
dos halos de inibição que variaram de 10 a 28 mm, ambos os compostos utilizados no estudo
foram considerados como uma opção na manipulação de fármacos que atuam nesta micose por
apresentarem significativa atividade sobre fungos filamentosos e leveduras.
Em 2005, Chami et al. observaram modificações morfológicas em leveduras da espécie
Saccharomyces cerevisiae tratadas com OE de cravo. Após o tratamento, imagens de
microscopia eletrônica revelaram que este óleo promoveu alterações na forma celular do fungo
além de rupturas na superfície do mesmo. Fungos filamentosos como Aspergillus niger tiveram o
crescimento inibido na presença deste OE através do teste de disco difusão em ágar (PAWAR;
THAKER, 2006).
2.4. Ensaios in vitro para a detecção da atividade antifúngica de compostos
2.4.1. Testes de suscetibilidade
A atividade antifúngica de fármacos, OEs ou compostos naturais pode ser avaliada por
testes de suscetibilidade com o emprego de metodologias como a difusão em ágar ou diluição em
meio líquido. O Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) é uma organização
internacional interdisciplinar que desenvolve e padronizada ensaios clínicos, buscando uma
melhoria em questões relacionadas à atenção a saúde. Este instituto padronizou algumas
metodologias para avaliação da suscetibilidade de fungos filamentosos e leveduras aos
antifúngicos para a determinação da CIM. Como método de referência para leveduras das
espécies de Candida e C. neoformans foi estabelecido o protocolo M27-A3 (CLSI, 2008) com
REVISÃO DA LITERATURA
26
atualizações no último suplemento M27-S4 (CLSI, 2012). Os resultados obtidos permitem
classificar o isolado em suscetível, sensibilidade dose dependente, sensibilidade intermediária e
resistente (CLSI M27-A3 2008).
Outros testes podem ser comercialmente adquiridos como o Etest® (AB Biodisk, Solna,
Suécia) e Neo-Sensitabs® (Rosco-Diagnóstica, Dinamarca), que são metodologias que permitem
a determinação da CIM através da difusão em ágar. Métodos automatizados como VITEK®2
(Biomérieux) e WalkAway® (Siemens, Alemanhã), as placas de microdiluição da Sensititre®
YeastOne® (TREK Diagnostic Systems, Clevelend, OH) e Fungitest® Kit (Bio-Rad, Califórnia)
também podem ser utilizados (PFALLER et al., 2007).
2.4.2. Interação entre agentes antifúngicos
Uma alternativa bastante promissora na tentativa de melhorar a eficácia do fármaco,
proporcionar uma terapia de amplo espectro minimizando o surgimento de isolados resistentes
aos antifúngicos disponíveis é a avaliação da interação entre compostos (DRAGO et al., 2007;
MUSIOL; MROZEK-WILCZKIEWICZ; POLANSKI, 2014).
A avaliação da interação entre dois ou mais agentes antifúngicos, sejam eles fármacos,
OEs ou extratos, pode ser realizada por uma metodologia in vitro denominada “chequerboard”.
Esta metodologia baseia-se no protocolo do CLSI para microdiluição em caldo, na qual são
determinadas as CIMs dos compostos, isoladamente e em associação, permitindo o cálculo do
índice de concentração inibitória fracionária (ICIF), classificando-a como sinérgica, antagonista
ou indiferente (ODDS, 2003).
Este ensaio é bastante utilizado em trabalhos desenvolvidos por microbiologistas, como
demonstrado em uma pesquisa, durante os anos de 1998 a 2002. Neste período, avaliou-se 96
artigos publicados que realizaram a técnica de interação entre agentes antimicrobianos in vitro,
sendo que em 58 artigos (60,4%) chequerboard foi a técnica de escolha para estes fins (ODDS,
2003).
Castro et al. (2013) avaliaram a interação entre o OE de C. zeylanicum e o antifúngico
nistatina sobre o crescimento de C. albicans utilizando a metodologia de chequerboard. Quando
avaliados isoladamente, o valor da CIM foi de 312,5 µg/mL para o OE e 64 µg/mL para o
REVISÃO DA LITERATURA
27
fármaco, quando em combinação os valores de CIM foram 39 µg/mL e 32 µg/mL,
respectivamente. Comprovou-se pelo cálculo do ICIF que a combinação entre estes dois
componentes potencializou o efeito inibitório sobre a espécie fúngica avaliada. O mesmo efeito
sinérgico (ICIF ≤ 0,5) foi observado com a associação do OE de Mentha suaveolens com o
fármaco fluconazol sobre o crescimento de C. albicans demonstrado pelo valor de ICIF de 0,375
(STRINGARO et al., 2014).
2.4.3. Curva do tempo de morte São estudos capazes de fornecer informações importantes sobre a interação do agente
antimicrobiano e patógeno principalmente sobre a capacidade farmacodinâmica, isto é, ação do
fármaco no microrganismo. A ação fungicida do agente microbiano pode ser expressa pela taxa
de morte determinada por uma concentração fixa do antimicrobiano em condições pré-
estabelecidas, contando-se o número de células viáveis em intervalos periódicos de incubação.
Os resultados são plotados em curva logaritmica onde o eixo das abcissas corresponde ao
intervalo de tempo avaliado e o eixo das ordenadas ao número de unidades formadoras de
colônias daquele período analisado (TAM; SCHILLING; NIKOLAOU, 2005).
Ahmad et al. (2011), através da curva do tempo de morte, demonstraram que os
compostos carvacrol e timol desempenharam uma rápida ação fungicida, 12 horas após a
incubação em concentrações quatro vezes superiores a CIM, sobre isolados do gênero Candida.
2.5. Determinação do mecanismo de ação dos OEs sobre células fúngicas
A diversidade de componentes presentes nos OEs faz com que estes possam atuar em
diferentes sítios alterando o metabolismo e até mesmo provocando a morte celular (BAKKALI et
al., 2008). Sendo assim, é importante determinar, para cada OE avaliado, seu mecanismo de
ação. Este estudo pode ser realizado por técnicas que quantificam o ergosterol e por técnicas
capazes de detectar lesão de membrana em células fúngicas.
2.5.1. Quantificação do ergosterol da membrana fúngica O ergosterol é o principal esterol presente nas espécies fúngicas contribuindo para um
normal crescimento e desenvolvimento do microrganismo, uma vez que exerce importantes
REVISÃO DA LITERATURA
28
funções na membrana celular como por exemplo, regula sua fluidez, promove a integridade e
favorece a ligação de enzimas na mesma (LUPETTI et al., 2002). Dada a relevância do
ergosterol para a sobrevivência fúngica, muitas terapias antifúngicas, como os fármacos azólicos,
atuam na biossíntese desse esterol (KHAN et al., 2010).
Devido ao fenômeno “trailing”, caracterizado pelo crescimento residual de leveduras
mesmo em concentrações inibitórias de fármacos fungistáticos, Arthington-Skaggs et al. (1999)
propuseram uma metodologia associada à espectrometria capaz de quantificar os esteróis
presentes na membrana fúngica, cuja finalidade era evitar interpretações equivocadas de
resistência (ARTHINGTON-SKAGGS et al., 1999). A espectroscopia eletrônica (UV-Vis) é
uma das técnicas disponíveis para que, após feita a extração do ergosterol fúngico, o mesmo
possa ser quantificado. Esta técnica baseia-se na absorção de radiação luminosa na região do
ultravioleta (200-400 nm) e no visível (400-800 nm) em decorrência das transições eletrônicas
moleculares (TREVISAN; POPPI, 2006).
A quantificação do ergosterol, utilizando o OE de Ocimum sanctum e seus dois principais
constituintes (linalol e metil chavicol), foi realizada em espécies de Candida. Observou-se que o
linalol e o metil chavicol inibiu a síntese do ergosterol em valores de CIM sub-inibitórios,
sugerindo que um dos seus mecanismos de ação pode ser atribuído a esta potente capacidade de
inibição de esteróis destes compostos (KHAN et al., 2010).
2.5.2. Avaliação de lesão da membrana fúngica por citometria de fluxo A citometria de fluxo é capaz de realizar análises em células ou outras partículas como
núcleos, cromossomas ou microrganismos fornecendo informações qualitativas, como
características morfológicas, bioquímicas e fisiológicas, e quantitativas como o número total de
estruturas avaliadas (BROWN; WITTWER, 2000). Esta metodologia é utilizada na
quantificação de células CD4, CD8, detecção de antígeno leucocitário humano (HLA-B27) e
imunofenotipagens (BROWN; WITTWER, 2000).
Fazem parte da constituição de um citômetro uma fonte de radiação (laser), câmara de
fluxo, unidades de filtros ópticos, fotodiodos ou fotomultiplicadores como demonstrados na
Figura 11. O princípio de funcionamento do citômetro está relacionado com a análise das
partículas, previamente marcadas com fluorocromos ou anticorpos monoclonais, que quando
diluídas em solução isotônica, são aspiradas pelo aparelho e atravessam a câmara onde ocorre a
passagem célula a célula através do feixe de radiação perpendicular ao fluxo. O feixe de radiação
REVISÃO DA LITERATURA
29
de excitação ao interceptar a célula na câmara sofre dispersão na direção frontal ou lateral sendo
detectada por fotodiodos ou um desvio de 90º pode ser promovido por lentes, espelhos dicroicos
e filtros ópticos (SILVA et al., 2004). Estes sinais ópticos são captados pelos fotomultiplicadores
e convertidos em sinais eletrônicos que serão analisados pelo software do equipamento
(MACEY, 2007).
Figura 6: Principais elementos que fazem parte da composição do citômetro de fluxo-BD Biosciences (SILVA et al., 2004).
A citometria de fluxo foi utilizada na investigação dos efeitos dos compostos carvacrol e
timol na integridade celular de isolados de Candida. A ligação do marcador de fluorescência
iodeto de propídio (PI) ao ácido nucleico da célula fúngica indicou que o mecanismo de ação dos
REVISÃO DA LITERATURA
30
compostos avaliados foi por lesão de membrana acarretando em morte celular (AHMAD et al.,
2011).
2.6. Avaliação in vitro da citotoxicidade de agentes antimicrobianos
A realização de técnicas in vitro que sejam capazes de avaliar os efeitos tóxicos de
substâncias com potencial antimicrobiano devem ser incluídas na pesquisa para descartar
possíveis efeitos nocivos à saude. Ensaios de citotoxicidade têm como objetivo avaliar
parâmetros relacionados à viabilidade e proliferação celular. Esta metodologia pode ser realizada
em culturas celulares ou por técnicas que foram adaptadas para placas de microtitulação,
possibilitando análises simultâneas, resultados rápidos e menos laboriosos (WEYERMANN;
LOCHMANN; ZIMMER, 2005).
A viabilidade da célula pode ser avaliada através da atividade metabólica celular por
ensaio colorimétrico como a redução do sal de tetrazólio (3-(4,5dimetiltiazol-2yl)-2,5-difenil
brometo de tetrazolina) (MTT). As células metabolicamente ativas reduzem o MTT produzindo
cristais de formazan de coloração roxa que são solubilizados pelo dimetilsulfóxido (DMSO) e a
absorbância é determinada em espectrofotômetro, isto é, a quantidade de formazan é diretamente
proporcional ao número de células viáveis (MOSMANN, 1983). Essa avaliação também pode ser
realizada com o uso de corantes vitais, como por exemplo, o vermelho neutro, devido a sua
capacidade de se ligar na matriz lisossomal de células íntegras, possibilitando a quantificação
pela intensidade de cor da cultura celular (ROGERO et al., 2003).
A morte celular pode ser avaliada através de metodologia que detecta a liberação de enzimas
citoplasmáticas, como a lactato desidrogenase (LDH), quando a integridade da membrana é
danificada (WEYERMANN; LOCHMANN; ZIMMER, 2005). Ensaios hemolíticos também
avaliam a morte celular através da quantificação da hemoglobina liberada na presença de
diferentes concentrações do composto estudado (MARYA et al., 2012). Em 2015, Cavaleiro et
al. demonstraram que o OE de Angelica major, na concentração de 2.5 uL/mL, provocou lise em
10% das hemácias, sendo considerado pelos autores como baixa atividade hemolítica
JUSTIFICATIVA
31
3. JUSTIFICATIVA
Leveduras do complexo C. neoformans são responsáveis por infecções graves, sendo
frequentemente associadas à meningite fúngica, principalmente em pacientes
imunocomprometidos, com altas taxas de morbidade e mortalidade. Os principais antifúngicos
empregados no tratamento da criptococose, a anfotericina B e o fluconazol são responsáveis por
efeitos colaterais e elevado grau de toxicidade. Associados a estes fatores, a presença de isolados
resistentes não é um evento raro, dificultando o tratamento, além de elevar o custo com gastos
hospitalares. A busca por compostos naturais se torna necessária para a obtenção de agentes
antifúngicos com novos mecanismos de ação, amplo espectro de atividade e menos efeitos
colaterais que possam limitar a dose terapêutica. As plantas, desde tempos remotos, são
utilizadas na medicina popular por oferecem uma grande diversidade de componentes que são
importantes fontes no desenvolvimento de fármacos e atualmente tem atraído a atenção dos
microbiologistas. Os óleos essenciais são metabólitos secundários das plantas com propriedades
antifúngicas já relatadas sobre leveduras e fungos filamentosos. Neste contexto, a atividade
biológica dos óleos essenciais de Cinnamomum zeylanicum, Illicium verum, Juniperus
virginiana, Rosa centifolia e Syzygium aromaticum e do eugenol foi avaliada com o objetivo de
verificar atividade antifúngica, associação com os fármacos anfotericina B e fluconazol,
mecanismo de ação sobre a célula e toxicidade. Resultados promissores contribuem para que
estes óleos se tornem alvos de estudos na formulação de novos antifúngicos.
OBJETIVOS
32
4. OBJETIVOS
4.1. Objetivo Geral
Avaliar a atividade biológica in vitro dos OEs de C. zeylanicum, I. verum, J. virginiana,
R. centifolia, S. aromaticum e do eugenol sobre fungos do complexo Cryptococcus neoformans.
4.2. Objetivos Específicos
1- Avaliar a atividade antifúngica através da determinação dos valores de CIMs dos OEs de
C. zeylanicum, S. aromaticum, R. centifolia, I. verum e J. virginiana sobre isolados do
complexo Cryptococcus neoformans.
2- Determinar os valores de CIMs do componente majoritário dos OEs de C. zeylanicum e
S. aromaticum, o eugenol, sobre isolados do complexo Cryptococcus neoformans.
3- Para os OEs/composto majoritário com valores de CIM ≤ 256 µg/mL sobre isolados do
complexo Cryptococcus neoformans, serão realizadas as seguintes avaliações:
• Determinação dos valores de CFMs
• Interação com os fármacos anfotericina B e fluconazol sobre isolados do complexo C.
neoformans.
• Ação fungicida, através da curva do tempo de morte, sobre C. gattii ATCC 24065.
• Mecanismo de ação através da quantificação do ergosterol pela metodologia de
chequerboard e verificação de lesão de membrana pela citometria de fluxo.
• Atividade citotóxica através da quantificação da hemoglobina liberada pela lise de
hemácias.
METODOLOGIA
33
5. METODOLOGIA
5.1. Microrganismos
Foram utilizadas 11 cepas de Cryptococcus neoformans, 4 de Cryptococcus gattii e cepas
padrão C. neoformans ATCC 28957 e C. gattii ATCC 24065 pertencentes à Micoteca do
Laboratório de Micologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade
Federal de Goiás. Os isolados foram obtidos de amostras de líquido cefalorraquidiano de
pacientes HIV positivos do Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad, situado em Goiânia-
Goiás (protocolo 004/03 do Comitê de Ética).
Estes microrganismos estavam conservados em Caldo Sabouraud Dextrose (CSD) com
glicerol e acondicionados à – 20ºC. Antes dos ensaios os mesmos foram cultivados em Àgar
Sabouraud Dextrose à 35ºC por 72 horas.
5.2. Antifúngicos
Anfotericina B (Cristália) e fluconazol (Medley) foram utilizados nos testes de
suscetibilidade e mantidos em solução estoque em concentrações de 5000 e 4000 µg/mL
respectivamente. A solução de trabalho foi preparada diluindo o fármaco em Roswell Park
Memorial Institute (RPMI) 1640.
5.3. Óleos essenciais e eugenol
Os OEs de C. zeylanicum, I. verum, J. virginiana, R. centifolia, S. aromaticum foram
adquiridos da Ferquima Indústria e Comércio LTDA, localizada em Vargem Grande Paulista–
SP. O eugenol foi adquirido da empresa Sigma-Aldrich (St. Louis-Mo-EUA). Os laudos técnicos
emitidos pelas empresas encontram-se em anexo no final deste trabalho.
METODOLOGIA
34
5.4. Avaliação da suscetibilidade in vitro pelo método de microdiluição em caldo
A atividade antifúngica da anfotericina B, fluconazol, eugenol e dos OEs de C.
zeylanicum, I. verum, J. virginiana, R. centifolia e S. aromaticum foi determinada através da
técnica de microdiluição em caldo, conforme a norma de padronização que permite a
determinação da CIM, publicada no documento M27-A3 (CLSI 2008) e M27-S4 (CLSI 2012).
C. parapsilosis ATCC 22019 foi utilizada como controle neste ensaio.
5.4.1. Diluição dos OEs, eugenol e antifúngicos
Os OEs e o eugenol foram solubilizados em 1 mL de dimetilsulfóxido (DMSO) e
posteriormente completou-se com RPMI 1640 para obtenção de volume final de 10 mL sendo
esta solução estoque armazenada à – 20ºC. A solução de trabalho foi preparada de forma a obter
uma concentração de 2048 µg/mL. Os antifúngicos anfotericina B e fluconazol foram diluídos de
acordo com o protocolo do CLSI (2008) e mantidos em solução estoque à -20 ºC.
5.4.2. Preparo do inóculo
Os isolados de Cryptococcus foram repicados em ágar Sabouraud dextrose e incubados à
temperatura ambiente por 72 horas antes da realização dos testes de suscetibilidade aos
antifúngicos e OEs. Colônias foram colocadas em 5 mL de solução salina estéril (0,85% ) e
agitadas por 15 segundos em agitador tipo vortex. A densidade do inóculo foi ajustada em
espectrofotômetro em comprimento de onda de 530 nm, para uma transmitância de 85%,
correspondente à escala 0,5 de McFarland, contendo aproximadamente 1 a 5 x 106 unidades
formadoras de colônia por mL (UFC/mL).
Esta suspensão foi diluída 1:50 e posteriomente 1:20, em meio RPMI 1640 tamponado
com ácido morfolino propanosulfônico (MOPS) pH 7,0 para a obtenção de uma solução final de
0,5 a 2,5 x 103 UFC/mL.
METODOLOGIA
35
5.4.3. Procedimento do teste
Um volume de 200 µL de OE, eugenol ou fármaco foi colocado nos orifícios da primeira
coluna da placa de microtitulação e nas demais colunas 100 µL de RPMI. Realizou-se diluição
seriada obtendo-se concentrações que variaram de 16 a 0,03 µg/mL para anfotericina B, de 64 a
0,125 µg/mL para fluconazol e de 1024 a 2 µg/mL para os OEs e eugenol (Figura 12). Foi
adicionado 100 µL do inóculo em cada orifício com exceção do controle de esterilidade do meio
contendo apenas RPMI na última coluna da placa. Foram realizados controles do inóculo na
penúltima coluna e controle de qualidade do teste, com a ATCC 22019, na última linha da placa.
A placa foi incubada por 72 horas à 35°C.
Figura 7: Representação esquemática do teste de suscetibilidade in vitro pelo método de microdiluição em caldo
Após o período de incubação, a leitura foi realizada visualmente e a CIM para
anfotericina B, OEs e composto determinada como a menor concentração capaz de inibir o
crescimento total dos isolados de Cryptococcus e para o fluconazol considerou-se a concentração
que apresentou uma inibição de 50%, comparando-se com o controle do inóculo. Os ensaios
foram realizados em triplicata.
METODOLOGIA
36
5.5. Determinação da concentração fungicida mínima (CFM)
Baseado nos resultados de CIM foi determinado a CFM dos fármacos, OEs e composto.
Nas concentrações correspondentes a CIM, 2 vezes e 4 vezes a CIM foi retirado 10 µL de cada
orifício da placa de microtitulação e inoculados em placa de Petri contendo ágar Sabouraud
dextrose (Figura 13). Após 72 horas de incubação à 35°C foi realizado a contagem de colônias e
a CFM foi definida como a concentração onde não ocorreu crescimento ou houve o crescimento
de apenas uma colônia do fungo (DE LOGU et al., 2005).
Figura 8: Esquema para a determinação da CFM, onde 10 µL do orifício correspondente a CIM, 2 x CIM e 4 x CIM da placa de microtitulação de cada fármaco, OEs e composto foram semeados em placa de ágar Sabouraud.
5.6. Avaliação da interação entre os OEs e eugenol com os fármacos anfotericina B e fluconazol pela técnica de chequerboard
Os OEs de C. zeylanicum, S. aromaticum e o eugenol foram avaliados, pela técnica de
chequerboard, para verificar a interação com os fármacos anfotericina B e fluconazol sobre os
isolados de Cryptococcus (WHITE et al.; 1996). As concentrações avaliadas foram de 1024 a 8
µg/mL para OEs e eugenol, de 16 a 0,03 µg/mL para a anfotericina B e de 64 a 0,125 µg/mL
para o fluconazol considerando a CIM previamente determinada para cada isolado. Foram
avaliados 15 isolados do complexo C. neoformans e as cepas padrão C. gattii ATCC 24065 e C.
neoformans ATCC 28957.
METODOLOGIA
37
Em uma placa de microtitulação, “A”, realizou-se a diluição do OE, na “B” a diluição do
fármaco e na “C” a mistura de OE+fármaco+inóculo, como demonstrado na Figura 14. Na
primeira linha da placa A adicionou-se 200 µL de OE, em concentração 4 vezes maior do que a
inicial (1024 µg/mL), e realizou-se diluição seriada, em sentido horizontal, para os demais
orifícios contendo 100 µL de RPMI. Na primeira coluna da placa B adicionou-se 200 µL de
fármaco, em concentração 4 vezes maior do que a inicial (16 µg/mL para anfotericina e 64
µg/mL para fluconazol) , e realizou-se diluição seriada, em sentido vertical, para os demais
orifícios contendo 100 µL de RPMI. Na placa C, foram transferidos 50 µL do OE previamente
diluído na placa A e 50 µL do fármaco previamente diluído na placa B, no poço correspondente.
A seguir adicionou-se 100 µL do inóculo em todos os orifícios, com exceção do controle do
meio. Como controle do inóculo pipetou-se 100 µL de RPMI e 100 µL de inóculo e para controle
de esterilidade 200 µL de RPMI em orifício. A placa C foi incubada à 35°C por 72 horas e,
através de leitura visual foi determinada a CIM, que corresponde a menor concentração do OE e
do fármaco associados , que inibiu o crescimento visível do fungo, em toda a placa comparado
ao controle do inóculo
Figura 9: Representação esquemática da técnica de chequerboard na avaliação da associação entre os OEs/composto com os fármacos anfotericina B e fluconazol. Na placa (A) foi realizada a diluição do OE, na (B) a diluição do fármaco e na (C) a mistura de OE + fármaco + inóculo.
Óleo essencial ou composto
Fármaco
RPMI
Placa B
Placa C
50 μL no poço correspondente 50 μL no poço correspondente
Placa A
METODOLOGIA
38
O efeito da associação entre os OEs e os fármacos foi determinado através do Índice de
Concentração Inibitória Fracionária (ICIF), cujo cálculo é realizado através da soma da
Concentração Inibitória Fracionária do composto A (CIFA) com a Concentração Inibitória
Fracionária do composto B (CIFB), sendo A o OE e B o antifúngico.
ICIF = CIFA + CIFB
CIFA = CIM do composto A (OE) na associação (chequerboard) CIM do composto A (OE) isolado (microdiluição em caldo)
CIFB = CIM do composto B (antifúngico) na associação (chequerboard) CIM do composto B (antifúngico) isolado (microdiluição em caldo)
Segundo os critérios propostos por Odds (2003) os resultados do cálculo do ICIF permitiram
classificar a associação em:
Sinérgica – ICIF ≤ 0,5
Indiferente – ICIF > 0,5 e ≤ 4
Antagonista – ICIF > 4
5.7. Curva do tempo de morte (Time kill assay)
A avaliação da curva de morte foi realizada com a cepa C. gattii ATCC 24065, segundo
Perfect et al. (1996) com modificações. A cepa foi semeada em ágar Sabouraud dextrose e
incubada por 72 horas em temperatura ambiente e após, uma alçada de colônias foi colocada em
Erlenmeyer contendo 30 mL de RPMI e incubado overnight à 35°C sob agitação constante em
agitador para frascos com incubadora. O inóculo foi preparado em 4 mL de RPMI com
densidade ajustada no espectrofotômetro para uma transmitância de 85% em comprimento de
onda de 530 nm, correspondente à escala 0,5 de McFarland, contendo aproximadamente 1 a 5 x
106 UFC/mL. Um volume de 10 µL do inóculo foi pipetado em Erlenmeyer contendo 10 mL de
METODOLOGIA
39
RPMI mais OE/eugenol na concentração correspondente a CFM. Após estas diluições a
concentração final do inóculo foi de aproximadamente 0,5 a 2,5 x 103 UFC/mL.
Os frascos foram incubados à 35°C sob agitação constante e nos intervalos de tempo de 0,
6, 12, 24, 48 e 72 horas retirou-se alíquotas que foram semeadas em ágar Sabouraud dextrose e
mantidas à temperatura ambiente. Após 72 horas, a partir de cada intervalo semeado, foi feita a
leitura visual da placa onde se determinou o número de UFC/mL.
Para determinar o momento exato da ação fungicida, o mesmo teste foi realizado com os
intervalos 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6 horas, uma vez que observou-se presença de colônias no tempo 0 e
ausência no tempo 6 horas. Como controle da técnica da curva do tempo de morte, o
procedimento também foi realizado utilizando C. gattii ATCC 24065 tratada com anfotericina B
na concentração fungicida mínima.
Os resultados de contagem de colônias permitiram construir uma curva logarítmica onde o
eixo das ordenadas corresponde a UFC/mL em logaritmo de base 10 e o eixo das abscissas ao
intervalo de tempo.
5.8. Estudo do mecanismo de ação
5.8.1. Quantificação de esteróis
O ergosterol presente nas células fúngicas foi quantificado seguindo a metodologia
desenvolvida por Arthington-Skaggs et al. (1999) com modificações. C. gattii ATCC 24065 foi
semeado em placa de Petri contendo ágar Sabouraud dextrose e incubado em temperatura
ambiente por 72 horas. Após este período, uma colônia fúngica foi retirada do meio de cultura e
colocada em Erlenmeyer contendo 50 mL de caldo Sabouraud dextrose juntamente com o
composto em teste em concentrações correspondentes a CIM e ½ CIM avaliada no teste de
suscetibilidade in vitro. Os Erlenmeyers foram incubados por 48 horas a 35°C sob agitação
constante. Após este período o volume total presente em cada Erlenmeyer foi transferido para
tubos Falcon de 50 mL, previamente identificados e pesados, e centrifugado a 3000 rpm por 5
minutos. O sobrenadante foi desprezado e as células sedimentadas foram lavadas uma vez com
água destilada. O sobrenadante foi novamente desprezado e pesou-se o tubo Falcon contendo o
pellet. Leveduras tratadas com fluconazol foram utilizadas como controle positivo e leveduras
sem adição de fármaco como controle negativo.
METODOLOGIA
40
Solução alcoólica de hidróxido de potássio à 25% foi preparada (25g de KOH, 35mL água
e álcool 100% qsp 100mL) e 3 mL foram adicionados aos tubos Falcon contendo o pellet. O
álcool é o responsável pela solubilização da bicamada lipídica da membrana fúngica e o
hidróxido de potássio promove a saponificação. Os tubos foram agitados em agitador tipo vortex
por 1 minuto e incubados por 4 horas em banho-maria a 85°C. Após a incubação, adicionou-se 1
mL de água destilada e 3 mL de heptano em cada Falcon seguido de agitação no vortex por 3
minutos. O heptano foi adicionado com o objetivo de separar a camada lipofílica que contém os
esteróis 24(28) dehidroergosterol (DHE) e ergosterol. A parte contendo os esteróis foi retirada e
armazenada em tubos de ensaio à -20°C por 24 horas sendo posteriormente diluídas 1:5 em
álcool 100% para a realização da leitura em espectrofotômetro de varredura em comprimento de
onda de 230 a 300 nm (Varian Cary® 50 UV-Vis). A presença do ergosterol e do 24(28)DHE
resultam em uma característica curva com quatro picos. A ausência de ergosterol resulta em uma
linha contínua (ausência de picos).
Os esteróis 24(28) DHE + ergosterol absorvem em comprimento de onda de 281,5 nm,
entretanto o 24(28) DHE mostra uma intensa banda de absorção em comprimento de onda de
230 nm.
A porcentagem destes esteróis foi determinada utilizando-se os cálculos propostos por
Arthington-Skaggs et al. (1999) :
% ergosterol + % 24(28)DHE = (A281,5/290) × F
peso do pellet
% 24(28)DHE = (A230/518) × F
peso do pellet
% ergosterol = [ % ergosterol + % 24(28) DHE] – % 24(28)DHE
Onde:
F = fator de diluição do etanol
METODOLOGIA
41
5.8.2. Avaliação da lesão de membrana fúngica sob ação dos OEs e eugenol
A avaliação da lesão de membrana foi realizada utilizando C. gattii ATCC 24065,
segundo Ahmad et al. (2011) com modificações. A cepa foi cultivada em caldo Sabouraud
dextrose sob agitação constante à 35°C overnight e após foi preparado um inóculo de 106
células/mL em RPMI. Os OEs de C. zeylanicum e S. aromaticum e o eugenol foram avaliados
nas concentrações correspondentes à CFM, ½ CFM e ¼ CFM. Colocou-se 10 mL de RPMI em
tubos do tipo Falcon com o OE/eugenol na concentração a ser avaliada e adicionou-se 10 µL do
inóculo. Os tubos foram incubados a 35°C por 1 hora para C. zeylanicum e S. aromaticum e 4
horas para o eugenol, considerando o tempo determinado pela curva de morte, e posteriormente
centrifugados por 10 minutos a 3700 rpm e o sobrenadante descartado. As células sedimentadas
foram ressuspensas em 1 mL de tampão PBS pH 7,2 com posterior agitação em vórtex sendo
todo o volume transferido para tubos tipo Eppendorf que foram centrifugados 10 minutos a 3700
rpm sendo em seguida o sobrenadante descartado. As células sedimentadas foram ressuspensas
em 200 µL de tampão PBS pH 7,2 e em seguida 5 µL do marcador de fluorescência iodeto de
propídeo (PI) foram adicionados e mantidos incubados por 30 minutos à 35°C ao abrigo da luz.
O marcador PI se liga ao DNA de células, cuja membrana foi lesionada, produzindo
fluorescência (luz vermelha) que é captada pelo detector FL3 do citômetro. A medida da
intensidade de fluorescência foi realizada no citômetro BD AccuriTM C6.
Como controle para detecção de auto-fluorescência, utilizou-se o fungo sem a presença do
marcador PI. Células fúngicas não tratadas com PI foram utilizadas como controle de viabilidade
celular e células tratadas com álcool 70% como controle de lesão de membrana.
5.9. Avaliação da citotoxicidade dos OEs
Os OEs de C. zeylanicum, S. aromaticum e o eugenol foram avaliados quanto a sua
capacidade de provocar a lise de hemácias, com liberação de hemoglobina segundo He et al.
(2007) com modificações. Para este ensaio coletou-se 5 mL de amostra de sangue de indivíduo
com índices hematológicos normais, em tubo contendo ácido etilenodiaminotetracético (EDTA).
O sangue foi centrifugado por 10 minutos a 2000 rpm e as hemácias foram lavadas 3 vezes com
tampão fosfato-salino (PBS) pH 7,4. Após a lavagem, ressuspendeu-se as hemácias em 20 mL de
METODOLOGIA
42
PBS pH 7.4 (diluição 1:5). Os OEs/ eugenol foram preparados realizando diluição seriada ao
dobro, obtendo concentrações que variaram de 4096 a 128 µg/mL. Posteriormente, colocou-se 50
µL da suspensão de hemácias em cada Eppendorf e incubou-se à 37°C no agitador por 30
minutos. Como controles utilizou-se solução de Triton X-100 diluído a 1% com hemácias
(controle positivo) e PBS com hemácias (controle negativo). Após a incubação as amostras
foram centrifugadas a 3000 rpm por 5 minutos e o sobrenadante de cada Eppendorf foi
transferido para uma placa de microtitulação de 96 orifícios. A hemoglobina liberada foi
mensurada em leitora de EIE em comprimento de onda de 560 nm.
A porcentagem da hemólise foi verificada por:
Hemólise % = Abs OE – CN
× 100 Abs CP – AbsCN
Onde: CN= Controle negativo
CP= Controle positivo
Abs= Absorbância
RESULTADOS
43
6. RESULTADOS
6.1. Testes de suscetibilidade in vitro A avaliação do OEs sobre os 17 isolados de C. neoformans e C. gattii mostrou CIMs que
variaram de 128 a ≥ 1024 µg/mL. Os OEs de J. virginiana e I. verum apresentaram CIMs ≥ 1024
µg/mL, de 256 a 1024 µg/mL para R. centifolia e 128 a 256 µg/mL para C. zeylanicum e S.
aromaticum. A concentração de 128 µg/mL foi capaz de inibir 58,8% e 23,5% dos isolados
avaliados, para os OEs de C. zeylanicum e S. aromaticum respectivamente, enquanto o OE de R.
centifolia inibiu 70,6% dos isolados na CIM 512 µg/mL. O eugenol apresentou valores de CIM
que variaram de 128 a 512 µg/mL, sendo que para 52,9% dos isolados a CIM foi de 512 µg/mL
(Tabela 2).
Os OEs de I. verum e J. virginiana não conseguiram inibir fungos do complexo Cryptococcus neoformans em concentrações < 1024 µg/mL, por isto os resultados não constam na Tabela 2. Tabela 2: Valores de CIM obtidos pelo teste de microdiluição em caldo de 17 isolados do complexo C. neoformans na presença do OE de C. zeylanicum, S. aromaticum, R. centifolia e eugenol.
Isolados CIM (µg/mL) C. neoformans C. zeylanicum S. aromaticum R. centifolia Eugenol
L03 256 256 1024 256 L04 256 256 512 512 L05 128 128 512 256 L14 128 128 512 512 L15 128 256 512 256 L18 256 256 1024 512 L21 256 128 512 512 L23 128 256 512 512 L24 128 256 512 512 L29 128 256 512 256 L30 128 256 256 256
C. gattii L01 128 128 512 256 L09 256 256 512 512 L20 128 256 1024 512 L48 256 256 512 512
C. neoformans ATCC 28957 128 256 512 128 C. gattii ATCC 24065 256 256 1024 256
RESULTADOS
44
Quando analisamos nossos resultados observamos que as CFMs dos OEs foram ≥ 1024
µg/mL para J. virginiana e I. verum, 512 a 1024 µg/mL para R. centifolia e 256 a 1024 µg/mL
para C. zeylanicum e S. aromaticum. Para o eugenol a CFM variou de 512 a 1024 µg/mL. Para
C. zeylanicum e S. aromaticum 52,9 e 76,5% dos isolados apresentaram CFM de 512 µg/mL
respectivamente. A CFM de 1024 µg/mL foi observada em 52,9% para eugenol e 70,6% para R.
centifolia (Tabela 3).
Tabela 3: Valores de CFM de 17 isolados do complexo C. neoformans na presença do OE de C. zeylanicum, S. aromaticum, R. centifolia e eugenol.
Isolados CFM (µg/mL) C. neoformans C. zeylanicum S. aromaticum R. centifolia Eugenol
L03 512 512 1024 1024 L04 512 512 1024 512 L05 256 512 512 512 L14 512 512 1024 1024 L15 256 1024 1024 512 L18 512 512 1024 1024 L21 512 512 1024 1024 L23 256 512 1024 512 L24 512 512 512 1024 L29 256 512 1024 512 L30 256 512 512 512
C. gattii L01 256 256 1024 512 L09 512 512 512 1024 L20 512 512 1024 1024 L48 512 512 512 1024
C. neoformans ATCC 28957 256 256 1024 512 C. gattii ATCC 24065 1024 1024 1024 1024
RESULTADOS
45
Para a determinação da CFM do OE de C. zeylanicum, observamos que na concentração
de 256 µg/mL não houve o crescimento de colônias do isolado C. neoformans ATCC 28957
considerando esta concentração com a CIM (128 µg/mL), como demonstrado na Figura 15.
Figura 10: Determinação da CFM do OE de C. zeylanicum sobre C. neoformans ATCC 28957 em ágar Sabouraud dextrose.
Quando avaliamos os resultados da CFM dos OEs com maior atividade antifúngica, observamos
que mais de 50% dos 17 isolados apresentaram o valor da CFM correspondentes a 2x o valor da
CIM (Tabela 4).
Tabela 4: Análise comparativa em porcentagem dos valores de CFM com a CIM apresentada pelos 17 isolados do complexo C. neoformans
CFM C. zeylanicum
(n / %) S. aromaticum
(n / %) Eugenol (n / %)
R. centifolia (n / %)
= CIM 0 1 / 5,9 2 / 11,8 8 / 47,1
2 × CIM 13 / 76,5 11 / 64,7 12 / 70,6 9 / 52,9
4 × CIM 4 / 23,5 5 / 29,4 3 / 17,6 0
8 × CIM 0 0 0 0
RESULTADOS
46
6.2. Avaliação da associação de C. zeylanicum, S. aromaticum e eugenol com anfotericina B e fluconazol sobre isolados do complexo C. neoformans.
Os resultados do método de chequerboard que traduzem os efeito in vitro das associações
entre os OEs e o composto majoritário eugenol com anfotericina B e fluconazol encontram-se
apresentados nas Tabelas 5 e 6.
A avaliação da associação da anfotericina B com o OE de C. zeylanicum demonstrou que
os resultados de ICIFs variaram entre 0,375 a 4,125, se mostrando indiferente em 88,23%
(15/17) dos isolados estudados enquanto efeito sinérgico e antagonista foi observado para ambos
em 5,88% (1/17). Resultados importantes foram observados na associação entre do OE de S.
aromaticum com a anfotericina B, com ICIFs variando entre 0,155 a 0,37, atuando de modo
sinérgico em 100% dos isolados avaliados. A interação do eugenol com anfotericina B resultou
em ICIFs variando entre 0,56 a 1,5 enquanto que na associação com o fluconazol variou de 1,03
a 2,25. A associação deste composto com estes fármacos não promoveu alteração da atividade
antifúngica em todos isolados de fungos do complexo C. neoformans avaliados (Tabela 5).
Tabela 5: Efeito da associação da anfotericina B e os OEs de C. zeylanicum, S. aromaticum e eugenol em 17 isolados da espécie do complexo C. neoformans
Isolados Anfotericina (ICIF) C. zeylanicum S. aromaticum Eugenol
L1 1,25 (I) 0,37 (S) 1,125 (I) L3 0,625 (I) 0,155 (S) 1,03 (I) L4 0,625 (I) 0,155 (S) 1 (I) L5 1,25 (I) 0,37 (S) 1 (I) L9 2,125 (I) 0,185 (S) 1 (I) L14 1,25 (I) 0,28 (S) 0,56 (I) L15 0,75 (I) 0,155 (S) 1,25 (I) L18 0,75 (I) 0,155 (S) 0,75 (I) L20 1,00 (I) 0,155 (S) 0,56 (I) L21 0,375 (S) 0,28 (S) 1,06 (I) L23 0,73 (I) 0,245 (S) 0,75 (I) L24 0,75 (I) 0,185 (S) 1 (I) L29 0,98 (I) 0,245 (S) 1 (I) L30 2,25 (I) 0,245 (S) 0,75 (I) L48 4,125 (A) 0,245 (S) 1,25 (I) C. neoformans ATCC 28957 0,98 (I) 0,245 (S) 1,5 (I) C. gattii ATCC 24065 1,0 (I) 0,155 (S) 1 (I)
ICIF = índice de concentração inibitória fracionária.(I)-indiferente; (S)-sinérgico e (A)-antagonista.
RESULTADOS
47
A associação dos OEs com o fluconazol mostrou ICIFs de 1,25 a 4,125 para C.
zeylanicum, sendo que para 70,6% (12/17) dos isolados do complexo C. neoformans não houve
alteração da atividade antifúngica (indiferente) e em 29,4% de fungos avaliados, a associação
entre os composto promoveu uma diminuição da atividade (antagonismo). Para a interação do
OE de S. aromaticum com fluconazol houve uma diminuição de atividade antifúngica em 41,2%
(7/17) dos isolados de fungos do complexo C. neoformans (ICIFs entre 1,25 a 8,125).
Tabela 6: Efeito da associação fluconazol e os OEs de C. zeylanicum, S. aromaticum e eugenol em 17 isolados da espécie do complexo C. neoformans
Isolados Fluconazol (ICIF)
C. zeylanicum S. aromaticum Eugenol L1 2,125 (I) 4,125 (A) 2,0 (I) L3 1,25 (I) 3 (I) 2,06 (I) L4 2,06 (I) 2,06 (I) 1,06 (I) L5 4,06 (A) 8,06 (A) 2 (I) L9 2,06 (I) 4,06 (A) 1,0 (I) L14 4,125 (A) 8,125 (A) 1,06 (I) L15 4,06 (A) 2,125 (I) 2,06 (I) L18 2,03 (I) 2,03 (I) 1,03 (I) L20 3,0 (I) 2,03 (I) 1,03 (I) L21 2,03 (I) 4,03 (A) 1,06 (I) L23 2,03 (I) 2,03 (I) 1,03 (I) L24 4,125 (A) 2,125 (I) 1,1 (I) L29 4,06 (A) 2,06 (I) 2,06 (I) L30 2,06 (I) 2,06 (I) 2,0 (I) L48 2,06 (I) 4,06 (A) 1,0 (I) C. neoformans ATCC 28957 2,25 (I) 1,25 (I) 2,25 (I) C. gattii ATCC 24065 2,06 (I) 4,06 (A) 2,0 (I) ICIF = índice de concentração inibitória fracionária; (I)-indiferente; (S)-sinérgico e (A)-antagonista.
Tabela 7: Classificação dos resultados (%) obtidos na associação entre os OEs e o eugenol com os antifúngicos anfotericina B (AnfoB) e fluconazol sobre 17 isolados do complexo C. neoformans.
Classificação C. zeylanicum S. aromaticum Eugenol
AnfoB Fluconazol AnfoB Fluconazol AnfoB Fluconazol Antagonista 5,9% 29,4% 0 41,2% 0 0
Indiferente 88,2% 70,6% 0 58,8% 100% 100%
Sinérgico 5,9% 0 100% 0 0 0
RESULTADOS
48
6.3. Curva do tempo de morte (Time kill assay)
A realização da curva do tempo de morte permitiu avaliar um quadro dinâmico da ação
fungicida dos OEs de C. zeylanicum e S. aromaticum e seu principal componente, o eugenol
sobre C. gattii ATCC 24065 em relação ao tempo de exposição. Os resultados da contagem de
colônias, 72 horas após a semeadura, mostraram que o tempo de morte foi definido em 1 hora
sobre ação dos OEs de C. zeylanicum e S. aromaticum. A ação fungicida do eugenol foi
verificada em 4 horas após a exposição a este composto e, para anfotericina B, 5 horas após
exposição inicial. Os resultados estão representados na Figura 16.
Figura 11: Gráfico representativo do tempo de curva de morte de C. gattii ATCC 24065 sobre ação dos OEs de C. zeylanicum e S. aromaticum, eugenol e anfotericina B
Tempo (horas)
Log
10 U
FC
/mL
RESULTADOS
49
6.4. Avaliação da quantificação do ergosterol
A avaliação da quantificação do ergosterol de C. gattii ATCC 24065 quando tratado com
o OE de C. zeylanicum e de S. aromaticum, na concentração equivalente a CIM (256 µg/mL),
demonstrou que houve uma inibição total da produção do ergosterol, quando comparados ao
controle sem a presença de OE ou fármaco. A ação do componente majoritário de ambos os OEs,
o eugenol, sobre o fungo, demonstrou que na concentração inibitória (256 µg/mL) e sub-
inibitória (128 µg/mL) não houve a síntese do ergosterol, uma vez que não foi detectado esteróis
na leitura pelo espectrofotômetro de varredura (Tabela 8). O controle utilizando o fluconazol
mostrou que houve uma redução de 21 a 100% na síntese de ergosterol dependendo da
concentração avaliada. As Figuras 17 e 18 representam o perfil dos esteróis obtidos através desta
metodologia de quantificação.
Tabela 8: Percentual de ergosterol extraído e inibido de C. gattii ATCC 24065 quando tratados com os OEs de C. zeylanicum, S. aromaticum e eugenol, nas CIMs e ½ CIMs.
Composto Ergosterol (%)
Extração Inibição
CIM ½ CIM CIM ½ CIM
C. zeylanicum 0 0,00527 100 46
S. aromaticum 0 0,00748 100 24
Eugenol 0 0 100 100
RESULTADOS
50
Figura 12: Perfil dos esteróis de C. gattii ATCC 24065 analisados por espectrometria UV (230-300 nm) após tratamento com OE de C. zeylanicum (A) e S. aromaticum (B) em concentrações iguais a CIM (256 µg/mL) e ½ CIM (128 µg/mL).
Figura 13: Perfil dos esteróis de C. gattii ATCC 24065 analisados por espectrometria UV (230-300 nm) após tratamento com eugenol (C) em concentrações iguais a CIM (256 µg/mL) e ½ CIM (128 µg/mL) e fluconazol (D) em CIMs de 4, 8, 16 e 32 µg/mL.
RESULTADOS
51
6.5. Avaliação da lesão de membrana
Para avaliar alteração de membrana celular de C. gattii ATCC 24065 detectou-se, por
citometria de fluxo, a fluorescência emitida pelo marcador PI, que se liga ao material genético
após penetrar nas células fúngicas lesionadas pela ação dos OEs e eugenol. Para o OE obtido de
C. zeylanicum a porcentagem de lesão de membrana na concentração correspondente à CFM
(1024 µg/mL) foi 99,7%. Nas demais concentrações a porcentagem foi de 19,7% (½ CFM) e
14% (¼ CFM) como demonstrado na Figura 19 (A). OE de S. aromaticum mostrou que em todas
as concentrações avaliadas ocorreram lesão da membrana com morte celular que variou de 81,4 a
25,8% (Figura 19-B), enquanto que para o eugenol foi detectada fluorescência em 95,9% das
células (Figura 19-C). Um comparativo entre as porcentagens obtidas para cada OE, eugenol,
controle negativo e controle positivo foi realizado na Figura 20.
Figura 14: Porcentagem de células de C. gattii ATCC 24065 coradas pelo PI, analisadas por citometria de fluxo, após o tratamento com concentrações seriadas do OE de C. zeylanicum (A) e S. aromaticum (B) e eugenol (C).
Concentrações
(µg/mL)
% C
élu
las
cora
das
co
m P
I
Concentrações
(µg/mL)
% C
élu
las
cora
das
co
m P
I
Concentrações
(µg/mL)
% C
élu
las
cora
das
co
m P
I
A
C
RESULTADOS
52
Figura 15: Comparação entre as porcentagens obtidas de células de C. gattii ATCC 24065 coradas pelo PI após o tratamento com concentrações seriadas do OE de C. zeylanicum e S. aromaticum e eugenol além do controle positivo (Cp) com álcool 70% e controle negativo (Cn = 0,5%) não tratado.
A análise do mecanismo de ação dos OEs sobre as células fúngicas, quando realizada
pelo citômetro de fluxo, fornece os resultados em histogramas. A Figura 21 mostra os
histogramas obtidos para cada OE quando avaliados em concentração correspondente a CFM
(1024 ug/mL) e também para os controles negativo, positivo e de auto-fluorescência.
Figura 16: Histogramas de C. gatti ATCC 24065 tratados com OE de C. zeylanicum (A), S. aromaticum (B) e eugenol (C) na concentração de 1024µg/mL (CFM) demonstrando porcentagem de morte celular através da fluorescência produzida pela marcação com PI, captadas pelo detector FL3 do citômetro de fluxo. A figura (D) representa o controle de autofluorescência celular, (E) controle de viabilidade marcado com PI e (F) o controle de lesão de membrana (álcool 70%).
Concentrações
RESULTADOS
53
6.6. Citotoxicidade
Os ensaios de citotoxicidade em hemácias, realizados em placa de microtitulação,
mostraram que em concentrações ≤ 1024 µg/mL C. zeylanicum e S. aromaticum não
promoveram hemólise (Figura 22), porém, na concentração de 2048 µg/mL a hemólise foi 3,2 e
1,7% respectivamente. Com relação ao eugenol, a porcentagem de hemólise na concentração
1024 µg/mL foi 1,6% enquanto na concentração128 µg/mL foi de 1,3%. Observou-se que na
concentração de 4096µg/mL este composto promoveu a lise de 27% das hemácias (Tabela 9).
A anfotericina B também foi avaliada quanto a sua capacidade hemolítica demonstrando
que nas concentrações de 0,125 até 4 µg/mL não ocorreu lise de hemácia.
Figura 17: Citotoxicidade em diferentes concentrações de S. aromaticum, C. zeylanicum, eugenol e anfotericina B em hemácias, CN = controle negativo e CP = controle positivo.
8 4 2 1 0,5 0,25 0,125 µg/mL CN CP
Anfo Anfo Anfo
4096 2048 1024 512 256 128 µg/mL CN CP
S. aromaticum
S. aromaticum
C. zeylanicum
C. zeylanicum
4096 2048 1024 512 256 128 µg/mL CN CP
Eugenol Eugenol
Eugenol Anfo Anfo Anfo
400 200 100 50 25 12,5 µg/mL
RESULTADOS
54
Tabela 9: Porcentagem de lise das hemácias promovidas pelos OEs e eugenol em diferentes concentrações.
Concentração S. aromaticum C. zeylanicum Eugenol
(µg/mL) % de hemólise
4096 100 100 27
2048 1,7 3,2 4,1
1024 0 0 1,4
512 0 0 1,6
256 0 0 1,6
128 0 0 1,3
DISCUSSÃO
55
7. DISCUSSÃO
A busca por agentes antimicrobianos derivados de plantas tem se tornado cada vez mais
crescente, uma vez que o tratamento das infecções fúngicas, apesar do enorme progresso da
medicina nas últimas décadas, nem sempre é eficaz. A grande diversidade de componentes
químicos obtidos dos vegetais faz com que estes se tornem amplamente pesquisados, devido ao
potencial para o desenvolvimento de novos fármacos (VILA; FREIXA; CAÑIGUERAL, 2013).
Os OEs e extratos obtidos de plantas têm sido utilizados ao longo dos anos na medicina
popular em diferentes regiões apresentado eficaz atividade sobre grande diversidade de
microrganismos, incluindo os fungos (TABASSUM; VIDYASAGAR, 2013). Vários OEs
possuem atividade antifúngica sem efeitos colaterais em homens e animais (SOKMEN; JONES;
ERTURK, 1999) e estudos in vitro e in vivo sugerem que os OEs podem ser usados como
agentes antifúngicos efetivos (ADAM et al., 1998). Entretanto, a ação dos OEs sobre os agentes
da criptococose é pouco avaliada, tornando de grande importância a realização deste trabalho que
analisa a capacidade antifúngica dos OEs de C. zeylanicum, I. verum, J. virginiana, R. centifolia
e S. aromaticum sobre fungos do complexo C. neoformans.
Em geral os controles utilizados para avaliar a eficácia de compostos de plantas são
padrões antifúngicos indicados para cada microrganismo. No entanto, não há padronização sobre
o nível de aceitação para planta, quando comparados com os padrões. Por isso, alguns autores
consideram apenas atividade comparável aos antifúngicos, enquanto outros consideram valores
ainda mais elevados (NAEINI et al., 2009; DUARTE et al., 2005). Aligiannis et al. (2001)
propuseram a classificação a seguir baseando-se nos valores de CIM: < 500 µg/mL forte
atividade, entre 600 a 1500 µg/mL moderada e >1600 µg/mL fraca atividade. A classificação dos
resultados obtidos em nosso trabalho será baseada nos valores propostos por estes autores.
Os resultados da ação de C. zeylanicum sobre os isolados de fungos do complexo C.
neoformans obtidos neste trabalho, em que 58,8% foram inibidos na CIM de 128 µg/mL,
demonstram que este OE possui forte atividade antifúngica com grande potencial nas pesquisas
de substâncias a serem utilizadas no tratamento da criptococose. Resultados semelhantes foram
observados por Jantan et al. (2008) onde a atividade antifúngica do OE de C. zeylanicum foi
avaliada, pela técnica de microdiluição em caldo, obtendo para C. neoformans CIM de 0,16 a
DISCUSSÃO
56
0,31 µg µL-1 (aproximadamente 160 a 310 µg/mL). Por outro lado, valores menores de CIM
(15,6 µg/mL) foram relatados por Sivamani et al. (2010) ao avaliar isolados de C. neoformans,
provenientes de pacientes HIV positivos.
A atividade do OE de C. zeylanicum foi avaliada em outras espécies de leveduras
mostrando-se eficaz ao inibir o crescimento de cepas ATCC de C. albicans, C. parapsilosis e C.
krusei com halo de inibição > 40 mm e a CIM entre < 0,04 a 1,12 mg mL-1 (aproximadamente 40
a 1120 µg/mL) (UNLU et al., 2010). Khan et al., (2009), avaliaram a atividade de C. zeylanicum
através da microdiluição em caldo, sobre isolados de C. albicans provenientes de infecções
nosocomiais, obtendo CIM de 780 µg/mL. C. albicans, C. glabrata, C. parapsilosis e C.
tropicalis apresentaram CIM de 0,08 a 0,63 ug ul -1(aproximadamente 80 a 630 ug/ml) segundo
Jantan et al. (2008).
A atividade in vitro do OE de C. zeylanicum em fungos filamentosos, foi avaliada através
da técnica de ágar diluição segundo Sivamani et al. (2010). O valor de CIM encontrado para A.
niger, A. flavus e A. fumigatus foi de 31,25 µg/mL. Este OE demonstrou forte atividade
antifúngica quando avaliado sobre espécies de dermatófitos com CIMs variando entre < 0,04 µg
µL-1 a 0,16 µg µL-1 (aproximadamente < 40 a 160 µg/mL) (JANTAN et al., 2008). Estes dados
confirmam a atividade antifúngica demonstrada em nossos resultados.
Assim como o OE de C. zeylanicum, o OE de S. aromaticum também tem sido avaliado
em pesquisas com Candida, Aspergillus, dermatófitos, sendo raros os relatos em Cryptococcus
(KIRUI et al., 2014; PARK et al., 2007; PAWAR; THAKER, 2006).
Avaliações do OE obtido de S. aromaticum em isolados do complexo C. neoformans
foram descritos, utilizando metodologias diferentes, sendo diluição em ágar Sabouraud obtendo
CIM de 200 µL/L (aproximadamente 200 µg/mL) (VIOLLON; CHAUMONT, 1994) e disco
difusão, apresentando halo de inibição de 15 ± 2,0 mm, sendo considerados como muito
sensíveis pelos autores (KIRUI et al., 2014). Os dados obtidos por estes autores demonstram
potencial antifúngico deste OE, confirmando os resultados do nosso trabalho em que a CIM
de128 µg/mL para o OE de S. aromaticum foi verificada em 23,5% de isolados do complexo C.
neoformans.
Leveduras do gênero Candida, dermatófitos e fungos filamentosos também têm sido
avaliados na presença deste OE apresentando atividade antifúngica descrita. Pinto et al. (2009)
avaliando ATCCs de C. albicans, C. krusei, C. tropicalis e C. parapsilosis e cinco isolados
DISCUSSÃO
57
clínicos encontraram valores de CIM variando de 0,32 a 0,64 µL mL- 1 (aproximadamente 320 e
640 µg/mL) e menores valores foram obtidos para isolados clínicos de E. floccosum, T. rubrum,
T. mentagrophytes, M. canis e M. gypseum entre aproximadamente 80 e 160 µg/mL. Este
mesmos autores demonstraram inibição do crescimento de espécies do gênero Aspergillus em
ATCCs e isolados clínicos. Estes resultados confirmam que o OE de S. aromaticum tem
interessante potencial terapêutico para o tratamento das infecções fúngicas.
Neste trabalho foi avaliada a capacidade do eugenol, composto majoritário dos OEs de C.
zeylanicum e S. aromaticum, de inibir o crescimento de isolados do complexo C. neoformans
com a finalidade de correlacionar este constituinte com sua atividade antifúngica. A CIM
encontrada utilizando este componente foi de 256 µg/mL em 41,2% dos isolados avaliados.
Estudos prévios têm reportado a atividade antifúngica para o eugenol em leveduras e fungos
filamentosos contaminantes e patogênicos (CHAIEB et al., 2007; GAYOSO et al., 2005; LÓPEZ
et al., 2005). Boonchird e Flegel (1982) avaliaram a ação deste composto sobre 33 isolados de C.
neoformans onde a média das CIMs obtidas foi de 293 ± 52 µg/mL e Lemos et al. (2005)
demonstraram que mais de 90% dos isolados de C. neoformans foram inibidos a uma
concentração de 250 µg/mL, quando tratados com eugenol. Carrasco et al. (2012) avaliando a
atividade antifúngica do eugenol, encontraram valores de CIM de 250 µg/mL sobre C.
neoformans.
Quando comparamos a capacidade de inibição do crescimento fúngico do eugenol com os
OEs obtidos de C. zeylanicum observamos que 17,6% apresentaram valores iguais de CIM e para
S. aromaticum 29,4%, quando tratados com eugenol. Para os demais isolados, os valores foram
até quatro vezes maiores. Estes resultados demonstram que a capacidade antifúngica dos OEs de
C. zeylanicum e S. aromaticum não se deve exclusivamente a presença do eugenol. Sendo assim,
podemos inferir que outros componentes presentes nestes OEs em menores concentrações
também contribuem nesta capacidade de inibição fúngica.
As rosas além de amplamente cultivadas por sua beleza, são fontes para a obtenção de
extratos e óleos essenciais conhecidos por apresentarem propriedades antimicrobianas (YI et al.,
2007). A avaliação da atividade antifúngica do OE de R. centifolia, neste estudo, mostrou que na
CIM de 512 µg/mL houve inibição do crescimento em 70,6% dos isolados de fungos do
complexo C. neoformans, sendo classificada como atividade moderada. Não há relatos da
avaliação deste OE em outros fungos, apenas sua atividade antibacteriana, como demonstrada
DISCUSSÃO
58
por Hassanali (2003), sobre S. aureus, E. coli, S. typhi e S. pyogenes. Diante disso, estudo de sua
ação deve ser estendido a outros patógenos incluindo leveduras e fungos filamentosos.
O anis estrelado (I. verum) é uma planta muito utilizada na medicina popular asiática
(OKUYAMA; NAKAMURA; YAMAZAKI, 1993) e seu principal componente, o anetol, possui
atividade antifúngica descrita por Huang et al. ( 2010). Nosso trabalho evidenciou fraca atividade
antifúngica deste OE sobre fungos do complexo Cryptococcus, uma vez que as CIMs
encontradas foram ≥1024 µg/mL. Dados semelhantes foram encontrados por Prasath, Kumar e
Saravanamuthu (2013) quando o extrato obtido da flor de I. verum não foi capaz de formar halo
de inibição em contato com C. neoformans. Uma pesquisa conduzida por De et al. ( 2002),
mostrou CIM variando de 30 a 50 µg/mL sobre fungos do gênero Aspergillus quando tratados
com o anetol. Por outro lado, este OE demonstrou alta atividade sobre fungos patogênicos de
plantas, entre eles os gêneros Alternaria e Fusarium, com CIMs variando entre 0,07 a 0,25
mg/mL (aproximadamente 70 a 250 µg/mL) (HUANG et al., 2010).
O OE de J. virginiana tem ampla possibilidade de aplicação, incluindo antibacteriana e
antifúngica (SEMEN; HIZIROGLU, 2005). Neste trabalho, o OE de J. virginiana não foi capaz
de inibir o crescimento de fungos do complexo C. neoformans em CIMs < 1024 µg/mL. Valores
semelhantes aos encontrados neste trabalho foram observados sobre espécies fúngicas. Pires et
al., em 2011, avaliaram a ação antifúngica deste OE sobre isolados de C. parapsilosis e C.
orthopsilosis provenientes de circuito hidráulico de equipamento de hemodiálise. Estes
pesquisadores encontraram CIM de 1000 µg/mL para ambas espécies de Candida. O OE obtido
da madeira de J. virginiana demonstrou atividade com CIM de 1250 µg/mL enquanto que para o
óleo obtido das folhas a CIM foi de 650 µg/mL quando avaliados sobre C. albicans (STEWART
et al.,2014). Através da técnica de ágar difusão, este OE apresentou moderada atividade
antifúngica sobre Trichophyton mentagrophytes com halos de inibição de 13±1 mm (INOUYE;
USHIDA; ABE, 2006).
Os resultados deste presente estudo demonstraram que a CFM dos OEs avaliados e do
eugenol em mais de 50% dos isolados foram duas vezes maiores do que os valores da CIM,
sendo assim, podemos inferir que estes compostos são capazes de inibir o crescimento dos
isolados de fungos do complexo C. neoformans, exercendo ação fungicida em concentrações que
correspondem a duas vezes o valor da CIM encontrada.
DISCUSSÃO
59
Não foram encontrados relatos de valores de CFM dos OEs de C. zeylanicum, S.
aromaticum e R. centifolia sobre fungos do complexo C. neoformans, porém Khan et al. (2009)
demonstraram ação fungicida do OE de C. zeylanicum sobre isolados clínicos de C. albicans
com valores de CFM de 1560 µg/mL. Pinto et al. (2009), também verificaram propriedade
fungicida de S. aromaticum em concentrações correspondentes a duas vezes a CIM sobre
espécies de dermatófitos, com valores de CFM entre 0,16 e 0,32 µL mL-1 (aproximadamente 160
a 320 µg/mL).
Os valores de CFM encontrados em nossa avaliação do eugenol (512 e 1024 µg/mL)
corresponderam a duas vezes o valor da CIM em 70,6 % dos isolados analisados, mostrarando
que este componente apresentou considerável atividade fungicida sobre os agentes da
criptococose. Resultados semelhantes foram obtidos por Boonchird e Flegel (1981), onde a
análise de 33 isolados de C. neoformans tratados com eugenol determinou uma média de CFM
de 521 ± 164 µg/mL, duas vezes a CIM.
A metodologia de escolha para avaliação da associação entre C. zeylanicum, S.
aromaticum e seu composto majoritário, o eugenol com os fármacos anfotericina B e fluconazol,
em nosso trabalho, foi a de chequerboard. O estudo destas interações desempenha importante
papel, uma vez que novas formulações medicamentosas podem ser desenvolvidas a partir de
compostos sinérgicos.
Grande parte dos testes realizados com os antifúngicos anfotericina B e fluconazol
associados com o OE de C. zeylanicum foram classificados como indiferentes. Frente aos
resultados obtidos, foi verificado que a associação destes fármacos com C. zeylanicum não
acrescentaria benefícios ao tratamento da criptococose.
A interação entre S. aromaticum e anfotericina B sobre os 17 isolados do complexo C.
neoformans avaliados mostrou sinergismo, com redução dos valores iniciais de CIM em até oito
vezes. Os prováveis mecanismos responsáveis pela atividade sinérgica observada podem estar
relacionados com inibição das vias bioquímicas celulares essenciais para sobrevivência fúngica,
aumento da penetração do agente antifúngico na membrana celular facilitada pela ação de outro
antifúngico, inibição de proteínas transportadoras responsáveis pela extrusão do fármaco ou
inibição simultânea de diferentes alvos celulares (JHONSON et al., 2004). Os resultados
colaboram e estimulam para que este OE seja submetido a novos estudos, uma vez que
apresentou um importante aumento em sua atividade antifúngica, associado à anfotericina B,
DISCUSSÃO
60
principal fármaco utilizado no tratamento da criptococose. Esta ação sinérgica favoreceria a
terapia antifúngica, uma vez que, a dose efetiva mínima do fármaco poderia ser reduzida, além
de ser útil nos casos de falha terapêutica.
Embora outros estudos de interação dos OEs com anfotericina B e fluconazol sobre C.
neoformans, objetos deste trabalho, não tenham sido realizados, relatos de outras associações são
encontrados na literatura como a interação entre C. zeylanicum e nistatina sobre cepas C.
albicans avaliada pela metodologia de chequerboard por Castro et al. (2013). Valores de CIM
do OE determinados na associação foram reduzidos em 1/4 e os do fármaco em 1/8 quando
comparados com os valores individuais de onde os autores concluiram que a associação entre C.
zeylanicum e nistatina potencializou a ação inibitória do crescimento de C. albicans. Embora os
resultados de nosso trabalho não tenham demonstrado efeitos sinérgicos de C. zeylanicum com
anfotericina B e fluconazol, este OE foi capaz de potencializar a atividade antifúngica de outro
fármaco.
A interação do OE de S. aromaticum com fármacos anfotericina B e fluconazol também
foi avaliada sobre cepas ATCCs e isolados de C. albicans, sendo todas elas classificadas como
indiferentes (KHAN; MALIK; AHMAD, 2011).
A associação entre o eugenol e anfotericina B ou fluconazol não promoveu alteração da
atividade antifúngica nos isolados de fungos do complexo C. neoformans nesta pesquisa. Não
foram encontrados na literatura relatos de estudos da associação destes compostos sobre
Cryptococcus para comparação de resultados.
Uma pesquisa conduzida com isolados clínicos de Candida evidenciou que o tratamento
da infecção com fluconazol poderia ser suplementada com o eugenol, uma vez que foi
comprovado sinergismo na maioria dos isolados por chequerboard (AHMAD et al., 2010). Em
C. albicans a combinação de anfotericina B com o eugenol não alterou a atividade antifúngica do
fármaco (KHAN; AHMAD, 2012).
A quantificação dos esteróis foi realizada com o objetivo de determinar se os OEs e o
eugenol são capazes de interferir na biossíntese do ergosterol. A cepa C. gattii ATCC 24065
avaliada com fluconazol foi utilizada como parâmetro de comparação, uma vez que, o
mecanismo de ação deste fármaco é a inibição da síntese do ergosterol. Nossos resultados para o
OE de C. zeylanicum e S. aromaticum nos valores correspondentes a CIM promoveram inibição
total da síntese do ergosterol.
DISCUSSÃO
61
A análise do composto majoritário desses OEs, o eugenol, revelou que este componente
foi capaz de promover total inibição da síntese do ergosterol em concentrações correspondentes a
valores inibitórios e sub-inibitórios. Estes dados levam a concluir que provavelmente este
componente seja o responsável pela inibição da biossíntese do ergosterol observada nos OEs de
C. zeylanicum e S. aromaticum. Em leveduras do gênero Candida a atividade antifúngica do
eugenol tem como principal alvo a inibição da biossíntese de ergosterol, conforme demonstrado
por Ahmad et al. (2010). Pinto et al. (2009) também verificaram diminuição da síntese do
ergosterol em isolados de C. albicans quando tratados com ½ CIM de S. aromaticum e eugenol.
Neste trabalho, utilizou-se a citometria de fluxo para verificar a integridade das células
fúngicas quando expostas aos OEs e eugenol. O marcador PI foi utilizado nessa avaliação pela
sua capacidade de se ligar ao ácido nucleico das células evidenciando lesão de membrana
(PINA-VAZ et al. 2001). Os nossos resultados mostraram que o PI foi internalizado em mais de
80% das células fúngicas analisadas, sobre ação dos OEs obtidos de C. zeylanicum e S.
aromaticum e do eugenol, em concentração equivalente a CFM (1024 µg/mL), indicando que um
dos mecanismos de ação dos componentes avaliados envolve lesão de membrana celular com
consequente morte fúngica. Nas concentrações equivalentes a ½ CFM e ¼ da CFM também
ocorreu lesão de membrana nas células sob ação dos OEs e do eugenol, porém em porcentagens
menores sugerindo dose-dependência.
A capacidade dos OEs de lesionar membrana estaria relacionada com distintos processos
como a sua característica hidrofóbica, responsável pela ruptura da camada bilipidica celular, com
posterior alteração da permeabilidade e perda de conteúdo citoplasmático (BURT, 2004) e
devido à característica lipofílica dos OEs, eles atravessariam a parede e promoveriam o
rompimento e permeabilização das estruturas de membrana (PINA-VAZ, et al., 2004),
resultando em morte da célula fúngica.
Os valores obtidos através desta metodologia estão de acordo com outros relatos
encontrados na literatura. Pinto et al. (2009) atribuíram à S. aromaticum e ao eugenol a
capacidade de lesionar a membrana de leveduras do gênero Candida. Bennis et al. (2004)
analisando o mecanismo de ação do eugenol sobre Saccharomyces cerevisiae concluíram que
este componente não atua somente na membrana fúngica, mas em toda a parede celular.
Braga et al. (2007) através de análise morfológica de C. albicans por microscopia
eletrônica verificaram que o eugenol foi responsável por alteração morfológica da parede e
DISCUSSÃO
62
membrana celular. Esta interferência morfológica desempenha importante papel, uma vez que
interfere em fatores de virulência dos fungos, como por exemplo, as adesinas (CULICI et al.,
2005; PENDRACK; KLOTZ, 1995), e na inibição da transição para formar hifas reduzindo a
capacidade de colonizar o hospedeiro e consequentemente diminuindo a patogenicidade
(DOMER, 1989).
A análise do ensaio de curva de morte dos OEs foi realizada na concentração fungicida
mínima (1024 µg/mL) com o objetivo de determinar o tempo exato, em horas, da morte celular.
O efeito fungicida sobre C. gattii ATCC 24065 (redução ≥ 3log10 UFC/mL a partir do inóculo
inicial) (ESPINELL INGROFF, 1992) foi observado na concentração de quatro vezes a CIM, a
partir de 1 hora para C. zeylancium e S. aromaticum. O interesse da determinação do tempo de
morte está relacionado à implicações no tratamento, uma vez que, poderia aumentar a eficácia
com o ajuste da dose terapêutica.
Os glóbulos vermelhos humanos constituem uma ferramenta útil em estudos de
citotoxicidade de compostos, por serem de fácil obtenção, com características de membrana bem
conhecidas e sua lise é facilmente monitorada pela dosagem da hemoglobina liberada (SITU;
BOBEK, 2000). A avaliação da citotoxicidade realizada neste trabalho mostrou que ambos os
OEs, C. zeylancium e S. aromaticum, promoveram lise das hemácias somente em altas
concentrações (>1024 ug/mL) enquanto que o eugenol, nesta concentração, promoveu a lise em
1,6% das células avaliadas. Estes resultados de citotoxicidade permitem afirmar que estes OEs se
apresentam como compostos de baixa toxicidade, sendo possível a sua aplicação na pesquisa de
novos fármacos. Estudos avaliando a atividade citotóxica do OE de S. aromaticum e do eugenol
em eritrócitos humanos confirmam a baixa toxicidade destes compostos (HE et al., 2007;
MARYA et al., 2012).
CONCLUSÕES
63
8. CONCLUSÕES
Os resultados obtidos neste trabalho permitiram concluir que:
1- Os OEs de I. verum , J. virginiana e R. centifolia inibiram o crescimento de fungos do
complexo C. neoformans em CIM ≥ 512 µg/mL, apresentando baixo potencial antifúngico.
2- Os OEs de C. zeylanicum e S. aromaticum, apresentaram importante ação antifúngica com
CIM ≤ 256 µg/mL e a atividade fungicida (CFM), em mais de 50% dos isolados, foi
observada na concentração correspondente a 2 vezes a CIM.
3- O componente majoritário dos OEs de C. zeylanicum e S. aromaticum, o eugenol, exerceu
atividade fungistática nas concentrações de 128 a 512 µg/mL e mais de 70% dos isolados
apresentaram ação fungicida em concentrações 2 vezes o valor da CIM.
4- A associação entre o OE de S. aromaticum com o fármaco anfotericina B mostrou uma
redução em até oito vezes a CIM individual do fármaco demonstrando um importante
aumento em sua atividade antifúngica. Essa associação pode representar uma nova opção
terapêutica para o tratamento da criptococose.
5- A avaliação do tempo da curva de morte evidenciou que C. zeylancium e S. aromaticum
foram capazes de exercer potente atividade fungicida sobre 100% das leveduras de C. gattii
ATCC 24065 no intervalo de tempo de uma hora.
6- O estudo do mecanismo de ação dos OEs obtidos de C. zeylanicum, S. aromaticum
demonstraram que estes foram capazes de inibir a síntese do ergosterol, bem como de
promover lesão de membrana em leveduras do complexo C. neoformans com importante
participação de seu composto majoritário o eugenol.
7- Foi observada uma baixa citotoxicidade dos OEs obtidos de S. aromaticum, C. zeylanicum e
do eugenol em eritrócitos humanos.
8- Nossos resultados sugerem que a utilização dos OEs de C. zeylanicum e S. aromaticum e
seu composto majoritário, o eugenol tem interessante potencial como opção terapêutica
sobre os agentes da criptococose.
REFERÊNCIAS
64
9. REFERÊNCIAS
ABRÃO, F. et al. Antifungal activity of essential oil of Amyris balsamifera against Cryptococcus
neoformans. BMC Proceedings, v. 8, n. 4, p. 32, 2014.
ADAM, K. et al. Antifungal activities of Origanum vulgare subsp. hirtum, Mentha spicata,
Lavandula angustifolia and Salvia fruticosa essential oils against human pathogenic
fungi. J. Agric. Food Chem, v. 46, p. 1739-1745, 1998.
AHMAD, A. et al. Fungicidal activity of thimol and carvacrol by disrupting ergosterol
biosynthesis and membrane integrity against Candida. Eur. J. Microbiol. Infet.Dis ., v.
30, p. 41-51, 2011.
AHMAD, A. et al. In vitro synergy of eugenol and methyleugenol with fluconazole angainst
clinical Candida isolates. Journal of Medical Microbiology, v. 59, p. 1178-1184, 2010.
ALI N, H.; FAIZI, S.; KAZMI, S.U. Antibacterial activity in spices and local medicinal plants
against clinical isolates of Karachi, Pakistan. Pharmaceutical Biology, v. 48, p. 833-839,
2011.
ALIGIANNIS, N. et al. Composition and antimicrobial activity of the essential oil of two
Origanum species. J. Agric. Food Chem., v. 40, p. 4168-70, 2001.
ALITONOU, G. et al. Chemical and biological investigations of Syzygium aromaticum L.
essential oil from Benin. International Journal of Biological and Chemical Sciences,
v. 6, n. June, p. 1360–1367, 2012.
ALLARDICE, P. The art of aromatherapy. Randon House Value Publishing, New York, 1994.
ALVES, S. H. et al. In vitro susceptibility of antifungal agents of clinical and environmental
Cryptococcus neoformans isolated in southern of Brazil. Revista do Instituto de
Medicina Tropical de São Paulo, v. 43, n. 5, p. 267-270, 2001.
REFERÊNCIAS
65
AMICHAI, B.; GRUNWALD, M. H. Adverse drug reactions of the new oral antifungal agents -
terbinafine, fluconazole, and itraconazole. International Journal of Dermatology, v. 37,
n. 6, p. 410–415, jun. 1998.
ANTINORI, S. New insights into HIV/AIDS-associated cryptococcosis. ISRN AIDS,. 2013.
ARTHINGTON-SKAGGS, B. A. et al. Quantitation of Ergosterol Content : Novel Method for
Determination of Fluconazole Susceptibility of Candida albicans. Journal of Clinical
Microbiology , v. 37, n. 10, p. 3332–3337, 1999.
BAKKALI, F. et al. Biological effects of essential oils–a review. Food and chemical
toxicology, v. 46, n. 2, p. 446–75, fev. 2008.
BANDARA, T.; ULUWADUGE, I.; JANSZ, E. R. Bioactivity of cinnamon with special
emphasis on diabetes mellitus: a review. International Journal of Food Sciences and
Nutrition, v. 63, p. 380-386, 2012.
BANERJEE, S.; PANDA, C.; DAS, S. Clove (Syzygium aromaticum L.), a potential
chemopreventive agent for lung cancer. Carcinogenesis, v. 27, n. 8, p. 1645–54, ago.
2006.
BARNETT, J. A. A history of research on yeasts 14: Medical yeasts part 2, Cryptococcus
neoformans. Yeast, v. 27, p. 875-904, jun. 2010.
BARÓ, T. et al. First identification of autochthonous Cryptococcus neoformans var. gattii
isolated from goats with predominantly severe pulmonary disease in Spain. Journal of
Clinical Microbiology , v. 36, n. 2, p. 458-461, 1998.
BENMALEK, Y. et al. Anti-microbial and anti-oxidant activities of Illicium verum, Crataegus
oxyacantha ssp monogyna and Allium cepa red and white varieties. Bioengineered, v. 4,
n. 4, p. 244–248, 2013.
BENNIS, S. et al. Eugenol induces damage of bacterial and fungal envelope. Moroccan J. Biol.,
v. 1, 2014.
REFERÊNCIAS
66
BERKOWSKY, P.; BRUCE, J. Importance of rose oil in asthma remedy. Academic Press, New
York, 2000.
BHATIA, M.; SHARMA, A. Inactivation of Candida albicans in culture media by eight spices
native to Indian subcontinent. International Journal of Pharmaceutical Sciences
Review and Research, v. 16, n. 24, p. 125-129, 2012.
BOLARD, J.; JOLY, V.; YENI, P. Mechanism of action of Amphotericin B at the cellular level.
Its modulation by delivery sytems. Journal of Liposome Research, v. 3, p.409-427,
1993.
BOO, T. W. et al. Candidemia in an Irish tertiary hospital: epidemiology and prognostic factors.
Mycoses, v.48, p. 251-259, 2005.
BOONCHIRD, C.; FLEGEL, T. W. In vitro antifungal activity of eugenol an vanillin against
Candida albicans and Cryptococcus neoformans. National Research Conciul of
Canada, v. 28, 1982.
BOSWELL, J. S. et al. Edematous nodules on the extremities of a febrile patient: cutaneous
cryptococcosis. Archives of Dermatological Research, v. 144, p. 1651, 2008.
BRAGA, P. C. et al. Eugenol and thymol, alone or in combination, induce morphological
alterations in the envelope of Candida albicans. Fitoterapia, v. 78, p. 396-400, 2007.
BRANDÃO, H. N. et al. Química e farmacologia de quimioterápicos antineoplásicos derivados
de plantas. Quimica Nova, v. 33, n. 6, p. 1359–1369, 2010.
BROWN, M.; WITTWER, C. Flow Cytometry : Principles and Clinical Applications in
Hematology. v. 8, p. 1221–1229, 2000.
BURT, S. Essential oils: their antibacterial properties and potential aplication in foods- a review.
International Journal of Food Microbiology , v. 94, p. 223-253, 2004.
BYRNES, E. J. et al. Emergence and pathogenicity of highly virulent Cryptococcus gattii
genotypes in the northwest United States. PLoS pathogens, v. 6, n. 4, p.1-16, abr. 2010.
REFERÊNCIAS
67
CARMO, E. S. et al. Effect of Cinnamomum zeylanicum blume essential oil on the growth and
morphogenesis of some potentially pathogenic Aspergillus species. Brazilian Journal of
Microbiology , v. 39, p. 91-97, 2008.
CARRASCO, H. et al. Antifungal activity of eugenol analogues. Influence of different
substituents and studies of mechanisms of action. Molecules, v. 17, p. 1002-1024, 2012.
CASADEVALL, A.; PERFECT, J. R. Cryptococcus neoformans. The American Society for
Microbiology , ASM Press, Washington, 1998.
CASADEVALL, A.; ROSAS A.; NOSANCHUK J. D. Melanin and virulence in Cryptococcus
neoformans. Current Opinion in Microbiology , v. 3, p. 354-358, 2000.
CASTRO, R. D. DE et al. Combined effect of Cinnamomum zeylanicum blume essential oil and
nystatin on Candida albicans growth and micromorphology. Revista de Ciências
Médicas e Biológicas, v. 12, n. 2, p. 149–156, 2013.
CAVALEIRO, C. et al. Antifungal activity of the essential oil of Angelica major against
Candida, Cryptococcus, Aspergillus and dermathopyte species. J. Nat. Med, v.69, p.
241-248, 2015.
CHAIEB, K. et al. The chemical composition and biological activity of clove essential oil,
Eugenia caryophyllata (Syzigium aromaticum L. Myrtaceae): a short review.
Phytotherapy Research, v. 506, p. 501–506, 2007.
CHAMI, F. et. al,. Oregano and clove essential oils induce surface alteration of Saccharomyces
cerevisiae. Phytotherapy Research, v.19, n. 5, p. 405–8. 2005.
CHANG, Y. C., et al. Cryptococcal yeast cells invade the central nervous system via
transcellular penetration of the blood-brain barrier. Infection and Immunity , v.72, n. 9,
p. 4985–95, 2004.
CHATURVEDI, V.; CHATURVEDI, S. Cryptococcus gattii: a resurgent fungal pathogen.
Trends in microbiology, v. 19, n. 11, p. 564–71, nov. 2011.
REFERÊNCIAS
68
CHAUBEY, M. K. Fumigant toxicity of essential oils from some common spices against pulse
beetle, Callosobruchus chinensis (Coleoptera: Bruchidae). Journal of oleo science, v.
57, n. 3, p. 171–179, 2008.
CHAYAKULKEEREE, M.; PERFECT, J. R. Cryptococcosis. Infectious disease clinics of
North America, v. 20, n. 3, p. 507–44, v–vi, set. 2006.
CHEN, L. C.; BLANK, E. S.; CASADEVALL, A. Extracellular proteinase activity of
Cryptococcus neoformans. Clinical and diagnostic laboratory immunology, v. 3, n. 5,
p. 570–574, 1996.
CHEN, S. H. M. et al. Cryptococcus neoformans induces alterations in the cytoskeleton of
human brain microvascular endothelial cells. Journal of Medical Microbiology, v. 52,
p. 961-970, 2003.
CHEN, Y.-L. et al. Calcineurin governs thermotolerance and virulence of Cryptococcus gattii.
G3 (Bethesda, Md.), v. 3, n. 3, p. 527–39, mar. 2013.
CHERICONI, S. et al. In vitro activity of the essential oil of Cinnamomum zeylanicum and
eugenol in peroxynitrite-induced oxidative processes. Journal of agricultural and food
chemistry, v. 53, n. 12, p. 4762–5, 15 jun. 2005.
CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE (CLSI). Reference method for
broth dilition antifungal susceptibility testing of yeast. Approved standard M27-A3.
Clinical and Laboratory Standards Institute, Wayne, PA, 2008.
CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE (CLSI). Reference method for
broth dilution antifungal susceptibility testing of yeast. Fourth informational supplement
M27-S4. Clinical and Laboratory Standards Institute, Wayne, PA, 2012.
COELHO, C.; BOCCA, A. L.; CASADEVALL, A. The tools for virulence of Cryptococcus
neoformans. Advances in applied microbiology, v. 87, p. 1-41, 2014.
REFERÊNCIAS
69
COSTA, M. P. DA et al. Antifungal and cytotoxicity activities of the fresh xylem sap of
Hymenaea courbaril L. and its major constituent fisetin. BMC Complementary and
Alternative Medicine, v. 14, p. 245, 2014.
COSTA-LOTUFO, L. V. et al. The Contribution of Natural Products as Source of New
Anticancer Drugs: Studies Carried Out at the National Experimental Oncology
Laboratory from the Federal University of Ceará. Revista Virtual de Química, v. 2, n. 1,
p. 47–58, 2010.
COWAN, M. M. Plant products as antimicrobial agents. Clinical Microbiology Reviews, v. 12,
n. 4, p. 564-582, 1999.
CROWE, S. M. et al. Predictive value of CD4 lymphocyte number for the development of
opportunistic infections and malignancies in HIV-infected persons. Journal of Acquired
Immune Deficiency Syndromes, v.4, p. 770-776, 1991.
CULICI, M. et al. Evaluation of thymol inhibition of Candida albicans adhesiveness to human
vaginal cells. Giornale Italiano di Microbiologia Medica Odontoiatrica e clinica, v. 9,
n. 2, p. 107-114, 2005.
DADACHOVA, E.; CASADEVALL, A. Cryptococcus neoformans as a Model for
Radioimmunotherapy of Infections. Interdisciplinary perspectives on infectious
diseases, v. 2011, p. 11, jan. 2011.
DATTA, K. et al. Spread of Cryptococcus gatti into Pacific Northwest Region of the United
States. Emerging Infectious Diseases, v. 15, n. 8,p. 1185-91, aug., 2009.
DE LOGU, A. et al. In vitro activity of 2-cyclohexylidenhydrazo-4-phenyl-thiazole compared
with those of amphotericin B and fluconazole against clinical isolates of Candida sp. and
fluconazole resistant Candida albicans. Journal of antimicrobial Chemotherapy, v.55,
p. 692-698, 2005.
DE, M. et al. Antimicrobial properties of star anise (Illicium verum Hook f). Phytotherapy
research : PTR, v. 16, n. 1, p. 94–5, fev. 2002.
REFERÊNCIAS
70
DEL POETA, M.; CASADEVALL, A. Ten Challenges on Cryptococcus and Cryptococcosis.
Mycopathologia, v. 173, p. 303–310, 2012.
DERAY, G. Amphotericin B nephrotoxicity. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, v. 49,
n. suppl 1, p. 37–41, 1 jan. 2002.
DI SANTO, R. Natural products as antifungal agents against clinically relevant pathogens.
Natural product reports , v. 27,n. 7, p. 1084-98, 2010.
DOMER, J. E. Candida cell wall mannan: a polysaccharide with diverse immunologic
properties. Critical reviews in microbiology, v. 17, n. 1, p. 33-51, 1989.
DRAGO, L. et al. In vitro evaluation of antibiotics combinations for empirical therapy of
suspected methicillin resistant Sthaphylococcus aureus severe respiratory infections.
BMC Infectious Diseases, v.7, 2007.
DUARTE, M. C. T. et al. Anti-Candida activity of Brazilian medicinal plants. Journal of
Ethnopharmacology, v. 97, p. 305-311, 2005.
DUIN, D. V.; CASADEVALL, A.; NOSANCHUK, J. D. Melanization of Cryptococcus
neoformans and Histoplasma capsulatum Reduces Their Susceptibilities to Amphotericin
B and Caspofungin. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v. 46, n. 11, p. 3394,
2002.
DWIVEDI, V. et al. Comparative anticancer potential of clove (Syzygium aromaticum)-an Indian
spice-against cancer cell lines of various anatomical origin. Asian Pacific journal of
cancer prevention�: APJCP, v. 12, n. 8, p. 1989–93, jan. 2011.
DZAMIC, A. et al. Chemical composition and antifungal activity of Illicium verum and Eugenia
caryophyllata essential oils. Chemistry of Natural Compounds, v. 45, n. 2, p. 259–261,
2009.
ELISABETSKY, E.; COSTA-CAMPOS, L. Medicinal plant genetic resources and international
cooperation: the Brazilian perspective. Journal of ethnopharmacology, v. 51, p. 111–
119; discussion 119–120, 1996.
REFERÊNCIAS
71
ELLER, F. J. et al.. Critical fluid extraction of Juniperus virginiana L. and bioactivity of extracts
against subterranean termites and wood-rot fungi. Industrial Crops and Products, v.32,
n. 3, p. 481–485, 2010.
ELLIS, D. Amphotericin B: spectrum and resistance. The Journal of antimicrobial
chemotherapy, v. 49 Suppl 1, p. 7–10, 2002.
ELLIS, D. H.; PFEIFFER, T. Natural habitat of Cryptococcus neoformans var. gattii. Jounarl of
Clinical Microbiology , v. 28. n. 7, p. 1642-1644, 1990.
ESPINELL INGROFF, A. Collaborative comparison of broth macrodilution an microdilution
antifungal susceptibility tests. J. Clin. Microbiol . v. 30, p. 3128-3145, 1992.
ESPINELL INGROFF, A.; SHADOMY, S.; GEBHART, R. J. In vitro studies with R 51, 211
(itraconazole). Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v. 26, n. 1, p. 5-9, 1984.
FAGGI, E. et al. Cryptococcosis in domestic mammals. Mycoses, v.36, p. 165-170, 1993.
FELDMESSER, M. et al. Cryptococcus neoformans is a facultative intracellular pathogen in
murine pulmonary infection. Infection and Immunity , v. 68, n. 7, p. 4225-4237, 2000.
FERNANDES, O. DE F. L. et al. Effects of Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) L. R.
Landrum, on melanized and non-melanized Cryptococcus neoformans. Mycopathologia,
v. 174, n. 5-6, p. 421–8, dez. 2012.
FILIPPIN, F. B.; SOUZA, L. C. Eficiência terapêutica das formulações lipídicas de anfotericina
B. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 42, 2006.
FRANZOT, S. P.; SALKIN I. F.; CASADEVALL A. Cryptococcus neoformans var. grubii:
Separate Varietal Status for Cryptococcus neoformans Serotype A Isolates. Journal of
Clinical Microbiology, v. 37, n. 3, p. 838-840, mar. 1999.
GALANIS, E.; MACDOUGALL, L. Epidemiology of Cryptococcus gattii, British Columbia,
Canada, 1999–2007. Emerging Infectious Diseases, v. 16, n. 2, p. 251–257, fev. 2010.
REFERÊNCIAS
72
GANAPATY, S.; BEKNAL, A. K. Anti-inflammatory and analgesic activity of Cynnamomum
zeylanicum leaf oil. Indian drugs, v. 42, p. 824-825, 2005.
GAWDE, A. J.; CANTRELL, C. L.; ZHELJAZKOV, V. D. Dual extraction of essential oil and
podophyllotoxin from Juniperus virginiana. Industrial Crops and Products, v. 30,n.
2,p. 276–280, 2009.
GAYOSO, C. W. et al. Sensitivity of fungi isolated from onychomycosis to Eugenia
cariophyllata essential oil and eugenol. Fitoterapia, v. 76, n. 2, p. 247–9, mar. 2005.
GAZZONI, A. F.; PEGAS K. L.; SEVERO, L. C. Técnicas histopatológicas no diagnóstico de
criptococose por Cryptococcus deficiente de cápsula: relato de caso. Revista da
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 41, n. 1, p. 76–78, 2008.
GHANNOUM, M. A. Potential Role of Phospholipases in Virulence and Fungal Pathogenesis.
Clinical Microbiology Reviews, v. 13, n. 1, p. 122–143, 2000.
GILES, S. S. et al. Elucidating the pathogenesis of spores from the human fungal pathogen
Cryptococcus neoformans. Infection and Immunity , v. 77, p. 3491-3500. 2009.
GONÇALVES, J. L. S. et al. In vitro anti-rotavirus activity os some medicinal plants used in
Brazil against diarrhea. Journal of Ethnopharmacology, v. 99, p. 403-407, 2005.
GROOT, O. A. et al. Acute refractory hyperkalaemia and fatal cardiac arrest related to
administration of liposomal amphotericin B. The Netherlands Journal of Medicine, v.
66, n. 10, p. 433-436, 2008.
GUERRA, et al. Increasing antibiotic activity against a multidrug-resistant Acinetobacter spp by
essential oils of Citrus limon and Cinnamomum zeylanicum. Natural Product Research,
v. 26, p. 2235-2238, 2012.
GUILLAUME, M. P.; DE-PREZ, C.; COGAN, E. Subacute mitochondrial liver disease in a
patient with AIDS: possible relatioship to prolonged fluconazole administration. Am. J.
Gastroenterol., v. 91, p. 165-168, 1996.
REFERÊNCIAS
73
GURIB-FAKIM, A. Medicinal plants: Traditions of yesterday and drugs of tomorrow.
Molecular Aspects of Medicine, v. 27, p. 1–93, 2006.
HAMEL, P. B.; CHILTOSKEY, M. U. Cherokee plants and their uses - a 400 years of history.
Cherokee publications, Cherokee, North Carolina, USA, 2002.
HAMILTON, J. R. et al. Performance of Cryptococcus antigen latex agglutination kits on serum
and cerebrospinal fluid specimens of AIDS patients before and after pronase treatment.
Journal of Clinical Microbiology , v. 29, n. 2, p. 333–339, 1991.
HASSANALI, N. An investigation of antimicrobial compounds for immunomodulating and anti-
adhesion properties. Pakistan Research Repository, 2003.
HE, M. et al. In vitro activity of eugenol against Candida albicans biofilms. Mycopathologia, v.
163, n. 3, p. 137–43, mar. 2007.
HOSPENTHAL, D.; BENNETT, J. Persistence of cryptococcomas on neuroimaging. Clinical
infectious diseases, v. 31, p. 1303–1306, 2000.
HUANG, Y. et al. Antifungal activity of the essential oil of Illicium verum fruit and its main
component trans-anethole. Molecules (Basel, Switzerland), v. 15, n. 11, p. 7558–69, nov.
2010.
HULL, C. M.; HEITMAN, J. Genetics of Cryptococcus neoformans. Annual review of
genetics, v. 36, p. 557–615, jan. 2002.
HUTTON, K. A comparative study of the plants used for medicinal purposes by the Creek and
Semilone tribes. M.S.Thesis, University of South Florida, 2010.
IBRAHIM, M. A. et al. Insecticidal, repellent, antimicrobial activity and phytotoxicity of
essential oils: with special reference to limonene and its suitability for control of insect
pests. Agricultural and Food Science Finland, v. 10, p. 243-259, 2001.
REFERÊNCIAS
74
IKEDA, R. et al. Antigenic Characterization of Cryptococcus neoformans Serotypes and Its
Application to Serotyping of Clinical Isolates. Journal of Clinical Microbiology , v. 16,
n. 1, p. 22–29, 1982.
IKEDA, R. et al. Effects of melanin upon susceptibility of Cryptococcus to antifungals.
Microbiology and immunology, v. 47, n. 4, p. 271–7, jan. 2003.
INOUYE, S.; UCHIDA, K.; ABE, S. Vapor activity of 72 essential oils against a Trichophyton
mentagrophytes. J. Infect. Chemoter., v. 12, p. 210-216, 2006.
ITOIGAWA, M. et al. Cancer chemopreventive activity of phenylpropanoids and phytoquinoids
from Illicium plants. Cancer letters, v. 214, p. 165-169, 2004.
JACOBSON, E. S. Pathogenic Roles for Fungal Melanins. Clinical Microbiology Reviews, v.
13, n. 4, p. 708–717, 1 out. 2000.
JANTAN, I. BIN et al. Correlation Between Chemical Composition and Antifungal Activity of
the Essential Oils of Eight Cinnamomum Species. Pharmaceutical Biology, v. 46, n. 6,
p. 406–412, jan. 2008.
JAYAPRAKASHA, G. K. et al. Antioxidant and antimutagenic activities of Cinnamomum
zeylanicum fruit extracts. Journal of Food Compositions and Analysis, v. 20, p. 330-
336, 2007.
JAYAPRAKASHA, G. K.; RAO, L. J.. Chemistry, biogenesis, and biological activities of
Cinnamomum zeylanicum. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v. 51, n. 6,
p. 547-62, 2011.
JITENDRA, J. et al. ROSA CENTIFOLIA: plant review. International journal of research in
pharmacy an chemistry, v. 2, n. 3, p. 794–796, 2012.
JOHNSON, M. D. et al. Combination antifungal therapy. Antimicrobial Agents and
Chemotherapy, v. 48, n. 3, p. 693-715, mar., 2004.
REFERÊNCIAS
75
KALEMBA, D.; KUNICKA, A. Antibacterial and Antifungal Properties of Essential Oils.
Current Medicinal Chemistry , v. 10, p. 813-829, 2003.
KESHRI, U. et al. Fluconazole-induced Stevens-Jonson syndrome. International Journal of
Basic & Clinical Pharmacology, v. 3, n. 3, p. 566, 2014.
KHAN, A. et al. Ocimum sanctum essential oil and its active principles exert their antifungal
activity by disrupting ergosterol biosynthesis and membrane integrity. Research in
Microbiology , v. 161, n. 10, p. 816–823, 2010.
KHAN, M. S. A.; AHMAD, I. Biofilm inhibition by Cymbopogon citratus and Syzygium
aromaticum essential oils in the strains of Candida albicans. Journal of
Ethnopharmacology, v. 140, n. 2, p. 416–423, 2012.
KHAN, M. S. A.; MALIK, A.; AHMAD, I. Anti-candidal activity of essential oils alone and in
combination with amphotericin B or fluconazole against multi-drug resistant isolates of
C. albicans. Medical Mycology, v. 50, n. 1. p. 33-42, 2011.
KHAN, R. et al. Antimicrobial activity of five herbal extracts against multi drug resistant (MDR)
strains of bacteria and fungus of clinical origin. Molecules (Basel, Switzerland), v. 14, n.
2, p. 586–97, jan. 2009.
KIDD, S. E. et al. Characterization of environmental sources of the human and animal pathogen
Cryptococcus gattii in British Columbia, Canada, and the Pacific Northwest of the United
States. Applied and Environmental Microbiology, v. 73, n. 5, p. 1433-1443, 2007.
KIM, H. M. et al. Effect of Syzygium aromaticum extract on immediate hypersensitivity in rats.
Journal of Ethnopharmacology, v. 60, n. 4, p. 125–131, 1998.
KIRUI, J. et al. Combined Antibacterial and Antifungal Activities of Eucalyptus citriodora and
Syzygium aromaticum Essential Oils-Supporting Information. African Journal of
Pharmacology and Therapeutics, v. 3, n. 1, p. 29–37, 2014.
REFERÊNCIAS
76
KLEIN, K. R. et al. Identification of Cryptococcus gattii by use of L-canavanine glycine
bromothymol blue medium and DNA sequencing. Journal of clinical microbiology, v.
47, n. 11, p. 3669–72, nov. 2009.
KOHLI, R.; HADLEY, S. Fungal arthritis and osteomyelitis. Infectious Disease Clinics of
North America, v. 19, p. 831-851, 2005.
KOZEL, T. R.; WILSON, M. A.; MURPHY, J. W. Early Events in Initiation of Alternative
Complement Pathway Activation by the Capsule of Cryptococcus neoformans. Infection
and Immunity , v. 59, n. 9, p. 3101–3110, 1991.
KOZUBOWSKI, L.; HEITMAN, J. Profiling a killer, the development of Cryptococcus
neoformans. FEMS Microbiology Reviews , v. 36, n. 1, p. 78-94, 2012.
KROCKENBERGER, M. B.; CANFIELD, P. J.; MALIK, R. Cryptococcus neoformans
var.gattii in the koala (Phascolarctos cinereus): a review of 43 cases of cryptococcosis.
Medical Micology, v. 41, p.225-234, 2003.
KWON-CHUNG, K. J. A new genus Filobasidiella, the perfect state of Cryptococcus
neoformans. Mycologia, v. 67, n. 6, p. 1197-1200, nov-dec., 1975.
KWON-CHUNG, K. J. A new species of Filobasidiella, the sexual state of Cryptococcus
neoformans B and C serotypes. Mycologia, v. 68, n. 4, p. 942-946, jul-aug., 1976b.
KWON-CHUNG, K. J. et. al. (1557) Proposal to conserve the name Cryptococcus gattii against
C. hondurianus and C. bacillisporus (Basidiomycota, Hymenomycetes,
Tremellomycetidae). Taxon, v. 51, p. 804-806, nov. 2002.
KWON-CHUNG, K. J. Morphogenesis of Filobasidiella neoformans, the sexual state of
Cryptococcus neoformans. Mycologia, v. 68, n. 4, p. 821-833, jul-aug., 1976a.
KWON-CHUNG, K. J.; BENNETT, J. E. Epidemiologic differences between the two varieties
of Cryptococcus neoformans. Am. J. Epidemiol., v. 120, p.123-130, 1984.
REFERÊNCIAS
77
KWON-CHUNG, K. J.; BENNETT, J. E.; RHODES, J. C. Taxonomic studies on Filobasidiella
species and their anamorphs. Antonie van Leeuwenhoek, v. 48, n. 1, p. 25–38, 1982.
KWON-CHUNG, K. J.; HILL, W. B.; BENNETT, J. E. New special stain for histopathological
diagnosis of cryptococcosis. Journal of Clinical Microbiology , v. 13, p.383-387, 1981.
KWON-CHUNG, K. J.; POLACHECK, I.; BENNETT, J. E. Improved Diagnostic Medium for
Separation of Cryptococcus neoformans var. neoformans (Serotypes A and B) and
Cryptococcus neoformans var. gattii (Serotypes B and C). Journal of Clinical
Microbiology , v. 15, n. 3, p. 535–537, 1982.
KWON-CHUNG, K. J.; TOM, W. K.; COSTA, J. L. Utilization of Indole Compounds by
Cryptococcus neoformans to Produce a Melanin-Like Pigment. Journal of Clinical
Microbiology , v. 18, n. 6, p. 1419–1421, 1983.
LANIADO-LABORÍN, R.; CABRALES-VARGAS, M. N.. Amphotericin B: side effects and
toxicity. Revista Iberoamericana de Micología, v. 26, n. 4, p. 223-227, 2009.
LEE, K. G.; SHIBAMOTO, T. Antioxidant property of aroma extract isolated from clove buds
[Syzygium aromaticum (L.) Merr. et Perry]. Food Chemistry, v. 74, p. 443–448, 2001.
LEMOS, J. D. A. et al. Antifungal activity from Ocimum gratissimum L. towards Cryptococcus
neoformans. Memorias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 100, n. 27157, p. 55–58, 2005.
LIN, X. Cryptococcus neoformans: morphogenesis, infection, and evolution. Infection, genetics
and evolution�: journal of molecular epidemiology and evolutionary genetics in
infectious diseases, v. 9, n. 4, p. 401–16, jul. 2009.
LIN, X.; HEITMAN, J. The biology of the Cryptococcus neoformans species complex. Annual
review of microbiology, v. 60, p. 69–105, jan. 2006.
LIONAKIS, M. S.; SAMONIS, G.; KONTOYIANNIS, D. P. Endocrine and metabolic
manifestations of invasive fungal infections and systemic antifungal treatment. Mayo
Clinic proceedings. Mayo Clinic, v. 83, n. Sep., p. 1046–1060, 2008.
REFERÊNCIAS
78
LÓPEZ, P. et al. Solid and vapour phase antimicrobial activities of six essential oils:
suceptibility of selected foodborne bacterial and fungal strains. Journal of Agricultural
and Food Chemistry, v. 53, p. 6939-6946, 2005.
LUPETTI, A. et al. Molecular basis of resistance to azole antifungals. Trends in Molecular
Medicine, v. 8, p. 76-81, 2002.
MACEY, M. G. Flow Cytometry: Principles and Applications. Humana Press, 2007.
MAERTENS, J. A. History of the development of azole derivatives. Clinical Microbiology and
Infection, v. 10, n. 1, p. 1-10, 2004.
MAIDMENT, C.; DYSON, A.; HAYSOM, I. A study into the antimicrobial effects of cloves
(Syzgium aromaticum) and cinnamon (Cinnamomum zeylanicum) using disc-diffusion
assay. Nutrition and Foof Science, v. 36, p. 225-230, 2006.
MAK, S. et al. Ecological niche modeling of Cryptococcus gattii in British Columbia, Canada.
Environmental health perspectives, v. 118, n. 5, p. 653–8, mai. 2010.
MARRIOTT, P. J.; SHELLIE, R.; CORNWELL C. Gas chromatography technologies for the
analysis of essential oils. Journal of Chromatography A, v. 936, p. 1-22, 2001.
MARYA, C. M. et al. In vitro inhibitory effect of clove essential oil and its two active principles
on tooth decalcification by apple juice. International journal of dentistry , v. 2012, p.
759618, jan. 2012.
MEISSNER, H. E.; SILVERMAN, J. Effects of aromatic cedar mulch on Argentine ant and the
odorous house ant (Hymenoptera: Formicidae). J. Econ. Entomol., v. 94, p. 1526-1531,
2001.
MEYER, W. et. al. Consensus multi-locus sequence typing scheme for Cryptococcus
neoformans and Cryptococcus gattii. Medical Micology, v. 47, n. 6, p. 561-570, 2009.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigilância Epidemiológica da Criptococose. Brasília -DF, abr.,
2012.
REFERÊNCIAS
79
MIRZA, S. A et al. The changing epidemiology of cryptococcosis: an update from population-
based active surveillance in 2 large metropolitan areas, 1992-2000. Clinical infectious
diseases�: an official publication of the Infectious Diseases Society of America, v.
36, n. 6, p. 789–94, 15 mar. 2003.
MITCHELL, T. G.; PERFECT, J. R. Cryptococcosis in the era of AIDS--100 years after the
discovery of Cryptococcus neoformans. Clinical microbiology reviews, v. 8, n. 4, p.
515–48, out. 1995.
MONARI, C.; BISTONI, F.; VECCHIARELLI, A. Glucuronoxylomannan exhibits potent
immunosuppressive properties. FEMS Yeast Research, v. 6, p. 537–542, 2006.
MORA-DUARTE, J. et al. Comparison of caspofungin and amphotericin B for invasive
candidiasis. New England Journal of Medicine, v. 347, n. 25, p 2020-9, 2002.
MOSMANN, T. Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival: Application to
proliferation and cytotoxicity assays. Journal of Immunological Methods, v. 65, n. 1-2,
p. 55–63, dez. 1983.
MUSIOL, R.; MROZEK-WILCZKIEWICZ, A; POLANSKI, J. Synergy Against Fungal
Pathogens: Working Together is Better Than Working Alone. Current medicinal
chemistry, v. 21, p. 870–93, 2014.
NADROUS, H. F. et al. Pulmonary Cryptococcosis in Nonimmunocompromised Patients. Chest,
v. 124, p. 2143–2147, 2003.
NAEINI, A. et al. Anti-Candida albicans activity of some Iranian plants used in tradicional
medicine. Journal de Mycologie Médicale, v. 19, p. 168-172, 2009.
NARA, S. et al. Liver cryptococcosis manifesting as obstructive jaundice in a young
immunocompetent man: report of a case. Surg. Today, v. 38, p. 271-274, 2008.
NASCIMENTO, P. F. C. et al. Atividade antimicrobiana dos óleos essenciais : uma abordagem
multifatorial dos métodos. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 17, n. 1, p. 108–
113, 2007.
REFERÊNCIAS
80
NIELSEN, K.; OBALDIA, A. L. D.; HEITMAN J. Cryptococcus neoformans mates on pigeon
guano: implications for the realized ecological niche and globalization. Eukaryotic Cell ,
v. 6, p. 949-959, 2007.
NISHIKAWA, M. M. et al. Serotyping of 467 Cryptococcus neoformans isolates from clinical
and environmental sourcer in Brazil: analysis of host and regional patterns. Journal of
Clinical Microbiology , v. 41, n. 1, p. 73-77, jan., 2003.
NIX, D. E. Cardiotoxicity induced by antifungal drugs. Current Fungal Infection Reports, v.
8, p. 129–138, 2014.
NOCERA, V. B. et al. Osteomielite criptocócica em paciente com mieloma múltiplo. Revista
Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 32, n. 3, p. 265-268, 2010.
NOLAN, J. M. The roots of traficion: social ecology, cultural, geography, and medicinal plant
knowledge in the Ozark-Ouachita Highlands. Journal of Ethnobiology, v. 18, n. 2, p.
249-269, 1998.
NOSANCHUK, J. D.; CASADEVALL, A. The contribution of melanin to microbial
pathogenesis. Cellular Microbiology , v. 5, p. 203–223, 2003.
NUCCI, M. et al. Comparison of the toxicity of Amphotericin B in 5% dextrose with that of
Amphotericin B in fat emulsion in a randomized trial with cancer patients.
Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v. 43, n. 6, p. 1445-1448, 1999.
O’MEARA, T. R.; ALSPAUGH, J. A. The Cryptococcus neoformans capsule: a sword and a
shield. Clinical microbiology reviews, v. 25, n. 3, p. 387–408, jul. 2012.
ODDS, F. C. Synergy, antagonism, and what the chequerboard puts between them. Journal of
Antimicrobial Chemotherapy, v. 52, jun. 2003.
ODDS, F. C.; BROWN, A. J. P.; GOW, N. A. R. Antifungal agents: mechanisms of action.
Trends in Microbiology, v. 11, n. 6, p. 272-279, 2003.
REFERÊNCIAS
81
ODOM, A. et al. Calcineurin is required for virulence of Cryptococcus neoformans. The EMBO
journal , v. 16, n. 10, p. 2576–89, 15 maio 1997.
OHIRA, H. et al. Rapid separation of shikimic acid from Chinese star anise (Illicium verum
Hook. f.) with hot water extraction. Separation and Purification Technology, v. 69, p.
102–108, 2009.
OKUYAMA, E.; NAKAMURA, T.; YAMAZAKI, M. Convulsants from star anise (Illicium
verum Hook. f.). Chem. Pharm. Bull., v. 41, p. 1670-1671, 1993.
OLSZEWSKI, M. A. et al. Urease expression by Cryptococcus neoformans promotes
microvascular sequestration, thereby enhancing central nervous system invasion.
American Journal of Pathology, v. 164, p. 1761-1771, 2004.
PAPPALARDO, M. C. S. M.; MELHEM, M. S. C. Cryptococcosis: a review of the Brazilian
experience for the disease. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v.
45, n. 6, p. 299–305, 2003.
PARANAGAMA, P. A. et al. A comparisson of essential oil constituints of bark, leaf, root and
fruit of Cinnamon (Cinnamomum zeylanicum blum) grow in Sri Lanka. Journal of the
National Science Foundation of Sri Lanka, v. 29, n. 3,4, p. 147-153, 2001.
PARK, B. J. et al. Estimation of the current global burden of cryptococcal meningitis among
persons living with HIV/AIDS. AIDS (London, England), v. 23, n. 4, p. 525–30, 20 fev.
2009.
PARK, M-J. et al. Antifungal activities of the essential oils in Syzygium aromaticum (L.) Merr. et
Perry and Leptospermum petersonii Bailey and their constituints against various
dermathophytes. The Journal of Microbiology, v. 45, n. 5, p. 460-465, oct., 2007.
PASIKHOVA, Y.; LUDLOW, S. P. Fluconazole associated agranulocytosis and
thrombocytopenia. International Journal of Clinical Pharmacy , v. 36, p. 268–270,
2014.
REFERÊNCIAS
82
PASSOS, X. S. et al. Atividade antifúngica de Caryocar brasiliensis ( Caryocaraceae ) sobre
Cryptococcus neoformans. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.
35, n. 6, p. 623–627, 2002.
PAWAR, V. C.; THAKER, V. S. In vitro efficacy of 75 essential oil against Aspergillus niger.
Mycoses, v. 49,p. 316-323, 2006.
PEDROSO, R. DOS S.; CANDIDO, R. Diagnóstico Laboratorial da Criptococose. Newslab, n.
77, 2006.
PENDRAK, M. L.; KLOTZ, S. A. Adherence of Candida albicans to host cells. FEMS
microbiology letters, v. 129, n. 2-3, p. 103-113, 1995.
PEREIRA, R. J.; CARDOSO M. G. Metabólitos secundários vegetais e benefícios antioxidantes.
Journal of Biotechonology and Biodiversity, v. 3, n. 4, p. 146-152, 2012.
PERFECT, J. R. Cryptococcus neoformans: A sugar-coated killer with designer genes. FEMS
Immunology and Medical Microbiology, v.45, p. 395-404, 2005.
PERFECT, J. R. et al. Clinical practice guidelines for the management of cryptococcal disease:
2010 update by the infectious diseases society of America. Clinical infectious
diseases�: an official publication of the Infectious Diseases Society of America, v.
50, n. 3, p. 291–322, 1 fev. 2010.
PERFECT, J. R. et al. In vitro and in vivo efficacies of the azole SCH56592 against
Cryptococcus neoformans. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v. 40, n. 8, p.
1910-1913, aug. 1996.
PERFECT, J. R.; CASADEVALL, A. Cryptococcosis. Infectious Disease Clinics of North
America, v. 16, p. 837-874, 2002.
PFALLER, M. A et al. Multicenter comparison of the VITEK 2 antifungal susceptibility test
with the CLSI broth microdilution reference method for testing amphotericin B,
flucytosine, and voriconazole against Candida spp. Journal of clinical microbiology, v.
45, n. 11, p. 3522–8, nov. 2007.
REFERÊNCIAS
83
PINA-VAZ, C. et al. Antifungal activity of Thymus oils and their major compounds. J. Eur.
Acad. Dermatol. Venereol., v. 18, p. 73-78, 2004.
PINA-VAZ, C. et al. Cytometric approach for rapid evaluation of susceptibility of Candida
strains to antifungals. Clin. Microbiol. Infect ., v. 7, p. 609-618, 2001.
PINTO, E. et al. Antifungal activity of the clove essential oil from Syzygium aromaticum on
Candida, Aspergillus and dermatophyte species. Journal of medical microbiology, v.
58, n. 11, p. 1454–62, nov. 2009.
PIRES, R. H. et al. Anticandidal Efficacy of Cinnamon Oil Against Planktonic and Biofilm
Cultures of Candida parapsilosis and Candida orthopsilosis. Mycopathologia, v. 172, p.
453–464, 2011.
PRASATH, A.; KUMAR, T.; SARAVANAMUTHU, R. Caracterization growth and control of
Cryptococcus neoformans Sanf. causing cryptococcosis. Internation Journal of
Current Research, v. 5, n. 12, p. 3594-3600, dec., 2013.
RAMAGE, G. et al. Fungal biofilm resistance. International journal of microbiology , v. 2012,
p. 528521, jan. 2012.
RANASINGHE, P. et al. Medicinal properties of “true” cinnamon (Cinnamomum zeylanicum): a
systematic review. BMC Complementary and Alternative Medicine, v. 13, n.1, p. 275,
2013.
RAPP, R. P. Changing strategies for the management of invasive fungal infections.
Pharmacotherapy, v. 24, n. 2, p. 4-28, 2004.
RAUT, J. S.; KARUPPAYIL, S. M. A status review of the medicinal properties of essencial oils.
Industrial Crops and Products, v. 62, p. 250-264, 2014.
RETINI, C. et al. Capsular Polysaccharide of Cryptococcus neoformans Induces
Proinflammatory Cytokine Release by Human Neutrophils. Infection and Immunity . 36,
p. 2897–2903, 1996.
REFERÊNCIAS
84
REX, J. H. et al. Antifungal susceptibility testing: practical aspects and current challenges.
Clinical microbiology reviews, v. 14, n. 4, p. 643–58, out. 2001.
RITTER, A. M. V. et al. Antihypernociceptive activity of anethole in experimental inflammatory
pain. Inflammopharmacology, v. 21, p. 187-197, 2013.
ROGERO, S. O. et al. Teste in vitro de Citotoxicidade : Estudo Comparativo entre Duas
Metodologias. Materials Research, v. 6, n. 3, p. 317–320, 2003.
RUBIOLO, P. Essential oils and volatiles: sample preparation and analysis- a review. Flavour
and Fragrance Journal, v. 25, p. 282-290, 2010.
SAAG, M. S. et al. Practice guidelines for the management of cryptococcal disease. Clinical
Infectious Disease, v. 30, p. 710-718, 2000.
SANGLARD, D. Clinical relevance of mechanisms of antifungal drug resistance in yeasts.
Enfermedades Infecciosas y Microbiología Clínica, v. 20, n. 9, p. 462–470, jan. 2002.
SANGLARD, D.; BILLE J. Current understanding of the mode of action and of resistance
mechanisms to conventional and emerging antifungal agents for treatment of Candida
infections. In: Calderone R. editor. Candida and Candidiasis. Washington DC: ASM
Presss, p. 349-83, 2002.
SANTOS, J. W. A. et al. Non-infectious and unusual infectious mimics of community-acquired
pneumonia. Respiratory Medicine, v. 98, p. 488-494, 2004.
SATISH, K. S. et al. Meningitis with papillitis, choroiditis, and hearing loss: an anusual
presentation of cryptococcosis in HIV infection. AIDS Read, v. 16, p. 679-680, 682,
2006.
SCORZONI, L. et al. The use of standard methodology for determination of antifungal activity
of natural products against medical yeasts Candida sp and Cryptococcus sp. Brazilian
Journal of Microbiology , v. 38, n. 3, p. 391–397, 2007.
REFERÊNCIAS
85
SEATON, R. A. et al. Visual loss in immunocompetent patients with Cryptococcus neoformans
var. gattii meningitis. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and
Hygiene, v. 91, p. 44-49, 1997.
SEMEN, E.; HIZIROGLU, S. Production, Yield and Derivatives of Volatile Oils from Eastern
Redcedar (Juniperus virginiana L.). American Journal of Environmental Sciences, v.
1, n. 2, p. 133–138, 2005.
SHABBIR, M. et al. Physico-chemical analysis and determination of various chemical
constituents of essential oil in Rosa centifolia. Pak. J. Bot, v. 41, n. 2, p. 615–620, 2009.
SHOHAM, S.; LEVITZ, S. M. The immune response to fungal infections. British journal of
haematology, v. 129, n. 5, p. 569–82, jun. 2005.
SIDRIM, J. J. C. et al. Molecular methods for the diagnosis and characterization of
Cryptococcus: a review. Canadian journal of microbiology, v. 56, n. 6, p. 445–58, jun.
2010.
SILVA, T. L. et al. Citometria de fluxo, funcionalidade celular on-line em bioprocessos. Boletim
de Biotecnologia, v. 77, p. 32-40, 2004.
SINGH, A. et al. Factors required for activation of urease as a virulence determinant in
Cryptococcus neoformans. mBio, v. 4, n. 3, p. 220-13, 2013.
SITU, H.; BOBEK, L. A. In vitro assessment of antifungal therapeutic potential of salivary
histatin-5, two variants of histatin-5, and salivary mucin (MUC7) domain 1.
Antimicrobial agents and chemotherapy, v. 44, n. 6, p. 1485-1493, 2000.
SIVAMANI, P. et al. In vitro antifungal activity of essential oils of selected herbals against
isolates from HIV/AIDS patients. Journal of Pharmacy Research, v. 3, n. 5, p. 1049–
1055, 2010.
SOBEL J. D.; VAZQUEZ J. A. Fungal infections of the urinary tract. World J. Urol ., v. 17, p.
410-414, 1999.
REFERÊNCIAS
86
SOCKMEN, A.; JONES, B. M.; ERTURK, M. The in vitro antibacterial activity of Turkish
medicinal plants. J. Ethnopharmacology, v. 67, p. 79-86, 1999.
SORREL, T. C. Cryptococcus neoformans variety gattii. Med. Mycol., v. 39, p. 155-168, 2001.
SOUZA, L. K. H. et al. Antifungal properties of Brazilian cerrado plants. Brazilian. Journal of
Microbiology , v. 33, p. 247–249, 2002.
SOUZA, L. K. H. et al. Clinical and microbiological features of cryptococcal meningitis.
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 46, n. 3, p. 343–347, 2013.
SPRINGER, D.J.; CHATURVEDI V. Projecting global occurrence of Cryptococcus gattii.
Emerging Infectious Diseases, v. 16,p. 14-20, 2010.
SRINIVASAN, A.; LOPEZ-RIBOT, J. L.; RAMASUBRAMANIAN, A. K. Overcoming
antifungal resistance. Drug discovery today: technologies, v. 11, p. 65–71, mar. 2014.
STEENBERGEN, J. N.; CASADEVALL, A. The origin and maintenance of virulence for the
human pathogenic fungus Cryptococcus neoformans. Microbes and Infection, v. 5, n. 7,
p. 667–75, jun. 2003.
STEWART, C. D.; JONES, C. D.; SETZER, W. N. Essential oil composition of Juniperus
virginiana and Pinus virginiana, two important trees in Cherokee tradicional medicine.
American Journal of Essential Oils and Natural Products, v. 2, n. 2, p. 17-24, 2014.
STOPPA, M. A. et al. Estudo comparativo entre as metodologias preconizadas pelo CLSI e pelo
EUCAST para avaliação da atividade antifúngica. Quimica Nova, v. 32, n. 2, p. 498–
502, 2009.
STRINGARO, A. et al. Effects of Mentha suaveolens Essential Oil Alone or in Combination
with Other Drugs in Candida albicans. Evidence-Based Complementary and
Alternative Medicine, v. 2014, 2014.
SUBRAMANIAN, S.; MATHAI, D. Clinical manifestations and management of cryptococcal
infection. Journal of postgraduate medicine, v. 51 Suppl 1, p. S21–6, jan. 2005.
REFERÊNCIAS
87
TABASSUM, N.; VIDYASAGAR, G. M. Antifungal investigations on plant essential oils: a
review. International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, v. 5, 2013.
TAM, V. H.; SCHILLING, A. M.; NIKOLAOU, M. Modelling time-kill studies to discern the
pharmacodynamics of meropenem. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, v. 55, p.
699-706, mar., 2005.
TAVARES, A. C., et al. Essential oil of Daucus carota subsp. halophilus : composition,
antifungal activity and cytotoxicity. J. Ethnopharmacol., v. 119, n. 1, p. 129-34, sep.,
2008.
TREVISAN, M. G; POPPI, R. J. Química analítica de processos. Química Nova, v. 29, n. 5, p.
1065-1071, 2006.
TUCKER, S. C.; CASADEVALL, A. Replication of Cryptococcus neoformans in macrophages
is accompanied by phagosomal permeabilization and accumulation of vesicles containing
polysaccharide in the cytoplasm. Proceedings of the National Academy of Sciences of
the United States of America, v. 99, n. 5, p. 3165–70, 5 mar. 2002.
TURNER S.H.; CHERNIAK R.; REISS E. Fractionation and characterization of
galactoxylomannan from Cryptococcus neoformans. Carbohydrate Research, v. 125, p.
343-349, 1984.
UNLU, M. et al. Composition, antimicribial activity and in vitro cytotoxicity of essential oil
from Cinnamomum zeylanicum Blume (Lauraceae). Food and Chemical Toxicology, v.
48, p. 3274-3280, 2010.
VANDEPUTTE, P.; FERRARI, S.; COSTE, A. T. Antifungal resistance and new strategies to
control fungal infections. International journal of microbiology , v. 2012, p. 1-26, jan.
2012.
VARMA, A. et al. Identification of a novel gene, URE2, that functionally complements a urease-
negative clinical strain of Cryptococcus neoformans. Microbiology , v. 152, n. 12, p.
3723–31, dez. 2006.
REFERÊNCIAS
88
VELAGAPUDI, R. et al. Spores as infectious propagules of Cryptococcus neoformans.
Infection and immunity , v. 77, n. 10, p. 4345–55, out. 2009.
VILA, R.; FREIXA, B.; CAÑIGUERAL, S. 2 . Antifungal compounds from plants. Recent
Advances in Pharmaceutical Sciencies III, v. 661, n. 2, p. 23–43, 2013.
VIOLANTE, I. M. P. et al. Antimicrobial activity of some medicinal plants from the cerrado of
the central-western region of Brazil. Brazilian Journal of Microbiology , p.1302–1308,
2012.
VIOLLON, C.; CHAUMONT, J-P. Antifungal properties of essential oils and their main
components upon Cryptococcus neoformans. Mycopathologia, v. 128, p. 151-153, 1994.
VIVIANI, M. A. et al. Molecular analysis of 311 Cryptococcus neoformans isolates from a 30-
month ECMM survey of cryptococcosis in Europe. FEMS Yeast Research, v. 6, p. 614–
619, 2006.
VU, K. et al. Invasion of the central nervous system by Cryptococcus neoformans requires a
secreted fungal metalloprotease. mBio, v. 5, n. 3, p. e01101–14, jan. 2014.
VUILLEMIN, P. Les blastomycètes pathogènes. Revue Générale des Sciences Pures et
Appliquées, v. 12, p. 732-751, 1901.
WALSH, T. J. et al. Safety, tolerance and pharmacokinetics of a small unilamellar liposomal
formulation of amphotericin B (AmBisome) in neutropenic patients. Antimicrobial
Agents and Chemotherapy, v. 42, n. 9, p. 2391-2398, 1998.
WANG, G.W. et al. Illicium verum: a review on its botany, traditional use, chemistry and
pharmacology. Journal of Ethnopharmacology, v. 136, n.1, p. 10–20, 2011.
WEYERMANN, J.; LOCHMANN, D.; ZIMMER, A. A practical note on the use of cytotoxicity
assays. International journal of pharmaceutics, v. 288, n. 2, p. 369–76, 20 jan. 2005.
REFERÊNCIAS
89
WHITE, R. L. et al. Comparison of three different in vitro methods of detecting synergy: Time
kill, checkerborard and E-test. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v. 40, n. 8, p.
1914-1918, 1996.
WICKES, B. L. et al. Dimorphism an haploid fruiting in Cryptococcus neoformans: association
with the alpha-mating type. Proceedings of the National Academy of Sciences of the
United States of America, v. 96, n. 14, p. 7327-31, 1996.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Rapid advice : diagnosis, prevention and management of
cryptococcal disease in HIV-infected adults, adolescents and children, 2011.
YANG, J.-F. et al. Chemical composition and antibacterial activities of Illicium verum against
antibiotic-resistant pathogens. Journal of medicinal food, v. 13, n. 5, p. 1254–1262,
2010.
YEO, E. et al. Amphotericin B blunts erythropoietin response to hypoxia by reinforcing FIH-
mediated repression of HIF-1. Blood, v. 107, n. 3, p. 916–924, 2006.
YEO, S. F.; WONG, B. Current status of nonculture methods for diagnosis of invasive fungal
infections. Clinical microbiology reviews, v. 15, n. 3, p. 465–84, jul. 2002.
YI, O. et al. Antioxidant and antimicrobial activities of native Rosa sp. from British Columbia,
Canada. Int. J. Food Sci. Nutr., v. 58, p. 178-89, 2007.
ZARAGOZA, O. et al. The capsule of the fungal pathogen Cryptococcus neoformans. Advances
in Applied Microbiology , v. 68, n. 09, p. 133–216, 2009.
ZERVOS, M.; MEUNIER, F. Fluconazole (Diflucan): a review. International journal of
antimicrobial agents, v. 3, p. 147–170, 1993.
ZHU, B. C. R. et al. Evaluation of vetiver oil and seven insect -active essential oils against the
formosan subterranean termite. J. Chem. Ecol., v. 27, p. 1617-1625, 2001.
ANEXOS
90
10. ANEXOS
Anexo 1: Laudo técnico de Syzygium aromaticum (Eugenia caryophyllus)
ANEXOS
91
Anexo 2: Laudo Técnico de Illicium verum
ANEXOS
92
Anexo 3: Laudo Técnico de Juniperus virginiana
ANEXOS
93
Anexo 4: Laudo Técnico de Cinnamomum zeylanicum
ANEXOS
94
Anexo 5: Laudo Técnico de Rosa centifolia
ANEXOS
95
Anexo 6: Comprovação emitida pela FERQUIMA do composto majoritário presente no OE de C. zeylanicum (Canela folha).
ANEXOS
96
Anexo 7: Certificado de análise do eugenol emitido pela SIGMA-ALDRICH .
ANEXOS
97
Anexo 8: Artigo científico a ser submetido
TÍTULO: IN VITRO ANTIFUNGAL PROPERTIES OF SYZYGIUM AROMATICUM AND ITS MAIN CONSTITUENT, EUGENOL, AGAINST ISOLATES FROM THE CRYPTOCOCCUS NEOFORMANS COMPLEX. Ana Flávia Mendonça, Maria do Rosário Rodrigues Silva, Fernando Yano Abrão, Orionalda de Fátima Lisboa Fernandes, Carolina Martins Treméa, Mariana Oliveira and Lúcia Kioko Hasimoto e Souza. Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, Brazil Corresponding author: Ana Flávia Mendonça. E-mail: [email protected]
ABSTRACT Cryptococcosis is a fungal opportunistic disease, caused by the yeasts from the Cryptococcus neoformans complex, frequently associated with high rates of morbidity and mortality. Patients infected with the human immunodeficiency virus (HIV), transplanted or in use of immunosuppressive therapies are the main affected. Fluconazole and amphotericin B, applied in the treatment of the disease, are toxic to the patient and, their use for prolonged time, has selected resistant strains, making necessary to search for new compounds that shows good antifungal activity and low levels of toxicity. Thus, the essentials oils (EOs) from plants are promising for this purpose because their antimicrobial property has been already reported. The biological activity of essential oil (EO) from Syzygium aromaticum and its main constituent, eugenol, were investigated on clinical isolates from C. neoformans complex through tests of susceptibility, interaction with drugs like amphotericin B and fluconazole and cytotocicity assays. The EO obtained from S. aromaticum and eugenol, showed good antifungal activity with minimum inhibitory concentrations (MICs) ranging from 128 to 512 µg/mL and minimum fungicidal concentrations (MFCs) ranging from 256 to 1024 µg/mL. S. aromaticum exhibited an increase in its antifungal activity when combined with amphotericin B, decreasing the MIC until 1/8. Eugenol showed no change on its activity when associated with these drugs. Assays of hemolytic activity on human erythrocytes exhibit low toxicity of these compounds. These results demonstrate an effective antifungal activity of the EO from S. aromaticum and eugenol, indicating that these compounds might be promising antifungal agents.
KEY WORDS: Cryptococcus neoformans; Syzygium aromaticum; antifungal agents. RESUMO A criptococose é uma doença fúngica oportunística, causada por leveduras do complexo Cryptococcus neoformans, frequentemente associada com altas taxas de morbidade e mortalidade. Pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), transplantados ou em uso de terapias imunossupressoras são os principais afetados. Fluconazol e anfotericina B, aplicados no tratamento da doença, são tóxicos para o paciente e, o seu uso por períodos prolongados, tem selecionado cepas resistentes, sendo necessária a busca por novos compostos
ANEXOS
98
que apresentem boa atividade antifúngica e baixos níveis de toxicidade. Portanto, os óleos essenciais (OEs) das plantas são promissores para esta finalidade uma vez que sua propriedade antimicrobiana já tem sido descrita. A atividade biológica do óleo essencial (EO) de Syzygium aromaticum e o seu principal constituinte, eugenol, foram investigados sobre isolados clínicos do complexo C. neoformans através de testes de suscetibilidade, interação com os fármacos anfotericina B e fluconazol e ensaio de citotoxicidade. O OE obtido de S. aromaticum e o eugenol, demonstraram boa atividade antifúngica com concentrações inibitórias mínimas (CIMs) variando de 128 a 512 µg/mL e concentrações fungicidas mínimas (CFMs) variando de 256 a 1024 µg/mL. S. aromaticum exibiu um aumento em sua atividade antifúngica quando associado à anfotericina B, com diminuição da CIM em até 1/8. O eugenol não alterou sua atividade quando associado a estes fármacos. Ensaios da atividade hemolítica em eritrócitos humanos demonstraram baixa toxicidade destes compostos. Estes resultados demonstram uma eficaz atividade antifúngica do OE de S. aromaticum e eugenol, indicando que estes compostos podem ser agentes antifúngicos promissores. DESCRITORES: Cryptococcus neoformans; Syzygium aromaticum; antifúngicos. INTRODUCTION
Cryptococcosis, whose etiologic agent is an encapsulated yeast classified in the Cryptococcus neoformans complex, has become one of the most important opportunistic infections (Crowe et al. 1991, Chayakulkeeree & Perfect 2006) with a high prevalence in Brazil, especially in HIV-positive patients (Pappalardo & Melhem 2003). In the world this disease is considered a problem of public health (Del Poeta & Casadevall 2012). According to Infectious Diseases Society of American (IDSA) the main drugs used in the treatment of cryptococcosis are ampothericin B, fluconazole, fluocitosin and itraconazole (Perfect, 2010). However, these medications can cause side effects, cytotocicity (Amichai & Grunwald 1998) and their prolonged use, specially amphotericin B and fluconazole, increase the number of cases of resistant isolates (Srinivasan et al. 2014). These facts underscore the need to look for more effective and less toxic antimicrobial agents that can be used in the development of new therapeutic strategies (Lin 2009). Therefore, its of great importance the evaluation of the antifungal activity of exctracts and essential oils from plants, which can serve for the selection of natural compounds that can be use as new active ingredients in drugs development (Violante et al. 2012).
Syzygium aromaticum (Eugenia caryophyllata), commonly known as India’s clove, is classified in the Myrtaceae family (Pinto et al. 2009, Alitonou et al. 2012). It is a spice widely used in cooking and in the treatment of dental and respiratory problems, headache and sore throat, mainly in Asian countries and Australia (Gurib-Fakim 2006, Chaieb et al. 2007). This plant also presents antimicrobial properties (Alitonou et al. 2012) comprising antifungal activity (Pinto et al. 2009). The major phenolic component of S. aromaticum and other aromatic plants is eugenol (Ahmad et al. 2010) whose antifungal properties have been described in literature (Gayoso et al. 2005, He et al. 2007).
The antifungal activity from the EO obtained from S. aromaticum and eugenol, was evaluated in vitro against Candida species and dermatophytes from onychomycosis. Both
ANEXOS
99
compounds used in the study were considered as an option in the handling of drugs that act in this mycosis due to significant activity against these yeasts and molds (Gayoso et al. 2005). Filamentous fungi, such as Aspergillus niger, by agar disc diffusion technique, had its growth inhibited in the presence of the clove’s essential oil (Pawar & Thaker 2006). There are few papers in the literature that describes the activity of S. aromaticum EO and eugenol against C. neoformans, so the present work was an attempt to understand the mechanism of antifungal activity of these compounds against Cryptococcus species for its application in the treatment of the cryptococcosis alone or in combinatorial therapies. MATERIALS AND METHODS
Microorganisms
All the 17 isolates from the C. neoformans complex used in this study belongs to the culture collection of the Mycology Laboratory of the Tropical Pathology and Public Health Institute of Federal University of Goiás, Brazil. Fifteen of them were clinical isolates from human immunodeficiency virus-infected patients, obtained from Tropical Diseases Hospital Dr. Anuar Auad, Goiânia, Goiás, Brazil (Ethics Committee Protocol no. 004/03) and the others were C. neoformans ATCC 28957 and C. gattii ATCC 24065. Candida parapsilosis ATCC 22019 was used as reference strain for susceptibility tests. The stock cultures were maintained on Sabouraud dextrose agar medium (SDA, Difco) at 25°C.
Essential oil and eugenol
The essential oil obtained from S. aromaticum was commercially acquired from Ferquima
Industria e Comercio Ltda. (Vargem Grande Paulista, São Paulo, Brazil). The eugenol was commercially acquired from Sigma-Aldrich (St. Louis-Mo-EUA).
Antifungal susceptibility testing
Broth microdilution protocols based on the CLSI reference document M27- S4 (CLSI, 2012) were used to determine MIC values for the 17 isolates from the C. neoformans complex. Briefly, twofold serial dilutions, in Roswell Park Memorial Institute (RPMI) broth, with final concentrations ranging from 2 to 1024 µg/mL for S. aromaticum and eugenol were tested, and the inoculum was prepared in a saline sterile solution (NaCl-0.85%) with 103 yeasts/mL. After 72 hours the minimal inhibitory concentration (MIC) were defined as the lowest test concentrations causing complete growth inhibition. To determine minimal fungicidal concentration (MFC) values, after reading the corresponding MIC values, 10 µL of samples from the concentrations corresponding to MIC, twofold MIC and fourfold MIC were subcultured on Sabouraud dextrose
ANEXOS
100
agar. MFC were determined as the lowest concentration which there was no visible or just one colony growth after incubation at 35°C for 72 hours (De Logu et al. 2005).
In vitro interaction of S. aromaticum and eugenol with amphotericin B and fluconazole
The drug interaction with the EO and eugenol was studied using the chequerboard
microdilution assay in 96 well microtitre plates. Assays were performed with all isolates. The effect of the association between the compounds and amphotericin B and fluconazole was determined by the FICI (Fractional Inhibitory Concentration Index) calculation. FICIs were defined as synergistic for values ≤ 0.5, indifferent for 0.5 < FICI ≤ 4 and antagonistic for values > 4 (White et al. 1996). Hemolytic assay
Human erythrocytes were collected in tubes containing EDTA, following the method of He et al. (2007) with modifications, and they were centrifugated for 10 min. at 2,000 rpm and washed three times in PBS. After that, the erythrocytes were diluted 1:5 in PBS and 50 uL was added to twofold dilution series (50 uL) of EO or eugenol or amphotericin B. The tubes were incubated with shaking for 30 min. at 37°C and then centrifuged for 5 min. at 3,000 rpm. The supernatant fluid was transferred to a microtiter plate and the absorbance was measured spectrophotometrically at 560nm. Triton X-100 1% was used as control promoting total hemolysis. The percentage of hemolysis was calculated as follows: [(A560 of EO/eugenol/amphotericin B treated sample – A560 of buffer treated sample)/ (A560 of Triton X-100 treated sample – A560 of buffered treated sample)] x 100%.
RESULTS
The MIC values of the EO obtained from S. aromaticum against isolates from the C.
neoformans complex observed in this study showed antifungal activity with inhibition of 23.5% in a concentration of 128 µg/mL. At these concentration, eugenol was capable to inhibit only 5.9 % of the isolates. The MFCs values obtained for these compounds showed that more than 50% of all tested isolates were fungicidal in concentrations twofold the values of CIM. These results are shown in Table 1.
ANEXOS
101
Table 1. In vitro antifungal activity of Syzygium aromaticum and eugenol against 17 isolates from the C. neoformans complex.
Concentration ( µg/mL) S. aromaticum Eugenol
MIC (%) MFC (%) MIC (%) MFC (%) 128 23.5 0 5.9 0 256 76.5 11.8 41.2 0 512 0 76.4 52.9 47 1024 0 11.8 0 53
The association between the EO obtained from S. aromaticum and amphotericin B
demonstrated FICIs values ranging from 0.155 to 0.37. The association of these EO with fluconazole showed FICIs values ranging from 1.25 to 8.125 and for 7 isolates FICIs were > 4.0. The association of eugenol and amphotericin B or fluconazole showed in all isolates were classified as indifferent, ranging from 0.56 to 1.25 and 1.03 to 2.25 respectively.
The effects of EO of S. aromaticum on human red blood cells showed that in concentrations ranging from 1024 to 128 µg/mL does not occur hemolysis and for eugenol the hemolysis observed was < 1.6%.
DISCUSSION AND CONCLUSIONS
The search for antimicrobial agents derived from plants have become increasingly growing, since the treatment of fungal infections is not always effective despite the tremendous progress in medicine in the recent decades. The great diversity of chemical components obtained from plants makes them become widely researched due to the potential for the development of new drugs (Vila et al. 2013). Our findings suggest options for expanding the utility of the EO obtained from S. aromaticum and its main constituent, eugenol as active principles for the development of new drugs.
EO from S. aromaticum demonstrated antifungal activity against C. neoformans using different methodologies, agar dilution and disk diffusion (Viollon & Chaumont, 1994, Kirui et al. 2014), confirming the results obtained in our work, showing potential antifungal activity of this EO.
Similar to our values for MICs with eugenol, Lemos et al. (2005) demonstrated that 90% of isolates from C. neoformans were inhibited in a concentration of 250 µg/mL. The results of MICs obtained with the use of eugenol, in our work, showed that this compound is important for the antifungal activity of the EO, but other components in smaller quantity may also contribute to this activity. The MFCs values showed important fungicidal activity for more than 50% of the isolates tested with EO or eugenol in concentrations twofold MICs values.
In the association assay, the best result observed was that the interaction between the EO of S. aromaticum and amphotericin B showed high synergism (100% of the tested isolates). Our
ANEXOS
102
findings are encouraging in view of the growing treatment failures and the resistance that have already been related with the use of fluconazole and amphotericin B and suggest a way of treating resistant agents of cryptococcosis through a drug combination approach.
Human red blood cells provide a handy tool for studying the toxicity of compounds (Ahmad et al. 2011). These cytotoxicity results have revealed that the EO/eugenol present as compounds of low toxicity been possible its application in the research for new drugs. Studies evaluating the cytotoxicity activity of S. aromaticum and eugenol in human erythrocytes confirm the low toxicity of these compounds (He et al. 2007, Marya et al. 2012).
To conclude, this work suggests that the clove oil from S. aromaticum and its main constituent, eugenol has interesting antifungal activity against the agents of the cryptococcosis. Besides, these compounds presented low toxicity and a high synergistic effect between the EO of S. amoraticum and amphotericin B. All these put together should encourage further studies in order that the use of these components as a new antifungal can become a reality. REFERENCES
1- Alitonou GA, Tchobo FP, Avlessi F, Yehouenou B, Yedomonhan P, Koudoro AY, Menut C. Chemical and biological investigations of Syzygium aromaticum L. essential oil from Benin. International Journal of Biological and Chemical Sciences 6: 1360–1367, 2012.
2- Amichai B, Grunwald MH. Adverse drug reactions of the new oral antifungal agents - terbinafine, fluconazole, and itraconazole. International Journal of Dermatology 37: 410–415, 1998.
3- Ahmad A, Khan A, Khan LA, Manzoor N. In vitro synergy of eugenol and methyleugenol with fluconazole against clinical Candida isolates. Journal of Medical Microbiology 59: 1178-1184, 2010.
4- Ahmad A, Khan A, Akhtar F. Yousuf S, Xess I, Khan LA, Manzoor N. Fungicidal activity of thymol and carvacrol by disrupting ergosterol biosynthesis and membrane entegrity against Candida. Eur J Microbiol Infet Dis 30: 41-51, 2011.
5- Chaieb K, Hajlaoui H, Zmantar T, Kahla-Nakbi AB, Rouabhia M, Mahdouani K, Bakhrouf A. The chemical composition and biological activity of clove essential oil, Eugenia caryophyllata (Syzigium aromaticum L. Myrtaceae): a short review. Phytotherapy Research 506: 501–506, 2007.
6- Chayakulkeeree M, Perfect JR. Cryptococcosis. Infectious disease clinics of North America 20: 507–44, 2006.
7- Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Reference method for broth dilution antifungal susceptibility testing of yeast. Fourth informational supplement M27-S4. Clinical and Laboratory Standards Institute, Wayne, PA, 2012.
8- Crowe SM, Carlin JB, Stewart KI, Lucas CR, Hoy JF. Predictive value of CD4 lymphocyte number for the development of opportunistic infections and malignancies in HIV-infected persons. Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes 4: 770-776, 1991.
9- De Logu A. In vitro activity of 2-cyclohexylidenhydrazo-4-phenyl-thiazole compared with those of anphotericin B and fluconazole against a clinical isolates of Candida spp. and fluconazole resistant Candida albicans. Journal of antimicrobial Chemotherapy 55: 692-698, 2005.
10- Del Poeta M, Casadevall A. Ten Challenges on Cryptococcus and Cryptococcosis. Mycopathologia 173: 303–310, 2012.
11- Gayoso CW, Lima EO, Oliveira VT, Pereira FO, Souza EL, Lima IO, Navarro DF. Sensitivity of fungi isolated from onychomycosis to Eugenia cariophyllata essential oil and eugenol. Fitoterapia 76: 247–9, 2005.
ANEXOS
103
12- Gurib-Fakim A. Medicinal plants: Traditions of yesterday and drugs of tomorrow. Molecular Aspects of Medicine 27: 1–93, 2006.
13- He M, Du M, Fan M, Bian Z. In vitro activity of eugenol against Candida albicans biofilms. Mycopathologia 163: 137–43, 2007.
14- Kirui JK, Ngure R, Bii C, Karimi PN, Mutai C, Amugune BK. Combined Antibacterial and Antifungal Activities of Eucalyptus citriodora and Syzygium aromaticum Essential Oils-Supporting Information. African Journal of Pharmacology and Therapeutics 3: 29–37, 2014.
15- Lemos JA, Passos XS, Fernandes OFL, Paula JR, Ferri PH, Souza LKH, Lemos AA, Silva MRR. Antifungal activity from Ocimum gratissimum L. towards Cryptococcus neoformans. Memorias do Instituto Oswaldo Cruz 100: 55–58, 2005.
16- Lin X. Cryptococcus neoformans: morphogenesis, infection, and evolution. Infection, genetics and evolution�: journal of molecular epidemiology and evolutionary genetics in infectious diseases 9: 401–16, 2009.
17- Marya CM, Satija G, Avinash J, Nagpal R, Kapoor R, Ahmad A. In vitro inhibitory effect of clove essential oil and its two active principles on tooth decalcification by apple juice. International Journal of Dentistry 2012: 1-6, 2012.
18- Pawar VC, Thaker VS. In vitro efficacy of 75 essential oil against Aspergillus niger. Mycoses 49: 316-323, 2006.
19- Pappalardo MCSM, Melhem MSC. Cryptococcosis: a review of the Brazilian experience for the disease. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 45: 299–305, 2003.
20- Perfect JR, Dismukes WE, Dromer F, Goldman DL, Graybill JR, Hamill RJ, Harrison TS, Larsen RA, Lortholary O, Nguyen MH, Pappas PG, Powderly WG, Singh N, Sobel JD, Sorrel TC. Clinical practice guidelines for the management of cryptococcal disease: 2010 update by the infectious diseases society of america. Clinical infectious diseases�: an official publication of the Infectious Diseases Society of America 50: 291–322, 2010.
21- Pinto E, Vale-Silva L, Cavaleiro C, Salgueiro C. Antifungal activity of the clove essential oil from Syzygium aromaticum on Candida, Aspergillus and dermatophyte species. Journal of Medical Microbiology 58: 1454–62, 2009.
22- Srinivasan A, Lopez-Ribot JL, Ramasubramanian AK. Overcoming antifungal resistance. Drug Discovery Today: Technologies 11: 65–71, 2014.
23- Vila R, Freixa B, Cañigueral S. Antifungal compounds from plants. Recent Advances in Pharmaceutical Sciencies III 661: 23–43, 2013.
24- Violante IMP, Hamerski L, Garcez WS, Batista AL, Chang MR, Pott VJ, Garcez FR. Antimicrobial activity of some medicinal plants from the cerrado of the central-western region of Brazil. Brazilian Journal of Microbiology: 1302–1308, 2012.
25- Viollon C, Chaumont JP. Antifungal properties of essential oils and their main components upon Cryptococcus neoformans. Mycopathologia 128: 151-153, 1994.
26- White RL, Burgess DS, Manduru M, Bosso JA. Comparison of three different in vitro methods of detecting synergy: Time kill, checkerborard and E-test. Antimicrobial Agents and Chemotherapy 40: 1914-1918, 1996.