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Atividades em grupo Tipos argumentativos CMCB

Atividades em grupo

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Tipos argumentativos

CMCB

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Texto I

Tenho vindo a dizê-lo repetidas vezes: trata-se de uma mera vingança da sociedade, mas não traz qualquer solução para os problemas sociais e económicos que levam ao crime. Daí que considere que é inaceitável a pena de morte. De facto, uma tal penalização em nada repara o sofrimento da vida ou da família; em nada serve de castigo exemplar, pois, se o fosse, bastava ter havido um só executado; em nada segue o exemplo dado pelos paí ses civilizados, em que tem sido transformada em prisão perpétua sem que isso represente um aumento das respectivas taxas de criminalidade; em nada reduz um direito da socie dade, pois se não foi ela que deu a vida ao criminoso, também não será ela que tem o di reito de lhe retirar; em nada simboliza um gesto da humanidade, de amor ao próximo e de fraternidade, cuja carência está, psicologicamente, na base de qualquer crime violento. Em nada se pode basear a defesa de tão repugnante, vil, odioso e chocante procedimento como a pena de morte.

     Manifesto Anónimo

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1.      Identifique o problema sobre o qual o texto toma posição.

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Problema: A pena de morte é aceitável?

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2.  Identifique a tese central do autor.

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Defende – se a tese de que a pena de morte é injustificada sob todos os ângulos: não defende a sociedade con tra o crime, não está de acordo com a moral nem com o direito.

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3.  Explicite os argumentos apresentados.

Argumento que critica a ideia da pena de morte como reparação do sofrimento:

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A pena de morte é legítima apenas se a pena de morte reparar o sofrimento. Mas a pena de morte não repara o sofrimento. Logo, a pena de morte não é legítima.(Muitas pessoas tendem a usar, como primeira premissa, a afirmação "Se a pena de morte repara o sofrimento, então a pena de morte é legítima", o que torna o ar gumento inválido, um caso da falácia da negação do antecedente.)

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Argumento que critica a ideia da pena de morte como castigo exemplar:

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• Se a pena de morte fosse um castigo exemplar, então bastaria uma execução para prevenir crimes susceptíveis de pena de morte. Ora, já se deram e continuam a dar execuções. Logo, é falso que as execuções previnam crimes susceptíveis de pena de morte. Logo, é falso que a pena de morte seja um castigo exemplar.

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Argumento baseado no progresso civilizacional:

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Os países mais civilizados substituem a pena de morte pela prisão perpétua, sem a desvantagem do aumento de crimes. Devemos seguir os países mais civilizados na substituição da pena de morte pela de prisão perpétua. Ora, os países mais civilizados substituem a pena de morte pela prisão perpétua e sem desvantagens. Logo , devemos, como os países mais civilizados, substituir a pena de morte pela prisão perpétua.

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• Argumento baseado nos princípios do direito:

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Se não foi a sociedade que deu a vida ao criminoso, também não é ela que tem o direito de lhe retirar. Não foi a sociedade que deu a vida ao criminoso. Logo, a so ciedade não tem o direito de retirar a vida ao criminoso.

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• Argumento baseado nas condições da boa cidadania e da paz social:

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Se a pena de morte é legítima, deve contribuir para a diminuição dos crimes vio lentos.

Se a sociedade perde os laços do amor e da fraternidade, os crimes violentos au mentam.

A pena de morte contribui para a perda dos laços de amor e fraternidade da soci edade.

A pena de morte contribui para o aumento dos crimes violentos.

Logo, pena de morte não é legítima.

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TEXTO 2

Se o poder político tem por função primeira dar a sua força ao direito das liberdades a des peito dos poderes, ele deve permanecer independente destes. Ele deve, exatamente, ter po der sobre os outros poderes, sobre toda a força que tenda a exercer-se contra a liberdade dos fracos. Disso resulta que não pode ser nenhum dos poderes. Nem o poder económico, nem poder ideológico, nem o poder religioso. Também não pode identificar-se com o poder de mais prestígio e eficaz - o da ciência e técnicas que ela engendra. Em particular e forço samente, pois o seu poder afeta diretamente o espírito, a ciência médica. Por isso a medi cina não deve tornar-se uma competência do Estado.

Claude Bruaire, Une éthique pour Ia medicine, Fayard, 1978, pág. 132

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• 1. Explicite o problema abordado no texto.

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O problema tratado no texto é este: Deve a medicina tornar-se uma das competências do Estado?

Observação: O problema central é obscurecido pelo facto de grande parte do texto se dedicar a estabelecer uma premissa - O Estado não pode identificar-se com o po der da ciência e das técnicas -, desejada para a conclusão, e pelo facto de a conclu são aparecer subitamente deduzida de uma premissa muito mais geral.

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2. O texto tem dois argumentos. Um primeiro é um subargumento destinado a justificar uma tese sobre o poder político. O argumento principal usa a conclusão do anterior para justi ficar a sua primeira premissa.

- Explicite os dois argumentos.

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O poder político deve ser independente dos outros poderes.

A ciência e as técnicas que ela engendra são poderes.

Logo, o Estado deve ser independente das ciências e das técnicas.

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TEXTO 3

As descobertas da técnica tiveram por consequência dividir domínios até aqui confundidos: sexualidade, reprodução, maternidade e educação. Ora, quando se dividem domínios nos quais se pode agir seletivamente, as escolhas possíveis são introduzidas e multiplicadas: cria-se uma liberdade. A mulher é assim, cada vez mais, desalinhada em relação à natureza gra ças às ciências da natureza.

Evelyne Sullerot, Lê Fait Féminin, Centre Royaumont pour une science de rhomme,Fayard, 1978, pág. 18

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1.  Que problema é tratado no texto?

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Problema: Qual o papel da ciência e da técnica para a mudança da condição da mulher?

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• 2. Qual é a tese defendida?

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• Defende – se a tese de que ciência e a técnica têm contribuído para a desalienação da mulher.

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3. Que argumento é apresentado?

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A fusão da sexualidade, da reprodução, da maternidade e da educação retira muitas possibilidades à mulher. Ora, a ciência e a técnica separaram esses domínios. Logo, a ciência e a técnica contribuem para a liberdade da mulher.

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TEXTO 4

Quisemos tudo, desejámos tudo, tomámos tudo, obtivemos tudo. Devorámos tudo como as vítimas da fome canina em que nos transformámos. E, assim que tivemos tudo, precisámos de nos voltar para outra coisa. A satisfação não é do nosso mundo. Um grande amor? Precisamos de um filho. Um filho? Precisamos de dois, depois de três ou quatro. Um marido? Precisamos de um amante. O emprego? Precisamos de chegar ao topo. As alturas? Precisa mos também do dinheiro. O êxito completo? Precisamos da felicidade. Tudo ao mesmo tempo? Continua a não ser bom. Cansa sersuperwoman...

Michéle Fitoussi, Lê ras-le-bol dês Superwomen, Calmann-Lévy, 1987, pág. 195

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1. Identifique o problema abordado no texto.

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Problema: A mulher emancipada é a mulher realizada?

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2. O texto esforça-se por apresentar uma justificação indutiva da tese ou conclusão que, por sua vez, está ausente. Clarifique a tese e o argumento.

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• O texto pretende defender a tese de que as metas habitualmente apontadas para a realização (satisfação) da mulher são ilusórias. O argumento consiste apenas em, su cessivamente, apontar tais metas - amor, casamento, descendência, emprego, di nheiro, sucesso completo - e afirmar, para cada uma, o seu fracasso. Como não se de tém em dados que confirmem este fracasso, o argumento supõe que os fatos sugeridos são consensuais.

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