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Este relatório serve como elemento de avaliação referente à minha participação nesta
formação e também como preparação da unidade didática de Dança Criativa que pretendo
implementar no terceiro período.
João Manuel Ferreira Jorge
ATIVIDADES RITMICAS E EXPRESSIVAS
DANÇA CRIATIVA
1
ATIVIDADES RITMICAS
E EXPRESSIVAS DANÇA CRIATIVA
A atividades algorítmicas (Dança Aeróbica - Convergente) e
heurísticas (Dança Criativa - Divergente) possuem característica
diferentes e ambas têm potencial para servir com eficácia os nossos
objetivos, pese embora o facto das últimas responderem melhor aos
atuais DESAFIOS DE UMA EDUCAÇÃO FÍSICA DO SÉCULO XXI.
As tarefas heurísticas não possuem um algoritmo (sequência finita
de instruções bem definidas e não ambíguas – padrão motor) temos
que experimentar as várias possibilidades e descobrir uma solução
nova (esquemas motores) – “Desintoxicação da Contenção”. Estas
permitem o desenvolvimento das capacidades fundamentais para o
século XXI: 1. Criatividade;
2. Inovação;
3. Pensamento crítico;
4. Resolução de problemas;
5. Tomada de decisões;
6. Comunicação;
7. Colaboração;
8. Investigação;
9. Questionamento;
10. Flexibilidade e adaptabilidade;
11. Iniciativa e autonomia.
As atividades heurísticas facilitam o desenvolvimento da Inteligência
Corporal Cinestésica (Consciência do corpo e de si), a Inteligência Emocional
ELEMENTOS
DE APOIO
Nas aulas de
educação física, as
atividades rítmicas e
expressivas
contribuem para o
desenvolvimento
harmonioso do aluno,
na medida em que
estimulam a sua
imaginação, atenção,
coordenação de
movimentos, educação
estética, ao mesmo
tempo que lhe
permitem conhecer
melhor o seu corpo,
usando-o como meio
de comunicação. O
movimento humano
apresenta 3
características
singulares:
1. Plasticidade,
2. Expressão
3. Ritmo.
2
(Consciência do corpo enquanto instrumento de comunicação e expressão – “Anatomia emocional”) e a
Inteligência Social (Relação e comunicação)
Esta formação, orientada pela Professora Mónica Teixeira, abordou a dança na escola segundo uma proposta
metodológica baseada nas 9 ações motoras de Luís Xarez Rodrigues. A observação e análise sistemática do
comportamento motor em dança revela-nos as seguintes nove categorias comportamentais: posturas,
equilíbrios, saltos, voltas, deslocamentos, passos, gestos, quedas e contactos, tendo sido utilizados como
critérios diferenciadores o tipo de apoio e os traços identificadores de grupos de movimentos associados por
características comuns.
1. Posturas: incluem-se nesta categoria todos os momentos de imobilidade definida, englobando as posições de partida
e outras figuras típicas, excluindo-se as que se realizam sobre apoio reduzido.
2. Equilíbrios: incluem-se nesta categoria todos os momentos de imobilidade definida, realizados sobre apoio reduzido.
3. Gestos: incluem-se nesta categoria todos os grupos de movimentos de transporte do corpo, realizados com três ou
mais apoios similares.
4. Deslocamentos: incluem-se nesta categoria todos os grupos de movimentos de transporte do corpo, realizados com
três ou mais apoios similares.
5. Passos: incluem-se nesta categoria todos os grupos de movimentos relacionados por típicas transferências de peso
realizados entre os apoios.
6. Saltos: incluem-se nesta categoria todos os grupos de movimentos caracterizados pela presença de uma fase
intermédia de total ausência de apoio.
7. Voltas: incluem-se nesta categoria todos os grupos de movimentos caracterizados pela existência de uma mudança
de direção, com rotação igual ou superior a noventa graus.
8. Quedas: incluem-se nesta categoria todos os grupos de movimentos caracterizados por perda momentânea de
estabilidade e a sua recuperação de modo controlado, com transferência de peso específica ao nível do apoio.
9. Contactos: incluem-se nesta categoria todos os grupos de movimentos caracterizados pelo contacto físico com
pessoas ou objetos, em que o aspeto relacional é determinante para a execução dessas ações.
AÇÕES MOTORAS CRITÉRIO CHAVE
1 POSTURAS Ausência de movimentos
2 EQUILIBRIOS Apoio reduzido
3 GESTOS Apoio fixo
4 DESLOCAMENTOS Apoio Cíclico
5 PASSOS Transferência de peso
6 SALTOS Ausência de apoio
7 VOLTAS Mudança de direção
8 QUEDAS Perda de estabilidade
9 CONTACTOS Contacto
Este documento serve como elemento de avaliação relativo a esta ação de formação mas sobretudo como
ferramenta de trabalho (Unidade didática) para a abordagem da dança que pretendo efetuar no terceiro período
deste ano letivo e anos subsequentes.
3
UNIDADE DIDÁTICA
O CORPO FALA:
Porque motivo se sobrevaloriza na escola, a expressão
oral e escrita, quando grande parte da comunicação
depende da interpretação da linguagem corporal que
transmite padrões e estados emocionais do emissor
(função simbólica)? Ensinar uma criança a ler e a
escrever não lhe garante um total desenvolvimento da
capacidade de comunicação. A regra 7%-38%-55%
baseia-se em dois estudos realizados por Albert
Mehrabian em 1967. Decoding of Inconsistent
Communications | Inference of Attitudes from Nonverbal
Communication in Two Channels (estudo mais robusto). Quando esse estudo foi publicado sem que
as suas grandes limitações fossem explicadas, abriu-se caminho para um dos mitos mais conhecidos
sobre a comunicação não verbal. Basta um pouco de bom senso para ver que, no mínimo, esta regra
é muito exagerada. Além disso existem diversas limitações, para a aplicabilidade destes estudos na
vida real, as quais são largamente ignoradas, principalmente se a regra for aplicada num contexto
diferente daquele da investigação. Independentemente disso, a comunicação não verbal assume
muita importância porque o nosso corpo é a nossa mente subconsciente, como afirma Candace
Pert e como tal, encerra em si muita informação importante para o nosso auto-conhecimento (Como
interpretar as mensagens do nosso corpo?). Como refere Stanley Keleman, "as formas externas do
corpo e internas dos órgãos falam-nos da motilidade celular, da organização e do movimento da
psique e da alma". O movimento constitui uma forma de exteriorização total da personalidade. A
criança e o adolescente têm direito a praticar a sua expressão pessoal, deixando assim emergir a
singularidade do seu sentir, da sua interioridade, para o seu equilíbrio emocional, ou como diz Berge
(1970) citado por Isabel Lima (1995), a “desintoxicação da contenção”. João Batista Freire prefire
falar em ESQUEMAS MOTORES (Atividades Heurísticas) e não em PADRÕES DE MOVIMENTO (Atividades
Algorítmicas): “não acredita em padrões de movimento, pois para tanto teria que acreditar também
na padronização do mundo. Constato isso sim, a manifestação de esquemas motores, isto é, de
organizações de movimentos construídos pelos sujeitos, em cada situação, construções essas que
dependem, tanto dos recursos biológicos de cada pessoa, quanto das condições do meio ambiente
em que ela vive” (1988, “Educação de Corpo Inteiro – teoria e prática da Educação Física”, editora
scipione S. Paulo).
──────────────────────────────────────────────────────────────
Nas aulas de EF, as atividades rítmicas e expressivas contribuem para o desenvolvimento
harmonioso do aluno na medida em que estimulam a sua imaginação, atenção, coordenação de
movimentos, educação estática, ao mesmo tempo que lhe permitem conhecer melhor o seu corpo,
usando-o como meio de comunicação. O movimento humano apresenta três características
singulares:
4
• Plasticidade.
• Expressão.
• Ritmo.
Plasticidade:
A possibilidade de realizar uma grande diversidade de movimentos, tais como posturas, equilíbrios,
saltos, voltas, passos, deslocamentos, etc., utilizando as técnicas corporais básicas – correr, saltar,
puxar e empurrar, rolar, trepar, parar e arrancar, mudar de direção, traduz o caráter plástico do
movimento. Podemos dizer que, tal como existe um vocabulário que permite escrever, há também
um vocabulário corporal que possibilita a realização, em sequência, de movimentos variados.
Expressão:
À possibilidade de realizar grande número de movimentos, junta-se a capacidade expressiva do
corpo, isto é, podemos mostrar, através do movimento, os nosso sentimentos e ideias. Por isso se
diz que o corpo fala.
Ritmo:
Os movimentos corporais podem ser realizados, seguindo o ritmo marcado pela voz, pelo batimento
das mãos ou pés, por instrumentos de percussão ou pela música. Com efeito, o som constitui-se
como um estímulo significativo a que o corpo responde com naturalidade.
É possível usar o corpo para representar ideias e personagens, expressando os aspetos
fundamentais que as caracterizam. Para tal, é necessário possuir um bom domínio corporal e ser um
bom observador. É muito importante que a aprendizagem da linguagem corporal seja introduzida nas
aula de EF porque as crianças e jovens precisam aprender a reconhecer e utilizar corretamente a sua
expressão corporal para que haja uma sintonia entre o que se pretende transmitir e as mensagens
do corpo.
A Expressão Corporal recorre a uma combinação de diferentes elementos do movimento,
organizados em 3 grandes vertentes:
I – Corpo no Espaço.
II – Dinâmica do movimento.
III – Relação entre os participantes.
ESPAÇO
1. Níveis
2. Trajetórias
3. Direções
4. Planos
DINÂMICA
1. Ritmos
2. Qualidade do Movimento
3. Expressão
AÇÕES 1. Deslocamentos 2. Posturas 3. Equilíbrios 4. Gestos 5. Passos 6. Saltos 7. Voltas 8. Quedas 9. Contactos
5
I – O corpo no ESPAÇO:
Nas atividades expressivas, o movimento da totalidade do corpo ou apenas de algumas partes, está
relacionado com diversas componentes espaciais, entre as quais se destacam:
1. O espaço próprio ou pessoal.
2. O espaço geral.
3. As direções.
4. Os níveis.
5. As trajetórias.
1. O espaço próprio ou pessoal é aquele que rodeia o próprio
corpo e cujos limites são definidos pela máxima amplitude
alcançada pelas várias partes do corpo, nomeadamente
membros superiores e inferiores.
2. O espaço geral refere-se a todo o espaço disponível que se
encontra para além do espaço próprio e é partilhado por todos
os outros elementos do grupo. Ao movimentar-se no espaço
geral, cada aluno transporta consigo o seu espaço próprio.
3. Direções: as dimensões espaciais (altura, comprimento e largura), em que o movimento decorre
permitem que o aluno se movimente em três direções, cada uma delas com dois sentidos:
• Para cima e para baixo.
• Para a frente e para trás.
• Para a direita e para a esquerda.
Um salto para a frente, para trás ou para o lado é um exemplo de combinação simultânea de uma ou
mais direções.
4. Níveis: O movimento do corpo no espaço, tendo como referência a posição de pé, pode
desenvolver-se em 3 níveis:
6
• Nível inferior: é definido pela área situada abaixo dos joelhos, correspondendo assim a
movimentos corporais realizados perto do solo ou no solo. Rolar é um exemplo de movimento
usando o nível inferior.
• Nível médio: corresponde à posição de pé, sendo a corrida e a marcha exemplos dessa
utilização.
• Nível superior: é definido pelos movimentos efetuados na área acima dos ombros. Os saltos
são exemplo da exploração deste nível.
NÍVEL INFERIOR NÍVEL MÉDIO NÍVEL SUPERIOR
5. Trajetórias: são os percursos que o corpo realiza no espaço,
quer em contacto com o solo, quer fora dele (trajetória aérea).
Todas as trajetórias são compostas por linhas retas ou curvas
ou resultam da combinação destas. Por exemplo, uma
trajetória em ziguezague é uma combinação de linhas retas
com mudança de direção. Quer em apoio ou em trajetória
aérea, podem ser realizados movimentos de rotação em torno
de um eixo, para ambos os lados, envolvendo um quarto de
volta, meia-volta, três quartos de volta ou volta completa.
O movimento pode decorrer em trajetórias no solo, através da locomoção, e em trajetórias aéreas
quando o corpo se move no espaço sem apoio.
II– Dinâmica do Movimento:
A dinâmica do movimento criativo resulta da conjugação de várias componentes, de que se destacam:
• Tempo | Ritmos: a componente tempo refere-se à duração e velocidade do movimento que pode
variar entre rápido e lento. Existem ainda graus intermédios que resultam de mudanças de
velocidade (aceleração e desaceleração). A componente tempo também está associada à
execução ininterrupta dos movimentos ou à existência de pausas numa determinada sequência.
7
MOVIMENTO RÁPIDO MOVIMENTO LENTO
• Força | Qualidade do Movimento: o movimento, quanto à força que utiliza, classifica-se em forte
ou fraco. Assim, podem verificar-se variações da tensão muscular que vão desde movimentos
que evidenciam uma energia vigorosa até aos mais leves, suaves e delicados. Em última análise,
cada atividade, conforme a sua natureza, requer uma quantidade apropriada de energia, ou seja,
o nível de força a utilizar.
• Fluidez | Expressão: diz-se que o movimento é fluido quando as suas diferentes fases estão
ligadas de uma forma suave e contínua. O corpo movimenta-se sem restrições, dando por vezes
a ideia de ser incapaz de parar. Nos movimentos rígidos, contraria-se a continuidade do
movimento, podendo este ser parado em qualquer momento e em equilíbrio.
A definição de Inteligência Emocional segundo Peter Salovey e col. (2004): “A capacidade de
perceber emoções, de aceder e gerar emoções bem como assistir os pensamentos, compreender as
emoções e o conhecimento das emoções, e regular reflexivamente as emoções de forma a promover
o crescimento emocional e intelectual”. O conceito de Inteligência emocional desenvolvido por Peter
Salovey, Marc A. Brackett e John D. Mayer centra-se primeiramente na complexa e potencial
tapeçaria inteligente do raciocínio emocional da vida diária. Para a maioria dos indivíduos saudáveis,
nós assumimos que as nossas emoções exprimem e transportam conhecimento acerca das relações
da pessoa com o mundo. A inteligência emocional sugere ao indivíduo as seguintes aptidões básicas
para um auto-conhecimento:
• Conhecer as próprias emoções;
• Lidar com as emoções;
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• Motivar-se;
• Reconhecer as emoções nos outros;
• Lidar com relacionamentos.
Podemos recorrer ao modelo geométrico de Robert Plutchik (2005) para explorar a fluidez e
expressão do movimento corporal. Robert Plutchik explica a linguagem das emoções e criou um
modelo geométrico tridimensional, em forma de cone, onde combina as três dimensões das emoções,
intensidade, semelhança e polaridade.
• A dimensão vertical: representa a intensidade das emoções;
• A secção circular: representa a semelhança das emoções;
• A oposição de pontos representa a bipolaridade das emoções:
PLUTCHIK, Robert et al. (2002); “Emotions and Life - perspectives From Psychology, Biology, and Evolution”; American Psychological Association
9
10
Exercício de relação sociométrica e estados emocionais: Pedir aos alunos para se disporem na
sala em função das emoções solicitadas (Confiança, zanga, serenidade, desgosto, tristeza, distração,
admiração, alegria, medo, interesse) – explorar as relações de aproximação |
isolamento/afastamento; organização | desorganização; ordem | desordem
11
A ideia de que existem 8 emoções básicas é um pressuposto teórico
Estados Emocionais Padrões emocionais
Se aos alunos de uma oficina do movimento em dança criativa lhes é pedido para
descrever como se sentem agora, ou nos últimos dias, estamos a perguntar sobre os
estados emocionais e disposições.
Se, contudo, lhes for pedido para descrever
como se sentem habitualmente, estamos a
perguntar sobre os traços de
personalidade.
EXERCÍCIO: ao som da música os alunos exprimem corporalmente diferentes estados
emocionais personificando-os através de uma atitude e expressão corporal
EXERCÍCIO: realizar exercícios onde os alunos assumem uma linguagem funcional
(Atitude expressiva corporal) para lidar com a linguagem subjetiva das emoções.
EXERCÍCIO: escutar as cores e saborear formas: perguntar
aos alunos para identificar qual das imagens a seguir é KIKI e
qual é a BOUBA. Exprimir e representar através do corpo as
sensações e sentimentos que experimentam relativamente a
cada uma das formas. Pode-se utilizar outra formas, texturas,
superfícies, e materiais, atitudes, palavras, cheiros, paladares, etc…
EXERCÍCIO: Mapa Corporal das Emoções – Pedir aos alunos para identificar no seu
corpo em que zona sentem as emoções relacionadas com determinados
sentimentos/emoções e qual a cor que lhes associam. Realizar o exercício relativamente
a diferentes estilos musicais, situações, formas, objetos, etc…
EXERCÍCIO: perguntar aos alunos como é
que se sentem habitualmente e para
exprimir essa postura/atitude de forma a
tomarem consciência dos padrões
emocionais predominantes e encontrar um
padrão e explorar a causa.
As emoções e os seus derivados:
───────────────────────────────────────────────────────────────────────────
Linguagem Linguagem Traços de Linguagem de linguagem de linguagem do estilo
Subjetiva. Funcional linguagem diagnóstico defesa do ego de lidar com.
───────────────────────────────────────────────────────────────────────────
Medo Proteção Tímido Dependente; evitar Repressão Evicção
Raiva Destruição Brigão (bulhento) Antissocial Deslocação Substituição
Alegria Afeição Sociável Hipo maníaco Reação formação Inversão
Tristeza Reintegração Triste Distimia Compensação Substituição
Aceitação Incorporação Confiança Histriónico Negação Minimização
Desgosto Rejeição Hostil Paranoico Projeção Procura de falhas
Expectação Exploração Controlador Obsessivo compulsivo Intelectualização Traçar mapas
Surpresa Orientação Indeciso Fronteira Regressão Ajuda a procurar
───────────────────────────────────────────────────────────────────────────
Robert Plutchik (2000) American Psychological Assotiation
QUADRO : Elementos chave na sequência emocional:
Tipo de estímulo Cognição Estado de
sentimentos
Comportamen
to aberto Efeito
Ameaça “Perigo” Medo Escapar Segurança
Obstáculo “Inimigo” Raiva Ataque Destruir
obstáculo
Ganho do objeto valorizado “Possuir” Alegria Reter ou repetir Ganhar recursos
Perda do objeto valorizado “Abandono” Tristeza Chorar Religar-se a um
objeto perdido
Membro do nosso grupo “Amigo” Aceitação Preparar
alguém Suporte mútuo
Objeto desagradável
(intragável) “Veneno” Desgosto Vómito Ejetar veneno
Novo território “Examinar” Expectação Mapa Conhecimento
do território
Acontecimento inesperado “O que é
isso?” Surpresa Parar
Ganhar tempo
para orientar
R. Pluchik (2000) – American Psychological Association
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III – Relação entre os participantes:
Nas atividades expressivas em grupo, os alunos relacionam-se uns com os outros de 3 formas
diferentes:
a. A primeira diz respeito às posições relativas que ocupam no espaço:
• Frente a frente.
• Lado a lado.
• Um de frente e outro de costas.
• Um à frente do outro.
• Costas com costas.
b. A segunda, com o tipo de movimentos que realizam:
• Movimentos similares.
• Movimentos diferentes.
c. A terceira diz respeito ao momento em que o movimento ocorre:
• É simultâneo.
• Um a seguir ao outro.
• Ou com um pequeno atraso.
frente a frente Lado a lado Um de frente e o outro
de costas Um à frente do outro Costas com costas
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Estas várias formas de relação entre os participantes permitem construir um conjunto variado de
situações experimentais, de que são exemplos:
• Imitação: os alunos realizam exatamente o mesmo movimento do líder.
• Espelho: os alunos estão de frente para o líder ou parceiro e realizam o mesmo movimento para
o lado oposto, como se estivessem de frente para um espelho.
• Eco: os alunos repetem o movimento realizado pelo líder, após uma breve pausa.
• Uníssono: todos os alunos realizam os mesmos movimentos simultaneamente.
• Sucessão: um aluno inicia um movimento, sendo imitado em sucessão pelos restantes, um a um.
• Chamada e reposta: um aluno através do movimento efetua uma pergunta e um outro responde
usando um movimento diferente.
Assim, o corpo, no seu todo ou em partes, move-se no espaço geral e próprio, utilizando diferentes
direções, níveis e trajetórias, com maior ou menor velocidade, de modo forte ou fraco, com rigidez ou
fluidez. Combinando esta multiplicidade de aspetos, é possível desenvolver coreografias, com ou sem
acompanhamento musical, representando situações ou ideias muito simples, realizadas
individualmente ou em grupo.
IV – EXERCÍCIOS:
Exercícios de controlo do peso do corpo e do equilíbrio:
a. Saltar e cair sobre o mesmo pé. b. Saltar e cair sobre o pé contrário. c. Saltar sobre um pé e cair sobre o outro, definindo a posição de avião. d. Saltar sobre um pé, efetuar meia pirueta e cair sobre os dois pés, em equilíbrio. e. Transferir o peso do corpo do pé esquerdo para o direito, através de pequenos saltos. f. Correr e parar subitamente, em equilíbrio. g. Correr, parar e saltar, caindo em equilíbrio.
Exercícios de ritmo:
a. Correr marcando o ritmo com as palmas. b. Andar ou correr contando os tempos em voz alta. c. Andar 4 tempos, correr quatro tempos, mudando de direção. d. Marcar 2 tempos com os pés, 4 tempos com palmas e 8 tempos a abanar as mãos para acima
da cabeça, no lugar e depois em deslocamento. e. Um grupo marca 8 tempos com os pés e o outro responde com 8 tempo de palmas. f. Marcar forte o 3º tempo de corrida, alternadamente, com as mãos e os pés.
Exercícios de representação – pequenas coreografias.
a. O escultor: em pares, 1 aluno desempenha a função de escultor, mobilizando os segmentos corporais do companheiro. À ordem do professor ou do colega, trocam de funções.
b. O magnetismo: 1 elemento do par tem poder magnético. O 2º, atraído por este, tem de o seguir, executando os movimentos definidos pela sua mão. Após um período de exploração livre, cada par define uma determinada composição para apresentar à turma.
c. Tempestade: representar um grupo de pessoas, na rua, num dia de muito mau tempo. d. Os pássaros:
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o Os alunos, concentrados numa determinada área, representam um banco de pássaros
a dormir. o Os pássaros acordam, executam os seus primeiros movimentos e procedem à sua
limpeza. o Os pássaros movimentam-se em conjunto no espaço disponível. o Em grupo de 2 ou 3, deslocam-se com variações de velocidade, em linhas retas e
curvas. o Em cada grupo, os parceiros realizam movimentos de afastamento e de aproximação. o Os diferentes grupos juntam-se, constituindo um bando, afastam-se e voltam a
encontrar-se para se deslocarem de novo em conjunto no espaço da aula.
Estes diferentes momentos podem ser orientados pelo professor ou alunos, através de sinais previamente combinados.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS NA FORMAÇÃO DE DANÇA EXPRESSIVA:
Ações – deslocamentos, quedas, saltos, equilíbrios, posturas, gestos, voltas, contacto
Espaço – níveis, trajetórias, planos, direções
Dinâmicas – ritmos, qualidade do movimento, expressões
ATIVIDADES PROPOSTAS:
I - ANDAR LIVREMENTE: COM ACOMPANHAMENTO MUSICAL RITMADO
a. Frente
b. Costas, lado, a saltar
c. Com um pé, com os dois pés
d. De frente, costas e de lado
e. A agarrar partes do corpo
f. Andar na lua
g. Andar com peso ás costas
h. Andar com o vento
i. Passos grandes de gigante
j. Passos de formiga
k. Andar atrás de alguém
l. Andar no meio de alguém
m. Andar em espelho
II - AO RITMO DA PANDEIRETA (OU PALMAS)
1 - Andar seguindo os ritmos da pandeireta
a. Lento
b. Rápido
c. Sequências rítmicas
d. Sentado
e. Deitado de costas, de frente
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2 - Reproduzir os ritmos com os pés, com palmas, com o corpo:
a. Com ou sem deslocamento
b. Cair e levantar em 6, 5, 4, 3, 2, 1 tempos
c. Jogo das palmas
III - COM ACOMPANHAMENTO MUSICAL RITMADO
a. Andar e dançar livremente e cada vez que a música é interrompida:
• Desmaiar
• Cumprimentar quem está próximo
• Passar por baixo das pernas de alguém
• Ficar em posição de estátua:
i. Ficar em estátua a pares
ii. Dicar em estátua a trios
b. Andar e dançar livremente e cada vez que a música é interrompida:
• Ficar em equilíbrio com apoio em diferentes partes do corpo condicionadas pelo professor
(1 pé, 1 pé + 1 mão, outras partes corporais…)
• Variante: realizar o mesmo exercício mas a pares ou a trios, etc…
• Variante: ficar em equilíbrio com apoio em diferentes partes do corpo mas a pares ou trios
mas em contacto entre os elementos do grupo: 2 pés + 2 mãos; 2 joelhos + 4 mãos)
b. Andar e dançar livremente e cada vez que a música é interrompida:
• Formar letras com o corpo.
• Variante: realizar o mesmo exercício, mas a pares e/ou trios.
c. Andar e dançar e cada vez que a música é interrompida, formar formas geométricas com o corpo:
• Círculo
• Triângulo
• Quadrado
• ½ círculo
• Estrela.
• Variante: a pares, trios, quadras…
d. Movimentar-se mexendo isoladamente partes do corpo ou partes do corpo combinadas:
• Pés
• Bacia
• Cabeça
• Ombros
• Cabeça + ombros
• Todo o corpo
e. Dançar com diferentes apoios no chão:
• 1 pé
• Rabo
• Umbigo
• 1 mão + 2 pés
f. Dançar a pares ou trios sempre com um ponto de contacto com 1 colega:
• Pé
• Ombro
• Mãos
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• Costas
• Rabo
• Etc…
g. Apoio em palavras com acompanhamento musical:
• Movimentar-se imitando animais:
a. Girafa
b. Elefante
c. Formiga
d. Cobra
e. Sapo
f. Leão
g. Gato
h. Etc…
• Movimentar-se com apoio em palavras-chave (ações):
a. Empurrar
b. Subir
c. Balançar
d. Tremer
e. Balançar
f. Bater
g. Deslizar
h. Abrir
i. Fechar
j. Puxar
k. Sacudir
l. Aparecer
m. Desaparecer
n. Acariciar
o. Torcer
p. Variantes: ISOLAR PARTES DO CORPO:
• Sacudir os pés
• Balançar os braços…
IV - COM ACOMPANHAMENTO MUSICAL RITMADO – EXPRESSÃO EMOCIONAL
• Movimentar-se com apoio em palavras-chave (sentimentos): pode-se combinar as três
dimensões das emoções, intensidade, semelhança e polaridade (Modelo de Plutchik).
a. Medo
b. Raiva
c. Alegria
d. Tristeza
e. Aceitação
f. Desgosto
g. Expectação
h. Surpresa
• Variante: movimentar-se livremente e recorrendo a palavras chave, os alunos a pares
combinam entre si qual é o elemento que manifesta a emoção e o parceiro adota uma
linguagem funcional reagindo a essa emoção:
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a. Ex: Aluno A manifesta a emoção (palavra chave) e o aluno B responde ou reage a
essa emoção com uma atitude de aproximação, evicção, rejeição, exploração,
proteção, destruição, etc…)
• Movimentar-se com apoio em diferentes contextos:
a. Muito vento.
b. Na lua
c. Debaixo da água
d. Debaixo da chuva
e. Muito frio
f. Com uma mochila muito pesada
g. Etc…
h. Apoio em objetos – com acompanhamento musical ritmado:
• Movimentar-se com apoio a balões:
a. Através de toques manter o balão no ar com diferentes partes do corpo, ombro,
cabeça, pé
b. Sem toques, manter o balão com diferentes partes do corpo deslocando-se: nariz,
testa, ponta do dedo.
• Lançar o balão e agarrar após pirueta, queda, rolamento á frente, rolamento atrás, roda,
etc…
• Variantes: sentado, deitado, de gatas.
• A pares, dançar mantendo o balão entre o par, nas costas, na testa, na barriga…
• A pares, seguir os movimentos do par em espelho o qual realiza movimentos com o balão
seguro na mão, etc…
• O grupo segue o líder que se movimenta livremente pelo espaço… variar o líder.
• Individualmente, dançar livremente pelo espaço com o balão.
i. Apoio em objetos com acompanhamento musical.
• Movimentar-se com apoio de folhas de papel: manter a folha na palma com movimento
contínuo sem a deixar cair, sem e com deslocamento.
• Variantes: apoio de lenços, cordas, bolas…
V - SEM ACOMPANHAMENTO MUSICAL – STEPPING & PERCURSSÃO CORPORAL
a. Jogo dos copos: um grupo de alunos, sentados a uma mesa, cada um com 1 copo, criar uma
coreografia com os sons dos copos. MAMBO COM O RITMO DOS COPOS
(https://www.youtube.com/watch?v=h2dzpxpaS4M&t=29s)
(https://www.youtube.com/watch?v=2VAb_WnGV_k)
b. percussão corporal: montar uma coreografia
https://www.youtube.com/watch?v=pf_xLrhjjfI
https://www.youtube.com/watch?v=gO3KeFpltDQ
https://www.youtube.com/watch?v=xeYBmZcJWYg
https://www.youtube.com/watch?v=GIgC7DGvbjc
https://www.youtube.com/watch?v=02nzFHmgPGk&spfreload=5
https://www.youtube.com/watch?v=YhE4LERF9zQ
https://www.youtube.com/watch?v=tT2Fp-AXzGM
https://www.youtube.com/watch?v=j7pXK-E4wtI
https://www.youtube.com/watch?v=n1gtCjLWpuc
https://www.youtube.com/watch?v=h2dzpxpaS4M
https://www.youtube.com/watch?v=-GoAaZCGr3I
https://www.youtube.com/watch?v=MO63sRs19pE
https://www.youtube.com/watch?v=YhE4LERF9zQ&t=9s
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https://www.youtube.com/watch?v=GiA58Apcckc
https://www.youtube.com/watch?v=a7qrrhKqRxE
c. Stepping – sem acompanhamento musical. O stepping ou dance-step é inspirado em danças
rituais africanos e consiste em utilizar o corpo para produzir ritmos a partir de batimentos com os
pés, palmas e palavras. É mais uma ferramenta muito engraçada para trabalhar coordenação e
sentido rítmico.
• https://www.youtube.com/watch?v=OFb0EUIkYac
• https://www.youtube.com/watch?v=LEn2Ya1j96M
19
20
21
• O professor encadeia diferentes movimentos que depois são realizados em grupo.
• Cada aluno ou grupo de alunos sugere um movimento com determinado ritmo.
• Variante: um aluno ou o professor faz cada um dos passos e o grupo repete.
• Variante: todos realizam ao mesmo tempo.
• Variante: dois grupos frente a frente – pergunta/resposta (Battle)
VI – SEM E COM ACOMPANHAMENTO MUSICAL – APOIO EM DIFERENTES RITMOS
a. AERÓBICA: As frases musicais podem ter 8, 16, 32 ou 64 tempo, mas as mais habituais e
melhores de serem usadas nas aulas, são as músicas “quadradas”, ou seja, com frases musicais
de 32 tempos. Isto deve-se ao facto de as músicas “quadradas” serem, além de mais facilmente
acompanhadas pelos alunos, melhores para montar coreografias. Além disso, esta abordagem
facilita o processo de avaliação porque padroniza (atividade algorítmica) os movimentos
permitindo a comparação de performance entre alunos. Porém, deixa de ser uma forma de
exploração da expressão corporal de forma pessoal e individual. Trata-se não só de movimentos
22
balizados por músicas quadradas como os próprios passos básicos (habilidades motoras
específicas da aeróbica), tornam o movimento fechado enfatizando o preciosismo da forma e a
rigidez dos padrões motores.
As habilidades motoras específicas da aeróbica são habitualmente chamadas de passos básicos e
podem ser classificadas conforme a estrutura que lhes dá origem. Esta estrutura é constituída por
uma sucessão de apoios (existe transferências de peso) e gestos (joelho ao peito, elevação de
calcanhar, abdução, toque).
Apoio – quando ocorre transferência de peso para a perna que executa o movimento.
Gesto – quando não há transferência de peso para a perna que executa o movimento.
Os alunos podem escolher um conjunto de passos básicos os quais organizam em função da música
escolhida desenvolvendo a sua condição física geral. O aluno escolhe as músicas quadradas, ou
seja, com frases musicais de 32 tempos. Isto deve-se ao facto de as músicas quadradas serem, além
de mais facilmente acompanhadas pelos alunos, melhores para montar coreografias e construir um
circuito de exercícios.
Step Touch (Step Joelho, Step calcanhar, Step cruza à frente, Step cruza atrás)
Toca ao lado, toca à frente, Toca atrás
Chassé direita (1 e 2), Chassé esquerda (1 e 2), Chassé mambo direita (1 e 2 3 4), Chassé
mambo esquerda (1 e 2 3 4)
Duplo step touch (direita e esquerda)
Grapevine (direita e esquerda) ou passo cruzado
SDJ (direita e esquerda)
SR4j (direita esquerda)
Mambo (direita)
Passo em V (direita)
Passo em A (direita)
Marcha.
Enquadramento: as músicas são constituídas por blocos musicais de 64 tempos, e estes, por sua
vez, são divididos em duas frases musicais de 32 tempos cada. Cada frase musical é formada por
quatro ciclos de oitos tempos musicais.
Tempos musicais: cada batida na música é designada tempo musical. Sequencialmente, verifica-se a
alternância entre tempos fortes e fracos. Os tempos musicais fortes, sendo ímpares, assumem maior
protagonismo, pois dão início aos movimentos. Por sua vez, os tempos musicais fracos, ocorrem nos
tempos pares.
Frase musical: sendo que cada frase musical é composta por quatro ciclos de oito tempos musicais
(32 tempos), para cada ciclo de oito tempos existe um ciclo de batimentos com sonoridade diferente do
anterior, definido por um grupo específico de batidas. Apesar desta diferença, dentro de cada frase
musical, os diversos ciclos partilham alguma sonoridade comum.
23
Marcha: Tempo de execução – 1
batida | Realizar apoios alternados
dos pés, com uma ligeira elevação
dos mesmos.
Corrida: Tempo de execução – 1
batida | Realizar movimentos
alternados dos membros inferiores,
no mesmo local.
Passo Toque (Step Touch): Tempo
de execução – 2 batidas
• O membro inferior livre realiza um
apoio lateral (1.º tempo);
• O outro membro inferior aproxima-
se ao primeiro apoio (2.º tempo),
tocando-lhe na sua parte interior, e
assim sucessivamente.
Elevação do joelho: Tempo de
execução – 2 batidas
Elevação do joelho, com flexão
sensivelmente a 90º (1.º tempo),
alternando sucessivamente os
apoios.
Passo Cruzado (Grapevine): Tempo de execução – 4 batidas
• Deslocamento lateral do membro inferior livre (1.º tempo), seguido de
cruzamento atrás por parte do 2.º apoio (2.º tempo);
• Novo deslocamento lateral (3.º tempo), seguindo-se a junção dos membros
inferiores (4.º tempo).
Passo em V (V step): Tempo de
execução – 4 batidas
• O cumprimento do passo implica a
execução de um movimento em
«V»;
• Partir da posição de pés juntos,
avançando os dois apoios
alternadamente (à largura dos
ombros). Voltar a juntar os apoios,
atrás.
Balanços: Tempo de execução – 1
batida
Realizar transferência de peso de
um apoio para o outro.
Agachamento: Tempo de
execução – 4 batidas
• efetuar afastamento lateral (1.º
tempo), seguido de flexão dos
membros inferiores (2.º tempo);
• terminar com extensão dos
membros inferiores (3.º tempo),
voltando em seguida à posição
inicial (4.º tempo).
Mambo: Tempo de execução – 4
batidas
• O membro inferior livre efetua
apoio à frente e atrás;
• O outro membro inferior efetua a
mesma sequência de movimento;
• Os apoios são realizados
alternadamente.
Chassé: Tempo de execução – 4 batidas
• Deslocamento lateral, efetuando três movimentos em dois tempos;
• O membro inferior livre realiza dois apoios consecutivos, em simultâneo
com os dois tempos musicais, e o outro membro inferior realiza um apoio no
contratempo.
Chuto: Tempo de execução – 1
batida
• Executar chuto à frente com o
membro inferior livre (1.º tempo) e
voltar à posição inicial (2.º tempo);
• Segue-se o chuto com o outro
membro inferior (3.º tempo) e
retorno à posição inicial (4.º tempo).
Tesouras: Tempo de execução – 1
batida
Realizar apoios simultâneos, com
um membro inferior à frente e outro
atrás.
Twist: Tempo de execução – 1
batida
Realizar movimentos lateralizados
através da rotação dos pés, com os
calcanhares elevados.
Slide: Tempo de execução – 4
batidas
• Realizar um afastamento lateral, à
largura dos ombros (1.º e 2.º
tempos), do membro inferior livre;
• Em extensão, o outro membro
inferior deve deslizar, em apoio no
solo, para junto do primeiro apoio
(3.º e 4.º tempos).
24
Partindo dos passos de base é possível introduzir variantes como: deslocamento, amplitude,
alternância das repetições, direção do movimento e conjugação de ações dos membros superiores.
Com efeito, é possível gerar inúmeras ações técnicas, permitindo criar coreografias multivariadas.
Passo e Toque (Step Touch):
O membro inferior livre realiza
um apoio lateral (1.º tempo);
• O outro membro inferior cruza
atrás do primeiro apoio (2.º
tempo), e assim
sucessivamente.
Elevação do joelho: O
movimento de elevação do
joelho decorre com uma
orientação lateral, com um apoio
à frente e o apoio da perna livre
atrás.
b. Apoio em diferentes ritmos – com acompanhamento musical:
• Livremente, dançar ao som de diferentes ritmos que vão variando por exemplo de 30 em
30 segundos, nos ritmos mais lentos pedir para fecharem os olhos.
• Variantes – a pares, dançar olhos nos olhos, seguir o par em cada ritmo,
pergunta/resposta, seguir um líder em fila, com o líder no meio da roda ou à frente da
turma em xadrez.
• A partir de uma coreografia simples, dançar a mesma coreografia com ritmos diferentes:
variar a frente, dividir em dois grupos frente e dançar ao mesmo tempo ou
pergunta/resposta ou um grupo dança e o outro aprecia.
c. Montar uma coreografia com apoio num tema ou numa história – com ou sem acompanhamento
musical.
• Montar uma coreografia a partir de um tema, dado pelo professor ou escolhido pelos
alunos.
• Variantes – o mesmo tema/história para todos os grupos, cada grupo com um
tema/história.
• A música pode ser sugerida pelo professor ou escolhida por cada grupo. Montar a
coreografia em grupo e apresentar aos outros grupos que apreciam e tentam perceber a
mensagem.
d. Montar uma coreografia com condicionantes colocadas pelo professor em relação a ações,
espaço e dinâmica – com ou sem acompanhamento musical.
• A partir da informação dada pelo professor, cada grupo monta uma coreografia.
• Variante – a música é escolhida pelo professor
• Variante – a música é escolhida pelos alunos
• Variantes – todos os grupos têm as mesmas condicionantes ou cada grupo tem as suas
condicionantes. Montar a coreografia em grupo e apresentar aos outros grupos que
apreciam.
• Exemplo: construir uma coreografia na qual têm de ser realizados, dois saltos, uma volta,
um gesto, uma queda e têm de ser utilizados dois níveis, duas direções.
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Ex: construir uma coreografia a qual tem de incorporar:
ESPAÇO AÇÕES DINÂMICA
✓ 2 níveis
✓ 2 direções
✓ 2 saltos
✓ 1 volta
✓ 1 gesto
✓ 1 queda
✓ ?
e. Trabalhar uma coreografia ensinada pelo professor colocando um estilo pessoal.
• Primeiro, o professor ensina uma sequência de passos – pequena coreografia.
• Depois em pares, trios… cada grupo trabalha a coreografia á sua maneira tentando dar-
lhe um estilo pessoal. No final apresentam aos grupos que apreciam.
• Esta coreografia pode recorrer aos passos básicos da dança aeróbica:
VII – JOGOS DE CONFIANÇA
f. Jogos de confiança e retorno à calma:
• Jogo da sementinha: os alunos começam no chão enrolados como uma sementinha. O
professor vai aumentando o volume da música e o aluno vai-se levantando com o
movimento, cada vez com maior amplitude acompanhando a subida do volume (a
sementinha cresce até se transformar em árvore). O professor vai baixando e aumentando
o volume (a sementinha cresce até se transformar em árvore), o professor vai baixando e
aumentando o volume e o aluno tem que movimentar-se em função disso.
ESPAÇO
5. Níveis
6. Trajetórias
7. Direções
8. Planos
DINÂMICA
4. Ritmos
5. Qualidade do Movimento
6. Expressão
AÇÕES 10. Deslocamentos 11. Posturas 12. Equilíbrios 13. Gestos 14. Passos 15. Saltos 16. Voltas 17. Quedas 18. Contactos
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• Jogo da energia: em grupo com música lenta: os alunos começam deitados no chão e o
professor parra a primeira energia tocando num aluno, quem recebe a energia começa por
movimentar a parte do corpo que foi tocada e desloca-se ao som da música até tocar
noutro aluno. Quando transmitem a energia ficam em estátua imóveis pois perdem a
energia.
• Olhos fechados: a pares, um aluno de olhos fechados, caminha contra uma parede
tentando não diminuir a velocidade do deslocamento. O companheiro situado antes da
parede para o colega antes deste chocar com a mesma.
• Olhos fechados em círculo: alunos em roda em pé juntos com um colega de olhos
vendados no meio da roda sem mexer os pés e com o corpo firme e braços junto ao tronco,
deixa-se cair e é apoiado pelos colegas que o empurram em várias direções.
• Conduzir o carro/companheiro de olhos fechados: a pares, um aluno atrás do outro
em pé. O aluno da frente, de olhos fechados, desloca-se (sem chocar com os outros
colegas), deixando-se conduzir pelo parceiro em função dos sinais combinados:
a. Toque no ombro direito – virar à direita
b. Toque no ombro esquerdo – vira à esquerda
c. Toque nas costas – avançar
d. Toque na cabeça parar
VIII – EUTONIA
Os exercícios de eutonia libertam tensões por meio da consciência corporal. Criada pela alemã Gerda
Alexander (1908-1994), a eutonia pode ser traduzida como o uso sábio do corpo
visando maior conforto e eficiência nos movimentos. A especialista lembra que essa
prática tem muito mais a ver com a forma de se fazer um exercício do que com o
exercício em si. “Por isso, faça tudo com calma, prestando atenção em cada gesto
mais do que na quantidade de vezes que o realiza.
1. Faça uma bola de meia consistente do tamanho de uma de tênis. Durante o
exercício, a bola deverá ser posicionada entre a escápula e a coluna (como na
ilustração). Deite-se de costas no chão. Coloque a bola apoiada do lado direito, na região
entre a escápula e a coluna. Deixe os braços relaxados ao longo do corpo. As pernas podem
ficar esticadas ou fletidas, dependendo do que for mais confortável. Respire naturalmente.
Perceba como a bola pressiona suas costas, os tecidos, os ossos. Solte o peso do corpo sobre
ela. Fique assim por um intervalo de três a cinco minutos. Se
sentir algum incómodo, desloque a bola para uma altura mais
confortável. Sempre que o pensamento se perder nas
preocupações ou nas tarefas pendentes, volte a atenção para o
corpo, para a sensação de cada movimento e se autorize o
descanso. Abra o braço direito lateralmente e sinta como a
mudança de posição solicita a musculatura das costas de uma
maneira diferente. Se doer, mude um pouco a posição até ficar
confortável. Relaxe por dois minutos. Dobre o cotovelo e leve,
suavemente, o braço para trás. A mão não precisa tocar o chão.
Deixe-se adaptar a esse novo ângulo e sinta como agora o
espaço entre as escápulas faz contato com a bolinha.
Naturalmente, o braço vai cedendo e os dedos podem tocar o
solo. Agora, mantendo o cotovelo no chão, imagine que ele é
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como uma alavanca e inverta a posição do braço levando-o para
baixo. Deixe o corpo ceder para que os tecidos possam relaxar.
Faça pequenos movimentos da cabeça para os dois lados sem
forçar. Para maior elasticidade, faça movimentos de levar o braço
para cima e para baixo por alguns minutos. Lenta e
conscientemente. Tire a bola das costas e relaxe. Deixe os braços
ao longo do corpo, estique as pernas e observe como você se
sente. Todos esses movimentos fazem do corpo uma porta de
entrada para a calma.
2. Faça uma pausa de dois minutos e repita a sequência com a bola posicionada do lado
esquerdo. Se quiser, pode usar duas bolas (uma de cada lado das costas) ao mesmo tempo.
3. Com o auxílio de objetos, como bambus, bolinhas de tênis, bexigas, castanhas, sementes,
entre outros, o eutonista leva o aluno a sentir o próprio corpo e a posicioná-lo da melhor
maneira, levando em conta a força da gravidade e o próprio esqueleto que o sustenta,
estimulando assim, o potencial criativo e expressivo de cada aluno. A aula é composta de
exercícios que trabalham os apoios e o volume do corpo (ensinando as pessoas a utilizarem
conscientemente seus reflexos posturais), a sensibilidade tátil, a consciência da estrutura
óssea, dos espaços internos, dos tecidos profundos, possibilitando a obtenção de um tônus
adequado, não só em uma situação de repouso e relaxamento, mas também nas demais
situações do cotidiano.
IX - RELAXAMENTO MUSCULAR PROGRESSIVO
Relaxamento Muscular Progressivo (RMP)?
Para se aquietar a mente é importante aquietar o corpo. O ambiente e/ou espaço do exercício deve
permitir um relativo isolamento sensorial através duma minimização dos estímulos visuais,
auditivos/acústico e garantir conforto físico que facilite um relaxamento muscular profundo. O RMP
baseia-se nos princípios psicológicos da medicina psicossomática. A tensão muscular excessiva
(hipertonicidade) está relacionada com diferentes distúrbios do corpo e psique. Na medida em que
esta tensão e esforço são sempre acompanhados por um encurtamento das fibras musculares e uma
diminuição do tónus muscular que inibe a atividade do sistema nervoso
central. O relaxamento contraria estes estados de excitação e quando
bem-adaptada, funciona de forma profilaxia prevenindo os distúrbios
psicossomáticos.
Numa sala de aula teremos que adaptar o exercício num contexto diferente.
• Pedimos aos alunos que tragam roupa quente para manter a temperatura corporal.
• Cada aluno fica deitado num colchão de ginástica.
• É importante que a temperatura da sala, se possível, permita algum conforto térmico.
• É também importante que a sala permita algum isolamento sonoro dos ruídos exteriores ou
de possíveis interferências.
• Iniciamos o exercício com um retorno à calma solicitando que os alunos se deitem de costas
no colchão, com os braços ao longo do corpo e permaneçam de olhos fechados.
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Solicitamos aos alunos que se coloquem numa posição confortável, sentado ou deitado (de
preferência deitado). Relaxamos o mais que pudermos e visualizamos na nossa mente a “calma”,
“tranquilidade”, “paz”, “serenidade”, “bem-estar”, “leveza”. Invocamos sempre estas imagens na
nossa mente e sentimo-las em todo o corpo de forma que este as manifeste e traduza nas sensações
físicas correspondentes. Começamos por focar a nossa atenção nos pés e dialogando interiormente
com eles, pedimos-lhes que se relaxem – os músculos ficam moles, calmos, leves, relaxados e todas
as tensões dissipam-se e manifestam a consistência da “gelatina”. Cada passo envolve uma porção
do nosso corpo na seguinte sequência:
a. Pés; tornozelos; gémeos; Joelhos; Coxas; Cintura pélvica; abdómen e órgãos internos; zona torácica
(respiração calma) e órgãos internos; Zona Lombar; Zona Dorsal; todos os pequenos músculos
intervertebrais; Ombros; braços; Antebraços; Mãos; pescoço; Queixo; Boca; Olhos; Sobrancelhas;
Testa; Cabeça; Nuca.
b. Depois, visualizar a cabeça oca, vazia e leve.
c. Efetuamos um rastreio das zonas do nosso corpo onde persistem algumas tensões, desconfortos ou,
procuramos informação intuitiva sobre nódulos energéticos relativos a somatizações.
d. Podemos visualizar uma escadaria com dez degraus e solicitamos que, cada vez que desce um degrau,
haja a libertação de uma camada exterior de tensões, preocupações. Pedimos que entre num estado
cada vez mais profundo de relaxamento.
e. No final da escadaria podemos recriar cenários que invoquem calma, paz, serenidade e bem-estar.
f. O regresso faz-se pela mesma escadaria e o processo de despertar é suave.
g. Depois de terminar o exercício, socorremo-nos de algumas ferramentas que nos irão ajudar a efetuar
uma auto-análise, utilizando a linguagem dos sintomas para recolher informação sobre os nossos
padrões emocionais.
V – PLANIFICAÇÃO:
QUADRO: habilidades motoras
Habilidades Motoras Básicas Habilidades Motoras Compostas Complexas
Locomotoras Não locomotoras Projeção Receção Não Desportivas Desportivas
Andar
Correr
Saltar
Variações do Salto
Galopar
Deslizar
Rodar
Parar
Cair
Esquivar
Trepar
Subir
Baixar
Etc…
Balancear-se
Inclinar-se
Estirar-se
Dobrar-se
Girar
Retorcer-se
Empurrar
Levantar
Tracionar
Equilibrar-se
Etc…
Rececionar
Lançar
Golpear
Bater
Agarrar
Driblar
Rodar
Etc…
Expressão Corporal
Teatro
Mímica
Dança
Biodança
Tai-Chi-Chuan
Yoga
Relax. Muscular Progressivo
Meditação
Treino Mental
Biossíntese
Biodinâmica
Movimento Livre
Parkour
Jogos Cooperativos
Exploração da Natureza
Desportos Coletivos
Desportos Individuais
Desportos de Evasão
Luis Miguel Ruiz Perez (1987); “Desarrollo Motor Y Actividades Físicas”; Gymnos Editorial, Adaptado por João Jorge
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Ex: construir uma coreografia a qual tem de incorporar: escolher
ESPAÇO AÇÕES
(habilidades motoras básicas locomotoras, não-locomotoras e de projeção e receção))
DINÂMICA
Direções Para trás Para a frente Para o lado
Deslocamentos Andar, Correr, Galopar, Deslizar, Esquivar, Trepar, Subir, Baixar, Etc…
Ritmos | Tempo (EXPRESSÃO EMOCIONAL)
Duração (tempo)
Velocidade (rápido/lento)
Variações de velocidade
Contínuo / com interrupções
Níveis Baixo Médio Alto
Posturas
Parar, inclinar-se, estirar-se, dobrar-se, retorcer-se
Etc…
Trajetórias Retilínea Curvilínea Ziguezague
Equilíbrios Equilibrar-se
Balancear-se,
planos Frontal Médio Sagital
gestos Rececionar, Lançar, Golpear, Bater, agarrar, imitar, reproduzir, posar, comunicar
Qualidade do Movimento | Força | Polaridade | Semelhança (EXPRESSÃO EMOCIONAL)
Forte ou vigoroso / enérgico / Alta Intensidade Fraco / leve, suave, delicado / Baixa intensidade Polaridade: positivo ou negativo
Forma
Curva Retilínea grande Retilínea pequena Torcida Retilínea pequena
Passos de anão, de gigante
Saltos Saltar (1 pé, 2 pés), Variações do Salto
Voltas Rodar, girar
Quedas Cair, levantar
Partes do corpo – Unidades Funcionais
Coluna vertebral (Unidade axial) Sistema respiratório (tórax) Cintura abdominal (core) Pernas (Unidade locomotora) Cintura escapular Braços (Preensão
Contactos Várias partes do corpo, empurrar, tracionar
Expressão | Fluidez (EXPRESSÃO EMOCIONAL)
Fluidez: ligação das partes de forma contínua Rigidez: tensão do movimento, espasmódico, irregular, etc…
UNIDADE DIDÁTICA COM 5 A 6 BLOCOS DE 90 MINUTOS DE AULAS:
TEMAS I II III IV V VI VII VIII & IX
Blocos 90’ 90’ 90’ 90’ 90’ 90’
T E
M A
S
andar livremente com
acompanhamento
musical ritmado
com acompanhamento
musical ritmado –
expressão emocional
(Plutchik |
sem
acompanhamento
musical – stepping &
percussão corporal
sem e com
acompanhamento
musical – apoio em
diferentes ritmos:
Aeróbica, etc…
Aquecimento:
Movimentar-se com
apoio a balões:
Exercícios de
eutonia
Ao ritmo da pandeireta
ou palmas
Movimentar-se com
apoio em diferentes
contextos (Elementos
naturais | situacionais |
Constrangimentos)
Alunos montam
coreografia de
stepping | percussão
corporal e apresentam
aos colegas
Alunos montam
coreografia de
aeróbica | outro estilo
e apresentam aos
colegas
jogos de confiança
e movimento suave
Relaxamento
Muscular
Progressivo
Andar e dançar
livremente e cada vez
que a música é
interrompida…
Apoio em objetos –
com acompanhamento
musical ritmado -
Movimentar-se com
apoio a balões:
Mimo: os alunos
contam uma história
sem uso de
palavras ou outros
têm que interpretar.
Movimentar-se mexendo
isoladamente partes do
corpo ou partes do
corpo combinadas
Apoio em objetos –
com acompanhamento
musical ritmado: folha
de papel | outros
objetos
Dançar com diferentes
apoios no chão
Dançar a pares ou trios
sempre com um ponto
de contacto com 1
colega
Apoio em palavras com
acompanhamento
musical (Movimentar-se
imitando animais |
ações)
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VI – AVALIAÇÃO:
A experimentação e improvisação interessavam como método para investigar novos padrões de
movimento, novos reportórios (…). O corpo está diretamente implicado no conhecimento do mundo
– a maneira como se experiencia o mundo interfere determinantemente no que se conhece. Então,
uma vez que a experiência é algo individual, que pode ser apenas parcialmente partilhada, é
impossível uniformizar o conhecimento de cada corpo diante do mesmo objeto ou evento. O corpo
não é um ambiente passivo que reage ao mundo de maneira sempre previsível, é um ambiente ativo
que constrói novos conhecimentos e comportamentos na interação com o mundo, em tempo real.
Paramentos de avaliação na dança
Domínio das habilidades.
Adequação ao ritmo da música.
Cooperação e entreajuda.
Expressão.
Gosto Neutro Desgosto
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Noções e Planeamento de Dança Criativa
INTRODUÇÃO
Este trabalho pretende elaborar uma ficha de leitura do texto The lesson do livro Recreative Movement in Further
Education de W. Meier e de M. Baronek.
Este trabalho pretende expor uma forma de organização de aula de Dança Criativa.
Este texto é visto como um texto de referência para professores de Dança Criativa, como um meio de orientar a
sua prática pedagógica, em termos de dar pistas para a organização das aulas.>
ESTRUTURA DA AULA
A aula de Dança Criativa encontra-se dividida em diferentes secções, que correspondem não só à progressão do
desempenho físico e mental exigido, mas também a uma abordagem e forma de organizar a atividade realizada
na aula.
A aula está dividida em 4 fases:
1. Atividades Preparatórias
2. Treino
3. Clímax
4. Conclusão
Atividades Preparatórias:
Objetivo: aquecimento e relaxamento do corpo.
Descrição: atividades que promovem a circulação: friccionar, esfregar, percutir, bater palmas, dobrar e esticar
sem esforço. Atividades de mobilização das articulações e de relaxamento da tensão: balançar, movimentos de
circundação. Movimentos de fortalecimento: alongamento seguido por um colapso (por exemplo espreguiçar e
depois relaxar), puxar, empurrar, segurar, nestes movimentos o relaxamento entre as ações é essencial para
permitir que o músculo se recomponha da tensão exercida. Sequências de deslocamentos: que aborde
simplesmente a consciência espacial, e a consciência espacial em relação aos outros colegas de turma.
Nota ao professor - o professor deverá estar atento não só ao objetivo de preparação física, mas também ao
aspeto social:
a. Disposição dos alunos: os alunos deverão estar dispostos não só de forma a poderem observar o
professor, mas também os colegas, dispondo-se a turma em círculo ou semicírculo.
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b. Deslocamento no espaço: Deve ser dada a possibilidade de deslocar pelo espaço, de forma a que os
alunos possam ver e cruzar outros, e observar a sala de forma diferente, como que entrando no espírito
da aula de dança criativa, e separando-se das outras atividades realizadas normalmente.
c. Atividades preparatórias: devem ser escolhidas de forma a não serem muito exigentes quer física ou
mentalmente, com movimentos fáceis de executar, de pouca duração, que não necessitem de muita
orientação, nem de concentração. Deverá ser dada atenção aos segmentos inferiores do corpo (pés e
pernas) que terão um trabalho acrescido durante a aula.
d. Parte final de deslocação e combinação: deve ter uma conclusão simples, criando um pequeno clímax
e estabelecendo um ambiente feliz e leve.
Treino:
Objetivo: treino da consciência corporal, aumento das aptidões corporais, promover a qualidade e variedade
das frases de movimento.
Descrição: prática de um tema de Movimento. Este tema é abordado com a orientação do professor, que
permite aos alunos, seguindo um determinado processo, integrem o tema do movimento na sua própria
movimentação. A experimentação desse tema leva a uma integração primordial, que leva a uma assimilação
quase instantânea ao conseguir realizar convenientemente.
Nota ao professor - deverá existir uma série de realizações de movimento que se vão tornando cada vez mais
exigentes, permitindo a experiência desse TEMA.
a. Tema de movimento: é essencial a observação e acompanhamento do professor, de modo a permitir
que este dirija a totalidade da turma para que haja um entendimento do tema de movimento por todos
e uma compreensão da qualidade e sensação básica da ideia de movimento.
b. Concentração: A turma deverá estar atenta, concentrada e pertinente.
c. Repetição: é bom existir repetição desde que fundamentada, para não cansar a turma ou perder tempo.
d. Pausas: poderão existir pequenas pausas, de forma a libertar a tensão e concentração, para não tornar
a aula demasiado intensa.
Clímax:
Objetivo: implementação e desafio da experiência adquirida, dando a oportunidade de trabalhar com colegas
para criar uma composição.
Descrição - esta fase constitui-se mais propriamente com trabalho de composição elaborado pelos alunos.
Nota ao professor - Nesta fase é essencial que os alunos aperfeiçoem as suas capacidades expressivas e
interpretativas na execução do seu papel, sendo que tenham consciência que cada um participa no todo que é
a coreografia.
a. Sentimento de grupo: importância da participação e valorização pessoal perante o grupo, inserido no
grupo, não só deverá ser importante socialmente, como se deve igualmente permitir que a afirmação
de cada aluno na coreografia traga um sentimento positivo de competência e de auto-satisfação.
Conclusão:
33
Objetivo: o retorno à calma, finalização da aula, com intuito de levar a uma postura de bem-estar físico e mental.
Descrição: nesta fase da aula é aconselhável efetuar uma atividade com uma dinâmica oposta à do clímax, no
sentido de prestação física.
Nota ao professor:
b. Retorno à calma: se o clímax envolvia movimentação viva e agitada, esta deverá inserir uma
movimentação mais calma e lentas.
c. Descompressão: se o clímax inseria material que exigia muita concentração devido à sua lentidão ou
complexidade, a conclusão deverá inserir atividades libertadoras e animadas para libertar a tensão, e
deixar o aluno disponível para o resto das suas atividades diárias.
GESTÃO DO TEMPO
Consoante o tempo disponível para a execução da aula, é essencial que haja uma boa gestão de tempo, não só
para uma boa execução de cada parte da aula, como também para haver uma abordagem equilibrada de cada
elemento que não canse os alunos.
Voltando à nossa estrutura de aula, verificámos que a aula era dividida em 4 partes, Atividades Preparatórias,
Treino, Clímax, Conclusão.
Objetivo Descrição Nota ao professor Duração
ATIVIDADES
PREPARATÓRIAS
Aquecimento e
relaxamento
Promover a
circulação
Disposição dos alunos.
Deslocamentos. Atividades
preparatórias. Deslocação e
combinação
10 a 15 min.
TREINO Consciência
Corporal
Prática de um
tema de
movimento
Tema do movimento.
Concentração. Repetição. Pausas. 20 a 25 min.
CLÍMAX Criar 1
composição
Composição
criada pelos
alunos
Sentimento de grupo. 20 a 25 min.
CONCLUSÃO Retorno à calma Diminuição da
intensidade
Retorno à calma. Descompressão
(libertar a tensão). 3 a 5 min.
70 minutos no total
A ordem como uma aula está preparada é adaptável, podendo variar por diversas razões. Algumas variações da
estrutura da aula:
a. Começar com a 1ª parte que vai evoluindo até ao clímax
b. Começar pelo planeamento do clímax e as atividades anteriores apontam no sentido do clímax
c. Sublinhar o desenvolvimento de capacidades corporais através do movimento, sendo que a 2ª parte é
considerada a 1ª sendo que o desempenho do corpo será a preparação para o treino corporal, e o clímax
a sua efetuação
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d. Seguir uma vertente mais criativa, sendo que a abordagem é mais livre, derivando da interação entre o
professor e a turma, salientando o trabalho de composição e a qualidade expressiva do movimento.
AULA: À VOLTA DE UM TEMA
Para organizar uma aula à volta de um tema, temos de ponderar as necessidades dos alunos, e quais os aspetos
de movimento que irão assistir essas necessidades.
Ao estruturar uma aula, uma pessoa passa pelas seguintes fases:
1. Escolher um tema/ideia de movimento que será abordado na aula, e desenvolver a partir dessa ideia,
objetivos que irão guiar o resto do desenvolvimento da aula, despoletando ideias de atividades que
levarão à concretização desses objetivos. Igualmente é possível relacionar o tema ou as atividades com
outros temas de movimento. Algumas opções de temas, com diversos aspetos inerentes, cuja
diversidade de possibilidades pode ser alargada consoante o gosto pessoal:
a. Alto, baixo e rodar
b. Empurrar, puxar e desagrupar
c. Balançar, circundar e espalhar
d. Os pés, as mãos e o topo da cabeça
e. Acima, abaixo e à volta
f. Saltar, descer, vaguear
g. Sozinho, acompanhado, em movimento e parado
h. Aumentar, diminuir a atividade corporal, tamanho, tempo ou esforço
i. Entrelaçar e atravessar
j. Afastar e aproximar
k. Projetar diretamente e suavemente
l. Alargar e diminuir
m. Económico e extravagante
2. Fazer uma escolha entre todas as atividades levantadas seguindo os seguintes critérios:
a. O tipo de aula
b. A experiência da turma
c. As condições do espaço de trabalho
d. A duração da aula
e. A temperatura da sala
3. Tentar verificar todas as possibilidades de movimento possíveis em relação ao tema, de forma a
conseguir confiança no ensino. Pode-se até ir buscar material que não tenha sido usado para fins de
acompanhamento da aula que possa ser usado quando a preparação final estivar concluída.
4. A partir dessa definição de atividades será escolhido o material para cada parte da aula, sendo que
haverá sempre material e variações em segundo plano.
5. Após a definição do plano de aula é necessário proceder à sua verificação, em relação à sua proporção
e continuidade, sendo útil ponderar os seguintes pontos:
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a. Físico: se a aula dá a possibilidade de usar a totalidade do corpo, no lugar e pelo espaço
b. Ritmo: se há variedade de ritmos e fraseamentos
c. Espaço: se há variedade de uso de níveis, mudanças de direção, tamanho e variação de padrões.
d. Social: se há oportunidades adequadas de trabalho a sós ou com os colegas.
CONTEÚDO DE UMA SÉRIE DE AULAS
Para uma série de aulas é possível escolher quer um tema mais substancial para um conjunto de diversas aulas,
quer um mais leve para uma só aula. Ao trabalhar um tema mais fundamental, não basta repetir a aula, alguns
aspetos que a compõem deverão ser alterados para adicionar variedade e aumentar a experiência. Ao mesmo
tempo grande parte do material deverá ser guardado para posteriormente melhorar a performance através da
repetição.
Ao mudar para um novo tema, o professor deverá ser capaz o relacionar com o tema anterior, relembrando
movimentos e usando-os numa nova estrutura. Deverá haver um equilíbrio entre o material do tema antigo e o
novo, para a turma não se sentir confusa e haver um sentimento de progressão. Quando a turma não se adapta
ao novo tema, será aconselhável mudá-lo.
AVALIAÇÃO DE UMA AULA
Após o professor ter dado a aula, ele deverá ponderar os resultados para decidir até onde a turma respondeu
ao ensino, e até que ponto os objetivos da aula foram alcançados. Podemos nos reger pelas seguintes perguntas:
a. A turma desfrutou a aula?
b. A turma achou a aula aliciante e agradável e acabou com um sentimento de alegria?
c. As suas capacidades físicas melhoraram tal como a sua resistência e pose?
d. A sua adaptabilidade ao espaço e a sua sensibilidade para com os outros melhorou com o decorrer da
aula?
e. A variedade de ritmos, os alinhamentos de turma e a oportunidade de contacto social ajudou a melhorar
a aula? Todos os alunos tiveram a possibilidade de contribuir?
f. A música elevou o usufruto da aula? Caso alguma resposta seja não, dever-se-ão apontar razões para
algo ter corrido mal, como por exemplo: escolha de trabalho desadaptada, apresentação inadequada,
acompanhamento desajustado e pobre, circunstâncias fora do controlo do professor.
Tendo descoberto a razão o professor deverá ser capaz de planear a próxima aula de acordo com a avaliação.
PROGRESSÃO
Para desvendar se uma turma tem tido uma evolução aceitável, o professor deverá ser capaz de se distanciar a
cada momento para estimar o trabalho. Isto é feito através de observação, verificando o conteúdo das aulas e
considerando o que aconteceu em relação aos objetivos que deveriam ter sido atingidos.
Ao longo das aulas deverá haver uma evolução em relação aos seguintes elementos: relação entre o professor
e a turma, relação entre os alunos, sentimento de responsabilidade pessoal dos alunos com a turma, iniciativa
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dos alunos para a execução da aula, rapidez da resposta dos alunos ao professor, sensibilidade no trabalho entre
alunos, uso proveitoso do espaço disponível.
DESENVOLVIMENTO DE TEMAS
A turma deverá estar consciente dos desafios constantemente no sentido de alcançar um maior domínio do
corpo, de forma a conseguir o interesse e um sentido de satisfação por parte da turma. Esta consciência deverá
ser obtida através de um aumento das capacidades de movimento dos alunos e dos seus conhecimentos do
vocabulário de movimento.
O material de movimento deverá ser dado de maneira lógica, sendo que não se escolherá um tema que envolva
ações de esforço, se a turma ainda não domina combinações de atividades corporais simples.
No início os temas deverão estar relacionados com:
a. Gestão corporal: transferências de peso, movimentos simétricos e assimétricos, formas de corpo, fluxo
do corpo, combinação de atividades corporais. Para manipular adereços na dança é essencial que as
funções destes estejam exploradas e dominadas, antes de começar a criar frases de movimento.
b. Aspetos do Espaço: palavras do espaço; afastar, em direção a, à volta, perto, longe; níveis; padrões
aéreos e no chão; direções.
c. Ritmos elementares: combinações simples de tensões fortes e leves, velocidades rápidas e lentas,
movimentos contínuos ou fragmentados.
d. Relações simples: perceção dos outros na sala, manter um ritmo comum, trabalhar a favor ou
contrariamente a um par, trabalhar em grupo das formas mencionadas. A participação em grupo exige
concentração, sendo que é necessário começar de forma a que cada tarefa esteja relacionada apenas
com um aspeto, desta forma há um estabelecimento do conteúdo de movimento no grupo antes de
este se tornar mais complexo.
Posteriormente será possível verificar que não só as necessidades da turma se tornarão cada vez mais complexas,
mas também a forma como o professor escolher os abordar será cada vez mais intrincada.
PROGRESSÃO DAS ACTIVIDADES DE MOVIMENTO
Começamos por observar o que é considerado uma frase de movimento simples:
1. Tamanho: movimento curto
2. Relação com ideias de movimento: relacionado apenas com uma ideia de movimento
3. Espaço: relacionado no lugar
4. Equilíbrio: não apresenta desafio a nível do equilíbrio
5. Corpo: introduzido 1º os movimentos completos de corpo ou das mãos, depois é posta a atenção
noutras partes do corpo. Cada parte do corpo se move no seu meio normal.
6. Ritmo: o ritmo é lento e regular. Partindo deste modelo de movimentos simples, poder-se-á dificultar
o grau, sendo que tal deverá ser feito gradualmente, tal como por exemplo:
a. Aumentar o comprimento da frase de movimento.
b. Combinação de ideias de movimento.
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c. Usar o movimento em deslocação.
d. Dificultar o equilíbrio.
e. Duas ou mais partes do corpo poderão estar em destaque, ou se moverem em simultâneo
f. As partes do corpo podem sair da sua zona habitual (as pernas em direção ao ar, os braços na
direção do chão)
g. Os movimentos serem realizados mais rapidamente, com ritmos invulgares ou irregulares.
h. Tornar os movimentos mais exigentes fisicamente.
Existem outras formas de progredir a atividade, tal como exigir uma maior memória de movimento (repetição
exata de sequências de movimento, sequências mais longas), maior clareza de movimentos para cada parte do
corpo, e como cada uma se move no espaço e para onde.
Numa aula é essencial registar o que ocorre na realização de determinado exercício, sendo que essas anotações
essenciais para guiar o professor no planeamento das aulas seguintes. O planeamento pode ser realizado de
diversas maneiras:
1. A aula pode ser repetida, sendo que há um maior acompanhamento de determinados pontos não
trabalhados inicialmente, de certa forma o padrão da aula deverá ser mais elevado.
2. O clímax é trabalhado de diversas maneiras:
a. Trocar de trabalho em uníssono, para trabalho em cânone.
b. Manter o padrão intacto, mas salientar as dinâmicas de energia.
c. Manter o mesmo padrão, mas trabalhar um grupo em relação a outro.
3. Uma das frases de movimento mais apreciadas na parte 2 poderá ser desenvolvida como clímax na
semana seguinte, mas dando-lhe uma ênfase diferente na aula seguinte.
4. Manter o conteúdo de movimento, mas mudar o acompanhamento em algumas partes da aula.
FICHEIRO DA AULA
É importante para um professor manter um registo da sua prática pedagógica, fazer esse ficheiro de trabalho irá
clarificar o pensamento do professor, assistir para estimar o material e atividades dadas, planear o que se deve
atingir e avaliar os progressos concretizados, clarificar objetivos e o pensamento do professor. Factos,
informações e requisitos das aulas, planos para o trabalho de cada semana, avaliações de aquisições ou falhas
que tenham surgido, deverão ser dados incluídos no ficheiro.
Alguns dos dados sugeridos são:
1. Nomes e moradas de organizações a da qual se podem pedir informações, livros e equipamento.
2. Características de equipamentos usados, tal como o peso, tamanho ou tipos de materiais, bolas, aros,
discos de música e outros materiais.
3. Bibliografia importante, livrarias e o valor.
4. Notas, originais ou cadernos de formações que sejam importantes para consulta rápida.
5. Notas pessoais de movimento ou de aulas que se tornar importantes ao serem repensadas para ajudar
no planeamento de aulas.
6. Palavras/ estímulos usados nas aulas, quer seja um vocabulário utilizado, como fotos, imagens ou
recortes.
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7. Ideias criativas, ou observações do dia a dia que poderão nos despoletar a imaginação. Este ficheiro
necessita ser algo pessoal e adaptado a cada um, visto que só desta forma é que este terá interesse para
o mesmo, sendo que também é importante que este seja fácil de manusear para o professor, ter um
guia/índice e uma forma simples de classificação.
APRESENTAÇÃO
A apresentação é a posta em prática do plano de aula, na aula prática que possui uma construção de materiais
mais simples aos mais complexos, clímaxes, reflexões e aprendizagens. Apesar da aula estar dividida em fases, o
professor deverá apresentar a aula de forma contínua, sendo que a forma de dar a aula variará consoante o
material de movimento a ser ensinado e as capacidades e necessidades da turma.
Cada aluno tem a sua própria maneira de aprender, uns serão mais lentos, outros mais rápidos, uns mais
preguiçosos, outros menos recetivos, uns mais abertos, outros mais introvertidos, e é à totalidade dos alunos
que a aula deve ser dirigida, lidando com as características pessoais de cada um. O professor tem de ter
consciente e usar diferentes formas de passar o material aos alunos na mesma aula, sendo de ressaltar o
vocabulário usado, a sua forma de dicção, a atenção e sensibilidade constante às reações dos alunos da turma.
Há diversas formas de transmitir o material aos alunos na aula, diversas formas de abordar e ensinar determinado
material.
Vantagens Desvantagens
IMITAÇÃO Exemplo e confiança Má demonstração
INSTRUÇÃO Liberta o professor Interpretação divergente
REPETIÇÃO Segurança Aborrecimento
EXPLORAÇÃO E
DESCOBERTA Cada aluno explora os seus recursos
IMITAÇÃO
1. Descrição: o professor ou um elemento faz e o resto da turma imita.
2. Vantagens: a turma tem um exemplo imediato do que é pretendido e parte mais facilmente para a ação,
cria uma abertura para o professor, confiança no movimento realizado.
3. Desvantagens: má demonstração, má observação que leva a criação de maus hábitos e ideias
impróprias. O resto da turma não contribui.
INSTRUÇÃO
1. Descrição: O professor escolhe um vocabulário específico e lidera os alunos na movimentação.
2. Vantagens: desenvolve a interpretação individual, liberta o professor para uma observação mais
cuidada, os alunos concentram-se mais na execução. Sendo importante o professor usar um vocabulário
breve, com vocábulos de ação, e com o tom de voz aconselhado.
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3. Desvantagens: cada aluno ter a sua própria interpretação pessoal, que não corresponda ao pretendido,
sendo neste caso o professor deverá observar qual o problema de comunicação ou de interpretação e
corrigir.
REPETIÇÃO
1. Descrição: repetição de um exercício, frase de movimento.
2. Vantagens: repetição de material familiar para a turma tema capacidade de lhes dar um sentimento de
segurança, com material novo permite aperfeiçoá-lo.
3. Desvantagens: pode aborrecer e diminuir a acuidade técnica dos alunos.
EXPLORAÇÃO E DESCOBERTA
1. Descrição: os alunos descobrem por si sós as possibilidades de uma tarefa. Esta tarefa pode introduzida
de diversas formas, que depois é desenvolvida pelos alunos, estas formas podem ser através da
indicação do ritmo, um estudo do desenho espacial pretendido e as qualidades nesse desenho,
estímulos visuais ou físicos que dão a qualidade de movimento pretendida (uma bola de bilhar, uma
pena, um lenço…), estímulos auditivos (o bater grave de um bombo, ou o percutir agudo do triângulo).
A partir desse estímulo o aluno vai explorar formas e construir uma frase, ou algo diferente consoante o
fito da tarefa.
2. Vantagens: levar os alunos a explorarem os seus próprios recursos, dar uma possibilidade para
contribuições, estimular a iniciativa, se é em grupo, incentiva a liderança.
3. Desvantagem: atingir o objetivo rapidamente e não ter havido a maturação do material suficiente. Caso
a relação entre o professor e alunos não estiver bem nessa aula, o exercício fatalmente terá dificuldades
em ser desenvolvido.
4. Nota: deve-se começar com material simples ou familiar e ir adicionando características que
compliquem pouco a pouco, dando também um sentimento de lógica no planeamento e
desenvolvimento da aula. Esta atividade testa as capacidades de observação e de acompanhamento
pertinente do professor, de forma a que não se limite os esforços de cada individual. É importante que
ao ensinar um novo elemento e este seja realizado, que haja uma pausa para discutir e repensar o
material feito até agora, ou se pelo contrário houver muito tempo de análise, é essencial que os alunos
tenham a possibilidade de experimentar fisicamente, se não houver uma quebra no trabalho os alunos
ficarão aborrecidos e o exercício não rende.
OBSERVAÇÃO E CLARIFICAÇÃO
No ensino, é essencial a capacidade de observar e reagir ao que é observado. Esta observação deve ser imparcial,
que a nível da relação do professor com os alunos, como o professor com a sua vida pessoal. Para uma boa
observação é essencial que o professor domine o conhecimento e a experiência do material que pretende
desenvolver na aula. Na execução de trabalho de grupo, o professor deve se poder distanciar para poder avaliar
o envolvimento e prestação de cada elemento do grupo.
Durante a observação de uma aula devem ser observados diferentes aspetos.
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ALUNOS
Condições
Físicas Comportamento Relação entre alunos ----------------
ESPAÇOS Segurança Higiene Utilização do espaço ---------------
OBSERVAÇÃO DO
MOVIMENTO Corpo Trajetos Ritmos Relações
OS ALUNOS
É essencial verificar as capacidades dos alunos a nível:
1. Condições físicas: temperatura ambiente, temperatura corporal, idade, em forma, etc. Se está frio, é
aconselhável dar algumas atividades aeróbias, que despoletem a circulação; se a turma está cansada,
dar uma atividade mais calma.
2. O comportamento: animados, introvertidos, excitados, deprimidos, agressivos, cansados, etc. O
professor deverá ter uma atitude positiva e otimista e criar o ambiente da aula. Com alunos cansados
psicologicamente, deverá ser dado apoio na fase de aquecimento e mobilização das articulações, o
timing da aula poderá ser mais lento e desfrutado, dando tempo de acompanhar e atingir os objetivos,
ou o professor poderá decidir tentar dissipar o cansaço com o frescura e animação das atividades
(movimentos leves, ritmos animados, acento no Espaço, Forma e Relações).
3. Relação entre alunos: isolados, alternado, integrados, em grupinhos. Nesse caso o professor deverá
estimular uma maior relação entre todos, com atividades, trocando pares, juntando grupos, etc.
ESPAÇOS
É necessário que haja condições para o trabalho e espaço disponível, a determinados níveis:
1. Segurança: superfícies agudas, escorregadias, espaço para a realização segura de movimento (rotações,
ou rebolar pelo chão em grupo).
2. Higiene: chão sujo, pouco arejamento…
3. Utilização do espaço: se a turma está bem colocada no espaço, tipo de movimentos, se há demasiados
alunos, neste último caso aconselha-se a turma a avançar na sala, ou a trabalhar com a turma dividida em
2 grupos que trabalham alternadamente e Se se executam movimentos de deslocação ou rotação dever-
se-á salientar antes o ritmo que o tamanho.
OBSERVAÇÃO DO MOVIMENTO
Durante a observação é importante certificar-se que a tarefa foi entendida pelos alunos, caso tal não tenha sido
efetuado poderá ser necessário repetir as indicações ou refazer a apresentação da tarefa de outra forma mais
efetiva.
O professor deverá estar ciente de observar diferentes graus de perícia por parte dos alunos, pelo que será
necessário identificar quais os pontos que necessitam ser referidos e decidir no acompanhamento dos alunos.
Há diversos aspetos a observar, que é aconselhável serem observados separadamente de forma a permitir
identificar especificamente qual o problema a resolver:
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1. Corpo
2. Trajetos
3. Ritmo
4. Relações
Cada aspeto subdivide-se em pontos de observação.
Corpo
Pontos de observação:
a. Ponto de Partida
b. Uso de um lado do corpo ou dos dois?
c. Pontos de apoio do corpo
d. Os pés assistem ao movimento?
e. Articulação do joelho: fletida/esticada. Caso o padrão de movimento pretenda ser realizado pela
totalidade da turma, o professor deverá assistir para uniformizar a totalidade dos alunos, quer através
da repetição das instruções, demonstração ou questionamento dos alunos. caso cada aluno tenha criado
a sua movimentação o acompanhamento será no sentido de clarificar o movimento e intenção do aluno.
Ou pode-se até fazer com que dois alunos tentem combinar a sua forma de movimentar, e depois
observem a movimentação um do outro e justifiquem no que se combinava a sua movimentação.
Trajetos
Pontos de observação:
a. para onde lidera o movimento, em que direção, em que sentido.
b. Existência de um padrão aéreo de movimento, ou térreo.
c. Posições no Espaço. O professor deverá certificar as posições no espaço para desenvolver consciência
cinestésica, dirigir a observação ajudar a definir a forma, com uma movimentação lenta e controlada.
Ritmo
Pontos de observação:
a. deslocação com o parceiro, em concordância ou discordância com o tempo
b. acentos, sua existência e colocação
c. Ritmo do movimento, se os alunos têm consciência do mesmo (através de palmas por exemplo). Em
relação ao ritmo, será necessário que o professor clarifique as indicações de ritmo, ajude a entender a
qualidade musical através de exemplos, prática e repetição, ouvir o ritmo ou andamento musical.
Relações
Pontos de observação:
a. quem está envolvido
b. momentos de individualismo e relação
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c. qualidade da relação (próxima ou distante) nas relações é importante que o professor sustente o
sentimento necessário, através de atividades simples em situações simples que incitam a sensibilidade
aos outros. Só com esta sensibilidade adquirida é que se poderá aumentar o número de pessoas em
cada grupo ou a complexidade do movimento. Caso uma atividade em grupo falhe, será necessário
simplificar a tarefa, usar um vocabulário adequado para corrigir a situação. Apesar de ter havido uma
análise de elementos em separado, durante a aula estes estarão presentes e interrelacionados, sendo
que durante a observação deverá ser feita uma análise das dificuldades e entre as mesmas prioridades
sejam escolhidas.
CONCLUSÃO
A análise deste texto permitiu que houvesse um maior entendimento de como organizar e estruturar uma aula,
sendo de utilidade para a Prática Pedagógica não só à disciplina de Dança Criativa, mas igualmente em outros
estilos de dança.