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ATRFB • Direito Internacional Público Brasília 2009 A1-AA219 3/12/2009

ATRFB - vestcon.com.br · SAC: 0800 600 4399 Tel.: (61) 3034 9576 Fax: (61) 3347 4399 Publicação em 3/12/2009 (A1-AA219) SOFT LAW Os assuntos relativos à Soft Law

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ATRFB

• Direito Internacional Público

Brasília

2009

A1-AA2193/12/2009

© 2009 Vestcon Editora Ltda.

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/2/1998. Proibida a reprodução de qualquer parte deste material, sem au-torização prévia expressa por escrito do autor e da editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográfi cos, fonográfi cos, reprográ-fi cos, microfílmicos, fotográfi cos, gráfi cos ou outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas características gráfi cas.

Título da obra: Adendo – ATRFB – Direito Internacional Público

Autores:Pablo Sukiennik / Priscila Mendes / Rafaela Brito

DIRETORIA EXECUTIVANorma Suely A. P. Pimentel

DIREÇÃO DE PRODUÇÃOCláudia Alcântara Prego de Araújo

SUPERVISÃO EDITORIALMaria Neves

SUPERVISÃO DE PRODUÇÃOJulio Cesar Joveli

EDIÇÃO DE TEXTOFernanda MancioReina Terra Amaral

CAPABertoni DesignAgnelo Pacheco

EDITORAÇÃO ELETRÔNICAAntonio Gerardo Pereira

REVISÃOFernanda Gomes

SEPN 509 Ed. Contag 3º andar CEP 70750-502 Brasília/DFSAC: 0800 600 4399 Tel.: (61) 3034 9576 Fax: (61) 3347 4399

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Publicação em 3/12/2009(A1-AA219)

SOFT LAW

Os assuntos relativos à Soft Law, geralmente, não costumam ser avaliados em concursos públicos, pois essa matéria é complexa e não encontra consenso entre os juristas. Normalmente, emprega-se em relação a instrumentos juridicamente não vinculantes, “com grau de normatividade menores que as tradicionais, mas nem por isso menos signifi cativas”.1

Para não fi car tão abstrato e facilitar a compreensão, nada melhor que um exemplo. O Direito Ambiental Internacional começou a ser criado na Conferência de Estocolmo de 1972. À época havia pouco consenso em relação ao assunto. Por conta disso, não havia condições de preparar um tratado nos moldes tradicionais (Hard Law). Assim, para evitar o fracasso da conferência, redigiu-se a Declaração das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente: proclamações e princípios (Soft Law). Neste caso, a declaração manifestou um ato de vontade dos Estados e não um sistema jurídico acabado. A evolução desse debate ao longo das décadas permitiu o início da elaboração de tratados e convenções com metas e obrigações, como o Protocolo de Quioto. Perceba-se que a Soft Law expressa recomendações sem força jurídica; por outro lado o Hard Law estabelece compromissos exigíveis juridicamente. O “segredo” da efi cácia da Soft Law está em que os sujeitos que a produziram se “sentem compelidos” a respeitá-la para não perderem prestígio ou respeitabilidade no cenário internacional.

Por último, cabe destacar que

as denominações das normas que integram a soft Law têm variado: non binding agreements, gentlemen’s agreements, códigos de conduta, me-morandos, declaração conjunta, declaração de princípios, ata fi nal e até mesmo apelações mais comumente reservadas aos tratados e convenções internacionais, como: acordos e protocolos.2

ONU

A Carta das Nações Unidas, assinada em São Francisco, Califórnia, em 26/6/1945, criou a Organização das Nações Unidas (ONU) com os seguintes ob-jetivos (art. 1º da Carta):

• manter a paz e a segurança internacionais;• desenvolver relações amistosas entre as nações;

1 SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de Direito Internacional Público. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004,. p. 136.2 Op. cit., p. 138.

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICOPablo Sukiennik /

Priscila Mendes / Rafaela Brito

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• conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas inter-nacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário;

• ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos.

A ONU não é um superestado ou governo mundial, segundo expressou a Corte Internacional de Justiça em parecer consultivo de 1949, referente ao caso de repa-rações por lesões sofridas em serviço para as Nações Unidas:

A organização é uma pessoa internacional; isto não signifi ca que ela seja um Estado, o que certamente não é, ou que sua personalidade jurídica e direitos e deveres sejam os mesmos de um Estado. Também não signifi ca que seja um super-Estado. Enquanto um Estado possui a totalidade dos direitos e deveres reconhecidos pelo Direito internacional, os direitos e deveres de uma entidade como a organização dependem de seus propó-sitos e funções, como especifi cados ou implícitos, nos seus documentos constitutivos, e desenvolvidos na prática.

As Nações Unidas estão compostas por seis órgãos principais: a Assembleia Geral, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Segurança, o Conselho de Tutela, o Secretariado e o Tribunal Internacional de Justiça.

O Sistema das Nações Unidas também é integrado por agências especializadas como a Organização da Aviação Civil Internacional, a Organização Meteorológica Mundial e a União Postal Universal; por programas e fundos como o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Fundo das Nações Unidas para a Infância; e institutos como o Instituto Internacional de Treinamento e Pesquisa e a Universidade das Nações Unidas.

Dentro dessa estrutura, os meios de comunicação costumam ressaltar as ativi-dades do Conselho de Direitos Humanos. Esse Conselho foi criado em 2006 para substituir a Comissão de Direitos Humanos cuja legitimidade vinha sendo ques-tionada. Hierarquicamente, o Conselho é órgão subordinado à Assembleia Geral, à qual deve prestar contas periodicamente.

A ONU possui sua sede em Nova York, mas nem todos seus órgãos e organis-mos possuem suas instalações nessa cidade. Por exemplo, a Corte Internacional de Justiça atua na cidade de Haia, na Holanda. Atualmente, ela é composta por 192 Estados soberanos.

Pelas suas funções e importância, o Conselho de Segurança é o órgão que merece maior número de questões em concursos. Sua composição, funções e atribuições estão descritas no capítulo V da Carta da ONU.

O Conselho de Segurança é composto por 15 (quinze) membros dos quais 5 (cinco) são membros permanentes e possuem poder de veto: China, França, Rús-sia, Reino Unido e Estados Unidos. Os outros 10 (dez) membros são eleitos pela Assembleia Geral para um mandato de 2 (dois) anos.

Cabe ao Conselho de Segurança a principal responsabilidade na manutenção da paz e da segurança internacional. Anualmente, ou quando necessário, o Conselho submete relatórios à Assembleia Geral para sua consideração.

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As decisões do Conselho de Segurança são tomadas pelo voto favorável da maioria de seus membros (9), incluídos os 5 (cinco) membros permanentes. Caso algum dos membros permanentes não expresse seu voto afi rmativo, a resolução não será aprovada. Nisso consiste o poder de veto.

Entre os órgãos principais, cabe:

• à Assembleia Geral a faculdade de discutir quaisquer questões ou assuntos que estiverem dentro das fi nalidades da ONU ou que se relacionem com as atribuições e funções de qualquer dos órgãos da organização;

• ao Conselho Econômico e Social fazer ou iniciar estudos e relatórios a respeito de assuntos internacionais de caráter econômico, social, cultural, educacional, sanitário e conexos;

• ao Conselho de Tutela acompanhar a administração dos membros das Nações Unidas (potências) que assumam responsabilidades pelo gerenciamento de territórios cujos povos não tenham atingido a plena capacidade de se governarem a si mesmos.

• ao Secretariado, brindar suporte administrativo e logístico à ONU;• à Corte Internacional de Justiça, ser o principal órgão judiciário das Nações

Unidas.

Em relação à Corte, seu funcionamento está detalhado no seu Estatuto (anexo à Carta da ONU) e no seu Regulamento. Sua Jurisdição abrange qualquer matéria internacional e divide-se em contenciosa e consultiva. Em casos contenciosos, só os Estados podem ser partes do processo e tanto demandante como demandado devem consentir em serem julgados. Por outro lado, a solicitação de pareceres consultivos compete à Assembleia Geral, ao Conselho de Segurança e aos outros órgãos das Nações Unidas, quando autorizados pela Assembleia Geral. Esses pa-receres não são obrigatórios e possuem a mesma tramitação, independentemente, do órgão que o requeira.

Por último, há que remarcar que a Carta da ONU proibiu o uso da força nas relações internacionais, salvo quando autorizado pelo Conselho de Segurança ou em legítima defesa.

TRATADOS INTERNACIONAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA

A Constituição Federal de 1988 é, aparentemente, contraditória sobre os trata-dos internacionais em matéria tributária. Por um lado, o art. 84 afi rma que compete privativamente ao Presidente da República celebrar tratados, convenções e atos internacionais. Por outro, o art. 151 proíbe à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Desse confl ito, surgiu a dúvida se o Brasil poderia celebrar tratados internacionais que instituíssem isenções de tributos dos outros entes da federação que não seja a União. O debate estendeu-se por anos até chegar ao Supremo Tribunal Federal que decidiu a matéria: o “âmbito de aplicação do art. 151, CF é o das relações das entidades federadas entre si. Não tem por objeto a União quando esta se apresenta na ordem externa”

(ADI 1.600, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 26-11-01, DJ de 20-6-03).

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A decisão do STF marcou bem a diferença entre a República Federativa do Brasil e a União. A primeira é o conjunto dos municípios, estados, Distrito Federal e a própria União. A segunda é, simplesmente, a representante desse grupo. Assim, a República Federativa do Brasil tem competência para instituir isenções, mas a União não tem.

MODELO OCDE E MODELO ONU

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), composta em sua maioria por países desenvolvidos, tem por objetivo contribuir para o crescimento econômico mundial. Diante disso, a organização desenvolveu modelo de convenção para evitar a bitributação. A bitributação acontece quando dois Estados tributam o mesmo ato ou fato jurídico. Por isso, é um empecilho à evolução da economia mundial.

O primeiro modelo da OCDE surgiu em 1963, com o título de “Projeto de Convenção de Dupla Tributação em Matéria de Rendimento e de Capital”. Desde então, a OCDE faz revisões periódicas do modelo, com base em sugestões de seus membros. Consequentemente, o modelo da OCDE costuma favorecer aos países desenvolvidos em detrimento dos países em desenvolvimento. No entanto, essa característica desaparece quando o tratado é celebrado entre dois países desenvol-vidos, favorecendo o fl uxo recíproco de bens, capitais, serviços e pessoas.

Já o modelo desenvolvido pela ONU possui a intenção explícita de benefi ciar os países emergentes, apesar de que a orientação básica deste modelo é a mesma do modelo da OCDE. Assim, pode-se afi rmar que o modelo da ONU busca equiparar Es-tados desiguais enquanto o modelo da OCDE preocupa-se com a segurança jurídica.

Cabe destacar que o modelo da OCDE é o mais utilizado em nível mundial e está formatado da seguinte maneira:

Capítulo I – Campo de Aplicação da ConvençãoArt 1º – Esfera subjetiva – defi nição dos sujeitosArt 2º – Esfera objetiva – impostos visadosCapítulo II – Defi niçõesArt. 3º – Defi nições GeraisArt. 4º – Residência FiscalArt. 5º – Estabelecimento PermanenteCapítulo III – Tratamento das RendasArt. 6º – Rendimento dos Bens ImobiliáriosArt 7º – Lucros das EmpresasArt 8º – Navegação marítima, interior e aéreaArt 9º – Empresas AssociadasArt. 10 – DividendosArt. 11 – JurosArt 12 – RoyaltiesO Brasil possui quase 30 tratados internacionais sobre não bitributação com

países dos mais diversos continentes e níveis de desenvolvimento. Também há que

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registrar que esse tipo de tratado não é a única maneira de evitar a bitributação, mas é uma das mais efi cientes. Por último, embora os modelos recebam nomes de organizações internacionais, são celebrados diretamente entre os Estados.

O Art. 98 do CTN

A interpretação do art. 98 do Código Tributário Nacional é assunto dos mais complexos e controversos entre os juristas constitucionalistas e internacionalistas. Literalmente, ele diz: “Os tratados e as convenções internacionais revogam ou mo-difi cam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha”.

Literalmente, o artigo expressa uma “superioridade” hierárquica por parte dos tratados em relação às leis internas. Contudo o STJ entende esse artigo da seguinte forma:

O mandamento contido no artigo 98 do CTN não atribui ascendência às normas de direito internacional em detrimento do direito positivo interno, mas, ao revés, posiciona-as em nível idêntico, conferindo-lhes efeitos se-melhantes. O artigo 98 do CTN, ao preceituar que tratado ou convenção não são revogados por lei tributária interna, refere-se aos acordos fi rmados pelo Brasil a propósito de assuntos específi cos (REsp 27.728, 37.065, 45.759, 47.244, 196.560).

Logo, há que prestar muita atenção à maneira como for redigida a questão, a fi m de descobrir se a resposta deve ser dada segundo o CTN ou segundo o STJ. De acordo ao CTN, os tratados prevalecem sobre a legislação tributária interna. Por outro lado, conforme o STJ, os tratados em matéria tributária são normas específi cas que regulam situações pontuais e possuem a mesma posição hierárquica dentro do sistema jurídico brasileiro.

SANTA SÉ E CIDADE DO VATICANO

A Santa Sé tem sua personalidade internacional anterior à Lei das Garantias de 1871 e ao Tratado de Latrão de 1929. Porém, o Acordo de Latrão é considerado o marco principal para o reconhecimento da Santa Sé, no domínio internacional, com atributos inerentes a sua natureza, de conformidade com a sua tradição e as exigên-cias da sua missão no mundo. Por isso, a Santa Sé celebra acordos internacionais (concordatas), recebe e envia representantes diplomáticos, mantém relações formais diplomáticas com 174 nações, participa de conferências internacionais que dizem respeito a assuntos de seu interesse e é observadora permanente nas Nações Unidas.

A Santa Sé não é um Estado, mas a cúpula da Igreja Católica. O Estado é o Vaticano, o qual possui território, população e governo, no qual o papa é o chefe de Estado. Essa situação é sui generis, ou seja, particular, no âmbito internacional. A cidade do Vaticano também é conhecida como Estados da Cidade do Vaticano a qual tem personalidade jurídica própria, porém distinta da Santa Sé.

O exemplo mais recente da concordata (acordo internacional fi rmado pela Santa Sé com outros Estados, na sociedade internacional) é o acordo Brasil-Santa Sé de 2008.

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De acordo com o site da CNBB3

Acaba de ser assinado em Roma um acordo Internacional entre a Repúbli-ca Federativa do Brasil e a Santa Sé (Vaticano) sobre o estatuto jurídico da Igreja Católica no Brasil. Esta é uma das consequências práticas da visita do Presidente Lula à Itália e ao Vaticano. A assinatura de tratados internacionais com Estados modernos é frequente, mesmo com Estados sem tradição cristã.

O objetivo é dar segurança jurídica, clareza e estabilidade nas relações entre Igreja e Estado. Nos últimos anos a Santa Sé fi rmou mais de 100 (cem) acordos desse gênero, de modo especial com países do antigo bloco soviético, no Oriente Médio e na África.

O acordo implica no reconhecimento da personalidade jurídica da Igreja Cató-lica, também de suas instituições, como as Dioceses, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, as Paróquias e as Congregações Religiosas. O acordo fi rma os direitos já reconhecidos na Constituição Federal, como por exemplo, a imunidade tributária, conforme o artigo 150 (inciso VI, letras b e c).

Aliás, não é privilégio da Igreja Católica, mas, direito de todas as confi ssões religiosas.É reconhecido também o princípio de que os presbíteros da Igreja não têm vínculo empregatício com Dioceses e Paróquias. O mesmo se diga de mem-bros de Congregações religiosas. Pois “o vínculo que une o pastor à sua Igreja é de natureza religiosa e vocacional”.

Afi rma-se também o ensino religioso “pluriconfessional”, em pé de igualdade com as demais Igrejas e confi ssões. Será de frequência facultativa para os alunos, mas obrigatório para escola. Segue o modelo já implantado no Estado do Rio de Janeiro.

O acordo internacional não traz novidades, mas reúne num acordo único as normas e diretrizes espalhadas. Para entrar em vigor precisa da aprovação do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Como é para a paz e o bem comum do povo brasileiro, esperamos que os representantes do povo deem o seu aval”.

ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS

As organizações não governamentais (ONGs) são pessoas jurídicas de Direito privado. Sua constituição e funcionamento seguem as regras internas de cada país, contudo, sua atuação, muitas vezes, supera as fronteiras nacionais, como nos casos das ONGs ambientais ou de direitos humanos.

A negligência dos Estados nacionais e a internacionalização dos problemas podem ser destacadas como as principais causas do crescimento do número de ONGs. A força dessas organizações reside na credibilidade junto à opinião pública, a qual permite pressionar governos para atender a suas demandas. Greenpeace, Human Rights Watch e Anistia Internacional são exemplos de ONGs com prestígio

3 Disponível em: http://www.cnbb.org.br/ns/modules/articles/article.php?id=319

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e capacidade de infl uenciar políticas públicas nacionais como internacionais. No entanto, não se deve superestimar o poder dessas entidades, pois elas não possuem personalidade jurídica internacional (com raras exceções como da Cruz Vermelha Internacional).

DIREITO DO MERCOSUL

O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é tema muito abrangente e também recorrente em concursos públicos. Inicialmente, em 1991, o objetivo explícito do bloco era o estabelecimento de um mercado comum, meta fortemente infl uenciada pelas doutrinas neoliberais. Contudo, nesta década, o Mercosul ganhou contornos sociais e políticos mais defi nidos, com base na visão de mundo dos líderes que governam os Estados Partes do bloco.

A estrutura institucional do Mercosul encontra-se, principalmente, disciplinada no Protocolo de Ouro Preto de 1994 e conta com os seguintes órgãos:

• O Conselho do Mercado Comum (CMC) é o órgão superior do Mercosul ao qual incumbe a condução política do processo de integração e a tomada de decisões para assegurar o cumprimento dos objetivos estabelecidos pelo Tratado de Assunção (marco inicial do bloco) e para lograr a constituição fi nal do mercado comum. Ele é integrado pelos Ministros das Relações Exteriores e pelos Ministros da Economia dos Estados Partes. Cabe ao Conselho: velar pelo cumprimento do Tratado de Assunção, de seus Protocolos e dos acordos fi rmados em seu âmbito; formular políticas e promover as ações necessárias à conformação do mercado comum; exercer a titularidade da personalidade jurídica do Mercosul; negociar e fi rmar acordos em nome do Mercosul com terceiros países, grupos de países e organizações internacionais; manifestar-se sobre as propostas que lhe sejam elevadas pelo Grupo Mercado Comum; criar reuniões de ministros e pronunciar-se sobre os acordos que lhe se-jam remetidos pelas mesmas; criar órgãos que estime pertinentes, assim como modifi cá-los ou extingui-los; esclarecer, quando estime necessário, o conteúdo e o alcance de suas Decisões; designar o Diretor da Secretaria Administrativa do Mercosul; adotar Decisões em matéria fi nanceira e or-çamentária; homologar o Regimento Interno do Grupo Mercado Comum. O Conselho manifesta-se mediante Decisões, as quais são obrigatórias para os Estados-Partes.

• O Grupo Mercado Comum (GMC) é o órgão executivo do Mercosul. Ele é integrado por quatro membros titulares e quatro membros alternos por país, dentre os quais devem constar necessariamente representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, dos Ministérios da Economia e dos Bancos Centrais. O Grupo será coordenado pelos Ministérios das Relações Exteriores. Suas funções e atribuições incluem: velar, nos limites de suas competências, pelo cumprimento do Tratado de Assunção, de seus Proto-colos e dos Acordos fi rmados em seu âmbito; propor projetos de Decisão ao Conselho do Mercado Comum; tomar as medidas necessárias ao cum-

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primento das Decisões adotadas pelo Conselho do Mercado Comum; fi xar programas de trabalho que assegurem avanços para o estabelecimento do mercado comum; entre outras constantes do art. 14 do Protocolo de Ouro Preto. O Grupo manifesta-se mediante Resoluções, as quais são obrigatórias para os Estados-Partes.

• A Comissão de Comércio do Mercosul (CCM) é órgão encarregado de assistir o Grupo Mercado Comum e compete-lhe velar pela aplicação dos instrumentos de política comercial comum acordados pelos Estados-Partes para o funcionamento da união aduaneira, bem como acompanhar e revisar os temas e matérias relacionados com as políticas comerciais comuns, com o comércio intra-Mercosul e com terceiros países. Ela é integrada por quatro membros titulares e quatro membros alternos por Estado-Parte e será coor-denada pelos Ministérios das Relações Exteriores. A Comissão manifesta-se mediante Diretrizes ou Propostas. As Diretrizes são obrigatórias para os Estados-Partes.

• A Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, criada pelo Protocolo de Ouro Preto para representar os parlamentos dos Estados-Partes, foi substituída, em 2006, pelo Parlamento do Mercosul. O Parlamento estará integrado por representantes eleitos por sufrágio universal, direto e secreto dos Estados-Partes. Seus propósitos são: representar os povos do Merco-sul, respeitando sua pluralidade ideológica e política; assumir a promoção e defesa permanente da democracia, da liberdade e da paz; promover o desenvolvimento sustentável da região com justiça social e respeitando à diversidade cultural de suas populações; garantir a participação dos atores da sociedade civil no processo de integração; estimular a formação de uma consciência coletiva de valores cidadãos e comunitários para a integra-ção; contribuir para consolidar a integração latino-americana mediante o aprofundamento e ampliação do Mercosul; e promover a solidariedade e a cooperação regional e internacional. O Parlamento rege-se pelos seguintes princípios: o pluralismo e a tolerância como garantias da diversidade de expressões políticas, sociais e culturais dos povos da região; a transparência da informação e das decisões para criar confi ança e facilitar a participação dos cidadãos; a cooperação com os demais órgãos do Mercosul e com os âmbitos regionais de representação cidadã; o respeito aos direitos humanos em todas as suas expressões; o repúdio a todas as formas de discriminação, especialmente às relativas a gênero, cor, etnia, religião, nacionalidade, idade e condição socioeconômica; a promoção do patrimônio cultural, institucional e de cooperação latino-americana nos processos de integração; a promoção do desenvolvimento sustentável no Mercosul e o trato especial e diferen-ciado para os países de economias menores e para as regiões com menor grau de desenvolvimento; a equidade e a justiça nos assuntos regionais e internacionais, e a solução pacífi ca das controvérsias.

• O Foro Consultivo Econômico-Social (FCES) tem função consultiva e manifesta-se mediante “Recomendações” ao Grupo Mercado Comum.

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• A Secretaria Administrativa do Mercosul (SAM) é o órgão de apoio ope-racional do Mercosul. A Secretaria é responsável pela prestação de serviço aos demais órgãos do Mercosul e tem sua sede em Montevidéu.

• O Tribunal Permanente de Revisão (TPR) foi constituído pelo Protocolo de Olivos de 2002, servindo como tribunal de segunda instância para decisões arbitrárias de primeira instância. Começou a funcionar em 2004, em sua sede em Assunção. Ele possui jurisdição tanto contenciosa como consultiva. Sua composição é de 5 (cinco) árbitros, distribuídos da seguinte forma: cada Estado Parte designa um árbitro e seu suplente por um período de 2 (dois) anos, renovável por no máximo dois períodos consecutivos. O quinto árbitro, designado por um período de 3 (três) anos não renovável.

Esse quadro institucional denota uma organização de natureza intergovernamental,4 apesar de que alguns órgãos possuam características supranacionais.

No plano econômico, a integração prevista no Tratado de Assunção precisa seguir 3 (três) etapas: a zona de livre comércio; a união aduaneira, e, fi nalmente, o mercado comum. A zona de livre comércio caracteriza-se por isentar de tarifas as importações dos países contratantes. A união aduaneira, além da isenção de tarifas, estabelece uma Tarifa Externa Comum (TEC) em relação a terceiros países. Por último, o mercado comum engloba os outros dois e permite a livre circulação de bens, serviços, capitais e trabalho. Atualmente, o Mercosul é uma união aduaneira imperfeita porque possui uma TEC, mas que não é aplicada a todo o comercio existente entre o bloco e terceiros países.

Fazem parte do Mercosul, como membros plenos, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Venezuela encontra-se em processo de adesão, contudo, para efeitos de concurso, costuma ser considerada como integrante ao bloco. Caso apareça alguma questão nesse sentido, haverá que avaliar se a opção correta inclui ou não a Venezuela. Qualquer alternativa que inclua outro país, diferente desses cinco, estará incorreta.

Direito do Mercosul

O Direito do Mercosul é o ramo que se preocupa em harmonizar a integração dos sistemas jurídicos da Argentina, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai. Ainda está em formação, por ser um direito que exige a cooperação dos países membros.

A divisão do mesmo encontra-se em:

1. Direito originário ou primário, os quais decorrem do Tratado de Assun-ção e seus Anexos, do Protocolo de Brasília e do Protocolo de Ouro Preto.

4 Consideram-se de natureza intergovernamental os órgãos que possuem representação dos Estados Partes e tomam suas decisões por unanimidade, como, por exemplo, o Conselho do Mercado Comum. Por outro lado, consideram-se supranacionais os órgãos que possuem independência dos Estados Partes e tomam suas decisões por maioria, como, por exemplo, o Parlamento do Mercosul: os parlamentares serão eleitos diretamente pela população e suas decisões são tomadas por maioria.

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O Tratado de Assunção foi assinado em março de 1991 pelos Estados Partes os quais decidiram constituir um Mercado Comum do Sul. Teve como objetivos e princípios fundamentais a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, através, entre outros, da eliminação dos direitos alfandegários e restrições não tarifárias à circulação de mercadorias e de qualquer outra medida de efeito equivalente; o estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial comum e relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e internacionais; a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes – de comércio exterior, agrícola, industrial, fi scal, monetária, cambial e de capitais, de outras que se acordem – a fi m de assegurar condições adequadas de concorrência entre os Estados Partes, e o compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas legislações, nas áreas pertinentes, para lograr o fortalecimento do processo de integração.

O Protocolo de Brasília foi fi rmado em dezembro de 1991, dispondo sobre o mecanismo de Solução de Controvérsias, o qual enumerou as fontes a serem aceitas pelo Tribunal Arbitral quando venha a decidir uma controvérsia, quais sejam: as disposições do Tratado de Assunção, os acordos celebrados no âmbito do mesmo, as decisões do Conselho do Mercado Comum, as resoluções do Grupo Mercado Comum, bem como os princípios e disposições de direito internacional aplicáveis na matéria; Ressalta-se, pois, que o Protocolo de Olivos altera o mecanismo de Solução de Controvérsias, em outubro de 2003. Exemplifi cando, qualquer das partes na controvérsia poderá apresentar recurso de revisão do laudo do Tribunal Arbitral Ad Hoc ao Tribunal Permanente de Revisão, em prazo não superior a 15 dias a partir da notifi cação do mesmo, assim como o recurso estará limitado a questões de direito tratadas na controvérsia e às interpretações jurídicas desenvolvidas no laudo do Tribunal Arbitral Ad Hoc. Frisa-se que os protocolos de Brasília e Olivos adota-ram as negociações diretas, intervenção do Grupo Mercado Comum e Arbitragem como mecanismos diretos de solução de confl itos e controvérsias internacionais.

O Protocolo de Ouro Preto foi assinado em dezembro de 1994 e é o primeiro adicional ao Tratado de Assunção sobre a estrutura institucional do Mercosul. O Protocolo de Ouro Preto atribuiu personalidade jurídica ao Mercosul. A partir desse protocolo, a Comissão de Comércio foi acrescida a essa estrutura inicial e é coordenada pelos Ministérios das Relações Exteriores dos quatro países. O capítulo V que trata sobre as “Fontes Jurídicas do Mercosul” estabelece, em seu art. 41, as fontes jurídicas do Mercosul, quais sejam: o Tratado de Assunção, seus protocolos e os instrumentos adicionais ou complementares; os acordos celebrados no âmbito do Tratado de Assunção e seus protocolos; as Decisões do Conselho do Mercado Comum, as Resoluções do Grupo Mercado Comum e as Diretrizes da Comissão de Comércio do Mercosul, adotadas desde a entrada em vigor do Tratado de Assunção. É importante frisar que a enumeração não é taxativa, mas enunciativa o que implica dizer que o Mercosul pode recorrer aos princípios gerais de direito internacional e de direito da integração, aos laudos arbitrais proferidos pelos tribunais arbitrais ad hoc (para fi m específi co), à doutrina, aos princípios gerais de direito comuns aos

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ordenamentos nacionais e aos costumes. Tal protocolo reconheceu a personalidade jurídica do Mercosul, o qual tem competência para celebrar tratados internacionais.

2. Direito derivado ou secundário, os quais decorrem das decisões das Decisões do Conselho do Mercado Comum, das diretrizes da Comissão de Comércio e das Resoluções do Grupo do Mercado Comum – arts. 10,13 e 16 do Tratado de Assunção.

As fontes do Direito do Mercosul são classifi cadas em fontes de Direito Ori-ginário (Tratado de Assunção, seus protocolos e Anexos, assim como pelos Proto-colos de Brasília e de Ouro Preto); de Direito Derivado (ato típicos – enumerados no art. 41, III, do Protocolo de Ouro Preto; atos atípicos – não enumerados no art. 41 do Protocolo de Ouro Preto) e Complementares (os Princípios do Direito Internacional Geral e Regional, os Princípios do Direito da Integração, as Decisões dos Tribunais Arbitrais do Mercosul, a Jurisprudência dos Tribunais Nacionais: os Princípios Gerais de Direito Comuns aos Estados Membros).

Relação com o Direito Brasileiro

O Supremo Tribunal Federal, em maio de 1998, o afi rmou que

o Protocolo de Medidas Cautelares adotado pelo Conselho do Mercado Comum do Sul, por ocasião de sua VII Reunião, realizada em Ouro Preto/MG, em dezembro de 1994, embora aprovado pelo Congresso Nacional (Decreto Legislativo nº 192/1995), não se acha formalmente incorporado ao sistema de direito positivo interno vigente no Brasil, pois, a despeito de já ratifi cado (instrumento de ratifi cação depositado em 18/3/1997), ainda não foi promulgado, mediante decreto, pelo Presidente da República.

UNIÃO EUROPEIA

A União Europeia é um bloco político, econômico e social, composto por 27 países europeus (Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária. Chipre, Dinamarca, Eslo-váquia, Eslovénia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, Reino Unido, República, Romênia e Suécia) os quais visam a integração entre eles. Macedônia, Cróacia e Turquia encontram-se em fase de negociação.

A União Europeia não tem personalidade jurídica. A Comunidade Europeia é que possui a personalidade jurídica. A zona ou área do euro é o conjunto dos 16 países da União Europeia que adotaram o Euro (€) como moeda nacional, quais sejam: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia (a 1/1/2009), Eslovênia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Portugal. Enquanto 11 estados-membros não fazem parte da zona euro; República Checa, Estônia, Letônia, Lituânia, Hungria, Polônia, Bulgária,Roménia, Suécia, Dinamarca e Reino Unido. Estes dois últimos por opção.

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Os objetivos principais do bloco europeu são: fomentar o desenvolvimento econômico dos países em fase de crescimento; proporcionar um ambiente de paz, harmonia, equilíbrio e de unidade política e econômica da Europa.

Antes da constituição da União Europeia, vários tratados foram fi rmados, quais sejam: o Tratado da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), o Tratado da Comunidade Econômica Europeia (CEE), o Tratado da Comunidade Europeia da Energia Atômica (Euratom) e o Tratado da União Europeia (UE), o Tratado de Maastricht, que estabelece fundamentos da futura integração política. É importante destacar que, no último, defi niram-se as questões de segurança e de política exterior, a confi rmação de uma Constituição Política para a União Europeia e a integração monetária, através do euro, a exceção da Grã-Bretanha. A política monetária do euro é ditada pelo Banco Central Europeu.

São órgãos da UE a Assembleia (Parlamento Europeu), a Comissão, o Conse-lho e o Tribunal de Justiça. O Parlamento Europeu exerce os poderes de decisão e controle que lhe são atribuídos pelo Tratado, como intervém na celebração de acordos internacionais. A Comissão tem como fi nalidades principais a execução das políticas comunitárias e a garantia do respeito das regras comunitárias e dos princípios do mercado comum. O Conselho é responsável pelas questões em ge-rais e pela cooperação política, dispondo de poder de decisão e podendo delegar à comissão a competência para execução de normas que estabelece. O Tribunal de Justiça é revestido de competências para emissão de pareceres de caráter vinculante, anular, quando solicitado por instituição comunitária, estado-membro ou particular, atos da Comissão ou do Conselho e pronunciar-se, quando solicitado pelo tribunal ou juiz nacional, a respeito de interpretação ou validade das disposições do direito comunitário.

OEA

A Organização dos Estados Americanos (sigla em inglês OAS) foi resultado da 9ª Conferência Internacional Americana, em que foi dado o estatuto institucional à organização por meio da Carta assinada em Bogotá, em 1948, porém a organização só entrou em vigor em 1951 com a 14ª ratifi cação da Colômbia. A OEA passou a ser considerada “organismo regional das Nações Unidas”. Tem como principal objetivo garantir a paz e a segurança no continente americano.

É importante frisar que todos os estados do continente americano podem aderir à OEA, porém Cuba encontra-se, desde 1962, com suas atividades suspensas dentro da organização internacional, apesar de a carta da OEA não conter dispositivos sobre expulsão e suspensão de membros, como ocorre com a carta da ONU. Os 35 países-membros comprometeram-se a defender os interesses do continente america-no, buscando soluções pacífi cas de suas controvérsias que surjam entre seus mem-bros, promover o desenvolvimento econômico, social e cultural, o fortalecimento da democracia e assuntos relacionados com o comércio e integração econômica, o controle de entorpecentes, a repressão ao terrorismo e corrupção, a diminuição da lavagem de dinheiro e questões ambientais.

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São órgãos da OEA: Assembleia Geral; Conselho e conferências especializadas; Comissão Jurídica Interamericana; Comissão e Corte Interamericana de Direitos Humano e a Secretaria Geral.

A Assembleia Geral é o órgão supremo da Organização, e todos os estados-mem-bros têm direito a um voto. A reunião é anual e tem entre suas funções decidir ação e política gerais da Organização e harmonizar a cooperação com as nações unidas. O Conselho e conferências especializadas são compostos pelo Conselho Perma-nente, Conselho Interamericano Econômico e Social e Conselho Interamericano de Educação, Ciência e Cultura. A Comissão Jurídica Interamericana atua de maneira consultiva em assuntos jurídicos e promove o desenvolvimento progressivo e a codifi cação do direito internacional. A Comissão e Corte Interamericana de Direitos Humano tem por fi nalidade promover o respeito e a defesa dos direitos humanos. A Secretaria Geral promove relações econômicas, sociais, jurídicas, educacionais, científi cas e culturais entres os membros da OEA.

EXERCÍCIOS

1. (OAB-RJ/32º Exame) A partir da criação da Organização das Nações Unidas (ONU), pode-se afi rmar que o uso da força está proibido na ordem internacional. A Carta da ONU admite, entretanto, duas exceções a essa vedação, com base naa) existência de armas de destruição em massa e na violação sistemática dos

direitos humanos.b) discriminação empreendida por motivos raciais e no apoio a terroristas.c) legítima defesa e nas ações do Conselho de Segurança para a manutenção

da paz.d) posse de armas nucleares e no não pagamento da dívida externa.

2. (OAB-MG/2008) A Organização das Nações Unidas (ONU), criada no ano de 1945 por cinquenta e um Estados, quando do ocaso da Segunda Guerra Mundial (1939/1945), desempenha importante papel político e tem como objetivos, entre outros, o de manter a paz e segurança internacionais; o de proteger os Direitos Humanos; o de estimular a autonomia dos povos dependentes; o de reforçar os laços entre os Estados Soberanos e, também, o de promover o desenvolvi-mento econômico e social das Nações. Diante de tais circunstâncias e visando o efetivo cumprimento de seus objetivos, foram criados vários órgãos para o seu funcionamento regular, dentre eles, o Conselho Econômico e Social. Assim, é correto afi rmar que o Conselho Econômico e Social da ONU poderá fazer recomendações a respeito dos assuntos por ele discutidos à Assembléia Geral, aos Membros das Nações Unidas e às entidades especializadas interessadas, exceto quando se tratar de questões de caráter:a) cultural.b) militar.c) educacional.d) sanitário.

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3. (OAB-RJ/29º Exame) Quais são os países que integram o Conselho de Segu-rança da ONU e que têm direito a veto?a) França, Alemanha, Japão, Estados Unidos e Rússia.b) Espanha, Reino Unido, Japão, Rússia e França.c) França, China, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos.d) Alemanha, China, Espanha, Rússia e Estados Unidos.

4. (OAB-RJ/21º Exame) A ONU foi criada em 1945 com a fi nalidade de manter a paz e harmonia entre as nações para evitar os fl agelos da guerra. Dentre os diversos órgãos que compõem a ONU merece destaque o Conselho de Segu-rança. Assim sendo marque a alternativa correta.a) O Conselho de Segurança é composto de 8 estados.b) O Conselho de Segurança da ONU é composto de 15 países que são eleitos

anualmente pela Assembleia Geral.c) São países permanentes no Conselho de Segurança os Estados Unidos,

a França, a Rússia, a China e a Grã-Bretanha.d) Todos os países que compõem o Conselho de Segurança têm poder de veto.

5. (OAB-MG/2003) Considerando-se a constituição e a atuação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas – ONU, é correto afi rmar que:a) esse Conselho pode aprovar medidas ainda que com voto contrário dos

Estados vencedores da II Guerra Mundial.b) o quorum deliberativo desse Conselho é de 10 Estados.c) os sete Estados mais ricos do mundo, integrantes do G7, têm assento per-

manente nesse Conselho.d) um total de 15 Estados tem assento nesse Conselho.

6. (OAB-MG/2007) É verdadeiro com relação à ONU, exceto:a) todos os órgãos e organismos da ONU fi cam na cidade de Nova York.b) sua lei básica é a Carta das Nações Unidas, que foi assinada em São Francisco

a 26 de junho de 1945.c) a Organização das Nações Unidas não é um superestado, embora reúna a

quase-totalidade dos Estados existentes.d) a Organização das Nações Unidas é uma instituição internacional formada

por 192 Estados soberanos.

7. (OAB-MG/2007) São funções e competências do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) na forma prevista pela Carta das Nações Unidas de 1945, exceto:a) manutenção da paz internacional.b) manutenção da segurança internacional.c) alocar, para armamentos, o maior número possível de recursos econômicos

e humanos para o cumprimento de seus princípios.d) submeter relatórios anuais e, quando necessário, especiais a assembleia geral

para sua consideração.

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8. (Cespe/TRF 1ª Região/Juiz Federal Substituto/2009) Considerando que a Assembleia Geral da ONU tenha solicitado parecer consultivo à Corte Inter-nacional de Justiça a respeito da utilização de armas químicas em confl itos internacionais, assinale a opção correta.a) O parecer consultivo da Corte será obrigatório para todos os membros da

ONU.b) Somente o Conselho de Segurança das Nações Unidas tem competência

para solicitar parecer consultivo envolvendo confl itos internacionais.c) Parecer consultivo sobre a mesma temática pode ser solicitado diretamente

por membro da ONU.d) Estados podem ser admitidos a comparecer no procedimento perante a Corte

e apresentar exposições escritas e orais.e) O procedimento para apreciação de pareceres consultivos difere caso seja

solicitado pela Assembleia Geral ou pelo Conselho de Segurança.

9. (OAB-MG/2006) Relativamente aos tratados de não bitributação, é correto afi rmar que:a) são instrumentos de justiça fi scal que evitam a tributação dos rendimentos de

uma mesma pessoa por mais de um Estado em detrimento da sua capacidade contributiva.

b) são inadmissíveis à luz da ordem constitucional interna e da soberania de cada país que não pode prescindir da arrecadação dos tributos que validamente instituir.

c) são a única forma de evitar a incidência de tributos similares em dois ou mais Estados sobre um mesmo contribuinte e em razão de um mesmo fato gerador.

d) são reputados como válidos apenas se aprovados previamente por organismo internacional da qual os países signatários sejam membros.

10. (Cespe/Diplomacia/2003) Considere a seguinte situação hipotética.Brasil e Uruguai, após várias tentativas de negociação direta, não chegaram

a um consenso acerca da aplicação das regras do Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul) à importação de pneumáticos remodelados. De um lado, o Brasil de-fendia que as portarias ministeriais que proibiam a importação desses pneumáticos não contrariavam nenhuma regra de DIP.

De outro, o Uruguai sustentava que a proibição da importação desse tipo de bem violava regras do Mercosul. Para dirimir essa controvérsia, foi constituído um tribunal arbitral que decidiu pela procedência da argumentação uruguaia e determinou que o Brasil retirasse de sua legislação interna restrições à importação de pneumáticos remodelados.

Nessa situação, é correto afi rmar que, se o Brasil viesse a editar uma lei proi-bindo a importação de pneumáticos remodelados, esse ato caracterizaria descum-primento da referida decisão arbitral e, portanto, confi guraria ilícito internacional que acarretaria para a República Federativa do Brasil o dever de indenizar o Estado

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uruguaio por eventuais danos advindos da proibição de importação de pneumáticos remodelados imposta pela referida lei.

11. (Cespe/Diplomacia/2003) Diversamente da Organização Mundial do Comércio (OMC), o Mercosul não é uma entidade dotada de personalidade jurídica de direito internacional e não tem competência para celebrar tratados internacio-nais.

12. (Cesgranrio/Petrobrás/Profi ssional Jr./2008) O sistema de solução de con-trovérsias entre os países membros do Mercosul foi objeto de uma profunda reformulação em 2002. Atualmente, o sistema de solução de controvérsias do Mercosula) é regido pelo Tratado de Assunção e prevê a solução por meio de arbitragem

ad hoc em uma única instância.b) é regido pelo Protocolo de Brasília e tem entre suas etapas obrigatórias a

submissão à deliberação do Grupo Mercado Comum.c) é regido pelo Protocolo de Olivos e permite que o laudo arbitral proferido

seja objeto de revisão pelo Tribunal Permanente de Revisão – TPR.d) é regido pelo Protocolo de Las Leñas e passou a permitir que os particulares

apresentem diretamente suas demandas. e) prevê o encaminhamento do laudo arbitral em que tenha sido proferido voto

vencido, para revisão pelo Órgão de Solução de Controvérsias da OMC.

13. (OAB-MG/2008) O “Mercosul” – Mercado Comum do Sul – atualmente vi-venciando a etapa de uma “união aduaneira imperfeita” de há de ser, quando da sua total implementação, uma área de integração econômica classifi cada como “mercado comum”. São membros em atividade do “Mercosul”, atual-mente, o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai, uma vez que a entrada efetiva da Venezuela está pendente de atos de ratifi cação. Um dos seus mais importantes tratados, denominado de “Protocolo de Olivos” (assinado em 2002, tendo entrado em vigor em 2004), refere-se aos mecanismos de solução de controvérsias entre os Estados Partes do bloco. Entre as várias novidades trazidas, encontra-se a criação de um Tribunal Arbitral Permanente de Revisão do Mercosul, com sede na cidade de Assunção, Paraguai, tendo o mesmo como uma de suas competências a de para modifi car os laudos arbitrais adotados por árbitros ad hoc de primeira instância. Sobre o recurso de revisão previsto no Protocolo de Olivos é correto afi rmar, exceto:a) qualquer das partes na controvérsia poderá apresenta um recurso de revisão

do laudo do Tribunal Arbitral Ad Hoc aoTribunal Permanente de Revisão, em prazo não superior a quinze (15) dias a partir da notifi cação do mesmo.

b) o recurso estará limitado a questões de direito tratadas na controvérsia e às interpretações jurídicas desenvolvidas no laudo do Tribunal Arbitral Ad Hoc.

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c) a Secretaria Administrativa do Mercosul estará encarregada das gestões ad-ministrativas que lhe sejam encomendadas para o trâmite dos procedimentos e manterá informados os Estados partes na controvérsia e o Grupo Mercado Comum.

d) os laudos dos Tribunais Ad Hoc emitidos com base nos princípios ex aequo et bono (equidade) serão suscetíveis de recurso de revisão.

14. (Cespe/AGU/Advogado da União/2008) Pode-se fazer um paralelo entre a União Europeia e o Mercosul. Ambas as comunidades originam-se de processos de integração e buscam normatizar as suas relações por meio de um direito de integração. Entretanto, há enormes diferenças entre o direito regional do Mercosul e o direito comunitário europeu. Acerca desse tema, julgue os itens subsequentes, relativos ao direito de integração e ao Mercosul.a) O Mercosul garante, de forma semelhante à União Europeia, uma união

econômica, monetária e política entre países.b) A adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados

é um dos objetivos da criação do Mercosul.

15. (Cespe/TRF 5ª Região/Juiz Federal Substituto/2009) Os institutos vinculados à criação ou à implementação do Mercosul, incluem oI – Tratado de Assunção.II – Tratado de Ouro Preto.III – Tratado de Olivos.IV – Tratado de Las Leñas.V – Tratado de Buenos Aires.

A quantidade de itens certos é igual aa) 1.b) 2.c) 3.d) 4.e) 5.

16. (Cespe/Bacen/Procurador/2009) No protocolo constitutivo do parlamento do MERCOSUL, está expressamente estabelecido o princípio dea) promoção do acesso a medicamentos.b) trato especial e diferenciado a países de economias menores.c) promoção da diversidade linguística.d) repúdio ao terrorismo.e) cooperação dos povos para o progresso da humanidade.

17. (Cespe/TRF 1ª Região/Juiz Federal Substituto/2009) Com relação à estrutura institucional do Mercosul, assinale a opção correta.a) O Conselho do Mercado Comum é o órgão executivo do MERCOSUL.

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b) O Conselho do Mercado Comum é integrado por ministros das relações exteriores, ministros da economia e ministros da justiça dos Estados-partes.

c) O Conselho do Mercado Comum, o Grupo Mercado Comum e a Comissão de Comércio do MERCOSUL são órgãos de natureza intergovernamental.

d) A Comissão Parlamentar Conjunta do MERCOSUL mudou de denominação para Parlamento do MERCOSUL, mas manteve o número de competências.

e) É competência do Grupo Mercado Comum editar o Boletim Ofi cial do MERCOSUL.

18. (OAB-DF/2004) É verdadeiro afi rmar que o Mercado Comum do Sul (Merco-sul):a) possui personalidade jurídica própria.b) não possui poder de celebração de tratados.c) não possui sistema próprio de solução de controvérsias.d) possui sistema deliberativo de seu Conselho por maioria absoluta.

19. (OAB-RJ/30º Exame) Marque a opção que elenca todos os países que integram o Mercosul:a) Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile.b) Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.c) Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela.d) Brasil Argentina, Uruguai, Paraguai e Colômbia.

20. (OAB-MG/2002) Assinale a opção correta:a) O Mercosul é uma Zona de Livre Comércio porque limita-se às concessões

recíprocas entre os países que o integram, não possuindo política externa comum.

b) O Mercosul é, ainda, uma União Aduaneira incompleta uma vez que não apresenta livre circulação de fatores produtivos como capital e trabalho e sequer conseguiu implementar uma Tarifa Externa Comum para todos os produtos comercializados.

c) O Mercosul já pode ser considerado um Mercado Comum dada a total ine-xistência de limitações à circulação de fatores produtivos.

d) O Mercosul ainda não é uma União Econômica somente porque lhe falta implementar uma moeda comum.

21. (OAB-MG/2005) São fontes jurídicas formais do Mercosul, exceto:a) seus tratados constitutivos.b) as decisões do Conselho Mercado Comum.c) as resoluções do Grupo Mercado Comum.d) as propostas da Comissão de Comércio do Mercosul.

22. (OAB-MG/2005) No Mercosul são mecanismos diretos de solução de confl itos e controvérsias internacionais adotados pelos Protocolos de Brasília e Olivos:

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a) Negociações diretas, Intervenção do Grupo Mercado Comum e arbitragem.b) Negociações diretas, inquérito e arbitragem.c) Negociações diretas, bons ofícios e arbitragem.d) Negociações diretas, Conselho de Segurança da ONU e arbitragem.

23. (OAB-MG/2002) é errado afi rmar:a) o Euro é manifestação de integração monetária.b) Nem todos os Estados integrantes da EU – União Europeia adotaram o Euro.c) A política monetária dos países da zona do Euro é ditada pelo Banco Central

francês.d) O Mercosul ainda não dispõe de uma moeda única.

GABARITO1. c2. b3. c4. c5. d6. a7. c8. d9. a

10. C11. E12. c13. d14. a) E b) C15. d16. b17. c18. a19. c20. b21. d22. a23. c

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ANOTAÇÕES: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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ANOTAÇÕES: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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