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www.editorajuspodivm.com.br Direito Previdenciário ATUALIZAÇÃO LEGISLATIVA E JURISPRUDENCIAL BÁSICA DA EDIÇÃO 2015 (5ª EDIÇÃO, PUBLICADA EM JANEIRO DE 2015) AUTOR: FREDERICO AMADO www.fredericoamado.com.br Página no facebook: Frederico Amado Insta: @fredericoamado OBRA ATUALIZADA: - Sinopse de Direito Previdenciário (EDIÇÃO 2015.1-5ª edição); Prezados alunos e leitores, Com o objetivo de atualizar a 5ª edição da Sinopse de Direito Previdenciário, publicada em janeiro de 2015, apresento aos senhores a atualização básica de legislação e jurisprudência do Direito Previdenciário no citado ano até o dia 5 de julho de 2015. A 6ª edição, lançada em julho de 2015, já está atualizada pelas informações aqui constantes, NÃO PRECISANDO DE ATUALIZAÇÃO. Cordiais abraços, FREDERICO AMADO www.fredericoamado.com.br Face: Frederico Amado Insta: @fredericoamado

Atualizacao Sinopse Da 5 Edcao Frederico Amado

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Atualização de direito Previdenciário

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    Direito Previdencirio

    ATUALIZAO LEGISLATIVA E JURISPRUDENCIAL BSICA DA EDIO 2015 (5 EDIO, PUBLICADA EM JANEIRO DE 2015)

    AUTOR: FREDERICO AMADO

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    Pgina no facebook: Frederico Amado

    Insta: @fredericoamado

    OBRA ATUALIZADA:

    - Sinopse de Direito Previdencirio (EDIO 2015.1-5 edio);

    Prezados alunos e leitores,

    Com o objetivo de atualizar a 5 edio da Sinopse de Direito Previdencirio, publicada em janeiro de 2015, apresento aos senhores a atualizao bsica de legislao e jurisprudncia do Direito Previdencirio no citado ano at o dia 5 de julho de 2015.

    A 6 edio, lanada em julho de 2015, j est atualizada pelas informaes aqui constantes, NO PRECISANDO DE ATUALIZAO.

    Cordiais abraos,

    FREDERICO AMADO

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    Face: Frederico Amado

    Insta: @fredericoamado

    http://www.fredericoamado.com.br/
  • ISOLADA DE DIREITO PREVIDENCIRIO PARA O CONCURSO DO INSS

    UMA PARCERIA DO CERS COM O PROF. FREDERICO AMADO

    30 HORAS DE AULA COM RESOLUO DE QUESTES DOS CONCURSOS ANTERIORES DO INSS

    AULAS GRAVADAS EM JULHO E AGOSTO DE 2015, ATUALIZADAS PELA LC 150, LEI 13.135 E MP 676.

    https://www.cers.com.br/cursos/area-fiscal-4/inss-2015/curso-de-direito-previdenciario-para-o-inss-2015--professor-frederico-amado--disciplina-isolada

  • CAPTULO 1 A SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL

    5. ASSISTNCIA SOCIAL

    5.3. Benefcio do amparo assistencial ao idoso ou deficiente carente

    Qual o entendimento da TNU sobre o assunto?

    Smula 79 - Nas aes em que se postula benefcio assistencial, necessria a comprovao das condies socioeconmicas do autor por laudo de assistente social, por auto de constatao lavrado por oficial de justia ou, sendo inviabilizados os referidos meios, por prova testemunhal.

    Qual o entendimento da TNU sobre o assunto?

    Smula 80 - Nos pedidos de benefcio de prestao continuada (LOAS), tendo em vista o advento da Lei 12.470/11, para adequada valorao dos fatores ambientais, sociais, econmicos e pessoais que impactam na participao da pessoa com deficincia na sociedade, necessria a realizao de avaliao social por assistente social ou outras providncias aptas a revelar a efetiva condio vivida no meio social pelo requerente.

    5.5. Seguro-defeso

    Para fazer jus ao benefcio, o pescador no poder estar em gozo de nenhum benefcio decorrente de benefcio previdencirio ou assistencial de natureza continuada, exceto penso por morte e auxlio-acidente.

    A competncia administrativa para processar e deferir o seguro-defeso

    passou a ser do INSS com o advento da Lei 13.134/2015 , devendo o

    pescador dever apresentar autarquia previdenciria os seguintes

    documentos:

    I - registro como Pescador Profissional, categoria artesanal, devidamente atualizado no Registro Geral da Atividade Pesqueira - RGP, emitido pelo Ministrio da Pesca e Aquicultura, com antecedncia mnima de um ano , contados da data do requerimento do benefcio;

    II - cpia do documento fiscal de venda do pescado a empresa adquirente, consumidora ou consignatria da produo, em que conste, alm do registro da operao realizada, o valor da respectiva contribuio previdenciria, de que trata o 7 do art. 30 da Lei n 8.212, de 24 de julho de 1991, ou comprovante do recolhimento da contribuio previdenciria, caso tenha comercializado sua produo a pessoa fsica; e

  • III - outros estabelecidos em ato do Ministrio Previdncia Social que comprovem:

    a) o exerccio da profisso;

    b) que se dedicou pesca, em carter ininterrupto, assim considerada a atividade exercida durante o perodo compreendido entre o defeso anterior e o em curso, ou nos doze meses imediatamente anteriores ao do defeso em curso, o que for menor;

    c) que no dispe de outra fonte de renda diversa da decorrente da atividade pesqueira.

    A Lei 13.134/2015 determina que o INSS, no ato da habilitao ao benefcio, dever verificar a condio de segurado pescador artesanal e o pagamento da contribuio previdenciria, nos termos da Lei n 8.212, de 1991, nos ltimos doze meses imediatamente anteriores ao requerimento do benefcio ou desde o ltimo perodo de defeso at o requerimento do benefcio, o que for menor.

    6. SADE

    Contudo, por se tratar de uma atividade possvel de ser explorada pela

    iniciativa privada, desde que observados os pressupostos legais - exceto para as empresas estrangeiras, que apenas podero participar da sade brasileira nas hipteses autorizadas pela Lei 13.097/2015.

    Excepcionalmente, foi permitida a participao direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistncia sade nos seguintes casos:

    I - doaes de organismos internacionais vinculados Organizao das Naes Unidas, de entidades de cooperao tcnica e de financiamento e emprstimos;

    II - pessoas jurdicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar:

    a) hospital geral, inclusive filantrpico, hospital especializado, policlnica, clnica geral e clnica especializada; e

    b) aes e pesquisas de planejamento familiar;

    III - servios de sade mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer nus para a seguridade social.

    7. PREVIDNCIA SOCIAL

  • 7.6. Fontes, autonomia, interpretao e aplicao do Direito Previdencirio e sua relao com os demais ramos jurdicos

    certo que uma anlise mais aprofundada e tcnica do Direito ao longo dos anos na vida jurdica levar a concluso que, no final das contas, a diviso da cincia jurdica em disciplinas meramente para fins de estudo, pois todos os temas esto entrelaados e no h como cindir o que necessariamente uno.

    Outrossim, entende-se tambm que a secular diviso do Direito em Pblico e Privado tambm carece de base cientfica, haja vista que as teses doutrinrias que buscaram diferenciar esses dois grandes campos sempre se depararam com questes que no conseguiram solucionar, a exemplo da Teoria do Interesse, da Qualidade dos Sujeitos e da Posio dos Sujeitos.

    Logo, fala-se em autonomia de um ramo jurdico apenas para fins didticos, sendo certo que toda a base do nosso ordenamento jurdico se encontra positivada na Constituio Federal de 1988, fundamento de validade e lastro de interpretao da legislao infraconstitucional.

    Nesse sentido, o Direito Constitucional Previdencirio composto pelas disposies constitucionais que regulam a previdncia social, especialmente pelos artigos 40 (previdncia dos servidores pblicos efetivos), 201 (Regime Geral de Previdncia Social) e 202 (previdncia complementar).

    O critrio mais adotado doutrinariamente para a pronncia da autonomia de uma disciplina jurdica a existncia de princpios peculiares que lhe informe, razo pela qual se cr na natureza autrquica do Direito Previdencirio, tendo em vista a presena de inmeros princpios informadores que sero oportunamente estudados.

    De efeito, possvel definir o Direito Previdencirio como o ramo do Direito composto por regras e princpios que disciplinam os planos bsicos e complementares de previdncia social no Brasil, assim como a atuao dos rgos e entidades da Administrao Pblica e as pessoas jurdicas privadas que exeram atividades previdencirias.

    No passado, entendia-se estar a legislao previdenciria inserta no Direito do Trabalho. Contudo, comeou-se a perceber que no se confunde a relao trabalhista com a previdenciria, conquanto normalmente a segunda seja derivada da primeira, pois, em regra, todos os que exercem atividade laboral remunerada no Brasil devero se filiar a algum plano bsico.

    Assim, clara a autonomia do Direito Previdencirio frente ao Direito do Trabalho, apesar de inmeros institutos trabalhistas serem utilizados na esfera previdenciria, devendo ser muitas vezes adaptados aps o traslado, como ocorre com a expresso empregado, que mais ampla na legislao previdenciria do que na trabalhista, que se refere apenas ao trabalhador com vnculo de emprego.

    Outrossim, outro exemplo o conceito de empresa trazido pela legislao previdenciria (art. 15, I, da Lei 8.212/91), que chega a englobar at entidades da Administrao Pblica Direta e outras equiparadas, mais extensivo que o trabalhista.

    H tambm uma proximidade muito grande do Direito Previdencirio com o Tributrio, decorrente da natureza fiscal das contribuies

  • previdencirias, de modo que so plenamente aplicveis a esses tributos as disposies do Cdigo Tributrio Nacional, observadas as peculiaridades da legislao previdenciria.

    Com o Direito Penal o Direito Previdencirio tambm mantm estritas relaes, vez que inmeras fraudes contra a Previdncia Social foram criminalizadas, a exemplo dos delitos de sonegao e de apropriao indbita de contribuio previdenciria.

    Toda a base da legislao previdenciria se encontra esculpida na Constituio Federal de 1988, notadamente nos artigos 40, 201 e 202, o que demonstra a ntima relao com o Direito Constitucional.

    Os rgos e entes pblicos previdencirios integram a Administrao Pblica, estando sujeitos ao regime jurdico administrativo e consequentemente legislao respectiva, o que atesta a conexo direta do Direito Previdencirio com o Direito Administrativo, a exemplo da aplicao da Lei 9.784/99 (processo administrativo federal) aos processos previdencirios, no que for compatvel.

    Vrias disposies do Direito Civil tambm podero ser aplicveis ao campo previdencirio, se compatveis, notadamente o Livro das Obrigaes, pois a relao entre a Previdncia Social e os beneficirios no adimplemento das prestaes previdencirias de natureza obrigacional, normalmente de trato sucessivo.

    Comprovando essa conexo, o artigo 103, pargrafo nico, da Lei 8.213/91, prev que prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ao para haver prestaes vencidas ou quaisquer restituies ou diferenas devidas pela Previdncia Social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Cdigo Civil.

    As normas insertas no Cdigo de Processo Civil tambm podero ser aplicadas ao processo administrativo previdencirio, se compatveis, o que denota a direta relao do Direito Previdencirio com o Direito Processual Civil.

    Ademais, quando os pedidos dos segurados e dependentes no so atendidos na esfera administrativa, a questo algumas vezes judicializada pelos beneficirios da Previdncia Social, sendo que as disposies processuais civis regero os processos judiciais.

    At com o Direito Ambiental o Direito Previdencirio mantm alguma relao imediata, pois o conceito de pesca e de extrativismo fornecido pela legislao ambiental, para fins de identificao do segurado especial do RGPS.

    Com o Direito Internacional Pblico o Direito Previdencirio vem se relacionando cada vez mais no Brasil, pois progressivamente o nosso pas vem celebrando tratados internacionais para o reconhecimento do tempo de contribuio dos brasileiros residentes no exterior.

    Ademais, atravs do Decreto Legislativo 269, de 19.09.2008, o Brasil aprovou o texto da Conveno n 102 da Organizao Internacional do Trabalho - OIT, relativa fixao de normas mnimas de seguridade social, adotada em Genebra, em 28 de junho de 1952, sendo outro bom exemplo de relao entre os ramos jurdicos. De logo, convm ressaltar que, com o advento do ps-positivismo -designao provisria e genrica de um iderio difuso, no qual se incluem a

  • definio das relaes entre valores, princpios e regras, aspectos da chamada nova hermenutica e a teoria dos direitos fundamentais - os princpios passaram de meras fontes de integrao a espcie de normas jurdicas, dotados, portanto, de contedo normativo.

    Os princpios so normas jurdicas que fundamentam o sistema jurdico, com maior carga de abstrao, generalidade e indeterminao que as regras, no regulando situaes fticas diretamente, carecendo de intermediao para a aplicao concreta. Devem ser pesados com outros princpios em cada caso concreto, luz da ponderao casual (Princpio da Proporcionalidade). Ou seja, inexiste princpio absoluto.

    Eles se diferenciam das regras por ter maior grau de abstrao, de indeterminabilidade, pela condio de standart e funo morfogentica.

    Em que pese inexistir hierarquia jurdica entre princpios e regras, os primeiros so axiologicamente superiores, tendo as funes dimensional ou morfogentica (os princpios so fundamentos das regras), interpretativa, limitadora e integrativa.

    O conflito entre regras se resolve com os critrios da hierarquia, especialidade e revogao, ao contrrio dos princpios. Enquanto as regras valem ou no (tudo ou nada), os princpios pesam ou no.

    Portanto, parte-se da premissa de que existem duas espcies de normas jurdicas: as principiolgicas e as regras.

    De seu turno, interpretar significa extrair o sentido e o alcance do ato normativo, existindo vrios mtodos tradicionais que o exegeta poder se valer, que podem ser assim classificados:

    A. Quanto origem:

    1. Interpretao legislativa ou autntica - efetuada pelo Poder Legislativo, quando aplica o processo legislativo para elaborar normas jurdicas;

    2. Interpretao judicial - efetivada pelos rgos do Poder Judicirio no exerccio da jurisdio;

    3. Interpretao administrativa - exteriorizada pelo Poder Executivo, quando exerce a funo administrativa;

    4. Interpretao doutrinria exercitada pelos escritores jurdicos.

    B. Quanto ao meio:

    1. Interpretao gramatical ou filolgica, literal, semntica, textual ou verbal um mtodo que observa o sentido literal dos vocbulos;

    2. Interpretao histrica - Leva em considerao os antecedentes histricos;

    3. Interpretao sistemtica - Estabelece relaes de coordenao e subordinao no ordenamento jurdico;

  • 4. Interpretao lgica - Leva em conta a compatibilidade ou concordncia por meio de raciocnios lgicos;

    5. Interpretao teleolgica - Contempla a finalidade da norma, por meio dos valores tutelados por ela.

    C. Quanto finalidade:

    1. Interpretao declarativa ou estrita H concordncia entre o signo de linguagem e o significado a ela atribudo;

    2. Interpretao restritiva Na hiptese que no h essa concordncia, sendo necessria uma reduo do aparente significado do texto, pois o legislador escreveu mais do que pretendia;

    3. Interpretao extensiva No h consonncia entre o signo e o significado, sendo necessria uma extenso do significado do texto, pois o legislador escreveu menos do que pretendia.

    Vale ressaltar que o enunciado normativo no se confunde com a norma jurdica. O enunciado o texto seco esculpido na legislao previdenciria, dissociado dos fatos sociais. So meras palavras reunidas.

    J a norma jurdica o texto legal interpretado a luz dos fatos sociais do momento, dotada de carga criativa do intrprete, ante o carter geral e abstrato que marca o enunciado normativo.

    A maior prova de que a interpretao tem dose criativa que existem inmeros textos legais plurissignificativos, muitas vezes com mais de duas interpretaes distintas. Ademais, comum que o enunciado normativo permanea inalterado, intacto, mas a sua interpretao evolua (ou involua) ao longo do tempo, o que em termos constitucionais denominado de mutao, um processo informal de reforma constitucional.

    Deveras, muitas vezes no mudou o enunciado normativo, e sim a sua interpretao, tomando como parmetro a evoluo dos fatos sociais que exigem um novo sentido e alcance do texto legal, mais consentneo com as novas necessidades jurdicas, polticas, econmicas e sociais.

    Hoje prevalece no constitucionalismo contemporneo que a interpretao no mais um processo mecnico, uma mera subsuno, vez que no pode ser perpetrada de maneira dissociada da realidade, sendo constitutiva, e no meramente declaratria, mxime quando se tratam de princpios jurdicos.

    Insta frisar que a interpretao no se confunde com a hermenutica, sendo esta o precedente lgico da interpretao. Com base nas lies do saudoso Carlos Maximiliano, enquanto a hermenutica jurdica tem por objeto o estudo dos processos e mtodos de interpretao, fixando-os e sistematizando-os, a interpretao a aplicao dos mtodos buscando o sentido e o alcance da lei1.

    1 Hermenutica e Aplicao do Direito. Rio de Janeiro: Forense, 2003.

  • A interpretao da legislao previdenciria dever seguir a hierarquia da pirmide kelseniana, que pode ser assim sintetizada:

    1) Normas previdencirias constitucionais Por estarem no pice do ordenamento jurdico, as normas previdencirias constantes da Constituio Federal de 1988 constituem-se em fundamento de validade e lastro de interpretao das demais normas previdencirias, que so hierarquicamente inferiores.

    De acordo com o Princpio da Supremacia da Constituio, esta tem uma posio hierrquica superior a das demais normas jurdica do ordenamento. Logo, as leis e demais atos jurdicos normativos no podero existir validamente se incompatveis com alguma norma constitucional.

    Assim, a infringncia das normas constitucionais, quer formal ou materialmente, culminar na invalidao do enunciado normativo inferior, exceto se este puder ser interpretado conforme a Constituio.

    Logo, se o Estado da Bahia editar uma norma jurdica sobre o Regime Geral de Previdncia Social, a lei estadual ser pronunciada formalmente inconstitucional, pois apenas a Unio tem competncia para normatizar esse regime previdencirio, cuja gesto de sua competncia.

    Outrossim, uma lei federal que admita contagem de tempo de contribuio fictcio ser materialmente inconstitucional, por violao ao artigo 40, 10, da Constituio Federal, combinado com o artigo 4, da Emenda 20/1998.

    2) Leis complementares, leis ordinrias, leis delegadas e medidas provisrias Estes atos normativos esto na mesma hierarquia e abaixo da Constituio Federal, que devem necessariamente respeitar, sob pena de invalidade.

    Destarte, uma vez respeitada a Norma Suprema, em regra, esses atos normativos podero disciplinar todas as relaes jurdicas previdencirias, quer no campo do custeio, quer no plano das prestaes previdencirias, sendo consideradas como fontes primrias.

    Vale salientar que a lei complementar est no mesmo patamar da lei ordinria2, conquanto tenha um qurum qualificado de aprovao (maioria absoluta dos congressistas), sendo necessria a sua aprovao apenas nos casos exigidos pela Constituio Federal.

    So exemplos de temas previdencirios que devero ser tratados por lei complementar previstos na Constituio de 1988: aposentadoria especial no RGPS (artigo 201, 1), aposentadoria especial no RPPS (artigo 40, 4), previdncia complementar privada (artigo 202), prescrio e decadncia das contribuies previdencirias (artigo 146, III, b) e criao de novas fontes de custeio para o pagamento das contribuies para a seguridade social (artigo 195, 4).

    Se um tema reservado lei complementar for regulado por uma lei ordinria (esta aprovada com qurum de maioria simples), medida provisria ou lei delegada, haver a sua pronncia de inconstitucionalidade formal.

    Por sua vez, as medidas provisrias podero veicular todos os temas previdencirios, exceto os reservados s leis complementares e sobre matria

    2 Este o entendimento do STF, a exemplo do julgamento do RE 592148 ED / MG em 25.08.2009.

  • j disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sano ou veto do Presidente da Repblica.

    Entretanto, por fora da Emenda 32/2001, que alterou o artigo 246, da Constituio Federal, vedada a adoo de medida provisria na regulamentao de artigo da Constituio cuja redao tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1 de janeiro de 1995 at a promulgao desta emenda, inclusive.

    J as leis delegadas sero elaboradas pelo Presidente da Repblica, que dever solicitar a delegao ao Congresso Nacional, no podendo versar sobre os temas afetos s leis complementares.

    Quando inexistir uma regra jurdica para determinado caso, o aplicador da lei dever promover a sua integrao. Nesse sentido, de acordo com o artigo 4, da Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro, quando a lei for omissa, o juiz decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princpios gerais de direito.

    Como esse assunto foi cobrado em concurso?

    No concurso da FCC para Tcnico do INSS em 2012, foi considerada correta a letra D: A interpretao da legislao previdenciria deve observar: (A) o costume, quando mais favorvel ao segurado. (B) a Jurisprudncia do Juizado Especial Federal. (C) a analogia, quando mais favorvel ao segurado. (D) os princpios gerais de direito, na omisso legislativa. (E) o princpio do in dbio pro societate em qualquer situao.

    Nesse sentido, no mbito da previdncia privada, assim como nos planos previdencirios pblicos, o Superior Tribunal de Justia invocou a analogia e a equidade como forma de integrao de lacuna normativa, estendendo aos parceiros homoafetivos a condio de dependentes previdencirios conferida unio estvel entre homem e mulher.

    Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

    Direito civil. Previdncia privada. Benefcios. Complementao. Penso

    post mortem. Unio entre pessoas do mesmo sexo. Princpios

    fundamentais. Emprego de analogia para suprir lacuna legislativa.

    Necessidade de demonstrao inequvoca da presena dos elementos

    essenciais caracterizao da unio estvel, com a evidente exceo da

    diversidade de sexos. Igualdade de condies entre beneficirios. (STJ,

    REsp 1.026.981, de 04/02/2010). O art. 4 da LICC permite a equidade na

    busca da Justia. O manejo da analogia frente lacuna da lei

    perfeitamente aceitvel para alavancar, como entidades familiares, as

    unies de afeto entre pessoas do mesmo sexo. Para ensejar o

    reconhecimento, como entidades familiares, de referidas unies

    patenteadas pela vida social entre parceiros homossexuais, de rigor a

    demonstrao inequvoca da presena dos elementos essenciais

    caracterizao de entidade familiar diversa e que serve, na hiptese,

  • como parmetro diante do vazio legal - a de unio estvel - com a

    evidente exceo da diversidade de sexos. 6. Recurso especial provido

    (REsp 930460, de 19/05/2011).

    3) Atos regulamentares secundrios (decretos, instrues normativas, memorandos, resolues, portarias e orientaes internas) tradicional o entendimento de que os atos regulamentares secundrios no podero inovar no mundo jurdico, salvo nas hipteses expressamente autorizadas pela Constituio Federal. So as fontes secundrias do direito.

    Como esse assunto foi cobrado em concurso?

    No concurso da FCC para Tcnico do INSS em 2012, foi considerada correta a letra C: Em relao s fontes do direito previdencirio: (A) o memorando fonte primria. (B) a orientao normativa fonte primria. (C) a instruo normativa fonte secundria. (D) a lei delegada fonte secundria. (E) a medida provisria fonte secundria.

    Dentre os atos regulamentares, o decreto ser exclusivamente expedido pelo Chefe do Poder Executivo, sendo, portanto, hierarquicamente superior aos atos das demais autoridades administrativas.

    Assim, no mbito do RGPS, se houver um conflito inconcilivel entre o Decreto 3.048/99 (Regulamento da Previdncia Social) e a Instruo Normativa INSS PRES 77/2015, dever prevalecer o Decreto, pois o Presidente da Repblica hierarquicamente superior ao Presidente do INSS.

    Por sua vez, se o Decreto 3.048/99 conflitar com as Leis 8.212/91 e 8.213/91, estas devero prevalecer, pois so de hierarquia superior.

    Os regulamentos devero se destinar fiel execuo das leis, pormenorizando-as, no podendo criar direitos e obrigaes, em regra, vez que so meros atos secundrios. Entretanto, cada situao dever ser ponderada casuisticamente.

    possvel sustentar que em determinadas situaes um mero ato regulamentar possa instituir deveres e obrigaes, se ele regulamentar diretamente a Constituio Federal, conquanto o recomendvel fosse que a lei regulamentasse diretamente a Norma Maior e o ato secundrio o fizesse apenas com base na lei.

    Nesse sentido, no julgamento da ADPF 101, em 24.06.2009, o STF validou vedao de importao de pneus usados de pases que no integram o MERCOSUL, feita atravs de atos regulamentares do CONAMA e da Secretaria do Comrcio Exterior, aplicando diretamente o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e sade.

    Ou seja, mesmo sem a promulgao de uma lei que proibisse a referida importao, a Suprema Corte validou os referidos atos secundrios.

    Ademais disso, na prtica previdenciria vem se admitindo a instituio de direitos por intermdio de meros atos regulamentares, como ocorre no artigo 103, Decreto 3.048/99, que deu o direito segurada aposentada que voltar a trabalhar de perceber o salrio-maternidade juntamente com a sua

  • aposentadoria, conquanto o artigo 18, 2, da Lei 8.213/91, diga expressamente que o aposentado pelo Regime Geral de Previdncia Social RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, no far jus a prestao alguma da Previdncia Social em decorrncia do exerccio dessa atividade, exceto ao salrio-famlia e reabilitao profissional, quando empregado.

    De arremate, curial afirmar que diante da complexidade das atividades estatais, cada vez mais o legislador delega o complemento de leis ao Poder Executivo, o que no atenta contra o Princpio da Estrita Legalidade, desde que o ato delegatrio fixe os parmetros gerais para o exerccio do legtimo poder regulamentar.

    Exemplo desta delegao o artigo 58, da Lei 8.213/91, que regula a aposentadoria especial, ao prever que a relao dos agentes nocivos qumicos, fsicos e biolgicos ou associao de agentes prejudiciais sade ou integridade fsica considerados para fins de concesso da aposentadoria especial de que trata o artigo anterior ser definida pelo Poder Executivo.

  • CAPTULO 4 SEGURADOS OBRIGATRIOS E FACULTATIVOS, FILIAO E INSCRIO NO REGIME GERAL DE PREVIDNCIA SOCIAL

    2. SEGURADOS OBRIGATRIOS

    2.2. Segurado empregado domstico

    A Lei Complementar 150/2015 previu expressamente que a formao de

    vnculo de emprego domstico exige a prestao de servios de forma contnua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade no lucrativa pessoa ou famlia, no mbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana.

    2.4. Segurado especial

    Outrossim, ser considerado como segurado especial o pescador artesanal que, de acordo com o artigo 9, 14, do RPS, aquele que, individualmente ou em regime de economia familiar, faz da pesca sua profisso habitual ou meio principal de vida, desde que: I - no utilize embarcao; ou utilize embarcao de pequeno porte, nos termos da Lei n 11.959, de 29 de junho de 2009, a teor do Decreto 8.424/2015.

    Importante:

    Logo, tivemos uma modificao no enquadramento do segurado especial que utiliza embarcao. At ento, o limite de peso do barco era de 6 toneladas de arqueao bruta (barco prprio) ou 10 toneladas (barco de parceiro outorgado exclusivamente). Agora o peso da embarcao foi elevado para at 20 toneladas pelo Decreto 8.424/2015, que se refere embarcao de pequeno porte, definida pela Lei de Pesca e Aquicultura (Lei 11.959/2009). Se a embarcao for de mdio (acima de 20) ou grande porte (igual ou superior a 100 toneladas), o pescador ser contribuinte individual, e no segurado especial.

    2.5. Segurado contribuinte individual

    Da mesma forma, nos termos do artigo 20, da Lei 12.871/2013, que instituiu o Programa Mais Mdicos, em regra, o mdico participante enquadra-se como segurado obrigatrio do Regime Geral de Previdncia Social, na condio de contribuinte individual.

    No entanto, so ressalvados da obrigatoriedade de filiao como contribuinte individual os mdicos intercambistas:

  • I - selecionados por meio de instrumentos de cooperao com organismos internacionais que prevejam cobertura securitria especfica; ou

    II - filiados a regime de seguridade social em seu pas de origem, o qual mantenha acordo internacional de seguridade social com a Repblica Federativa do Brasil.

    Logo, nestes dois casos excepcionais, ter-se- mais uma exceo ao Princpio da Territorialidade de Filiao, pois os citados mdicos intercambistas no sero segurados obrigatrios da Previdncia Social, nem como contribuintes individuais, nem em outra categoria.

    Considera-se mdico intercambista aquele formado em instituio de educao superior estrangeira com habilitao para exerccio da Medicina no exterior.

  • CAPTULO 5 SALRIO DE CONTRIBUIO

    Por fim, de acordo com o STJ, a parcela prevista no artigo 60, 3, da Lei

    8.213/91, que determina que a empresa arque com os 15 (quinze) primeiros dias de salrio do empregado incapaz para o exerccio do seu trabalho habitual possui natureza indenizatria , no devendo incidir contribuio previdenciria.

    Registre-se que a MP 664/2014 tentou, sem sucesso, dobrar a obrigao da empresa para trinta dias de pagamento do salrio do empregado incapaz, mas a Lei 13.135/2015 retirou esta modificao.

  • CAPTULO 6 CONTRIBUIES PREVIDENCIRIAS NO REGIME GERAL DE PREVIDNCIA SOCIAL

    3. CONTRIBUIES PREVIDENCIRIAS DOS TRABALHADORES E DEMAIS SEGURADOS

    3.1. Segurado empregado, trabalhador avulso e empregado domstico

    Nos termos do artigo 35, da Lei 8.213/91 (antiga redao), ao segurado empregado e ao trabalhador avulso que tenham cumprido todas as condies para a concesso do benefcio pleiteado, mas no possam comprovar o valor dos seus salrios de contribuio no perodo bsico de clculo, ser concedido o benefcio de valor mnimo, devendo esta renda ser recalculada, quando da apresentao de prova dos salrios-de-contribuio.

    O mesmo no ocorria com os empregados domsticos, que eram discriminados pela legislao previdenciria, pois no gozavam da mencionada presuno absoluta de recolhimento das suas contribuies previdencirias, apesar de ser de responsabilidade dos empregadores domsticos.

    Para compensar essa situao, por fora do artigo 36, da Lei 8.213/91, se satisfeitas as condies para a concesso do benefcio, caso no comprovado o recolhimento das contribuies previdencirias pelo empregador domstico, ser concedido o benefcio previdencirio no valor mnimo, o que poder prejudicar os empregados domsticos que poderiam fazer jus a um benefcio acima desse valor.

    No entanto, com o advento da Lei Complementar 150/2015, entende-se que os empregados domsticos passaram a gozar de presuno de recolhimento da sua contribuio previdenciria, mesmo nos casos de salrio de contribuio acima de um salrio mnimo.

    Isso porque o artigo 35, da Lei 8.213/91, foi modificado, passando a prever que o segurado empregado, inclusive o domstico, e ao trabalhador avulso que tenham cumprido todas as condies para a concesso do benefcio pleiteado, mas no possam comprovar o valor de seus salrios de contribuio no perodo bsico de clculo, ser concedido o benefcio de valor mnimo, devendo esta renda ser recalculada quando da apresentao de prova dos salrios de contribuio.

    Logo, se o empregado domstico demonstrar que possua salrios de contribuio de R$ 1.500,00, mas o seu empregador nunca recolheu a contribuio, aps a LC 150/2015 dever o INSS considerar os salrios de contribuio de R$ 1.500,00 no clculo do salrio de benefcio, e no mais conceder o benefcio mnimo, tendo havido revogao tcita do artigo 36 da Lei 8.213/91.

    No caso dos empregados e avulsos, as empresas devero fazer os recolhimentos at o dia 20 ao do ms subsequente ao da competncia ou, se no for dia til bancrio, no imediatamente anterior, conforme inovao da Lei 11.933/2009, ao passo que o empregador domstico ter at o dia 7

  • (mudana da LC 150/2015) do ms seguinte ao da competncia para recolher a contribuio descontada do empregado domstico, ou o dia til imediatamente anterior.

    5. CONTRIBUIO PREVIDENCIRIA DO EMPREGADOR DOMSTICO

    Ser enquadrado como empregador domstico a pessoa ou famlia que admite a seu servio, sem finalidade lucrativa, empregado domstico, na forma do artigo 15, inciso II, da Lei 8.212/91.

    A legislao acerca dos empregados domsticos foi renovada. Em 2 de junho de 2015 foi publicada a Lei Complementar 150, sendo previsto expressamente que a configurao do vnculo de emprego domstico configurado quando se presta servios de forma contnua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade no lucrativa pessoa ou famlia, no mbito residencial destas, por mais dois dias por semana.

    Ademais, houve reduo da contribuio previdenciria do empregador domstico e do dia do recolhimento por fora dos artigos 35 e 36 da LC 150/2015. Antes, a contribuio era de 12% do salrio de contribuio do empregado domstico e o dia para recolhimento era 15.

    Importante:

    Agora, a contribuio previdenciria patronal do empregador domstico ser no total de 8,8% do salrio de contribuio, sendo 8% de contribuio patronal previdenciria para a seguridade social, a cargo do empregador domstico, nos termos do art. 24 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991 e 0,8% de contribuio social para financiamento do seguro contra acidentes do trabalho (contribuio SAT).

    Esta contribuio de 8,8% sobre o salrio de contribuio do empregado domstico, que agora dever ser recolhida at o dia 7 do ms subsequente ao da competncia, ou, se no for dia til, no primeiro imediatamente anterior, juntamente com a contribuio descontada do salrio do empregado, valendo ressaltar que se cuida da nica contribuio patronal que incidir sobre o salrio de contribuio, tendo, destarte, um teto, assim como ocorre com a empresa enquadrada como MEI.

    Foi criado o regime unificado de pagamento de tributos, de contribuies e dos demais encargos do empregador domstico (Simples Domstico), com inscrio do empregador e entrada nica de dados cadastrais e de informaes trabalhistas, previdencirias e fiscais no mbito do Simples Domstico dando-se mediante registro em sistema eletrnico a ser disponibilizado em portal na internet, conforme regulamento.

    11. RESTITUIO E COMPENSAO DAS CONTRIBUIES PREVIDENCIRIAS

    Ressalte-se que parece que a Instruo Normativa 900/2008, da lavra da Secretaria de Receita Federal do Brasil, implicitamente autoriza a referida compensao, em que pese no ser suficientemente clara a respeito. No

  • entanto, no entendimento da Secretaria da Receita Federal do Brasil esta compensao indevida, tendo o STJ seguido este posicionamento ao interpretar o artigo 26 da Lei 11.457/2007.

    Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

    3. " ilegtima a compensao de crditos tributrios administrados pela antiga Receita Federal (PIS e COFINS decorrentes de exportao) com dbitos de natureza previdenciria antes administrados pelo INSS (art. 11 da Lei n. 8.212/91), ante a vedao legal estabelecida no art. 26 da Lei n. 11.457/07. Precedentes." (REsp 1.243.162/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 28/03/2012). 4. Recurso especial a que se nega provimento (RECURSO ESPECIAL N 1.449.713 - SC (2014/0091542-2)

  • CAPTULO 7 ACIDENTE DE TRABALHO, MOLSTIAS OCUPACIONAIS E EVENTOS EQUIPARADOS

    2. DEFINIO DE ACIDENTE DE TRABALHO

    A matria atualmente regulada pelos artigos 19 a 23 da Lei 8.213/91, tendo sido alvo de reforma pela Lei Complementar 150/2015, que passou a prever os benefcios previdencirios por acidente do trabalho em favor do empregado domstico, pois foi criada a contribuio SAT a ser paga pelo empregador domstico, no importe de 0,8% do salrio de contribuio do empregado domstico a seu servio.

    Por conseguinte, a LC 150/2015 modificou a redao dos artigos 19, 21-A e 22, todos da Lei 8.213/91, a fim de inserir a proteo acidentria em favor do empregado domstico.

    Desde ento, passou a ser considerado legalmente como acidente de trabalho o que ocorre pelo exerccio do trabalho a servio da empresa ou de empregador domstico ou pelo exerccio do trabalho dos segurados especiais, provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte ou a perda ou reduo, permanente ou temporria, da capacidade para o trabalho (artigo 19).

    De efeito, do referido conceito legal, agora ampliado para abarcar o empregado domstico, possvel extrair os elementos caracterizadores do tpico acidente de trabalho:

    Evento decorrente de trabalho a servio da empresa ou do empregador domstico, de atividade campesina ou pesqueira artesanal individualmente ou em regime de economia familiar para a subsistncia, desenvolvida pelo segurado especial;

    Causao de leso corporal ou funcional (psquica);

    Ocorrncia de morte do segurado, reduo ou perda temporria ou definitiva da capacidade laboral.

    5. RECONHECIMENTO

    No que concerne ao segurado empregado, empregado domstico (LC 150/2015) e ao trabalhador avulso, caber empresa e ao empregador domstico expedir a CAT Comunicao de Acidente de Trabalho ao INSS at o primeiro dia til seguinte ao da ocorrncia e, em caso de morte, de imediato, sob pena de multa administrativa.

    Com o advento da LC 150/2015, o artigo 21-A da Lei 8.213/91 tambm foi modificado, passando a prever que a percia mdica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerar caracterizada a natureza acidentria da incapacidade quando constatar ocorrncia de nexo tcnico epidemiolgico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relao entre a atividade da empresa ou do empregado domstico e a entidade mrbida motivadora da incapacidade elencada na Classificao Internacional de Doenas (CID), em conformidade com o que dispuser o regulamento.

  • 6. SEGURADOS COM COBERTURA PREVIDENCIRIA

    O mdico-residente, que se enquadra como contribuinte individual, tambm tinha direito aos benefcios acidentrios por determinao expressa da Lei 8.138/90, que restou revogada pela Lei 10.405/2002.

    Assim, antes do advento da LC 150/2015, de acordo com a doutrina prevalente, apenas o segurado empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial fazem jus aos benefcios por acidente de trabalho, pois nestes casos a empresa paga a contribuio SAT de 1, 2 ou 3% sobre as remuneraes dos empregados e avulsos e o segurado especial contribuinte de 0,1% sobre a receita decorrente da comercializao de sua produo.

    Nesse sentido, conforme restringia o artigo 18, 1, da Lei 8.213/91, apenas os segurados empregados, trabalhadores avulsos e segurados especiais faro jus ao auxlio-acidente, o mais tpico benefcio por acidente de trabalho, em que pese ter sido estendido aos acidentes em geral.

    Importante:

    Com o advento da Emenda Constitucional 72/2013 passou a existir previso na Lei Maior para que os empregadores domsticos pagassem contribuio SAT, o que foi regulamentado pela LC 150/2015 (0,8% do salrio de contribuio), razo pela qual os empregados domsticos passaram a ter direito aos benefcios previdencirios por acidente do trabalho, inclusive ao auxlio-acidente.

    Os benefcios pagos por acidente de trabalho ao empregado, empregado domstico, ao trabalhador avulso e ao segurado especial, bem como aos dependentes, so os seguintes: penso por morte por acidente de trabalho; auxlio-acidente por acidente de trabalho; auxlio-doena por acidente de trabalho e aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho.

  • CAPTULO 8 REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFCIOS E SERVIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDNCIA SOCIAL

    2. DEPENDENTES DOS SEGURADOS

    De efeito, a legislao previdenciria instituiu trs classes de dependentes de segurados:

    I - o cnjuge, a companheira, o companheiro e o filho no emancipado, de qualquer condio, menor de 21 (vinte e um) anos ou invlido ou que tenha deficincia intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;

    II - os pais;

    III - o irmo no emancipado, de qualquer condio, menor de 21 (vinte e um) anos ou invlido ou que tenha deficincia intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente.

    No entanto, houve mais de uma modificao na classe III com o advento da Lei 13.135/2015, mas nem todas entraram em vigor no dia da sua publicao operada em 18/6/2015 (art. 6, da Lei 13.135), que passar a ter a seguinte redao no futuro:

    III - o irmo de qualquer condio menor de 21 (vinte e um) anos ou invlido ou que tenha deficincia intelectual ou mental ou deficincia grave, nos termos do regulamento.

    Nota-se que foi retirada a emancipao como causa de antecipao da maioridade previdenciria (vigncia em 18/6/2015); foi retirada a exigncia de incapacidade civil do irmo com deficincia mensal ou intelectual, e excluda a necessidade de interdio judicial (vigncia em 18/6/2017); foi inserido como dependente o irmo com deficincia grave, nos termos do regulamento (vigncia em 180 dias, a contar de 18/6/2015).

    Tentou se fazer a mesma modificao com a classe I, mas houve veto presidencial s mencionadas alteraes na classe preferencial, que permanece com a sua redao anterior.

    2.1. Classe I (o cnjuge, a companheira, o companheiro e o filho no emancipado, de qualquer condio, menor de 21 (vinte e um) anos ou invlido ou que tenha deficincia intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente)

    Importante:

    Alis, o artigo 77, 2, inciso III e IV, da Lei 8.213/91, com redao dada pela Lei 12.470/11, claro ao afirmar que a parte individual da penso extingue-se para o pensionista invlido pela cessao da invalidez e para o pensionista

  • com deficincia intelectual ou mental ou deficincia grave, pelo afastamento da deficincia, nos termos do regulamento..

    Importante:

    At o advento da Medida Provisria 1.523, de 11.10.1996, convertida na Lei 9.528/97, o menor sob guarda tambm era considerado dependente, tendo sido excludo desse rol em razo do elevado nmero de avs que colocavam os seus netos sob guarda apenas para instituir eventual penso por morte previdenciria.

    Muito ainda se discute sobre a prevalncia do Estatuto da Criana e do Adolescente sobre a legislao previdenciria, pois o seu artigo 33, 3, prev que a guarda confere criana ou adolescente a condio de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdencirios.

    Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

    Aps divergncia interna, o STJ referendou a excluso do menor sob guarda da lista dos dependentes do RGPS: Penso por morte. Regime Geral de Previdncia Social. Menor sob guarda. Incidncia da lei previdenciria vigente ao tempo do bito do instituidor do benefcio. Inaplicabilidade do Estatuto da Criana e do Adolescente. Precedentes da Terceira Seo. Embargos de divergncia conhecidos e recebidos (3 Seo, EREsp 801.214, de 28.05.2008). Aps certa divergncia, a Corte Especial do STJ EXCLUIU O MENOR SOB GUARDA no rol de equiparados a filho no julgamento do AgRg na SLS 1988, de 4/3/2015: II - Hiptese em que a deciso cujos efeitos foram aqui suspensos discrepa da jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia "no sentido de ser indevida penso por morte a menor sob guarda se o bito do segurado tiver ocorrido sob a vigncia da MP n 1.523/96, posteriormente convertida na Lei n 9.528/97" (AgRg nos EDcl no REsp n. 1.104.494/RS, Relator o Ministro Nefi Cordeiro, DJ de 16/12/2014). III - Efeito multiplicador reconhecido, tendo em conta a probabilidade de que a deciso impugnada estimule o ajuizamento de novas aes com o mesmo objeto, e leso economia pblica demonstrada pela irrepetibilidade dos proventos eventualmente pagos, considerando a natureza alimentcia do benefcio de penso por morte.

    2.3. Classe III (irmo , de qualquer condio, menor de 21 anos ou invlido ou que tenha deficincia intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente)

    Nesta terceira e ltima classe se encontra o irmo , de qualquer condio, menor de 21 (vinte e um) anos ou invlido ou que tenha deficincia intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente. Para receber o benefcio, curial que inexistam dependentes nas classes superiores, assim como se demonstre a concreta dependncia econmica. Este inciso III do artigo 16, da Lei 8.213/91, sofreu mais de uma modificao com o advento da Lei 13.135/2015, mas nem todas entraram em vigor no dia da sua publicao operada em 18/6/2015 (art. 6, da Lei 13.135), que passar a ter a seguinte redao no futuro:

  • III - o irmo de qualquer condio menor de 21 (vinte e um) anos ou invlido ou que tenha deficincia intelectual ou mental ou deficincia grave, nos termos do regulamento.

    Nota-se que foi retirada a emancipao como causa de antecipao da maioridade previdenciria (vigncia em 18/6/2015); foi retirada a exigncia de incapacidade civil do irmo com deficincia mensal ou intelectual, e excluda a necessidade de interdio judicial (vigncia em 18/6/2017); foi inserido como dependente o irmo com deficincia grave, nos termos do regulamento (vigncia em 180 dias, a contar de 18/6/2015).

    Logo, necessrio analisar o carter temporal das modificaes, aplicando a norma no momento do bito do segurado (penso por morte) ou de sua priso (auxlio-recluso), a saber:

    At 17 de junho de 2015

    o irmo no emancipado, de qualquer condio, menor de 21 (vinte e um) anos ou invlido ou que tenha deficincia intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente

    A partir de 18 de junho de 2015 at 180 dias aps esta data

    o irmo, de qualquer condio, menor de 21 (vinte e um) anos ou invlido ou que tenha deficincia intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente

    A partir de 180 dias a contar de 18 de junho de 2015

    o irmo, de qualquer condio, menor de 21 (vinte e um) anos ou invlido ou que tenha deficincia intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, ou com deficincia grave, nos termos do regulamento

    A partir de 18 de junho de 2017

    o irmo de qualquer condio menor de 21 (vinte e um) anos ou invlido ou que tenha deficincia intelectual ou mental ou deficincia grave, nos termos do regulamento

    3. TEMPO DE SERVIO E DE CONTRIBUIO, CONTAGEM RECPROCA E INDENIZAO AO INSS

    Por fora da Lei 13.135/2015, conforme ser visto no prximo Captulo, em regra, a penso por morte vitalcia ou temporria para ser deferida ao cnjuge, companheiro ou companheira pressupe o recolhimento de 18 contribuies mensais. Acaso inexistam 18 contribuies mensais vertidas pelo falecido segurado, a penso por morte ser paga por apenas 4 meses.

    Importante:

    Nesse sentido, de acordo com o novel artigo 77, 5, da Lei 8.213/91, inserido pela Lei 13.135/2015, o tempo de contribuio a Regime Prprio de Previdncia Social (RPPS) ser considerado na contagem das 18 (dezoito) contribuies mensais.

  • 5. CARNCIA

    Para os segurados que possuem presuno de recolhimento da contribuio previdenciria no se h de falar de recolhimento em atraso, devendo a carncia ser computada a contar do ms da filiao, independentemente do recolhimento, a saber: empregado, empregado domstico, trabalhador avulso e contribuinte individual que presta servios empresa.

    A insero do empregado domstico neste rol se deu apenas por fora da Lei Complementar 150/2015, que modificou o artigo 27, da Lei 8.213/91.

    J o contribuinte individual que trabalha por conta prpria e o segurado facultativo, por serem os responsveis tributrios pelo recolhimento da sua contribuio no possuem presuno de recolhimento, de modo que o perodo de carncia ser contado apenas da data de efetivo pagamento da primeira contribuio sem atraso, no sendo consideradas para este fim as contribuies recolhidas com atraso referentes a competncias anteriores.

    No entanto, certo que o artigo 27, II, da Lei 8.213/91 possui uma redao dbia, ao estatuir que para cmputo do perodo de carncia, sero consideradas as contribuies realizadas a contar da data do efetivo pagamento da primeira contribuio sem atraso, no sendo consideradas para este fim as contribuies recolhidas com atraso referentes a competncias anteriores, no caso dos segurados contribuinte individual, especial (que recolhe sobre o salrio de contribuio) e facultativo.

    Assim, surgiu uma corrente doutrinria e jurisprudencial no sentido de que o recolhimento das contribuies atrasadas antes da inscrio no se prestam para fins de carncia, mas, por outro lado, se forem contribuies recolhidas em atraso aps a inscrio e a primeira paga em dia, estas so consideradas para integralizao do perodo de carncia, sendo necessrio no ter havido a perda da qualidade de segurado.

    Nesse sentido, em interpretao do artigo 27, da Lei 8.213/91, a TNU vem entendendo que a partir da 1 contribuio paga sem atraso, s demais podero ser pagas com atraso para fins de carncia.

    Qual o entendimento da TNU sobre o assunto?

    EMENTA PREVIDENCIRIO. CARNCIA. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. RECOLHIMENTO COM ATRASO DAS CONTRIBUIES POSTERIORES PRIMEIRA. AUSNCIA DE PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO. POSSIBILIDADE DE CMPUTO DAS CONTRIBUIES ATRASADAS. 1. Devem ser consideradas, para efeito de carncia quanto obteno do benefcio de auxlio-doena, as contribuies previdencirias recolhidas com atraso, desde que posteriores primeira paga sem atraso. 2. A possibilidade do cmputo, para efeito de carncia, dessas contribuies recolhidas em atraso decorre diretamente da interpretao do disposto no art. 27, II, da Lei n 8.213/91. Importa, para que esse pagamento seja considerado, que no haja perda da qualidade de segurado. Precedente do STJ (REsp

  • 642243/PR, Rel. Ministro Nilson Naves, Sexta Turma, julgado em 21/03/2006, DJ 05/06/2006 p. 324). Incidente 200772500000920, de 21.11.2008.

    No entanto, a prpria TNU entende que as contribuies atrasadas aps a primeira paga em dia somente se prestam para fins de carncia se ainda recolhidas dentro do perodo de graa, vez que se na data do recolhimento j tiver se dado a perda da qualidade de segurado sero imprestveis para fins de carncia.

    Qual o entendimento da TNU sobre o assunto?

    As contribuies previdencirias recolhidas com atraso devem ser consideradas para efeito de carncia desde que posteriores primeira paga sem atraso e que o atraso no importe nova perda da condio de segurado (PEDILEF n. 200670950114708 PR, Rel. Juiz Fed. lio Wanderley de Siqueira Filho, DJ 14 abr. 2008).- Hiptese na qual o recorrente alega que o acrdo da Turma Recursal de origem, mantendo a sentena de procedncia do pedido de aposentadoria por idade, divergiria da jurisprudncia dominante da TNU, segundo a qual possvel o recolhimento de contribuies em atraso, desde que haja a manuteno da qualidade de segurado.- A TNU j firmou o entendimento quanto possibilidade de cmputo das contribuies previdencirias recolhidas a posteriori pelo contribuinte individual para efeitos de carncia, se no houver perda da qualidade de segurado. No caso, o acrdo recorrido afirmou expressamente no haver mais obrigatoriedade do requisito qualidade de segurado, de forma que, pagas as contribuies, mesmo a destempo, seria possvel o seu cmputo para fins de carncia e, consequentemente, para obteno da aposentadoria por idade, o que diverge da jurisprudncia desta TNU. Como a recorrida no mais detinha a qualidade de segurada quando do pagamento das contribuies em atraso, referentes s competncias de janeiro de 2002 at setembro de 2009, uma vez que passou mais de quatro anos sem contribuir, e tendo pago todo o perodo a partir do dia que completou a idade exigida para a concesso da aposentadoria por idade, tais contribuies recolhidas em atraso, aps perda da qualidade de segurado, no podem ser computadas como carncia, mas apenas como tempo de contribuio.- Incidente de Uniformizao conhecido e provido para reformar a sentena e o acrdo impugnados, julgando improcedente o pedido da autora (PEDILEF 50389377420124047000, de 08/03/2013).

    Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

    1. da data do efetivo pagamento da primeira contribuio sem atraso que se

    inicia a contagem do perodo de carncia quando se tratar de contribuinte

    individual. 2. As contribuies previdencirias recolhidas em atraso, em

    perodo anterior ao primeiro pagamento sem atraso, no podem ser

    consideradas para o cmputo do perodo de carncia, nos termos do art.

    27, II, da Lei n. 8.213/1991. Precedentes. 3.Recurso especial (STJ, 2 Turma,

    REsp 1376961, de 28/05/2013).

  • Importante:

    Depende de carncia a concesso dos seguintes benefcios previdencirios:

    I. 10 contribuies mensais - salrio-maternidade, para as seguradas contribuinte individual, especial e facultativa;

    II. 12 contribuies mensais - auxlio-doena e aposentadoria por invalidez (em regra);

    III. 180 contribuies mensais - aposentadoria por idade, tempo de contribuio e especial.

    A Medida Provisria 664/2014 chegou a inserir, como regra geral, carncia de 24 recolhimentos mensais para a penso por morte e o auxlio-recluso, mas a lei de converso (13.135/2015) restaurou a redao anterior, dispensando a carncia para os benefcios dos dependentes. Importante:

    Independe de carncia a concesso das seguintes prestaes:

    I- penso por morte, auxlio-recluso, salrio-famlia e auxlio-acidente;

    II - salrio-maternidade, para as seguradas empregada, empregada domstica e trabalhadora avulsa;

    III - auxlio-doena e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa, doena profissional ou do trabalho, bem como nas hipteses de doenas ou afeces graves especificadas em lista elaborada pelos Ministrios da Sade e da Previdncia Social, atualizada a cada 3 (trs) anos, de acordo com os critrios de estigma, deformao, mutilao, deficincia ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que meream tratamento particularizado;

    IV servio social e reabilitao profissional;

    Importante:

    Com a Lei 13.135/2015, a penso por morte e o auxlio-recluso voltaram a ter o perodo de carncia sempre dispensado.

    No entanto, com a Lei 13.135/2015, o artigo 151 da Lei 8.213/91 foi restaurado, passando a inserir uma nova doena grave para dispensar a carncia dos benefcios por incapacidade, qual seja, a esclerose mltipla:

    Art. 151. At que seja elaborada a lista de doenas mencionada no inciso II do art. 26, independe de carncia a concesso de auxlio-doena e de aposentadoria por invalidez ao segurado que, aps filiar-se ao RGPS, for acometido das seguintes doenas: tuberculose ativa, hansenase, alienao mental, esclerose mltipla, hepatopatia grave, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversvel e incapacitante, cardiopatia grave, doena de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avanado da doena de Paget (ostete deformante), sndrome da deficincia

  • imunolgica adquirida (aids) ou contaminao por radiao, com base em concluso da medicina especializada.

    7. SALRIO DE BENEFCIO E CADASTRO NACIONAL DE INFORMAES SOCIAIS

    Ademais, indiretamente, o fator previdencirio tambm poder ter infludo na renda da penso por morte, se o segurado instituidor estivesse aposentado por tempo de contribuio ou por idade, pois o valor da penso ser de cem por cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento

    8. RENDA MENSAL INICIAL DOS BENEFCIOS PREVIDENCIRIOS

    A penso por morte tambm calculada com o manejo do salrio de benefcio, mas indiretamente, pois ela equivaler a cem por cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento.

  • CAPTULO 9 BENEFCIOS E SERVIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDNCIA SOCIAL

    2. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

    De acordo com o artigo 151, da Lei 8.213/91, com redao dada pela Lei

    13.135/2015, at que seja elaborada a lista de doenas mencionada no inciso II do art. 26, independe de carncia a concesso de auxlio-doena e de aposentadoria por invalidez ao segurado que, aps filiar-se ao RGPS, for acometido das seguintes doenas: tuberculose ativa, hansenase, alienao mental, esclerose mltipla, hepatopatia grave, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversvel e incapacitante, cardiopatia grave, doena de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avanado da doena de Paget (ostete deformante), sndrome da deficincia imunolgica adquirida (aids) ou contaminao por radiao, com base em concluso da medicina especializada, tendo a novidade sido a insero de esclerose mltipla.

    Importante:

    Apenas no caso do segurado empregado a regra ser diferente, tendo em vista a obrigao legal da empresa de pagar ao segurado o seu salrio durante os 15 primeiros dias do afastamento. A MP 664/2014 chegou a alterar a obrigao da empresa de pagamento do salrio para 30 dias, mas a Lei 13.135/2015 restaurou os 15 dias.

    Logo, para o segurado empregado, a data de incio do benefcio no ser a data da incapacidade, e sim o 16 dia seguinte. Excepcionalmente, se entre a data da incapacidade e a data de entrada do requerimento se passar mais de 30 dias, a data de incio do benefcio tambm ser a data de entrada do requerimento na Previdncia Social.

    Importante:

    O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistncia permanente de outra pessoa ser acrescido de 25% (auxlio-acompanhante), se assim comprovado em percia mdica do INSS.

    Qual o entendimento da TNU sobre o assunto?

    Embora a Lei 8.213/91 apenas preveja o acrscimo de 25% para a

    aposentadoria por invalidez, no caso de o aposentado necessitar

    constantemente da assistncia de terceira pessoa, a TNU estendeu o auxlio-

    acompanhante para a aposentadoria por idade no julgamento do processo

    0501066-93.2014.4.05.8502, de 22 de maro de 2015.

    QUADRO SINTTICO - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

    Cabimento: segurado incapaz e insusceptvel de reabilitao para o exerccio de atividade que lhe garanta a subsistncia.

  • Beneficirios: todos os segurados.

    Carncia: 12 contribuies mensais (segurado especial 12 meses de atividade rurcola ou pesqueira em regime de economia familiar para a subsistncia), salvo acidente de qualquer natureza, doena profissional ou do trabalho e doenas graves listadas em ato regulamentar.

    Valor: 100% do salrio de benefcio.

    Outras informaes:

    A) no definitiva, salvo para os maiores de 60 anos de idade, se no voltarem a exercer atividade laboral;

    B) possvel um acrscimo de 25%, inclusive extrapolando o teto, se o segurado necessitar de assistncia permanente de outra pessoa;

    C) o segurado obrigado a se submeter a exames mdicos peridicos (a cada 02 anos), salvo se maior de 60 anos de idade e reabilitao profissional, mas no a cirurgia e transfuso de sangue;

    D) ser devida desde a incapacidade (salvo empregado), se requerida at 30 dias. Se aps, a data de incio ser a data do requerimento; no caso do segurado empregado, o empregador deve arcar com os salrios por quinze dias antes da concesso da aposentadoria.

    4. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIO

    Importante:

    Coube Medida Provisria 676, publicada em 18 de junho de 2015, instituir

    a regra alternativa 85(mulher)/95 (homem) para tornar facultativo o fator

    previdencirio nesta aposentadoria. O segurado que preencher o requisito para

    a aposentadoria por tempo de contribuio poder optar pela no incidncia do

    fator previdencirio, no clculo de sua aposentadoria, quando o total resultante

    da soma de sua idade e de seu tempo de contribuio, includas as fraes, na

    data de requerimento da aposentadoria, for: I - igual ou superior a noventa e

    cinco pontos, se homem, observando o tempo mnimo de contribuio de trinta

    e cinco anos; ou II - igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher,

    observando o tempo mnimo de contribuio de trinta anos. No entanto, as

    somas de idade e de tempo de contribuio mencionadas sero majoradas em

    um ponto em: 1 de janeiro de 2017; 1 de janeiro de 2019; 1 de janeiro de

    2020; 1 de janeiro de 2021 e V - 1 de janeiro de 2022.

    Logo, sem revogar a regra ordinria da aposentadoria por tempo de

    contribuio sem idade mnima e com aplicao compulsria do fator

    previdencirio, foi criada regra de transio progressiva para a concesso de

    aposentadoria por tempo de contribuio com aplicao facultativa do fator

    previdencirio, observado o tempo mnimo de contribuio (30 anos mulher e

    35 anos homem), desde que a soma com a idade do segurado atinja a:

  • - At 31/12/201685(MULHER)/95(HOMEM)

    - - De 01/01/2017 at 31/12/2018 86/96-

    - De 01/01/2019 at 31/12/2019 87/97

    - - De 01/01/2020 at 31/12/2020 - 88/98

    - De 01/01/2021 at 31/12/2021 89/99

    - - De 01/01/2022 em diante 90/100.

    Como exemplo, suponha-se que um segurado homem que em 2015 ou 2016

    conte com 37 anos de tempo de contribuio e idade de 58 anos (37 + 58=95).

    Neste caso ele preencher esta regra e poder se aposentar sem o fator

    previdencirio (no se aplicar o fator quando for para reduzir a renda, mas

    apenas para majorar).

    Suponha-se que uma mulher em 2020 tenha 30 anos de tempo de

    contribuio e 58 anos de idade (30 + 58=88). Ela preencher a regra aludida.

    No caso do professor exclusivo do ensino bsico, que possui reduo em cinco anos no tempo de contribuio, adotou-se regra mais favorvel. Sero acrescidos cinco pontos soma da idade com o tempo de contribuio do professor e da professora que comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exerccio de magistrio na educao infantil e no ensino fundamental e mdio.

    6. AUXLIO-DOENA

    Importante:

    Trata-se de benefcio no programado devido ao segurado que ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos. O segurado em gozo de auxlio-doena, insusceptvel de recuperao para sua atividade habitual, se possvel, dever submeter-se a processo de reabilitao profissional para o exerccio de outra atividade, exceto o tratamento cirrgico e a transfuso de sangue, que so facultativos.

    Com o advento da Medida Provisria 664, de 30 de dezembro de 2014, algumas regras do auxlio-doena foram alteradas, mas as modificaes foram retiradas da Lei 13.135/2015, retornando-se ao texto anterior.

    Por tudo isto, cr-se que possvel a concesso do auxlio-doena em duas hipteses:

    A) Incapacidade temporria parcial ou total para o trabalho habitual por mais de 15 dias consecutivos, sendo plenamente possvel a recuperao do segurado para desenvolver a mesma atividade;

    B) Incapacidade permanente parcial ou total do segurado para o trabalho habitual por mais de 15 dias consecutivos, no sendo possvel a recuperao do segurado para continuar desenvolvendo o trabalho habitual, mas plenamente vivel a reabilitao profissional para outra atividade que lhe garanta a subsistncia.

  • Na primeira hiptese, considere-se que um segurado do RGPS tenha contrado a gripe H1N1, ficando impossibilitado de exercer o seu trabalho habitual por 30 dias. Neste caso, plenamente possvel a sua recuperao clnica, no sendo cabvel a reabilitao profisional.

    No segundo caso, enquadra-se a situao de um estivador que apresenta problema em sua coluna, no sendo possvel a sua recuperao para o trabalho habitual, que exige o levantamento de muito peso.

    Logo, trata-se de incapacidade permanente para o trabalho habitual, devendo o segurado receber o auxlio-doena e ser encaminhado ao servio de reabilitao profissional, caso seja possvel desenvolver outra atividade laborativa que lhe garanta a subsistncia, respeitadas as suas limitaes clnicas.

    Importante:

    De efeito, a incapacidade laborativa por at 15 dias no ensejar o pagamento do auxlio-doena, pois se cuida de risco social no coberto pelo Plano de Benefcios do RGPS, em observncia ao Princpio da Seletividade (art. 59, da Lei 8.213/91), restaurado pela Lei 13.135/2015.

    Apenas no caso do segurado empregado, durante os primeiros 15 dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doena, incumbir empresa pagar o seu salrio integral.

    Contudo, se concedido novo benefcio decorrente da mesma doena dentro de 60 dias contados da cessao do benefcio anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento relativo aos quinze primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefcio anterior e descontando-se os dias trabalhados, se for o caso.

    Se o segurado empregado, por motivo de doena, afastar-se do trabalho durante 15 dias, retornando atividade no dcimo sexto dia, e se dela voltar a se afastar dentro de 60 dias desse retorno, em decorrncia da mesma doena, far jus ao auxlio-doena a partir da data do novo afastamento.

    Qual o entendimento do STJ sobre o assunto?

    Tendo em conta que nesses 15 dias o empregado no trabalhou, o STJ vem entendendo que a quantia paga pela empresa tem natureza indenizatria, e no remuneratria, no se realizando a hiptese de incidncia das contribuies previdencirias respectivas (AGREsp 1.107.898, de 09.03.2010).

    Importante:

    O auxlio-doena um benefcio previsto para todos os segurados, tendo a renda mensal inicial de 91% do salrio de benefcio, no podendo ser inferior a um salrio mnimo, pois visa substituir a remunerao do beneficirio. Em regra, o auxlio-doena pressupe a realizao de carncia de 12 contribuies mensais, que ser excepcionalmente dispensada nas hipteses de invalidez decorrente de acidente de qualquer natureza, doena profissional, do trabalho ou das molstias graves listadas em ato regulamentar. No entanto, a Lei 13.135/2015 instituiu um novo teto para o valor do auxlio-doena, ao inserir o 10 no artigo 29 da Lei 8.213/91, que determina que o auxlio-doena no poder exceder a mdia aritmtica simples dos ltimos doze salrios-de-contribuio, inclusive no

  • caso de remunerao varivel, ou, se no alcanado o nmero de doze, a mdia aritmtica simples dos salrios-de-contribuio existentes.

    Importante:

    Apenas no caso do segurado empregado a regra ser diferente, tendo em vista a obrigao legal da empresa de pagar ao segurado o seu salrio durante os 15 primeiros dias do afastamento. Logo, para o segurado empregado, a data de incio do benefcio no ser a data da incapacidade, e sim o 16 dia seguinte. Excepcionalmente, se entre a data da incapacidade e a data de entrada do requerimento se passar mais de 30 dias, a data de incio do benefcio ser a data de entrada do requerimento na Previdncia Social.

    O segurado empregado em gozo de auxlio-doena ser considerado pela empresa como licenciado, nos termos do artigo 476, da CLT. O mesmo entendimento foi estendido ao empregado domstico por fora da LC 150/2015.

    Importante:

    A Lei 13.135/2015 abriu a porta para a terceirizao da percia mdica do INSS, at ento privativa para os peritos-mdicos previdencirios, servidores efetivos. Isso porque Nos casos de impossibilidade de realizao de percia mdica pelo rgo ou setor prprio competente, assim como de efetiva incapacidade fsica ou tcnica de implementao das atividades e de atendimento adequado clientela da previdncia social, o INSS poder, sem nus para os segurados, celebrar, nos termos do regulamento, convnios, termos de execuo descentralizada, termos de fomento ou de colaborao, contratos no onerosos ou acordos de cooperao tcnica para realizao de percia mdica, por delegao ou simples cooperao tcnica, sob sua coordenao e superviso, com rgos e entidades pblicos ou que integrem o Sistema nico de Sade (SUS).

    QUADRO SINTTICO AUXLIO-DOENA

    Cabimento: segurado que ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.

    Beneficirios: todos os segurados.

    Carncia: 12 contribuies mensais (segurado especial 12 meses de atividade rurcola ou pesqueira em regime de economia familiar para a subsistncia), salvo acidente de qualquer natureza, doena profissional ou do trabalho e doenas graves constantes de ato regulamentar.

    Valor: 91% do salrio de benefcio.

    Outras informaes:

    A) O auxlio-doena ser considerado como acidentrio, independentemente da expedio da CAT Comunicao de Acidente de Trabalho, quando ocorrer o nexo epidemiolgico entre o trabalho e o evento, gerando uma presuno relativa, podendo ser impugnada pela empresa ou pelo empregador domstico (artigo 21-A, da Lei 8.213/91). Isso influenciar na fixao do FAP Fator Acidentrio de

  • Preveno para majorar a contribuio SAT Seguro de Acidente do Trabalho (art. 202-A, do RPS).

    B) No ser devido auxlio-doena ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdncia Social j portador da doena ou da leso invocada como causa para o benefcio, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progresso ou agravamento dessa doena ou leso.

    C) Para o empregado, a empresa dever arcar com os primeiros 15 (quinze) dias de incapacidade (o STJ entende que no incidir contribuio previdenciria patronal nesse perodo AGRESP 1039260, de 04.12.2008); para os demais, em regra, o benefcio ser devido desde a incapacidade, se requerido em at 30 dias.

    7. SALRIO-FAMLIA

    Importante:

    No sero todos os segurados que faro jus ao salrio-famlia, mas apenas o empregado , o trabalhador avulso, o aposentado por invalidez ou por idade e os demais aposentados com 65 anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou com 60 anos ou mais, se do feminino. Por fora da Lei Complementar 150/2015, o empregado domstico passou a ter direito ao salrio-famlia, regulamentando a Emenda Constitucional 72/2013.

    Como esse assunto foi cobrado em concurso?

    No concurso do CESPE para Procurador do Estado do Cear em 2007, foi considerado correto o seguinte enunciado: Considere que Teresa, segurada da previdncia social na qualidade de empregada domstica, receba um salrio mnimo mensal de seus empregadores. Nessa situao, apesar de ter dois filhos menores de 14 anos, Teresa no tem o direito de receber salrio-famlia. Aps a LC 150, a questo passou a ser falsa. Outrossim, no concurso para Juiz do Trabalho da 9 Regio em 2009, foi considerado correto o seguinte enunciado: O aposentado por invalidez ou por idade e os demais aposentados com 65 anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou 60 anos ou mais, se do feminino, tero direito ao salrio-famlia, pago juntamente com a aposentadoria.

    Contudo, a despeito da obscuridade do artigo 65, da Lei 8.213/91, foroso concluir que apenas os aposentados na condio de empregados, empregados domsticos (LC 150/2015) e trabalhadores avulsos recebem o salrio- famlia, conforme se depreende da anlise dos artigos 359 e 360, da IN INSS 77/2015, que, inclusive, pago durante a percepo do auxlio-doena e do salrio-maternidade.

    Mas no basta ser segurado empregado, empregado domstico, trabalhador avulso ou aposentado (observada espcie de aposentadoria ou idade mnima) e ter filhos ou equiparados menores de 14 anos ou invlidos de qualquer idade para a percepo do salrio-famlia.

    Por fora da LC 150/2015, as cotas do salrio-famlia sero pagas pelo empregador domstico, mensalmente, junto com o salrio, efetivando-se a compensao quando do recolhimento das contribuies, conforme dispuser o Regulamento.

  • A data de incio do benefcio ser a data da apresentao da certido de nascimento Previdncia Social, empregador domstico, empresa ou sindicato.

    Importante:

    O pagamento do benefcio ser condicionado apresentao anual de atestado de vacinao obrigatria, no caso de crianas de at 06 anos de idade, e de comprovao semestral de frequncia escola do filho ou equiparado, a partir dos 07 anos de idade, sob pena de suspenso, at que a documentao seja apresentada. No entanto, no caso do empregado domstico a LC 150/2015 apenas exige a apresentao da certido de nascimento ao seu empregador, no devendo ser exigidos os aludidos atestados.

    QUADRO SINTTICO SALRIO-FAMLIA

    Cabimento: determinados segurados que tenham filhos/equiparados menores de 14 anos ou invlidos, condicionado apresentao do atestado anual de vacinao (at 06 anos de idade) ou semestral de frequncia escolar (maiores de 07 anos).

    Beneficirios: ser devido apenas aos segurados baixa renda , especificamente ao segurado empregado , empregado domstico, ao avulso, ao aposentado por invalidez, ao aposentado por idade e aos demais aposentados com idade mnima de 65 anos (homem) ou 60 anos (mulher).

    Carncia: no h.

    Valor: ser pago em duas cotas fixas atualizadas anualmente, de acordo com a renda do segurado, por filho menor de 14 anos ou invlido.

    Outras informaes:

    A) possvel a percepo de dois salrios-famlia por um filho, desde que ambos os pais sejam responsveis pelo infante.

    B) No caso de separao, divrcio ou abandono, o segurado no receber o benefcio se no ficar com a guarda.

    C) A DIB Data de Incio do Benefcio ser a data da apresentao da certido de nascimento (art. 84, RPS).

    9. AUXLIO-ACIDENTE

    Importante:

    Por fora do artigo 18, 1, da Lei 8.213/91, apenas tero direito percepo do auxlio-acidente o segurado empregado , o trabalhador avulso e o segurado especial. Por fora da LC 150/2015, o empregado domstico passou a ter direito ao auxlio-acidente.

    Importante:

    Trata-se de benefcio que independe de carncia, tendo renda mensal inicial fixada em 50% do salrio de benefcio pela Lei 9.032/95, podendo ter valor

  • inferior a um salrio mnimo, pois no objetiva substituir a remunerao do empregado, empregado domstico, trabalhador avulso ou segurado especial.

    comum que os alunos confundam o auxlio-acidente com o auxlio-doena. No entanto, existem diversas diferenas entre os citados benefcios, sendo as principais apontadas no quadro abaixo:

    AUXLIO-ACIDENTE AUXLIO-DOENA

    - indenizatrio - Substitui o salrio de contribuio ou a remunerao do segurado

    - recebido junto com a remunerao pelo labor do segurado (no exige afastamento do trabalho)

    - Exige incapacidade laboral para o trabalho habitual por mais de 15 dias seguidos (afastamento do trabalho)

    - de 50% do salrio de benefcio - de 91% do salrio de benefcio

    - Pode ser inferior a um salrio mnimo

    - No pode ser inferior a um salrio mnimo, salvo no caso de atividades concomitantes

    - Dispensa sempre a carncia - Exige, em regra, carncia de 12 contribuies mensais

    - Apenas devido ao empregado, empregado domstico, trabalhador avulso e segurado especial (benefcio restrito)

    - devido a todos os segurados (benefcio irrestrito)

    QUADRO SINTTICO AUXLIO-ACIDENTE

    Cabimento: ser devido, como indenizao, ao segurado quando, aps consolidao das leses decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem reduo da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia ou impossibilidade de desempenho da atividade que exercia a poca do acidente, porm permita o desempenho de outra, aps processo de reabilitao profissional.

    Beneficirios: apenas o segurado empregado, empregado domstico (LC150/2015), o trabalhador avulso e o segurado especial (art. 18, 1, da Lei 8.213/91).

    Carncia: no h.

    Valor: 50% do salrio de benefcio.

    Outras informaes:

    A) o nico benefcio previdencirio exclusivamente indenizatrio.

    B) O auxlio-acidente ser devido a partir do dia seguinte ao da cessao do auxlio-doena, independentemente de qualquer remunerao ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulao com qualquer aposentadoria.

    C) A perda da audio, em qualquer grau, somente proporcionar a concesso do auxlio-acidente, quando, alm do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doena, resultar, comprovadamente, na reduo ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

  • D) O STJ entende que no imprescindvel que a molstia seja irreversvel para a concesso deste benefcio (REsp 1.112.866, de 25.11.09).

    10. PENSO POR MORTE

    Importante:

    Todos os segurados podero instituir penso por morte se deixarem dependentes, sendo que o benefcio independe sempre de carncia. Frise-se que a MP 664/2014 chegou a inserir carncia de 24 recolhimentos mensais, mas a Lei 13.135/2015 restabeleceu a dispensa de carncia para a penso por morte (art. 26, I, da Lei 8.213/91).

    J na classe II figuram os pais, ao passo que na classe III esto os irmos do segurado.

    No entanto, houve mais de uma modificao na classe III com o advento da Lei 13.135/2015, mas nem todas entraram em vigor no dia da sua publicao operada em 18/6/2015 (art. 6, da Lei 13.135/15), que passar a ter a seguinte redao no futuro:

    III - o irmo de qualquer condio menor de 21 (vinte e um) anos ou invlido ou que tenha deficincia intelectual ou mental ou deficincia grave, nos termos do regulamento.

    Nota-se que foi retirada a emancipao como causa de antecipao da maioridade previdenciria (vigncia em 18/6/2015); foi retirada a exigncia de incapacidade civil do irmo com deficincia mensal ou intelectual, e excluda a necessidade de interdio judicial (vigncia em 18/6/2017); foi inserido como dependente o irmo com deficincia grave, nos termos do regulamento (vigncia em 180 dias, a contar de 18/6/2015).

    Tentou se fazer a mesma modificao com a classe I, mas houve veto presidencial s mencionadas alteraes na classe preferencial, que permanece com a sua redao anterior, o que gerou uma incongruncia entre o filho e o irmo do segurado.

    Caso haja mais de um dependente dentro da mesma classe, haver o rateio em partes iguais da penso por morte e, na medida em que cesse a dependncia de algum, os remanescentes iro acrescendo proporcionalmente as suas cotas. Importante:

    De acordo com o antigo 4, do artigo 77, da Lei 8.213/91, a parte individual da penso do dependente com deficincia intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, que exera atividade remunerada, ser reduzida em 30% (trinta por cento), devendo ser integralmente restabelecida em face da extino da relao de trabalho ou da atividade empreendedora. No entanto, este pargrafo foi revogado pela Lei 13.135/2015, deixando de existir juridicamente.

  • No caso de penso por morte paga a mais de um dependente, cada cota poder ser inferior a um salrio mnimo, mas o benefcio, no valor total, ser de um salrio mnimo ao menos, pois substitui o salrio de contribuio.

    Importante:

    A penso por morte ser paga no mesmo valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento (100% do salrio de benefcio), inexistindo carncia. A MP 664/2014 chegou a reduzi-la, mas a Lei 13.135/2015 restabeleceu a redao do artigo 75, da Lei 8.213/91, voltando a penso por morte a ser integral.

    De acordo com o artigo 77, 2, da Lei 8.213/91, modificado pela Lei 13.135/2015, a penso por morte cessar:

    I - pela morte do pensionista;

    II - para filho, pessoa a ele equiparada ou irmo, de ambos os sexos, ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for invlido ou com deficincia;

    III - para filho ou irmo invlido, pela cessao da invalidez;

    IV - para filho ou irmo que tenha deficincia intelectual ou mental ou deficincia grave, pelo afastamento da deficincia, nos termos do regulamento (este inciso vigorar em 18/6/2017).

    Importante:

    Aps a publicao da Medida Provisria 664/2014, convertida na Lei 13.135/2015, a penso por morte no Regime Geral de Previdncia Social para cnjuges, companheiros e companheiras passou a ser temporria ou vitalcia, a depender da idade do pensionista no dia do bito do segurado.

    Anteriormente, para os citados dependentes, a penso por morte era vitalcia, vedada a acumulao de mais de uma penso deixada por cnjuge ou companheiro, ressalvada a opo pela mais vantajosa.

    A Lei 13.135/2015 em muito modificou a MP 664/2014, tendo as novas regras entrado em vigor em 18 de junho de 2015. As alteraes sobre o prazo para percepo da penso por morte alcanaram os cnjuges, companheiros e companheiras, e no os demais dependentes, nada mudando para o filho, os pais e os irmos.

    Importante:

    Em regra, se o bito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuies mensais ou se o casamento ou a unio estvel tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do bito do segurado, a penso por morte ser paga por apenas 4 (quatro) meses ao cnjuge, companheiro ou companheira, salvo se o bito do segurado decorrer de acidente de qualquer natureza ou de doena profissional ou do trabalho.

    http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L8213cons.htm#art772iv
  • Logo, se o segurado morreu com apenas 5 contribuies vertidas ou com menos de 2 anos de casamento ou unio estvel, a penso por morte durar por apenas 4 meses, a no ser que a morte decorra de acidente de qualquer natureza ou de doena profissional ou do trabalho, hiptese na qual sero aplicados os prazos a seguir vistos.

    A Lei 13.135/2015 admitiu expressamente que o tempo de contribuio a Regime Prprio de Previdncia Social (RPPS) ser considerado na contagem das 18 (dezoito) contribuies mensais, acaso o segurado no possua 18 recolhimentos no Regime Geral de Previdncia Social.

    Por sua vez, transcorridos os seguintes perodos, estabelecidos de acordo com a idade do beneficirio na data de bito do segurado, se o bito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuies mensais e pelo menos 2 (dois) anos aps o incio do casamento ou da unio estvel, ou se ento o bito do segurado decorrer de acidente de qualquer natureza ou de doena profissional ou do trabalho, a penso ter a seguinte durao, sendo vitalcia apenas se o pensionista tiver 44 anos de idade no dia da morte:

    1) 3 (trs) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade;

    2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade;

    3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade;

    4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade;

    5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e trs) anos de idade;

    6) vitalcia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.

    Importante:

    No entanto, h uma regra especial para o pensionista invlido ou com deficincia cnjuge ou companheiro(a), pois neste caso a penso por morte apenas ser cancelada pela cessao da invalidez ou pelo afastamento da deficincia. Se no houver recuperao do pensionista, portanto, ser vitalcia, mesmo que o segurado no tenha vertido 18 (dezoito) contribuies mensais ou se o casamento ou a unio estvel tiverem menos de 2 (dois) anos antes do bito do segurado. Caso o pensionista invlido ou deficiente se recupere, sero respeitados, ao menos, os prazos anteriores apresentados.

    Vale frisar que a partir de junho de 2018 existe a possibilidade de mudanas nas faixas da penso temporria e vitalcia, por ato do Ministro da Previdncia Social, desde que haja o incremento mnimo de um ano inteiro na mdia nacional nica, para ambos os sexos, correspondente expectativa de sobrevida da populao brasileira ao nascer, limitado o acrscimo na comparao com as idades anteriores ao referido incremento.

  • Notem, queridos alunos, que o assunto ficou bem mais complexo do que antes e que o texto do artigo 77, da Lei 8.213/91 no ajuda muito, pois bastante confuso. Por tudo isto, vamos sintetizar as novas regras na tabela abaixo:

    Regra 1

    - Se o bito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuies mensais ou se o casamento ou a unio estvel tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do bito do segurado, a penso por morte ser paga por apenas 4 (quatro) meses (regra geral).

    Regra 2

    - Se o bito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuies mensais e pelo menos 2 (dois) anos aps o incio do casamento ou da unio estvel, a penso ter a seguinte durao, sendo vitalcia apenas se o pensionista tiver 44 anos de idade no dia da morte: 1) 3 (trs) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e trs) anos de idade; 6) vitalcia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade (regra geral).

    Regra 3

    Se o bito decorrer de acidente de qualquer natureza ou de doena profissional ou do trabalho, mesmo que no haja 2 anos de casamento ou unio estvel ou no tenham sido recolhidas 18 (dezoito) contribuies mensais pelo segurado at o dia da morte, a penso ter a seguinte durao, sendo vitalcia apenas se o pensionista tiver 44 anos de idade no dia da morte: 1) 3 (trs) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e trs) anos de idade; 6) vitalcia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. Logo, neste caso especial, a penso no durar apenas 4 meses (regra especial).

    Regra 4

    Para o pensionista invlido ou com deficincia, a penso por morte apenas ser cancelada pela cessao da invalidez ou pelo afastamento da deficincia. Se no houver recuperao do pensionista, portanto, ser vitalcia, mesmo que o segurado no tenha vertido 18 (dezoito) contribuies mensais ou se o casamento ou a unio estvel tiverem menos de 2 (dois) anos antes do

  • bito do segurado. Caso o pensionista invlido ou deficiente se recupere, sero respeitados, ao menos, os prazos anteriores apresentados (regra especial).

    Importante:

    sabido que no Brasil existem simulaes e fraudes envolvendo casamentos e unies estveis apenas com o objetivo de instituir a penso por morte. Por fora da Lei 13.135/2015, perde o direito penso por morte o cnjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simulao ou fraude no casamento ou na unio estvel, ou a formalizao desses com o fim exclusivo de constituir benefcio previdencirio, apuradas em processo judicial no qual ser assegurado o direito ao contraditrio e ampla defesa.

    Importante:

    Posteriormente, aduziu a Lei 13.135/2015 que perde o direito penso por morte, aps o trnsito em julgado, o condenado pela prtica de crime de que tenha dolosamente resultado a morte do segurado.

    QUADRO SINTTICO PENSO POR MORTE

    Cabimento: bito do segurado da Previdncia Social que deixar dependentes.

    Beneficirios: os dependentes, observada a ordem preferencial das classes do artigo 16, da Lei 8.213/91, ressaltando que a classe I tem presuno de dependncia econmica (o cnjuge; a companheira; o companheiro; o filho no emancipado, de qualquer condio, menor de 21 anos ou invlido ou com deficincia intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; o parceiro homoafetivo; o ex-cnjuge ou ex-companheiro que percebe alimentos).

    Carncia: dispensada.

    Valor: o mesmo da aposentadoria percebida pelo instituidor ou da que teria direito se aposentado por invalidez (100% do salrio de benefcio).

    Outras informaes:

    A) A condio de dependente ser aferida no momento do bito, e no posteriormente.

    B) Ser devida desde o falecimento ou do requerimento, se postulada aps 30 dias; no caso de morte presumida, aps a deciso judicial.

    C) Havendo mais de um dependente da mesma classe, ser divida em partes iguais, excludos os da classe inferior.

    D) Com a morte, a cessao da invalidez, a emancipao ou a maioridade, a cota da penso ser revertida para o outro dependente, no se transmitindo para os dependentes de classe inferior.

  • E) De acordo com o artigo 114, II, do RPS, a emancipao por colao de grau em curso superior antes dos 21 anos no faz cessar a penso por morte.

    F) Smula 340, STJ: A lei aplicvel concesso de penso previdenciria por morte aquela vigente na data do bito do segurado.

    G) Smula 336, STJ: A mulher que renunciou aos alimentos na separao judicial tem direito penso previdenciria por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econmica superveniente.

    H) Smula 416, STJ- devida a penso por morte aos dependentes do segurado que, apesar de ter perdido essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a obteno de aposentadoria at a data do seu bito.

    11. AUXLIO-RECLUSO

    Importante:

    O auxlio-recluso dispensa sempre a carncia, a teo