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Audiência, sentença e coisa julgada.

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Audiência, sentença e coisa julgada.

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Audiência.

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Noções gerais.

• Princípio da oralidade.• Ato processual em que o juiz convoca as

partes a comparecerem à sede do juízo, com a finalidade de, nela, serem praticados atos processuais relevantes para o desenvolvimento procedimental.

• Tipos:1. Conciliação (art. 331).2. Instrução e julgamento (444).

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Regras gerais:

1) Será, preferencialmente, pública, salvo os casos previstos no art. 155 (art. 444).

2) O juiz exercerá durante a audiência o poder de polícia (445), devendo praticar os atos necessários para manter a ordem na audiência;

3) O juiz dirigirá os trabalhos em audiência (446).

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Regras gerais.• Art. 444. ...• Art. 155. ... • Art. 445. ...• Art. 446. ...• Parágrafo único. ...

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Da audiência de conciliação (art. 331 c/c 447).

• Presta-se para tentativa de conciliar as partes. • Frustrada a conciliação, na forma do artigo 331, o juiz

fixará os pontos controvertidos e determinará que as partes especifiquem provas.

• Realizado o acordo, esse será lavrado em termo (448), que terá força de sentença (449), isto é, um título executivo (585).

• Pergunta: a sentença homologatória é de mérito ou não??

• Intimação das partes: através dos advogados. Conseqüências do não comparecimento: para as partes; para os advogados (242, par. 1º).

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Da audiência de conciliação (art. 331 c/c 447).

• Art. 447. ....• Parágrafo único. ...• Art. 448. ...• Art. 449. ...

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Da audiência de instrução (art. 450/457)

• Presta-se para a colheita da prova oral. • No dia e hora designados, as partes e seus advogados

serão apregoados. • A designação da audiência deve ser publicada (450).• Somente no caso de depoimento pessoal, as partes são

intimadas pessoalmente. As partes não precisam comparecer, salvo se forem prestar depoimento pessoal.

• Pode ser adiada, por convenção das partes (453, I).• Poderá ser adiada, ainda, por justo motivo (453, II). Isso

deve ocorrer antes do início da audiência (453, parágrafo 1º).

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Da audiência de instrução (art. 450/457)

• Se o advogado não comparecer e, posteriormente, provar o impedimento, o juiz deverá anular a audiência realizada. Sendo ausente o advogado, de maneira injustificada, dispensa-se as suas testemunhas (453, parágrafo 2º).

• Na produção das provas, seguirá a ordem do art. 452: 1º) esclarecimento dos peritos; 2º) depoimentos pessoais; 3º) testemunhas.

• Conseqüências da inversão da ordem: “Além de não ser peremptória a ordem estabelecida no art. 452 do CPC, há a parte de evidenciar o prejuízo que lhe adviria com a inversão ocorrida.” (STJ, RSTJ 79/238).

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Da audiência de instrução (art. 450/457)

• O juiz que encerra a instrução deve julgar a causa – art. 132. Não deverá o juiz encerrar a audiência enquanto existirem provas para produzir, como um precatória ainda não cumprida.

• Encerrada a instrução, parte-se para os debates orais (454), que podem ser substituídos por memoriais.

• A audiência, preferencialmente, é una (455). Isso quer dizer que quando falta uma testemunha, a audiência é interrompida (portanto, não há uma nova audiência, mas uma continuação da outra). Audiência suspensa (interrompida, prorrogada) não é possível apresentar o rol de testemunhas. Audiência adiada, é possível apresentar o rol.

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Da audiência de instrução (art. 450/457)

• Art. 450. ...• Art. 451. ...• Art. 452. ...• Art. 453. ...• § 1o ...• § 2o ...• § 3o ...

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Da audiência de instrução (art. 450/457)

• “O acúmulo de veículos, dificultando o trânsito, em decorrência de antecedentes chuvas, não é motivo que justifique o não comparecimento à audiência, tratando-se o congestionamento de evento previsível.” (STJ, RSTJ 85/194).

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Da audiência de instrução (art. 450/457)

• Art. 454. ...• § 1o ...• § 2o ...• § 3o ...• Art. 455. …• Art. 456. …• Art. 457. …• § 1o ...• § 2o ...• § 3o ...

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Sentença

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Outras leituras sugeridas: • OLIVEIRA. Carlos Alberto Alvaro. Eficácia e Coisa Julgada.

Rio de Janeiro: Forense, 2006.• CRUZ E TUCCI, José Rogério. Limites subjetivos da eficácia

da sentença e da coisa julgada civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.

• LOPES, João Batista. Ação Declaratória. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.

• NOJIRI, Sérgio. O Dever de Fundamentar as Decisões Judiciais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.

• TESHEINER, José Maria. Pressupostos Processuais e Nulidades no Processo Civil. São Paulo: Saraiva, 2000.

• WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Nulidades do Processo e da Sentença. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.

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Atos judiciais (art. 162).• Despachos e atos ordinatórios;• Decisões interlocutórias• Sentenças.• Acórdãos.

• § 1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos artigos 267 e 269 desta Lei. (nova redação do parágrafo primeiro do artigo 162 – Lei n. 11232/05)

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Sentença. Conceito.

• Sentença: termo do latim sententia – significa declarar o que sente.

• Ato judicial que coloca fim ao procedimento de primeiro grau de jurisdição.

• Traço marcante que a diferencia das outras decisões: seu conteúdo deve ser um dos incisos dos artigos 267 ou 269.

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Sentença. Classificação:

• Terminativas – põem fim ao processo, sem lhe resolverem o mérito (art. 267);

• Definitivas – decidem o mérito da causa (art. 269). Cumpre a função criadora do direito

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Sentenças terminativas:• Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito : I

- quando o juiz indeferir a petição inicial; Il - quando ficar parado durante mais de 1 ano por negligência das partes; III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 dias; IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada; Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual; Vll - pela convenção de arbitragem; Vlll - quando o autor desistir da ação; IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal; X - quando ocorrer confusão entre autor e réu; XI - nos demais casos prescritos neste Código.

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Sentenças definitivas:

• Art. 269. Haverá resolução de mérito: I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor; II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido; III - quando as partes transigirem; IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.

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Sentença. Conteúdo (art. 458):

• Relatório;• Fundamentação (art. 131, c/c inciso IX do

art. 93, CF); e• Dispositivo.

• Ausência de um dos dois primeiros elementos gera nulidade; a ausência do dispositivo gera inexistência.

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Sentença. Conteúdo da fundamentação:

• Enfrentamento de todos os argumentos ou teses desenvolvidas na lide: “Importante o enfrentamento explícito de todas as questões trazidas pelos sujeitos do processo, ademais, porque o julgador não fica vinculado à fundamentação jurídica trazida pelas partes ao longo da fase postulatória.” (MARCATO).

• “É nula a sentença não fundamentada, sendo tida como tal a que é omissa a respeito de ponto relevante da defesa.” (STJ, 2ª T., REsp 13471/MG, rel. Min. Pádua Ribeiro, DJ 26.4.93, p. 7187, vu).

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Sentença. Dispositivo:

• Princípio da congruência: os pedidos do autor (ou do réu, no caso de reconvenção) fixam os limites da lide e da atividade jurisdicional (art. 128), motivo pelo qual deve haver correlação entre as pretensões e o conteúdo da sentença, sob pena de nulidade:

1. Extra petita;2. Ultra petita; e3. Infra petita.

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Verificação de artigos:• Art. 458. ...• Art. 459. ...• Parágrafo único. ....• Art. 460. ...• Parágrafo único. ... 

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Artigo 285-A• LEI Nº 11.277, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2006.• Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for

unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada.

• § 1o Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação.

• § 2o Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para responder ao recurso."

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Correção e integração da sentença:

• Ao publicar a sentença de mérito, o juiz acaba o ofício jurisdicional (art. 463), podendo modificá-la apenas (nova redação pela lei 11232/05):

1. Quando houver inexatidões materiais e erros de cálculo (I) – não significa rejulgamento da causa, mas apenas correção de evidentes equívocos;

2. Quando provocado por embargos declaratórios.

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Setenças no caso de tutela específica

(artigos 461 e 461-A) e declaração de

vontade (art. 466-A).

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Tutela específica:

• Exigência de maior coincidência possível entre o resultado da tutela jurisdicional pedida e o cumprimento da obrigação caso não houvesse ocorrido lesão de direito na plano material.

• Artigo 461: obrigação de fazer e não fazer.• Artigo 461-A: obrigação de entregar coisa.

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Tutela mandamental:• Com a nova redação dos artigos, a sentença

passou a ser auto-executável. • Dispensa-se a execução de sentenças

fundamentadas nos artigos 461 e 461-A. Sobrevive, apenas, a execução de título extrajudicial.

• Mandamental é a sentença que visa extrair do devedor o cumprimento voluntário (não espontâneo) da obrigação.

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Impossibilidade do cumprimento da tutela específica na obrigação de fazer e não fazer:

• § 1º, art. 461. ... • § 2º, art. 461. ... • Medidas para efetivação (par. 5º):• De ofício ou a requerimento, poderá o juiz

determinar medidas necessárias para a efetivação da tutela específica:

• § 5º. , art. 461. ... • § 6º, art. 461. ... • TUTELA ANTECIPADA: Parágrafos terceiro e

quarto, do artigo 461, combinados com o artigo 273.

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Obrigações de fazer ou não fazer:

• Fungíveis: Podem ser prestadas por terceiros. Primam pelo resultado e não pelo modo.

• Infungíveis: Personalíssimas. No inadimplemento, convertem em perdas e danos.

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Obrigações de entrega de coisa (parágrafo primeiro, art. 461-A):

• Certa: bem previamente definido e determinado.

• Incerta: bem determinado pelo gênero e quantidade. Se a escolha couber ao credor, este individualizará na inicial; se couber ao devedor, este deverá individualizá-la no prazo em que o juiz assinar para que a obrigação seja cumprida.

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Inexecução (parágrafo primeiro):

• Conversão em perdas e danos se o autor requerer, ou se impossível a tutela específica (mesmo que não haja requerimento expresso do autor).

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Parágrafos do art. 461-A• § 1o Tratando-se de entrega de coisa determinada

pelo gênero e quantidade, o credor a individualizará na petição inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao devedor escolher, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.

• § 2o Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do credor mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel.

• § 3o Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1o a 6o do art. 461.

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Sentença no caso de declaração de vontade.

• Acréscimo dos artigos 466-A, B e C, pela Lei 11232, de 23.12.2005

• Para casos em que o devedor é condenado na obrigação de emitir uma declaração de vontade (como, por exemplo, lavrar a escritura), a sentença irá substituir esta.

• Artigo 466-A. Condenado o devedor a emitir declaração de vontade, a sentença, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.

• Art. 466-B. …• Art. 466-C. …

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Coisa julgada.

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Outras leituras sugeridas:• CAMBI, Eduardo. Causa de Pedir, Prova e Coisa Julgada na Ação de

Investigação de Paternidade: Revista de Processo. Volume 122. Abril de 2005. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.

• NOJIRI, Sérgio. Crítica à Teoria da Relativização da Coisa Julgada: Revista de Processo. Volume 123. Maio de 2005. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.

• THEODORO JÚNIOR, Humberto e FARIA, Juliana Cordeiro. O Tormentoso Problema da Inconstitucionalidade da Sentença Passada em Julgado: Revista de Processo. Volume 127. Setembro de 2005. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.

• THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil: volume I. Rio de Janeiro: Forense, 2002.

• WAMBIER, Teresa Arruda Alvim e MEDINA, José Miguel Garcia. O Dogma da Coisa Julgada – Hipóteses de Relativização. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.

• REsp 554.402-RS – 1a T. – STJ – j. 21.09.2004 – Rel. Min. José Delgado – DJU 01.02.2005 – Disponível na Revista de Direito Privado n. 23, set. 2005 (Ed. Revista dos Tribunais).

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Coisa julgada (I).

• Res judicata: art. 467: eficácia que torna imutável e indispensável a sentença, não mais sujeita a recurso.

• Justificativa: estabilidade das relações jurídicas.

• Art. 467. ...• Art. 468. ...

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Coisa julgada (II). Pode ser:

• Formal: Preclusão máxima - caracterizada pelo encerramento da relação jurídica processual, com o esgotamento das possibilidades recursais.

• Material: além do encerramento da relação jurídica processual, caracteriza-se pela resolução do conflito (julgamento de mérito).

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Coisa julgada (III).• Barbosa Moreira: “Desde o trânsito em julgado, fica

a sentença definitiva revestida da autoridade da coisa julgada em sentido material. Quer isso dizer que a solução dada ao litígio pelo juiz se torna imune a contestações juridicamente relevantes, não apenas no âmbito daquele mesmo processo em que se proferiu a decisão, mas também fora dele, vinculando as partes e quaisquer juízes de eventuais processos subseqüentes.” (NOJIRI, Sérgio. Crítica à Teoria da Relativização da Coisa Julgada: Revista de Processo. Volume 123. Maio de 2005. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. p. 125).

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Não faz coisa julgada material:

• Sentença que não aborda o mérito.• Sentença que julga relação continuativa,

como na ação de alimentos.

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Limites subjetivos da coisa julgada (I).

• Quem é atingido pela imutabilidade da coisa julgada? • E os terceiros? 1. Terceiros absolutamente indiferentes: nada têm haver com

a decisão.2. Terceiros com interesse de fato: também não podem fazer

nada, porque não são atingidos efetivamente pela decisão, mas apenas em expectativas de fato. Ex.: A é credor de B por título ainda não vencido e B, antes do vencimento do título, perde seu imóvel para C, em uma ação reivindicatória – como sua dívida não está vencida, A não pode se insurgir sobre o bem que, eventualmente, poderia ser usado para o seu pagamento.

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Limites subjetivos da coisa julgada (II).

3. Terceiros juridicamente interessados: têm interesse igual ao das partes. Ex.: proprietário de imóvel que toma conhecimento que a propriedade de seu bem está sendo discutida entre outras pessoas, em ação reivindicatória; havendo coisa julgada entre estes, o proprietário do imóvel não é atingido e poderá discutir a propriedade do bem como o vencedor da outra demanda.

4. Terceiros com interesse jurídico inferior ou subordinado: são os terceiros titulares de relações jurídicas dependentes. Como têm interesses diferentes do interesse das partes no processo, não podem obter o mesmo bem discutido naquele processo, mas poderão ter, eventualmente, ação própria para a defesa dos seus interesses. Ex.: Credor hipotecário que vê o imóvel do seu devedor ser perdido para terceiro.

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Limites subjetivos da coisa julgada (III).

• Nos termos do 472, produz coisa julgada em relação a todos, as decisões em causas relativas ao estado da pessoa, se houverem sido citados no processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados. Divórcio.

• Art. 472. ...

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Limites objetivos da coisa julgada:

• Nem tudo faz coisa julgada. O dispositivo da sentença faz coisa julgada material. O que é imutável é a condenação do réu.

• Assim, todas as questões resolvidas pelo juiz, para chegar na decisão, não fazem coisa julgada, significando dizer que em outra ação poderão ser discutidas.

• Art. 469. Não fazem coisa julgada: a) os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; b) a verdade dos fatos estabelecida como fundamento da sentença; c) a apreciação da questão prejudicial decidida no processo

• Faz coisa julgada material, por outro lado, a resolução de questão prejudicial se a parte o requerer através de ação declaratória incidental.

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Exame OAB Nacional. 2009.1 – Segunda Fase – Direito Civil.

• Maria e seu filho, Joaquim, foram condenados, por sentença judicial transitada em julgado, a ressarcir os danos materiais e morais sofridos por José, de 25 anos de

idade, em razão da perda dos movimentos das pernas e dos pés (incapacidade permanente, no grau de 100%) provocada por acidente de trânsito ocorrido no ano de 1991. A condenação consistiu no pagamento de prestação alimentícia no valor

correspondente a três salários mínimos mensais até que José venha a completar 65 anos de idade.

• No ano de 2007, mãe e filho ingressaram com ação de exoneração do encargo com pedido sucessivo de revisão de prestação de alimentos, sob o exclusivo fundamento

de que José não teria mais necessidade do recebimento do aludido valor mensal, por estar recebendo remuneração por trabalhos desenvolvidos em uma empresa.

• Considerando a situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada, às seguintes perguntas.

• De acordo com os dispositivos legais aplicáveis à espécie e com a jurisprudência, somente a melhoria da situação econômica da vítima constitui elemento suficiente

para autorizar a redução da prestação estabelecida na sentença?• É possível a alteração da coisa julgada material quando a sentença de mérito prevê

obrigação consistente em prestação continuada?

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Ação declaratória incidental.

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Conceito.

• A declaratória incidental permite ampliar o objeto do litígio, de modo que o dispositivo da sentença, em virtude do pedido expresso da parte, passa a ser exposto em duas partes: a decisão da questão prejudicial e a decisão da questão colocada na ação primitiva, ambas resolvidas em caráter principal.

• Art. 325. ...• Art. 470. …

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Justificativa:

• Necessidade de criar coisa julgada sobre “questão prejudicial”, posto que se esta questão não for provocada na forma de declaratória incidental, a decisão judicial não irá produzir coisa julgada sobre o tema.

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O que é “questão prejudicial”?

• É a relação jurídica controvertida, logicamente antecedente, que subordina e condiciona a resolução da lide em andamento.

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Momento:

• O autor terá 10 dias para pedir após a contestação, posto que esta tornou a questão controvertida.

• O réu também pode? • Marcato: “Observa-se que o mecanismo

pode ser utilizado por ambas as partes.”

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Teste:São características da ação declaratória incidental:• (A) A mesma sentença que julga a ação principal

abrange a declaração incidente. Além disso, a açãodeclaratória possui independência procedimental,subsistindo para julgamento mesmo se a açãoprincipal for extinta.

• (B) A mesma sentença que julga a ação principalabrange a declaração incidente. Ademais, o objetoda ação declaratória incidental é, necessariamente,uma relação jurídica, e não um fato.

• (C) O objeto da ação declaratória incidental é, necessariamente,uma relação jurídica, e não um fato. Aação declaratória incidental poderá, entretanto,inovar quanto à matéria, não ficando adstrita àmatéria constante do processo principal.

• (D) A ação declaratória possui independência procedimental,subsistindo para julgamento mesmo se a açãoprincipal for extinta. Além disso, a ação declaratóriaincidental poderá inovar quanto à matéria, não ficandoadstrita à matéria constante do processo principal.

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Teste:• NÃO fazem coisa julgada material:• (A) as decisões proferidas nos processos cautelares,

ainda que versem sobre a prescrição ou a decadênciado direito ligado ao processo principal.

• (B) as decisões proferidas na jurisdição voluntária, e asproferidas nas relações continuativas, como, nosprocessos em que se discute a relação alimentícia.

• (C) as sentenças que extinguem o processo semjulgamento do mérito e aquelas que versam sobre oestado da pessoa.

• (D) as decisões proferidas nos processos cautelares,ainda que versem sobre a prescrição ou adecadência do direito ligado ao processo principal eas proferidas nas relações continuativas, como, nosprocessos em que se discute a relação alimentícia.

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Teste:• A coisa julgada pode estender-se à motivação

da sentença no caso de• (A) acolhimento das alegações de prescrição

ou decadência.• (B) ações que versem sobre direitos não

patrimoniais.• (C) propositura de ação declaratória

incidental.• (D) revelia.

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Relativização da coisa julgada

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Hipótese:

• A coisa julgada, como dogma constitucional de segurança jurídica, é absoluta?

• Esse princípio geral do direito, que proporciona estabilidade das relações jurídicas, prevalece quando estiver perpetuando uma decisão injusta?

• Em caso positivo, o que é uma decisão injusta?

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Coisa julgada e a CF.• A CF veda que a coisa julgada seja atingida por lei

nova. Trata-se do princípio da irretroatividade da lei. • A CF protege a coisa julgada da incidência de lei

nova: a lei não prejudicará a coisa julgada, o ato jurídico perfeito e o direito adquirido.

• A coisa julgada imutável não é dogma constitucional.

• Trata-se de regra infraconstitucional (CPC, art. 457).

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Favoráveis: Teresa Arruda Alvim Wambier e José Miguel Garcia Medina

• “Não se deve, portanto, superestimar a proteção constitucional à coisa julgada, tendo-se sempre presente que o texto protege a situação concreta da decisão transitada em julgado contra a possibilidade de incidência de nova lei. Não se trata de proteção ao instituto da coisa julgada, de molde a torná-la inatingível, mas de resguardo de situações em que se operou a coisa julgada, da aplicabilidade de lei superveniente.” (p. 171).

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Favoráveis: Humberto Theodoro Jr. e Juliana Cordeiro de Faria

• “A inferioridade hierárquica do princípio da intangibilidade da coisa julgada, que é uma noção processual e não constitucional, traz como consectário a idéia de sua submissão ao princípio da constitucionalidade. Isto nos permite a seguinte conclusão: a coisa julgada será intangível enquanto tal apenas quando conforme a Constituição. Se desconforme, estar-se-á diante do que a doutrina vem denominando coisa julgada inconstitucional.” (p. 22).

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Contrário: Luiz Guilherme Marinoni

• O problema da justiça da sentença não justifica a tese da relativização da coisa julgada, cujo relacionamento se dá, não com o princípio da justiça, mas com o princípio da segurança dos atos jurisdiconais.

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Contrário: Ovídio Batista da Silva

• “Pretender que a coisa julgada seja desconsidera quando a sentença seja injusta não é, seguramente, um ideal de modernidade (...).

• “Desnecessário seria sustentar que a injustiça da sentença nunca foi, a meu ver, jamais poderá ser fundamento para afastar o império da coisa julgada.”

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Contrário: Sérgio Nojiri• “A validade de uma norma, seja ela geral e abstrata

ou individual e concreta, nesses termos, não passa por um juízo de valor próprio das questões éticas ou morais, vale dizer, uma sentença não poder ser anulada, máxime se transitada em julgado, pelo fato de alguém, não legitimado, considerá-la injusta. (...) Com isso quero defender aqui a tese de que a única justiça que se pode aferir com alguma certeza e de confiança, válida para o sistema jurídico-normativo, é a de justiça formal, que é aquela que se extrai do complexo de regras do ordenamento”.

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Precedentes:

1. STJ, REsp 218.354/RS, rel. Min. José Delgado, RSTJ 129/146 (disponível na internet – www.stj.gov.br).

2. STJ, 4ª T. REsp 226436, rel. Min. Sálvio de Figueredo, DJU 04.02.2002, p. 370 (disponível na internet – www.stj.gov.br)

3. STJ, 1ª T., REsp 554.402-RS, j. 21.09.2004. Rel. Min. Delgado. DJU 01/02/2005.

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