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Degravação
Audiência Pública
Paranaguá
(Transcrição Ipsis Verbis)
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MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1
Antes de abrir os trabalhos, eu queria agradecer a APPA, na figura do seu 2
presidente, Dr. Luiz Henrique Dividino, pelo espaço, pela hospitalidade em 3
fornecer a estrutura para a gente realizar a audiência hoje. Feito esse registro, 4
passo, então, a leitura parcial do aviso de Audiência Pública número 7 – 5
ANTAQ, de 2 de outubro de 2013, publicado no Diário Oficial de 3 de outubro 6
de 2013, retificado em relação ao endereço, mudou de 15 de outubro de 2013. 7
O Diretor-Geral substituto Agência Nacional de Transportes Aquaviários - 8
ANTAQ, no uso de suas atribuições regimentais, tendo em vista o disposto no 9
art. 27, inciso IV e XV e art. 34-A, § 1º, ambos da Lei nº 10.233, de 5 de junho 10
de 2001, com as alterações promovidas pela Lei nº 12.815, de 5 de junho de 11
2013, considerando o que consta do processo nº 50300.002195/2013-49, em 12
complementação ao aviso de consulta e audiências públicas Nº 06/2013, 13
publicado no Diário Oficial de 2 de outubro de 2013, comunica: As audiências 14
públicas presenciais, referentes aos certames licitatórios para a exploração de 15
áreas e infraestruturas portuárias por meio de arrendamentos junto aos portos 16
organizados de São Sebastião, Salvador e Aratu e Paranaguá, serão 17
realizadas nos seguintes locais, datas e horários: hoje, dia 21 de outubro, aqui 18
em Paranaguá. Quinta-feira passada ocorreu em São Sebastião, no dia 17. E 19
na última sexta-feira, em Salvador, dia 18. Todas elas das 15 às 18 horas. Com 20
isso, declaro abertos os trabalhos e passo a apresentar a mesa. Meu nome é 21
Mário Povia, sou diretor interino da ANTAQ e fui designado pela diretoria da 22
Agência para presidir essa audiência presencial. Compõe a mesa, aqui comigo, 23
o meu colega de diretoria, o Dr. Fernando Fonseca; Dr. Joelson Miranda, 24
Secretário Geral da ANTAQ; Dr. Luis Eduardo, Procurador Federal, junto a 25
ANTAQ; o Secretário do Planejamento da Secretaria de Portos da Presidência 26
da República, Rogério Menescau; e nós temos a honra de ter aqui presente, o 27
Ministro da Secretaria de Portos da Presidência da República, Antonio 28
Henrique, a quem vou passar a palavra logo em seguida. A matéria colocada 29
para esta audiência presencial tem objetivo de fomentar a discussão e 30
esclarecer eventuais dúvidas sobre os certames licitatórios para exploração de 31
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áreas e infraestruturas portuárias por meio de arrendamento junto aos portos 32
organizados de São Sebastião, Salvador e Aratu e Paranaguá. Eu vou passar 33
antes a palavra para o Secretário-Geral da Agência, o Joelson, que vai explicar 34
as regras de funcionamento. Em seguida, passo a palavra para o 35
excelentíssimo senhor ministro da Secretaria de Portos. Joelson, por favor. 36
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 37
Boa tarde. A audiência pública iniciou-se no dia 2 de outubro de 2013, se 38
encerrará às 17 horas do dia 25, desse mesmo ano, nos termos do aviso de 39
audiência pública número 06/2013 da ANTAQ. Ainda nos termos do citado 40
aviso, todas as contribuições devem ser feitas por meio do nosso site: 41
www.antaq.gov.br. A mesa fará os esclarecimentos que se fizerem necessários 42
sobre o objeto dessa audiência, mas se reservará no direito de não discutir de 43
imediato as contribuições, o que será feito por escrito no sítio da ANTAQ, após 44
análise técnica e jurídica da Agência. Todos os presentes devem preencher e 45
assinar a lista de presença, disponibilizada na entrada deste teatro, o que lhe 46
dará o direito de obter o crachá e adentrar ao recinto. Os interessados em 47
manifestar-se oralmente, além de atender ao item anterior, deverão preencher 48
a ficha de pronunciamento, também disponível na entrada do recinto. A ordem 49
de pronunciamento obedecerá à ordem de credenciamento. No site, nós 50
orientamos que cada inscrito teria 2 minutos para se pronunciar, mas em 51
decorrência de uma liminar obtida na Justiça Federal, na 6ª vara da Justiça 52
Federal de Salvador, nos autos do processo 37460-93.2013.4.01.3300, a 53
excelentíssima juíza Dra. Camile Lima ordenou então que o período, o tempo 54
de pronunciamento se estendesse a 10 minutos e não mais 2 minutos. No 55
entanto, diante dos credenciamentos que nós já temos para o momento, seria 56
inviável manter, é inviável manter os 10 minutos, de forma que todos falem. No 57
entanto, não seremos nós que vamos descumprir uma determinação judicial, 58
nesse sentido, a nossa fala é para que vocês nos ajudem usufruindo menos 59
que esses 10 minutos permitidos, para que todos possam manifestar-se. 60
Continuando. As manifestações deverão se referir exclusivamente ao objeto 61
dessa audiência. Não serão registradas, nem consideradas, as manifestações 62
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referentes a outros temas. Caso omissos a essas regras, serão decididos pela 63
mesa. Aí eu lembro, como foi falado aqui no início, que a audiência está em 64
vigor até dia 25, então, não é o fato de eventualmente não der tempo de algum 65
pronunciamento aqui, isso não cerceará o direito dos senhores de estarem 66
contribuindo com os editais, com os contratos que estão disponíveis no nosso 67
site, no sentido de aperfeiçoá-los. Então, até o dia 25 o nosso site está aberto 68
para receber todas as contribuições. Com a palavra, Dr. Mário. 69
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ - DIRETOR INTERINO - 70
ANTAQ 71
Ministro, por favor. 72
ANTONIO HENRIQUE, MINISTRO DA SECRETARIA DE PORTOS DA 73
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 74
Boa tarde a todos, prefeito Edison Kersten, José Richa Filho, secretário de 75
infraestrutura do estado do Paraná, Luiz Dividino, superintendente da 76
administração do porto de Paranaguá e Antonina, colegas de mesa, Luis 77
Eduardo, Procurador-Geral da ANTAQ, Mário, diretor, Fernando, diretor, 78
Rogério Menescau, secretário da SEP. Eu peço perdão, mas estou tentando 79
sair de uma tremenda gripe e a voz hoje realmente não está ajudando, mas 80
gostaria de trazer aqui um curto recado. Alguns, senhoras e senhores, 81
estiveram presentes, há cerca de 15 dias, em uma reunião que envolveu, além 82
da minha pessoa, a ministra Gleisi, o ministro Luiz Inácio Adams, para uma 83
rodada de discussões sobre os estudos que foram feitos pela EBP para os 84
arrendamentos do porto de Paranaguá, onde já foram colocadas uma série de 85
questões. Eu encaro essa audiência pública, no processo de consulta pública 86
do bloco 2 dos arrendamentos, um passo importante e renovado, no sentido da 87
ampliação de um diálogo necessário para se chegar nas condições adequadas 88
para efetivar essa etapa do chamado plano de investimento e logística seção 89
portos, chamemos assim. Nós terminamos já todo o trabalho do bloco 1, que se 90
concentrou em Santos e nos portos do Pará, foram cerca de 3.000 91
contribuições formalmente submetidas, muitas das quais acabaram sendo 92
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contempladas na modelagem final, que foi enviada para o Tribunal de Contas 93
da União. No caso de Paranaguá, o Governo Federal tem uma preocupação 94
especial. Por quê? O estado do Paraná, a economia do estado do Paraná é 95
uma economia extremamente dinâmica, com setor serviços e uma indústria 96
florescente, mas indiscutivelmente uma agroindústria pujante, das mais 97
pujantes do país. Esse Estado tem importância nesse segmento fundamental e 98
temos plena consciência de como ele foi e é importante para o 99
desenvolvimento brasileiro, particularmente nas exportações brasileiras, mas 100
não só. Então, o governo federal tem uma preocupação especial nos enfoques 101
de logística para atender as necessidades do Paraná, tanto no ambiente de 102
rodovias, quanto no ambiente de planejamento e ferrovias, em especial o porto 103
de Paranaguá, que é o porto desse estado por excelência. Além de terminais 104
de uso privativo e do Porto de Antonina, que tem escala muito menor, o porto 105
de Paranaguá é o coração do sistema portuário desse estado. Então, temos, 106
posso dizer, um carinho todo especial ao debruçar sobre as propostas 107
colocadas não só pela EBP, mas como por todas as partes interessadas nesse 108
porto, para desenvolver as melhores soluções possíveis. Nesse aspecto, tanto 109
a presidenta estabeleceu, tanto para mim, quanto para a ministra Gleisi, 110
precisamos ir a fundo em todas as contribuições propostas, verificar a 111
sustentação técnica de cada uma, criticar o que nós temos desenvolvido, no 112
sentido de chegar na melhor adequação que possa atender as necessidades 113
desse porto e desse estado. Quando falamos na agroindústria desse estado, 114
temos perfeita percepção da importância do cooperativismo. O cooperativismo 115
foi o eixo, talvez, de desenvolvimento da grande agricultura desse estado, 116
reunindo produtores em ações cooperadas desde o final do século XIX, mas a 117
partir de 1.940 com maior intensidade, iniciando lá com as cooperativas de 118
mate e café, mas depois se desenvolvendo em diversas outras atividades, hoje 119
com destaque para soja, milho e trigo, entre outros princípios para gerar 120
proteína. E temos perfeita percepção da importância da atividade cooperada no 121
estado, por isso a presidenta determinou que prestemos especial atenção nas 122
soluções logísticas para atender os grandes empreendimentos agroindustriais 123
cooperados no estado do Paraná e no Brasil. O governo federal percebendo 124
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todas essas linhas e todas essas nuances já vem envidando esforços de 125
investimento, no Paraná, por exemplo, via o PAC 2. No PAC 2 são perto de 43 126
bilhões de reais que estão sendo projetados para aplicação no Paraná até 127
2014, desculpa, são 43 ao todo, com cerca de 32, até 2014, bilhões de reais de 128
todos os segmentos da infraestrutura, transporte, energia, saneamento, 129
moradia popular, entre outros. Na área portuária, mais imediatamente, sem 130
querer ficar listando muita coisa, a dragagem do porto de Paranaguá é um 131
empreendimento que está nessa linha. Desde a última sexta-feira eu venho 132
participando de audiências públicas, lamentavelmente não pude participar no 133
porto de São Sebastião, por conta do balanço do PAC, mas a minha 134
participação nessas audiências procura trazer simbolicamente a disposição do 135
governo federal no diálogo e na busca de soluções articuladas e convergentes 136
com as necessidades e as aspirações locais. A condução dessas audiências 137
geralmente ou formalmente é feita pela ANTAQ, mas fiz questão de me fazer 138
presente, tanto em Salvador, quando agora em Paranaguá, como nas 139
vindouras, exatamente para além de toda parte escrita e das contribuições 140
formais perceber a disposição local, perceber os sentimentos locais em relação 141
a uma proposta, não mais do que isso, que o Governo Federal coloca na mesa. 142
Essa proposta deve ser submetida ao mais profundo escrutínio, a mais 143
profunda discussão, a mais profunda crítica, exatamente no sentido de buscar 144
as soluções eficientes para cada um dos empreendimentos que estamos 145
pretendendo lançar aqui. Portanto o que a gente busca, principalmente no caso 146
dos portos delegados é uma convergência de interesses, uma construção de 147
consenso, de forma que a gente consiga as melhores soluções para os 148
diversos espaços. Nesse espírito, eu faço um apelo para que todos se utilizem 149
do máximo de tempo regimental, por favor, para suas contribuições a viva voz 150
e, por favor, registrem formalmente suas contribuições no processo de consulta 151
pública, nos formulários adequados, colocados no site da ANTAQ. Isso é 152
extremamente necessário para que esta avaliação, para que essas críticas 153
sejam aprofundadas, no sentido de que possamos chegar nas soluções 154
adequadas. Então, dependemos sim de vocês para escutar críticas, debates, 155
ideias novas, para que assim consigamos chegar no que é efetivamente 156
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necessário em termos de destravar a logística do país. Nosso plano de 157
investimento em logística, que abrange várias áreas, ele pretende, antes de 158
tudo, reduzir o que chamamos custo Brasil. Isso envolve obviamente uma série 159
de obras, envolve uma série de adequações de marcos regulatórios, necessita 160
adequações institucionais e esse é o esforço que tentamos trazer a cada 161
momento, seja nas iniciativas de rodovias, seja nas ferrovias, portos, 162
aeroportos, entre outros. Claro que tudo isso tem que ser pautado pelos 163
princípios da ação pública, impessoalidade, imparcialidade e legalidade, isso 164
sempre permeará todas as ações que forem tomadas pelos agentes públicos 165
nas diversas etapas dessa discussão. O que buscamos, no final das contas, 166
essa redução do custo Brasil, depende essencialmente de uma combinação de 167
aumento de eficiência e aumento de concorrência nas diversas etapas de 168
provimento do serviço de infraestrutura. O que procuramos inicialmente nos 169
trabalhos foi colocar alternativas com esse espírito, mais uma vez estamos 170
absolutamente abertos ao debate, a sugestões que venham enriquecer esse 171
debate, principalmente a luz desses princípios. Gostaria de terminar por aqui, 172
apelando para a participação de todos e que nós tenhamos um trabalho muito 173
bom. Muito obrigado. 174
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO - ANTAQ 175
Obrigado, ministro Antonio Henrique. Vou passar a palavra para o Dr. 176
Fernando Fonseca, que vai fazer a apresentação do objeto da nossa audiência 177
de hoje. Eu vou pedir para a mesa se desfazer temporariamente, só para dar 178
um acesso visual a apresentação. Obrigado. 179
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 180
Boa tarde a todos. Reforçando o que foi colocado pelo excelentíssimo ministro 181
de Estado, o objetivo realmente é agregar, enfim, principalmente ouvi-los, no 182
sentido de construir uma melhor solução. Então, antes de a gente partir para o 183
processo de audiência em si, eu gostaria de fazer uma rápida apresentação do 184
projeto para depois, na sequência, a gente ouvi-los. Bem, é importante 185
mencionar a todos qual é o plano de fundo desse projeto, quer dizer, além da 186
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gente equacionar uma série de arrendamentos com contratos vencidos e a 187
vencer com base na linha de corte em 2017, contratos esses de arrendamento, 188
a gente, em paralelo a isso a gente tomou por meta observar essas diretrizes 189
que foram estabelecidas pela Secretaria de Portos, que é o poder concedente 190
responsável pelo planejamento setorial do setor, planejamento setorial para a 191
área portuária. Então, ou seja, essas linhas, a gente perseguiu com base no 192
que está sendo proposto, ou seja, o planejamento sistêmico, algo que desde 193
quando foi implementado o marco regulatório anterior, a partir da lei 8.630, não 194
se via de forma muito contundente, consistente, não é? A política a longo 195
prazo, todas as medidas nesse sentido. A reorganização dos espaços 196
portuários, no sentido de otimizar essas áreas extremamente preciosas, 197
principalmente em função da exigüidade desses locais em muito dos portos 198
organizados, ou seja, a gente tem uma percepção muito clara de que muitas 199
dessas áreas precisariam necessariamente de uma ordenação, no sentido de 200
auferir na escala, consequentemente gerando mais eficiência e, em tese, 201
redução de custos para os usuários. Ou seja, também objetivando fomentar a 202
concorrência dentro do espírito de perseguir a qualidade do serviço prestado e 203
redução de custo. Em linhas gerais, no caso aqui de Paranaguá, não obstante 204
o arcabouço legal prevê outras formas de avaliação para fins de escolha do 205
licitante vencedor, no caso especificamente envolvendo aqui a autoridade 206
portuária do porto de Paranaguá, os critérios para escolha do licitante vencedor 207
vai recair, no caso, na maior capacidade de movimentação, principalmente 208
quando envolve terminais cuja cadeia é verticalizada ou quando o 209
arrendamento dentro da cadeia logística do empreendedor. E no caso da 210
menor tarifa, principalmente naqueles terminais que prestam serviço para 211
terceiros de forma difusa. Então, essa é a linha básica. Conforme foi dito 212
anteriormente na mesa, o primeiro bloco a gente, já está com um passo 213
bastante avançado, nós fizemos um processo de audiência pública, assim 214
como essa que está sendo feita aqui agora, colhemos uma série de subsídios, 215
muitos desses subsídios, sem dúvida alguma, fizeram com que norteasse 216
ajustes profundos em muitos dos arrendamentos, algo que a gente também 217
tem essa expectativa naquilo que couber, em decorrência dessa audiência que 218
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vamos tocar mais adiante. No momento, os projetos foram revisados, do bloco 219
1, se encontram sob análise para fim de chancela do Tribunal de Contas da 220
União, a partir do qual a gente vai ter condições de colocar efetivamente o 221
edital na rua. Então, o nosso passo, no caso do bloco 2, é exatamente esse 222
momento, ou seja, é ouvi-los, conforme o excelentíssimo senhor ministro 223
colocou de forma muito apropriada, a gente tem muita expectativa naquilo que 224
vai ser colocado como sugestão para aprimoramento, a partir daí, nós 225
pretendemos analisar juntamente com toda essa documentação formalizada, 226
que os senhores deverão fazer, via site da ANTAQ, para na sequência a gente 227
fazer os ajustes naquilo que couber, para sequencialmente encaminhar ao TCU 228
também, a semelhança do que foi feito em relação ao bloco 1. Os lotes de 229
licitação recebem um código, vocês vão ver mais a frente, quando for ser 230
mostrado cada um deles. É óbvio, mas é sempre bom realçar a transparência 231
perseguida para o processo, realmente é um processo muito transparente de 232
envolvimento de todos os atores, daí a prova aqui presente, ou seja, a gente 233
tem todo interesse realmente de fazer os melhores projetos. Então, nessa 234
ótica, a gente dividiu os lotes, conforme os senhores vêem mais a frente, em 235
princípio são 11 lotes. Só para conhecimento dos senhores, no primeiro bloco, 236
nós tínhamos iniciado com 10 lotes, salvo engano, para fins de proposta para 237
discussão com a comunidade, com os atores que interagem que estão 238
envolvidos com o setor, nós, no final das contas, fizemos a reavaliação e 239
chegamos a 17 lotes, que hoje se encontram sob avaliação da corte de Contas. 240
Os senhores podem ver que foram divididos por tipo de carga, natureza de 241
carga, para justamente perseguir a concorrência, a concorrência intra porto, no 242
intuito de buscar a qualidade dos serviços prestados e redução de custos. Os 243
documentos que se encontram disponíveis no site da Agência, em linhas gerais 244
são esses aí, ou seja, nós temos as condições gerais do edital, as específicas 245
do edital e para cada arrendamento tem duas condições gerais de contrato, 246
específicas do edital, ali está até um errozinho, e as diretrizes técnicas dos 247
parâmetros do arrendamento, considerados necessários para auxiliar os 248
senhores no sentido de propor e bidar mais a frente. Os estudos são 249
disponibilizados na página da Agência, mas as diretrizes técnicas são os 250
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elementos que a gente entendeu como importantes para auxiliá-los no estudo, 251
principalmente na apresentação posterior da proposta. As leis aplicáveis, da 252
licitação, obviamente, correspondem ao novo marco regulatório, através da lei 253
12.815/2013, regulamentada pelo decreto 8.033. E subsidiariamente outros 254
diplomas constantes do arcabouço legal, a exemplo da 12.460/11, que 255
estabelece o Regime Diferenciado de Contratação, que é uma inovação do 256
novo marco regulatório também. O processo licitatório, conforme os senhores 257
podem observar, vai ser leilão, inclusive aberto com esse viva voz, no 258
momento, a agência reguladora já se encontra em tratativas com a Bovespa, 259
no sentido de acertar o procedimento, a gente espera, se tudo correr bem, já 260
agora em dezembro colocar em licitação o primeiro bloco, na sequência o bloco 261
2. Os critérios de seleção, conforme eu falei anteriormente, no caso aqui de 262
Paranaguá se recai nessas duas formas, não obstante estarem previstos 263
outros formatos no arcabouço legal vigente, ou seja, no caso aqui de 264
Paranaguá o arrendamento vai ser julgado pela escolha da maior capacidade 265
de movimentação efetiva ou a menor tarifa de serviços por cesta de serviço 266
prestado. No edital, os senhores vão identificar as áreas, existem indicações da 267
metragem, localização, essas áreas certamente, no momento oportuno, vão ser 268
definidas precisamente dentro de edital estabelecido de forma muito clara a 269
salvaguarda no que diz respeito a essa questão que volta e meia é suscitada 270
como uma suposta impropriedade, não obstante, está muito bem claro como 271
isso vai ser tratado no edital, consequentemente para a tranquilidade dos 272
senhores. As regras de participação dos interessados estão aí estabelecidas, 273
ou seja, de forma isolada ou em consórcio, também tudo devidamente regrado 274
pormenorizadamente nos documentos que se encontram em consulta pública. 275
A questão da garantia de proposta também é 1% do valor estimado do 276
contrato, ou seja, em cima da receita projetada ao longo do período. Aqui é um 277
cronograma, só para situá-los de quais seriam os passos seguintes, 278
subsequentes ao leilão, ou seja, a partir da homologação da adjudicação o 279
empreendedor vai apresentar o seu PBI, Projeto Básico de Implantação, ou 280
seja, ele vai montá-lo, estabelecê-lo a partir de projeto conceitual, onde todo 281
empreendedor vai ter a liberdade, de acordo com a sua expertise, com seu 282
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conhecimento de mercado, a simetria de informação é essa aqui, realmente 283
fica muito mais fácil para aquele que vai tocar o negócio poder fazer os ajustes 284
e as adequações consideradas necessárias, mas principalmente observando 285
as premissas, os níveis de serviço e níveis de performances estabelecidas 286
minimamente. A partir disso, esse projeto básico vai ser submetido a 287
aprovação do poder concedente, no caso a SEP, que juntamente com a 288
ANTAQ, vai avaliá-lo, na sequência tem o termo de aceitação provisória de 289
permissão do uso dos ativos, que é justamente o momento em que o 290
empreendedor vai ter condições de receber todos aqueles ativos para fins de 291
exploração, mas antes disso também consta no edital, lhe será facultada uma 292
visita técnica, onde ele vai ter condições de avaliar aqueles ativos que 293
realmente continuarão disponibilizados para uma eventual utilização, caso o 294
empreendedor assim considere necessário. Com isso, após a sua escolha 295
como licitante vencedor, tem o processo de aceitação provisória e depois, na 296
sequência, um prazo de 60 dias, aí sim teria o termo de aceitação definitiva, 297
oportunidade que o empreendedor vencedor, com base na sua equipe técnica, 298
com base em toda uma estrutura própria, juntamente com a autoridade 299
portuária, vai fechar esse inventário desses bens para fins de chancela e, 300
consequentemente, início efetivo do processo de exploração do arrendamento. 301
Os contratos vão, nos contratos constarão esses agentes, no caso, nos termos 302
da nova lei, a 12.815/2013, o poder concedente que iria celebrar juntamente 303
com a SPE a ser constituída pelo licitante vencedor, naturalmente, obviamente 304
com a interveniência principalmente da autoridade portuária, até porque ela 305
que vai perceber a receita e consequentemente tem que fazer parte integrante 306
do processo obrigatoriamente. As obrigações prévias a celebração do contrato, 307
o caso da constituição de uma SPE específica para explorar o ativo arrendado, 308
a ser arrendado. A comprovação da qualidade, da pré-qualificação junto a 309
autoridade portuária como o operador portuário, ele próprio ou através de 310
terceiros. Também tem todo um regramento estabelecido de forma muito clara 311
nas minutas de contrato dos documentos jurídicos colocados em consulta 312
pública. Eu já falei sobre o PBI. Os contratos, em linhas gerais, vão ter essas 313
cláusulas básicas, a questão do objeto, que é definido, o arrendamento vai ser 314
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em concessão onerosa, o início do contrato também vai estar lá estabelecido, o 315
agrupamento de áreas, que foi uma das propostas, no sentido de ampliar e 316
ganhar ganhos de escala, perseguir o ganho de escala na medida do possível, 317
principalmente quando envolve investimentos pesados, e que é importante que 318
se coloque essas intervenções, os custos dessas intervenções na ponta do 319
futuro arrendamento. O valor do arrendamento são todas as cláusulas que 320
constam do contrato. Vou passar rapidamente para começarmos ao que 321
interessa que é ouvi-los. A complementação do valor, a rescisão também por 322
baixa de performance, isso é uma inovação também dentro do novo modelo, é 323
uma quebra de paradigma. A alocação de riscos é outra coisa também muito 324
importante que certamente vai dar uma tranquilidade muito grande aos 325
senhores que pretendem investir na área, ou seja, existem, essa matriz de 326
risco que foi um assunto amplamente discutido, exaustivamente analisada e 327
definida tanto pelo poder concedente, juntamente com a agência reguladora e 328
os consultores, justamente no sentido de minimizar e aumentar muito a 329
atratividade do negócio, chegando ao ponto, inclusive, conforme eu falei 330
anteriormente, de algumas quebras de paradigmas a exemplo do risco 331
envolvendo a disponibilidade e manutenção da profundidade de berço, que nós 332
temos conhecimento de vários contratos de arrendamento, esse é um dos 333
grandes problemas que geralmente vem envolvendo e impondo pleitos, o que 334
diz respeito a avaliação do equilíbrio econômico e financeiro, em face dessa 335
área cinzenta envolvendo essa questão. Nesses contratos novos que vão ser 336
licitados essa questão vai ficar devidamente esclarecida, de forma muito clara e 337
transparente. As hipóteses de reequilíbrio, nesse sentido a agência reguladora, 338
em paralelo, já está com uma norma de a reavaliação do equilíbrio-econômico 339
financeiro na rua, também com intuito de ouvi-los, de receber sugestões de 340
aprimoramento, já em consonância com o que está sendo proposto em relação 341
aos novos projetos. Os novos investimentos também, todo formato de como 342
tem que ser observada essa questão, principalmente quando envolve 343
reequilíbrio, enfim, gera um custo e receitas marginais. Os passivos ambientais 344
também, a forma como tem que ser tratada essa questão, as minutas de 345
contratos também envolvem e indicam como tem, como essa questão deve ser 346
13/119
tratada, esse prazo de 180 dias foi uma discussão muito intensa e pela 347
experiência em relação a outros projetos julgou-se que seria um prazo 348
razoável, principalmente a partir do pressuposto que essas licenças seriam 349
obtidas diretamente pelo empreendedor privado que, em tese, tem mais 350
agilidade e mais, principalmente mais celeridade, no sentido de alcançar o 351
intento. O projeto básico, rapidamente, são as principais premissas que 352
deverão constar dele, no que diz respeito a esses pontos, eu não vou me 353
delongar. Enfim, em linhas gerais essas são as principais característica e 354
pontos constantes das minutas de documentos que se encontram em consulta 355
pública, consulta pública essa que vence no próximo dia 25, prazo ao qual os 356
senhores necessariamente deverão apresentar as considerações, sugestões 357
que os senhores considerarem pertinente. Em relação aos portos de 358
Paranaguá, vou apresentar a proposta inicial por parte do poder 359
concedente/ANTAQ, para a gente, a partir daí, ampliar a discussão 360
internamente. No que diz respeito a graneis sólidos, estão sendo propostos, 361
esses arrendamentos, alguns deles envolvendo áreas cujo prazo de 362
arrendamento já se encontra vencido ou a vencer, ou seja, é uma imposição no 363
sentido de se restabelecer a regularidade dessa ocupação e, dentro desse 364
princípio, tentando da escala, buscou-se um adensamento daquilo que fosse 365
pertinente, até porque são arrendamentos que certamente vão envolver 366
investimentos pesados, inclusive construção de intervenções, obras, 367
acostagem, de modo que se consiga colocar a conta nesses arrendamentos. 368
São esses 3, ali no corredor de exportação, graneis sólidos, vegetais, tem um 369
na região oeste do porto de Paranaguá, também um arrendamento que envolve 370
uma parte que é um contrato vencido. Também vai envolver simultaneamente a 371
previsão, a incorporação de uma nova frente de atracação, pelos estudos que 372
foram, o resultado dos estudos indicaram de forma muito precisa, realmente o 373
grande gargalo no porto seria a questão de frente de atracação, então tentou-374
se a partir dessa modelagem se viabilizar isso, essas implantações, através 375
dos próprios empreendedores sem envolvimento de recursos públicos. Esse 376
aqui seria uma outra proposta, terminais para graneis sólidos, minerais, no 377
caso para fertilizantes, por exemplo, uma área próxima, enfrente a área da 378
14/119
administração portuária, hoje, se eu não me engano, ali são utilizados como 379
pátio do estacionamento para veículos, tem outro menor na retaguarda, tem 380
área de graneis líquidos, que também está sendo colocada uma proposta para 381
exploração da iniciativa privada, é uma área pública, parece que nesse caso 382
ainda tem problemas em relação a contratos extintos, vencidos, mas é mais 383
interessante e que envolve também o aumento de novas frentes da atracação 384
para atender essa demanda. Isso aqui seriam áreas para carga geral, especial 385
papel e celulose, existe um enorme potencial aqui na região para esse tipo de 386
operação. Área de cargas de alto valor agregado, ou seja, de container e 387
veículos, são essas duas propostas. Queremos ouvi-los, principalmente no que 388
diz respeito à proposta de terminal de container, é muito importante ouvir os 389
prós e os contras dessa iniciativa, assim como também em relação ao terminal 390
de veículos, a gente sabe que aqui no Paraná tem um parque de veículos 391
bastante significativo e que o escoadouro natural é Paranaguá. Enfim, esses 392
são os próximos passos, estamos hoje no dia 21, conforme foi colocado pelo 393
presidente da mesa, no dia 17 fizemos a audiência pública em São Sebastião, 394
dia 18, sexta-feira passada, na CODEBA, aqui, em outubro, dia 25 encerra a 395
consulta pública. A gente tem previsão de que mais ou menos daqui uns 15 ou 396
20 dias a gente está com tudo revisado, ajustado, em função do que veio a ser 397
colocado aqui, estudado exaustivamente, discutido. Pretendemos, em 398
novembro ainda, encaminhar para TCU, tudo revisado, para que se tudo correr 399
bem, a gente espera que isso ocorra, já publicando o edital, se não for em 400
dezembro, o mais tardar no início de janeiro. Esse é um cronograma 401
estabelecido pelo governo e que é importante tentar cumprir, até porque o 402
comércio exterior realmente demanda celeridade requerida para o caso. 403
Conforme, para finalizar, esse é o nosso site, estamos aguardando com 404
ansiedade a proposta de todos os colegas presentes, no sentido de aprimorar 405
os documentos. Obrigado. 406
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 407
Passo a palavra para o Secretário-Geral, Dr. Joelson, por favor. 408
15/119
409
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 410
Dando início, então, as falas, antes, porém, eu comunico que o credenciamento 411
para pronunciamento se encerrará às 16 horas. Eu chamo o senhor Níveo 412
Maluf, da Bunge Alimentos. O senhor pode permanecer no local que as 413
assistentes vão levar o microfone. 414
ORADORA NÃO IDENTIFICADA 415
A pessoa chamada levanta a mão e a gente leva o microfone, Sr. Níveo. 416
NIVEO MALUF, BUNGE ALIMENTOS 417
Boa tarde a todos. É um prazer estar aqui. Mário, ministro, Menescau, 418
Fernando, Pepe, Dividino. Eu vou tentar cooperar com o prazo. Eu tenho, na 419
verdade, 4 contribuições das 27 que eu tinha feito e eu vou começar de baixo 420
para cima, até talvez pela importância econômica. Está no item 813 das 421
diretrizes técnicas, como justificar o retorno em 50 anos se a garantia é de 25 422
anos. Então, fica a pergunta para uma resposta em sequência ou para 423
posterior resposta. Depois, no item 8.1, parâmetros de projetos. Quem será o 424
responsável pela licença ambiental do prolongamento do berço 201, se é o 425
arrendatário. Pronto, voltou. E agora tenho mais uma pergunta. No volume 426
apontado de 2.3 milhões de toneladas em 2017, se este volume é 427
exclusivamente de açúcar ou de graneis vegetais, porque no caso, quando nós 428
falamos do arrendamento há menções constantes sobre açúcar, se isso é uma 429
preferência, inclusive. No caso de graneis sólidos, eu ainda, o movimento maior 430
é o açúcar? Se o movimento maior do açúcar será item de escolha de 431
vencedor. Essas são as minhas contribuições. Obrigado. 432
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 433
Senhor Pablo Carollo, da ALG. 434
PABLO CORRALLO, ALG 435
16/119
Boa tarde. Eu sou o Pablo Corallo, da Consultora Infraestrutura ALG. Estamos 436
trabalhando com um grande grupo investidor europeu interessado no 437
investimento e exploração do novo terminal em (ininteligível) contendores. 438
Temos uma questão. Como vai funcionar, desde o ponto de vista operacional, 439
e construtivo, o berço já construído no terminal TCP, que fica dentro da área da 440
nova instalação? Muito obrigado. 441
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 442
A mesa. 443
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQRapidamente, se 444
eu entendi bem, o representante da Bunge, pelo o que eu entendi, a garantia 445
de proposta estaria focada em 50 anos, é isso? Um arrendamento de 25 anos, 446
isso está expresso? Se realmente estiver expresso, é objeto de ajuste, não tem 447
a menor dúvida. Em princípio, não tem sentido, você tem que partir do 448
pressuposto que no prazo original você tem que amortizar não só os 449
investimentos, como também a questão da garantia. A licença ambiental está 450
muito claro, realmente vai ser uma obrigação do empreendedor, a gente parte 451
do pressuposto que sendo o empreendedor, esse processo é mais ágil e, 452
consequentemente, produz efeitos mais rapidamente, tendo em vista a 453
experiência que a gente tem na área e que foi devidamente discutido com os 454
estudiosos, as áreas ambientais, tanto da agência reguladora como também do 455
poder concedente SEP. Me parece, isso aí, o terminal de carga geral, acho que 456
ele não fica limitado única e exclusivamente ao açúcar, não é Mário, me 457
parece, mas eu vou checar se realmente seria um terminal exclusivo de 458
movimentação de açúcar, me parece que isso é a sua dúvida, isso aqui está 459
anotado também. Com relação ao terminal de grãos, efetivamente, eu não 460
entendi a pergunta, se você pudesse ser (...). Qual é o questionamento com 461
relação aos grãos. 462
NIVEO MALUF, BUNGE ALIMENTOS 463
17/119
No caso, Fernando, o terminal é para graneis sólidos e menciona de maneira 464
muito forte a preferência por açúcar. Se é item decisivo de vencedor dentro de 465
arrendamento você movimentar uma quantidade maior de açúcar. 466
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 467
E o de grãos, que você falou? 468
NIVEO MALUF, BUNGE ALIMENTOS 469
Esta foi a última. 470
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 471
Bem realmente, eu teria que checar, vou ser sincero com você. Agora, sem 472
dúvida alguma esse tipo de terminal vai ser em cima da capacidade de 473
movimentação. Agora, no que diz respeito aos demais terminais, por exemplo, 474
de grãos no corredor de exportação, está muito claro que é a capacidade de 475
movimentação. Como ali tem um mix, açúcar, grãos, se os senhores me 476
permitem, eu realmente, está anotado aqui, a gente vai reavaliar, com certeza. 477
Isso aí, a contribuição é fundamental. Salvo engano, pelo o que eu entendi, em 478
relação ao berço do TCP, hoje a gente tem um berço que já foi construído 479
naquela direção. Esse berço me parece que a autorização dele foi vinculada a 480
uma utilização pública, ou seja, hoje independentemente de ampliação, 481
independentemente de um novo terminal, autorização concedida para 482
construção daquele berço, foi justamente para utilização para fins públicos. 483
Sem dúvida alguma, em função, caso esse berço venha a ser utilizado pelo 484
futuro arrendatário ou, eventualmente, caso se decida pela não licitação, enfim, 485
esse berço naturalmente terá uma preferência, se for o caso, caso seja 486
ampliado o terminal. Isso é uma questão que ainda está em aberto, mas hoje 487
ele tem uma utilização pública, consequentemente, assim tem que ser utilizado. 488
Eventualmente, eventualmente não, com certeza, até por razões óbvias, 489
lógicas, o atual operador tem preferência naquela utilização, por razões que 490
dispensam maiores comentários. Mas me parece que esse berço, inclusive, 491
hoje opera não só, opera, inclusive, me parece, toda movimentação de carros 492
18/119
está centralizada ali, até pela questão da logística de escoamento desses 493
carros, por hora, esse é o cenário. 494
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 495
Os senhores que estão em pé ali atrás, eu informo que aqui em cima ainda há 496
bastante lugares. Quando eu for chamando, eu peço que levantem a mão para 497
que as nossas assistentes já os localizem. Senhora Luciana Guerise, da ABTP. 498
Em seguida, senhor Luiz Fayet, conselheiro do CAP. 499
LUCIANA GUERISE, ABTP 500
Boa tarde, Mário. Boa tarde, mesa. Bom, eu ia começar falando sobre algumas 501
inconsistências do EVTE de Paranaguá, mas eu fui surpreendida pelo artigo do 502
Estado de São Paulo, publicado hoje, sobre o parecer da Procuradoria da 503
AGU, sobre os EVTEs. Então, se tornou público, não existe mais por que nós 504
termos negativa, fazer vista ao parecer. Eu vou fazer alguns adendos a esse 505
artigo e depois também as inconsistências do EVTE. No artigo, eles dão 506
destaque às questões de valor do estaqueamento das dragagens. Na verdade, 507
isso não aconteceu no bloco 2, aconteceu no bloco 1. Sobre a inexatidão das 508
áreas, não aconteceu só no bloco 2, aconteceu no bloco 1 também. Depois de 509
revisto o bloco 1, ainda permanecem as inexatidões e algumas características 510
que foram reclamadas na audiência do bloco 1. E também a questão da lista 511
dos inventários. A EBP se defende, dizendo que talvez isso não fosse tão 512
importante assim, o que parece ratificar que a EBP está bem aquém das 513
nossas expectativas para fazer EVTE. Só perguntar para qualquer pessoa que 514
arrenda um terminal líquido se não é importante você saber qual, como é que 515
está esse inventário e qual é o status quo daquele equipamento ou quanto 516
tempo está sem uso ou o que foi usado. Para Paranaguá, eu tenho alguns 517
itens, sobre EVTE ainda, que é a dragagem, a questão da dragagem para 518
alguns trechos, como o PAR15, dragagem de berços, quais os berços, qual é a 519
quantidade de material a ser dragado. Existe um investimento de 16 bilhões, 520
mas não diz as características técnicas disso. Então, fica difícil você saber, são 521
16 bilhões mesmo? A gente não sabe. Sobre a questão de adaptação e custos 522
19/119
de mão-de-obra. Qual é a contrapartida, qual é a produtividade de você investir 523
em equipamentos e qual vai ser o aumento depois desses investimentos na 524
produtividade desses equipamentos nos terminais? Uma possível melhoria na 525
produtividade do terminal por uma melhoria nos acessos ferroviários. É sempre 526
muito, o que a gente vê nos EVTEs é muito latu sensu. E na última audiência 527
em Brasília, em Brasília não, em Belém, eu sugeri que esses EVTEs fossem 528
inseridos nos EVTEs da ANTAQ, porque foram construídos com a comunidade, 529
foram discutidos e que são, é um sistema que qualquer inconsistência já é 530
detectada e o seu refazimento é automático. Eu sugeri isso, para que se 531
fizesse, vou continuar sugerindo. Aí, como o jornal tem acesso ao parecer, ele 532
acaba ficando público e me chama atenção que tem um item no parecer 533
dizendo o seguinte: “entende-se que os problemas detectados ao longo da 534
análise técnica realizada pela comissão mista inviabilizam a continuidade do 535
procedimento de condução a consulta e audiência pública enquanto não 536
suprida tais deficiências”. Uma outra deficiência também que foi apresentada, 537
uma outra inconsistência é: quais os valores de pagamento ressarcimento a 538
EBP desses editais de Paranaguá? A gente precisa saber. Como se dará as 539
licitações das áreas que podem ser judicializadas por não cumprimento das 540
adaptações dos contratos anteriores à lei? No PAR15, por exemplo, você tem 541
uma área total e você só licita 3 armazéns, sobra o prédio administrativo e o 542
estacionamento, essa é uma área que foi unificada e é legítima, vai continuar 543
sendo da arrendatária. A arrendatária pode sublocar? Não sei. Como vai ser a 544
operação dela? Qual garantia, o que o governo pretende fazer com essa 545
arrendatária que tem só essas áreas. Sem saber, eu perguntei na Bahia, vou 546
perguntar de novo, onde a esta ANTAQ encontra respaldo jurídico para afirmar 547
que os PBIs irá atenuar as inconsistências dos EVTEs apresentados. E aí, por 548
fim, eu faço um pedido. Que fossem respeitados os PDZs vigentes. A própria 549
AGU pede para que vocês revejam e refaçam os planos, os projetos. Existem 550
comunidades que estão pedindo para que respeitem os PDZs, porque foi 551
discutido e aprovado pelos locais. Que tivesse a atenção de vocês também a 552
questão de um problema que aconteceu na sexta-feira em um terminal de 553
açúcar em Santos, isso vai causar impacto no porto de Paranaguá, porque 554
20/119
muito possivelmente não vai ser construído em 7 dias, reconstruído em 7 dias 555
esse terminal. Nós já temos problemas logísticos suficientes e qualquer 556
decisão ou estratégia que esse governo toma em relação aos editais de 557
Paranaguá, você pode colocar em risco o escoamento de produtos que já 558
estão vendidos, inclusive no caso do açúcar. Acho que era isso só. Obrigada. 559
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 560
Em seguida, a senhora Maria do Socorro, do CAP. 561
MARIA DO SOCORRO, CAP 562
Boa tarde a todos. Eu sou a Maria do Socorro, relatora do Plano de 563
Desenvolvimento e Zoneamento do Porto, do CAP. Eu gostaria de 564
primeiramente colocar que esse Plano de Desenvolvimento e Zoneamento foi 565
exaustivamente discutido com a comunidade, foi feito dentro dos princípios do 566
Plano Nacional de Logística Portuária, atendeu a todas as regras da SEP, foi 567
feito recentemente, depois de que Paranaguá está há muitos anos sem 568
investimento e nosso último plano, de 2002, não foi atendido. Então, esse 569
plano que está hoje em vigor, ele traz, no seu bojo, a proposta hoje da 570
audiência número 7, ela respeita o zoneamento, mas não o plano de 571
desenvolvimento, que foi aprovado pela comunidade. Esse plano de 572
desenvolvimento tem uma visão muito clara a respeito do porto de Paranaguá, 573
que é um porto que está empurrado pela cidade, tem um espaço de cais muito 574
pequeno, muito tímido para um volume de cargas que movimenta e nós 575
necessitamos flexibilizar o porto de Paranaguá. Por isso, as propostas que 576
estão na audiência pública número 7, nem todas elas contemplam o que está 577
no Plano de Desenvolvimento e Zoneamento em vigor. Então, nós fizemos aqui 578
uma tarefa de casa, com toda comunidade econômica, com toda comunidade 579
de Paranaguá, eu até gostaria de dizer que isso foi feito com as federações da 580
agricultura, da indústria, do comércio. Foi feito também com a federação das 581
associações comerciais, com todas as cooperativas, com todas as entidades 582
que congregam o fórum futuro 10, que são inúmeras, só para registras já vai 583
um bom tempo aqui. Além de todos os trabalhadores, todos os sindicatos de 584
21/119
trabalhadores, as associações de produtores de biodiesel. Então, foi um 585
número muito grande de pessoas que participaram, as prefeituras, a prefeitura 586
municipal, toda comunidade, foi praticamente uma audiência pública feita, 587
encerrada no ano passado e que contém um todo um estudo justamente com a 588
mesma consultoria, o mesmo grupo que fez o Plano Nacional de Logística 589
Portuária e também trabalhou no plano estratégico dos portos estratégicos 590
brasileiros. Então, aqui nós fizemos uma reunião, durante dois dias seguidos, 591
com auditório lotado, para discutirmos as inconsistências entre o Plano de 592
Desenvolvimento Portuário e a audiência pública número 7. Eu gostaria de 593
passar à mesa o estudo que foi feito das inconsistências e dizer que o 594
arrendamento proposto pelo porto não é um arrendamento do porto, ele reflete 595
a opinião de todas essas entidades que representam a grande massa do 596
produto interno bruto regional, que representam os trabalhadores que estão 597
aqui nesse porto, que representa a comunidade regional do Paraná, de 598
Paranaguá, então é um plano que tem 100% de aprovação pública. Então, eu 599
peço bastante atenção para o que contém nesse plano e as inconsistências em 600
relação à audiência pública, porque nós temos uma preocupação muito grande 601
em Paranaguá, de que as inconsistências possam judicializar a questão do 602
porto e prejudicar ainda mais o desenvolvimento portuário. E nós não 603
queremos, nós queremos que o porto realmente seja desenvolvido e que os 604
investimentos venham à Paranaguá. Sobre a questão de judicialização, eu 605
também quero esclarecer que o plano ele é claríssimo, uma vez que o porto 606
tem uma área muito pequena, é um cobertor curto, ele é claríssimo no 607
impedimento de arrendamento de cais. Então, eu agradeço e vou passar às 608
mãos, esse documento foi protocolizado na ANTAQ e agora eu aproveito para 609
passar às mãos. Obrigada. 610
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO – ANTAQ 611
Eu queria falar um pouco, respondendo a Luciana, que o modelo que estamos 612
adotando encontra base na lei 12.815, no decreto 8.033 e os estudos 613
apresentados pela EBP, aprovados por uma comissão mista SEP e ANTAQ, 614
guarda total relação com a novel legislação. Temos absoluta convicção do 615
22/119
upgrade de qualidade dos EVTEs apresentados. Fato notório que os estudos 616
apresentados em relação ao que a Agência vinha recebendo anteriormente no 617
outro marco, apresentam um ganho significativo de qualidade. Então, a 618
ANTAQ, a comissão mista se debruçou sobre os estudos, eles podem ser 619
aperfeiçoados? Acreditamos que sim, mas atendem perfeitamente aos fins a 620
que se destinam. Indenizações, nós não detectamos nenhum caso passível de 621
indenização dentro do marco regulatório, ou seja, investimentos autorizados 622
pela Agência não amortizados no período de vigência contratual. Pode haver 623
judicialização? Pode, judicializar é uma matéria de natureza constitucional, 624
qualquer um pode recorrer ao judiciário, direito de petição. Mas nós não 625
vislumbramos nenhum caso concreto de contratos que tenham sido vencidos 626
com investimentos a amortizar. Questão do PBI e do respaldo jurídico, o PBI 627
tem respaldo jurídico, o ministro teve a oportunidade de trazer para nós, em 628
outra audiência pública, um exemplo clássico disso, um setor aeroportuário, 629
onde o PBI está sendo utilizado e empregado largamente, então há respaldo 630
jurídico, uma questão totalmente tranquila e eu não encontro correlação, por 631
fim, Luciana, na questão do acidente que ocorreu no porto de Santos. Nós 632
estamos falando de um planejamento de médio e longo prazo para o porto de 633
Paranaguá, estamos falando de um acidente pontual que aconteceu em 634
Santos, que vai ter reflexo imediato, imagino na movimentação de açúcar aqui 635
porto. Mas estamos falando de algo, nós estamos trazendo aqui, estamos 636
discutindo aqui algo que vai impactar os próximos 25, 50 anos no porto de 637
Paranaguá, então estamos falando de algo consistente, algo para outra 638
geração, para nossos filhos e netos que vão cuidar desses contratos. Então, é 639
nesse horizonte que estamos trabalhando. Para a Dra. Maria do Socorro, eu 640
queria dizer que o PDZ discutido e aprovado no CAP, a gente sabe a 641
dificuldade de atingir uma unanimidade no CAP de Paranaguá, a gente sabe o 642
quanto o CAP é envolvido nas questões portuárias, nós acompanhamos de 643
longa data os trabalhos no CAP de Paranaguá e quero lhe dizer que o PDZ 644
aqui aprovado nos é muito caro, caro no sentido de importante, a gente 645
reconhece o valor do documento e vamos, sim, nos debruçar em cada uma das 646
inconsistências, entre aspas, que há entre o que está sendo proposto e o que o 647
23/119
PDZ previu, já está claro aqui que a questão de zoneamento não apresenta 648
problema, a questão é de modus operandi, é de como chegar, de como fazer. 649
Nós vamos, sim, nos debruçar em cada detalhe, nós temos todo interesse. 650
Acho que ninguém nessa sala quer para o porto de Paranaguá um mau futuro, 651
ninguém deseja ao porto de Paranaguá que ele movimente menos cargas, que 652
ele seja menos eficiente. Nós temos que trabalhar em uma convergência e há 653
essa convergência entre o poder público, há uma convergência na Casa Civil, 654
na Presidência da República, na Secretaria de Portos, na ANTAQ, na APPA, 655
na comunidade, nos trabalhadores, nos empresários. Acho que todos nós 656
queremos um porto de Paranaguá pujante. E é em cima dessa convergência 657
que eu acho que eu acredito ser plenamente possível nós chegarmos num 658
ponto de equilíbrio. Enfim, desenvolvermos uma linha de trabalho. Muito 659
obrigado. 660
ROGÉRIO MENESCAU – SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO DA 661
SECRETARIA DE PORTOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 662
Só complementando as palavras do Mário. Com relação ao PDZPO, como foi 663
bem colocado, está bem alinhado, em termos do zoneamento. Mas os 664
horizontes de planejamento são diferentes. O PDZPO planeja um prazo maior, 665
aqui, como foi colocado, nós estamos tentando romper uma inércia. Então, o 666
horizonte foi colocado aqui está prevendo ampliação do porto de Paranaguá 667
em quase 80% nos próximos 10 anos, isso atende o horizonte dos próximos 10 668
anos. Não impede que durante esse período sejam feitas novas rodadas de 669
licitações. Então, não é que estejamos desatendendo o PDZPO. Apenas o 670
PDZPO um horizonte maior de planejamento e o nosso é mais imediato para 671
resolver um problema de curto prazo, que realmente faltam investimentos no 672
nível mais urgente como foi colocado. 673
FERNANDO FONSECA – DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 674
Eu gostaria só de, rapidamente, até para não atrapalhar os demais colegas de 675
quererem contribuir. Em relação aos questionamentos da ABTP, de forma bem 676
objetiva. O que diz respeito à inexatidão da área, dentro do modelo anterior, o 677
24/119
maior valor de outorga, sem dúvida alguma essa variável o ideal, o correto era 678
que fosse exatamente precisa. Diga-se de passagem, abrindo um parêntese, 679
nós temos conhecimento de vários arrendamentos na modelagem anterior em 680
que não existe essa precisão. Agora mesmo, estou com um processo relatando 681
lá onde o arrendamento, um pedido de reequilíbrio econômico e financeiro, o 682
arrendamento expresso no contrato, o valor é aproximado. Isso é o que existe 683
hoje. A nova modelagem, essa variável, essa exatidão não é importante, muito 684
embora é importante frisar, após o licitante vencer a licitação, ele vai ter, ao ter 685
o termo de aceitação provisória e depois o termo de aceitação definitivo, nesse 686
período, sem dúvida alguma, o licitante vencedor, juntamente com a autoridade 687
portuária vai ter a oportunidade de fazer levantamentos geográficos, 688
levantamentos topográficos necessários, no sentido de você dar a exatidão da 689
área que tanto se persegue e que recorrente se coloca como entrave uma 690
impropriedade ao novo modelo. Ou seja, é importante frisar isso, hoje nós já 691
temos uma série de arrendamentos celebrados e que essa exatidão não existe, 692
muito embora no modelo anterior isso fosse fundamental, isso é fato. Com 693
relação ao inventário, se nós disponibilizássemos desse inventário de forma 694
fácil, sem dúvida alguma, ele estaria disponibilizado, infelizmente, não sei se é 695
o caso da autoridade portuária de Paranaguá, me parece que não, mas a 696
grande maioria dos portos não possui esse tipo de levantamento. Também de 697
acordo com a nova modelagem é uma variável que é perfeitamente 698
equacionável no momento oportuno, naquele período entre o termo de 699
aceitação provisória e o termo de aceitação definitivo. Nessa oportunidade, o 700
licitante vencedor, juntamente com sua equipe de engenheiros, arquitetos, 701
economistas, advogados, técnicos de meio ambiente, juntamente com os 702
técnicos das autoridades portuárias vão ter condições de fazer um inventário 703
preciso, definitivo, correto e exato. Esse é um ponto. Com relação aos valores 704
de ressarcimento da EBP e bolsa, de fato, não consta ainda no edital, até 705
porque estamos trabalhando no aperfeiçoamento deles, mas sem dúvida 706
alguma quando for colocado em audiência pública, vão ser expressos não só 707
os valores de ressarcimento da EBP, como também os valores referentes as 708
custas do processo de licitação via Bovespa. Posso garantir aos senhores que 709
25/119
é um valor extremamente irrelevante frente ao previsto a nível de contrato, 710
valor de contrato pelo prazo de 25 anos. É um valor insignificante, que não 711
demanda maiores preocupações, na minha opinião. Com relação ao PDZ 712
existente, só para finalizar, sem dúvida alguma, quer dizer, o plano de fundo do 713
projeto conduzido com propriedade pelo poder concedente é justamente, com o 714
apoio da agência reguladora, é justamente equacionar um enorme passivo no 715
que diz respeito a contratos vencidos e a vencer até 2017. Juntamente com 716
isso, aproveitando essa oportunidade de se colocar também na rua para 717
licitação investimento greenfield. Aí que está, de certa forma, a dissonância 718
entre as propostas do PDZ e a proposta do poder concedente, que tem essa 719
variável que efetivamente não é comum claramente, mas nada impede, volto a 720
dizer, a gente a construir uma solução conjunta no sentido de atender ambos 721
os lados. Essa é a perspectiva. 722
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 723
O registro que o credenciamento para o pronunciamento oral está encerrado e 724
chamo o senhor João Arthur, chefe de gabinete da FIEP. Em seguida (...). Sim, 725
Dr. Luiz Eduardo. 726
LUIZ EDUARDO – PROCURADOR-GERAL DA ANTAQ 727
Dra. Luciana, a ABTP, a procuradoria da ANTAQ foi citada, eu queria apenas 728
fazer um esclarecimento. Eu não sei, Luciana, qual é a leitura exatamente que 729
você faz, mas a leitura que eu faço e que o Advogado-Geral da União faz em 730
relação ao parecer 664 é o seguinte: primeiro, que os estudos não estão 731
totalmente acabados, mas eles tem elementos de muita consistência. O 732
segundo, o trabalho que a ANTAQ, a comissão mista e a Superintendência de 733
Portos da ANTAQ estão fazendo é um trabalho muito crítico, ou seja, a ANTAQ 734
não está aceitando qualquer coisa. Então, tudo que foi levantado no parecer é 735
que consta das notas técnicas. Em relação ao bloco 1, todo esse trabalho 736
crítico que foi feito pela SEP e pela ANTAQ, ela resultou num produto muito 737
bom, antes do envio ao TCU houve complementos nos estudos e a 738
procuradoria se pronunciou novamente por meio do parecer 690, cuja leitura eu 739
26/119
recomendo se você tem interesse no 644, no 664, o 690 também tem bastante 740
interesse. É só solicitar. (intervenção feita fora do microfone) Foi negado a 741
quem? Mas quem pediu? Onde? Por meio da Lei de Acesso a Informação? 742
Então essa informação está errada, se pedir, isso é obrigatório, a ANTAQ não 743
tem (intervenção feita fora do microfone). Não está negado, então é porque não 744
foi pedido corretamente, porque se for pedido corretamente vai ser dado. É só 745
acessar a Lei de Acesso a Informação (intervenção feita fora do microfone). 746
Não é correspondência, é pela Lei de Acesso a Informação, tem um 747
cadastramento na CGU, é um procedimento todo regular. Então, não é certo 748
afirmar que foi negado, qualquer documento da ANTAQ que for solicitado vai 749
ser dado, vai dar acesso aos autos, os autos são públicos. Enfim, mas sem 750
entrar nessa polêmica, o que está apontado no jornal Estado de São Paulo, ele 751
reflete o que está no parecer e isso reflete o parecer 527, que foi dado no bloco 752
1. E o bloco 1 chegou a um aperfeiçoamento muito bom. O único reparo que eu 753
teria a fazer ao parecer 664 é quando a Procuradoria conclui que não haviam 754
elementos para serem colocados em audiência pública. Isso, na minha visão, 755
está equivocado, eu revejo minha posição, essa é a posição do Advogado-756
Geral da União, mas enfim, eu acredito que a postura que a comissão mista e 757
que a SPO tem adotado, elas tem melhorado muito os estudos. 758
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 759
Senhor João Arthur. Em seguida, senhor Marcos Vendramini, da AECOM. 760
JOÃO ARTHUR, FIEP 761
Boa tarde a todos, Ministro, toda mesa. Nós temos 3 contribuições da 762
Federação das Indústrias do Estado do Paraná. A primeira é para confirmar 763
que nós somos totalmente favoráveis a construção de novos terminais de 764
containers aqui no estado do Paraná. É fundamental isso para a movimentação 765
de containers no mundo e, obviamente, todos conhecem o potencial desse 766
modal. Porém, para adequar esses contêineres aos contêineres de padrão 767
mundial, aos terminais de padrão mundial, são necessários berços de 768
comprimento de até 1100 metros, no mínimo, para movimentar 3 navios de 360 769
27/119
metros. Portanto, a nossa sugestão é usar não a área prevista hoje pela SEP e 770
pela ANTAQ, mas sim as áreas previstas no PDZPO, que são as áreas 771
denominadas aqui mesmo no município de Paranaguá, no Imbucui, em 772
Imbuguaçu e no município vizinho de Pontal do Paraná. Com isso, nós 773
teríamos condições de termos terminais dentro do estado do Paraná, vários 774
terminais de grande porte, com condições de competir mundialmente e 775
ganhando em escala para reduzir os custos de movimentação de contêineres. 776
A área sugerida pela ANTAQ e pela SEP, chamada de PAR02, nossa sugestão 777
é deixá-la para essa área, mantida apenas para adequação de berços e retro 778
área, não para instalação de um novo terminal de containers naquele ponto. Só 779
confirmando novamente, somos sim favoráveis a novos terminais de 780
containers, porém não na área indicada e sim em outras duas áreas vizinhas, 781
uma dentro do município de Paranaguá e outro no município vizinho, de Pontal 782
do Paraná. A segunda colocação, com relação a área de produtos florestais, 783
como já foi citado, o Paraná tem um enorme potencial de produção de celulose 784
e papel, e necessita, obviamente, de uma grande válvula de exportação aqui. 785
Então, o arrendamento da área para produtos florestais se faz extremamente 786
necessário, porém nós pediríamos que fossem revistos algumas das 787
prerrogativas técnicas estabelecidas pela SEP no aviso 2006-2013, depois vai 788
ser motivo até de explanação específica desse tema aqui, até o registro pelo 789
site da ANTAQ. No terceiro ponto, só corroborando, a questão de veículos, 790
está plenamente convergente, a proposta da SEP, da ANTAQ, com relação a 791
área destinada, chamada de PAR12, para área destinada para ampliação da 792
movimentação de veículos que se faz necessária pelas indústrias do setor 793
automotivo instaladas aqui no Paraná. Seriam essas 3 contribuições. Obrigado. 794
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 795
Marcos Vendramini. O senhor Marcos declinou. Senhor Luiz Antonio Fayet, 796
também conselheiro do CAP. 797
LUIZ ANTONIO FAYET, CAP 798
28/119
Boa tarde a todos. Eu também sou do Conselho da Autoridade Portuária, onde 799
represento os usuários indicados pela Associação do Comércio Exterior e, 800
como a Maria do Socorro já antecipou, nós temos uma comissão que 801
comandou um processo de discussão do PDZ. Eu gostaria de lembrar 802
historicamente que até 2011 o nosso porto foi um porto arrasado, arrasado por 803
gestões e lastimavelmente, inclusive, pela leniência das autoridades federais, 804
que não tomaram as providências para corrigir esse rumo. Isso provocou uma 805
união dentro da nossa comunidade, onde nós não fazemos distinção entre 806
operadores, trabalhadores, usuários, entidades de governo e esse esquema de 807
resistência para recuperação de Paranaguá e recolocá-lo na posição que 808
sempre ocupou fez com que nós construíssemos o PDZ que já foi comentado 809
aí. Então, isto coincidiu com a mudança do Governo Federal, que trouxe não só 810
uma proposta de novos arrendamentos, mas eu faço questão de lembrar que o 811
governo atual trouxe uma proposta de reconstrução da infraestrutura e da 812
logística do país, absolutamente defasado em relação às necessidades atuais 813
e as potencialidades futuras. Nós aqui procuramos cumprir o nosso papel, nos 814
entrosamos, usamos a mesma consultoria, o governo do estado, até como 815
recomendação nossa do CAP, fez um convênio com a Universidade de Santa 816
Catarina, reconstruímos e passamos a ter um novo esquema de diálogo com 817
as autoridades federais, que eu quero registrar, são fundamentais. Essa 818
unidade que nós encontramos aqui é a união pela recuperação de Paranaguá. 819
O PDZ foi um trabalho realizado, considerando centímetro por centímetro disso 820
aí, do porto de Paranaguá. E constatamos lastimavelmente que a proposta que 821
orientou a audiência ela foi construída em menos de 48 horas por dois técnicos 822
que nos visitaram e que transformaram as nossas propostas. As nossas 823
propostas elas são lastreadas não só em algumas regrinhas matemáticas, nós 824
partimos do princípio que o porto é internacional, o porto começa no 825
consumidor lá fora. Se nós tivermos alguma coisa para vender para esse 826
consumidor, nós começamos preparar uma cadeia que vai bater nas áreas de 827
produção. São cadeias extremamente complexas e, ao longo de décadas, esse 828
porto foi construído. Eu comecei a trabalhar com o porto de Paranaguá quando 829
nenhum dos membros da mesa eram nascidos, há 50 anos atrás. Então, eu 830
29/119
participei desse esforço todo que foi realizado, porque nós temos esse 831
entendimento de que a construção de um porto organizado, ela se fundamenta 832
em regras de comércio. As regras de comércio não obedecem 833
necessariamente esses ganhos de escala, ganho de escala, eu sou 834
especialista na área de planejamento estratégico, análise de risco, é uma 835
variável que nós consideramos, mas ela não é absoluta. Tamanho mínimo 836
econômico é uma palavra, é uma regra que se adapta muito mais as 837
realidades, e as unidades que aqui estão, elas cumprem isso. Mas também nós 838
nos orientamos na organização do PDZ pela lei dos rendimentos decrescentes, 839
porque se fosse verdade essa questão de escala, nós teríamos, no Paraná, só 840
uma rede de supermercados, não temos, as maiores que estão instaladas no 841
Brasil, aqui são minoritárias. Essas questões obedecem outras variáveis 842
econômicas muito claramente definidas nas questões de concorrência. A 843
concorrência imperfeita é a pior coisa que pode acontecer para nós. Por quê? 844
Como nós trabalhamos com universo de exportadores pulverizado, atomizado, 845
nós não podemos deixar que haja uma concentração dos terminais portuários. 846
Isso nós conseguimos construir aqui em Paranaguá. Eu considero que essa 847
aqui é a grande vitória e eu tenho, inclusive, um dado, que é fundamental para 848
se comprovar esse fato. Hoje, a referência de cotação internacional de soja no 849
Brasil, exportada do Brasil, é padrão Paranaguá, com prêmios positivos ou 850
negativos. Como nós conseguimos isso? Conseguimos isto porque 851
construímos esse processo ao longo do tempo, de uma maneira democrática 852
em que todos podem participar sem que estejam amarrados a pacotes de 853
exportação. Essa versatilidade que nós temos e essa necessidade que nós 854
tínhamos, a recuperação, determinou que nós sentássemos, tratássemos as 855
nossas controvérsias adequadamente e chegássemos a um denominador 856
comum, onde nós passamos antecipadamente a ingressar na linha do 857
programa do Governo Federal, da Presidência da República, que quer um país 858
mais competitivo. Nesse contexto, lastimavelmente nós já perdemos um ano, 859
mas nós nos antecipamos, nós estamos com todas as nossas áreas 860
palmilhadas, medidas, balizadas a luz do mercado internacional e estamos, 861
inclusive, com os projetos básicos prontos e compatibilizados com as 862
30/119
demandas do Governo Federal. O porto de Paranaguá fez a sua lição de casa 863
nesses últimos quase 3 anos. O que eu queria nesse momento era fazer um 864
apelo e talvez abusando, porque nós temos tido as portas abertas do governo 865
federal para um diálogo muito aberto, muito franco, nós nos conhecemos há 866
muitos anos. Eu gostaria que as autoridades federais imaginassem em 867
inaugurar aqui em Paranaguá, que foi o único porto que fez toda lição de casa, 868
que estão tão avançado no processo, que para honrar essa vontade 869
presidencial de acelerar a implantação de uma infraestrutura mais adequada às 870
demandas do país, nós experimentássemos aqui o modelo permitido pela nova 871
Lei dos Portos, que é uma delegação compartilhada, fazer um projeto piloto em 872
Paranaguá, onde nós consorciássemos esses avanços já construídos pelos 873
técnicos e pelo corpo da comunidade que convive em Paranaguá para 874
juntamente com as autoridades federais tentar ganhar pelo menos um ano em 875
relação ao que seria um projeto tradicional. Esse é o apelo que eu trago a 876
contribuição, e eu quero renovar às autoridades federais, o diálogo aberto que 877
temos tido. Eu creio que nós vamos novamente, através desse diálogo, 878
construir uma velocidade muito maior, um futuro adequado para as nossas 879
demandas. Hoje, estamos sofrendo com a oferta reprimida de serviços 880
portuários, nós precisamos resolver essas amarras, porque o Brasil é muito 881
grande para suportar tanta ineficiência. Muito obrigado. 882
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 883
Obrigado Dr. Fayet, Joelson, por favor. 884
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 885
Senhor Albano Pinto declinou. Senhor Dagoberto Delmar, da empresa Alcopar. 886
Em seguida, senhor Fabrizio. 887
DAGOBERTO DELMAR, ALCOPAR 888
Boa tarde, senhores, senhoras. Representando a Alcopar, a Associação dos 889
Produtores de Álcool e Açúcar e Bioenergia do Estado do Paraná, gostaria de 890
colocar 3 observações, consoantes com a proposta do plano de 891
31/119
desenvolvimento e zoneamento do porto organizado, que foi emitido pelo 892
conselho de autoridade portuária e que está entregue ao senhor Ministro. E 893
objetivamente, com relação aos graneis sólidos. Solicito que adote a projeção 894
do píer em “L” ao píer público já existente, como a proposta da Secretaria 895
Especial de Portos. Também licite, com objetivo de aumento da capacidade, a 896
área contígua, a área proposta pela Secretaria Especial de Portos, denominada 897
Vila da Madeira, atualmente desocupada e que previne conjuntamente essa 898
licitação a construção da face do píer em “L” nessa projeção. Uma segunda 899
face no píer, para empreendedores com áreas privadas. Por último, excluir a 900
área que no edital consta como PAR35 e aqui é atualizado pelo PAR33, abriga 901
hoje o terminal público de álcool do estado, por ser essa área estratégica 902
reservada para ligação da primeira plataforma de exportação de álcool, através 903
de um álcool duto, ligando os produtores do interior do estado e de estados 904
vizinhos. Obrigado. 905
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 906
Ok. Senhor Fabrizio, da Klabin. Em seguida, senhor Cristiano Cardoso, 907
também da Klabin. 908
FABRIZIO, KLABIN 909
Boa tarde a todos. Quero começar cumprimentando ao Antonio, seu sucesso, 910
Antonio, será o sucesso dessa comunidade toda. Eu que tive o prazer de 911
compartilhar com você na Secretaria de Portos debates sobre a questão 912
portuária, te desejo todo sucesso, com muita paciência, sabedoria, ouvindo 913
muito, essa é a sua missão. Boa sorte. Aproveito para fazer dois 914
apontamentos, apontamentos esses que eu já tive oportunidade junto com os 915
diretores da Klabin de ter tido uma reunião e aqui faço o registro de que o 916
governo vem conversando com setores relacionados à Paranaguá e a Klabin 917
teve essa possibilidade de já discutir uma parte do que nós entendemos que 918
precisa ser modificado no PAR01, mas voltamos a ratificar tudo aquilo que a 919
gente já havia se pronunciado e já havia adiantado com relação aos problemas 920
que nós encontramos nesse arrendamento. O primeiro deles é com relação ao 921
32/119
capex, ou seja, ao total de investimento proposto pelo EVTE da EBP. O EVTE 922
da EBP propõe para se construir um terminal de celulose e papel 215 milhões 923
de reais, sendo que desses 215 milhões de reais, 91,8 milhões é de estrutura 924
portuária que, inclusive, já foi explicado que isso é fundação na estrutura 925
portuária. Bom, nós protocolamos, a Klabin já protocolou um estudo dizendo o 926
seguinte, que com 81 milhões de reais nós fazemos todo terminal, não 927
precisamos mais do que isso, não há necessidade de investimento maior do 928
que esse para se fazer um investimento com um terminal de qualidade. 929
Portanto, o fluxo de caixa e a proposta que a EBP fez, me parece que precisa 930
ser revisitado, reanalisado, criticado, não é, com certeza, 215 milhões de reais 931
o custo desse terminal. A outra questão é com relação ao item 4, das 932
condições especiais de contrato, diz o seguinte, isso o diretor Fernando já 933
colocou bem. É de responsabilidade do poder concedente na alocação de risco 934
a dragagem. E, segundo esse documento, coloca que a responsabilidade do 935
poder concedente é de 10,50 metros de profundidade, porém em outro 936
documento coloca que o navio tipo para o terminal de celulose e papel é o 937
Supramax com calado de 12. Ora, não há possibilidade de garantir 10,5, se o 938
navio tipo proposto pela Agência tem 12, então eu solicito que seja alterado 939
para 12,5 a profundidade garantida pelo poder concedente, só assim poderá 940
ser operado com o navio tipo proposto pelo próprio poder concedente, se não 941
sob pena de os senhores estarem colocando para o ministro Antonio Henrique 942
assinar um contrato já desequilibrado no seu primeiro dia, pois nós não 943
conseguiríamos cumprir as pranchas e metas estabelecidas no padrão de 944
navio exigido com a garantia de 10,5 em contrato. São essas as nossas 945
propostas, que a gente gostaria que os senhores reanalisassem e pudessem 946
alterar nesse material que vai ser encaminhado ao TCU. Muito obrigado. 947
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 948
Ok, Dr. Fabrizio, nós vamos analisar os dois pontos, tanto o capex, quanto a 949
questão da profundidade, se realmente assim for, nós temos que revisitar como 950
o senhor bem colocou. Obrigado. 951
33/119
ANTONIO HENRIQUE, MINISTRO DA SECRETARIA DE PORTOS DA 952
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 953
Fabrizio, antes de mais nada, obrigado pelas palavra de apoio e força, vou 954
precisar muito. É muito importante que vocês formalizem essas observações e 955
aí eu tenho que destacar que é a primeira vez no processo de audiência 956
pública, não só de Portos, mas todo o pio logístico, que eu vejo alguém 957
reclamando do capex para cima, tudo mundo acha que o capex está 958
subavaliado, o primeiro que eu vejo manifestar que o capex, na verdade, está 959
super avaliado. Obrigado e, mais uma vez, espero que vocês formalizem tudo 960
direitinho, porque vamos analisar a fundo todos os dois pontos. Obrigado. 961
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 962
Obrigado Ministro, Joelson, por favor. 963
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 964
Senhor Cristiano Cardoso. Em seguida, senhor Tojal. 965
CRISTIANO CARDOSO 966
Boa tarde a todos. Eu queria fazer duas contribuições rápidas em cima do 967
EVTE da EBP, uma principalmente relativa ao fluxo de veículos na região de 968
Paranaguá, a gente procurou ouvir a autoridade portuária, bem como a 969
prefeitura de Paranaguá, sobre o encoste ferroviário no armazém. Eu estou 970
falando especificamente sobre o PAR1. No estudo que nós fizemos, no EVTE 971
que nós fizemos, inicialmente, a Klabin fez uma proposta de um encoste 972
ferroviário com 75 vagões e o novo estudo agora, entregue pela EBP, ela reduz 973
muito esse encoste, para cerca de 50 vagões, o que vai interferir diretamente 974
na quantidade de encostes desses vagões, interferindo no fluxo de veículos da 975
região. A própria prefeitura, enquanto autoridade portuária apoiam essa 976
questão. Outro ponto também considerado no estudo da EBP, foi que eles 977
alteraram um modelo reconhecido mundialmente, de empilhamento de 4 fardos 978
de celulose, onde eles incluíram uma exceção operacional, que é o 979
34/119
empilhamento de 5 fardos, em questões extremas isso pode ser feito, no 980
entanto, reduz muito a capacidade operacional do armazém, uma vez que o 981
risco de operar dessa forma é grande. Então, nós também propusemos 982
inicialmente 4 fardos de empilhamento e a EBP propõe 5, de forma na rotina, o 983
que interfere diretamente na capacidade estática do armazém. Então, são duas 984
contribuições que eu gostaria de fazer. 985
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 986
Senhor Tojal. 987
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 988
Só ratificando, então Dr. Cristiano, pela apresentação formal da contribuição. 989
Ok? Obrigado. 990
TOJAL 991
Boa tarde a todos. Eu tenho 3 pontos por observar, antes, no entanto, eu quero 992
me permitir voltar para retomar uma discussão apresentada pelo Dr. Fabrizio, a 993
proposta do capex é que sua aproximação. É verdade que a empresa teve a 994
oportunidade de conversar com todos os senhores, isso aí é devidamente 995
esclarecida quanto ao caráter, digamos, referencial, essa foi a palavra 996
empregada. Pois bem, a minha preocupação a propósito desse tema em 997
particular é apenas no sentido, aí me permitam sugerir, recomendar mesmo, de 998
forma enfática, que esta ponderação seja igualmente encaminhada ao TCU, 999
quando do envio dos documentos, justamente para, enfim, que ache uma maior 1000
segurança jurídica, que eu sei que é um dos grandes objetivos da Agência e do 1001
poder concedente. Me refiro a segurança jurídica, porque aqui eu me preocupo 1002
com o acórdão do Tribunal de Contas, que analisou os grandes temas do setor 1003
portuário e que em uma determinada passagem fala na necessidade de se 1004
buscar o compartilhamento da eficiência do administrador arrendatário junto ao 1005
próprio poder concedente, fazendo dele o poder concedente, por assim dizer, 1006
sócio nessa eficiência. Ora bem, se a eficiência do arrendatário lhe permitir 1007
níveis de investimentos aquém daquele apresentado no EVTE sem 1008
35/119
comprometimento da qualidade da operação, por óbvio que aqui é preciso que 1009
haja, por assim dizer, uma comunhão de modos de ver o problema em prol da 1010
segurança jurídica, que de resto é do interesse não apenas do arrendatário, 1011
mas do poder concedente e do próprio desenvolvimento do setor portuário. 1012
Mas esta é uma de 4 rápidas observações, outras 3 mais. A primeira delas, 1013
sempre também com essa preocupação de revestir da maior segurança o 1014
processo licitatório, é pedir isto, que se determine, porque decorre de previsão 1015
legal, justamente que a comissão processante disponha do prazo regulamentar 1016
de 3 dias para responder as impugnações, mais uma vez em prol do bom 1017
andamento do processo licitatório. A segunda delas diz com a necessidade 1018
também em atenção a lei 12.815, me refiro ao seu artigo 5º, inciso IX, que se 1019
faça constar das condições contratuais expressa a relação dos rols, ou melhor, 1020
do rol das atribuições do poder concedente, mais uma vez para atender a lei, 1021
tornando o contrato mais didático e, portanto, revestido de maior segurança. 1022
Por derradeiro, aqui uma questão que me parece muito relevante, que diz com 1023
o prazo de 180 dias previsto no item 12.3, das condições gerais do contrato, 1024
para que se elabore o laudo que, enfim, ateste o passivo desconhecido, que 1025
passa a ser, portanto, de responsabilidade do poder concedente. A minha 1026
preocupação aqui vem muito da prática, vem muito de acompanhar vários 1027
contratos e reconhecer que esse prazo, me permitam, é por demais exíguo. 1028
Então, a sugestão, para ser objeto de reflexão, é que esse prazo seja dilatado, 1029
atentando-se para definitivamente ficar muito vincado qual é o termo inicial, de 1030
fato, do prazo de vigência, do prazo de exigência, de movimentação mínima de 1031
carga, assim por diante. Era isso. Muito obrigado. 1032
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1033
Dr. Tojal, no que diz respeito a suas preocupações plenamente procedentes, 1034
diga-se de passagem, eu acho que em relação ao bloco 2 a gente leva uma 1035
vantagem adicional, ou seja, nós estamos agora com o bloco 1 sendo 1036
devidamente avaliado no âmbito do TCU, onde essas questões também já 1037
foram suscitadas. Então, em função do feedback que a gente vier a ter, 1038
certamente a gente vai ajustar naquilo que couber. Então, acho que no que diz 1039
36/119
respeito ao bloco 2, essa é a vantagem e a gente tem consciência desses 1040
pontos, conforme o senhor colocou, a segurança jurídica é importante para dar 1041
a tranquilidade ao empreendedor de investir, que é o objetivo maior do 1042
programa. Então, no que diz respeito a esse aspecto, sem dúvida alguma. 1043
Quanto ao prazo de 180 dias para fim de licenciamento ambiental, isso foi 1044
discutido pelos técnicos, não só da Agência, mas também da SEP, e 1045
consultores, achou-se um prazo razoável, mas estamos reavaliando isso em 1046
função de vários inputs, inclusive relacionados ao primeiro bloco, também 1047
nesse sentido. 1048
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1049
Senhora Larissa Tortato, da Álcool do Paraná Terminal Portuário. Em seguida 1050
seria o senhor Luiz Claudio, que declinou. A posterior, Sr, Luiz, aliás, Sr. 1051
Gustavo, da ALL. 1052
LARISSA TORTATO, ÁLCOOL PARANÁ TERMINAL PORTUÁRIO 1053
Boa tarde a todos. Representando a Álcool do Paraná Terminal Portuário. Em 1054
primeiro lugar, eu queria colocar que pelos mapas e documentos 1055
disponibilizados no site da ANTAQ, a área que se refere ao terminal público de 1056
líquidos estaria abrangida pelo PAR35. Hoje, foi colocado junto com o PAR33. 1057
Então, eu só queria destacar aí, há uma eventual nulidade procedimental. 1058
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1059
Obrigado pela correção. 1060
LARISSA TORTATO, ÁLCOOL PARANÁ TERMINAL PORTUÁRIO 1061
Prosseguindo, a Álcool do Paraná ela corrobora todos os termos do relatório 1062
apresentado, pelo PDZPO, apresentado pela CPA. Ratifica os seus termos e 1063
concorda com ele. Complementa que o terminal público de líquidos está 1064
abrangido por um contexto, logístico desenvolvido no estado mais amplo, que 1065
vai ser o ponto de chegada do poliduto, que já está em processo de 1066
licenciamento prévio, na forma do decreto estadual 3493/2004 e decreto 1067
37/119
9159/2010. Então, eu gostaria também que fosse considerado isso na análise 1068
do PDZPO. A Álcool do Paraná está credenciada a operar o terminal público de 1069
líquidos e, com isso, tem feito diversos investimentos para deixar apto a operar. 1070
Então, esses investimentos precisam ser considerados, caso se abranja essa 1071
área no PAR33, hoje não tem nenhuma previsão nesse sentido nas propostas 1072
de edital, condições específicas, diretrizes técnicas, então é algo a ser 1073
analisado. E também gostaria, que existe uma restrição no item 3.3 das 1074
condições específicas do edital de participação, que não tem nenhuma 1075
justificativa, considerando que o estado do Paraná é organizado pelos 1076
produtores de álcool (intervenção feita fora do microfone). Para garantir custo 1077
logístico mais competitivo para os produtores, então isso também tem que ser 1078
levado em conta. Só isso. 1079
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1080
Só rapidamente, Joelson. Falar para a Larissa a questão que há uma cláusula 1081
no convênio de delegação do governo do estado do Paraná com a União, a 1082
exploração dos portos de Paranaguá e Antonina, a autoridade portuária estaria 1083
impedida de exercer a operação direta nos terminais. Essa modelagem prevista 1084
no PDZ, de manter áreas públicas operadas pela própria autoridade portuária e 1085
aí eu estou falando do silão, estou falando do terminal de álcool e do terminal 1086
de fertilizantes. Então, nós temos que superar essa cláusula que existe no 1087
convênio de delegação, esse é um debate que a gente tem que fazer. Só essa 1088
ressalva que eu queria esclarecer aqui, até para a boa ordem. Joelson, por 1089
favor. 1090
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1091
Senhor Gustavo, da ALL. Em seguida, Nilson Camargo, da FAEP. 1092
GUSTAVO, ALL 1093
Boa tarde. Em nome da ALL, primeiramente, a gente gostaria de agradecer a 1094
oportunidade hoje, de estar aqui presente e para esclarecer uns dos principais 1095
pontos que, do ponto de vista ferroviário, a gente acredita que seja de extrema 1096
38/119
importância dentro do plano de desenvolvimento e zoneamento do porto de 1097
Paranaguá, não só do porto de Paranaguá, quanto de outros portos no Brasil. 1098
O principal ponto é a interface existente entre um modal ferroviário e o próprio 1099
porto, tendo como exemplo principalmente o que já foi citado pela Klabin, em 1100
relação à operação ferroviária nessas áreas de arrendamento, principalmente 1101
em relação também a conservação de acessos ferroviários e no sentido até de 1102
ampliação de algumas estruturas existentes. No caso específico da celulose, 1103
essa seria a nossa contribuição hoje, comentar um pouco em relação a esse 1104
projeto que, do nosso ponto de vista, do que foi apresentado no PDZPO e do 1105
que foi apresentado pela própria Klabin, nesse novo estudo apresentado pela 1106
SEP, apresenta alguns pontos de observação que, do nosso ponto de vista, 1107
podem trazer algumas interferências e impactos, até mesmo para o próprio 1108
município. A redução principalmente em relação a redução do comprimento útil 1109
das linhas, resultando em um maior número de encostes, isso pode provocar 1110
interferências, principalmente na circulação de veículos pela avenida portuária. 1111
Então, esse eu acho que é um primeiro ponto e o outro ponto que eu gostaria 1112
de deixar aqui evidenciado é a nossa preocupação em relação à conservação, 1113
preservação e ampliação das estruturas ferroviárias nessas áreas. Muito 1114
obrigado. 1115
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1116
Rapidamente, só para enfatizar, esse é o grande viés da atual modelagem, 1117
exatamente, ou seja, o que o poder concedente e a Agência estabeleceram foi 1118
um projeto conceitual, aí cabe ao futuro empreendedor, os interessados, de 1119
acordo com sua expertise, levando em consideração uma série de aspectos 1120
que certamente nós não detemos esse conhecimento, fazer os ajustes 1121
considerados necessários, desde que mantenha aqueles níveis de 1122
performance e níveis de serviço e movimentação estabelecida. Ou seja, não é 1123
nada impeditivo, no sentido empreendedor, inovar em prol de uma maior 1124
eficiência, enfim, assim por diante. 1125
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1126
39/119
Senhor Nilson Cardoso, da FAEP. 1127
NILSON CAMARGO, FAEP 1128
Nilson Hanke Camargo, da FAEP, Federação da Agricultura do Estado do 1129
Paraná. Bem, eu queria dizer o seguinte que quando o Fayet começou a 1130
trabalhar em portos, eu não tinha nascido, de fato. Ele é um grande conhecido 1131
do assunto portuário e a gente está engatinhando nisso, estudando bastante e 1132
tentando contribuir o máximo possível aqui. Mas eu, primeiramente, gostaria de 1133
contraria, discordar, perdão, do Dr. Menescau, quando ele alega que a forma 1134
como a SEP propôs o plano de arrendamento e utilização do porto, visa dar 1135
uma aceleração nos empreendimentos e na movimentação e na produtividade 1136
do porto, ou seja, aumentar mais rapidamente, em mais curto prazo a 1137
produtividade do porto, mas o nosso PDZPO não é assim, nosso PDZPO 1138
também prevê com muita agilidade e muita rapidez, em curtíssimo prazo 1139
aumentar essa movimentação. Então, só para registrar a discordância que eu 1140
faço. Bem, a gente tem vários itens para contribuir e a gente vai fazer isso ao 1141
longo dos próximos dias, na forma eletrônica. Hoje eu queria fazer só o registro 1142
verbal, na frente de todos, com a testemunha de todos, que se refere ao 1143
corredor Oeste. Por que o corredor Oeste? Porque, como eu disse, eu 1144
represento o agronegócio do Paraná, se vocês olharem as estatísticas da 1145
APPA, vocês vão ver que 70% ao longo dos últimos anos, se vocês pegarem 1146
10 anos, vocês vão ver que 70% da movimentação diz respeito a produtos 1147
originais do agronegócio, ou seja, nós somos os maiores usuários do porto, por 1148
isso estamos aqui tentando contribuir para a melhora desse porto. Então, o cais 1149
Oeste, pessoal, aqueles que estão aí há pelo menos 10, 12 anos, como eu, no 1150
porto, lembram do famigerado cais Oeste, que nós tínhamos recursos para 1151
fazer investimento, mas infelizmente não foi realizado por uma questão 1152
meramente política. Como nós temos aqui também uma proposição no nosso 1153
PDZPO, do cais Oeste, eu quero me referi a duas áreas disponíveis, uma por 1154
ser o greenfield e a outra para um re-arrendamento em que a SEP, o plano da 1155
SEP deixou de fora a possibilidade de termos outros berços naquela região que 1156
nós aguardamos há muitos anos. Então, a nossa proposição é de que nós 1157
40/119
tenhamos, no cais Oeste, na região Oeste do cais, um cais no formato de “F”, 1158
em que essas duas áreas que nós vamos ter disponíveis, que sejam greenfield 1159
e um re-arrendamento, ambos, quando licitados, com a obrigatoriedade de se 1160
construir pelo menos uma das hastes, o berço na forma de “F” na primeira 1161
haste, ou seja, o eixo central do “F”. Deixando o eixo final do “F”, ou seja, a 1162
parte final do “F” para que outros empreendimentos privados, na mesma 1163
região, se interessem em arrendar aquela região, aqueles berços. Também 1164
registrar que no plano da SEP foi deixado de fora, porque a SEP considera que 1165
aquela região onde vai ser rearrendada, ela integralmente está sendo prevista 1166
com arrendamento para uma única empresa, tomando toda área, esquecendo 1167
de deixar uma área de passagem, porque aquela região do porto, sem dúvida 1168
alguma, nós teremos outros empreendimentos a serem realizados e que 1169
seguramente precisarão de algumas áreas disponíveis para movimentar suas 1170
infraestruturas. Então, eu quero deixar registrado esses pontos. Obrigado. 1171
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1172
Só para reiterar, isso já foi dito até para o próprio Dr. Dividino, realmente, esse 1173
projeto nos pareceu bastante interessante. A gente vai só fazer as contas para 1174
saber se efetivamente a conta fecha no que diz respeito a essa ampliação de 1175
oferta. Eu particularmente achei, exatamente, em relação à implantação do 1176
berço, porque uma das premissas dos estudos é justamente fazer com que 1177
essas intervenções efetivamente fiquem, sejam bancadas pelos futuros 1178
empreendedores, ou seja, dispensando o poder público desse ônus. Já que 1179
todos sabem, os recursos públicos são escassos e devem ser, na medida do 1180
possível, canalizados para atividades onde o Estado não pode abrir mão. 1181
(intervenção feita fora do microfone). 1182
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1183
Senhor Nilson, eu só queria complementar, eu acho que na verdade não há 1184
uma divergência no que o Rogério colocou e na proposta dos senhores. O Dr. 1185
Rogério disse foi o seguinte: que o horizonte de implantação desses 1186
arrendamentos teria sido inferior a um horizonte de divisão do PDZ, não que o 1187
41/119
PDZ não apresente resultados imediatos, tal como a proposta da Secretaria de 1188
Portos, absolutamente. Ambos contemplam resultados imediatos para o porto 1189
de Paranaguá, ocorre que a questão de abrangência temporal, o PDZ estaria 1190
um pouco mais adiante do que a gente está propondo aqui, que poderia ser em 1191
fases, ou seja, com arrendamentos não previstos agora, no futuro de curto ou 1192
médio prazo. Joelson, por favor. 1193
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1194
Senhora Sandra Silva, da CARGILL. Em seguida, Régis Prunzel, também da 1195
CARGILL. 1196
SANDRA DA SILVA, CARGILL 1197
Boa tarde a todos. Eu tenho uma contribuição somente para fazer, 1198
especificamente em relação à área PAR15. Nas condições específicas do 1199
contrato desta área identificada como PAR15, há previsão de assunção do 1200
arrendamento das áreas 15, 16 e 19, em 30 dias da aprovação do projeto 1201
básico. Ainda há previsão que a área 17 deverá ser disponibilizada ao 1202
vencedor em março de 2016. A área 18 em junho de 2019. Não se levou em 1203
conta que as áreas 15, 16. 17 e 18 foram unificadas desde março de 2010, 1204
num contrato que tem vigência até março de 2016. A unificação foi realizada 1205
com autoridade portuária, a APPA, competente, legítima contra parte da 1206
arrendatária no contrato, embasada em pareceres jurídicos e técnicos, seu 1207
extrato foi publicado no Diário Oficial do Estado, está sendo praticada sem 1208
interrupção ou decisão em contrário, desde março de 2010. A atual 1209
arrendatária obteve concessão das áreas 17 e 18 através de regular licitação 1210
realizada pela autoridade portuária e formaram um conjunto único com as 1211
áreas 15 e 16. Essas áreas separadamente não possuem condições 1212
operacionais para o fim a que se destina o terminal. Além do impedimento 1213
operacional que esse desmembramento causaria, há uma grave situação legal 1214
a ser resolvida, uma vez que a arrendatária realizou altos investimentos 1215
autorizados nas referidas áreas e tem o direito a utilizá-las para o 1216
desenvolvimento de suas atividades. Essa situação operacional e legal não foi 1217
42/119
considerada quando da modelagem, embora logo após a portaria SEP número 1218
38 e o início dos estudos pela EBP foi dado conhecimento à SEP em protocolo 1219
realizado em março de 2013 de todos os documentos que embasaram a 1220
unificação, bem como apresentada intenções e projetos de investimentos. Mas 1221
mesmo após 6 meses, não houve análise e nenhum retorno. Obrigada. 1222
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1223
Senhor Régis. 1224
RÉGIS PRUNZEL, CARGILL 1225
Boa tarde, autoridades, demais pessoas presentes, colegas. Tenho 3 1226
contribuições a fazer, também todas elas listadas a área PAR15. Na seção “B”, 1227
estudo preliminar de engenharia e afins. A área PAR15 ela considera o 1228
agrupamento de 5 áreas, 15, 16, 17, 18 e 19. As áreas 15, 16, 17 e 18 são 1229
atualmente o terminal da Cargill e a área 19 é o terminal da Centro-Sul. Com o 1230
agrupamento, como fica a situação da rua que divide os terminais, tendo em 1231
vista que essa rua é a via de acesso de saída dos caminhões que descarregam 1232
em outros 5 terminais ligados ao corredor de exportação e que por lá passam 1233
diariamente entorno de 900 veículos, 900 caminhões. Segunda contribuição, 1234
tabela 2, planilha de análise de capacidade do PAR15. Somando as 5 áreas, 1235
você tem um total de capacidade de armazenagem de 185 mil toneladas. 1236
Durante as fases 1, 2 e 3, essa capacidade de armazenagem vem para 180 mil 1237
toneladas, porque a diferença de 5 mil toneladas, referente a área 18, que só 1238
será agrupada ao novo terminal no ano de 2019. Como será a divisão 1239
operacional desse armazém, sendo que toda a estrutura de descarga e 1240
embarque estão ligados entre áreas para atender requisitos da Receita 1241
Federal, que aqui a gente acabou de passar 2 anos atendendo requisitos da 1242
Receita Federal, se nós colocarmos no Excel, são mais de 3 mil linhas de 1243
exigências que nós temos que atender. Como que ficaram o atendimento 1244
desses requisitos sendo uma área que teoricamente não pode ser dividida? É a 1245
segunda contribuição. A terceira, com relação aos fluxos ferroviários e 1246
rodoviários, todo fluxo ferroviário de acesso às áreas 15, 16, 17 e 18 é feito 1247
43/119
pela área 18. Com essa área sendo agrupada somente no ano de 2019, como 1248
será feito o acesso ferroviário ao terminal até 2019? Toda saída de caminhões 1249
acontece pela área 17, que será agrupada somente em 2016, como será feita a 1250
saída de caminhões enquanto a área não será agrupada? Para concluir, 1251
somente uma observação, qualquer transferência de arrendatária antes de 1252
março de 2016 vai trazer ineficiência operacional, contrariando a proposta de 1253
aumento de eficiência e penalizando o terminal, que tem sido escolhido nos 1254
últimos anos um dos melhores operadores portuários de Paranaguá. Era isso 1255
que eu queria contribuir. Obrigado. 1256
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1257
Eu gostaria que o senhor formalizasse detidamente esses detalhes em termos 1258
operacionais, no sentido de comprovar a sinergia operacional e as dificuldades 1259
de um eventual desmembramento. Obrigado. 1260
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1261
Senhor Clythio. 1262
CLYTHIO 1263
Meu nome é Clythio Buggenhaut sou diretor de portos há 4 anos, mas vejo 1264
parceiros de jornada sentados à mesa, dos tempos em que, de 2007 a 2009, 1265
estive a frente da Companhia Docas do Pará, portanto cumprimento o Ministro, 1266
a quem pessoalmente não tive a chance de conhecer daquela época, mas 1267
desejo boa sorte a todos na empreitada de tentar dar um salto de modernidade 1268
e infraestrutura no nosso cenário portuário. Eu tenho uma colaboração, duas 1269
colaborações pontuais e uma terceira mais abrangente. A primeira pontual é 1270
com relação à posição que o poder concedente assume o risco de manutenção 1271
e calado. O Fabrizio já abordou, existem diversas modelagens que prevêem 1272
consignação de 60 mil toneladas no Panamax, o que obrigatoriamente exige 1273
calado operacional autorizado de 13 metros, ou seja, uma profundidade mínima 1274
de 14, 13,5 na maré baixa, consequentemente, maior ainda na maré alta. Lá na 1275
frente, onde se fala em, não se fala em nenhum momento de garantia de 1276
44/119
profundidade, fala-se o seguinte: o operador poderá alegar impossibilidade de 1277
cumprir o compromisso dele se o poder concedente ao não garantir a 1278
profundidade 11 metros, por exemplo, de 13 para 11, houver impossibilidade 1279
de operar com os navio, ora impossibilidade nunca haverá, porque mesmo que 1280
esteja 9 metros, eu posso carregar 30 mil no Panamax. O que existe é uma 1281
impossibilidade de operação comercial típica, esses deveriam ser os termos, 1282
caso contrário qualquer advogado diria que desde que eu possa operar um 1283
navio com metade da carga, eu ainda posso, porque aqui está escrito só que 1284
existe uma isenção na movimentação ou no compromisso mínimo se houver 1285
impossibilidade de operar, isso nem de longe é uma assunção de risco pela 1286
manutenção do calado, pelo poder concedente. Na prática, eu acredito que a 1287
eficácia possível é se houvesse uma cláusula de, falhando o poder concedente 1288
ao garantir o calado mínimo operacional, fosse facultado ao arrendatário fazer 1289
o serviço com desconto das suas obrigações. Porque hoje, criado o impasse ou 1290
havendo a dificuldade pelo poder concedente de aportar recursos nesse tipo de 1291
manutenção vital a eficiência dos nossos portos, fica também o usuário 1292
impedido de fazê-lo. Então, é uma sugestão para que a gente tenha eficácia. 1293
Dois, na movimentação mínima sempre uma modelagem é para grãos e temos 1294
um problema no Brasil, hoje, que são as esmagadoras, que tem que exportar 1295
farelo, nem todo farelo produzido é consumido internamente. A eficácia, a 1296
eficiência das instalações portuárias para esse produto cai abaixo de 70% por 1297
conta de suas características de manuseio e velocidade de embarque. Então, 1298
no cômputo das movimentações mínimas anuais, eu acredito que deveria 1299
haver um estímulo, um deságio na movimentação do farelo, que a 1300
movimentação fosse dividida por ponto sete, por exemplo, no cômputo total, 1301
caso contrário haverá um desestímulo a manutenção da já combalidas pelas 1302
baixíssimas margens esmagadoras de continuarem abertas. Registre-se que já 1303
houve caso de esmagadora fechando ou ficando parada, hoje elas trabalham 1304
com a margem muito baixa. Então, a busca da eficiência pela máxima 1305
movimentação, nesse caso, penaliza computar farelo, farelo vai ficar sem casa, 1306
já está difícil para ele. Por último, voltando ao caso do terminal que a Cargill 1307
hoje opera, o Ministro falou que deve ser buscada a convergência para atender 1308
45/119
as necessidades do estado, falou-se em busca de eficiência por redução de 1309
custos. Claramente estão diferenciadas as cadeias de negócios, no caso grãos, 1310
as longuíssimas cadeias, como lembrado pelo parceiro Fayet, e da prestação 1311
de serviços portuários. Por conta disso, os arrendamentos dos terminais de 1312
cadeia de negócio são visando maior movimentação. Para permitir grandes 1313
investimentos em infraestrutura, procura-se ganho de escala e consolidação de 1314
áreas como solução principal, como vem sendo observado. É forçoso 1315
reconhecer que em alguns casos são soluções inteligentes desde que partindo 1316
do princípio da necessidade de grandes investimentos. Isso, essa consolidação 1317
de áreas buscando eficiência estava previsto no artigo 27 do decreto 6.620, e 1318
está previsto no espírito do parágrafo 6º do artigo 6 do 12.815, em que pese 1319
seu espírito tenha sido bastante limitado pela sua regulamentação no decreto 1320
8.033. Mas ela é inevitável, e quando chegamos em 2010 a analisar a situação 1321
contratual da Cargill, após um período de administração do porto, descrito pelo 1322
Fayet, encontramos um terminal uno, eficiente, capaz de ajudar a Cargill a 1323
movimentar 1/6 da produção de grãos do Paraná, porém esquartejado em 4 1324
contratos, de maneira absolutamente inaceitável, dois de regime antigo e um 1325
vencendo em 2019, que era só o acesso ferroviário. Em um movimento 1326
contratual amparado por tudo que vigia à época, foi feita essa unificação, que 1327
passou por análise, amparado por parecer técnico, por EVTEs, por parecer 1328
técnicos recorrentes e jurídicos da própria APPA e está sob análise da ANTAQ, 1329
sob conhecimento da SEP. Por este aditivo contratual que unificou o terminal, 1330
abrindo mão, inclusive, do período de 3 anos de um dos contratos, nós 1331
teríamos continuidade até 2016 e essa é a nossa expectativa, uma vez que, 1332
voltando a falar da cadeia de negócios, em dezembro, quando esta modelagem 1333
estiver revisada, teremos 45% da safra de 2014 já negociada, contando com o 1334
controle do terminal para fazer funcionar esse escoamento e esse fluxo 1335
comercial de produtos. A cadeia ela trabalha no futuro, essa negociação já está 1336
acontecendo, a safra de 2014, pelo terminal que a Cargill opera, com base 1337
nesse contrato, já está pré-negociado e sendo pré-negociada. Então, 1338
enxergamos na licitação PAR15 inteligência na dedicação do berço prioritário, 1339
no investimento a infraestrutura de água e não só consolidação de água. 1340
46/119
Considerando que a Cargil movimenta, emprega 640 pessoas entre 240 na 1341
fábrica de Ponta Grossa, que foi a primeira fábrica da Cargil, tem 40 anos, 270 1342
no porto, 130 ao longo do estado, empregará no ano que vem, com a 1343
inauguração da planta de Castro, mais 200, que é uma planta de 1344
processamento de milho que vai ser centro em um pólo tecnológico alimentício, 1345
com o empreendimento de mais 250 milhões de dólares. Temos a esperança 1346
de que a Cargil continue sendo vista estratégica para enxergar o Paraná como 1347
estratégico, como enxerga há 4 décadas. E esperança que essa revisão dessa 1348
proposta possa ser feita de maneira que haja um posicionamento ganha, 1349
ganha, ao invés de considerarmos a triste hipótese ofertada pelo brilhante 1350
diretor da ANTAQ Mário Povia, de judicializar a situação, que possamos partir 1351
para gastar a nossa energia, o nosso tempo na participação das licitações. 1352
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1353
O senhor tem mais 1 minuto. 1354
CLYTHIO 1355
Não preciso dele. Agradeço pelo tempo, a compreensão e refaço meus votos 1356
de esperança na revisão das propostas. Obrigado. 1357
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1358
Clythio eu só não entendi essa última parte. Qual é a proposta do diretor da 1359
ANTAQ? 1360
CLYTHIO 1361
Numa resposta anterior, o seu comentário foi que a judicialização está sempre 1362
aberta para quem recorrer a ela. 1363
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1364
É um direito constitucional. 1365
CLYTHIO 1366
47/119
Perfeito, até agora não quisemos, para ser mais objetivo, estamos diante dessa 1367
solução que nós ofertamos à administração portuária, de resolver o impasse, 1368
que deveria ser visto como algo virtuoso, que simplifica, que dá à 1369
administração portuária um terminal único para licitar ou não. Não queremos 1370
judicializar. 1371
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1372
Era só para esclarecer, eu não tinha entendido. 1373
CLYTHIO 1374
É a primeira vez, a partir da quarta-feira que saiu a configuração, é que fomos 1375
procurar o escritório de advocacia, até então estávamos no negocial, no 1376
razoável, na norma, com certeza a gente está abrindo um diálogo com quem 1377
também quer a mesma coisa que a gente, eficiência. Foi só isso. 1378
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1379
Senhor Nelson Costa, da Ocepar. Em seguida, Daniel Dias. 1380
NELSON COSTA, OCEPAR 1381
Boa tarde a todos. Eu, primeiro, gostaria de agradecer as palavras que o 1382
senhor ministro Antonio Henrique. Senhor ministro, eu gostaria de agradecer 1383
suas palavras, eu também estou gripado, mas o senhor falou muito bem do 1384
cooperativismo, do setor cooperativo, que trabalhou e vem trabalhando para 1385
viabilizar a agricultura do Paraná e do Brasil, como forma geral. Dizer que aqui 1386
no Paraná nós somos 150 mil agricultores cooperativados e que nós temos 1387
grandes estruturas aqui no porto de Paranaguá, dando suporte para esses 1388
agricultores. Eu vou me ater principalmente na questão do corredor leste, de 1389
antemão dizer que a proposta da ANTAQ e da SEP, de construção do píer em 1390
forma de “T” converge totalmente com a nossa proposta do Paraná. Também 1391
com relação a área 11, que na proposta da ANTAQ é a área 07, licitar a área 1392
considerando-se a construção do armazém de 107 mil toneladas, também 1393
somos totalmente convergentes. O que a gente pede é que se inclua a área 12, 1394
48/119
que no desenho apresentado está como PAR08, que é uma área que vai 1395
permitir a construção de um armazém de 240 mil toneladas e, com isso, se nós 1396
considerarmos a área 11, mais a área 12, nós vamos ter uma agregação de 1397
350 mil toneladas estática. E na proposta da SEP seria apenas 107 mil 1398
toneladas. Só para esclarecer, nós já chegamos a operar aqui, quando os dias 1399
estão bons, com sol, nós chegamos a carregar 80, 100 mil toneladas. Então, o 1400
armazém de 100 mil toneladas pouco movimento agrega ao todo, então é 1401
importante que nós coloquemos também área 12, com isso nós vamos ter mais 1402
um armazém de 240 mil toneladas. Colocar também um ponto fundamental, 1403
que é a retirada do processo de licitação da área 36, que é o Silão. O Silão 1404
vem prestando um serviço muito sério, muito importante não só para o Paraná, 1405
mas para o Brasil como um todo. Nós chegamos a operar aqui com 1.300 1406
pequenos exportadores agricultores, chegamos a dar nas épocas de tempo 1407
bom, chegamos a dar 4 tombos por mês, ou seja, 100 mil toneladas cada 1408
tombo, nós conseguimos dar uma vazão a exportação muito rápida, pela forma 1409
com que o Silão atua, que abriga vários pequenos exportadores. Nós sabemos 1410
que existe o problema contratual de concessão, que o senhor mesmo colocou, 1411
acho que foi o Mário que colocou há pouco mas nós pedimos para que esse 1412
Silão seja postergado, essa licitação, para um período na sequência, para nós 1413
encontrarmos uma forma jurídica para adequar essa questão de vedação que o 1414
poder público da concessão, com esse tempo nós podemos poderíamos 1415
estudar uma forma de consórcio entre os exportadores e os produtores e 1416
cooperativas, de que nós mantenhamos a forma que ele vem atuando, uma 1417
forma pública que vários entes possam, ao mesmo tempo, exportar e também 1418
para que ele continue dando essa vazão, como eu falei, de 4, 5 tombos nas 1419
épocas de crise, que é muito importante para nós. Também com relação à área 1420
41, licitar o píer integrado ao “T”, tanto a área 41, como a área 15, de uma 1421
forma, um lado do “T” ficaria com um licitado e o outro lado ficaria com os 1422
atuais exportadores, que estão hoje, ao largo que poderiam se consorciar, 1423
fazer a construção da outra face da perna do “T”. Tanto a área 14, como a área 1424
15, que está no PDZPO. Queria dizer também que com relação à área que foi 1425
colocada da Cargill há pouco, que é a área PAR15, o senhor colocou, Dr. 1426
49/119
Fernando, no início na sua apresentação que um dos objetivos é aumentar a 1427
concorrência entre os terminais e evitar concentração da forma com que está 1428
colocado na proposta da SEP e da ANTAQ, nós vamos unificar as áreas “a” 1429
com a área “h”, ou seja, os armazéns da Cargill com a Centro-Sul, nós vamos 1430
unificar e vai ocorrer que vamos concentrar isso impede inclusive, por exemplo, 1431
a Cargill tem um tipo de operação que opera para si própria, ela não presta 1432
serviço para terceiros, eventualmente faz isso, mas o objetivo dela é operação 1433
para serviços próprios. Enquanto a Centro-Sul opera com terceiros e se nós 1434
unirmos as duas, nós vamos tirar dos terceiros esse canal de exportação, de 1435
utilização desse serviço. Então, é fundamental que se mantenha as duas 1436
áreas, de forma isolada, para que nós continuemos aumentando a 1437
concorrência e façamos que tenhamos maior competição. Com relação à área 1438
PAR20, os senhores tiveram a oportunidade, inclusive, de fazer uma visita hoje 1439
a área, ela está intrinsecamente encravada na área 21, que é a área hoje 1440
ocupada pela Cormo, como foi visto lá hoje, é totalmente inviável se operar a 1441
área 20 dissociada da área 21. Então, o que se pede é que haja uma junção 1442
desses contratos, unificação desses contratos, que a gente já vem 1443
conversando com os senhores há vários dias, no sentido de que se jogue esse 1444
prazo para 2.023, aí sim se faz uma licitação única, tanto da área 20 com a 1445
área 21. É importante ressaltar que agregado a essa área 20 e 21 funciona a 1446
única empresa que tem uma indústria de esmagamento de soja aqui em 1447
Paranaguá, que opera com duas mil toneladas por dia, essa empresa e esses 1448
armazéns tem uma função primordial no sentido de levar ao exterior 1449
mercadorias de forma segregada. Nós conseguimos abrir, através das 1450
cooperativas, um mercado muito interessante, que é o mercado europeu, para 1451
farelos segregados, farelos não transgênicos, farelos com alto teor de proteína 1452
e esses armazéns hoje, ligados a essa fábrica, conseguem operar com 1453
produtos diferenciados, de alta qualidade, que isso dá um handicap em termos 1454
de valorização do produto bastante grande. Então, é importante que nós 1455
tenhamos esse desenho da área 20 e 21, mantendo ele da forma integrada, 1456
conseguindo uma brecha jurídica, legal, para que nós consigamos fazer a 1457
unificação desses contratos. Também eu queria dizer que é importante que o 1458
50/119
modelo de Paranaguá, que nós operamos hoje, com esses terminais que 1459
prestam serviço com o Silão, ele procura, permite que o agricultor lá na ponta, 1460
ele consiga fazer sua exportação através do Silão, por exemplo, através de 1461
uma cooperativa. Se nós transferirmos isso, por exemplo, o Cilão seja 1462
transferido via licitação para uma empresa, nós já sabemos que temos até o 1463
nome das empresas chinesas que estão interessadas no Silão, nós vamos 1464
concentrar esse bem público na mão de um importador, que vai prestar 1465
interesse exclusivo da sua empresa na China e vai deixar esses mais de 1.300 1466
pequenos operadores, os agricultores na mão. Uma outra e última sugestão 1467
que eu gostaria que fosse verificado nos documentos publicados pela ANTAQ, 1468
me parece que lá existe uma restrição, só pode participar das licitações 1469
empresas caracterizadas como S.A. Nós queremos que cooperativas, centrais 1470
de cooperativas também possam ser habilitadas e possam participar. Eu não 1471
sei exatamente onde está essa restrição no edital, mas nós vamos colocar isso 1472
por escrito depois, para que nós consigamos fazer com que cooperativas, 1473
consórcios de exportadores, enfim, que não se restrinja a uma S.A. 1474
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1475
Talvez uma SPE, talvez, uma Sociedade com Propósito Específico. 1476
NELSON COSTA, OCEPAR 1477
Não sei exatamente, nós vamos estudar e vamos colocar aos senhores bem 1478
especificamente essa questão. Então, são essas as sugestões, especificas 1479
para corredor de exportação leste. E nós vamos protocolar depois por escrito 1480
todas as nossas sugestões. Muito obrigado. 1481
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1482
Talvez eu não tenha sido claro. Na realidade a gente não quer cercear a 1483
concorrência, muito pelo contrário, o objetivo é esse mesmo. O que foi 1484
colocado ali é que com relação a esses dois arrendamentos próximos ao 1485
corredor de exportação, envolvendo (intervenções simultâneas). Sem nominar, 1486
envolvendo dois arrendamentos com prazo supostamente vencidos, vamos 1487
51/119
dizer assim, o que se enxergou é que seria mais viável, mais fácil de você 1488
conseguir viabilizar assunção de investimentos pesados em aumento de oferta 1489
de acostagem através da fusão. É isso aí. Mas nada impede de ser reestudada 1490
a questão. 1491
NELSON COSTA, OCEPAR 1492
Nós pedimos encarecidamente que seja reestudado pela característica de 1493
operação dos dois terminais que são completamente diferentes. 1494
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1495
Senhores são 17h17min, nós ainda não chegamos ao primeiro terço dos 1496
inscritos. Então, eu peço aos senhores que agucem o poder de síntese e 1497
objetividade para que todos possam se manifestar. Eu chamo o senhor Daniel 1498
Dias, Fonte Dias, em seguida, senhor Vinícius Coelho. 1499
DANIEL DIAS, CONAGRO 1500
Boa tarde, senhor ministro, membros da ANTAQ. Eu sou da Conagro. A 1501
Conagro é uma cooperativa central que reúne 17 cooperativas, 17 das maiores 1502
cooperativas do Paraná. Nós representamos 1/3 de todo o consumo de 1503
fertilizante do Paraná. A Conagro existe especificamente para cuidar da parte 1504
de insumos, então o nosso fluxo é o contrário do que está se falando aqui com 1505
relação aos grãos, nós importamos. Nós temos uma preocupação muito 1506
grande, porque a gente percebe que nesse momento nós não estamos falando 1507
de expansão de porto, nós estamos falando de otimização de espaços, 1508
mudança de titularidade e de operadores, mas não estamos falando de 1509
incremento de espaço no porto. Especificamente quando se fala de fertilizante, 1510
o que a gente percebe é que não estamos tendo nenhum benefício. Nós temos 1511
hoje basicamente 2 berços que operam em fertilizantes e assim continuaremos. 1512
Pelo contrário, hoje ainda temos os berços alternativos, que vez por outra nos 1513
salvam quando você tem uma demanda muito grande, deixaremos de tê-los 1514
porque esses espaços serão ocupados por esse novo processo de licitação, 1515
nós ficaremos bem restritos aos berços que hoje nós operamos. Então, a nossa 1516
52/119
preocupação é exatamente essa, quer dizer, nós estamos falando hoje da área 1517
da ANTAQ, do arrendamento, é de um espaço de armazenagem, mas não 1518
estamos falando de um incremento de berço. Hoje, não sei se vocês tem esses 1519
números, mas nossas cooperativas, os nossos agricultores, nós somos em 60 1520
mil produtores dentro do Conagro, nós chegamos a pagar 25 reais, 25 dólares, 1521
desculpa, por tonelada em adição, quando nós temos problemas de demurrage 1522
alto, sobretudo nessa época da safra de verão, onde nó chegamos a esperar 1523
30 a 40 dias. Ora, evidente que esse espaço que será arrendado, se for ganho 1524
por nós, a licitação, nós teremos um benefício e conseguiremos aportar esse 1525
resultado a nossa atividade. Mas quem garante que nós ganharemos? Então, a 1526
única forma que a gente tem certeza que o agricultor poderá deixar de pagar 1527
esse custo de 25 ou ter que esperar 30, 40 dias, é de fato você tendo uma 1528
expansão de berços ofertando espaços para o fertilizante, coisa que nós não 1529
temos. Eu gostaria de citar um exemplo, nós perdemos as melhores 1530
oportunidades de compra de fertilizante por uma gestão logística, a gente, por 1531
exemplo, agora nós tivemos um conflito internacional com dois produtores de 1532
cloreto de potássio no mundo e as cooperativas não puderam aproveitar desse 1533
momento, porque se nós tomássemos a decisão de comprar no momento em 1534
que o cloreto de potássio caiu 100 dólares por tonelada, não tinha como 1535
recebê-lo. Quer dizer, então a única forma de a gente poder gerir isso é termos 1536
mais espaço disponível. Eu não quero me prolongar, porque o tempo está 1537
curto, o principal recado era esse. Muito obrigado. 1538
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1539
Dando sequência, Vinicius Coelho, da Aquaplan. 1540
VINÍCIUS COELHO, AQUAPLAN 1541
Boa noite a todos. Cumprimentando a mesa e cumprimentando a todos os 1542
presentes. Eu quero focar especificamente no PAR02, visto que eu sou da 1543
Aquaplan, nós estamos há 3 anos trabalhando constantemente em 1544
licenciamentos ambientais aqui em Paranaguá, especificamente na ampliação 1545
do terminal de containers de Paranaguá. Mais recentemente focamos na 1546
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análise ambiental para compor dois estudos, dois EVTEs elaborados na 1547
ampliação da TCP. Esse foco ambiental na questão do PAR02 leva a questão 1548
que já foi evidenciada aqui, da fragilidade dos estudos da EBP. Existem pontos 1549
específicos no EVTE que não consideram especificamente a dragagem, a 1550
necessidade da dragagem daquela área, a necessidade de derrocagem, que 1551
deverá ser empregada naquela área, principalmente os conflitos 1552
socioambientais que uma ampliação do porte proposto nesse projeto irá 1553
decorrer. Era, nesse momento, esse ponto na questão ambiental, focado, visto 1554
aos 3 anos decorridos da ampliação d TCP, aspecto esse de processos 1555
administrativos e licenciamento ambiental em curso no IBAMA, que foram 1556
desgastantes, mesmo sendo eles conduzidos pelo empreendedor privado, já 1557
um fato muito bem observado aqui pela ANTAQ e pela SEP, da necessidade 1558
que esses processos dos novos terminais a serem arrendados sejam 1559
conduzidos por terminais privados para facilitar, agilizar, mesmo assim são 1560
fatos problemáticos, decorrem conflitos e demorosos. Era isso. 1561
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1562
Senhor Gilson Martins, da Fecopar. Em seguida, Orlei Miranda, do Cintraport. 1563
GILSON MARTINS, FECOPAR 1564
Boa tarde a todos, agradeço pela oportunidade de poder colocar a nossa 1565
posição da Fecopar. Bom, a primeira coisa que eu queria ressaltar é que nós 1566
da comunidade da agropecuária do Paraná temos o porto como um prestador 1567
de serviços, é isso que nós queremos manter. Garantir um serviço que atenda 1568
as necessidades do agricultor, que no final é quem tem digamos a 1569
consequência de uma gestão boa ou ruim do ativo público que é o porto. Com 1570
relação a isso, acho que é válido elogiar essa premissa de prestigiar a 1571
concorrência no porto, que isso é muito importante, e o aumento de 1572
capacidade, que isso também é algo bastante importante, embora nesse 1573
primeiro bloco de licitação, essa questão do aumento da capacidade não está 1574
tão claro. Mas essa é uma premissa fundamental para nós. Gostaria de 1575
acrescentar uma outra premissa, que já foi citada aqui, que seria segregação. 1576
54/119
É importante para nós do Paraná, que temos produtos diferenciados, produtos 1577
industrializados, produtos que vão para a Europa, vão para outros países e 1578
atende mercados, nichos específicos. Precisamos manter um porto que tenha 1579
condições de ofertar toda essa sorte desses serviços. Enfim, também aqui 1580
ressaltar a participação da comunidade, em especial da nossa comunidade, 1581
através da Fecopar, através da Ocepar, eu participei pessoalmente nas 1582
reuniões do PDZPO e foi um projeto construído conforme as nossas 1583
necessidades. Bom, nesse espírito de falar em segregação e concorrência, eu 1584
gostaria de fazer uma sugestão, temos muitas sugestões que vão ser 1585
oportunamente colocadas no portal da ANTAQ, mas em específico, nesse 1586
momento, vou ressaltar uma área, que é a área que vocês chamam de PAR06, 1587
que não foi considerada no edital. Então, é uma área, na verdade, greenfield, 1588
uma área que hoje é vazia e outra funciona uma oficina do porto, uma oficina 1589
da APPA que pode ser colocado em outro local até mesmo fora da área de 1590
abrangência do porto, é uma área nobre, uma área que pode ser utilizada com 1591
uma ligação com o corredor oeste. Então, nós sugerimos que se coloque essa 1592
PAR06 e ao mesmo tempo ligue essas áreas estabeleça uma relação através 1593
de correias com o cais oeste, onde você vai ter também construção do cais em 1594
“F”, que é uma sugestão nossa também. Então, nesse projeto pedimos que 1595
acrescente essa área PAR06 também a obrigação de se fazer uma face desse 1596
píer em “F” no cais oeste. Bom, grande vantagem de colocar mais essa área, 1597
você vai ter mais uma possibilidade de aumentar a produtividade do porto com 1598
cerca de 2,5 milhões de toneladas por ano, então vai ter um aumento efetivo de 1599
capacidade em uma área de 33 mil metros quadrados. Uma capacidade de 1600
armazenagem de 140 mil toneladas, já foi mencionado anteriormente aqui a 1601
importância de se ter isso, principalmente nas épocas em que você tem a 1602
possibilidade de fazer um escoamento bastante célere. Outra questão, que isso 1603
também vai dar uma questão de produtividade por hora, mais uma correia com 1604
2 mil toneladas/hora de produtividade. Seria basicamente essa minha 1605
contribuição, ressalto que também iremos colocar isso no portal de vocês. 1606
Muito obrigado. 1607
55/119
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1608
Ok, Gilson. Muito obrigado. Eu vou passar a palavra para o Dr. Rogério 1609
Menescau, até em linha que você falou que não ficou muito claro o aumento de 1610
capacidade que está proposto, apenas para ele traduzir em números o 1611
resultado esperado. Dr. Rogério, por favor. 1612
ROGÉRIO MENESCAU – SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO DA 1613
SECRETARIA DE PORTOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 1614
Bom, pelos cálculos feitos pela EBP, no geral, o porto de Paranaguá estaria 1615
sendo ampliado nesse pacote de propostas, o que não quer dizer que não 1616
podemos rever e acrescentar entorno de 89% de aumento, passando de 40,4 1617
para 76,4. Isso nos próximos 4, 5 anos de investimento, com relação, isso 1618
geral. Em termos de grãos, especificamente, estaríamos passando, desculpe, 1619
fertilizante, de 9,9 para 12,4, isso no porto público, não quer dizer que tem os 1620
acessos a parte de áreas privadas na retro área. Na parte de grãos passaria de 1621
18,8 para 47,3, aumentando 154%. Isso tem aquela apresentação que fizemos 1622
em Curitiba, mas são previsões, de qualquer forma não impede que as 1623
contribuições que vocês estão fazendo aqui enriqueçam e nos mostrem que 1624
erramos na avaliação e que vocês tem um potencial bem maior. Curiosamente, 1625
fizemos uma audiência em Salvador, na sexta-feira, e não surgiu demandas de 1626
novas áreas, diferentemente do que está acontecendo com vocês, que vocês 1627
estão, digamos, identificando novas demandas, seja na retro área privada, 1628
seja na própria área pública e nós vamos receber devidamente com o maior 1629
carinho. 1630
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1631
Senhor Orlei Miranda. Em seguida, André Perez. 1632
ORLEI MIRANDA, CINTRAPORT 1633
Senhor Antônio Henrique, ministro dos portos. Secretário estadual José Richa 1634
Filho. Prefeito municipal Edison Kersten. Ao saudá-los eu faço extensivo a 1635
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todos os presentes. Eu faço uso da palavra motivado por dois objetivos e uma 1636
manifestação. O primeiro objetivo é solicitar a retirada do programa de 1637
arrendamento do Governo Federal das instalações públicas do corredor de 1638
exportação, silo 100 mil toneladas, silão, e armazéns 12 e 13, por onde são 1639
escoados boa parte da soja, milho e do farelo de soja, do porto de Paranaguá. 1640
Que são compostas por um conjunto de silos horizontais e verticais e 1641
horizontais públicos e privados, onde somam a capacidade estática de 1642
armazenagem de quase 1 milhão de toneladas. Nesses complexos, o grão é 1643
exportado por 3 berços, o 12, 13 e 14, com operação de 6 shiploaders com 1644
capacidade de 1.500 toneladas hora. O eventual arrendamento com 1645
privatização dessas instalações de armazenagem, certamente irão afetar a 1646
sociedade paranaense. Todo hinterland portuário, com a geração das 1647
seguintes consequências: no campo do emprego, desocupação de 1648
aproximadamente 150 servidores da APPA. Geração de desemprego e mais de 1649
400 funcionários dos operadores portuários denominados sem teto. No campo 1650
da economia, cerceamento de acesso a capacidade de armazenagem de 1651
mercadorias em condições de exportações aos médios e pequenos produtores, 1652
lembrando que esse fator inclui de forma significativa sobre o tempo de espera 1653
dos navios em nosso porto. Encarecimento das tarifas portuárias pela perda do 1654
preço público do valor de armazenagem das mercadorias, preço de referência. 1655
Pequenos produtores não teriam condições de escoar sua produção do porto. 1656
Abertura da porta para cartelização de armazenagem e movimentação de 15 1657
milhões de toneladas de granéis sólidos, possibilitando que se repitam aqui 1658
prejuízos à sociedade, a exemplo do que a imprensa vem informando a 1659
respeito do cartel do metrô da CPTM, Companhia Paulista de Trens 1660
Metropolitanos. Transferência para a iniciativa privada de instalações públicas 1661
que vem sendo usadas com a mais alta eficiência, inclusive apresentando a 1662
mais alta taxa de giro entre todos os 9 terminais que compõe o complexo 1663
corredor de exportação. No campo do procedimento para arrendamento, 1664
previsão do documento da APPA de investimento de apenas 20 milhões de 1665
reais para o silo de 100 mil toneladas. Não há sequer pedido de arrendamento 1666
protocolado, ou protocolizado de qualquer interessado em investir na instalação 1667
57/119
do silo de 100 mil toneladas, o silão. Mutilação do patrimônio público ao 1668
arrendar apenas os armazéns 12 e 13, deixando a capacidade do complexo 1669
público de armazéns horizontais reduzida pela metade, registrando que estas 1670
instalações, armazenaram 1 milhão de toneladas de farelo no ano de 2012. Dar 1671
legitimidade da APPA para armazenar mercadoria, esse arrendamento dos 1672
silos públicos vem retirar da APPA a possibilidade de armazenamento de 1673
mercadorias, bem como as receitas das auferidas, assunto já pacificado no 1674
acórdão 768/2005 do TCU. O segundo objetivo, senhores, se refere a inclusão 1675
no programa de arrendamento do porto de Paranaguá de área em instalações 1676
ocupadas com a sede do sindicato dos portuários do Paraná. Já, há mais de 35 1677
anos, com manutenções ao longo desses anos todos foram por nós realizados, 1678
inclusive com algumas edificações, possibilitando o atendimento profissional, 1679
esportivo, didático e social aos trabalhadores e funcionários do porto de 1680
Paranaguá e Antonina, sempre conscientes de que a ausência de ônus na 1681
ocupação do espaço físico oportuniza maior eficiência no atendimento coletivo 1682
e na preservação do patrimônio, sem qualquer aporte financeiro da APPA. 1683
Pedimos também a retirada desta área do projeto de arrendamento do Governo 1684
Federal. As duas situações são objeto, inclusive, de ficha encaminhada à 1685
ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. E a nossa manifestação vai de 1686
encontro ao que já foi dito, aliás, com muita propriedade, pelo nosso amigo e 1687
companheiro e conselheiro Fayet e pela nossa conselheira também Maria do 1688
Socorro, que capitaneou o plano de zoneamento do porto de Paranaguá, como 1689
relatora e como conselheira também do conselho de autoridade portuária. 1690
Diga-se de passagem, bastante oportuno, que esse PDZPO ele foi feito 1691
durante meses e muitos dos segmentos que fazem parte do conselho de 1692
autoridade portuária abriram mão, inclusive, de interesses comerciais e 1693
pessoais, para que se houvesse uma unidade e pudéssemos apresentar o 1694
plano ao Governo Federal. Daí então eu ratifico as minhas palavras, do 1695
conselheiro Fayet, da conselheira Maria do Socorro, acrescentando que o 1696
desejo e o apoio do trabalhador paranguara, do trabalhador portuário já 1697
ultrapassou as barreiras dos portões do porto, já entrou em nossas casas. O 1698
plano de zoneamento do porto de Paranaguá, feito pela gente de Paranaguá, 1699
58/119
feito pela gente que labuta 24 horas no porto, já chegou a toda comunidade, 1700
não é só o porto, é toda comunidade paranguara, que se está pedindo que 1701
atendam o plano PDZPO do porto de Paranaguá. No momento em que eu faço 1702
a entrega da cópia dos ofícios encaminhados à ministra Gleisi Hoffmann, ao 1703
Fernando, ao Mário, ao Luiz, eu agradeço a oportunidade também. Muito 1704
obrigado. 1705
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1706
Senhor André Perez, está presente? Levante a mão se estiver presente. Não, 1707
senhor Marcos Weber. Ao fundo, em seguida, senhor Airton Alexandre. 1708
MARCOS WEBER 1709
Boa noite a todos. Cumprimento a mesa e todos os presentes. Eu vou ser 1710
muito breve, porque todas as nossas contribuições já foram feitas pelos nossos 1711
parceiros, como o professor Fayet, Maria do Socorro, Nilson, da FAEP, João 1712
Arthur, da FIEP. Eu gostaria só de voltar a um tema muito importante para o 1713
porto de Paranaguá, que é a segregação de produtos especiais. Nós não 1714
vamos resolver o problema do porto de Paranaguá rearrendando dos terminais 1715
existentes. Nós precisamos de novos terminais modernos, que contem com 1716
áreas que possam segregar produtos especiais, que agregam valor ao trabalho 1717
do produtor rural. Temos aqui também uma contribuição a fazer, na questão da 1718
importação de cargas, que hoje nós temos uma importação de produtos feita 1719
de maneira muito arcaica, jurássica e o plano da SEP e da EBP não fez 1720
nenhuma previsão de resolver essa questão na importação de grãos e 1721
vegetais, como o trigo, malte e cevada. Então, eu gostaria que essas questões 1722
fossem revistas pela SEP, para que nós tivéssemos contemplado o plano de 1723
arrendamento do porto. Obrigado. 1724
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1725
Obrigado Marcos. 1726
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1727
59/119
Senhor Airton Alexandre. Aqui à frente, em seguida, Jorge Souza. 1728
AIRTON ALEXANDRE 1729
Boa tarde a todos. Eu sou representante dos pescadores da região da Baia de 1730
Paranaguá, especificamente colônia Eufrasina e Europinha. Nós queremos 1731
dizer que nós somos a favor, mas que também somos contra. Nós somos a 1732
favor que o Brasil cresça, que o Paraná cresça, que Paranaguá cresça, que o 1733
porto de Paranaguá também cresça e enriqueça e invista. Mas que 1734
especificamente esse investimento possa atingir as nossas crianças, os nossos 1735
adolescentes, nossos jovens e toda comunidade pesqueira, porque nós temos 1736
hoje comunidades como a nossa, da Eufrasina, em que as crianças estudam 1737
até a 4ª série e não é investimento algum na educação dessa região. Até onde 1738
nós podemos entender o espaço que é cedido para que a ampliação do porto 1739
aconteça, de uma forma direta e indireta é o nosso espaço, porque é ali que o 1740
pescador pesca, é ali que ele transita, é ali que ele faz o seu comércio de 1741
peixe. Então, nós somos a favor que isso aconteça. Mas também somos 1742
contra, nós somos contra o arrendamento realizado ou a ser realizado no 1743
chamado PAR2, pois além dos impactos ambientais e socioeconômicos, já 1744
considerados pela atividade portuária já existente, esta construção terá uma 1745
interferência direta na vida dos mais de 8 mil moradores das comunidades da 1746
Baia de Paranaguá, devido a sua grande extensão e localização do píer, pois 1747
exigiria a realização de manobras de navios ou exigirá e rebocadores em locais 1748
utilizados para navegação pelos moradores, considerados perigosos, devido a 1749
força da maré no local, proximidade com pedras e falta de potência dos 1750
motores das embarcações tradicionais. Colocando assim em risco a vida do 1751
usuário de pequenas embarcações no momento de passagem e atracação de 1752
navios e presença de rebocadores. Além disso, a cobertura da área do baixio 1753
no local afetará a vida de animais ali existentes, inclusive de aves que ali 1754
descansam para continuarem sua a rota. Ressaltamos ainda que em caso de 1755
impossibilidade ou grande dificuldade de passagem na área, que seria aquela 1756
garganta que entra para a Ilha dos Valadares, fato este que vai contra o nosso 1757
direito de ir e vir por aquela região, que fica menor o trajeto, o desvio de rota 1758
60/119
contornando a Ilha da Cotinga, via Maciel, aumentaria em pelo menos 2h30min 1759
o percurso de qualquer comunidade até o centro urbano de Paranaguá, 1760
aumentando também os custos e riscos em caso de emergência, 1761
principalmente tempestades, muito freqüentes aqui na baía. Então, a nossa 1762
reivindicação é exatamente esta, que no investimento se olhasse muito pelas 1763
crianças, pelos juniores, adolescentes e jovens, que, de uma forma ou outra, a 1764
partir da 4ª série ficam a mercê da ociosidade, a mercê de traficantes, que 1765
colocam esses meninos e jovens como alvos para traficar as suas drogas. E 1766
também muita mudança dos sítios para a cidade, ficando, mais uma vez, a 1767
mercê, digamos assim, de uma insegurança, por ficarem longe dos pais, dos 1768
parentes e do seu habitat. Então, essa é nossa palavra, simples. Obrigado. 1769
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1770
Obrigado Sr. Airton, Joelson. 1771
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1772
Jorge Souza. Em seguida, Décio Gomes. 1773
JORGE SOUZA 1774
Boa tarde a todos. Cumprimento à mesa, o ministro, Dr. Mário Povia, Dr. 1775
Fernando. Tentando ser o mais rápido possível, até pelo bom andamento da 1776
audiência, eu gostaria de destacar um tema, acho que é muito importante. 1777
Tendo em vista que das 4 áreas para graneis sólidos que podem ser objeto de 1778
arrendamento, o licitante pode arrematar tão somente uma única área, a nossa 1779
sugestão é que ao invés de se ter a necessidade de apresentar garantia de 1780
proposta para todas as possíveis áreas, que fosse exigido tão somente a maior 1781
garantia de proposta na qual o licitante irá participar. Isso permite, amplia a 1782
competitividade no certame, tendo em vista que impõe um ônus menor para os 1783
licitantes, para quem, para os players que estarão participando da licitação. 1784
Convergente com a preocupação do ministro, convergente com a preocupação 1785
do governo. No que diz respeito a aspectos técnicos, eu gostaria de pontuar 1786
também que com relação ao PAR7, 9, 15 e 20, no item 4.1, é feita a referência 1787
61/119
nos estudos acerca da metodologia de realização do estudo, impondo 1788
EIA/RIMA, quando nossa compreensão seria suficiente tão somente um PCA, 1789
dado que as áreas estão em operação, estão funcionando. No que diz respeito 1790
ao Par 7, na figura 1 de engenharia, precisaria deixar claro para a inclusão das 1791
balanças ferroviárias, a pêra ferroviária, a balança rodoviária também, que 1792
hoje, atualmente fazem parte desse arrendamento. Por último, aí uma sugestão 1793
para reflexão, tendo em vista o estudo de demanda, o próprio estudo de 1794
demanda veiculado pela EBP, se não haveria a possibilidade de ter um 1795
escalonamento na realização desses berços, de tal modo que torne mais 1796
atrativo os projetos, os empreendimentos e, consequentemente, trazendo 1797
maior competitividade e contribuindo para o sucesso do certame, que eu acho 1798
que essa é a preocupação de todos aqui. Muito obrigado. 1799
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1800
Obrigado, Jorge. Por favor, formalize no detalhe, para a gente incorporar 1801
naquilo que puder. 1802
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1803
Décio Gomes. Em seguida, Fabio Antonio. 1804
DÉCIO GOMES, SINDIADUBOS 1805
Boa tarde a todos. Eu represento o Sindiadubos, que é o Sindicato da Indústria 1806
de Adubos e Corretivos Agrícolas no Paraná. Portanto, um grande usuário do 1807
porto na parte de importação de graneis sólidos. Só para a gente lembrar 1808
grandes números, 2/3 dos fertilizantes utilizados no Brasil é importado, desse 1809
volume praticamente metade, cerca de metade ingressa por Paranaguá. Então, 1810
nós estamos falando de 9 milhões de toneladas de fertilizantes por ano, 1811
gerando demurrage sob estadia, nos 3 últimos anos, 2011, 2012 e agora, até 1812
setembro desse ano, 300 milhões de dólares. Então, é muito importante para 1813
nós a área de fertilizantes, que tenhamos disponibilidade de berços, aí 1814
queremos aderir e apoiar a proposta do Conselho de Autoridade Portuária, 1815
quando fala na licitação da área 9. Licitar essa área, todavia com o uso do 1816
62/119
berço 208, não do 209, que já funciona a plena capacidade. Nós temos dois 1817
berços preferenciais, o 209 e o 211, então incluiríamos o 208 nessa licitação. A 1818
área 10, que é a sede da APPA, a proposta é deixar para uma licitação futura, 1819
considerando o potencial que essa área tem em termos operacionais. E 1820
também excluída a presente etapa da licitação o terminal público de 1821
fertilizantes, o atual Tefer, por considerações operacionais, que esse terminal 1822
precisa ser revisto, face da capacidade limitada dele e outras coisas mais. Era 1823
isso que eu queria colocar em nome do Sindiadubos. 1824
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1825
Com relação ao Tefer, a proposta de exclusão, é isso? 1826
DÉCIO GOMES, SINDIADUBOS 1827
Exclusão. Obrigado. 1828
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1829
Senhor Fabio Antonio. Não está presente? Senhor Marcos de Santis. 1830
MARCOS DE SANTIS, ULTRA 1831
Boa tarde a todos. Meus cumprimentos a mesa, ao ministro presente, agradeço 1832
a oportunidade de poder falar, representando a empresa Ultra, que tem 3 1833
contribuições a fazer. Para a primeira contribuição, eu gostaria de lembrar dois 1834
acidentes recentes que ocorreram, um no porto de Santos, agora na semana 1835
passada, no terminal de açúcar, e outro há duas semanas, no terminal de 1836
fertilizantes, no porto de São Francisco do Sul. Voltar um pouco mais, até 2004, 1837
e lembrar uma tragédia que aconteceu aqui mesmo, no porto de Paranaguá, 1838
com o navio Vicunha, o navio chileno Vicunha, que foi uma tragédia que com 1839
certeza é de conhecimento da maioria que está aqui presente, senão de todos. 1840
Essas 3 tragédias que a gente não quer ver se repetindo, assim como 1841
nenhuma outra, elas nos levam a reiterar a necessidade de expertise na 1842
qualificação do operador portuário. Essa questão já tem sido tratada desde o 1843
primeiro bloco, reiterada aqui, porque não basta só o compromisso de pré-1844
63/119
qualificação desse operador, mas que ele demonstre, principalmente, acho que 1845
isso seria válido para todos os produtos, mas principalmente graneis líquidos, 1846
produtos químicos que, como é sabido, são produtos de alta combustão, não 1847
basta apenas o compromisso de pré-qualificação, conforme consta nas 1848
minutas. Na medida em que isso levaria risco tanto ao arrendatário, quanto a 1849
todos os demais operadores do porto. Nós vimos isso em 2004, outros eventos 1850
também demonstraram isso, um navio explodindo no porto não afeta apenas 1851
aquele arrendatário, aquele operador, ele afeta a atividade do porto como um 1852
todo. Então, essa é a primeira contribuição, no sentido de que seja incluída a 1853
expertise comprovada do operador portuário na pré-qualificação dele. Na 1854
segunda contribuição, nós apontamos a necessidade de uma previsão nas 1855
minutas quanto ao regramento do período de transição dos contratos de um 1856
arrendatário para outro, isso não está sendo tratado, não existe esse 1857
regramento. Especialmente em razão das licenças que o arrendatário tem que 1858
obter ao assumir o terminal. Como é sabido, muitas dessas licenças 1859
demandam um certo tempo considerável. Essa medida também seria 1860
importante para evitar descontinuidade na prestação de serviço público. Para a 1861
terceira contribuição, eu trouxe uma matéria do jornal Paraná Online, do dia 13 1862
de junho de 2006, onde só, no primeiro parágrafo eles mencionam, eu não vou 1863
ler a matéria inteira, para poupar o nosso tempo, mas o primeiro parágrafo 1864
menciona: o governador Roberto Requião assinou nesta terça um novo 1865
contrato entre a administração dos portos de Paranaguá e Antonina, APPA, e a 1866
Petrobras Transportes Transpetro para arrendamento de uma área portuária 1867
destinada a movimentações de graneis líquidos. Com 182 metros quadrados, a 1868
área está localizada as margens da baía de Paranaguá e vai servir para o 1869
armazenamento, movimentação, transbordo, escoamento de petróleo e 1870
derivados, gases e álcool. E conclui, o contrato prevê ainda a construção de 1871
dois novos berços de atracação ao píer de combustíveis. Ao que parece, essa 1872
obrigação ainda não foi cumprida pela Transpetro, então, até como uma 1873
contribuição e uma dúvida, se a ANTAQ e a SEP estão levando em 1874
consideração o atendimento dessa obrigação, na medida em que se elas 1875
estiverem levando em consideração, a obrigação, nas condições específicas do 1876
64/119
contrato para o lote 8, para o PAR33, no sentido de que sejam construídos 1877
mais dois berços, ela seria excessiva e desnecessária, uma vez que a 1878
Transpetro poderia atender a obrigação que já tinha sido pactuada. Para 1879
finalizar, não como contribuição, mas como crítica, que tem sido um clamor 1880
geral verificado, vale salientar que o valor do arrendamento nas minutas está 5 1881
vezes maior do que o valor atual para exploração dessas áreas e que os 1882
preços cobrados dos usuários, considerados pela EBP nos estudos, eles estão 1883
de 1,5 vez a 2 vezes acima do que o valor verificado no mercado. Essas duas 1884
questões de cunho econômico, elas geram inviabilidade do business plan e a 1885
própria dificuldade de operacionalização do terminal. Obrigado. 1886
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1887
Rapidamente. Com relação a primeira colocação, a respeito da exigência da 1888
comprovação da expertise do futuro arrendatário para operar graneis líquidos, 1889
em especial inflamáveis. O conceito básico, por ocasião da defesa da 1890
modelagem, primeiro foi não restringir a participação de eventuais 1891
interessados. Essa questão chegou até a ser suscitada na oportunidade, mas 1892
partindo do pressuposto de que qualquer interessado que venha a ser 1893
eventualmente o licitante vencedor, ele tendo obrigação de constituir SPE e 1894
consequentemente se tornar um operador portuário pré-qualificado ou 1895
eventualmente se valer de um pré-qualificado perante a autoridade portuária, 1896
observadas as regras estabelecidas pela autoridade portuária, com base em 1897
diretrizes do poder concedente, isso nos deu a tranquilidade necessária nesse 1898
sentido. Além disso, em relação aos operadores de graneis inflamáveis, esse 1899
player necessariamente, obrigatoriamente vai ter que se pré qualificar, vai ter 1900
que ter autorização para prestar o serviço por parte da ANP. Com isso, nos 1901
dando a tranquilidade para que pudéssemos enveredar por esse caminho, no 1902
sentido, volto a dizer, de propiciar uma ampla participação de interessados, 1903
eventualmente nesse nicho de mercado. 1904
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1905
65/119
Senhores, dentro do espírito de transparência, participação que envolve toda 1906
discussão e permeia a audiência pública. Considerando que já são 17h55min e 1907
tendo em vista que não chegamos à metade dos inscritos, nós vamos prorrogar 1908
até às 19 horas a princípio a audiência e vamos continuar, rogando aos 1909
senhores que busquem ao máximo praticar o poder de síntese. Joelson, por 1910
favor. 1911
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1912
Senhora Miriam Matias. Em seguida senhor Maurício Andrade. 1913
MIRIAM MATIAS 1914
Bem, boa noite a todos. Sobre o PAR02, eu sou moradora da Ilha dos 1915
Valadares e estou aqui representando a Ilha dos Valadares. Somos contra a 1916
instalação do PAR2, pois além de afetar a segurança e o direito de navegação 1917
das pequenas embarcações, irá isolar ainda mais as comunidades do interior 1918
da baía. No caso da Ilha dos Valadares, irá prejudicar também a rota dos 1919
pescadores locais. Falo também das rotas de turismo, que serão afetadas com 1920
a passagem e atracação de navios, principalmente paralelos a Ilha da Cotinga. 1921
Saliento que o nosso maior temor é em relação à entrada do canal da Cotinga, 1922
pois a região é intensa e de corrente marítima e ficará muito perigosa com a 1923
proximidade dos navios e rebocadores. Lembro também que a construção de 1924
um espaço para o pátio da forma proposta no projeto ficará muito aproximado 1925
do canal Roque, esse canal que, ainda que não seja conhecido pela Marinha, é 1926
utilizado pela grande maioria dos usuários da região, a fim de diminuir o tempo 1927
e os percursos das viagens, que já é muito lento e penoso para as nossas 1928
pequenas embarcações, com motores de baixa potência. Pedimos, então, que 1929
se considere a realidade de pescadores e famílias que habitam nas 1930
comunidades do interior da Ilha dos Valadares, dos trabalhadores do turismo e 1931
de todos que utilizam a área. Com a passagem e atracação de navios no local 1932
proposto, serão muito prejudicados, correndo sérios riscos e com prejuízos a 1933
sua locomoção. Obrigada. 1934
66/119
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1935
Obrigado dona Miriam, Joelson por favor. 1936
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1937
Maurício Andrade, ao fundo. Em seguida seria o senhor Flavio Frota, que 1938
declinou. Na sequência, Vandemir de Souza. 1939
MAURÍCIO ANDRADE, SINDOP 1940
Boa tarde a todos. Falo pelo SINDOP, Sindicato dos Operadores Portuários de 1941
Paranaguá. Seriam 3 questionamentos para que vocês, se pudessem elucidar, 1942
acho que seria de bom grado para toda coletividade. Se vocês pudessem 1943
esclarecer como se deu a contratação da Estruturadora Brasileira de Projetos, 1944
que apresentou essa proposta totalmente e diametralmente oposta ao PDZPO, 1945
brilhantemente elaborado pelo nosso CAP. Em que termo se deu essa 1946
contratação? E também quem realizou os estudos para manobrabilidade dos 1947
novos berços e píers a serem implantados. Por fim, se houve a participação da 1948
autoridade marítima, quando da realização desses estudos. Muito obrigado. 1949
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 1950
Rapidamente, o que diz respeito à contratação da consultoria citada, eu posso 1951
lhe afiançar que observou rigorosamente o rito legal para o caso. Quanto a 1952
questão técnica sobre eventual condição de manobrabilidade, consulta na 1953
Marinha, é importante frisar e colocar novamente de forma recorrente o que já 1954
foi dito anteriormente. É um projeto conceitual, a partir do qual o empreendedor 1955
tem condições de preparar os seus estudos e, necessariamente, obviamente, 1956
ele vai, de forma apropriada, competente, fazer todos os estudos necessários, 1957
a fim de realmente lá na frente poder bidar de forma tranquila. Para isso, com 1958
certeza, esse tipo de estudo e outros vão ser, obviamente, realizados pelo 1959
interessado, enfim, interessado em questão. 1960
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 1961
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Senhor Vandenir de Souza. 1962
VANDENIR DE SOUZA, COMAGO 1963
Boa tarde. Estou falando em nome da diretoria da COMAGO Industrial 1964
Cooperativa, meu nome é Vandenir. Só complementando a fala do senhor 1965
Nelson Costa, da OCEPAR, com relação à área PAR20, que foi incluída no lote 1966
1 da licitação. Alguns pequenos esclarecimentos, quem sabe demonstram a 1967
necessidade de se retirar essa área da própria licitação proposta. Eu vou ler 1968
um pequeno texto. Dentro da área PAR20 encontra-se encravada a área 1969
PAR21, que não é objeto de licitação, ambos estão localizados do lado leste do 1970
porto de Paranaguá, sobre as quais se encontram instalações portuária que, na 1971
realidade, funcionam como se fosse uma só, totalmente interligadas e 1972
indissociáveis. Na PAR20, incluída na licitação, encontram-se unicamente 1973
instalações operacionais de recepção de cereais, onde as cargas são 1974
recebidas por modo rodoviário, ferroviário e armazenadas em dois armazéns 1975
graneleiros, ali edificados. Já na PAR21, não incluída na licitação, friso 1976
novamente, encontram-se unicamente as instalações operacionais de 1977
expedição dessas cargas recebidas, através de um sistema de correias, que se 1978
encontram interligados ao corredor de exportação do porto de Paranaguá. 1979
Diante desta evidência, é impossível a segregação de ambas as áreas, pois 1980
somente atenderão a requisitos de prestação de serviço público, adequados, 1981
se mantidas funcionando em conjunto, deve a ANTAQ e SEP valer-se do seu 1982
poder discricionário plenamente aplicável neste momento, por estarmos em 1983
fase anterior à elaboração do ato convocatório do edital, retirando da licitação, 1984
não licitando, portanto, a área PAR20 do lote 1 do porto de Paranaguá, pois o 1985
modelo de licitação imposto por essa área portuária contraria o interesse 1986
público que, no caso, é de obter maior eficiência nos portos organizados 1987
diminuindo o custo Brasil, como bem frisado pelo senhor ministro. Já que 1988
impossibilitará o usuário, produtor rural de graneis do porto de Paranaguá, 1989
exportar graneis pela área PAR20 por um prazo de quase 3 anos fixado nas 1990
condições gerais e específicas do contrato, para que o ganhador do certame 1991
desmanche e posteriormente construa novo armazém, com maior capacidade, 1992
68/119
e instale fitas transportadoras até o corredor de exportação do porto de 1993
Paranaguá, causando um caos logístico e de escoamento já da safra de 2013, 1994
que se aproxima, na verdade é de 2014. Contraria o interesse público, já que 1995
impossibilitará de forma definitiva aos mais de 26 mil produtores rurais de 1996
graneis do estado do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, enquanto 1997
usuários do porto de Paranaguá, aqui representados por sua cooperativa, 1998
como órgão industrial cooperativa, a exportar sua produção agrícola pela área 1999
PAR21. O motivo é simplório, porque a área do PAR21 é indissociável da área 2000
do PAR20, porque não possui moegas próprias que possibilitem a recepção de 2001
cereais. E o compartilhamento de moegas existente em outra área do porto, na 2002
forma proposta nas condições gerais específicas do contrato não atende o 2003
requisito de segregação de que trata a portaria da Receita Federal do Brasil, 2004
3.518/2011, consequentemente não sendo possível o alfandegamento da área 2005
PAR21, redundando na impossibilidade em definitivo de se exportar graneis 2006
através da mesma. Esse modelo também de licitação da PAR20, no nosso 2007
simplório modo de ver contraria também os princípios administrativos da 2008
razoabilidade, da proporcionalidade e da finalidade, já que a opção de licitar a 2009
área PAR20 não é apropriado ao atingimento do objetivo buscado pelo 2010
presente processo licitatório, isso porque mesmo realizando esta licitação não 2011
se alcançará o interesse público de se obter maior eficiência no porto de 2012
Paranaguá, eis que não será possível nem o vencedor do certame da área 2013
PAR20, nem o arrendatário da encravada PAR21 proceder alfandegamento de 2014
suas áreas, haja vista que obrigação constantes das condições gerais 2015
específicas do contrato da licitação de compartilhamento de moegas impede o 2016
alfandegamento por não possibilitar a segregação da área a ser alfandegada 2017
como exigido pela Receita Federal do Brasil. Então no ver da Coamo o 2018
problema, a solução posta pelo problema nos documentos da licitação elas 2019
esbarram exatamente na questão do alfandegamento, porque não há como se 2020
manter o compartilhamento de moegas e alfandegar ao mesmo tempo, é uma 2021
colocação da Receita Federal. Então esse seria um dos motivos que nós 2022
rogamos enquanto cooperativa que representa boa parte da movimentação de 2023
grãos do porto de Paranaguá, em torno de 12% da movimentação do porto de 2024
69/119
Paranaguá, do corredor de exportação, nós estamos falando de um volume no 2025
ano de 2012 em torno de 3 milhões e 500 mil toneladas de grãos por ali 2026
passaram, que seja melhor analisado, retirado da licitação e ser dado um 2027
tempo para que se ajuste ou se encontre uma solução mais condizente com a 2028
peculiaridade daquela região. Obrigado. 2029
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2030
Ok Vandenir, obrigado, Joelson. 2031
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2032
Senhor Fernando Muniz, na sequência André Tubiana, ao fundo, alguém 2033
levantou a mão lá no fundo. 2034
FERNANDO MUNIZ, SINDICATO DOS OPERADORES 2035
Boa tarde a todos, excelentíssimo Ministro, demais membros da mesa. Como 2036
representante do sindicato dos operadores de Paranaguá e Antonina eu teria 3 2037
questões a levantar aos senhores. Um esclarecimento, uma sugestão e um 2038
requerimento. O esclarecimento é uma questão que transcende até o próprio 2039
sindicato ou as discussões dos operadores assim considerados, porque 2040
envolvem a questão da acessibilidade ao porto, os estudos, projetos e minutas 2041
apresentados em discussão hoje em dia falam de uma movimentação portuária 2042
que literalmente dobrará nos próximos anos e é intenção de todos que isso 2043
ocorra. Porém nada é falado a respeito do acesso ao porto de Paranaguá, ou 2044
mesmo ao de Antonina, ou muito pouco é dito, apenas questões muito 2045
genéricas, isso gera bastante insegurança e incerteza quanto aos termos e 2046
condições estabelecidos nos próprios contratos que estão sob análise. Então 2047
nesse sentido se os senhores pudessem nos esclarecer de maneira bastante 2048
objetiva evidentemente, como se dará essa questão da acessibilidade, porque 2049
hoje é fato que temos apenas uma ferrovia e uma via rodoviária em plenas 2050
condições de dar atendimento a esse acesso, então peço esse esclarecimento. 2051
A segunda questão é uma sugestão portanto, retomo ao que já foi colocado no 2052
início da nossa audiência aqui no que diz respeito especificamente ao parecer 2053
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664 que foi objeto de reportagem hoje na imprensa. Com o devido respeito ao 2054
procurador Luiz Fernando, que foi bastante taxativo e pontual no que diz 2055
respeito a esse tema, sinceramente doutor, e demais membros da Banca, a 2056
sua opinião com respeito a regularidade, as audiências públicas e todos os 2057
documentos, estudos e pareceres aqui em análise, eles precisam passar pelo 2058
crivo dessa platéia em igualdade de condições e nessa condição, hoje dia 21 2059
de outubro, véspera do dia 25 de outubro, nós não temos condições de, 2060
fazendo valer o que dispõe a Lei de Transparência, obter as informações 2061
necessárias. Então nesse sentido em termos de contribuição para o debate, 2062
fica aqui a sugestão de que o parecer 664 assim como o 527 e 690 sejam 2063
disponibilizados no site da ANTAQ. 2064
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2065
O senhor pode esclarecer a questão da igualdade de condições? 2066
FERNANDO MUNIZ, SINDICATO DOS OPERADORES 2067
O que nós temos aqui é o seguinte, nós temos várias informações pertinentes, 2068
adversos dos estudos que estão em análise e que gostaríamos de ter 2069
condições de acessar para também compartilhar da informação que foi 2070
colocada pelos senhores, no sentido de que a audiência pública e demais 2071
estudos e tudo mais estão absolutamente regulares e condizentes. Porque pelo 2072
que consta na informação jornalística, o parecer é no sentido de não ser dado 2073
continuidade as audiências públicas tendo em vista as questões que foram ali 2074
colocadas, por isso eu coloco a questão da paridade. Os senhores tem uma 2075
opinião já formada, gostaríamos de compartilhar a mesma e nesse sentido 2076
pediríamos acesso a esse parecer. E por fim... 2077
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2078
Só para esclarecer, a opinião que foi dada, foi em última instância, tanto na 2079
Procuradoria quanto na Agência e pela possibilidade de realização da 2080
audiência, não há qualquer dúvida com relação a isso, em que pese o senhor 2081
71/119
tem todo direito de ler o processo e chegar a sua conclusão, mas a esfera de 2082
instância foi esgotada. Só para esclarecer isso, ok? 2083
FERNANDO MUNIZ, SINDICATO DOS OPERADORES 2084
Pois não. Mas fica aqui registrada a solicitação e a sugestão. Por fim como os 2085
senhores mesmos comentaram no início da audiência, a audiência pública está 2086
também coordenada não apenas pelas condições gerais que estão ali lançadas 2087
no site da ANTAQ, como também por uma liminar que foi deferia em uma ação 2088
popular em tramite lá em Salvador-BA. Essa liminar não apenas trata da 2089
questão de fala, portanto entre 10 minutos, como também menciona a 2090
possibilidade de o interessado encaminhar contribuições que excedam os 2091
1.000 caracteres, pois nesse sentido o sindicato dos operadores possui uma 2092
contribuição aqui por escrito que transcende em muito os 1000 caracteres e 2093
solicitamos, portanto aqui vem o requerimento, de protocolo junto à mesa ao 2094
final da audiência pública. 2095
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2096
Só para seu conhecimento, o nosso site já está levando em consideração, 2097
contemplando esse novo cenário por enquanto. 2098
FERNANDO MUNIZ, SINDICATO DOS OPERADORES 2099
Portanto é possível contribuir com mais de 1.000 caracteres no site e as 2100
contribuições por escrito não serão aceitas aqui hoje? 2101
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2102
Dr. Luiz o senhor quer falar? 2103
LUIZ EDUARDO – PROCURADOR-GERAL DA ANTAQ 2104
Sim, primeiro para descontrair, minha mãe teve tanto trabalho ao escolher meu 2105
nome e toda vez confundem, aqui já está escrito Luis, com S e é com Z, agora 2106
fui chamado de Luiz Fernando, é Luiz Eduardo. 2107
72/119
FERNANDO MUNIZ, SINDICATO DOS OPERADORES 2108
Desculpe, é que eu estou longe. 2109
LUIZ EDUARDO – PROCURADOR-GERAL DA ANTAQ 2110
Sem problema nenhum, bem quanto ao parecer da Procuradoria, eu já ressaltei 2111
que o parecer da Procuradoria trás, ele é um reflexo de toda análise crítica que 2112
foi realizada pela comissão mista, pela Superintendência de Postos da ANTAQ. 2113
Eu não vejo como o acesso prévio ao parecer ou não acesso prévio ao 2114
parecer, venha impedir a participação na audiência pública, na verdade acho 2115
que estão dando mais importância ao parecer do que deveriam aos demais 2116
elementos do processo e na verdade até o que foi colocado em audiência 2117
pública. O parecer ele trás apenas uma opinião da Procuradoria que naquele 2118
momento foi que deveria haver uma complementação antes do processo de 2119
audiência pública e que eu já entendo que essa opinião, naquele momento 2120
apesar de estar correta, hoje já não acho aplicável, acredito que os estudos de 2121
todos os elementos que estão sendo colocados em audiência pública estão 2122
sendo com certeza muito enriquecidos e foi isso que falei e repito novamente, 2123
foi o que eu falei para Luciana, foi exatamente isso que aconteceu com bloco 1, 2124
o processo foi enriquecido após as audiências públicas, os estudos eles foram 2125
complementados, houve uma nova análise também muito crítica por parte da 2126
comissão mista, mas que reconheceu os avanços e foi diante desse contexto 2127
que o processo foi encaminhado ao TCU. Quanto ao pedido de acesso aos 2128
pareceres, a AGU ela não tem a prática de disponibilizar pareceres na internet, 2129
mas todo e qualquer documento ele pode ser solicitado com base na Lei de 2130
Acesso a Informação, o acesso é no site da CGU e nós respondemos com 2131
muita brevidade, se não no mesmo dia, mas em dois, três dias. Nós temos uma 2132
dificuldade operacional, eu assumi a procuradoria da ANTAQ faz um mês 2133
exatamente e nós ainda não temos esses pareceres digitalizados, então essa é 2134
a dificuldade de nós, em questão de tempo. Mas os documentos são todos 2135
públicos, qualquer documento do processo ele pode ser solicitado. Então eu 2136
gostaria de pontuar junto ao senhor que eu não vejo porque o acesso, ou não 2137
73/119
acesso ao parecer antes da audiência pública tenha trazido qualquer prejuízo a 2138
sua participação, inclusive já participei de várias audiências públicas no setor 2139
elétrico, fui subprocurador geral da ANEEL durante muito tempo e nunca vi 2140
uma audiência pública tão rica como essa, que já dura 3 horas e as 2141
contribuições são cada vez mais interessantes umas que as outras. 2142
ANTONIO HENRIQUE, MINISTRO DA SECRETARIA DE PORTOS DA 2143
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 2144
Sobre a questão de acessos, existe um grupo interministerial, Ministério dos 2145
Transportes, ANTAQ, ANTT, EPL, exatamente mapeando todas as 2146
necessidades de acesso e estabelecendo quais as ações para fazer a 2147
facilitação. No caso específico aqui no Paranaguá no acesso rodoviário, já tem 2148
trabalho do DNIT no sentido de fazer licitações a respeito. 2149
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2150
Concluiu Dr. Fernando, mais alguma coisa? 2151
LUIZ EDUARDO – PROCURADOR-GERAL DA ANTAQ 2152
Não, obrigado. 2153
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2154
Ok, obrigado ao senhor, Joelson. 2155
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2156
Então só esclarecendo Dr. Mário, o Dr. Fernando Muniz vamos continuar sem 2157
receber papel nas contribuições, o único meio para fazer a contribuição é o 2158
nosso site que já está adaptado a liminar que retirou a restrição de 1.000 2159
caracteres, por ora. 2160
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2161
André Tubiana. 2162
74/119
ANDRÉ TUBIANA 2163
Boa tarde a todos. Minha contribuição está relacionada a questão do passivo 2164
ambiental. Em um estudo ambiental preliminar que está disponibilizado no site 2165
da ANTAQ consta na sua parte final, que trata especificamente do setor 2166
PAR33, vou pedir licença para os senhores, para fazer uma leitura do que está 2167
nesse relatório, muito breve. De acordo com as visitas técnicas realizadas aos 2168
terminais e entrevista aos funcionários da APPA, existe a possibilidade de 2169
presença de passivo ambiental na área do antigo posto de combustível. De 2170
acordo com o relatório da área PAR33 correspondente as instalações da 2171
Vopac, foi verificado que o terminal possui alguns passivos ambientais 2172
declarados e diversos estudos de monitoramento de qualidade de águas 2173
subterrâneas tem sido realizados desde 2006. Na época foi identificada a 2174
presença de DNA PL recomposto de fase liquida densa não aquosa em dois 2175
poços localizados no limite com a empresa Petrobras. Ainda não há conclusão 2176
da investigação e estão previstos levantamentos de campos adicionais para 2177
detalhamento das condições de solo e água subterrâneas. Pelo que me 2178
recordo da apresentação inicial dos slides que foram passados, consta que a 2179
questão do passivo ambiental que estiver previamente identificado até a data 2180
da assinatura do contrato de concessão, é de responsabilidade do poder 2181
concedente. Me parece que aqui existe uma situação um pouco genérica, uma 2182
imprecisão em relação a apuração desse passivo ambiental que me parece 2183
muito semelhante ao que foi colocado em relação ao Porto de Aratu, na 2184
audiência pública em Santos na última sexta-feira. Então minha contribuição, 2185
acho que poderia ser melhor detalhada essa situação. 2186
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2187
A consideração é perfeitamente pertinente, vamos tentar melhorar a redação 2188
para ficar claro e dar tranqüilidade ao licitante. 2189
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2190
75/119
Eu chamo aqui a senhora Maria Esmeralda, ainda que fora da ordem, mas por 2191
uma questão extraordinária, motivos de saúde, para sua fala. 2192
MARIA ESPERALDA 2193
Boa tarde, eu acabei de ter alta hospitalar, vim especialmente participar dessa 2194
audiência e quero até pedir desculpa, estou sentada porque estou com a perna 2195
meio bamba ainda. Eu sou do Movimento Ecológico do Litoral - MEL, nós 2196
estamos há 25 anos aqui, quem acompanha nossa história sabe da luta, são 2197
25 anos de luta já. Eu quis participar da audiência porque já tem atualmente o 2198
problema dos interessados no arrendamento, empresários que estão aqui, tudo 2199
bem, mas eu pedi licença para fazer um retratinho de Paranaguá, a visão que 2200
os senhores empresários e os membros do governo não tem, eu gostaria que 2201
levassem. Paranaguá é uma cidade do século 17, histórica, uma das bem 2202
preservadas no seu patrimônio, nós temos 70 quilômetros, é pequenininho 2203
assim, a nossa costa oceânica, nós só temos 70 quilômetros, é bem 2204
pequeniniho, e a gente tem preservado, amamos isso aqui, cuidamos, temos o 2205
que resta da mata atlântica perfeitamente preservada até hoje. O nosso 2206
estuário, a entrada da barra é bem pequenininha, é um bujãozinho, um 2207
gargalinho e uma entradinha e um porto maravilhoso, o porto é nossa galinha 2208
dos ovos de ouro que mantém o Paraná e não nos deixa um tostão, o 2209
município não recebe, alguns governadores dão esmolinha lá, em véspera de 2210
eleição manda pagar o ISS, mas na realidade a galinha dos ovos de ouro é 2211
nossa e nós não usufruímos, e o litoral é pobre, nós temos uma pobreza 2212
franciscana. O que nós queremos aqui é turismo, a nossa ONG já alguns anos 2213
ainda em vida, Dr. Oscar Niemeyer nos brindou com um projeto para o 2214
estuário, para o turismo, ele disse minha filha, os estuário complexo Lagamar é 2215
tão lindo que eu ofereço um projeto para vocês. Esse projeto está engavetado 2216
porque a gente sabe como é a coisa, o prefeito quer, enfim, ganhamos e temos 2217
a honra de ter esse projeto, o Oscar, grande arquiteto, o projeto para turismo e 2218
ele dizia que era tão lindo porque ninguém vai ter que ir para Cancun, para o 2219
México, lá para Bahamas não é, porque aqui é maravilhoso, imagina o projeto 2220
do Oscar Niemeyer aqui. Nosso grande sonho realmente é a indústria sem 2221
76/119
chaminé, que é o turismo, é o que mantém a velha Europa, vive do turismo. 2222
Nós temos coisas belíssimas aqui, por ser uma cidade histórica e somos 2223
também um centro de poetas, de músicos, de bailarinos, nós temos na parte 2224
cultural um histórico fantástico de personalidades da cultura, grandes 2225
jornalistas, grandes políticos, porque o Paranaguá é o berço da cidade. Então 2226
esse é o retratinho que fiz, onde nós vivemos e amamos e não queremos 2227
interferência. Agora como uma pessoa setenta e poucos anos, atualizada, 2228
gente compreende que tem 200 milhões de chineses com fome e os 2229
empresários querem dizer que vamos produzir, vamos produzir, porque está 2230
passando fome, estão passando fome lá, nós aqui estamos tranquilo. Esses 2231
projetos que vem ai com arrendamento nos preocupa, menos mal porque 2232
esses pedacinhos dentro da área portuária conforme foi explicado vão se 2233
instalar armazém, silos, alguma coisa, a nossa preocupação é pelos impactos 2234
ambientais. Nós já brigamos um bom tempo com o terminal de container, que o 2235
pessoal do TCP, porque eles vieram para cá e nós brigamos com ele e eles 2236
vão ampliar, estão autorizados, vão ampliar, mas é um pequeno terminal de 2237
container, causou impacto, causou, não tem como segurar, é briga de cachorro 2238
grande. Nós sabemos que o terminal tem que ampliar, porque do jeito que a 2239
coisa está crescendo o terminal a tendência é crescer, tem que crescer. Então 2240
libera mais 2 terminais para cá agora me parece, eu não vi no mapa, não sei, 2241
provavelmente está aqui pra o lado leste e ai entope o rio Tiberê, gruda com a 2242
ilha, a ilha do MEL da humanidade, é patrimônio tombado, nós somos cidade 2243
tombado, o Complexo Lagunar é tombado pela UNESCO. Então a gente está 2244
bastante preocupada, por isso eu estou aqui pedindo que vocês façam uma 2245
reavaliação, menos impacto, o que se possa fazer, porque a gente está 2246
preocupado com esses projetos que vão causar grandes impactos e a nossa 2247
cidade é pequena, nós temos 5 quilômetros dali aqui, temos o grande pólo 2248
petroquímico lá, uma explosão lá, em 2 minutos vamos para a cucuia aqui, 2249
estamos grudados já, é muito pequenininho, não temos espaço. É uma cidade 2250
pequena, maravilhosa que a gente torce que continue, a gente quis dar um 2251
retratinho, talvez não tivessem essa visão daqui, essa é a nossa visão como 2252
comunidade, como pessoa que vive e ama, é pela preservação, esses 2253
77/119
impactos, o nosso eco sistema é muito frágil, é lindo e frágil, não comporta 2254
mega projeto. Tragam para cá fabrica de pirulito, macarrão, boné, jeans, não 2255
venham com esses mega projetos, porque aqui é muito lindo, nós moramos 2256
aqui, estamos felizes e não queremos ir embora da nossa cidade. Obrigada. 2257
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2258
Senhor Luiz Antonio Alves, em seguida Juarez Moraes de Silva. 2259
LUIZ ANTONIO ALVES 2260
Boa tarde a todos, gostaria de cumprimentar excelentíssimo senhor Ministro e 2261
as demais autoridades, a quem deixo de fazer não por deferência, mas em 2262
respeito ao tempo dos demais. Queria primeiro parabenizar o governo por essa 2263
iniciativa de trazer o capital privado para investir em infraestrutura no Brasil, 2264
nós aqui somos, também como cidadãos sofremos o chamado custo Brasil e 2265
temos a convicção que esses novos investimentos vem para melhorar a 2266
produtividade, reduzir os nossos custos logísticos e também para deixar nossa 2267
cadeia industrial mais competitiva para poder melhorar nossas exportações. De 2268
fato nós do TCP já vivemos esse ciclo positivo, nos últimos dois anos o terminal 2269
de container investiu 365 milhões de reais em compra de novos equipamentos 2270
e extensão do cais como o Fernando mencionou e também melhoria de gestão, 2271
que fez com que o nosso terminal crescesse sua produtividade de 30 2272
movimentos por hora a dois anos atrás para 86 movimentos por hora por navio 2273
hoje, o que nos da muito orgulho porque coloca o terminal de container e por 2274
conseqüência o porto de Paranaguá no topo do ranking nacional, nós somos 2275
hoje o terminal mais produtivo do Brasil e devemos muito disso ao apoio dos 2276
trabalhadores, nossos parceiros nessa empreitada. Essa melhoria de 2277
produtividade trouxe e ai vem o ciclo positivo, em excesso a 130 milhões de 2278
reais por ano de redução de custos marítimos para os usuários do porto, os 2279
navios são despachados mais rápidos e isso permite uma redução importante. 2280
Então nós somos pessoas que acreditam nesse momento de investimento na 2281
iniciativa privada, estamos apoiando e gostaríamos aqui, oferecendo a nossa 2282
contribuição, com relação ao projeto alternativo, ao proposto na área chamada 2283
78/119
PAR2 ou lote 11. Nós entendemos que esse pequeno ou micro terminal que 2284
está sendo proposto pela EBP que é o terminal de berço único, ele é 2285
incompatível com qualquer terminal moderno que esteja sendo lançado hoje no 2286
mundo, talvez com exceção de alguns terminais africanos e certamente é um 2287
terminal inviável técnica, operacionalmente, não tem viabilidade econômica e já 2288
escutamos aqui alguns depoimentos, estamos convencidos também que ele 2289
não cabe ambientalmente na área que ali foi colocado. Por um lado enquanto 2290
esse pequeno terminal ele é incompatível com o PDZ conforme brilhantemente 2291
a Maria do Socorro colocou e liderou anos de discussão sobre isso, a 2292
expansão do TCP, expansão essa que já foi discutida com a APPA, tem o 2293
apoio também do governo do estado, está hoje protocolada na ANTAQ, essa 2294
sim é possível ser feita de uma maneira adequada com o mínimo de impacto 2295
ambiental, impacto esse já estudado há muito tempo. Nós acreditamos 2296
Ministro, que manter e perenizar 2 pequenos terminais aqui no porto de 2297
Paranaguá é altamente prejudicial ao porto de Paranaguá, porque isso vai, 2298
num primeiro momento, aumentar os custos de transporte marítimo, pode até 2299
abaixar as tarifas momentaneamente, mas o custo de transporte vai ser 2300
aumentado, porque esse pequeno terminal não permite a entrada de grandes 2301
navios, ele é um terminal de um berço só, seu plano de contingência é muito 2302
ruim. Em um segundo momento ele vai afastar a movimentação desses 2303
grandes navios aqui de Paranaguá, estamos convencidos disso, porque um 2304
navio grande para containeres ele abaixa de tal maneira o custo para os 2305
usuários que se o navio grande não vier aqui para Paranaguá ele vai para 2306
Santa Catarina, onde boa parte do movimento da nossa carga hopje já vai. Nós 2307
aqui queremos reforçar o nosso compromisso com o EVTE submetido à 2308
ANTAQ, são investimentos de 745 milhões na adequação do terminal, nosso 2309
terminal em 1998 atendia navios de 180 metros, hoje os maiores navios da 2310
costa, de 334 metros já vem aqui em Paranaguá e já temos navios de mais de 2311
400 metros navegando nas principais rotas. Então isso é um projeto que 2312
atende tecnicamente o proposto aqui, trás benefícios para os nossos clientes, 2313
certamente está adequado ambientalmente também. No nosso entendimento o 2314
79/119
povo paranaense merece um terminal de primeiro nível, comparado com os 2315
melhores terminais globais e estamos aqui para apoiar isso. Obrigado. 2316
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2317
Juarez Morais. 2318
JUAREZ MORAIS 2319
Senhor Ministro, autoridades presentes, nosso Secretário Pepe Richa, Dividino. 2320
Vou tentar completar rapidamente as colocações já feitas pelo Luiz Alves. 2321
Primeiramente reforçando a questão do PDZ, nós entendemos que todo 2322
esforço já muito bem colocado pela Maria, pelo Fayet e todos que me 2323
antecederam reforçam que Paranaguá fez a sua lição de casa, mas eu gostaria 2324
de citar dois dispositivos rapidamente. Primeiro da própria lei 12.815 no seu 2325
artigo 17, parágrafo 2º dizendo que autoridade portuária elaborará e submetera 2326
aprovação da SEP o respectivo PDZ. No caso de alguma alteração, algum 2327
ajuste, o nosso está em vigor desde 31 de julho de 2012, bem recente. O 2328
próprio decreto 8.033 que regulamentou a lei, no seu artigo 36, parágrafo 1º, 2329
inciso 2º que se compete ao CAP sugerir alterações do PDZ, então no nosso 2330
entendimento, até que a APPA elabore e submeta a SEP ou que o CAP sugira, 2331
esse PDZ em vigor é o mandatário em relação ao plano de desenvolvimento é 2332
do porto de Paranaguá. O que nós mais gostaríamos de pedir e reforçar é seu 2333
cumprimento, a gente entende que essa onda de novos investimentos, busca 2334
de eficiência, competitividade estabelecida pelo Governo Federal, ela é muito 2335
comemorada em todo o mundo, mas temos que aproveitar as melhores idéias, 2336
aquele entendimento que foi fruto de um debate amplo, exaustivo, ouvindo 2337
todas as comunidades. Eu até já também decano o porto de Paranaguá eu 2338
nunca vi a comunidade 100% unida como está agora, porque nós temos 2339
convicção de que o que foi feito no PDZ é o melhor para o Brasil e o porto. 2340
Então ai eu gostaria de conclamar as lideranças, os técnicos, queria reforçar 2341
aqui a capacidade do diálogo estabelecido pela ANTAQ e pela SEP, 2342
reconhecendo o Dr. Mário Povia, Dr. Fernando e também ao Dr. Menescau, no 2343
sentido de que através desse diálogo a gente ajuste aquilo que for melhor para 2344
80/119
o Brasil, que não tenhamos ai nenhum fator de orgulho pessoal, que 2345
prepondere o interesse público eminentemente. Ai eu queria reforçar 2346
exatamente uma das colocações, apresentação do Fernando, objeto do 2347
contrato, está escrito na apresentação, de acordo com o PDZ. Se cumprir essa 2348
linha da apresentação eu tenho certeza que o Governo Federal e o Brasil terão 2349
em Paranaguá um aplauso único e uma grande comemoração de que a gente 2350
não vai estar perdendo uma oportunidade histórica. O Dr. Menescau realmente 2351
o projeto pode ser para 10 anos, mas podemos faze-lo para 20, por que 2352
seremos mais uma vez econômicos? Vocês ouviram aqui, Paranaguá está a 2353
mais de 10 anos sem uma perspectiva de desenvolvimento concreta, o último 2354
investimento do Governo Federal nesse porto tem 30 anos ou mais, se não me 2355
engano foi na época do governador e ministro Nei Braga. Acho que está na 2356
hora de a gente pagar esse passivo que é de todos nós de reverter esse 2357
cenário de descaso e acho que isso está nas nossas mãos. Vamos fazer dessa 2358
audiência, desse mecanismo extraordinário de debate democrático um fator de 2359
reversão de um passivo que nós teremos a responsabilidade de tê-lo 2360
aumentado se não aproveitarmos agora e fazermos agora efetivamente desse 2361
momento, um momento de mudança máxima ouvindo as comunidades. Se a 2362
nova lei centraliza, na centralização está a responsabilidade de buscar no 2363
poder local aquilo que ele está dando de mensagem, políticas nacionais sim, 2364
mas ouvindo a base, se olharmos o desenvolvimento dos portos chineses 2365
europeus, americanos, todos eles foram feitos a base do poder local, se temos 2366
políticas nacionais e deixemos de ouvir o poder local, o poder local está 2367
dizendo: por favor, ajuste esses 11 projetos a luz do PDZ, que absolutamente o 2368
sentimento e o desejo de toda gente do Paraná. Essa cadeia produtiva, João 2369
Artur, que muito bem a FIEP e as outras entidades representam, nós estamos 2370
falando aqui de 100% do PIB que consignaram esse documento que foi 2371
entregue, 100% do PIB, todos os nossos sindicatos dos trabalhadores. Não é 2372
pouca coisa, acho que Paranaguá está dando um recado, o Paraná está 2373
dizendo: Governo Federal, nos ajude a fazer do porto do Paraná e do Brasil um 2374
pouco melhor. Que o sonho da dona Esmeralda se concretize, inclusive 2375
transferindo os recursos do topo da pirâmide para a base e isso só se faz com 2376
81/119
essa gestão democrática que mais uma vez eu gostaria de cumprimentar, 2377
agradecer e mais do que tudo dizer um muito obrigado. 2378
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2379
Senhor Emildo Alberto e em seguida Fabio Aquino. 2380
EMILDO ALBERTO 2381
Muito obrigado. Eu sou pedagogo, trabalho em uma comunidade de vigília, dou 2382
aula de sociologia, filosofia e geografia e hoje vim representá-los aqui nessa 2383
audiência pública. Quero parabenizar o colega e falar, toda administração 2384
pública, ela é pública, popular e participativa e hoje nós estamos aqui para 2385
cumprir isso daqui. Nós vamos dar nossa contribuição. De acordo com os 2386
conhecimentos históricos produzidos pelos pescadores, bem como todos os 2387
estudos ambientais realizados, são fatuais diversos impactos ambientais e 2388
socioeconômicos com instalação de portos, tais como a realização constante 2389
de dragagem, interferências na navegação com o aumento do risco de 2390
acidentes, alteração de rotas, entre outras, além de impacto histórico causado 2391
pela diminuição da área de pesca devido à instalação portuária. Assim sendo, 2392
consideramos a necessidade de se realizar os estudos ambientais detalhados 2393
e preventivos, históricos, cadastros e conhecimentos das comunidades 2394
pesqueiras, ou seja, caracterizar as nossas comunidades pesqueiras, ou seja 2395
caracterizar toda comunidade pesqueira, legalizar como área de pesca 2396
artesanal, porque hoje 70% de todo pescado brasileiro sai de comunidades 2397
iguais a nossa. Assim sendo, considerando as necessidades de se realizarem 2398
estudos ambientais detalhados e preventivos, mapeando e análise das áreas 2399
de pescas com delineamento histórico, vou repetir aqui, desculpe. A 2400
necessidade de se realizar um programa de compensação financeira específico 2401
para as comunidades marítimas, incluindo o fomento de quaisquer cadeias 2402
produtivas, sustentáveis, escolhidas democraticamente pelos habitantes das 2403
colônias, instalação de estruturas para educação como obrigação de existência 2404
de escolas, salas de informática, internet, instalação de postos médicos com 2405
médicos, implantação de estruturas físicas e de transporte marítimo diário e 2406
82/119
gratuito, fomento e capacitação para Arrais diferenciados, dentre outros. 2407
Considerando isso também reivindicação a realização de audiência pública no 2408
licenciamento de todos os arrendamentos propostos pelo programa. Obrigado. 2409
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2410
Fabio Aquino e em seguida, Luiz Carlos da TCP. 2411
FABIO AQUINO 2412
Boa noite a todos, foi dito Fabio Aquino, mas eu sou mais conhecido como 2413
Fabio Vieira. Sou gerente comercial da TCP. Há 20 anos milito no comércio 2414
exterior do Paraná e do Brasil. Queria dar algumas contribuições a respeito, 2415
senhor Ministro, senhores da mesa, senhores do governo, especialmente o 2416
nosso Secretário de Logística e Infraestrutura, senhor Pepe. Também o 2417
Dividino que nos ajuda muito, nos engrandece muito com relação a seu 2418
trabalho. Queria dizer que em termos de, todos os princípios que foram 2419
apresentados, pelo menos 5 deles são opostos ao que se está propondo no 2420
que se refere ao terminal de containeres PR2, se não me falha a memória. 2421
Primeiro falando de competitividade, maior movimentação etc. melhor 2422
eficiência, já foi demonstrado pelo meu colega que isso vai contra todas as 2423
tendências mundiais no que se refere a um terminal de containeres, ou seja, 2424
um terminal de berço único, com pouca capacidade, indo contra todas as 2425
tendências que estão hoje ocorrendo no mundo com o aumento do tamanho 2426
dos navios, baixo custo com muita movimentação e para isso se precisa de 2427
muito investimento e sim terminais grandes. Ao colocar esse projeto eu 2428
entendo que nós estamos indo contra a competitividade, porque a 2429
competitividade não vai estar só na beira do cais e vai se dar sim nos fretes e 2430
estes é que impactam na economia paranaense, isso vai acontecer caso 2431
tenhamos essa condição e colocando um terminal pequeno do lado de um 2432
terminal grande, não deixando que este possa crescer, nós estamos indo 2433
também contra a questão do desenvolvimento do nosso terminal e do nosso 2434
porto, nós estamos então alijando a competitividade do nosso estado e 2435
colocando a gente na serie B dos portos brasileiros, e não na seria A, onde já 2436
83/119
temos em um curto espaço aqui, 150 quilômetros de costa nós temos 5 portos 2437
portuários de container competindo e competindo forte, posso dizer aqui como 2438
gerente comercial, eu tenho impacto fortíssimo, inclusive de Itapoá tem 30% 2439
menos custos que nós, operacionais, com trabalhadores vinculados, ou seja, 2440
nós temos uma competição desleal, temos uma condição difícil de competir e 2441
nós temos que trabalhar pelo nosso estado aqui e a gente estamos fazendo 2442
isso com os nossos investimentos, como já foi dito aqui pelo meu presidente. 2443
Com relação aos grandes exportadores e importadores já existe muita 2444
migração de carga, já existe migração de carga para Santos, para Santa 2445
Catarina na exportação, na madeira, isso tudo já foi discutido na FIEP como 2446
nosso colega já deve ter observado em diversas participações nossas e a 2447
gente inclusive, junto com a Brado, com a LL, dando opções intermodais, alias 2448
o nosso terminal é o único terminal como uma opção intermodal aqui no Sul e a 2449
gente quer fazer isso acontecer cada vez mais. A questão também dos 2450
terminais que tem, nós aqui hoje em competição com Navegantes, com Itajaí, 2451
com Itapoá e agora Santos com os novos terminais temos ampla 2452
competitividade e o que a gente está fazendo aqui? Estamos investindo e 2453
estamos apostando. Eu como trabalhador paranaense, como curitibano, mas 2454
sempre vindo a Paranaguá, participo mais aqui do que minha vida em Curitiba, 2455
eu gostaria de dizer que como cidadão também eu apoio todos aqui que 2456
falaram em relação ao PDZ e acho que esse é um recado forte e é um recado 2457
da sociedade parananguara e a sociedade paranaense. Muito Obrigado. 2458
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2459
Luiz Carlos, em seguida Alexandre Rubio. 2460
LUIZ CARLOS 2461
Boa tarde a todos, trabalho no TCP na área de gestão ambiental, vou contribuir 2462
com 5 tópicos específicos da área ambiental. Me permita uma pequena 2463
contextualização de onde está inserido o PAR2 do lote 11 do nosso projeto, 2464
projeto de arrendamento. Ele está no extremo leste de Paranaguá, onde está 2465
muito próximo da ilha da Cotinga onde várias pessoas aqui falaram, onde tem 2466
84/119
entre o terminal dos containeres e a ilha da Cotinga um canal de navegação 2467
onde trafegam as embarcações que vem ao centro histórico de Paranaguá e 2468
que saem do centro histórico em direção as comunidades lindeiras. Primeiro 2469
tópico é com relação à navegação, já foi falado bastante aqui, então vou ser 2470
breve nesse aspecto. Onde está sendo gerado um conflito direto com usuários 2471
desse espaço aquático, especialmente embarcação de passageiros que fazem 2472
essas travessias nesses dois sentidos que falei. Afetará a comunidade 2473
indígena que existe na ilha da Cotinga, existe uma aldeia de índios guaranis, 2474
afetará o apoio marítimo, embarcações da praticagem dos agentes marítimos 2475
que as embarcações, afetará a fiscalização do nosso espaço marítimo, a que 2476
abrange a Marinha, a Policia Federal, as autoridades ambientais, a Receita 2477
Federal, a ANVISA, entre outros e principalmente os pescadores que por ali 2478
trafegam. Alguém falou aqui em termos de 3 mil pessoas, eu trouxe um número 2479
que são aproximadamente 600 famílias, então da um numero razoavelmente 2480
coerente, que dependem de trazer os seus pescados, dependem para trazer os 2481
seus familiares em situações de emergência, enfim. Segundo tópico, ele 2482
também é relacionado com item de navegação, diz respeito ao aterramento de 2483
área, o projeto proposto pelo governo ele prevê 295 mil metros quadrados de 2484
área a serem aterradas, essa situação vai afetar de forma significativa a 2485
morfologia do local, dificultará manobras de embarcações e manobras de 2486
navios, no início da nossa audiência foi dito que afetará as manobras com a 2487
utilização dos rebocadores. Essa situação vai oferecer riscos a segurança da 2488
navegação. O cais que está sendo proposto com a retro área ele considera um 2489
paredão onde esse paredão me remete para a hidro dinâmica que seria o 2490
terceiro tópico da minha colocação. A hidro dinâmica com esse aterro 2491
hidráulico que está sendo proposto nos 295 mil metros quadrados e um cais 2492
sólido é o contrário de um cais vazado que poderia permitir a circulação de 2493
água, não trazendo conseqüências hidro dinâmicas como assoreamento ou 2494
erosão. Os estudos ambientais que nós fizemos ao longo desses anos eles 2495
demonstram essas duas situações em determinados locais, assoreamento, e 2496
outros a erosão, então é uma situação que preocupa bastante, sendo que o 2497
correto seria um cais vazado que permita circulação de água. Outro item 2498
85/119
bastante preocupante é com relação a derrocagem de pedras, com a 2499
proximidade da ilha da Cotinga, ali existem cordilheiras, como o cais 2500
perpendicular, com o cais proposto perpendicular aos já existentes em linhas 2501
paralelas com a ilha da Cotinga, considerando a proximidade e ainda a 2502
cordilheira que ali existe, fatalmente vai ser necessário derrocagem de pedras 2503
e derrocagem o impacto ambiental que causa é amplamente significativo, 2504
independente do método construtivo a ser aplicado, por expansão de rocha ou 2505
até mesmo explosão, então há de se considerar esse aspecto de derrocagem 2506
como sendo altamente significante no aspecto de impacto ambiental. Por último 2507
e não menos importante com relação aos outros itens, são as comunidades 2508
indígenas que existem, como já falei e que vão ser afetadas de forma direta, o 2509
estudo que a EBP demonstrou não mencionou a presença de comunidades 2510
indígenas no Sambaqui que fica mais perto do Pontal do Paraná e aqui ao lado 2511
da ilha da Cotinga, que vai ficar a poucos metros do empreendimento como 2512
proposto. Seriam essas as contribuições. Muito obrigado pelo espaço. 2513
ALEXANDRE RUBIO 2514
Sr. Ministro, autoridades presentes, colegas, boa noite. Dois pontos muito 2515
objetivos ai em prol da síntese, eu queria contribuir no que diz respeito a 2516
viabilidade econômica desse TECON 2. Tem dois pontos que eu queria sugerir 2517
como correções que vão demonstrar que esse projeto não é viável, se vocês 2518
forem ver no documento diz 1.5 berços, quer dizer, esse cais de 500 metros 2519
está se modelando como se pudesse parar metade do tempo um navio e 2520
metade do tempo dois navios por vez, acho que já foi bastante falado aqui, isso 2521
não é possível, é operacionalmente impossível de ser feito. Então quando a 2522
gente dimensionou 600 mil teus de capacidade, você ajustando isso de 1,5 2523
para 1 você está falando em 400 mil toneladas, isso já representa uma redução 2524
da receita da ordem de 33%. Outro ponto que é importante na viabilidade 2525
também, o modelo está considerando 100% da importação como pagante de 2526
armazenagem, sendo que a gente tem uma quantidade grande de cargas que 2527
saem dos terminais, no nosso caso um TCP dentro do mesmo dia, então tem 2528
menos receita do que está sendo projetado. O segundo ponto, o Dr. Diretor 2529
86/119
Fernando falou no começo a respeito das alternativas, o Luiz falou, Juarez 2530
falou, mas queria colocar também que o projeto TCP é um projeto que de 2 a 3 2531
anos está pronto operacional em função de já termos estudado exaustivamente 2532
a parte ambiental, Luiz Carlos estava falando aqui um pouco, é uma expansão 2533
que não precisa passar pela licitação, então a gente está falando de um projeto 2534
que de 2 a 3 anos podem ter sido investidos 700 milhões e ter uma expansão 2535
de capacidade significativa, acho que no outro pé você tem um projeto que vai 2536
levar de 5 a 7 anos para estar operacional até que passe por todo processo 2537
licitatório, todos os estudos ambientais, licenças e assim por diante. Então a 2538
gente está falando na metade do tempo o investimento que vai trazer um 2539
terminal nos moldes do que o diretor Fernando falou, com aumento de 2540
capacidade, aumento de eficiência, redução de custo para o Paraná e 2541
Paranaguá. Obrigado. 2542
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2543
Senhores nós estamos no orador número 45 e temos 83 inscritos, da TCP já se 2544
pronunciaram 5 e nós temos mais 4, se fosse possível eu pediria a gentileza de 2545
vocês se organizarem e de repente ter mais a fala de 1 ou 2. Obrigado. Senhor 2546
Charles falaria ou não? Também TCP? Último a falar? Sim, senhor Charles. 2547
Em seguida Sergio Salomão da ABRATEC. 2548
CHARLES 2549
Obrigado. Boa noite a todos, boa noite senhor Ministro e demais membros da 2550
mesa. Eu gostaria de fazer minha contribuição justamente sobre o PAR02. Eu 2551
sou Superintendente de Operações do TCP, atuo a mais de 20 anos na 2552
operação portuária com experiência nos portos de Espírito Santo, Rio de 2553
Janeiro, Santos e agora aqui no Paraná. Ao longo desses 20 anos de vida 2554
profissional eu pude acompanhar a evolução dos portos. A minha preocupação 2555
é justamente com relação à eficiência portuária, que é um fator decisivo no 2556
mercado competitivo do container. A proposta do PAR02, um terminal com 500 2557
metros, essa proposta é totalmente desconectada com a realidade operacional 2558
dos terminais de containeres já instalados no Brasil e do porte dos navios que 2559
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recebemos, 335 metros de comprimento, boca de até 48 metros e exigindo um 2560
cais acostável e superior a 1.000 metros de extensão, justamente em função 2561
do crescimento do tamanho dos navios com previsão de atracação de navios 2562
que temos ai de 368 metros nos próximos 8 meses e a existência de navios 2563
com mais de 400 metros que já entraram em operação nas principais rotas 2564
mundiais e futuramente estarão aqui conosco. Essa proposta não é viável, 2565
afinal um dos fatores determinantes que demandam adequação derivam do 2566
crescimento do tamanho dos navios, na época da assinatura do contrato de 2567
arrendamento do TCP em 1998, os navios que operavam em Paranaguá 2568
tinham em média 180 metros de comprimento e hoje quase o dobro disso. A 2569
proposta do Governo Federal não contempla as novas demandas dos 2570
armadores e não será capaz de atender a frota mundial de navios porta 2571
containeres que tendem a crescer concentradamente com navios de grande 2572
porte, permitindo ganhos de escala, produtividade e redução de custos para 2573
toda cadeia produtiva, descontinuando portanto, o uso de navios de pequeno 2574
porte para navegação de longo curso. O terminal proposto estará condenado a 2575
ociosidade tanto na operação do cais como na operação do pátio. O projeto 2576
com demonstrado conflita também nas operações de veículos no berço 218, 2577
com a proposta de projeto é bom deixar claro que haverá operação simultânea 2578
de 2 cais em ângulo de 90° o que necessariamente obrigará o recuo de 60 2579
metros para obedecer questões operacionais de carga e descarga, reduzindo o 2580
cais previsto de 500 metros lineares para 440 metros efetivos decorrendo a 2581
possibilidade da operação de apenas um navio de 335 metros, restando 2582
apenas 105 metros inviável para qualquer navio desse segmento. O novo 2583
terminal comprometerá radicalmente a competitividade do atual, a competição 2584
interportos na área de influência privilegia operações de navios grandes 2585
simultaneamente. Os portos de Santa Catarina e Santos tem essa condição, 2586
mantendo o projeto atual, nem o terminal proposto pela SEP e nem o atual 2587
atenderão as necessidades dos usuários. Obrigado. 2588
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2589
Obrigado Charles. 2590
88/119
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2591
Sergio Salomão não está mais presente. Anderson, face essa gentileza que a 2592
TCP declinou. Rafael Wallbach. 2593
RAFAEL 2594
Boa noite. Eu queria fazer uma contribuição muito rápida. É sobre um aspecto 2595
jurídico do PAR2 que é o seguinte. Se falou muito aqui a respeito da 2596
necessidade de observância do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento, eu 2597
só queria trazer um dado muito importante na minha opinião que é o fato de 2598
que a jurisprudência pacifica do Tribunal de Contas da União entende que é 2599
absolutamente necessário observância do PDZ em qualquer projeto de 2600
arrendamento portuário. Existem dezenas de decisões, desde 2006 até 2012, 2601
2013 em que o TCU determinou a não realização, por exemplo, de 2602
procedimento licitatórios que seriam feitos em dissonância ao PDZ e 2603
determinou a nulidade de arrendamentos também realizados sem a 2604
observância do PDZ. Então esse é um ponto que me parece muito importante 2605
porque não é só a necessidade de crescimento organizado do porto, mas 2606
também um crescimento que tenha segurança jurídica necessária e tendo em 2607
vista os investimentos que vão ser feitos, a realização de um arrendamento que 2608
não obedece ao PDZ sempre estará sobre uma forte insegurança jurídica. 2609
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2610
Só lembrar Dr. Rafael que não está se propondo uma movimentação de cargas 2611
diferentes do que propõe o PDZ, está se propondo um arrendamento quando o 2612
PDZ propõe uma ampliação para aquela área, há casos e casos, mas eu 2613
entendi a questão. 2614
RAFAEL 2615
É que o PDZ determina, já prevê, já destina essa área para expansão do TCP 2616
e destina outra áreas para terminais de contêineres. 2617
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2618
89/119
Também em face da gentileza da TCP e declinam Cleber e Rodrigo e após 2619
isso, Marcelo Dias. Não está mais presente. Carlos Quintero e em seguida 2620
Adriano Barbosa. 2621
CARLOS QUINTERO 2622
Boa noite senhor Ministro, boa noite a todos, eu sou professor universitário e 2623
também atuo na área aduaneira há 27 anos como despachante aduaneiro. Em 2624
dois momentos eu vi toda essa comunidade reunida, a primeira a 6 anos atrás 2625
quando o pessoal fechou o porto por um dia para discutir as questões do porto 2626
e hoje. Eu lembro que um vídeo do porto de 2001 nós já tínhamos no próprio 2627
vídeo dizendo os investimentos para o posto de Paranaguá na mudança de 2628
governo, na ampliação do cais oeste e hoje nós observamos que somente a 2629
área leste teve essa ampliação, os investimentos no terminal privado. Agora 2630
comentava com uns amigos só para efeito de contribuição, acabei de receber 2631
um informativo do sindicato dos despachantes aduaneiros e diz assim: os 2632
portos marítimos são cada vez mais importantes no contexto econômico de 2633
estados e países e Santa Catarina não foge a regra. Assim o presidente do 2634
porto de São Francisco e o de Itapoá em comitiva estiveram em Barthiman nos 2635
Estados Unidos para acompanhar uma simulação de manobras em tempo real, 2636
ela reproduz um comportamento de um navio diante de agentes externos, 2637
como ventos e ondulações fortes e pode ser aplicada em situações de 2638
emergência. A intenção é viabilizar a vinda dos navios maiores acima de 300 2639
metros de comprimento. Vou parar por aqui. Enquanto outros portos já há 2640
estudo e buscam a ampliação de áreas maiores, apenas como forma de 2641
contribuição observando o que colocaram os colegas do TCP, mas parece-me 2642
que vamos brigar ainda por uma área menor aqui na área, onde o próprio 2643
terminal, já observamos isso, tem a condição, capacidade e tem feito isso muito 2644
bem. Eu acho que deveríamos brigar por outras áreas do outro lado oeste, 2645
inicialmente foram suprimidas, onde houve toda uma discussão pela 2646
comunidade portuária. Eu tenho acompanhado essas discussões há muitos 2647
anos, e a 2 anos acompanhamos toda essa discussão, nós tínhamos em mente 2648
uma nova ampliação para o nosso porto do Paraná, porto do Brasil, e de 2649
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repente fomos pegos de surpresa com isso. Eu faço esse breve relato senhor 2650
Ministro porque assim como o secretário Pepe que não me conhece 2651
pessoalmente, mas tem viajado estados divulgando as ações do governo, eu 2652
também tenho estado em regiões do Oeste, norte do Paraná, conversando com 2653
empresários e com alunos e eles não entendem porque Paranaguá continua 2654
com os mesmos problemas, nós entendemos que são problemas logísticos, 2655
pessoais, mas nós percebemos que nós precisamos sair dessa forma como 2656
nós ficamos aqui agoniados. Acho que os investidores que estão aqui hoje 2657
querem de fato ter essa confirmação de que o Governo Federal vê com bons 2658
olhos o porto de Paranaguá e que podemos ter essa ampliação, porque é isso 2659
que observamos quando saímos de Paranaguá e vamos a São Paulo, Santa 2660
Catarina, região Oeste com muitos empresários. Aí percebemos que os outros 2661
portos continuam buscando ampliações e nós aqui continuamos amarrados. 2662
Essa é a nossa contribuição como uma pessoa de 27 anos atuando em 2663
comercio exterior, e quer ver esse porto de fato é em excelência para o país. 2664
Seria essa a minha contribuição. Obrigado. 2665
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2666
Obrigado professor Carlos, esteja certo que também vemos o porto com todo 2667
carinho. Senhores são 18h58min, até em respeito aos que ainda não falaram 2668
vamos prorrogar até às 19h30min, mas não mais do que isso. Então nós 2669
vamos até às 19h30min, falaram aqueles que nós conseguirmos, rogo 2670
novamente que o poder de síntese daqueles que forem chamados. 2671
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2672
Adriano Barbosa e em seguida Miguel Noronha. 2673
ORADOR NÃO IDENTIFICADO 2674
Eu peço para o pessoal levantar a mão logo para que possamos chegar mais 2675
rápido. 2676
ADRIANO BARBOSA 2677
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Boa noite aos senhores da mesa, queria desejar toda sorte do mundo ao 2678
Ministro. As minhas contribuições são específicas ao plano financeiro do PAR3 2679
e 37. Inicialmente com relação a produtividade do PAR3, nas diretrizes técnicas 2680
no anexo C2 no financeiro o arrendamento parte de uma produtividade mínima 2681
de 3,260 milhões de toneladas, o que significa um giro ao redor de 25 por ano. 2682
Mas no plano mesmo ele vai de 4 milhões e 700 mil toneladas a 6,5 milhões de 2683
toneladas, o que significa um ciclo de 29 ciclos por ano para 41 ciclos por ano a 2684
questão é a seguinte, pelo estudo que a gente fez, as boas operações aqui de 2685
Paranaguá conseguem fazer 12 ciclos por ano e nós entendemos que esse 2686
aumento de produtividade de quase 4 vezes talvez mereça ser revisto. Essa é 2687
a primeira solicitação. Depois com relação ao PAR37 no que diz respeito a 2688
capacidade, lá no diretrizes técnicas no 523 fala o seguinte: que as cargas que 2689
não sejam desembarcadas diretamente para o arrendamento não contam para 2690
a mínima movimentação garantida. Então a gente também entende que esse 2691
arrendamento ele só se torna operacional com a inclusão da esteira existente e 2692
com a construção de uma nova esteira possibilitando interligações. Nós 2693
sugerimos também que para justificar esse investimento o prazo de 2694
arrendamento seja ampliado para 25 anos. Ai especificamente nos documentos 2695
dos contratos existe uma diferença de tarifas, nas condições específicas do 2696
PAR3, PAR37 ambos falam em tarifas de 25 reais por tonelada com 5 dias 2697
livres e mais 10 reais por toneladas para armazenagem adicional depois do 2698
período livre. No documento da sessão “c” Financeiro, os dois arrendamentos 2699
apresentam diferenças na clausula 2, premissas básicas, no caso do PAR37 o 2700
documento cita 35 reais por tonelada que é a soma dos 25 mais 10, mas no 2701
caso do PAR3, apenas 25. Nós achamos que esse documento está equivocado 2702
está errado, sugerimos uma revisão. Agora com relação a modelagem 2703
financeira do PAR3 do PAR37, existe uma dúvida que nós gostaríamos de 2704
esclarecer. No documento anexo C2 financeiro a modelagem do PAR3 cita R$ 2705
22,00 reais e R$ 27,00 por tonelada e não os R$35,00 e o PAR37, nessa 2706
mesma modelagem financeira fala em 35 existe uma diferença que nós 2707
gostaríamos de entender. Finalmente a gente acha que nos custos de mão-de- 2708
obra, nos documentos de arrendamento do anexo “c” Financeiro, nas planilhas 2709
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de cálculo das previsões de despesas operacionais, tanto PAR3 quanto 2710
PAR37, na linha mão-de-obrak, OGMO, pelas contas que nós fizemos, nós 2711
encontramos R$2,09 por tonelada, o que é mais ou menos 1/4 do que é 2712
praticado aqui atualmente, então também gostaríamos de revisitar este 2713
parâmetro específico. Essas são as contribuições. 2714
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2715
Obrigado, e esses parâmetros que você elencou certamente vão ser objeto de 2716
reavaliação. 2717
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2718
Adriano, só pedir, na medida do possível, você colocar isso formalmente, para 2719
gente, como são muitos detalhes, estamos anotando aqui, mas é importante 2720
levar a termo a contribuição, muito obrigado. 2721
MIGUEL NORONHA 2722
Boa noite a todos, sou Miguel Noronha, sou conselheiro da Rocha Terminais 2723
Portuários, membro conselho de administração queria saudar a mesa dos 2724
trabalhos na figura do Ministro Antonio Henrique e saudá-lo também pela sua 2725
recente designação, Antonio Henrique que nos conhecemos há muito tempo e 2726
ficamos muito felizes pela capacidade que com certeza vai trazer a gestão da 2727
Secretaria. Queremos saudar também Dr. Pepe Richa, nosso representante do 2728
governo do estado, Dr. Dividino, ambos responsáveis pela delegação do porto, 2729
tão importante para nós aqui, não é? A minha motivação aqui nessa fala é o 2730
seguinte. A Rocha é uma empresa baseada em Paranaguá, com 150 anos de 2731
vida ininterrupta operando em Paranaguá, opera entre outras atividades, 2732
operação portuária e armazenagem de fertilizantes aqui em Paranaguá. A 2733
nossa situação aqui, até nosso discurso é de promoção da competição, não 2734
queremos cancelar nenhum dos agendamentos propostos, só achamos que 2735
isso pode ser otimizado a partir da proposta da SEP, o que eu acho que até 2736
como o próprio enunciado de vocês, salutar porque estão aqui para buscar 2737
justamente essa evolução. Nós já temos uma situação peculiar aqui em 2738
93/119
Paranaguá, já convivemos com ambiente altamente de competição aqui, são 2739
35 operadores portuários relacionados a fertilizantes aqui em Paranaguá, 2740
sendo que 6 deles tem operação em berço, portanto desnecessário dizer que o 2741
ambiente é altamente competitivo, formação de preços etc., altamente 2742
competitivo aqui, não é, portanto a gente apóia o princípio das duas estações 2743
propostas, o principio delas e os sistemas automatizados de berço e terminais 2744
considerando também que vão se constituir em dois berços especializados, 2745
com esteiras e com armazéns de retro área. Nesse sentido apoiamos a 2746
proposta, temos interesse em participar dessas licitações, mas sabemos que 2747
esse processo pode trazer 2 operadores novos para Paranaguá. Já somos em 2748
6 operando em berço, dois a mais não vai transformar o mundo, é 2749
perfeitamente possível, não é ai que vamos propor mudanças. A proposta 2750
também da SEP de usar os berços 209 e 211 como berços especializados está 2751
em linha com o desejo da comunidade portuária de Paranaguá, faz parta do 2752
PDZPO, fundamental dizer isto, não é, é parte fundamental e elemento do 2753
PDZPO. As disfunções existentes nas licitações que nós podemos aqui citar, 2754
acho que aqui estão os pontos que nós podemos dizer quais são as lacunas, 2755
que na nossa opinião, nós achamos que poderiam ser tratadas e depois que 2756
tipo de proposta para equacioná-las. Eu acho assim as prioridades de 2757
atracação de navios propostas para o futuro, os vencedores, nos mesmos cais 2758
existentes a varias décadas aqui em Paranaguá, isso para nós é uma proposta 2759
que nos parece um pouco complicada. Foi dito por vários elementos aqui eu 2760
posso citar, a CONAGRO falou isso, o Décio do SindiAdubos falou isso, nosso 2761
grande drama em Paranaguá é que convivemos com os mesmos berços ao 2762
longo de décadas e sob eles estamos fazendo mais e mais movimentações, 2763
com dificuldade de acesso em água, dificuldade de acesso em terra e são os 2764
mesmíssimos berços. Portanto a prioridade de atracação proposta para o 2765
futuro vencedor da licitação, com os volumes de fertilizantes de Paranaguá que 2766
respondem a quase 50% do volume nacional de importação de fertilizantes, a 2767
tradução aos senhores é monopólio, isto é monopólio. É um navio atrás do 2768
outro, será monopólio de quem levar esses dois lotes de licitação, portanto eu 2769
acho que isso não condiz, com o espírito que o próprio o slide do Fernando 2770
94/119
projetou aqui dizia isso, evitar concentrações abusivas de mercado, Fernando 2771
também disse, áreas preciosas do porto de Paranaguá são realmente 2772
preciosas, são escassas, são poucas. Então eu acho que é fundamental que se 2773
pense nessa questão da prioridade, do jeito que está formulado induz 2774
monopólio, limita competição e, portanto dificulta a redução de custos que os 2775
senhores estão buscando tão fortemente. A segunda disfunção os armazéns 2776
das duas licitações são extremamente limitados para a capacidade hoje 2777
movimentar de Paranaguá, na verdade o armazém funciona como pulmão da 2778
operação portuária, então quando falamos em prancha, produtividade de 10 mil 2779
toneladas por dia isso tudo é apenas conceitual, é teórico na beira do cais, Dr. 2780
Dividino sempre diz isto e eu aprendi isso com ele. Na verdade se você não 2781
tiver escoamento, não tiver capacidade de armazém lá atrás para receber o 2782
fertilizante, nós na verdade estamos falando de uma mentira, o grep lá no cais 2783
faz um volume nominal, só que para tudo, às vezes hoje porque ainda se 2784
opera, a esteira está começando agora operação automatizada, ainda se opera 2785
com caminhão e falta caminhão, ou com esteira vai ser transferido o problema 2786
para o armazém, porque se eu fizer berço 209, conectado ao Tefer que hoje é 2787
o PAR37 e berço 211 conectado ao PAR03 que hoje é o pátio de veículos, o 2788
que vamos ver ali é uma limitação extrema no volume de fertilizantes. 2789
Certamente vocês advogam 7 milhões de toneladas nos dois berços que seria 2790
o possível, segundo a nossa conta e usando giros, vamos dizer assim, 2791
bastante voluntariosos não faria metade disso, faria 3,5 milhões, não passaria 2792
disso, porque, além disso, é uma armazenagem de importação, a entre 2793
postagem tem que ser considerada o fato de que eu estou como vencedor de 2794
uma licitação daquela eu vou ter um cliente âncora que me diz o seguinte: 2795
reserva a capacidade do armazém porque eu tenho (ininteligível) com você, 2796
você não recebe mais. Então o giro que estamos falando acima de 15 vezes, 2797
digamos vai, 20 vezes para ser muito eficiente é impossível, é impossível. 2798
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2799
O senhor tem mais 2 minutos. 2800
95/119
MIGUEL NORONHA 2801
Então as propostas nossas aqui são na verdade manter as licitações está 2802
perfeito, agora os sistemas de correias são ativos escassos, está sendo 2803
proposto um novo sistema de correia para o PAR03, perfeitamente os berços 2804
deveriam ser usados, 2 berços especializados é uma proposta corretíssima dos 2805
senhores, 209 e 211, o sistema novo de correia é uma proposta perfeita dos 2806
senhores, só que isso deveria ser compartilhado, na verdade uma prioridade 2807
compartilhada com todos aqueles, não com 2 vencedores em berços escassos 2808
em Paranaguá deveria ser compartilhados com todos aqueles que atendessem 2809
a uma prancha mínima, o produto é fertilizantes nesses dois berços e a 2810
prancha mínima é x mil toneladas dia, todos aqueles que ultrapassarem que 2811
conseguirem fazer, no sistema todos, não no cais, nos sistema todo essa 2812
tonelagem, estão aptos em acostar o seu navio e fazer operação, se não, 2813
vamos falar uma mentira. A segunda proposta é que o sistema seja 2814
compartilhado, e que esse sistema seja aberto e competitivo para todos 2815
aqueles que tem armazéns interligados e o futuro armazém que vão chegar 2816
nessas duas licitações, que não haja domínio por parte do vencedor licitante 2817
das esteiras e da prioridade de cais. Retirar a proposta do carregador fixo do 2818
211 porque ele não se coaduna com a flexibilidade que hoje já há em 2819
Paranaguá. Hoje fora os novos guindastes que vão chegar nós já temos 9 2820
NHCs trabalhando efetivamente no porto, essa flexibilidade é boa e novos 2821
NHCs eles podem ser trazidos. Em síntese eu queria dizer para vocês que é 2822
basicamente isso que estamos propondo. A gente acha que utilizando esse 2823
sistema, otimizando as duas propostas que vieram da SEP nós reduzimos a fila 2824
de navios de fertilizantes de Paranaguá, acaba-se ou reduz-se muito em 2825
benefício do produtor, em benefício do país. Obrigado. 2826
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2827
Só uma breve observação no que diz respeito a preferência de caixas, isso aí, 2828
na modelagem como todo. Em função dos investimentos que estão sendo 2829
projetados pelo futuro arrendatário a gente entendeu por bem que fosse dada, 2830
96/119
a preferência, mas é importante frisar que é sem perder o viés que se trata de 2831
um berço público e conseqüentemente não exclusivo. Em relação aos 2832
questionamentos, sugestões de ordem técnica que foram aqui propostas, por 2833
favor, formalizem que a gente certamente vai ser objeto de avaliação interna. 2834
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2835
Senhores como nós temos pouco mais que 15 minutos ao fim da audiência, a 2836
partir de então estará disponível através dos nossos assistentes um formulário 2837
de pergunta para ser preenchido e entregue aos próprios assistentes e nós 2838
vamos responder essas perguntas depois por email da Agência. Dentro das 2839
regras, embora nós respeitamos e ficamos honrados com a presença das 2840
autoridades aqui também. 2841
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2842
Por favor, nós vamos franquear um espaço para o senhor prefeito se 2843
manifestar evidentemente. Pois não, Joelson, por favor. 2844
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2845
Só para que tenham uma certa noção dos próximos e ai facilitar o 2846
preenchimento das perguntas eu vou ler o nome dos 5 próximos credenciados 2847
a falar. Célio Milano, Silvio Guidi, Bernardo Guimarães, Antonio Ricardo, José 2848
Baco e Marcio Costa. 2849
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2850
Por favor, o próximo, o próximo quem é? Joelson. 2851
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2852
Celio Milano, e aí aqueles que desejarem pegar o formulário de perguntas 2853
levantem a mão que o colega vai até vocês. 2854
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2855
Celio por favor sempre pedindo maior brevidade possível 2856
97/119
CELIO MILANO 2857
Só uma correção é Celio Milano. 2858
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2859
Celio, obrigado. 2860
CELIO MILANO 2861
Serei bastante breve. Boa tarde a todos, cumprimento a mesa. Tenho apenas 2862
um tema a tratar e esse tema eu divido ele primeiro em um questionamento a 2863
mesa e depois num requerimento. O tema diz respeito a premissa básica da 2864
SEP da ANTAQ no sentido de que essas licitações visam em grande parte o 2865
ganho de eficiência, e aí nas próprias transparências que foram apresentadas 2866
através de um agrupamento de áreas. Essa é uma premissa já conhecida da 2867
comunidade, todavia e ai eu abro a primeira pergunta. Nas condições 2868
especificas de leilão do lote 8 a título de exemplo, existe lá a previsão do item 2869
3.13 onde há a vedação de adjudicação a proponente que explore direto ou 2870
interfira, aqui estamos falando especificamente de graneis líquidos, ou seja, por 2871
um proponente que já explore esse tipo de atividade dentro do estado do 2872
Paraná. Então entendo, com todo respeito que há aqui uma contradição entre 2873
você pleitear ganhos de eficiência, grupamentos de áreas e por um lado ter 2874
esse tipo de vedação. Sei que é um tema que não trata de todas as áreas, é 2875
um tema muito específico, mas gostaria de questionar. Qual a motivação 2876
existente para esse tipo de tratamento diferenciado? Como sei que deve ter 2877
uma resposta pronta para isso gostaria ai que fosse dado acesso ao estudo 2878
técnico que baseia essa motivação dada pela SEP e pela ANTAQ. É só isso, 2879
muito obrigado. 2880
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2881
Nós vamos checar, mas me parece que essa restrição é o operador no porto. O 2882
senhor falou no estado do Paraná? 2883
CELIO MILANO 2884
98/119
É no estado do Paraná. 2885
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2886
Vamos checar, mas em princípio é no porto. 2887
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2888
Silva Guidi. Não está presente? Levante a mão, por favor, não. Bernardo 2889
Guimarães. 2890
BERNARDO GUIMARÃES 2891
Boa noite, a essa hora a brevidade é a melhor das eloqüências. A questão diz 2892
respeito à navegabilidade. A previsão de construção de extensão do cais e 2893
como foi tangenciado em falas anteriores, inclusive pelo Dr. Fernando, o 2894
projeto disso é meramente conceitual, é nitidamente uma sugestão e depois 2895
será reduzida a termo. Será que não seria o caso deixar indicado as diretrizes 2896
que pautaram, os estudos técnicos a serem apresentados, que eles não podem 2897
interferir na navegabilidade de modo a comprometer a estrutura que já existe, 2898
isso seria uma perda de eficiência operacional, é a única garantia que não se 2899
instale o litígio futuramente sobre esse ponto a prever desde o momento zero 2900
essa salva guarda em termos de competição. Então uma sugestão é que nós 2901
humildemente fazemos Agência. 2902
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 2903
Ok, Antonio Ricardo. 2904
ORADOR NÃO IDENTIFICADO 2905
Eu só quero avisar que a gente está aqui com os formulários e canetas para 2906
todo mundo poder quem se cadastrou ali fazer as perguntas quem quiser 2907
levanta a mão que agente tem aqui. 2908
ANTONIO RICARDO 2909
99/119
Boa noite a todos. Começou com boa tarde mas já é boa noite, estou aqui 2910
desde das 3 horas, desde a abertura. Ministro, Antônio Henrique, eu sou 2911
Antônio Ricardo, não somos santo casamenteiro mas. Queria só neste 2912
momento, Ministro, colocar as questões, só para me apresentar eu sou 2913
vereador da Câmara Municipal de Paranaguá, já fui presidente da Câmara por 2914
3 vezes, já fui Vice-Prefeito, fui membro do CAP por 3 anos, já fui Secretário 2915
Municipal e hoje sou vereador ainda e faço parte da Comissão de Assuntos 2916
Portuários do município de Paranaguá, na Câmara Municipal. Eu já refiz 2917
minhas perguntas, eu já vim com algumas perguntas, já refiz, para ser bem 2918
prático, mas antes de tudo eu queria deixar registrado que nós no Plano 2919
Municipal de Saneamento Básico na cidade de Paranaguá também tivemos 2920
que realizar audiência pública, tivemos que fazer várias e dentro dela nós 2921
tínhamos contratado no município uma empresa que fez os estudos, aqui pelo 2922
que estou vendo, a EBP, a Estruturadora Brasileira de Projetos que é a 2923
empresa que fez esses estudos e não está presente, infelizmente, quem 2924
deveria estar junto com vossa excelência aqui para discutirmos, até porque 2925
para sabermos em que ponto eles chegaram a essas conclusões que eles 2926
tiveram aqui em dois dias praticamente, 48 horas, eu que faço parte do 2927
Sindicato dos Produtores Autônomos também, sou uma pessoa bastante 2928
atuante na área portuária, sei que eles tiveram muito pouco tempo vi aqui muita 2929
gente falando da questão de que vai passar arrendamento para outro terminal 2930
e que fica a critério do novo arrendatário a questão da liberação ambiental. 2931
História da carochinha, porque nós sabemos que desde o Governo Federal até 2932
o municipal o conto é hoje, através de questão ambiental, você ter uma 2933
liberação para fazer uma nova área, novo pátio, novo empreendimento, não 2934
depende só de um, tem a promotoria também, os promotores são hoje feroz, 2935
tínhamos dois aqui que eram terríveis, foram embora, mas eram complicados. 2936
Então eu vejo aqui, Sr. Ministro, quero deixar um apelo, a Vossa Excelência, 2937
porque estamos fazendo o trabalho de trás para frente, porque a cidade não foi 2938
escutada nem pela EBP, nem pelo Governo Federal, nem por ninguém, porque 2939
assim, porque do jeito que está aqui, eu vi o advogado do Rocha falando que 2940
ao longo de décadas batemos recorde com o que temos, temos que melhorar, 2941
100/119
temos, só que ninguém pergunta para cidade. (ininteligível)... estamos 2942
construindo aqui com o modelo que vocês estão fazendo dos novos uma 2943
bomba que vai ser instalada no porto de Paranaguá porque a retro área nossa 2944
Ministro, vossa excelência falou do DNIT, da questão rodoviária, ferroviária, 2945
nós temos que rever primeiro esta questão. Hoje não temos mais condições da 2946
cidade de estar do jeito que está, com o que tem, se nós formos fazer o que 2947
está previsto em tudo isso que vocês estão falando sem fazer antes as 2948
questões prioritárias na questão ferroviária nós não vamos conseguir. Nós 2949
temos um viaduto, na Professor Cleptor, que já está fazendo aniversário, não 2950
foi inaugurado, disse que até o ano que vem vai ser inaugurado quanto o nosso 2951
munícipe sofre, nosso trabalhador sofre, o caminhoneiro que vem trazendo a 2952
carga lá do outro lado do país, do Mato Grosso, seja lá de onde for, sofre para 2953
chegar aqui. O prefeito vai falar também sobre essa questão, mas vou me ater. 2954
Então registro que essa questão da concessão da (ininteligível) tem que ser 2955
revista porque a (ininteligível) é a empresa que mais ganha aqui na cidade não 2956
deixa um tostão aqui e deixa sujo o trilho ao redor, enfim as manobras não dá 2957
nem bola para cidade registra aí que essa questão da concessão da 2958
(ininteligível) tem que ser revista porque prejudica e muito o município de 2959
Paranaguá e não tem contra partida nenhuma. A primeira pergunta que eu 2960
quero deixar aqui. A Estruturadora Brasileira de Portos observou as leis e 2961
posturas municipais ao elaborar os estudos e projetos que dão sustentação as 2962
minutas de editais e contratos? Essa é a minha primeira pergunta. Segunda 2963
pergunta, quem irá responder pelo passivo ambiental desses terminais? Já foi 2964
dito aqui que se tiver o anterior ao poder concedente e o novo é para quem 2965
arrendou, certo? Quem será o poder concedente em Paranaguá tendo em vista 2966
o que estabelece no convênio de delegação que foi renovado nº 37/2001? O 2967
governo do Paraná e a prefeitura Paranaguá foram consultados a respeito do 2968
novo arranjo dos terminais paranguaras desenhado ANTAQ e a pela EBP? Não 2969
foram, pode ter certeza, se não, não estavam aqui hoje. Por que não foi licitada 2970
a contratação da Estruturadora Brasileira de Portos? Eu acredito que também 2971
não foi. Pelo que vi aqui vai ser pago depois. Onde podemos acessar, qualquer 2972
um de nós aqui, acessar os estudos feitos pela Estruturadora Brasileira de 2973
101/119
Projetos? E também deixar aqui uma pergunta que me deixou intrigado: Quem 2974
é a Estruturadora Brasileira de Projetos e quem são seus acionistas, porque ela 2975
devia estar aqui conosco hoje, porque vocês não imaginam quanto vai impactar 2976
na mudança da nossa cidade essas questões que relacionado ao porto. Eu que 2977
fui conselheiro do CAP durante 3 anos sei dos os esforços feitos para construir 2978
o PDZPO para que nós chegássemos a um bom termo com toda comunidade, 2979
toda sociedade de uma forma geral. Nos unimos como falou o Marcelo dias, no 2980
movimento para Paranaguá, só saímos, tínhamos que nos reunir dentro da 2981
câmara para não ser preso, lutando pelo porto de Paranaguá. Construímos o 2982
prédio PDZPO e está ai praticamente largado, não foi dado bola para aquilo 2983
que nós que fizemos ao longo desse tempo e daí parabéns de novo, estamos 2984
todos juntos de novo brigando pela nossa galinha dos ovos de ouro, como falou 2985
dona Esmeralda Quadros que é o porto de Paranaguá. Agora nós temos que 2986
ver o porto que é a frente e também a cidade que é as costas, então é isso que 2987
eu queria de vocês e saber essas perguntas que eu tive aqui. Obrigado. 2988
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2989
Obrigado Vereador. 2990
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 2991
Só para prestar um esclarecimento adicional e rápido. O que diz respeito a 2992
EBP acho que é importante frisar, na realidade os estudos foram 2993
desenvolvidos, tanto pelo poder concedente quanto a Agência com suporte e 2994
apoio técnico desses consultores, quer dizer, volta e meia vem o 2995
questionamento de que a EBP fez, mas não fez sozinha. É importante frisar 2996
que esse é um processo longo, cada passo, pari passu foi discutido todos os 2997
assuntos inerentes aos resultados que a gente obteve em relação a 2998
apresentação dos estudos. Outra coisa que é importante frisar também, a nível 2999
conceitual não houve alteração significativa no que diz respeito ao PDZP, é 3000
importante frisar que o plano de fundo que gerou o resultado de estudo 3001
conforme falei inicialmente foi justamente tentar se equalizar, regularizar uma 3002
serie de arrendamentos que estavam com prazos vencidos ou a vencer até a 3003
102/119
linha de corte de 2017. Esse basicamente é a diferença crucial, fulcral, em 3004
relação ao PDZ, ora vigente, mas se o senhor for analisar de forma conceitual 3005
a nível de setorização da ocupação do espaço portuário por tipo de carga, 3006
rigorosamente os estudos são coincidentes. É obvio que existem alguns 3007
ajustes que certamente vão ser feitos, mas é importante frisar isso. Já falei 3008
anteriormente, não sou advogado da EBP, mas tenho uma relativa experiência 3009
no setor, inclusive em algum momento da minha história profissional eu tive a 3010
honra de ser conselheiro suplente do CAP de Paranaguá. Eu conheço bem a 3011
realidade aqui do porto, razoavelmente. Posso lhe adiantar que realmente os 3012
estudos, o corpo técnico que compôs essa equipe desses consultores, 3013
realmente é um pessoal altamente qualificado, já tive oportunidade de trabalhar 3014
com vários consultores, não desmerecendo nenhum deles, mas sem dúvida 3015
alguma conforme Dr. Mário Povia colocou inicialmente, os estudos na nossa 3016
opinião, foram satisfatoriamente bem feitos, obvio que a perfeição não existe, 3017
para isso estamos aqui, para justamente construir uma solução no sentido de 3018
adequá-los e conseqüentemente aprimorar naquilo que for pertinente em prol 3019
do porto, em prol do estado e conseqüentemente em prol do país. O porto de 3020
Paranaguá é inquestionável a sua importância no cenário nacional, não é a toa 3021
que é referência na bolsa de Chicago no que diz respeito à operação de grãos. 3022
Então dentro dessa ótica que estamos aqui presentes, ouvi-los, no sentido de 3023
efetivamente buscar um aprimoramento em prol do desenvolvimento aqui do 3024
porto e consequentemente do país. 3025
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 3026
José filho. 3027
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 3028
Só respondendo ao vereador o poder concedente é a Secretaria de Portos. 3029
JOSÉ FILHO 3030
Quero saldar o ministro Antonio Henrique, saldando todas as autoridades que 3031
compõe a mesa, saudar as autoridades estaduais, prefeito Edison Kersten. 3032
103/119
Meu nome é José Baca Filho. Você não conseguiu ler ali. Sou ex-prefeito de 3033
Paranaguá, fui prefeito durante 8 anos, sou engenheiro de carreira do porto 3034
também de carreira 25 anos, engenheiro civil, trago aqui 2 contribuições, 3035
primeiro um apelo ao excelentíssimo senhor Ministro, porque durante 8 anos 3036
como prefeito dessa cidade eu ouvi muito essa conversa de que o DNIT está 3037
fazendo a licitação e como foi falado aqui um viaduto faz 7 anos que está 3038
sendo construído e não foi concluído ainda e estamos falando do PDZPO de 3039
Paranaguá e eu fui conselheiro do CAP durante 8 anos e foi construído de 3040
acordo com o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de Paranaguá, 3041
então está perfeitamente compatível com o que a comunidade quer, porque 3042
como falou o vereador Ricardo, nós fizemos 6 audiências públicas para aprovar 3043
o Plano Diretor da cidade e depois fizemos outras tantas até que o PDZPO 3044
fosse aprovado compatível com o que Paranaguá deseja. O que nós estamos 3045
vendo é respeito a esse PDZPO, porque está no PDZPO também os novos 3046
acessos a Paranaguá e hoje Paranaguá movimentando 50 milhões de 3047
tonelada, já tem um congestionamento permanente de caminhões, os senhores 3048
falam em dobrar essa capacidade, chegar a 78 milhões de toneladas. Como 3049
não existe nenhum projeto ferroviário que irá entrar em operação, se fosse 3050
começado hoje a obra só iria iniciar a operação daqui a 10 anos, não existe 3051
nenhum projeto de barcaças ou hidroviário para sustentar a retro área as 3052
cargas que viram par ao porto de Paranaguá, nenhum projeto aéreo, as cargas 3053
vão continuar vindo via rodoviária, não cabem fisicamente mais caminhões em 3054
Paranaguá. Então a nossa sugestão para as autoridades federais que aqui 3055
estão é que contemple, dentro dos editais que estão, que cada um desses 3056
terminais tenha uma área para estocar os seus caminhões enquanto aguardam 3057
as descargas, para desobstruir as ruas da cidade de Paranaguá, porque hoje 3058
elas estão tomadas por caminhões, dentro da área portuária, retro portuária e 3059
quem sofre é o povo da cidade de Paranaguá. Em nenhum momento as 3060
autoridades municipais foram ouvidas com relação a isso. Então esse é nosso 3061
apelo. Outra questão, a gente vê aqui um grande conflito de interesses, varias 3062
empresas cada uma querendo manter, alguns o seu monopólio, outros a sua 3063
concorrência, existe uma área enorme aprovada já no plano diretor de 3064
104/119
Paranaguá PDZPO que é destinado a ampliação da área portuária que é em 3065
Bocuí, Rio das Pedras e que poderá sim a SEP, o Governo Federal após esse 3066
conjunto de licitações já abrir novas áreas para que a iniciativa privada 3067
construa esse novo porto e mais, como o porto de Paranaguá é uma delegação 3068
ao governo do estado, respeita essa delegação e abre-se a partir de uma nova 3069
linha a ser definida para a parte de uma nova empresa portuária, uma nova 3070
companhia docas do governo federal, sem contaminar, sem prejudicar a atual 3071
administração dos portos e a delegação que aí está. Então existe uma 3072
possibilidade, Paranaguá é um centro convergente de negócios e a população 3073
de Paranaguá não está sendo observada. A minha pergunta é assim. Todos os 3074
impactos causam custos, onde é que estão nos editais os impactos de 3075
vizinhança desses novos terminais? Onde está nos editais os impactos 3076
sociais? Porque a prefeitura vai exigir, para dar o alvará de construção, as 3077
medidas mitigatórias e compensatórias de todos os danos que haverão no 3078
âmbito social e também no âmbito de vizinhança. Então essas questões 3079
deverão também eu acredito estar nos editais para que possa de alguma 3080
maneira contemplar nos custos que os empresários que aqui estão e daqui a 3081
pouco vão até reclamar junto a SEP e ANTAQ que isso não estava previsto no 3082
edital. Então essa é minha contribuição. Muito Obrigado. 3083
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 3084
Marcio Costa. 3085
ROGÉRIO MENESCAU – SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO DA 3086
SECRETARIA DE PORTOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 3087
Sobre essa questão de acesso, Baca, existe esse grupo coordenado pelo 3088
Ministério do Planejamento e que estamos levando todas essas questões, 3089
então é muito importante estar apontando essas demandas de atraso, tudo, a 3090
gente vai levar de um por um, mas essa questão de acesso como bem colocou 3091
acho que até em Curitiba quando foi levantado que era uma questão de menor 3092
tamanho e a gente alertou que não era, porque se o elo mais fraco é esse, a 3093
corrente rompe por ai. Então é um assunto muito relevante, estamos atentos, o 3094
105/119
Ministro já falou aqui sobre esse grupo, é um grupo que ultrapassa a área de 3095
influencia da SEP, mas o Governo Federal está atento a essa questão e vai 3096
envidar esforços, porque se não, realmente vai comprometer a movimentação 3097
planejada nos próximos 10 anos. Obrigado. 3098
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 3099
Eu gostaria só de complementar Dr. Rogério em relação a essa questão dos 3100
acessos, quer dizer, partindo do pressuposto de que os resultados dos estudos 3101
seguem conceitualmente a setorização a nível de ocupação do sol portuário 3102
conforme está previsto no PDZ, PDZ esse que conforme o senhor colocou 3103
bem, recebeu todas as condições de acessibilidade terrestre, por extensão a 3104
gente tem a tranqüilidade de que não haveria maiores problemas nesse 3105
sentido. Temos apenas algum ruído que foi colocado com muita propriedade 3106
por parte da administração do porto no que diz respeito aos acessos 3107
envolvendo caminhões de containeres, essa que é a questão que estamos 3108
avaliando com carinho. 3109
MARCIO COSTA 3110
Boa noite ministro Antonio Silveira, boa noite prefeito Edison Kersten, 3111
cumprimentando os 2 cumprimento a todos os presentes que até essa hora 3112
continuam discutindo futuro da nossa Paranaguá. Eu sou o vereador Marcio 3113
Costa, é meu segundo mandato. Tenho algumas questões que formulei por 3114
escrito até pelo adiantado, então conforme foi apresentado, o conjunto de 3115
terminais apresentados para Paranaguá, é concentrador e vai gerar perda de 3116
empregos, o que será feito para reduzir esse risco? Uma vez que nós temos os 3117
trabalhadores portuários avulsos e que também tem que ter a manutenção do 3118
seu trabalho garantido. Então vamos pensar nos TPA. Além disso, a 3119
Estruturadora Brasileira de Projetos elaborou algum estudo de impacto de 3120
vizinhança ao propor a concentração de terminais, além de se perceber a 3121
questão das comunidades pesqueiras que ficam no entorno do nosso porto. A 3122
Estruturadora Brasileira de Projetos levou em consideração o arruamento do 3123
município de Paranaguá ao propor a reordenação e concentração destes 3124
106/119
terminais e especialmente no corredor de exportação. Então tem que se ver 3125
essas questões, a nossa retaguarda do município hoje não suporta mais 3126
atualmente o número de caminhões que transitam nas nossas vias, nós não 3127
suportamos mais as manobras de trens que a LL executa, desrespeitando a 3128
cidade de Paranaguá e nós precisamos do mínimo de infraestrutura que são 3129
alguns viadutos para poder fazer valer o direito de ir e vir dos participantes de 3130
Paranaguá e nem isso se faz. Então existe uma preocupação dos moradores 3131
de Paranaguá quanto a esse crescimento que se percebe de 30 milhões para 3132
70 milhões, com um barracão de apenas 100 mil toneladas, a gente quer saber 3133
também essa memória de cálculo, como se chegou a esse valor, essa 3134
movimentação de mercadorias, nós estamos preocupados quanto a essas 3135
questões. Agora quanto a terminais de containeres eu sou favorável que venha 3136
mais, quanto mais, melhor, vindo um terminal de containeres que venha 3137
respeitar o trabalhador de paranguara, respeitar o sindicalista vai ser muito 3138
bom. Inclusive quem sabe colocando lá sanitários adequados para os 3139
trabalhadores isso vai dar condições de trabalho muito melhor para nosso 3140
trabalhador que hoje em alguns setores tem que utilizar aqueles banheiros 3141
como antigamente se utilizavam como no tempo do presídio, coisa horrível. 3142
Então é nesse sentido que estamos aqui acreditamos que vocês ouçam a 3143
comunidade paranguara para que possamos chegar a um denominador 3144
comum, obrigado. 3145
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 3146
Obrigado vereador, estamos ouvindo, acho que o objetivo de a gente estar aqui 3147
é exatamente esse, o senhor já deve ter percebido que estamos rumo as 20 3148
horas, Joelson, o próximo. 3149
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 3150
José Fernandes. Elton Arguega. Carlos Henrique. Em seguida, Valdir Leite. 3151
CARLOS HENRIQUE 3152
107/119
Boa noite a todos. Em respeito ao adiantado da hora, eu só queria chamar 3153
atenção para duas diretrizes básicas que foram colocadas por ocasião da 3154
apresentação, que é a questão do ganho de escala e com o compromisso de 3155
volumes de cargas. Nesse sentido, eu me refiro especificamente ao PAR33, 3156
granel líquido, no sentido de retirar a restrição a participação pelos operadores 3157
que já atuam aqui em Paranaguá basicamente, porque uma vez que a 3158
concorrência é pautada por quem ofereceu maior volume comprometido, a 3159
gente não vê razão de se excluir os operadores que já atuam. E corroborando 3160
com um ponto que já foi colocado anteriormente, a questão da especialização, 3161
especialmente em função da periculosidade dos produtos que são trabalhados 3162
ali. 3163
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 3164
Obrigado Carlos. 3165
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 3166
Valdir Leite. Ogarito Linhares. 3167
VALDIR LEITE 3168
Boa noite, senhor ministro. Boa noite a todos os presentes. Boa noite especial 3169
ao nosso prefeito Edson Kersten, bem como ao Secretário de Infraestrutura, o 3170
Pepe Richa. Vou ser bem breve, até porque eu gostaria muito, antes do 3171
término dessa sessão escutar o nosso prefeito também se manifestando em 3172
prol do nosso município. Tem duas colocações que eu vou ser muito breve. A 3173
primeira, em todos os editais e planejamentos, a gente vê que tudo tem data. 3174
Agora, na questão da infraestrutura, no que há a mais importante, porque não 3175
tem como a carga ser movimentada se ela não chegar aqui, não tem nada de 3176
prazo, não tem nada que determine o tempo a ser feitas as obras, só se fala 3177
que o DNIT está preocupado, o Ministério do Transporte está preocupado, mas 3178
se a preocupação que eles tem for a mesma que eles tiveram com o nosso 3179
único viaduto, que é de obra de recurso federal, que é o da Nestor Vitor, do 3180
Professor Cleto, melhor dizendo, se for essa mesma preocupação, vamos ter 3181
108/119
mais 7 anos, quando dobrar a movimentação de carga, ainda vão estar 3182
preocupados com a infraestrutura, então não vai dar certo. A segunda 3183
preocupação grande também que tem aqui, eu ouvi atentamente quanto o 3184
representante da ANTAQ falou que todo esse planejamento foi feito em 3185
conjunto com o EBP, de todo mundo junto. O que deixou curioso, se foi feito 3186
todo mundo junto, pari passo, por que só essa empresa recebe retorno dos 3187
investimentos que hora vão ser feitos? Seriam essas as minhas contribuições. 3188
ROGÉRIO MENESCAU – SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO DA 3189
SECRETARIA DE PORTOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 3190
Eu queria só fazer um esclarecimento. A EBP não é contratada, ela foi 3191
autorizada pela lei de concessões, que permite, como o setor hidrelétrico usa 3192
também esse dispositivo de que ele autoriza privados a desenvolver os estudos 3193
e aprovado, isso passa por uma comissão que analisa e considera os estudos 3194
adequados ou não, dá uma nota, avalia o valor de ressarcimento e se 3195
aprovado, se atender os parâmetros, embute isso dentro do edital. Esses 3196
valores ainda estão sendo gotejados pelo TCU e, na versão, quando for 3197
publicado o edital, esses valores vão estar contemplados lá dentro, se auditado 3198
pelo TCU, os valores que vão ser compostos dentro do edital. Isso é um 3199
procedimento que o setor elétrico já usa há anos, então não é nenhuma (...). 3200
Poderiam ter participado outros também, a exigência que a SEP fez, na época, 3201
foi porque a visão de conjunto era muito importante e que quem quisesse se 3202
candidatar teria que fazer o pacote inteiro de estudos. Então, é autorização, 3203
isso não é contrato, não tem que licitar, segue a lei 8987, salvo engano, o 3204
procurador pode me corrigir aqui, é a lei de concessões, isso é antigo, não está 3205
se criando nada novo. 3206
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 3207
Ogarito. 3208
OGARITO LINHARES 3209
109/119
Boa noite, senhores, senhor Ministro, senhores da mesa e todos os demais. É 3210
muito rápido o que eu vou colocar, até pelo adiantar da hora. Seguinte: a 3211
responsabilidade da SEP/ANTAQ é muito grande e evidente, porque ela está 3212
mexendo em um time que está ganhando. O porto de Paranaguá vem 3213
ganhando o jogo há 40 anos e qual é a regra, a mágica, qual é a receita que 3214
faz o porto ganhar? Essa receita foi desenvolvida e escrita claramente no 3215
PDZPO do porto, por isso ele tem que ser respeitado, porque ali está a receita 3216
que vem fazendo o porto ganhar há 40 anos. O que diz o PDZPO, bem 3217
rapidamente? 1 – não se arrenda berço, berço se usa de forma isonômica, não 3218
se vincula no arrendamento. 2º - existe o convívio dos terminais públicos com 3219
os terminais privados, sendo os terminais públicos agente de desenvolvimento 3220
e da eficiência do privado, por isso ele está sendo defendido pelo conjunto dos 3221
terminais privados. Quanto à colocação, que foi posta, da questão da 3222
legalidade, o TCU, em 2005, fez uma vistoria física por motivação da Câmara 3223
Federal, para verificar a questão do funcionamento do Silão, e chegou a uma 3224
conclusão, que o nosso convênio de delegação, 037/2001, impede a 3225
movimentação, a carga e descarga de mercadoria, mas não impede a 3226
armazenagem, tanto é que o próprio convênio de delegação traz a receita de 3227
armazenagem como item de receita própria da APPA. Então, isto foi analisado, 3228
foi sumulado e, melhor ainda, foi fruto de um acórdão. Até o presidente do 3229
sindicato dos portuários trouxe aí o número do acórdão do TCU, que prevê a 3230
possibilidade da APPA continuar no arrendamento. Essa era a contribuição que 3231
eu queria fazer, dizer que o time vem ganhando, senhores, porque a receita de 3232
ganhar está no PDZPO, por isso seria bom respeitá-lo. Obrigado. 3233
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 3234
Só para reforçar a modelagem decorrente dos estudos não prevê o 3235
arrendamento de berços de forma exclusiva (intervenções simultâneas). Hoje já 3236
se observa na prática, quer dizer, hoje a preferência da ocupação do berço 3237
público é perfeitamente possível nos termos da lei e hoje já é praticada, 3238
inclusive, aqui em Paranaguá. 3239
110/119
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 3240
Lembrar que quem faz a armazenagem é o operador portuário. Então, a 3241
questão que estamos discutindo não é quem faz a armazenagem, é quem 3242
aperta o botão da botoeira, vocês sabem o que eu estou falando. Joelson. 3243
OGARITO LINHARES 3244
Exatamente, nós ficaremos com a armazenagem e as botoeiras com os 3245
operadores. 3246
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 3247
Adriano Emerick. Shana Bertol. Em seguida, Sérgio Nequeli. 3248
SHANA BERTOL 3249
Boa noite a todos. Eu gostaria de fazer uma pequena contribuição em nome do 3250
sindicato dos operadores portuários, que é em relação ao passivo trabalhista 3251
do OGMO de Paranaguá, que hoje chega a mais de 400 milhões, o qual é 3252
suportado pelos atuais arrendatários. Diante desse contexto, a gente gostaria 3253
de verificar se foi levantado essa questão no estudo prévio feito pelo programa, 3254
bem como ficará essa questão do passivo trabalhista. Porque pelas decisões 3255
da Justiça do Trabalho e até pelo o que a lei 12.815 diz, os operadores 3256
portuários são solidariamente responsáveis ao OGMO. E os eventuais futuros 3257
arrendatários terão que suportar esse passivo trabalhista. Então, o 3258
questionamento fica aí, como ficará essa questão? Obrigada. 3259
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 3260
Bom, nós estamos licitando arrendamentos e não operação portuária. Claro 3261
que o arrendatário vai estar sujeito a se pré qualificar se desejar operar. Agora, 3262
aquilo que eu imagino que haja a questão de tempo do passivo, em relação ao 3263
tempo. Evidentemente que alguém que entra agora com um passivo existente, 3264
parece que não seria responsável por isso (intervenção feita fora do 3265
microfone). Pela lei teria uma responsabilidade, salvo engano, subsidiária. O 3266
111/119
solidário, acho que seriam os operadores que estão aqui hoje, que já 3267
contrataram. Mas essa questão é interessante para a gente pensar. 3268
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 3269
Sérgio Nequeli. Antonio Carlos, do Sindicato dos Estivadores. Jaime Ferreira. 3270
Jorge karl. Em seguida, Reile, da FIEP. 3271
JORGE KARL 3272
Boa tarde, senhoras e senhores. Quero cumprimentar especialmente o nosso 3273
ministro Antonio Henrique. Eu sou Jorge Karl, da Cooperativa Agrária de 3274
Guarapuava, no interior do estado, e eu falo aqui em nome de mais duas 3275
cooperativas, que é a cooperativa Batavo e Castro Holanda, que nós temos 3276
interesse em participar da licitação aqui no porto de Paranaguá. Mas nós 3277
vivemos no interior e somos uma comunidade agrícola, dependemos muito do 3278
porto de Paranaguá, tanto para importação, quanto para exportação. Nós não 3279
entendemos nada de porto, quem entende de porto é a comunidade daqui de 3280
Paranaguá e ela está muito bem representada aqui pelo trabalho que a APPA 3281
fez. O PDZPO, que foi desenvolvido aqui não foi apenas ouvido às empresas e 3282
os operadores do porto ou nós que estamos no interior, aqui primeiramente foi 3283
ouvida a comunidade de Paranaguá, então eu acho que seria um gesto de 3284
grandeza por parte do Governo Federal, através da SEP e ANTAQ, atender o 3285
que foi mostrado aqui hoje, tanto pela FIEP, FAEP, OCEPAR, enfim, o que está 3286
contemplado no plano da APPA. Então, para nós seria uma satisfação se o 3287
porto de Paranaguá continuasse servindo o estado do Paraná e os estados 3288
vizinhos, Mato Grosso do Sul, parte do MT e parte de Goiás também. Muito 3289
obrigado. 3290
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 3291
Reile. Adalberto Araujo. Alceu Filho? Deputado Luiz Henrique. Carlos, 3292
desculpa, Luiz Henrique Dividino. 3293
LUIZ HENRIQUE DIVIDINO 3294
112/119
Bem, na verdade, ministro, boa noite. Boa noite à mesa toda, prefeito, enfim, 3295
todos os presentes. Eu só queria colocar a nossa alegria de está podendo mais 3296
uma vez discutir o tema, isso poderia ter vindo de uma forma com menos 3297
discussão, que poderia ser, nos colocar em uma situação mais embaraçosa 3298
sob o ponto de vista do trabalho que foi feito pela comunidade. Eu só queria 3299
colocar que o PDZPO vem lastreado com mais de 16 EVTEs, que vieram junto 3300
com projetos básicos, que muitas das empresas presentes aqui hoje foram 3301
ouvidas, foram tratadas. Nós fomos muitas vezes no interior ouvi-las, não é 3302
Secretário. Então, eu queria colocar que a contribuição da Maria do Socorro, 3303
Faiet, enfim, não vou nominar, acho que todos contribuíram, sem dúvida 3304
nenhuma, para esse processo, é bastante importante. E externalizar, na visão 3305
do governo do estado do Paraná, a importância de levar com carinho esses 3306
documentos que foram passados às mãos das autoridades presentes. Muito 3307
obrigado e vou abrir o tempo para os demais. 3308
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 3309
Carlos Frisoli. Em seguida, Lourenço Fregonesi. 3310
CARLOS FRISOLI 3311
Senhor ministro, boa noite, demais membros da mesa. Peço desculpas ao 3312
Fernando, porque eu vou me tornar repetitivo e enfadonho, talvez. Mas como 3313
cidadão, como diretor do porto, como quem milita na área há bastante tempo e 3314
até pegando um gancho do que o Ogarito colocou, é pela manutenção da 3315
modelagem do corredor de exportação. Eu acho que não aglutinação de áreas 3316
e a manutenção pelo o que isso foi construído nos últimos 40 anos, muito se 3317
falou aqui do preço da soja, do preço do (ininteligível), enfim, mas uma coisa 3318
não se falou, do custo operacional do embarque no porto de Paranaguá. A 3319
concentração com certeza aumentará esse custo. Então, pela manutenção do 3320
sistema do corredor, não aglutinação de área e pelo cais público. Era isso, 3321
gente. 3322
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 3323
113/119
Lourenço. 3324
LOURENÇO FREGONESI 3325
Senhor ministro, mesa, prefeito, amigos. No dia 27 de setembro, eu fiz uma 3326
aparte numa reunião extremamente indignado, porque naquela oportunidade, 3327
com o que foi apresentado, a minha leitura foi: acabamos com os operadores 3328
portuários, acabamos com as indústrias de transformação e ferimos de morte 3329
as cooperativas. As conversas continuaram, evoluíram e a gente está 3330
chegando em um ponto bastante delicado. Eu gostaria muito de usar algumas 3331
palavras da presidente Dilma Rousseff. Primeiro ela disse que nós temos que 3332
escutar as vozes da rua e a voz da sociedade. O PDZPO é a voz da sociedade 3333
paranaense, é essa voz que tem que ser escutada. A presidente Dilma falou 3334
que não aceita mal feito nos feitos dela e nós fizemos muito bem feito. Nós 3335
fizemos um PDZPO e fizemos um plano de arrendamento e fizemos EVTEs 3336
que eu duvido que tenha algum parecido no Brasil. Eu assino embaixo e se 3337
tiver que ir para o inferno eu vou. Porque realmente eu vi de vários portos e eu 3338
vi várias discussões e vi também o que a EBP apresentou, respeito à EBP, 3339
mas respeito o trabalho da sociedade paranaense e principalmente as pessoas 3340
de Paranaguá, que tem mais de 40 anos de experiência. A última que eu 3341
gostaria que o senhor ministro, que é um economista, nós estamos falando, 3342
ministro, de trabalho, estamos falando de impostos, estamos falando de renda, 3343
estamos falando de esperança. O nosso PDZPO cria tudo isso, o plano que foi 3344
apresentado é totalmente contrário a isso, não existe competitividade, existe 3345
um custo Brasil maior e simplesmente a desesperança vai crescer no estado 3346
do Paraná e vai crescer no Brasil. Nós somos fundamentais, não chegamos a 3347
segundo porto do Brasil por nada, é por isso que eu peço que a mesa leve 3348
essa voz à Presidente da República e diga: presidente, nós queremos que você 3349
sorria, nós queremos que você consiga fazer do seu plano de arrendamento 3350
um sucesso e o sucesso se chama Paranaguá. Muito obrigado. 3351
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 3352
Laércio Cruz. Valmar Filipeto. Rodolfo José. Valmar. 3353
114/119
VALMAR FILIPETO 3354
Boa noite, ministro. Boa noite a todos. Eu queria pegar um gancho no que o Dr. 3355
Fernando falou sobre a EBP e dizer que há algumas incongruências. O projeto, 3356
aliás, eu falo do PAR3, o projeto que eles desenvolveram para este 3357
arrendamento, ele não é factível. Primeiro, a movimentação proposta são 3 3358
milhões e 200 mil toneladas por ano, levando-se em conta a ocorrência de 3359
chuvas aqui em Paranaguá de aproximadamente 130 dias, você teria que 3360
reduzir o nosso ano talvez para 8 ou 9 meses. Alguém falou aqui: tirar do navio 3361
é uma coisa e escoar é outra coisa. Não foi levado em consideração isso. Faço 3362
um apelo ao ministro, que questione a EBP, porque se nós apresentamos um 3363
EVTE de aproximadamente 120 milhões, por que o investimento deles tem que 3364
ser 270 milhões? Com esse investimento, eu desafio, se eles quiserem nos 3365
chamem, que não há cálculo nenhum de retorno para esse negócio nem em 50 3366
anos, por isso é inviável. Então, desculpe a franqueza, eles elaboraram um 3367
projeto talvez sem conhecimento de causa e em alguns aspectos aqui para 3368
Paranaguá. Falamos tanto em custo Brasil, muito bem, nós estamos 3369
preocupados com isso, por que, então, reputar R$ 1.184.000,00 pela área 3370
PAR3, R$ 14.000.000,00 por ano, que se você dividir por uma produção 3371
factível de 2,5 milhões de toneladas, nós teremos quase R$ 6,00 por tonelada. 3372
Como reduzir o custo Brasil com esse tipo de cálculo, meu Deus do Céu, esse 3373
custo vai passar para o pessoal do fertilizante, do plantador de soja, do 3374
plantador de milho. Então, eu faço este apelo, que o senhor peça que eles 3375
revisem este projeto, o PAR3, porque não tenho conhecimento mais profundo 3376
dos demais. Eu acho que nós vamos encontrar uma solução melhor para que o 3377
desempenho seja efetivamente alcançado. Obrigado. 3378
FERNANDO FONSECA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 3379
Só uma consideração adicional, sobre esses parâmetros técnicos que foram 3380
colocados aqui, certamente vai ser objeto de revisão, obrigatoriamente, temos 3381
obrigação de fazer isso, mas o senhor me colocou, até me tranqüiliza ainda 3382
115/119
mais, ou seja, existe, a atratividade aumenta ainda mais em relação a esse 3383
impedimento, isso é bom para a concorrência e para o futuro interessado. 3384
JOELSON MIRANDA, SECRETÁRIO-GERAL - ANTAQ 3385
Ronaldo José. Ronaldo, da Fospar. Edison, prefeito. 3386
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 3387
Prefeito, o senhor quer subir? 3388
EDISON KERSTEN, PREFEITO DE PARANAGUÁ 3389
Está bom aqui, muito obrigado. Muito boa noite, senhor ministro Antonio 3390
Henrique, demais autoridades da mesa, Dr. Rogério, Dr. Luiz Eduardo, Dr. 3391
Mário Povia, Dr. Fernando, Dr. Joelson, secretário estadual Pepe Richa, 3392
Dividino, superintende do porto. Senhores e senhoras, eu gostaria 3393
primeiramente de desejar boas vindas a nossa cidade de Paranaguá e este é o 3394
momento que pode se tornar histórico a nível da nossa cidade de Paranaguá. 3395
Cidade porto e que, diria mais, na verdade, eu considero pela estrutura, pela 3396
complexidade do porto nosso de Paranaguá, eu diria que é uma cidade dentro 3397
de outra cidade. Isso advém de uma série de benefícios quem podem acarretar 3398
para nossa Paranaguá. É inquestionável que chegou o momento de fazer uma 3399
reorganização da área portuária, nós estamos no limite de capacidade do porto 3400
e obviamente isso acaba refletindo em termos de economia. A nossa cidade, 3401
senhor ministro, não sei se o senhor teve oportunidade de hoje presenciar, mas 3402
é uma cidade muito carente, pelas próprias condições e que nós temos muito 3403
mangue, em que há um comprometimento bastante importante de toda nossa 3404
estrutura da cidade. Com isso, muitas invasões na região de mangue. O que 3405
nós percebemos é que nós temos um desnível social enorme no nosso 3406
município. Aqui eu costumo dizer que circula-se muito dinheiro, mas não fica 3407
em Paranaguá, ele simplesmente passa e esse é o grande fator que temos que 3408
resgatar para a nossa sociedade paranaguara. E através disso que esse 3409
aspecto que temos hoje capacidade de fazer uma transformação no nosso 3410
porto, gerando maior exportação, maior importação, consequentemente maior 3411
116/119
arrecadação do nosso município, seja através de desenvolvimento de retorno, 3412
através do ICMS, ISS, assim como a melhoria de mão de obra para nosso 3413
paranguara. Eu sempre costumo dizer também, senhor ministro, que nós temos 3414
o primo rico e o primo pobre, o primo rico é o porto e o primo pobre é a nossa 3415
cidade de Paranaguá. Então, eu acho que sob o ponto de vista social, tudo isso 3416
que nós estamos discutindo aqui é muito importante. Gostaria de fazer dois 3417
pedidos ao senhor, senhor ministro. Primeiro é que toda equipe da SEP, das 3418
diretorias da ANTAQ, façam um estudo bastante refletivo, valorizando tudo 3419
aquilo que foi feito nesses últimos anos, com a elaboração do PDZPO. Eu acho 3420
que isso, como já foi dito por colegas anteriores, representa a nossa 3421
comunidade toda de Paranaguá atuando, trabalhando, seja através de 3422
sindicatos, seja através das federações que representam o agronegócio em 3423
todo nosso estado do Paraná. Enfim, é um estudo que foi muito bem 3424
elaborado, inclusive nas participações anteriores, em que estive presenciando, 3425
foi muito elogiado, sob o ponto de vista técnico, o material trabalhado nesses 3426
últimos anos. Segundo aspecto, senhor ministro, nós temos que pensar e eu, 3427
como representante do gestor público de Paranaguá, é com relação a nossa 3428
cidade, cidade de Paranaguá. Nós também estamos em uma situação, como já 3429
foi comentado anteriormente, no limite, estamos em uma situação caótica, a 3430
nível de mobilidade urbana, chegou no extremo, não temos mais como adiar 3431
certas mudanças. Tudo isso que estamos discutindo hoje aqui, 90% dos 3432
questionamentos foram relacionados a exclusividade de rentabilidade, 3433
relacionado ao nosso porto. Mas nós temos que pensar na nossa comunidade, 3434
que aqui reside, que aqui mora e que é um fator fundamental de nós estarmos 3435
aqui hoje. Senhor ministro, questão de 45 dias atrás estive conversando com a 3436
ministra Gleisi Hoffmann, conversando com o ministro dos transportes Cesar 3437
Borges e foi solicitado em caráter emergencial, como prioridade, que se fizesse 3438
um estudo, um planejamento para a entrada da nossa cidade. Imediatamente, 3439
ele foi bastante solícito, tanto ele quanto a ministra, sabedores da necessidade, 3440
mas nós gostaríamos que isso realmente fosse feito a nível, por parte de vossa 3441
senhoria, também um esforço concentrado para que nós possamos minimizar 3442
essa situação. Existe perspectivas de um projeto em que desde a entrada da 3443
117/119
cidade até o porto vai contemplar com 5 viadutos ou trincheiras, criação de 3444
marginais na BR, na Ayrton Senna, a fim de que possa melhorar o fluxo do 3445
nosso cidadão paranaguara. Estamos também, senhor ministro, juntamente 3446
com a superintendência do porto, estudando mecanismos de podermos 3447
trabalhar junto a essas Agências que, de uma maneira, estão se excedendo 3448
nos fluxos dos seus caminhões pesados, sem nenhum devido planejamento, 3449
por parte da prefeitura, por parte do porto, estamos estudando uma maneira de 3450
que nem que nós tenhamos que aplicar, de uma maneira um pouco mais 3451
concreta, determinadas penalidades, porque chegou ao extremo. Ou essas 3452
Agências, essas empresas responsáveis se adéquam com estacionamento fora 3453
da nossa cidade, a fim de que evitemos uma situação mais caótica do que já 3454
está. Então, da nossa parte, nós estamos procurando sanear, mas é muito 3455
importante a participação de vocês. Então, senhor ministro, são os dois 3456
pedidos que eu faço para que o senhor leve em consideração, pensando na 3457
comunidade de Paranaguá. Muito obrigado. 3458
MÁRIO POVIA - DIRETOR INTERINO DA ANTAQ 3459
Muito obrigado, prefeito. Eu antes de passar a palavra para o secretário Pepe 3460
Richa, se desejar falar, e para o ministro. Dado que são 20h04min, e felizmente 3461
já esgotamos todos os inscritos, eu queria, então, conforme estabelecido, fixar 3462
como esse o prazo de encerramento da audiência pública, agradecer a 3463
presença dos senhores, lembrando que se houver ainda alguém interessado 3464
em apresentar contribuições, que deverá ser feito no site da Agência, nos 3465
termos do que está previsto na audiência pública nº 06/2013. Por mera 3466
formalidade, eu declaro encerrada a presente audiência pública e queria 3467
perguntar ao secretário, se ele quer fazer uso da palavra, antes de passar a 3468
palavra ao ministro. De nossa parte, agradecer a colaboração de todos e dizer: 3469
feliz do porto que tem uma comunidade unida, é com imenso prazer que a 3470
gente, que respira porto também, ver esse movimento unido, esse trabalho 3471
bonito que vocês propiciaram nessa tarde. Um abraço a todos. 3472
JOSÉ RICHA FILHO 3473
118/119
Boa noite a todos. Boa noite, ministro, todos que compõe a mesa. As palavras 3474
são de agradecimento. Agradecimento por essa atitude, vocês estarem aqui 3475
até esse momento, nós ficamos muito satisfeitos, como disse o prefeito, um 3476
momento histórico, não tenho dúvida nenhuma, para a cidade de Paranaguá, 3477
para o estado do Paraná, essa discussão. Agradecer, dizer e fazer esse apelo, 3478
como diz o Fregonesi, ministro, esse foi um trabalho não do governo do estado, 3479
foi um trabalho feito pela comunidade, é um trabalho de estado, assim que nós 3480
entendemos. Fazemos esse apelo, que seja entendido assim, é um trabalho 3481
muito bem feito, bem discutido, não só aqui na comunidade portuária, como 3482
disse o Jorge, estivemos no interior também, conversamos com as 3483
cooperativas, todos os cantos do estado, até para fazer o ajuste fino necessário 3484
a tudo que foi discutido aqui pela comunidade. Então, é só esse apelo, ministro. 3485
O agradecimento e esse apelo que realmente o PDZPO é nossa bíblia aqui, o 3486
que foi discutido por toda comunidade, por todos os que estão aqui, vejo no 3487
olhar de cada um, um trabalho incansável. E a esperança de todos, que isso 3488
seja bem olhado por todos vocês do governo federal e que seja contemplado 3489
tudo o que está colocado aqui. Obrigado, mais uma vez e boa noite. 3490
ANTONIO HENRIQUE, MINISTRO DA SECRETARIA DE PORTOS DA 3491
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 3492
Boa noite, senhor prefeito, senhor secretário, superintendente do porto, 3493
Dividino, todos os diretores, colegas de mesa. Eu gostaria, para começar, de 3494
agradecer a todos os que estiveram aqui, mas principalmente os que ainda 3495
estão. Esse momento de fechar essa audiência pública é extremamente 3496
gratificante nesse momento, ter sido submetido a riquezas de todas as 3497
contribuições que foram aqui colocadas, todos as tensões, está explicitado, são 3498
tensões normais dentro de uma atividade que envolve tão intensamente a 3499
comunidade local com atividade portuária e obviamente com a participação de 3500
um plano do governo federal. Eu queria assegurar a todos que nós levaremos 3501
profundamente em consideração tudo o que foi trabalhado no PDZPO, isso é 3502
parte do nosso desafio de entender os anseios da comunidade para com isso 3503
fazer efetivamente um trabalho que responda todas as questões que precisam 3504
119/119
ser respondidas. E nosso desafio é particularmente complexo, porque nós 3505
estamos procurando construir opções atrativas para o capital privado, 3506
garantindo, ao mesmo tempo, que essa atratividade signifique aumento do bem 3507
estar social, nos seus diversos aspectos. Esse esforço da política pública é um 3508
esforço bastante intenso, porém alcançando esses resultados, é extremamente 3509
gratificante. Então, nós estamos mais uma vez, aqui eu falo por todo o governo 3510
federal, em completo empenho em buscar soluções mais eficientes nas 3511
configurações do porto de Paranaguá, isso é a recomendação que a presidente 3512
Dilma fez a mim, à ministra Gleisi, a todo o resto do governo. Eu posso dizer, 3513
senhor prefeito, que eu também vou empenhar pessoalmente na questão dos 3514
acessos, que foi algo que eu fui apresentado hoje, quando o Dividino nos 3515
trouxe para cá, disse que era um momento de alto tráfego e tivemos a 3516
oportunidade de ver como isso impacta na entrada da cidade. As ações de 3517
mobilidade são ações que requerem uma integração muito forte e positiva entre 3518
todos os níveis de poder, seja ele federal, estadual, municipal, interagindo com 3519
todos os grupos de interesse, nesse caso, em particular, o porto, que a boa 3520
mobilidade urbana favorece os negócios no âmbito do porto. Então, ao que o 3521
senhor já propôs, mas eu reafirmo aqui, vamos trabalhar todas essas esferas 3522
de mãos dadas, para chegar nas soluções que o município, o porto e o Brasil 3523
necessitam. Gostaria de agradecer mais uma vez a todos que aqui ainda estão, 3524
dar boa noite. Como já disse aqui o colega de mesa, está encerrada essa 3525
audiência. Muito obrigado. 3526