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1 AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL DO EMISSÁRIO TERRESTRE E SUBMARINO DO COMPLEXO PETROQUÍMICO DO RIO DE JANEIRO - COMPERJ DATA: 25 / 01 / 2012 5 LOCAL: CIEP 129 José Maria Nanci – Venda das Pedras – Itaboraí – RJ. Antônio Carlos Gusmão – CECA: Bem, boa noite! Alô, alô. Uma boa noite pra todas as pessoas presentes aqui. Boa noite! 10 Todos respondem: Boa noite! Antônio Carlos Gusmão - CECA: Mais uma vez boa noite! A turma aqui tá fraca no boa noite, hein? Boa noite! 15 Todos respondem: noite! Antônio Carlos Gusmão - CECA: Então tá certo, então muito obrigado, pela presença de todos. Meu nome é Antônio Carlos Antônio Carlos Gusmão , eu 20 sou presidente da Audiência Pública de hoje, aqui em Itaboraí. Da Audiência que nós vamos discutir o projeto da PETROBRAS da do COMPERJ do Emissário Terreste Submarino, esse a parte terrestre passa aqui no município de Itaboraí, e a Audiência Pública é uma etapa do Licenciamento Ambiental que foi pedido, pelo, pela PETROBRAS e está sendo analisado pelo INEA, 25 representando o INEA que é o Instituto Estadual do Ambiente, é a antiga FEEMA, né? Nós temos aqui a nossa colega Denise Flores, que é analista ambiental do INEA que faz parte do grupo de trabalho que está analisando esse processo 30 de Licenciamento Ambiental. Presentes também na mesa aqui das autoridades, né, a turma da estrutura administrativa Ambiental do Estado.

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AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL DO EMISSÁRIO TERRESTRE E SUBMARINO DO COMPLEXO PETROQUÍMICO

DO RIO DE JANEIRO - COMPERJ DATA: 25 / 01 / 2012 5

LOCAL: CIEP 129 José Maria Nanci – Venda das Pedras – Itaboraí – RJ.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Bem, boa noite! Alô, alô. Uma boa noite

pra todas as pessoas presentes aqui. Boa noite! 10

Todos respondem: Boa noite!

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Mais uma vez boa noite! A turma aqui tá

fraca no boa noite, hein? Boa noite! 15

Todos respondem: noite!

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Então tá certo, então muito obrigado, pela

presença de todos. Meu nome é Antônio Carlos Antônio Carlos Gusmão , eu 20

sou presidente da Audiência Pública de hoje, aqui em Itaboraí. Da Audiência

que nós vamos discutir o projeto da PETROBRAS da do COMPERJ do

Emissário Terreste Submarino, esse a parte terrestre passa aqui no município

de Itaboraí, e a Audiência Pública é uma etapa do Licenciamento Ambiental

que foi pedido, pelo, pela PETROBRAS e está sendo analisado pelo INEA, 25

representando o INEA que é o Instituto Estadual do Ambiente, é a antiga

FEEMA, né?

Nós temos aqui a nossa colega Denise Flores, que é analista ambiental do

INEA que faz parte do grupo de trabalho que está analisando esse processo 30

de Licenciamento Ambiental. Presentes também na mesa aqui das

autoridades, né, a turma da estrutura administrativa Ambiental do Estado.

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Eu sou da CECA que tenho a competência de fazer as audiências, meu colega

Marco Antônio da CECA que o Secretário da Audiência junto com o Paulo que 35

é o meu colega da CECA também.

Então essa aqui é a nossa mesa que vocês com certeza vão receber com

muito carinho os participantes aqui da mesa, da CECA.

40

(Aplausos)

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Muito obrigado, pela espontaneidade das

palmas de vocês. E ali temos os colegas da PETROBRAS, né do COMPERJ,

e da empresa consultora, que fez esse estudo que vai ser apresentado pra 45

vocês, pela PETROBRAS vai apresentar o projeto a analista Leonora

Meneses, o Claudio Ribeiro com o apoio da Daniela e a parte social, com

Carlos Frederico, Frederico faz a parte social, não é?

Com as informações pra vocês também. E representando aqui a consultora, 50

temos aqui o Marco e o Albertone, que vão apresentar o, o Relatório de

Impacto Ambiental, que é o objeto aqui da nossa Audiência, certo?

Então, a Audiência ela tem como objetivo mostrar esse projeto pra vocês, e

vocês vão fazer as perguntas para tirar as dúvidas, ansiedades, o 55

questionamentos que vocês têm, nos diferentes, nas diferentes áreas que

interessam a vocês aqui, não é?

A dinâmica da Audiência, nós recebemos na CECA, alguns pedidos de

entidades civis que se inscreveram para ter, para falar aqui na Audiência para 60

expor oralmente. As pessoas físicas que quiserem se manifestar podem

também fazer suas inscrições. E aqueles que durante as apresentações

tiverem as suas dúvidas, na pasta que vocês receberam o material da

Audiência tem lá um formulário pra fazer as perguntas e aí vocês vão colocar

as perguntas, vão se identificar e aqui nós na mesa, nós vamos selecionar as 65

perguntas dividi-las por grupos, por blocos e vamos então atender a todos, as

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curiosidades, vamos receber sugestões, não é isso? E manifestações. É então

vamos agora ouvir o Hino Nacional, executado ali pela nossa equipe de apoio

Execução do Hino Nacional 70

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Então vamos agora sentar, nos acomodar e

novamente levantar por agora vai ser executado o Hino de Itaboraí, e vamos

ver quem sabe ele todinho na ponta da língua, hein?

75

Execução do Hino de Itaboraí

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Bem então eu gostaria convidar também

pra compor a mesa, o nosso companheiro, Secretário municipal de meio

Ambiente de Itaboraí, o senhor Adelmo Santos, cadê o Adelmo? Adelmo, pra 80

mesa, cadê ele? Muito bem. Adelmo, tá tudo certo? Eu após a Audiência no

intervalo eu vou desafiar o Adelmo pra uma queda de braço aqui.

Bem então antes vamos, convocar aqui também o nosso colega responsável

pela nossa segurança pra ele dar uma explicação pra vocês sobre a questão 85

de segurança, aqui na nossa Audiência, por favor. Você é o?

Galdino: Galdino.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Ah, é o Galdino. 90

Galdino: É boa noite a todos! Sou Galdino sou técnico de segurança, meio

ambiente e saúde, tô aqui pra passar algumas instruções de segurança e

saúde e conforto pra vocês.

95

É primeira coisa em caso de emergência, vamos todos manter a calma e se

dirigir a saída mais próxima que é no final do corredor tá? Em caso de

emergência médica também nós dispomos de uma ambulância aqui do lado

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esquerdo, no inicio aqui do colégio, então caso alguém passe mal, enfim, é só

se dirigir a ambulância que vocês serão prontamente atendidos, pra conforto 100

de todo mundo nós temos os banheiros químicos dispostos no final do salão e

bebedouros também em toda localidade da escola.

É me pediram pra passar mais dois recados, o primeiro são os passageiros

que vieram com ônibus fretados, no final da Audiência os ônibus estarão 105

expostos ali do lado esquerdo da saída do colégio e identificados da mesma

forma que você conseguiram identificar eles quando vieram e em caso de

perguntas por escrito, cada pasta que vocês receberam na com as

recepcionistas tem os papeis que podem ser inscritos e entregues a toda a

equipe que estarão aqui à mesa certo? 110

Boa Audiência pra todo mundo aí e boa noite!

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Bom presentes, também aqui na Audiência,

a gente gostaria de registrar, a presença do senhor Neocival Cordeiro, 115

Secretário Municipal de Indústria e Comércio, onde é que está o nosso amigo

Neocival? Obrigado pela presença, boa noite! Também o representante, são

os representantes dos chefes de gabinete aqui de Itaboraí, o senhor Sérgio

Figueiredo, cadê o senhor Sérgio? Sergio Figueiredo, obrigado.

120

E a senhora Silvia Lessa, obrigado Silvia, muito obrigado, obrigado também

Sergio. O representante do senador Marcelo Crivella, Ruben Maciel, cadê o

Ruben? Ruben teve ontem também, tá bom muito obrigado pela participação,

representando o nosso senador. Presidente do SINDPESCRJ o Anderson,

cadê o Anderson, já vi por ai? 125

Alexandre e Anderson, obrigado, sempre presente, representando aí a sua

categoria de forma sempre positiva. Secretário de Indústria e Comércio

Itaboraí, também Noecival, já mencionei, Neocival Cordeiro, obrigado. O

Presidente da Associação de Moradores do bairro Esperança, Alcione Edna 130

onde é que tá, obrigado Alcione, boa noite!

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E Deoclécio Machado, vereador de Itaboraí, onde é que tá o Deoclécio.

Obrigado.

135

Deoclécio, que está também representando o primeiro presidente da câmara,

não é isso? Então muito obrigado pela presença de todos. Então na Audiência

vocês, inicialmente o INEA através da Denise Flores vai apresentar o processo

de Licenciamento, Como que deu entrada no INEA, como é que isso, a entrada

foi em dois mil e oito, então é na FEEMA ainda. Como é que se desenvolveu? 140

Como é que se chegou até o ponto de hoje da etapa da realização da

Audiência Pública. Que é uma etapa do Licenciamento Ambiental, para a

avaliação, da emissão ou não da Licença Prévia. Aqui é a primeira Licença do

sistema de Licenciamento, não é?

145

Então inicialmente o INEA, vai apresentar, como é que esse processo tramitou,

como é que ele se desenrolou lá no INEA, desde o seu início até a data de

hoje, depois a PETROBRAS vai apresentar o projeto e em seguida os colegas

que fizeram o estudo de impacto vão mostrar esse estudo de impacto pra

gente não é isso? 150

Depois disso, nós vamos abrir a fase dos debates, que é a segunda fase da

Audiência, e nessa fase dos debates Secretário, a gente vai escutar as

pessoas, conversar responder então tá todo mundo aqui, que pode responder

as dúvidas, os questionamentos, né, da sociedade. 155

É eu não sei se tem algum colega representando o Ministério Público, chegou

alguém representando o Ministério Público, ou do grupo de apoio? Então o

Ministério Público recebe todas essas informações, já fez uma série de

questionamentos que foram respondidas pelo INEA, e nós temos a partir de 160

hoje ainda, dez dias para o envio de considerações, e sugestões,

recomendações decorrentes da Audiência Pública, então o prazo pras

sugestões não acabam hoje, nós temos um prazo de dez dias corridos a partir

de hoje certo?

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165

E também registrar a presença do Carlinhos da farmácia, o Luís Carlos, que é

vereador, cadê o Carlinhos? Obrigado, muito obrigado. O Carlinhos já estava

presente também nas outras Audiências.

Então, vamos iniciar, quem fez o pedido, as entidades civis que fizeram o 170

pedido até cinco dias antes, vão poder falar durante a Audiência. Quem pedir

pra falar nós vamos atender. As pessoas mandam as suas perguntas por

escrito também, tá certo? Então a Audiência é exercício de cidadania,

democracia e que o objetivo é a apresentação do projeto. Denise, por favor.

175

Denise Flores - INEA: Boa noite! Sou Denise Flores represento o grupo de

trabalho de analise do EIA, tô aqui hoje pra acompanhar a Audiência, colher

manifestações, os comentários, vou estar atenta, anotando tudo que se passar

aqui.

180

Licenciamento Ambiental e o procedimento Administrativo pelo qual o INEA

autoriza a localização ou a ampliação do empreendimento na Licença Prévia, e

hoje nós estamos aqui nessa fase, o Licenciamento está na fase inicial, onde

não é autorizada, onde mão será autorizada, caso a Licença seja concedida,

mas nesse momento não será autorizada nenhuma intervenção na área, 185

somente a viabilidade ambiental e a localização do empreendimento.

É o EIA-RIMA é apresentado todos os empreendimentos, que é são passíveis

de degradação ambiental, de significativo poder de degradação, após analise

do EIA, o grupo de trabalho do INEA emiti o parecer favorável ou não a 190

emissão da Licença. Se o Parecer for favorável serão estabelecidas as

condicionantes a serem atendidas nas próximas fases do Licenciamento, será

a Licença de Instalação e depois a Licença de Operação.

Esse é o histórico do processo dia trinta do doze de dois mil e oito, a 195

PETROBRAS fez o requerimento de Licença Prévia do INEA, que dizer nessa

época era FEEMA ainda. Em vinte e dois de maio de dois mil e nove, é foi

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publicado a portaria, criando o grupo de trabalho. O grupo de trabalho é

formada por vários, é profissionais técnicos do INEA e em nove de junho de

dois mil e nove, foi emitido uma notificação, com uma entrega da Instrução 200

Técnica, para elaboração do EIA-RIMA.

A Instrução Técnica é um documento que norteia a elaboração do EIA-RIMA

dia vinte nove de novembro de dois mil e dez, foi emitido à notificação do

órgão com o aceite do EIA-RIMA para fins de analise isso é, o EIA-RIMA, foi 205

apresentado ao INEA, o INEA conferiu todos os itens e estavam todos de

acordo com essa instrução técnica. Dia vinte e sete de dezembro de dois mil e

onze, é a CECA autoriza a convocação das Audiências Públicas, ontem foi a

Audiência do município de Maricá e hoje estamos realizando aqui em Itaboraí.

210

Analise do EIA-RIMA, pelo grupo de trabalho ainda está em andamento,

teremos mais, após essa Audiência, mais dez dias para as manifestações de

você serem encaminhadas ao INEA ou a CECA.

Esse é o grupo de trabalho do INEA, e aqui tá o endereço do INEA e da CECA, 215

vocês poderem enviar qualquer comentário, qualquer manifestação. Então é

isso e tenhamos uma boa Audiência.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Então muito obrigado Denise pela sua

explicação referente à tramitação no INEA, o momento em que ele está, e 220

agora nós vamos ouvir a explicação do projeto do Emissário que vai ser feito

pela gerente da PETROBRAS, pela Leonora Maria.

Leonora Meneses - Petrobras: A principio nós vamos ver um filme de

mitigação de...( ela e Gusmão conversam, quase fora do microfone, e fica uma 225

conversa cruzada)

Leonora Meneses - Petrobras: logo a seguir faço a palestra. (Vídeo)

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Leonora Meneses - Petrobras: Boa noite! Meu nome é Leonora Meneses, 230

sou gerente da área de projetos que preparou, está fazendo o estudo do

projeto do Emissário Terrestre Marítimo.

Bom, vamos iniciar a nossa apresentação e explicar exatamente o que quê é o

Emissário. Que trata de um projeto que implantar uma tubulação enterrada é 235

com a, um metro e meio ou um metro, a cada caso e que, ela vai, ela

destinada, vai transportar os efluentes que são águas tratadas dentro do

COMPERJ, com alta tecnologia e que vai causar o mínimo impacto ambiental

que é a preocupação.

240

Bom o Emissário ele parte, como tá aqui ná, ele parte do COMPERJ, atravessa

a região de Itaboraí e vai desaguar lá na região de Itaipuaçu, a praia de

Itaipuaçu em Marica, atravessando dois municípios, que é o de Maricá e

Itaboraí.

245

O Emissário ele é trans, ele é dividido em parte terrestre e a parte marítima. A

parte terrestre que é o trecho terrestre que nós chamamos ele terá quarenta

quilômetros de extensão, é e a faixa de domínio dele que é a área que é

necessária pra se trabalhar é de vinte mil metros com exceção apenas das

áreas urbanas, onde a PETROBRAS vai instalar em caixas que a prefeitura 250

das regiões vão disponibilizar.

As características físicas do Duto, eles tão aqui especificados, sendo que vai

ser de trinta e duas polegadas, eles têm proteção catódica, pra prevenir

qualquer tipo de corrosão e necessariamente vir a ter uma infiltração ou um 255

vazamento, né? E nós temos no trecho marítimo é a extensão que tá sendo

estudada pra dois quilômetros, e o material também aqui especificado, sendo

que o diâmetro ele passa pra vinte e seis polegadas e ele igualmente no final

das características, ele também tem um sistema de proteção catódica

galvânica pra proteção da integridade do duto. Bom nós temos aqui, algumas 260

travessias que são feitas, em nos rios, né?

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Em Itaboraí, que estão aqui o Caceribu tá listado, Itapocorá, Ipitanga, Rua

Cururu e Canal da Costa em Maricá.

265

E além das travessias nós temos os cruzamentos que são feitos com ruas, as

travessias feitas com rios né? E aqui eles estão listados as ruas que vão ser,

as ruas que vão ter a essa passagem do duto,todas elas aqui, situadas e estão

as locais aqui, Maricá, Itaboraí antes, e Maricá.

270

Bom, enfim o empreendimento ele pra ser implantado eles têm algumas fases,

que são, vamos dizer assim, diferentes.

A primeira fase chama-se o aerolevantamento, essa fase é quando é feito um

levantamento, logicamente pelo próprio nome diz né? É a parte aérea, onde 275

você define os possíveis trechos que o Emissário poderá passar. Esses

trechos lógicos que eles são sub, submetidos ao INEA pra que haja aprovação

e a grande preocupação da PETROBRAS é que esse trecho haja o mínimo

possível de impacto em desapropriações, essa é um dos grandes fatores que

nos leva a escolher um determinado trecho. 280

A seguir nós temos a parte de pré-comunicação, é nesse momento a

PETROBRAS, através de técnicos especializados vão a área fazem a primeira

identificação das propriedades que vão ser é vamos dizer onde o Emissário irá

passar é feito o cadastramento dessas propriedades com seus proprietários, 285

né? E nesse momento é, são avaliados que existe nesse entorno.

Bom, após essa pré-comunicação, logo a seguir nós temos o cadastramento

físico e jurídico, é nessa fase que a gente identifica o que nós vamos ter em

cada propriedade e a gente faz um cadastro, né, e nesse cadastro é vamos 290

dizer assim, é o momento que nós estamos vivendo, as propriedades que por

ventura terão algum impacto ou algum ou serão, vamos dizer, terão que ser

deslocadas, essas proprietários já foram notificados, quem não foi notificado é

porque ainda não, não vai acontecer nada na sua terra.

295

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O segundo, o, a etapa seguinte é feito é um estudo de interferência, essa

interferências, elas são vistas assim exatamente onde tem pistas e vai se aos

órgãos, vamos dizer assim, Municipais o DNIT, e aí você faz um planejamento

com o órgão pra se fazer a obra de tal forma que ela não venha prejudicar o

fluxo de passagem de veículos, e não mude a vida do entorno. 300

A seguir nós vamos mostrar as nossas etapas de construção e montagem, o

trecho terrestre ele é bem diferente do trecho marítimo, então vamos analisar

primeiro o terrestre, bem específico, o trecho terrestre nós temos inicialmente a

parte de topografia, nessa época, nessa fase nós visitamos os terrenos 305

fazemos o levantamento topográfico pra saber qual é o comportamento, qual é

o perfil dessa terra e também são realizadas sondagens para os Dutos ao

serem colocados eles tenham a fundação corretamente calculada, para que

não caia, não seja, é, não tenha problema de nenhum recalque referencial ou

que venha ocorrer uma alguma ruptura nesse duto, para isso existe as 310

sondagens, feitas aqui.

Depois disso, nós vamos dizer a parte dos dutos que vão ser que vão ser que

estão escolhidos, né? Aquele traçado, a gente vai por etapa colocando os

dutos ao longo dessa faixa e nós chamamos de desfile de dutos onde eles vão 315

ser trabalhados, unidos alguns formando colunas, onde são as suas

extremidades serão soldadas como nós vamos ver a seguir com todo um

critério e cuidado para que não haja, para que seja garantida as

estanqueidade para qualquer, vamos dizer assim, derramamento, não haja

nenhum problema de vazamento. 320

Bom a seguir vem à soldagem, como eu falei que são feitos por tecnologias,

vamos dizer acompanhados, vamos dizer são técnicos especializados, mão de

obra preparada, não é qualquer mão de obra que pode fazer esse tipo de

trabalho, tem que ser preparado antes. 325

E depois vem o teste, a inspeção dessa solda realizada que é feita com

ultrassom para vamos dizer assim garantir a qualidade dessa solda e com isso

a estanqueidade, depois que feito a solda ela, essa junta ela é revestida com

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um material que garanta ainda mais a estanqueidade que estamos buscando

que iniba qualquer tipo de vazamento. 330

Depois nós temos s abertura da vala como nós tamos vendo nesse desenho

animado abertura e o abaixamento do dos dutos.

Uma coisa que a gente tem que ter claro é que essas valas elas são abertas 335

por etapas, você não vai ter um trecho enorme exposto a população a perigo

pra criança circular, não existe isso. Fazemos com critério de segurança e eles

são enterrados e logo a seguir que é feita essa etapa da, que é da, do

abaixamento, nós fazemos a cobertura da vala, ela coberta partimos pra

segunda, pra etapa seguinte, vamos por trechos né? Percorremos mais um 340

trecho a diante.

Bom, aqui estamos falando do que é o cruzamento de estradas e rodovias,

esses cruzamentos são, talvez aqui nessa transparência não esteja claro por

causa da luz, mas ela é feita de forma subterrâneo sem nenhum, sem nenhum 345

impacto aqui na pista de rolamento das rodovias, não haver nenhum, vamos

dizer assim, é, impedimento do transito, os moradores não vão ficar, vamos

dizer assim, é, proibidos de passar pela região o fluxo de carro permanece

normal. E em alguns casos quando você faz essa, vamos dizer assim, essa

colocação dos dutos, você em alguns trechos tem que fazer obras de 350

contenção por que o terreno assim o pede e a gente já sabe exatamente por

causa dessas sondagens que foram feitas inicialmente, nós já temos

conhecimento do tipo de terreno que vamos enfrentar.

A seguir nós temos a recomposição da paisagem onde é feito, colocado a 355

vegetação anterior e logo a seguir, vocês podem ver aqui tem uns pilaretes,

esses pilaretes são colocados, são a sinalização de faixas, isso ocorre por

que, a PETROBRAS tem um programa de manutenção e visita por

periodicidade e que ela vai saber como está é, vamos dizer assim, se

comportando toda a faixa, existe um programa de acompanhamento disso que 360

é um programa de dutos, que existe na própria TRANSPETRO é, existe vamos

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dizer assim, pra orientar, não se, não se, não se, construir em cima, não se

plantar, pra se ter vamos dizer, segurança desse duto que está operando. É

instalado também as válvulas no duto, essas válvulas são para fechar ou abrir

e também pra medir o fluxo que está ocorrendo lá no duto, qualquer mudança 365

nessa, nessas, nessas leituras é imediatamente acionada e essas válvulas que

fazem esse trabalho, que são válvulas específicas para fazer esse trabalho de

detectação eu vou mostrar a seguir, mas antes disso, quando a gente faz

aquele trecho né, aquele trecho que é construído logo a seguir fazemos um

teste, um teste hidrostático da, do trecho que foi, que foi enterrado pra saber 370

da funcionalidade que ele está operando normalmente, passado isso

passamos pra outra etapa. Bom é, aquelas válvulas que eu falei é no final eu

vou demonstrar por que é consiste no cano de contingencia da PETROBRAS,

elas fazem parte disso então serão mostradas no final, uma questão de

raciocínio do projeto que a gente tá mostrando. 375

Agora vamos pro trecho marítimo que tem outras características né? O trecho

marítimo que vai ser feito, que vai acontecer lá na Praia de Itaipuaçu, você tem

duas fases, a fase um que é feito um furo direcional pra se chegar a

setecentos metros da praia, esse furo é feito com tecnologia de tal forma que 380

ele é feito sem, sem danificar a área costeira, se você tiver rodovias elas

continuam a existir a praia continua normal, casas aqui existentes não vão sair

do lugar, por que você tá fazendo de uma forma subterrânea, a seguir você

tem a segunda fase que é aqui no fundo do mar e que nós temos assim um

barquinho, e nós usamos aqui nosso desenho animado um barquinho que são 385

as embarcações que a PETROBRAS usa pra auxílio dessa, dessa, dessa

forma de instalação. Vocês vão poder ter isso mais claro por que vamos

passar um pequeno desenho animado aqui que mostra todo esse

procedimento de como vai ser feito, vocês poderem ver como que é essa área

costeira não vai ser impactada. 390

Bom a seguir, tem uma vamos dizer assim, uma forma vamos, nós estamos

explicando um pouco mais como esse emissário ele é colocado através da

balsa e lançado até o fundo do mar né? Usando isso pra evitar a zona de

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arrebentação que é exatamente setecentos metros você faz depois dessa 395

área, por isso que o furo direcional vai a setecentos metros, pra você não ter,

ou seja, na zona de arrebentação onde a maré é mais forte o duto é enterrado.

Aqui nós mostramos como é um canteiro desse equipamento que faz o furo

direcional, ele é um canteiro que não é de dimensões consideráveis, que 400

apenas comporta esse equipamento que é necessário pra fazer esse furo.

Agora vamos passar o filme que mostra como é que é esse procedimento.

É o equipamento, essa, isso aqui é ele entrando na terra, e tem essa

representação assim apenas pra entender, ele vai furando a praia tá lá em 405

cima, se tiver estrada tá lá em cima, e depois ele vai saindo a setecentos

metros da arrebentação, e ele vai atrás da barcaça onde estão os dutos e ele

puxa ele vai lá, encaixa e puxa pra ir pra o fundo do mar, vocês podem

observar que toda essa região aqui não foi mexida, estamos fazendo,

subterrâneo. 410

Ele vai trazendo pra encaixar a setecentos metros, aqui ele encaixa e pronto a

região está sem nenhuma, sem, não foi impactada com esse tipo de obra.

Bom, como eu falei é a parte de supervisão e controle da operação e 415

manutenção é aqui que eu vou mostrar sobre essas válvulas que fazem o

controle de vazamento. Essas válvulas de bloqueio automático elas são

válvulas de, elas são instaladas pra quê? A PETROBRAS sempre faz a

manutenção de qualquer duto dela, e o que acontece? Pra se, pra programar

essa manutenção as válvulas vem e elas rompem, param o fluxo, faz-se a 420

manutenção e retorna. No caso de vazamento essas válvulas atuam

imediatamente, elas cessam o fluxo e é acionado um plano de contingencia

que obedece as normas de segurança da PETROBRAS e aqui é utilizado em

alguns casos, como em alguns casos são mais sérios o centro de defesa

ambiental, pra quem não sabe, a PETROBRAS tem um programa de em todo o 425

Brasil que ela tem instalação de postos de vamos dizer assim, de auxílio pra

qualquer tipo de embarcação que por alguma acaso venha a ter um

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vazamento, não necessariamente que seja a PETROBRAS, qualquer um que o

vazamento acontecer ele, é acionado a PETROBRAS, quer dizer é uma, é

uma, é uma ação até patriótica da PETROBRAS e ela cumpre isso com toda a 430

rigorosidade. E aqui no COMPERJ vai ser construído um posto do CDA, do

tamanho do COMPERJ.

A seguir mostramos que a manutenção que eu falei, além de ser feita a

manutenção da integridade da operação é feito também a limpeza da faixa é 435

necessária pra alguns casos, por que é, sobre a parte de gramas, a gente tem

sempre que manter a visibilidade pra se poder ter sempre acesso ao duto e se

ter vista dos pilaretes que a gente mostrou.

Essa, esse controle e essa sub-revisão é feita via satélite, todos os dutos da 440

PETROBRAS eles estão ligados a um centro de controle que tem no prédio da

TRANSPETRO na Rio Branco, lá no Rio de Janeiro e lá, é lá onde é acionado

qualquer emergência e imediatamente é acionado o fechamento do fluxo e se

necessário for o CDA é avisado por ali, então todas as informações além de vir

a informação do duto para o satélite vir pra sala a sala age sobre o duto via 445

satélite, com toda a segurança de operação.

Bom, é, finalizando aqui, qualquer duvida e esclarecimento que queiram ter

sobre esse projeto é só, nós temos um zero oitocentos que atende a esse tipo

de demanda e nós estamos aqui disponíveis pra esse, pra essa ação. 450

Obrigada.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Muito obrigado pela apresentação da

Leonora a Gerente Setorial do COMPERJ, da PETROBRAS, aliás e agora

vamos a apresentação do analista Albertone, Albertone Sant’Ana, que é da 455

empresa o que elaborou o estudo de impacto ambiental, por favor Albertone.

Que vai ser complementado pelo Marco Correa, depois na sequencia, não é

isso.

Albertone Sant’ana - Cepemar: Isso, obrigado Gusmão. Pessoal, boa noite! 460

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Meu nome é Albertone como o Gusmão apresentou, eu sou o coordenador da

elaboração desse estudo de impacto ambiental e eu tô aqui representando

uma grande equipe formada por diversas naturezas de especialistas, né,

geólogos, biólogos, oceanógrafos, é sociólogos, arqueólogos e outros 465

profissionais que se juntaram numa equipe multidisciplinar para elaborar esse

estudo de impacto ambiental, e eu tô me propondo aqui a apresentar o resumo

desse impacto ambiental, que norteia, que foi estudado, quais são os impactos

ambientais associados ao empreendimento, apresentado pela Leonora.

470

Qual o planejamento ambiental que se propõe pra que esse Emissário,

proposto seja o mais viável possível, ambientalmente mais viável pra

localidade e pra toda comunidade. E ntão nós temos aí a apresentação do

estudo de impacto ambiental pro emissário terrestre submarino do complexo

petroquímicoo submarino que é o COMPERJ antes de começar a falar do 475

estudo propriamente dito, é pra complementar o que a Leonora apresentou, a

gente tá apresentando aqui a composição do efluente, que está sendo

encaminhado e lançado por esse emissário, é essa coluna marcada em

amarelo ela representa pra todos os componentes, que são identificados, né,?

Quais são os valores de concentração, comparados ainda com a legislação 480

brasileira e do rio de janeiro, pra esses componentes que forma, né, aqui que

vão compor esse efluente tratado. Então como vocês podem ver nós temos

representados valores de ph, dos óleos e graxas, demanda química de

oxigênio, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, nitrogênio, nitrogênio total

e quando a gente compara a penúltima com a ultima coluna a gente vê que 485

todo os valores legais estão sendo respeitados, nè, pra cada um desses

parâmetros, e o obviamente não vou falar cada numeral, cada valor de

concentração desses, mas uma comparação rápida demonstra que os limites

legais estão sendo respeitados .

490

E nessa transparência a continuação dos demais compostos que vão fazer

parte dessa formulação e que também, essa comparação entre a penúltima e a

última coluna aí, da direita a gente vê todos os limites legais sendo

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respeitados, nesse efluente tratado que tá sendo conduzida, e lançado por

esse emissário terrestre submarino, tá? 495

Obviamente que faz gente tá ilustrando e vai ter bastante coisa pra falar daqui

pra frente, mas qualquer dúvida que seja demonstrada é da fala pode ser

esclarecida no momento correto, ok?

Voltando ao estudo de impacto ambiental, ele faz parte desse processo de 500

licenciamento, apresentado pelo INEA pra vocês, né? Nós estamos numa fase

de planejamento, ou seja, o eia tá ligado, o estudos ambientais está ligados

sempre nessa fase de planejamento e são subsídios pra obtenção da licença

previa .

505

Em seguida a obtenção da licença previa, após o julgamento do INEA, do

órgão ambiental, a licença de instalação vem em sequência, né, ocorre

implantação das obras, a licença de operação, e enfim a operação do

empreendimento que aqui no caso é emissário terrestre submarino submarino.

510

Então a gente ainda está nessa fase de planejamento de analise dos estudos

ambientais pra emissão da licença prévia e as próximas fases são as

apresentadas.

Dentro dessa etapa de elaboração do eia, ou seja, dessa caixinha de 515

planejamento, nós temos a elaboração do eia, nós temos uma sequência de

atividades, a primeira é uma atividade do órgão ambiental, que determina qual

é o conteúdo mínimo, qual é o roteiro pra que esse estudo ambiental seja

elaborado, né, nós chamamos isso de instrução técnica, foi emitida pelo INEA,

a partir dessa instrução técnica nós, partimos com essa equipe multidisciplinar, 520

pra elaborar o estudo de impacto ambiental propriamente dito, e no primeiro

momento se analisam alternativas de localização tecnológicas pra esse

empreendimento.

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Em sequência são determinadas as áreas de influência, ou seja, as áreas de 525

estudo pro nosso estudo de impacto ambiental, que são determinadas pela

ocorrência dos impactos direto e indiretos sobre o ambiente local.

Essa área de influência determina abrangência do nosso estudo, a equipe vai

a campo, a equipe busca dados e bibliografia, a equipe busca dados em

museus e coleções disponíveis e tira uma fotografia da condição ambiental da 530

área, essa fotografia da condição ambiental, nós chamamos de diagnóstico

ambiental e faz parte do estudo de impacto ambiental.

Com base nesse diagnóstico, com base no projeto que é proposto pelo

empreendedor, nós fazemos uma avaliação de impactos, ou seja, faz-se uma 535

previsão dos efeitos daquela implantação, daquela operação sobre aquela

condição ambiental que foi diagnosticada.

Em sequência são propostas medidas pra reduzir os efeitos dos impactos

negativos e aumentar os efeitos dos impactos positivos, são propostos também 540

programas de redução desses impactos ou de potencialização dos impactos

positivos e de acompanhamento dos impactos ao longo do tempo que dura

esse empreendimento, essa etapa nós chamamos de planejamento ambiental,

e enfim a equipe chega a conclusão da viabilidade ambiental do

empreendimento que é apresentado como conclusão do nosso estudo de 545

impacto ambiental.

Nesse estudo são avaliadas três alternativas, apresentadas aí no mapa, uma é

chamada alternativa de Maricá, alternativa de Niterói e alternativa de Bahia de

Guanabara. Vou mostrar os detalhes da cada uma delas. 550

Alternativa um: chamada Maricá, ela compreende um trecho terrestre de

quarenta quilômetros de extensão e um trecho marinho de dois quilômetros de

extensão, esse trecho terrestre atravessa os municípios de Itaboraí e de

Maricá que a nossa grande área de influencia, nossa área de influência 555

indireta.

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E o descarte de efluente tratado ocorre na área costeira do município de

Maricá. Já na alternativa dois a proposta é lançar esses efluentes na Bahia de

Guanabara por meio da construção de um emissário de trinta quilômetros de 560

extensão em trecho terrestre e dez quilômetros de extensão e trecho marinho,

contornando, a área urbanizada de Guaxindiba, São Gonçalo e a APA de

Guapimirim. E a alternativa três, chamada Niterói é aquela composta por uma

parte terrestre composta quarenta três vírgula quatro quilômetros, que lançam

os efluente na ETE de Icaraí, né e pelo emissário já existente lançaria esses 565

efluente na Bahia de Guanabara.

Ele atravessa a região de Itaboraí e ainda áreas muito urbanizadas de são

Gonçalo e de Niterói. Essas três alternativas foram comparadas e o resultado

dessa comparação a gente tá representando aqui com o quadro sumário, né, 570

quadro de resumo, onde são apresentados os critério físicos, primeiro, os

critério bióticos usados nessa avaliação e os critério socieconomicos utilizados

nessa avaliação, no final há aí uma ponderação de verde, amarelo e

vermelho, mostrando uma tendência mais positiva pro verde e mais negativa

pro vermelho, né? 575

No final quem tem mais bolinhas verdes na nossa representação gráfica aí é a

alternativa ambientalmente mais viável, essa é a alternativa indicada pela

equipe como alternativa ambientalmente mais viável que é a alternativa de

Maricá. 580

Essa é a que nós diagnosticamos e tamos apresentando aqui pra vocês.

Foram diagnosticadas as três, mas a gente tá apresentando hoje alternativa

selecionada que é a alternativa Maricá. Pra essa alternativa foram

determinadas as áreas de influencia, área de influência direta, aquela onde 585

incidem os impactos diretos e a área de influência que são aquela área onde

incidem os impactos com consequência de outros impactos, ou seja, os

impactos ambientais indiretos.

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A nossa a nossa área de influência direta ela é composta por uma faixa de um 590

quilometro de largura, que vai por toda extensão do emissário, né, tem, a

diretriz do emissário, o caminho que toma o emissário como o centro, né?

Então quinhentos metros pra cada lado dessa diretriz, nós consideramos a

área de influência direta.

595

No ambiente marinho essa área continua sendo projetada e ainda existe o

contorno da pluma modelada pela asa, o marco Antônio vai apresentar pra

vocês na sequência, mas o contorno dessa pluma modelada como também

área de influência direta, é que nós chamamos da região necessária pra

dispersão desse efluente onde ele vai está bem diluído, a partir da qual ele 600

vai tá bem diluído, então nós consideramos essa área de influência direta ,

área de influência indireta ela foi considerada como território dos municípios

por onde passa o emissário, Itaboraí e Maricá e ainda um trecho marinho que

vai lá em Maricá da Pedra do Elefante se estende quatro quilômetros pra

dentro do mar e quatro quilômetros também a leste pelo litoral. Essa é nossa 605

área de influência indireta, ou seja, os nossos estudos se concentraram e

foram limitados por essa área de influência determinada.

Nessa região foram diagnosticados, ou seja, foram caracterizados desde o

clima até o tipo de organismos que a gente encontra lá vegetais e animais. O 610

clima dessa região vocês conhecem bem é um clima tropical úmido né? Com

verão chuvoso, inverno seco com temperaturas variando aí de vinte e seis a

vinte e um graus né? E com uma qualidade do ar sem fontes pra degradação,

a fonte indicada pra material particular pra nossa região são as estradas e a

circulação de veículos que acontecem nelas. 615

Quando observamos o tipo de terreno, ou seja, os tipos de rochas o tipo de

relevo dessa região nós vemos que tem uma diversidade grande de rochas aí

encontradas que se destacam a formação Macacu e os sedimentos paternais,

ou seja, os sedimentos mais recentes costeiros no município de Maricá. 620

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O relevo é composto por diferentes formas onduladas, mas com pouca, com

pouco risco a erosão, apesar de ondulados, as ondulações são suaves não

são encostas íngremes não são encostas de angulação muito baixa. Os solos,

pela a extensão desse território são variados e também é variada a sua 625

aptidão agrícola, né? Nós temos cinqüenta por cento desse solo com aptidão

agrícola restrita, vinte e seis por cento deles não são aptos pra agricultura e

dezesseis por cento, tem aptidão regular pra lavouras.

Foram analisadas amostras de água tanto subterrânea quanto dos rios né? Os 630

poços que foram monitorados, foram avaliados, não apresentaram

contaminação e tão respeitando os limites determinados pela legislação. Já a

qualidade da água dos rios ela tem alguns parâmetros degradados né? Que

tão representados aí com círculos vermelhos que indicam os parâmetros que

não, não concordam com a legislação, ou seja, esses valores estão 635

ultrapassando o limite legal pra qualidade da água dos rios encontrados na

região, os rios Castedibu, Iguá, Vigário e Bambu que foram caracterizados.

Quando olhamos pra região costeira marinha nós temos a caracterização das

correntes nessa região, predomínio de correntes de norte e nordeste 640

influenciada pelas correntes do Brasil durante o verão e no inverno a inversão

desse sentido. Foi também identificada, identificadas às profundidades né? O

relevo do fundo do mar nessa região o que nós chamamos de batimetria e que

tá representada nesse mapa aí.

645

Em terra né? Voltando pra terra, os ecossistemas são variados e a vegetação

foi caracterizada, essa vegetação é uma vegetação típica de mata atlântica. É

onde são identificado, pastos, serra, mangues, restinga e alguns fragmentos

florestais. Foram identificadas aí duzentos e três espécies diferentes, né? Esse

traçado não cruza unidade de conservação e para vegetação não foram 650

encontrados espécies pertencentes a qualquer categoria né? Com status de

proteção legal, apenas uma espécie endêmica da mata atlântica foi, foi

encontrada, esse representada aí pra vocês na foto.

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Além de caracterizar a qualidade da água, foram caracterizados organismos 655

da água doce né? Presentes nos rio, desde os microscópicos até os peixes,

né? Os microscópicos são esses apresentados aí, o fitoplancton, são aqueles

que fazem a fotossíntese é a base da cadeia alimentar. O zooplâncton,

aqueles microscópicos que se alimentam do fitoplancton e o ictioplancton, são

a larvas e ovos de peixe, né? E eles apresentaram aí números de espécies 660

pequeno, número de pequeno de espécies, né? Variando de cada rio, mas se

comportou de forma no rio Iguá e Bambu tem aí um maior número de espécie

enquanto o Vigário é aquele que apresenta o menor número de espécies pra

todos esses grupos. Pra larvas e ovos de peixes, durante as coletas não foram

encontradas nenhum, nenhuma espécie, tá? 665

Foi também estudado o grupo de organismos que associado ao sedimento, ao

fundo dos rios né? Que nos chamamos de bentos e os peixes, que

apresentaram onze espécies, onze táxons nesses rios estudados, a maior

riqueza foi sete espécies no rio Iguá e destacam-se aí algumas espécies de 670

peixes que são de outras regiões introduzidas, como o Bagre o Barrigudinho e

o Tetra.

Quando a gente olha pra o grupo de organismos que tá presente no mar, pros

peixes foram coletados dezesseis espécies, quatro deles estão em categorias 675

em status de conservação específico né? Então apresentados aí, espécies

vulneráveis e espécies em perigo de extinção.

Voltando pro ambiente terrestre, quando consideramos anfíbios, répteis né? E

falando de lagartos, cobras, sapos e rãs ou quando consideramos as aves os 680

animais de pêlo que são os mamíferos, foram encontrados duzentas e

quarenta e oito espécies no total, nenhuma espécie endêmica restrita a região

foi encontrada, né? A Serra de Inoã é realmente a região que apresenta tanto

pra vegetação quanto pros animais os maiores números de espécies e os

melhores índices de conservação né? E na área de restinga foram 685

encontrados dois endemismos, ou seja, espécies que só acontecem nesta

região, tá? Na restinga, na região do litoral de Maricá.

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Quando considerados aí, a população, os hábitos da população né? As

condições de vida da população e as atividades que elas desenvolvem nessa 690

região, foram caracterizados municípios de Maricá e Itaboraí, dentro dessa

região foram identificados todos os bairros por onde pretende-se passar o

emissário e a maior parte da população tá concentrada em áreas urbanas, a

renda média gira entre mil e dois mil é, reais por mês. Foram identificados

vinte dois vinte e dois postos de saúde e oito escolas no entorno da região, 695

mas uma só dentro da área de influência direta né? Aqui cabe a lembrança de

que esses números são pra área de influência direta, é pra aquela faixa de um

quilômetro entorno da diretriz por onde se pretende instalar o emissário, ok?

Por isso que nós temos esses números.

700

Nessa região e na região litorânea, destaca-se atividade pesqueira que

também foi caracterizada né? Foram identificados dois pontos principais de

desembarque pesqueiro, um ponto na rua setenta e outro no Recanto de

Itaipuaçú, lá foram entrevistados os pescadores, entrevistados os líderes de

colônias né? Os representantes de Associações é foram acompanhada a faina 705

de pesca deles, a faina de desembarque a faina de manipulação do pescado,

de venda, tudo isso foi acompanhado durante algum tempo e aí identificado os

principais petrechos que eles utilizam, identificados por eles mesmos às

regiões onde eles pescam as principais regiões onde eles pescam, e as

principais espécies que são pescadas, que são Anchovas, Baiacu, Olho de Boi 710

e a Pescada.

Feito então esse retrato da condição ambiental da área e tendo conhecimento

por parte da equipe multidisciplinar do que quê é o projeto do emissário, foi

feita a avaliação de impacto ambiental, como é que essa avaliação, essa 715

avaliação foi feita e tipicamente é feita? Primeiro identificam-se as etapas do

processo do projeto, etapa de planejamento de implantação e de operação.

Dentro dessa etapa identificam-se as principais atividades que se faz e em

função dessas atividades estabelecem-se os impactos, são previstos os

impactos ambientais pra cada uma dessas fases. Feita a identificação dos 720

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impactos, eles são classificados segundo os seus atributos, ou seja, são

identificados como positivo ou negativo né? De magnitude alta, média ou

baixa, se eles são de uma abrangência local ou se são de abrangência

regional ou mesmo de uma abrangência muito maior considerado estratégica,

se eles são temporários ou se eles permanecem durante um longo tempo, se 725

eles acontecem de imediato ou se demoram um tempo acontecer, se eles são

cíclicos né? Voltam a aparecer durante o ciclo de vida do empreendimento, se

ainda o grau de importância que é uma associação da sensibilidade da área

com a magnitude desse impacto ambiental. Essa avaliação de impacto

ambiental precede a preposição dividida, por que identificado os impactos 730

negativos eles precisam ter seus efeitos diminuídos, identificado os impactos

positivos eles tem que ter seus afeitos aproveitados, tanto pelo empreendedor

quanto pela comunidade, então são propostas medidas que fazem isso,

medidas mitigadoras, que reduzem os impactos negativos e as

potencializadoras que aumentam os efeitos dos impactos positivos. E isso é 735

com esse então são propostos projetos que organizam estas medidas e que

propõem como é que vão ser verificada, como é que vai ser verificada a

implantação dessas medidas e como é que vai ser medida, como é que vai ser

acompanhado o efeito dessas medidas ao longo do tempo do empreendimento

tá proposto, né? 740

Aqui brevemente um resumo desses impactos ambientais de acordo com a

natureza deles e aí então os impactos positivos tão aí identificados pras duas

fases aqui em cima e aqui o maior número de impactos identificados que é

negativo né? Que é objeto das principais medidas que são as medidas 745

mitigadoras.

Aqui tão sendo apresentados quase à totalidade dos impactos, só alguns

impactos considerados de importância menor não são apresentados aqui que

são dois ou três, mas a grande maioria dos impactos tá aqui apresenta. 750

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Nós vamos começar pelos impactos relativos à fase de implantação, ou seja,

que são resultados das atividades pra implantação, como Leonora apresentou,

do emissário terrestre submarino.

O primeiro impacto é o potencial que essa obra tem de iniciar processos 755

erosivos. Isso é fruto das atividades de movimentação de terra que esse, que

essa implantação tem como atividade primordial né? Ela prepara o terreno, ela

escava, ela movimenta a terra pra enterrar esse, essa tubulação, então

naturalmente existe uma tendência a iniciarem processos erosivos e esses

processos erosivos eles são mitigados pelos planos de controle de erosão e 760

ainda pelo plano de recuperação de áreas degradadas. Outro impacto é a

interferência no cotidiano da população, isso é fruto da movimentação de

máquinas, da movimentação de pessoas, da movimentação de terra, da

implantação em si, que acaba interferindo no cotidiano de cada um dessa

população. A mitigação para esse impacto é feita pelo plano de comunicação 765

social, que divulga pras pessoas da região qual o cronograma da obra, aonde

a obra vai tá acontecendo a cada tempo né? Qual é o nível de, de interrupção

que essa obra pode ter pra, pra comunidade, a quem a comunidade deve ir

quando acontece qualquer coisa em relação à obra, qual o número que deve

discar, e todas essas ações do plano de comunicação social. 770

Conflito com a navegação e pesca, também é uma, é um impacto previsto, por

que, na implantação da parte marítima é o submarino desse emissário, vai ter

circulação de embarcações, então isso requer um ordenamento da navegação

nessa região e ainda o impacto positivo, que é o aumento da receita tributária, 775

isso é fruto da contratação de mão de obra na região, da contratação de bens

e serviços né? Da compra de bens e contratação de serviço na, na região. Pra

melhorar o efeito desse impacto, comunicar a população como é que isso vai

ser feito e priorizar a contratação de mão de obra local são as medidas

mitigadoras. 780

Existe um potencial também de alterar a qualidade da água, isso em terra, pela

movimentação de solo ou pela geração de efluentes que se faz pra se

implantar o emissário. Existem planos de controle de erosão, como eu falei, e

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plano de controla de esgoto e dos efluentes que fazem parte dessa atividade, 785

isso tudo para mitigar esse impacto que é considerado médio.

A população sabendo da obra, do projeto, também cria expectativas, pra tornar

essas expectativas mais próximas da realidade o plano de comunicação

ambiental entra em ação comunicando do que trata a obra, do que se refere o 790

empreendimento. Qualidade da água do mar, em função dos testes

hidrostáticos apresentados pela amiga Leonora, também é potencial e pra isso

as medidas de controle de contensão desse efluente, além de um

monitoramento marinho que é proposto e que vai ser implantado pra se

acompanhar como é que esse efluente chegado no mar vai se comportar e 795

como é que a comunidade né? De, de organismos do mar também vai se

comportar, a qualidade da água vai se comportar e os sedimentos também do

mar vão se comportar.

Dinamização da economia, já que tem circulação de receita né? Tributária ou 800

mesmo de contemplação de bens e serviços, dinamiza-se a economia da

região. Programa de comunicação social e a priorização de contratação de

mão de obra e de compra de bens na região visa potencializar o efeito dessa

dinamização da economia.

805

Bom, esses são os impactos da fase de implantação. Desculpe, tem mais

quatro impactos aí.

Interferência com atividades minerarias da região, uma vez que tem instalação,

estabelecimento de uma faixa de servidão né? A redução da cobertura vegetal, 810

uma vez que pra implantação do emissário tem necessidade de supressão de

vegetação. E pra isso a gente tem plano se supressão da vegetação e plano

de recuperação de áreas degradadas.

Afugentamento da fauna, por conseqüência dessa supressão de vegetação. 815

Pra esse impacto considerado de pequena magnitude de pequena importância,

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existe um programa de resgate de fauna de soltura dessa fauna e de

monitoramento dessa fauna solta na região.

E ainda o risco de assoreamento dos corpos d’água, que é associado ao risco 820

de erosão que eu já falei.

Tratando da fase de operação, interferência com atividade pesqueira é uma

possível, é um possível impacto, uma vez que os efluentes tratados vão ser

lançados no mar né? Pra mitigar esse impacto e acompanhar os efeitos dele o 825

monitoramento marinho, como eu falei e um plano específico que acompanha

as interferências do empreendimento sobre a atividade pesqueira. Vou falar

mais sobre ele daqui a pouco.

A qualidade da água do mar também pode sofrer alteração com o lançamento 830

dos efluentes. Pra acompanhar esse impacto um plano de monitoramento

marinho bem composto. Isso leva como conseqüência a possibilidade de

afugentamento da fauna na região e ainda alteração da comunidade

microscópica que tá na região. Esses impactos tão todos associados e são um

em cadeia do outro né? Alteração na qualidade da água, alteração da 835

condição de vida do plâncton, desses microrganismos e a condição de vida

dos peixes que são aí a fase superior à fase a cima da cadeia alimentar, da

cadeia trópica da região. Esse plano de monitoramento visa observar como é

que isso se comporta ao longo do tempo, como é que isso se dá.

840

Em função dessas medidas mitigadoras, todas as propostas, é feito então o

planejamento ambiental com um grande projeto chamado, Projeto de Gestão

Ambiental, Programa de Gestão Ambiental e abaixo desse programa de gestão

ambiental tão todos os outros programas e seus planos que tão associados a

esses programas. É isso que eu vou apresentar daqui até o final pra vocês 845

terem a visão de como é o planejamento do empreendimento, o planejamento

ambiental do empreendimento e como é que ele visa mitigar os impactos que

podem tá associados a ele.

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Esse programa de gestão ambiental ele é um grande programa que abraça os 850

demais, como eu falei, mas que quer estabelecer uma condição ótima de

trabalho e uma condição de viabilidade ambiental por esse empreendimento.

Então todas as ações dele são em prol de promover a álibi viabilidade

ambiental do empreendimento. Dentro dele um programa de comunicação

social, que é aquele que faz a comunicação entre a comunidade e o 855

empreendedor, que torna possível um canal aberto entre essas duas peças

principais. Um programa de educação ambiental que quer promover ações

dentro da obra né? Dentro do empreendimento, que promova uma melhor

qualidade de vida e uma melhor qualidade ambiental. Mas que não para nisso,

quer promover também pra comunidade essa consciência de que é impor, 860

importante uma qualidade ambiental na área. Então tem uma relação, uma

associação com as escolas com os professores, com a comunidade geral

querendo implantar esse ambiente de qualidade ambiental na região.

Existe um programa especifico que trata da compensação ambiental e ele vem 865

fazer valer uma legislação Federal, que é detalhada por legislações Estaduais

e por um decreto Federal, que é o Sistema Nacional de Unidade de

Conservação que vai determinar como é que vai ser investido, como é que vai

ser direcionado o recurso relativo à compensação ambiental e a definição

dessa, dessa, destinação desse recurso é papel do INEIA, do órgão estadual, 870

do órgão ambiental estadual. Então esse programa vem dizer como é que isso

vai ser feito.

Pra ocorrer uma supressão de vegetação da melhor condição possível e

trazendo o menor nível de impacto possível tanto pra vegetação, pra 875

comunidade quanto pros animais da região é proposto um plano de supressão

de vegetação, que vai dizer como que ela vai ser feita, que destino vai ser

dado a essa, essa madeira, como é que vai ser tratada essa área e como é

que vai ser feita essa supressão, enfim, pra ter menores impactos ambientais.

880

A supressão de vegetação que é proposta aqui pra implantação do emissário

trata de suprimir três pontos, quatro hectares de três mil cento e sessenta e

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nove hectares da área total, ou seja, zero ponto um por cento da vegetação

encontrada na área de influência direta, tá? Então o planejamento da

implantação do emissário já visa diminuir o volume de madeira retirado o 885

volume de área a ser suprimida. Mesmo assim é necessário resgatar ou

afugentar ou mesmo tratar animais que são encontrados durante esse, essa

supressão da vegetação e dar um tratamento específico pra eles, caso

necessário um tratamento veterinário ou caso não seja necessário diretamente

uma soltura desses animais dentro de fragmentos que, que os comportem né? 890

E a partir daí acompanhar, monitorar esses animais dentro desses fragmentos

dentro dessas regiões de soltura.

O patrimônio arqueológico também tende a ser preservado, por que existe um

programa específico de resgate, de monitoramento desse patrimônio 895

arqueológico, que visa que tem como objetivo reservar esse patrimônio em

museus em coleções específicas, comunicar aos funcionários da obra sobre

esse patrimônio e ainda a comunidade o valor desse patrimônio, a importância

desse patrimônio.

900

Será estabelecida uma faixa de servidão e essa faixa precisa obedecer todos

os critérios legais pra ser estabelecida. Um plano de estabelecimento dessa

faixa de servidão que também é proposto no estudo de impacto ambiental.

Existe um grande programa chamado Programa Ambiental da Construção que 905

vai tratar das questões específicas da implantação do emissário, tanto da

erosão e do assoreamento dos corpos hídricos quanto da recuperação das

áreas degradadas quando o tratamento e gerenciamento dos resíduos sólidos,

ainda do gerenciamento do risco, das ações em casos de emergência, do

controle dos efluentes, tratamento dos efluentes. Tosos esses aspectos 910

ambientais a serem tratados na obra vão ser tratados por esse grande

programa chamado Programa Ambiental da Construção, que tem por objetivo

fazer com que a construção seja feito reduzindo todos os impactos ambientais

possíveis de acontecerem.

915

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Os corpos hídricos da região vão ser monitorados durante a construção e

operação do emissário, como eu havia falado o ambiente marinho e a

atividade pesqueira também são frutos de estudo. O ambiente marinho, na

qualidade da água, na qualidade do sedimento e nos organismos que

compõem esse ambiente, e ainda a atividade pesqueira nas suas atividades 920

corriqueiras estudando o efeito dessa, dessa presença do emissário nas

atividades pesqueiras e a possibilidade de interação com a comunidade

pesqueira e de compensação de qualquer interferência que seja observada.

Também é proposta uma reposição florestal associada à supressão da 925

vegetação, ou seja, na medida em que a vegetação precisa ser suprimida

outra vegetação precisa ser reposta pra compensar aquela supressão de

vegetação. Enfim, a equipe conclui né? No final de um estudo de um impacto

ambiental que analisou três alternativas vocacionais, que avaliou a alternativa

de Maricá como alternativa ambientalmente mais viável, que ainda identificou e 930

avaliou uma série de impactos, propôs medidas mitigadoras pra esses,

programa, propôs, propôs programas sócio ambientais. Esta equipe conclui

que o projeto do emissário conforme ele é proposto nas suas fases de

implantação e operação é ombiental, ambientalmente viável, desde que as

medidas mitigadoras e os programas ambientais sejam implementadas na sua 935

integra conforme é proposto pela equipe. Agradeço a atenção de vocês e peço

só mais um pouco de paciência pra apresentação do Marcos que vai

apresentar pra vocês o estudo de dispersão oceânica que foi feito.

Marco Antônio Correia - ASA – Boa noite, o meu nome é Marco Antônio 940

Correia e eu sou responsável pelo estudo de dispersão da pluma do emissário

e vou apresentar esse estudo pra vocês agora.

Esse aqui é o mapa da localização da região do estudo, a gente pode ver aí o

traçado do emissário né? Com a parte submarina dele projetando-se para além 945

da costa dois quilômetros de extensão, na extremidade final desse tudo de

dois quilômetros vai ser instalado um sistema difusor, esse sistema difusor foi

projetado como tendo sessenta metros de comprimento e ele é orientado numa

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direção é aproximadamente perpendicular à linha de costa e as correntes

oceânicas da região e ele possui onze RISES. 950

É, esse desenho aqui ilustra como é esse sistema difusor né? Então é um tubo

com sessenta metros de comprimento, ao longo desse tudo são posicionados

SIZES, são como se fossem pequenas chaminés que é através deles que o

efluente é laçado verticalmente para cima, como indicado aí na figura, são 955

onze ao todo. É essa figura mostra o detalhe do RISE, ele é posicionado na

parte superior do tubo difusor e é instalado no RISE uma válvula conhecida

como válvula bico de pato que ela serve pra fechar quando não há

lançamento, ela fecha e não há entrada de água do mar no sistema do difusor.

960

As grandezas físicas ambientais importantes, determinantes no processo de

difusão da pluma são a profundidade no local de descarte, a densidade da

água do mar né? A densidade do corpo receptor e a versão das correntes

oceânicas na posição de efeito descarte. Essas três grandezas físicas são

consideradas o estudo e são as mais importantes pra determinação da 965

dispersão.

A profundidade de descarte, a profundidade no local de descarte é de vinte e

seis metros né? Na posição de dois quilômetros a partir da linha da costa,

essa batimetria foi extraída da carta náutica VHN número mil quinhentos e 970

seis, essa informação foi extraída de uma carta náutica.

Para as medições das características das águas do mar é, para a definição da

salini, densidade, são medidas a temperatura e a salinidade. As medições de

temperatura e salinidade foram realizadas em seis estações no entorno do 975

ponto de descarte e foi utilizado para isso um equipamento chamado CTD, que

mede a profundidade a, e a temperatura da água do mar. É essa tabela mostra

o local e os instantes em que foram realizadas as coletas de temperatura e

salinidade. Com os valores de temperatura e salinidade é possível calcular a

densidade da água aí são apresentados cinco perfis de densidade da água do 980

mar, os valores da densidade ao longo das profundidades e foram feitos seis

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pontos de amostragem, mas num dos perfis houve um problema e o dado não

pode ser utilizado. Então a gente acabou trabalhando com cinco perfis.

Para as medições da corrente foram, foi utilizado um equipamento chamado 985

ADZP é um correntômetro, que mede utilizando o princípio de efeito Dopler à

velocidade da corrente ao longo da coluna d’água em diferentes

profundidades. A posição onde foi posicionado o ADZP para a medição da

corrente é indicado aí na figura por um triângulo amarelo, tá muito pequeno,

mas dá pra ter uma idéia mais ou menos onde é que tá, onde tá indicado pela 990

flecha.

Esses são os valores de corrente observados, os vetores indicam a direção da

corrente e a magnitude dela e ao longo da horizontal são os instantes de

medição na vertical são os valores das velocidades observadas ao longo da 995

coluna d’água. Esses dados foram coletados em dois mil e nove na região de

Maricá, nas proximidades do ponto de, da, do posicionamento do sistema

difusor. Os dados de temperatura e salinidade são também de dois mil e nove.

As características do efluente, a vazão de descarte simulada foi de 1 vírgula 1000

oito metros cúbicos por segundo a densidade do efluente considerada foi de

mil quilogramas por metro cúbico e a composição do emissário é essa

apresentada nessa tabela. A primeira coluna mostra a concentração de cada

um dos parâmetros do efluente, perdão, a primeira coluna são os parâmetros

do efluente, a segunda coluna são as concentrações desses parâmetros no 1005

ponto de lançamento a terceira coluna são uns valores estabelecidos pelo

órgão ambiental, par ao corpo receptor e a quinta é a mínima diluição

necessária para que esse efluente seja enquadrado no corpo receptor.

Os resultados da simulação mostraram que a pior condição ambiental para a 1010

diluição ocorre é, ocorre na situação em que existe uma maior estratificação do

corpo d’água e uma menor velocidade e pra essa condição o enquadramento

no corpo receptor só ocorre numa distância de cento e quarenta e três metros.

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Esse resultado mostra como é a diluição ao longo da distância, a linha preta é 1015

a curva de diluição ao longo da distância as setas coloridas indicam a posição

do enquadramento de cada um dos parâmetros do efluente, o parâmetro que

necessita de uma maior distância para o enquadramento é o sulfeto e isso

ocorre na distância de cento e quarenta e três metros, os demais parâmetros

ocorrem em distâncias inferiores a cem metros. 1020

Esse gráfico também mostra a curva da diluição do sulfeto ao longo da

distância, no gráfico superior é a diluição em função da distância e no inferior

é a concentração, a concentração inicial do sulfeto no efluente de zero vírgula

seis miligramas por litro, após uma diluição de cento e cinqüenta vezes ele 1025

atinge a concentração de enquadramento numa distância de cento e quarenta

e três metros.

Esse outro gráfico mostra três condições típicas de ambientais, a pior condição

ambiental é indicada pela curva vermelha, a condição média é indicada pela 1030

curva preta e a melhor condição pela curva azul. A gente pode observar que a

condição média e a condição, a melhor condição de diluição atingem a diluição

de cento e cinqüenta vezes numa distância inferior a cem metros, somente pra

pior condição ambiental é que você necessita de uma distância maior, você

precisa de cento e cinqüenta e três metro para o enquadramento. 1035

Essa tabela resume esses resultados, mostrando a distância do

enquadramento para cada um dos parâmetros do efluente, o sulfeto a cento e

quarenta e três metros, o cianeto a cinqüenta e um metros, e os demais

componentes em distâncias igual ou menores do que dez metros. 1040

Essa figura mostra então em escala qual é a região na qual ocorre o

enquadramento do efluente né? Essa região tem um raio de cento e quarenta

e três metros, então além dessa região o efluente encontra-se enquadrado de

acordo com a legislação. 1045

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Esse aqui é um resultado de uma modelagem chamada modelagem de campo

afastado, é uma modelagem probabilística e mostra a pluma do sulfeto na

situação de verão e esse resultado foi o resultado que apresentou a maior

extensão da pluma, na pior condição de diluição. A pluma tem aí um tamanho 1050

máximo de mil e seiscentos metros e para além do circulo preto ela já se

encontra enquadrada, ela tá sendo apresentada aí simplesmente pra

visualização e nós estamos apresentando até uma diluição de quinhentas

vezes o que corresponde a uma concentração de zero vírgula seis miligramas

por metro cúbico de sulfeto. 1055

Bom, então as nossas conclusões são que pra um sistema difusor como esse

que foi proposta com sessenta metros de comprimento e onze RISES na pior

condição ambiental o enquadramento ocorre numa distância de cento e

quarenta e três metros, a maior dimensão da pluma observada até uma 1060

diluição de quinhentas vezes foi de mil e seiscentos metros e isso na pior

condição ambiental e em todos os cenários probabilísticos e outros cenários

chamados determinísticos realizados em nenhum deles se observou a pluma

atingindo a costa com diluições da ordem de quinhentas vezes, lembrando que

para o enquadramento é necessário uma diluição de cento e cinqüenta vezes. 1065

É isso e obrigado.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Bem então muito obrigado aí, pela a

apresentação do Marco e registrar também a presença aqui na nossa

Audiência da Presidenta da Associação de Moradores de Sambaretiba 1070

senhora Miriam Fernandes de Jesus. D. Miriam está? D. Miriam, obrigado aí

pela presença e também da Presidenta da Associação de Moradores da Reta

Velha e Reta Nova, Sandra Ribeiro, D Sandra? Obrigado pela presença.

E agora pra concluir a primeira fase o Carlos Frederico vai fazer uma 1075

apresentação, ele é da PETROBRAS, pra encerrar, que ele é o Gerente de

Relacionamento e Comunicação do COMPERJ. Então após a fala do

Frederico, nós vamos passar a palavra aqui pro Secretário Adelmo vai fazer

uma saudação para as pessoas e em seguida vamos organizar aqui as

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perguntas, recebemos muitas perguntas já, vamos separá-las, e nesse período 1080

da separação das perguntas vai ser servido um lanche aí pra vocês, tá certo?

Vocês querem um lanche ou não? Então o lanche está mantido tá certo? Será

que tem lanche pra todo mundo? Olha lá hein essa turma tá, tá boca nervosa.

Por favor.

1085

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Bom, boa noite é, vou apresentar pra

vocês um pouco dos projetos sociais da PETROBRAS na região do

COMPERJ.

Como vocês sabem o COMPERJ é um empreendimento muito grande e hoje a 1090

gente tem uma equipe de cinquenta pessoa, mais de cinqüenta pessoas

envolvidas diretamente para ações de responsabilidade social, comunicação e

relacionamento nos município do entorno do COMPERJ, além das pessoas de

comunicação que acompanham a obra.

1095

Hoje nos trabalhamos com quatro programas da PETROBRAS, PETROBRAS

DESENVOLVIMENTO E CIDADANIA, PETROBRAS ESPORTE E CIDADANIA,

PETROBRAS AMBIENTAL e PERTOBRAS CULTURAL, esses programas são

feitos para apoiar projetos indicados aí pelos municípios, projetos que vocês

elaboram e que a PETROBRAS apóia nessas linhas. PETROBRAS ESPORTE 1100

E CIDADANIA as inscrições estão abertas até primeiro de março, pra

indicação de projetos por vocês o site é o site da PETROBRAS

www.PETROBRAS.com.br/selecaoppec, já realizamos algumas caravanas aí

pra seleção, mas todas as regras tão no site e também teremos em seguida

inscrições até abril para o PETROBRAS DESENVOLVIMENTO E CIDADANIA, 1105

eu queria também avisar que além da seleção pública que acontece pra esses

programas nas regiões que a PETROBRAS está ela também apóia projetos

convidados nessas linhas, então mesmo que o projeto seja submetido à

seleção pública e não seja contemplado ele pode ser enviado pra nossa

equipe, que a nossa equipe ajuda aí analisar e a estruturar e pode estar sim 1110

apoiando os projetos que são identificados nas regiões onde a gente está,

principalmente aqui em Itaboraí.

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Aqui é um pouco do que já fizemos, nós já apoiamos na região do COMPERJ

projetos que atenderam mais de sete mil pessoas através do 1115

DESENVOLVIMENTO E CIDADANIA e já temos aí pra dois mil e doze é,

alguns projetos estruturados que eu vou citar um pouquinho, PROMOTORES

DA VIDA, CONVIVENCIA POSITIVA e MOVA BRASIL e outros, estamos

estruturando já outros projetos, voltados aí pras crianças, pros jovens e pra

capacitação profissional. Já temos aí previsto mais ou menos oitocentas vagas 1120

pra Itaboraí.

O PROMOTORES DA VIDA, também está com inscrições abertas, é só

acessar no site do VITAL BRAZIL que o parceiro que tá junto com a gente aí

nesse projeto que é Vitalbrazil.rj.gov.br/promotoresdavida, esse projeto ele vai 1125

formar jovens e adultos também em diversas profissões voltadas aí pra

trabalhar com animais peçonhentos, a questão ambiental, jardinagem,

paisagismo, monitor ambiental, então acessem que tem mais informações lá e

eu tenho sessenta e quatro vagas previsto pra Itaboraí, estão abertas as

inscrições até março, inicio de março o projeto. 1130

Valorização aí pro lado cultural nós tivemos um projeto de valorização de

cultura já em Itaboraí onde foram identificados os bens materiais imateriais em

Itaboraí é, e vamos começar uma segunda fase agora em dois mil e doze, não

primeira fase já fizemos aí a capacitação de duzentos e quarenta professores 1135

aqui em Itaboraí e para dois mil e doze nós vamos fazer a capacitação de mais

trezentos e cinco professores e sessenta representantes aí dos municípios que

enfim, líderes de Organizações Não Governamentais enfim, então é um projeto

que visa identificar registrar a cultura de vocês e tá divulgando e isso

incentivando o turismo também na região. (Comentários ao fundo, sem 1140

captação clara do áudio).

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Vamos levar, só um instantinho que vamos

levar o microfone pro senhor, por que a sua observação é importante,

pertinente e fica tudo gravado e se o senhor falar e a gente não tiver gravado a 1145

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gente perde a sua contribuição. O senhor diz o seu nome, por favor.

(Comentários ao fundo, sem captação clara do áudio)

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Não, não, mas diz.

1150

Luis Carlos Casado – Luis Carlos Casado do Fórum Popular, primeira só

essa questão, depois nós vamos discutir a questão. Concretamente nós

ouvimos “Ah a PETROBRAS tá promovendo isso, a PETROBRAS ta

promovendo isso” e a população daqui só ouve, mas não vê, então ou tá tendo

um nível de comunicação é péssimo, e aí deveria tá no site do COMPERJ 1155

explicando isso ou isso aí inexistente, só tá no papel. Então questionamento

que a gente faz é esse, onde tá isso? Em que lugar tá isso, por que. Por

exemplo, disseram que tinha um programa de inclusão digital, eu só vi as

inscrições, não vi uma aula até hoje, pelo menos onde eu moro, não tem uma

aula, só fizeram inscrição. Então esse tipo de coisa tá começando a 1160

desconfiar, tem alguma coisa errada aí meu, ou tem falta de comunicação ou

enfim a gente precisa que essa comunicação melhorar um pouco mais.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Tá certo.

1165

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Obrigado aí pela colocação é sempre

uma oportunidade da gente melhorar os nossos meios e a comunicação e aqui

é um momento que a gente tá podendo trazer a informação, indicando os sites

os telefones e outros meios pra vocês identificarem afinal tem alguns meios

que também eu vou mostrar. (Comentários ao fundo, sem captação clara do 1170

áudio).

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Esse projeto foi uma pesquisa de

arqueológica que aconteceu na região do COMPERJ e nós identificamos,

registra, foram registrados e catalogados diversos materiais e agora em dois 1175

mil e doze nós vamos estar indo as escolas apresentar isso pros jovens, pras

crianças, ensinar a eles sobre a cultura local pra que também possa isso

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contribuir também pra o turismo e o desenvolvimento do turismo na região.

(Comentários ao fundo, sem captação clara do áudio)

1180

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Esses são eventos culturais que

acontecem, que a gente trás no município, já conseguimos trazer no final de

dois mil e onze o Cine Arte Sarau e o Cinema PETROBRAS em Movimento

que desenvolve atividades com grupos locais de dança, teatro, musica e então

aconteceu já em Itaboraí também no final do ano. Esses eventos eles quando 1185

acontecem tem uma divulgação com carro de som, enfim, na região.

(Comentários ao fundo, sem captação clara do áudio)

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Também estamos desenvolvendo, nós

temos aí uma obrigação de quase, é plantar quatro milhões de mudas e nós 1190

estamos desenvolvendo parceria com os hortos municipais, uma primeira ação

que nós já fizemos em dois mil e onze aí foi com as prefeituras com os

representantes do poder público que os responsáveis pelos hortos municipais,

nós fizemos cursos de plantio, de desenvolvimento de mudas, enfim, diversos

cursos voltados para produção de mudas. (Comentários ao fundo, sem 1195

captação clara do áudio)

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Estamos, criamos um grupo de trabalho

também com o representante da prefeitura pra fazer um apoio ao horto de

Itaboraí, já existe um projeto sendo estudado pra nós podermos fazer ações 1200

pra apoiar a infraestrutura do horto local, fazer pesquisa de mudas e

sementes, promover educação ambiental na região, esse tem um exemplo que

nós já acabamos de assinar no fim do ano esse apoio ao horto de Niterói e

podemos ter em breve o de Itaboraí também. (Comentários ao fundo, sem

captação clara do áudio). 1205

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Com relação ao desenvolvimento

regional, nós fazemos um monitoramento com a UFF e com a ONU HABITAT

de sessenta indicadores no município de Itaboraí e outros municípios da

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região. Também identificamos as questões da região através da equipe de 1210

diálogo social, e nós já estivemos aí, cadastramos lideres, comunidades e

instituições de Itaboraí vinte e quatro instituições agora em dois mil e onze.

(Comentários ao fundo, sem captação clara do áudio).

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Também é uma forma de levar 1215

informações à equipe pode tá levando informações quando tiver essas

reuniões. (Comentários ao fundo, sem captação clara do áudio).

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Além da Agenda Vinte e Um, que a

PETROBRAS apoiou a estruturação da Agenda Vinte e Um e agora a gente tá 1220

se reunindo com a Agenda Vinte e Um, fizemos uma apresentação Agenda

Vinte e Um de Itaboraí, agora no final do ano de dois mil e onze que, o site da

Agenda Vinte e Um também tá no ar, é agendavinteeumcomperj.com.br,

também é uma forma de ter informações e foi laçado em junho um plano local

de desenvolvimento de Itaboraí, também estamos analisando, lá também 1225

existem projetos que nós estamos analisando pra apoiar. Projetos que foram

discutidos aí com, com, na comunidade. (Comentários ao fundo, sem captação

clara do áudio).

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Todas essas questões, esses 1230

diagnósticos esses projetos são discutidos também no FÓRUM COMPERJ,

que é um Fórum que o Estado do Rio de Janeiro criou, que a PETROBRAS

apóia também, onde o Estado, Ministério das Cidades, BNDES a Caixa a

PETROBRAS além de instituições acadêmicas, sentam pra conversar sobre,

discutir sobre o que tá acontecendo na região, quais são as necessidades da 1235

região e quais projetos precisam ser desenvolvidos. (Comentários ao fundo,

sem captação clara do áudio).

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Pra isso a PETROBRAS assinou um

convênio com a FGV, Instituição aí importante no Brasil que faz gestão 1240

publica, para acompanhar o projeto, identificar os projetos que existem na

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região e fazer com que esses projetos cheguem aos recursos e eles andem e

aconteçam, os projetos de infraestrutura na área de educação, saúde, enfim,

mobilidade urbana, transporte, serviços sociais básicos, então esse projeto tá

andando já foi feito a adesão do município de Itaboraí em setembro de dois mil 1245

e onze, em novembro foi feito um seminário com a participação de

representantes do município, Agenda Vinte e Um também tava lá e iniciamos

as visitas às prefeituras em novembro, o município Itaboraí criou uma unidade

gestora municipal em vinte e nove de dezembro, no finalzinho do ano que vai

acompanhar esses projetos com especialistas técnicos aí de cada área. E 1250

agora em dezesseis de janeiro, semana passada, retrasada, tivemos já o inicio

dos workshops, tivemos FGV esteve na prefeitura de Itaboraí discutindo esses

projetos que a prefeitura, alguns já estão na caixa, estão parados e outros já

foram identificados e ainda não iniciaram aí, não foram submetidos aí para a

obtenção dos recursos, a gente vai ajudar e vai acompanhar até que os 1255

recursos cheguem e os projetos saiam. (Comentários ao fundo, sem captação

clara do áudio).

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Esse slide pra mostrar que a obra vai

gerar vinte e cinco mil empregos, porém a região segundo estudos da FIRJAN 1260

pode gerar, pode ter até cento e cinqüenta mil empregos, a partir do pólo

petroquímico instalado, toda uma indústria de fabricação de plástico pode ser

instalada na região, depende dos municípios, dos empresários locais estarem

investindo nesse setor. (Comentários ao fundo, sem captação clara do áudio).

1265

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Pra ajudar as empresas locais a

PETROBRAS assinou um convênio com o SEBRAE e está promovendo

diversos cursos esses empresários e empreendedores individuais também em

Itaboraí nós já tivemos vinte e dois eventos realizados mais de mil

participantes, temos trinta e quatro empresas de Itaboraí cadastradas no 1270

convênio e mais de duzentos e setenta empreendedores individuais

cadastrados no município de Itaboraí que estão participando desses eventos, e

eles continuam agora em dois mil e doze, esses eventos a divulgação é feita

pelo SEBRAE, então é entrar no site do SEBRAE vai tá lá os eventos, assim

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que tiverem marcados as datas. (Comentários ao fundo, sem captação clara do 1275

áudio).

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Fazemos também uma orientação para

o cadastramento dessas empresas na PETROBRAS, então agora em trinta e

um de janeiro e dois de fevereiro nós vamos ter palestras pra ensinar como se 1280

cadastrar na PETROBRAS, maiores informações também podem ser obtidas

pelo zero oitocentos, vinte e oito, vinte e um, cinco, cinco, meia e pelo site,

cadastro. PETROBRAS.com.br essas palestras vão ser no centro de

integração em São Gonçalo, que é um prédio da PETROBRAS lá em São

Gonçalo onde acontece qualificação profissional. 1285

Então sobre qualificação profissional nós já treinamos na região oito mil

pessoas, nós agora nesse ciclo, dois mil e onze, dois mil e doze, estamos

treinando mais quatro mil pessoas de um total de trinta mil que nós vamos

treinar na região para as obras e também para outras empresas que estão 1290

necessitando de mão de obra na região.

Itaboraí já tivemos novecentas pessoas que já participaram desses cursos em

vinte e uma categorias profissionais. (Comentários ao fundo, sem captação

clara do áudio). 1295

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Esse projeto, PROFISSÕES DO

FUTURO é um projeto que vai às escolas agora em dois mil e doze,

apresentar pros jovens as oportunidades que estão sendo geradas na região,

é caldeireiro, é desenhista, é projetista, eletricista, diversas profissões que vão 1300

ser necessárias e que a gente vai apresentar para os jovens. Informações

também estão no site profissoesdefuturo.com.br.

Nós fizemos uma, voltando aqui, fizemos uma pesquisa que demonstrou que

mais de cinqüenta por cento de pessoas que participaram do nossos cursos 1305

conseguiram empregos após os cursos. Nós estamos com um projeto de levar

essa lista de pessoas que foram qualificadas para as empresas da região e

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para aquelas empresas contratadas pela PETROBRAS, pra que elas busquem

nessa lista também as pessoas para elas contratarem.

1310

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Nós temos um jornal que ele é

distribuído mensalmente mil e quatrocentos exemplares aqui em Itaboraí, mais

ou menos, sessenta pontos, e ele tá em todas as edições, tudo, tudo o que a

gente já publicou até hoje estão disponíveis no site da PETROBRAS /comperj.

Ele se chama COMPERJ informa, todas as edições estão lá pra download em 1315

pdf e ela, assim, essas edições também ajudam a divulgar o que a gente tá

fazendo, as datas para inscrições é os projetos sociais, tudo sai nesse

jornalzinho. Por fim temos o zero oitocentos, que o zero oitocentos sete, oito,

nove, zero, zero um, opção quatro é só sobre o COMPERJ. (Manifestação sem

identificação e baixa clareza do áudio). 1320

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Bom, é, eu, deu pra ouvir, se alguém

quiser. Quer o microfone?

Cimar: Boa noite, meu nome é Cimar eu moro em Sambaitiba, desde a 1325

implant.., do começo da implantação do COMPERJ a gente vem

acompanhando o que vem acontecendo ao nosso redor, entendeu? Esse zero

oitocentos que você disse aí a gente vive ligando pra lá cara, não resolve, não

retornam pra gente entendeu? Os carros continuam passando em alta

velocidade nas ruas secundárias, quando eles fogem do engarrafamento da 1330

via principal entendeu? E a gente reclama, reclama e não tomam providencia

nenhuma. Hoje a gente tem que construir quebra mola do nosso próprio

esforço, entendeu? Manter as nossas crianças trancadas dentro do nosso

terreno, por que os carros bicho, uma hora vai chegar, vai acontecer uma

tragédia entendeu? Então em relação a esse zero oitocentos aí, é complicado 1335

você falar dele entendeu? Por que a gente vive ligando, entendeu? E outra

coisa, a gente não reconhece a D. Miriam como uma Presidente de Associação

de moradores, entendeu? O presidente da Associação de Moradores de

Sambaetiba é Adevan e do Alto do Jacu é Solange, tá bom? Pra ficar bem

claro aqui, que vocês tão até promovendo presidente de Associação de 1340

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Moradores aí, tão inventando Presidente de Associação de Moradores, tá ok?

É o que eu tenho pra falar.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Então muito obrigado, muito obrigado

senhor Cimar, o senhor trouxe duas informações importantes aqui, primeiro 1345

que o objetivo aí do telefone zero oitocentos que é pra atender a população

não está funcionando, com isso eu já vi a turma anotando e vai ser cobrado

deles, e que diga a informação lá da senhora Miriam. Eu peço desculpas a

vocês da Associação de Sambaetiba, mas quando nós fazemos aqui as

referências as pessoas presentes é que foi preenchido dessa forma na, lá na 1350

entrada, tá certo? Então, já fica feito aqui o registro do senhor Cimar, eu peço

desculpas a vocês aos colegas e agradeço a apresentação do Frederico e

vamos depois avaliar a, vamos avaliar ai senhor Cimar, senhor Cimar, vamos

avaliar se esse zero oitocentos vai entrar em função lá na região. Muito

obrigado Frederico. Senhor Luis Carlos aquela observação que o senhor fez, 1355

tá o senhor ficou satisfeito com a resposta?

Luis Carlos – Alô, olha só, deixa eu pegar aqui o meu, é, olha só, eu faço

parte do Fórum Popular em Itaboraí, o Fórum foi criado por vários moradores e

entidades da cidade em função justamente de um problema de comunicação 1360

da atual transparência da PETROBRAS e em termos de tudo, a população

infelizmente não tem acesso a PETROBRAS tá? Infelizmente nós precisamos

é, por exemplo, pra essa Audiência Pública aqui, se você quiser acessar o

relatório RIMA tem que tomar senha, que a população não tem vocês tem

senha? Tem, vocês tem senha? Tá? Então isso é um problema, e aí a gente 1365

começa a desconfiar, eu sou daquele defensor da PETROBRAS e eu defendo

COMPERJ eu acho que o COMPERJ tem que ser feito e eu defendo a

PETROBRAS com certeza, que é patrimônio do povo brasileiro, mas,

entretanto a população de Itaboraí, tá assim apavorada, por exemplo?

Aumento de quinhentos por cento nos problemas respiratório na cidade tá? O 1370

número de crianças sendo atropelada na cidade aumentou barbaramente.

Enfrente ao CIEP quatrocentos e quinze, só esses últimos dois anos eu contei,

eu contei, a gente tá levantando esses dados, quase dezoito atropelamentos e

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assim, crianças de nove anos, inclusive minha sobrinha morreu em função de

um atropelamento desse. O hospital público né? A saúde pública da cidade 1375

vocês sabem que diminuiu o numero de leito ao invés de aumentar pra ir a

população, aumentou. Então a gente tem esses dados são absurdos e

começaram a mobilizar a população, sim, fora saneamento, as promessas

foram feitas até agora. Eu acho que o tema que eu to levantando, o tema

obviamente não é o da Audiência eu vou entrar no tema da Audiência, mas no 1380

momento né? Ou já podemos fazer isso? Já podemos, se eu poder eu queria

levantar algumas perguntas.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: É, as perguntas senhor Luis Carlos.

1385

Luis Carlos – Não, não, assim, num.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: A gente vai fazer no debate, até porque, eu

só me referi que o senhor tinha feito um comentário, eu perguntei se o senhor,

se o senhor em relação ao comentário, o senhor tava satisfeito em relação a 1390

resposta.

Luis Carlos – Não, não, eu acho que a comunicação tem que melhorar e

muito.

1395

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Mas isso é o objetivo da Audiência, vocês

justamente trazerem essas questões né isso? Tá? Então na parte do debate a

gente.

Luis Carlos – Depois então a gente vai abordar o assunto da gente. 1400

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Na parte dos debates a gente sai

exaurindo todas as questões.

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Luis Carlos – Então deixa só eu fazer uma propaganda? Aí galera, olha, dia 1405

quatro agora no CIEP de Itaboraí o Fórum tá se reunindo, quanto mais gente

vier, com mais reivindicação, mas a gente pode levantar e levar pro Ministério

Público, levar pra PETROBRAS que organizado nós conseguimos. Sabemos

que infelizmente nossas representações tem sido péssima, então ou a gente

faz né? Até às vezes a PETROBRAS não é culpada por que ela não sabe, por 1410

exemplo, ela não sabe que, só um detalhe uma coisa importante, eu vi a

PETROBRAS falando em defesa do patrimônio né? Histórico, o primeiro túnel

ferroviário deste país está nesta cidade e esse túnel está caindo por culpa

direta do impacto dos caminhões do COMPERJ e dois, esse túnel tá hoje

alagado como foco do mosquito da dengue lá em Caxi, é, lá em Porto das 1415

Caixas, por que fecharam eu não sei por quê. Entendeu? Então nós tomos um

patrimônio que não é só da cidade de Itaboraí, mas do povo brasileiro sendo

destruído por isso aí, ele tá preste a cair e a gente pede a prefeitura né? A

gente pede a PETROBRAS enfim, tamo pedindo, e olha, até agora ninguém

ouviu, tá? Então a gente, aqui tem um documento conforme eu vou passar, 1420

mas isso são patrimônios da nossa cidade então, os buracos, nós estamos

cheio de buracos né? Quem que mora aqui sabe que é poeira, poeira, poeira,

poeira, poeira, nós da COMPERJ até agora só vimos sabe o que? Comemos

poeira, mas nada.

1425

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Então tá bem Seu, qual é o horário da

reunião Seu Luis Carlos? Qual é o horário da reunião? O senhor falou que é

dia quatro, peraê, peraê....

Luis Carlos – Ó, dia quatro às quatorze horas no CIEP Itaboraí, é bom todo 1430

mundo participar, falou galera?

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Tá certo. Deixa ele falar.

Sr. Heleno – Boa noite gente, eu sou Heleno do Engenho Velho, sou da 1435

Agenda Vinte e Um. É, eu vi um pessoal de Calundu levantar e ir embora, isso

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aqui é do nosso interesse, se a gente começar, se a gente não tá entendendo

procurar conversar, e tá entendendo o que tá acontecendo. Esse pessoal de

Calundu está numa área impactada pela, pelo empreendimento, o duto vai

passar por dentro do Bairro Calundu, tá, foi colocado ali, então ninguém arreda 1440

pé daqui, ninguém arreda pé daqui até acabar por que Engenho Velho, tá aqui

olha, Engenho Velho, Reta Nova, Pico, Calundu, Itapacorá, Cabuçu, então a

gente não sabe onde vai passar esse, esse duto, então ainda não foi dito onde

vai passar, nem a rua a gente sabe. Possivelmente alguma pessoa que vai ser

afetada pelo, diretamente pelo duto que vai passar exatamente em cima do 1445

terreno, embaixo do terreno onde a pessoa está morando um desses que saiu

aí pode tá sendo afetado. Então as pessoas não entenderam, se não

entendera, permaneça que vai ter debate, daqui a pouco vai ter debate e os

debates vão esclarecer, todos nós vamos sair daqui entendendo tudo,

ninguém. 1450

Interrompido o áudio....

Adelmo Santos – Secretário de Meio Ambiente de Itaboraí: Oi. É, olhando

daqui parece que esvaziou mesmo, viu Heleno. Bem, boa noite a todos, boa 1455

noite aos componentes da mesa. É, eu gostaria muito de estar, hoje aqui

nessa audiência pública, trazendo uma... Ela não quer que eu vô embora não.

Não vou mesmo trazendo um, um pedido. Até porque eu acho que é o anseio

nosso, da população. Me refiro até aqui ao Carlos, viu Carlos. Nós precisamos

de uma audiência pública, que esteja atento às questões técnicas. Assim diz a 1460

lei. Mas eu acho que a linguagem, a didática, deve ser colocada numa

linguagem mais popular, pra que todo mundo entenda, pra que todo mundo

saia daqui com poucas dúvidas sobre o que acontece. A Secretaria do Meio

Ambiente do Município de Itaboraí hoje, podemos assim dizer, não é Doutora

Denise, é um órgão auxiliar do INEA. Nós promovemos e fazemos 1465

licenciamento ambiental, não desse porte, mas os nossos técnicos hoje estão,

é... aptos, além da sua formação. Nós temos engenheiros, biólogos, gestores

ambientais, a entender o que se fala numa audiência pública. Mas, quero

nesse momento colocar a Secretaria de Meio Ambiente justamente pra ligar

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essa teclinha SAP. Alguém que não entendeu? Que tem dúvidas, que não 1470

consegue estar no INEA e que não consegue chegar à Petrobras, que procure

a Secretaria do Meio Ambiente, que nós estamos lá à disposição justamente

pra poder fazer. Eu trouxe hoje uma equipe nossa que está aqui, técnicos,

fiscais, acompanhando essa audiência pública nesse sentido. E gostaria de,

então nesse momento, agradecer em nome da Prefeitura, em nome do Prefeito 1475

Sérgio Soares a presença de todos e já deixar uma pergunta, se assim for

permitido, pra Professora Leonora, que indique qual o nível de risco e de

garantia de sobrevida dessa tubulação que vai ser enterrada. Quanto tempo

essa tubulação existe? Garantia de sobrevida dela sem manutenção? De

qualquer forma, volto a dizer pra vocês, agradeço aí a presença de todos. 1480

Muito obrigado. - palmas –

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Bom então agora, enquanto nós

organizamos as perguntas que vocês fizeram, vamos dar dez minutos de

intervalo. Já tá servido o lanche ali fora e nós voltamos em dez minutos. Muito 1485

obrigado. E vocês podem fazer as perguntas e entregar aí no papelzinho.

Intervalo....

Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Bem, então vamos recomeçar a 1490

audiência, nessa segunda fase que é a fase dos debates, das pessoas que se

inscreveram aqui, das que encaminharam perguntas, e também aqueles que

vão fazer as suas intervenções aqui na audiência. Então, o pessoal já está

chegando aí? Já tá todo mundo a postos? Nossa mesa já está formada. Então

vamos recomeçar. 1495

Entre as pessoas que enviaram um pedido para a CECA, e que esteve

presente na reunião e na audiência pública de ontem, eu gostaria de destacar

aqui o Sr. Alberto Ferraz. Muito obrigado. E que está presente hoje também,

fez a sua inscrição para a audiência de ontem e fez também a sua inscrição 1500

para a audiência de hoje. Então nós vamos abrir aqui os debates, Sr. Roberto,

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que é secretário da Fapesca aqui do Rio de Janeiro. Vamos abrir os debates

com o seu comentário. Ontem nós falamos sobre o tamanho, a extensão do

duto marítimo. Então hoje o senhor está aqui valorizando a audiência. Muito

obrigado. E a turma está pronta pra escutar seus comentários. Muito obrigado. 1505

Por favor. Obrigado aí pela delicadeza que o senhor teve de encaminhar pra

CECA um resumo da audiência de ontem. Depois eu vou passar para a

Petrobras também. Muito obrigado.

Sr. Alberto Ferraz: - Obrigado. Boa noite a todos e a todas. Hoje eu não vou 1510

me ater sobre a pesca totalmente. Primeiramente eu sou Alberto Ferraz. Eu

sou da Fapesca – Federação de associações de pescas artesanais do Estado

do Rio de Janeiro. Como visto, nossa federação abrange todo o Estado do Rio.

Então ontem atuamos em Maricá. Hoje estamos aqui. Ontem falamos sobre a

pesca. Hoje vamos falar sobre a sociedade. Sobre as comunidades 1515

desenvolvidas. Mas para entrar nesse assunto, eu tenho em mãos aqui uma

parcela só do relatório do IBASE da pesquisadora Natália Gaspar, onde eu

vou ressaltar alguns itens que separei. Não vai ser tudo que eu vou ler; só

algumas coisas aqui que eu separei que falam diretamente das comunidades

do entorno. Então esse relatório tem os limites de potencialidade de controle 1520

social dos processos de licenciamento ambiental, no caso o COMPERJ e

também da TKSSA, coisa que não tem nada a ver aqui, mas tem, futuramente.

O meio dessa iniciativa, a website do observatório pré-sal, indústria extrativista

mineral constitui ferramenta de articulação entre organizações de viabilidades 1525

de lutas e atingidas pelos grandes empreendimentos de setor de informação e

de qualificação de debate público. É o que estamos fazendo hoje. Através da

website do observatório pré-sal e da indústria extrativista mineral, observamos

e conferimos a viabilidade dos impactos sociais, ambientais e industriais

extrativistas minerais e de suas cadeias produtivas, em vista de trazer essas 1530

questões para o debate mais amplos das sociedades sob um modelo mais

amplo de desenvolvimento do país, permitindo a sua potencialização também

pelas populações urbanas e não diretamente atingidas por esses impactos.

Nesse sentido, a articulação dos elementos visando o desenvolvimento de

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uma praxe de monitoramento de controle social, é a tática que elegemos. Já 1535

existem mobilizações contra a TKSSA por parte dos moradores das áreas

atingidas, e ONGs e participações ativas e parlamentares ligados ao Rio de

Janeiro. Acontecem em várias audiências públicas em que foram relatados

maus tratos a funcionários, perseguições a pescadores da região, aumentando

os problemas respiratórios de idosos e crianças e violência contra os que se 1540

opõem aos avanços da companhia.

O que quer dizer isso? Isso aqui é o reflexo daqui alguns anos quando as

indústrias estiverem funcionando. Problemas respiratórios que podem

acontecer, problemas que podem estar acontecendo até hoje com algumas 1545

coisas. Então, isso aí a gente tem que ficar atentos. Não adianta a gente falar

sobre os dutos só ali. Não, nós temos que falar sobre a sociedade, nós temos

que falar sobre as doenças que podem vir futuramente. No caso COMPERJ,

também há mobilização dos pescadores e moradores da região, que acusam o

empreendimento de inviabilizar a pesca, apenas um dos violentos impactos 1550

socioambientais inerentes a um empreendimento de tamanho porte. O que por

conta dos desníveis das forças envolvidas e dos diferentes interesses que se

apresentam às comunidades no entorno do empreendimento – sindicatos,

Petrobras, BNDES – são poucos discutidos pela sociedade. Falta a

viabilidade, a maior comunicação tá faltando. Hoje foi falado sobre isso. Assim 1555

sendo, com esses objetivos, o recorte estratégico para os estudos no caso

adotou como ponto de partida os processos de licenciamento ambiental

desses empreendimentos. O processo de licenciamento ambiental tem se

constituído em um espaço legítimo de luta em torno dos usos de recursos

naturais na concepção do mesmo de desenvolvimento durante o qual podem 1560

ser articuladas alianças entre sujeitos sociais interessados nos mais diversos

níveis. Mas cujos resultados ainda costumam ser fortemente influenciados

pelas relações de poder entre as partes envolvidas. Ao mesmo tempo em que

a institucionalização do processo de licenciamento ambiental é o resultado de

lutas no sentido de estabelecer o controle social sobre a implantação de 1565

grandes estabelecimentos industriais. O espaço destinado à participação da

sociedade dentro desse processo de um acordo entre a doméstica dos

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conflitos através da imposição e irracionalidade empresarial e governamental

sobre a temporalidade e do conflito social. Por outro lado, a mobilização da

sociedade junto ao ministério público – Por falar em ministério público, hoje 1570

estamos outra vez sem a presença do ministério público. Em uma audiência

pública tem que ter o ministério público. Nós gostaríamos de saber o porquê, a

razão da não-presença do ministério público pra representar o povo. Ele tem

que estar aqui pra representar o povo, atender as nossas reivindicações.

1575

Recentemente a perspectiva do controle social sobre o processo de

licenciamento tem se ampliado através da participação do poder legislativo,

através da formação das comissões especiais e da realização das audiências

públicas, geralmente nos casos em que são flagrantes não só os efeitos

nocivos dos empreendimentos ao meio ambiente e à população, mas também 1580

em que a posta da dúvida e a capacidade dos órgãos competentes em fazer

valer a legislação e garantir a prevalência do bem comum. No caso da

implantação da Companhia do Atlântico sul, na Baía de Sepetiba, no estado do

Rio de Janeiro, há um paradigma nesse sentido, embora o COMPERJ também

seja objeto de comissão especial na Alerj. Já está em estudo na Alerj há algum 1585

tempo já.

Cabe ainda antecipar uma das conclusões desse debate, por exemplo, um dos

objetivos desse relatório, ambos dos empreendimentos em estudos estão

sendo licenciados em esfera estadual inicialmente pela Fundação em 1590

Engenharia e Meio Ambiente, o FEEMA e a partir de 2009, pelo Instituto

Estadual do Meio Ambiente, o INEA. A falta de transparência e informação isso

é latente sobre os diversos processos de licenciamento ambiental relacionados

à implantação desses empreendimentos. A dificuldade por acessos – acessar

os estudos, relatórios, licenças, termos de referências e demais documentos 1595

que deveriam ser disponibilizados para a sociedade de maneira sintetizada e

de mais fácil compreensão constitui por aí elementos relevantes a limitação do

exercício do controle social de da cidadania. É minha gente. É isso aí.

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Sendo assim, um dos objetivos primeiros desse trabalho é disponibilizar aos 1600

atingidos pelo empreendimento e suas organizações o apoio dos trabalhos

dessas empresas, seus sindicatos e associações aos movimentos sociais e a

sociedade em geral, resultado de um esforço de pesquisa e sintetização de

diferentes documentos produzidos e ambos do licenciamento do COMPERJ e

da CSA, dentro das limitações de recursos disponíveis, que passam a ser 1605

apropriados. Estou acabando já. Rapidinho. Falta mais uma coisinha só e nós

vamos encerrar pra gente não prolongar muito.

A obtenção de licença ambiental que produzem construções, funcionamento e

investimentos por parte do COMPERJ, comportam na verdade vários 1610

processos de licenciamento ambiental. Já foi dito hoje aqui, né? O

acompanhamento no legislativo dessas audiências públicas, a implantação do

COMPERJ vem sendo objeto de criação de diferentes comissões especiais

pelo poder legislativo pela Assembléia do Poder Legislativo do Rio de Janeiro,

a ALERJ. Foi constituída uma comissão especial para discutir a constituir a 1615

interlocução com os municípios que sofrem influência do COMPERJ junto à

Petrobras que realizou a audiência pública no dia 30 de maio presente no ano

passado, em 2011. Ao longo dessa audiência houve uma grande explanação

da secretaria, do secretário do meio ambiente Luis Carlos Minc, sobre a

compensação ambiental negociada com o empreendedor. Engraçado, né? A 1620

pesca até hoje não viu nada. A sociedade até agora não viu nada. Como é que

fica isso? Por parte das diferentes organizações sociais, os impactos

ambientais sobre a Baía de Guanabara, dos impactos das instalações dos

dutos, a falta de participação democrática durante o processo de elaboração

da agenda 21 e da exclusão dos pescadores durante a discussão do 1625

licenciamento. Na câmara dos vereadores de São Gonçalo foi realizada uma

audiência pública sobre os impactos do COMPERJ, sobre a mobilidade urbana

do município, surgindo um questionamento por parte dos moradores dos

bairros de Itaoca e do Largo da Ideia, a respeito dos impactos sobre os seus

locais de moradias foram criticados, também os eleitos não só do COMPERJ 1630

mas de outros empreendimentos da Petrobras sobre as condições de vida e

trabalho dos pescadores da Baía de Guanabara. Esse é o relatório. Agora tem

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mais duas coisinhas. Os pesquisadores – outra vez eu ataco os

pesquisadores. Primeiro, erraram sobre a fauna de Maricá. Lá não temos só

aquela meia dúzia de peixes que se apresentou. Nós temos olho de cão, nós 1635

temos vermelho, nós temos arraia e outras espécies. Ali naquela região ali

temos vários pesqueiros naquela região. Se vocês não pesquisaram, ali temos

pesqueiros de pargos, pesqueiros de tainha. Temos ali naquela região onde

vai ser despejado o duto. As porcarias que vêm do COMPERJ para jogar lá na

nossa Baía, nas nossas praias. Não é isso? E outra coisa também sobre a 1640

temperatura. Vinte e seis graus Celsius em fevereiro. A nossa mínima lá é 35

graus. A mínima lá é dezessete, dezoito graus. A nossa máxima é 35, 38. Não

vinte e seis. Essa temperatura é temperatura de serra, não de Maricá que é

uma área praiana. Por isso é que eu digo. A pesquisa é mal feita. Não tem

perguntas, não pesquisam direito. Falta uma iniciativa melhor. Vamos estudar 1645

melhor. Vamos perguntar à população, vamos chegar junto aos pescadores.

Onde são os pesqueiros, como é que se faz. Entendeu? É isso. Eu falo isso

porque eu também sou pesquisador. Eu sou gestor e diretor ambiental além de

pescador. Muito obrigado pela atenção.

1650

Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Muito obrigado, Sr. Roberto. Então o Sr.

Roberto falou sobre vários assuntos aqui. Se o senhor puder deixar o

documento, a gente anexa ao processo. E os colegas do EIA-RIMA poderão

responder os comentários sobre a temperatura, sobre a qualidade dos

efluentes que vai ser lançado. Seu Roberto, em relação à compensação 1655

ambiental, que também é uma pergunta do nosso colega Anderson. Isso, isso.

Então, em relação às compensações ambientais que elas são cobradas de

empreendimentos como esse, que têm EIA-RIMA, que têm uma audiência

pública, tem uma legislação federal, que até se eu não me engano o Sr.

Albertone mencionou que define como são essas compensações. Aqui no 1660

nosso estado, nós temos uma regra, que ela é de 0,5% a 1,0% do

empreendimento. Só que nos últimos licenciamentos, o estado, o secretário

andou fazendo umas compensações também para a turma da pesca. Então, é,

mas vocês terão boas notícias aí brevemente, tá certo? Então, isso aí é uma

das coisas que eu posso adiantar a vocês, que é a pergunta, uma das 1665

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perguntas do Anderson também, além daquelas compensações já da

legislação, outras compensações seriam exigidas. Algumas entraram até como

condicionante da licença, como saneamento. Esse projeto aqui, ele, uma

exigência da licença prévia foi o saneamento dos municípios por onde

passasse o emissário. Então, a informação é que são 160 milhões pra 1670

saneamento em Itaboraí e Maricá. Quer dizer, isso vai trazer um benefício para

toda a sociedade. E outras situações também, que com o passar dos

licenciamentos vão acontecendo. Mas isso eu posso informar a vocês que foi

um documento que constou da licença, e tudo que o senhor disse, todos os

documentos ambientais, eles são públicos. Todos nos podemos acessar. 1675

Todas as licenças, a ata dessa audiência, a transcrição da ata. E tudo isso

está na página do INEA também. Não, não. Na página do INEA não precisa

senha. Não, na página do INEA não precisa senha. O senhor pode ir lá, se

alguém tiver aí e quiser fazer um teste. Não precisa senha. A senha é só ligar

o computador e (emite som com a boca), tá bom? 1680

Então tá tudo lá. Esse espaço aqui é importante pra vocês saberem que vocês

podem acompanhar dentro de uma semana a ata dessa audiência tá lá. Até

dez dias nós temos a transcrição. Transcrição é o que vocês estão vendo aqui.

Tudo o que nós falamos aqui é gravado. Tudo o que o senhor falou é gravado. 1685

Depois, a empresa dessa turma que está filmando aqui, eles fazem a

transcrição, eles passam para o papel. É um documento enorme, ele é

anexado ao processo. E isso fica também no, lá na página do INEA. Eu não

posso falar lá da página da Petrobras porque eu não sei. Mas eu acredito que

as informações do EIA-RIMA também estão lá, do EIA. Mas na página do INEA 1690

com certeza tem lá. Faço um convite para o senhor para amanhã dar uma

ligadinha lá pra CECA depois de, porque lá não precisa senha não.

Agora, as perguntas que ele fez em relação à temperatura, à qualidade do

efluente, à preocupação do que sai do efluente prejudicar o trabalho lá da 1695

pesca, eu queria que vocês fizessem uns comentários, principalmente da

questão da temperatura que eu vi que ele ficou bem preocupado com isso e

também dos peixes.

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Albertone Sant’ana - Cepemar: - Sr. Roberto Ferraz, o senhor tem uns 1700

pontos aí que é importante esclarecer. Mas antes eu queria explicar que as

informações que entram no estudo de impacto ambiental, elas têm algumas

origens específicas. Elas são informações coletadas durante a elaboração do

estudo de impacto ambiental. Os técnicos vão a campo, analisam as amostras

e com base nisso escrevem o relatório, o estudo de impacto ambiental 1705

propriamente dito. Ou elas são frutos de publicações anteriores na área ou

elas são frutos de uma coleção de museu, coleções biológicas e de outra

natureza, que servem de dados pros técnicos escreverem o estudo de impacto

ambiental. pra região de maricá – isso pra responder sua pergunta sobre a

fauna de peixes. Pra região de Maricá especificamente, a gente tem uma 1710

carência muito grande de informação sobre a fauna de peixes. Digo a

informação na forma de publicação em tese de mestrado, doutorado, coleções

de museus, e outras mais. A gente tem alguns estudos no Brasil que estão

disponíveis, que são para regiões mais profundas e que vão caracterizar uma

fauna de peixes diferentes daquelas que as comunidades dali pescam, que aí 1715

já são alvos de uma atividade pesqueira industrial, que eu acho que não é a

atividade que o senhor está se referindo ali na região de Maricá propriamente

dita. Com base nessa carência de informação e a necessidade de se ter

informações sobre a fauna de peixes no estudo de impacto ambiental, foi feita

uma coleta. E essa coleta jamais terá o objetivo de suprir ou de cobrir todo o 1720

conhecimento que os pescadores têm de anos pescando na mesma região,

nos mesmos pesqueiros, trazendo um conhecimento grande dessa região.

Então, esses resultados de peixes marinhos que eu apresentei são fruto dessa

campanha específica que foi feita para o EIA-RIMA. E lá naquela ocasião foi

encontrada aquela quantidade de peixes. Obviamente que se os pescadores, 1725

ao longo de um tempo, voltarem a campo e forem amostrando, obtendo

amostras melhores, mais fiéis à realidade, em épocas diferentes do ano, eles

vão trazer informações bem mais completas, mais profundas e isso

provavelmente o plano de estudo, o plano de monitoramento ambiental seja

esse enriquecedor de informações da região, para todos os conjuntos de 1730

parâmetros que vão ser analisados ali na região. Então realmente o estudo

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prolongado dessa quantidade de peixes vai trazer mais informação sobre ela e

certamente vai valorizar mais esse conhecimento popular que os pescadores

têm sobre a fauna local.

1735

Agora, é importante lembrar que na caracterização da comunidade pesqueira,

a comunidade pesqueira foi consultada e foi ouvida. A comunidade pesqueira

indicou onde são as áreas que eles lançam as redes de espera, onde são as

áreas que eles usam cada tipo de petrecho específico que foi identificado na

região. Então, esse conhecimento também é de posse do estudo de impacto 1740

ambiental e está citado lá no estudo de impacto ambiental, que também

enriquece todos esses dados de coleta de amostragem que a equipe foi a

campo. Sobre a observação da temperatura da região, os dados de

temperatura que estão disponíveis pra região são dados da Marinha. O banco

de dados da temperatura, não só de temperatura, mas dados de vento, dados 1745

de insolação, de precipitação, quantidade de chuva na região. A maior parte

dos dados atmosféricos pra região ali são fornecidos pela Marinha. E eles são

dados de uma série histórica bem longa – geralmente essas séries históricas

são de trinta a cinquenta anos. Elas sofrem uma correção estatística pra retirar

os erros e terem valores bem significativos pra região, e são esses dados que 1750

foram usados, com valores de 26 graus como mínima pra região. Tá ok? Então

são os dados disponíveis pra gente, são os dados confiáveis fornecidos pela

Marinha e que apresentam esses valores que estão apresentados no estudo

de impacto ambiental. Bom, era o que eu tinha pra responder sobre as

questões que o Sr. Roberto colocou. 1755

Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Eu acho que o plano de monitoramento

ambiental ao qual você se referiu, por ser mais detalhado, isso já pra fase da

LI que é apresentada. Eu acho que isso aí que ele, que tem gente aqui que

também perguntou, alguns colegas perguntaram “E o plano de educação 1760

ambiental, o plano de monitoramento, o plano de contingência, os planos de

emergência?” Muitas perguntas aqui vieram “E se houver um vazamento, um

derrame?” Isso vai estar coberto pelos planos de emergência e pelos planos

de contingência, que vão ser exigidos pelo INEA em uma fase posterior. Por

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que isso, seu Roberto? Porque eles não têm a licença prévia ainda. Então 1765

esses estudos mais detalhados, eles são cobrados pelo INEA já em uma fase

posterior do licenciamento, quando já há uma expectativa de prosperar esse

empreendimento, certo? O senhor está satisfeito com a resposta? O

importante é o senhor deixar com a gente o relatório que é passado pra eles

também. 1770

Sr. Alberto Ferraz: - Mais ou menos. Poderia ser mais profundo. Esse estudo

de impacto, ele tem que ser mais profundo. Não adianta só ficar por meio de

fotografias, por livros, por pesquisas bibliográficas. Quando eu fiz a minha

monografia, que foi sobre os manguezais, eu saí em campo. Eu fiquei dois, 1775

três meses dentro do manguezal pesquisando. Eu fiquei dentro do manguezal

pesquisando. Pra fazer a monografia da graduação e depois de pós-

graduação. Então, esse é o caso que a gente tem que é uma questão

ambiental, é uma questão social. Nós temos que aprofundar os estudos.

Quando vocês estão querendo obter uma licença então os estudos têm que 1780

ser profundos para realmente mostrar a sociedade o que realmente está

acontecendo, tá? E mostrar nos relatórios a biodiversidade geral. Tanto no

espaço, como no céu, como na terra, como na água, como na população, nas

comunidades. Esse estudo tem que ser feito realmente em campo. Mas em

campo mesmo. Não é uma ou duas pessoas andando no bairro e pegando por 1785

amostragem, como se é feito pela, como é feita geralmente a pesquisa.

Geralmente é feita assim. Por amostragem. Não por amostragem. Isso é um

assunto sério, isso é um assunto de responsabilidade. Um assunto que

envolve vidas, que envolve saúde. Então nós temos que realmente ir mais

fundo, tá? Aos senhores que são pesquisadores, que são analistas 1790

professores, eu peço isso. Que sejam mais sucintos nas questões, tá ok?

Muito obrigado.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Tá certo, seu Roberto. E tudo isso vai ser

exigido caso prospere o licenciamento. Mas nessa fase não foi feito. Vamos 1795

ver as inscrições que foram feitas. Cada um que falar, se identifica, por favor.

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Sr. Heleno – Representante da Comunidade: - Meu nome é Heleno, da

Agenda 21. Moro aqui no Engenho Velho. A questão que eu quero esclarecer

aos moradores é que a linguagem é muito técnica. Mesmo o técnico se 1800

esforçando pra falar em uma linguagem popular, muita gente está encontrando

dificuldade pra entender. Mas isso é normal. A gente quer saber quais as ruas

que serão afetadas pelo empreendimento. O nome das ruas. Os moradores

querem saber quais as ruas que vão ser afetadas. “Eu moro na Rua tal”. A Rua

tal vai ser afetada. Então, eu preciso disso aí. Até então ninguém sabe. Outra 1805

coisa: qual vai ser a forma de indenização, desapropriação, compra, seja lá o

que for feito, nesses terrenos onde vai passar o empreendimento? E outra.

Caso o empreendimento afete parte do imóvel, parte do terreno, como é que

vai ser o procedimento? Isso aí vai ficar, o proprietário com a metade do seu

terreno? Eu vou ser desapropriado da metade e aí fico com a outra parte? 1810

Como é que vai ser resolvido isso? São questões prementes dessa

população? Outra. Se as pessoas que moram nas ruas atingidas já foram

notificadas oficialmente que elas serão indenizadas ou sei lá o que vai ser

feito. A notificação oficial. Isso aqui trata-se de um investimento oficial. Porque

falar todo mundo aqui na região sabe que vai passar um duto. Passa um 1815

técnico, “Ah tá fotografando? O que você está fazendo? Estou tirando a

fotografia do lugar porque vai passar não sei o quê.” Então tem fotografia de

tudo quanto é investimento aqui em Itaboraí e as pessoas estão perdidas

nisso. Então, elas querem saber se já foram notificadas e se não foram, que

sejam notificadas. E que esse processo seja feito com muita discussão, com 1820

muito diálogo, com muito entendimento pra evitar que alguém fique no

prejuízo. Já houve no passado, quando começou o COMPERJ, no início do

COMPERJ, quando começou o processo de desapropriação, de compras do

terreno lá onde está sendo construído o empreendimento. Teve um funcionário

da Petrobras que chegou aqui e causou o maior terror naquela região. 1825

Moradores de Sambaetiba e de Alto Jacu que estejam por aqui são

testemunhas disso. O povo ficou apavorado, gente chorando, foi parar gente

no hospital porque enfartou com o terror que foi colocado. Resolveu-se a

situação, a gente se mobilizou. A Petrobras trocou esse funcionário, veio esse

funcionário pra cá e ele está aqui, é um cara até respeitado. Ele veio e 1830

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respeitou a população. Então não podemos dizer que certas coisas que

aconteçam não são políticas da empresa. Vai muito da questão do

comportamento da pessoa. O Oliver veio, conversou com a comunidade e saiu

a bom termo. Lógico que não vai atender 100%. A humanidade, o ser humano

nunca vai atingir 100% em nada que faz. Mas saiu a bom termo. Por quê? No 1835

começo a coisa foi difícil porque um funcionário não soube tocar o processo.

Então, até agora a gente que mora no bairro do Engenho Velho que é o bairro

onde eu moro – eu conheço muita gente na Reta Nova, que eu sei que vai

passar, conheço muita gente em Pico, conheço pouca gente em Cabuçu - mas

eu nunca encontrei ninguém no meu bairro que tenha sido notificado que vai 1840

ser desapropriado. Então é preciso que a gente tenha muito cuidado com isso.

Se alguém sair prejudicado nisso, não pode ser o morador. O morador não pôs

sua casa à venda. O morador não está vendendo a sua casa. Ele comprou um

imóvel, pagou com sacrifício, trabalhando, suando pra um projeto de vida.

Então, como é que vai ser essa negociação? Quanto vale um projeto de vida? 1845

Você pode chegar lá e dizer “vou te pagar a preço de mercado”. O que é preço

de mercado em Itaboraí hoje? Um lote que valia 20.000 reais aí, um lote com

um imóvel, uma casa que valia 50.000 reais aí, hoje aqui antes do COMPERJ,

Hoje vale R$ 300.000. Criou-se um ágio, uma inflação, e se for desapropriar

pelo preço de mercado, uma pessoa recebe aí o valor de mercado e nunca vai 1850

comprar um imóvel aqui em Itaboraí pra ele morar. Ele vai ter que ir pra depois

do mato, porque no mato ele vale mais que R$ 50.000. Então é preciso que se

tenha muita conversa, muito tato pra que se possa realizar isso. Porque o

único que não pode ficar no prejuízo vai ser o morador. Temos que chegar em

um acordo, que vai ser de repente, ao invés de pagar isso. Agora se a pessoa 1855

quiser o dinheiro, aí é o direito de cada um, tem que ser respeitado. Agora, eu

acho que uma proposta seria reassentamento. “Ah, se meu terreno tem 12X30,

tem uma casa lá tal, tal, tira ele daqui, mas põe em um outro terreno 12X30 ali

com uma casa igual a que ele morava.” Aí ninguém vai sair no prejuízo.

Também não pode ser tão afastado da comunidade onde ele vive, onde a 1860

pessoa tem toda a sua vida. Não pode tirar ele daqui e mandar lá pra Curuzu,

por exemplo. Acho que isso tem que ser respeitado. Essa é a preocupação da

população de Itaboraí. Essa é a pior situação. Tem gente nervosa sem saber o

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que vai acontecer. Tem gente que hoje está assim: “eu construo, eu continuo a

reforma da minha casa?” “Eu preciso fazer um puxadinho na minha casa. Eu 1865

faço? O que eu vou fazer?” “Eu ia construir uma casinha lá no fundo pro meu

filho que vai casar e vai morar lá nos fundos. Eu faço a casinha lá nos

fundos?” Tem muita gente da comunidade assim, em dúvida, que não sabe o

que fazer. Então precisamos esclarecer isso. Se a gente fizer umas rodadas de

discussão depois dessa audiência pública – a gente realizar uma rodada de 1870

discussão com a comunidade é fácil, a gente já fez muito isso aqui com o

próprio COMPERJ. Nós fizemos várias reuniões. A primeira foi lá em

Sambaetiba, na associação de moradores, no Alto Jacu, na associação de

moradores. A segunda foi aqui nesse CIEP, ali no ginásio. A terceira foi no

Colégio Genésio e aí saímos e fizemos muitas discussões e o resultado foi 1875

positivo. Então vamos voltar a esse entendimento. Vamos conversar com a

população para esclarecer, pra tirar esse desassossego que começa a ser

criado. E hoje, depois dessa audiência pública, pior ainda se a gente não

chegar nesse nível. Então a grande preocupação é essa. Eu queria falar com o

INEA. 1880

Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Senhor Heleno, só

Sr. Heleno: - Eu queria falar com o INEA também.

1885

Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Senhor Heleno, tudo o que o senhor

falou, parece que vocês combinaram. Tudo o que o senhor Heleno falou e

resumiu de forma muito precisa, muito concisa. Tudo o que o senhor falou tá

aqui.

1890

Sr. Heleno: - Eu moro aqui, rapaz. Eu moro aqui.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: - As perguntas da turma toda aí, as

perguntas feitas pelo pessoal de Reta Velha. É Reta Velha, hein o seu?

1895

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Sr. Heleno: - Reta Nova. Engenho Velho. Picos

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Reta Velha. Isso. Têm aqui perguntas,

eles querem saber como é que vai ser a indenização. Quanto tempo demora?

Quanto tempo de espera? Sr José Batista: “A Petrobras vai indenizar o 1900

proprietário do terreno? E a casa? Por onde vai passar?” O Sr. José Carlos:

“Gostaria de saber se a Petrobras vai indenizar quem tem dois imóveis? Qual

o prazo para que o imóvel seja desocupado?” Tem um também que o senhor

falou que estava pensando em fazer uma reforma, aí já fica na dúvida. A outra

pessoa já disse “Mas ninguém falou nada pra gente, né?” Também a turma aí 1905

de Reta Velha, exatamente o que o senhor falou, especulação imobiliária subiu

bastante por ocasião do COMPERJ. Pergunto se há um projeto de

desapropriação na Reta Velha. A Dona Maria José de Medeiros, cadê a Dona

Maria José? Então, essas coisas que o senhor Heleno está mandando. “Sou

morador do Morar Feliz.” Onde é o Morar Feliz na Reta Velha? 1910

Sr. Heleno: - É aqui nessa direção.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - É aqui na direção então. A turma queria

saber se será desapropriada. Então essas informações, pra turma toda que 1915

estão aqui estão com essa ansiedade. Querem saber oficialmente, até porque

se não tiveram informação da Petrobras vai ter uma fonte alternativa, alguém

vai falar uma coisa e isso vai virar um horror. É ou não é?

Sr. Heleno - Já virou. 1920

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - O senhor falou que no passado, um

funcionário que não teve habilidade já causou problema. É ou não é? Essas

coisas é que têm que ser solucionadas hoje. Então eu queria nessa bateria de

perguntas e comentários que o senhor fez, como também do seu Eraldo, que 1925

quer saber, que tem muito boato. Cadê seu Eraldo? Seu Eraldo dizendo “Tem

muito boato, a gente não sabe o que vai fazer. Eu gostaria de saber quais são

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as obras lá na Reta Velha?” Muito obrigado seu Eraldo, pela sua presença. O

seu Nivaldo também, cadê seu Nivaldo? Está aí atrás seu Nivaldo? “Queremos

que a Petrobras melhorasse aí a questão do transporte, que o município está 1930

abandonado, que o prefeito não está.” Enfim, ele fez uns comentários aqui em

relação, quer dizer, a Petrobras não pode responder pela prefeitura. Isso aí a

gente tem que compreender. Mas eu gostaria que vocês dessem uma

tranqulidade para essa turma toda que está aí, no sentido das

desapropriações, locais onde vai passar, locais que não passará o duto 1935

terrestre, portanto dar uma tranqüilidade. Vamos fazer essa divisão então, seu

Heleno?

Sr. Heleno: - Vamos. Eu só queria complementar o seguinte: aí entra uma

outra etapa. Existe, vai ter a área do emissário. Pessoas que não estão dentro 1940

da área, mas vão ficar às margens. Vai ficar enterrado no chão, mas ali vão

passar produtos químicos. A educação dessas pessoas tem que ser muito bem

trabalhada porque a gente sabe que pra abrir buraco nesse país é a coisa

mais fácil que tem. Se vocês quiserem saber o que é buraco é só vocês da

empresa saírem andando por Itaboraí. Itaboraí é a, eu acho que o cara que 1945

inventou o buraco nasceu em Itaboraí. Porque Itaboraí é o lugar que tem mais

buraco. Então Itaboraí abre buraco pra qualquer coisa. Isso é uma coisa certa.

Até por curiosidade. É necessário que haja um investimento muito grande na

educação dessas pessoas que moram na área de influência. Não é só que o

vizinho de porta-a-porta não. Área de influência. Área de influência. Porque 1950

isso é perigoso.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então vamos lá. Vamos responder a

pergunta aí do seu Heleno, por favor. Vamos lá, senão é muita pergunta e a

gente perde a sequência. Mas fica aí. Pois não, pode acrescentar seu Luís 1955

Carlos. Seu Luís Carlos tem boas reivindicações. Como o seu Heleno também.

Acho que acabou até a bateria do microfone.

Senhor Luís Carlos – representante da comunidade: - É só uma

reivindicação. Só em cima desse traçado que eu fiquei com uma dúvida aqui. 1960

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Vem da Reta é o Pico, é o Calundu, Cabuçu. Pelo o que eu conheço da cidade

tem mais bairros que esse troço vai ser cortado aí e não está registrado. Eu só

queria entender esse traçado. Porque no mapinha ali fica bonitinho. Poderia

ser com o mapinha da Google e ficaria melhor ainda ou o da cidade, porque

esse traçado daqui está maluco, pelo menos ao meu ver pelo que eu entendo 1965

da cidade. Eu queria entender melhor até pra localizar esse traçado.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então vamos fazer esse traçado. Vamos

esclarecer pra turma isso aí, por favor.

1970

Leonora Meneses - Petrobras: - Boa noite. Eu Vou tentar. Vamos tentar

lembrar que desde o início como eu apresentei o projeto. A escolha do

traçado sempre é feita, apresentada ao INEA, mas umas das, um dos pontos

que nos move para uma determinada solução é exatamente o menor número

de desapropriação, é atingir o menor número de casas. Exatamente pra não 1975

causar tantos problemas. Mas infelizmente você tem que passar o duto,

mesmo que você não procure as soluções, algumas vão acontecer. E o que

ocorre? Nós passamos já na fase da primeira negociação, onde a gente faz o

primeiro contato com os proprietários, vê as propriedades onde o traçado vai

passar e aí a gente procura os proprietários. Esses proprietários, onde vão ser 1980

atingidos, onde seja rural ou mais urbanos; aquelas pessoas que já foram

procuradas, essas pessoas são das propriedades que vão ser atingidas. Quem

não foi procurado não vai ser atingido, não vai ter nada na sua propriedade. É

a primeira, vamos dizer assim, é a nossa previsão. Não há previsão de

passagem, a não ser que o INEA nos obrigue a mudar o traçado por alguma 1985

razão.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Leonora, isso em Itaboraí?

Leonora Meneses - Petrobras: - Em Itaboraí. Vamos dizer assim, de Itaboraí 1990

a Maricá. O traçado escolhido e colocado para o INEA, quem já foi notificado,

essas pessoas vão ser atingidas pelo Emissário. Quem não foi procurado, não

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adianta ter boato porque não é o caso, não está sendo procurado. Existem

casos, por exemplo, como aconteceu ontem em Maricá, que passa na Rua 60.

Disseram que nenhum deles foi procurado. Mas nem podiam ser, porque o 1995

tubo, a tubulação vai passar pela rua. Nenhuma propriedade vai ser atingida. É

lógico que nesse caso vai ter desconforto pra população e a Petrobras, a

medida em que vai evoluindo no processo de construção e montagem, ela vai

procurando estabelecer um relacionamento amistoso com a população, porque

não nos interessa nenhum comportamento, como o senhor falou. Não é o 2000

padrão da Petrobras. Então, na medida em que vão evoluindo, vão criando

situações porque cada morador tem o direito de ir e vir, nesse caso da Rua 60

que eu estou falando. Então lá não foram contatados porque não vai passar

pela propriedade. Agora, no caso onde realmente passa ou é um caso de

desapropriação, que eu tenho aqui os números. Em Maricá vão ser cinco 2005

desapropriações, sendo que desses cinco, uma casa está em ruínas. Aqui em

Itaboraí serão dezoito desapropriações, sendo que dessas dezoito, três estão

em ruínas. E essas pessoas já foram contatadas. Quando é o caso que o

senhor perguntou se passa por uma parte da propriedade, a gente dá o nome

de “servidão” e a gente indeniza de uma vez só o proprietário para que a 2010

Petrobras faça uso daquela servidão. Isso é feito de uma vez só.

Sr. Luís Carlos: - Você está falando de desapropriação e eu quero falar de

impacto.

2015

Leonora Meneses - Petrobras: - Impacto.

Sr. Luís Carlos: - Então essa desapropriação são dezoito. Mas o impacto é

muito maior. Então eu quero saber assim, em setores urbanos, quais são os

bairros atingidos no setor urbano. Porque não é o desapropriado, esse é o 2020

impacto direto. Agora, o que mora do lado de quem vai passar também tem

impacto. O que eu quero saber

Leonora Meneses – Petrobras: - Se o senhor mora do lado da propriedade...

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2025

Sr. Luís Carlos: - Eu não sei aonde vai esse traçado.

Leonora Meneses – Petrobras: - Se o senhor mora, se o senhor não está na

faixa de 20 metros, porque o duto não é só o lugar onde ele é colocado. Você

tem uma faixa de 20 metros, que eu mostrei na apresentação, que a Petrobras 2030

sempre faz a manutenção e que tem uma educação constante, tem um

programa da Petrobras que está sempre acompanhando para que ninguém

faça nenhum plantio, que faça nada que vá colocar em risco os moradores. A

Petrobras não larga as coisas assim. Tem um programa de orientação. E isso

vai acontecer. Vocês talvez estejam ansiosos porque nós estamos vivendo 2035

ainda uma coisa de projeto. Isso é lá no final, depois que o projeto foi

construído, foi refeita a paisagem e aí sim vem essa etapa de ansiedade de

vocês. Então nós temos que aguardar um pouquinho.

Senhor Luís Carlos: - Realmente estou muito desconfiado. Deixa eu te dar um 2040

exemplo que você diz que não vai colocar em risco a população. Primeiro eu

dou um exemplo aqui que morrem crianças na estrada por causa do impacto

aqui. E até hoje a gente não viu nenhuma ação pra tentar diminuir, como

passarelas e tal, que poderiam ser feitos. Dois. Tem uma reivindicação do

pessoal de Porto das Caixas que tem um prédio caindo em função da 2045

trepidação, que a defesa civil já falou que vai cair aquilo ali. Isso vai cair a

qualquer momento. E pode ser no dia de uma festa lá em Porto das Caixas. E

a Petrobras sabe disso. E até hoje não mandou sequer um técnico. E já foi

avisada. Então, por mais que se diga, assim, eu não estou dizendo que você

está mentindo. 2050

Leonora Meneses – Petrobras: - E eu não estou.

Senhor Luís Carlos: - E eu sei disso. Eu acredito que você não esteja

mentindo. Eu sei disso. Mas a nossa experiência também é que não somos 2055

ouvidos. E eu estou te dando um exemplo. Hoje em Porto das Caixas tem um

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prédio de dois andares prestes a cair. Já foi definido pela defesa civil que

aquele prédio vai cair a qualquer momento. Não tem nada protegendo aquele

prédio, a população passa ali. E se cair em cima de uma pessoa? Isso é direto

do impacto dos caminhões passando da Petrobras ou da construção. Não da 2060

Petrobras, do complexo. Então a gente fica o seguinte. Quando você vem dizer

“ah, não temos, a população não tem que ter riscos”, a gente diz assim,

quando a gente tem risco, infelizmente a gente não é ouvido. E aqui eu estou

te dando um exemplo. Eu espero que amanhã a Petrobras ou a quem é de

direito, né? Que nos procure que nós vamos mostrar o prédio lá. E que se faça 2065

alguma coisa antes que caia na cabeça de alguém lá. É só isso. Então

estamos dando um exemplo concreto.

Leonora Meneses - Petrobras: - Entendi.

2070

Claudio Ribeiro - Petrobras: - Eu vou responder. Primeiro ponto. Todos os

inconvenientes, os desconfortos ou danos que eventualmente forem causados

a propriedades, que foram levados à Petrobras, eles já ou foram reparados ou

estão em uma fase de avaliação e negociação com o proprietário da

abrangência do reparo, ou estão nessa fase de já concluído, ou seja, o que 2075

chegou a Petrobras já está tendo um tratamento adequado que pode estar até

em tratamento ou concluído. Esse é o primeiro ponto. Estamos verificando aqui

essa citação desse prédio de dois andares em Porto das Caixas. Foi citada

aqui, por uma pessoa que não me lembro, a questão de Sambaetiba e Porto

das Caixas. Não são caminhos indicados pelo COMPERJ para passagem dos 2080

veículos. O COMPERJ tem uma via que é provisória, que é usada pelo acesso

do COMPERJ, que em breve vai ser esvaziada porque no final de março nós

vamos estar inaugurando o nosso primeiro acesso definitivo. No final de

março. E aí não terá mais sentido a passagem de caminhões ali pelo Alto

Jacu, por exemplo. Certo? Nós vamos estar fazendo o início da operação da 2085

Estrada Açu, que a gente chama de Estrada Açu, que se liga a RJ-116. A

segunda via de acesso do COMPERJ definitiva, ela fica com a RJ-493, a oeste

do COMPERJ. Essa via já está em obra em estágio avançado e também vai

fazer todo o escoamento dessa região Niterói, preferencial de Niterói e Rio.

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Nós fazemos avisos frequentes, sinalização das vias de acesso ao COMPERJ, 2090

de modo a orientar, educar os caminhões, os veículos leves, ônibus das

empresas que participam do empreendimento para que não façam o uso

dessas vias. Portanto, eventualmente podem ocorrer desvios, as pessoas não

respeitam essa orientação, isso pode estar ocorrendo, mas sempre que somos

notificados, avisados, atendemos a reclamação, por exemplo, via 0800. Nós 2095

reforçamos esses alertas, reforçamos a sinalização, chamamos as empresas

contratadas e colocamos a ela a responsabilidade pelo uso do acesso, que

nós indicamos, que minimiza o impacto tanto na região de Sambaetiba, quanto

em Porto das Caixas. Então, repetindo: a partir do final de março, nós teremos

a primeira via oficial que vai minimizar muito. Não consigo nem imaginar 2100

porque alguém faria uso da estrada de Sambaetiba pra chegar ao COMPERJ,

pelo menos alguém. Eu já pedi pra verificar. As pessoas estão verificando se

esse registro chegou à Petrobras. Não tenho essa resposta agora, e se

efetivamente está associado ao empreendimento da Petrobras evidentemente.

Eu não posso te dizer agora porque essa informação não está na lista de 2105

danos causados pela Petrobras. Pelo menos não que eu tenho, que eu tenha

conhecimento. Mas eu me comprometo, as pessoas já estão procurando isso.

Se não houver resposta até o final do evento, eu me comprometo a avisar a

alguém que vocês indiquem se existe essa, esse dano, se ele foi causado pela

Petrobras e qual a posição, qual é a posição da Petrobras em relação a esse 2110

evento. Porque eu não tenho essa informação de que ele tenha sido causado

por algum caminhão ou algum veículo ou movimentações associadas à

companhia. Ok?

Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Senhor Luís Carlos, esse particular então 2115

está. Não, não. Eu quero em relação a essa solicitação sua, o senhor faz o

contato depois com o professor Cláudio.

Senhor Luís Carlos: - Olha só. Tem uma região formal com a Petrobras, com

a INCAL, na igreja de lá de Porto das Caixas que a Petrobras está sabendo 2120

dessa informação. Formalmente.

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Cláudio Ribeiro - Petrobras: - O senhor falou INCAL na Igreja de Porto das

Caixas. O senhor pode deixar, por favor, um contato comigo e nós faremos

contato. 2125

Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Pois não.

Senhor Airton Albuquerque – representante da comunidade: - Boa noite

senhora e senhores que estão na mesa. Meu nome é Airton Albuquerque. Eu 2130

poderia falar em nome, por exemplo, da agenda 21. Eu poderia falar em nome

de sindicato, mas eu prefiro falar em nome do cidadão comum, o João

Ninguém. Desculpem. Como eu ia dizendo, eu poderia falar em nome do João

Ninguém. Que o que acontece aqui em Itaboraí tem pelo menos a

comunicação, os senhores, os técnicos ou doutores e tal. Admiro realmente, só 2135

que esse trabalho de vocês é frio, é pensando exclusivamente financeiramente

a questão. A questão econômica que é a da cidadania, do cidadão comum

deveria ter pelo menos alguém estudando pra ser doutor em gostar do ser

humano. É o que não está acontecendo em Itaboraí. A gente, quer dizer, é um

assunto, eu sei que é um assunto específico em relação ao emissário que vai 2140

até Maricá. Aliás, a gente quer se solidarizar com o povo de Maricá, que é um

absurdo; a gente nem precisa ser técnico pra entender que dois quilômetros ali

já é um absurdo. Tem que ter muito mais porque daqui a pouco a gente vai

estar comendo peixe de Maricá, em vez de ser aquela arraia com rabo vai ter

um cação com chifre e tal. É problemático. Vai dar porque lixo que vai pra lá é 2145

exatamente isso.

Bem. Como eu estava dizendo senhores, é muito fria a atitude de vocês.

Realmente vocês talvez não tenham a noção do que acontece em Itaboraí com

a população. A gente aqui por enquanto, eu vejo a educação pra não sei o 2150

quê, a formação pra mão de obra, colégio de não sei de onde, pós de não sei

de quê. Até agora, nós moradores de Itaboraí só comemos pó. Pra gente só

veio à poluição pra nós de Itaboraí. Por enquanto a mão de obra que está

aqui, 90% veio de fora. Infelizmente, eu acho que a Petrobras lá trás, junto

infelizmente também com o poder público de Itaboraí, que é omisso também, o 2155

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poder público de Itaboraí infelizmente é omisso. Eu não sei o que o poder

público de Itaboraí pensa, aliás, eu queria até fazer uma ressalva. Ontem tinha

um vereador aqui. Deveriam os vereadores de Itaboraí deveriam estar nessa

parada pra saber qual é o problema que vai impactar com relação ao nosso

município. É complicado o poder público de Itaboraí. As pessoas precisam 2160

entender. Eu sei que esse problema é mais da Petrobras. Nesse momento a

questão é da Petrobras.

A gente sabe, como eu estava falando de seres humanos, o que vai acontecer.

Uma preocupação. A gente estava nesses dias agora mesmo lá em São José 2165

dos Campos, lá no chamado Pinheirinho. Olha, o que houve com aquilo lá,

aquilo lá é uma sacanagem com o ser humano. A gente tem, eu tenho uma

preocupação, aonde vão parar essas faixas, onde vão passar esses dutos, pra

que não sejam construídas moradias precárias. Porque senão daqui a pouco

chega não sei quem dizendo que é dono de não sei lá o quê e vão dar porrada 2170

no povo, como está acontecendo lá em São José dos Campos, uma covardia

com os seres humanos. Esse é outro ponto. Não é verdade, gente? Então

vamos lá. Eu queria fazer uma pergunta. Eu tenho aqui, são tantas perguntas,

eu tenho tanta coisa pra falar. A gente fica aqui cinco ou seis horas e

realmente não conseguiria achar, perguntar tudo o que nós gostaríamos. 2175

Em relação aos cursos. Gente, cadê os cursos, onde vão ser esses cursos,

como vão ser esses cursos para formação de mão de obra em Itaboraí? Hoje a

gente sabe, quem é que sabe, alguém foi formado em Itaboraí pra prestar

algum serviço? Tem alguém, não? 2180

Então gente, infelizmente não tem. Essa comunicação da Petrobras e nós

cidadãos comuns não está acontecendo em Itaboraí. Tem algum, aliás, esporte

e cidadania. Por que não pra Itaboraí, mas para Maricá e São Gonçalo? É a

pergunta que fica. Tem algum programa de esporte e cidadania aqui, que foi

relatado aí? Por que não pra Itaboraí, onde o maior impacto vai ser dentro de 2185

Itaboraí? São tantas perguntas. Talvez a gente fique aqui até amanhã e talvez

a gente consiga perguntar todas elas. Foi, no dia 29, acertada aí uma unidade

gestora do município de Itaboraí. Vocês sabiam que foi criada uma unidade

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gestora COMPERJ – Itaboraí dia 29? Alguém sabe aí, não? Mas uma vez os

senhores então há de convir que está havendo uma, falta informação em 2190

relação à Petrobras, governo do município e cidadania. Alguém tem que fazer

esse elo aí. De repente a gente faz direto com a Petrobras, já que as

autoridades municipais não fazem isso. São questões que têm que ser

esclarecidas. Ah sim. Eu estou vendo aqui, tem uma coisa muito interessante,

que parece que só vai acontecer o seguinte. Parece que só vai acontecer só o 2195

refino de Petróleo em Itaboraí é curso de aquilo, é refinaria daquilo, é soldador

dali é não sei o quê. Eu quero saber daqui a cinco, seis anos vão ter 600.000

pessoas dentro de Itaboraí. Eu quero saber a formação de mão de obra do

comércio como é que vai ser feita. Quem é que vai atender nos hotéis, nos

restaurantes? Eu que sou da área de hotelaria, eu gostaria de saber. Eu vivo 2200

lutando aqui, aliás, vivo falando aqui em Itaboraí e em até alguns encontros da

Petrobras, eu estou tentando fazer um projeto pra trazer aula do curso de

hotelaria pra dentro de Itaboraí. Até hoje eu não tive uma resposta nem da

Petrobras e nem do município. Então, será que só vai ter só soldadores? Será

que vai ter o cara pra vender o sapato, pra atender no hotel? Aliás, tem muita 2205

coisa que tem que ser respondida que eu passaria a noite inteira aqui para

perguntar. Mas o essencial que eu queria saber: Os cursos, esses famosos

cursos que ninguém até hoje viu. Ninguém daqui de Itaboraí até hoje viu. Diz

que quantos são formados aí, só que até agora ninguém sabe em Itaboraí

quem são. 2210

Senhor César Willian Garcia – Representante da Comunidade. - Durante

quinze anos – sou César Willian Garcia, prazer. Desculpa. – Durante quinze

anos trabalhei na Bacia de Campos. Até agora eu escutei, escutei, escutei e

eu acho que eu deveria falar alguma coisa aí. Sobre impacto ambiental, sobre 2215

impacto ambiental, olha só.

Senhor Airton Albuquerque: - Só um minutinho. Deixa eu colocar a minha,

estou falando as minhas colocações aqui. O principal, o que eu mais me

atenho é o seguinte: os cursos que estão prometidos, desde lá trás quando foi 2220

feito pro COMPERJ. Oi? Olha só, tá vendo? Então, eu quero saber quando é

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que realmente vai chegar na prática esses cursos pra nós moradores de

Itaboraí. É a pergunta essencial que eu preciso. E por que não, essa é outra

pergunta, esporte e cidadania. Eu queria saber as possibilidades de trazer pra

dentro de Itaboraí. São as principais perguntas. São as principais que eu 2225

quero fazer. E outra coisa, gente. A gente tem que prestar muita atenção, a

gente sabe que está falando, que é uma audiência pública, do emissário, mas

isso é em relação ao COMPERJ. É todo um complexo desse evento da

Petrobras, que eu digo logo é bom. Não é ruim não. É bom economicamente

pra gente sim, mas se for feito baseado em amor ao ser humano. Que o ser 2230

humano seja o primeiro a ser beneficiado. O ser humano e não só o financeiro.

Então essas são as questões principais que eu gostaria que fossem

respondidas.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: - Muito obrigado, senhor Ari Albuquerque. 2235

É Ari? Airton. Então, os questionamentos do Senhor Airton, nosso. Airton?

Airton, que eu acho que o senhor está coberto de razão também. Foi objeto de

muitas perguntas da turma moradora aqui, querendo saber a questão de

empregos, cursos, capacitação, oportunidades para os moradores de Itaboraí.

Senhor Flávio Vieira? Cadê o senhor? Obrigado, senhor Flávio. O senhor 2240

Flávio pergunta também, senhor Airton, olha: “Itaboraí também sofre uma

discriminação sistemática na área dos cursos.” Nós temos que dar esse

esclarecimento para as pessoas. “Os cursos vão para outras cidades e até

hoje não veio aqui para Maricá.” A turma acha que São Gonçalo recebeu um

centro de formação. Não é isso? Outro também “Por que a empresa não abre 2245

vagas pros cursos pras pessoas de Maricá? O local Mineiros Paraíbas” – É

isso? Eu não entendi o que escreveram aqui – “está em um loteamento. As

pessoas”, também estão perguntando aqui sobre desapropriação. Mas “A

Petrobras comunicou que irá prometer vagas para os cursos e nada aconteceu

para Itaboraí.” Também o seu Rogério de Souza, cadê o seu Rogério de 2250

Souza? Seu Rogério está aí presente? “Uma oportunidade para obter melhor

salários. Até quando o pessoal de Itaboraí vai ter acesso a essas

oportunidades?”

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A Sra. Ana Carla, gostaria de saber se, as vagas futuras oferecidas pela 2255

empresa, também exigirão experiência? A Sra. Ana Carla da Silva está aí?

Então, isso que a gente vai, podemos fechar um bloco agora respondendo

essas perguntas, centrando aqui no Sr. Ayrton, mas com essas pessoas que

fizeram as mesmas perguntas, não é? Porque o Sr. Ayrton é uma pessoa de

influencia, conhecido na comunidade, como a gente viu aqui e então vamos 2260

tentar esclarecer e esse é o momento que tenha para escutar a turma, não é

Sr. Ayrton?

Carlos Frederico Trevia – Petrobras: Vamos lá, Sr. Ayrton, anotei aqui e

qualquer duvida ou se eu esquecer algum, você me lembra, por favor, o senhor 2265

me lembra. Esporte e Cidadania, porque a apresentação foi muito rápida,

então o importante é estar esclarecendo; Esporte e Cidadania para Itaboraí, o

programa é também para Itaboraí, o que aconteceu foram caravanas. O que

que é caravana, caravana é você ir no município, explicar as pessoas como

fazer para se inscrever, enfim, as regras que estão no site a gente vai no local 2270

e explica paras as pessoas e informa as datas e tal. Itaboraí foi convidada, a

Agenda 21 de Itaboraí foi convidada e participou, tinha outras pessoas de

Itaboraí na caravana que aconteceu em São Gonçalo, senão me engano,

agora também podemos fazer um específico em Itaboraí, havendo aí o pedido,

vocês juntando um grupo para estar participando, a gente pode trazer o nosso 2275

pessoal para estar explicando para vocês aqui em Itaboraí.

Unidade Gestora Municipal, ela foi criada pela Prefeitura, na é uma atividade

da Petrobras, ela foi criada no final do ano para atender o convenio que a

Petrobras está, trouxe para o Município para apoiar projetos de infra-estrutura. 2280

Cursos para Itaboraí, nós já tivemos aí várias pessoas de Itaboraí participando

e agora em 2012, no primeiro semestre vai estar no site do PROMINP, que é o

Programa de Mobilização da Indústria de Petróleo, vai estar lá o Edital para os

cursos, para 2012, que vão acontecer no segundo semestre. É o site do 2285

PROMINP, que é voltado para os cursos para a Indústria de Petróleo, então

vai ter uma série de vagas aqui para o município, só que ainda não está

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definida, vai sair o edital no site do PROMINP, tá? É PROMINP.com.br, tem

que consultar o site para estar vendo o edital e vai estar lá as vagas, as datas,

tudo certinho. 2290

Formação de Mão de Obra na área Comercial, aquele convenio que eu mostrei

com o SEBRAE, ele já faz atividades para área comercial, para qualquer área

de serviços, enfim, qualquer área, então se os empreendedores individuais, os

seus funcionários, eles podem participar, lá tem palestras de qualidade, 2295

palestras de ISO9000, ISO14000, SNS na área ambiental, para as pessoas

que trabalham nessas áreas, além disso a gente também procura com o

SENAI, que desenvolve esses cursos, aí tem uma série de cursos de

Atendente Comercial, Assistente de RH, Informática, Assistente Administrativo,

diversos cursos, acontecem e são feitos pelo SENAI, já são feitos em São 2300

Gonçalo e a gente tenta trazer para os outros municípios , que também podem

participar, as pessoas de Itaboraí, é só se inscrever no site do SENAI, entrar lá

e podem participar, não é a Petrobras que faz, é o SENAI, então a gente tenta

trazer, mas depende do SENAI. Além disso, eu queria trazer uma noticia aqui,

que é importante aproveitar essa oportunidade: A Petrobras também tem uma 2305

parceria, um convênio com a FAETEC, ela apoiou a FAETEC lá em Niterói,

enfim, e a FAETEC, desenvolve diversos cursos nessas áreas, então, estão

abertas as inscrições pela FAETEC, no site da FAETEC.RJ.GOV.BR, até 30

de Janeiro, até segunda feira, nas categorias: Moda, Construção Civil,

Automação Industrial, Beleza, Alimentação, Área Comercial, Informática, 2310

Idiomas e Solda, são 9.000 vagas para São Gonçalo e Itaboraí, com inscrições

abertas até segunda-feira agora. Telefone para informações: 2332-4085, 2332-

4085.

Com relação à mão de obra para o COMPERJ, a Petrobras faz diversas ações 2315

para que as empresas contratem mão de obra local. Nós não podemos obrigar

as empresas a contratarem mão de obra local, mas a gente promove cursos e

apresenta essa lista de pessoas qualificadas localmente para que essas

empresas contratem, e também tem o local que também, é um

local onde as empresas podem buscar as pessoas. Hoje nós temos uma 2320

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informação que mais de 60% da mão de obra, é da região. E isso aí depende,

que não é perfeito, quer dizer você as vezes forma a pessoa, mas ela não vai

trabalhar na Petrobras, ela vai trabalhar numa outra empresa e as vezes você

precisa de especialistas que não existem na região e a empresa precisa trazer

de fora. Então, quer dizer, são diversas ações que são feitas pra tentar 2325

melhorar esse percentual. É, com relação ao centro de integração que foi

falado, foi construído um prédio em São Gonçalo que era o município mais

populoso da região para, pela Petrobras num terreno da Prefeitura que foi

doado, foi cedido para Petrobras. Então foi construído o prédio e lá nos temos

20 salas de aula que acontecem cursos. Mas o projeto do centro de integração 2330

não é o prédio, o projeto é trazer qualificação profissional para região. Então

esse projeto, desenvolve cursos nos outros municípios, e trás cursos,

desenvolve convênios pra que os cursos aconteçam nos outros municípios,

seja do SENAI, seja do PROMINP, seja qualquer um desses cursos, do

SEBRAE, então eles acontecem nos outros municípios também. A gente 2335

procura as universidades, as instituições de ensino locais e às vezes também

o próprio CIEP, as escolas do município, a gente desenvolve cursos nesses

locais. Mais alguma questão que?

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Sr. Ayrton, o senhor está satisfeito com a 2340

resposta? Quer mais alguma informação?

Sr. Ayrton: Olha, eu até gostaria de tá satisfeito, mas infelizmente não. Vocês

podem notar que houve o seguinte os cursos de São Gonçalo, o curso de

Niterói, curso São Gonçalo, curso Niterói, Itaboraí que vai ser o mais 2345

impactado dentro do COMPERJ, não tem nada feito ainda pra Itaboraí. As

pessoas que moram em Itaboraí não são ricas ainda não, não tem como pagar

a passagem dos filhos pra estudar em São Gonçalo, Itaboraí não, que, aliás,

diga-se de passagem, é a passagem intermunicipal mais cara do Rio de

Janeiro, tem tudo isso aí. Então o que a gente quer colocar, apesar que hoje, 2350

volto a repetir, é uma coisa em relação ao emissário submarino, mas é de todo

o COMPERJ que ta se discutindo hoje aqui. A gente precisa, urgentemente ser

incluído nessa agenda de cursos de participação em Itaboraí, a cidade mais

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impactada, vai ser a nossa cidade, portanto a prioridade pra tudo isso tem que

ser voltada pra Itaboraí. Obrigado. 2355

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Senhora, por favor!

Sra. Sandra Ribeiro: Boa noite, meu nome é Sandra Ribeiro, quero

cumprimentar a mesa presente. Eu vou trabalhar em cima do meu amigo aqui. 2360

Sou Presidente da Associação de moradores, aqui, do conjunto habitacional

da Reta. O que foi perguntado aqui é o que a gente quer saber. Hoje, em

Itaboraí, o que mais está sendo construído é pousadas, para trazer pessoas de

fora, para trabalhar no nosso município. Quando anunciou que em Itaboraí

chegou o pólo, chegou a Petrobras, a cidade de Itaboraí hoje em torno, tudo 2365

hoje de Itaboraí, acabou. O povo, hoje, está sofrendo com isso. Hoje você não

tem nem onde botar um carro, estacionar um carro. Hoje, eu quero que vocês

saibam, que houve uma parceria da Associação de moradores do qual sou

presidente com a jovem ali, que nos procurou, e aquele rapaz... Ajudamos,

colocaram as faixas, o anúncio, fiscalizei se os carros estavam o anúncio 2370

desse acontecimento aqui. Então eu quero passar para os senhores, que não

é só porque existe Prefeitura, Município, Prefeito, Vereadores, que o Município

anda. O que anda, hoje dentro do nosso município é as associações de

moradores, são os presidentes da associação que trabalham. Nós hoje somos

uma comunidade, eu, hoje, eu trabalho há 30 anos. Hoje, a associação tem 2375

como receber cursos, nós temos salas, nós temos tudo lá para oferecer,

porque hoje a comunidade, a maior parte é desempregado, não tem condições

de ficar pagando passagem para fazer curso. Hoje os empregos, a gente tem

umas empresas em Itaboraí que a gente leva o currículo do nosso povo e é

engavetado, não somos chamados. E a desculpa é que não são qualificados, 2380

aí traz pessoas de fora para o nosso município. Então eu acho, a Petrobras

usa um nome de respeito, nós temos que respeitar, mas hoje existe

comunidade. Hoje, a Reta é o lugar que é chamado de complexo, não é

complexo. Hoje esse evento está acontecendo aonde? É na Reta! Hoje a Reta

é falta de oportunidade, que a Reta não tem! As Retas, hoje, não tem 2385

oportunidade porque hoje quem mora nas Retas é pessoas digna, é

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trabalhadores, é chefe de família. Mas infelizmente não tem oportunidade lá

fora. Lá fora, nós somos descriminados, lá fora nós somos chamados de tudo e

a Reta hoje é uma das comunidades muito importantes: é Grande, é Reta

Nova, Reta Velha, Parque Industrial, Vila Esperança, Vila Progresso, Engenho 2390

Velho. Então nós somos muito grande, então o que está faltando hoje nas

nossas Reta, é oportunidade que a gente não tem. E os nossos chefes de

família estão desempregados. Hoje eu tenho para oferecer a vocês, salas,

prédio para vocês fazerem curso do nosso povo e se quiser fazer dos vizinhos,

pode trazer que nós temos como, basta vocês investir! Porque se for esperar... 2395

Eu só vejo falar de município Itaboraí, Itaboraí hoje não tem governante,

Itaboraí hoje não tem nada. Está abandonado! Itaboraí hoje não tem

representatividade, nós estamos abandonados, e quem luta hoje, é a

associação de moradores. Eu estou aqui hoje, se vocês podem perceber, toda

queimada no sol tentando botar água na minha comunidade, porque nós não 2400

temos ninguém em Itaboraí para ajudar. Então eu quero deixar aqui presente,

como representante desta comunidade, é pedir a vocês, que dêem

oportunidade à nossa comunidade. Tragam esses cursos, trabalhem de

parceria conosco, porque nós estamos aqui para somar com vocês, porque se

vocês trabalhar com a associação de moradores, hoje, é o órgão que mais 2405

funciona dentro do município de Itaboraí.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Olha só, só um instantinho, por favor, por

favor. Peraí, peraí... Eu acho que o importante que a D. Sandra, inicialmente,

parabéns pela sua fala, objetiva e a senhora confirmando o hino de Itaboraí 2410

está de braços abertos para receber quem vem de fora, que bacana! Então,

ela está oferecendo instalação da associação, não sei nem se vocês sabiam

disso... Quer dizer, uma oportunidade enquanto não há o centro de integração

que a senhora mencionou na sua pergunta, aqui, eu vi, que essa possibilidade

local para fazer os cursos, então isso aí, é uma relação que vocês têm que 2415

manter. E se nessa audiência pública começou esse entendimento, já é um

ganho nessa área sócio-ambiental aqui. Dona Sandra, parabéns e com certeza

alguém vai entrar em contato com a senhora. Quer adiantar alguma coisa,

Daniela ou Frederico?

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2420

Carlos Frederico Trevia - Petrobras: Não, é justamente, eu queria dizer que

a equipe vai entrar em contato com a D. Sandra e se tiver a oportunidade de

trazer cursos e realizar nesses locais, vai ser ótimo para a gente também. -

Vozes ao fundo –

2425

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Que bacana, que bacana, muito bem. A

palavra agora, a senhora é? Seu nome...

Sra. Ivone Chaves: Boa noite, boa noite à mesa, boa noite aos presentes,

meu nome é Ivone Chaves, eu sou coordenadora geral do Fórum da Agenda 2430

21 de Itaboraí. Eu gostaria de fazer uma observação, porque, para iniciar, eu

fiz umas pontuações, né? E gostaria de estar iniciando, porque, os fóruns da

Agenda 21 locais, elas compõem o Plano de Comunicação Ambiental do, junto

ao projeto Agenda 21 COMPERJ. A superintendência estadual de Agenda 21

está funcionando atualmente, junto ao INEA, então eu senta falta do, de uma 2435

representação de Agenda 21, hoje aqui, diante, dentro da, na mesa.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: A senhora é a D. Cirlene?

Sra. Ivone Chaves: Ivone. 2440

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Ivone.

Sra. Ivone Chaves: Isso.

2445

Antônio Carlos Gusmão - CECA: A D. Ivone é a senhora fez a sua

observação. Eu já ia lhe responder, mas continua.

Sra. Ivone Chaves: Porque a Agenda 21, ela é uma Agenda 21 planetária, e a

proposta de Agenda 21 é a promoção de políticas públicas e um diálogo 2450

constante entre os 3 setores. Automaticamente, nós temos que estar

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dialogando com todas essas situações e nós gostaríamos de, nós sentiríamos

contemplados se o Carlos Frederico, por exemplo, estivesse presente hoje na

mesa. Essa seria minha, essa é uma das colocações.

2455

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Carlos Frederico, qual?

Sra. Ivone Chaves: É o Calico.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Ah, o Calico. 2460

Sra. Ivone Chaves: Ele é o superintendente.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Mas D. Ivone eu vou esclarecer para a

senhora. Esse momento de licenciamento é um momento que está sendo 2465

discutido a licença prévia. A turma da Agenda 21, o Calico, todo o pessoal da

Secretaria Estadual que faz parte dessa superintendência, superintendência

criada, a senhora sabe, no atual governo, eles estão atentos para isso e eles

entram dentro do licenciamento ambiental na próxima fase. Então quando

começam os planos de educação ambiental, porque essa é a fase inicial do 2470

licenciamento.

Sra. Ivone Chaves: Eu sei, mas seria interessante que ele estivesse presente

em todo módulo.

2475

Antônio Carlos Gusmão - CECA: É, eles são avisados da audiência, mas

nesse momento eles não tem ainda uma participação nessa fase de avaliação,

eles entram daqui a pouquinho no processo.

Sra. Ivone Chaves: Mas eu creio que algumas colocações que foram feitas 2480

hoje, aqui, o Calico teria... (-Nesse momento a Sra. Ivone e o Sr. Antonio

Carlos falam ao mesmo tempo e fica inaudível a fala da Sra. Ivone).-

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Antônio Carlos Gusmão - CECA: Mas ele tem acesso depois, a gente tem

reunião com eles. 2485

Sra. Ivone Chaves: É, mas é uma falta.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Mas está registrado.

2490

Sra. Ivone Chaves: É uma falta, é um enfraquecimento de certa forma das

Agendas 21. Eu faço essa observação.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Tá certo. Mas eu agradeço a sua...

2495

Sra. Ivone Chaves: Mas tem outras colocações, só um minutinho. Eu gostaria

que fosse informado quais são os profissionais que compõe a equipe

multidisciplinar que analisa o impacto ambiental.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Do INEA? 2500

Sra. Ivone Chaves: É, vocês fizeram a apresentação e tem uma equipe, foi até

aquele rapaz.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: É, tem uma equipe que faz o EIA/RIMA que 2505

trabalha com ele, que é a equipe que faz o EIA/RIMA...

Sra. Ivone Chaves: Uma equipe multidisciplinar

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Isso, aí eu pedia ao Albertone 2510

apresentasse aí, essa equipe.

Sra. Ivone Chaves: É porque, quem são os profissionais dessa equipe? Eu

gostaria que isso fosse um pouquinho mais esclarecido.

2515

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Albertone Sant’ana - Cepemar:: Ivone, a gente trabalha com um grupo de

vários, de várias áreas, multidisciplinar como eu falei. E a gente tem

professores aqui do estado do Rio, pesquisadores do estado do Rio que fazem

parte dessa, dessa equipe. A gente tem um profissional que é um profissional

do Espírito Santo que foi o que fez o estudo de tráfico, de tráfego que é a 2520

engenheira Penha Baião. A gente tem da UFRJ, o envolvimento do Prof.

Sérgio Bonecker, da Profª. Ana Bonecker, que trabalharam nas comunidades

planctônicas marinhas e do Prof. Marcelo Vieira que trabalhou a fauna de

peixes.

2525

Sra. Ivone Chaves: Isso. Eu gostaria que ficasse esclarecido, não sei se eu

estou sendo muito clara, as formações específicas desses profissionais, até

para, porque nós temos esse, toda essa discussão e nós trazemos pessoas

para estarem respondendo à população e geralmente, nós pescamos por

formações até porque cada um tem um olhar, cada técnico tem um olhar 2530

específico.

Albertone Sant’ana - Cepemar: Então.

Sra. Ivone Chaves: E isso não ficou, não ficou claro. 2535

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Dona Ivone, no estudo de impacto que tem

cópia aqui, há o currículo de todos os participantes.

Sra. Ivone Chaves: É, não seria o currículo, seria especificamente a profissão 2540

de cada um, a formação técnica de cada um.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Isso tem também no estudo.

Sra. Ivone Chaves: E eu gostaria que isso, de algum momento fosse um 2545

pouquinho mais divulgado.

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Antônio Carlos Gusmão – CECA: Se a senhora quiser essa informação,

pode-se passar para ela, sem problema.

2550

Sra. Ivone Chaves: Ótimo. Para o fórum, por favor. E outra coisa, eu não vi

nenhum programa de educação ambiental voltada para situações de risco. Eu

acho que isso também deveria ser colocado, principalmente para aquelas

comunidades que estão próximas a região. Então isso precisa ser colocado, é

importante, para que a gente não venha a ser surpreendido depois que esses 2555

acidentes possam acontecer, porque tem uma margem de possibilidade.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Isso tudo, se sair a licença, fica uma

restrição para a próxima fase que é a LI, quando eles tem que apresentar

todos esses projetos mais específicos, esses estudos. Então na fase, agora, 2560

esses estudos ainda não são apresentados.

Sra. Ivone Chaves: É, eu creio que o risco já deveria vir antes, não é?

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Sim, mas isso é, eles fazem de acordo com 2565

o termo de referência que é dado pelo INEA. Então nesse, não é só nesse

licenciamento não, em todos e eu acho que ele mostrou uma transparência

que diz, que mostra quais são os estudos que vem nas próximas fases.

Sra. Ivone Chaves: Eu tenho mais duas colocações apenas. Eu gostaria de 2570

solicitar, fazer uma, duas solicitações, aliás: uma é que fosse apresentado

através do fórum da Agenda 21, um plano de estrutura a ser feito em toda a

população da abrangência do entorno desse investimento, talvez por meio do

diálogo que a Agenda 21 tenha com a Agenda 21 COMPERJ, eu não sei, eu

acho que isso fica para ser estudado e nós precisamos estar abrindo espaço 2575

para que essa informação chegue na população e nós precisamos de um

plano de estrutura, eu senti falta dessa, dessa colocação. Talvez a gente

possa estar fazendo isso, não sei, mais à frente, não sei, mas que isso fosse

registrado.

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2580

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Dentro do plano do COMPERJ que a

senhora diz, não é isso? Dentro do fórum do COMPERJ?

Sra. Ivone Chaves: Todas as colocações que os senhores fizeram, eu senti,

eu não vi muito claro, um plano de estrutura para ele, para toda a parte que vai 2585

estar sendo, toda a população que vai estar sendo impactada e isso ficou em

aberto. E a outra fala, eu gostaria, eu vou estar fazendo a abertura,

endossando a fala da Rosemary que é, que a Petrobras, no caso, possa

garantir uma cota maior à portadores de deficiência, à portadores de

necessidades especiais, tanto nos cursos quanto na mão-de-obra dentro do 2590

COMPERJ. E eu gostaria que isso fosse colocado e é uma questão que,

realmente, ainda não foi ampliada. A questão da inclusão é uma questão que

ainda precisa ser ampliada e eu, e eu ainda não consegui ainda ter isso

garantido dentro do COMPERJ, dentro de toda essa contextualização de

empreendimento, certo? 2595

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Bem, então, vocês podem, essa última

observação dela, que é absolutamente importantíssima, a senhora pode até ter

reparado que agora a nossa nova legislação, que nós criamos, que é essa é

uma das primeiras audiências feitas assim, nós exigimos que haja uma 2600

tradução simultânea para pessoas com deficiência auditiva.

Sra. Ivone Chaves: Vai um pouquinho além.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Isso é só um exemplo 2605

Sra. Ivone Chaves: É, vai um pouquinho além

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Da sensibilidade

2610

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Sra. Ivone Chaves: É, é uma abertura, já é um caminho, mas ainda precisa

ampliar um pouquinho mais.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Então, Daniela, pode por favor...

2615

Daniella Medeiros – Petrobras: Uma questão importante, a gente estava até

perguntando aqui se existia um dado, se a gente tinha esse dado. Desculpa,

acho que meu braço está cansando, desculpa. Peço desculpas. A Petrobras

tem um programa de inclusão importante, para ela, para os funcionários dela,

tanto para questões das necessidades especiais quanto para as questões de 2620

gênero, também, é importante para nós, eu concordo com você, é um ponto

importante e aí o Cléber estava me dizendo que vai dar um retorno para você

sobre o que a gente tem, em termos de cursos e o que a gente tem dentro das

empresas que são contratadas do COMPERJ. É um ponto super importante.

2625

Sra. Ivone Chaves: Sabe, Daniella, porque o que está sendo colocado, o que

foi colocado ali pelo Antonio Carlos, ali, não é? A maioria da população

realmente está preocupada com qualificação, mas, por exemplo, hoje, se

estiver vindo para cá uma FAETEC, nós temos que ter um programa paralelo

de aperfeiçoamento, de preparo desses alunos da rede pública da região, por 2630

exemplo, para poderem prestar um concurso para ela. A Petrobras, ela não

trabalha só com, ela trabalha com várias empresas contratadas e, e falta

também esclarecimento do perfil que essas, nós temos um inchaço de cursos

na cidade. Então é uma situação, a questão da qualificação, que ainda precisa

ser um pouco mais discutida, reformulada e quando você fala a respeito da 2635

inclusão, das necessidades especiais, isso ainda fica um pouquinho pior,

entendeu? Eu estou abordando necessidade especial, mas nós temos outras

questões, gênero, etnia, cota, por aí vai... Obrigada.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Então muito obrigado pela sua 2640

participação... A senhora ficou satisfeita com as respostas aqui?

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Sra. Ivone Chaves: É, algumas eu acho que nós vamos ter um

desdobramento...

2645

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Não, não, não, sim, lógico

Sra. Ivone Chaves: Mas eu agradeço a abertura, para poder estar, pelo

menos, se dispondo a estar dialogando.

2650

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Está ótimo, muito obrigado. Então, Seu Luís

Carlos, o senhor novamente. - Voz ao fundo, inaudível.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Então o senhor guardou o melhor doce

para o final, é isso? Então, fale. 2655

Sr. Luís Carlos: Primeiro, olha só, só um pontual, eu sou do fórum popular do

COMPERJ e a gente tem como tema “COMPERJ de quem, para quem?”. É,

primeiro, o Frederico, Frederico, o Frederico, o Frederico, primeiro uma coisa é

o seguinte, é visível que há um problema de comunicação na sua área. É, eu 2660

sei que Maricá teve essa mesma reivindicação e tem até um documento em

tráfego no Ministério Público da sua área de Comunicação, eu espero que

com a chegada de Janaína e a equipe dela, que foram eficientíssimas, elas já

correram atrás de mim e atrás de mim querendo saber e tal, a gente soluciona

isso, mas esse é um problema. Mas vai ficar uma sugestão imediata para a 2665

Petrobras, vocês viram que nós vamos discutir submarino, xxxxxxxx

e discutimos só problema de demanda? Sabe por quê? A Petrobras não ouve

a população, então a primeira coisa é o seguinte, a Petrobras tem que ter uma

reunião formal com a população de Itaboraí, não é gente? E assim, uma

reunião séria, séria, tá? Então eu vou primeiro querer conversar com o pessoal 2670

da Petrobras. Eu sou defensor da Petrobras há muitos anos, quando teve, a P-

51 afundou e quiseram, a então direção quis acusar, a P-36 quis acusar os

trabalhadores, eu trabalhava lá na equipe desmentindo para garantir o

trabalho dos trabalhadores, quando quiseram privatizar, eu estava na rua

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contra a privatização, mas também, né, quando a Petrobras cometeu erro a 2675

gente também foi em cima, no caso da BrasFels que a gente conseguiu

curiosamente, lá na primeira plataforma que foi feita na BrasFels,

curiosamente numa audiência pública puxada, inclusive, pelo Sindipetro, e eu

estava participando dessa audiência, organizando essa audiência e a gente

conseguiu uma demanda e coisa, e aí eu queria conversar com o pessoal da 2680

CECA, CECA e INEA. Olha eu sou daqueles que defendo a independência na

maior parte do meio ambiente, as pessoas técnicas: Chico Mendes, CECA,

INEA, enfim, o pessoal, mas eu me preocupo muito, me preocupo muito

quando as audiências terminam desse jeito. Primeiro: as audiências é, eu

tenho visto muito “Não vale mais para nada” e isso é o espaço-cidadania e 2685

esse espaço-cidadania está sendo usurpado. E aí a gente faz o seguinte, a

primeira pergunta que eu me faço aqui: Por que marcaram essa audiência em

um dia de semana quando as pessoas trabalham e a gente sabe que é tarde e

não no final de semana.

2690

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Posso responder? (- As vozes do Sr.

Antônio Carlos Gusmão e do Sr. Luís Carlos se misturam, tornando impossível

a identificação das palavras pronunciadas)

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Quando eu ficar acumulado... 2695

Sr. Luís Carlos: Não, não, não, porque vai ter um monte de pergunta para

você. Porque, por exemplo, que os ônibus, e a Petrobras não colocou nos

locais de grande impacto, Manilha, Itambi, Porto das Caixas... Porque que,

estranhamente, esses locais não foram atendidos, entendeu? Então me parece 2700

que a gente está querendo fazer um teatro, e lamentavelmente, sabe como tem

terminado isso? Na Justiça. E aí, esse espaço-cidadania, a gente fica brigando

da Justiça para resolver, essa questão. Então eu acho que é uma coisa, a

gente pensar, eu, eu acho que não tem como discutir isso, eu acho que a

gente encontra pessoas que querem exercer a cidadania, e eu tenho certeza 2705

que vocês querem esse exercício, não é? Porque se esse espaço terminar,

significa que aqueles lá, que estão defendendo no Congresso, que vocês não

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vão querer mais, os técnicos não terão mais, acabou-se o processo

democrático de cidadania e que vai afetar, inclusive, o emprego de vocês, a

função de vocês. Então eu acho que isso tem que pensar, muito, não fazer 2710

isso aqui um circo, não é? E discutir realmente. Não estou querendo entrar nas

demandas aí da Petrobras, que a Petrobras já viu que precisa sentar como

pessoal de Itaboraí, não precisa nem discutir isso. Mas vamos ao que

interessa, ao RIMA. Olha só, tem uma questão, o pessoal de Maricá reivindica

o seguinte: que lá, o interceptor oceânico, o Parque Itaboraí aqui, nós 2715

sabemos que é menor o interceptor, mas que ele se estenda a 8, a 10

quilômetros acima do Rio Maricá, da ilha, como o pessoal chama a ilha... da

ilha lá. E a pergunta que faz é porque isso não é, uma coisa, eu já conversei

rapidamente com o Travessos, ele falou: “É uma questão, que tem que ser

analisada ou não tem sentido”. Olha, tem tanto sentido, primeiro: Vamos 2720

lembrar que o INEA e a CECA estão com processo no Ministério Público, por

causa das Ilhas Cagarras, por causa do depósito lá do, dos resíduos sólidos,

porto Maravilha, esses portos aí, que a gente sabe todinhos; estão sendo

jogados e é justamente naquela área ali, e agora nós vamos jogar um outro

impacto que é do resíduo sólido, resíduo do interceptor submarino... Eu, 2725

primeiro, gostaria de elogiar uma saída que a Petrobras deu, eu sou da área

de Meio-Ambiente, mas especializado na área de água, e eu assim, quando

entramos aqui nessa questão do COMPERJ, eu disse assim: “COMPERJ é

inviável por uma questão de água.” E aí no primeiro momento, acho que quem

passou por essa discussão lembra, né? É água do rio Paraíba do Sul, é água 2730

do rio coisa, é desestabilização enfim tiveram uma grande solução que eu

elogio muito, realmente, parabéns e eu estou doido para conhecer quem deu

essa solução que eu fiquei morrendo de inveja, que é o reuso da água, não é?

Que eu acho que foi uma solução que, inclusive, eu acho que é usada primeira

vez no mundo, nesse porte. Então, esse é um barato, eu gostei muito, mas a 2735

única pergunta é a estação de Alegria, não aqui, a de São Gonçalo, mas fica a

pergunta: Se essa água que nós estamos usando pelo COMPERJ é de reuso,

porque nós não reusamos a própria água do COMPERJ para solucionar esse

problema, do impacto lá Essa é uma pergunta que eu quero fazer e 2: Gente,

se a gente tá querendo que essa discussão termine na Justiça ou realmente 2740

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fazer uma audiência e aí eu proponho o seguinte: reavaliar o método e

reavaliar o seguinte, dar um tempinho, reunir todo mundo, eu tenho certeza

que os pescadores que estavam aqui, eu não estou vendo eles mais aqui, mas

eles tem interesse em discutir, eu tenho certeza que o, a associação de

moradores que estão aqui, querem discutir, tenho certeza que o pessoal de 2745

Maricá, tenho certeza, porque nós estamos falando de uma coisa que,

infelizmente, vai ter que ser feita, de alguma forma ou outra. Agora, com o

menor impacto possível, esse espaço tem que ser discutido, então como é que

nós fazemos, é brigando? É aquele cabo de rabo, não é? Aquele puxa de lá na

Justiça, liminar para cá, liminar para lá, que é terrível, entendeu? Então eu 2750

acho que isso a gente tem que repensar, eu acho que tem que repensar

inclusive os métodos das audiências, entendeu? Mais fácil será,

nós...repensar, recuarmos, estrategicamente, refazer todo esse processo de

audiência de forma mais organizada, agora que nós temos acesso a

informações e sentar, realmente e não levantar essa discussão. Mais vale a 2755

gente perder 2 meses do que 3, 4, 5 anos na Justiça, brigando por uma coisa

desse tipo. Então eu acho que fica essa idéia e reavaliando aqui, pedido

formal a Petrobras. Vocês precisam abrir um canal de comunicação com a

população de Itaboraí, isso aqui está prestes a explodir, por problemas criados

pelo impacto e vocês estão brincando, eu estou dizendo, vocês estão 2760

brincando, vocês não tem idéia, amanhã tem uma assembléia aqui, vocês

sabem, dos trabalhadores aqui, amanhã às 5h, às 6h temos assembléia dos

trabalhadores aqui do COMPERJ, então a população, vocês viram que 100%

levantando problema de relacionamento com a Petrobras. Por quê? Porque a

Petrobras não se relaciona, a Petrobras faz um evento, e vai fazer mais um 2765

evento e vai embora e nós vamos ficar sem as respostas. Cadê nossa

FAETEC, cadê os nossos cursos, cadê, cadê, cadê? Então a gente só tem

ação, e ação é terrível a gente ter que acionar a Petrobras, enfim, ir para a

Justiça, para o Ministério Público para discutir com a Petrobras, quando a

metade dessas demandas aqui poderia ser solucionada com reunião com a 2770

população. Então, não tem representação, porque a Petrobras, independente

de audiência pública, chama a população para conversar, chama a liderança,

eu acho que esse é o mínimo que vocês tem que fazer porque o impacto é

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grande, nós temos demandas grandes e aí, por exemplo, também não adianta

ir, como nós falamos aqui, a uma reunião ouvir e fica por isso mesmo, 2775

entendeu? A gente precisa e já vamos avisando, o fórum popular vai botar a

massa na rua. Nós vamos fazer o maior barulho possível, porque nós

queremos que o prédio lá da Avenida Chile nos ouça, se for o caso nós vamos

para o prédio da Avenida Chile, tá? Então essa...

2780

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Tá bom, Sr. Luís Carlos. Então vamos aqui,

às colocações do Sr. Luís Carlos, muito bem feitas, mas Sr. Luís Carlos, eu

queria dizer ao senhor uma coisa, a sua sugestão em relação ao horário da

audiência pública que o senhor falou, começando 19h, em um dia de semana,

isso a gente faz porque a lei obriga a gente a fazer isso. Não pode ter 2785

audiência pública no horário de expediente normal, senão as pessoas estão

trabalhando e não vem. Não, audiência pública é para ser feita exatamente

nesse horário, no dia de semana, sempre escapando da sexta-feira, é ou não

é? Para não ter o esvaziamento. Esse é o esclarecimento, o senhor entendeu,

então, esse? A gente faz obrigado; nós aqui, Sr. Luís Carlos, nós começamos 2790

a trabalhar hoje às 9h da manhã, ontem nós começamos 9h da manhã e

acabamos meia-noite e vamos acabar de novo hoje, para a gente seria super

cômodo se isso fosse no horário de expediente. Bom, isso é uma segunda

situação, o senhor disse que na audiência pública, pelo menos eu entendi, não

há o exercício da cidadania, da democracia, não é isso? Eu acho que o senhor 2795

é o maior exemplo, não é? E todo mundo até bateu palma, gente, isso aqui é

um espaço democrático, que as pessoas falam, sem interrupção, então a

audiência é o exercício da cidadania e todo mundo aqui reivindicou e eu tenho

certeza que as reivindicações feitas aqui, vão ter desdobramento. Eu tenho

essa sensibilidade, participando aqui da audiência. E as outras colocações 2800

que o senhor fez em relação à melhor comunicação, que vai ser um

desdobramento. A senhora então agora, está com a palavra. A senhora é a?

Sra. Alcione: Eu fui à primeira anunciada, eu sou a presidente da associação

de moradores... 2805

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Antônio Carlos Gusmão - CECA: A senhora tem cara de ser presidente, de

alguma presidenta, de alguma coisa, de onde é?

Sra. Alcione: Daqui do bairro de Esperança, meu nome é Alcione. 2810

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Tá certo.

Sra. Alcione: Já conheço algumas pessoas aqui... É, faço parte da Agenda 21

local e conheço o Sr. Carlos Trevia da Petrobras, a gente, que dá para a gente 2815

dialogar, já tem um conhecimento da boa vontade que tem em fazer o melhor.

Eu fiquei muito ocupada lá atrás com a comunidade, está tentado esclarecer

melhor o porquê dessa audiência pública, que as pessoas geralmente não

sabem direito, é a primeira vez, não é? Que nós estamos a nível de

comunidade, querendo saber o que é, se é emprego, se é inscrição de curso, 2820

vai desapropriar lá embaixo, porque as pessoas estão doidas para que

desaproprie, e eu venho explicando e hoje, aí eu perdi um tempão e você vê

que eu não estava aqui, não por falta de interesse mas por estar esclarecendo

melhor a comunidade, que hoje é uma oportunidade muito boa, a nível do que

o Sr. Luís Carlos estava perguntando, a gente sabe, foi o INEA que marcou, o 2825

horário é propício sim, durante a semana, eu acho que é uma requisição do

INEA também, então não tem nada a se queixar, o local está ótimo e realmente

a gente vai ser afetado, impactado aqui pela, pela tubulação, eu já estive lá

com o Sr. Gilson e com a segurança da Petrobras, já andei, fui na época aqui,

porque eu sou conhecedora da área e estou sabendo o porque disso e a 2830

impactação, as pessoas são conscientes, estão preocupadas, realmente a

preocupação para nós moradores é importante, tem que ser esclarecida

mesmo, mesmo porque nós não sabíamos muito como estar perguntando isso,

estar esclarecendo melhor, então a transparência é uma coisa importante, nós

estamos em uma era assim de que, não se usa mais fazer as coisas escuras, 2835

não é? Por detrás dos bastidores. E a Petrobras está se portando diante da lei

e eu acompanho isso, acho que tem que ser dessa forma, nós estamos

satisfeitos com isso. Eu só queria, a nível de, como presidente da associação,

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presidente não é um cargo importante não, eu não acho assim importante, eu

acho muita responsabilidade, falar para uma comunidade, nosso povo, nós 2840

somos muito complicados, então falar com uma comunidade carente, onde nós

estamos em uma cidade em evolução tão rápida que nos pegou de surpresa, é

assim, muita responsabilidade, é complicado mas a gente tenta fazer o melhor.

Eu vi aqui, a boa vontade em ter, em estar acatando e atendendo o melhor

possível, que todos temos parâmetros, de estar atendendo a comunidade, 2845

estar esclarecendo o que é impacto ambiental, que é a coisa mais importante

que tem aqui, que a audiência pública é por isso, não é? E ao mesmo tempo

está atendendo a comunidade e falando estamos aqui para estar oferecendo

cursos e até empregos, que é o que mais nós precisamos, além da saúde, que

vem através do meio-ambiente também, nessa parte aqui e aí eu estou vendo 2850

oferecendo cursos que é o que mais a gente tem, há anos a gente quer isso.

Desde 2006 a gente está ouvindo isso, a gente está esperando esses cursos

preparatórios que não houve e essa escola federal, também, que está se

implantando, não sei em que ano, não sei se vai começar esse ano ou não,

que a Presidente Dilma assinou lá, a gente está ansiosa por isso, não chegou, 2855

então é uma coisa importante que todos falaram aqui e eu não tenho como

deixar pra lá, realmente a Petrobras está muito bem equipada, com equipes

numerosa de pessoas capacitadas e técnicas para estar atendendo essa

ansiedade da Petrobras de estar fazendo o melhor e diferente do que já fez até

aqui, em termos de Macaé e a outra lá em Duque de Caxias, então, querem 2860

fazer o melhor. Que ótimo, porque o caminho é esse, só é bom quando é bom

para todo mundo, né? O que está faltando, a proximidade dessa equipe

enorme e volumosa de contratações que a Petrobras fez, de ONGs e de

empresas para estar fazendo o melhor, está faltando a proximidade dessa

equipe com boa vontade de trabalhar e a comunidade ansiosa, que vocês 2865

estão no Rio de Janeiro e não conhecem a realidade daqui. Todo local é

diferente um do outro, até no Rio de Janeiro temos bairros diferentes um do

outro, você imagina uma cidade que não tinha evolução, atrasada. Eu tenho

um amigo biólogo que me falava, há uns anos atrás quando eu comecei com a

associação, há 12 anos que a gente é fundadora daqui, que eu achava 2870

engraçado e eu levava isso como uma piada, que Itaboraí fazia divisa com o

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Brasil, então que é assim, muito diferente inclusive politicamente, é uma coisa

muito arcaica, entendeu, que acontece aqui ainda e isso é complicado e aí a

comunidade, o povo foi criando dessa forma, reclamando, tendo televisão,

tudo, mas não conseguia alcançar essa evolução e aí veio assim, pumba, 2875

como uma bomba para nós, que bom Petrobras uma empresa super

respeitada, sobre um progresso enorme que nós não tínhamos, que só

sonhávamos. O pessoal do Rio de Janeiro não sabia onde era Itaboraí,

algumas pessoas conheciam porque era o caminho para ir para a Região dos

Lagos, fora isso não conhecia pelo nome, até falavam Itaguaí, até trocavam 2880

porque não tinham conhecimento nenhum e hoje e daqui para a frente, muito

mais rápido vão estar conhecendo Itaboraí e até o que quer dizer Itaboraí.

Mas, resumindo, essa proximidade dessa equipe da Petrobras para com a

comunidade onde estão se instalando e fez assim um vira-volta em nossas

vidas, porque do pequeno ao grande é obrigado a passar nesse corredor de 2885

Itaboraí, nessa pista principal nossa, não foi elaborada nem uma outra, se tem

projeto, acho que a longo prazo porque não se iniciou nada, então a gente

está sofrendo, do pequeno ao grande, todos, para tudo que se precisa tem que

sair dos bairros para estar nesse corredor para ir para outro lugar onde

interessa. Então, essa necessidade que a Petrobras não tem parcela de fazer 2890

tudo, porque não é poder executivo, eu tenho essa consciência e passo para

quem me ouve com atenção, essa diferença que não é o executivo, a

Petrobras não veio aqui para fazer as coisas, mas veio aqui para impactar

muito, impactar muito e essa necessidade não é a toa que o INEA, está aqui

marcando e fazendo essa audiência, então isso é verdade e não tem como 2895

fugir: “Não, a gente veio aí fazer uma obra, fazer um....”, não é bem assim

como o Sr. Luis falou, mas é que eu to vendo que tem todos os cuidados sim,

que tem uma equipe técnica competente, com certeza, não estariam

contratados se não fosse assim, então os cuidados estão tendo e o

conhecimento com a população, vocês fizeram isso hoje. Infelizmente houve 2900

um esvaziamento por falta de consciência, por falta de tempo, por mais que a

gente tente segurar, por ser um dia de semana, talvez no final de semana

viriam mais? Será que viriam? Às vezes tinham um futebol também, a falta de

consciência, a falta de responsabilidade ambiental, de tudo é complicado, né?

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Isso é ser humano em comunidade, mas essa proximidade da Petrobras, 2905

dessa equipe que está desprendendo a sua boa vontade para estar conosco,

teria que ter uma proximidade. Como isso? Vocês estão tentando fazer o

melhor, tenho certeza, a Nailda uma vez falou uma frase, lá na agenda 21 que

eu não vou esquecer nunca: “A gente, nós estamos aprendendo junto com

vocês”, isso foi de uma humildade dela, entendeu, que ela tem um 2910

conhecimento, ela estava com os projetos na mão e ela falar isso: “gente nós

estamos aprendendo com vocês” e eu entendo, de lá pra cá eu analisei, eu

entendo, realmente estão aprendendo, só que nós não temos poder aquisitivo

e nenhum de estar, eu pelo menos o poder público não tenho nenhum, eu sou

uma funcionária, de estar falando, olha a gente quer isso, olha dessa forma 2915

seria melhor para nós e também acho que para vocês porque estariam

contemplando a gente, então a gente não tem esse poder. Então essa equipe

numerosa da Petrobras, eu gostaria de ter uma afinidade melhor, de ter

alguém a Agenda 21 é muito importante, mas não está acontecendo às coisas

ainda, tem que fazer uma força Ivone, o pessoal está se esforçando para que 2920

aconteça alguma coisa, está devagar e a Petrobras está acontecendo muito

depressa. Então esse elo, de repente as pessoas tão vendo, realmente a

Petrobras ta lá em cima, faz o que quer, vai botar muito mais esse ano. Isso

que a gente conhece aí, eu tenho certeza que é muito pouco ainda, a

impactação é muito maior que vem o visivelmente, que dirá outras coisas, 2925

então eu estou fazendo um pedido, eu não estou perguntando, as perguntas

foram feitas, eu tenho um entendimento da maioria das coisas que foram ditas

aqui, eu já estava preparada, inclusive, para o que ia acontecer aqui, mas eu

estou aproveitando a oportunidade porque eu não tenho como estar,

presidente de uma Associação de Moradores, onde vocês estão, nós estamos 2930

recebendo de braços abertos e de vocês estarem nos apoiando a comunidade

toda e eu não estar falando o que é certo, o q é errado, o que eu acho e eu

penso dessa forma. Está faltando realmente essa proximidade, por exemplo,

nós não sabíamos que essas equipes que vieram de fora, estavam precisando,

por exemplo, de um técnico de logística, nós não sabemos nem que estariam 2935

precisando, nem os jovens saberiam disso. Isso nós precisamos de mais

informação, entendeu, porque tem jovens querendo sair daqui e ter um

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emprego melhor e ter uma capacitação melhor. Então essa proximidade seria

mais viável para nós. Muito Obrigada

2940

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Dona Alcione? Alcione é seu nome né?

Sra. Alcione: Alcione

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Então eu acho que essa fala da D. Alcione 2945

retrata bem essa aproximação de mais uma Associação de Moradores com

vocês, que a turma também está ansiosa por isso, a senhora foi muito bem.

Parabéns aí pela sua fala sincera, correta e a evolução e o desdobramento

disso eu acho que vai ser ali a...

2950

A senhora quando falou também e na fala anterior, as pessoas estavam

preocupadas em algumas perguntas aqui, em relação a um acidente que

possa acontecer com o rompimento desse duto. Algumas perguntas foram

feitas aqui, pelo Anderson, pelo João Ribeiro, João Romei Ribeiro; então

vocês podiam dar algum esclarecimento para essas perguntas em relação à 2955

possibilidade de um acidente, caso aconteça o empreendimento não é isso, do

emissário, se há algum plano de emergência e como é que ficaria esse

atendimento, quer dizer, além das ações de prevenção, uma ação de combate

eficiente, caso haja um rompimento do duto. A turma aqui está dizendo que

pode passar gás, as pessoas não sabem, outros ficam dando algumas 2960

informações erradas e que esse momento é o momento para esclarecer a

turma, em relação a isso, por favor.

Claudio Ribeiro - Petrobras: Bom, eu vou relembrar alguns pontos que foram

citados pela Leonora. O primeiro deles, o primeiro dos pontos é que o 2965

processo construtivo desse tubo que vai ser lançado, enterrado e que vai

passar pela região de Itaboraí até Maricá, é um processo consolidado

tecnologicamente, conhecido, seguro, existem tecnologias das mais modernas

sendo aplicadas, os testes que são aplicados são os que garantem a

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eficiência, garantem que não haverá vazamento e além de todo esse processo 2970

construtivo, existe um outro processo de monitoramento, para evitar que num

caso que pudesse ocorrer, mesmo que nas áreas isoladas, sinalizadas, que

alguém porventura fizesse uma escavação que não é permitida e para isso

existe sinalização, restringindo essa escavação, em um caso de escavação,

existem sistemas que interrompem rapidamente, contem esse vazamento; 2975

existe plano da Petrobras, não só para os dutos de hidrocarbonetos de gás, de

óleo, mas também para esse duto que vai passar o efluente tratado, não é

veneno, ele não é venenoso, ele atende a toda legislação ambiental para

lançamento no mar, para diluição no mar, então ele não é venenoso, não é um

veneno que a gente está passando dentro desse tubo. Também não pega 2980

fogo, não existe gás, então existe todo um plano de contingência, que vai ser

aprofundado a medida que o projeto evolua e naturalmente novas informações

vão se somar e esse plano vai ser enriquecido, de modo que a gente minimize

chances de eventos não desejados.

2985

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Está certo. Muito Obrigado.

Daniella Medeiros - Petrobras: Antônio Carlos Gusmão ?

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Sr. Heleno quer a palavra? 2990

Daniella Medeiros – Petrobras: Eu podia só complementar? Ah, desculpa

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Pois não, desculpa. Desculpa.

2995

Daniella Medeiros – Petrobras: Duas pessoas, uma foi a Ivone e eu não me

lembro se a outra foi o Sr. Heleno, falaram uma coisa muito importante, que é

a questão da educação das pessoas que vão viver em volta desse duto, então

como o Claudio mencionou, tem uma sinalização e nós temos um processo de

passagem contínua, então, sempre tem alguém passando ali, olhando, 3000

conversando com as pessoas, além disso a gente tem o Programa de

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Comunicação Social e o Programa de Educação Ambiental que, sim, vão

considerar os pontos que vocês colocaram. Foi uma excelente sugestão, a

gente já tinha isso previsto, tá bom: Era só para complementar, que não é só a

nossa prevenção, vocês tem razão as pessoas tem que estar cientes dessa 3005

restrição a fazer escavação perto e tal, tá bom?

Sr. Heleno: Bom, eu vou concluir o que eu comecei, porque eu tenho muita

paciência, se eu não conseguir votar eu voto por outro não tem problema. Mas

eu queria voltar ao propósito da reunião hoje, da audiência pública, eu queria 3010

lembrar que o homem é falho, a gente nunca deve dizer que tem certeza, que

tem garantia que não vai acontecer. Nunca o homem pode falar isso, porque a

gente vê as coisas acontecerem sempre onde as garantias são colocadas. Eu

vi a Baía de Guanabara pegando fogo lá na Ilha do Governador, eu vi o funda

da Baía de Guanabara todo coberto de óleo lá no Manguezal de Guapimirim, 3015

eu vi pela televisão a P36 afundando, eu vi avião cair, eu vi navio afundar,

agora há 2 horas atrás caiu um prédio no centro do Rio de Janeiro. Aquele

prédio que fica nos fundos do Teatro Municipal, desabou, está lá um

desespero, bombeiro, está defesa civil, está tudo lá e a gente não sabe, a

gente que estamos aqui não sabemos a dimensão daquilo lá e tudo foi dado 3020

garantia, teve um responsável técnico que assinou, dizendo que podia subir,

tem habite-se, tem tudo; tem tudo, então não podemos dizer isso. Então

voltando à questão, acho que nós temos que estar sempre colocando a

questão de que: há perigo sim! A gente não sabe o que vai acontecer amanhã,

universo, universo, já foi provado cientificamente, desde o inicio desse século, 3025

quer dizer, antes tinha-se esse entendimento, impediu-se esse entendimento

na marra e depois voltou-se a ter o entendimento de que o universo é um

organismo. É um organismo, não adianta a gente dizer que vai pontuar aqui e

que o impacto vai ser aqui, se você impactou aqui, o universo inteiro está

sendo impactado, então nós temos que ter essa preocupação. Esse cano 3030

terminando a 2 Km da praia, hoje, tem-se, é, tem uma pesquisa que passou lá

e trata-se de uma corrente, é elemento químico, faz parte da tabela periódica e

nós sabemos muito bem que a tabela periódica, começou com 4 elementos e

hoje tem cento e não sei quantos e amanhã vai ter mais e mais e mais e mais e

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cada vez que se aumenta o número da tabela periódica é porque a ciência 3035

descobriu um elemento químico que não era conhecido, portanto, alguns

acontecimentos eram inexplicados, porque? Porque aquele elemento químico

que não era conhecido reagiu com o que nós conhecemos, atestamos como

reage e resultando com uma terceira coisa. Matemática? Exata. 1+1, aproxima-

se do 2, pode para mais, para menos, mas aproxima-se do 2; mas na química 3040

e na física 1+1? Nem sempre aproxima-se do 2, pode gerar 3. A união dos 2 e

o terceiro, que é a reação química. Dentro de uma corrente, com vocês vão

colocar esse local, essa corrente vem de outro lugar, ela pode aportar um

elemento químico que reaja com esses que estão saindo ali e na passagem,

na passagem, um navio que larga qualquer coisa aí, seja lá o que for que 3045

aconteceu, dentro do oceano um elemento químico que tenha uma simpatia,

uma empatia, os elementos químicos agem por simpatia. Ter empatia com um

desses pode gerar uma reação sim, pode, entre eles ali e naquele local aonde

foi feito a pesquisa. Nesse momento não, vocês fizeram a pesquisa, vocês não

sabem o amanhã, a vida é um eterno renascer. Amanhã você não sabe o que 3050

vai estar passando ali. Então a gente não deve nunca dizer que não pode

acontecer alguma coisa, ainda tem mais, existem elementos químicos que

podem na passagem associar-se a esses e serem carregados pelo oceano

sem diluir, basta ter a reação química nesse sentido, você pode diluir o sódio

na água até saturar, mas tem elementos químicos que você coloca o sódio, 3055

que você joga o sódio na água e ele não dilui, ele vai ser carregado e assim

são outros e a gente ta vendo aí todos esses produtos que foram colocados

aqui na televisão, que vocês explicaram, então pensemos isso. No futuro isso

pode? Isso pode sim! Não vamos dizer que não, nós, então o fórum da Agenda

21 de Itaboraí está fechando com o fórum de Maricá, a proposta do fórum de 3060

Itaboraí é a proposta do fórum de Maricá, eles estudarem isso durante 1 ano, 1

ano e pouco, tem muito mais embasamento do que nós, no momento e eles

estão propondo que esse local, não seja a 2 Km, porque ali é uma área de

vórtice, para quem não sabe o que é vórtice, vórtice são o que os pescadores

e nós costumamos chamar de redemoinho, redemoinho. Aquele redemoinho 3065

modifica a dinâmica de toda aquela região. É porque vocês não viram ainda

um redemoinho, vocês não viram um redemoinho em um dia de ressaca, você

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vê o fundo do mar de Maricá vir para cá na areia, cá na praia. Arrancando

prédios nas calçadas, arrancando calçadas inteiras, vocês não sabem o que é

você entrar com um barco, dentro do oceano ali em Maricá e o seu barco, você 3070

tocar o motor para frente e o mar te jogar para trás, mais forte que o motor.

Vocês não viram isso. Da mesma forma que você disse que não encontraram

ova de peixe aqui no rio, exatamente você veio aqui no período que não é o

período de reprodução do peixe, você não vai encontrar, exceto a Tilápia e o

Bagre, que reproduz o ano inteiro, mas os dois guardam os ovos dentro da 3075

boca. Como é que você vai achar na pesquisa? Você não vai achar nunca,

mas tem. É só você vir no período da desova do Acará, da Piaba, do Bagre-

guri, do Mussum, das dezenas e dezenas de peixes que tem aí. Você vai

encontrar. Então quer dizer são questões que você não pode fazer num

momento assim vou fazer. Pra fazer, vai levar 1 ano para fazer um estudo de 3080

impacto ambiental, 1 ano é muito pouco. Esse ano chove menos, ano que vem

chove mais. Isso tudo modifica. Tem ano que não chove, muda tudo, muda

tudo; vem uma enxurrada, aqui a 100 metros de onde nós estamos tem 2

pontes, tem 1 ponte quebrada ali, porque o engenheiro assinou e disse que

aquela ponte tinha garantia. A do trem que é mais elevada, mas foi arrastada, 3085

também, por uma enxurrada. O engenheiro disse não, aqui, não, pode passar

o trem, assim mesmo aqui adiante tem outra ponte quebrada, mesma chuva.

Lá em Tanguá, tem uma ponte quebrada também. Em 1958, a noite, um trem

vindo do Rio de Janeiro para Campos, cheio de passageiros, a água tinha

levado a ponte, o trem caiu, morreu todo mundo, o maquinista não viu e foi 3090

embora. Um técnico, a ciência diz, um cientista disse que aquela ponte não ia

cair, mas ela caiu. Contra a natureza, não se brinca, não adianta a gente dizer:

Eu estou colocando isso aqui na natureza, isso aqui está garantido. Não

adianta falar isso, vamos ser humildes, vamos para o chão, vamos botar os

pés no chão, nós podemos dizer: Vamos fazer, mas não damos 100% de 3095

garantia; vamos fazer o melhor que nós podemos fazer, esse é o melhor que

nós podemos fazer, mas nunca dizer que vai dar garantia, que não vai

acontecer acidente, porque a gente não sabe o que vai acontecer amanhã.

Isso é um perigo, quando o técnico, quando os técnicos, entram por esse

caminho. Essa é uma teoria cartesiana, que já foi superada desde quando, do 3100

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início do século quando Einstein chegou e disse, isso aqui está errado e

provou que estava errado. Dizem que o universo é estático, que o universo

não muda. O universo é assim, assim e assim, isso é assim, sempre foi e vai

ser. Não é assim, penso logo existo? Já acabou há muito tempo, isso já

acabou há mais de 1 século e nós ainda estamos mantendo isso na educação, 3105

nas escolas, as nossas escolas ainda falam isso. Penso logo existo, Descartes

aquele negócio todo, isso está errado, já foi superado há muito tempo, gente!

Vamos ter cuidado e botar o pé no chão e vamos levar para o INEA. Sabe

porque isso aqui está acontecendo hoje? Por que o INEA falhou, quando

liberou o COMPERJ aprovando a Estação de Tratamento sem o duto.... 3110

-A gravação terminou abruptamente -

.... continuando:

3115

....tratamento e não aprova o o o o duto. Como é que você licencia uma

empresa se ela não te mostra onde ela vai descartar os seus resíduos.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Senhor Heleno, deixa eu explicar uma

coisinha pro senhor. Só um instantinho. 3120

Sr.Heleno: Então isso foi uma falha grave do INEA. Uma falha grave do INEA.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Deixa eu... deixa eu esclarecer.

3125

Sr. Heleno: E simplesmente nós tamos aqui pra juntos, e vamos resolver. Mas

foi uma falha grande do INEA.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Lógico... Seu Leandro a...

3130

Sr. Heleno: Ah, outra coisa pra eu encerrar. Olha, lamentavelmente mais uma

vez eu vou dizer: ontem o Ministério Público não compareceu em Maricá. Hoje

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o Ministério Público não comparece aqui. Um recado pros nossos é... é... é...

Promotores. Eles nos representam. Eles nos representam. Quando eles

marcam audiência, quando eles nos intimam, se nós não comparecermos nós 3135

passamos por certas situações difíceis. Nós vamos ter de explicar direitinho,

se não nós vamos pra cadeia. Então como é que eles agem dessa forma? Não

é obrigado o Ministério Público a comparecer numa audiência pública, mas é

um dever. É um dever. Está acima da lei. O que tá na lei, você é obrigado a

fazer. Mas é que existem coisas que tão acima da lei, que não precisam estar 3140

na lei. Que você já sabe qual é o dever. A lei só é pra dizer o que você pode e

o que você não pode fazer. Então o que tá acima da lei não se discute. O

Ministério Público não poderia fazer isso.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Senhor Heleno, o senhor falou muito bem. 3145

Agora, o senhor pode ter certeza que o Ministério Público tá recebendo essa

ata, tá recebendo a transcrição e que eles ficam marcando em cima. O fato de

eles estarem aqui ou não concordo com o senhor, é bom pra todos, inclusive

pra nós, porque nos representa, a sociedade. Agora eles já estão pedindo a

agenda, a ata, a transcrição da audiência de ontem. Então o senhor pode ter 3150

certeza que eles estão fazendo exigências. Se não estiveram aqui é porque

algum motivo a... maior impediu. Porque a nova orientação lá do chefe, lá do

Ministério Público é que eles participem das audiências sim. E o senhor foi

muito bem quando disse que eles não são obrigados a vir. Quer dizer, a

ausência deles não invalida a audiência, mas a presença deles valoriza, não é 3155

isso? E... enfim, mas eles com certeza eles tão em cima de todos os processos

e estão pedindo a agenda da reunião de hoje, tá certo?

Albertone Sant’ana - Cepemar: Gusmão , por gentileza.

3160

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Pois não.

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Albertone Sant’ana - Cepemar: Eu acho que caberia um esclarecimento,

porque parece que não ficou claro a... como se nós tivéssemos sido omissos

em relação a riscos e a gente gostaria de deixar mais claro isso. 3165

Antônio Carlos Gusmão – CECA : tá certo.

Albertone Sant’ana - Cepemar: É... na fala do senhor Heleno teve essa...

essa preocupação com relação aos riscos e eles não estão ignorados pelo 3170

estudo ambiental, de forma que são propostos programas de redução desses

riscos e programas de monitoramento, caso esses riscos venham a se

concretizar. Né, então a gente tem propostos todos os programas de, os dois

programas que são relacionados aos riscos do emissário, que são o plano de...

de emergência, né, em caso aconteça alguma coisa. E ainda os planos de 3175

monitoramento tanto de qualidade dos rios, quanto de qualidade do próprio

efluente tratado, quanto de qualidade do corpo receptor que é o mar em

Maricá. Então, por onde passa o emissário tá havendo alguma metodologia de

monitoramento, de acompanhamento e de identificação, caso aconteça algum

tipo de vazamento, caso aconteça algum tipo de extravasamento desse 3180

efluente. Além de todo o detalhe construtivo que a Leonora já apresentou e

todas as ações de contingência e emergência que são propostas aí no estudo.

OK? Só pra esclarecer, Antônio Carlos Gusmão . Obrigado.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Não, tá certo. Porque inclusive se tem os 3185

planos é porque há a preocupação. A fala do senhor Heleno foi perfeita no

sentido do alerta que não há o acidente zero.

Albertone Sant’ana - Cepemar: E... e é importante considerar ...

3190

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Não... Não existe... é...

Albertone Sant’ana - Cepemar: que se o projeto, ele passa por um estudo de

impacto ambiental, o pressuposto que faz com que ele passe por uma análise

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robusta dessa, é haver um risco real. É haver impactos significantes possíveis 3195

relacionados a esse empreendimento. Então só o fato de se elaborar um

estudo de impacto ambiental é auxilia, concorda e corrobora a preocupação do

seu Heleno.

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Tá certo. Então, é mais alguma colocação? 3200

Peraí, peraí, tem que ter o microfone pro seu Heleno, senão não grava. Seu

Heleno.

Sr. Heleno: Eu esqueci de lembrar ao INEA o seguinte. Ali, ao lado, tem um

parque estadual, você sabe. É, e pela lei do SNUC há uma zona de impacto, 3205

é de influência de 10 quilômetros, ao redor de todas as unidades de

conservação.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: o aquecimento...

3210

Sr. Heleno: É, então quero só lembrar ao INEA essa responsabilidade.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Tá certo... Claro, claro.

Sr. Heleno: e tem o INEA com relação a esse empreendimento ali. 3215

Antônio Carlos Gusmão – CECA: Perfeito.

Sr. Heleno: ...tá? Da mesma forma que existe uma zona de influência do

próprio COMPERJ de dez quilômetros, né? Nós, é o parque aqui em Tanguá a 3220

Petrobras pagou a compensação, né! O termo de compensação pras unidades

de conservação ambiental, foram quatro milhões e alguma coisa, que e aqui

tem uma unidade de conservação... Sabe o que aconteceu? Nós ficamos sem

nada e tal O Secretário de Meio Ambiente de Itaboraí entrou com uma ação no

Ministério Público é cobrando essa compensação e a Petrobras foi lá e provou 3225

que tinha pago. Então nós queremos saber pra onde foi...

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Antônio Carlos Gusmão - CECA: Mas a compensação foi pro COMPERJ.

Agora vai ter outra compensação.

3230

Sr. Heleno: nas unidades. Sim, sim. Só tô te dando um exemplo, que pode

acontecer.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Entendi... entendi.

3235

Sr. Heleno: É. O que aconteceu? Na audiência com o Ministério Público foi

provado pela Petrobras que ela tinha feito o pagamento. Ela não devia. E

quem que recolheu? Quem que recebeu? O Governo do Estado. E por que

não aplicou? Ah... tá aplicando sim. Então a Promotora chegou e falou: “então

o senhor mostra onde que tá sendo aplicado”. Sabe onde que tava sendo 3240

aplicado o dinheiro resultante do termo de compensação pra unidade de

conservação que tivesse dentro do raio de dez quilômetros do entorno do

COMPERJ? Lá na Ilha Grande, em Angra dos Reis!

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Não, não... 3245

Sr. Heleno: Exatamente!

Antônio Carlos Gusmão – CECA: a compensação daqui é aplicada aqui.

3250

Sr. Heleno: Então, daqui foi pra lá! Foi pra lá! Já foi libera .... o Ministério

Público já exigiu que um milhão deles voltasse, pra tá sendo empregado no

Parque Natural Municipal Serra do Barbosão aqui em Tanguá, ao nosso lado.

Então, quer dizer, há essas possibilidades. Então nós não podemos e foi lá no

INEA que aconteceu. Foram os técnicos do INEA que foram lá e tiveram que 3255

provar, mostrar que o dinheiro que foi pago pra ser aplicado aqui, na área de

entorno do COMPERJ, na área do impacto, tava sendo empregado pelo

Governo do Estado lá na Ilha Grande.

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Antônio Carlos Gusmão - CECA: Tá certo... 3260

Sr. Heleno: Tá. Então a gente tem que ter todo esse cuidado, toda essa

preocupação pra evitar que isso volte a acontecer. A gente tá atento com isso,

tá...

3265

Antônio Carlos Gusmão - CECA: E agora nós temos na Secretaria, uma

Câmara de Compensação Ambiental.

Sr. Heleno: Exatamente...

3270

Antônio Carlos Gusmão - CECA: que justamente tá fazendo o controle...

Sr. Heleno: pra acabar com essa história.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: de todas essas compensações. 3275

Sr. Heleno: Então é essa a lembrança pra você. Tá dentro da zona de

influência...

Antônio Carlos Gusmão - CECA: tá certo... 3280

Sr. Heleno: do Parque Estadual. Isso é impossível acontecer. É o SNUC, a lei

federal que exige...

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Exato, é a lei 9985. 3285

Sr. Heleno: a lei 9985, exatamente...

Albertone Sant’ana - Cepemar: Antônio Carlos Gusmão ...

3290

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Antônio Carlos Gusmão - CECA: Então, muito obrigado, senhor Heleno...

Albertone Sant’ana - Cepemar: Gusmão ...

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Bem... Pois não... 3295

Albertone Sant’ana - Cepemar: Pode só fazer um esclarecimento em cima

da... da informação que o senhor Heleno tá dando aqui... É... a zona de

amortecimento que era determinada pelas resoluções econômicas 302 e 303...

ela realmente quando não é decretado a zona de amortecimento da unidade 3300

de conservação, ela se estabelecia automaticamente, pra efeitos de

licenciamento, uma área de dez quilômetros além da área da... da unidade de

conservação. Quando foi elaborado o estudo de impacto ambiental, essas

duas resoluções econômicas ainda estavam válidas. Só que elas foram

revogadas por uma resolução mais recente, que estabelece um limite de 3 3305

quilômetros pra essa zona de amortecimento, né. Hoje, quando uma unidade

de conservação não tem essa zona determinada, pra efeito de licenciamento,

essa zona fica determinada em 3 quilômetros. Tá OK? Só pra gente manter a

informação mais atualizada aí.

3310

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Bem, então eu tô passando aqui pra turma

da Petrobras os contatos das pessoas que ofereceram aí as parcerias nas

instalações, nos prédios com os custos, tá certo? Nós selecionamos as

pessoas. Então, é...nó, eu queria agradecer a presença das pessoas aqui, a

forma, eu acho, que delicada, não? Extremamente atenciosa que nos 3315

receberam aqui. Nós do órgão ambiental, os colegas da empresa, os

consultores, as pessoas do apoio, enfim. Eu acho queessa é a maneira que se

faz uma audiência pública. É ouvindo as pessoas, trazendo novas

considerações, novas contribuições. E não esqueçam que todos tem, heim,

Dona Sandra, nós temos ainda dez dias pra mandar sugestões decorrentes 3320

daqui da audiência, tá certo? Então, em nome da Secretaria de Estado do

Meio Ambiente eu agradeço a presença de todos, desejo um feliz regresso

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pras nossas casas e que nos encontremos numa próxima oportunidade aqui no

Município de Itaboraí, que nos recebeu tão bem. Então muito obrigado, uma

boa noite e até a próxima. Obrigado a todos. 3325