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SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
Relatório do 4.º Monitoramento da
Auditoria Operacional - Legado do Pan
Monitoramento das ações implementadas em função do resultado da
Auditoria de Natureza Operacional realizada no âmbito da
Superintendência de Patrimônio Imobiliário da Secretaria Municipal de
Fazenda – SMF/SPA, em 20091, do 1.º Monitoramento, realizado em 2010,
do 2.º Monitoramento, realizado em 2011 e do 3.º Monitoramento,
realizado em 2012, que objetivaram avaliar o investimento municipal para a
realização dos Jogos Pan-Americanos – Rio 2007.
Comissão de Monitoramento : Adriana A. F. Salgado
1.ª IGE - Assessor
Matr.: 40/901.221
Gustavo Luiz Machado
1.ª IGE – Auditor de Controle Externo
Matr.: 40/901.672
Giovana Espolador Chaves
2.ª IGE – Auditor de Controle Externo
Especialidade: Engenharia
Matr.: 40/901.654
Início do Monitoramento: 22/11/2013
1 Por força da delegação de competência contida no Decreto n.º 36.565, de 4/12/2012, a Subsecretaria de
Projetos Estratégicos e Concessões de Serviços Públicos e Parcerias Público-Privadas passou a ser o órgão
responsável pelos imóveis objeto deste monitoramento, estando subordinada à Secretaria Municipal da Casa
Civil e não mais à Secretaria Municipal de Fazenda - SMF.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
RESUMO
O trabalho se constituiu no 4.º monitoramento do resultado da Auditoria de Natureza
Operacional realizada no âmbito da Secretaria Municipal de Fazenda em 2009 (Proc.
TCMRJ n.º 40/2291/20092) e de seus monitoramentos anuais, que objetivaram avaliar o
investimento municipal para a realização dos Jogos Pan-americanos – Rio 2007,
garantindo assim a manutenção, a utilização dos próprios municipais e a adequação do
investimento aos princípios administrativos.
As principais constatações deste monitoramento foram:
três dos quatro equipamentos esportivos analisados no escopo do Legado do Pan
(Estádio Olímpico Municipal João Havelange, Parque Aquático Maria Lenk e
Arena) serão utilizados nos Jogos Olímpicos de 2016 na Cidade do Rio de Janeiro,
conforme era objetivado quando de sua construção, necessitando para tal, no
entanto, de obras de adaptação e correção de pendências estruturais (construtivas e
de manutenção);
o Parque Aquático Maria Lenk não será utilizado para as provas de natação, por
motivo de inadequação às especificações do Comitê Olímpico Internacional (COI),
mas apenas para pólo aquático, havendo necessidade de construção de um novo
Parque Aquático temporário para sediar as provas de natação. Após os Jogos, há
previsão de que o Parque Aquático Maria Lenk faça parte do Centro Olímpico de
Treinamento (COT), voltado para atletas de alto rendimento e para eventos
esportivos do circuito internacional;
no Estádio Olímpico João Havelange serão disputadas as provas de atletismo dos
Jogos Olímpicos e na Arena, as provas de ginástica;
2 Arquivado em 1/6/2011 (Voto n.º 276/2011 - ACFM).
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
quanto ao Velódromo: sua utilização se limitou a sete anos (2007 - 2013). Por não
se adequar às exigências do COI, optou-se por demoli-lo e construir um novo para
os Jogos Olímpicos, com recursos federais. Após os Jogos Pan-Americanos de
2007, sua utilização incluiu competições esportivas, treinamento de atletas de
ciclismo e ginástica e uma escolinha de ciclismo para crianças matriculadas em
escolas públicas da região; e
as impropriedades construtivas / de manutenção apontadas pelo TCMRJ e
pendentes de resolução no 3.º monitoramento estão contempladas nos projetos de
reforma dos equipamentos visando a seu uso nos Jogos Olímpicos de 2016, com
exceção das obras de impermeabilização do Estádio Olímpico João Havelange.
Os principais achados deste monitoramento foram:
risco de não cumprimento das obrigações financeiras e de manutenção do
Estádio Olímpico Municipal João Havelange por parte da concessionária
Companhia Botafogo;
ausência de previsão de obras de impermeabilização no Estádio Olímpico João
Havelange, apesar dos achados apontados por esta Corte de Contas em relação
a esse assunto no Proc. TCMRJ n.º 40/1032/20133 (3.º Monitoramento do
Legado do Pan); e
indefinição de projetos e cronogramas de obras de adaptação ao escopo
olímpico.
3 Sobrestado na 1.a IGE.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
Relação de Quadros e Fotos
Quadros:
Quadro 1 - Processos anteriores relativos ao Legado do Pan ............................................ 2
Quadro 2 - Termos de Cessão / Concessão de Uso dos Equipamentos Esportivos
analisados ........................................................................................................................... 2
Fotos:
Fotos 1 e 2 - Projeto do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. ......................................... 5
Foto 3 - Equipamentos do Consórcio Engenhão no Estádio ............................................ 10
Fotos 4 e 5 - Gramado principal em boas condições. ...................................................... 12
Fotos 6 e 7 - Instalações internas do Estádio limpas e com elevadores em
funcionamento. ................................................................................................................. 13
Fotos 8 e 9 - Salas da Universidade Gama Filho sem uso desde sua instalação. ............. 19
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................. 1
I.1 - Programação do Monitoramento ........................................................................... 1
I.2 - Objetivos do Monitoramento .................................................................................. 3
II. ANÁLISE DAS AÇÕES IMPLEMENTADAS / SITUAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS ............. 3
II.1 - Introdução ............................................................................................................... 3
II.2 - Equipamentos Esportivos ...................................................................................... 7
A - Estádio Olímpico Municipal João Havelange ("Engenhão") ............................ 7
A.1 - Introdução ........................................................................................................... 7
A.2 - Interdição ............................................................................................................ 8
A.3 - Termo de Ajuste n.º 395/2013 - Manutenção do Estádio .............................. 12
A.4 - Previsão de uso durante os Jogos Olímpicos 2016 ......................................... 15
A.5 - Adaptação às exigências dos Jogos Olímpicos / Pendências construtivas do
3.º Monitoramento ..................................................................................................... 16
A.6 - Demais pendências do 3.º Monitoramento relativas ao Estádio Olímpico
Municipal João Havelange (Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013) ............................... 18
B - Parque Aquático Maria Lenk ............................................................................. 26
B.1 - Introdução ......................................................................................................... 26
B.2 - Previsão de uso durante os Jogos Olímpicos 2016 ......................................... 27
B.3 - Adaptação às exigências dos Jogos Olímpicos / Pendências construtivas do
3.º Monitoramento ..................................................................................................... 28
C - Arena ..................................................................................................................... 21
C.1 - Introdução ......................................................................................................... 21
C.2 - Previsão de uso durante os Jogos Olímpicos 2016 ......................................... 21
C.3 - Adaptação às exigências dos Jogos Olímpicos / Pendências construtivas do
3.º Monitoramento ..................................................................................................... 23
D - Velódromo ............................................................................................................ 29
III. CONCLUSÃO ............................................................................................................................................... 31
APÊNDICE - METODOLOGIA..........................................................................................................................
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1
I. INTRODUÇÃO
I.1 - Programação do Monitoramento
O trabalho se constituiu no monitoramento do resultado da Auditoria de Natureza
Operacional realizada no âmbito da Secretaria Municipal de Fazenda em 2009, que
objetivou avaliar o investimento municipal para a realização dos Jogos Pan-americanos –
Rio 2007 (Proc. TCMRJ n.º 40/2291/2009), de seu 1.º Monitoramento, ocorrido em
setembro de 2010 (Proc. TCMRJ n.º 40/841/2011), de seu 2.º Monitoramento, em
novembro de 2011 (Proc. TCMRJ n.º 40/1410/2012) e de seu 3.º Monitoramento, em
novembro de 2012 (Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013), garantindo assim a manutenção, a
utilização dos próprios municipais e a adequação do investimento aos princípios
administrativos.
A realização do 4.º Monitoramento segue a programação de inspeções para o exercício de
2013, aprovada em Sessão Plenária de 4/2/2013 (Proc. TCMRJ n.º 40/556/2013).
Salienta-se que, por força da delegação de competência contida no Decreto n.º 36.565, de
4/12/2012, a Subsecretaria de Projetos Estratégicos e Concessões de Serviços Públicos e
Parcerias Público-Privadas - CVL/SUBPPPs, órgão responsável pelos imóveis objeto deste
monitoramento, está subordinada à Secretaria Municipal da Casa Civil e não mais à
Secretaria Municipal de Fazenda - SMF.
O relatório referente ao 3.º Monitoramento do Pan (Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013) foi
baixado em diligência em Sessão Plenária de 27/5/2013, nos termos do Voto n.º 275/2013,
do Exmo. Senhor Conselheiro Antônio Carlos Flores de Moraes, tendo sido respondido
pelas jurisdicionadas envolvidas até 23/9/2013. O processo foi então sobrestado na 1.a IGE
em vista da realização deste 4.º Monitoramento, no qual as pendências ainda existentes no
3.º Monitoramento poderiam ser esclarecidas.
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2
Segue-se um resumo dos processos anteriores de monitoramento e suas situações, bem
como dos Termos de Cessão / Concessão referentes aos equipamentos esportivos
analisados:
Quadro 1 - Processos anteriores relativos ao Legado do Pan
Proc.
TCMRJ
Assunto Situação
40/2291/2009 Relatório de Auditoria realizada no âmbito da Secretaria Municipal de
Fazenda – Legado dos Jogos Pan-Americanos/Rio 2007.
Arquivado em 1/6/2011 (Voto
n.º 276/2011 – ACFM).
40/841/2011 1.º Monitoramento do resultado da Auditoria de Natureza Operacional
realizada no âmbito da Secretaria Municipal de Fazenda em 2009.
Arquivado em 24/4/2013
(Voto n.º 182/2013 – ACFM).
40/1410/2012 2.º Monitoramento do resultado da Auditoria de Natureza Operacional
realizada no âmbito da Secretaria Municipal de Fazenda em 2009.
Arquivado em 27/5/2013
(Voto n.º 250/2013 – ACFM).
40/1032/2013 3.º Monitoramento do resultado da Auditoria de Natureza Operacional
realizada no âmbito da Secretaria Municipal de Fazenda em 2009.
Sobrestado na 1.a IGE.
Quadro 2 - Termos de Cessão / Concessão de Uso dos Equipamentos Esportivos analisados
Equipamento Esportivo Termo Contratual Processo TCMRJ
Parque Aquático Municipal
Maria Lenk Termo de Cessão de Uso n.o 008/2008 - F/SPA 40/4296/20084
Estádio Olímpico Municipal
João Havelange
Termo de Concessão de Uso n.º 046/2007 -
F/SPA 40/5092/20075
Arena Multiuso ("Arena Rio") Termo de Concessão de Uso n.º 053/2007 -
F/SPA 40/0246/20086
Velódromo Termo de Cessão de Uso n.o 011/2008 - F/SPA
40/4297/20087
4 Arquivado em Sessão Plenária de 31/5/2010 (Voto n.º 183/2010 – JLN). 5 Arquivado em Sessão Plenária de 18/2/2013 (Voto n.º 58/2013 – JMCN). 6 Em tramitação nesta Corte de Contas. 7 Arquivado em Sessão Plenária de 21/6/2010 (Voto n.º 269/2010 – JLN).
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3
I.2 - Objetivos do Monitoramento
O 4.º monitoramento objetivou verificar os pontos de auditoria ainda pendentes de
resolução até o 3.º Monitoramento, visando a acompanhar a atual situação dos
equipamentos fruto dos investimentos municipais, constatando as providências saneadoras
implementadas pela Secretaria Municipal da Casa Civil - CVL e outros órgãos envolvidos.
Devido à utilização dos equipamentos objeto deste monitoramento nos Jogos Olímpicos de
2016 no Rio de Janeiro ("Jogos"), objetivou-se particularmente verificar se as obras de
adaptação de suas estruturas aos Jogos corrigem as pendências apontadas por esta Corte de
Contas, bem como o legado planejado dos equipamentos após os Jogos Olímpicos de 2016.
II. ANÁLISE DAS AÇÕES IMPLEMENTADAS / SITUAÇÃO DOS
EQUIPAMENTOS
II.1 - Introdução
No Voto n.º 890/2009, que baixou em diligência o processo referente ao relatório de
auditoria sobre o Legado do Pan (Proc. TCMRJ n.º 40/2291/20098), o Exmo. Senhor
Conselheiro Antonio Carlos Flores de Moraes afirmou que... "A referida equipe, concluiu,
... que a razão determinante para realização dos investimentos referiu-se principalmente à
efetivação dos Jogos Pan-Americanos e Para-Pan-Americanos 2007, os quais teriam a
capacidade de gerar impactos positivos no desenvolvimento social, arrecadação
municipal, no turismo e na opinião pública, pela divulgação nacional e internacional da
marca RIO. Existia, ainda, o interesse adicional do Município em sediar outros eventos
esportivos, tais como os Jogos Mundiais Militares 2011, Copa do Mundo de Futebol 2014
e as Olimpíadas 2016".
8 Arquivado em 1/6/2011 (Voto n.º 276/2011).
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4
O relatório de auditoria de 20099 detalhou o legado econômico dos Jogos Pan-Americanos
para a cidade. Este 4.º Monitoramento, realizado em data na qual o projeto dos Jogos
Olímpicos de 2016 já se encontra detalhado, permitiu analisar o aproveitamento dos
equipamentos construídos para o Pan nos Jogos Olímpicos, conforme era um dos objetivos
do investimento em 2007.
Constatou-se que três dos quatro equipamentos esportivos analisados por esta Corte de
Contas no escopo da auditoria de Legado do Pan (Estádio Olímpico João Havelange,
Parque Aquático Maria Lenk e Arena) serão utilizados nos Jogos Olímpicos de 2016,
necessitando, no entanto, para tal, de obras de adaptação às especificações do Comitê
Olímpico Internacional (COI) e correção de pendências estruturais. O Velódromo, por não
se adequar às exigências do COI, foi demolido em junho de 2013.
O Projeto dos Jogos Olímpicos prevê as seguintes utilizações e legado para os
equipamentos objeto deste monitoramento:
Equipamento Esporte nos
Jogos Olímpicos
Legado previsto no Projeto Olímpico
Estádio Olímpico
João Havelange
Atletismo10 Sede de eventos esportivos e shows.
Arena Rio Ginástica Sede de eventos esportivos e shows.
Parque Aquático
Maria Lenk
Pólo aquático Parte do Centro Olímpico de Treinamento (COT), voltado para a
preparação de atletas de alto rendimento e realização de eventos
esportivos do circuito internacional.
O Parque Aquático Maria Lenk e a Arena estão localizados no Parque Olímpico, na Barra
da Tijuca (Foto 1), local onde serão construídas outras instalações permanentes e
temporárias para os Jogos Olímpicos de 2016, conforme Projeto constante da Foto 2. As
arenas permanentes 4, 5 e 6 da Foto 2, a serem construídas, formarão o Centro Olímpico de
Treinamento - COT, juntamente com o Parque Aquático Maria Lenk e novo Velódromo
(equipamento 3).
9 Proc. TCMRJ n.º 40/2291/2009, arquivado em 1/6/2011 (Voto n.º 276/2011). 10 Exceto Maratona (Sambódromo) e Marcha Atlética (Parque do Flamengo).
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5
Foto 1 - Situação do Parque Olímpico em nov/2013.
Foto 2 - Projeto do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca.
Arena Rio
Maria Lenk COT =
4 + 5 + 6
Maria Lenk Arena Rio
1 2
3
4
5
6
8
9
100
7
111
111
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6
Equipamentos Esportivos do Parque Olímpico
Número do
Equipamento
na Foto 2
Esporte Olímpico / Utilização
Esporte Paralímpico / Utilização
1 Pólo Aquático Não definido.
2 Ginástica artística, rítmica e trampolim Basquete em Cadeira de Rodas
3 Ciclismo de Pista Ciclismo de Pista
4 Esgrima / Luta Livre / Luta Greco-Romana Vôlei Sentado
5 Judô / Taekwondo Judô / Bocha
6 Basquete Basquete e Rúgbi em Cadeira de Rodas
7 Handebol Golbol
8 Tênis Tênis em Cadeira de Rodas / Futebol de 5
9 Natação / Nado Sincronizado Natação
10 Live Site11 Live Site
11 Faixa Marginal de Proteção Ambiental Faixa Marginal de Proteção Ambiental
Os três equipamentos esportivos do Pan que serão utilizados nos Jogos Olímpicos possuem
pendências construtivas e/ou de manutenção, devidamente apontadas no 3.º
Monitoramento (Proc. TCMRJ n.º 40/1032/201312). Algumas delas permanecem sem
solução há vários monitoramentos, devido, em alguns casos, à discussão sobre se seriam
pendências construtivas (de responsabilidade do respectivo construtor) ou de manutenção
(de responsabilidade da Concessionária).
11 Local onde o público poderá acompanhar as competições por telões. 12 Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013, sobrestado na 1.a IGE.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
7
Com o advento dos Jogos Olímpicos e a existência de prazo limite para a disponibilização
dos equipamentos (2016), a discussão sobre a responsabilidade pelas avarias se tornou
secundária ao fato de que todas as impropriedades devem ser sanadas13.
Dessa forma, o Município optou por fazer um levantamento de todas as pendências
estruturais nos equipamentos e, somando-as às alterações necessárias para adaptação ao
escopo olímpico, incluí-las em projetos de reforma, a serem licitados com recursos do
Município ou da União.
Não há, até o momento, informações sobre eventuais futuros ressarcimentos ao Município
por parte dos construtores ou concessionários dos equipamentos em relação aos custos de
reformas de pendências construtivas ou de manutenção pagas pelo Município ou União.
Os detalhes sobre as reformas e uso futuro de cada equipamento se encontram a seguir.
II.2 - Equipamentos Esportivos
A - Estádio Olímpico Municipal João Havelange ("Engenhão")
A.1 - Introdução
O uso do Estádio Olímpico Municipal João Havelange pela Concessionária Companhia
Botafogo foi regulamentado pelo Termo de Concessão de Uso n.º 046/2007 - F/SPA (Proc.
TCMRJ n.º 40/5092/200714), firmado em 24/8/2007, pelo prazo de 20 anos.
13 Fonte: Ofício CVL/SUBPPPs n.º 114/2013, de 5/9/2013, em resposta à diligência determinada pelo Voto
n.º 275/2013 - ACFM - no Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013 (3.º Monitoramento do Pan): "a Empresa
Olímpica Municipal (EOM) e a RIOURBE estão cientes destes e de todos os demais aspectos abordados no
Relatório do 3.º Monitoramento da Auditoria Operacional feita pelo TCM/SGCE/1.a IGE, pois receberam
desta Egrégia Corte os Ofícios TCM/GPA/SES/E/036/00110/2013 e TCM/GPA/SES/E/036/00107/2013,
ambos datados de 28/5/2013, onde foi relatada a situação dos Equipamentos em foco. Neste contexto,
esclarecemos que a EOM e a RIOURBE estão levantando, em conjunto, todas as obras que realmente serão
necessárias no Complexo Esportivo para a realização dos JJOO 2016 e em seguida serão promovidas as
adequações exigidas pelo Comitê Olímpico, além de remediados os problemas por ventura remanescentes". 14 Arquivado em Sessão Plenária de 18/2/2013, nos termos do Voto n.º 58/2013 - JMCN.
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8
A.2 - Interdição
Em 26 de março de 2013, partes do Estádio, que custou R$ 395.646.418,2415 para ser
construído, foram interditadas pelo Chefe do Poder Executivo Municipal, Exmo. Sr.
Prefeito Eduardo Paes, em função de risco de desabamento de sua cobertura metálica. As
partes interditadas incluíram o campo de futebol principal, as arquibancadas, tribuna de
honra, área de imprensa, camarotes e pista de atletismo. Ficaram disponíveis para uso, com
autorização prévia do Município, os vestiários, a circulação no "nível zero", o campo
externo e suas pistas e o prédio administrativo16.
A interdição se baseou em laudo da empresa alemã Schlaich Bergermann und Partner -
SBP, que apontou deficiências estruturais na cobertura, atribuindo-as a falhas de projeto,
de autoria da empresa Alfa, contratada pelo Consórcio Racional Delta Recoma - RDR,
responsável pelo início da construção do Estádio. O Consórcio Engenhão (formado pelas
construtoras Norberto Odebrecht S/A e OAS S/A), que concluiu a obra após o abandono
do Consórcio Racional Delta Recoma, foi isentado de responsabilidade pelos projetos da
cobertura, inclusive por eventuais falhas a eles relacionadas17.
No Voto n.º 275/2013, que baixou o processo do 3.º Monitoramento18 em diligência, o
Exmo. Senhor Conselheiro Antonio Carlos Flores de Moraes questionou se o problema da
cobertura teria sido devido à "corrosão em sua estrutura metálica. ... Talvez um material
não oxidável tivesse resolvido a questão. Ou ainda uma pintura adequada, com base e
tinta apropriadas? É uma pergunta que faço ao ente responsável pela obra...".
15 Fonte: Relatório auditoria Legado do Pan - Proc. TCMRJ n.º 40/2291/2009, arquivado em 1/6/2001 (Voto
n.º 276/2011 - ACFM). 16 Fonte: Cl. 2.a e 4.a, Termo de Ajuste n.º 395/2013, Proc. n.º 04/550.678/2013, Proc. TCMRJ n.º
40/6055/2013, em tramitação nesta Corte de Contas. 17 Fonte: Declaração da SMO às fls. 8 do Anexo ao Proc. TCMRJ n.º 40/3995/2013, em tramitação nesta
Corte de Contas. 18 Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013, sobrestado na 1.a IGE.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
9
Pelo laudo da empresa SBP, concluiu-se que não se tratou de utilização de tinta não
adequada ou outro problema de manutenção por parte da concessionária Cia. Botafogo,
mas sim do comportamento da estrutura, diferente daquele previsto no projeto inicial após
sua colocação no Estádio, situação esta não detectável a "olho nu", necessitando de
modelos e simulações de vento para sua avaliação.
Foi nomeada, mediante o Decreto Municipal n.º 37.152, de 14/5/2013, uma Comissão
Especial para analisar os laudos e estudos técnicos existentes sobre a situação do Estádio e
apresentar proposta para solucionar o problema. Foi então determinada a necessidade de
imediato reforço estrutural dos arcos e cobertura, de forma que o estádio pudesse ser
utilizado com os níveis de segurança exigidos pela legislação19.
Foi acordado entre o Município, a RIOURBE e o Consórcio Engenhão que esse último
faria a obra de conserto da cobertura, ressarcindo-se futuramente mediante a cessão dos
direitos de indenização da RIOURBE no valor das obras de reparo, a serem cobrados junto
ao Consórcio Racional Delta Recoma. Os detalhes do acordo constam do "Termo de
Entendimentos" entre o Município, a RIOURBE e o Consórcio Engenhão (Proc. adm. n.º
06/501.278/2013; Proc. TCMRJ n.º 40/3995/201320).
Por conta da interdição, o Município decidiu suspender, mediante o Ofício CVL/SUBPPP
n.º 053/2013, de 14/5/201321, o Termo de Concessão de Uso n.º 46/2007, entre o
Município do Rio de Janeiro e a Companhia Botafogo, até a desinterdição total do Estádio,
suspendendo também o pagamento da concessionária pelo uso do equipamento esportivo
desde o dia da interdição até seu término, ainda que haja utilização das áreas não
interditadas.
19 Fonte: Decreto Municipal n.º 37.300, de 20/6/2013. 20 Em tramitação nesta Corte de Contas. 21 Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013, Capa de Documentos. Sobrestado na 1.a IGE.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
10
Foi nomeada, mediante o Decreto Municipal n.º 37.300, de 20/6/2013, Comissão de
acompanhamento da execução dos serviços de reforço estrutural da cobertura, com
engenheiros da Secretaria Municipal de Obras, da Pontifícia Universidade Católica (PUC)
e do Clube Botafogo de Futebol e Regatas.
A equipe inspecionante realizou visita ao Estádio em 3/12/2013, tendo sido acompanhada
pelo Gerente-Geral da Cia. Botafogo (Sr. Elcimar Ribeiro), representante da
CVL/SUBPPPs (Sr. Luiz Roberto de S. Oliveira) e membro da comissão designada para
acompanhamento da execução dos serviços de reforço estrutural da cobertura (Sr. Carlos
de Campos, Gerente de Projetos Estruturais da Secretaria Municipal de Obras - SMO).
Na visita, foi constatada a presença de equipamentos do Consórcio Engenhão no local
(Foto 3).
Foto 3 - Equipamentos do Consórcio Engenhão no Estádio
Segundo informações do Consórcio Engenhão e do Engenheiro da SMO, Sr. Carlos de
Campos22, o Consórcio estaria realizando serviços de implantação de gruas com execução
de estacas, blocos de fundações e instalação da estrutura das mesmas, etapa inicial da obra.
Não teria sido escolhida ainda a solução técnica definitiva para a cobertura, apesar da
empresa alemã SBP ter realizado diversos estudos e concepções de projeto para seu
reforço.
22 Fonte: e-mail da SMO e Construtora OAS de 6/12/2013 (cópia juntada aos papéis de trabalho).
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11
Esclareceu também que optou-se pela contratação de um projetista brasileiro para dar
continuidade a tais estudos.
A intenção do Consórcio seria realizar, até que haja solução definitiva, o escoramento da
cobertura (com término previsto para maio de 2014), associado a um procedimento de
transferência de cargas que permitisse testar a reação da estrutura, tendo sido esse o serviço
observado na visita da equipe ao Estádio. Salienta-se que a obra não foi verificada quanto a
seus aspectos técnicos por esta equipe, por questões de escopo deste trabalho e pela
inexistência de projeto, cronograma ou orçamento da obra. O assunto está sendo tratado no
Proc. TCMRJ n.º 40/3995/201323.
Foi mencionada à equipe pelos participantes da reunião no Engenhão a intenção de abrir o
campo principal do Estádio para treinos a partir de maio de 2014, data prevista para
término da etapa inicial da obra da cobertura. Tal informação, no entanto, não foi
suportada por documentação formal.
Em reunião realizada na Empresa Olímpica Municipal - EOM em 26/11/2013, com
representantes da EOM, RIOURBE e CVL, foi informado à equipe inspecionante que a
obra da cobertura teria seu término em dezembro de 2014. Em paralelo, seriam iniciadas as
obras necessárias às adaptações do Estádio às especificações do COI, que, a princípio,
também seriam interrompidas em dezembro de 2014, data na qual o Estádio poderia ser
reaberto, até a data-limite de dezembro de 2015, quando seria novamente fechado, para
realização das obras finais de adaptação às Olimpíadas, relativas às instalações que não
podem sofrer avarias antes dos Jogos, como a pista de atletismo. Tais obras deveriam estar
terminadas até fevereiro de 2016, de forma a se cumprir o cronograma de eventos
preparatórios para as competições olímpicas. Nessa reunião, não foi mencionada a intenção
de abrir o Estádio para treino a partir de maio de 2014, conforme mencionado na visita ao
Engenhão.
23 Em tramitação nesta Corte de Contas.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
12
Considerando-se que não existe ainda solução técnica definitiva para a cobertura, conclui-
se que existe um risco na definição de datas para término de obra e abertura do Estádio.
A.3 - Termo de Ajuste n.º 395/2013 - Manutenção do Estádio
Visando à continuidade da manutenção do Estádio Olímpico, o Município firmou com a
Cia. Botafogo o Termo de Ajuste n.º 395/2013, em 12/8/2013 (Proc. TCMRJ n.º
40/6055/201324), no qual a Cia. Botafogo se obriga a manter, durante a interdição do
Estádio para reforma de sua cobertura, os serviços básicos de manutenção e segurança,
com ressarcimento das despesas pelo Município.
Na visita ao Engenhão em 3/12/2013, foi verificada in loco a execução satisfatória dos
seguintes serviços: manutenção do gramado (Fotos 4 e 5), manutenção de elevadores,
coleta de resíduos sólidos, aluguel de rádio-transmissores, serviço de vigilância e
manutenção de elevadores (serviços terceirizados), bem como limpeza e apoio
administrativo (pessoal próprio da Cia. Botafogo) (Fotos 6 e 7).
Fotos 4 e 5 - Gramado principal em boas condições.
24 Em tramitação nesta Corte de Contas.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
13
Fotos 6 e 7 - Instalações internas do Estádio limpas e com elevadores em funcionamento.
Foi identificado, no entanto, mediante informações provenientes da visita e da imprensa,
que o Clube Botafogo, bem como as companhias a ele ligadas, encontra-se em situação de
penhora judicial de seus bens. Dessa forma, quando o Município transfere recursos como
reembolso de despesas devidas pela Cia. Botafogo, em alguns casos tais recursos são
direcionados, por ordem judicial, ao pagamento de credores da Concessionária.
Como consequência, existe um risco da Cia. Botafogo não ter recursos para sanar suas
obrigações financeiras com as empresas contratadas para prestar os serviços de
manutenção e segurança do Engenhão, o que poderia acarretar em interrupção de tais
serviços e problemas operacionais no Estádio.
Os questionamentos quanto à formalização do Termo de Ajuste constam do Proc. TCMRJ
n.º 40/6055/201325.
De forma a minimizar o risco de interrupção no fornecimento de serviços públicos por falta
de pagamento pela Cia. Botafogo, a titularidade de tais contas estaria sendo transferida ao
Município, que as pagaria diretamente.
25 Em tramitação nesta Corte de Contas.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
14
Dessa forma, de acordo com o Ofício CVL/SUBPPPs n.º 148/2013, de 25/11/201326, a
conta de energia elétrica foi transferida, a partir de setembro de 2013, para a Prefeitura do
Rio de Janeiro. Quanto aos meses de junho e agosto, as contas foram reembolsadas pelo
Município à Cia. Botafogo, mas não pagas pela Concessionária, segundo o mesmo Ofício.
Foi também solicitada a transferência de titularidade da conta de água para a Prefeitura,
mediante o Ofício CVL/SUBPPPs n.º 137/2013, de 1/11/201327. Como não houve repasse
à Cia. Botafogo em relação a esse item desde a interdição do Estádio, o Município assumiu
o pagamento das contas desde março de 2013, sendo que os acréscimos moratórios por
atraso seriam de responsabilidade da Concessionária.
Em relação ao fornecimento de gás, consta das contas da CEG, a partir do mês de abril de
2013, a mensagem de que "Consta(m) dívida(s) em aberto", apesar do reembolso pelo
Município à Cia. Botafogo referente a essa despesa entre março e setembro de 2013.
Quanto aos demais serviços, a CVL/SUBPPPs tem acompanhado o pagamento dos
contratos da Cia. Botafogo mensalmente. Até o momento, segundo o órgão, não teria
havido interrupção de nenhum serviço acordado com o Município no Termo de Ajuste n.º
395/201328.
Foram transferidos pelo Município os seguintes valores à Cia. Botafogo entre março e
setembro de 2013, referentes ao ressarcimento dos serviços destinados à manutenção e
segurança do Engenhão durante sua interdição:
26 Cópia nos papéis de trabalho, parte do Proc. n.º 04/551.537/2013. 27 Cópia nos papéis de trabalho, parte do Proc. n.º 04/551.537/2013. 28 Proc. TCMRJ n.º 40/6055/2013, em tramitação nesta Corte de Contas.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
15
Mês de Competência
Valor transferido pelo
Município à Cia. Botafogo
Proc. Adm.
Março a Junho/2013 R$ 949.374,37 01/004.011/2013
Julho/2013 R$ 316.737,88 04/551.139/2013
Agosto/2013 R$ 349.121,77 04/551.318/2013
Setembro/2013 R$ 165.790,2529 04/551.537/2013
Total até o fim deste
Monitoramento
R$ 1.615.234,02
Foi mencionada na imprensa30 a informação, fornecida pelo vice-presidente de futebol do
Clube Botafogo, Sr. Chico Fonseca, que o Município também cobriria parte das perdas que
o clube teria sofrido em relação a patrocínios e outros contratos. Não foram fornecidas à
equipe inspecionante informações a esse respeito.
A apólice de seguro do Estádio encontra-se vigente até 19/1/201431.
A.4 - Previsão de uso durante os Jogos Olímpicos 2016
O Estádio Olímpico Municipal João Havelange será utilizado para as provas de atletismo
nos Jogos Olímpicos.
A cl. 4.a do Termo de Concessão de Uso n.º 46/2007 define as condições de uso do Estádio
durante os Jogos:
"i) Disponibilizar as instalações da área concedida para o Município,
gratuitamente, na eventual realização de Jogos Olímpicos ... e Copa do Mundo de
Futebol ... arcando o CONCEDENTE com os custos de manutenção da área
concedida durante todo o prazo de disponibilização ao Município... A entrega do
imóvel ao Município dar-se-á mediante vistoria prévia a fim de serem constatadas
as reais condições do imóvel, devendo ser lavrada ata da vistoria que será
assinada pela Concessionária e pelo Município.
29 Valor ainda não pago até o fim deste monitoramento. 30http://esporte.uol.com.br/rio-2016/ultimas-noticias/2013/08/29/prefeitura-antecipa-reabertura-do-engenhao-
mas-atrasa-inicio-da-reforma.htm 31 Fonte: relatório do 3.º Monitoramento - Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013, sobrestado na 1.a IGE.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
16
j) Disponibilizar ao Município, gratuitamente, o uso do imóvel e respectiva área
objeto da presente concessão, na eventual necessidade de adequação do Estádio às
regras das entidades internacionais competentes, na hipótese de realização, na
Cidade do Rio de Janeiro, dos Jogos Olímpicos ... e Copa do Mundo de Futebol."
Segundo cronograma disponibilizado pela Cia. Botafogo à equipe, as obras no Engenhão
estariam terminadas em julho de 2015 (e não dezembro de 2014, conforme informado à
equipe na reunião na EOM em 26/11/2013). O Comitê Organizador dos Jogos planejaria
utilizar o Estádio a partir de agosto de 2015 para a montagem do necessário overlay32 para
a realização dos eventos-teste e operação dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O uso do
Comitê seria não exclusivo entre agosto de 2015 e fevereiro de 2016. A partir de março de
2016 e até o fim dos Jogos (setembro de 2016), o uso seria exclusivo do Comitê.
A.5 - Adaptação às exigências dos Jogos Olímpicos / Pendências construtivas do 3.º
Monitoramento
A RIOURBE publicou em 14/11/2013 aviso de licitação para "desenvolvimento de projeto
para adequação e modernização do Parque Aquático Maria Lenk e do Estádio Olímpico
João Havelange, visando aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016" - Tomada de
Preços n.º 8/2013, modalidade Técnica e Preço, no valor de R$ 1.499.252,92, Proc. adm.
n.º 06/501.287/2013. A licitação estava prevista para 20/12/2013, com prazo de execução
de 120 dias. Após o projeto, seriam licitadas as obras de reforma.
Em análise ao memorial descritivo do projeto da TP n.º 8/201333, observou-se a presença
das seguintes pendências construtivas / de manutenção do 3.º Monitoramento34:
32 Estruturas temporárias. 33 Proc. adm. n.º 06/501.287/2013. 34 Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013, sobrestado na 1.a IGE.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
17
Pendência do 3.º Monitoramento
Inclusão no memorial do Projeto de
reforma do equipamento
(TP n.º 8/2013)
Medidas tomadas pela Cia. Botafogo quanto aos “apagões”
ocorridos no Estádio Municipal João Havelange, conforme
solicitação do Exmo. Sr. Conselheiro Antonio Carlos
Flores de Moraes no Voto n.º 38/2011, de 1/6/2011, Proc.
TCMRJ n.º 40/2291/2009 (arquivado em 1/6/2011 pelo
Voto n.º 276/2011 - ACFM).
Proc. n.º 06/501.287/2013, Anexo 3, fls. 16 e
116-121 - "3.4 IOC Technical Manual on Design
Standarts – cap. 1.7 Lighting, Power and HVAC"
e e-mail CVL/SUBPPPs/CGCC35.
A.636 - Marcas na pista de aquecimento, decorrentes de
infiltração pelas juntas de dilatação localizadas acima da
pista.
Proc. n.º 06/501.287/2013, Item 7; fl. 11 -
"Projeto Executivo para substituição da pista de
aquecimento, considerando as adequações,
atendendo aos padrões da IAAF37".
Observou-se, no entanto, que não constam do memorial obras de impermeabilização do
Estádio, apesar de no relatório do 3.º Monitoramento terem sido apontadas as seguintes
impropriedades em relação a tal assunto:
ponto de infiltração na laje do Edifício Garagem causado por falha de
impermeabilização;
laje de cobertura da entrada principal apresentando pontos de infiltração; e
infiltração de água no andar inferior ao corredor de acesso às arquibancadas.
O memorial do projeto de reforma do Estádio se concentra na substituição da pista de
atletismo principal e da pista de aquecimento, instalações elétricas e acessibilidade do
Estádio, ou seja, as áreas que serão utilizadas durante os Jogos para o único esporte
olímpico disputado no Engenhão - atletismo. Já a correção das infiltrações da área interna
não foram incluídas na TP n.º 8/201338.
35
Cópia juntada aos papéis de trabalho. 36 Numeração referente ao relatório do 3.º Monitoramento do Pan - Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013,
sobrestado na 1.a IGE. 37 "International Association of Athletics Federation" - Associação Internacional de Federações Atléticas. 38 Proc. adm. n.º 06/501.287/2013.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
18
Salienta-se que, no Ofício CVL/SUBPPPs n.º 114/2013, de 5/9/2013, em resposta à
diligência determinada pelo Voto n.º 275/2013 - ACFM - no Proc. TCMRJ n.º
40/1032/201339 (3.º Monitoramento do Pan), a CVL afirma que:
"Em relação aos itens A.3, A.4, A.6, A.8, A.9 e A.10, a Empresa Olímpica Municipal
(EOM) e a RIOURBE estão cientes destes e de todos os demais aspectos abordados no
Relatório do 3.º Monitoramento da Auditoria Operacional feita pelo TCM/SGCE/1.a IGE,
pois receberam desta Egrégia Corte os Ofícios TCM/GPA/SES/E/036/00110/2013 e
TCM/GPA/SES/E/036/00107/2013, ambos datados de 28/5/2013, onde foi relatada a
situação dos Equipamentos em foco. Neste contexto, esclarecemos que a EOM e a
RIOURBE estão levantando, em conjunto, todas as obras que realmente serão necessárias
no Complexo Esportivo para a realização dos JJOO 2016 e em seguida serão promovidas
as adequações exigidas pelo Comitê Olímpico, além de remediados os problemas por
ventura remanescentes".
Não obstante o comprometimento da CVL em resolver as pendências apontadas no 3.º
Monitoramento, não se localizaram no memorial as obras de impermeabilização
necessárias ao Estádio.
A.6 - Demais pendências do 3.º Monitoramento relativas ao Estádio Olímpico
Municipal João Havelange (Proc. TCMRJ n.º 40/1032/201340)
i) Determinação do Voto n.º 275/2013, no Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013 - 3.º
Monitoramento do Pan - para que o Termo de Concessão de Uso n.º 46/2007-F/SP,
lavrado entre o Município do Rio de Janeiro e a Companhia Botafogo, fosse objeto de
reavaliação por parte da Procuradoria Geral do Município.
A PGM respondeu ao Voto n.º 275/2013 afirmando que os questionamentos versariam
sobre aspectos de gestão / fiscalização e seriam de competência da CVL/SUBPPPs41, à
qual foi remetido o Ofício PG/GAB n.º 146/2013. Não houve manifestação da CVL nos
autos do Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013.
39 Sobrestado na 1.a IGE. 40 Sobrestado na 1.a IGE. 41 Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013 - Capa de Documentos.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
19
O Estádio Olímpico Municipal João Havelange foi interditado em 26/3/2013 e o Termo de
Concessão de Uso n.º 46/2007-F/SP foi suspenso em 14/5/2013, "até a desinterdição total
do Estádio".
ii) Uso de parte do Estádio pela Universidade Gama Filho
Parte do prédio administrativo do Estádio foi alugada em 2011 à Universidade Gama Filho,
que montou salas de aula no local. Devido à aquisição da Universidade pelo grupo
empresarial Galileu, houve interrupção nos planos de início de suas atividades.
Na visita realizada pela equipe inspecionante ao Estádio em 3/12/2013, verificou-se que as
salas se encontram na mesma situação descrita no 3.º Monitoramento - salas equipadas
(com mobiliário e equipamentos de informática) e não utilizadas (Fotos 8 e 9). Salienta-se
que esse prédio não foi interditado devido à necessidade de obras na cobertura do
Engenhão42.
Fotos 8 e 9 - Salas da Universidade Gama Filho sem uso desde sua instalação.
Segundo informações da Cia. Botafogo, a Gama Filho não estaria pagando pelo uso do
espaço, razão pela qual a concessionária teria processado a Universidade, visando a retirá-
la do Estádio. O processo não foi fornecido à equipe.
42 Fonte: Termo de Ajuste n.º 395/2013, cl. 4.a, IV. Proc. adm. n.º 04/550.678/2013, Proc. TCMRJ n.º
40/6055/2013, em tramitação nesta Corte de Contas.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
20
Foi informado também pelo representante da CVL/SUBPPPs que tal ocupação, caso
persistisse, não interferiria com os planos de uso do Estádio pelo COI durante os Jogos
Olímpicos, uma vez que não haveria previsão de uso desse espaço na competição.
iii) Pagamentos da Cia. Botafogo ao Município
O pagamento por parte da Cia. Botafogo pelo uso do Engenhão foi suspenso em março de
2013, devido à interdição do Estádio. As dívidas existentes à época foram descontadas dos
pagamentos do Município à Cia. Botafogo como reembolso às despesas de manutenção do
estádio, parte do Termo de Ajuste n.º 395/201343 .
iv) Pagamentos das Taxas de Autorização de Publicidade por parte da Gama Filho
As taxas de autorização de publicidade devidas pela Universidade Gama Filho relativas às
propagandas no Estádio, requeridas na diligência do 3.º Monitoramento do Pan (Proc.
TCMRJ n.º 40/1032/201344; Voto n.º 275/2013) não foram disponibilizadas à equipe.
v) “Habite-se” do Estádio Olímpico João Havelange
Em resposta ao Voto n.º 275/2013, no Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013 - 3.º Monitoramento
do Pan, a RIOURBE afirma que: "Com relação ao Estádio Olímpico João Havelange, a
Fiscalização informa que a aceitação definitiva ainda não foi efetivada devido às
pendências de problemas construtivos de responsabilidade do Consórcio Construtor.
Quanto ao "Habite-se" sugiro o encaminhamento do presente à Secretaria de Urbanismo,
solicitando informações do processo".
vi) Manifestação da SMF quanto à isenção de pagamento da taxa de Autorização de
Publicidade para os anúncios colocados no interior do Estádio.
Não houve resposta da jurisdicionada. A legislação municipal tributária45 define que a
Taxa de Autorização de Publicidade é devida pela colocação de qualquer publicidade ao ar
livre ou em locais expostos ao público, com exceção de anúncios colocados no interior do
estabelecimento, o que seria o caso da publicidade dentro do Estádio.
43 Proc. adm. n.º 04/550.678/2013, em tramitação nesta Corte de Contas. 44 Sobrestado na 1.a IGE. 45 Lei Municipal n.º 691/1984 - Código Tributário Municipal - Art. 127 "Estão isentos da Taxa: I - os
anúncios colocados no interior de estabelecimento, mesmo que visíveis do exterior...".
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
21
vii) Regularização dos acréscimos de obra pela RIOURBE.
Em reunião com a equipe inspecionante em 26/11/2013, na EOM, o Engenheiro da
RIOURBE Célio Pereira da Silva afirmou que o órgão não encontrou óbices às obras de
melhorias realizadas pela Cia. Botafogo no Estádio. Não foi remetido a esta Corte de
Contas, no entanto, documento formalizando a aprovação pela RIOURBE aos acréscimos
de obra.
B - Arena
B.1 - Introdução
O uso da Arena pela Concessionária GL Events foi regulamentado pelo Termo de
Concessão de Uso n.º 53/2007 (Proc. TCMRJ n.º 40/246/200846), firmado em 6/11/2007,
com término em 30/6/2016.
B.2 - Previsão de uso durante os Jogos Olímpicos 2016
Na Arena, serão disputadas as provas de ginástica nos Jogos Olímpicos.
O uso da Arena durante os Jogos foi previsto na cl. 4.a do Termo de Concessão n.º
53/2007:
"g) Disponibilizar as instalações da área concedida para o Município na eventual
realização de Jogos Olímpicos ... franqueando ao Município acesso às equipes
técnicas e de manutenção da CONCESSIONÁRIA, bem como às informações,
plantas e documentos relacionados à operação das instalações da área concedida.
A entrega do imóvel ao Município dar-se-á mediante vistoria prévia a fim de
serem constatadas as reais condições do imóvel, devendo ser lavrada ata da
vistoria que será assinada pela CONCESSIONÁRIA e pelo MUNICÍPIO".
A previsão de disponibilização gratuita do imóvel inclui somente o período dos Jogos, não
havendo menção ao período necessário a obras de adaptação às especificações do COI.
46 Em tramitação nesta Corte de Contas.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
22
Foi firmado em 20/4/2012 o "Termo de Compromisso" entre o Município do Rio de
Janeiro e a GL Events, tendo o COB como interveniente47, visando a "estabelecer o
compromisso ... de o Município celebrar contrato de locação, ... do equipamento esportivo
denominado Arena Multiuso, ... a fim de que no local seja promovida pelo Comitê
Olímpico Brasileiro a preparação esportiva de atletas brasileiros visando à participação
nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016".
O Termo prevê, em sua cl. 2.3, que a Arena será disponibilizada ao COB a partir da data de
sua assinatura (20/4/2012), ficando a cobrança dos valores mensais pagos pela GL ao
Município suspensa a partir dessa data.
O Contrato de Locação entre as partes foi firmado em 20/4/2012, prevendo o pagamento
de R$60.000,00 por dia de uso da Arena pelo COB na preparação esportiva de atletas
brasileiros visando à participação nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. A GL
Events se obriga a disponibilizar a Arena por 320 dias, o que perfaz um valor máximo de
R$ 19.200.000,00 a serem pagos à GL. O pagamento será feito mediante compensação
com os créditos que o Município possui perante a Concessionária, por força da cl. 3.a do
Termo de Concessão de Uso n.º 53/2007 (pagamentos mensais pelo uso do equipamento).
O termo foi remetido a esta Corte de Contas em 6/12/2013, tendo formado o Proc. TCMRJ
n.º 40/76/201448.
O Termo de Concessão de Uso n.º 53/2007 (Proc. TCMRJ n.º 40/246/200849) teria seu
término em 30/6/2016. Como o último pagamento da GL se deu em abril/2012 (50 meses
antes do término do prazo), tratam-se de R$ 19.284.740,0050 de pagamento de espaço pela
GL ao Município que serão compensados pelo aluguel da Arena pelo COB
(R$19.200.000,00). A cl. 3.3 do Termo de Compromisso prevê que "em nenhuma hipótese
47 Proc. TCMRJ n.º 40/6502/2013, em tramitação nesta Corte de Contas. 48 Em tramitação nesta Corte de Contas. 49 Em tramitação nesta Corte de Contas. 50 Memória de cálculo = R$ 385.694,79 (valor mensal atualizado do pagamento da GL ao Município) * 50
meses.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
23
o valor devido pelo Município será superior ao que lhe é devido pela Concessionária por
força do Termo de Concessão de Uso n.º 53/2007 - F/SPA". Entende-se, portanto, que, em
linhas gerais, houve a cessação dos pagamentos da GL ao Município pelo uso da Arena a
partir de abril de 2012, por conta dos eventos relacionados aos Jogos Olímpicos. Os
eventuais questionamentos sobre o Termo de Compromisso e Contrato de Locação
constarão dos processos referentes a tais termos51.
B.3 - Adaptação às exigências dos Jogos Olímpicos / Pendências construtivas do 3.º
Monitoramento
O projeto de reforma da Arena para adaptação aos requerimentos dos Jogos vem sendo
feito pelo Consórcio BCBRFM, formado pelas empresas Bouygues Construção Brasil
Ltda. e RFM Construtora Ltda., contratado pela GL Events52. Tal fato teria se dado devido
à obrigação da GL Events de efetuar projeto da rampa definitiva da Arena, o que teria
motivado a inclusão do restante da reforma no mesmo projeto. O contrato privado entre as
partes (GL Events e BCBRFM) não foi disponibilizado à equipe inspecionante, não
restando claro se haveria ressarcimento total / parcial à GL por parte do Município em
relação ao projeto.
Devido à indisponibilidade do projeto de reforma da Arena na data deste monitoramento, a
verificação da inclusão das pendências construtivas apontadas por este TCMRJ no 3.º
Monitoramento se deu com base em apresentação da EOM à equipe inspecionante em
26/11/2013 - "Projeto de Adequação do Parque Olímpico RIO 2016, Escopo de
Diagnóstico", em desenvolvimento pela GL Events, no qual constam as seguintes
pendências construtivas / de manutenção do 3.º Monitoramento:
51 Proc. TCMRJ n.º 40/6502/2013 e apensos - em tramitação nesta Corte de Contas. 52 Fonte: e-mail EOM.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
24
Pendência do 3.º Monitoramento53 Adequação para os Jogos Olímpicos
B.1 - Grades com folga no encaixe na central de
energia;
B.2 - Manchas no piso da varanda externa devido ao
acúmulo de água;
B.3 - Falha na impermeabilização localizada nos
rodapés das paredes externas da laje do primeiro
nível;
B.4 - Existência de rampa provisória na entrada
principal da Arena;
B.5 - Trincas ao lado das juntas de dilatação;
B.6 - Rachaduras na fachada exterior na saída
próxima à cozinha;
B.7 - Ausência de placas no rebaixo do teto devido à
infiltração de água proveniente do terraço; e
B.8 - Problemas na impermeabilização nos
banheiros e bares da parte interna do nível 2,
provocando infiltração.
“• Acessos;
• Pinturas Externa e Interna;
• Juntas de Dilatação e Trincas;
• Impermeabilização;
• Guarda Corpo da Arquibancada;
• Iluminação das Quadras e parte elétrica;
• Forros;
• Sistema de Exaustão da cabine de força;
•Verificação das Portas Corta Fogo para
atendimento CBMERJ; e
• Esquadrias”.
Salienta-se que, no Ofício CVL/SUBPPPs n.º 114/2013, de 5/9/2013, em resposta à
diligência determinada pelo Voto n.º 275/2013 - ACFM - no Proc. TCMRJ n.º
40/1032/201354 (3.º Monitoramento do Pan), a CVL afirma que:
"Assim como ocorre no Engenhão, a EOM e a RIOURBE estão levantando todas as obras
que a ARENA MULTIUSO carece e em seguida serão promovidas as adequações e os
reparos efetivamente necessários".
53 A numeração B.1 a B.8 neste quadro se refere aos itens do relatório do 3.º Monitoramento do Pan - Proc.
TCMRJ n.º 40/1032/2013. 54 Sobrestado na 1.a IGE.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
25
Demais pendências do 3.º Monitoramento do Pan relativas à Arena (Proc. TCMRJ n.º
40/1032/201355):
i) Informação sobre a eventual construção da rampa definitiva de acesso principal da
Arena Multiuso, considerando-se o processo judicial n.º 2006.001.031.670-0 e o novo
Plano Urbanístico para as Olimpíadas
Resposta da Jurisdicionada ao Voto n.º 275/2013 (fl. 60 do Proc. TCMRJ n.º
40/1032/2013): "... o processo judicial foi arquivado e não há óbice judicial para a
construção da aludida rampa, mas a EOM e a RIOURBE estão avaliando qual a melhor
solução construtiva para o acesso ao imóvel, à luz da legislação vigente e dos requisitos
olímpicos".
Em reunião na CVL/SUBPPPs, em 22/11/2013, foi informado à equipe inspecionante que,
devido à futura construção de imóveis residenciais nos lotes em frente à Arena, a
construção da rampa teria que ser realizada nas laterais do equipamento, e não mais de
frente para a Av. Salvador Allende, posição da atual rampa provisória. O projeto da nova
rampa definitiva estaria sendo desenvolvido pela GL Events, juntamente com o projeto das
reformas e adaptações ao escopo olímpico.
ii) apólice de seguro vigente da Arena Multiuso
A apólice de seguro da Arena encontrava-se vigente até 1/1/2014 (fls. 61 a 62, Proc.
TCMRJ n.º 40/1032/2013).
iii) "Habite-se" da Arena
Não houve resposta da jurisdicionada.
55 Sobrestado na 1.a IGE.
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26
iii) Comprovação dos pagamentos mensais da GL Events ao Município a partir de
novembro de 2011
Foi informado pela Gerência de Imóveis Municipais da Superintendência de Patrimônio
Imobiliário da CVL56 que a GL Events encontra-se em dia com os pagamentos ao
Município pelo uso da Arena, mediante os seguintes pagamentos:
Mês de Competência Valor Pago
nov-2011 R$ 361.950,82
dez-2011 R$ 385.694,79
jan-2012 R$ 385.694,79
fev-2012 R$ 385.694,79
mar-2012 R$ 385.694,79
abr-2012 (19 dias) R$ 244.273,37
A partir de abril de 2012, os pagamentos foram suspensos devido à celebração do Termo
de Compromisso e Contrato de Locação entre o Município e GL Events57.
C - Parque Aquático Maria Lenk
C.1 - Introdução
O uso do Parque Aquático Maria Lenk pelo Concessionário Comitê Olímpico Brasileiro
(COB) foi regulamentado pelo Termo de Cessão de Uso n.º 8/2008 (Proc. TCMRJ n.º
40/4296/200858), firmado em 17/3/2008, pelo prazo de 20 anos.
56 E-mail Superintendência de Patrimônio de 20/12/2013. 57 Proc. n.º 01/001.588/2012, Proc. TCMRJ n.º 40/6502/2013 - em tramitação nesta Corte de Contas. 58 Arquivado em Sessão Plenária de 31/5/2010 (Voto n.º 183/2010 - JLN).
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27
C.2 - Previsão de uso durante os Jogos Olímpicos 2016
O Parque Aquático, cujo custo de construção foi de R$ 84.970.151,4059, será usado para as
competições de pólo aquático durante os Jogos Olímpicos. As provas de natação, no
entanto, serão disputadas em um Centro Aquático temporário, a ser construído no Parque
Olímpico, na Barra da Tijuca, uma vez que o Maria Lenk não atendeu às especificações do
COI.
A contratação do projeto do novo Centro Aquático, com valor de R$ 8.350.045,00, consta
nesta Corte de Contas dos Proc. TCMRJ n.º 40/4403/201260 e 40/475/201361. A
transferência de recursos financeiros da União, por intermédio do Ministério do Esporte,
para o Município, visando à execução do novo Centro Aquático, no montante de
R$219.556.980,00, vem sendo tratada no Proc. TCMRJ n.º 40/3797/201362.
Após os Jogos, o Maria Lenk fará parte do Centro Olímpico de Treinamento - COT,
voltado para atletas de alto rendimento, principal legado estrutural / esportivo planejado
para os Jogos Olímpicos, sendo composto de 3 arenas permanentes, além do Parque
Aquático e Velódromo.
Não consta do Termo de Permissão entre o Município e o COB cláusula específica quanto
ao período e condições de utilização do equipamento esportivo durante os Jogos
Olímpicos. Levou-se em consideração, no entanto, o interesse do COB alinhado com o do
Município na realização dos Jogos para tal ausência.
A apólice de seguro do equipamento encontrava-se vigente até 14/12/201363.
59 Fonte: Relatório Auditoria Legado do Pan - Proc. TCMRJ n.º 40/2291/2009, arquivado em 1/6/2011 (Voto
n.º 276/2001 - ACFM). 60 Edital de Concorrência Pública n.º 016/2012 (RIOURBE). Arquivado com determinação em 12/9/2012
(Voto n.º 916/2012 - JLN). 61 Contrato n.º 147/2012. RIOURBE e "Consórcio 2016 – Centro Aquático". Em tramitação nesta Corte de
Contas. 62 Em tramitação nesta Corte de Contas. 63 Fonte: Relatório do 3.º Monitoramento do Pan - Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013, sobrestado na 1.a IGE.
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28
C.3 - Adaptação às exigências dos Jogos Olímpicos / Pendências construtivas do 3.º
Monitoramento
Em análise ao memorial descritivo do projeto da TP n.º 8/201364, cujo objeto é o
"desenvolvimento de projeto para adequação e modenização do Parque Aquático Maria
Lenk e do Estádio Olímpico Municipal João Havelange, visando aos Jogos Olímpicos e
Paralímpicos de 2016", observou-se a presença das seguintes pendências construtivas / de
manutenção do 3.º Monitoramento:
Pendência do 3.º Monitoramento65 Inclusão no memorial do Projeto de
reforma do equipamento (TP n.º 8/2013)
C.1 - Vazamentos no subsolo, provenientes da laje
das piscinas.
Proc. n.º 06/501.287/2013, Item 7, fl. 10 ("Projeto
de impermeabilização onde necessário").
C.2 - Piscina de aquecimento vazia devido à perda
de água.
Proc. n.º 06/501.287/2013, Itens 5.3 e 5.4, fl. 8
("Projeto de arquitetura da Piscina de Aquecimento
e Áreas Técnicas" e "Projeto de Arquitetura do Deck
de Integração ligando o Parque Aquático Maria
Lenk à nova piscina de Aquecimento").
C.4 - Estrutura do trampolim com rachaduras e
infiltrações.
Proc. n.º 06/501.287/2013, Item 1, fl. 8
("Diagnóstico com os levantamentos de
necessidades das instalações, infraestruturas
compatibilizando com a Infraestrutura Geral do
PO").
C.5 - Elevador da piscina de saltos desligado, devido
ao acúmulo de água e infiltração no teto da casa de
máquinas.
Proc. n.º 06/501.287/2013, Itens 9 e 10, fl. 10
("Projeto que garanta a estanqueidade da área
destinada a transporte vertical (elevadores) e Torre
de Saltos" e "Projeto de Arquitetura e
Impermeabilização para substituição dos
revestimentos da Torre de Saltos e do Deck das
Piscinas").
64 Proc. adm. n.º 06/501.287/2013. 65 A numeração C.1, C.2, C.4 e C.5 no quadro se refere aos itens do relatório do 3.º Monitoramento do Pan -
Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013, sobrestado na 1.a IGE.
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
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Salienta-se que, em alguns casos, descrições genéricas como "levantamento das
necessidades das instalações" no memorial de contratação do projeto de reforma não
permitiram a identificação exata de determinadas impropriedades apontadas por esta Corte
de Contas no 3.º Monitoramento. Pressupõe-se, no entanto, que o levantamento levará em
conta tais impropriedades quando for realizado.
Soma-se a isso o comprometimento da CVL em sanar todas as impropriedades, contido no
Ofício CVL/SUBPPPs n.º 114/2013, de 5/9/2013, em resposta à diligência determinada
pelo Voto n.º 275/2013 - ACFM - no Proc. TCMRJ n.º 40/1032/201366 (3.º Monitoramento
do Pan), no qual a CVL afirma que:
"No que se refere aos itens C.1, C.2, C.4 e C.5, informamos que, a exemplo do que vem
sendo feito nos demais equipamentos, a EOM e a RIOURBE estão levantando todas as
obras que o Parque Aquático Maria Lenk necessita para depois cuidar das adequações e
reparos".
D - Velódromo
A utilização do Velódromo do Pan, cujo valor de construção foi R$ 12.003.194,8267, se
limitou a sete anos (2007 - 2013). Por não se adequar às exigências do COI, optou-se por
demoli-lo e construir um novo para os Jogos Olímpicos, permanente, com recursos
federais, no valor de R$144.102.514,8368. O novo Velódromo fará parte do Centro
Olímpico de Treinamento - COT após os Jogos de 2016.
Dessa forma, o legado do antigo Velódromo não incluiu os Jogos Olímpicos, conforme era
planejado e havia sido mencionado no Relatório deste TCMRJ sobre o Legado do Pan em
200969. Sua utilização incluiu, após os Jogos Pan-Americanos de 2007, competições
esportivas, treinamento de atletas de ciclismo e ginástica olímpica e uma escolinha de
ciclismo para crianças matriculadas em escolas públicas da região.
66 Sobrestado na 1.a IGE. 67 Fonte: Relatório de auditoria Legado do Pan - Proc. TCMRJ n.º 40/2291/2009, arquivado em 1/6/2011
(Voto n.º 276/2011 - ACFM). 68 Fonte: Proc. n.º 06/500.564/2013, Edital de Concorrência: Proc. TCMRJ n.º 40/4890/2013, arquivado com
recomendação em 24/10/2013. 69 Proc. TCMRJ n.º 40/2291/2009.
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A demolição "cuidadosa" do Velódromo do Pan visando a sua utilização em outro local
ocorreu em junho de 2013 e custou R$ 4 milhões, tendo sido financiada parcialmente por
recursos federais (Valor do repasse federal: R$ 3.680.000,00; Contrapartida da Prefeitura:
R$320.000,00). O assunto foi tratado nesta Corte de Contas no Proc. TCMRJ n.º
040/758/201370. Até o final deste monitoramento, não havia sido informado à equipe
inspecionante o destino do Velódromo desmontado.
A construção do novo Velódromo vem sendo tratada nesta Corte de Contas nos seguintes
processos:
Proc. TCMRJ n.º 40/4404/201271 - Edital de Concorrência Pública RIOURBE n.º
017/2012. Objeto: Desenvolvimento de projetos de arquitetura e engenharia para a
construção de Velódromo destinado aos Jogos Olímpicos. Valor estimado:
R$5.276.173,18.
Proc. TCMRJ n.º 40/1072/201372 - Contrato n.º 001/2013, celebrado em 31/1/2013,
decorrente da Concorrência Pública n.º 017/2012. Partes: Empresa Municipal de
Urbanização – RIO-URBE e Consórcio Rio Equipamentos Olímpicos, representado pela
empresa líder Arghos Consultoria e Projetos Ltda. Objeto: Projeto de arquitetura e
engenharia para a construção do novo Velódromo destinado aos Jogos Olímpicos. Valor:
R$5.222.667,12.
Proc. TCMRJ n.º 40/3796/201373 - Termo de Compromisso n.º 41606257/2013.
Transferência de recursos financeiros da União, por intermédio do Ministério do Esporte,
para o Município, visando à execução do Velódromo, no valor de R$ 143.238.688,00.
Proc. TCMRJ n.º 40/4890/201374 - Edital de Concorrência RIOURBE n.º 004/2013, cujo
objeto é a construção, operação e manutenção do Velódromo antes, durante e após a
realização dos eventos. Valor: R$ 144.102.514,83.
70 Arquivado em 8/7/2013 (Voto n.º 511/2013 - FBG). 71 Arquivado em 12/9/2012 (Voto n.º 914/2012 - JLN). 72 Em tramtação nesta Corte de Contas. 73 Em tramitação nesta Corte de Contas. 74 Arquivado com recomendação em 24/10/2013 (Voto n.º 861/2013 - FBG).
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
31
III. CONCLUSÃO
Considerando o exposto, sugere-se o encaminhamento deste relatório à Secretaria
Municipal da Casa Civil, a fim de que esta remeta a esta Corte de Contas esclarecimentos
acerca de:
- eventuais ressarcimentos ao Município por parte dos construtores ou concessionários dos
equipamentos esportivos Estádio Olímpico Municipal João Havelange, Parque Aquático
Maria Lenk e Arena em relação aos custos de reforma das pendências construtivas ou de
manutenção pagas pelo Município ou União visando a preparar os equipamentos
esportivos aos Jogos Olímpicos de 2016;
- novas apólices de seguro dos três equipamentos, uma vez que as últimas apólices
remetidas venceram em janeiro de 2014;
Em relação ao Estádio Olímpico João Havelange:
- definição da solução técnica para a cobertura do Engenhão, bem como prazo previsto de
término da obra;
- previsão de períodos de abertura do estádio até fevereiro de 2016, considerando a
discrepância de informações fornecidas à equipe;
- ausência de obras de impermeabilização do Estádio no memorial da TP n.º 8/201375,
considerando as impropriedades apontadas no Relatório do 3.º Monitoramento do Pan76;
- eventual ressarcimento do Município à Cia. Botafogo por possíveis perdas de receita de
propaganda e aluguel do campo pela Concessionária a terceiros, devido à interdição do
estádio para obra de reforma da cobertura metálica;
- se houve interrupção nos serviços de manutenção / segurança do Estádio após a
verificação desta equipe (dez/2013);
- pagamento das contas de serviços públicos pela Cia. Botafogo, especificamente se foram
pagas as contas de energia elétrica dos meses de junho e agosto de 2013;
75 Proc. n.º 06/501.287/2013. 76Proc. TCMRJ n.º 40/1032/2013, sobrestado na 1.a IGE: Ponto de infiltração na laje do Edifício Garagem
causado por falha de impermeabilização; laje de cobertura da entrada principal apresentando pontos de
infiltração; e infiltração de água no andar inferior ao corredor de acesso às arquibancadas.
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- eventual retirada da Universidade Gama Filho das dependências do Estádio;
- pagamento das taxas de autorização de publicidade por parte da Universidade Gama
Filho;
- documentos de aprovação pela RIOURBE das obras de acréscimo realizadas pela Cia.
Botafogo; e
- "Habite-se" do Estádio.
Em relação à Arena:
- responsável pelo pagamento do projeto da rampa e das reformas para adaptação ao
escopo olímpico (Município ou GL Events), uma vez que ambos os projetos estão sendo
feitos em conjunto, por empresa contratada pela GL Events; e
- "Habite-se" da Arena.
Sugere-se a remessa de ofício em apartado à SMF visando a resposta ao questionamento
pendente do 3.º Monitoramento sobre a eventual incidência de Taxa de Autorização de
Publicidade para as peças colocadas no interior do Estádio Olímpico João Havelange, uma
vez que, apesar de se tratar de publicidade no interior de estabelecimento, passível de
isenção de acordo com o Código Tributário Municipal, há transmissão televisiva de jogos,
gerando visibilidade aos anúncios internos.
Opina-se, ainda, pela remessa de cópia à Empresa Municipal de Urbanismo – RIOURBE, à
Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos – SECONSERVA, à EOM, à
Secretaria Municipal de Urbanismo e às Concessionárias/Cessionárias, para ciência e
pronunciamento, no que couber.
1.ª IGE, 7/1/2014.
Adriana Arinelli F. Salgado
1.ª IGE –
Assessor
Matr.: 40/901.221-2
Gustavo Luiz Machado
1.ª IGE –
Auditor de Controle Externo
Matr.: 40/901.672
Giovana Espolador Chaves
2.ª IGE – Auditor de Controle
Externo - Esp. Engenharia
Matr.: 40/901.654
SGCE / 1.ª Inspetoria-Geral de Controle Externo
35
APÊNDICE - METODOLOGIA
A equipe participou de reunião em 26/11/2013, na Empresa Olímpica Municipal - EOM,
com representantes da EOM, CVL e RIOURBE, a seguir relacionados:
Nome Matrícula Cargo Órgão/Entidade
Ana Carla B. M. Prado 13/242.505-6 Gerente de Projetos RioUrbe
André L. M. Zambelli 13/165.118-1 Gerente de Zonas Olímpicas EOM/DIP/GZO
Célio Pereira da Silva 56/560.785-8 Engenheiro RioUrbe
Claudia Escarlate 13/247.962-4 Coordenadora Técnica do
Parque Olímpico EOM/DIP/CPO
Erasmo Arruda Maia 69/736.070-8 Coordenador Geral do Parque
Olímpico EOM/DIP/CPO
Fabiana M. Morgado 69/736.063-0 Assessora da Coordenação do
Parque Olímpico EOM/DIP/CPO
Gisele Almeida P. Brito 13/152.3901-
1 Assistente EOM/DIP/CPO
Glauco César Campos 13/209.681-6 Diretor de Obras Urbanísticas,
Habitacionais e Especiais RioUrbe
Jerônimo J. de Almeida 13/160.534-4 Coordenador de Obras
Especiais RioUrbe
Luiz R. de S. Oliveira 11/117.253-5 Assessor II da Coordenadoria
Geral de Contratos
CVL/SUBPPP/C
GCC
Ushi Arakaki 60/288.643-0 Assessora CVL/SUBPPP
Em seguida, a equipe de monitoramento procedeu a uma verificação in loco no Estádio
Olímpico João Havelange, com o objetivo de verificar o cumprimento das obrigações da
Concessionária Cia. Botafogo presentes no Termo de Ajuste n.º 395/2013, firmado em
12/8/2013 (Proc. TCMRJ n.º 40/6055/2013)77, tendo sido acompanhada por:
77 Em tramitação nesta Corte de Contas.