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CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS – PF PROFESSOR: FREDERICO DIAS www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 1: Direitos e garantias fundamentais – Parte 1 Bom dia! Seja bem-vindo(a) à primeira aula deste curso. Iniciarei, hoje, uma revisão dos principais aspectos do Direito Constitucional relacionados ao edital do concurso da Polícia Federal. Revisão a ser feita com base nas questões mais recentes do Cespe/UnB. O edital do nosso concurso ainda não saiu, então me basearei no último concurso, ok? Nesta aula, iniciaremos o assunto “direitos e garantias fundamentais”. É importante frisar desde já que abordaremos questões que cobram a literalidade da Constituição; outras que te exigem o conhecimento sobre a teoria geral relativa aos direitos e garantias fundamentais; e, principalmente, inúmeros e recentes aspectos doutrinários e jurisprudenciais relativos a esse assunto. Caro aluno, estudar antes do edital já mostra maturidade do estudo para concursos! Portanto, meus parabéns! Você deve estar preparado para que, quando o edital sair, você esteja com o conhecimento bem consolidado. Tento sempre ser mais direto e breve nos comentários, para que a aula não fique cansativa. Mas, como você verá, às vezes, preciso entrar com mais detalhes além do que exige a questão. Assim, você acaba recordando outros aspectos relacionados àquele tema. E para iniciar vou utilizar algumas questões que permitam introduzir o assunto, antes de entrar nos direitos fundamentais em espécie na CF/88. Por isso, esses comentários costumam ser mais extensos. Boa aula! 1) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-ES/2009) Os direitos de primeira geração ou dimensão (direitos civis e políticos) que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais — realçam o princípio da igualdade; os direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais) — que se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas — acentuam o princípio da liberdade; os direitos de terceira geração — que materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais — consagram o princípio da solidariedade. Essa é uma excelente questão para iniciarmos a aula. Você deve ter em mente que os direitos fundamentais originaram-se a partir da necessidade de se garantir uma esfera irredutível de liberdades aos indivíduos em geral frente ao Poder estatal. São direitos negativos, a exemplo do direito à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade de expressão dentre outros.

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Aula 1: Direitos e garantias fundamentais – Parte 1

Bom dia!

Seja bem-vindo(a) à primeira aula deste curso. Iniciarei, hoje, uma revisão dos principais aspectos do Direito Constitucional relacionados ao edital do concurso da Polícia Federal. Revisão a ser feita com base nas questões mais recentes do Cespe/UnB.

O edital do nosso concurso ainda não saiu, então me basearei no último concurso, ok?

Nesta aula, iniciaremos o assunto “direitos e garantias fundamentais”. É importante frisar desde já que abordaremos questões que cobram a literalidade da Constituição; outras que te exigem o conhecimento sobre a teoria geral relativa aos direitos e garantias fundamentais; e, principalmente, inúmeros e recentes aspectos doutrinários e jurisprudenciais relativos a esse assunto.

Caro aluno, estudar antes do edital já mostra maturidade do estudo para concursos! Portanto, meus parabéns! Você deve estar preparado para que, quando o edital sair, você esteja com o conhecimento bem consolidado.

Tento sempre ser mais direto e breve nos comentários, para que a aula não fique cansativa. Mas, como você verá, às vezes, preciso entrar com mais detalhes além do que exige a questão. Assim, você acaba recordando outros aspectos relacionados àquele tema.

E para iniciar vou utilizar algumas questões que permitam introduzir o assunto, antes de entrar nos direitos fundamentais em espécie na CF/88. Por isso, esses comentários costumam ser mais extensos.

Boa aula!

1) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-ES/2009) Os direitos de primeira geração ou dimensão (direitos civis e políticos) — que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais — realçam o princípio da igualdade; os direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais) — que se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas — acentuam o princípio da liberdade; os direitos de terceira geração — que materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais — consagram o princípio da solidariedade.

Essa é uma excelente questão para iniciarmos a aula. Você deve ter em mente que os direitos fundamentais originaram-se a partir da necessidade de se garantir uma esfera irredutível de liberdades aos indivíduos em geral frente ao Poder estatal.

São direitos negativos, a exemplo do direito à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade de expressão dentre outros.

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Somente no século XX, com o surgimento do Estado Social, passa-se a exigir uma atitude comissiva do Estado em favor do bem-estar do indivíduo.

Com isso, podemos classificar os direitos fundamentais em três dimensões (ou gerações).

Na primeira geração, consolidada no final do séc. XVIII, temos os direitos ligados aos ideais do Estado liberal, de natureza negativa, com foco na liberdade individual frente ao Estado (direitos civis e políticos).

Na segunda dimensão, surgida no início do séc. XX, temos os direitos ligados aos ideais do Estado social, de natureza positiva, com foco na igualdade entre os homens (direitos sociais, culturais e econômicos).

Portanto, está há um erro na questão que inverteu os conceitos.

Há ainda a terceira dimensão, também reconhecida no séc. XX, em que temos os direitos de índole coletiva e difusa (pertencentes a um grupo indeterminável de pessoas), com foco na fraternidade entre os povos (direito ao meio ambiente, à paz, ao progresso etc.).

Aproveitando, vamos relembrar sucintamente outros pontos ligados à teoria dos direitos fundamentais.

1 – As expressões direitos e garantias não se confundem. Enquanto os direitos são os bens em si mesmo considerados (principal), as garantias são instrumentos de preservação desses bens (acessório).

2 – Se inicialmente os direitos fundamentais surgiram tendo como titulares as pessoas naturais, hoje já se reconhece direitos fundamentais em favor das pessoas jurídicas ou mesmo em favor do estado.

3 – Embora originalmente visassem regular a relação indivíduo-estado (relações verticais), atualmente os direitos fundamentais devem ser respeitados mesmo nas relações privadas, entre os próprios indivíduos.

4 – Os direitos fundamentais não dispõem de caráter absoluto, já que encontram limites nos demais direitos previstos na Constituição. Assim, a título de exemplos, a garantia da inviolabilidade das correspondências não será oponível ante a prática de atividades ilícitas; a liberdade de pensamento não pode conduzir ao racismo – e assim por diante.

5 – No caso concreto poderá haver colisão entre diversos direitos (por exemplo, liberdade de comunicações x inviolabilidade da intimidade). O intérprete deverá então realizar uma harmonização entre esses direitos em conflito, tendo em vista a inexistência de hierarquia e subordinação entre eles, evitando o sacrifício total de um perante o outro. Assim, conforme as peculiaridades da ocasião, prevalecerá um direito, prevalecendo o outro numa nova situação.

6 – Não se admite a renúncia total por parte do indivíduo de um direito fundamental. Ou seja, é característica deles serem irrenunciáveis.

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Todavia, modernamente, admite-se que deixem de ser exercidos pelos seus titulares temporariamente em determinadas situações.

Item errado.

2) (CESPE/PROCESSO SELETIVO/MS/2008) Atualmente, não se reconhece a presença de direitos absolutos, mesmo que se trate de direitos fundamentais previstos na CF e em textos de tratados e convenções internacionais em matéria de direitos humanos. Os critérios e métodos da razoabilidade e da proporcionalidade se afiguram fundamentais nesse contexto, de modo a não permitir que haja prevalência de determinado direito ou interesse sobre outro de igual ou maior estatura jurídico valorativa.

Ótima oportunidade para você fixar o que eu disse na questão anterior: não existem direitos e garantias fundamentais de natureza absoluta. Lembre-se ainda de que não há relação de hierarquia (subordinação) entre eles, possuindo todos a mesma dignidade.

Item certo.

3) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/AM/2008) Embora o art. 5.º da CF disponha de forma minuciosa sobre os direitos e as garantias fundamentais, ele não é exaustivo e não exclui outros direitos.

Aproveitando essa assertiva, vale a pena revisarmos como a Constituição Federal de 1988 disciplinou os direitos e garantias fundamentais.

Os direitos e garantias fundamentais estão disciplinados no Título II (arts. 5º a 17), por isso denominado “catálogo dos direitos fundamentais”. Nesse Título II, os direitos e garantias fundamentais foram divididos em cinco grupos, a saber:

a) direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º);

b) direitos sociais (arts. 6º a 11);

c) direitos de nacionalidade (arts. 12 e 13);

d) direitos políticos (arts. 14 a 16);

e) direitos de existência dos partidos políticos (art. 17).

Mas, nem todos os direitos e garantias fundamentais presentes na nossa Constituição estão enumerados nesse catálogo próprio. Há, também, diversos direitos fundamentais presentes em outros dispositivos da nossa Constituição, que são, por esse motivo, denominados “direitos fundamentais não-catalogados” (fora do catálogo próprio). O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, por exemplo, é um direito fundamental de terceira geração não-catalogado, pois está previsto no art. 225 da Constituição Federal.

Nesse sentido, o constituinte foi expresso (art. 5º, § 2º):

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“Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.”

Portanto, correta a questão.

Bem, vejamos outros aspectos...

I) Nem todos os direitos e garantias fundamentais foram expressamente gravados como cláusula pétrea. Nos termos da CF/88, só são cláusulas pétreas “os direitos e garantais individuais” (CF, art. 60, § 4º, I).

II) As normas que consagram os direitos e garantias fundamentais têm, em regra, aplicação imediata (CF, art. 5º, § 1º). Entretanto, há exceções: direitos fundamentais consagrados em normas de eficácia limitada (dependentes de regulamentação). III) Em situações excepcionais (estado de defesa e estado de sítio), são admitidas restrições e até mesmo suspensões de diversos direitos e garantias fundamentais.

Bem, são vários aspectos, eu sei. A fim de auxiliá-lo na memorização dos principais deles, peço licença para apresentar um esquema que formulei para os cursos online ministrados aqui no Ponto:

Por fim, é bom lembrar que a enumeração constitucional dos direitos e garantias fundamentais não é limitativa, taxativa, haja vista que outros poderão ser reconhecidos ulteriormente, seja por meio de futuras emendas constitucionais (EC) ou mesmo mediante normas infraconstitucionais, como os tratados e convenções internacionais celebrados pelo Brasil (art. 5º, § 2º).

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Item certo.

4) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-ES/2009) Considere que o estrangeiro Paul, estando de passagem pelo Brasil, tenha sido preso e pretenda ingressar com habeas corpus, visando questionar a legalidade da sua prisão. Nesse caso, conforme precedente do STF, mesmo sendo estrangeiro não residente no Brasil, Paul poderá valer-se dessa garantia constitucional.

Embora o caput do art. 5º da Constituição diga textualmente que os direitos e garantias fundamentais são garantidos aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país, a jurisprudência entendeu de forma diversa.

Assim, a expressão “estrangeiros residentes no País” deve ser entendida como “estrangeiros sob as leis brasileiras”. Ou seja, aplica-se a estrangeiros residentes ou não-residentes, enquanto estiverem sob o manto do nosso ordenamento jurídico.

Evidentemente, não é que todos os direitos são destinadas a estrageiros. Mas no caso dessa questão, Paul poderia sim interpor habeas corpus. Trataremos dos remédios constitucionais na próxima aula. De qualquer forma, fica a dica: a legitimação ativa do Habeas Corpus é a mais ampla possível (incluindo os estrangeiros), devido ao bem jurídico protegido – a liberdade de locomoção.

Item certo.

5) (CESPE/ANALISTA EM CT/INCA/2010) Segundo posição atual do STF, as únicas hipóteses aceitas de prisão civil, no direito brasileiro, são a do devedor de alimentos e a do depositário infiel.

A mais nova posição do STF é a de que o Pacto de San Jose da Costa Rica afastou a prisão civil do depositário infiel. Assim, apesar da previsão constitucional, podemos dizer que, atualmente, nosso arcabouço jurídico admite apenas uma única e exclusiva hipótese de prisão civil por dívida: a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia.

Esse entendimento do STF está na Súmula Vinculante 25:

É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.

Item errado.

6) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 17ª REGIÃO/2009) Caso um escritório de advocacia seja invadido, durante a noite, por policiais, para nele se instalar escutas ambientais, ordenadas pela justiça, já que o advogado que ali trabalha estaria envolvido em organização criminosa, a prova obtida será ilícita, já que a referida diligência não foi feita durante o dia.

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Determina o texto constitucional que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial” (art. 5.º, XI).

Vale lembrar que essa inviolabilidade não alcança somente “casa”, residência do indivíduo. Alcança, também, qualquer recinto fechado, não aberto ao público, ainda que de natureza profissional (escritório do advogado, consultório do médico, dependências privativas da empresa, quarto de hotel etc.).

Veja que, em cumprimento à ordem judicial, o texto expresso da Constituição Federal só permite o ingresso durante o dia.

De qualquer forma, o Supremo Tribunal Federal considerou válido provimento judicial (oriundo de Ministro do próprio STF) que autorizou o ingresso de autoridade policial em recinto profissional durante a noite, para o fim de instalar equipamentos de captação acústica (escuta ambiental).

De início, observou-se que tal medida (instalação de equipamentos de escuta ambiental) não poderia jamais ser realizada com publicidade, sob pena de sua frustração, o que ocorreria caso fosse praticada durante o dia, mediante apresentação de mandado judicial.

Ou seja, ponderou-se nesse caso concreto os bens jurídicos em conflito e admitiu-se o procedimento, tendo como de fundo os valores da proteção à intimidade, à privacidade e da dignidade da pessoa humana. Nesse sentido, a instalação de escuta ambiental em escritórios vazios não se sujeitaria estritamente aos mesmos limites da busca em domicílios stricto sensu (em que haveria pessoas habitando). Diante disso, desde que existente a autorização judicial, poderia ser admitida essa atuação do Estado, seja para execução durante o dia, seja para execução durante a noite.

O item está, portanto, errado, haja vista que tal prova é considerada lícita.

Item errado.

7) (CESPE/BACHAREL EM DIREITO/CORPO DE BOMBEIROS (DF)/2006) Enquanto os direitos de primeira geração (civis e políticos) — que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais — realçam o princípio da liberdade, os direitos de segunda geração (econômicos, sociais e culturais) — que se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas — acentuam o princípio da igualdade.

Como já comentado, a evolução dos direitos fundamentais se deu no sentido de acrescentar novas concepções a esses direitos, resultando na sua categorização entre 1ª, 2ª e 3ª dimensões (ou gerações).

1ª geração → Estado Liberal → Natureza negativa → LIBERDADE

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2ª geração → Estado Social → Prestações positivas → IGUALDADE

Portanto, correta a questão.

Há ainda a terceira dimensão, de índole coletiva e difusa, com foco na FRATERNIDADE entre os povos.

Item certo.

8) (CESPE/AUFC – CLÍNICA MÉDICA/TCU/2009) A administração pública, no exercício do seu poder de fiscalização, quando estiver diante de uma ilegalidade, poderá, independentemente de decisão judicial, dissolver compulsoriamente ou suspender as atividades das associações.

Essa questão poderia ser resolvida com o conhecimento da literalidade da Constituição. Observem:

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

A suspensão ou dissolução das associações são temas que exigem reserva de jurisdição. Ou seja, a Constituição protege o direito de associação contra a atuação administrativa ou mesmo a atuação do poder legislativo.

Em resumo, a associação poderá ter suas atividades suspensas ou ser dissolvida por determinação judicial. Como o caso de dissolução é mais gravoso, ele exige trânsito em julgado.

Item errado.

9) (CESPE/AUFC – CLÍNICA MÉDICA/TCU/2009) Ao tratar dos direitos e garantias fundamentais, a CF dispõe expressamente que é assegurado a todos o acesso à informação, vedado o sigilo da fonte, mesmo quando necessário ao exercício profissional.

Mais uma questão que poderia ser resolvida pela letra da CF. Segundo o inciso XIV do art. 5° é assegurado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.

Sobre o direito de informação, vale lembrar que o STF decidiu que a CF não recepcionou o art. 4º, V, do Decreto-lei 972/69, o qual exige o diploma de curso superior de jornalismo para o exercício da profissão de jornalista.

Com essa decisão, nossa Corte Maior posicionou-se no sentido de que, se por um lado a liberdade de expressão não é direito absoluto, por outro lado, é inadmissível que a legislação crie embaraços à liberdade de informação, como poderia ocorrer com a exigência do referido diploma.

Item errado.

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(CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) No que se refere aos direitos e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue os itens a seguir.

10) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Configura flagrante inconstitucionalidade a proibição geral de acesso a determinadas carreiras públicas, unicamente em razão da idade do candidato.

Decorre do princípio da igualdade, expresso na CF, o entendimento de que não se admite tratamento discriminatório irrestrito e desarrazoado entre pessoas que guardem distinção de cor, idade, sexo entre outros. Todavia, é sim possível o tratamento diferenciado quando há razoabilidade para essa diferenciação.

Por exemplo, a jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que é admitida a adoção do requisito idade para o fim de ingresso no serviço público, desde que as atribuições do cargo justifiquem tal medida. Esse entendimento está consolidado na Súmula nº 683 do STF, nos termos seguintes:

“O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.”

Item certo.

11) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) A CF assegura a liberdade de expressão, apesar de possibilitar, expressamente, sua limitação por meio da edição de leis ordinárias destinadas à proteção da juventude.

A liberdade de expressão está prevista nos incisos IV, V, IX e XIV do art. 5° da CF e inclui também a liberdade de pensamento, idéias e informações.

Lendo esses incisos, você pode observar que não há essa possibilidade expressa de sua limitação por meio de leis ordinárias. Portanto, errada a questão.

Mas veja que, mesmo sem essa previsão expressa, é possível sim a limitação de direitos fundamentais, incluindo a liberdade de expressão. O que se tem de ponderar são os valores em questão e a razoabilidade da limitação.

De qualquer forma, o CESPE tirou essa questão do doutrinador Paulo Gonet Branco, segundo o qual a Carta brasileira não previu, explicitamente, que a liberdade de expressão possa ser limitada por leis destinadas a proteger a juventude. Todavia, isso não impede que haja leis que restrinjam essa liberdade como forma de preservar valores

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relevantes da juventude. Assim, não são apenas os bens jurídicos mencionados expressamente pelo constituinte que operam como limites para a liberdade de expressão.

Item errado.

12) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Independentemente de aviso prévio ou autorização do poder público, todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local.

Como já comentado na Aula demonstrativa, segundo o inciso XVI do art. 5°, não é necessária a autorização do Poder Público, mas é exigido aviso prévio. Ademais, a reunião: (i) deve ter fins pacíficos; (ii) ser feita sem a presença de armas; (iv) deve ser realizada em locais abertos ao público; e (v) não pode frustrar de outra reunião anteriormente marcada para o mesmo local.

Item errado.

(CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Em relação ao inquérito policial e à prisão em flagrante, julgue os itens subsequentes.

13) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) O inquérito policial é um procedimento sigiloso, e, nessa etapa, não são observados o contraditório e a ampla defesa.

Os princípios do Contraditório e da Ampla defesa estão prescritos expressamente no inciso LV do art. 5° e ligam-se intimamente ao princípio do devido processo legal.

Segundo jurisprudência do STF, no âmbito do processo criminal, a garantia constitucional de contraditório não é exigível na fase de inquérito policial, já que essa última afigura-se como uma mera fase investigatória, de natureza administrativa e preparatória para a acusação. Portanto, correta a assertiva.

Em outras palavras, no inquérito ainda não há acusação. Fala-se em indiciado, já que esse procedimento busca colher provas sobre o fato e sua autoria. Assim, não há que se propiciar o contraditório.

Todavia, ofende a garantia do contraditório fundar-se a condenação exclusivamente em elementos informativos do inquérito policial não confirmados em juízo.

Outra jurisprudência relevante trata da chamada denúncia genérica. É atentatório ao direito do contraditório o oferecimento de denúncia vaga ou imprecisa, por impedir ou dificultar o exercício do direito de defesa.

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Por fim, sobre contraditório e ampla defesa, vale a pena transcrevermos três Súmulas Vinculantes:

“Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.” (Súmula Vinculante 3)

“A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.” (Súmula Vinculante 5)

“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.” (Súmula Vinculante 14)

“É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.” (Súmula Vinculante 21)

Item certo.

(CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Acerca dos direitos fundamentais, julgue os itens a seguir.

14) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) O direito fundamental à vida é hierarquicamente superior a todos os demais direitos humanos, estejam eles previstos na CF ou na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Não há hierarquia entre direitos fundamentais, o que implica em afirmar que não haverá direitos que sempre prevalecerão sobre outros em qualquer situação.

Em verdade, a preponderância de um direito fundamental sobre o outro ocorrerá em função das características do caso concreto.

Veja, o próprio direito à vida sofre restrição autorizada na CF. É o caso da autorização para pena de morte no caso de guerra declarada.

Vamos falar um pouco sobre o que a jurisprudência tem entendido sobre o direito à vida:

I – a CF protege a vida de forma geral, incluindo a vida intra-ulterina;

II – o direito à vida não se resume à mera existência física, pois abrange o direito a uma existência digna, tanto no aspecto espiritual quanto no material;

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III – o STF decidiu que não ofende o direito à vida e, portanto, é legítima a realização de pesquisas com a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento.

Item errado.

15) (CESPE/ANALISTA EM CT/INCA/2010) Segundo posição majoritária do Supremo Tribunal Federal (STF), a realização de pesquisas em células-tronco embrionárias ofende o direito à vida, assim como o princípio da dignidade da pessoa humana.

Veja, que legal! Questão recente (de 2010!) cobrando esse conhecimento atualizado do Supremo. Como comentado, o STF decidiu que não ofende o direito à vida e, portanto, é legítima a realização de pesquisas com a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento.

Item errado.

16) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) É constitucionalmente vedado o ingresso no domicílio das pessoas sem o consentimento do morador, exceto para cumprir ordem judicial, durante o dia; ou, a qualquer hora, para prestar socorro, ou em caso de flagrante delito ou desastre.

Observe como a inviolabilidade domiciliar é um dos direitos preferidos pelo CESPE. Já tratamos exaustivamente desse tema, incluindo a jurisprudência atualizada.

A questão pode ser resolvida com o conhecimento do inciso XI do art. 5° da CF. Como regra é inviolável o domicílio, mas a própria CF admite exceções:

1 – Flagrante delito ou desastre;

2 – Prestação de socorro;

3 – Durante o dia, por determinação judicial.

Por fim, vale comentar que, para a doutrina, o conceito de dia corresponde a todas as horas compreendidas entre o nascer e o pôr-do-sol. Ou, de forma mais poética, entre “a aurora e o crepúsculo”....rsrs

Item certo.

17) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) O Brasil, por ser um país laico, não tem religião oficial, sendo assegurada constitucionalmente a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, bem como o livre exercício dos cultos religiosos.

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Desde o advento da República, o Brasil é um país laico (leigo ou não confessional), o que significa que aqui não há religião oficial.

Nesse sentido, a nossa Carta Magna assegura a liberdade de crença, religiosa e de convicção política e religiosa nos seguintes termos:

- É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias (CF, art. 5°, VI);

- É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva (CF, art. 5°, VII);

- Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei (CF, art. 5°, VIII).

Observe que a questão cobrou o conhecimento do inciso VI do art. 5° da CF/88.

Item certo.

18) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Os direitos humanos são irrenunciáveis, de modo que podem até deixar de ser exercidos por seus titulares, os quais, no entanto, jamais podem renunciar a tais direitos.

Como apresentamos, uma das características dos direitos e garantias fundamentais é o fato de eles serem irrenunciáveis. Apesar disso, modernamente, admite-se que deixem de ser exercidos pelos seus titulares temporariamente em determinadas situações.

Um exemplo utilizado pelo prof. Vicente Paulo em seu livro é interessante: trata-se do caso dos participantes de programas de TV no formato de reality shows (como Big Brother Brasil, por exemplo) que abdicam temporariamente do direito à inviolabilidade da imagem, da privacidade e da intimidade (art. 5°, X da CF). Putz.... com esse exemplo, você não se esquece mais dessa parte da matéria, não é mesmo?

Item certo.

(CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) PM prende dupla que roubou relógio e R$ 0,50 de aposentado em Salvador – BA. Dois assaltantes foram presos após roubarem um aposentado em Salvador – BA. Armados com um revólver, a dupla ameaçou o aposentado e roubou um relógio, R$ 0,50 e alguns bilhetes de loteria que estavam na carteira da vítima, segundo a polícia. De acordo com a polícia, após o roubo, os assaltantes tentaram fugir em uma motocicleta, porém um deles foi imobilizado por pedestres que presenciaram a cena. O segundo assaltante também foi preso momentos depois pela polícia, durante tentativa de fuga. Os dois

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criminosos — que não tiveram as identidades reveladas — foram presos e encaminhados à 3.ª DP de Salvador, onde prestaram depoimento. O aposentado vítima do assalto não se feriu e recuperou os pertences roubados. Folha On-Line. 22/6/2009.

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens seguintes.

19) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Os cidadãos que presenciaram o crime agiram de acordo com a CF, pois é lícito a qualquer pessoa efetuar prisão em flagrante.

A nossa assertiva trata do comando constitucional que garante que ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar. Mais precisamente, ela trata da prisão em flagrante.

Você, um cidadão comum, pode dar voz de prisão a alguém que acabou de ser flagrado em delito? Pode sim. É o famoso: “Teje preso”(...rs). Mas no caso de um policial federal, por exemplo, essa atuação será obrigatória, ok?

Isso ocorre porque qualquer pessoa pode efetuar prisões em flagrante delito, sendo uma faculdade para o particular e um dever para a autoridade policial. Portanto, correta a questão.

Vejamos outros aspectos. Mas, antes de continuar, dê uma lida no texto constitucional compreendido entre os incisos LXI e LXVI, do art. 5° da CF/88.

Tendo em vista a relevância do direito à liberdade, a CF estabelece condições especiais para a decretação da prisão, bem como para sua manutenção.

De início, podemos observar que exceto nas prisões militares ou em flagrante, a CF limita às autoridades judiciárias a competência para determinar a prisão.

Vale lembrar que durante o estado de defesa e estado de sítio a própria CF admite a prisão administrativa (CF, arts. 136, §3°, I e 139).

Além disso, as normas constitucionais assinalam a necessidade de concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, devendo em qualquer hipótese dar-se o relaxamento da prisão ilegal.

A nossa ordem constitucional assegura ainda direitos subjetivos do preso, indiciado ou réu, dentre os quais:

I – o de permanecer calado, incluindo a necessidade de ser advertido por parte dos agentes públicos sobre esse direito ao silêncio;

II – o de respeito à sua integridade física e moral;

III – o de receber assistência de sua família e de seu advogado;

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IV – o de que os responsáveis por sua prisão e interrogatório sejam identificados;

V – a garantia de que sua prisão e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à sua família ou à pessoa por ele indicada;

É oportuno lembrar ainda que o STF firmou entendimento de que o uso de algemas deve ter caráter excepcional e o seu excesso configura afronta à dignidade do preso e à presunção de inocência. É o que se depreende da Súmula Vinculante 11:

“Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.”

Já comentamos na Aula 0 que a nossa ordem jurídica admite ainda a prisão civil por inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia.

E, por fim, vale lembrar que a prisão ilegítima, por afrontar o direito de locomoção, pode ser combatida por meio de habeas corpus (art. 5°, LXVIII).

“LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”

Item certo.

20) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Não revelar a identidade dos assaltantes fere o direito fundamental à informação, tendo em vista que, no caso, em benefício do interesse da sociedade na segurança pública, não se deve privilegiar o direito à intimidade dos acusados.

A questão apresenta um conflito entre dois bens jurídicos protegidos pela Constituição: direito à informação x inviolabilidade da intimidade da pessoa humana.

Já vimos que colisões entre direitos fundamentais são sempre resolvidas com a aplicação dos princípios da proporcionalidade e da concordância prática, levando-se em conta as características e peculiaridades do caso concreto.

Assim, nesse caso concreto, é razoável que o direito à intimidade dos acusados prevaleça sobre o direito à informação.

Mas é importante você ter em mente que em outra situação poderia ocorrer exatamente o inverso, se o caso concreto o exigisse. Vamos

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supor que a revelação de informações pessoais dos acusados pudesse ser útil à proteção da vida de alguém, por exemplo. Poderia o direito à intimidade ceder frente a um bem mais relevante naquela situação (a vida de outra pessoa)?

Se você respondeu que sim, compreendeu bem o que eu queria demonstrar.

Item errado.

21) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Se os assaltantes fossem estrangeiros, ainda que residentes no país, estariam excluídos do âmbito de proteção dos direitos fundamentais, consagrados na CF.

Observe a redação do art. 5°, que trata dos direitos e garantias individuas e coletivos:

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes (...)”

Ou seja, errada a questão, já que afirma que os estrangeiros residentes no país estariam excluídos do âmbito de proteção dos direitos fundamentais.

De qualquer forma, não se esqueça de que, apesar do texto do caput do art. 5°, há consenso em que os direitos e garantias individuais e coletivos valem também para os estrangeiros não residentes que se encontrem em território nacional. Item errado.

22) (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2008) De acordo com o princípio da legalidade, apenas a lei decorrente da atuação exclusiva do Poder Legislativo pode originar comandos normativos prevendo comportamentos forçados, não havendo a possibilidade, para tanto, da participação normativa do Poder Executivo.

O Cespe adora esse assunto! A diferença doutrinária entre os princípios da legalidade e da reserva legal.

Pois bem, embora esses princípios sejam tratados por muitos como sinônimos, o fato é que a doutrina estabelece distinção entre o princípio da legalidade (mais amplo) e o princípio da reserva legal (mais estrito).

O princípio da legalidade estabelece que qualquer comando jurídico impondo comportamentos forçados há de provir de uma das espécies normativas existentes na nossa ordem constitucional. Daí o teor do inciso II do art. 5° da CF/88: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.”

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Ou seja, ele opera de maneira geral, sendo que todos os comportamentos humanos estão sujeitos ao princípio da legalidade.

Ao contrário, a reserva legal restringe-se a determinados campos materiais especificados na Constituição, que devem ser disciplinados por lei formal. É dizer: a reserva legal aplica-se a determinadas matérias da Constituição.

Assim, não faça confusão: não é que algumas matérias estão submetidas à legalidade e outras à reserva legal. Não é isso! O princípio da legalidade aplica-se aos comportamentos do Poder Público de forma geral. E a reserva legal, sim, aplica-se a algumas matérias para as quais a Constituição expressamente estabelece essa relação.

Perceba ainda que quando a Constituição Federal submete certa matéria ao princípio da legalidade, tal matéria poderá ser disciplinada por lei, ou mediante atos administrativos expedidos com fundamento na lei (decreto regulamentar, por exemplo). Daí, errada a questão.

Assim, quando a Constituição, no inciso II do art. 5º, estabelece que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, tem-se, aí, o princípio da legalidade, pois, nessa expressão, o vocábulo “lei” está empregado no seu sentido amplo, alcançando não somente lei em sentido estrito, mas, também, atos administrativos expedidos com fundamento em lei. Por isso, diz-se que o princípio da legalidade tem maior alcance (alcança um maior número de matérias constitucionais), mas menor densidade (pois pode ser satisfeito não só por meio de lei, mas também pela expedição de atos administrativos).

Por outro lado, quando a Constituição submete certa matéria ao princípio da reserva legal, está ela a exigir, exclusivamente, lei em sentido estrito ou ato normativo com força de lei.

Assim, quando a Constituição estabelece que a remuneração dos servidores públicos somente poderá ser fixada por lei (art. 37, X), temos, aqui, o princípio da reserva legal, pois o vocábulo “lei” está empregado em sentido estrito, alcançando somente lei formal (elaborada pelo Legislativo, com a participação do chefe do Executivo) ou ato normativo com força de lei (medida provisória). Por isso, diz-se que o princípio da reserva legal tem menor alcance (alcança um menor número de matérias constitucionais), mas maior densidade (já que impõe que tais matérias sejam disciplinadas, necessariamente, por lei ou ato normativo com força de lei, isto é, fica proibido o seu tratamento mediante ato administrativo).

O quadro a seguir resume essas informações para auxiliá-lo na memorização dos principais aspectos.

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Legalidade Reserva Legal

Exige lei formal, ato com força de lei, ou atos administrativos infralegais editados nos limites destes

Exige lei formal, ou ato normativo com força de lei (proibido o tratamento por atos administrativos infralegais)

Maior alcance Menor alcance

Menor densidade de conteúdo Maior densidade de conteúdo

Item errado.

23) (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2008) Segundo a doutrina, a aplicação do princípio da reserva legal absoluta é constatada quando a CF remete à lei formal apenas a fixação dos parâmetros de atuação para o órgão administrativo, permitindo que este promova a correspondente complementação por ato infralegal.

Essa questão é um pouco mais aprofundada. Para a doutrina, o princípio da reserva legal pode ser absoluto ou relativo. Haverá a reserva legal absoluta nos casos em que a Constituição exige do legislador o esgotamento do tema, não deixando espaço para a atuação discricionária dos agentes públicos. A reserva legal relativa ocorre quando houver espaço para a complementação da norma por parte do seu aplicador. Ainda há a necessidade de lei, mas esta estabelecerá apenas as bases ou parâmetros. Ou seja, nesse último caso (reserva legal relativa), caberá à administração esmiuçar e detalhar o alcance da lei, por meio de atos infralegais.

A questão está errada por apresentar a definição de reserva legal relativa.

Item errado.

24) (CESPE/AUDITOR INTERNO/AUGE/MG/2008) Considerando o que a CF dispõe acerca dos direitos e das garantias fundamentais, assinale a opção correta.

a) Nosso sistema constitucional estabelece um rol exaustivo de direitos e garantias fundamentais, razão pela qual eles não podem ser ampliados além daqueles constantes do art. 5.º da CF.

b) Admite-se que a lei restrinja a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.

c) A CF admite que o sigilo das comunicações telefônicas seja quebrado, tanto por ordem judicial quanto por decisão da autoridade policial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.

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d) Tendo em vista o princípio da igualdade consagrado na CF, não se admite a fixação de idade mínima ou máxima para o ingresso no serviço público.

e) As normas da CF que tratam dos direitos e garantias fundamentais são hierarquicamente superiores às normas constitucionais que disciplinam a política urbana e o sistema financeiro nacional.

A alternativa “a” está errada, pois a enumeração constitucional dos direitos e garantias fundamentais não é exaustiva, taxativa, mas sim aberta. É o que determina o § 2º do art. 5º da Constituição Federal, nos termos seguintes:

“Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.”

A alternativa “b” está certa, de acordo com o estabelecido no art. 93, IX, da Constituição Federal, nos termos seguintes:

“todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação”.

Ou seja, a regra é a publicidade dos atos processuais. Mas há espaço para restrição legal, quando há necessidade de proteção da intimidade.

A alternativa “c” está errada, pois as autoridades policiais não têm competência para determinar a quebra do sigilo das comunicações telefônicas (autorizar a interceptação telefônica), medida essa sujeita à chamada “reserva de jurisdição” (como vimos na aula demonstrativa), isto é, de competência exclusiva do Poder Judiciário (art. 5º, XII).

A alternativa “d” está errada, pois é admissível a fixação de idade mínima ou máxima para o ingresso no serviço público, desde que essa medida possa ser justificada pela natureza das atribuições do cargo.

Quanto à alternativa “e”, também está errada, visto que não existe hierarquia entre normas constitucionais, sejam elas originárias ou derivadas, sejam elas cláusulas pétreas ou não. Todas elas, independentemente do seu conteúdo, situam-se no mesmo nível hierárquico.

Gabarito: “b”

25) (CESPE/ADVOGADO/SEAD/CEHAP/PB/2008) Há 60 anos, no dia 10/12/1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi assinada pela 3.ª Assembleia Geral da Organização das Nações

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Unidas. A Declaração Universal dos Direitos Humanos nasceu como um estandarte comum a ser alcançado por todos os povos e nações e em um mundo que ainda trazia as marcas da destruição e das violações a direitos humanos perpetradas durante a Segunda Guerra. Base do que se tornaria a legislação internacional sobre direitos e liberdades fundamentais, foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos que primeiro reconheceu o que hoje se tornou valor comum. Direitos humanos são direitos a todos e concernem a toda comunidade internacional. Ministro Gilmar Mendes, Presidente do Supremo Tribunal Federal, sessão plenária de 10/12/2008 do STF. Internet: <www.stf.jus.br/portal> (com adaptações).

Com referência ao tema acima tratado, assinale a opção correta.

a) A evolução cronológica do reconhecimento dos direitos fundamentais pelas sociedades modernas é comumente apresentada em gerações. Nessa evolução, o direito à moradia está inserido nos direitos fundamentais de terceira geração, que são os direitos econômicos, sociais e culturais, surgidos no início do século XX.

b) Apesar de ser um direito social reconhecido, o direito à moradia não encontra previsão expressa no taxativo rol que enumera os direitos sociais protegidos pela Constituição Federal de 1988 (CF).

c) A implementação de políticas públicas que objetivem concretizar os direitos sociais, pelo poder público, encontra limites que compreendem, de um lado, a razoabilidade da pretensão individual/social deduzida em face do poder público e, de outro, a existência de disponibilidade financeira do Estado para tornar efetivas as prestações positivas dele reclamadas.

d) A CF prevê que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Com amparo nesse dispositivo, o Supremo Tribunal Federal (STF) já declarou a inconstitucionalidade e retirou do ordenamento jurídico lei que fixa o salário mínimo em valor inferior ao necessário para atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família (moradia, alimentação, educação, transporte, saúde, vestuário, lazer, higiene, transporte e previdência social).

Como se vê, a assertiva “a” está errada porque o direito à moradia constitui típico direito de segunda dimensão. Afinal, esses são os direitos econômicos, sociais e culturais, surgidos no início do século XX, como é exemplo o direito à moradia.

A assertiva “b” está errada porque o direito à moradia constitui direito social, expressamente indicado no art. 6º da Constituição Federal. Aliás,

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vejamos se você está atualizado... Na nossa Constituição, a enumeração dos direitos sociais está no art. 6º:

“São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”

Veja que destaquei não só o direito à moradia, mas também o direito à alimentação no art. 6°. É que se trata de inovação “fresquinha” promovida pela EC n° 64/2010, emenda que altera o art. 6º da Constituição Federal, para introduzir a alimentação como direito social. E as bancas adoram novidades, não é?

A assertiva “c” está certa. Trata-se do princípio da reserva do financeiramente possível, segundo o qual o Poder Público está obrigado a implementar as políticas públicas que levem à concretização dos direitos sociais previstos na Constituição, mas no limite do financeiramente possível. Assim, a concretização de determinado direito social encontra limites não só na razoabilidade da pretensão deduzida em face do Poder Público como também na existência de disponibilidade financeira do Estado.

A assertiva “d” está errada. Como comentado, a concretização dos direitos sociais encontra limites na reserva do financeiramente possível. É nesse sentido que se admite a fixação do valor do salário-mínimo em patamar inferior àquele esperado para a satisfação das necessidades vitais do trabalhador (moradia, alimentação, educação, transporte, saúde, vestuário, lazer, higiene, transporte e previdência social). Afinal, você acha que um trabalhador que sustenta sua família com um salário mínimo tem satisfeitas todas as suas necessidades vitais? Até lazer!?...

Gabarito: “c”

26) (CESPE/ANALISTA DE GESTÃO CORPORATIVA: ADVOGADO/HEMOBRÁS/2008) A teoria dos limites dos limites serve para impor restrições à possibilidade de limitação dos direitos fundamentais.

Esse enunciado versa sobre a “teoria dos limites dos limites”. Veja, admite-se a restrição de direitos fundamentais. Mas essa restrição não pode ser ilimitada, deve se razoável. Assim, essa teoria foi concebida para atuar como uma barreira à fixação de limites legais ao exercício dos direitos fundamentais.

Em suma, a teoria dos limites dos limites pode ser assim entendida:

a) não existem direitos e garantias fundamentais de natureza absoluta;

b) logo, o legislador ordinário pode impor limites ao exercício desses direitos e garantias;

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c) entretanto, o poder da lei de impor limites ao exercício de direitos e garantias constitucionais não é ilimitado, haja vista que o legislador ordinário deverá respeitar o núcleo essencial desses institutos e, também, o princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade - que exige necessidade, adequação e proporcionalidade estrita da restrição imposta.

Enfim, a “teoria dos limites dos limites” impõe o seguinte: “o poder da lei de impor limites ao exercício de direitos e garantias constitucionais se sujeita, por sua vez, a limites, haja vista que a limitação imposta só será válida se respeitar o núcleo essencial de tais institutos e, também, o princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade”.

Item certo.

27) (CESPE/ANALISTA DE GESTÃO CORPORATIVA: ADVOGADO/HEMOBRÁS/2008) O direito de petição pode ser exercido por qualquer pessoa, não havendo a necessidade de assistência de advogado.

O direito de petição aos Poderes Públicos está previsto no art. 5º, XXXIV, da Constituição Federal, nos termos seguintes:

“são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;”

São as seguintes as características do direito de petição:

a) universalidade (assegurado a todos);

b) gratuidade;

c) desnecessidade de advogado para o seu exercício.

Item certo.

28) (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/MDS/2008) Segundo o STF, sem que ocorra qualquer das situações excepcionais taxativamente previstas no texto constitucional, nenhum agente público poderá, contra a vontade de quem de direito, ingressar, durante o dia, sem mandado judicial, em espaço privado não aberto ao público, onde alguém exerce sua atividade profissional.

Mais uma questão que remete à inviolabilidade do domicílio (CF, art. 5°, XI):

“a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;”

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Ou seja, exceto nessas situações excepcionais autorizadas pela própria Constituição, não será admitida a entrada de agente público na esfera do domicílio do indivíduo.

Item certo.

29) (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/ME/2008) No âmbito judicial e administrativo, devem ser assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

A razoável duração do processo (princípio da celeridade processual) é garantia individual criada pela EC nº 45/2004 e está prevista no inciso LXXVIII do art. 5º da Constituição Federal, nos termos seguintes:

“a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação;”

Item certo.

30) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2008) Os direitos humanos na CF têm como função a limitação do poder e a promoção da dignidade da pessoa humana. Nesse contexto, assinale a opção correta a respeito dos direitos consagrados na CF à luz do texto constitucional e da jurisprudência do STF.

a) O art. 5º da CF prevê que ninguém pode ser submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. Entretanto, esse dispositivo não tem aplicabilidade imediata devido ao fato de não ter sido regulamentado no plano infraconstitucional.

b) Os direitos à intimidade e à própria imagem formam a proteção constitucional à vida privada. Essa proteção da vida privada não abrange as pessoas jurídicas.

c) O preceito constitucional que consagra a inviolabilidade do domicílio não admite hipóteses de exceção e invasão da cabana dos mais frágeis.

d) A possibilidade de quebra de sigilo bancário diretamente por parte do MP, quando se tratar de envolvimento de dinheiro ou verbas públicas, foi aceita pelo STF com base no poder de requisição ministerial e na publicidade dos atos governamentais.

e) A interceptação telefônica para captação e gravação de conversa telefônica por terceira pessoa, sem o conhecimento de quaisquer dos interlocutores ou da justiça, não afronta o texto constitucional.

A assertiva “a” está errada porque o inciso III do art. 5º da Constituição Federal (“ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”) tem eficácia plena, e não depende de regulamentação.

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A assertiva “b” está errada porque as pessoas jurídicas também estão protegidas pela inviolabilidade da honra e da imagem (CF, art. 5°, X).

A assertiva “c” está errada. O próprio dispositivo constitucional (CF, art. 5°, XI) já prevê hipóteses de exceção à inviolabilidade do domicílio (flagrante delito, desastre ou prestação de socorro e, durante o dia, por determinação judicial).

A assertiva “d” está certa. Eu avisei! As bancas gostam de cobrar essa história de sigilo bancário. Como eu disse, o STF reconheceu ao Ministério Público a competência para determinar a quebra do sigilo bancário de pessoa sob sua investigação, desde que no curso de procedimento que envolva a aplicação de dinheiro ou verba pública (defesa do patrimônio público).

A assertiva “e” está errada, pois nesse caso haverá violação da proteção das comunicações telefônicas. Assim, a interceptação telefônica, sem autorização judicial, para captação e gravação de conversa de terceiros é ilícita.

Diferentemente seria o caso de gravação realizada por um dos interlocutores, sem o consentimento do outro, desde que diante de legítima defesa. Ou mesmo a gravação realizada por terceiro com o consentimento de um dos interlocutores, mas sem o conhecimento do outro, desde que diante de legítima defesa.

Nesses dois casos, a prova é lícita (observe que não se trata da utilização de prova ilícita).

Gabarito: “d”

31) (CESPE/ADMINISTRATIVO/MPE/RR/2008) Os crimes definidos pela lei como hediondos são insuscetíveis de graça ou anistia.

É o que estabelece o inciso XLIII do art. 5º da Constituição Federal, nos termos seguintes:

“a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;”

Meu caro, sinceramente, nesse assunto, é necessário que você memorize os incisos XLII, XLIII e XLIV do art. 5°. Como você sabe, a Constituição explicita os crimes inafiançáveis.

Entretanto, não há lógica nenhuma na distribuição do que é crime imprescritível e do que a CF/88 considera crime insuscetível de graça. Ou seja, essa divisão não se dá, por exemplo, pela gravidade do crime, como poderia parecer mais lógico. Assim, tente guardar essas informações:

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Imprescritíveis (XLII e XLIV) Insuscetíveis de graça ou anistia(XLIII)

1 - Racismo 1 - Tortura

2 - Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático

2 - Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins

3 - Terrorismo

4 - Hediondos

Por outro lado, todos esses crimes são inafiançáveis.

Assim, os hediondos e 3 T’s (tortura, terrorismo e tráfico) são insuscetíveis de graça ou anistia, mas não são imprescritíveis.

Item certo.

32) (CESPE/ADMINISTRATIVO/MPE/RR/2008) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

A questão reproduz corretamente o inciso XXXIII do art. 5º da CF/88, correspondente ao direito à informação.

Trata-se de direito de natureza administrativa, decorrente do princípio da publicidade e transparência da atuação da Administração Pública.

Mas veja que o Poder Público poderá recusar-se a prestar determinadas informações quando imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado.

E se o indivíduo não conseguir ter acesso a determinadas informações e entender que está tendo seu direito à informação violado? Seria admitido o habeas data para reparar essa lesão? Em outras palavras: seria o habeas data instrumento jurídico adequado para a tutela do direito à informação?

Essa pergunta vai ficar sem resposta por aqui. Ou seja, vou te aguardar no fórum para comentarmos isso por lá... Vamos ver quem será o primeiro a responder corretamente...

Item certo.

33) (CESPE/ADMINISTRATIVO/MPE/RR/2008) É assegurada a todos, mediante o pagamento de taxa, a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal.

O direito à obtenção de certidões, previsto no inciso XXXIV do art. 5º da Constituição Federal, é assegurado a todos, não podendo ser exigido o pagamento de taxas.

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E aí: nesse caso, indeferido o pedido de fornecimento de certidão por parte do Poder Público, seria cabível a impetração de habeas data?

Responda a essa também no fórum e acompanhe por lá a resposta correta...

Item errado.

34) (CESPE/ADMINISTRATIVO/MPE/RR/2008) A religião católica é a religião oficial do Estado brasileiro. Contudo, a Constituição Federal garante a liberdade de crença e o livre exercício de quaisquer cultos religiosos.

O Estado brasileiro é laico, não possui religião oficial.

Item errado.

35) (CESPE/PROCESSO SELETIVO/MS/2008) Segundo o Supremo Tribunal Federal, o direito à busca da felicidade é um consectário do princípio da dignidade da pessoa humana.

Esse enunciado aborda jurisprudência do STF que reconhece que a busca da felicidade decorre do princípio da dignidade da pessoa humana.

Item certo.

36) (CESPE/PROCESSO SELETIVO/MS/2008) O direito de permanecer em silêncio corresponde à garantia fundamental intrínseca do direito constitucional de defesa.

O direito de permanecer em silêncio é uma das vertentes do princípio constitucional do direito de defesa, segundo o qual o indivíduo não está obrigado a produzir provas contra si mesmo. Esse direito é invocável por qualquer pessoa, em processo de qualquer natureza, em qualquer esfera de poder.

Item certo.

37) (CESPE/PROCESSO SELETIVO/MS/2008) Se alguém permanecer preso cautelarmente, por período prolongado, de forma abusiva e irrazoável, haverá ofensa frontal ao princípio da dignidade da pessoa humana.

Trata-se também de entendimento consagrado na jurisprudência do STF. As prisões cautelares por período prolongado, que excedem o razoável e necessário à satisfação de suas finalidades, são incompatíveis com o princípio da dignidade da pessoa humana.

Item certo.

38) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MS/2008) O ministro da Saúde pode oficiar ao MP comunicando a existência de dívida de um empresário com a União, para que um dos procuradores da República possa requerer a prisão civil do empresário por um período de até 90 dias.

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A Constituição Federal não admite a prisão civil por dívida, exceto a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel (art. 5º, LXVII).

Entretanto, como comentei na Aula 0, o STF afastou a possibilidade de prisão civil do depositário infiel em nosso país, em respeito ao Pacto de San José da Costa Rica, tratado internacional sobre direitos humanos ratificado pelo Brasil no ano de 1992 (também conhecido como “Convenção Interamericana de Direitos Humanos”).

Item errado.

39) (CESPE/ADMINISTRATIVO/MPE/RR/2008) Os tribunais de exceção são criados em determinadas situações excepcionais, tais como o julgamento de crimes de genocídio.

A Constituição Federal consagra o princípio do juízo natural, segundo o qual não haverá juízo ou tribunal de exceção (art. 5º, XXXVII).

Item errado.

40) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MS/2008) Caso um servidor do MS solicite, ao agente administrativo do MS responsável pela emissão de certidões, certidão noticiadora das gratificações por ele incorporadas como vantagem pessoal, o agente administrativo deverá exigir o pagamento de taxa para a entrega da certidão solicitada.

Comentei em questão anterior que o direito à obtenção de certidões, previsto no inciso XXXIV do art. 5º da CF/88, é assegurado a todos, vedada a exigência de pagamento de taxas.

Item errado.

41) (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/RELAÇÕES INTERNACIONAIS/MS/2008) Os tratados internacionais firmados pela República Federativa do Brasil devem ser aprovados no Congresso Nacional por decreto legislativo para fins de incorporação.

Os tratados internacionais são aprovados definitivamente pelo Congresso Nacional, mediante decreto legislativo (CF, art. 49, I), ato que não se sujeita à sanção ou veto do chefe do Poder Executivo.

E aí, um tratado internacional aprovado pelo Congresso Nacional assume qual posição hierárquica no nosso ordenamento jurídico: status de lei ordinária? Status de emenda constitucional? Ou nenhuma das duas?

Bem.... Infelizmente não é tão simples assim... Vamos sintetizar isso:

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Status que podem assumir os tratados internacionais: a) emenda constitucional → tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos incorporados pelo rito especial do § 3º do art. 5º da Constituição Federal (CF, art. 5°, §3°);

b) lei ordinária federal → demais tratados e convenções internacionais que não tratam de direitos humanos;

c) supralegalidade → tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos incorporados pelo rito ordinário.

Item certo.

42) (CESPE/PROCESSO SELETIVO/MS/2008) A associação que busca uma finalidade ilícita poderá ser compulsoriamente dissolvida ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado.

É o que determina o inciso XIX do art. 5º da Constituição Federal. Em resumo:

I – tanto a dissolução compulsória quanto a suspensão das atividades de associações dependem de decisão judicial (reserva de jurisdição), não podendo ser determinadas diretamente por autoridades administrativas; e

II – por ser medida mais gravosa, a dissolução compulsória exige trânsito em julgado.

Item certo.

(CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MTE/2008) Um cliente de determinado contador está sendo investigado pela Receita Federal por sonegação de tributos. Em uma operação, realizada no escritório do contador, os fiscais da Receita apreenderam, sem autorização judicial ou do referido profissional liberal, documentos desse cliente que lá estavam guardados, entre eles uma carta aberta com dados de uma conta bancária existente no exterior. Com relação a essa situação hipotética e acerca dos direitos e garantias fundamentais, julgue os itens seguintes.

43) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MTE/2008) No caso em tela, não houve violação de domicílio, pois o conceito de domicílio não abrange os escritórios de profissionais liberais.

Houve sim violação domiciliar, tendo em vista o entendimento jurisprudencial já apresentado no sentido de que o conceito constitucional de “casa” (CF, art. 5º, XI) alcança não só a residência da pessoa como também os recintos profissionais não franqueados ao público, como é o caso do escritório do contador.

Item errado.

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44) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MTE/2008) Mesmo que cumpridas as demais exigências legais, a apreensão da carta viola o sigilo de correspondência.

É impressionante como o Cespe cobra jurisprudência em suas provas! Comentei na Aula 0 que o sigilo da correspondência (CF, art. 5º, XII) tem por fim proteger a correspondência em si, enquanto em trânsito e lacrada, e não o conteúdo de uma correspondência já aberta, guardada na casa da pessoa.

Portanto, se o ingresso no escritório fosse realizado com a devida autorização judicial, a apreensão da carta já aberta seria sim válida, lícita.

É o mesmo caso o e-mail. Está protegido pela inviolabilidade das comunicações. Entretanto, isso não impede que, em uma operação da Polícia Federal em que sejam recolhidos computadores, sejam utilizadas informações registradas em e-mails arquivados no disco rígido (HD) de um desses computadores.

Item errado.

(CESPE/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/PCES/2008) Um deputado federal subiu à tribuna da Câmara dos Deputados para defender um projeto de emenda constitucional com a finalidade de instituir a pena de morte no Brasil. O deputado, durante seu discurso em plenário, no momento em que informava aos colegas da proposta realizada, disse que discordava da vedação constitucional absoluta da pena de morte.

Com referência à situação hipotética acima apresentada, aos direitos fundamentais, em especial ao direito à vida, julgue os itens que se seguem.

45) (CESPE/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/PCES/2008) O projeto de emenda constitucional é de duvidosa constitucionalidade, já que não se admite emenda constitucional que tenha por fim abolir direitos e garantias individuais.

Essa proposta de emenda constitucional é sim de duvidosa constitucionalidade, pois a CF/88 consagra os direitos e garantias individuais como cláusulas pétreas (art. 60, § 4º, IV).

Item certo.

46) (CESPE/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/PCES/2008) Equivocou-se o deputado ao dizer que a Constituição Federal de 1988 (CF) veda a pena de morte de forma absoluta, pois a CF admite a pena de morte em caso de guerra declarada, desde que atendidos os requisitos constitucionais.

Exato! Já comentei isso. Não há direitos fundamentais absolutos. Mesmo o direito à vida pode ceder em determinadas situações, já que a CF/88 admite a pena de morte no caso de guerra declarada (CF, art. 5º, XLVII).

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Item certo.

47) (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) Assinale a opção correta em relação aos direitos e garantias fundamentais.

a) O crime de tortura é afiançável, mas será insuscetível de graça ou anistia ou de liberdade provisória.

b) O uso ilícito de algemas poderá impor a responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e a nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere.

c) O conceito de casa, inserido no dispositivo constitucional que assegura a inviolabilidade do domicílio, não se estende ao escritório de contabilidade.

d) Não pratica crime de invasão de domicílio o policial que recebe ordem de busca e apreensão de documento originada de comissão parlamentar de inquérito, desde que essa ordem seja devidamente fundamentada e sejam preenchidos os demais requisitos constitucionais.

e) Conforme entendimento do STF, mesmo que preenchidos os demais requisitos legais, viola o sigilo das comunicações de dados a apreensão do disco rígido do computador no qual estão armazenados os e-mails recebidos pelo investigado.

A alternativa “a” está errada porque o crime de tortura é um dos 3 T’s (tortura, tráfico de drogas e terrorismo), que constituem delitos inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia (CF, art. 5º, XLIII).

A alternativa “b” está correta. Trata-se da Súmula Vinculante nº 11 do STF:

“Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”.

A alternativa “c” está errada. O conceito de “casa” (CF, art. 5°, XI) alcança também escritório profissionais não-franqueados ao público em geral.

A alternativa “d” está errada, já que a inviolabilidade domiciliar não admite a busca e apreensão de documentos determinada por CPI. Trata-se de assunto protegido pela reserva de jurisdição (competência exclusiva do Poder Judiciário).

A alternativa “e” está errada. Dei esse exemplo nesta aula ao explicar que a inviolabilidade das comunicaçõesprotege a comunicação em si, enquanto em trânsito, e não aos dados já recebidos e registrados,

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como é o caso do email já armazenado no disco rígido do computador.

Gabarito: “b”

48) (CESPE/PROCURADOR/SEAD/FHS/SE/2008) Célio é analista administrativo da Secretaria de Estado da Administração de estado da federação há 5 anos. Em janeiro de 2009, ele foi convocado para integrar o corpo de jurados do tribunal do júri da capital do seu estado. Célio encaminhou expediente ao juiz titular do tribunal, alegando a impossibilidade de participar do corpo de jurados em razão de as votações serem públicas, não havendo sigilo, o que lhe deixaria em uma posição de exposição pessoal na cidade em que reside. Nessa situação, Célio equivocou-se ao encaminhar o expediente ao magistrado, uma vez que a CF assegura o sigilo das votações no tribunal do júri.

Célio realmente está equivocado. Segundo a CF/88, é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurado o sigilo das votações.

Ademais, são assegurados ainda:

I) a plenitude de defesa;

II) a soberania dos veredictos; e

III) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

Item certo.

49) (CESPE/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ/ES/2008) Compete ao tribunal do júri o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Essa competência constitucional prevalece, inclusive, sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente por constituição estadual.

Importante jurisprudência do STF sobre o tribunal do júri!

A CF/88 outorgou ao tribunal do júri a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida (CF, art. 5º, XXXVIII). Segundo STF, essa competência do tribunal do júri é afastada pela competência do foro especial por prerrogativa de função definido na Constituição Federal. É dizer: se o governador do DF (que tem foro especial por prerrogativa de função perante o STJ) praticar um crime doloso contra a vida será julgado pelo STJ, e não pelo júri popular.

Todavia, a Constituição do Estado poderá, se entender pertinente, atribuir foro especial a outras autoridades locais perante o Tribunal de Justiça. Ou seja, poderá atribuir prerrogativa de foro a autoridades que não a reeceberam da CF/88.

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Nesse caso, teremos a hipótese de foro especial definido exclusivamente na Constituição Estadual. Por exemplo, a outorga, pela Constituição Estadual, de foro para os Defensores Públicos Estaduais.

Nessa hipótese, a competência desse foro especial definido exclusivamente na Constituição Estadual não prevalecerá sobre a competência do júri popular.

Esse entendimento jurisprudência está sedimentado na Súmula nº 721 do tribunal, nos termos seguintes:

“A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual.”

Item certo.

50) (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO/SEGER/ES/2008) Na evolução histórica dos direitos fundamentais em gerações, entende-se que o direito de propriedade é um direito fundamental de primeira geração.

São de primeira dimensão (ou geração) aqueles direitos fundamentais ligados aos ideais do Estado liberal, de natureza negativa, com foco na liberdade individual frente ao Estado. Por exemplo: direito de propriedade, de manifestação de pensamento, de liberdade religiosa, de locomoção etc.

Item certo.

51) (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO/SEGER/ES/2008) O direito de propriedade é limitado. Um exemplo dessa limitação é a previsão constitucional da desapropriação por interesse social.

Em verdade, o direito de propriedade é um ótimo exemplo de que não há direitos fundamentais de natureza absoluta. Trata-se de um direito fundamental de primeira geração típico, reflexo da adoção do regime econômico capitalista pelo Brasil.

Pois bem, ocorre que a própria Constituição Federal já estabelece algumas limitações ao seu exercício, tais como: a exigência de cumprimento da função social da propriedade (art. 5º, XXIII); a autorização para a desapropriação nas diversas hipóteses constitucionalmente previstas (art. 5º, XXIV); a autorização para requisição administrativa (art. 5º, XXV).

Item certo.

52) (CESPE/SEPLAG/DETRAN/DF/2008) Caso o poder público repute necessário desapropriar imóvel localizado no estado de Goiás, que não esteja cumprindo sua função social, para fins de reforma agrária, o próprio estado deverá promover a desapropriação, mediante prévia e justa indenização em dinheiro.

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A desapropriação para fins de reforma agrária prevista no art. 184 da Constituição não é realizada em dinheiro, mas em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do seu valor real e resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão (CF, art. 184).

Item errado.

53) (CESPE/AUXILIAR DE TRÂNSITO/SEPLAG/DETRAN/DF/2008) O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é considerado direito fundamental de terceira geração.

O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (CF, art. 225) constitui típico interesse difuso de terceira dimensão (ou geração).

Item certo.

54) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STF/2008) O julgamento dos crimes dolosos contra a vida é de competência do tribunal do júri, mas a CF não impede que outros crimes sejam igualmente julgados por esse órgão.

Bem, esse assunto não é totalmente pacífico. Boa parte da doutrina entende que não seria possível ampliar a competência constitucional do tribunal do júri.

De qualquer forma, o prof. Alexandre de Moraes, por exemplo, defende que a Constituição Federal permite a ampliação da competência do tribunal do júri, para que esse órgão passasse a julgar outros crimes além daqueles dolosos contra a vida. Entendimento adotado pelo Cespe nessa questão.

Mas, não se preocupe com as polêmicas: guarde essa posição do CESPE quanto a esse assunto.

Item certo.

(CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STF/2008) Em ação penal ajuizada contra um cidadão, um promotor de justiça fez uma narração genérica dos atos que, a seu ver, haviam importado na configuração de um crime. O processo foi bastante demorado e transcorreram-se mais de 6 anos sem que sequer a sentença do juízo do primeiro grau de jurisdição tivesse sido prolatada. Um segundo promotor, que veio a substituir o primeiro, observou que o fato imputado ao cidadão na verdade não configurava crime e pediu ao juiz, em alegações finais, que reconhecesse a atipicidade da conduta, ou seja, que a conduta do cidadão não configurava qualquer delito. Tendo por base a situação hipotética descrita, julgue os itens que se seguem.

55) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STF/2008) A ação penal, quando demasiadamente genérica, impossibilita ao cidadão o exercício do direito de defesa — um postulado básico do estado de direito — e pode atingir a própria dignidade humana.

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Mais uma jurisprudência do STF cobrada pelo Cespe. Como disse no início desta aula, a denúncia genérica, que não faça uma descrição suficiente à defesa do réu é inconstitucional, por ofender a dignidade da pessoa humana.

Item certo.

56) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STF/2008) A duração prolongada, abusiva e não-razoável do processo penal, embora gere transtorno à vida do acusado, não chega a atingir qualquer norma constitucional.

O princípio da constitucional da celeridade processual veda a duração prolongada, abusiva e não-razoável do processo – penal ou administrativo. Segundo o comando constitucional, “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação” (art. 5º, LXXVIII).

Item errado.

57) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STF/2008) A instauração da ação penal, quando evidente a atipicidade da conduta, constitui violação aos direitos fundamentais, em especial ao princípio da dignidade da pessoa humana.

A assertiva está correta por apresentar entendimento sedimentado na jurisprudência do Supremo e manifesto no seguinte extrato do HC 82.969, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 30-9-03, 2ª Turma, DJ de 17-10-03:

“A mera instauração de inquérito, quando evidente a atipicidade da conduta, constitui meio hábil a impor violação aos direitos fundamentais, em especial ao princípio da dignidade humana.”

Item certo.

58) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STJ/2008) Caso um servidor público federal responda a processo administrativo disciplinar sem a participação de advogado, nesse caso, não haverá nulidade por violação ao princípio da ampla defesa e do contraditório, já que a ocorrência dessa espécie de vício deve ser analisada no caso concreto e não de forma abstrata.

Eis outro assunto em que também não havia consenso. Entretanto, a fim de pacificar os diversos entendimentos, o STF editou súmula vinculante estabelecendo que não é obrigatória a atuação de advogado em processo administrativo disciplinar. É o seguinte o enunciado da Súmula nº 5 do STF:

“A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”.

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Item certo.

59) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJ/CE/2008) De acordo com o texto da CF, tratado internacional que verse sobre direitos humanos, ainda que incorporado com o quorum de emenda à CF, não pode a ela ser equiparado, devido à ausência de iniciativa dos legitimados para alteração constitucional.

Nos termos do parágrafo 3° do art. 5° da CF/88, os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos serão equivalentes às emendas constitucionais se forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.

Item errado.

60) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJ/CE/2008) Se houver concordância do réu, uma prova ilícita pode ser admitida em um processo penal.

Não são admitidas em nenhuma hipótese a utilização de provas ilícitas no processo, seja este administrativo ou judicial (CF, art. 5º, LVI). Essa vedação constitucional não será afastada com a suposta concordância do réu.

Aliás, não são admissíveis as provas ilícitas e nem as provas decorrentes dessas.

Entretanto, não se pode afirmar que todo o processo seja nulo. Quando é detectada a presença de provas ilícitas nos autos de processo, faz-se o chamado “desentranhamento”, isto é, as provas ilícitas serão retiradas do processo. Mas, caso haja outras provas lícitas autônomas nos autos, o processo poderá ter a sua regular continuidade com base nestas provas.

Item errado.

61) (CESPE/TITULARIDADE DE SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO/TJDFT/2008) Os direitos fundamentais à intimidade e à vida privada são passíveis de renúncia pela pessoa que deles é titular, desde que não ofenda à dignidade dessa pessoa.

Em regra, os direitos e garantias fundamentais são irrenunciáveis, por constituírem normas de ordem pública, de cunho indisponível.

Entretanto, modernamente admite-se a renúncia excepcional e temporária a direito ou garantia fundamental, desde que tal medida não represente uma afronta à dignidade da pessoa humana.

Item certo.

62) (CESPE/TITULARIDADE DE SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO/TJDFT/2008) A doutrina da ilicitude por derivação — também conhecida como teoria dos frutos da árvore envenenada — repudia, por serem constitucionalmente

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inadmissíveis, os meios probatórios que, não obstante produzidos validamente em momento ulterior, acham-se afetados pelo vício da ilicitude originária, que a eles se transmite, contaminando-os, por efeito de repercussão causal.

Sem nomeá-la, expliquei em questão anterior a doutrina da ilicitude por derivação (ou teoria dos frutos da árvore envenenada - fruits of the poisonous tree). Segundo essa doutrina são ilícitas não só a prova originária obtida por meios ilícitos como também todas as demais produzidas a partir dela (isto é, são ilícitas a prova originária e todas as provas dela derivadas).

De qualquer forma, aquelas provas que sejam autônomas, não decorrentes da prova ilícita, são válidas e continuam válidas para o regular prosseguimento do processo.

Portanto, caso haja provas ilícitas no processo, isso não o torna nulo. Promove-se o desentranhamento das provas ilícitas e das demais provas que decorrem daquelas. Mas o processo pode prosseguir com base nas demais provas autônomas.

Vale lembrar que, de acordo com o STF, essa doutrina é aplicável em nosso país, em respeito ao inciso LVI do art. 5º da Constituição Federal.

Item certo.

63) (CESPE/TITULARIDADE DE SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO/TJDFT/2008) Consoante entendimento do STF, fere a CF a norma que isenta os reconhecidamente pobres do pagamento dos emolumentos devidos pela expedição de registro civil de óbito.

A Constituição Federal estabelece que são assegurados, independentemente do pagamento de taxas, para os reconhecidamente pobres, na forma da lei, o registro civil de nascimento e a certidão de óbito (art. 5º, LXXVI).

O STF foi questionado se violaria o princípio da proporcionalidade, lei que garanta a não cobrança de emolumentos: (i) pelo registro civil de nascimento; (ii) pelo assento de óbito; (iii) pela primeira certidão desses atos; e (iv) por todas as certidões aos reconhecidamente pobres. Isso porque se trataria de atividade empresarial.

Pois bem, nossa corte entendeu que a atividade desenvolvida pelos titulares das serventias de notas e registros, embora seja análoga à atividade empresarial, sujeita-se a um regime de direito público. Assim, sendo, não ofende o princípio da proporcionalidade lei que isenta os ‘reconhecidamente pobres’ do pagamento dos emolumentos devidos pela expedição de registro civil de nascimento e de óbito, bem como a primeira certidão respectiva.

Item errado.

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64) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ/RJ/2008) Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos da CF, não podendo a lei criar qualquer forma de distinção.

De fato, segundo o texto constitucional, homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações (CF, art. 5º, I). Todavia, a lei poderá sim criar distinções entre homens e mulheres, desde que haja razoabilidade para o critério eleito para a discriminação. Por exemplo: determinado concurso público poderá ser restrito a mulheres, desde que as atribuições do cargo justifiquem essa discriminação (concurso para agente penitenciário em uma delegacia feminina, por exemplo).

Item errado.

65) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ/RJ/2008) O direito fundamental à honra se estende às pessoas jurídicas.

Como comentei, segundo a jurisprudência do STF, o direito à inviolabilidade da honra e da imagem, prevista no inciso X do art. 5º da Constituição Federal, é extensível às pessoas jurídicas.

Item certo.

66) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ/RJ/2008) As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicialmente, mas não no contencioso administrativo.

Segundo a Constituição Federal, as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente (art. 5º, XXI).

Trata-se de hipótese de representação judicial, que não se confunde com a substituição processual que ocorre no mandado de segurança coletivo (neste último caso, é dispensada a autorização expressa e específica dos associados, bastando para a impetração as autorizações genéricas constantes dos estatutos de constituição da entidade).

Item errado.

67) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ/RJ/2008) A garantia ao direito de herança é um direito fundamental, que não pode ser restringido pela legislação infraconstitucional.

Já estudamos nesta aula a máxima segundo a qual “não existem direitos e garantias fundamentais de natureza absoluta”. Portanto, assim como outros direitos, a garantia ao direito à herança pode ser restringida por norma infraconstitucional, desde que na imposição das restrições seja preservado o núcleo essencial dessa garantia e observado o postulado da razoabilidade (teoria dos limites dos limites).

Item errado.

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68) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/MG/2008) Artur cometeu crime de tortura, e Zilma, de racismo, Joana traficou entorpecente ilicitamente e Cleber participou de ação de grupo armado civil contra a ordem constitucional. Nessa situação hipotética, à luz da Constituição Federal de 1988 (CF), foram praticados crimes imprescritíveis por

a) Artur e Zilma.

b) Joana e Zilma.

c) Artur e Joana.

d) Artur e Cleber.

e) Zilma e Cleber.

Determina a Constituição Federal que são crimes imprescritíveis o de racismo (art. 5º, XLII), a ação de grupos armados, civis ou militares e contra a ordem constitucional e o Estado democrático (art. 5º, XLV). Portanto, Zilma e Cléber praticaram crimes imprescritíveis.

Como avisei, você tem de memorizar esses crimes, de acordo com a divisão apresentada no início dessa aula.

Gabarito: “e”

69) (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ/AL/2008) O estado de defesa autoriza a restrição ao direito de reunião, ainda que exercida no seio das associações, ao sigilo de correspondência e ao sigilo de comunicação telegráfica e telefônica.

Estabelece a Constituição Federal (art. 136, § 1º) que o decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre elas, restrições aos direitos de:

a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;

b) sigilo de correspondência;

c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica.

Item certo.

70) (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) As violações a direitos fundamentais ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, inexistindo nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais assegurados pela CF vinculam diretamente os poderes públicos, estando direcionados apenas de forma indireta à proteção dos particulares em face dos poderes privados.

Modernamente, os direitos fundamentais vinculam não só as relações indivíduos-Estado, mas também as relações privadas (“negócios

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privados”), tanto entre pessoas físicas quanto entre pessoas jurídicas privadas.

Item errado.

71) (CESPE/AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTOS/PCRN/2008) É prova lícita

a) a interceptação telefônica determinada pela autoridade policial.

b) a apreensão de carta particular no domicílio do indiciado, sem consentimento do morador.

c) a confissão do indiciado obtida mediante grave ameaça por parte dos policiais.

d) a busca pessoal, realizada sem mandado judicial, quando houver fundada suspeita de flagrante.

e) a declaração do advogado do indiciado acerca de fatos de que teve ciência profissionalmente.

A alternativa “a” apresenta prova ilícita, já que interceptação telefônica só pode ser autorizada por ordem judicial (CF, art. 5º, XII).

A alternativa “b” apresenta prova ilícita, já que a apreensão de carta particular no domicílio do indiciado, sem consentimento do morador, ofende a inviolabilidade domiciliar (CF, art. 5º, XI).

A alternativa “c” também apresenta prova ilícita, já que a grave ameaça dos policiais ofende a regra constitucional que assegura o respeito à integridade moral do preso (art. 5º, XLIX).

A alternativa “d” está certa porque para a revista pessoal, quando houver fundada suspeita de flagrante, não exige autorização do Poder Judiciário. Portanto, trata-se de prova lícita.

A alternativa “e” apresenta prova ilícita, pois os fatos que o advogado obteve em razão do desempenho de sua profissão, a respeito do indiciado, estão protegidos pelo sigilo profissional e não poderão ser utilizados em desfavor deste.

Gabarito: “d”

72) (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2008) Cabe, primariamente, aos Poderes Legislativo e Executivo a prerrogativa de formular e executar políticas públicas, no entanto, revela-se possível ao Poder Judiciário, excepcionalmente, determinar a implementação de tais políticas.

Fique atento, pois esse assunto está na moda!

Por terem seus agentes eleitos de forma democrática, compete aos Poderes Executivo e Legislativo definir e implementar as políticas públicas. Afinal de contas são os legítimos representantes do povo.

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Todavia, decisões recentes do STF vão no sentido de que é possível ao Poder Judiciário, excepcionalmente, determinar a implementação de políticas públicas, sempre que os órgãos estatais competentes descumprirem os encargos político-jurídicos impostos pela Constituição Federal, comprometendo, com sua injustificada inércia, a concretização dos direitos sociais.

Um exemplo desse ativismo judicial no Brasil pode ser atribuído àquela decisão do STF que determinou a aplicação temporária ao setor público, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado. Naquela ocasião, o STF resolveu que não poderia se abster de reconhecer que, assim como o controle judicial deve incidir sobre a atividade do legislador, é possível que a Corte Constitucional atue também nos casos de inatividade ou omissão do Legislativo.

Item certo.

73) (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2008) Sebastião, réu preso, mas primário, com bons antecedentes e bom comportamento carcerário, compareceu a sessão plenária do tribunal do júri devidamente escoltado por plurais policiais que, por ordem judicial, o mantiveram algemado durante o julgamento. Nessa situação, e em outras que tais, de acordo com a jurisprudência do STF, o juiz pode manter o pronunciado com algemas quando presumir algum ato de fuga ou resistência.

Considerando as circunstâncias favoráveis ao réu – Sebastião é primário, de bons antecedentes e bom comportamento carcerário -, bem assim que não houve resistência, não haveria fundadas razões para o magistrado presumir o risco de fuga. Assim, com essa medida estaria o magistrado desrespeitando a Súmula Vinculante nº 11 do STF, que tem a seguinte redação:

“Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”.

Observe que, nos termos dessa SV do STF, em se tratando de “resistência”, não basta o receio, ela deverá ter efetivamente ocorrido; já no tocante à fuga e ao perigo à integridade física, vale o “fundado receio”.

Item errado.

74) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª REGIÃO/2009) A CF veda a interferência do Estado no funcionamento das associações e cooperativas.

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A Constituição Federal veda expressamente a interferência estatal no funcionamento das associações (CF, art. 5º, XVIII).

Item certo.

75) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª REGIÃO/2009) O Brasil se submeterá à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação manifestar adesão.

A assertiva está de acordo com a letra da CF/88. Estabelece o § 4º do art. 5º da Constituição Federal que o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

Item certo.

76) (CESPE/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/ABIN/2008) Considere a seguinte situação hipotética. Um romancista famoso publicou, no Brasil, um livro no qual defende a tese de que as pessoas que seguem determinada religião seriam menos evoluídas do que as que seguem outra religião. Nessa situação, tal afirmação poderia ser enquadrada como racismo, embora, tecnicamente, religião não constitua raça.

O STF firmou entendimento de que o conceito constitucional de racismo não está adstrito às discriminações ligadas propriamente às diferentes raças (branco, negro, amarelo etc.), mas também a outras espécies de discriminações (de índole religiosa, por exemplo).

Item certo.

77) (CESPE/PROCURADOR/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) O direito constitucional à vida, no Brasil, abrange apenas sua forma extra-uterina.

Como comentado, o direito à vida, no Brasil, protege, inclusive, sua forma intra-uterina.

Vale lembrar, também, que o direito à vida, no Brasil, não é restrito às pessoas naturais. As pessoas jurídicas regularmente constituídas têm, também, direito à vida (à existência autônoma), a partir do registro dos seus atos constitutivos no órgão competente (nas Juntas Comerciais ou no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas, conforme o caso).

Item errado.

78) (CESPE/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – DIREITO/INSS/2008) O princípio constitucional segundo o qual a lei nova não prejudicará o ato jurídico perfeito não se aplica às normas infraconstitucionais de ordem pública.

A proteção da irretroatividade da lei, prevista no inciso XXXVI do art. 5º da Constituição Federal – “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada” – aplica-se tanto às leis de ordem privada quanto às leis de ordem pública.

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Item errado.

79) (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2006) O princípio da reserva legal equivale ao princípio da legalidade na medida em que qualquer comando jurídico que obrigue determinada conduta deve provir de uma das espécies previstas no processo legislativo.

Na realidade, os princípios da legalidade e da reserva legal têm estrita ligação, mas não se equivalem. Como comentado, o princípio da legalidade é mais amplo. Já o princípio da reserva legal, mais estrito; mas se reveste de maior densidade.

Ademais, quando a Constituição Federal submete certa matéria ao princípio da legalidade, tal matéria poderá ser disciplinada por lei, ou mediante atos administrativos expedidos com fundamento na lei (decreto regulamentar, por exemplo). Ao contrário, quando certa matéria está submetida à reserva legal, deverá ser disciplinada por lei em sentido estrito ou ato normativo com força de lei.

Item errado.

80) (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-PI/2007) A exigência de depósito recursal em sede de procedimento administrativo não viola o princípio da ampla defesa.

Segundo a jurisprudência do STF, a exigência de garantia para a interposição de recurso voluntário (depósito recursal) no âmbito de processo administrativo é inconstitucional, por violar o princípio da ampla defesa (CF, art. 5º, LV). Veja o que diz a Súmula Vinculante 21:

“É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.”

Item errado.

81) (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-ACRE/2007) A inviolabilidade do sigilo de correspondência, prevista na Constituição Federal, alcança, inclusive, a administração penitenciária, a qual não pode proceder à interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados.

Trata-se daquela noção no sentido de que não há direitos e garantias fundamentais de natureza absoluta. Veja que se a inviolabilidade da correspondência tiver sendo utilizada para acobertar práticas ilícitas aquela garantia poderá ser afastada (por exemplo, se os sentenciados estiverem planejando um seqüestro, caso em que o direito à proteção da vida irá preponderar).

Assim, segundo o STF, a administração penitenciária, com fundamento em razões de segurança pública, de disciplina prisional ou de prevenção da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, proceder à interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a cláusula da inviolabilidade do sigilo epistolar

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não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas (HC nº 70.814/SP, rel. Min. Celso de Mello, 01.03.1994).

Item errado.

82) (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA/2008) Francisco, italiano, faleceu no Brasil deixando uma esposa e bens no país. Nessa situação, não sendo favorável a lei pessoal do de cujus, a sucessão de seus bens será regulada pela lei brasileira.

É o que estabelece a Constituição Federal, nos termos seguintes: “a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus" (art. 5º, XXXI).

Item certo.

83) (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/ARACAJU/2007) Admite-se a condução coercitiva do réu em ação de investigação de paternidade para que seja submetido a exame de DNA a fim de saber se é o pai de criança.

A jurisprudência do STF é no sentido da não admissão da coação do possível pai para realizar o exame de DNA em ação de investigação de paternidade. Isso porque tal medida implicaria ofensa a diversas garantias constitucionais, tais como a preservação da dignidade humana, da intimidade e da intangibilidade do corpo humano.

Item errado.

84) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO SUBSTITUTO - CE/2008) A anterioridade tributária não é cláusula pétrea da Constituição Federal de 1988.

Como comentado, os direitos e garantias individuais não se restringem ao art. 5° da CF/88. Assim, de acordo com a jurisprudência do STF, o princípio da anterioridade tributária – previsto no art. 150, III, “b”, da Constituição Federal – é cláusula pétrea, por representar uma garantia individual do contribuinte (CF, art. 60, § 4º, IV).

Item errado.

85) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) Se um indivíduo, ao se desentender com sua mulher, desferir contra ela inúmeros golpes, agredindo-a fisicamente, causando lesões graves, as autoridades policiais, considerando tratar-se de flagrante delito, poderão penetrar na casa desse indivíduo, ainda que à noite e sem determinação judicial, e prendê-lo.

Tem gente que faz uma confusão danada sobre esse inciso do art. 5° e acha que só se pode entrar na casa durante o dia. Não é assim... Vamos a um exemplo, digamos, cinematográfico...

Imaginemos uma situação hipotética em que três Agentes da Polícia Federal – Nascimento, Matias e Neto – adentrem na residência de

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Baiano sem seu consentimento no meio da noite, sem mandado judicial, e no momento em que ele está vendendo cocaína a várias pessoas. Houve desrespeito à Constituição por parte dos agentes? Não! Pois no caso de flagrante delito não é necessário que a ação ocorra durante o dia. Guarde esses detalhes.

É como o caso dessa questão. Segundo a Constituição Federal, em caso de flagrante delito, pode-se violar o domicílio a qualquer hora do dia ou da noite, sem necessidade de autorização judicial (CF, art. 5º, XI).

Item certo.

Bem, por hoje fico por aqui; na próxima aula continuaremos com mais comentários a questões do Cespe sobre direitos e garantias fundamentais.

Um forte abraço – e bons estudos,

Frederico Dias

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RELAÇÃO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-ES/2009) Os direitos de primeira geração ou dimensão (direitos civis e políticos) — que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais — realçam o princípio da igualdade; os direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais) — que se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas — acentuam o princípio da liberdade; os direitos de terceira geração — que materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais — consagram o princípio da solidariedade.

2) (CESPE/PROCESSO SELETIVO/MS/2008) Atualmente, não se reconhece a presença de direitos absolutos, mesmo que se trate de direitos fundamentais previstos na CF e em textos de tratados e convenções internacionais em matéria de direitos humanos. Os critérios e métodos da razoabilidade e da proporcionalidade se afiguram fundamentais nesse contexto, de modo a não permitir que haja prevalência de determinado direito ou interesse sobre outro de igual ou maior estatura jurídico valorativa.

3) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/AM/2008) Embora o art. 5.º da CF disponha de forma minuciosa sobre os direitos e as garantias fundamentais, ele não é exaustivo e não exclui outros direitos.

4) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-ES/2009) Considere que o estrangeiro Paul, estando de passagem pelo Brasil, tenha sido preso e pretenda ingressar com habeas corpus, visando questionar a legalidade da sua prisão. Nesse caso, conforme precedente do STF, mesmo sendo estrangeiro não residente no Brasil, Paul poderá valer-se dessa garantia constitucional.

5) (CESPE/ANALISTA EM CT/INCA/2010) Segundo posição atual do STF, as únicas hipóteses aceitas de prisão civil, no direito brasileiro, são a do devedor de alimentos e a do depositário infiel.

6) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 17ª REGIÃO/2009) Caso um escritório de advocacia seja invadido, durante a noite, por policiais, para nele se instalar escutas ambientais, ordenadas pela justiça, já que o advogado que ali trabalha estaria envolvido em organização criminosa, a prova obtida será ilícita, já que a referida diligência não foi feita durante o dia.

7) (CESPE/BACHAREL EM DIREITO/CORPO DE BOMBEIROS (DF)/2006) Enquanto os direitos de primeira geração (civis e políticos) — que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais — realçam o princípio da liberdade, os direitos de segunda geração (econômicos, sociais e culturais) — que se identificam com as

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liberdades positivas, reais ou concretas — acentuam o princípio da igualdade.

8) (CESPE/AUFC – CLÍNICA MÉDICA/TCU/2009) A administração pública, no exercício do seu poder de fiscalização, quando estiver diante de uma ilegalidade, poderá, independentemente de decisão judicial, dissolver compulsoriamente ou suspender as atividades das associações.

9) (CESPE/AUFC – CLÍNICA MÉDICA/TCU/2009) Ao tratar dos direitos e garantias fundamentais, a CF dispõe expressamente que é assegurado a todos o acesso à informação, vedado o sigilo da fonte, mesmo quando necessário ao exercício profissional.

(CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) No que se refere aos direitos e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue os itens a seguir.

10) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Configura flagrante inconstitucionalidade a proibição geral de acesso a determinadas carreiras públicas, unicamente em razão da idade do candidato.

11) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) A CF assegura a liberdade de expressão, apesar de possibilitar, expressamente, sua limitação por meio da edição de leis ordinárias destinadas à proteção da juventude.

12) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Independentemente de aviso prévio ou autorização do poder público, todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local.

(CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Em relação ao inquérito policial e à prisão em flagrante, julgue os itens subsequentes.

13) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) O inquérito policial é um procedimento sigiloso, e, nessa etapa, não são observados o contraditório e a ampla defesa.

(CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Acerca dos direitos fundamentais, julgue os itens a seguir.

14) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) O direito fundamental

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à vida é hierarquicamente superior a todos os demais direitos humanos, estejam eles previstos na CF ou na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

15) (CESPE/ANALISTA EM CT/INCA/2010) Segundo posição majoritária do Supremo Tribunal Federal (STF), a realização de pesquisas em células-tronco embrionárias ofende o direito à vida, assim como o princípio da dignidade da pessoa humana.

16) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) É constitucionalmente vedado o ingresso no domicílio das pessoas sem o consentimento do morador, exceto para cumprir ordem judicial, durante o dia; ou, a qualquer hora, para prestar socorro, ou em caso de flagrante delito ou desastre.

17) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) O Brasil, por ser um país laico, não tem religião oficial, sendo assegurada constitucionalmente a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, bem como o livre exercício dos cultos religiosos.

18) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Os direitos humanos são irrenunciáveis, de modo que podem até deixar de ser exercidos por seus titulares, os quais, no entanto, jamais podem renunciar a tais direitos.

(CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) PM prende dupla que roubou relógio e R$ 0,50 de aposentado em Salvador – BA. Dois assaltantes foram presos após roubarem um aposentado em Salvador – BA. Armados com um revólver, a dupla ameaçou o aposentado e roubou um relógio, R$ 0,50 e alguns bilhetes de loteria que estavam na carteira da vítima, segundo a polícia. De acordo com a polícia, após o roubo, os assaltantes tentaram fugir em uma motocicleta, porém um deles foi imobilizado por pedestres que presenciaram a cena. O segundo assaltante também foi preso momentos depois pela polícia, durante tentativa de fuga. Os dois criminosos — que não tiveram as identidades reveladas — foram presos e encaminhados à 3.ª DP de Salvador, onde prestaram depoimento. O aposentado vítima do assalto não se feriu e recuperou os pertences roubados. Folha On-Line. 22/6/2009.

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens seguintes.

19) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Os cidadãos que presenciaram o crime agiram de acordo com a CF, pois é lícito a qualquer pessoa efetuar prisão em flagrante.

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20) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Não revelar a identidade dos assaltantes fere o direito fundamental à informação, tendo em vista que, no caso, em benefício do interesse da sociedade na segurança pública, não se deve privilegiar o direito à intimidade dos acusados.

21) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Se os assaltantes fossem estrangeiros, ainda que residentes no país, estariam excluídos do âmbito de proteção dos direitos fundamentais, consagrados na CF.

22) (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2008) De acordo com o princípio da legalidade, apenas a lei decorrente da atuação exclusiva do Poder Legislativo pode originar comandos normativos prevendo comportamentos forçados, não havendo a possibilidade, para tanto, da participação normativa do Poder Executivo.

23) (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2008) Segundo a doutrina, a aplicação do princípio da reserva legal absoluta é constatada quando a CF remete à lei formal apenas a fixação dos parâmetros de atuação para o órgão administrativo, permitindo que este promova a correspondente complementação por ato infralegal.

24) (CESPE/AUDITOR INTERNO/AUGE/MG/2008) Considerando o que a CF dispõe acerca dos direitos e das garantias fundamentais, assinale a opção correta.

a) Nosso sistema constitucional estabelece um rol exaustivo de direitos e garantias fundamentais, razão pela qual eles não podem ser ampliados além daqueles constantes do art. 5.º da CF.

b) Admite-se que a lei restrinja a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.

c) A CF admite que o sigilo das comunicações telefônicas seja quebrado, tanto por ordem judicial quanto por decisão da autoridade policial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.

d) Tendo em vista o princípio da igualdade consagrado na CF, não se admite a fixação de idade mínima ou máxima para o ingresso no serviço público.

e) As normas da CF que tratam dos direitos e garantias fundamentais são hierarquicamente superiores às normas constitucionais que disciplinam a política urbana e o sistema financeiro nacional.

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25) (CESPE/ADVOGADO/SEAD/CEHAP/PB/2008) Há 60 anos, no dia 10/12/1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi assinada pela 3.ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. A Declaração Universal dos Direitos Humanos nasceu como um estandarte comum a ser alcançado por todos os povos e nações e em um mundo que ainda trazia as marcas da destruição e das violações a direitos humanos perpetradas durante a Segunda Guerra. Base do que se tornaria a legislação internacional sobre direitos e liberdades fundamentais, foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos que primeiro reconheceu o que hoje se tornou valor comum. Direitos humanos são direitos a todos e concernem a toda comunidade internacional. Ministro Gilmar Mendes, Presidente do Supremo Tribunal Federal, sessão plenária de 10/12/2008 do STF. Internet: <www.stf.jus.br/portal> (com adaptações).

Com referência ao tema acima tratado, assinale a opção correta.

a) A evolução cronológica do reconhecimento dos direitos fundamentais pelas sociedades modernas é comumente apresentada em gerações. Nessa evolução, o direito à moradia está inserido nos direitos fundamentais de terceira geração, que são os direitos econômicos, sociais e culturais, surgidos no início do século XX.

b) Apesar de ser um direito social reconhecido, o direito à moradia não encontra previsão expressa no taxativo rol que enumera os direitos sociais protegidos pela Constituição Federal de 1988 (CF).

c) A implementação de políticas públicas que objetivem concretizar os direitos sociais, pelo poder público, encontra limites que compreendem, de um lado, a razoabilidade da pretensão individual/social deduzida em face do poder público e, de outro, a existência de disponibilidade financeira do Estado para tornar efetivas as prestações positivas dele reclamadas.

d) A CF prevê que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Com amparo nesse dispositivo, o Supremo Tribunal Federal (STF) já declarou a inconstitucionalidade e retirou do ordenamento jurídico lei que fixa o salário mínimo em valor inferior ao necessário para atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família (moradia, alimentação, educação, transporte, saúde, vestuário, lazer, higiene, transporte e previdência social).

26) (CESPE/ANALISTA DE GESTÃO CORPORATIVA: ADVOGADO/HEMOBRÁS/2008) A teoria dos limites dos limites serve para impor restrições à possibilidade de limitação dos direitos fundamentais.

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27) (CESPE/ANALISTA DE GESTÃO CORPORATIVA: ADVOGADO/HEMOBRÁS/2008) O direito de petição pode ser exercido por qualquer pessoa, não havendo a necessidade de assistência de advogado.

28) (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/MDS/2008) Segundo o STF, sem que ocorra qualquer das situações excepcionais taxativamente previstas no texto constitucional, nenhum agente público poderá, contra a vontade de quem de direito, ingressar, durante o dia, sem mandado judicial, em espaço privado não aberto ao público, onde alguém exerce sua atividade profissional.

29) (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/ME/2008) No âmbito judicial e administrativo, devem ser assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

30) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2008) Os direitos humanos na CF têm como função a limitação do poder e a promoção da dignidade da pessoa humana. Nesse contexto, assinale a opção correta a respeito dos direitos consagrados na CF à luz do texto constitucional e da jurisprudência do STF.

a) O art. 5º da CF prevê que ninguém pode ser submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. Entretanto, esse dispositivo não tem aplicabilidade imediata devido ao fato de não ter sido regulamentado no plano infraconstitucional.

b) Os direitos à intimidade e à própria imagem formam a proteção constitucional à vida privada. Essa proteção da vida privada não abrange as pessoas jurídicas.

c) O preceito constitucional que consagra a inviolabilidade do domicílio não admite hipóteses de exceção e invasão da cabana dos mais frágeis.

d) A possibilidade de quebra de sigilo bancário diretamente por parte do MP, quando se tratar de envolvimento de dinheiro ou verbas públicas, foi aceita pelo STF com base no poder de requisição ministerial e na publicidade dos atos governamentais.

e) A interceptação telefônica para captação e gravação de conversa telefônica por terceira pessoa, sem o conhecimento de quaisquer dos interlocutores ou da justiça, não afronta o texto constitucional.

31) (CESPE/ADMINISTRATIVO/MPE/RR/2008) Os crimes definidos pela lei como hediondos são insuscetíveis de graça ou anistia.

32) (CESPE/ADMINISTRATIVO/MPE/RR/2008) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas

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no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

33) (CESPE/ADMINISTRATIVO/MPE/RR/2008) É assegurada a todos, mediante o pagamento de taxa, a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal.

34) (CESPE/ADMINISTRATIVO/MPE/RR/2008) A religião católica é a religião oficial do Estado brasileiro. Contudo, a Constituição Federal garante a liberdade de crença e o livre exercício de quaisquer cultos religiosos.

35) (CESPE/PROCESSO SELETIVO/MS/2008) Segundo o Supremo Tribunal Federal, o direito à busca da felicidade é um consectário do princípio da dignidade da pessoa humana.

36) (CESPE/PROCESSO SELETIVO/MS/2008) O direito de permanecer em silêncio corresponde à garantia fundamental intrínseca do direito constitucional de defesa.

37) (CESPE/PROCESSO SELETIVO/MS/2008) Se alguém permanecer preso cautelarmente, por período prolongado, de forma abusiva e irrazoável, haverá ofensa frontal ao princípio da dignidade da pessoa humana.

38) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MS/2008) O ministro da Saúde pode oficiar ao MP comunicando a existência de dívida de um empresário com a União, para que um dos procuradores da República possa requerer a prisão civil do empresário por um período de até 90 dias.

39) (CESPE/ADMINISTRATIVO/MPE/RR/2008) Os tribunais de exceção são criados em determinadas situações excepcionais, tais como o julgamento de crimes de genocídio.

40) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MS/2008) Caso um servidor do MS solicite, ao agente administrativo do MS responsável pela emissão de certidões, certidão noticiadora das gratificações por ele incorporadas como vantagem pessoal, o agente administrativo deverá exigir o pagamento de taxa para a entrega da certidão solicitada.

41) (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/RELAÇÕES INTERNACIONAIS/MS/2008) Os tratados internacionais firmados pela República Federativa do Brasil devem ser aprovados no Congresso Nacional por decreto legislativo para fins de incorporação.

42) (CESPE/PROCESSO SELETIVO/MS/2008) A associação que busca uma finalidade ilícita poderá ser compulsoriamente dissolvida ou

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ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado.

(CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MTE/2008) Um cliente de determinado contador está sendo investigado pela Receita Federal por sonegação de tributos. Em uma operação, realizada no escritório do contador, os fiscais da Receita apreenderam, sem autorização judicial ou do referido profissional liberal, documentos desse cliente que lá estavam guardados, entre eles uma carta aberta com dados de uma conta bancária existente no exterior. Com relação a essa situação hipotética e acerca dos direitos e garantias fundamentais, julgue os itens seguintes.

43) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MTE/2008) No caso em tela, não houve violação de domicílio, pois o conceito de domicílio não abrange os escritórios de profissionais liberais.

44) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MTE/2008) Mesmo que cumpridas as demais exigências legais, a apreensão da carta viola o sigilo de correspondência.

(CESPE/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/PCES/2008) Um deputado federal subiu à tribuna da Câmara dos Deputados para defender um projeto de emenda constitucional com a finalidade de instituir a pena de morte no Brasil. O deputado, durante seu discurso em plenário, no momento em que informava aos colegas da proposta realizada, disse que discordava da vedação constitucional absoluta da pena de morte.

Com referência à situação hipotética acima apresentada, aos direitos fundamentais, em especial ao direito à vida, julgue os itens que se seguem.

45) (CESPE/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/PCES/2008) O projeto de emenda constitucional é de duvidosa constitucionalidade, já que não se admite emenda constitucional que tenha por fim abolir direitos e garantias individuais.

46) (CESPE/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/PCES/2008) Equivocou-se o deputado ao dizer que a Constituição Federal de 1988 (CF) veda a pena de morte de forma absoluta, pois a CF admite a pena de morte em caso de guerra declarada, desde que atendidos os requisitos constitucionais.

47) (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) Assinale a opção correta em relação aos direitos e garantias fundamentais.

a) O crime de tortura é afiançável, mas será insuscetível de graça ou anistia ou de liberdade provisória.

b) O uso ilícito de algemas poderá impor a responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e a nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere.

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c) O conceito de casa, inserido no dispositivo constitucional que assegura a inviolabilidade do domicílio, não se estende ao escritório de contabilidade.

d) Não pratica crime de invasão de domicílio o policial que recebe ordem de busca e apreensão de documento originada de comissão parlamentar de inquérito, desde que essa ordem seja devidamente fundamentada e sejam preenchidos os demais requisitos constitucionais.

e) Conforme entendimento do STF, mesmo que preenchidos os demais requisitos legais, viola o sigilo das comunicações de dados a apreensão do disco rígido do computador no qual estão armazenados os e-mails recebidos pelo investigado.

48) (CESPE/PROCURADOR/SEAD/FHS/SE/2008) Célio é analista administrativo da Secretaria de Estado da Administração de estado da federação há 5 anos. Em janeiro de 2009, ele foi convocado para integrar o corpo de jurados do tribunal do júri da capital do seu estado. Célio encaminhou expediente ao juiz titular do tribunal, alegando a impossibilidade de participar do corpo de jurados em razão de as votações serem públicas, não havendo sigilo, o que lhe deixaria em uma posição de exposição pessoal na cidade em que reside. Nessa situação, Célio equivocou-se ao encaminhar o expediente ao magistrado, uma vez que a CF assegura o sigilo das votações no tribunal do júri.

49) (CESPE/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ/ES/2008) Compete ao tribunal do júri o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Essa competência constitucional prevalece, inclusive, sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente por constituição estadual.

50) (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO/SEGER/ES/2008) Na evolução histórica dos direitos fundamentais em gerações, entende-se que o direito de propriedade é um direito fundamental de primeira geração.

51) (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO/SEGER/ES/2008) O direito de propriedade é limitado. Um exemplo dessa limitação é a previsão constitucional da desapropriação por interesse social.

52) (CESPE/SEPLAG/DETRAN/DF/2008) Caso o poder público repute necessário desapropriar imóvel localizado no estado de Goiás, que não esteja cumprindo sua função social, para fins de reforma agrária, o próprio estado deverá promover a desapropriação, mediante prévia e justa indenização em dinheiro.

53) (CESPE/AUXILIAR DE TRÂNSITO/SEPLAG/DETRAN/DF/2008) O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é considerado direito fundamental de terceira geração.

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54) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STF/2008) O julgamento dos crimes dolosos contra a vida é de competência do tribunal do júri, mas a CF não impede que outros crimes sejam igualmente julgados por esse órgão.

(CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STF/2008) Em ação penal ajuizada contra um cidadão, um promotor de justiça fez uma narração genérica dos atos que, a seu ver, haviam importado na configuração de um crime. O processo foi bastante demorado e transcorreram-se mais de 6 anos sem que sequer a sentença do juízo do primeiro grau de jurisdição tivesse sido prolatada. Um segundo promotor, que veio a substituir o primeiro, observou que o fato imputado ao cidadão na verdade não configurava crime e pediu ao juiz, em alegações finais, que reconhecesse a atipicidade da conduta, ou seja, que a conduta do cidadão não configurava qualquer delito. Tendo por base a situação hipotética descrita, julgue os itens que se seguem.

55) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STF/2008) A ação penal, quando demasiadamente genérica, impossibilita ao cidadão o exercício do direito de defesa — um postulado básico do estado de direito — e pode atingir a própria dignidade humana.

56) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STF/2008) A duração prolongada, abusiva e não-razoável do processo penal, embora gere transtorno à vida do acusado, não chega a atingir qualquer norma constitucional.

57) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STF/2008) A instauração da ação penal, quando evidente a atipicidade da conduta, constitui violação aos direitos fundamentais, em especial ao princípio da dignidade da pessoa humana.

58) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STJ/2008) Caso um servidor público federal responda a processo administrativo disciplinar sem a participação de advogado, nesse caso, não haverá nulidade por violação ao princípio da ampla defesa e do contraditório, já que a ocorrência dessa espécie de vício deve ser analisada no caso concreto e não de forma abstrata.

59) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJ/CE/2008) De acordo com o texto da CF, tratado internacional que verse sobre direitos humanos, ainda que incorporado com o quorum de emenda à CF, não pode a ela ser equiparado, devido à ausência de iniciativa dos legitimados para alteração constitucional.

60) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJ/CE/2008) Se houver concordância do réu, uma prova ilícita pode ser admitida em um processo penal.

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61) (CESPE/TITULARIDADE DE SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO/TJDFT/2008) Os direitos fundamentais à intimidade e à vida privada são passíveis de renúncia pela pessoa que deles é titular, desde que não ofenda à dignidade dessa pessoa.

62) (CESPE/TITULARIDADE DE SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO/TJDFT/2008) A doutrina da ilicitude por derivação — também conhecida como teoria dos frutos da árvore envenenada — repudia, por serem constitucionalmente inadmissíveis, os meios probatórios que, não obstante produzidos validamente em momento ulterior, acham-se afetados pelo vício da ilicitude originária, que a eles se transmite, contaminando-os, por efeito de repercussão causal.

63) (CESPE/TITULARIDADE DE SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO/TJDFT/2008) Consoante entendimento do STF, fere a CF a norma que isenta os reconhecidamente pobres do pagamento dos emolumentos devidos pela expedição de registro civil de óbito.

64) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ/RJ/2008) Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos da CF, não podendo a lei criar qualquer forma de distinção.

65) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ/RJ/2008) O direito fundamental à honra se estende às pessoas jurídicas.

66) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ/RJ/2008) As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicialmente, mas não no contencioso administrativo.

67) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ/RJ/2008) A garantia ao direito de herança é um direito fundamental, que não pode ser restringido pela legislação infraconstitucional.

68) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/MG/2008) Artur cometeu crime de tortura, e Zilma, de racismo, Joana traficou entorpecente ilicitamente e Cleber participou de ação de grupo armado civil contra a ordem constitucional. Nessa situação hipotética, à luz da Constituição Federal de 1988 (CF), foram praticados crimes imprescritíveis por

a) Artur e Zilma.

b) Joana e Zilma.

c) Artur e Joana.

d) Artur e Cleber.

e) Zilma e Cleber.

69) (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ/AL/2008) O estado de defesa autoriza a restrição ao direito de reunião, ainda que

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exercida no seio das associações, ao sigilo de correspondência e ao sigilo de comunicação telegráfica e telefônica.

70) (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) As violações a direitos fundamentais ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, inexistindo nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais assegurados pela CF vinculam diretamente os poderes públicos, estando direcionados apenas de forma indireta à proteção dos particulares em face dos poderes privados.

71) (CESPE/AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTOS/PCRN/2008) É prova lícita

a) a interceptação telefônica determinada pela autoridade policial.

b) a apreensão de carta particular no domicílio do indiciado, sem consentimento do morador.

c) a confissão do indiciado obtida mediante grave ameaça por parte dos policiais.

d) a busca pessoal, realizada sem mandado judicial, quando houver fundada suspeita de flagrante.

e) a declaração do advogado do indiciado acerca de fatos de que teve ciência profissionalmente.

72) (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2008) Cabe, primariamente, aos Poderes Legislativo e Executivo a prerrogativa de formular e executar políticas públicas, no entanto, revela-se possível ao Poder Judiciário, excepcionalmente, determinar a implementação de tais políticas.

73) (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2008) Sebastião, réu preso, mas primário, com bons antecedentes e bom comportamento carcerário, compareceu a sessão plenária do tribunal do júri devidamente escoltado por plurais policiais que, por ordem judicial, o mantiveram algemado durante o julgamento. Nessa situação, e em outras que tais, de acordo com a jurisprudência do STF, o juiz pode manter o pronunciado com algemas quando presumir algum ato de fuga ou resistência.

74) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª REGIÃO/2009) A CF veda a interferência do Estado no funcionamento das associações e cooperativas.

75) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª REGIÃO/2009) O Brasil se submeterá à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação manifestar adesão.

76) (CESPE/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/ABIN/2008) Considere a seguinte situação hipotética. Um romancista famoso publicou, no Brasil, um livro no qual defende a tese de que as pessoas que

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seguem determinada religião seriam menos evoluídas do que as que seguem outra religião. Nessa situação, tal afirmação poderia ser enquadrada como racismo, embora, tecnicamente, religião não constitua raça.

77) (CESPE/PROCURADOR/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) O direito constitucional à vida, no Brasil, abrange apenas sua forma extra-uterina.

78) (CESPE/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – DIREITO/INSS/2008) O princípio constitucional segundo o qual a lei nova não prejudicará o ato jurídico perfeito não se aplica às normas infraconstitucionais de ordem pública.

79) (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2006) O princípio da reserva legal equivale ao princípio da legalidade na medida em que qualquer comando jurídico que obrigue determinada conduta deve provir de uma das espécies previstas no processo legislativo.

80) (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-PI/2007) A exigência de depósito recursal em sede de procedimento administrativo não viola o princípio da ampla defesa.

81) (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-ACRE/2007) A inviolabilidade do sigilo de correspondência, prevista na Constituição Federal, alcança, inclusive, a administração penitenciária, a qual não pode proceder à interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados.

82) (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA/2008) Francisco, italiano, faleceu no Brasil deixando uma esposa e bens no país. Nessa situação, não sendo favorável a lei pessoal do de cujus, a sucessão de seus bens será regulada pela lei brasileira.

83) (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/ARACAJU/2007) Admite-se a condução coercitiva do réu em ação de investigação de paternidade para que seja submetido a exame de DNA a fim de saber se é o pai de criança.

84) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO SUBSTITUTO - CE/2008) A anterioridade tributária não é cláusula pétrea da Constituição Federal de 1988.

85) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) Se um indivíduo, ao se desentender com sua mulher, desferir contra ela inúmeros golpes, agredindo-a fisicamente, causando lesões graves, as autoridades policiais, considerando tratar-se de flagrante delito, poderão penetrar na casa desse indivíduo, ainda que à noite e sem determinação judicial, e prendê-lo.

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GABARITOS OFICIAIS

1) E

2) C

3) C

4) C

5) E

6) E

7) C

8) E

9) E

10) C

11) E

12) E

13) C

14) E

15) E

16) C

17) C

18) C

19) C

20) E

21) E

22) E

23) E

24) B

25) C

26) C

27) C

28) C

29) C

30) D

31) C

32) C

33) E

34) E

35) C

36) C

37) C

38) E

39) E

40) E

41) C

42) C

43) E

44) E

45) C

46) C

47) B

48) C

49) C

50) C

51) C

52) E

53) C

54) C

55) C

56) E

57) C

58) C

59) E

60) E

61) C

62) C

63) E

64) E

65) C

66) E

67) E

68) E

69) C

70) E

71) D

72) C

73) E

74) C

75) C

76) C

77) E

78) E

79) E

80) E

81) E

82) C

83) E

84) E

85) C