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  • DIREITO AMBIENTAL ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA TRF/5 PROFESSOR: BOTELHO

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    Aula 1 Oi, pessoal, tudo bem? Obrigado por adquirirem o curso! Vamos continuar a preparao para o concurso de Analista do TRF/5, estudando o conceito, o objeto e os princpios do Direito Ambiental.

    Sumrio

    1. Conceito de Direito Ambiental ................................................... 1 2. Objeto do Direito Ambiental ................................................... 1 3. Princpios do Direito Ambiental ................................................... 2 4. Questes ........................................................................... 16 5. Respostas ........................................................................... 36 6. Bibliografia ......................................................................... 63

    1. Conceito de Direito Ambiental O Direito Ambiental pode ser definido como o conjunto de regras e princpios que regulam a proteo do meio ambiente. Outra definio que eu trago do CESPE, no enunciado de uma questo da prova do MPE/ES em 2010: O direito ambiental entendido como um conjunto de princpios e normas jurdicas que buscam regular os efeitos diretos e indiretos da ao humana no meio, de forma a garantir s atuais e futuras geraes o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Bem que a FCC podia ter definido tambm Direito Ambiental em alguma questo pra facilitar a nossa vida, n? Fica a dica.

    2. Objeto do Direito Ambiental A viso tradicional do Direito Ambiental antropocntrica (homem no centro). Assim, o objeto do Direito Ambiental seria a garantia da vida humana. Egosta essa viso, no? Por isso mesmo, a tendncia de deslocamento para uma viso biocntrica (vida no centro), para a qual o objeto do Direito Ambiental a proteo da vida, em todas as suas formas, mesmo porque o meio ambiente deve ser considerado em conjunto. A extino de uma espcie pode provocar a superpopulao ou a extino de outra. No adianta s pensar no ser humano isoladamente.

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    O grande problema que a viso antropocntrica ainda predomina no nosso ordenamento jurdico...

    3. Princpios do Direito Ambiental Princpios so valores, fundamentos ou alicerces de uma cincia. Servem no apenas para orientar a interpretao das normas, mas tambm para nortear a prpria criao das normas (funo normogentica). s vezes, os princpios parecem estar em choque. Por exemplo, no art. 170 da Constituio, que lista os princpios a serem observados pela ordem econmica, temos propriedade privada de um lado e funo social da propriedade do outro. Para resolver esse aparente conflito, a sada no descartar um dos princpios, mas harmoniz-los, conjug-los. Assim, a soluo a adequao de princpios, a ponderao de valores. Ou seja, permite-se a propriedade privada, desde que seu uso promova o bem estar de todos. O Direito Ambiental uma cincia autnoma e possui princpios especficos. Cada autor tem uma lista diferente de princpios do Direito Ambiental. Mas, existem alguns que so unanimidade. Vamos tentar fazer uma mdia. 3.1. Princpio do Desenvolvimento Sustentvel Esse princpio estabelece que o desenvolvimento econmico deve se dar em harmonia com o meio ambiente. Desenvolvimento sustentvel o que harmoniza crescimento econmico, preservao ambiental e equidade social. o desenvolvimento que satisfaz as necessidades das geraes presentes sem comprometer a capacidade das geraes futuras de satisfazer suas necessidades. A ideia surgiu na Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (Conferncia de Estocolmo), em 1972, que foi a primeira conferncia mundial sobre meio ambiente. Em 1992, tivemos a Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92), no Rio de Janeiro. A Declarao do Rio, um dos documentos resultantes dessa conferncia, trata do desenvolvimento sustentvel em vrios de seus Princpios, em especial, os de nmeros 4, 5 e 8:

    Princpio 4 Proteo Ambiental no Processo de Desenvolvimento Para se alcanar o desenvolvimento sustentvel, a proteo ambiental dever ser parte integrante do processo de

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    desenvolvimento e no pode ser considerada isoladamente dele. Princpio 5 Erradicao da Pobreza Todos os pases e todas as pessoas devem cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza, como um requisito indispensvel do desenvolvimento sustentvel, para diminuir as desigualdades nos padres de vida e melhor atender as necessidades da maioria da populao mundial. Princpio 8 Reduo de Padres Insustentveis de Produo e Consumo Para se alcanar o desenvolvimento sustentvel e uma melhor qualidade de vida para todas as pessoas, os pases devem reduzir e eliminar padres insustentveis de produo e consumo e promover polticas demogrficas adequadas.

    A Constituio, como j vimos na aula passada, tambm se refere ao desenvolvimento sustentvel, nos arts. 170 e 225:

    Art. 170. A ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia social, observados os seguintes princpios: (...) VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e servios e de seus processos de elaborao e prestao; VII reduo das desigualdades regionais e sociais; (...) Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes.

    J vimos tambm que a parte final do art. 225, caput, da Constituio conhecida como princpio da equidade (ou solidariedade) intergeracional (entre as geraes, presente e futuras). 3.2. Princpio do meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa humana Esse princpio se refere ao incio do art. 225, caput, da Constituio:

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    Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes.

    Segundo ele, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado um direito fundamental da pessoa humana, apesar de no estar inscrito no rol de direitos e deveres individuais e coletivos do art. 5 da Constituio. 3.3. Princpio da preveno x Princpio da precauo Todo o mundo sabe que melhor prevenir que remediar. Com o meio ambiente, a mesma coisa. O que mais fcil? Evitar a ocorrncia de queimadas, desmatamentos e desmoronamentos ou replantar rvores e reconstruir uma regio? claro que se deve agir antes que o mal acontea! Nesse sentido, temos dois princpios, o da preveno e o da precauo. De acordo com o princpio da preveno, diante de uma situao em que temos certeza de que haver dano ambiental, devemos tomar todas as medidas preventivas necessrias para evitar que ele ocorra. Por isso que no art. 225, 1, IV, da Constituio exige-se o EIA (Estudo de Impacto Ambiental) para a instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente. O princpio da precauo foi proposto no Princpio 15 da Declarao do Rio, resultante da ECO-92:

    Princpio 15 Princpio da precauo A fim de proteger o meio ambiente, o princpio da precauo deve ser amplamente observado pelos pases de acordo com suas capacidades. Onde houver ameaas de danos graves ou irreversveis, a falta de certeza cientfica absoluta no ser usada como razo para adiar medidas economicamente viveis para prevenir a degradao ambiental.

    O princpio da precauo ainda mais cauteloso que o princpio da preveno. Aqui no necessrio ter certeza do dano, basta uma dvida. Ocorre uma inverso do nus da prova. Se, pelo princpio da preveno, os ambientalistas tinham de provar que o empreendimento vai causar danos, aqui, pelo princpio da precauo, o empreendedor que vai ter de provar que seu empreendimento no trar consequncias negativas para o meio ambiente. Podemos falar tambm que, na dvida, preserva-se o meio ambiente (In dubio, pro natura).

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    O que as bancas gostam de cobrar a diferena entre esses princpios:

    Preveno dano certo (ex.: minerao)

    Precauo dano incerto

    (exs.: alimentos transgnicos e antenas de telefonia celular) 3.4. Princpio do Poluidor-Pagador Esse princpio estabelece que o poluidor quem deve arcar com os custos de preveno e reparao dos danos ambientais. A atividade econmica, em regra, produz externalidades negativas, que so efeitos colaterais que afetam no a empresa, mas terceiros, como a populao. Os danos ambientais so um exemplo de externalidade negativa. Nesse sentido, fala-se em privatizao dos lucros (os lucros ficam com os empresrios) e socializao das perdas (as consequncias negativas so divididas com a sociedade), o que nitidamente injusto! O princpio do poluidor-pagador vem corrigir essa distoro, pregando a internalizao dos custos, isto , a atribuio empresa de todos os nus (malefcios) causados pela atividade econmica. Cuidado! A ideia no pagou, pode poluir! Ningum compra licena para poluir! justamente o contrrio: o poluidor, alm de compensar eventuais danos ao ambiente (se poluiu, vai pagar), vai tambm custear todas as medidas preventivas cabveis. O princpio est presente nos 2 e 3 do art. 225 da Constituio:

    2 - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com soluo tcnica exigida pelo rgo pblico competente, na forma da lei. 3 - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitaro os infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, a sanes penais e administrativas, independentemente da obrigao de reparar os danos causados.

    O princpio tambm se encontra na Declarao do Rio.

    Princpio 16 - Internalizao dos custos ambientais. As autoridades nacionais devem promover a internalizao dos custos ambientais e o uso de instrumentos econmicos,

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    considerando que o poluidor deve, em princpio, arcar com o custo da poluio, respeitando o interesse pblico e sem distorcer o comrcio e o investimento internacionais.

    Por fim, o princpio tambm citado na Lei n 6.938/81 (Poltica Nacional do Meio Ambiente):

    Art. 4 A Poltica Nacional do Meio Ambiente visar: () VII - imposio, ao poluidor e ao predador, da obrigao de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usurio, da contribuio pela utilizao de recursos ambientais com fins econmicos. () Art. 14. (...) 1 Sem obstar a aplicao das penalidades previstas neste artigo, o poluidor obrigado, independentemente da existncia de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministrio Pblico da Unio e dos Estados ter legitimidade para propor ao de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.

    A ttulo de curiosidade, uma vez ouvi um parlamentar falar no princpio do preservador-recebedor, ideia muito interessante discutida em uma proposio legislativa. um corolrio do princpio do poluidor-pagador. Se quem polui paga, ento quem preserva recebe, para ser incentivado a cuidar do meio ambiente. 3.5. Princpio do Usurio-Pagador Por esse princpio, o usurio de recursos naturais deve pagar por sua utilizao. um complemento do princpio do poluidor-pagador. Os recursos naturais pertencem coletividade. Logo, se um indivduo lana mo desses recursos em benefcio prprio, a coletividade deve ser recompensada. No se trata de reparao de dano, mas de pagamento pelo uso de um bem escasso que tambm pertence a outras pessoas. Tambm no se trata de sano ou punio. Fala-se em funo redistributiva. Vocs se lembram do art. 4, VII, da Lei n 6.938/81, que a gente acabou de ver? Olhem s o que diz a parte final dele! o princpio do usurio-pagador!

    Art. 4 A Poltica Nacional do Meio Ambiente visar: () VII - imposio, ao poluidor e ao predador, da obrigao de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao

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    usurio, da contribuio pela utilizao de recursos ambientais com fins econmicos.

    Um exemplo de aplicao desse princpio o pagamento pelo uso da gua no processo produtivo das indstrias. Confiram o que diz a Lei n 9.433/97 (Poltica Nacional de Recursos Hdricos):

    Art. 1 A Poltica Nacional de Recursos Hdricos baseia-se nos seguintes fundamentos: () II - a gua um recurso natural limitado, dotado de valor econmico; () Art. 19. A cobrana pelo uso de recursos hdricos objetiva: I - reconhecer a gua como bem econmico e dar ao usurio uma indicao de seu real valor; II - incentivar a racionalizao do uso da gua; (...)

    Outro exemplo o do art. 36 da Lei n 9.985/00 (Lei do sistema Nacional das Unidades de Conservao da Natureza):

    Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo rgo ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatrio - EIA/RIMA, o empreendedor obrigado a apoiar a implantao e manuteno de unidade de conservao do Grupo de Proteo Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.

    A vocs vo se perguntar: espera a, mas esse no o princpio do poluidor-pagador? Eu tambm acho que , mas o STF, no julgamento da ADI 3378/DF, entendeu que esse artigo densifica o princpio usurio-pagador, este a significar um mecanismo de assuno partilhada da responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade econmica. E esse exato entendimento do STF foi cobrado no 24 Concurso para Procurador da Repblica... 3.6. Princpio da Obrigatoriedade da Interveno Estatal ou da Natureza Pblica da Proteo Ambiental Por esse princpio, o Estado tem a obrigao de atuar na defesa do meio ambiente, que um bem indisponvel (do qual no se pode abrir mo). Teve origem no Princpio 17 da Declarao de Estocolmo, de 1972:

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    Princpio 17 - Deve ser confiada, s instituies nacionais competentes, a tarefa de planejar, administrar e controlar a utilizao dos recursos ambientais dos Estados, com o fim de melhorar a qualidade do meio ambiente.

    Est previsto tambm no caput do art. 225 da Constituio:

    Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes.

    A atuao do Estado se dar de vrias maneiras:

    a) fiscalizao, incentivo e planejamento das atividades econmicas, visando proteo do meio ambiente (art. 174, caput, da Constituio);

    b) preservao, restaurao e manejo ambientais (art. 225, 1, I, da Constituio);

    c) preservao do patrimnio gentico e fiscalizao das entidades que trabalhem com material gentico (art. 225, 1, II, da Constituio);

    d) definio de reas a serem protegidas (art. 225, 1, III, da Constituio);

    e) exigncia do EIA (art. 225, 1, IV, da Constituio); f) controle de tcnicas, mtodos e substncias nocivas (art. 225, 1,

    V, da Constituio); g) promoo da educao ambiental (art. 225, 1, VI, da

    Constituio); h) proteo da fauna e da flora (art. 225, 1, VII, da Constituio); i) aplicao de sanes aos poluidores (art. 225, 3, da

    Constituio); j) promulgao de leis eficazes sobre meio ambiente (Princpio 11 da

    Declarao do Rio). 3.7. Princpio da Participao Popular Tambm conhecido como princpio da participao comunitria ou princpio democrtico. Segundo ele, a defesa do meio ambiente no responsabilidade apenas do Estado, mas um dever de toda a sociedade. Est previsto no caput do art. 225 da Constituio:

    Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder

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    Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes.

    Tambm est presente no Princpio 10 da Declarao do Rio:

    Princpio 10 - A participao pblica As questes ambientais so mais bem tratadas com a participao de todos os cidados interessados, no nvel apropriado. No nvel nacional, cada indivduo ter acesso adequado s informaes ambientais de posse das autoridades pblicas, inclusive sobre materiais e atividades perigosas em suas comunidades, e a oportunidade de participar dos processos de deciso. Os pases devem facilitar e estimular a conscientizao e a participao pblica, disponibilizando as informaes a todos. Deve ser dado acesso efetivo aos processos judiciais e administrativos, inclusive no tocante compensao e reparao de danos.

    A participao popular pode ocorrer por meio dos instrumentos constitucionais a seguir.

    a) na esfera legislativa: plebiscito (art. 14, I, da Constituio); referendo (art. 14, II, da Constituio); iniciativa popular de leis (art. 14, III, da Constituio).

    b) na esfera administrativa: direito de informao (art. 5, XXXIII, da Constituio); direito de petio (art. 5, XXXIV, a, da Constituio).

    c) na esfera judicial: mandado de segurana coletivo (art. 5, LXX, da Constituio); mandado de injuno (art. 5, LXXI, da Constituio); ao popular (art. 5, LXXIII, da Constituio); ao civil pblica (art. 129, III, da Constituio).

    Mas o que as bancas mais cobram a participao popular por meio de audincia pblica para discutir Estudo de Impacto Ambiental e Relatrio de Impacto sobre o Meio Ambiente (EIA/RIMA), como etapa do licenciamento ambiental de uma atividade. Elas esto previstas nas Resolues nos 01/86, 09/97 e 237/97 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). 3.8. Princpio da Informao Segundo esse princpio, a populao tem o direito de acesso a informaes sobre o meio ambiente, at mesmo para poder participar das decises que possam afet-la.

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    O direito de informao previsto no art. 5, XXXIII, da Constituio, inclui as informaes ambientais:

    Art. 5 (...) XXXIII - todos tm direito a receber dos rgos pblicos informaes de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado. (...)

    A publicidade uma vertente do princpio da informao. Exemplo disso a publicidade obrigatria do EIA (art. 225, 1, IV, da Constituio).

    Art. 225. (...) 1 Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico: (...) IV - exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente, estudo prvio de impacto ambiental, a que se dar publicidade. (...)

    O Princpio 10 da Declarao do Rio (ECO-92) tambm prev o princpio da informao:

    Princpio 10 - A participao pblica As questes ambientais so mais bem tratadas com a participao de todos os cidados interessados, no nvel apropriado. No nvel nacional, cada indivduo ter acesso adequado s informaes ambientais de posse das autoridades pblicas, inclusive sobre materiais e atividades perigosas em suas comunidades, e a oportunidade de participar dos processos de deciso. Os pases devem facilitar e estimular a conscientizao e a participao pblica, disponibilizando as informaes a todos. Deve ser dado acesso efetivo aos processos judiciais e administrativos, inclusive no tocante a compensao e reparao de danos.

    Por fim, a Lei n 6.938/81 tambm aborda o princpio no art. 4, V:

    Art. 4 - A Poltica Nacional do Meio Ambiente visar: (...)

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    V - difuso de tecnologias de manejo do meio ambiente, divulgao de dados e informaes ambientais e formao de uma conscincia pblica sobre a necessidade de preservao da qualidade ambiental e do equilbrio ecolgico; (...)

    3.9. Princpio da Educao Ambiental Trata-se de conscientizar a populao, desde a infncia, da importncia da preservao do meio ambiente para a sade e qualidade de vida de todos. Est presente no art. 225, 1, VI, da Constituio:

    Art. 225. (...) 1 Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico: (...) VI - promover a educao ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao pblica para a preservao do meio ambiente; (...)

    previsto tambm no art. 2, X, da Lei n 6.938/81 (Poltica Nacional do Meio Ambiente):

    Art. 2. A Poltica Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservao, melhoria e recuperao da qualidade ambiental propcia vida, visando assegurar, no Pas, condies ao desenvolvimento socioeconmico, aos interesses da segurana nacional e proteo da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princpios: (...) X - educao ambiental a todos os nveis do ensino, inclusive a educao da comunidade, objetivando capacit-la para participao ativa na defesa do meio ambiente.

    Dada a sua importncia, existe uma Poltica Nacional de Educao Ambiental (Lei n 9.795/99). O princpio da educao ambiental est ligado aos princpios da informao e da participao popular. 3.10. Princpio da Funo Socioambiental da Propriedade Esse princpio estabelece que a propriedade dever cumprir suas funes social e ambiental.

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    A Constituio garante a todos o direito de propriedade, desde que atendida a sua funo social, isto , a propriedade no deve atender somente os interesses do proprietrio, mas tambm os da coletividade. A propriedade no pode ser usada (ou mesmo no usada) para prejudicar outras pessoas, contribuir para as desigualdades sociais ou degradar o meio ambiente. Releiam os dispositivos constitucionais a seguir.

    Art. 5 () XXII - garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atender a sua funo social; () Art. 170. A ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia social, observados os seguintes princpios: () II - propriedade privada; III - funo social da propriedade; () Art. 182. () 2 - A propriedade urbana cumpre sua funo social quando atende s exigncias fundamentais de ordenao da cidade expressas no plano diretor. () Art. 184. Compete Unio desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrria, o imvel rural que no esteja cumprindo sua funo social, mediante prvia e justa indenizao em ttulos da dvida agrria, com clusula de preservao do valor real, resgatveis no prazo de at vinte anos, a partir do segundo ano de sua emisso, e cuja utilizao ser definida em lei. () Art. 185. () Pargrafo nico. A lei garantir tratamento especial propriedade produtiva e fixar normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua funo social.

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    () Art. 186. A funo social cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critrios e graus de exigncia estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: () II - utilizao adequada dos recursos naturais disponveis e preservao do meio ambiente; (...)

    O Cdigo Civil de 2002 tambm contm esse princpio, no art. 1.228, 1:

    Art. 1.228. (...) 1 O direito de propriedade deve ser exercido em consonncia com as suas finalidades econmicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilbrio ecolgico e o patrimnio histrico e artstico, bem como evitada a poluio do ar e das guas. (...)

    A tendncia, hoje, no apenas evitar um comportamento negativo, impondo ao proprietrio um non facere (no fazer), como uma obrigao de no poluir ou de no prejudicar terceiros, mas exigir dele um comportamento positivo (beneficiar a coletividade ou reflorestar). De acordo com esse princpio, a preservao ambiental uma obrigao propter rem (prpria da coisa, que acompanha a coisa). Uma consequncia disso que o adquirente (comprador, novo proprietrio) de uma propriedade responde pelas despesas de conservao e recuperao ambientais do imvel, mesmo que os danos tenham sido causados pelo alienante (vendedor, proprietrio anterior). 3.11. Princpio da Cooperao entre os Povos e da Ubiquidade Muitas vezes, uma agresso ambiental provocada por um empreendimento pode ultrapassar fronteiras nacionais, repercutindo nos ecossistemas de outros pases. Fala-se, ento, no princpio da ubiquidade, pois a palavra ubquo significa onipresente, presente em toda parte. De acordo com esse princpio, um dano ambiental pode afetar todo o planeta. Nasce da o princpio da cooperao entre os povos, segundo o qual todos os pases devem colaborar com a preservao do meio ambiente, ajudando uns aos outros. Esse princpio est previsto:

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    a) no princpio 24 da Declarao de Estocolmo, de 1972;

    Princpio 24 - Questes internacionais relativas proteo e melhoria do ambiente devem ser tratadas com um esprito de cooperao por todos os pases, grandes ou pequenos, em p de igualdade. A cooperao via acordos multilaterais ou bilaterais ou outros meios adequados essencial para controlar, prevenir, reduzir e eliminar os efeitos ambientais negativos decorrentes das atividades realizadas em todas as esferas, levando-se em conta a soberania e os interesses de todos os pases.

    b) no art. 4, IX, da Constituio;

    Art. 4 A Repblica Federativa do Brasil rege-se nas suas relaes internacionais pelos seguintes princpios: () IX - cooperao entre os povos para o progresso da humanidade; (...)

    c) no princpio 2 da Declarao do Rio, de 1992;

    Princpio 2 Soberania estatal Os pases tm, de acordo com a Carta das Naes Unidas e os princpios de direito internacional, o direito soberano de explorar seus recursos conforme suas polticas ambientais e de desenvolvimento, e a responsabilidade de assegurar que as atividades sob sua jurisdio ou controle no causem danos ao seu meio ambiente, ou ao de outros pases, ou ao de reas alm dos limites de sua jurisdio nacional.

    d) no captulo VII (Da Cooperao Internacional para a Preservao do Meio Ambiente) da Lei n 9.605/98 (crimes ambientais).

    Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pblica e os bons costumes, o Governo brasileiro prestar, no que concerne ao meio ambiente, a necessria cooperao a outro pas, sem qualquer nus, quando solicitado para: I - produo de prova; II - exame de objetos e lugares; III - informaes sobre pessoas e coisas; IV - presena temporria da pessoa presa, cujas declaraes tenham relevncia para a deciso de uma causa;

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    V - outras formas de assistncia permitidas pela legislao em vigor ou pelos tratados de que o Brasil seja parte. 1 A solicitao de que trata este artigo ser dirigida ao Ministrio da Justia, que a remeter, quando necessrio, ao rgo judicirio competente para decidir a seu respeito, ou a encaminhar autoridade capaz de atend-la. 2 A solicitao dever conter: I - o nome e a qualificao da autoridade solicitante; II - o objeto e o motivo de sua formulao; III - a descrio sumria do procedimento em curso no pas solicitante; IV - a especificao da assistncia solicitada; V - a documentao indispensvel ao seu esclarecimento, quando for o caso. Art. 78. Para a consecuo dos fins visados nesta Lei e especialmente para a reciprocidade da cooperao internacional, deve ser mantido sistema de comunicaes apto a facilitar o intercmbio rpido e seguro de informaes com rgos de outros pases.

    3.12. Princpio do Limite ou do Controle do Poluidor pelo Poder Pblico Consoante esse princpio, o Estado, por meio do poder de polcia, deve fiscalizar e orientar a populao quanto aos limites no uso do meio ambiente. Encontra-se previsto no art. 225, 1, V, da Constituio:

    Art. 225. (...) 1 - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico: (...) V - controlar a produo, a comercializao e o emprego de tcnicas, mtodos e substncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (...)

    3.13. Princpio do Mnimo Existencial Ecolgico ou da Proibio do Retrocesso Ecolgico Esse princpio defende condies ambientais mnimas para a sobrevivncia de todas as formas de vida e probe a diminuio das garantias de proteo ambiental j conquistadas. Com base nele, no so admitidos, por exemplo, retrocessos na legislao ambiental.

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    4. Questes Bom, minha gente, chegou a hora de fazer mais questes, abordando, tambm, alguns tpicos de reviso da aula passada, afinal de contas, temos que rever de vez em quando a matria j estudada, seno a gente esquece, n? Nesta aula, trouxe 59 questes. Desta vez, no me limitei s questes da FCC (bem poucas desse assunto). Ento teremos questes de vrias bancas, tanto de mltipla escolha como de certo ou errado. Eu continuei a numerao da aula passada, pra vocs terem uma ideia de quantas questes ns resolveremos. 4.1. Mltipla Escolha 12) (FCC - 2009 MPE/SE Analista - Direito) A educao ambiental deve ser oferecida: (A) por meio da conscientizao pblica para a preservao do meio ambiente. (B) aos interessados, por meio de cursos de extenso universitria. (C) no sistema regular e oficial de ensino e ao pblico em geral, a quem se garante o acesso gratuito a cursos especializados. (D) no nvel superior, apenas. (E) em todos os nveis de ensino pblico. 13) (FCC - 2011 PGE/MT Procurador) So princpios do Direito Ambiental: (A) poluidor pagador, usurio pagador e autonomia da vontade. (B) preveno, taxatividade e poluidor pagador. (C) funo socioambiental da propriedade, usurio pagador e precauo. (D) vedao de retrocesso, preveno e insignificncia. (E) capacidade contributiva, funo socioambiental da propriedade e desenvolvimento sustentvel. 14) (FCC - 2010 Teresina/PI - Procurador) O desmatamento indiscriminado do cerrado piauiense sob o argumento de que as empresas criam empregos no aceitvel, pois pode haver atividade economicamente sustentvel desde que as empresas estejam dispostas a diminurem seus lucros, utilizando-se de matrizes energticas que no signifiquem a poltica de terra arrasada (AG 2007.01.00.059260-7/PI). Ao analisar os princpios do direito e, em particular do direito ambiental, INCORRETO afirmar que

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    (A) o princpio do desenvolvimento sustentvel fundado em trs pilares: econmico, ambiental e social. (B) os Estados tm a responsabilidade de assegurar que atividades sob sua jurisdio ou seu controle no causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de reas alm dos limites da jurisdio nacional. (C) de acordo com o princpio da precauo quando houver ameaa de danos srios ou irreversveis, a ausncia de absoluta certeza cientfica no deve ser utilizada como razo para postergar medidas eficazes e economicamente viveis para prevenir a degradao ambiental. (D) a noo de gesto sustentvel dos recursos naturais no espao e no tempo impe um duplo imperativo tico de solidariedade - equidade intrageracional e intergeracional. (E) de acordo com o princpio poluidor-pagador o poluidor deve pagar pela poluio causada que acarrete danos sade humana e os demais custos ambientais da produo devem ser arcados por toda a sociedade para a prpria existncia das atividades econmicas. 15) (FGV 2012 Senado Federal Consultor Legislativo Meio Ambiente) Para proteger o meio ambiente, deve-se evitar a ocorrncia de danos srios ou irreversveis. A ausncia de absoluta certeza cientfica no deve ser utilizada como razo para postergar medidas eficazes e economicamente viveis para prevenir a degradao ambiental. A qual princpio ambiental esse enunciado se refere? (A) Princpio do acesso equitativo dos recursos naturais. (B) Princpio da solidariedade intergeracional. (C) Princpio da precauo. (D) Princpio da informao. (E) Princpio da preveno ou da preservao. 16) (FGV 2012 Senado Federal Consultor Legislativo Meio Ambiente) A Constituio Federal de 1988 consagra princpios ambientais internacionais, estabelece competncias legislativas e administrativas que possibilitam o regramento do exerccio das atividades poluidoras e da responsabilizao por danos ambientais. Marque qual alternativa expressa corretamente essa nova ordem constitucional de proteo ambiental. (A) A ao popular e a ao civil pblica foram consagradas pela Constituio Federal de 1988 como instrumentos para promover a defesa judicial do meio ambiente. (B) De acordo com a Poltica Nacional do Meio Ambiente, a educao ambiental obrigatria da competncia exclusiva dos Municpios, responsveis pelo ensino fundamental. (C) A opo pelo modelo de Estado de direito ambiental pode ser identificada na forma em que as competncias so distribudas entre os entes da federao na Constituio Federal de 1988. A importncia

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    da questo ambiental patente ao se atribuir competncia exclusiva Unio Federal para legislar sobre meio ambiente, guas, florestas, minas e jazidas. (D) A nova ordem constitucional reconheceu a gravidade dos danos ambientais ao admitir a aplicao de sanes penais a pessoas jurdicas como alternativa s sanes administrativas nas hipteses em que os danos causados no tenham sido reparados. (E) So disponveis as terras devolutas, ou arrecadas pelos Estados por aes discriminatrias, em reas de proteo ambiental no ocupadas por populaes tradicionais. 17) (CESPE - 2011 TRF/1 Juiz) Em defesa do meio ambiente, o STF assim se pronunciou: O direito integridade do meio ambiente tpico direito de terceira gerao constitui prerrogativa jurdica de titularidade coletiva, refletindo, dentro do processo de afirmao dos direitos humanos, a expresso significativa de um poder atribudo, no ao indivduo identificado em sua singularidade, mas num sentido verdadeiramente mais abrangente, prpria coletividade social. Tendo o texto acima como referncia, assinale a opo correta com base nas disposies legais de defesa do meio ambiente. (A) Em atendimento ao princpio do poluidor pagador, previsto no direito positivo brasileiro, a Poltica Nacional do Meio Ambiente determina a proteo de reas ameaadas de degradao. (B) A defesa do direito ao meio ambiente equilibrado nasceu a partir da Declarao de Estocolmo, em 1972, cujas premissas so marcadamente biocntricas. (C) O objeto de proteo do direito ambiental concentra-se nos fatores biticos e abiticos, que devem ser tratados isoladamente. (D) Em razo do tratamento dispensado ao meio ambiente pelo texto constitucional, depreende-se que exigido dos cidados, predominantemente, um non facere em relao ao meio ambiente. (E) O direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado afasta eventual tentativa de desafetao ou desdestinao indireta. 18) (VUNESP - 2012 TJ/MG Juiz) Em se considerando que o princpio da precauo e o princpio da preveno j se encontram instrumentalizados no artigo 225, caput, da Constituio da Repblica, correto afirmar que (A) se adota o princpio da preveno quando h dvida cientfica sobre o potencial danoso de uma ao que interfira no ambiente. (B) se adota o princpio da precauo quando conhecidos os males que a ao causa ao ambiente. (C) o princpio da precauo pressupe a inverso do nus probatrio. (D) o princpio da preveno derroga o princpio da precauo se estiverem em rota de coliso quando da soluo de um caso concreto.

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    19) (CESPE - 2012 TJ/PI Juiz) Considerando os princpios de direito ambiental, assinale a opo correta. (A) Como forma de buscar a responsabilizao pessoal do agente da degradao ambiental, considera-se poluidor, consoante o princpio do poluidor-pagador, apenas o autor direto e imediatamente identificvel do dano ambiental. (B) Em consonncia com o princpio da participao e informao, a CF determina expressamente que o poder pblico promova a educao ambiental em todos os nveis de ensino. (C) O princpio da precauo aplica-se a impactos ambientais j conhecidos, em face da constatao de evidncias de perigo de dano ambiental efetivo que deva ser antecipadamente eliminado. (D) Em decorrncia do princpio do poluidor-pagador, segundo a lei que dispe acerca da PNMA, aquele que agrida o ambiente deve ser responsabilizado pelo prejuzo causado a este e a terceiros, na medida de sua culpa e participao no dano. (E) Sendo o ambiente classificado como bem de uso comum do povo, no se admite que sua utilizao tenha carter oneroso ou que haja necessidade de contraprestao pelo usurio. 20) (CESPE - 2011 TRF/2 Juiz Federal) Considerando a concesso de status de direito fundamental ao ambiente ecologicamente equilibrado no ordenamento jurdico nacional, assinale a opo correta. (A) As normas de proteo ambiental brasileiras tm natureza reflexa. (B) Para o ordenamento jurdico nacional, a natureza jurdica do meio ambiente controversa. (C) Aplica-se o princpio da subsidiariedade s aes praticadas contra o ambiente, ficando a critrio do agente pblico a valorao do dano. (D) O direito ambiental e o direito econmico so reas do direito que se inter-relacionam, estando ambas voltadas para a melhoria do bem-estar das pessoas e para a estabilidade do processo produtivo. (E) Com relao competncia ambiental executiva, dispe a CF que a organizao e o planejamento de aglomeraes urbanas e microrregies competem exclusivamente aos municpios. 21) (VUNESP - 2011 TJ/RJ Juiz) Leia as afirmaes e relacione cada uma delas com os princpios ambientais, na sequncia correta. 1- Tomar decises no sentido de impedir a supervenincia de danos ao meio ambiente, por meio de medidas apropriadas, antes da elaborao de um plano ou da realizao de uma atividade potencialmente degradadora.

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    2- Tomar decises para limitar o desenvolvimento de atividades e, assim, impedir a supervenincia de danos ao meio ambiente em cenrios de incerteza e controvrsias quanto s referidas atividades. 3- dever da Administrao Pblica garantir o acesso dos cidados a registros administrativos e a informaes sobre atos de governo relativos ao meio ambiente, inclusive sobre materiais e atividades perigosas. 4- Exigir do empreendedor medidas capazes de reduzir os impactos ambientais, fazendo-o internalizar os custos ambientais de sua atividade. 5- Exigir a retribuio sociedade pela utilizao econmica dos recursos naturais, incentivando, ao mesmo tempo, a racionalizao do seu uso. 6- Permitir o desenvolvimento de atividades econmicas e buscar a reduo das desigualdades sociais, mantendo, porm, uma base ecolgica disponvel para as futuras geraes. Assinale a alternativa correta. (A) Preveno, precauo, informao, poluidor-pagador, usurio-pagador e desenvolvimento sustentvel. (B) Precauo, preveno, informao, poluidor-pagador, usurio-pagador e desenvolvimento sustentvel. (C) Preveno, precauo, participao, usurio-pagador, equivalncia dos custos ambientais e solidariedade intergeracional. (D) Precauo, preveno, participao, equivalncia dos custos ambientais, usurio-pagador e solidariedade intergeracional. 22) (COPEVE-UFAL - 2010 - CASAL Advogado) Acerca dos princpios do Direito Ambiental, afirma-se que: (A) o princpio da participao, consagrado na Declarao do Rio de Janeiro de 1992, protege to somente a participao individual na tomada de decises relativas ao meio ambiental, no abrangendo a interveno de associaes da sociedade civil. (B) o Princpio 5 da Declarao de Estocolmo de 1972: Os Recursos no renovveis do Globo devem ser explorados de tal modo que no haja risco de serem exauridos e que as vantagens extradas de sua utilizao sejam partilhadas a toda humanidade, traduz o princpio da equidade no acesso aos recursos naturais. (C) o princpio da preveno, tambm conhecido como precauo ambiental, visa durabilidade da sadia qualidade de vida e a continuidade das espcies. (D) o princpio do poluidor-pagador reza que o utilizador do recurso natural deve suportar o conjunto dos custos oriundos da manipulao da natureza. (E) a previso legal de crimes ambientais representa desdobramento lgico do Princpio da Reparao.

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    23) (CESPE 2009/2 - OAB) Assinale a opo correta com relao aos princpios do direito ambiental. (A) Em conformidade com o princpio do desenvolvimento sustentvel, o direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas as necessidades do tempo presente sem comprometer as necessidades das geraes futuras. (B) O princpio do poluidor-pagador estabelece que a pessoa, fsica ou jurdica, antes de desenvolver atividade considerada causadora de degradao ambiental, ter de pagar para evitar a contaminao. (C) O ressarcimento do dano ambiental deve ocorrer, preferencialmente, mediante indenizao em dinheiro, e, secundariamente, pela reparao natural do ambiente degradado. (D) Conforme o princpio do limite, o particular que pretenda desenvolver atividade ou empreendimento que cause significativa degradao ambiental tem o dever de fixar parmetros que levem em conta a proteo da vida e do prprio meio ambiente. 24) (CESPE - 2011 TJ/PB Juiz) Com relao aos princpios de direito ambiental, assinale a opo correta. (A) A necessidade da educao ambiental princpio consagrado pelas Naes Unidas e pelo ordenamento jurdico brasileiro, e, nesse sentido, a CF determina ao poder pblico a incumbncia de promover a educao ambiental em todos os nveis de ensino. (B) Na rbita repressiva do princpio do poluidor-pagador, incide a responsabilidade subjetiva caso a sano resultante da poluio tenha carter civil, penal ou administrativo. (C) Em face do princpio da precauo, o licenciamento, por rgo ambiental, para a construo, instalao e funcionamento de estabelecimentos utilizadores de recursos ambientais exao discricionria do poder pblico, cabendo a este, a seu critrio, enumerar as atividades potencialmente poluidoras e capazes de causar degradao ao ambiente. (D) Considerado o princpio do poluidor-pagador, o conceito do termo poluidor restringe-se ao autor direto do dano ambiental, e no, queles que, de forma indireta, tenham contribudo para a prtica do dano. (E) O princpio da preveno englobado pelo princpio da precauo, na medida em que ambos se aplicam a impactos ambientais j conhecidos e informam tanto o licenciamento ambiental como os prprios estudos de impacto ambiental. 25) (CESPE - 2007 TJ/PI Juiz) A sociedade contempornea vem transformando, aos poucos, a concepo privatista do direito de propriedade em direo propriedade como sendo um direito-dever pautado pela necessidade de manuteno de um meio ambiente

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    ecologicamente equilibrado, adequado sadia qualidade de vida e em conformidade com os ditames de um modelo de desenvolvimento sustentvel. Em face disso, tanto a legislao ambiental como a CF impem medidas quanto preservao de reas florestais, do solo, da gua e da diversidade biolgica, no que se refere problemtica de propriedades inseridas em espaos territoriais especialmente protegidos. Acerca do assunto de que trata o texto acima, assinale a opo correta. (A) A funo socioambiental da propriedade no constitui um simples limite ao exerccio do direito de propriedade, por meio da qual se permite ao proprietrio, no exerccio do seu direito, fazer tudo o que no prejudique a coletividade e o meio ambiente; ela vai alm disso, pois autoriza at mesmo que se imponham ao proprietrio comportamentos positivos, no exerccio do seu direito, para que a sua propriedade concretamente conforme-se preservao do meio ambiente (B) A funo socioambiental da propriedade impe ao proprietrio que, no exerccio do seu direito, apenas se abstenha de praticar atos lesivos aos interesses coletivos, pautando a explorao econmica da propriedade rural pelo princpio da precauo. (C) Para que a explorao econmica da propriedade rural ocorra de maneira compatvel com o princpio do desenvolvimento sustentvel, cabe ao proprietrio tomar medidas preventivas quanto utilizao dos recursos naturais no-renovveis, seguindo um plano de manejo sustentvel. No entanto, a utilizao dos recursos renovveis pode ser feita sem nus ao proprietrio, desde que este tenha efetuado o cadastramento de sua propriedade no Sistema Nacional de Controle dos Latifndios Produtivos, do IBAMA. (D) Na perspectiva de uma sociedade de risco, como a sociedade contempornea, cabem ao proprietrio rural o exerccio socioambiental do direito de propriedade e a responsabilizao civil, penal e administrativa pela m utilizao do direito de superfcie, visto que, estando constitudo como superficirio, ele obrigado a assumir todos os encargos enfituticos decorrentes da explorao econmica das reas ambientalmente protegidas, bem como o pagamento do respectivo sollarium ao municpio no qual a mesma esteja situada. (E) As condicionantes socioambientais ao direito de propriedade do solo urbano incidem apenas sobre os latifndios improdutivos, dado que a funo econmica da propriedade da terra que condiciona a adequao do exerccio responsvel das atividades agropecurias s determinantes socioambientais. 26) (MPE/PR - 2008 - Promotor de Justia) Analise as proposies abaixo e, na sequncia, assinale a opo correta:

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    I. Somente as futuras geraes so destinatrias da preservao do meio ambiente, porquanto a coletividade que forma a presente gerao tem o dever constitucional de defend-lo. II. Dada a relevncia do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o Ministrio Pblico tem o monoplio para a propositura das aes civis destinadas tutela de tal direito, por ser o nico rgo com poderes legais para a instaurao de inqurito civil. III. A pessoa jurdica constituda ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prtica de crime ambiental ter decretada sua liquidao forada, seu patrimnio ser considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitencirio Nacional. IV. dever especfico do Poder Pblico promover a educao ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao pblica para a preservao do meio ambiente. V. O tombamento foi constitucionalmente previsto como um dos instrumentos de promoo e proteo do patrimnio cultural brasileiro e incide apenas sobre bens particulares. (A) todas as assertivas esto incorretas. (B) somente as assertivas I, II e IV esto incorretas. (C) as assertivas III, IV e V esto corretas. (D) as assertivas III e IV esto corretas. (E) as assertivas I, II, IV e V esto incorretas. 27) (TRF/4 - 2010 Juiz Federal) Dadas as assertivas abaixo, e tendo em conta a melhor doutrina e a legislao ambiental, assinale a alternativa correta: I. O princpio poluidor-pagador constitui forma de compensao do dano ambiental, esgotando-se com a prestao pecuniria. II. A recomposio dos danos ambientais, quando possvel, deve sempre preferir recuperao por meio de medidas compensatrias. III. Todo dano ambiental possui natureza patrimonial. IV. As medidas compensatrias adotadas em funo da ocorrncia de dano ambiental irrecupervel, sempre que possvel, devem guardar relao com o bem ambiental lesado. V. Havendo impossibilidade de restaurao ecolgica in situ, abre-se ao poluidor a opo para a compensao ecolgica por meio da tutela ressarcitria por equivalente ou a indenizao em dinheiro. (A) Esto corretas apenas as assertivas I e V.

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    (B) Esto corretas apenas as assertivas II e IV. (C) Esto corretas apenas as assertivas I, III e V. (D) Esto corretas apenas as assertivas II, IV e V. (E) Nenhuma assertiva est correta. 28) (CESPE 2012 TJ/AC Juiz) Com relao aos princpios do direito ambiental, assinale a opo correta. (A) Embora o princpio da preveno esteja caindo em desuso com a emergncia da chamada sociedade de risco, as medidas preventivas que com aquele no se confundem continuam sendo extremamente necessrias proteo do meio ambiente. (B) O princpio da participao, veiculado, pela primeira vez, em 1972, durante a Conferncia de Estocolmo, dispe sobre a necessidade de se estabelecerem parmetros que permitam a participao equitativa das populaes carentes nos lucros da explorao econmica da biodiversidade. (C) O princpio da precauo aplicado como garantia contra os potenciais riscos que, de acordo com o estado atual do conhecimento, no podem ser ainda identificados; consoante esse princpio, ausente a certeza cientfica formal, a existncia de risco de um dano srio ou irreversvel requer a implementao de medidas que possam prever esse dano. (D) O princpio do poluidor-pagador foi desenvolvido pelo racionalismo alemo, no sculo XIX, em decorrncia do acelerado processo de industrializao da recm-unificada Alemanha, tendo alcanado status constitucional em 1919. (E) O princpio do usurio-pagador, desenvolvido por John Rawls na obra Uma Teoria da Justia, fundamenta-se na ideia da maximizao do mnimo, segundo a qual cabe queles que alcanam um maior nvel de consumo a responsabilidade sobre os custos socioambientais da produo capitalista. 29) (VUNESP - 2011 TJ/SP Juiz) Leia atentamente as assertivas que seguem e, depois, proceda sua vinculao com os princpios enunciados, na correta ordem sequencial. I. Manter as bases vitais da produo e reproduo do homem e de suas atividades, e igualmente garantir uma relao satisfatria entre os homens e destes com o seu ambiente, para que as futuras geraes tambm tenham oportunidade de desfrutar os mesmos recursos que temos hoje nossa disposio. II. Assegurar a solidariedade da presente gerao em relao s futuras, para que tambm estas possam usufruir, de forma sustentvel, dos recursos naturais. III. Impedir a ocorrncia de danos ao meio ambiente, por meio da imposio de medidas acautelatrias, antes da implantao do

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    empreendimento e atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras. IV. Instituir procedimentos capazes de embasar uma deciso racional na fase de incertezas e controvrsias, de forma a diminuir os custos da experimentao. V. Internalizar os custos resultantes dos danos ambientais, ou seja, lev-los em conta na elaborao dos custos de produo e, consequentemente, assumi-los. VI. Evitar que o custo zero dos servios e recursos naturais acabe por conduzir o sistema de mercado hiperexplorao do meio ambiente. Assinale a alternativa correta. (A) Desenvolvimento sustentvel, solidariedade intergeracional, preveno, precauo, poluidor-pagador, usurio pagador. (B) Desenvolvimento sustentvel, solidariedade intergeracional, precauo, preveno, poluidor-pagador, usurio pagador. (C) Solidariedade intergeracional, desenvolvimento sustentvel, precauo, preveno, usurio pagador, poluidor- pagador. (D) Solidariedade intergeracional, desenvolvimento sustentvel, preveno, precauo, poluidor-pagador, usurio pagador. (E) Desenvolvimento sustentvel, solidariedade intergeracional, preveno, precauo, usurio pagador, poluidor- pagador. 30) (TJ/SC - 2009 - Juiz) Assinale a alternativa correta: I. O princpio do usurio-pagador consubstancia-se num mecanismo de assuno partilhada da responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade econmica. II. O direito integridade do meio ambiente, considerado direito de quarta gerao, constitui-se em expresso de um poder atribudo coletividade social. III. O novo Cdigo Civil Brasileiro contemplou a denominada funo ambiental e social da propriedade. IV. O princpio da funo socioambiental da propriedade assegura, na ordem jurdica atual, a possibilidade de imposio ao proprietrio rural do dever de recomposio da vegetao em reas de preservao permanente e de reserva legal, mesmo que no tenha sido ele o responsvel pelo desmatamento, pois tal obrigao possui carter "propter rem". V. A funo social da propriedade urbana e da propriedade rural cumprida quando atendidas as exigncias fundamentais expressas no Plano Diretor. (A) Somente as proposies II, IV e V esto corretas. (B) Somente as proposies II, III e IV esto corretas. (C) Somente as proposies I, II e IV esto corretas.

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    (D) Somente as proposies I, III e IV esto corretas. (E) Somente as proposies I, III e V esto corretas. 31) (FUNIVERSA - 2009 - ADASA - Regulador de Servios Pblicos) No Brasil, no uniforme o entendimento doutrinrio acerca do direito ambiental; entretanto, atravs de uma leitura mais apurada da Constituio Federal, possvel extrair alguns princpios fundamentais que o caracterizam. Acerca desses princpios constitucionais, assinale alternativa correta. (A) Para instalar uma usina nuclear em determinado estado da Federao, ser necessria a aprovao de lei estadual especfica. (B) A Constituio protege com prioridade o ecossistema do Pantanal Mato Grossense de maneira que no permitida nenhuma propriedade privada dentro dessa rea protegida. (C) Pelo princpio do poluidor pagador aquele que poluir determinada rea tem obrigao de recuper-la e/ou indenizar os prejuzos naturais causados. (D) A competncia para fiscalizar a aplicao das normas ambientais exclusiva Unio. (E) A Administrao Pblica, em funo de sua funo estatal, est dispensada de realizar estudo prvio de impacto ambiental. 32) (CESPE - 2009 TRF/1 Juiz Federal) O princpio da natureza pblica da proteo ambiental (A) aponta para a incompatibilidade irredutvel entre o interesse pblico e a iniciativa privada, condicionando esta discricionariedade daquele e distribuindo s camadas mais pobres da populao, de forma equitativa, o acesso aos recursos naturais. (B) fundamenta-se, no que se refere defesa da desapropriao das terras e dos meios produtivos, na proteo ao patrimnio histrico, ao ambiente cultural e ao ambiente do trabalho. (C) resume os esforos da esfera poltica na manuteno do equilbrio dinmico dos sistemas socioambientais passveis de serem utilizados no processo de justa repartio da renda e de reforma agrria. (D) decorre da previso legal que considera o meio ambiente como valor a ser necessariamente assegurado e protegido para uso de todos. (E) foi descaracterizado pelo neoliberalismo, em razo de ter sido enunciado pelo governo sovitico em decorrncia do acidente de Tchernobil, quando, pelo descaso do Soviete Supremo, no havia leis de proteo ambiental que salvaguardassem a segurana das populaes humanas no entorno das usinas nucleares. 33) (CESPE - 2009 TRF/1 Juiz Federal) Assinale a opo correta quanto ao princpio da precauo.

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    (A) Esse princpio foi criado na Conferncia de Estocolmo, em resposta aos danos causados pelo vazamento de mercrio na baa de Minamata e, por isso, os primeiros escritos doutrinrios da poca referiam-se a ele como o princpio de Minamata. (B) Tal princpio teve origem no princpio da incerteza, da fsica quntica, e foi o tema central da Carta da Terra, redigida na abertura da Eco-92, na qual o jurista alemo Reinhardt Sttifelmann defendeu que, na atual sociedade de risco, s se podem tomar medidas ambientalmente impactantes com respaldo da cincia. (C) Fundado no princpio da preveno, o princpio da precauo aponta a inexistncia de certezas cientficas como pressuposto para a adoo de poltica liberal pautada pelo carter no intervencionista do poder pblico nas atividades econmicas. (D) Esse princpio fundamenta-se no direito penal secundrio e diferencia-se do princpio da preveno geral e da preveno especfica, pois espelha os aspectos garantistas dos direitos de terceira gerao. (E) Tal princpio constitui a garantia contra os riscos potenciais que no podem ser ainda identificados, devido ausncia da certeza cientfica formal, e baseia-se na ideia de que o risco de dano srio ou irreversvel requer a implementao de medidas que possam prever esse dano. 34) (CESPE - 2010 MPE/RO - Promotor de Justia) Considerando que as polticas pblicas so implementadas com o propsito de evitar danos ambientais e objetivam alcanar a aplicao de princpios ambientais, assinale a opo correta. (A) Embora o princpio da preveno ainda no esteja incorporado ordem jurdica nacional, sua observncia permite ao poder pblico antecipar-se ocorrncia de danos ambientais. (B) O princpio da precauo pode ser invocado para inverter o nus da prova em procedimento ambiental. (C) O pagamento pecunirio e a indenizao legitimam empreendimentos que venham provocar leso ao meio ambiente. (D) No processo industrial de fabricao de produtos, os resduos descartados no ambiente devem ser tratados, sendo esta uma forma de aplicao do princpio do usurio-pagador. (E) O envolvimento das comunidades na implementao de planos de manejo nas unidades de conservao exemplo de aplicao do princpio da informao. 35) (FGV - 2008 TJ/PA Juiz) A respeito dos princpios fundamentais do Direito Ambiental, assinale a afirmativa incorreta. (A) A orientao do princpio poluidor-pagador pela internalizao das externalidades ambientais negativas das atividades

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    potencialmente poluidoras, buscando evitar a socializao dos nus e a privatizao dos bnus. (B) Pelo princpio da preveno, sempre que houver perigo da ocorrncia de um dano grave ou irreversvel, a ausncia de certeza cientfica absoluta no dever ser invocada como razo para se adiar a adoo de medidas eficazes, a fim de evitar a degradao ambiental. (C) A defesa do meio ambiente um dos princpios gerais da atividade econmica e deve ser observada inclusive mediante tratamento diferenciado para produtos e servios em razo do impacto ambiental decorrente de sua produo ou execuo. (D) O artigo 225 da Constituio da Repblica consagra o princpio da interveno estatal obrigatria na defesa do meio ambiente. (E) A Constituio da Repblica consagra o princpio da solidariedade intergeracional, ao conferir ao Poder Pblico e coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras geraes. 36) (CESPE - 2008 PGE/CE - Procurador) H alguns anos, era comum a viso de que as preocupaes com o meio ambiente prejudicariam o crescimento e a industrializao dos pases em desenvolvimento. poca, a prioridade era a acelerao do crescimento econmico, e acreditava-se que as externalidades negativas, equivalentes ao custo ambiental resultante da degradao ocorrida nesse processo produtivo, seriam neutralizadas com o progresso dessas naes. No que concerne a esse assunto, a Constituio Federal (A) impe uma srie de medidas que restringem o direito propriedade, livre iniciativa e livre expresso, condicionando o exerccio desses direitos ao princpio do desenvolvimento sustentvel. (B) posiciona-se em favor do desenvolvimento econmico, j que no h progresso sem produo de algum impacto negativo ao meio ambiente e que o enquadramento nos padres de desenvolvimento sustentvel s possvel s naes desenvolvidas. (C) assume que o princpio do desenvolvimento ambientalmente sustentvel passvel de interpretaes divergentes e, portanto, mostra-se inaplicvel no controle das atividades produtivas das grandes e mdias empresas. (D) incluiu o princpio do poluidor-pagador como direito fundamental e garantia constitucional da iniciativa privada. (E) incluiu o princpio da defesa do meio ambiente na ordem econmica, demonstrando, com isso, que o desenvolvimento no pode estar dissociado da proteo ambiental, j que ele sempre gera algum tipo de impacto ao meio ambiente. 37) (CESPE - 2008 PGE/CE - Procurador) O princpio do meio ambiente ecologicamente equilibrado tratado na Constituio Federal como

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    (A) uma norma programtica cuja efetividade fica condicionada ao progresso econmico e distribuio de renda. (B) um direito fundamental da pessoa humana, direcionado ao desfrute de condies de vida adequadas em um ambiente saudvel. (C) um princpio geral de alcance limitado e restrito s reas de proteo ambiental. (D) um direito difuso, mas no exigvel, em funo de sua generalidade, inconsistncia e definio imprecisa. (E) um direito social, coletivo e transgeracional cuja efetividade ampla, irrestrita e incondicionada e cujo alcance estende-se a todas as formas de vida. 38) (CESPE - 2008 PGE/CE - Procurador) A respeito dos princpios da preveno e da precauo, assinale a opo correta. (A) O princpio da preveno aplicado nos casos em que os impactos ambientais j so conhecidos, e o princpio da precauo somente aplicado nos casos em que os danos so conhecidos, porm dificilmente mensurados. (B) O princpio da precauo destina-se ao controle das atividades privadas, enquanto o princpio da preveno aplica-se s aes do poder pblico. (C) Ambos os princpios incidem sobre a conduta lesiva ao meio ambiente perpetrada pelo poluidor-pagador nas atividades que produzam impacto sobre a biodiversidade, mas apenas o princpio da precauo atinge a produo de alimentos, de frmacos e de material produzido por animais clonados e plantas transgnicas, j que essas atividades esto reguladas pelo biodireito e no, pelo direito ambiental. (D) O princpio da precauo apenas estende o conceito de preveno aos ditames da dita sociedade de risco, o que significa que se deve precaver contra todos os possveis desdobramentos de atividades que causem impactos ambientais j conhecidos e mensurados pela cincia. (E) O princpio da preveno aplicado nos casos em que os impactos ambientais j so conhecidos, e o princpio da precauo aplica-se queles em que o conhecimento cientfico no pode oferecer respostas conclusivas sobre a inocuidade de determinados procedimentos. 39) (CESPE - 2009 PGE/PE - Procurador) O direito ambiental constri-se sobre princpios que informam a aplicao da legislao ambiental. Muitos deles esto colocados no texto da legislao, outros so frutos de tratados e convenes internacionais. Considere que uma empresa de telefonia celular deseje implantar uma antena nica em uma rea de relevante interesse ecolgico de um municpio, concentrando nela toda a transmisso da energia eletromagntica no ionizante e a certeza cientfica de que as ondas dos celulares e estaes radiobase causam aquecimento no corpo dos

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    seres que se encontram prximos a eles na razo do inverso do quadrado da distncia. A respeito da situao hipottica acima e da incerteza de que h outros efeitos possveis ainda no comprovados, assinale a opo correta. (A) Pelo princpio da preveno, no h necessidade de EIA/RIMA. (B) Pelo princpio da precauo, no h necessidade de EIA/RIMA. (C) Pelo princpio da proteo ambiental como um direito fundamental, no h necessidade de EIA se no local no h ocupao humana. (D) Pelo princpio da funo social da propriedade, s h necessidade de EIA se a rea for pblica. (E) Pelo princpio da informao, cidados interessados podem obter informao a respeito da intensidade do campo eletromagntico gerado no local. 40) (CESPE 2009 PGE/AL Procurador) Para o licenciamento e a instalao de antenas de telefonia (estaes radiobase) nas proximidades de escolas e hospitais, deve-se levar em conta o princpio ambiental (A) do poluidor-pagador e do usurio-pagador. (B) da educao ambiental e do desenvolvimento sustentvel. (C) da preveno e da precauo. (D) da competncia federativa municipal e estadual. (E) in dubio pro tecnologia. 41) (CESPE 2002 Cmara dos Deputados Consultor Legislativo - adaptada) No que se refere aos fundamentos de direito constitucional positivo brasileiro e ao direito ambiental, julgue os itens que se seguem. (A) O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado no constitui princpio estruturante da ordem jurdica e econmica brasileira. (B) A noo de poder pblico expressa no art. 225 da Constituio da Repblica refere-se somente Unio, no abarcando os estados-membros nem os municpios e o Distrito Federal (DF). (C) No mbito da Constituio, no houve significativa inovao da matria relativa autonomia e competncia legislativa dos municpios, que passaram a ter poderes enumerados na federao brasileira do mesmo modo que ocorria no texto da Constituio pretrita. (D) As competncias comuns previstas no art. 23 da Constituio da Repblica expressam to-somente atividades legislativas dos estados-membros e municpios.

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    (E) A poltica nacional do meio ambiente constitui-se em projeo do modelo federal no mbito de proteo ambiental ao instituir o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). 42) (CESPE - 2009 PGE/AL - Procurador) Assinale a opo correta com relao aos princpios gerais do direito ambiental. (A) O princpio da participao popular na proteo do meio ambiente assegurado por meio das audincias pblicas em procedimentos de licenciamento e de estudo de impacto de vizinhana. (B) O princpio da preveno aplica-se a eventos incertos e provveis causadores de dano ambiental. (C) No h possibilidade de correlao de mais de um princpio na anlise de um caso concreto de dano ambiental. (D) Se, na anlise de determinado problema, houver a coliso de dois princpios ambientais, um dever prevalecer e o outro ser obrigatoriamente derrogado. (E) O princpio do poluidor-pagador aplica-se ao usurio que capta gua para irrigao de produtos orgnicos sem agrotxico. 43) (MPE/SC - 2010 Promotor de Justia) Leia as afirmativas abaixo e marque a alternativa correta. I - O dano ambiental, quando de impossvel reparao, deve ser evitado atravs de medidas judiciais urgentes, invocando-se para tanto o "princpio da preveno". II - Em que pese certa relutncia jurisprudencial, ainda arraigada ao cunho civilista do instituto, possvel admitir-se o dano moral, ainda que difuso, em consequncia de leso ao meio ambiente. III - A responsabilidade por dano ambiental no Brasil, diversamente de outros sistemas legais objetiva, logo, independe da aferio de culpa do causador do dano. IV - No caso de omisso fiscalizatria no mbito do meio ambiente, a culpa do ente estatal ou de seu preposto no tem influncia na definio da responsabilidade de tal ente. V - Segundo o "princpio da responsabilidade" em matria ambiental, pode-se afirmar que a indenizao pelo dano causado deve restringir-se ao maior valor de avaliao da rea degradada. (A) apenas I e V esto corretos. (B) apenas III e IV esto corretos. (C) apenas I, II e III esto corretos. (D) apenas I e II esto corretos. (E) apenas III, IV e V esto corretos. 44) (MPE/GO - 2009 - Promotor de Justia) Em relao aos princpios fundamentais do direito ambiental, correto afirmar, exceto:

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    (A) O princpio poluidor-pagador assenta-se na vocao redistributiva do direito ambiental, no possuindo nenhum carter preventivo, pois, limita-se a compensar os danos causados durante o processo produtivo. (B) O princpio da precauo encontra-se inscrito, expressamente, na legislao brasileira. (C) O princpio da participao comunitria pressupe o direito de informao, sendo exemplo concreto da aplicao deste princpio a obrigatoriedade legal da realizao de audincia pblica no processo de licenciamento ambiental que demande a realizao de EIA/RIMA. (D) O princpio da natureza pblica da proteo ambiental decorre da previso legal que considera o meio ambiente como um valor a ser protegido para fruio humana coletiva. 4.2. Certo ou Errado 45) (CESPE - 2010 - AGU Procurador Federal) O meio ambiente um direito difuso, direito humano fundamental de terceira gerao, mas no classificado como patrimnio pblico. 46) (CESPE - 2010 - AGU Procurador Federal) O princpio da precauo refere-se ao preventiva e deve embasar medidas judiciais e administrativas tendentes a evitar o surgimento de atos atentatrios ao meio ambiente. 47) (CESPE - 2010 - AGU Procurador Federal) A proteo ao meio ambiente um princpio da ordem econmica, o que limita as atividades da iniciativa privada. 48) (CESPE 2005 IBAMA Analista Ambiental) Caso um empreendedor assuma esses princpios [ambientais] como parte da filosofia de sua empresa, ao executar um projeto de duplicao de rodovias e assim fazer uso de reas de emprstimo, deve promover, imediatamente aps o trmino do uso, a recuperao da paisagem. 49) (CESPE 2005 IBAMA Analista Ambiental) A proposta de criao e manuteno de uma unidade de conservao, por um empreendedor do setor de minerao, em local prximo regio onde ele pretende desenvolver atividade de extrao, um mecanismo que se enquadra no princpio da reparao.

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    50) (CESPE 2005 IBAMA Analista Ambiental) As audincias pblicas em processos de licenciamento atendem ao princpio da participao. 51) (CESPE 2005 IBAMA Analista Ambiental) O princpio da preveno encontra-se presente no processo de licenciamento ambiental. 52) (CESPE 2005 IBAMA Analista Ambiental) O princpio do poluidor-pagador constitui medida punitiva que, por suas caractersticas, no serve como instrumento de regulao na economia ambiental. 53) (CESPE 2005 IBAMA Analista Ambiental) O princpio da informao e o princpio da participao so independentes, de forma que esse segundo princpio pode ser obedecido mesmo se o outro for descumprido. 54) (CESPE 2005 IBAMA Analista Ambiental) A posio em favor da proibio do plantio de gros geneticamente modificados pode ser sustentada com base no princpio da precauo. 55) (CESPE 2005 IBAMA Analista Ambiental) O princpio da preveno no serve como justificativa ao monitoramento ambiental. 56) (CESPE 2005 IBAMA Analista Ambiental) A realizao de um inventrio nacional de resduos slidos industriais, para que se conhea a quantidade e distribuio dos resduos gerados, de forma a subsidiar polticas de fiscalizao, controle e avaliao quanto sustentabilidade ambiental dos empreendimentos, volta-se prioritariamente para o atendimento ao princpio do poluidor-pagador. 57) (CESPE - 2008 PGE/ES - Procurador) So considerados norteadores do direito ambiental, entre outros, os princpios: do direito sadia qualidade de vida, do desenvolvimento sustentvel, do acesso equitativo aos recursos naturais, da precauo e da informao. 58) (CESPE - 2008 Aracaju/SE - Procurador) O princpio da funo socioambiental da propriedade pauta-se pela concepo de que o

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    aspecto social orienta o individual e sustenta que a propriedade, concebida como direito fundamental, no , contudo, um direito ilimitado e inatingvel. Ao contrrio, o uso da propriedade est condicionado ao bem-estar social, pois a mesma no mais vista como instrumento de ambio e desunio dos homens, mas como fator de progresso, de desenvolvimento e de bem-estar de todos. 59) (CESPE - 2008 - Aracaju/SE - Procurador) A funo social da propriedade no se limita propriedade rural, abrangendo tambm a propriedade urbana. A funo social desta cumprida quando se atendem as exigncias fundamentais de ordenao da cidade expressas no plano diretor, conforme previsto pelo Estatuto da Cidade. 60) (CESPE - 2008 - Aracaju/SE - Procurador) Na atual ordem jurdica brasileira, a funo socioambiental constitui um simples limite ao exerccio do direito de propriedade, por meio da qual se permite ao proprietrio, no exerccio de seu direito, fazer tudo que no prejudique a coletividade e o meio ambiente. 61) (CESPE - 2008 - Aracaju/SE - Procurador) O princpio do poluidor-pagador foi acolhido pela Lei da Poltica Nacional do Meio Ambiente, que estabeleceu, como um de seus fins, a imposio, ao poluidor e ao predador, da obrigao de recuperar e(ou) indenizar os danos causados. Em consonncia com essa lei, a Constituio Federal de 1988 dispe que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitaro os infratores, pessoas jurdicas, a sanes penais e administrativas, independentemente da obrigao de reparar os danos causados. Ainda com base no referido princpio, o ordenamento jurdico brasileiro prev que, s pessoas fsicas que praticarem tais condutas lesivas, cabe apenas a obrigao de arcar com as multas impostas pelo rgo pblico competente, j que as mesmas no dispem de meios adequados recuperao do passivo ambiental. 62) (CESPE 2006 AGU Procurador Federal) No mbito doutrinrio, ainda inexiste uma sistematizao uniforme do direito ambiental brasileiro. Assim, a interpretao do direito ambiental sofre variaes a depender da viso desenvolvida por cada autor. No entanto, possvel identificar princpios fundamentais que caracterizam o direito do ambiente e que so alvos da preocupao dos mais diversos doutrinadores nacionais.

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    63) (CESPE - 2007 - AGU - Procurador Federal) O princpio da participao da populao na proteo do meio ambiente est previsto na Constituio Federal e na ECO-92. 64) (CESPE - 2007 - AGU - Procurador Federal) O princpio da ampla informao, existente no direito do consumidor, tambm influi na proteo nacional e internacional do meio ambiente. 65) (CESPE - 2007 - AGU - Procurador Federal) O estudo de impacto ambiental (EIA) e o seu relatrio (RIMA) so documentos tcnicos de carter sigiloso, de forma a impedir danos s empresas concorrentes da obra pblica em estudo. 66) (CESPE - 2007 - AGU - Procurador Federal) No h relao entre o princpio da precauo e as regras previstas no estudo de impacto ambiental (EIA/RIMA). 67) (CESPE 2006 TRF/5 Juiz Federal) Os princpios de direito ambiental no Brasil recebem da doutrina tratamento bastante homogneo, sob enfoques quantitativo, qualitativo e terminolgico. 68) (CESPE 2006 TRF/5 Juiz Federal) O princpio do poluidor pagador autoriza o ato poluidor mediante pagamento. 69) (CESPE 2006 TRF/5 Juiz Federal) Quando a Constituio impe o dever de preservao do meio ambiente para as futuras geraes, determina que o desenvolvimento social deva ocorrer de forma sustentvel, de modo que as geraes presentes atendam s suas necessidades sem comprometer a possibilidade de as geraes futuras atenderem as suas prprias necessidades. 70) (CESPE - 2007 - AGU - Procurador Federal) O princpio do poluidor-pagador, dispositivo internacional da proteo do meio ambiente, ainda no foi incorporado legislao infraconstitucional brasileira.

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    5. Respostas 5.1. Mltipla Escolha 12) (FCC - 2009 MPE/SE Analista - Direito) A educao ambiental deve ser oferecida: (A) por meio da conscientizao pblica para a preservao do meio ambiente. (B) aos interessados, por meio de cursos de extenso universitria. (C) no sistema regular e oficial de ensino e ao pblico em geral, a quem se garante o acesso gratuito a cursos especializados. (D) no nvel superior, apenas. (E) em todos os nveis de ensino pblico. Resposta: Letra A. De acordo com o art. 225, 1, VI, da Constituio, incumbe ao Poder Pblico promover a educao ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao pblica para a preservao do meio ambiente. A letra B est ERRADA porque a educao ambiental no deve ser oferecida somente aos interessados e no apenas em cursos de extenso universitria. A letra C est ERRADA porque a educao ambiental no dever ser oferecida somente na rede regular e oficial, nem h a previso de gratuidade de cursos especializados. A letra D est ERRADA porque a educao ambiental dever ser oferecida em todos os nveis de ensino, no s no superior. A letra E foi considerada ERRADA porque a educao ambiental no dever ser oferecida somente na rede pblica de ensino. A rede particular tambm dever contempl-la. Mas, parando para pensar, ela CORRETA, apesar de incompleta. 13) (FCC - 2011 PGE/MT Procurador) So princpios do Direito Ambiental: (A) poluidor pagador, usurio pagador e autonomia da vontade. (B) preveno, taxatividade e poluidor pagador. (C) funo socioambiental da propriedade, usurio pagador e precauo. (D) vedao de retrocesso, preveno e insignificncia. (E) capacidade contributiva, funo socioambiental da propriedade e desenvolvimento sustentvel. Resposta: Letra C. A letra A est ERRADA porque autonomia da vontade um princpio de Direito Civil, no de Direito Ambiental. A letra B est ERRADA porque taxatividade no princpio de Direito Ambiental. A letra D est ERRADA porque o princpio da insignificncia (crime de bagatela) aplicvel ao Direito Penal, mas no ao Direito Ambiental.

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    A letra E est ERRADA porque capacidade contributiva um princpio de Direito Tributrio e no de Direito Ambiental. 14) (FCC - 2010 Teresina/PI - Procurador) O desmatamento indiscriminado do cerrado piauiense sob o argumento de que as empresas criam empregos no aceitvel, pois pode haver atividade economicamente sustentvel desde que as empresas estejam dispostas a diminurem seus lucros, utilizando-se de matrizes energticas que no signifiquem a poltica de terra arrasada (AG 2007.01.00.059260-7/PI). Ao analisar os princpios do direito e, em particular do direito ambiental, INCORRETO afirmar que (A) o princpio do desenvolvimento sustentvel fundado em trs pilares: econmico, ambiental e social. (B) os Estados tm a responsabilidade de assegurar que atividades sob sua jurisdio ou seu controle no causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de reas alm dos limites da jurisdio nacional. (C) de acordo com o princpio da precauo quando houver ameaa de danos srios ou irreversveis, a ausncia de absoluta certeza cientfica no deve ser utilizada como razo para postergar medidas eficazes e economicamente viveis para prevenir a degradao ambiental. (D) a noo de gesto sustentvel dos recursos naturais no espao e no tempo impe um duplo imperativo tico de solidariedade - equidade intrageracional e intergeracional. (E) de acordo com o princpio poluidor-pagador o poluidor deve pagar pela poluio causada que acarrete danos sade humana e os demais custos ambientais da produo devem ser arcados por toda a sociedade para a prpria existncia das atividades econmicas. Resposta: Letra E. O poluidor deve arcar com todos os custos ambientais. A letra A est CERTA porque o desenvolvimento sustentvel deve harmonizar crescimento econmico, preservao ambiental e equidade social. A letra B est CERTA, o princpio da cooperao entre os povos. A letra C est CERTA. A letra D est CERTA. Deve haver equidade dentro da nossa gerao (ex.: princpio do usurio-pagador) e entre as geraes (princpio do desenvolvimento sustentvel). 15) (FGV 2012 Senado Federal Consultor Legislativo Meio Ambiente) Para proteger o meio ambiente, deve-se evitar a ocorrncia de danos srios ou irreversveis. A ausncia de absoluta certeza cientfica no deve ser utilizada como razo para postergar medidas eficazes e economicamente viveis para prevenir a degradao ambiental. A qual princpio ambiental esse enunciado se refere? (A) Princpio do acesso equitativo dos recursos naturais. (B) Princpio da solidariedade intergeracional. (C) Princpio da precauo. (D) Princpio da informao.

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    (E) Princpio da preveno ou da preservao. Resposta: Letra C. Princpio da precauo ou da cautela. 16) (FGV 2012 Senado Federal Consultor Legislativo Meio Ambiente) A Constituio Federal de 1988 consagra princpios ambientais internacionais, estabelece competncias legislativas e administrativas que possibilitam o regramento do exerccio das atividades poluidoras e da responsabilizao por danos ambientais. Marque qual alternativa expressa corretamente essa nova ordem constitucional de proteo ambiental. (A) A ao popular e a ao civil pblica foram consagradas pela Constituio Federal de 1988 como instrumentos para promover a defesa judicial do meio ambiente. (B) De acordo com a Poltica Nacional do Meio Ambiente, a educao ambiental obrigatria da competncia exclusiva dos Municpios, responsveis pelo ensino fundamental. (C) A opo pelo modelo de Estado de direito ambiental pode ser identificada na forma em que as competncias so distribudas entre os entes da federao na Constituio Federal de 1988. A importncia da questo ambiental patente ao se atribuir competncia exclusiva Unio Federal para legislar sobre meio ambiente, guas, florestas, minas e jazidas. (D) A nova ordem constitucional reconheceu a gravidade dos danos ambientais ao admitir a aplicao de sanes penais a pessoas jurdicas como alternativa s sanes administrativas nas hipteses em que os danos causados no tenham sido reparados. (E) So disponveis as terras devolutas, ou arrecadas pelos Estados por aes discriminatrias, em reas de proteo ambiental no ocupadas por populaes tradicionais. Reposta: Letra A. Arts. 5, LXXIII, (ao popular) e 129, III (ao civil pblica), da Constituio. A letra B est ERRADA. A educao ambiental de competncia do Poder Pblico (Unio, Estados, DF e Municpios) e deve ser ofertada em todos os nveis de ensino (art. 225, 1, VI, da Constituio). A letra C est ERRADA. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre florestas e proteo do meio ambiente (art. 24, VI, da Constituio). De fato, compete exclusivamente Unio legislar sobre guas (art. 22, IV, da Constituio) e minas e jazidas (art. 22, XII, da Constituio). A letra D est ERRADA. Art. 225, 3, da Constituio. As sanes penais e administrativas so cumulativas e independentes, podendo ser aplicadas mesmo que tenha havido reparao dos danos. A letra E est ERRADA. Art. 225, 5, da Constituio. So indisponveis. 17) (CESPE - 2011 TRF/1 Juiz) Em defesa do meio ambiente, o STF assim se pronunciou: O direito integridade do meio ambiente

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    tpico direito de terceira gerao constitui prerrogativa jurdica de titularidade coletiva, refletindo, dentro do processo de afirmao dos direitos humanos, a expresso significativa de um poder atribudo, no ao indivduo identificado em sua singularidade, mas num sentido verdadeiramente mais abrangente, prpria coletividade social. Tendo o texto acima como referncia, assinale a opo correta com base nas disposies legais de defesa do meio ambiente. (A) Em atendimento ao princpio do poluidor pagador, previsto no direito positivo brasileiro, a Poltica Nacional do Meio Ambiente determina a proteo de reas ameaadas de degradao. (B) A defesa do direito ao meio ambiente equilibrado nasceu a partir da Declarao de Estocolmo, em 1972, cujas premissas so marcadamente biocntricas. (C) O objeto de proteo do direito ambiental concentra-se nos fatores biticos e abiticos, que devem ser tratados isoladamente. (D) Em razo do tratamento dispensado ao meio ambiente pelo texto constitucional, depreende-se que exigido dos cidados, predominantemente, um non facere em relao ao meio ambiente. (E) O direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado afasta eventual tentativa de desafetao ou desdestinao indireta. Resposta: Letra E. O bem ambiental no pode ser desafetado ou desdestinado indiretamente, de modo dissimulado ou disfarado. Desafetar desvincular um bem de sua finalidade pblica. Desdestinar desvincular um bem que havia sido desapropriado de sua finalidade pblica. Isto s poderia ser feito excepcionalmente e por meio de lei, e no indiretamente. Apenas a ttulo de curiosidade, adestinar significa no dar destinao e tredestinar significa dar destinao diversa. A letra A est ERRADA porque no h aplicao direta do princpio do poluidor pagador na proteo de reas. Poderamos falar em outros princpios, como o da preveno, o do meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental etc. Mas o art. 2, IX, da Poltica Nacional de Meio Ambiente (Lei n 6.938/81) prev sim a proteo de reas ameaadas de degradao. A letra B est ERRADA porque a Declarao de Estocolmo no biocntrica, antropocntrica, isto , coloca o homem no centro das atenes, como se o meio ambiente existisse somente para servi-lo. A letra C est ERRADA porque os fatores biticos (fauna, flora etc.) e abiticos (temperatura, luz, presso atmosfrica, chuva, vento etc.) devem ser tratados conjuntamente e no isoladamente. A letra D est ERRADA, pois exigem-se tanto obrigaes de no fazer (abstenes, comportamentos negativos ou non facere) como obrigaes de fazer (atitudes, aes, comportamentos positivos). 18) (VUNESP - 2012 TJ/MG Juiz) Em se considerando que o princpio da precauo e o princpio da preveno j se encontram instrumentalizados no artigo 225, caput, da Constituio da Repblica, correto afirmar que

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    (A) se adota o princpio da preveno quando h dvida cientfica sobre o potencial danoso de uma ao que interfira no ambiente. (B) se adota o princpio da precauo quando conhecidos os males que a ao causa ao ambiente. (C) o princpio da precauo pressupe a inverso do nus probatrio. (D) o princpio da preveno derroga o princpio da precauo se estiverem em rota de coliso quando da soluo de um caso concreto. Resposta: Letra C. Normalmente se exigiria a prova do dano ambiental para que um empreendimento fosse interditado, mas, pelo princpio da precauo, o nus da prova invertido: o empreendedor que est obrigado a demonstrar que seu empreendimento no trar prejuzos ao meio ambiente, se quiser continuar sua atividade. A letra A est ERRADA, porque a dvida cientfica caracteriza o princpio da precauo e no da preveno. A letra B est ERRADA porque o conhecimento das consequncias caracteriza o princpio da preveno e no da precauo. A letra D est ERRADA. Um princpio no derroga (exclui) o outro. Eles podem e devem ser harmonizados (adequao de princpios, ponderao de valores). 19) (CESPE - 2012 TJ/PI Juiz) Considerando os princpios de direito ambiental, assinale a opo correta. (A) Como forma de buscar a responsabilizao pessoal