Aula 03 a Estrutura Do Mau Gosto1

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  • 8/18/2019 Aula 03 a Estrutura Do Mau Gosto1

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    AULA 03 - A ESTRUTURA DO MAU GOSTO

     Primeiro, qual a concepção que temos de mau gosto?

    - que tal um homem de terno amarelo com gravata roxa?

    - e uma mulher, em pleno verão, de terninho social e salto andando pela praia?

    Esse é o típico reconhecimento instintivo. Desproporções evidentes. arece !ora dolugar.

     Mas o mau gosto seria apenas isto?

    " cultura alemã criou uma categoria, a do #itsch.

    O que é o Kitsch?

    $eralmente tem um marcante estímulo sentimental%&alori'a o e!eito (estratégia pode ser a redund)ncia*%+ a !orma que d maior aparato cultura de massa.

    mportante/ h autores que apontam que, sem nenhuma gota de #itsch, não pode existirnenhum tipo de arte.

    0 #itsch tra' uma !alsa representação de mundo, uma ilusão.0 #itsch é uma atitude de origem pequeno-1urguesa. 0 p21lico 3ulga estar !ruindo deuma representação original do mundo, mas na verdade go'a unicamente de umaimitação secundria.

    4o3e, os consumidores de arte querem e!etivamente go'ar e!eitos ao invés deempenharem-se em na mais di!ícil e reservada operação de uma !ruição estéticacomplexa e responsvel.

    " arte se torna dese3vel pela sua 5comesti1ilidade6.

     Então, o que nos autoriza que um objeto se manieste como de mau gosto?

    O autor cita um exemplo...7m vestido que, com sa1edoria artesanal, sai1a p8r em relevo as graças de uma mulherque o usa, não é um produto de mau gosto (vir a s9-lo caso !orçar a atenção de quemolha apenas para certos aspectos mais vistosos da pessoa que o veste/ mas nesse casonão põe, a1solutamente, em relevo a graça total da mulher, mas desequili1ra-lhe a

     personalidade, redu'indo-a mero suporte de um aspecto !ísico particular* p.:;.

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    * fico pensando... há mulheres interessantes, inteligentes, mas que a roupa que vestem

    as transformam apenas em “mercadoria de consumo”.

    Importante: tam1ém é =itsch não s> aquilo que estimula e!eitos sentimentais, mastam1ém quando h a sugestão de que, go'ando certos e!eitos, o leitor estar

    aper!eiçoando uma experi9ncia estética privilegiada.

    4o3e, h um movimento para venda da arte... or isso, é importante compreender aseguinte a!irmação/

    0 =itsch não di' tanto respeito arte quanto a um comportamento de vida, visto queo =itsch não poderia prosperar se não existisse um =itsch-mensch que necessita dessa!orma de mentira para reconhecer-se nela.

    + como se a experi9ncia da arte se impusesse... omo se o consumo das artes

    representasse a salvação... ara ser alguém, é preciso consumir arte...sso tam1ém é uma !uga... uma mentira... uma !orma de alienação.

    ortanto, a de!inição de =itsch pode ser a 5comunicação que tende provocação doe!eito6.

    Midcult

     @a produção de uma o1ra A uma est>ria em quadrinhos, uma escultura etc - pode-seusar elementos emprestados da vanguarda artística.

    Qual a motivação 7sa, porque 3ulgou !uncional, porque pretende criar uma re!er9nciaartística (!a'er lem1rar o o13eto original* e criar um produto aceitvel no mercado.

    " propaganda tam1ém !a' isso A com o uso de clssicos etc.

    " utili'ação de um produto culto visa a um consumo que nada tem a ver com a presunção de uma experi9ncia estética.

    ... Buando muito, o consumidor do produto, entra em contato com modos estilísticosque conservaram algo da no1re'a original, e cu3a origem ele ignora.

    Exemplo/ um escritor que lem1ra Cachado de "ssis é midcult.

    ara alguns, a pro1lema do =itsch !ica excluída dessas questões.0s críticos de cultura entendem que esses produtos são indignos de anlise.

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    Entretanto, pode-se considerar que o midcult toma a !orma de =itsch por exercer !unçãode puro consolo, tornar-se estímulo para evasões acríticas, e por !a'er-se ilusãocomercivel.

    Importante: "qui h um perigo...

    " crítica da cultura de massa pode tomar a !orma de presunção esno1e.

     !or conta disso, o autor di" que a crítica da cultura de massa torna-se o 2ltimo e maisrequintado produto da cultura de massa.Ex/ - muitas ve'es o crítico critica apenas para contrariar os demais. 7ma espécie decapricho individual.

    " crítica do gosto torna-se um 3ogo 1astante estéril muito pouco nos di'endo so1re os!en8menos culturais de uma sociedade no seu con3unto.

    ! "er#

    onseqFentemente, 1om e mau tornam-se categorias transit>rias, que não podem, demodo algum, servir para de!inirem a !uncionalidade de uma mensagem que

     provavelmente desempenha !unções 1em diversas, no contexto de um grupo ou detoda uma sociedade. .G:.

    " sociedade de massa é tão rica em determinações e possi1ilidades, que nela seesta1elece um 3ogo de mediações e reportações entre cultura de desco1erta, culturade puro consumo, cultura de divulgação e mediação, di!icilmente redutíveis sde!inições do 1elo ou do =itsch. .G:.

    " crítica muitas ve'es ignora as necessidades humanas...Ex/ chegar ao !im do dia e consumir um livro que !aça rir, cause arrepios etc.

    0 pro1lema de uma equili1rada comunicação cultural não consiste na a1olição dessasmensagens, mas na sua dosagem, e em evitar que se3am vendidas e consumidas comoarte.

    Hedução do produto musical a !etiche A ou se3a, a m2sica é consumida em !unção dealguém ter nos dito que é 1om (Cuitas ve'es, por imposição do pr>prio mercado.*. @ãode !orma analítica.

    ... Essa é a relação típica entre o homem massi!icado e a produção cultural.

    Estrutura da mensaem po!tica

     #á vários aspectos tratados, mas vou desconsiderar...

    I

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    ... $amos focar apenas no contexto da recepção. %sto, porque &co resgata a sistema da

    'omunicação e aponta que os !atores !undamentais são o autor, o receptor, o tema damensagem e o c>digo a que a mensagem !a' re!er9ncia.

    (ratar do receptor ) fundamental para entender as implicaçes da produção art+sticocultural na sociedade de massa.

    $ual a unção do receptor? nterpretar. ara isso, !a' uso, primeiro, da decodi!icação.

    Je o autor quiser que a mensagem tenha um signi!icado comum a todos que !oreminterpret-la, introdu'ir elementos que de re!orço, reiteração etc.

    ... " mensagem ser assim, tanto mais unívoca quanto mais redundante, e os

    signi!icados serão repetidamente re!orçados. % mensagem art&stica ' ou que deinimos como poética ' tem a unção de ser

    un&(oca? A @ão. " am1igFidade é !undamental.

    ... " mensagem poética usa propositadamente os termos de modo que sua !unçãore!erencial se3a alterada.

    ... " arte tem uma !unção aut8noma. Jua linguagem não é compartida (como sugereCarques de Celo*.

    0 receptor se v9 !orçado a decodi!icar uma mensagem cu3o c>digo desconhece.

    ... " am1igFidade não é uma característica acess>ria% é mola !undamental da mensagem poética.

    or isso, o receptor deve assumir uma atitude di!erente em relação mensagem. @ãovai consumi-la como simples veículo de signi!icados, esquecendo em seguida taissigni!icados...

    ... &ai o1rigar ainda a constantes auto-indagações.

    Essa de!inição da arte como experi9ncia a1erta não !oi inventada pelos te>ricos.Krata-se de uma característica hist>rica da mensagem poética.

    " mensagem poética deve gerar uma surpresa (inclusive, no sentido de tensesinsatisfeitas-.

    L

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    " o1ra de arte nos propõe uma mensagem cu3a decodi!icação implica uma aventura A 3que estamos diante de que algo que não prevíamos.

    $uais os problemas hoje?