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Comércio Internacional p/ AFRFB-2013
Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 04
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AULA 04: MERCOSUL
SUMÁRIO PÁGINA
1- Palavras Iniciais 1 - 2
2-Histórico da Integração Regional no MERCOSUL 3- 10
3- Objetivos Integracionistas do MERCOSUL 10 – 22
4- Estrutura Institucional do MERCOSUL 22- 42
5- Resultados do MERCOSUL 43 – 64
6- Regime de Origem 64 – 71
7- Questões Comentadas 71 - 78
6- Lista de Questões e Gabarito 79 - 96
Olá, amigos tudo bem? Como vão os estudos?
É sempre uma grande satisfação estar aqui com vocês!
Na aula anterior, nós falamos sobre a teoria da integração regional e demos início ao estudo sobre os principais blocos regionais. Falamos da ALADI,
do NAFTA, da Comunidade Andina de Nações (CAN) e da Comunidade do Caribe (CARICOM).
Na aula de hoje, dando continuidade ao estudo da integração
regional, falaremos sobre o MERCOSUL. Reservamos uma aula inteira para o estudo desse bloco regional porque esse é um dos assuntos mais cobrados
em concursos (no ranking de assuntos mais cobrados, ele só perde para a OMC!). Os tópicos a serem abordados são os seguintes:
“5. MERCOSUL. Objetivos e estágio atual de integração. 5.1. Estrutura institucional e sistema decisório. 5.2. Tarifa externa
comum: aplicação; principais exceções. 5.3. Regras de origem.”
Algumas observações em relação aos editais anteriores:
1) Não é mais cobrado o tema “Valoração Aduaneira no
MERCOSUL”, assunto que está, agora, no programa de Legislação Aduaneira.
2) O tema “Solução de Controvérsias no MERCOSUL”, assunto que foi cobrado no último concurso de Analista Tributário RFB, não é pedido
nesse edital de 2012.
Assim, esses dois temas não estarão na aula de hoje. De qualquer
modo, há muita coisa para ser falada sobre o MERCOSUL. Mas não se preocupem! Tenho certeza de que, ao final da aula, vocês serão quase
especialistas em MERCOSUL, ok? Todos preparados?
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Então vamos nessa... Uma boa aula a todos!
Um abraço,
Ricardo Vale
http://twitter.com/#!/RicardoVale01
http://www.facebook.com/rvale01 “O segredo do sucesso é a constância no objetivo!”
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1-HISTÓRICO DA INTEGRAÇÃO REGIONAL NO MERCOSUL:
Na década de 70, o Brasil atravessou um período conhecido por “milagre econômico”, em que houve crescimento econômico acelerado e
ampla industrialização. Por sua vez, a Argentina experimentou um declínio de seu modelo agroexportador, o qual reduziu sua importância e alcance
internacional. Com o surto de crescimento econômico obtido pelo Brasil,
surgiram novos interesses em relação aos países vizinhos, notadamente a busca de novas fontes de energia e aproveitamento da rede hidrográfica de
forma conjunta, iniciativas que poderiam sustentar o desenvolvimento do país.
A maior penetração brasileira nos países vizinhos e o “milagre econômico”, aliados a visões geopolíticas dos militares brasileiros e argentinos
(que estavam no poder à época), suscitaram desconfianças da Argentina em relação à política externa brasileira. As desconfianças argentinas se
materializaram na oposição à construção da usina hidrelétrica de Itaipu, o que criou um conflito de alcance internacional, deixando em clima de tensão
as relações bilaterais entre os países durante uma década.
A superação do conflito ocorreu com a celebração, em 1979, do
acordo Itaipu-Corpus. A partir daí, ocorreu uma reaproximação entre Argentina e Brasil, possibilitando mais tarde a integração econômica entre os
dois países e, futuramente, a constituição do MERCOSUL. As origens do MERCOSUL remontam, portanto, à década de 80, quando houve um relativo
incremento da cooperação bilateral entre Brasil e Argentina. Anteriormente, os dois países possuíam uma relação bilateral de natureza
conflitiva, marcada por uma disputa pela hegemonia regional. A existência de regimes ditatoriais acentuava ainda mais a rivalidade e, ao mesmo tempo, contribuía para a ideia de que havia um risco de conflito entre eles.1
Percebeu-se, todavia, que a integração seria benéfica aos dois países, permitindo-lhes obter maior desenvolvimento e crescimento
econômico. Isso nos permite afirmar que, ao contrário da União Europeia, o que motivou a aproximação bilateral entre Brasil e Argentina foi
fundamentalmente o aspecto econômico-comercial. Entretanto, houve também aspectos políticos que aproximaram os dois países.
Na década de 80, Argentina e Brasil possuíam algumas semelhanças políticas e econômicas que os aproximava. Ambos haviam
mudado o regime político, instaurando a democracia após o fim do regime militar, o que os levava a sentir a necessidade de consolidar o processo
democrático. Ao mesmo tempo, percebiam a importância de criar alianças para fortalecer-se nas relações econômicas internacionais, o que seria
particularmente importante em virtude das negociações comerciais da Rodada
1 OCAMPO, Raúl Granillo. Direito Internacional Público da Integração. Rio de Janeiro: Campus, 2008, pp.461-463
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Uruguai, iniciada em 1986. Os problemas econômicos que Brasil e Argentina atravessavam também eram bastante parecidos. A dívida externa dos dois
países era bastante elevada e ambos os governos adotavam medidas para controlar a alta inflação.
Em 1985, Brasil e Argentina assinaram a Declaração de Iguaçu,
que estabeleceu as bases da cooperação bilateral econômica entre os dois
países. No ano seguinte, em 1986, foi assinado entre os ex-presidentes José Sarney e Raúl Alfonsin o Tratado de Cooperação Econômica, por meio do
qual foi estabelecido o PICE (Programa de Integração e Cooperação Econômica), que visava a incrementar a cooperação econômica entre os
dois países. Em 1988, foi assinado, também por esses dois países, o Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, que tinha como objetivo
estabelecer as bases para uma área de livre comércio entre Brasil e Argentina.
A adesão do Uruguai ao projeto de integração sul-americano foi
realizada de forma lenta, uma vez que esse país tinha preferência por manter
seus acordos bilaterais, temendo que a integração pudesse comprometer sua incipiente indústria. O Paraguai, por sua vez, só foi incorporado ao processo de
integração após a deposição do ditador Alfredo Stroessner em 1989, representante do último regime ditatorial da região. 2
Lançadas as bases do MERCOSUL, este bloco regional foi constituído por meio do Tratado de Assunção, assinado em 1991 por Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai. A celebração do Tratado de Assunção foi motivada
nitidamente por aspectos econômico-comerciais, já que os 4 (quatro) países perceberam que teriam muito maior poder negociador caso atuassem
em conjunto. Com efeito, as origens do MERCOSUL remontam a um contexto global em que se vivia ampla abertura comercial, seja em âmbito multilateral
ou regional. Em nível multilateral, desenvolvia-se a mais complexa e ambiciosa de todas as negociações comerciais: a Rodada Uruguai. Já em nível regional,
os países latino-americanos, seguindo a ideologia liberal do Consenso de Washington, promoviam a abertura comercial.
Vocês se lembram de quando estudamos sobre a ALADI na aula
anterior? No âmbito dessa organização internacional, podem ser celebrados
acordos de alcance regional (entre todos os membros) e acordos de alcance parcial (limitado a apenas alguns membros). Pois bem, o
MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado sob a égide da ALADI, denominado mais especificamente de Acordo de Complementação
Econômica (ACE) nº 18.
2 OCAMPO, Raúl Granillo. Direito Internacional Público da Integração. Rio de Janeiro: Campus, 2008, pp.461-463
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Em 2006, foi assinado o Protocolo de Adesão da Venezuela ao MERCOSUL, tendo como objetivo que esse país se torne um membro efetivo do
bloco regional. No entanto, para que ele pudesse entrar em vigor e a Venezuela efetivamente se incorporasse ao MERCOSUL, seria necessário que
todos os membros do bloco ratificassem esse protocolo. Brasil, Argentina e Uruguai o fizeram, restando apenas o Paraguai.
Em junho de 2012, devido à destituição do Presidente do Paraguai, Fernando Lugo, o Protocolo de Ushuaia3 foi invocado para
suspender o Paraguai da participação no MERCOSUL até que sejam realizadas
novas eleições presidenciais naquele país. Com a suspensão do Paraguai, abriu-se caminho para a adesão da Venezuela, que ocorreu em 31 de
julho de 2012. Até a data em que escrevemos essa aula, o Paraguai estava suspenso.
Hoje, temos as seguintes categorias de membros no MERCOSUL:
a) membros efetivos: Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai.
b) membros associados: Chile, Bolívia, Equador, Peru e Colômbia.
Os membros associados do MERCOSUL participam das reuniões desse bloco regional, mas não possuem direito de voto. Esses países já possuem
acordos comerciais com o MERCOSUL (e.g, MERCOSUL-CAN, MERCOSUL-Chile), o que demonstra a intenção de ainda maior aproximação comercial no
futuro. Cabe destacar que os membros associados do MERCOSUL não utilizam a Tarifa Externa Comum (TEC), tampouco se vinculam às normas emanadas
dos órgãos decisórios do bloco.
O Tratado de Assunção prevê a possibilidade de adesão ao
MERCOSUL de qualquer Estado integrante da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI). A aprovação da adesão de um Estado
deverá ser objeto de deliberação unânime dos Estados-partes do MERCOSUL. A expectativa atual, inclusive, é a de que, nos próximos anos, o MERCOSUL
conte com a participação, como membros efetivos, de outros países da América do Sul.
Em dezembro de 2012, foi aprovada a Decisão CMC nº 68/2012, que
versa sobre a adesão da Bolívia ao MERCOSUL. A referida adesão aprovou
o texto do Protocolo de Adesão da Bolívia ao MERCOSUL, o qual, todavia, precisará ser assinado e ratificado por todos os membros do bloco regional
3 Segundo o art. 4º do Protocolo de Ushuaia, no caso de ruptura da ordem democrática em
um Estado–parte, serão celebradas consultas dos Estados-partes entre si e com o Estado
afetado. Caso as consultas não tenham resultado, o Estado afetado poderá sofrer sanções,
que vão desde a suspensão do direito de participar dos órgãos do processo de integração
regional até a suspensão dos direitos e obrigações resultantes desse processo.
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para que, só então, entre em vigor. Até lá, a Bolívia continuará a ser um membro associado do MERCOSUL.
Também é possível que um Estado queira denunciar o Tratado de
Assunção, ou seja, desvincular-se do MERCOSUL. Quando um Estado tiver essa intenção, ele deverá comunicá-la aos demais Estados-partes, de
maneira expressa e formal, entregando o documento de denúncia ao Ministério
das Relações Exteriores do Paraguai, que o distribuirá aos demais membros do MERCOSUL. Uma vez formalizada a denúncia, o Estado denunciante não estará
mais vinculado aos direitos e obrigações que lhe correspondam na condição de Estado-parte, salvo em relação ao Programa de Liberalização Comercial e
outros aspectos negociados, os quais irão vigorar por 2 (dois) anos contados da data da denúncia. Dessa forma, mesmo saindo do MERCOSUL, o Estado
ainda irá participar, por mais 2 (dois) anos, da livre circulação de mercadorias intrabloco.
O MERCOSUL possui acordos comerciais celebrados com
diversos países, dentre os quais citamos MERCOSUL-Índia, MERCOSUL-
SACU (União Aduaneira Sul-Africana), MERCOSUL-Israel, MERCOSUL- Chile e MERCOSUL-México. Nos próximos anos, vislumbra-se que o MERCOSUL celebre
um acordo preferencial com a União Europeia. Cabe destacar, quanto a esse ponto, que, nas negociações comerciais internacionais, o MERCOSUL
atua sempre em bloco. Assim, não há acordo comercial celebrado exclusivamente pelo Brasil ou exclusivamente pela Argentina. Ao contrário,
somente há acordos celebrados pelo MERCOSUL como um todo.
Em dezembro de 2012, por meio da Decisão CMC nº 64/2012, os países integrantes do MERCOSUL decidiram solicitar a participação do bloco,
na condição de observador, na Aliança do Pacífico. A Aliança do Pacífico é
um acordo comercial celebrado por México, Chile, Colômbia e Peru que tem atraído os interesses de EUA, Europa e Ásia.
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!
1. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- Criado por meio do Tratado de Assunção, o MERCOSUL teve, no momento de seu
surgimento, finalidade nitidamente política, relacionada tanto à necessidade de consolidar o processo de convergência política
existente entre o Brasil e a Argentina quanto à necessidade de superar
o clima de enfrentamento que caracterizou historicamente as relações entre os dois vizinhos.
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Comentários:
De fato, houve alguns aspectos políticos que levaram à aproximação bilateral entre Brasil e Argentina. No entanto, a integração regional entre os
membros do MERCOSUL teve finalidade nitidamente econômico-comercial. Os quatro países (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) perceberam que, juntos,
teriam muito maior poder nas negociações comerciais internacionais. Questão
errada.
2. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- São membros plenos do MERCOSUL o Brasil, o Paraguai, a Argentina, o Uruguai e a
Venezuela.
Comentários:
Todos esses países são, atualmente, membros efetivos do
MERCOSUL. Questão correta.
3. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- Os Estados associados do MERCOSUL são Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Equador e
Guiana.
Comentários:
Os membros associados do MERCOSUL são Chile, Bolívia, Equador,
Peru e Colômbia. A Guiana não é membro associado do MERCOSUL. Questão errada.
4. (AFRFB – 2009)- O MERCOSUL foi constituído sob a égide da Associação Latino-Americana de Integração por meio de acordo de
complementação econômica firmado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai.
Comentários:
O MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado no âmbito da ALADI. Trata-se de um acordo de complementação econômico (ACE nº 18)
firmado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Questão correta.
5. (INMETRO – Articulação Internacional / 2009)- O processo de integração econômica sob a égide do MERCOSUL remonta à superação
do contencioso Itaipu-Corpus entre Brasil e Argentina e aos
instrumentos firmados por ambos os países.
Comentários:
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De fato, a integração econômica na América do Sul tem suas origens na aproximação bilateral entre Brasil e Argentina no início da década de 80, o
que só foi possível após a superação do contencioso que envolvia os dois países acerca da construção da hidrelétrica de Itaipu. Questão correta.
6. (ACE-1997 - adaptada)- O Tratado de Cooperação Econômica
(1986) firmado pelos ex-presidentes José Sarney (Brasil) e Raul
Alfonsin (Argentina) propunha criar uma área de livre comércio entre Brasil e Argentina.
Comentários:
Em 1986, os presidente Sarney e Alfonsín assinaram o Tratado de
Cooperação Econômica, por meio do qual foi estabelecido o PICE, que tinha
como objetivo aprofundar a integração econômica entre Brasil e Argentina. O objetivo de criar uma área de livre comércio somente foi estabelecido em
1988, pelo Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento. Questão errada.
7. (AFRFB – 2009)- Como os membros da ALADI estão formalmente
proibidos de integrarem outros esquemas preferenciais, os países do MERCOSUL desligaram-se daquela associação quando firmaram o
Tratado de Assunção que constituiu o MERCOSUL.
Comentários:
Os membros da ALADI não estão proibidos de integrarem outros
esquemas preferenciais. Ao contrário, a ALADI permite que sejam celebrados, sob sua égide, acordos de alcance regional (que vinculam todos os seus
membros) e acordos de alcance parcial (que vinculam somente alguns membros).
O MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado no âmbito da ALADI e seus membros (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) são
também membros da ALADI. Questão errada.
8. (AFRFB – 2005)- Em 2004, o MERCOSUL concluiu acordos comerciais, por exemplo, com a Índia e com a SACU (União Aduaneira
Sul-Africana, formada por África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia e
Suazilândia), e atualmente negocia acordos com outros países.
Comentários:
O MERCOSUL possui acordos comerciais com a Índia e com a União Aduaneira Sul-Africana (SACU). Atualmente, a maior expectativa é acerca das
negociações comerciais com a União Europeia. Questão correta.
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9. (AFTN-1996)- O MERCOSUL é um sistema de integração regional estabelecido inicialmente pela Associação Latino-Americana de
Integração (ALADI), em 1980. Com a redução do número de participantes desta associação, os remanescentes mudaram sua
denominação para MERCOSUL, na reunião realizada em 1991 em Assunção, capital do Paraguai.
Comentários:
O MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado no âmbito da ALADI. No entanto, ele foi uma iniciativa de Brasil, Argentina, Uruguai e
Paraguai (e não estabelecido pela ALADI!). Outro erro da questão está em dizer que o número de integrantes da ALADI se reduziu e os remanescentes
formaram o MERCOSUL.
A ALADI é uma coisa e MERCOSUL é outra. A ALADI foi criada em
1980 pelo Tratado de Montevidéu; o MERCOSUL foi criado em 1991 pelo Tratado de Assunção. Questão errada.
10. (Questão Inédita)- MERCOSUL e União Europeia estabeleceram
no ano de 2009 uma área de livre comércio de mercadorias.
Comentários:
Ainda não foi estabelecida uma área de livre comércio entre
MERCOSUL e União Europeia. No entanto, os dois blocos regionais já iniciaram as negociações de um acordo comercial. Questão errada.
11. (Questão Inédita)- O MERCOSUL possui acordos comerciais com países fora do continente americano, tais como Israel, Índia e a União
Aduaneira Sul-Africana (SACU).
Comentários:
O MERCOSUL possui acordos comerciais com países dentro da ALADI
e ainda com países de fora do continente americano, tais como Israel, Índia e SACU. Questão correta.
12. (Questão Inédita)- O MERCOSUL é um acordo de alcance parcial
celebrado no âmbito da ALADI.
Comentários:
De fato, o MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado no
âmbito da ALADI. Questão correta.
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13. (IRB-2010-adaptada)- Após a aprovação, pelo Senado Federal, em dezembro de 2009, do protocolo de adesão da Venezuela ao
MERCOSUL, resta apenas a ratificação por parte do Paraguai para que o processo de incorporação daquele país à União Aduaneira seja
concluído.
Comentários:
Com a suspensão do Paraguai, por ocasião da deposição do
Presidente Fernando Lugo, a Venezuela completou seu processo de adesão ao MERCOSUL. Questão errada.
14. (TRF-2005)- Na qualidade de membros associados do MERCOSUL,
Chile e Bolívia também aplicam a Tarifa Externa Comum (TEC) do
bloco.
Comentários:
A Tarifa Externa Comum (TEC) somente é aplicada pelos membros efetivos do MERCOSUL: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Questão errada.
15. (INMETRO – Articulação Internacional / 2009)- Diante da especificidade de seus interesses comerciais e de seu maior grau de
desenvolvimento, relativamente aos demais sócios do MERCOSUL, o Brasil tem preferido negociar, isoladamente com a União Europeia, os
temas mais sensíveis da agenda bilateral, juntamente com os temas relacionados ao acesso a mercados para produtos não agrícolas, à
facilitação de comércio e à resolução de controvérsias comerciais.
Comentários:
O MERCOSUL somente pode negociar em conjunto, isto é, os
membros do MERCOSUL não possuem autonomia para negociar acordos comerciais individualmente com outros países. Dessa forma, o Brasil não pode
negociar um acordo com a União Europeia sem a participação dos demais membros do MERCOSUL. Questão errada.
2- OBJETIVOS INTEGRACIONISTAS DO MERCOSUL:
O Tratado de Assunção estabelece, em seu art. 1º, que o objetivo
do MERCOSUL é constituir, até 31 de dezembro de 1994, um mercado comum. Mas o que pressupõe um mercado comum?
Conforme já estudamos, um mercado comum pressupõe: i) livre
circulação de bens e serviços; ii) política comercial comum em relação a
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terceiros países e; iii) livre circulação dos fatores de produção. Pois bem, para que o MERCOSUL se torne um mercado comum ele deverá, portanto, promover
tais avanços. Guarde bem isso! Em um mercado comum, assume-se a
existência das “quatro liberdades” do mercado: livre circulação de bens, serviços, pessoas e capitais.
Vamos ler juntos o art. 1º do Tratado de Assunção, que é, sem
dúvida alguma, muito importante:
Artigo 1º - Os Estados Partes decidem constituir um Mercado Comum, que deverá estar estabelecido a 31 de dezembro de 1994, e que se
denominará "Mercado Comum do Sul" (MERCOSUL). Este Mercado Comum implica:
- A livre circulação de bens serviços e fatores produtivos entre os países, através, entre outros, da eliminação dos direitos alfandegários restrições não tarifárias à circulação de mercado de qualquer outra
medida de efeito equivalente; - O estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma
política comercial comum em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e internacionais;
- A coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes - de comércio exterior, agrícola, industrial, fiscal,
monetária, cambial e de capitais, de serviços, alfandegária, de transportes e comunicações e outras que se acordem -, a fim de assegurar condições adequadas de concorrência entre os Estados
Partes; e - O compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas legislações,
nas áreas pertinentes, para lograr o fortalecimento do processo de integração.
Agora vamos analisar esse artigo por etapas!
A primeira implicação da constituição de um mercado comum é a
livre circulação de mercadorias entre seus integrantes. Será que isso já existe no MERCOSUL?
Pode-se considerar que há livre circulação de mercadorias em relação à parte substancial do comércio entre os membros do MERCOSUL. No entanto,
ainda existem importantes exceções ao comércio intrabloco, como, por exemplo, automóveis e açúcar. Outro exemplo de restrição ao livre fluxo de
mercadorias é a possibilidade de que os membros do MERCOSUL apliquem medidas antidumping e medidas compensatórias uns contra os outros.
Além disso, no comércio entre Brasil e Argentina, é possível a aplicação de medidas de salvaguarda, ao amparo do Mecanismo de Adaptação
Competitiva (MAC).
A segunda implicação da constituição de um mercado comum é a
livre circulação de serviços entre seus integrantes. Isso ainda não existe (e
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está longe de existir!) no âmbito do MERCOSUL. Todavia, os membros do MERCOSUL assinaram o Protocolo de Montevidéu, cujo objetivo é promover
a livre circulação de serviços no interior do bloco. O Protocolo de Montevidéu, que entrou em vigor em 2005, prevê um prazo de 10 anos para a liberalização
do comércio de serviços no MERCOSUL. Em tese, teríamos livre circulação de serviços no MERCOSUL no ano de 2015.
A terceira implicação de um mercado comum é a livre circulação dos fatores de produção (capital e mão-de-obra). Esse objetivo ainda não
foi conquistado, uma vez que se faz necessário a harmonização das políticas trabalhista, previdenciária e de capitais. Cabe destacar, todavia, que no âmbito
do MERCOSUL, já existem iniciativas nesse sentido, como a Declaração Sociolaboral do MERCOSUL, assinada em 1998 pelos quatro membros do
bloco, que estabelece princípios em matéria trabalhista para o MERCOSUL. Também já foi assinado, no âmbito do bloco regional, o Acordo Multilateral
de Seguridade Social do MERCOSUL.
A quarta implicação de um mercado comum é o estabelecimento de
uma Tarifa Externa Comum (TEC), que é justamente o que materializa uma política comercial comum em relação a terceiros países (característica de
uma união aduaneira!). No MERCOSUL, já existe uma Tarifa Externa Comum (TEC). No entanto, ainda existem diversas exceções à TEC, sobre as quais
estudaremos mais à frente.
A quinta implicação para a constituição de um mercado comum é a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados-
partes. O objetivo dessa coordenação de políticas é justamente promover condições adequadas de concorrência entre os membros do bloco regional.
A sexta implicação é a harmonização das legislações nas áreas pertinentes. Considerando-se que o objetivo do MERCOSUL é tornar-se um
mercado comum, haverá necessidade de harmonizar as políticas comerciais intrabloco e extrabloco e, ainda, as políticas trabalhista, previdenciária e de
capitais.
Ao contrário da União Europeia, o MERCOSUL não
possui como objetivo estabelecer uma moeda comum, tampouco harmonizar políticas
econômicas.
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Esquematizando:
O MERCOSUL quer se tornar um mercado comum. Será que ele chega lá?
Não sei! Talvez, quem sabe, um dia...
O fato é que, embora o MERCOSUL deseje se tornar um mercado comum, ele é considerado, atualmente, apenas uma união aduaneira
imperfeita. A imperfeição da união aduaneira reside no fato de que ainda existem, no âmbito do bloco, diversas exceções à Tarifa Externa Comum.
Falaremos sobre isso mais à frente!
O Tratado de Assunção, a fim de alcançar os objetivos a que se propõe estabeleceu os seguintes instrumentos de ação:
- Programa de Liberalização Comercial: reduções tarifárias progressivas, acompanhadas da eliminação de barreiras não-tarifárias, até a
completa liberalização (tarifa zero e fim das barreiras não-tarifárias).
Destaque-se que a implementação de um programa de liberalização comercial depende do estabelecimento de regras de origem. Isso é essencial
para o acordo regional, pois evita que produtos fabricados fora do bloco possam se beneficiar da eliminação de barreiras comerciais intrabloco. No
MERCOSUL já existe um regime de origem, o qual, atualmente, está definido
pela Decisão CMC nº 01/2004.
- Coordenação de Políticas Macroeconômicas: a ser realizada de forma gradual.
- Adoção de uma Tarifa Externa Comum: o objetivo é incentivar a
competitividade externa dos membros do bloco.
OBJETIVOS DO MERCOSUL
Objetivo Central: Constituição de um mercado comum até 31 de
dezembro de 1994
- Livre circulação de mercadorias
- Livre circulação de serviços
- Livre circulação de fatores de produção
- Estabelecimento de uma Tarifa Externa
Comum (TEC)
-Coordenação de políticas macroeconômicas
e setoriais
- Harmonização de legislações nas áreas
pertinentes
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- Adoção de acordos setoriais: o objetivo é otimizar a utilização e mobilidade dos fatores de produção.
Adicionalmente, o Tratado de Assunção estabeleceu: i) um sistema
institucional provisório para o MERCOSUL e; ii) um sistema de solução de controvérsias provisório. Ambos foram desenvolvidos em momento
futuro, conforme estudaremos mais à frente.
É importante compararmos os objetivos e o atual
estágio de integração do MERCOSUL e da ALADI:
a) Objetivos: MERCOSUL e ALADI tem como
objetivo estabelecer um mercado comum.
b) Estágio de Integração: a ALADI é, atualmente, uma zona de preferências tarifárias; o
MERCOSUL é uma união aduaneira imperfeita.
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!
16. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- O objetivo
primordial do Tratado de Assunção consiste na integração dos Estados-membros por meio dos seguintes processos: livre circulação
de bens, serviços e fatores produtivos; estabelecimento de tarifa externa comum (TEC); adoção de política comercial comum;
coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais; e harmonização de legislações nas áreas pertinentes.
Comentários:
O objetivo do MERCOSUL é estabelecer um mercado comum, o que implica: i) livre circulação de bens e serviços; ii) existência de política
comercial comum em relação a terceiros países; iii) livre circulação dos fatores de produção; iv) coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais e; v)
harmonização de legislações nas áreas pertinentes. Questão correta.
17. (Advogado da União / 2008) - O MERCOSUL garante, de forma
semelhante à União Europeia, uma união econômica, monetária e política entre países.
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Comentários:
O MERCOSUL tem como objetivo final estabelecer um mercado comum (e não uma união econômica e monetária!). Questão errada.
18. (Advogado da União / 2008) - A adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados é um dos objetivos da criação
do MERCOSUL.
Comentários:
O MERCOSUL, enquanto união aduaneira, adota uma política
comercial comum em relação a terceiros Estados. Questão correta.
19. (AFRFB-2009)- O MERCOSUL e a ALADI são esquemas preferenciais complementares, na medida em que perseguem distintos
níveis de integração econômica.
Comentários:
O MERCOSUL e a ALADI têm o mesmo objetivo: formar um mercado
comum. Questão errada.
20. (AFRFB – 2009- adaptada)- Por possuírem objetivos, alcance e
instrumentos distintos de integração, não há nenhuma relação funcional e jurídica entre o MERCOSUL e a ALADI.
Comentários:
Vamos examinar detalhadamente essa questão:
1) ALADI e MERCOSUL têm objetivos de integração distintos? Não. Ambos desejam formar um mercado comum.
2) ALADI e MERCOSUL têm alcance distinto? Sim. A ALADI engloba
14 países, representantes das três Américas. O MERCOSUL engloba, atualmente, apenas 5 países (Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e
Paraguai)
3) ALADI e MERCOSUL possuem instrumentos distintos de
integração? Sim. Os acordos de alcance parcial existem apenas na ALADI.
4) ALADI e MERCOSUL possuem relação funcional e jurídica? Sim. O MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado no âmbito da ALADI.
Por tudo o que comentamos, a questão está errada. Os objetivos da ALADI e do MERCOSUL são coincidentes e existe sim uma relação jurídica
entre os dois blocos.
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21. (AFRFB – 2009 - adaptada)- Embora sejam esquemas idênticos quanto aos propósitos e instrumentos que aplicam visando à
integração econômica regional, inexistem vínculos funcionais ou jurídicos o MERCOSUL e a ALADI.
Comentários:
Vamos examinar essa questão por partes!
1) O MERCOSUL e a ALADI são esquemas idênticos quanto aos propósitos? Sim. Ambos almejam instituir um mercado comum.
2) O MERCOSUL e a ALADI são esquemas idênticos quanto aos instrumentos que utilizam visando à integração econômica? Não. A ALADI
permite a existência de acordos de alcance parcial, que contam com a participação de apenas alguns de seus membros.
3) Existem vínculos entre o MERCOSUL e a ALADI? Sim. O
MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado no âmbito da ALADI, mais especificamente o ACE nº 18.
Por tudo o que comentamos, a questão está errada.
22. (AFRF-2003)- O Tratado de Assunção, que criou o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e
Uruguai, enuncia como principal objetivo o estabelecimento de uma união aduaneira a partir de janeiro de 1995.
Comentários:
O Tratado de Assunção deixa bem explícito que seu objetivo é a criação de um mercado comum até 31 de dezembro de 1994 entre Brasil,
Argentina, Uruguai e Paraguai. Questão errada.
23. (TRF-2005 - adaptada)- O Tratado de Assunção, acordo
constitutivo do MERCOSUL, define, em seu artigo 1o, os objetivos do bloco, dentre os quais se inclui a coordenação de políticas
macroeconômicas e setoriais entre os Estados-partes – como as de comércio exterior, fiscal, monetária, cambial e alfandegária, entre
outras –, a fim de assegurar condições adequadas de concorrência entre os Estados-partes.
Comentários:
O art. 1º do Tratado de Assunção é muitíssimo importante para sua prova!
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Segundo esse dispositivo, o MERCOSUL tem como objetivo a formação de um mercado comum, sendo necessário para isso: i) livre
circulação de bens e serviços; ii) estabelecimento de uma tarifa externa comum; iii) livre circulação dos fatores de produção; iv)
coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais e; v) harmonização de legislações nas áreas pertinentes.
Por tudo isso, a questão está correta.
24. (AFTN-1996)- Os instrumentos básicos de ação previstos no Tratado de Assunção para o MERCOSUL são: a redução progressiva de
barreiras tarifárias e não-tarifárias, até a eliminação total das barreiras entre os países-membros; o estabelecimento de uma tarifa
externa comum; acordos setoriais para o mercado de fatores, sistema provisório de solução de controvérsias e coordenação gradual de
políticas macroeconômicas.
Comentários:
O Tratado de Assunção estabelece que o objetivo do MERCOSUL é
formar um mercado comum, o que pressupõe: i) eliminação de barreiras comerciais à circulação de bens e serviços; ii) política comercial comum em
relação a terceiros países (estabelecimento de uma TEC); iii) livre circulação dos fatores de produção (acordos setoriais para o mercado de fatores).
Adicionalmente, o Tratado de Assunção previu a necessidade de
coordenação de políticas macroeconômicas e um sistema provisório de solução de controvérsias. Questão correta.
25. (AFRF-2002.2) - A partir de dezembro de 1994, o Mercado
Comum do Sul (MERCOSUL) instituiu uma área de livre comércio e uma união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas
necessárias para tal fim liberalizar o comércio de serviços, coordenar políticas macroeconômicas e estabelecer a livre circulação de capital e
mão-de-obra.
Comentários:
Pegadinha! A questão quer saber o que falta para o MERCOSUL
aperfeiçoar-se como união aduaneira (e não o que falta para tornar-se um mercado comum!)
A coordenação de políticas macroeconômicas e a livre circulação de capital e mão-de-obra são objetivos de um mercado comum, o que torna a
questão errada.
26. (AFRF-2002.2) - A partir de dezembro de 1994, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) instituiu uma área de livre comércio e uma
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união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas necessárias para tal fim eliminar barreiras não-tarifárias ainda
existentes, promover a liberalização do comércio de serviços e a incorporar à tarifa externa comum produtos mantidos à margem da
mesma.
Comentários:
Perfeita a assertiva! Para tornar-se uma união aduaneira perfeita, é
necessário que o MERCOSUL liberalize o comércio de bens (eliminando barreiras não-tarifárias ainda existentes), liberalize o comércio de serviços e
elimine as exceções à Tarifa Externa Comum. Questão correta.
27. (TRF-2005 - adaptada)- O Tratado de Assunção, acordo
constitutivo do MERCOSUL, define, em seu artigo 1º, os objetivos do bloco, dentre os quais se inclui o compromisso de os Estados-partes
harmonizarem suas legislações nas áreas pertinentes.
Comentários:
Considerando-se que o MERCOSUL objetiva tornar-se um mercado
comum, há necessidade de se harmonizar as políticas comerciais intrabloco e extrabloco, além das políticas trabalhista, previdenciária e de
capitais. Nessas áreas, existe, portanto, a necessidade de que as legislações sejam harmonizadas. Questão correta.
28. (TRF-2005 - adaptada)- O Tratado de Assunção, acordo
constitutivo do MERCOSUL, define, em seu artigo 1o, os objetivos do bloco, dentre os quais se inclui a definição de uma moeda comum, uma
vez constituído o mercado comum e harmonizadas as políticas monetária, fiscal e cambial.
Comentários:
O MERCOSUL não tem como objetivo adotar uma moeda comum. A adoção de uma moeda única é característica de uma união econômica e
monetária, estágio de integração do qual é exemplo a União Europeia. Questão errada.
29. (TRF-2005 - adaptada)- O Tratado de Assunção, acordo constitutivo do MERCOSUL, define, em seu artigo 1o, os objetivos do
bloco, dentre os quais se inclui a livre-circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os Estados-partes do bloco.
Comentários:
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Um mercado comum pressupõe a livre circulação de bens, serviços e fatores de produção (capital e mão-de-obra). Nesse tipo de
estágio de integração, vigoram as “quatro liberdades” do mercado. Questão correta.
30. (AFRF-2003)- O regime de livre comércio implantado no âmbito
do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) a partir de 01 de janeiro de
1995 alcançou o substancial do comércio entre os quatro países-membros. Persiste como exceção, dentro de tal regime, o comércio de
automóveis e açúcar.
Comentários:
No MERCOSUL, há livre circulação de mercadorias em relação ao
substancial do comércio. Pode-se verificar, no entanto, que ainda existem algumas barreiras comerciais que dificultam o livre fluxo de mercadorias no
interior do bloco. Com efeito, o comércio de automóveis e açúcar está fora das regras de livre comércio. Questão correta.
31. (AFTN-1998 - adaptada) - Constitui objetivo ou característica do
MERCOSUL a livre circulação de bens e fatores de produção, exceto pessoas.
Comentários:
O MERCOSUL tem como objetivo se tornar um mercado comum, o que pressupõe a livre circulação de bens, serviços e fatores de produção e,
ainda, o estabelecimento de uma política comercial em relação a terceiros países. Dentro do objetivo de livre circulação dos fatores de produção, inclui-se
a livre circulação de pessoas! Questão errada.
32. (TRF-2005 - adaptada)- O Tratado de Assunção, acordo
constitutivo do MERCOSUL, define, em seu artigo 1o, os objetivos do bloco, dentre os quais se inclui a adoção de uma política comercial
comum em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados.
Comentários:
O MERCOSUL tem como objetivo o estabelecimento de uma política
comercial comum em relação a terceiros países, o que se materializa pela existência de uma Tarifa Externa Comum (TEC). Questão correta.
33. (MDIC-2009/Área Administrativa)- Entre as medidas
compreendidas pelo acordo do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), não se inclui a eliminação de direitos aduaneiros e restrições não
tarifárias à circulação de mercadorias e outras medidas que se fizerem
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necessárias, de modo a permitir a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países participantes.
Comentários:
A eliminação de direitos aduaneiros e restrições não-tarifárias à circulação de mercadorias, assim como a liberalização do fluxo de serviços e de
fatores de produção (capital e mão de obra), estão sim entre os objetivos do MERCOSUL. Questão errada.
34. (AFRF-2002.1) - O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) foi criado
em março de 1991 tendo como objetivo final a harmonização das políticas comerciais mediante a adoção de uma tarifa externa comum.
Comentários:
O objetivo final do MERCOSUL é estabelecer um mercado comum entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, o que vai muito além da
harmonização das políticas comerciais mediante a adoção de uma TEC. Para alcançar o mercado comum, é necessário um passo adiante, permitindo a livre
circulação dos fatores de produção. Questão errada.
35. (AFRF-2002.2) - A partir de dezembro de 1994, o Mercado
Comum do Sul (MERCOSUL) instituiu uma área de livre comércio e uma união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas
necessárias para tal fim eliminar barreiras não-tarifárias ainda existentes, promover a liberalização dos fluxos de capital e de serviços
e coordenar políticas macroeconômicas.
Comentários:
Pegadinha! A questão quer saber o que falta para o MERCOSUL
aperfeiçoar-se como área de livre comércio e união aduaneira (e não o que falta para o MERCOSUL atingir o objetivo de se tornar um mercado comum!)
Liberalizar fluxos de capital e coordenar políticas macroeconômicas é objetivo de um mercado comum. Para tornar-se uma união aduaneira
completa, o MERCOSUL não precisa implementar tais medidas. Questão errada.
36. (AFRF-2002.2) - A partir de dezembro de 1994, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) instituiu uma área de livre comércio e uma
união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas necessárias para tal fim aplicar integralmente o Programa de
Liberalização Comercial, estabelecer regras de origem e incorporar produtos mantidos em listas de exceções à Tarifa Externa Comum.
Comentários:
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No âmbito do MERCOSUL, já existem regras de origem, as quais estão definidas pela Decisão CMC nº 01/2004. Logo, esse não é um
aperfeiçoamento do qual o bloco carece para se tornar uma união aduaneira completa. Questão errada.
Quanto ao estabelecimento de uma política comercial comum em
relação a terceiros países, realmente, faz-se necessário que os produtos
mantidos à margem da Tarifa Externa Comum (TEC) sejam a ela incorporados.
Por fim, embora o substancial do fluxo de comércio intrabloco esteja
livre de barreiras, ainda há produtos que não circulam livremente no MERCOSUL, como, por exemplo, automóveis e açúcar.
37. (AFRF-2002.2) - A partir de dezembro de 1994, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) instituiu uma área de livre comércio e uma
união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas necessárias para tal fim aperfeiçoar o sistema de salvaguardas intra-
MERCOSUL, implementar um regime de compras governamentais e introduzir mecanismo de salvaguardas comerciais.
Comentários:
Uma união aduaneira pressupõe a livre circulação de bens intrabloco e, portanto, não deverá existir um sistema de aplicação de salvaguardas entre
seus integrantes. Questão errada.
38. (Questão Inédita)- O MERCOSUL tem como objetivo a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os
Estados Partes - de comércio exterior, agrícola, industrial, fiscal, monetária, cambial e de capitais, de serviços, alfandegária, de
transportes e comunicações e outras que se acordem -, a fim de
assegurar condições adequadas de concorrência entre seus membros.
Comentários:
Segundo o art. 1º do Tratado de Assunção, o MERCOSUL tem como objetivo a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais a fim de
assegurar condições adequadas de concorrência. Questão correta.
39. (Questão Inédita)- Para que o MERCOSUL atinja o nível de
integração regional pretendido, deverá haver livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países-membros através da
eliminação de barreiras tarifárias e não-tarifárias, assim como a adoção de uma Tarifa Externa Comum.
Comentários:
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O mercado comum pressupõe a livre circulação de mercadorias, serviços e fatores de produção e, ainda, o estabelecimento de uma
política comercial comum em relação a terceiros países, a qual se materializa na existência de uma TEC. Faz-se necessário, portanto, a
harmonização das políticas comerciais intra-bloco e extra-bloco e das políticas trabalhista, previdenciária e de capitais. Questão correta.
40. (INMETRO – Articulação Internacional / 2009)- No presente, o MERCOSUL conforma uma união aduaneira, envolvendo um regime de
livre comércio que alcança parcela substancial do comércio entre os Estados-parte e a aplicação da Tarifa Externa Comum (TEC).
Comentários:
No MERCOSUL, há livre circulação de mercadorias em relação à parcela substancial do comércio e, adicionalmente, aplica-se uma Tarifa
Externa Comum (TEC) em relação às exportações de terceiros países. Logo, é possível dizer que o bloco constitui uma união aduaneira, ainda que imperfeita.
Questão correta.
3- ESTRUTURA INSTITUCIONAL DO MERCOSUL:
O Tratado de Assunção, celebrado em 1991 por Brasil, Argentina,
Uruguai e Paraguai, criou uma estrutura institucional provisória para o MERCOSUL, a vigorar durante o período de transição para o mercado comum.
Foram criados, então, para conduzir o processo de integração regional, dois órgãos: o Conselho do Mercado Comum (CMC) e o Grupo Mercado
Comum (GMC).
Em 1994, foi celebrado pelos membros do MERCOSUL o Protocolo
de Ouro Preto, que aperfeiçoou a estrutura institucional do bloco regional e, ainda, conferiu-lhe expressamente personalidade jurídica de
direito internacional público. Assim, ficou assegurado ao MERCOSUL exercer todos os atos internacionais necessários à consecução de seus
objetivos, em especial contratar, adquirir ou alienar bens móveis e imóveis, comparecer em juízo, conservar fundos e fazer transferências. Pode-se
considerar, portanto, que, a partir desse momento, o MERCOSUL é reconhecido como organização internacional intergovernamental.
O Protocolo de Ouro Preto não criou o Conselho do Mercado Comum (CMC) e o Grupo Mercado
Comum (GMC). Esses órgãos foram criados pelo Tratado de Assunção.
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Ao estabelecer uma estrutura institucional e conferir personalidade jurídica internacional ao MERCOSUL, o Protocolo de Ouro Preto contribuiu para
o crescimento da confiança no êxito do bloco regional. Embora muitas das previsões estabelecidas pelo Tratado de Assunção e pelo Protocolo de Ouro
Preto não tenham se concretizado na prática, esses normativos representam as bases sobre as quais se assenta a integração regional no MERCOSUL.
Segundo o Protocolo de Ouro Preto, a estrutura institucional do MERCOSUL conta com os seguintes órgãos: i) Conselho do Mercado Comum
(CMC); ii) Grupo Mercado Comum (GMC); iii) Comissão de Comércio do MERCOSUL; iv) Comissão Parlamentar Conjunta; v) Foro Consultivo
Econômico-Social e; vi) Secretaria Administrativa do MERCOSUL.
Essa estrutura institucional não foi, todavia, engessada pelos membros do MERCOSUL. Segundo o art. 1º, parágrafo único, do Protocolo de
Ouro Preto, é possível que sejam criados pelo Conselho do Mercado Comum (CMC) novos órgãos ou mesmo extintos os já existentes. Com
efeito, a Comissão Parlamentar Conjunta foi substituída pelo Parlamento do
MERCOSUL e a Secretaria Administrativa do MERCOSUL passou a ser chamada simplesmente de Secretaria do MERCOSUL.
São três os órgãos decisórios do MERCOSUL, que têm poder para
emitir normas no âmbito do bloco: o Conselho do Mercado Comum (CMC), o Grupo Mercado Comum (GMC) e a Comissão de Comércio do
MERCOSUL (CCM). Esses três órgãos (assim como os demais órgãos do MERCOSUL!) possuem natureza intergovernamental. Isso significa que suas
decisões não têm eficácia imediata, mas precisam ser internalizadas no ordenamento jurídico de todos os membros do bloco para entrar em vigor.
Cabe destacar que as decisões emanadas dos órgãos decisórios do MERCOSUL
são adotadas mediante consenso.
Vamos falar agora sobre os órgãos mais importantes do MERCOSUL:
a)- Conselho do Mercado Comum (CMC):
O Conselho do Mercado Comum (CMC) é o órgão superior do
MERCOSUL, ao qual incumbe a condução política do processo de integração e a tomada de decisões para assegurar o cumprimento dos
objetivos do Tratado de Assunção. O CMC é integrado pelos Ministros das Relações Exteriores e pelos Ministros da Economia, ou seus equivalentes, dos
Estados partes.
As funções do CMC estão relacionadas no art. 8º do Protocolo de
Ouro Preto:
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Art. 8º - São funções e atribuições do Conselho do Mercado Comum: I. Velar pelo cumprimento do Tratado de Assunção, de seus Protocolos e dos acordos firmados em seu âmbito;
II. Formular políticas e promover as ações necessárias à conformação do mercado comum;
III. Exercer a titularidade da personalidade jurídica do Mercosul.
IV. Negociar e firmar acordos em nome do Mercosul com terceiros países, grupos de países e organizações internacionais. Estas funções podem ser delegadas ao Grupo
Mercado Comum por mandato expresso, nas condições estipuladas no inciso VII do artigo 14;
V. Manifestar-se sobre as propostas que lhe sejam elevadas pelo Grupo Mercado Comum; VI. Criar reuniões de ministros e pronunciar-se sobre os acordos que
lhe sejam remetidos pelas mesmas; VII. Criar os órgãos que estime pertinentes, assim como
modificá-los ou extingui-los; VIII. Esclarecer, quando estime necessário, o conteúdo e o alcance de suas Decisões;
IX. Designar o Diretor da Secretaria Administrativa do Mercosul. X. Adotar Decisões em matéria financeira e orçamentária;
XI. Homologar o Regimento Interno do Grupo Mercado Comum;
O Conselho do Mercado Comum irá se reunir tantas vezes quanto julgar oportuno. Entretanto, deverá se reunir, pelo menos uma vez por
semestre, com a participação dos Presidentes dos Estados-partes. Essas são as conhecidas Reuniões de Cúpula do MERCOSUL.
Cabe destacar que, na condição de órgão de cúpula do MERCOSUL, o
Conselho do Mercado Comum (CMC) exerce a titularidade da personalidade
jurídica do MERCOSUL e, portanto, possui autoridade para negociar e firmar acordos em nome do MERCOSUL com Estados e organizações internacionais.
Na promoção de ações direcionadas para alcançar os objetivos de
integração regional, o CMC manifesta-se mediante Decisões, as quais são obrigatórias para os Estados-membros a partir de sua entrada em vigor.
b) Grupo Mercado Comum (GMC):
O Grupo Mercado Comum (GMC) é o órgão executivo do MERCOSUL. É composto por 4 (quatro) membros titulares e 4 (quatro)
membros alternos por país, designados pelos respectivos Governos, dentre os
quais devem constar necessariamente representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, dos Ministérios da Economia (ou equivalentes) e dos
Bancos Centrais.
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Na condição de órgão executivo do MERCOSUL, incumbe ao GMC tomar as medidas necessárias para o cumprimento das decisões
adotadas pelo Conselho do Mercado Comum. O GMC também possui competência para propor projetos de Decisão ao Conselho Mercado Comum
e, ainda, é responsável pela elaboração de estudos e relatórios que lhe forem solicitados. Para elaborar esses estudos e relatórios, o GMC dispõe da
prerrogativa de criar, modificar ou extinguir subgrupos de trabalho e reuniões especializadas.
As funções do Grupo Mercado Comum estão relacionadas no art. 14 do Protocolo de Ouro Preto, abaixo transcrito:
Art. 14 - São funções e atribuições do Grupo Mercado Comum:
I. Velar, nos limites de suas competências, pelo cumprimento do Tratado de Assunção, de seus Protocolos e dos acordos
firmados em seu âmbito; II. Propor projetos de Decisão ao Conselho do Mercado Comum; III. Tomar as medidas necessárias ao cumprimento das
Decisões adotadas pelo Conselho do Mercado Comum; IV. Fixar programas de trabalho que assegurem avanços para o
estabelecimento do mercado comum; V. Criar, modificar ou extinguir órgãos tais como subgrupos de trabalho e reuniões especializadas, para o cumprimento de
seus objetivos; VI. Manifestar-se sobre as propostas ou recomendações que lhe forem
submetidas pelos demais órgãos do Mercosul no âmbito de suas competências; VII. Negociar, com a participação de representantes de todos os
Estados Partes, por delegação expressa do Conselho do Mercado Comum e dentro dos limites estabelecidos em mandatos específicos
concedidos para esse fim, acordos em nome do Mercosul com terceiros países, grupos de países e organismos internacionais. O Grupo Mercado Comum, quando dispuser de mandato para tal fim, procederá
à assinatura dos mencionados acordos. O Grupo Mercado Comum, quando autorizado pelo Conselho do Mercado Comum, poderá delegar
os referidos poderes à Comissão de Comércio do Mercosul; VIII. Aprovar o orçamento e a prestação de contas anual apresentada pela Secretaria Administrativa do Mercosul;
IX. Adotar Resoluções em matéria financeira e orçamentária, com base nas orientações emanadas do Conselho do Mercado Comum;
X. Submeter ao Conselho do Mercado Comum seu Regimento Interno; XI. Organizar as reuniões do Conselho do Mercado Comum e preparar os relatórios e estudos que este lhe solicitar.
XII. Eleger o Diretor da Secretaria Administrativa do Mercosul; XIII. Supervisionar as atividades da Secretaria Administrativa do
Mercosul; XIV. Homologar os Regimentos Internos da Comissão de Comércio e
do Foro Consultivo Econômico-Social;
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c) Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM):
A Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM) é responsável por velar pela aplicação dos instrumentos de política comercial comum
acordados pelos Estados Partes para o funcionamento da união aduaneira, bem como acompanhar e revisar os temas e matérias relacionados com as
políticas comerciais comuns, com o comércio intra-Mercosul e com
terceiros países. A coordenação da CCM está a cargo dos Ministérios das Relações Exteriores.
Trata-se de um órgão encarregado de assistir o Grupo Mercado
Comum, possuindo natureza técnica. Para tanto, é responsável por instituir comitês técnicos necessários ao cumprimento de suas funções.
A CCM é, ainda, responsável por considerar e pronunciar-se sobre as solicitações apresentadas pelos Estados Partes com respeito à aplicação e ao
cumprimento da tarifa externa comum e dos demais instrumentos de política comercial comum. Além disso, cabe à CCM propor ao Grupo Mercado
Comum novas normas ou modificações às normas existentes referentes à matéria comercial e aduaneira do MERCOSUL.
d) Parlamento do MERCOSUL:
O aprofundamento da integração regional no âmbito do MERCOSUL requer um aperfeiçoamento institucional desse bloco regional, seja no que diz
respeito à criação de um ambiente de maior previsibilidade e segurança jurídica, seja quanto à necessidade de permitir uma representação dos
interesses dos cidadãos de cada Estado-parte. A criação do Parlamento do MERCOSUL (que substituiu a Comissão Parlamentar Conjunta) é, nesse
sentido, uma importante iniciativa para o aperfeiçoamento institucional do
bloco.
Vejam só que interessante! A Comissão Parlamentar Conjunta foi criada pelo Protocolo de Ouro Preto, que estabeleceu que esse órgão seria
representativo dos Parlamentos dos Estados Partes do MERCOSUL. Ao contrário, o Parlamento do MERCOSUL é, segundo seu Protocolo
Constitutivo, órgão representativo dos povos dos Estados-partes do MERCOSUL. Como se pode perceber, a iniciativa de criação do Parlasul visa a
dotar o MERCOSUL, em última análise, de uma legitimidade democrática.
O Parlamento do MERCOSUL é um órgão de natureza
intergovernamental, cujo objetivo é fortalecer a cooperação interparlamentar, a fim de harmonizar as legislações nacionais nas áreas
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pertinentes. Em razão de sua natureza intergovernamental, o Parlamento do MERCOSUL não cria leis regionais.4
São princípios do Parlamento do MERCOSUL: i) o pluralismo; ii) a
transparência; iii) a cooperação com os demais órgãos do MERCOSUL e com os âmbitos regionais de representação cidadã; iv) o respeito aos direitos
humanos e o repúdio a todas as formas de discriminação; vi) a promoção do patrimônio cultural, institucional e de cooperação latino-americana nos
processos de integração; vii) a promoção do desenvolvimento sustentável no MERCOSUL; viii) o trato especial e diferenciado para os países de
economias menores e para as regiões com menor grau de desenvolvimento; ix) a equidade e; x) a solução pacífica das controvérsias.
O Protocolo Constitutivo do Parlamento do MERCOSUL prevê duas
etapas de transição para o Parlasul: i) 1ª etapa: período compreendido
entre 31 de dezembro de 2006 e 31 de dezembro de 2010; ii) 2ª etapa: período compreendido entre 1º de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2014.
O que se previa, inicialmente, era que na primeira etapa de
transição (31 de dezembro de 2006 até 31 de dezembro de 2010), o Parlamento seria integrado por 18 Parlamentares de cada Estado-parte. Nessa
primeira etapa, os integrantes do Parlasul seriam eleitos entre os legisladores de cada Estado-parte, segundo critérios definidos por cada Parlamento
nacional. A partir da segunda etapa de transição (1º de janeiro de 2011), todos os parlamentares já teriam sido eleitos pelos cidadãos de cada Estado-
parte, por meio de sufrágio direto, secreto e universal. Para isso, antes do final
da primeira etapa de transição, deveriam ter ocorrido eleições diretas para o Parlasul. Nessa segunda etapa de transição, a representação no Parlasul seria
proporcional à população de cada Estado, configurando a chamada “representação-cidadã”.
A questão da “representação cidadã” (representação proporcional à
população) é algo bastante controverso no MERCOSUL. Em 2010, por meio da Decisão CMC nº 28/10, foi aprovado um acordo político que estabeleceu que os
Estados-parte do MERCOSUL teriam a seguinte representação no Parlasul:
- Brasil: 75 parlamentares regionais
- Argentina: 43 parlamentares regionais
- Paraguai: 18 parlamentares regionais
4 Ao contrário do Parlamento do MERCOSUL, o Parlamento Europeu por ser um órgão supranacional, possui competência para criar leis regionais. Entendemos que o aprofundamento da integração regional no MERCOSUL demanda a existência de
órgãos supranacionais que tenham poder para emitir decisões com aplicação imediata no âmbito do bloco.
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- Uruguai: 18 parlamentares regionais
Pelos números, dá pra ver que a controvérsia foi grande. Com essa composição do Parlasul, uma posição adotada pelo conjunto de parlamentares
brasileiros somente poderia ser rechaçada caso Argentina, Paraguai e Uruguai adotassem posição contrária.
Considerando essas controvérsias e, ainda, o fato de que Brasil, Argentina e Uruguai não conseguiram realizar eleições diretas para o
Parlasul até o fim da primeira etapa de transição (31 de dezembro de 2006 até 31 de dezembro de 2010), o Parlamento do MERCOSUL fez a
Recomendação nº 16/2010 ao CMC. Por meio dessa Recomendação, aceita pela Decisão CMC nº 18/2011, estabeleceu-se que:
- Definir uma etapa de transição única para o Parlamento do MERCOSUL (31 de dezembro de 2006 a 31 de dezembro de 2014).
- Até 2014, serão realizadas eleições diretas para o Parlasul no
Brasil, na Argentina e no Uruguai (o Paraguai já fez eleições diretas).
- Foi aprovada uma “representação atenuada” no Parlasul para
Brasil e Argentina. Nesse sentido, Brasil e Argentina têm 37 e 26 representantes, respectivamente. Paraguai e Uruguai continuam com 18
representantes.
As competências do Parlasul estão relacionadas no art. 4º de seu Protocolo Constitutivo:
Artigo 4- Competências O Parlamento terá as seguintes competências: 1. Velar, no âmbito de sua competência, pela observância das normas
do MERCOSUL. 2. Velar pela preservação do regime democrático nos Estados Partes,
de acordo com as normas do MERCOSUL, e em particular com o Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no MERCOSUL, na República da Bolívia e República do Chile.
3. Elaborar e publicar anualmente um relatório sobre a situação dos direitos humanos nos Estados Partes, levando em conta os princípios e
as normas do MERCOSUL. 4. Efetuar pedidos de informações ou opiniões por escrito aos órgãos decisórios e consultivos do MERCOSUL estabelecidos no Protocolo de
Ouro Preto sobre questões vinculadas ao desenvolvimento do processo de integração. Os pedidos de informações deverão ser respondidos no
prazo máximo de 180 dias. 5. Convidar, por intermédio da Presidência Pro Tempore do CMC, representantes dos órgãos do MERCOSUL, para informar e/ou avaliar o
desenvolvimento do processo de integração, intercambiar opiniões e tratar aspectos relacionados com as atividades em curso ou assuntos
em consideração.
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6. Receber, ao final de cada semestre a Presidência Pro Tempore do MERCOSUL, para que apresente um relatório sobre as atividades realizadas durante dito período.
7. Receber, ao início de cada semestre, a Presidência Pro Tempore do MERCOSUL, para que apresente o programa de trabalho acordado,
com os objetivos e prioridades previstos para o semestre. 8. Realizar reuniões semestrais com o Foro Consultivo Econômico-
Social a fim de intercambiar informações e opiniões sobre o desenvolvimento do MERCOSUL. 9. Organizar reuniões públicas, sobre questões vinculadas ao
desenvolvimento do processo de integração, com entidades da sociedade civil e os setores produtivos.
10. Receber, examinar e se for o caso encaminhar aos órgãos decisórios petições de qualquer particular, sejam pessoas físicas ou jurídicas, dos Estados Partes, relacionadas com atos ou omissões dos
órgãos do MERCOSUL. 11. Emitir declarações, recomendações e relatórios sobre questões
vinculadas ao desenvolvimento do processo de integração, por iniciativa própria ou por solicitação de outros órgãos do MERCOSUL. 12. Com o objetivo de acelerar os correspondentes procedimentos
internos para a entrada em vigor das normas nos Estados Partes, o Parlamento elaborará pareceres sobre todos os projetos de normas do
MERCOSUL que requeiram aprovação legislativa em um ou vários Estados Partes, em um prazo de noventa dias (90) a contar da data da consulta. Tais projetos deverão ser encaminhados ao Parlamento pelo
órgão decisório do MERCOSUL, antes de sua aprovação. Se o projeto de norma do MERCOSUL for aprovado pelo órgão
decisório, de acordo com os termos do parecer do Parlamento, a norma deverá ser enviada pelo Poder Executivo nacional ao seu respectivo Parlamento, dentro do prazo de quarenta e cinco (45) dias,
contados a partir da sua aprovação. Nos casos em que a norma aprovada não estiver de acordo com o
parecer do Parlamento, ou se este não tiver se manifestado no prazo mencionado no primeiro parágrafo do presente inciso a mesma seguirá o trâmite ordinário de incorporação.
Os Parlamentos nacionais, segundo os procedimentos internos correspondentes, deverão adotar as medidas necessárias para a
instrumentalização ou criação de um procedimento preferencial para a consideração das normas do MERCOSUL que tenham sido adotadas de acordo com os termos do parecer do Parlamento mencionado no
parágrafo anterior. O prazo máximo de duração do procedimento previsto no parágrafo
precedente, não excederá cento e oitenta (180) dias corridos, contados a partir do ingresso da norma no respectivo Parlamento nacional.
Se dentro do prazo desse procedimento preferencial o Parlamento do Estado Parte não aprovar a norma, esta deverá ser reenviada ao Poder Executivo para que a encaminhe à reconsideração do órgão
correspondente do MERCOSUL. 13. Propor projetos de normas do MERCOSUL para consideração pelo
Conselho do Mercado Comum, que deverá informar semestralmente sobre seu tratamento.
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14. Elaborar estudos e anteprojetos de normas nacionais, orientados à harmonização das legislações nacionais dos Estados Partes, os quais serão comunicados aos Parlamentos nacionais com vistas a sua
eventual consideração. 15. Desenvolver ações e trabalhos conjuntos com os Parlamentos
nacionais, a fim de assegurar o cumprimento dos objetivos do MERCOSUL, em particular aqueles relacionados com a atividade
legislativa. 16. Manter relações institucionais com os Parlamentos de terceiros Estados e outras instituições legislativas.
17. Celebrar, no âmbito de suas atribuições, com o assessoramento do órgão competente do MERCOSUL, convênios de cooperação ou de
assistência técnica com organismos públicos e privados, de caráter nacional ou internacional. 18. Fomentar o desenvolvimento de instrumentos de democracia
representativa e participativa no MERCOSUL. 19. Receber dentro do primeiro semestre de cada ano um relatório
sobre a execução do orçamento da Secretaria do MERCOSUL do ano anterior. 20. Elaborar e aprovar seu orçamento e informar sobre sua execução
ao Conselho do Mercado Comum no primeiro semestre do ano, posterior ao exercício.
21. Aprovar e modificar seu Regimento interno. 22. Realizar todas as ações pertinentes ao exercício de suas competências.
O Parlamento do MERCOSUL é um órgão unicameral, que tem como uma de suas funções principais agilizar os procedimentos internos para a
entrada em vigor de normas no âmbito do MERCOSUL. Para isso, o Parlamento do MERCOSUL elabora Pareceres sobre todas as normas que
requeiram aprovação legislativa, devendo os projetos ser a ele encaminhados
antes da aprovação pelo órgão decisório.
A entrada em vigor de normas no âmbito do MERCOSUL não é algo tão simples. Para que uma norma entre em vigor simultaneamente em todos
os Estados membros do bloco regional, ela precisa seguir um trâmite previsto no Protocolo de Ouro Preto.
Segundo o art. 40 do Protocolo de Ouro Preto, após aprovada uma norma, ela precisa ser internalizada ao ordenamento jurídico de cada
Estado-membro do MERCOSUL. O procedimento de internalização depende do que estabelece o ordenamento jurídico de cada país. No Brasil, por
exemplo, qualquer acordo internacional (dentre os quais estão as normas dos órgãos do MERCOSUL) depende, para ser incorporado ao ordenamento jurídico
pátrio, de aprovação do Congresso Nacional e da edição de decreto pelo Chefe do Executivo.
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Cada país, ao internalizar uma norma em seu ordenamento jurídico interno, deverá comunicar à Secretaria do MERCOSUL quanto a esse fato.
Quando todos os Estados-membros tiverem internalizado a norma, a Secretaria do MERCOSUL comunicará o fato a cada um deles. Essa
comunicação tem como objetivo alertar os Estados-membros do MERCOSUL de que a norma entrará em vigor. As normas entrarão em vigor 30 dias após
a comunicação efetuada pela Secretaria do MERCOSUL.
Sem qualquer dúvida, esse rito processual para a entrada em vigor
simultâneo de normas é bastante complexo e prejudica a segurança jurídica no âmbito do MERCOSUL. A quantidade de normas emitidas pelos
órgãos decisórios do bloco regional é considerável, mas muitas delas não chegam nunca a entrar em vigor.
Cabe destacar, todavia, que em uma tentativa de desburocratizar a
processualística para a entrada em vigor das normas emanadas pelos órgãos decisórios do MERCOSUL, tem sido bastante usado pelos países do MERCOSUL
o argumento de que, quando a norma dispuser sobre assuntos relacionados
ao funcionamento interno do bloco, esta não precisa ser incorporada aos ordenamentos jurídicos nacionais. Tal argumento encontra amparo jurídico na
Decisão CMC nº 23/2000, que exige apenas que os Estados-partes entendam conjuntamente (por consenso) que o conteúdo da norma trata de assuntos
relativos à organização e funcionamento interno do MERCOSUL.
e) Foro Consultivo Econômico-Social:
O Foro Consultivo Econômico Social (FCES) é o órgão de
representação dos setores econômicos e sociais dos países-membros do MERCOSUL. Possui função consultiva, manifestando-se mediante
Recomendações. No exercício dessa função consultiva, o FCES atua por iniciativa própria ou mediante consulta de outros órgãos do MERCOSUL. Por
meio da atuação da FCES, o MERCOSUL, enquanto organização internacional, toma consciência dos anseios e do pensamento do setor privado de cada
Estado-membro
f) Secretaria do MERCOSUL:
A Secretaria do MERCOSUL possui sede em Montevidéu e é o órgão de apoio operacional e administrativo do MERCOSUL.
Suas atividades principais são: i) servir como arquivo oficial da
documentação do MERCOSUL; ii) publicar e comunicar as decisões adotadas no âmbito do MERCOSUL; iii) organizar os aspectos logísticos do CMC, GMC e
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CCM; iv) informar regularmente os Estados Partes sobre as medidas implementadas por cada país para incorporar em seu ordenamento jurídico as
normas emanadas dos órgãos do Mercosul e; v) editar o Boletim Oficial do MERCOSUL e; vi) registrar as listas nacionais dos árbitros e especialistas,
conforme dispõe o Protocolo de Olivos.
Esquematizando:
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!
41. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- Em dezembro de
1994, foi aprovado o Protocolo de Olivos, por meio do qual foi estabelecida a estrutura institucional do MERCOSUL e sua
personalidade jurídica internacional.
Comentários:
TRATADO DE
ASSUNÇÃO
Estrutura
Institucional
Provisória
- Conselho do Mercado Comum
- Grupo do Mercado Comum
PROTOCOLO DE
OURO PRETO Estrutura institucional
definitiva
- Conselho do Mercado Comum
- Grupo do Mercado Comum
- Comissão de Comércio do
Mercosul
- Parlamento do MERCOSUL
- Foro Consultivo Econômico-
Social
- Secretaria do MERCOSUL
Conferiu personalidade
jurídica de direito internacional público ao
MERCOSUL
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A estrutura institucional do MERCOSUL foi definida pelo Protocolo de Ouro Preto (e não pelo Protocolo de Olivos!). Da mesma forma, foi o Protocolo
de Ouro Preto que atribuiu personalidade jurídica de direito internacional ao MERCOSUL. Questão errada.
42. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- O conjunto
normativo do MERCOSUL tem caráter obrigatório e aplicação direta,
não havendo necessidade de ser incorporado ao ordenamento jurídico dos Estados-membros.
Comentários:
A entrada em vigor de normas do MERCOSUL depende da
incorporação ao ordenamento jurídico interno de todos os Estados-membros.
Dessa forma, não se pode dizer que elas têm aplicação direta. Questão errada.
43. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- O Parlamento do MERCOSUL, desde a sua criação, caracteriza-se como órgão político
superior desse bloco regional.
Comentários:
O órgão político de cúpula do MERCOSUL, desde sua criação, é o
Conselho do Mercado Comum (CMC). Questão errada.
44. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- Entre as competências do Parlamento do MERCOSUL, inclui-se a de aprovar o
orçamento e a prestação de contas anual apresentada por sua
secretaria administrativa.
Comentários:
A aprovação do orçamento e da prestação de contas anual apresentada pela Secretaria do MERCOSUL compete ao Grupo do Mercado
Comum (GMC). Questão errada.
45. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- O MERCOSUL
tornou-se uma organização internacional, dotada de personalidade jurídica, apenas a partir de 1995, quando entrou em vigor o Protocolo
de Ouro Preto.
Comentários:
Somente com a entrada em vigor do Protocolo de Ouro Preto é que
foi reconhecida a personalidade jurídica de direito internacional do MERCOSUL, que a partir de então se tornou uma organização internacional. Questão
correta.
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46. (ACE-2008)- No marco institucional do MERCOSUL, definido pelo Tratado de Assunção e pelo Protocolo de Ouro Preto, as negociações
entre governos, sem mediação de órgãos supranacionais, resultam em decisões consensuais, visto que nesse acordo não se faz uso de
votações.
Comentários:
Os órgãos decisórios do MERCOSUL (Conselho do Mercado
Comum, Grupo do Mercado Comum e Comissão de Comércio do MERCOSUL) tomam suas decisões mediante consenso. Questão correta.
47. (TRF – 2005)- O Grupo Mercado Comum, órgão máximo na
estrutura do MERCOSUL, tem poderes para, por consenso, tomar
decisões obrigatórias para os membros do bloco.
Comentários:
O órgão máximo da estrutura do MERCOSUL é o Conselho do Mercado Comum (CMC). O GMC é o órgão executivo do bloco. Questão errada.
48. (Juiz Federal – TRF 1ª Região / 2009)- O Conselho do Mercado Comum é o órgão executivo do MERCOSUL.
Comentários:
O órgão executivo do MERCOSUL é o Grupo Mercado Comum (GMC). Questão errada.
49. (ACE-1997- adaptada)- O Conselho do Mercado Comum pode
firmar acordos com outros países em nome do MERCOSUL.
Comentários:
O Conselho do Mercado Comum (CMC) é o órgão de cúpula do
MERCOSUL, possuindo competência para exercer a titularidade da pessoa jurídica desse bloco regional. Logo, é o CMC quem firma acordos com outros
países e organizações internacionais em nome do MERCOSUL. Questão correta.
50. (INMETRO – Articulação Internacional / 2007)- O Tratado de
Assunção e os Protocolos de Ouro Preto foram instrumentos jurídicos que, embora não tenham sido cumpridos em todos os aspectos, deram
certa previsibilidade e confiança aos negociadores e operadores diplomáticos e econômicos da integração sub-regional.
Comentários:
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De fato, o Tratado de Assunção e o Protocolo de Ouro Preto, ao estabelecer as bases jurídicas para a existência do MERCOSUL, permitiram que
se tivesse maior confiança na integração regional. Questão correta.
51. (MDIC-2009 / Área Administrativa - adaptada)- O Conselho do Mercado Comum é o órgão executivo do MERCOSUL. É formado por
representantes dos seguintes organismos de cada país: Ministério das
Relações Exteriores, Ministério da Economia (ou equivalente) e Banco Central. É coordenado pelos Ministérios das Relações Exteriores.
Comentários:
O órgão executivo do MERCOSUL é o Grupo do Mercado
Comum (GMC). Ele é composto de 4 membros titulares e 4 membros alternos
por país, dentre os quais devem constar, necessariamente, representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, dos Ministérios da Economia (ou
equivalentes) e dos Bancos Centrais. O GMC é coordenado pelos Ministérios das Relações Exteriores. Questão errada.
52. (Juiz Federal – TRF 1ª Região / 2009)- O Conselho do Mercado
Comum é integrado por ministros das relações exteriores, ministros da economia e ministros da justiça dos Estados-partes.
Comentários:
O CMC é integrado pelos Ministros das Relações Exteriores e pelos Ministros da Economia, ou seus equivalentes, dos Estados partes. Os Ministros
da Justiça dos Estados-partes não integram o CMC. Questão errada.
53. (INMETRO – Articulação Internacional / 2009)- O Conselho
Mercado Comum, o Grupo Mercado Comum e a Comissão de Comércio do MERCOSUL são instâncias intergovernamentais que adotam o
consenso como critério decisório.
Comentários:
Os órgãos decisórios do MERCOSUL (Conselho do Mercado Comum,
Grupo Mercado Comum e Comissão de Comércio do MERCOSUL) tomam decisões por consenso. Conforme afirma a questão, os três são órgãos
intergovernamentais. Questão correta.
54. (INMETRO – Articulação Internacional / 2009)- O Protocolo de Ouro Preto estabeleceu, entre outros pontos, os critérios e os
procedimentos para a resolução de controvérsias comerciais entre os Estados-parte, a estrutura institucional definitiva do bloco e os
requisitos para a adesão de novos membros.
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Comentários:
O Protocolo de Ouro Preto definiu a estrutura institucional e conferiu personalidade jurídica de direito internacional ao MERCOSUL. O sistema de
solução de controvérsias do MERCOSUL foi estabelecido pelo Protocolo de Olivos, sobre o qual estudaremos mais à frente. Questão errada.
55. (MDIC – 2009 / Área Administrativa – adaptada)- A Secretaria do MERCOSUL é o órgão de apoio operacional, responsável pela prestação
de serviços aos demais órgãos do MERCOSUL. Tem sede permanente em Montevidéu, Uruguai.
Comentários:
De fato, a Secretaria do MERCOSUL é o órgão de apoio operacional, responsável por prestar serviços aos demais órgãos do bloco regional. Sua
sede permanente é em Montevidéu. Questão correta.
56. (MDIC – 2009 / Área Administrativa – adaptada)- A Comissão Parlamentar Conjunta é, atualmente, o órgão representativo dos
parlamentos dos países membros no âmbito do MERCOSUL.
Comentários:
A Comissão Parlamentar Conjunta (CPC) foi criada pelo Protocolo de
Ouro Preto, mas hoje não existe mais. Ela foi substituída pelo Parlamento do MERCOSUL, que é, atualmente, o órgão representativo dos parlamentos dos
países membros do bloco regional. Questão errada.
57. (Juiz Federal – TRF 1ª Região / 2009)- O Conselho do Mercado
Comum, o Grupo Mercado Comum e a Comissão de Comércio do MERCOSUL são órgãos de natureza intergovernamental.
Comentários:
Todos os órgãos do MERCOSUL possuem natureza intergovernamental. Questão correta.
58. (Juiz Federal – TRF 1ª Região / 2009)- A Comissão Parlamentar
Conjunta do MERCOSUL mudou de denominação para Parlamento do MERCOSUL, mas manteve o número de competências.
Comentários:
Não se pode dizer que a Comissão Parlamentar Conjunta mudou de nome. Na verdade, ela foi sucedida pelo Parlamento do MERCOSUL, que
recebeu um rol muito mais extenso de competências. Questão errada.
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59. (MDIC – 2009 / Área Administrativa – adaptada)- A Comissão de Comércio do MERCOSUL é o órgão que tem por função velar pela
aplicação dos instrumentos de política comercial comum acordados pelos países membros para o funcionamento da união aduaneira.
Compete-lhe acompanhar e revisar os temas e matérias relacionados com as políticas comerciais comuns, com o comércio intra-MERCOSUL
e com terceiros países. É coordenada pelos Ministérios das Relações Exteriores.
Comentários:
Segundo o art. 16 do Protocolo de Ouro Preto, a Comissão de Comércio do MERCOSUL possui competência para velar pela aplicação dos
instrumentos de política comercial comum acordados pelos Estados Partes para o funcionamento da união aduaneira, bem como acompanhar e revisar
os temas e matérias relacionados com as políticas comerciais comuns, com o comércio intra-Mercosul e com terceiros países. A coordenação da
CCM está a cargo dos Ministérios das Relações Exteriores. Questão correta.
60. (MDIC – 2009 / Área Administrativa – adaptada)- O Foro
Consultivo Econômico-Social é um órgão com função consultiva, formado por representantes dos setores econômicos e sociais de cada
país membro.
Comentários:
O Foro Consultivo Econômico-Social (FCES) é um órgão de
natureza consultiva, sendo a representação dos setores econômicos e sociais de cada país membro. Questão correta.
61. (Juiz Federal – TRF 1ª Região / 2009)- É competência do Grupo
Mercado Comum editar o Boletim Oficial do MERCOSUL.
Comentários:
A Secretaria do MERCOSUL é o órgão com competência para editar o
Boletim Oficial do MERCOSUL. Questão errada.
62. (ACE-2002 - adaptada)- O Protocolo de Ouro Preto, firmado aos
17 de dezembro de 1994 deu origem ao Conselho do Mercado Comum e ao Grupo do Mercado Comum, principais instâncias institucionais do
MERCOSUL.
Comentários:
Pegadinha! O Conselho do Mercado Comum (CMC) e o Grupo do
Mercado Comum (GMC) foram criados pelo Tratado de Assunção. Quando
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foi celebrado o Protocolo de Ouro Preto, esses dois órgãos já existiam. Questão errada.
63. (Juiz Federal – TRF 5ª Região / 2009)- Constituem órgãos do
MERCOSUL, de capacidade decisória e natureza intergovernamental, o Conselho do Mercado Comum, o Grupo Mercado Comum e a Comissão
de Comércio do MERCOSUL, bem como o Tribunal Permanente de
Revisão e o Parlamento do MERCOSUL.
Comentários:
O Parlamento do MERCOSUL e o Tribunal Permanente de Revisão não são órgãos decisórios. O Parlasul tem função consultiva, enquanto o TPR
exerce função jurisdicional. Questão errada.
64. (Juiz Federal – TRF 5ª Região / 2009)- São funções e atribuições
do Grupo Mercado Comum a propositura de projetos de decisões ao Conselho do Mercado Comum e o exercício da titularidade da
personalidade jurídica do MERCOSUL.
Comentários:
De fato, o Grupo Mercado Comum (GMC) tem competência para
propor projetos de decisões ao Conselho do Mercado Comum (CMC). No entanto, o exercício da titularidade da personalidade jurídica do MERCOSUL
compete ao Conselho do Mercado Comum. Questão errada.
65. (ACE – 2002 – adaptada)- Ao levar adiante a decisão de constituir
uma união aduaneira, o Protocolo de Ouro Preto aprofundou o processo de integração do MERCOSUL, obrigando os governos dos
estados-parte a coordenar suas políticas macroeconômicas pertinentes à gestão do déficit fiscal e da busca de estabilidade de preços.
Comentários:
O Protocolo de Ouro Preto definiu a estrutura institucional do MERCOSUL, não estabelecendo qualquer disposição mandatória no sentido de
que os membros desse bloco devem coordenar suas políticas macroeconômicas. Questão errada.
66. (ACE – 2002 - adaptada)- O Protocolo de Ouro Preto instituiu a
Comissão de Comércio do MERCOSUL e a Secretaria Administrativa do MERCOSUL, e conferiu ao Conselho do Mercado Comum a faculdade de
criar órgãos auxiliares, nos termos do mesmo Protocolo, considerados necessários à consecução dos objetivos do processo de integração.
Comentários:
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O Protocolo de Ouro Preto criou a Comissão de Comércio do MERCOSUL e a Secretaria Administrativa do MERCOSUL. Ao mesmo tempo,
conferiu competência ao CMC para criar outros órgãos necessários para a consecução dos objetivos de integração. Questão correta.
67. (ACE – 2002 – adaptada)- Ao instituir a representação
proporcional ao úmero de habitantes na Comissão Parlamentar
Conjunta, o Protocolo de Ouro Preto atendeu parcialmente aos reclamos de que haveria um “déficit democrático” no MERCOSUL,
criando as condições para que tal Comissão evolua no sentido de se tornar um parlamento regional, a exemplo do que hoje é o Parlamento
Europeu.
Comentários:
A Comissão Parlamentar Conjunta, que foi sucedida pelo Parlamento
do MERCOSUL, não possuía representação proporcional ao número de habitantes dos Estados-membros do bloco regional. Ao contrário, a
Comissão Parlamentar Conjunta era integrada pelo mesmo número de representantes de cada Estado-parte. Questão errada.
68. (ACE – 2002 – adaptada)- Ao instituir alguns órgãos e especificar
as funções de outros, o Protocolo de Ouro Preto avançou no desenho institucional do MERCOSUL, reduzindo sua dimensão
intergovernamental e favorecendo a integração das economias, em
particular ao prover um eficaz mecanismo de solução de controvérsias comerciais.
Comentários:
Todos os órgãos criados pelo Protocolo de Ouro Preto possuem
caráter intergovernamental, o que torna errada a afirmação de que esta
norma internacional reduziu a dimensão intergovernamental do MERCOSUL. Ademais, o Protocolo de Ouro Preto não estabeleceu um sistema de solução de
controvérsias para o MERCOSUL. Questão errada.
69. (Juiz Federal – TRF 5ª Região / 2009)- Quaisquer controvérsias entre os Estados-partes a respeito da interpretação, da aplicação ou do
descumprimento das disposições contidas no Tratado de Assunção e dos acordos celebrados no âmbito desse tratado devem ser
submetidas exclusivamente aos procedimentos de solução estabelecidos no Protocolo de Ouro Preto.
Comentários:
O Protocolo de Ouro Preto não estabeleceu um sistema de solução de controvérsias para o MERCOSUL. O que esse normativo fez foi atribuir
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personalidade jurídica de direito internacional ao MERCOSUL e, adicionalmente, definir sua estrutura institucional. Questão errada.
70. (Juiz Federal – TRF 5ª Região / 2009)- Ao Conselho do Mercado
Comum, órgão superior do MERCOSUL, cabem a condução política do processo de integração e a tomada de decisões para assegurar o
cumprimento dos objetivos estabelecidos pelo Tratado de Assunção,
devendo esse conselho reunir-se, pelo menos, uma vez por bimestre, com a participação dos presidentes dos Estados-partes.
Comentários:
O Conselho do Mercado Comum (CMC) é o órgão superior do
MERCOSUL, a ele cabendo a condução política do processo de integração e a
tomada de decisões para assegurar o cumprimento dos objetivos do Tratado de Assunção. No entanto, o CMC deve se reunir, no mínimo, uma vez por
semestre, com a participação dos Presidentes dos Estados-partes. Questão errada.
71. (Questão Inédita)- O Parlamento do MERCOSUL é o órgão
responsável por internalizar na estrutura normativa dos Estados-Parte as decisões do Conselho do Mercado Comum.
Comentários:
A internalização de normas no ordenamento jurídico dos Estados-membros do MERCOSUL é feita conforme a legislação nacional de cada
um destes Estados. No Brasil, por exemplo, para que uma norma seja internalizada, é necessário a aprovação do Congresso Nacional mediante
decreto legislativo e posterior ratificação do Presidente da República. Questão errada.
72. (Questão Inédita)- O Foro Consultivo Econômico Social é o órgão de representação dos setores econômicos e sociais, manifestando-se
mediante Recomendações ao Grupo Mercado Comum.
Comentários:
O Foro Consultivo Econômico-Social tem função consultiva,
manifestando-se mediante Recomendações ao GMC. Questão correta.
73. (Questão Inédita)- As decisões no âmbito do Conselho do Mercado Comum e do Grupo Mercado Comum serão tomadas por
consenso.
Comentários:
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As decisões dos órgãos decisórios do MERCOSUL (CMC, GMC e CCM) são tomadas mediante consenso. Questão correta.
74. (Questão Inédita)- São órgãos com capacidade decisória, de
natureza supranacional, o Conselho do Mercado Comum, o Grupo Mercado Comum e a Comissão de Comércio do MERCOSUL.
Comentários:
Os órgãos decisórios do MERCOSUL são, conforme afirma a questão, o Conselho do Mercado Comum, o Grupo do Mercado Comum e a Comissão de
Comércio do MERCOSUL. O erro da assertiva está, no entanto, em afirmar que estes têm caráter supranacional. Tais órgãos possuem natureza
intergovernamental.
75. (Questão Inédita)- O Protocolo de Ouro Preto permite que sejam
criados novos órgãos auxiliares no âmbito do MERCOSUL com o objetivo de atingir as metas do processo de integração.
Comentários:
Quando foi assinado o Protocolo de Ouro Preto foi prevista liberdade para que fossem criados novos órgãos auxiliares com o objetivo de
atingir as metas do processo de integração. A competência para a criação desses órgãos é do Conselho do Mercado Comum. Questão correta.
76. (Questão Inédita) O Protocolo de Ouro Preto pôs fim à
transitoriedade do MERCOSUL, conferindo a este personalidade
jurídica de direito internacional.
Comentários:
O Protocolo de Ouro Preto atribuiu explicitamente personalidade jurídica de direito internacional ao MERCOSUL. Questão correta.
77. (Questão Inédita)- O Conselho do Mercado Comum é o órgão superior do MERCOSUL, ao qual incumbe a condução política do
processo de integração e a tomada de decisões para assegurar o cumprimento dos objetivos estabelecidos pelo Tratado de Assunção.
Comentários:
De fato, compete ao Conselho do Mercado Comum (CMC) a condução política do processo de integração e a tomada de decisões para assegurar o
cumprimento dos objetivos estabelecidos pelo Tratado de Assunção. Questão correta.
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78. (Questão Inédita)- O Parlamento do MERCOSUL não possui competência para a criação de normas supranacionais.
Comentários:
O Parlamento do MERCOSUL não possui função legislativa, muito menos para criar normas supranacionais. Questão correta.
79. (Questão Inédita)- A vigência simultânea de normas no
MERCOSUL depende da sua internalização no ordenamento jurídico nacional de cada Estado-membro e da posterior comunicação à
Secretaria Administrativa do MERCOSUL. As normas entrarão em vigor simultaneamente nos Estados Partes 30 dias após a data da
comunicação efetuada pela Secretaria Administrativa do MERCOSUL de
que todos os Estados já internalizaram as referidas normas.
Comentários:
Conforme já comentamos, o processo de internalização das normas no âmbito do MERCOSUL possui as seguintes fases:
1) A norma é criada e, para obter vigência simultânea em todos os Estados-membros, deverá ser internalizada por cada um deles.
2) Assim que um membro internaliza a norma ao seu ordenamento
jurídico interno, ele comunica à Secretaria do MERCOSUL.
3) Ao receber a comunicação da internalização por todos os Estados-
membros, a Secretaria do MERCOSUL fará a comunicação do fato a cada um deles. A referida norma entrará em vigor nos Estados-parte simultaneamente
30 dias a partir dessa comunicação ter sido efetuada.
Por tudo o que comentamos, a questão está correta.
80. (Procurador BACEN / 2009)- No Protocolo Constitutivo do
Parlamento do MERCOSUL, está expressamente estabelecido o princípio de trato especial e diferenciado a países de economias
menores.
Comentários:
Um dos princípios previstos no Protocolo Constitutivo do Parlamento
do MERCOSUL é o trato especial e diferenciado para os países de economias menores e para as regiões com menor grau de desenvolvimento.
Questão correta.
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4- RESULTADOS DO MERCOSUL:
4.1- Exceções ao Livre-Comércio Intra-MERCOSUL:
Embora seja possível advogar que há uma livre circulação de
mercadorias em relação ao substancial do comércio no MERCOSUL, ainda há algumas restrições ao comércio intrabloco, dentre as quais citamos: i)
setor automotivo e açúcar; ii) aplicação de medidas de defesa comercial intrabloco; iii) aplicação de medidas de salvaguarda no comércio bilateral
Brasil-Argentina, com amparo no Mecanismo de Adaptação Competitiva (MAC); iv) bens oriundos de zonas francas comerciais, zonas francas industriais, zonas
de processamento de exportações e áreas aduaneiras especiais; v) restrições à livre circulação de serviços e; vi) outras restrições não-tarifárias.
Dizer que há livre circulação de mercadorias é o mesmo que dizer que há uma margem de preferência de 100%.
Atenção para o cálculo da margem de preferência, que segue critérios diferentes na OMC e na ALADI: a) Na OMC: Se a alíquota do imposto de importação é
30% e é concedida uma preferência de 10%, esta será subtraída do valor total do imposto. Assim: Imposto =
30%-10%=20% b) Na ALADI: Se a alíquota do imposto de importação é 30% e é concedida uma preferência de 10%, esta
representará um percentual do valor total do imposto, que dele será descontada. Assim: 10% de 30 = 3% / 30% -3%
= 27%.
a) No que diz respeito à aplicação de medidas de defesa comercial, precisamos enxergá-las sob duas óticas diferentes: i) medidas de defesa
comercial aplicadas pelos membros do MERCOSUL uns contra os outros e; ii) medidas de defesa comercial aplicadas contra terceiros países.
No comércio intrabloco, é possível que os membros do MERCOSUL apliquem direitos antidumping e medidas compensatórias uns contra os outros.
É possível, ainda, que sejam aplicadas medidas de salvaguarda no comércio entre Brasil e Argentina, ao amparo do Mecanismo de Adaptação Competitiva
(MAC).
Segundo o art. XXIV do GATT, não podem ser aplicadas medidas de defesa comercial no interior de áreas de livre comércio e uniões aduaneiras. No
entanto, o que se percebe na prática é que é bastante comum que sejam
aplicadas medidas de defesa comercial entre integrantes de acordos regionais. Para boa parte da doutrina, isso seria incompatível com as regras do sistema
multilateral de comércio.
Quanto à aplicação de medidas de defesa comercial contra terceiros países, cabe destacar que, enquanto união aduaneira, o MERCOSUL
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deveria utilizar esses instrumentos de forma conjunta. Em outras palavras, deveria existir uma medida antidumping ou medida compensatória aplicada
pelo MERCOSUL (e não aplicadas isoladamente pelo Brasil ou pela Argentina!). Isso porque, em uma união aduaneira, deve existir uma política comercial
comum em relação a terceiros países.
Todavia, isso ainda está longe de ser uma realidade. Cada país do
MERCOSUL aplica, individualmente, medidas antidumping e medidas compensatórias contra terceiros países. Em relação às medidas de
salvaguardas, já existe a possibilidade de que estas sejam aplicadas de forma unificada pelo MERCOSUL. Tal possibilidade foi instituída pela
Decisão CMC nº 17/96, intitulada “Regulamento Comum sobre a Aplicação de Salvaguardas”, visando à proteção da indústria regional. 5
b) Quanto ao Mecanismo de Adaptação Competitiva (MAC), este
consiste na possibilidade de aplicação de medidas de salvaguarda no comércio bilateral Brasil-Argentina. Por meio do MAC, a indústria nacional
(brasileira ou argentina, conforme o caso) pode fazer apresentar uma petição ao governo, alegando o aumento substancial das importações, dano
importante ou ameaça de dano importante e, ainda, nexo de causalidade entre o aumento das importações e o dano. 6
Recebida a petição, o governo produz um relatório e o apresenta à
Comissão de Monitoramento do Comércio Bilateral. Essa comissão convoca os setores privados dos dois países para negociações, o que é inédito em termos
de salvaguardas. Caso não se chegue a um acordo setorial, tem início a investigação para a aplicação de medidas de salvaguarda. As salvaguardas
poderão, ao final da investigação, ser aplicadas na forma de restrições quantitativas ou na forma de tarifas aduaneiras. 7
Segundo entendimento da ESAF, o Mecanismo de
Adaptação Competitiva (MAC) não pode ser considerado uma barreira comercial intra-
MERCOSUL. Trata-se de um mecanismo bilateral existente entre Brasil e Argentina.
c) Segundo a Decisão CMC nº 08/94, os Estados-partes do MERCOSUL aplicarão a Tarifa Externa Comum (TEC) sobre as mercadorias
provenientes de zonas francas comerciais, zonas francas industriais, zonas de processamento de exportações e áreas aduaneiras especiais.
É possível, ainda, que sejam aplicadas medidas de salvaguardas caso essas
5 BARRAL, Welber; BROGINI, Gilvan. Manual Prático de Defesa Comercial. São Paulo:
Aduaneiras, 2007. pp.210-211. 6 BARRAL, Welber; BROGINI, Gilvan. Manual Prático de Defesa Comercial. São Paulo:
Aduaneiras, 2007. pp.233-234. 7 BARRAL, Welber; BROGINI, Gilvan. Manual Prático de Defesa Comercial. São Paulo:
Aduaneiras, 2007. pp.233-234.
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importações aumentem substancialmente, de forma a causar dano ou ameaça de dano para o país importador.
Cabe destacar que, em regra, as mercadorias fabricadas em zonas
francas, ao serem vendidas para qualquer outra parte do território nacional, sofrem incidência tributária (Ex: celular industrializado na ZFM, ao ser vendido
para São Paulo, sofre incidência tributária relativamente aos insumos
importados) Logo, nada mais natural do que as mercadorias produzidas em zonas francas também sofram incidência tributária quando vendidas para
outros países do MERCOSUL.
d) A livre circulação de serviços é algo extremamente complexo e depende de grandes mudanças nas legislações nacionais. Lembre-se de
que quando falamos em livre circulação de serviços, estamos nos referindo aos quatro modos de prestação de serviços previstos no GATS (comércio
transfronteiriço, consumo no exterior, presença comercial e movimento temporário de pessoas físicas).
Será que um advogado brasileiro consegue exercer sua função sem restrições na Argentina? Será que uma escola argentina consegue se instalar
no Brasil sem quaisquer problemas? Um estudante brasileiro que faz um curso de graduação em medicina na Argentina consegue validar seu diploma no
Brasil?
Amigos, é um longo caminho...
De qualquer forma, já foi assinado pelos membros do MERCOSUL o
Protocolo de Montevidéu, cujo objetivo é promover a liberalização do comércio de serviços entre os membros do bloco. O Protocolo de Montevidéu
entrou em vigor em 2005 e prevê a liberalização do comércio de serviços no MERCOSUL dentro de 10 anos a contar dessa data.
e) No comércio intrabloco, pode-se afirmar que existem inúmeras barreiras não-tarifárias que funcionam como restrições disfarçadas e
arbitrárias ao comércio internacional. O comércio bilateral Brasil-Argentina é um verdadeiro exemplo disso, sendo possível perceber verdadeira “troca de
gentilezas” entre esses dois países. No ano de 2011, a Argentina, por estar acumulando grande déficit em sua balança comercial com o Brasil, submeteu
um extenso rol de produtos brasileiros ao regime de licenciamento não-automático (necessidade de autorização governamental prévia à importação).
Como “retaliação”, o Brasil impôs licenças de importação sobre automóveis, único setor em que a Argentina vinha obtendo superávits em relação ao Brasil.
É difícil acreditar no futuro do MERCOSUL com tantas restrições comerciais. Para refletirmos, pode-se mesmo perguntar se o MERCOSUL já
constitui, de fato, uma área de livre comércio...
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4.2- Exceções à Política Comercial Comum em relação a terceiros países:
Uma união aduaneira pressupõe a existência de uma política
comercial comum em relação a terceiros países. Dessa forma, não só os direitos aduaneiros, mas também as demais regulamentações comerciais,
devem ser essencialmente os mesmos. Segundo a doutrina dominante, o
MERCOSUL ainda não chegou a esse estágio, podendo ser considerado apenas uma união aduaneira imperfeita.
Podemos dizer, portanto, que o processo de aprofundamento
institucional do MERCOSUL rumo à união aduaneira reclama três importantes passos: i) maior convergência à Tarifa Externa Comum (fim das
exceções à TEC); ii) eliminação da multiplicidade de cobrança da TEC; iii) estabelecimento do Código Aduaneiro do MERCOSUL.
4.2.1- Exceções à Tarifa Externa Comum:
A Tarifa Externa Comum (TEC) é uma tabela que relaciona as
alíquotas do imposto de importação aplicáveis a cada código de classificação fiscal. Essa tabela, como regra geral, vale para todos os membros do
MERCOSUL. Assim, se o Brasil aplica uma alíquota de 15% sobre guindastes, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai irão ter que aplicar esse mesmo percentual.
A existência de uma Tarifa Externa Comum (TEC) materializa a política comercial comum em relação a terceiros países e, portanto, é o pressuposto
básico da existência de uma união aduaneira.
No MERCOSUL, todavia, alguns produtos são mantidos à margem da TEC, isto é, sobre eles não incide a tributação prevista na TEC. As exceções
à TEC são as seguintes:
1) Listas de Exceções à TEC: Cada país-membro do MERCOSUL
pode manter uma Lista de Exceções à TEC. Para esses produtos, cada país poderá decidir livremente qual será a alíquota do imposto de importação a ser
cobrada. Destaque-se que, para esses produtos, o país pode decidir aplicar uma alíquota superior ou inferior à da TEC (ele tem ampla discricionariedade
para isso!)
Atualmente, está em vigor a Decisão CMC nº 58/2010, que determina
que Brasil e Argentina poderão manter 100 códigos na Lista de Exceções à TEC até 31/12/2015; o Uruguai poderá manter 225 códigos até
31/12/2017; e o Paraguai poderá manter até 649 códigos até 31/12/2019.
Cada país poderá modificar, a cada (6) seis meses, até 20% dos códigos tarifários relacionados em sua Lista de Exceções à TEC. Ao
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compor suas Listas, os países deverão valorizar a oferta exportável existente no MERCOSUL.
Imaginem a seguinte situação! O Brasil é um grande produtor de
têxteis e potencial exportador desses produtos para os países do MERCOSUL. A alíquota da TEC sobre têxteis é de 35%, ou seja, esses produtos circulam
livremente no MERCOSUL, mas, quando originários de terceiros países, têm
que pagar uma alíquota elevada para entrarem em qualquer dos países do bloco. Se a Argentina colocar têxteis em sua Lista de Exceções com uma
alíquota inferior à prevista na TEC, isso irá prejudicar o Brasil face aos seus concorrentes estrangeiros. Daí é que é necessário que os países do
MERCOSUL, ao elaborar suas Listas de Exceções, valorizem a oferta exportável existente no bloco regional. A Argentina, caso decida colocar têxteis como
exceção à TEC, não deve cobrar uma alíquota inferior àquela anteriormente em vigor; caso o faça, estará prejudicando o Brasil, seu parceiro regional.
Cabe, aqui, fazer alguns comentários sobre a situação da Venezuela.
Por meio da Decisão CMC nº 31/2012, a Venezuela adotou a TEC. No
entanto, a convergência à TEC pela Venezuela será feita em 4 etapas distintas; a cada uma dessas etapas, alguns produtos vão convergindo à TEC.
A previsão é que essas etapas de convergência à TEC estejam concluídas em 06/04/2016. A partir dessa data (06/04/2016), a Venezuela poderá manter
260 códigos da NCM como exceção à TEC até 31/12/2016; e 160 códigos da NCM como exceção à TEC até 31/12/2017.
2) Por razões de desabastecimento interno: Pode ser que, por
razões de desabastecimento interno, um país necessite incentivar a entrada de produtos em seu território. Mas como incentivar a entrada de produtos?
Isso mesmo! Reduzindo o imposto de importação! Logo, por razões de desabastecimento interno, um país pode impor uma alíquota do imposto de
importação inferior à prevista na Tarifa Externa Comum.
Esse procedimento está atualmente regulamentado pela Resolução GMC nº 08/2008, que dispõe que essa redução é aplicável às importações de
bens que se enquadrem, comprovadamente, nas seguintes situações:
a) Impossibilidade de abastecimento normal e fluido na região,
decorrente de desequilíbrios de oferta e de demanda.
b) Existência de produção regional do bem, mas as características do processo produtivo e/ou as quantidades solicitadas não justificam
economicamente a ampliação da produção.
c) Existência de produção regional do bem, mas o Estado-Parte
produtor não conta com excedentes exportáveis suficientes para atender às necessidades demandadas.
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d) Existência de produção regional de um bem similar, mas o mesmo não possui as características exigidas pelo processo produtivo da indústria do
país solicitante.
e) Desabastecimento de produção regional de uma matéria-prima para determinado insumo, ainda que exista produção regional de outra
matéria- prima para insumo similar mediante uma linha de produção
alternativa.
Na situação apresentada na letra “b” supra (existência de produção regional do bem, mas as características do processo produtivo e/ou as
quantidades solicitadas não justificam economicamente a ampliação da produção), cada Estado-membro do MERCOSUL não poderá, simultaneamente,
aplicar reduções tarifárias a mais do que 15 códigos tarifários. Nas demais situações (letras “a”, “c”, “d” e “e”), cada membro do MERCOSUL poderá
aplicar, simultaneamente, reduções tarifárias a até 30 códigos tarifários.
Destaque-se que, quando o desabastecimento configurar-se situação
de calamidade pública ou risco à saúde pública, a quantidade de códigos tarifários poderá extrapolar os números previstos na Resolução
GMC nº 08/2008.
A Resolução GMC nº 08/2008 determina, ainda, que a redução seja aplicada na forma de cotas tarifárias, isto é, segundo quantidades pré-
estabelecidas. Isso quer dizer que se o Brasil decidir, por exemplo, reduzir a
alíquota do I.I incidente sobre milho por motivos de desabastecimento interno, ele deverá estabelecer uma cota tarifária. Hipoteticamente, o Brasil cobraria a
alíquota de 2% sobre 1000 toneladas de milho que entrassem em seu território naquele ano. O que extrapolasse 1000 toneladas de milho pagaria a alíquota
da TEC (15%, por exemplo).
As alíquotas devem ser reduzidas ao limite mínimo de 2%, podendo a Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM) reduzir para 0% em
casos excepcionais. O Paraguai, por sua vez, recebe um tratamento mais favorável e, para suas solicitações, a alíquota será reduzida a 0%.
3) Ex-Tarifários de Bens de Capital (BK) e Bens de Informática e Telecomunicações (BIT): Os bens de capital (BK) e os bens de informática
e telecomunicações (BIT) são, por sua própria natureza, bens de alto valor agregado, empregados em atividades produtivas com grande potencial para
geração de empregos.
Nesse sentido, é interessante para um governo estimular a
importação desse tipo de bens, desde que, é claro, isso não conflite com os interesses da indústria nacional. Mas como estimular a importação sem causar
prejuízos à indústria nacional produtora de BK e BIT?
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Essa é uma excelente questão! O ex-tarifário é um mecanismo internacionalmente utilizado, que consiste na redução do imposto de
importação incidente sobre bens de capital e bens de informática e telecomunicações que não tenham produção nacional.
No âmbito do MERCOSUL, a matéria é regulada pela Decisão CMC nº
57/2010. O objetivo é criar um “Regime Comum de Importação de Bens de
Capital não-produzidos no MERCOSUL” e um “Regime Comum para a Importação de Bens de Informática e Telecomunicações”. Atualmente, cada
membro do MERCOSUL desenvolve sua própria política para bens de capital e bens de informática e telecomunicações e, portanto, concede individualmente
ex-tarifários. No entanto, o ideal de uma união aduaneira é que a política comercial em relação a terceiros países seja unificada.
A expectativa era que, no final de 2012, tivesse entrado em vigor o
“Regime Comum de Importação de Bens de Capital”. No entanto, isso não tornou-se realidade, tendo sido a Decisão CMC nº 58/2010 modificada pela
Decisão CMC nº 65/2012. Com a nova redação, os membros do MERCOSUL
poderão manter, até 31/12/2013, em caráter excepcional e transitório, os regimes nacionais de importação bens de capital e sistemas integrados. O
objetivo é que, a partir de 1º de janeiro de 2014, entre em vigor um regime comum para bens de capital entre Brasil e Argentina e, a partir de 2018, para
os demais Estados-partes.
Com relação aos bens de informática e telecomunicações, a Decisão CMC nº 57/2010 (com modificações posteriores) estabelece que
Argentina e Brasil poderão aplicar sobre eles, até 31 de dezembro de 2015, alíquota distinta da TEC, inclusive 0%. Já o Uruguai poderá aplicar alíquotas
diferentes da TEC até 31 de dezembro de 2018. Por fim, o Paraguai terá tal
liberdade até 31 de dezembro de 2019.
Há regras especiais aplicáveis à Venezuela, em razão da sua recente adesão ao MERCOSUL:
a) A Venezuela poderá aplicar, até 31 de dezembro de 2019, alíquota
de 2% para bens de capital originários de extrazona.
b) A Venezuela poderá aplicar, até 31 de dezembro de 2018, alíquota
distinta da TEC, inclusive de 0%, para bens de informática e de telecomunicações de extrazona.
4) Exceções à TEC em razão de suspensão de concessões
comerciais: A Decisão CMC nº 18/2009 permite que um Estado-parte do
MERCOSUL eleve a alíquota do imposto de importação a um nível superior ao previsto na TEC em duas situações diferentes:
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- quando tiver sido autorizado pelo Órgão de Solução de Controvérsias da OMC a suspender concessões comerciais como
consequência de um procedimento de solução de controvérsias. Ex: o Brasil é autorizado pelo OSC a aplicar retaliações comerciais contra os EUA. Em
consequência, o Brasil eleva a alíquota do I.I incidente sobre as importações de diversos produtos quando originários dos EUA.
- quando, em consonância com o disposto no Artigo XXVIII do GATT de 1994, exerça a faculdade de retirar concessões substancialmente
equivalentes que tenham sido negociadas originalmente com um Membro da OMC que pretenda modificar ou retirar concessões. Ex: o México havia se
comprometido a cobrar uma alíquota máxima para o imposto de importação sobre automóveis de 20%. No entanto, ele decide renegociar esse limite
máximo. É possível? Sim, de acordo com o art. XXVIII do GATT é possível a renegociação. Nesse caso, o Brasil, por julgar-se afetado, poderá elevar a
alíquota do I.I sobre produtos têxteis mexicanos para 40%, por exemplo.
Nas duas situações apresentadas, admite-se que um país eleve a
alíquota do I.I acima da TEC sem que os produtos tenham que constar na Lista de Exceções à TEC. Ou seja, o limite de produtos que o Brasil pode colocar em
sua Lista de Exceções (atualmente, 100 itens) não é afetado.
Destaque-se, ainda, que a Decisão CMC nº 18/2009 foi aprovada em um contexto em que o Brasil tinha sido recentemente autorizado pelo
OSC a aplicar retaliações comerciais contra os EUA, em virtude do contencioso do algodão.
5) Perfurações à TEC: Conforme já estudamos, no âmbito da OMC, os países assumem compromissos em matéria de direitos aduaneiros,
definindo limites máximos para o imposto de importação. Imagine, todavia, a seguinte situação!
O Paraguai assumiu o compromisso de cobrar um limite máximo de
15% sobre a importação de automóveis. Posteriormente, o Paraguai passa a fazer parte do MERCOSUL, o qual, por sua vez, passa a adotar uma Tarifa
Externa Comum (TEC). Ocorre que a Tarifa Externa Comum (TEC) prevê que a
alíquota do I.I sobre automóveis originários de terceiros será de 35%. Olha o problema! O Paraguai pode cobrar no máximo 15% de I.I sobre automóveis...
Qual a solução?
Segundo a Decisão CMC nº 17/2009, quando no MERCOSUL é
aprovada uma norma estabelecendo um nível de Tarifa Externa Comum
(TEC) superior ao consolidado na OMC, prevalece, para esse Estado Parte, a tarifa consolidada. Trata-se do que é conhecido como perfuração à TEC.
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6) Conjuntura Econômica Internacional: A Decisão CMC nº 25/2012 estabeleceu que os Estados-partes do MERCOSUL poderão colocar
200 itens tarifários como exceção à Tarifa Externa Comum (TEC) além da Lista de Exceções a que cada um tem direito. Todavia, em relação a
esses itens tarifários, a alíquota do imposto de importação imposta pelos Estados em relação às importações extrazona deverá ser superior à alíquota
da TEC. Por óbvio, essa elevação da alíquota não poderá superar os limites tarifários consolidados por cada Estado no âmbito da OMC.
Lembremo-nos de que, em relação aos produtos constantes da Lista de Exceções de cada país, atualmente regulada pela Decisão CMC nº 58/2010, a
alíquota poderia ser superior ou inferior à prevista na TEC.
Essa nova exceção à TEC foi criada com o objetivo de adequar a
gestão da política tarifária no MERCOSUL à conjuntura econômica internacional. Nota-se, nesse novo mecanismo, a presença de fortes ideias
protecionistas.
4.2.2- Eliminação da Multiplicidade de Cobrança da TEC:
Imagine que o Uruguai importe um produto originário da Alemanha.
Quando esse produto entra no Uruguai, incidirá sobre ele o imposto de importação previsto na TEC, ok? Pode acontecer, no entanto, que o Uruguai
exporte esse mesmo produto originário da Alemanha para o Brasil. E agora, o
que acontece? Bom, como o produto é originário da Alemanha e não do MERCOSUL, quando ele entrar no Brasil, sobre ele incidirá novamente o
imposto de importação previsto na TEC.
Veja que houve dupla incidência do I.I sobre esse produto-(quando ele entrou no Uruguai e quando ele entrou no Brasil). Houve, portanto, dupla
cobrança da TEC, o que não é o ideal de uma união aduaneira. Para que haja a eliminação da multiplicidade de cobrança da TEC, é necessário que, quando
esse produto entre no Uruguai, a partir daí ele possa circular livremente no bloco, ou seja, passe a ser originário do MERCOSUL. Veja que, quando o
produto entrou no Brasil, incidiu o I.I porque ele, embora procedente do Uruguai, continuava a ser originário da Alemanha.8
A multiplicidade de cobrança da TEC ocorre quando um produto é
importado por um membro do MERCOSUL pagando a alíquota do imposto de importação prevista na TEC e, depois, esse mesmo produto é exportado para
um país dentro do bloco com nova incidência tributária. Nessa situação diz-se que há uma dupla cobrança da TEC. Se esse produto for exportado
novamente para outro país do bloco, haverá nova incidência tributária e aí já
8 Somente possuem livre circulação entre os membros do MERCOSUL as mercadorias
originárias do MERCOSUL, ou seja, as mercadorias que cumpram o regime de origem do
MERCOSUL. Mais à frente, estudaremos o Regime de Origem do MERCOSUL.
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falamos em múltipla cobrança da TEC. Para entender como funciona a dupla ou múltipla cobrança da TEC, nada melhor do que um exemplo!
Para que seja possível eliminar a multiplicidade da cobrança da TEC é
preciso desenvolver um mecanismo de distribuição da renda aduaneira, que é o principal entrave para sua aplicação.
“Mas como assim distribuição da renda aduaneira, Ricardo?”
Imagine que o Uruguai importe geladeiras da China e nessa operação haja incidência tributária. Posteriormente, essas geladeiras são exportadas do
Uruguai para o Brasil. Se não houvesse a dupla cobrança da TEC, o Brasil não recolheria nenhum valor do I.I para seus cofres, a menos que a renda
aduaneira gerada na primeira operação de importação pelo Uruguai fosse
repartida (o que seria mais justo!)
A fim de eliminar a dupla cobrança da TEC, foi emitida a Decisão CMC nº 10/2010, que fixou 3 (três) etapas para a implementação desse avanço
institucional. Para que se possa colocar um fim à dupla (ou múltipla) cobrança da TEC, é necessário que os bens importados de terceiros países por um
Estado-parte sejam considerados, a partir daí, originários do MERCOSUL. Atualmente, está em vigor a Decisão CMC nº 37/2005, que
dispõe que receberão tratamento de bens originários do MERCOSUL, para fins de circulação intrabloco ou de incorporação em processos produtivos,
após a importação de terceiros países, os seguintes bens:
- bens sobre os quais incida uma TEC de 0%;
- bens que, devido a acordos celebrados pelo MERCOSUL, possuam
uma margem de preferência de 100% sobre a TEC.
Nesses dois casos, considera-se que o bem cumpre a política tarifária
comum do MERCOSUL, fazendo jus ao “Certificado de Cumprimento da Política Tarifária Comum” (CCPTM).
4.2.3- Código Aduaneiro do MERCOSUL:
Por meio da Decisão CMC nº 27/2010, foi aprovado o Código Aduaneiro, o qual ainda está pendente de ratificação pelos Estados-partes
do MERCOSUL. Trata-se de normativo que busca promover a harmonização das legislações dos Estados-membros no que diz respeito ao controle do fluxo
de mercadorias intrabloco e extrabloco. Com efeito, na condição de união aduaneira, faz-se necessário que o MERCOSUL seja considerado um território
aduaneiro único, que aplique barreiras tarifárias e outras regulamentações
relacionadas ao comércio de forma unificada. Em suma: é indispensável, para
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a conformação desse estágio de integração, que exista uma legislação aduaneira comum no MERCOSUL.
É justamente isso o que se propõe o Código Aduaneiro do
MERCOSUL. Cabe destacar, por fim, que a eliminação da dupla cobrança da TEC também depende da entrada em vigor do Código Aduaneiro do
MERCOSUL.
4.3- Livre Circulação de Fatores de Produção:
Ainda não se pode afirmar que existe livre circulação de mão-de-obra e livre circulação de capital no âmbito do MERCOSUL.
Para que seja implementada a livre circulação de mão-de-obra, não
pode haver discriminação entre os trabalhadores nacionais dos Estados-partes do MERCOSUL, o que não é algo simples. Seguindo o exemplo da União
Europeia, a livre circulação de pessoas somente seria possível com a criação de uma cidadania do MERCOSUL. Embora já exista iniciativa nesse sentido,
entendemos que se trata de algo bastante incipiente e que é visto com
reservas pelos Estados-partes.
Com efeito, a Decisão CMC nº 64/2010 decidiu instituir um “Plano de Ação” para a criação do Estatuto da Cidadania do MERCOSUL. O objetivo é
avançar no “aprofundamento da dimensão social e cidadã do processo de integração” e “consolidar um conjunto de direitos fundamentais e benefícios
em favor dos nacionais dos Estados-partes do MERCOSUL. Para isso, buscar-se-á, nos termos da Decisão CMC nº 64/2010:
- Implementação de uma política de livre circulação de pessoas na região.
- Igualdade de direitos e liberdades civis, sociais, culturais e
econômicas para os nacionais dos Estados-partes do MERCOSUL.
- Igualdade de condições para acesso ao trabalho, saúde e educação.
4.4- Coordenação de Políticas Macroeconômicas e Setoriais:
Ainda não se pode afirmar que exista coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os membros do MERCOSUL. No entanto,
importante iniciativa nesse sentido foi a recente Decisão CMC nº 03/2011, que, com vistas a aprofundar a coordenação macroeconômica no MERCOSUL,
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criou as seguintes Comissões, no âmbito do Grupo de Monitoramento Macroeconômico:
- Comissão de Finanças Públicas
- Comissão Monetária e Financeira
- Comissão de Balanço de Pagamentos
- Comissão de Diálogo Macroeconômico
- Comissão de Divulgação
Sem dúvida, a coordenação macroeconômica entre os membros do
MERCOSUL é um aperfeiçoamento institucional necessário ao bloco regional, destinado a evitar que a condução da política econômica por um Estado-parte
possa influenciar negativamente na economia de outro.
4.5 – Protocolo de Ushuaia:
O Protocolo de Ushuaia foi assinado em 1998 pelos Estados-membros do MERCOSUL (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e, ainda, por Chile e
Bolívia. Trata-se de uma importante declaração de princípios, que reconhece que a plena vigência das instituições democráticas é condição essencial
para o desenvolvimento dos processos de integração regional entre seus signatários.
Segundo o art. 4º do Protocolo de Ushuaia, no caso de ruptura da
ordem democrática em um Estado–parte, serão celebradas consultas dos
Estados-partes entre si e com o Estado afetado. Caso as consultas não tenham resultado, o Estado afetado poderá sofrer sanções, que vão desde a
suspensão do direito de participar dos órgãos do processo de integração regional até a suspensão dos direitos e obrigações
resultantes desse processo. Tais sanções serão aplicadas mediante consenso dos Estados-parte do Protocolo de Ushuaia.
O Protocolo de Ushuaia representa o que se chama de “cláusula
democrática”, ou seja, representa o compromisso dos países em adotar a democracia como regime de governo. A cláusula democrática foi invocada, no
ano de 1999, para impedir a ruptura da democracia no Paraguai, que passava,
à época por enorme crise política. Em 2012, a cláusula democrática foi novamente invocada, em razão da destituição do Presidente do Paraguai
Fernando Lugo.
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4.6- Protocolo de Defesa da Concorrência:
A concentração do poder econômico pode levar a situações em que a concorrência se torna insustentável e o mercado fica desequilibrado. Há várias
práticas que restringem a concorrência, como, por exemplo, a formação de cartéis. No âmbito do MERCOSUL, os países celebraram o “Protocolo de
Defesa da Concorrência”, desejando assegurar o livre acesso ao mercado e,
ainda, a distribuição equilibrada dos benefícios da integração regional.
4.7-Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML):
Atualmente, o comércio entre os países do MERCOSUL tem como
referência o dólar, embora Brasil e Argentina já utilizem o sistema de pagamentos em moeda local (SML) desde 2008. Em evolução a essa
situação, no dia 23/07/2009, o Conselho do Mercado Comum (CMC) aprovou a substituição do dólar por moedas locais no intercâmbio comercial do bloco sul-
americano.
A decisão política tomada na 37ª Cúpula de Assunção tem como
objetivo fazer com que Paraguai e Uruguai sejam incorporados ao novo sistema de intercâmbio a partir do final de 2010, já que Brasil e Argentina já
realizam trocas comerciais usando o real e o peso argentino em seu comércio.
É importante fazermos uma regressão temporal para entendermos como começou a história da substituição do dólar no comércio entre países do
MERCOSUL:
1) No ano de 2007, foi publicada a Decisão CMC nº 25/2007, que
criou formalmente o sistema de pagamentos em moeda local para o comércio realizado entre os Estados - Parte do MERCOSUL. Entretanto, a
referida decisão não foi dotada de auto-aplicabilidade, já que ela mesma explicitava que as condições de operação desse sistema, de caráter facultativo,
seriam definidas mediante convênios bilaterais celebrados voluntariamente entre os Bancos Centrais dos respectivos países.
2) Em 18 de fevereiro de 2008, a Decisão CMC nº 25/2007 foi
internalizada pelo Brasil, através de decreto presidencial.
3) No mês de setembro de 2008, foi assinado o Convênio do
Sistema de Pagamentos em Moeda Local entre a Argentina e Brasil, estabelecendo efetivamente a possibilidade de que esses países utilizassem
moedas locais em suas transações comerciais.
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Foram vários os motivos que levaram os países do MERCOSUL a estabelecer na Decisão CMC nº 25/2007 a sua intenção em criar um sistema
de pagamentos em moedas locais, dentre os quais citamos:
1) Redução de custos financeiros nas transações comerciais entre os Estados-parte do MERCOSUL na medida em que não será necessário mais
celebrar contrato de câmbio.
2) Estímulo dos mercados financeiros regionais, visando o
fortalecimento do processo de integração e construção da união aduaneira.
3) Facilitar as atividades comerciais, em especial das pequenas e médias empresas instaladas no MERCOSUL, com vistas ao fomento do
desenvolvimento sustentável das economias da região.
A intenção era que, até o final de 2010, já estivesse tudo
funcionando, mas isso dependia de acertos e ajustes entre os Bancos Centrais dos países do MERCOSUL, inclusive com a celebração de convênios bilaterais
entre eles. Todavia, isso não foi feito e o SML continua abarcando apenas o comércio entre Brasil e Argentina.
Por fim, é importante anotarmos que o SML é um sistema facultativo e que, apesar de poderem ser utilizadas moedas locais no
comércio entre Brasil e Argentina, o que se vê efetivamente é que sua participação total no comércio entre estes dois países ainda é baixa.
4.8- Fundo para a Convergência Estrutural (FOCEM):
Os Estados-partes do MERCOSUL possuem grandes assimetrias (diferenças) econômica e sociais. Para se ter uma ideia disso, o Brasil
representa mais de 2/3 do PIB do MERCOSUL tomado em conjunto.
A fim de reduzir as assimetrias regionais e, assim, aprofundar a
integração regional, por meio do incentivo à competitividade e do estímulo à coesão social, foi criado pela Decisão CMC nº 45/2004 o Fundo para a
Convergência Estrutural (FOCEM).
Mas o que vem a ser o FOCEM?
O FOCEM é um fundo composto por contribuições não-reembolsáveis
dos Estados-partes do MERCOSUL, destinado ao financiamento de projetos de infraestrutura das economias menores e das regiões menos
favorecidas do MERCOSUL. Cada Estado contribui na proporção de seu PIB, cabendo, portanto, a maior parte das contribuições ao Brasil.
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4.9- Criação do Alto Representante Geral do MERCOSUL:
A Decisão CMC nº 63/2010 criou o Alto Representante Geral do MERCOSUL como órgão do Conselho do Mercado Comum (CMC), o qual é
designado para um mandato de 3 (três) anos, prorrogável por igual período, uma única vez. O Alto Representante Geral do MERCOSUL será uma
personalidade política destacada, nacional de um dos Estados-partes, com
reconhecida experiência em temas de integração.
O objetivo central da criação da figura do Alto Representante foi dotar o MERCOSUL de maior visibilidade e projeção no plano internacional. No
exercício de suas funções, ele irá levar em conta o interesse geral do MERCOSUL e o aprofundamento do processo de integração.
O Alto Representante Geral do MERCOSUL será responsável, dentre outras tarefas, por:
- apresentar propostas vinculadas ao processo de integração regional
ao CMC e ao GMC.
- coordenar os trabalhos relativos ao plano de ação para o Estatuto
da Cidadania do MERCOSUL.
- representar o MERCOSUL, por mandato expresso do CMC, perante terceiros países, organizações internacionais e fóruns internacionais.
- atuar na coordenação política, mantendo diálogo com outros órgãos
do MERCOSUL (Parlasul, Foro Consultivo Econômico-Social)
4.10- Resultados econômicos do MERCOSUL:
O balanço econômico que se pode fazer sobre a integração regional no MERCOSUL é bastante positivo. Podemos apontar várias conseqüências da
criação do MERCOSUL, do ponto de vista econômico:
1) Aumento da corrente de comércio entre os membros do MERCOSUL.
2) A integração regional entre os países do MERCOSUL provocou mudança positiva na eficiência econômica dos agentes. A liberalização do
comércio intrabloco tem como efeito o aumento da concorrência, fazendo com que as empresas desenvolvam novos processos e produtos e, portanto,
aumentem sua eficiência.
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3) A constituição do MERCOSUL permitiu que as empresas pudessem melhor aproveitar as economias de escala. A ampliação do mercado
consumidor permite que as empresas possam auferir economias de escala.
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!
81. (AFRF-2000)- Considerando que uma importação brasileira oriunda de países membro da ALADI - Associação Latino-Americana de
Integração e não membro do MERCOSUL, goza de uma margem de preferência de 30%(trinta por cento) sobre a alíquota da TEC - Tarifa
Externa Comum de 10%(dez por cento), o imposto resultante alcançará o percentual de 7%.
Comentários:
Pelas regras da ALADI, uma margem de preferência de 30% em relação a uma alíquota da TEC de 10%, irá resultar em um imposto de 7%:
- 30 % de 10 = 3%
- Imposto = 10% - 3% = 7% (Questão correta)
82. (AFRFB – 2005)- De acordo com o Protocolo de Ushuaia, a plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para o
processo de integração entre seus signatários (países do MERCOSUL,
Bolívia e Chile). Prevê o Protocolo que a ruptura da ordem democrática em um dos países pode levar à suspensão de seus direitos e
obrigações nos processos de integração entre os membros desse Protocolo.
Comentários:
O Protocolo de Ushuaia foi celebrado com o fito de garantir a plena vigência das instituições democráticas nos países do MERCOSUL.
Caso ocorra a ruptura da democracia em algum dos membros do bloco, este poderá ser sancionado com a suspensão dos seus direitos e deveres no
processo de integração regional. Questão correta.
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83. (INMETRO – Articulação Internacional / 2007)- A cláusula democrática, regra assumida pelo MERCOSUL, jamais foi invocada na
prática.
Comentários:
A cláusula democrática, prevista no Protocolo de Ushuaia, já foi
invocada para impedir a ruptura do regime democrático no Paraguai, no ano de 1999. Em 2012, ela foi novamente invocada, por ocasião da deposição do
Presidente Fernando Lugo. Questão errada.
84. (ACE-2002 - adaptada)- No atual contexto internacional, os Estados assumem compromissos mútuos de várias maneiras, entre os
quais a assinatura de acordos e a participação em organizações
internacionais. Entre os compromissos assumidos pelo Governo brasileiro pode-se relacionar o compromisso de aceitação da
prevalência das regras da OMC sobre as do MERCOSUL no que diz respeito aos temas tratados pelo Acordo sobre Medidas de
Investimentos Relacionados ao Comércio (TRIMS).
Comentários:
Será que existe alguma hierarquia entre os acordos celebrados no
âmbito da OMC e os acordos celebrados no MERCOSUL?
Não. Não há relação hierárquica entre os acordos celebrados no âmbito da OMC e os acordos celebrados no âmbito do MERCOSUL, a
partir do que está incorreto afirmar-se que o Brasil aceita a prevalência das regras da OMC sobre as do MERCOSUL no que diz respeito aos temas tratados
pelo Acordo sobre Medidas de Investimentos Relacionados ao Comércio (TRIMS). Logo, a questão está errada.
85. (AFRF-2000-adaptada)- São ganhos do MERCOSUL a mudança positiva na eficiência econômica dos agentes, em virtude de maior
concorrência intra-setorial; a maior eficiência na produção pela especialização crescente dos agentes econômicos; o maior
aproveitamento das economias de escala permitidas pela ampliação do mercado; e a mobilidade dos fatores através das fronteiras entre os
países-membros permitindo uma alocação ótima de recursos.
Comentários:
Ainda não é possível no MERCOSUL a mobilidade dos fatores de
produção. Questão errada.
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86. (INMETRO – Articulação Internacional / 2007)- A involução do comércio intra-MERCOSUL foi capturada pelas estatísticas relativas ao
comércio exterior dos países dessa sub-região.
Comentários:
A constituição do MERCOSUL teve como efeito aumentar a corrente
de comércio intrabloco. Questão errada.
87. (Juiz do Trabalho – TRT 1ª Região / 2010)- No MERCOSUL, a livre circulação de pessoas sofre restrições apenas em relação a países que
não são membros plenos.
Comentários:
Ainda não livre circulação de pessoas no MERCOSUL, inclusive em
relação aos membros efetivos (plenos). Questão errada.
88. (AFRF-2005)- No âmbito do MERCOSUL, adotou-se um regime
para a aplicação de medidas de salvaguarda às importações provenientes de países não-membros do bloco.
Comentários:
O MERCOSUL já adotou, por meio da Decisão CMC nº 17/96, um “Regulamento Comum para a Aplicação de Salvaguardas”. Questão correta.
89. (Questão Inédita)- O Mecanismo de Adaptação Competitiva
(MAC) tem como objetivo proteger setores industriais de qualquer dos países do MERCOSUL, quando as exportações de um dos Estados-
membros estiver causando ou ameaçando causar dano à indústria doméstica. A principal provisão do MAC é permitir que sejam adotadas
salvaguardas em relação a produtos originários de outro país do bloco.
Comentários:
O Mecanismo de Adaptação Competitiva (MAC) aplica-se somente
entre Brasil e Argentina. O MAC representa a possibilidade de aplicação de salvaguardas no comércio entre esses dois países. Questão errada.
90. (Questão Inédita)- O Fundo para a Convergência Estrutural (FOCEM) tem como objetivo promover o aumento da competitividade
das economias menores e das regiões de menor desenvolvimento, estimular a coesão social e fortalecer a integração física por
intermédio de obras de infraestrutura.
Comentários:
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O Fundo para a Convergência Estrutural (FOCEM) é um fundo criado com o objetivo de apoiar as economias menores do MERCOSUL a
fim de reduzir as assimetrias entre os países que integram esse bloco regional. Questão correta.
91. (Questão Inédita)- O Sistema de Pagamentos em Moeda Local
(SML) é um mecanismo em vigor entre os quatro países do MERCOSUL
por meio do qual a liquidação de transações comerciais poderá ser feita com moedas nacionais, ao invés de ser efetuada com a utilização
de dólares.
Comentários:
Atualmente, o SML somente está em vigor no comércio bilateral entre
Brasil e Argentina. A intenção é que, no futuro, ele abranja também os outros países do MERCOSUL. Logo, a questão está errada ao afirmar que ele já está
em vigor entre os quatro países do bloco.
92. (TRF – 2005)- Atualmente, é possível que um membro do MERCOSUL aplique uma medida antidumping contra outro membro do
bloco.
Comentários:
Os membros do MERCOSUL aplicam medidas antidumping uns contra
os outros, embora essa não seja uma prática cuja legitimidade seja reconhecida pela normativa da OMC para uniões aduaneiras. Questão correta.
93. (TRF – 2005)- Ainda não foram definidas regras que tenham por objeto a defesa da concorrência no âmbito do MERCOSUL.
Comentários:
Os membros do MERCOSUL já celebraram um “Protocolo para a
Defesa da Concorrência”. Questão errada.
94. (AFRF-2005)- Segundo as regras atualmente vigentes, o Brasil
pode modificar, a cada seis meses, até 40% (quarenta por cento) dos produtos de sua lista de exceção à Tarifa Externa Comum.
Comentários:
Segundo a Decisão CMC nº 58/2010, cada país pode modificar, a cada seis meses, até 20% dos produtos de sua Lista de Exceções à TEC.
Questão errada.
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95. (AFRFB – 2005)- Atualmente, o Brasil pode manter até 100 (cem) itens da Nomenclatura Comum do MERCOSUL como lista de exceção à
Tarifa Externa Comum.
Comentários:
De fato, pela Decisão CMC nº 58/2010, o Brasil pode manter até
100 itens da NCM em sua Lista de Exceções à TEC até 31/12/2015. A Argentina também pode manter 100 itens à margem da TEC até 31/12/2015;
o Uruguai 225 até 31/12/2017; o Paraguai 649 até 31/12/2019. Questão correta.
96. (Questão Inédita)- Na elaboração da Lista de Exceções à TEC, os
Estados-membros do MERCOSUL deverão valorizar a oferta exportável
existente no bloco regional.
Comentários:
Segundo a Decisão CMC nº 58/2010, ao compor suas listas, os países do MERCOSUL deverão valorizar a oferta exportável existente
nos blocos regionais. Esse dispositivo visa a evitar que os membros do
MERCOSUL coloquem uma tarifa de importação inferior à prevista na TEC para produtos que possam ser comprados de outros membros do MERCOSUL.
Questão correta.
97. (Questão Inédita)- Os membros do MERCOSUL podem manter exceções à TEC como forma de proteger a indústria nascente.
Comentários:
A proteção à indústria nascente não é uma justificativa para que os países do MERCOSUL mantenham produtos como exceções à TEC. Questão
errada.
98. (Questão Inédita)- O MERCOSUL tem como objetivo a
harmonização da política comercial em relação a terceiros países. Para alcançar esse objetivo, seus membros devem possuir exceções à TEC e
aplicar medidas de defesa comercial em conjunto.
Comentários:
De fato, o MERCOSUL, enquanto união aduaneira, tem por objetivo o
estabelecimento de uma política comercial comum em relação a terceiros países. Nesse sentido, uma união aduaneira ideal pressupõe que os países do
bloco apliquem medidas de defesa comercial em conjunto e que não mantenham exceções à TEC. Questão errada.
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99. (Questão Inédita)- É possível que, por razões de desabastecimento, um membro do MERCOSUL, estabeleça que, para
um determinado produto originário de terceiros países, incidirá uma alíquota do imposto de importação superior à prevista na TEC.
Comentários:
Segundo a Decisão CMC nº 08/2008, é possível que um membro do MERCOSUL, por razões de desabastecimento, mantenha um produto à margem
da TEC. No entanto, sobre esse produto deverá incidir uma alíquota do imposto de importação inferior à prevista na TEC.
Com efeito, seria totalmente ilógico supor que, por razões de
desabastecimento, um país estabeleça uma alíquota do I.I superior à prevista
na TEC. Se há um desabastecimento interno, o país quer estimular a entrada de produtos, o que faz por meio da redução de alíquotas. Questão errada.
100. (Questão Inédita)- O MERCOSUL tem como objetivo estabelecer
um “Regime Comum de Importação de bens de capital não produzidos no MERCOSUL”, o qual entrará em vigor em 1º janeiro de 2014 para o
Brasil e Argentina e em 1º de janeiro de 2018 para os demais países.
Comentários:
O objetivo do MERCOSUL, enquanto união aduaneira, é que seja
estabelecido um regime comum para a importação de bens de capital não produzidos no bloco. Para esses bens, o MERCOSUL irá reduzir, em
conjunto, as alíquotas do imposto de importação. A previsão é de que esse regime entre em vigor em 1º de janeiro de 2014 para Brasil e Argentina e em
1º de janeiro de 2018 para os demais países. Questão correta.
101. (Questão Inédita)- Os Estados-membros do MERCOSUL poderão
modificar, a cada 6 meses, até 20% das NCM’s incluídas em suas listas de exceção à TEC.
Comentários:
Segundo a Decisão CMC nº 58/2010, os Estados-membros do MERCOSUL poderão modificar, a cada 6 (seis) meses, até 20% das NCM’s
incluídas em suas Listas de Exceções à TEC. Questão correta.
102. (Questão Inédita)- O objetivo de aperfeiçoamento da União Aduaneira implica avançar no que se refere a normas e procedimentos
que facilitem tanto a circulação quanto ao controle dentro do MERCOSUL dos bens importados no território aduaneiro ampliado e
estabelecer um mecanismo de distribuição da renda aduaneira e
eliminação da multiplicidade da cobrança da TEC.
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Comentários:
O avanço do MERCOSUL, enquanto união aduaneira, implica na eliminação da multiplicidade de cobrança da TEC, o que tem como maior
empecilho a dificuldade de se criar um mecanismo de distribuição da renda aduaneira. Questão correta.
103. (Questão Inédita)- A distribuição da renda aduaneira é o maior entrave às negociações para a eliminação da dupla cobrança da Tarifa
Externa Comum.
Comentários:
De fato, o maior empecilho às negociações para a eliminação da
dupla cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC) é a distribuição da renda aduaneira. Logo, a questão está correta.
104. (AFRFB – 2005)- Muito embora o MERCOSUL almeje à
conformação de um mercado comum, atualmente o bloco se encontra no estágio de união aduaneira imperfeita (ou incompleta). Para a
conclusão dessa etapa, basta a eliminação das exceções ao livre-
comércio intrabloco.
Comentários:
Segundo a maior parte da doutrina, o MERCOSUL é considerado uma união aduaneira imperfeita. Todavia, ao contrário do que afirma a questão,
para se tornar uma união aduaneira completa ou perfeita, não basta a
eliminação das exceções ao livre comércio intrabloco. Para corrigir as imperfeições da união aduaneira, é necessário colocar um fim às exceções à
Tarifa Externa Comum. Questão errada.
5- REGIME DE ORIGEM DO MERCOSUL:
Regras de origem são leis, regulamentos e determinações administrativas que definem o país de origem de um produto. Suponha
que o motor de um automóvel seja fabricado na Alemanha; o câmbio e a suspensão, na Itália; as rodas e os pneus, no Brasil. Nesse caso, de qual país o
automóvel será originário? Difícil, não é mesmo? São justamente as regras de origem que irão definir isso!
É importante termos em mente a diferença entre origem e procedência! Imagine, por exemplo, um automóvel inteiramente fabricado na
França. Esse automóvel é exportado para os EUA e, em seguida, é novamente exportado, agora para o Brasil. Nessa situação, dizemos que, ao chegar ao
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Brasil, o automóvel é originário da França e procedente dos EUA. É originário da França porque foi naquele país que ele foi fabricado; é procedente
dos EUA porque ele foi importado deste país.
Há dois tipos de regras de origem: i) regras de origem não-preferenciais e; ii) regras de origem preferenciais.
As regras de origem não-preferenciais têm aplicação geral, independentemente de qualquer acordo comercial. Elas são utilizadas para
determinar a origem de um produto para fins de aplicação de medidas de defesa comercial ou outros tipos de barreiras não-tarifárias.
As regras de origem preferenciais, por sua vez, utilizadas no
âmbito de acordos regionais / preferenciais de comércio. Elas definem os
critérios que devem ser cumpridos por um produto para que este possa auferir os benefícios de um acordo comercial. A existência de regras de origem
preferenciais é fundamental para evitar que produtos fabricados em países que não fazem parte do acordo aufiram indevidamente seus benefícios.
No âmbito do MERCOSUL, as regras de origem preferenciais estão
definidas na Decisão CMC nº 01/2004. Nessa norma, estão definidos os requisitos que devem ser cumpridos por um produto para que este possa
auferir os benefícios do comércio intrabloco. Com efeito, para que um produto possa circular livre de barreiras entre os países do MERCOSUL, é
necessário que ele seja originário do MERCOSUL.
Os requisitos de origem podem ser divididos em gerais e
específicos.
São considerados originários do MERCOSUL (requisitos genéricos):
1) Os produtos integralmente obtidos ou integralmente
produzidos no interior de qualquer dos Estados Partes, quando neles forem utilizados exclusivamente materiais originários dos Estados Partes. Um
guindaste produzido no Brasil exclusivamente com insumos brasileiros será considerado originário do MERCOSUL. O trigo colhido em uma plantação da
Argentina será considerado originário do MERCOSUL.
2) Os produtos em cuja elaboração forem utilizados materiais não
originários dos Estados partes, quando resultantes de uma transformação substancial. Considera-se transformação substancial aquela que confere
nova individualidade a um produto, o qual passa a ser classificado em uma nova posição tarifária, ou seja, os 4 (quatro) primeiros dígitos da
classificação fiscal são alterados. Quando ocorre essa mudança na posição tarifária, dizemos que houve o “salto tarifário”. Se uma empresa argentina
compra madeira da Itália e transforma essa madeira em uma cadeira, percebe-se, nitidamente, que houve o salto tarifário. A madeira classifica-se na
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posição tarifária 4403.20.00; a cadeira na posição 9403.30.00 (vejam como os quatro primeiros dígitos da classificação fiscal mudaram!)
Em 2009, foi introduzida, ainda, uma nova regra a respeito do salto
tarifário. Segundo a Decisão CMC nº 16/2007, “considera-se que um produto cumpre com o requisito de salto tarifário se o valor CIF de todos os materiais
não-originários do MERCOSUL utilizados em sua produção que não estejam
classificados em uma posição tarifária diferente à do produto, não excede 10% do valor FOB do produto exportado.”
Redação complicada, não é?
Calma! Vou explicar! Suponha que, para a construção de um produto
classificado na NCM 9504.10.10, seja necessário utilizar quatro insumos
diferentes, classificados, respectivamente, nas seguintes NCM’s: 9504.10.90, 7202.11.00, 7217.10.10 e 4704.30.00. Se fôssemos seguir à risca a regra do
salto tarifário (a classificação fiscal do produto final tem que mudar os quatro primeiros dígitos em relação aos seus insumos), o produto 9504.10.10 não
seria originário do MERCOSUL, já que um de seus insumos é classificado na mesma posição tarifária (9504.90.90). No entanto, caso este insumo
classificado na mesma posição seja pouco representativo (seu valor não exceder 10% do produto final), considera-se que ocorreu o salto tarifário.
3) Os produtos em que, apesar de não ter havido o “salto tarifário”,
contam com 60% de valor agregado regional. Há outra forma de falar isso
(bem mais complexa, por sinal!) E como as bancas examinadoras adoram coisas complexas... Dizer que houve 60% de agregação de valor regional é o
mesmo que dizer que o valor CIF dos insumos não-originários não deve superar 40% do valor FOB da mercadoria produzida.
Em virtude de ser a menor economia do MERCOSUL, o Paraguai
goza de um tratamento preferencial no que diz respeito ao regime de origem. Para esse país, a exigência de agregação de valor regional é de
apenas 40%. Ou, em outras palavras, para o Paraguai, o valor CIF dos insumos não originários não deve superar 60% do valor FOB da mercadoria
produzida.
Esses são os requisitos de origem genéricos! Já em relação aos
requisitos específicos, estes não existem para todos os bens. No entanto, quando existirem, prevalecerão sobre os requisitos genéricos. Um
exemplo de requisito específico seria exigir que, para serem originários do MERCOSUL, os computadores sofram um número mínimo de operações de
industrialização (montagem e soldagem de todos os componentes nas placas de circuito, montagem das partes elétricas, etc).
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Esquematizando:
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!
105. (AFRF-2003-adaptada)- Para ser considerado originário da
ALADI, o produto deve ter, no mínimo, 50% de conteúdo regional, sendo de 40% para os países de menor desenvolvimento regional e,
para ser considerado originário do MERCOSUL, deve ter 60%, no mínimo, de conteúdo regional.
Comentários:
Duas perguntas importantes para resolvermos essa questão:
1)- Qual o percentual de agregação de valor regional para que um produto seja considerado originário da ALADI? Conforme afirma a
questão, para ser considerado originário da ALADI, há necessidade de 50% de valor agregado regional. Para os países de menor desenvolvimento relativo
– Bolívia, Equador e Paraguai -, o percentual de agregação de valor regional
exigido é de 40%.
2)- Qual o percentual de agregação de valor regional para que um produto seja considerado originário do MERCOSUL? Conforme afirma
a questão, para ser considerado originário do MERCOSUL, o percentual de agregação de valor regional é de 60%. Para o Paraguai, esse percentual é de
40%.
REGIME DE ORIGEM DO
MERCOSUL
Requisitos Genéricos Requisitos Específicos
1) 60% de valor agregado regional
2) transformação substancial (salto tarifário)
3) integralmente produzidos ou obtidos
Quando existirem, prevalecem sobre os requisitos genéricos
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Logo, a questão está correta.
106. (AFRF-2002-2-adaptada) - Conforme as regras de origem aplicáveis aos Estados- Partes do MERCOSUL, adotando
exclusivamente o critério do salto tarifário, serão considerados originários do MERCOSUL os produtos em cuja elaboração foram
utilizados materiais não originários de seus países membros, quando
resultantes de um processo de transformação substancial realizado em seu território, que lhes confira uma nova individualidade caracterizada
pelo fato de estarem classificados na Nomenclatura Comum do MERCOSUL na mesma posição do material cuja função seja
preponderante.
Comentários:
Pegadinha! O “salto tarifário” considera-se ocorrido quando o
produto final, resultante do processo de industrialização, classifica-se, ao contrário do que afirma a questão, em posição tarifária diferente à dos
seus insumos. Questão errada.
107. (ACE-1997 - adaptada)- Segundo o Regime de Origem do MERCOSUL, são considerados originários do bloco os produtos que têm
60% do valor agregado regionalmente.
Comentários:
Perfeita a assertiva! A exigência de conteúdo regional, para que um
produto seja considerado originário do MERCOSUL, é de 60%.
108. (ACE- 1997- adaptada)- Segundo o Regime de Origem do
MERCOSUL, são considerados originários do bloco os produtos que tenham tido algum tipo de transformação ou processamento
substancial na região.
Comentários:
De fato, se um produto sofrer uma transformação substancial
em um país do MERCOSUL, ele será considerado originário do bloco. Cabe lembrar que a transformação substancial fica caracterizada quando o
produto final passa a classificar-se em posição tarifária diferente dos insumos utilizados em sua fabricação (“salto tarifário”). Questão correta.
109. (ACE – 1997 – adaptada)- Para ser considerado originário do
MERCOSUL, observa-se onde se inicia o processo industrial do produto.
Comentários:
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Para fins de atribuição de origem a um produto, não interessa saber onde se iniciou o processo de industrialização. Questão errada.
110. (ACE – 1997)- Um produto originário do MERCOSUL tem direito a
tarifa zero no comércio entre os integrantes do bloco.
Comentários:
No MERCOSUL, circulam livres de barreiras tarifárias os
produtos originários do bloco. Em outras palavras, os produtos originários do MERCOSUL têm direito a tarifa zero (margem de preferência de 100%) no
comércio intrabloco. Questão correta.
111. (ACE-1997-adaptada)- No âmbito do MERCOSUL, o controle de
origem só é necessário se o produto em questão figurar em uma lista de exceções à Tarifa Externa Comum.
Comentários:
No interior do MERCOSUL, as mercadorias circulam livres de barreiras, desde que, é claro, sejam originárias desse bloco regional. Para
usufruir, então, dos benefícios do MERCOSUL, as importações devem ser instruídas com um Certificado de Origem do MERCOSUL. No âmbito desse
bloco, todas as mercadorias estão sujeitas ao controle de origem. Logo, a questão está errada.
112. (Questão Inédita)- O regime de origem do MERCOSUL considera
como originários os produtos totalmente obtidos ou totalmente
produzidos em um dos países integrantes do bloco ou ainda aqueles que possuírem insumos não-originários, desde que estes insumos não
ultrapassem 50% de conteúdo regional.
Comentários:
São considerados originários do MERCOSUL os produtos totalmente
obtidos ou totalmente produzidos em países integrantes do bloco ou, no caso de insumos não originários do bloco, quando o valor CIF destes não
ultrapassar 40% do valor FOB da mercadoria produzida. Em outras palavras, o valor agregado regional da mercadoria deve ser de no mínimo 60%
para que ela seja originária do bloco. Questão errada.
113. (Questão Inédita)- São considerados originários do MERCOSUL os produtos em cuja elaboração forem utilizados materiais não
originários dos Estados Partes, quando resultantes de um processo de transformação que lhes confira uma nova individualidade,
caracterizada pelo fato de estarem classificados em uma posição
tarifária diferente da dos mencionados materiais.
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Comentários:
Perfeita a assertiva! São considerados originários do MERCOSUL os produtos que sofreram, no âmbito do bloco, uma transformação substancial,
assim considerada aquela que promove o “salto tarifário”. Questão correta.
114. (Questão Inédita)- No âmbito do regime de origem do
MERCOSUL, existem produtos que devem obedecer a requisitos específicos de origem, que devem prevalecer sobre os critérios gerais.
Comentários:
Os requisitos específicos de origem, quando existirem, devem prevalecer sobre os requisitos gerais. Questão correta.
115. (Questão Inédita)- Para que as mercadorias originárias se
beneficiem dos tratamentos preferenciais, elas deverão ter sido expedidas diretamente do Estado Parte exportador ao Estado Parte
importador. Para tal fim se considera expedição direta as mercadorias transportadas sem passar pelo território de algum país não
participante do MERCOSUL.
Comentários:
O art. 10 da Decisão CMC nº 01/2004 (Regime de Origem do
MERCOSUL) determina que para que as mercadorias originárias possam se beneficiar do tratamento preferencial, estas devem ser expedidas diretamente
do Estado parte exportador para o Estado parte importador. Questão correta.
116. (Questão Inédita)- O Paraguai goza de privilégios em relação ao
regime de origem estabelecido no MERCOSUL, sendo consideradas originárias deste país as mercadorias que tenham um mínimo de 40%
de conteúdo regional.
Comentários:
De fato, o Paraguai goza de benefícios no que diz respeito às
exigências de conteúdo regional para que um produto seja considerado originário do MERCOSUL. São consideradas originárias desse país as
mercadorias que tenham um mínimo de 40% de conteúdo regional. Questão correta.
117. (Questão Inédita)- Se uma mercadoria possuir 60% de conteúdo regional, isto é, se o valor CIF dos insumos importados não ultrapassar
40% do valor FOB da mercadoria produzida, esta será originária do MERCOSUL.
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Comentários:
Dizer que uma mercadoria tem 60% de conteúdo regional é o mesmo que dizer que o valor CIF dos insumos originários de terceiros países não
excede 40% do valor FOB. Esse é um dos requisitos de origem do MERCOSUL. Questão correta.
QUESTÕES COMENTADAS
1. (Instituto Rio Branco-2008) Segundo a doutrina da integração
regional, que se desenvolve com a disseminação e o aprofundamento dos blocos econômicos, o MERCOSUL recebe a classificação de união
aduaneira imperfeita. Tal classificação justifica-se porque:
a) há expressa previsão legal a esse respeito, conforme definido no preâmbulo do Código Aduaneiro do MERCOSUL.
b) há um regime de exceções tributárias decorrente das assimetrias internas que impede a aplicação de um único imposto aduaneiro, comum a todos os
países-membros do bloco regional.
c) essa união aduaneira não dispõe de personalidade jurídica internacional, sendo reconhecida apenas no MERCOSUL como um todo, conforme previsto no
Protocolo de Ouro Preto.
d) não existe, no MERCOSUL, livre circulação de trabalhadores, com direito de
estabelecimento, como ocorre na União Europeia.
e) sua tarifa externa comum (TEC) é ainda muito elevada e incompatível com os padrões internacionais de liberalização comercial.
Comentários:
Letra A: errada. O Código Aduaneiro do MERCOSUL não diz, em seu preâmbulo, que o MERCOSUL é uma união aduaneira imperfeita.
Letra B: correta. O MERCOSUL é considerado uma união aduaneira imperfeita em razão das diversas exceções à política comercial comum em
relação a terceiros países. O que é marcante, nesse sentido, são as diversas exceções à TEC.
Letra C: errada. O MERCOSUL possui, sim, personalidade jurídica de
direito internacional. De qualquer forma, não seria a falta dessa personalidade que o tornaria uma união aduaneira imperfeita.
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Letra D: errada. De fato, não há livre circulação de trabalhadores no MERCOSUL. Mas isso é característica de um mercado comum (e não de uma
união aduaneira ideal!)
Letra E: errada. Não interessa se a tarifa externa comum é elevada ou não. Uma união aduaneira ideal se caracteriza por uma política comercial
comum em relação a terceiros países.
2. (CODESP-2011) O MERCOSUL foi constituído em 1991 pelo
tratado de Assunção, assinado entre Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Um dos propósitos do MERCOSUL é:
a) a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países,
através, entre outros, da eliminação dos direitos alfandegários e restrições
não tarifárias à circulação de mercadorias e de qualquer outra medida de efeito equivalente.
b) a criação de uma moeda única, com vistas a uma área de estabilidade
monetária com inflação e déficits públicos controlados.
c) a criação de um espaço econômico em que as moedas de cada país membro
devem ser convertíveis e as taxas de câmbio fixadas com caráter irrevogável.
d) a constituição de um banco central único, a fim de centralizar as políticas monetárias dos estados membros.
e) a unificação dos direitos civil, comercial, administrativo e fiscal entre os
Estados membros.
Comentários:
Letra A: correta. O MERCOSUL ambiciona tornar-se um mercado
comum, o que implica na livre circulação de mercadorias, serviços e fatores de produção.
Letra B: errada. O MERCOSUL não busca a criação de uma moeda única.
Letra C: errada. A fixação de taxas de câmbio e a criação de um
espaço econômico em que as moedas sejam conversíveis não são objetivos do MERCOSUL.
Letra D: errada. O MERCOSUL não busca a unificação de políticas monetárias.
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Letra E: errada. No MERCOSUL, busca-se a harmonização de legislações nacionais, para que estas não entrem em conflito. Não é objetivo a
unificação de legislações nacionais.
3. (CODEVASF-2003) Constitui uma exceção ao livre comércio no Mercosul os produtos:
a) agrícolas;
b) que estejam causando prejuízo à indústria doméstica de um Estado Parte;
c) fabricados com peças e insumos estrangeiros, correspondentes a 20% do
valor final do produto;
d) têxteis e vestuários;
e) procedentes de zonas francas ou áreas afins.
Comentários:
Segundo a Decisão CMC nº 08/94, os Estados-partes do MERCOSUL
aplicarão a Tarifa Externa Comum (TEC) sobre as mercadorias provenientes de zonas francas comerciais, zonas francas industriais, zonas de processamento
de exportações e áreas aduaneiras especiais. Assim, as mercadorias
provenientes de zonas francas são exceções ao livre comércio intrabloco. A resposta é, portanto, a letra E.
4. (ACE-2012) Considere as seguintes assertivas sobre defesa
comercial no Mercosul e, em seguida, assinale a opção correta.
a) O Mercosul não dispõe de normativas comuns sobre medidas de defesa
comercial.
b) As controvérsias sobre a aplicação dos Acordos Antidumping e sobre Subsídios e Medidas Compensatórias da OMC podem ser apreciadas no marco
do sistema de resolução de controvérsias do Mercosul.
c) O Mercosul dispõe de marcos jurídicos que facultam aos países membros
implementar procedimentos comuns de investigação e adotar um processo decisório comum frente a práticas desleais de comércio por terceiros países.
d) Apenas as matérias relativas à prática de dumping pelos países membros
são tratadas com base em normativa integrada e procedimentos de investigação comuns aos países do Mercosul.
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e) As salvaguardas comerciais no comércio intra-bloco representam importante instrumento de promoção do equilíbrio nas trocas internas e de maior equidade
frente às disparidades entre as econômicas dos países membros.
Comentários:
Letra A: errada. No âmbito do MERCOSUL, existe um Regulamento
Comum para a aplicação de salvaguardas comerciais.
Letra B: correta. Pode ser levada à apreciação do sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL qualquer litígio de natureza comercial.
Letra C: errada. Não existe um regulamento comum para a aplicação de medidas antidumping e medidas compensatórias, que são as medidas de
defesa comercial usadas para combater práticas desleais de comércio.
Letra D: errada. Apenas as matérias relativas às salvaguardas são tratadas com base em normativa integrada e procedimentos de investigação
comuns aos países do Mercosul.
Letra E: errada. Somente podem ser aplicadas medidas de
salvaguardas no comércio bilateral Brasil-Argentina. Nas demais relações comerciais intra-MERCOSUL, não podem ser aplicadas salvaguardas.
5. (Questão Inédita) Assinale a alternativa correta sobre o
MERCOSUL:
a) A personalidade jurídica de direito internacional público do MERCOSUL foi
reconhecida pelo Protocolo de Olivos, que também instituiu um sistema de solução de controvérsias para esse bloco regional.
b) Em virtude de o MERCOSUL ser uma união aduaneira imperfeita, há livre
circulação de mercadorias entre os seus membros, salvo em relação às mercadorias relacionadas nas Listas de Exceções à TEC.
c) Os integrantes do Parlamento do MERCOSUL são, atualmente, escolhidos por meio de eleições diretas.
d) O MERCOSUL não possui qualquer vínculo jurídico com a ALADI, podendo
celebrar acordos dos quais não faça parte essa organização internacional.
e) O Conselho do Mercado Comum é órgão de natureza intergovernamental,
cujas decisões são adotadas por consenso, tendo como tarefa a condução política do processo de integração. Para isso, pode criar órgãos auxiliares
necessários ao aprofundamento da integração regional.
Comentários:
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Letra A: errada. O Protocolo de Ouro Preto reconheceu explicitamente a personalidade jurídica de direito internacional do MERCOSUL.
Letra B: errada. Pegadinha! As mercadorias relacionadas em Listas de
Exceção à TEC circulam livremente entre os países do MERCOSUL. A inclusão de mercadorias na Lista de Exceção à TEC é feita por cada país,
isoladamente, e significa que aquele país escolherá livremente a alíquota do
imposto de importação cobrada em relação a terceiros países.
Letra C: errada. Atualmente, os integrantes do Parlasul são escolhidos por meio de eleições indiretas. Apenas o Paraguai escolheu seus
representantes por eleições diretas.
Letra D: errada. O MERCOSUL possui, sim, vínculo jurídico com a
ALADI, uma vez que é um acordo de alcance parcial celebrado no âmbito daquela organização internacional.
Letra E: correta. Os órgãos decisórios do MERCOSUL são o Conselho
do Mercado Comum, o Grupo Mercado Comum e a Comissão de Comércio do MERCOSUL. Todos eles têm natureza intergovernamental e tomam
decisões por consenso. O CMC é o órgão de cúpula do MERCOSUL, responsável pela condução política do processo de integração. Ele tem a
faculdade de criar novos órgãos auxiliares necessários ao aprofundamento da integração regional.
6. (ACE-2012) Em relação às obrigações assumidas pelos Estados Partes do Mercosul quanto às barreiras impostas no comércio
internacional, não é verdade afirmar que:
a) o Mercosul adota uma tarifa externa comum. Entretanto, há produtos com tarifa não uniformizada, incluídas sobretudo nas Listas de Exceção nacionais.
b) os Estados Partes do Mercosul devem garantir, na aplicação de suas tarifas, a absoluta extensão do princípio da nação mais favorecida aos Membros da
OMC.
c) a imposição de barreiras de caráter sanitário exige a comprovação de prova científica do risco alegado.
d) o Acordo de Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT) é obrigatório para todos os Membros da OMC, inclusive para os Estados Partes do Mercosul.
e) o licenciamento de importações não pode, conforme as regras da OMC, ser
utilizado meramente para imposição de restrições quantitativas.
Comentários:
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Letra A: correta. Os membros do MERCOSUL adotam uma Tarifa Externa Comum (TEC). Existem, todavia, diversas hipóteses de exceção à
TEC, que fazem com que o MERCOSUL seja considerado uma união aduaneira imperfeita.
Letra B: errada. O MERCOSUL é um bloco regional cujos integrantes
concedem entre si mútuas preferências tarifárias, sem estendê-las aos demais
membros da OMC. Trata-se, portanto, de uma exceção à cláusula da nação mais favorecida.
Letra C: foi considera correta, mas caberia recurso. As medidas
sanitárias, em regra, somente podem ser impostas quando houver prova científica do risco alegado. Todavia, isso não se aplica às medidas sanitárias
provisórias.
Letra D: correta. O TBT é um acordo multilateral da OMC e, portanto,
é obrigatório para todos os membros dessa organização internacional. Como os Estados-parte do MERCOSUL são todos membros da OMC, eles estão
vinculados ao TBT.
Letra E: correta. As restrições quantitativas são, em regra, proibidas pelo art. XI do GATT. Quando são impostas estas restrições, o controle se faz,
sim, por meio de licenciamento de importação. O que tornou a frase correta foi a palavra “meramente”, uma vez que as restrições quantitativas serão usadas
apenas em situações excepcionais.
7. (AFRFB/2012) Sobre a integração regional nas Américas,
assinale a opção correta.
a) Após a extinção da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), foi criada em 1990 a Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC),
com objetivos mais amplos do que a sua predecessora.
b) A Tarifa Externa do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) não admite
exceções, em função do objetivo de formação de um mercado comum estabelecido no Tratado de Assunção.
c) De acordo com o Tratado de Assunção, que instituiu o Mercado Comum do
Sul (MERCOSUL), o Grupo Mercado Comum é o órgão superior,
correspondendo-lhe a condução política do MERCOSUL e a tomada de decisões para assegurar o cumprimento dos objetivos e prazos estabelecidos para a
constituição definitiva do mercado comum.
d) O sistema de pagamentos em moeda local do MERCOSUL é um mecanismo que viabiliza a realização de operações de comércio exterior nas moedas locais
dos Estados Partes, tendo sido implementado de forma voluntária por Brasil e Argentina até o momento.
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e) A Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) objetiva a criação de uma união aduaneira latino-americana, com exclusão do México, que já se
integrou ao NAFTA.
Comentários:
Letra A: errada. A ALADI é que sucedeu a ALALC, tendo sido criada
em 1980, pelo Tratado de Montevidéu.
Letra B: errada. Há diversas exceções à Tarifa Externa Comum do MERCOSUL.
Letra C: errada. O Conselho do Mercado Comum (CMC) é o órgão superior do MERCOSUL, responsável pela condução política do processo de
integração.
Letra D: correta. De fato, o SML viabiliza a realização de operações de comércio exterior nas moedas locais dos Estados-partes do MERCOSUL.
Atualmente, apenas Brasil e Argentina utilizam o SML.
Letra E: errada. A ALADI tem como objetivo a formação, no longo
prazo, de um mercado comum. O México, apesar de fazer parte do NAFTA, não se retirou da ALADI.
8. (Questão Inédita)- Assinale a alternativa correta acerca do
MERCOSUL:
a) O Protocolo de Ouro Preto prevê que o Conselho do Mercado Comum (CMC)
poderá criar novos órgãos que se fizerem necessários ao aprofundamento do processo de integração regional.
b) O MERCOSUL ainda não alcançou o estágio de mercado comum, uma vez
que, embora tenha promovido uma completa convergência à Tarifa Externa Comum (TEC), não conseguiu estabelecer a livre circulação dos fatores
produtivos.
c) Todas as normas emanadas dos órgãos decisórios do MERCOSUL, para
entrarem em vigor, deverão ser previamente aprovadas pelos Parlamentos nacionais dos Estados-parte.
d) Os órgãos decisórios do MERCOSUL, em virtude de sua natureza
intergovernamental, tomam decisões por maioria absoluta dos membros.
e) Não há qualquer barreira ao livre comércio intra-MERCOSUL.
Comentários:
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Letra A: correta. De fato, existe a possibilidade de que o CMC crie novos órgãos que sejam necessários ao aprofundamento do processo de
integração regional.
Letra B: errada. No MERCOSUL, ainda não houve completa convergência à TEC.
Letra C: errada. Nem todas as normas do MERCOSUL, para entrarem em vigor, precisam ser aprovadas pelos Parlamentos Nacionais. Há
determinadas normas independem de aprovação legislativa para serem internalizadas no ordenamento jurídico interno.
Letra D: errada. As decisões dos órgãos decisórios do MERCOSUL são
adotadas por consenso.
Letra E: errada. Existem, sim, barreiras ao livre comércio entre os
membros do MERCOSUL. Como exemplo, citamos as barreiras no comércio de açúcar e automóveis.
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LISTA DE QUESTÕES Nº 01
1. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- Criado por meio do Tratado de Assunção, o MERCOSUL teve, no momento de seu
surgimento, finalidade nitidamente política, relacionada tanto à necessidade de consolidar o processo de convergência política
existente entre o Brasil e a Argentina quanto à necessidade de superar
o clima de enfrentamento que caracterizou historicamente as relações entre os dois vizinhos.
2. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- São membros plenos do MERCOSUL o Brasil, o Paraguai, a Argentina, o Uruguai e a
Venezuela.
3. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- Os Estados
associados do MERCOSUL são Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Equador e Guiana.
4. (AFRFB – 2009)- O MERCOSUL foi constituído sob a égide da Associação Latino-Americana de Integração por meio de acordo de
complementação econômica firmado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai.
5. (INMETRO – Articulação Internacional / 2009)- O processo de integração econômica sob a égide do MERCOSUL remonta à superação
do contencioso Itaipu-Corpus entre Brasil e Argentina e aos
instrumentos firmados por ambos os países.
6. (ACE-1997 - adaptada)- O Tratado de Cooperação Econômica
(1986) firmado pelos ex-presidentes José Sarney (Brasil) e Raul Alfonsín (Argentina) propunha criar uma área de livre comércio entre
Brasil e Argentina.
7. (AFRFB – 2009)- Como os membros da ALADI estão formalmente
proibidos de integrarem outros esquemas preferenciais, os países do MERCOSUL desligaram-se daquela associação quando firmaram o
Tratado de Assunção que constituiu o MERCOSUL.
8. (AFRFB – 2005)- Em 2004, o MERCOSUL concluiu acordos
comerciais, por exemplo, com a Índia e com a SACU (União Aduaneira Sul-Africana, formada por África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia e
Suazilândia), e atualmente negocia acordos com outros países.
9. (AFTN-1996)- O MERCOSUL é um sistema de integração regional
estabelecido inicialmente pela Associação Latino-Americana de
Integração (ALADI), em 1980. Com a redução do número de participantes desta associação, os remanescentes mudaram sua
Comércio Internacional p/ AFRFB-2013
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denominação para MERCOSUL, na reunião realizada em 1991 em Assunção, capital do Paraguai.
10. (Questão Inédita)- MERCOSUL e União Europeia estabeleceram no ano de 2009 uma área de livre comércio de mercadorias.
11. (Questão Inédita)- O MERCOSUL possui acordos comerciais com países fora do continente americano, tais como Israel, Índia e a União
Aduaneira Sul-Africana (SACU).
12. (Questão Inédita)- O MERCOSUL é um acordo de alcance parcial
celebrado no âmbito da ALADI.
13. (IRB-2010-adaptada)- Após a aprovação, pelo Senado Federal,
em dezembro de 2009, do protocolo de adesão da Venezuela ao
MERCOSUL, resta apenas a ratificação por parte do Paraguai para que o processo de incorporação daquele país à União Aduaneira seja
concluído.
14. (TRF-2005)- Na qualidade de membros associados do
MERCOSUL, Chile e Bolívia também aplicam a Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco.
15. (INMETRO – Articulação Internacional / 2009)- Diante da especificidade de seus interesses comerciais e de seu maior grau de
desenvolvimento, relativamente aos demais sócios do MERCOSUL, o Brasil tem preferido negociar, isoladamente com a União Europeia, os
temas mais sensíveis da agenda bilateral, juntamente com os temas relacionados ao acesso a mercados para produtos não agrícolas, à
facilitação de comércio e à resolução de controvérsias comerciais.
16. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- O objetivo
primordial do Tratado de Assunção consiste na integração dos
Estados-membros por meio dos seguintes processos: livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos; estabelecimento de tarifa
externa comum (TEC); adoção de política comercial comum; coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais; e harmonização
de legislações nas áreas pertinentes.
17. (Advogado da União / 2008) - O MERCOSUL garante, de forma
semelhante à União Europeia, uma união econômica, monetária e política entre países.
18. (Advogado da União / 2008) - A adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados é um dos objetivos da
criação do MERCOSUL.
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19. (AFRFB-2009)- O MERCOSUL e a ALADI são esquemas preferenciais complementares, na medida em que perseguem distintos
níveis de integração econômica.
20. (AFRFB – 2009- adaptada)- Por possuírem objetivos, alcance e
instrumentos distintos de integração, não há nenhuma relação funcional e jurídica entre o MERCOSUL e a ALADI.
21. (AFRFB – 2009 - adaptada)- Embora sejam esquemas idênticos quanto aos propósitos e instrumentos que aplicam visando à
integração econômica regional, inexistem vínculos funcionais ou jurídicos o MERCOSUL e a ALADI.
22. (AFRF-2003)- O Tratado de Assunção, que criou o Mercado
Comum do Sul (MERCOSUL) integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, enuncia como principal objetivo o estabelecimento de uma
união aduaneira a partir de janeiro de 1995.
23. (TRF-2005 - adaptada)- O Tratado de Assunção, acordo
constitutivo do MERCOSUL, define, em seu artigo 1o, os objetivos do bloco, dentre os quais se inclui a coordenação de políticas
macroeconômicas e setoriais entre os Estados-partes – como as de comércio exterior, fiscal, monetária, cambial e alfandegária, entre
outras –, a fim de assegurar condições adequadas de concorrência entre os Estados-partes.
24. (AFTN-1996)- Os instrumentos básicos de ação previstos no Tratado de Assunção para o MERCOSUL são: a redução progressiva de
barreiras tarifárias e não-tarifárias, até a eliminação total das barreiras entre os países-membros; o estabelecimento de uma tarifa
externa comum; acordos setoriais para o mercado de fatores, sistema
provisório de solução de controvérsias e coordenação gradual de políticas macroeconômicas.
25. (AFRF-2002.2) - A partir de dezembro de 1994, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) instituiu uma área de livre comércio e uma
união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas necessárias para tal fim liberalizar o comércio de serviços, coordenar
políticas macroeconômicas e estabelecer a livre circulação de capital e mão-de-obra.
26. (AFRF-2002.2) - A partir de dezembro de 1994, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) instituiu uma área de livre comércio e uma
união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas necessárias para tal fim eliminar barreiras não-tarifárias ainda
existentes, promover a liberalização do comércio de serviços e a incorporar à tarifa externa comum produtos mantidos à margem da
mesma.
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27. (TRF-2005 - adaptada)- O Tratado de Assunção, acordo constitutivo do MERCOSUL, define, em seu artigo 1º, os objetivos do
bloco, dentre os quais se inclui o compromisso de os Estados-partes harmonizarem suas legislações nas áreas pertinentes.
28. (TRF-2005 - adaptada)- O Tratado de Assunção, acordo constitutivo do MERCOSUL, define, em seu artigo 1º, os objetivos do
bloco, dentre os quais se inclui a definição de uma moeda comum, uma vez constituído o mercado comum e harmonizadas as políticas
monetária, fiscal e cambial.
29. (TRF-2005 - adaptada)- O Tratado de Assunção, acordo
constitutivo do MERCOSUL, define, em seu artigo 1º, os objetivos do
bloco, dentre os quais se inclui a livre-circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os Estados-partes do bloco.
30. (AFRF-2003)- O regime de livre comércio implantado no âmbito do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) a partir de 01 de janeiro de
1995 alcançou o substancial do comércio entre os quatro países-membros. Persiste como exceção, dentro de tal regime, o comércio de
automóveis e açúcar.
31. (AFTN-1998 - adaptada) - Constitui objetivo ou característica do
MERCOSUL a livre circulação de bens e fatores de produção, exceto pessoas.
32. (TRF-2005 - adaptada)- O Tratado de Assunção, acordo constitutivo do MERCOSUL, define, em seu artigo 1o, os objetivos do
bloco, dentre os quais se inclui a adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados.
33. (MDIC-2009/Área Administrativa)- Entre as medidas
compreendidas pelo acordo do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), não se inclui a eliminação de direitos aduaneiros e restrições não
tarifárias à circulação de mercadorias e outras medidas que se fizerem necessárias, de modo a permitir a livre circulação de bens, serviços e
fatores produtivos entre os países participantes.
34. (AFRF-2002.1) - O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) foi
criado em março de 1991 tendo como objetivo final a harmonização das políticas comerciais mediante a adoção de uma tarifa externa
comum.
35. (AFRF-2002.2) - A partir de dezembro de 1994, o Mercado
Comum do Sul (MERCOSUL) instituiu uma área de livre comércio e uma união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas
necessárias para tal fim eliminar barreiras não-tarifárias ainda
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existentes, promover a liberalização dos fluxos de capital e de serviços e coordenar políticas macroeconômicas.
36. (AFRF-2002.2) - A partir de dezembro de 1994, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) instituiu uma área de livre comércio e uma
união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas necessárias para tal fim aplicar integralmente o Programa de
Liberalização Comercial, estabelecer regras de origem e incorporar produtos mantidos em listas de exceções à Tarifa Externa Comum.
37. (AFRF-2002.2) - A partir de dezembro de 1994, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) instituiu uma área de livre comércio e uma
união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas
necessárias para tal fim aperfeiçoar o sistema de salvaguardas intra-MERCOSUL, implementar um regime de compras governamentais e
introduzir mecanismo de salvaguardas comerciais.
38. (Questão Inédita)- O MERCOSUL tem como objetivo a
coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes - de comércio exterior, agrícola, industrial, fiscal,
monetária, cambial e de capitais, de serviços, alfandegária, de transportes e comunicações e outras que se acordem -, a fim de
assegurar condições adequadas de concorrência entre seus membros.
39. (Questão Inédita)- Para que o MERCOSUL atinja o nível de
integração regional pretendido, deverá haver livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países-membros através da
eliminação de barreiras tarifárias e não-tarifárias, assim como a adoção de uma Tarifa Externa Comum.
40. (INMETRO – Articulação Internacional / 2009)- No presente, o
MERCOSUL conforma uma união aduaneira, envolvendo um regime de livre comércio que alcança parcela substancial do comércio entre os
Estados-parte e a aplicação da Tarifa Externa Comum (TEC).
41. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- Em dezembro de
1994, foi aprovado o Protocolo de Olivos, por meio do qual foi estabelecida a estrutura institucional do MERCOSUL e sua
personalidade jurídica internacional.
42. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- O conjunto
normativo do MERCOSUL tem caráter obrigatório e aplicação direta, não havendo necessidade de ser incorporado ao ordenamento jurídico
dos Estados-membros.
43. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- O Parlamento do
MERCOSUL, desde a sua criação, caracteriza-se como órgão político superior desse bloco regional.
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44. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- Entre as competências do Parlamento do MERCOSUL, inclui-se a de aprovar o
orçamento e a prestação de contas anual apresentada por sua secretaria administrativa.
45. (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- O MERCOSUL tornou-se uma organização internacional, dotada de personalidade
jurídica, apenas a partir de 1995, quando entrou em vigor o Protocolo de Ouro Preto.
46. (ACE-2008)- No marco institucional do MERCOSUL, definido pelo Tratado de Assunção e pelo Protocolo de Ouro Preto, as negociações
entre governos, sem mediação de órgãos supranacionais, resultam em
decisões consensuais, visto que nesse acordo não se faz uso de votações.
47. (TRF – 2005)- O Grupo Mercado Comum, órgão máximo na estrutura do MERCOSUL, tem poderes para, por consenso, tomar
decisões obrigatórias para os membros do bloco.
48. (Juiz Federal – TRF 1ª Região / 2009)- O Conselho do Mercado
Comum é o órgão executivo do MERCOSUL.
49. (ACE-1997- adaptada)- O Conselho do Mercado Comum pode
firmar acordos com outros países em nome do MERCOSUL.
50. (INMETRO – Articulação Internacional / 2007)- O Tratado de
Assunção e os Protocolos de Ouro Preto foram instrumentos jurídicos que, embora não tenham sido cumpridos em todos os aspectos, deram
certa previsibilidade e confiança aos negociadores e operadores diplomáticos e econômicos da integração sub-regional.
51. (MDIC-2009 / Área Administrativa - adaptada)- O Conselho do
Mercado Comum é o órgão executivo do MERCOSUL. É formado por representantes dos seguintes organismos de cada país: Ministério das
Relações Exteriores, Ministério da Economia (ou equivalente) e Banco Central. É coordenado pelos Ministérios das Relações Exteriores.
52. (Juiz Federal – TRF 1ª Região / 2009)- O Conselho do Mercado Comum é integrado por ministros das relações exteriores, ministros da
economia e ministros da justiça dos Estados-partes.
53. (INMETRO – Articulação Internacional / 2009)- O Conselho
Mercado Comum, o Grupo Mercado Comum e a Comissão de Comércio do MERCOSUL são instâncias intergovernamentais que adotam o
consenso como critério decisório.
54. (INMETRO – Articulação Internacional / 2009)- O Protocolo de
Ouro Preto estabeleceu, entre outros pontos, os critérios e os
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procedimentos para a resolução de controvérsias comerciais entre os Estados-parte, a estrutura institucional definitiva do bloco e os
requisitos para a adesão de novos membros.
55. (MDIC – 2009 / Área Administrativa – adaptada)- A Secretaria
do MERCOSUL é o órgão de apoio operacional, responsável pela prestação de serviços aos demais órgãos do MERCOSUL. Tem sede
permanente em Montevidéu, Uruguai.
56. (MDIC – 2009 / Área Administrativa – adaptada)- A Comissão
Parlamentar Conjunta é, atualmente, o órgão representativo dos parlamentos dos países membros no âmbito do MERCOSUL.
57. (Juiz Federal – TRF 1ª Região / 2009)- O Conselho do Mercado
Comum, o Grupo Mercado Comum e a Comissão de Comércio do MERCOSUL são órgãos de natureza intergovernamental.
58. (Juiz Federal – TRF 1ª Região / 2009)- A Comissão Parlamentar Conjunta do MERCOSUL mudou de denominação para Parlamento do
MERCOSUL, mas manteve o número de competências.
59. (MDIC – 2009 / Área Administrativa – adaptada)- A Comissão de
Comércio do MERCOSUL é o órgão que tem por função velar pela aplicação dos instrumentos de política comercial comum acordados
pelos países membros para o funcionamento da união aduaneira. Compete-lhe acompanhar e revisar os temas e matérias relacionados
com as políticas comerciais comuns, com o comércio intra-MERCOSUL e com terceiros países. É coordenada pelos Ministérios das Relações
Exteriores.
60. (MDIC – 2009 / Área Administrativa – adaptada)- O Foro
Consultivo Econômico-Social é um órgão com função consultiva,
formado por representantes dos setores econômicos e sociais de cada país membro.
61. (Juiz Federal – TRF 1ª Região / 2009)- É competência do Grupo Mercado Comum editar o Boletim Oficial do MERCOSUL.
62. (ACE-2002 - adaptada)- O Protocolo de Ouro Preto, firmado aos 17 de dezembro de 1994 deu origem ao Conselho do Mercado Comum
e ao Grupo do Mercado Comum, principais instâncias institucionais do MERCOSUL.
63. (Juiz Federal – TRF 5ª Região / 2009)- Constituem órgãos do MERCOSUL, de capacidade decisória e natureza intergovernamental, o
Conselho do Mercado Comum, o Grupo Mercado Comum e a Comissão de Comércio do MERCOSUL, bem como o Tribunal Permanente de
Revisão e o Parlamento do MERCOSUL.
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64. (Juiz Federal – TRF 5ª Região / 2009)- São funções e atribuições do Grupo Mercado Comum a propositura de projetos de decisões ao
Conselho do Mercado Comum e o exercício da titularidade da personalidade jurídica do MERCOSUL.
65. (ACE – 2002 – adaptada)- Ao levar adiante a decisão de constituir uma união aduaneira, o Protocolo de Ouro Preto aprofundou
o processo de integração do MERCOSUL, obrigando os governos dos estados-parte a coordenar suas políticas macroeconômicas pertinentes
à gestão do déficit fiscal e da busca de estabilidade de preços.
66. (ACE – 2002 - adaptada)- O Protocolo de Ouro Preto instituiu a
Comissão de Comércio do MERCOSUL e a Secretaria Administrativa do
MERCOSUL, e conferiu ao Conselho do Mercado Comum a faculdade de criar órgãos auxiliares, nos termos do mesmo Protocolo, considerados
necessários à consecução dos objetivos do processo de integração.
67. (ACE – 2002 – adaptada)- Ao instituir a representação
proporcional ao úmero de habitantes na Comissão Parlamentar Conjunta, o Protocolo de Ouro Preto atendeu parcialmente aos
reclamos de que haveria um “déficit democrático” no MERCOSUL, criando as condições para que tal Comissão evolua no sentido de se
tornar um parlamento regional, a exemplo do que hoje é o Parlamento Europeu.
68. (ACE – 2002 – adaptada)- Ao instituir alguns órgãos e especificar as funções de outros, o Protocolo de Ouro Preto avançou no
desenho institucional do MERCOSUL, reduzindo sua dimensão intergovernamental e favorecendo a integração das economias, em
particular ao prover um eficaz mecanismo de solução de controvérsias
comerciais.
69. (Juiz Federal – TRF 5ª Região / 2009)- Quaisquer controvérsias
entre os Estados-partes a respeito da interpretação, da aplicação ou do descumprimento das disposições contidas no Tratado de Assunção e
dos acordos celebrados no âmbito desse tratado devem ser submetidas exclusivamente aos procedimentos de solução
estabelecidos no Protocolo de Ouro Preto.
70. (Juiz Federal – TRF 5ª Região / 2009)- Ao Conselho do Mercado
Comum, órgão superior do MERCOSUL, cabem a condução política do processo de integração e a tomada de decisões para assegurar o
cumprimento dos objetivos estabelecidos pelo Tratado de Assunção, devendo esse conselho reunir-se, pelo menos, uma vez por bimestre,
com a participação dos presidentes dos Estados-partes.
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71. (Questão Inédita)- O Parlamento do MERCOSUL é o órgão responsável por internalizar na estrutura normativa dos Estados-Parte
as decisões do Conselho do Mercado Comum.
72. (Questão Inédita)- O Foro Consultivo Econômico Social é o órgão
de representação dos setores econômicos e sociais, manifestando-se mediante Recomendações ao Grupo Mercado Comum.
73. (Questão Inédita)- As decisões no âmbito do Conselho do Mercado Comum e do Grupo Mercado Comum serão tomadas por
consenso.
74. (Questão Inédita)- São órgãos com capacidade decisória, de
natureza supranacional, o Conselho do Mercado Comum, o Grupo
Mercado Comum e a Comissão de Comércio do MERCOSUL.
75. (Questão Inédita)- O Protocolo de Ouro Preto permite que sejam
criados novos órgãos auxiliares no âmbito do MERCOSUL com o objetivo de atingir as metas do processo de integração.
76. (Questão Inédita) O Protocolo de Ouro Preto pôs fim à transitoriedade do MERCOSUL, conferindo a este personalidade
jurídica de direito internacional.
77. (Questão Inédita)- O Conselho do Mercado Comum é o órgão
superior do MERCOSUL, ao qual incumbe a condução política do processo de integração e a tomada de decisões para assegurar o
cumprimento dos objetivos estabelecidos pelo Tratado de Assunção.
78. (Questão Inédita)- O Parlamento do MERCOSUL não possui
competência para a criação de normas supranacionais.
79. (Questão Inédita)- A vigência simultânea de normas no
MERCOSUL depende da sua internalização no ordenamento jurídico
nacional de cada Estado-membro e da posterior comunicação à Secretaria Administrativa do MERCOSUL. As normas entrarão em vigor
simultaneamente nos Estados Partes 30 dias após a data da comunicação efetuada pela Secretaria Administrativa do MERCOSUL de
que todos os Estados já internalizaram as referidas normas.
80. (Procurador BACEN / 2009)- No Protocolo Constitutivo do
Parlamento do MERCOSUL, está expressamente estabelecido o princípio de trato especial e diferenciado a países de economias
menores.
81. (AFRF-2000)- Considerando que uma importação brasileira
oriunda de países membro da ALADI - Associação Latino-Americana de Integração e não membro do MERCOSUL, goza de uma margem de
preferência de 30%(trinta por cento) sobre a alíquota da TEC - Tarifa
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Externa Comum de 10%(dez por cento), o imposto resultante alcançará o percentual de 7%.
82. (AFRFB – 2005)- De acordo com o Protocolo de Ushuaia, a plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para o
processo de integração entre seus signatários (países do MERCOSUL, Bolívia e Chile). Prevê o Protocolo que a ruptura da ordem democrática
em um dos países pode levar à suspensão de seus direitos e obrigações nos processos de integração entre os membros desse
Protocolo.
83. (INMETRO – Articulação Internacional / 2007)- A cláusula
democrática, regra assumida pelo MERCOSUL, jamais foi invocada na
prática.
84. (ACE-2002 - adaptada)- No atual contexto internacional, os
Estados assumem compromissos mútuos de várias maneiras, entre os quais a assinatura de acordos e a participação em organizações
internacionais. Entre os compromissos assumidos pelo Governo brasileiro pode-se relacionar o compromisso de aceitação da
prevalência das regras da OMC sobre as do MERCOSUL no que diz respeito aos temas tratados pelo Acordo sobre Medidas de
Investimentos Relacionados ao Comércio (TRIMS).
85. (AFRF-2000-adaptada)- São ganhos do MERCOSUL a mudança
positiva na eficiência econômica dos agentes, em virtude de maior concorrência intra-setorial; a maior eficiência na produção pela
especialização crescente dos agentes econômicos; o maior aproveitamento das economias de escala permitidas pela ampliação do
mercado; e a mobilidade dos fatores através das fronteiras entre os
países-membros permitindo uma alocação ótima de recursos.
86. (INMETRO – Articulação Internacional / 2007)- A involução do
comércio intra-MERCOSUL foi capturada pelas estatísticas relativas ao comércio exterior dos países dessa sub-região.
87. (Juiz do Trabalho – TRT 1ª Região / 2010)- No MERCOSUL, a livre circulação de pessoas sofre restrições apenas em relação a países
que não são membros plenos.
88. (AFRF-2005)- No âmbito do MERCOSUL, adotou-se um regime
para a aplicação de medidas de salvaguarda às importações provenientes de países não-membros do bloco.
89. (Questão Inédita)- O Mecanismo de Adaptação Competitiva (MAC) tem como objetivo proteger setores industriais de qualquer dos
países do MERCOSUL, quando as exportações de um dos Estados-membros estiver causando ou ameaçando causar dano à indústria
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doméstica. A principal provisão do MAC é permitir que sejam adotadas salvaguardas em relação a produtos originários de outro país do bloco.
90. (Questão Inédita)- O Fundo para a Convergência Estrutural (FOCEM) tem como objetivo promover o aumento da competitividade
das economias menores e das regiões de menor desenvolvimento, estimular a coesão social e fortalecer a integração física por
intermédio de obras de infraestrutura.
91. (Questão Inédita)- O Sistema de Pagamentos em Moeda Local
(SML) é um mecanismo em vigor entre os quatro países do MERCOSUL por meio do qual a liquidação de transações comerciais poderá ser
feita com moedas nacionais, ao invés de ser efetuada com a utilização
de dólares.
92. (TRF – 2005)- Atualmente, é possível que um membro do
MERCOSUL aplique uma medida antidumping contra outro membro do bloco.
93. (TRF – 2005)- Ainda não foram definidas regras que tenham por objeto a defesa da concorrência no âmbito do MERCOSUL.
94. (AFRF-2005)- Segundo as regras atualmente vigentes, o Brasil pode modificar, a cada seis meses, até 40% (quarenta por cento) dos
produtos de sua lista de exceção à Tarifa Externa Comum.
95. (AFRFB – 2005)- Atualmente, o Brasil pode manter até 100
(cem) itens da Nomenclatura Comum do MERCOSUL como lista de exceção à Tarifa Externa Comum.
96. (Questão Inédita)- Na elaboração da Lista de Exceções à TEC, os Estados-membros do MERCOSUL deverão valorizar a oferta exportável
existente no bloco regional.
97. (Questão Inédita)- Os membros do MERCOSUL podem manter exceções à TEC como forma de proteger a indústria nascente.
98. (Questão Inédita)- O MERCOSUL tem como objetivo a harmonização da política comercial em relação a terceiros países. Para
alcançar esse objetivo, seus membros devem possuir exceções à TEC e aplicar medidas de defesa comercial em conjunto.
99. (Questão Inédita)- É possível que, por razões de desabastecimento, um membro do MERCOSUL, estabeleça que, para
um determinado produto originário de terceiros países, incidirá uma alíquota do imposto de importação superior à prevista na TEC.
100. (Questão Inédita)- O MERCOSUL tem como objetivo estabelecer um “Regime Comum de Importação de bens de capital não produzidos
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no MERCOSUL”, o qual entrará em vigor em 1º janeiro de 2014 para o Brasil e Argentina e em 1º de janeiro de 2018 para os demais países.
101. (Questão Inédita)- Os Estados-membros do MERCOSUL poderão modificar, a cada 6 meses, até 20% das NCM’s incluídas em suas listas
de exceção à TEC.
102. (Questão Inédita)- O objetivo de aperfeiçoamento da União
Aduaneira implica avançar no que se refere a normas e procedimentos que facilitem tanto a circulação quanto ao controle dentro do
MERCOSUL dos bens importados no território aduaneiro ampliado e estabelecer um mecanismo de distribuição da renda aduaneira e
eliminação da multiplicidade da cobrança da TEC.
103. (Questão Inédita)- A distribuição da renda aduaneira é o maior entrave às negociações para a eliminação da dupla cobrança da Tarifa
Externa Comum.
104. (AFRFB – 2005)- Muito embora o MERCOSUL almeje à
conformação de um mercado comum, atualmente o bloco se encontra no estágio de união aduaneira imperfeita (ou incompleta). Para a
conclusão dessa etapa, basta a eliminação das exceções ao livre-comércio intrabloco.
105. (AFRF-2003-adaptada)- Para ser considerado originário da ALADI, o produto deve ter, no mínimo, 50% de conteúdo regional,
sendo de 40% para os países de menor desenvolvimento regional e, para ser considerado originário do MERCOSUL, deve ter 60%, no
mínimo, de conteúdo regional.
106. (AFRF-2002-2-adaptada) - Conforme as regras de origem
aplicáveis aos Estados- Partes do MERCOSUL, adotando
exclusivamente o critério do salto tarifário, serão considerados originários do MERCOSUL os produtos em cuja elaboração foram
utilizados materiais não originários de seus países membros, quando resultantes de um processo de transformação substancial realizado em
seu território, que lhes confira uma nova individualidade caracterizada pelo fato de estarem classificados na Nomenclatura Comum do
MERCOSUL na mesma posição do material cuja função seja preponderante.
107. (ACE-1997 - adaptada)- Segundo o Regime de Origem do MERCOSUL, são considerados originários do bloco os produtos que têm
60% do valor agregado regionalmente.
108. (ACE- 1997- adaptada)- Segundo o Regime de Origem do
MERCOSUL, são considerados originários do bloco os produtos que
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tenham tido algum tipo de transformação ou processamento substancial na região.
109. (ACE – 1997 – adaptada)- Para ser considerado originário do MERCOSUL, observa-se onde se inicia o processo industrial do produto.
110. (ACE – 1997)- Um produto originário do MERCOSUL tem direito a tarifa zero no comércio entre os integrantes do bloco.
111. (ACE-1997-adaptada)- No âmbito do MERCOSUL, o controle de origem só é necessário se o produto em questão figurar em uma lista
de exceções à Tarifa Externa Comum.
112. (Questão Inédita)- O regime de origem do MERCOSUL considera
como originários os produtos totalmente obtidos ou totalmente
produzidos em um dos países integrantes do bloco ou ainda aqueles que possuírem insumos não-originários, desde que estes insumos não
ultrapassem 50% de conteúdo regional.
113. (Questão Inédita)- São considerados originários do MERCOSUL
os produtos em cuja elaboração forem utilizados materiais não originários dos Estados Partes, quando resultantes de um processo de
transformação que lhes confira uma nova individualidade, caracterizada pelo fato de estarem classificados em uma posição
tarifária diferente da dos mencionados materiais.
114. (Questão Inédita)- No âmbito do regime de origem do
MERCOSUL, existem produtos que devem obedecer a requisitos específicos de origem, que devem prevalecer sobre os critérios gerais.
115. (Questão Inédita)- Para que as mercadorias originárias se beneficiem dos tratamentos preferenciais, elas deverão ter sido
expedidas diretamente do Estado Parte exportador ao Estado Parte
importador. Para tal fim se considera expedição direta as mercadorias transportadas sem passar pelo território de algum país não
participante do MERCOSUL.
116. (Questão Inédita)- O Paraguai goza de privilégios em relação ao
regime de origem estabelecido no MERCOSUL, sendo consideradas originárias deste país as mercadorias que tenham um mínimo de 40%
de conteúdo regional.
117. (Questão Inédita)- Se uma mercadoria possuir 60% de conteúdo
regional, isto é, se o valor CIF dos insumos importados não ultrapassar 40% do valor FOB da mercadoria produzida, esta será originária do
MERCOSUL.
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LISTA DE QUESTÕES Nº 02
1. (Instituto Rio Branco-2008) Segundo a doutrina da integração regional, que se desenvolve com a disseminação e o aprofundamento
dos blocos econômicos, o MERCOSUL recebe a classificação de união aduaneira imperfeita. Tal classificação justifica-se porque:
a) há expressa previsão legal a esse respeito, conforme definido no preâmbulo do Código Aduaneiro do MERCOSUL.
b) há um regime de exceções tributárias decorrente das assimetrias internas
que impede a aplicação de um único imposto aduaneiro, comum a todos os países-membros do bloco regional.
c) essa união aduaneira não dispõe de personalidade jurídica internacional, sendo reconhecida apenas no MERCOSUL como um todo, conforme previsto no
Protocolo de Ouro Preto.
d) não existe, no MERCOSUL, livre circulação de trabalhadores, com direito de estabelecimento, como ocorre na União Europeia.
e) sua tarifa externa comum (TEC) é ainda muito elevada e incompatível com os padrões internacionais de liberalização comercial.
2. (CODESP-2011) O MERCOSUL foi constituído em 1991 pelo
tratado de Assunção, assinado entre Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Um dos propósitos do MERCOSUL é:
a) a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, através, entre outros, da eliminação dos direitos alfandegários e restrições
não tarifárias à circulação de mercadorias e de qualquer outra medida de efeito equivalente.
b) a criação de uma moeda única, com vistas a uma área de estabilidade
monetária com inflação e déficits públicos controlados.
c) a criação de um espaço econômico em que as moedas de cada país membro
devem ser convertíveis e as taxas de câmbio fixadas com caráter irrevogável.
d) a constituição de um banco central único, a fim de centralizar as políticas monetárias dos estados membros.
e) a unificação dos direitos civil, comercial, administrativo e fiscal entre os Estados membros.
3. (CODEVASF-2003) Constitui uma exceção ao livre comércio no
Mercosul os produtos:
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a) agrícolas;
b) que estejam causando prejuízo à indústria doméstica de um Estado Parte;
c) fabricados com peças e insumos estrangeiros, correspondentes a 20% do
valor final do produto;
d) têxteis e vestuários;
e) procedentes de zonas francas ou áreas afins.
4. (ACE-2012) Considere as seguintes assertivas sobre defesa
comercial no Mercosul e, em seguida, assinale a opção correta.
a) O Mercosul não dispõe de normativas comuns sobre medidas de defesa comercial.
b) As controvérsias sobre a aplicação dos Acordos Antidumping e sobre Subsídios e Medidas Compensatórias da OMC podem ser apreciadas no marco
do sistema de resolução de controvérsias do Mercosul.
c) O Mercosul dispõe de marcos jurídicos que facultam aos países membros implementar procedimentos comuns de investigação e adotar um processo
decisório comum frente a práticas desleais de comércio por terceiros países.
d) Apenas as matérias relativas à prática de dumping pelos países membros
são tratadas com base em normativa integrada e procedimentos de investigação comuns aos países do Mercosul.
e) As salvaguardas comerciais no comércio intra-bloco representam importante
instrumento de promoção do equilíbrio nas trocas internas e de maior equidade
frente às disparidades entre as econômicas dos países membros.
5. (Questão Inédita) Assinale a alternativa correta sobre o MERCOSUL:
a) A personalidade jurídica de direito internacional público do MERCOSUL foi
reconhecida pelo Protocolo de Olivos, que também instituiu um sistema de
solução de controvérsias para esse bloco regional.
b) Em virtude de o MERCOSUL ser uma união aduaneira imperfeita, há livre circulação de mercadorias entre os seus membros, salvo em relação às
mercadorias relacionadas nas Listas de Exceções à TEC.
c) Os integrantes do Parlamento do MERCOSUL são, atualmente, escolhidos
por meio de eleições diretas.
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d) O MERCOSUL não possui qualquer vínculo jurídico com a ALADI, podendo celebrar acordos dos quais não faça parte essa organização internacional.
e) O Conselho do Mercado Comum é órgão de natureza intergovernamental,
cujas decisões são adotadas por consenso, tendo como tarefa a condução política do processo de integração. Para isso, pode criar órgãos auxiliares
necessários ao aprofundamento da integração regional.
6. (ACE-2012) Em relação às obrigações assumidas pelos Estados
Partes do Mercosul quanto às barreiras impostas no comércio internacional, não é verdade afirmar que:
a) o Mercosul adota uma tarifa externa comum. Entretanto, há produtos com
tarifa não uniformizada, incluídas sobretudo nas Listas de Exceção nacionais.
b) os Estados Partes do Mercosul devem garantir, na aplicação de suas tarifas,
a absoluta extensão do princípio da nação mais favorecida aos Membros da OMC.
c) a imposição de barreiras de caráter sanitário exige a comprovação de prova
científica do risco alegado.
d) o Acordo de Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT) é obrigatório para todos
os Membros da OMC, inclusive para os Estados Partes do Mercosul.
e) o licenciamento de importações não pode, conforme as regras da OMC, ser utilizado meramente para imposição de restrições quantitativas.
7. (AFRFB/2012) Sobre a integração regional nas Américas, assinale a opção correta.
a) Após a extinção da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), foi
criada em 1990 a Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), com objetivos mais amplos do que a sua predecessora.
b) A Tarifa Externa do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) não admite exceções, em função do objetivo de formação de um mercado comum
estabelecido no Tratado de Assunção.
c) De acordo com o Tratado de Assunção, que instituiu o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), o Grupo Mercado Comum é o órgão superior,
correspondendo-lhe a condução política do MERCOSUL e a tomada de decisões
para assegurar o cumprimento dos objetivos e prazos estabelecidos para a constituição definitiva do mercado comum.
d) O sistema de pagamentos em moeda local do MERCOSUL é um mecanismo
que viabiliza a realização de operações de comércio exterior nas moedas locais
Comércio Internacional p/ AFRFB-2013
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dos Estados Partes, tendo sido implementado de forma voluntária por Brasil e Argentina até o momento.
e) A Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) objetiva a criação de
uma união aduaneira latino-americana, com exclusão do México, que já se integrou ao NAFTA.
8. (Questão Inédita)- Assinale a alternativa correta acerca do MERCOSUL:
a) O Protocolo de Ouro Preto prevê que o Conselho do Mercado Comum (CMC)
poderá criar novos órgãos que se fizerem necessários ao aprofundamento do processo de integração regional.
b) O MERCOSUL ainda não alcançou o estágio de mercado comum, uma vez que, embora tenha promovido uma completa convergência à Tarifa Externa
Comum (TEC), não conseguiu estabelecer a livre circulação dos fatores produtivos.
c) Todas as normas emanadas dos órgãos decisórios do MERCOSUL, para
entrarem em vigor, deverão ser previamente aprovadas pelos Parlamentos
nacionais dos Estados-parte.
d) Os órgãos decisórios do MERCOSUL, em virtude de sua natureza intergovernamental, tomam decisões por maioria absoluta dos membros.
e) Não há qualquer barreira ao livre comércio intra-MERCOSUL.
Comércio Internacional p/ AFRFB-2013
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GABARITO – LISTA DE QUESTÕES Nº 01
1. E 29. C 57. C 85. E 113. C
2. C 30. C 58. E 86. E 114. C
3. E 31. E 59. C 87. E 115. C
4. C 32. C 60. C 88. C 116. C
5. C 33. E 61. E 89. E 117. C
6. E 34. E 62. E 90. C
7. E 35. E 63. E 91. E
8. C 36. E 64. E 92. C
9. E 37. E 65. E 93. E
10. E 38. C 66. C 94. E
11. C 39. C 67. E 95. C
12. C 40. C 68. E 96. C
13. E 41. E 69. E 97. E
14. E 42. E 70. E 98. E
15. E 43. E 71. E 99. E
16. C 44. E 72. C 100. C
17. E 45. C 73. C 101. C
18. C 46. C 74. E 102. C
19. E 47. E 75. C 103. C
20. E 48. E 76. C 104. E
21. E 49. C 77. C 105. C
22. E 50. C 78. C 106. E
23. C 51. E 79. C 107. C
24. C 52. E 80. C 108. C
25. E 53. C 81. C 109. E
26. C 54. E 82. C 110. C
27. C 55. C 83. E 111. E
28. E 56. E 84. E 112. E
GABARITO – LISTA DE QUESTÕES Nº 02
1. Letra B 5. Letra E
2. Letra A 6. Letra B
3. Letra E 7. Letra D
4. Letra B 8. Letra A