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Legislação Aduaneira p/ RFB-2013 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 04 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 119 AULA 04: LEGISLAÇÃO ADUANEIRA SUMÁRIO PÁGINA 1-Palavras Iniciais 1 2- Introdução Aspectos Comuns aos Regimes Aduaneiros Especiais 2 - 16 3- Trânsito Aduaneiro 16 29 4-Admissão Temporária e Admissão temporária para aperfeiçoamento ativo 29 - 45 5- Drawback 46 - 61 6- Questões Comentadas 63 96 7- Lista de Questões e Gabarito 97 - 119 Olá, amigos estrategistas, tudo bem? Na aula passada, estudamos sobre os procedimentos gerais de importação e exportação. Hoje, daremos início ao estudo dos regimes aduaneiros especiais e dos regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais! Como o assunto é simplesmente gigantesco, optei por dividi-lo em duas aulas! Logo, o tema será abordado nas aulas 04 e 05. Atenção: o tema teve várias alterações implementadas pelo Decreto nº 8.010/2013. Darei uma abordagem bem ampla ao assunto! Não é um tema fácil, mas também não é tão impossível assim! Tenho certeza de que vocês vão tirar de letra! O edital de Legislação Aduaneira foi bem abrangente ao cobrar o tema. Vejamos o que ele diz: “10. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas Especiais. 10.1. Disposições Gerais e Específicas de cada Regime e de cada Área. 14. Termo de Responsabilidade. Hoje ultrapassaremos a metade do nosso curso e você já está quase preparado para a prova de Legislação Aduaneira. Falta pouco! Acredite com força na sua aprovação, pois ela está mais próxima do que você imagina! Como sempre gosto de dizer, o primeiro passo para alcançarmos nossos sonhos, é acreditar neles! Uma boa aula a todos! Grande abraço, Ricardo Vale [email protected] http://www.facebook.com/rvale01

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AULA 04: LEGISLAÇÃO ADUANEIRA

SUMÁRIO PÁGINA

1-Palavras Iniciais 1

2- Introdução – Aspectos Comuns aos Regimes Aduaneiros

Especiais

2 - 16

3- Trânsito Aduaneiro 16 – 29

4-Admissão Temporária e Admissão temporária para

aperfeiçoamento ativo

29 - 45

5- Drawback 46 - 61

6- Questões Comentadas 63 – 96

7- Lista de Questões e Gabarito 97 - 119

Olá, amigos estrategistas, tudo bem?

Na aula passada, estudamos sobre os procedimentos gerais de

importação e exportação. Hoje, daremos início ao estudo dos regimes aduaneiros especiais e dos regimes aduaneiros aplicados em áreas

especiais! Como o assunto é simplesmente gigantesco, optei por dividi-lo em duas aulas! Logo, o tema será abordado nas aulas 04 e 05. Atenção: o tema

teve várias alterações implementadas pelo Decreto nº 8.010/2013.

Darei uma abordagem bem ampla ao assunto! Não é um tema fácil,

mas também não é tão impossível assim! Tenho certeza de que vocês vão tirar de letra! O edital de Legislação Aduaneira foi bem abrangente ao cobrar o

tema. Vejamos o que ele diz:

“10. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas Especiais. 10.1. Disposições Gerais e

Específicas de cada Regime e de cada Área. 14. Termo de Responsabilidade.

Hoje ultrapassaremos a metade do nosso curso e você já está quase preparado para a prova de Legislação Aduaneira. Falta pouco! Acredite com

força na sua aprovação, pois ela está mais próxima do que você imagina! Como sempre gosto de dizer, o primeiro passo para alcançarmos nossos

sonhos, é acreditar neles!

Uma boa aula a todos! Grande abraço,

Ricardo Vale

[email protected] http://www.facebook.com/rvale01

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1- INTRODUÇÃO – ASPECTOS COMUNS AOS REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS:

Quando uma mercadoria é importada ou exportada, a regra geral é que deverá ocorrer a incidência tributária e serem cobrados os tributos devidos. No entanto, em algumas situações especiais, por razões de ordem

econômica, logística ou mesmo facilitação de comércio, as mercadorias

importadas ou exportadas podem fugir à regra geral.

Nesses casos, quando não se aplica às mercadorias importadas ou exportadas o regime comum de importação, dizemos que as mercadorias são

submetidas a regimes aduaneiros especiais.

Com efeito, quando uma mercadoria entra no país, ela pode se

submeter a três tipos de regimes aduaneiros: o regime comum, regimes aduaneiros especiais ou regimes aduaneiros aplicados em áreas

especiais.

As mercadorias submetidas ao regime comum de importação são aquelas que entram a título definitivo no país, ou seja, são nacionalizadas.

Seria o caso, por exemplo, de automóveis importados por uma empresa que irá revendê-los no país. Nesse tipo de importação, haverá recolhimento

tributário integral, sendo as mercadorias despachadas para consumo. Os bens beneficiados com isenção e imunidade, por entrarem a título definitivo no

país, também sofrem despacho para consumo e, portanto, estão sujeitos ao

regime comum de importação.

As mercadorias submetidas a regimes aduaneiros especiais na importação, por sua vez, entram no país com a exigibilidade do crédito

tributário suspensa. Há, ainda, uma situação em que a mercadoria entra com isenção tributária: o regime aduaneiro de drawback, na modalidade isenção.

Os regimes aduaneiros especiais representam, portanto, uma exceção à regra geral do recolhimento tributária. Destaque-se que a suspensão ou isenção do

crédito tributário ocorrerá devido a características especiais da operação que está sendo realizada.

São inúmeros os Regimes Aduaneiros Especiais previstos na legislação brasileira, sendo estes discriminados no Decreto nº 6759/2009. Neste tipo de

regime, as mercadorias sofrem despacho para admissão, com exceção das mercadorias importadas ao amparo do drawback, que sofrem

despacho para consumo. Assim, embora o drawback seja um regime aduaneiro especial, as mercadorias nele admitidas não sofrerão despacho para admissão,

mas sim despacho para consumo.

“Ricardo, você pode dar um exemplo da aplicação de um regime

aduaneiro especial a uma situação em concreto?”

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Claro, meu amigo! Vamos lá!

Suponha que será realizada uma exposição de obras de arte no Brasil e que, para isso, serão importadas esculturas e quadros de artistas

estrangeiros. Essas obras de arte permanecerão no país durante o período de realização da exposição e depois retornarão ao exterior. Será que os tributos

serão exigidos pela Receita Federal do Brasil nesta operação? Não, a

importação dessas obras de artes será feita ao amparo do regime aduaneiro especial de admissão temporária. Dessa forma, a entrada desses bens no

país será realizada com suspensão dos tributos incidentes. Percebam, no entanto, que a entrada desses bens com suspensão de tributos está

condicionada ao regresso para o exterior. Moral da história: esses bens permanecerão no país apenas por um período de tempo determinado.

Conseguiu entender esse exemplo, meu amigo?

“Entendi, Ricardo! Agora falta você explicar o que são regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais.”

Os regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais são aqueles que existem em áreas específicas do território nacional com o objetivo de

promover o desenvolvimento regional. Como exemplos de regime aduaneiro aplicado em áreas especiais, citamos a Zona Franca de Manaus, as Zonas de

Processamento de Exportações (ZPE’s) e as Áreas de Livre Comércio.

A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio de

importação e exportação cuja criação teve por objetivo o estabelecimento de um pólo regional em Manaus, promovendo seu desenvolvimento. Assim, em

face de condições especiais daquela região (grande distância dos principais centros consumidores), esta recebe incentivos governamentais.

Para que vocês não fiquem com dúvidas com relação aos tipos de despacho aduaneiro, vale a pena recordamos mais uma vez!

Há três tipos de modalidades de despacho aduaneiro: i) despacho

para consumo; ii) despacho para admissão e; iii) despacho para

internação.

REGIMES ADUANEIROS

- Regime Aduaneiro Comum

- Regimes Aduaneiros Especiais

- Regimes Aduaneiros Aplicados em

áreas especiais

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Os bens submetidos ao regime de importação comum sofrem despacho para consumo. Nesse caso, em regra, há recolhimento tributário

integral. No caso de bens importados com isenção ou imunidade, também se aplica o despacho para consumo. Com efeito, o despacho para consumo está

ligado ao ânimo de definitividade da importação.

Por sua vez, os bens submetidos a regimes aduaneiros

especiais sofrem despacho para admissão. Há, todavia, uma exceção importante: o drawback. Em que pese o drawback ser um regime aduaneiro

especial, os bens a ele submetidos sofrem despacho para consumo. Os bens que ingressam na ZFM com isenção tributária também sofrem despacho para

admissão; os bens que entram na ZFM sem isenção tributária sofrem despacho para consumo.

Já o despacho de internação é o que ocorre quando bens que

tenham ingressado na Zona Franca de Manaus com o benefício de isenção são internalizados no território brasileiro. Considerando-se que a entrada de bens

na ZFM recebe isenção tributária, o ingresso desses bens na ZFM sofrerá

despacho para admissão. Caso esses bens sejam vendidos a empresa situada em outro lugar do Brasil, sofrerão despacho para internação, havendo

recolhimento tributário.

a) Mercadorias submetidas ao regime comum de importação: despacho para consumo

b) Mercadorias submetidas a regime aduaneiro especial: despacho para admissão, à exceção do

drawback, que sofre despacho para consumo.

c) Mercadorias ingressadas na ZFM: despacho para admissão (quando receberem isenção tributária) ou

despacho para consumo (quando não receberem

isenção tributária).

d) Mercadorias vendidas da ZFM para qualquer outra parte do território brasileiro: despacho para

internação.

Mais adiante em nosso curso, trataremos individualmente de cada um dos regimes aduaneiros especiais e, ainda, da Zona Franca de Manaus e das Zonas de Processamento de Exportações.

Antes disso, porém, vamos falar sobre algumas regras gerais aplicáveis a todos os regimes aduaneiros especiais, as quais estão

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definidas pelos art.307 a 314 do Decreto nº 6759/2009 (Regulamento Aduaneiro).

Os art.307 e 308 definem como funciona a suspensão de tributos em

razão da aplicação de regimes aduaneiros especiais:

Art. 307. O prazo de suspensão do pagamento das obrigações fiscais

pela aplicação dos regimes aduaneiros especiais, na importação, será de até um ano, prorrogável, a juízo da autoridade aduaneira, por período não superior, no total, a cinco anos.

§ 1o A título excepcional, em casos devidamente justificados, o prazo de que trata este artigo poderá ser prorrogado por período superior a

cinco anos, observada a regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda. § 2o Quando o regime aduaneiro especial for aplicado a mercadoria

vinculada a contrato de prestação de serviço por prazo certo, de relevante interesse nacional, o prazo de que trata este artigo será o

previsto no contrato, prorrogável na mesma medida deste. § 3o Nas hipóteses de que trata o § 2o, o prazo contratual prevalece sobre aqueles referidos no caput, no § 1o, e em dispositivos específicos

deste Título.

Art. 308. Ressalvado o disposto no Capítulo VII, as obrigações fiscais suspensas pela aplicação dos regimes aduaneiros especiais serão constituídas em termo de responsabilidade firmado pelo beneficiário do

regime, conforme disposto nos arts. 758 e 760.

Conforme é possível perceber a partir da leitura dos dispositivos supratranscritos, a suspensão de tributos não ocorre por prazo

indeterminado. Ao contrário, no momento em que concede o regime

aduaneiro especial, a autoridade aduaneira define o prazo pelo qual o crédito tributário ficará suspenso.

Cada um dos regimes aduaneiros especiais possui regras específicas

quanto ao prazo de concessão. No entanto, a regra geral é que as obrigações fiscais poderão ficar suspensas por até 1 (um) ano. Cabe à

autoridade aduaneira, a seu juízo (ato discricionário), decidir se é cabível prorrogação, que não poderá ultrapassar 5 (cinco) anos.

“Mas, Ricardo, é possível prorrogar a concessão de um regime aduaneiro especial por mais de 5 (cinco) anos?”

Sim, meu amigo! Mas isso só poderá ocorrer em casos excepcionais

devidamente justificados, conforme regulamentação do Ministério da Fazenda. A Portaria MF nº 320/2006 estabelece que o prazo de suspensão do

pagamento das obrigações fiscais pela aplicação dos regimes aduaneiros especiais, na importação, poderá ser prorrogado por período superior a

cinco anos, em caráter excepcional e desde que devidamente justificado

quando se tratar de: i) protótipos ou unidades pré-séries, adaptados em

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decorrência dos ensaios e testes para o desenvolvimento de outros produtos, conforme exigido no programa de certificação e que não farão parte dos

produtos seriados; e ii) motivo alheio à vontade do beneficiário do regime, que venha a impedir o adimplemento do compromisso assumido,

dentro do prazo estabelecido.

Ainda quanto a prazos de concessão de regimes aduaneiros especiais,

vale destacar que quando uma mercadoria importada estiver vinculada a contrato de prestação de serviço por prazo certo, de relevante

interesse nacional, nenhuma das regras acima expostas será aplicável. O prazo de concessão do regime aduaneiro especial, nesse caso, será o mesmo

prazo do contrato, prorrogável na mesma medida deste.

Como exemplo, imagine que sejam importadas ao amparo de um contrato de aluguel, várias máquinas para serem utilizadas em uma obra de

construção civil. Tais máquinas são, então, submetidas ao regime de admissão temporária. E aí, qual será o prazo de concessão do regime? Considerando

queque as mercadorias estão vinculadas a um contrato de prestação de serviço

por prazo certo (digamos que sejam 3 anos!), o prazo de concessão será o mesmo prazo do contrato. Cabe destacar que se o contrato puder ser

prorrogado por mais 3 anos, também poderá ser prorrogado por igual período o prazo de concessão do regime.

Questão controversa é a que permeia a ocorrência ou não do fato

gerador do imposto de importação na entrada de bens no território nacional ao amparo de regimes aduaneiros especiais. Afinal, ocorre fato gerador do

imposto de importação quando um bem é admitido em um regime aduaneiro especial?

O posicionamento dominante, embora não-unânime, é o de que ocorre o fato gerador no momento em que o bem é admitido em um

regime aduaneiro especial. Isso é o que se depreende da leitura do art. 311 do Regulamento Aduaneiro, que dispõe o seguinte:

Art. 311. No caso de descumprimento dos regimes aduaneiros

especiais de que trata este Título, o beneficiário ficará sujeito ao pagamento dos tributos incidentes, com acréscimo de juros de

mora e de multa, de mora ou de ofício, calculados da data do registro da declaração de admissão no regime ou do registro de exportação, sem prejuízo da aplicação de penalidades específicas.

Vamos entender esse dispositivo!

Interpretando o art. 311 do R/A, parte da doutrina afirma que, quando um bem é admitido em um regime aduaneiro especial, ocorre o fato

gerador dos tributos e há incidência tributária. No entanto, a exigibilidade do crédito tributário fica suspensa. Com efeito, a suspensão do pagamento

dos tributos de mercadorias admitidas em regimes aduaneiros

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especiais está sujeita a uma condição resolutória, que é o descumprimento dos requisitos para concessão do regime. Nesse

sentido, caso ocorra a condição resolutória (descumprimento do regime), os tributos se tornarão exigíveis. Destaque-se que condição resolutória é aquela

cujo implemento tem por efeito resolver (desfazer) uma situação jurídica. Vejamos um exemplo!

Uma máquina entra no país ao amparo do regime aduaneiro especial de admissão temporária. No momento em que ela é admitida nesse regime,

ocorre o fato gerador do imposto de importação. No entanto, o crédito tributário fica suspenso, condicionado ao cumprimento do regime (retorno da

mercadoria ao exterior dentro do prazo legal). Temos aí uma condição resolutória (descumprimento do regime), que, caso ocorra, tem por efeito

desfazer a suspensão tributária. 1

Assim, caso o beneficiário do regime descumpra um regime aduaneiro especial, ele ficará sujeito, nos termos do art. 311 do

Regulamento Aduaneiro, ao pagamento dos tributos incidentes,

acrescidos de juros de mora e de multa (de mora ou de ofício) calculados da data do registro da declaração de admissão no regime ou

do registro de exportação. Percebe-se, nesse sentido, que o Regulamento Aduaneiro definiu, como momento da ocorrência do fato gerador, o registro da

declaração de admissão no regime (no caso de importação) ou do registro de exportação (no caso de exportação).

Mas como eu havia dito, nem tudo são flores...

Parcela da doutrina considera que a entrada de bens no país ao amparo de regimes aduaneiros especiais não é fato gerador do imposto de

importação. No concurso de Auditor Fiscal RFB (2009), a ESAF adotou esse entendimento na prova de Direito Tributário, ao considerar correta questão que afirmava o seguinte 2:

1 Por oportuno, cabe recordar o que dispõe o art. 117, inciso II, do CTN, segundo o qual os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados,

sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. 2 Apesar desse entendimento da ESAF na última prova de Auditor RFB,

historicamente, há certas questões de Comércio Internacional e Legislação Aduaneira em que essa mesma banca, apesar de não deixar explícita sua posição, nos faz crer que seu entendimento é diverso. Assim, a recomendação que faço é que vocês saibam

os dois entendimentos e, diante de uma questão de múltipla escolha, decidam qual posição adotar. Ao longo da aula, utilizaremos, por vezes, o entendimento de que a

entrada de bens no território nacional ao amparo de regimes aduaneiros especiais é fato gerador do imposto de importação.

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“A simples entrada em território nacional de um quadro para exposição temporária num museu ou de uma

máquina para exposição em feira, destinados a retornar ao país de origem, não configuram importação, e, por

conseguinte não constituem fato gerador.”

(Perceba, caro amigo, que a ESAF entendeu que a

entrada de um bem no território nacional ao amparo do regime aduaneiro especial de admissão temporária não

constitui fato gerador do imposto de importação).

O mais problemático desse enunciado, no entanto, foi dizer que a

admissão temporária não configura importação, o que consideramos um verdadeiro absurdo... Entendimentos “esafianos”!

Para que seja concedido um regime aduaneiro especial, é necessário

que seja informado, pelo Ministério dos Transportes, a suspensão ou

isenção do pagamento do AFRFMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante). A informação sobre a suspensão ou isenção de AFRMM

poderá ser feita eletronicamente; sem essa informação, a autoridade aduaneira não irá liberar a declaração para admissão no regime. É esse o

entendimento que se deve ter a partir da leitura do art. 309, do Regulamento Aduaneiro:

Art. 309. A aplicação dos regimes aduaneiros especiais fica

condicionada à informação da suspensão ou isenção do pagamento do adicional ao frete para renovação da marinha mercante, pelo Ministério

dos Transportes. § 1o A informação a que se refere o caput poderá ser prestada eletronicamente.

Os tributos, como pudemos verificar, ficam suspensos durante o prazo de concessão dos regimes aduaneiros especiais. Mas será que existe algum

documento que serve de garantia para que o governo possa exigir tais tributos?

Sim, existe! As obrigações fiscais suspensas ficam constituídas em um

Termo de Responsabilidade. Segundo o art. 760 do R.A, o Termo de Responsabilidade é título representativo de direito líquido e certo da

Fazenda Nacional em relação às obrigações fiscais nele constituídas.

“Mas, Ricardo, o que significa dizer que o Termo de Responsabilidade

é título representativo de direito líquido e certo da Fazenda Nacional”

Excelente pergunta! Dizer que o Termo de Responsabilidade é título representativo de direito líquido e certo da Fazenda Nacional significa afirmar

que não é necessário um processo administrativo para determinar o montante do crédito tributário que ficou suspenso. Nesse sentido, o Termo de

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Responsabilidade possui presunção de certeza (há pleno conhecimento dos sujeitos da relação, natureza do direito e do objeto devido) e liquidez

(sabe-se o quantum debeatur dos tributos suspensos). Vale a pena ressaltar que o Termo de Responsabilidade somente não será exigido em dois

regimes aduaneiros especiais: o entreposto aduaneiro e o RECOF (estudaremos mais à frente sobre isso!)

A autoridade aduaneira poderá exigir, além da constituição do Termo de Responsabilidade, que o beneficiário do regime aduaneiro especial preste

uma garantia real ou pessoal. Tal garantia poderá ser prestada na forma de depósito, fiança idônea ou seguro aduaneiro em favor da União.

Percebam que, como regra geral, a exigência de prestação de garantia é ato discricionário da autoridade aduaneira.

Quando é concedido um regime aduaneiro especial, é como se o

beneficiário assumisse um compromisso. Assim, os tributos ficam suspensos, mas isto fica condicionado ao cumprimento do compromisso assumido. Caso as

condições da concessão do regime aduaneiro especial não sejam cumpridas, o

beneficiário vai ter que se “virar” com a RFB. O crédito consignado no Termo de Responsabilidade se tornará objeto de exigência, juntamente com os

acréscimos legais cabíveis. Vejamos como funciona:

1) Caso o beneficiário do regime aduaneiro especial descumpra as condições do regime, a RFB intima o responsável para, no prazo de 10

dias, manifestar-se sobre o descumprimento total ou parcial do regime. Se o interessado não apresentar suas alegações dentro dos 10 (dez)

dias, o crédito tributário se torna automaticamente exigível. A concessão de oportunidade para se manifestar ao beneficiário do regime aduaneiro especial

tem como objetivo assegurar-lhe o direito à ampla defesa e ao contraditório,

cláusula pétrea prevista no texto constitucional.

2) A RFB procede à revisão do processo vinculado ao Termo de Responsabilidade para decidir se o beneficiário tem ou não razão, para

fins de ratificação ou liquidação do crédito. Essa revisão ocorrerá na hipótese que o beneficiário do regime aduaneiro especial apresentou suas alegações

dentro do prazo de 10 dias que lhe foi concedido.

3) Decidindo a RFB que o beneficiário não tem razões, o crédito

tributário se torna exigível. A exigência do crédito tributário poderá, então, ser efetuada de duas formas diferentes:

- Conversão do depósito em renda da União, na hipótese de

prestação de garantia sob a forma de depósito em dinheiro: Se o beneficiário do regime aduaneiro especial tiver prestado garantia na forma de

depósito, este será convertido em renda. A conversão do depósito em renda é uma das hipóteses de extinção do crédito tributário previstas no Código

Tributário Nacional (CTN).

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- Intimação do responsável para efetuar o pagamento, no prazo de 30 (trinta) dias, na hipótese de dispensa de garantia, ou da

prestação de garantia sob a forma de fiança idônea ou de seguro aduaneiro: Quando não for prestada garantia, o beneficiário do regime será

chamado a pagar o crédito tributário suspenso em um prazo de 30 dias. Pode ocorrer, todavia, que a garantia seja prestada na forma de fiança idônea ou

seguro aduaneiro. No primeiro caso, serão intimados o beneficiário e o fiador para honrar o pagamento; no segundo caso serão intimados o beneficiário e a

seguradora.

4) Caso não seja efetuado o pagamento do crédito tributário, este é

encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional, para inscrição em Dívida Ativa. A cobrança do crédito tributário tornar-se-á, a partir daí, uma

cobrança judicial.

De acordo com o art.311 do R.A, na hipótese de descumprimento dos regimes aduaneiros especiais, o beneficiário ficará sujeito ao pagamento dos

tributos incidentes, de juros e multa, os quais são calculados a contar da data

do registro da declaração para admissão no regime ou do registro de exportação.

Destaque-se que os juros e a multa não ficam consubstanciados no

Termo de Responsabilidade, sendo exigíveis mediante auto de infração lavrado por Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. Esse é o entendimento

que devemos ter da leitura do § 2o do art.758 do R/A, segundo o qual “as multas por eventual descumprimento do compromisso assumido no

termo de responsabilidade não integram o crédito tributário nele constituído.”

Da mesma forma, o crédito tributário apurado em procedimento posterior à formalização do Termo de Responsabilidade, em decorrência de

ajuste no cálculo do tributo devido, será constituído mediante auto de infração. O art. 766 do R/A é bem explícito quanto a isso, estabelecendo que a exigência

de crédito tributário decorrente de aplicação de penalidade ou de ajuste no cálculo de tributo será feita por meio de auto de infração.

Esquematizando:

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Quando uma mercadoria é importada ao amparo de regimes aduaneiros especiais, os tributos exigíveis ficam, portanto, suspensos e

constituídos no Termo de Responsabilidade. Acho que quanto a isso ninguém mais tem dúvidas, não é mesmo?

Entrada do bem no território aduaneiro ao

amparo de regime

aduaneiro especial

Ocorre fato gerador dos

tributos (posição dominante)

Há incidência tributária

Tributos ficam suspensos

sob condição resolutória

Constituição de Termo de

Responsabilidade Termo representativo de

direito líquido e certo da Fazenda Nacional

Descumprimento das condições do regime

aduaneiro especial

RFB intima o responsável para, dentro de 10 dias,

apresentar suas alegações

Revisão do processo pela RFB caso sejam

apresentadas alegações pelo responsável

RFB decide que o interessado não tem razão

Crédito tributário se torna exigível

Crédito tributário encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional p/

inscrição em Dívida Ativa

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Todavia, não é porque uma mercadoria foi admitida ao amparo de um regime aduaneiro especial que ela não pode ser transferida para outro

regime. Isso é sim uma prática possível! A IN/SRF nº 121/2002 regula o assunto, dispondo sobre a transferência de mercadoria importada e admitida

em um regime aduaneiro especial para outro.

Dessa forma, a RFB poderá autorizar a transferência de

mercadoria admitida em um regime aduaneiro especial ou aplicado em área especial para outro. Todavia, as condições de admissão no novo

regime deverão ser cumpridas.

Art. 310. Poderá ser autorizada a transferência de mercadoria admitida em um regime aduaneiro especial ou aplicado em área

especial para outro, observadas as condições e os requisitos próprios do novo regime e as restrições estabelecidas em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Art. 314. A Secretaria da Receita Federal do Brasil fica autorizada a

estabelecer hipóteses em que, na substituição de beneficiário de regime aduaneiro suspensivo, o termo inicial para o cálculo de juros e

multa de mora relativos aos tributos suspensos passe a ser a data da transferência da mercadoria.

Para visualizarmos a hipótese prevista no art.310, nada melhor do

que um exemplo!

Imagine que uma máquina para construção civil foi admitida no regime de entreposto aduaneiro. O entreposto aduaneiro é um regime

aduaneiro especial que permite a armazenagem de um bem em recinto

alfandegado com suspensão dos tributos incidentes. Pois bem, passado um tempo, uma empresa de construção civil decide, ao invés de comprar, alugar

essa máquina entrepostada. A empresa solicita, então, à RFB, a concessão do regime de admissão temporária para a máquina. Assim, ocorre a transferência

do regime de entreposto aduaneiro para admissão temporária. As condições do novo regime foram cumpridas, uma vez que, para a admissão em entreposto

aduaneiro, o bem deve ter sido importado sem cobertura cambial, o que também se aplica à admissão temporária.

De acordo com a IN/SRF nº121/2002, a transferência de

mercadoria de um regime para outro ocorrerá em relação à totalidade

ou parte da mercadoria e com ou sem mudança de beneficiário. Assim, existem várias hipóteses possíveis de transferência de regime:

1) São admitidas em entreposto aduaneiro 10 (dez) prensas em

nome da empresa “X”. Todas as 10 prensas poderão ser transferidas para o regime de admissão temporária em nome da empresa “X”. Ou então, as 10

prensas poderão ser poderão ser transferidas para o regime de admissão temporária em nome da empresa “Y”.

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2) São admitidas em entreposto aduaneiro 10 (dez) prensas em nome da empresa “X”. Podem ser transferidas 8 (oito) prensas para o regime

de admissão temporária em nome da empresa “X”, enquanto outras duas são nacionalizadas (despachadas para consumo). Ou então, 8 (oito) prensas

podem ser transferidas para o regime de admissão temporária em nome da empresa “Y”, enquanto as outras são nacionalizadas.

3) São importadas ao amparo do regime de admissão temporária 10 (dez) prensas em nome da empresa “X”. As 10 (prensas) poderão continuar

admitidas temporariamente, com transferência de titularidade do regime para a empresa “Y”. Ou então, 8 (oito) prensas podem continuar admitidas

temporariamente (com transferência de titularidade do regime para a empresa “Y”), enquanto 2(duas) são nacionalizadas.

Quando um regime aduaneiro é descumprido, os tributos suspensos

serão cobrados, juntamente com os juros e multas, os quais serão calculadas a partir da data do registro da declaração de admissão no regime ou do registro

de exportação. Em outras palavras, a cobrança retroage à data da admissão

dos bens no regime aduaneiro especial. Isso nós já vimos!

Todavia, quando há transferência de um regime aduaneiro especial para outro, seria mais justo que o termo inicial para o cálculo

de juros e multa, no caso de descumprimento, fosse a data de transferência. A RFB foi autorizada pela Lei nº 10.833/2003 a estabelecer,

por ato próprio, hipóteses em que o termo inicial passará a ser a data de transferência. Entretanto, até a data em que escrevemos essa aula, não foi

editada Instrução Normativa sobre o assunto.

Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova!

1. (AFRFB-2012) Os regimes aduaneiros especiais se distinguem do

regime comum pela suspensão ou isenção de tributos incidentes nas operações de comércio exterior.

Comentários:

A suspensão ou isenção de tributos incidentes nas operações de comércio exterior é característica dos regimes aduaneiros especiais, que os

distingue do regime comum. Questão correta.

2. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) A aplicação dos regimes aduaneiros especiais está condicionada à informação do pagamento do

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adicional ao frete para renovação da marinha mercante - AFRMM, pelo Ministério dos Transportes e a apresentação de certidões negativas quanto ao

pagamento de tributos federais.

Comentários:

Segundo o art. 309, do R/A, a aplicação dos regimes aduaneiros

especiais fica condicionada à informação da suspensão ou isenção (e não ao pagamento!) do pagamento do adicional ao frete para renovação da marinha

mercante, pelo Ministério dos Transportes. Questão errada.

3. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) Os regimes aduaneiros especiais constituem exceção à regra geral do regime aduaneiro comum.

Comentários:

A regra geral é que, na importação de mercadorias estrangeiras, ocorra o recolhimento tributária. Tal regra, entretanto, não se aplica a

mercadorias importadas ao amparo de regimes aduaneiros especiais. Os regimes aduaneiros especiais são, portanto, exceção à regra geral. As

mercadorias a eles submetidas entram no País com suspensão tributária.

Questão correta.

4. (Questão Inédita) No caso de descumprimento dos regimes aduaneiros especiais, o beneficiário ficará sujeito ao pagamento dos tributos incidentes,

com acréscimo de juros de mora e de multa, de mora ou de ofício, calculados da data do descumprimento do regime, sem prejuízo da aplicação de

penalidades específicas.

Comentários:

Os tributos serão calculados da data do registro da declaração de

admissão no regime ou do registro de exportação. Questão errada.

5. (Questão Inédita) O termo de responsabilidade é o documento no qual

são constituídas obrigações fiscais cujo adimplemento fica suspenso sob condição suspensiva. Trata-se de título representativo de direito líquido e certo

da Fazenda Nacional.

Comentários:

A aplicação dos regimes aduaneiros especiais faz com que os tributos

fiquem suspensos sob condição resolutiva. Questão errada.

6. (Questão Inédita) A exigência do crédito tributário constituído em Termo de Responsabilidade é precedida de intimação ao responsável para que,

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no prazo de 10 dias, efetue o recolhimento dos tributos suspensos e das penalidades cabíveis.

Comentários:

Os 10 (dez) dias são para que o beneficiário apresente suas alegações quanto aos fatos que o levaram o descumprir o regime aduaneiro

especial. Questão errada.

7. (Questão Inédita) A exigência de crédito tributário apurado em procedimento posterior à apresentação do termo de responsabilidade, em

decorrência de aplicação de penalidade ou de ajuste no cálculo de tributo devido, será formalizada em auto de infração, lavrado por Auditor-Fiscal da

Receita Federal do Brasil.

Comentários:

As penalidades ou ajustes no cálculo de tributo devido são exigidos

mediante auto de infração. Questão correta.

8. (Questão Inédita) Quando ocorre o descumprimento de regime

aduaneiro especial e não é efetuado o pagamento do crédito tributário dentro do prazo de 30 dias, o beneficiário será objeto de execução administrativa,

sem prejuízo de sua responsabilidade penal.

Comentários:

Não há execução administrativa. Caso não seja feito o pagamento

dos tributos, o processo é encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição em dívida ativa. Questão errada.

9. (Questão Inédita) O prazo de suspensão do pagamento das obrigações fiscais pela aplicação dos regimes aduaneiros especiais, na importação, será de até um ano, prorrogável, a juízo da autoridade aduaneira, por período não

superior, no total, a cinco anos

Comentários:

Esse é o prazo de suspensão dos tributos incidentes sobre bens

admitidos em regimes aduaneiros especiais: 1 ano, prorrogável por período não superior, no total a 5 anos. Questão correta.

10. (Questão Inédita) A Secretaria da Receita Federal do Brasil fica autorizada a estabelecer hipóteses em que, na substituição de beneficiário de

regime aduaneiro suspensivo, o termo inicial para o cálculo de juros e multa de mora relativos aos tributos suspensos passe a ser a data da transferência da

mercadoria.

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Comentários:

É o que dispõe o art. 314, do R/A:

Art. 314. A Secretaria da Receita Federal do Brasil fica autorizada a estabelecer hipóteses em que, na substituição de beneficiário de

regime aduaneiro suspensivo, o termo inicial para o cálculo de juros e multa de mora relativos aos tributos suspensos passe a ser a data da

transferência da mercadoria

Em razão disso, a questão está correta.

2- Trânsito Aduaneiro:

2.1- Conceito e Modalidades de Trânsito Aduaneiro:

Imaginemos que você é dono de uma distribuidora de eletrodomésticos situada em Campinas e que seus produtos (geladeiras,

fogões, microondas) sejam importados. Esses equipamentos entram no Brasil pelo Porto de Santos, que é o porto mais próximo de Campinas. Para proceder

ao despacho aduaneiro desses bens, você terá duas opções: i) fazer o despacho aduaneiro no próprio Porto de Santos ou; ii) fazer o despacho

aduaneiro em um porto seco3 ( que pode ser em Campinas).

Por razões logísticas, pode ser mais interessante que você realize o despacho aduaneiro em um porto seco localizado em Campinas. De fato, levar

as mercadorias para Campinas permitirá maior agilidade no desembaraço

aduaneiro, uma vez que este será realizado em local próximo ao estabelecimento do importador. Além disso, os custos de armazenagem de

mercadorias em portos e aeroportos (enquanto se espera o desembaraço aduaneiro) são mais elevados do que os custos de armazenagem em um porto

seco.

Dessa forma, vale a pena levar os bens importados para sofrerem despacho aduaneiro em Campinas. Para isso, é necessário, então, submetê-

los ao regime aduaneiro especial de trânsito aduaneiro. Assim, os bens serão transportados desde o Porto de Santos até o porto seco de

Campinas, com suspensão dos tributos incidentes sobre a operação. Os

tributos somente serão recolhidos por ocasião do despacho para consumo, que será realizado no porto seco em Campinas.

3 Porto Seco é um recinto alfandegado de uso público situado, em regra, na zona secundária.

Recorde-se que existem os portos secos de fronteira, os quais estão situados em zona

primária.

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A definição de trânsito aduaneiro está prevista no art. 315 do R/A, que estabelece que este regime aduaneiro especial é o que permite o

transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território nacional, com suspensão do pagamento de tributos.

Para entender o regime de trânsito aduaneiro, é importante ter

conhecimento de uma nomenclatura específica: i) local de origem; ii) local de

destino; iii) unidade de origem e; iv) unidade de destino.

Voltando ao exemplo anterior, os bens (eletrodomésticos) chegaram ao Porto de Santos e lá foram descarregados. Eles serão, então, transportados

até o porto seco de Campinas. Nessa situação, o local de origem do trânsito, isto é, o ponto inicial do itinerário, será o Porto de Santos. O local

de destino (ponto final do itinerário) será o porto seco de Campinas. A unidade de origem será a URF que possui jurisdição sobre o local de origem

do trânsito. A unidade de destino será a URF que jurisdiciona o local de destino do trânsito.

Segundo o art. 316, do R/A o regime de trânsito aduaneiro subsiste do local de origem ao local de destino e desde o momento do

desembaraço para trânsito aduaneiro pela unidade de origem até o momento em que a unidade de destino conclui o trânsito aduaneiro. Em outras palavras,

quando a mercadoria é desembaraçada para trânsito pela unidade de origem, tem início o trânsito aduaneiro; a unidade de destino, por sua vez,

será responsável pela conclusão do trânsito aduaneiro.

O art. 318 do R/A prevê sete modalidades para o regime de trânsito

aduaneiro, quais sejam:

1) O transporte de mercadoria procedente do exterior, do ponto de descarga no território aduaneiro até o ponto onde deva

ocorrer outro despacho. Essa modalidade é o chamado “trânsito de importação”. A mercadoria estrangeira é descarregada no Porto de Santos,

sendo transportada de lá até um porto seco em Campinas (onde ocorrerá o despacho)

2) O transporte de mercadoria nacional ou nacionalizada, verificada ou despachada para exportação, do local de origem ao local

de destino, para embarque ou para armazenamento em área alfandegada para posterior embarque. Essa modalidade é o chamado

“trânsito de exportação”. A mercadoria nacional ou nacionalizada é transportada a partir de um porto seco em Campinas (onde sofreu despacho

para exportação) até o Porto de Santos (onde embarcará para o exterior). O trânsito de exportação poderá também ter início no próprio estabelecimento da

empresa exportadora, o que seria, logisticamente, a melhor situação.

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3) O transporte de mercadoria estrangeira despachada para reexportação, do local de origem ao local de destino, para embarque

ou armazenamento em área alfandegada para posterior embarque. Aqui também temos um caso de “trânsito de exportação”. A única diferença

é que, nessa hipótese, a mercadoria é estrangeira (ela está no Brasil, mas não foi nacionalizada). Logo, não cabe falar em “exportação”, mas sim em

“reexportação”.

4) O transporte de mercadoria estrangeira de um recinto

alfandegado situado na zona secundária a outro. Essa modalidade é conhecida como “trânsito interno”. A mercadoria estrangeira é transportada

de um porto seco (recinto alfandegado de zona secundária) para outro porto seco.

5) A passagem, pelo território aduaneiro, de mercadoria

procedente do exterior e a ele destinada. Esse é o “trânsito internacional”. Seria o caso, por exemplo, em que uma mercadoria

procedente da Alemanha chega ao Porto de Santos, tendo como destino a

Argentina. O trânsito na modalidade de passagem só poderá ser aplicado à mercadoria declarada para trânsito no conhecimento de carga correspondente,

ou no manifesto ou declaração de efeito equivalente do veículo que a transportou até o local de origem. Em outras palavras, só se aplica o

trânsito internacional quando no conhecimento de carga (documento que materializa o contrato de frete) já estava previsto que a

mercadoria se destinaria a outro país, isto é, que só passaria pelo Brasil.

6) O transporte, pelo território aduaneiro, de mercadoria

procedente do exterior, conduzida em veículo em viagem internacional

até o ponto em que se verificar a descarga. Aqui também temos um caso de “trânsito de importação”. Nessa situação, um veículo procedente do

Uruguai leva mercadorias até um porto seco situado em Uberlândia, onde será feita a descarga e o despacho aduaneiro.

7) O transporte, pelo território aduaneiro, de mercadoria

estrangeira, nacional ou nacionalizada, verificada ou despachada para reexportação ou para exportação e conduzida em veículo com destino

ao exterior. Aqui temos um “trânsito de exportação”. Nessa situação, um veículo parte de Uberlândia com destino ao Uruguai levando mercadorias já

despachadas para exportação (mercadorias nacionais ou nacionalizadas) ou

para reexportação (mercadorias estrangeiras).

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2.2 – Beneficiários do Regime:

O art. 321 do R/A lista os beneficiários do regime aduaneiro especial de trânsito aduaneiro. São eles:

a) no trânsito de importação: o importador

b) no trânsito de exportação: o exportador

c) no trânsito interno: o depositante

d) no trânsito internacional: o representante, no País, de exportador estrangeiro ou importador estrangeiro domiciliado no exterior.

e) em qualquer caso: i) o permissionário ou concessionário de recinto alfandegado (exceto no trânsito internacional); ii) o operador de

transporte multimodal (OTM), iii) o transportador e ; iv) o agente credenciado a efetuar operações de unitização ou desunitização de cargas em recintos

alfandegados.

Segundo o Prof. Rodrigo Luz4, é mais adequado dizer que as pessoas

listadas no art.321 do R/A são aquelas que podem solicitar o regime especial de trânsito aduaneiro, isto é, podem registrar a Declaração de Trânsito

Aduaneiro (DTA).

2.3- Autorização para o transporte:

Para que uma empresa possa transportar mercadorias em trânsito

aduaneiro, é necessário sua prévia habilitação perante a Receita Federal do Brasil. Assim, em regra, somente empresas credenciadas pela RFB poderão

operar no regime de trânsito aduaneiro. Esse é o exato teor do art. 322 do

R/A, que estabelece que “a habilitação das empresas transportadoras será feita previamente ao transporte de mercadorias em regime de

trânsito aduaneiro e será outorgada, em caráter precário, pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.” Assim, não é qualquer um que

poderá operar o regime de trânsito aduaneiro.

As empresas interessadas em transportar mercadorias sob o regime de trânsito aduaneiro precisarão se habilitar na unidade de fiscalização

aduaneira, solicitando o cadastramento no sistema e apresentando o Termo de

4 LUZ, Rodrigo Teixeira. Comércio Internacional e Legislação Aduaneira, 3ª

edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

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Responsabilidade para Trânsito Aduaneiro (TRTA). A concessão da habilitação pela RFB é feita a título precário, isto é, em caráter temporário (por tempo

determinado).

Para a concessão ou renovação da habilitação para operar o regime de trânsito aduaneiro, serão levados em conta fatores direta ou

indiretamente relacionados com os aspectos fiscais, a conveniência

administrativa, a situação econômico-financeira e a tradição da empresa transportadora.

Cabe destacar que algumas pessoas jurídicas não necessitam de

habilitação prévia para operar o regime de trânsito aduaneiro, por serem consideradas idôneas por natureza. São elas: i) empresas públicas e

sociedades de economia mista que explorem serviços de transporte e; ii) os outros beneficiários do regime (habilitados no SISCOMEX), quando não sendo

empresas transportadoras, utilizarem veículos próprios. A RFB possui competência, ainda, para estabelecer outras hipóteses de dispensa de

habilitação prévia.

2.4- Despacho para Trânsito:

Quando uma carga chega no Porto de Paranaguá e o importador quer levá-la a um porto seco localizado em Curitiba (onde será feito o desembaraço

aduaneiro), ele deverá solicitar o regime de trânsito aduaneiro. Mas como é feita a solicitação do regime de trânsito aduaneiro?

A solicitação da aplicação do regime de trânsito aduaneiro é feita

mediante requerimento à autoridade aduaneira competente da unidade de origem, Tal requerimento é realizado por meio do SISCOMEX-Trânsito.

O despacho para trânsito aduaneiro é, assim, processado por meio de uma declaração para trânsito aduaneiro (que poderá ser a DTA, MIC-DTA, TIF-

DTA, DTT ou a DTC, dependendo da situação).5 Pela especificidade do assunto, considero que não há necessidade (para a prova) de se saber em que

situações é utilizada cada uma dessas declarações.

O registro da declaração para trânsito aduaneiro no SISCOMEX

caracteriza o início do despacho de trânsito aduaneiro e, ao mesmo tempo, o fim da espontaneidade do beneficiário relativamente às informações

5 DTA- Declaração de Trânsito Aduaneiro MIC-DTA - Manifesto Internacional de Carga - Declaração de Trânsito Aduaneiro

TIF-DTA- Conhecimento-Carta de Porte Internacional - Declaração de Trânsito Aduaneiro

DTT- Declaração de Trânsito de Transferência DTC- Declaração de Trânsito de Contêiner

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prestadas. A declaração de trânsito aduaneiro é a forma pela qual o interessado requer a concessão e a aplicação do regime de trânsito aduaneiro

à autoridade aduaneira.

Segundo o art. 325, sem prejuízo de controles especiais determinados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, independe de despacho para

trânsito a remoção de mercadorias de uma área ou recinto para outro,

situado na mesma zona primária. Assim, se a mercadoria for deslocada de um recinto alfandegado situado no Porto de Santos para outro recinto

alfandegado também localizado no Porto de Santos, não haverá necessidade de que se proceda ao despacho para trânsito. Isso não quer dizer, todavia, que

não podem existir controles especiais determinados pela RFB em relação a essa carga.

Uma vez registrada a declaração para trânsito aduaneiro, ela

será direcionada para o canal verde (desembaraço automático) ou para o canal vermelho (exame documental e conferência física). O

direcionamento de uma declaração para trânsito para o canal verde ou

vermelho será feito com base em critérios de seleção e amostragem definidos pela RFB.

Quando a declaração for selecionada para conferência (direcionada

para o canal vermelho), a concessão do regime de trânsito aduaneiro caberá a Auditor Fiscal da Receita Federal (AFRFB) designado pelo titular da unidade de

origem (URF que jurisdiciona o local de origem do trânsito).

A conferência para trânsito tem por finalidade i) identificar o

beneficiário; ii) verificar a mercadoria; iii) verificar a correção das informações relativas à sua natureza e quantificação e; iv) em caso de mercadorias sujeitas

a controle prévio, verificar se houve a liberação por outros órgãos da administração pública.

A verificação para trânsito será realizada na presença do

beneficiário do regime e do transportador. Nela, o AFRFB ou ATRFB (sob supervisão de um AFRFB) irá observar se o peso, a quantidade e as

características dos volumes estão condizentes com os documentos que

instruem a declaração para trânsito. Além disso, deverá ser observado se o veículo transportador oferece condições adequadas de segurança fiscal.

Ao conceder o regime de trânsito aduaneiro, a autoridade

aduaneira sob cuja jurisdição se encontrar a mercadoria a ser transportada estabelecerá a rota a ser cumprida, fixará os prazos para execução da

operação e para comprovação da chegada da mercadoria ao destino e adotará as cautelas julgadas necessárias à segurança fiscal.

Quanto ao estabelecimento de rota e prazo para conclusão do trânsito aduaneiro, estes poderão ser objeto de proposta do

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transportador ou do beneficiário. Se essa proposta não for aceita pela unidade de origem dentro de 15 dias, ela será automaticamente cancelada.

Destaque-se que, mesmo havendo rota legal preestabelecida, poderá ser aceita rota alternativa proposta por beneficiário. O trânsito por via

rodoviária será feito preferencialmente pelas vias principais, onde houver melhores condições de segurança e policiamento, utilizando-se, sempre que

possível, o percurso mais direto.

Todos esses procedimentos, por sinal bastante rígidos, têm como

objetivo promover a segurança fiscal , já que, durante todo o trajeto do trânsito aduaneiro, os tributos estarão com a exigibilidade suspensa. A RFB,

portanto, informa ao beneficiário do regime qual o caminho ele deverá percorrer e em quanto tempo. Além disso, poderá adotar cautelas fiscais,

cujo objetivo é impedir a violação do veículo, da unidade de carga e dos volumes que estiverem em trânsito.

De acordo com a IN SRF nº 248/2002, as cautelas fiscais que podem

ser adotadas são a lacração (colocação de lacres), a sinetagem (colocação

de símbolos nos lacres), a cintagem (colocação de cintas nos volumes), a marcação (colocação de marcas nos volumes) e o acompanhamento fiscal

(designação de um veículo para acompanhar o trânsito aduaneiro). Ressalte-se que o acompanhamento fiscal somente será realizado em casos

excepcionais, em que, por exemplo, o transportador seja reincidente em infrações à legislação aduaneira. Ainda sobre as cautelas fiscais, cabe destacar

que os dispositivos de segurança somente poderão ser rompidos ou suprimidos na presença da fiscalização, salvo disposição normativa em

contrário.

Agora me respondam o seguinte: será que o regime de trânsito

aduaneiro poderá ser indeferido pela RFB?

Sim. O AFRFB designado para proceder à conferência para trânsito poderá indeferir a solicitação, desde que o faça com base em decisão

fundamentada. Todavia, uma vez indeferido o trânsito aduaneiro, o beneficiário poderá interpor recurso ao titular da unidade de origem no prazo

de 10 (dez) dias, a contar da ciência do indeferimento.

O ato final do despacho para trânsito é o desembaraço, que é

quando a unidade da RFB de origem efetivamente concede o regime de trânsito aduaneiro ao beneficiário. Nesse momento, em que se encerra o

despacho para trânsito, tem início o regime de trânsito aduaneiro. Após o AFRFB registrar no Sistema a aplicação dos dispositivos de segurança,

ocorrerá automaticamente o desembaraço. Quando os dispositivos de segurança tiverem sido dispensados, o desembaraço ocorrerá após o

carregamento do veículo pelo transportador.

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No caso de transporte multimodal de carga, na importação ou na exportação, quando o desembaraço não for realizado nos pontos de

entrada ou de saída do País, a concessão do regime de trânsito aduaneiro será considerada válida para todos os percursos no território aduaneiro,

independentemente de novas concessões. Isso significa que, em se tratando de transporte multimodal, se for concedido o regime de trânsito aduaneiro em

um porto seco em Campinas, o regime será válido para qualquer tipo de percurso no território aduaneiro.

2.5- Garantias e Responsabilidades:

Segundo o art. 337 do R/A, as obrigações fiscais suspensas em

virtude da aplicação do regime de trânsito aduaneiro ficarão constituídas em Termo de Responsabilidade, firmado na data do registro

da declaração de admissão no regime, que assegure sua eventual liquidação e cobrança.

Por sua vez, o art. 20 da IN SRF Nº 248/2002, com o fito de

operacionalizar a constituição do Termo de Responsabilidade, dispôs que a responsabilidade pelo cumprimento das obrigações fiscais suspensas em

decorrência da aplicação do regime de trânsito aduaneiro será formalizada em Termo de Responsabilidade para Trânsito Aduaneiro (TRTA), com validade de

três anos, firmado pelo transportador.

Juntamente com a constituição de Termo de Responsabilidade, é

necessária a prestação de garantia das obrigações fiscais suspensas. A garantia poderá ser prestada na forma de depósito em dinheiro, fiança idônea

ou seguro aduaneiro, a critério do transportador. Há alguns casos especiais em que não se exige a prestação de garantia como, por exemplo, quando o

transportador possui patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).

Ok! O trânsito aduaneiro foi concedido pela RFB, os tributos suspensos ficaram consignados no Termo de Responsabilidade e, ainda, foi

apresentada uma garantia. Mas e se acontecer alguma coisa no trajeto? De quem é a responsabilidade pelas mercadorias em trânsito aduaneiro?

De acordo com o art. 338 do R/A, “o transportador de mercadoria

submetida ao regime de trânsito aduaneiro responde pelo conteúdo dos volumes, nos casos previstos no art. 661”. Por sua vez, o art. 661

dispõe que:

Art. 661. Para efeitos fiscais, é responsável o transportador

quando: I - constatado que houve, após o embarque, substituição de mercadoria;

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II - houver extravio de mercadoria em volume descarregado com indícios de violação; ou III - o volume for descarregado com peso ou dimensão inferior ao

constante no conhecimento de carga, no manifesto ou em documento de efeito equivalente.

Interpretando os dois dispositivos em conjunto, podemos verificar que o transportador possui responsabilidade exclusiva pelas mercadorias

em trânsito aduaneiro. Assim, caso ocorra avaria, extravio ou alteração de mercadoria, a RFB exigirá dele os tributos e multas cabíveis. Percebam, meus

amigos, que todas as situações relacionadas no art. 661 do R/A representam casos em que o transportador recebeu uma mercadoria intacta e, ao chegar no

destino, apresentou-a modificada (seja na quantidade ou qualidade).

Durante o trajeto referente ao trânsito aduaneiro, há outras

ocorrências possíveis, como, por exemplo: i) chegada do veículo fora do prazo fixado pela RFB; ii) violação de dispositivo de segurança; iii) desvio da

rota autorizada; iv) substituição do veículo transportador sem autorização da RFB. Cada uma das infrações possíveis possui uma pontuação (como se fosse

carteira de motorista!). Ao atingir 20 pontos, o transportador sofrerá advertência; ao somar ou ultrapassar 40 pontos, o transportador terá sua

habilitação suspensa.

Nos termos do art. 339, § 1o, do R/A, quando o transportador não

apresentar a mercadoria no local de destino, na forma e no prazo previsto, ele ficará sujeito ao cumprimento das obrigações assumidas

no Termo de Responsabilidade, sem prejuízo das penalidades cabíveis. Os tributos serão os vigentes na data da assinatura do Termo de

Responsabilidade com acréscimos legais.

2.6- Interrupção e Conclusão do Trânsito:

Vamos imaginar que a autoridade aduaneira tenha concedido o

regime de trânsito aduaneiro para o transporte de uma carga desde o Porto de Suape até um porto seco localizado em Caruaru. No entanto, no meio do

trajeto, o veículo que transportava a carga se envolve em um acidente de trânsito. E aí, o que acontece?

Nesse caso, meus amigos, ocorrerá a interrupção do trânsito aduaneiro, em razão da ocorrência de um evento que impede o

prosseguimento do trânsito e, ainda, que, muito provavelmente, provocou avarias nas mercadorias transportadas.

O art. 340 do R/A lista as hipóteses em que poderá haver interrupção

do trânsito aduaneiro:

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“Art. 340. O trânsito poderá ser interrompido pelos seguintes motivos: I - ocorrência de eventos extraordinários que comprometam ou

possam comprometer a segurança do veículo ou equipamento de transporte;

II - ocorrência de eventos que resultem ou possam resultar em avaria ou extravio da mercadoria;

III - ocorrência de eventos que impeçam ou possam impedir o prosseguimento do trânsito; IV - embargo ou impedimento oferecido por autoridade competente;

V - rompimento ou supressão de dispositivo de segurança; e VI - outras circunstâncias alheias à vontade do transportador, que

justifiquem a medida. “

Mas o que deve fazer o importador se houver a interrupção do trânsito aduaneiro?

Nesse caso, o transportador deverá imediatamente comunicar o

fato à unidade aduaneira que jurisdiciona o local onde se encontrar o veículo, a fim de que esta possa adotar as providências cabíveis.

A autoridade aduaneira também poderá determinar a interrupção do trânsito aduaneiro, ainda que não tenha ocorrido nenhuma das hipóteses

previstas no art. 340 do R/A. Isso ocorrerá em razão de denúncia, suspeita ou mesmo em função da conveniência da fiscalização.

Caso não haja qualquer tipo de problema no trânsito aduaneiro, o

transportador irá apresentar a carga à unidade da RFB que jurisdiciona o local de destino. Para fins de conclusão do trânsito aduaneiro, a unidade da RFB de

destino procederá ao exame dos documentos e à verificação do veículo, dos

dispositivos de segurança e da integridade da carga.

Se estiver tudo certo, o trânsito aduaneiro será concluído e será dada baixa no Termo de Responsabilidade junto à unidade de origem.

2.7- Avaria e Extravio no Trânsito Aduaneiro:

Antes da publicação do Decreto nº 8.010/2013, existia a possibilidade de que fosse realizado o processo de vistoria aduaneira no trânsito. Com o

novo decreto, a vistoria aduaneira deixou de existir. A vistoria aduaneira era o processo administrativo tendente a apurar a responsabilidade pelo extravio ou

avaria de mercadoria.

Atualmente, na hipótese de extravio de mercadoria, a autoridade

aduaneira deverá proceder a lançamento de ofício, exigindo do responsável os tributos e direitos (inclusive multas). Não há um processo administrativo

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prévio; caberá à autoridade aduaneira lavrar o auto de infração, que terá o condão de exigir do responsável pelo extravio os valores devidos. No caso de

avaria, haverá uma redução do valor aduaneiro, proporcionalmente ao prejuízo.

No caso do trânsito aduaneiro, a constatação de extravio ou

avaria poderá ocorrer no local de origem, durante o percurso ou mesmo

após a conclusão do trânsito aduaneiro.

Segundo o art. 345, do R/A, quando a constatação de extravio ou avaria ocorrer no local de origem, a autoridade aduaneira poderá, não

havendo inconveniente, permitir o trânsito aduaneiro da mercadoria avariada ou da partida com extravio, após a determinação da quantidade

extraviada. Da mesma maneira, caso o extravio ou avaria ocorram no percurso do trânsito, a autoridade aduaneira, após comunicada, poderá autorizar o

prosseguimento do trânsito até o local de destino, adotadas as cautelas cabíveis.

O lançamento de ofício poderá ser dispensado, em qualquer caso, sendo autorizado o início ou prosseguimento do trânsito, na hipótese de

o beneficiário do regime assumir espontaneamente o pagamento dos créditos decorrentes do extravio.

Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova!

11. (AFRFB – 2012) O regime de trânsito aduaneiro permite o transporte

de mercadorias, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão de tributos.

Comentários:

Essa é a exata definição do regime de trânsito aduaneiro! Trata-se de regime aduaneiro especial que permite o transporte de mercadorias, sob

controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro. Nesse trajeto, as mercadorias serão transportadas com suspensão de tributos. Questão

correta.

12. (ATRFB – 2012) Sem prejuízo de controles especiais determinados pela

Secretaria da Receita Federal do Brasil, depende de despacho para trânsito a remoção de mercadorias de uma área ou recinto para outro, situado na mesma

zona primária.

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Comentários:

Independe de despacho para trânsito a remoção de mercadorias de uma área ou recinto para outro, situado na mesma zona primária (art. 325,

§ 2º, do R/A). Questão errada.

13. (ATRFB – 2012) No caso de transporte multimodal de carga

internacional, na importação ou na exportação, quando o desembaraço não for realizado nos pontos de entrada ou de saída do País, a concessão do Regime

Especial de Trânsito Aduaneiro será considerada válida para todos os percursos no território nacional, independentemente de novas concessões.

Comentários:

Exatamente o que dispõe o art. 325, § 3º, do R/A. No caso de transporte multimodal de carga, na importação ou na exportação, quando o

desembaraço não for realizado nos pontos de entrada ou de saída do País, a concessão do regime de trânsito aduaneiro será considerada válida para todos

os percursos no território aduaneiro, independentemente de novas concessões. Questão correta.

14. (ATRFB – 2012) A concessão e a aplicação do Regime Especial de Trânsito Aduaneiro serão requeridas à autoridade aduaneira competente da

unidade de destino.

Comentários:

A concessão do trânsito aduaneiro compete à unidade de origem. À

unidade de destino compete a conclusão do trânsito aduaneiro. Questão errada.

15. (ATRFB – 2012) O Regime Especial de Trânsito Aduaneiro é o que

permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão do pagamento de tributos.

Comentários:

A ESAF repetiu a mesma assertiva na prova de Auditor e de Analista! Essa é a definição do regime de trânsito aduaneiro. Trata-se de regime

aduaneiro especial que permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão do

pagamento de tributos. Questão correta.

16. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) Em uma Declaração de

Trânsito Aduaneiro (DTA) de entrada, o Operador de Transporte Multimodal (OTM) poderá ser beneficiário do regime.

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Comentários:

O OTM poderá ser beneficiário do regime de trânsito aduaneiro em qualquer uma de suas modalidades. Questão correta.

17. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) O registro de Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA) caracteriza o fim da espontaneidade do beneficiário,

relativamente às informações por ele prestadas na declaração.

Comentários:

O registro da DTA caracteriza o fim da espontaneidade do beneficiário

do regime de trânsito aduaneiro em relação às informações por ele prestadas. Questão correta.

18. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) A concessão do regime de

especial trânsito aduaneiro é automático para as Declarações de Trânsito Aduaneiro (DTA) cujo canal de conferência sejam verde, no Siscomex Trânsito,

porém, ainda assim, a carga poderá ser submetida à conferência, pela Aduana no destino.

Comentários:

As Declarações de Trânsito Aduaneiro (DTA) direcionadas para o canal verde são automaticamente desembaraçadas, sem qualquer exame

documental ou verificação física. Mesmo assim, por ocasião da conclusão do trânsito aduaneiro, a URF de destino poderá proceder à conferência da

mercadoria. Questão correta.

19. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) Um trânsito aduaneiro,

seguindo em um caminhão lacrado pela RFB, pode ser interrompido pela Policia Rodoviária Federal, com o subsequente rompimento dos lacres para

averiguação da carga, sem a presença de prepostos da Receita Federal do Brasil, no caso de indícios de tráfico de drogas.

Comentários:

Os dispositivos de segurança somente poderão ser rompidos ou suprimidos na presença da fiscalização, salvo disposição normativa em

contrário. Questão errada.

20. (Questão Inédita) O agente credenciado a efetuar operações de

unitização ou desunitização da carga em recinto alfandegado poderá ser beneficiário do regime de trânsito aduaneiro em qualquer de suas

modalidades, ressalvado o trânsito de passagem.

Comentários:

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O agente de unitização e desunitização poderá ser beneficiário do regime de trânsito aduaneiro em todas as suas modalidades, inclusive no

trânsito internacional (trânsito aduaneiro de passagem). Questão errada.

21. (Questão Inédita) Ao conceder o regime, a autoridade aduaneira sob cuja jurisdição se encontrar a mercadoria a ser transportada estabelecerá a

rota a ser cumprida; fixará os prazos para execução da operação e para

comprovação da chegada da mercadoria ao destino; e adotará as cautelas julgadas necessárias à segurança fiscal.

Comentários:

A autoridade aduaneira, ao conceder o regime de trânsito, fixará rota,

determinará prazo e adotará cautelas fiscais que julgar necessárias. Questão

correta.

22. (Questão Inédita) A autoridade aduaneira não poderá aceitar rota proposta pelo beneficiário do regime de trânsito aduaneiro quando houver rota

legal preestabelecida.

Comentários:

Mesmo havendo rota legal preestabelecida, poderá ser aceita rota

alternativa proposta por beneficiário (art. 329, § 1o, do R/A). Questão errada.

23. (Questão Inédita) O despacho para trânsito completa-se com o desembaraço aduaneiro

Comentários:

O ato final do despacho para trânsito é o desembaraço aduaneiro. Tendo sido desembaraçadas as mercadorias, terá início o trânsito aduaneiro.

Questão correta.

3- Admissão Temporária:

3.1- Conceito e Generalidades:

Vocês se lembram dos Jogos Pan-Americanos do Rio em 2007? Naquela oportunidade, várias delegações de diversos países se instalaram no

Brasil durante o período de realização dos jogos, não foi? Pois bem, essas delegações trouxeram uma enorme parafernália, envolvendo materiais

esportivos e bagagem de atletas e técnicos.

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Lembram-se também da última vez que Paul McCartney veio ao Brasil fazer um show? Para realizar o show, o cantor trouxe grande quantidade de

material ao país, como equipamentos de som e iluminação, estrutura e equipamentos de efeitos especiais.

Agora eu lhes pergunto: será que houve recolhimento tributário sobre

os bens trazidos pelas delegações estrangeiras por ocasião dos Jogos Pan-

Americanos em 2011? E em relação ao material destinado ao show do Paul McCartney?

Não, meus amigos! Nos dois casos, os bens foram submetidos ao

regime de admissão temporária. Eles permaneceram no Brasil durante um prazo determinado, com suspensão de tributos, regressando posteriormente

ao exterior.

O art. 353 do R/A define o regime de admissão temporária como

sendo o regime aduaneiro especial que permite a importação de bens que devam permanecer no País durante prazo fixado, com suspensão

total do pagamento de tributos, ou com suspensão parcial, no caso de utilização econômica.

Um detalhe importante que precisamos perceber a partir da leitura da

definição de admissão temporária é que a suspensão de tributos poderá ser total ou parcial. No caso de bens importados temporariamente para

participar de uma competição esportiva, de uma exposição ou de um show, a

suspensão de tributos será total. Entretanto, quando os bens admitidos temporariamente forem destinados à utilização econômica, a

suspensão será parcial. Seria o caso, por exemplo, da admissão temporária de máquinas que ingressam no País para serem utilizadas na prestação de um

serviço de construção civil.

O Decreto nº 8.010/2013 alterou a definição de

“utilização econômica”. Antes, considerava-se utilização econômica o emprego dos bens na prestação de

serviços ou na produção de outros bens.

Com a nova redação, considera-se utilização econômica o emprego dos bens na prestação de serviços a

terceiros ou na produção de outros bens destinados a venda.

Resta claro, com a nova redação, que os bens importados ao amparo do regime de admissão

temporária para utilização econômica não poderão ser utilizados em proveito próprio pelo beneficiário do

regime.

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Quando um bem é admitido temporariamente no País, não podemos dizer que ocorreu sua nacionalização, pois sua entrada não possui ânimo de

definitividade. Ao contrário, ele ficará no país durante um tempo, retornando ao exterior. Os tributos ficam suspensos durante a estadia desses bens

no País justamente porque eles regressarão ao exterior

Na hipótese de admissão temporária para utilização econômica, o

pagamento dos tributos federais será proporcional ao tempo de permanência do bem no território nacional. Mais especificamente, será aplicado o

percentual de 1% (um por cento) relativamente a cada mês compreendido no prazo de concessão do regime, sobre o montante dos

tributos originalmente devidos. Essa parcela dos tributos será recolhida, permanecendo o restante suspenso no Termo de Responsabilidade. Se,

futuramente, o beneficiário decidir ficar em caráter definitivo com a mercadoria, ele poderá proceder ao despacho para consumo, efetuando a

nacionalização. Nesse caso, os tributos originalmente devidos deverão ser recolhidos deduzido o montante já pago.

Vamos imaginar um guindaste cujo valor aduaneiro seja R$ 500.000,00 e que esteja sujeito a uma alíquota de 30% do Imposto de

Importação (II). Caso ele fosse importado a título definitivo e houvesse recolhimento integral, o valor a ser pago a título de II seria de R$ 150.000,00.

No entanto, caso ele entrasse no Brasil ao amparo do regime aduaneiro de admissão temporária e fosse ser utilizado economicamente durante 10 meses,

o valor a ser recolhido a título de imposto de importação seria de R$15.000,00 (10% de R$150.000,00).

Nesse caso, seriam recolhidos R$ 15.000,00 e os outros

R$135.000,00 ficariam suspensos no Termo de Responsabilidade. Se,

posteriormente, a empresa decidir nacionalizar os guindastes, ela deverá proceder ao despacho para consumo, recolhendo os tributos originalmente

devidos (R$ 150.000,00) deduzidos os montantes já pagos (R$ 15.000,00). Assim, em caso de nacionalização, a empresa deverá recolher R$ 135.000,00.

3.2- Requisitos para a concessão do regime de admissão temporária:

A concessão do regime aduaneiro especial é de competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB). De acordo com o art.358 do

R/A, a autoridade aduaneira observará, para a concessão do regime, o cumprimento cumulativo das seguintes condições:

1) Importação em caráter temporário, comprovada esta condição por qualquer meio julgado idôneo. Quando um bem é admitido

temporariamente no País, não podemos dizer que ocorreu sua nacionalização, pois sua entrada não possui ânimo de definitividade. Ao contrário, ele ficará no

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país durante um tempo, retornando ao exterior. Os tributos ficam suspensos durante a estadia desses bens no País justamente porque eles regressarão ao

exterior.

Nesse sentido, a Receita Federal do Brasil (RFB) somente concede o regime de admissão temporária a bens que permanecerão no Brasil em caráter

temporário. O art. 355 do R/A estabelece que o regime de admissão

temporária poderá ser aplicado aos bens relacionados em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil e aos admitidos temporariamente ao

amparo de acordos internacionais.

A IN SRFB nº 285/2003, por sua vez, disciplinando a aplicação do regime aduaneiro especial de admissão temporária, estabeleceu um rol

exaustivo de situações em que os bens poderão ser submetidos ao regime aduaneiro especial de admissão temporária. Transcrevemos a seguir, a título

ilustrativo, o art. 4º da IN SRFB nº 285/2003:

Art. 4º- Poderão ser submetidos ao regime de admissão temporária

com suspensão total do pagamento dos tributos incidentes na importação, os bens destinados: I - a feiras, exposições, congressos e outros eventos científicos ou

técnicos; II - a pesquisa ou expedição científica, desde que relacionados em

projetos previamente autorizados pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia; III - a espetáculos, exposições e outros eventos artísticos ou culturais;

IV - a competições ou exibições esportivas; V - a feiras e exposições, comerciais ou industriais;

VI - a promoção comercial, inclusive amostras sem destinação comercial e mostruários de representantes comerciais; VII - à prestação, por técnico estrangeiro, de assistência técnica a

bens importados, em virtude de garantia; VIII - à reposição e conserto de:

a) embarcações, aeronaves e outros veículos estrangeiros estacionados no território nacional, em trânsito ou em regime de admissão temporária; ou

b) outros bens estrangeiros, submetidos ao regime de admissão temporária;

IX - à reposição temporária de bens importados, em virtude de garantia; X - a seu próprio beneficiamento, montagem, renovação,

recondionamento, acondicionamento ou reacondionamento; XI - ao acondicionamento ou manuseio de outros bens importados,

desde que reutilizáveis; XII - à identificação, acondicionamento ou manuseio de outros bens, destinados à exportação;

XIII - à reprodução de fonogramas e de obras audiovisuais, importados sob a forma de matrizes;

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XIV - a atividades temporárias de interesse da agropecuária, inclusive animais para feiras ou exposições, pastoreio, trabalho, cobertura e cuidados da medicina veterinária;

XV - a assistência e salvamento em situações de calamidade ou de acidentes de que decorram de dano ou ameaça de dano à coletividade

ou ao meio ambiente; XVI - ao exercício temporário de atividade profissional de não

residente; XVII - ao uso do imigrante, enquanto não obtido o visto permanente; XVIII - ao uso de viajante não residente, desde que integrantes de sua

bagagem; XIX à realização de serviços de lançamento, integração e testes de

sistemas, subsistemas e componentes espaciais, previamente autorizados pela Agência Espacial Brasileira; e XX - à prestação de serviços de manutenção e reparo de bens

estrangeiros, contratada com empresa sediada no exterior.

Pessoal, não precisa decorar essa lista imensa de operações que se submetem ao regime de admissão temporária. Todavia, é interessante lermos

esses 20 (vinte) incisos e percebermos que todos eles se referem a situações em que fica bem caracterizado o caráter temporário da importação.

Alguém já me perguntou em sala de aula: “Ricardo, e as aeronaves e embarcações que entram no país? Elas também se submetem ao regime

aduaneiro especial de admissão temporária.”

Essa é uma boa pergunta! De acordo com a IN SRFB nº 285/2003, consideram-se automaticamente submetidos ao regime de admissão

temporária os veículos, utilizados exclusivamente no transporte internacional de carga ou passageiro, que ingressem no País

exercendo esta atividade.

Questão importante é saber se o regime de admissão temporária se

aplica aos bens amparados por contrato de leasing!

De início, cumpre-nos esclarecer que há diversas modalidades de leasing, entre elas o leasing financeiro e o leasing operacional. O leasing

financeiro se caracteriza pela presença de uma instituição financeira que

realiza o financiamento da operação. De acordo com os costumes comerciais brasileiros, quando se faz a opção pelo leasing financeiro, o que se quer é a

compra do bem. Assim, um bem que entra no país ao amparo de um contrato de leasing financeiro, está ingressando com ânimo de definitividade, sendo

tratado, portanto, como uma importação comum.

Por sua vez, no leasing operacional, o bem é arrendado por certo período, sem a opção de compra no final, não havendo a intermediação de

uma instituição financeira. Dessa forma, o bem que entra no país ao amparo de um contrato de leasing operacional, está ingressando com ânimo de

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temporariedade, sendo, portanto, aplicável o regime de admissão temporária.

2) Importação sem cobertura cambial: Dizer que um bem

ingressou no País sem cobertura cambial significa que ele foi importado sem uma contrapartida em divisas. Em outras palavras, o bem admitido

temporariamente no País não foi objeto de compra. A compra de um bem

caracteriza o ânimo de definitividade da permanência deste no território nacional, o que é inadequado ao regime de admissão temporária. Logo, uma

condição sine qua non para a admissão de um bem em admissão temporária é a inexistência de cobertura cambial. Apesar de as doações

serem operações sem cobertura cambial, elas não poderão ser admissões temporárias. Isso porque existe ânimo de definitividade na importação de bens

que ingressam no país ao amparo de doações. E, conforme já sabemos, a admissão temporária pressupõe a temporariedade da permanência dos bens

no País.

3) Adequação dos bens à finalidade para a qual foram

importados: Quando um bem ingressa no País a título de admissão temporária, existe alguma motivação para isso (realização de uma exposição,

show, feira, etc), a qual deverá estar prevista no art. 4º da IN SRFB nº 285/2003. Caso o bem seja utilizado em finalidade diversa daquela para

a qual foi importado, fica caracterizado o descumprimento do regime aduaneiro especial de admissão temporária, o que dá ensejo à

execução do Termo de Responsabilidade (art. 369, inciso IV do R/A).

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Antes da edição do Decreto nº 8.010/2013, o art. 358, do Regulamento Aduaneiro mencionava outros dois

requisitos para a concessão do regime aduaneiro especial de admissão temporária: i) constituição das

obrigações fiscais em Termo de Responsabilidade e; ii) identificação dos bens.

Com o novo decreto, esses dois requisitos passaram

para o art. 363, do Regulamento Aduaneiro:

Art. 363. A aplicação do regime de admissão

temporária ficará condicionada à: I - utilização dos bens dentro do prazo fixado e exclusivamente nos fins previstos;

II - constituição das obrigações fiscais em termo de responsabilidade; e

III - identificação dos bens.

Mas qual foi, afinal, o objetivo dessa mudança?

O art. 358 tem como objetivo relacionar requisitos a serem observados pela autoridade aduaneira antes

de conceder o regime de admissão temporária (são obrigações de verificação pela autoridade aduaneira).

Já o art. 363 lista obrigações do beneficiário do regime aduaneiro especial de admissão

temporária. Assim, nada mais natural que as duas condições acima mencionadas (“constituição das

obrigações fiscais em Termo de Responsabilidade” e “identificação dos bens”) passem a integrar o art. 363.

Quando uma mercadoria entra no país ao amparo do regime aduaneiro especial de admissão temporária, os tributos suspensos ficarão consignados em Termo de Responsabilidade. Cabe destacar que, quando

a suspensão de tributos for parcial, o crédito tributário referente à parcela de

tributos suspensos deverá também ser constituído em Termo de Responsabilidade.

Junto com o Termo de Responsabilidade, o beneficiário do regime de

admissão temporária deverá apresentar uma garantia das obrigações fiscais. Quando os bens admitidos no regime forem danificados, em virtude de

sinistro, poderá haver redução da garantia (proporcional ao prejuízo), desde que seja solicitado pelo beneficiário do regime. A Secretaria da Receita

Federal disporá sobre os casos em que poderá ser dispensada a garantia.

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O bem admitido temporariamente no País deve ser o mesmo bem a retornar ao exterior. Logo, é fundamental que seja possível fazer sua

identificação, através, por exemplo, do número de série. Se for admitida temporariamente no País uma empilhadeira com número de série 3323, é essa

mesma empilhadeira 3323 que deverá regressar ao exterior.

Para a concessão do regime de admissão temporária para

utilização econômica, deverá ser observado, ainda, que o tratamento administrativo será o mesmo aplicado a uma importação definitiva,

ressalvados os casos estabelecidos em ato normativo da SECEX. Essa é uma novidade criada pelo Decreto nº 8.010/2013 (até então, essa regra não

existia).

3.3- Prazo de concessão do regime:

Quando a autoridade aduaneira concede o regime de admissão

temporária, ela deverá fixar o prazo de vigência do regime, isto é, o prazo pelo qual os tributos permanecerão com a exigibilidade suspensa. O prazo de

vigência do regime começa a contar a partir do desembaraço aduaneiro.

Mas como a autoridade aduaneira fixa o prazo de vigência do regime?

Quais são os critérios para a fixação de prazo?

Na fixação do prazo de vigência do regime, a autoridade aduaneira deverá levar em consideração o provável período de permanência dos

bens no País. Se uma determinada exposição terá duração de 1 mês, seria um total contrassenso que a autoridade aduaneira concedesse a admissão

temporária por apenas 15 dias!

As normas gerais para a concessão do regime de admissão

temporária são as mesmas aplicáveis a todos os regimes aduaneiros especiais, as quais deverão ser observadas pela autoridade aduaneira na fixação do

prazo de vigência (art.361 R/A).

No entanto, a IN SRFB nº 285/2003, estabeleceu normas específicas, prevendo três situações principais:

1) Quando o bem for admitido ao amparo de um contrato de arrendamento operacional, de aluguel, de empréstimo ou de prestação

de serviço. O prazo de vigência a ser concedido pela autoridade aduaneira será o prazo previsto no contrato, prorrogável na mesma medida deste.

Assim, se um guindaste entra no País em admissão temporária ao amparo de um contrato de aluguel para prestar serviços em um porto, o prazo de vigência

do regime deverá ser o prazo previsto no contrato.

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2) Quando o bem for admitido para fins de ensaios ou testes relacionados ao desenvolvimento de protótipos: prazo de até 5 anos.

3) Demais casos: Nos demais casos, o prazo fixado pela autoridade

aduaneira deverá ser de até 3 meses, prorrogável uma única vez, por igual período.

Além dessas regras, há certos tipos de bens que gozam de tratamento diferenciado quanto ao prazo de vigência do regime de

admissão temporária. Vejamos:

1) Os bens importados sob admissão temporária ao amparo de acordos internacionais estão sujeitos ao prazos previstos nos referidos

acordos.

2) O prazo de admissão temporária para veículo de brasileiro

radicado no exterior que ingresse no País em caráter temporário será de até 90 dias.

3) O prazo de vigência da admissão temporária de veículo

pertencente a turista estrangeiro será o mesmo concedido para a

permanência, no País, de seu proprietário.

O pedido de prorrogação do prazo de vigência do regime de admissão temporária deverá ser realizado antes do final do prazo fixado para

permanência dos bens no País.

O Decreto nº 8.010/2013 estabeleceu que o prazo

máximo para a concessão do regime de admissão temporária para utilização econômica será de 100

meses. Vejamos:

Art. 374. O regime será concedido pelo prazo previsto no contrato de arrendamento operacional,

de aluguel ou de empréstimo, celebrado entre o importador e a pessoa estrangeira, prorrogável na

medida da extensão do prazo estabelecido no contrato, observado o disposto no art. 373. Parágrafo único. O prazo máximo de vigência do

regime de que trata o art. 373 será de cem meses.

3.4- Extinção do regime:

Antes do término do prazo de vigência do regime de admissão temporária, o beneficiário do regime deverá adotar uma das providências

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relacionadas no art. 367 do R/A para extinguir o regime, dando baixa no Termo de Responsabilidade:

Art. 367. Na vigência do regime, deverá ser adotada, com relação

aos bens, uma das seguintes providências, para liberação da garantia e baixa do termo de responsabilidade:

I - reexportação; II - entrega à Fazenda Nacional, livres de quaisquer despesas, desde que a autoridade aduaneira concorde em recebê-los;

III - destruição, às expensas do interessado; IV - transferência para outro regime especial; ou

V - despacho para consumo, se nacionalizados.

A hipótese do inciso I do art. 367 do R/A é a forma mais natural de extinção do regime aduaneiro especial de admissão temporária. O bem que

ingressou no País a título temporário deverá retornar ao exterior, isto é, ser reexportado.

A hipótese do inciso II do art. 367 do R/A ocorre quando não compensa para o beneficiário do regime de admissão temporária devolver a

mercadoria ao exterior. Isso poderá acontecer quando o valor do frete for mais caro do que a próprio custo do bem. Cabe destacar que, quando a mercadoria

é entregue à Fazenda Nacional, os tributos suspensos não serão recolhidos.

A hipótese do inciso III do art. 367 do R/A ocorre quando a Receita Federal não aceita receber o bem que tiver sido importado temporariamente.

Ou seja, não compensa para o beneficiário devolver o bem ao exterior (frete muito alto), não compensa nacionalizar (tributos muito altos) e a RFB não

aceita receber o bem. A alternativa é destruir o bem sob controle aduaneiro.

Acerca da destruição sob controle aduaneiro, cabe destacar o que

dispõe o art. 312 do R/A, segundo o qual, “nos regimes aduaneiros especiais em que a destruição do bem configurar extinção da aplicação do

regime, o resíduo da destruição, se economicamente utilizável, deverá ser despachado para consumo, como se tivesse sido importado no estado

em que se encontra, sujeitando-se ao pagamento dos tributos correspondentes, ou reexportado.”

O dispositivo supratranscrito obriga a que se dê uma destinação ao resíduo resultante da destruição (quando este for economicamente viável). A

destinação poderá ser o despacho para consumo (tributos serão recolhidos sobre o valor do resíduo) ou a reexportação.

A hipótese do inciso IV do art. 367 do R/A ocorrerá, por exemplo,

quando o bem admitido temporariamente for transferido para o regime de entreposto aduaneiro. Cabe destacar, todavia, que a admissão em outro

regime aduaneiro especial está condicionada ao cumprimento dos requisitos de

admissibilidade no novo regime.

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O inciso V do art. 367 do R/A, por sua vez, ocorrerá, por exemplo, quando um guindaste entrou no país sob o regime de admissão temporária ao

amparo de um contrato de aluguel, permanecendo no País durante 3 anos (prazo de vigência do regime). No entanto, ao final do contrato de aluguel, o

beneficiário não quer mais devolver o bem ao exterior. Ao contrário, deseja ficar com o bem a título definitivo, isto é, deseja nacionalizá-lo, despachando-o

para consumo.

Na nacionalização de bens admitidos no regime de admissão

temporária haverá recolhimento dos tributos que estavam suspensos. Cabe destacar que a nacionalização dos bens e o seu despacho para consumo

serão realizados com observância das exigências legais e regulamentares, inclusive as relativas ao controle administrativo das importações. Com efeito, a

nacionalização e o despacho para consumo não serão permitidos quando a licença de importação, para os bens admitidos no regime, estiver vedada ou

suspensa. Destaque-se que a nacionalização poderá ser realizada pelo próprio beneficiário do regime ou por terceiro por ele autorizado.

O art. 368 do R/A estabelece outra hipótese de extinção do regime aduaneiro especial de admissão temporária, reproduzindo norma

explícita no art.60, § 1o, da Lei nº 10.833/2003. Segundo esse dispositivo, extingue o regime de admissão temporária aplicado a produto, parte,

peça ou componente recebido do exterior, para substituição em decorrência de garantia ou para reparo, revisão, manutenção, renovação ou

recondicionamento, a exportação de produto equivalente àquele submetido ao regime. Em palavras mais simples, a exportação de produto

equivalente é causa de extinção do regime de admissão temporária aplicado a bens recebidos do exterior em decorrência de garantia ou para reparo, revisão,

manutenção, renovação ou recondicionamento.

Para entender melhor o que quer dizer esse dispositivo, é importante

exemplificarmos!

Imagine que uma empresa brasileira venda a um comprador italiano uma máquina para construção civil. Todavia, passado um tempo, a máquina

exportada acaba dando defeito em virtude do mau funcionamento de uma peça. Tendo em vista a existência de um contrato de garantia entre a empresa

brasileira e a italiana, a peça é remetida ao Brasil para ser consertada. Ela é, então, importada sob o regime de admissão temporária, tendo como

beneficiário a empresa brasileira. Ocorre que a empresa brasileira verifica que

não é possível consertar a peça, tendo que enviar uma peça nova ao comprador italiano. A exportação dessa peça equivalente irá extinguir o regime

de admissão temporária aplicado à peça que entrou no País para ser consertada.

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3.5- Descumprimento do regime de admissão temporária:

Se uma mercadoria entra no País ao amparo do regime de admissão temporária para participar de uma exposição, pressupõe-se que, ao fim do

prazo de vigência do regime, ela deverá regressar ao exterior. Mas o que aconteceria se essa mercadoria não fosse reexportada? Quais seriam as

consequências?

Em um caso como esse, dizemos que houve o descumprimento do

regime de admissão temporária, já que o compromisso de reexportação não foi cumprido. A consequência direta será que o crédito tributário consignado no

Termo de Responsabilidade irá tornar-se exigível.

O descumprimento do regime de admissão temporária poderá ocorrer

por diversos motivos, os quais estão relacionados no art. 369 do R/A:

Art. 369. O crédito tributário constituído em termo de responsabilidade será exigido com observância do disposto nos arts.

761 a 766, nas seguintes hipóteses: I - vencimento do prazo de permanência dos bens no País, sem que haja sido requerida a sua prorrogação ou uma das providências

previstas no art. 367; II - vencimento de prazo, na situação a que se refere o § 9o do art.

367, sem que seja iniciado o despacho de reexportação do bem; III - apresentação para as providências a que se refere o art. 367, de bens que não correspondam aos ingressados no País;

IV - utilização dos bens em finalidade diversa da que justificou a concessão do regime; ou

V - destruição dos bens, por culpa ou dolo do beneficiário.

Na hipótese do inciso I, a RFB concedeu o regime de admissão temporária por um período determinado. Entretanto, findo o prazo de

permanência dos bens no país, o beneficiário não procedeu à extinção do regime (reexportação, despacho p/ consumo, entrega à Fazenda Nacional,

destruição sob controle aduaneiro, transferência p/ outro regime aduaneiro especial), tampouco solicitou sua prorrogação.

Na hipótese do inciso II, a RFB indeferiu o pedido de prorrogação do prazo de vigência do regime de admissão temporária. Caso isso ocorra, o

beneficiário tem 30 (trinta) dias para dar início ao despacho de reexportação do bem, a não ser que o prazo restante fixado para a permanência do bem no

País seja superior a esses 30 dias. Se o despacho de reexportação não for iniciado dentro do prazo, considera-se que houve o descumprimento do regime

de admissão temporária.

Na hipótese do inciso III, as mercadorias que o beneficiário do regime de admissão temporário deseja reexportar são diferentes daquelas que

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entraram temporariamente no País. E, conforme você já sabe, na admissão temporária o bem que entra deve ser o mesmo bem que sai.

Na hipótese do inciso IV, os bens são importados para serem

utilizados, por exemplo, em uma exposição e, ao invés disso, são utilizados economicamente em uma indústria. O emprego de bens admitidos

temporariamente em finalidade diversa daquela que motivou a concessão do

regime é hipótese de descumprimento da admissão temporária.

Na hipótese do inciso V, os bens são destruídos por culpa ou dolo do beneficiário. Logo, não será possível reexportá-los e o regime de admissão

temporária será descumprido.

Por fim, cabe destacar que o descumprimento do regime de admissão

temporária tem como consequência a imposição de multa de 10% do valor aduaneiro.

4- Admissão Temporária para Aperfeiçoamento Ativo:

Nos termos do art. 380 do R/A, o regime aduaneiro especial de admissão temporária para aperfeiçoamento ativo é o que permite o

ingresso, para permanência temporária no País, com suspensão do pagamento de tributos, de mercadorias estrangeiras ou desnacionalizadas, destinadas a

operações de aperfeiçoamento ativo e posterior reexportação.

Mas o que são operações de aperfeiçoamento ativo?

Segundo o art. 380, § 1º, do R/A, operações de aperfeiçoamento

ativo são: i) operações de industrialização relativas ao beneficiamento, à montagem, à renovação, ao recondicionamento, ao acondicionamento

ou ao reacondicionamento aplicadas ao próprio bem e; ii) o conserto, o reparo, ou a restauração de bens estrangeiros, que devam retornar,

modificados, ao país de origem.

A IN nº 285/2003, por sua vez, reproduz esse entendimento,

estabelecendo que é possível a concessão do regime de admissão temporária com suspensão total de tributos os bens destinados ao seu próprio

beneficiamento, montagem, renovação, recondicionamento, acondicionamento ou reacondicionamento. (art.4º, inciso X).

A referida Instrução Normativa, com amparo no Regulamento do IPI,

conceitua as operações de industrialização a que pode se submeter um bem ao qual foi concedido o regime de admissão temporária para aperfeiçoamento

ativo:

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- Beneficiamento: operação que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou

a aparência do bem. Ex: a colocação de blindagem em um automóvel.

- Montagem: operação que consiste na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que

sob a mesma classificação fiscal.

- Renovação ou recondicionamento: operação que, exercida sobre

produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização.

- Acondicionamento ou Reacondicionamento: operação que

altere a apresentação do produto pela colocação de embalagem, ainda que em

substituição da original, salvo quando destinada apenas ao transporte. Cabe destacar que a colocação de embalagens de transporte (como sacos e sacolas)

não é considerada operação de industrialização, não agregando valor a um produto.

Conforme se pode verificar, o regime de admissão temporária

para aperfeiçoamento ativo engloba todos os tipos de operação de industrialização, exceto a transformação. Trata-se de uma exceção bem

importante, que nós precisamos entender bem!

Transformação é uma operação de industrialização que promove

uma alteração substancial na natureza do produto, mudando, inclusive, sua classificação fiscal (alterando os quatro primeiros dígitos de sua classificação fiscal6). Assim, após submeter um produto a uma transformação, obtém-

se um novo produto.

A partir desse entendimento, pode-se verificar que as operações

de transformação são incompatíveis com a natureza da admissão temporária. Na admissão temporária, o bem que entra no País deve ser

idêntico ao bem que retorna ao exterior. E se o bem entra no País e sofre uma operação de transformação, ele já não será mais o mesmo bem.

A concessão do regime de admissão temporária para aperfeiçoamento

ativo está sujeita aos seguintes requisitos de admissibilidade:

1) As mercadorias devem ser de propriedade de pessoa sediada

no exterior e admitidas sem cobertura cambial.

2) O beneficiário do regime deve ser pessoas jurídica sediada no País.

6 A classificação de mercadorias no Brasil é feita com base na Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM), que associa todos os produtos a códigos de oito dígitos. Os

quatro primeiros dígitos, considerados em conjunto, são denominados posição tarifária.

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3) A operação deve estar prevista em contrato de prestação de serviço.

Exemplificando, o regime de admissão temporária para

aperfeiçoamento ativo será aplicável a uma máquina estrangeira que entra no país a título temporário com o objetivo de ser consertada, retornando

posteriormente ao exterior.

Por fim, cabe destacar que o regime de admissão temporária para

aperfeiçoamento ativo é regulado pelas normas gerais aplicáveis à admissão temporária, naquilo que couber.

Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova!

24. (AFRFB – 2012) O regime de admissão temporária permite a entrada

no País de certas mercadorias, com uma finalidade e por período de tempo determinados, com a suspensão total ou parcial do pagamento de tributos

aduaneiros incidentes na sua importação, com o compromisso de serem

reexportadas.

Comentários:

Na admissão temporária, os bens ingressam no País para aqui permanecer por um período de tempo determinado, regressando, a posteriori,

ao exterior. Durante o período de permanência no território nacional, os bens

gozarão de suspensão total ou parcial de tributos. Questão correta.

25. (ATRFB – 2012) O Regime Aduaneiro Especial de Admissão Temporária é o que permite a importação de bens que devam permanecer no País durante

prazo fixado, com suspensão total do pagamento de tributos, ou com suspensão parcial, no caso de utilização econômica, na forma e nas condições

estabelecidas na legislação.

Comentários:

Essa é a definição de admissão temporária, constante no art. 353, do

R/A. Destaque-se que a admissão temporária poderá ser com suspensão total ou suspensão parcial de tributos, no caso de utilização econômica. Questão

correta.

26. (ATRFB – 2012) No caso de extinção da aplicação do Regime Aduaneiro

Especial de Admissão Temporária para Utilização Econômica mediante

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despacho para consumo, os tributos originalmente devidos deverão ser recolhidos deduzido o montante já pago.

Comentários:

Segundo o art. 375, do R/A, no caso de extinção da aplicação do regime mediante despacho para consumo, os tributos originalmente devidos

deverão ser recolhidos deduzido o montante já pago. Questão correta.

27. (Exame Despachante Aduaneiro - 2012) Na admissão temporária para aperfeiçoamento ativo os bens ingressam com suspensão do pagamento

de tributos e são destinados a operações de industrialização, conserto, reparo ou restauração. Posteriormente serão reexportados.

Comentários:

Os bens submetidos ao regime de admissão temporária para aperfeiçoamento ativo ingressam no País com suspensão tributária com o

objetivo de serem destinados a operações de industrialização, conserto, reparo ou restauração. Após se submeterem a essas operações, eles regressam ao

exterior (são reexportados). Questão correta.

28. (Exame Despachante Aduaneiro - 2012) Nos regimes aduaneiros

especiais em que a destruição de um bem configurar a extinção da aplicação do regime, o resíduo da destruição, se inservível ou sem valor econômico,

deverá ser despachado para consumo, como se estivesse no estado em que foi importado, sujeitando-se ao pagamento dos tributos correspondentes ou,

alternativamente, ser reexportado.

Comentários:

Pegadinha! Quando a destruição de um bem for hipótese de extinção

do regime aduaneiro especial, será necessário dar uma destinação ao resíduo (caso este seja economicamente viável). O resíduo poderá ser reexportado ou,

então, despachado para consumo (nessa situação, caberá recolhimento tributário). Entretanto, caso o resíduo da destruição seja inservível ou não

tenha valor econômico (hipótese do enunciado da questão), não há necessidade de se proceder ao despacho para consumo. Questão errada.

29. (Questão Inédita) O descumprimento do regime aduaneiro especial de admissão temporária gera multa de 5% do valor aduaneiro, sem prejuízo da

exigência dos tributos suspensos no Termo de Responsabilidade.

Comentários:

A multa por descumprimento do regime de admissão temporária será

de 10% do valor aduaneiro. Questão errada.

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30. (Questão Inédita) A autoridade aduaneira poderá indeferir pedido de concessão do regime de admissão temporária, em decisão fundamentada, da

qual caberá recurso, na forma estabelecida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Comentários:

É plenamente possível o indeferimento do pleito de concessão do regime de admissão temporária. Questão correta.

31. (Questão Inédita) Bens que ingressem no País ao amparo de

operações de arrendamento mercantil de caráter financeiro não podem se submeter ao regime de admissão temporária.

Comentários:

Somente é autorizada a admissão temporária no caso de leasing operacional. No caso de leasing financeiro, não se aplica admissão temporária.

Questão correta.

32. (Questão Inédita) O regime de admissão temporária será extinto,

dentre outras hipóteses, pela reexportação, despacho para consumo ou destruição, às expensas do interessado.

Comentários:

Essas são três formas de extinção do regime de admissão temporária. Questão correta.

33. (Questão Inédita) No caso de admissão temporária para utilização

econômica, o recolhimento tributário será proporcional ao tempo de permanência da mercadoria no território aduaneiro. A proporcionalidade será

obtida pela aplicação do percentual de um por cento, relativamente a cada mês compreendido no prazo de concessão do regime, sobre o montante dos

tributos originalmente devidos.

Comentários:

De fato, o regime de admissão temporária para utilização econômica

caracteriza-se pelo recolhimento tributário proporcional ao tempo de permanência do bem no território aduaneiro. O recolhimento será feito pela

aplicação da alíquota de 1% por mês sobre o montante dos tributos originalmente devido. Questão correta.

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5- Drawback:

5.1- Conceitos Iniciais:

Um dos maiores objetivos das políticas comerciais dos países é a obtenção de superávits comerciais, o que é conquistado por meio de diversos

mecanismos de incentivo à exportação. Um dos mecanismos mais difundidos em nível mundial é o drawback. A lógica do drawback está centrada na

desoneração tributária aos insumos que compõem o processo produtivo de produtos exportados.

Segundo o art. 383 do R/A, o drawback é considerado incentivo à

exportação. Assim, sua natureza não pode ser associada à de um incentivo

fiscal. Em razão disso, as importações efetuadas ao amparo de drawback estão dispensadas do exame de similaridade e da obrigatoriedade de

transporte em navio de bandeira brasileira.

Mas, afinal de contas, como é que funciona o regime de drawback?

Segundo o art. 383 do R/A, o drawback se aplica em três modalidades

diferentes: suspensão, isenção e restituição. A competência para conceder o drawback nas modalidades de suspensão e isenção é da Secretaria de

Comércio Exterior (SECEX). Já a competência para conceder o drawback na modalidade restituição é da Secretaria da Receita Federal do Brasil

(SRFB).

Vejamos a seguir, pela sua importância, a literalidade do art. 383 do Regulamento Aduaneiro:

Art. 383. O regime de drawback é considerado incentivo à exportação, e pode ser aplicado nas seguintes modalidades: I - suspensão - permite a suspensão do pagamento do Imposto de

Importação, do Imposto sobre Produtos Industrializados, da Contribuição para o PIS/PASEP, da COFINS, da Contribuição para o

PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação, na importação, de forma combinada ou não com a aquisição no mercado interno, de mercadoria para emprego ou consumo na industrialização de produto a

ser exportado II - isenção - permite a isenção do Imposto de Importação e a

redução a zero do Imposto sobre Produtos Industrializados, da Contribuição para o PIS/PASEP, da COFINS, da Contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação, na importação, de

forma combinada ou não com a aquisição no mercado interno, de mercadoria equivalente à empregada ou consumida na industrialização

de produto exportado III - restituição - permite a restituição, total ou parcial, dos tributos pagos na importação de mercadoria exportada após beneficiamento,

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ou utilizada na fabricação, complementação ou acondicionamento de outra exportada § 1º Para os efeitos do disposto no inciso II do caput, considera-se

como equivalente a mercadoria nacional ou estrangeira da mesma espécie, qualidade e quantidade, daquela anteriormente adquirida no

mercado interno ou importada sem fruição dos benefícios referidos no caput.

§ 2º Os tratamentos referidos nos incisos I e II do caput não alcançam as hipóteses previstas nos incisos IV a IX do caput do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, nos incisos III a IX do caput do art.

3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e nos incisos III a V do caput do art. 15 da Lei nº 10.865, de 2004.

§ 3º Apenas a pessoa jurídica habilitada pela Secretaria de Comércio Exterior poderá efetuar operações com os tratamentos indicados nos incisos I e II do caput.

§ 4º A Secretaria da Receita Federal do Brasil e a Secretaria de Comércio Exterior disciplinarão em ato conjunto o disposto nos incisos

I e II do caput.

Vamos, em primeiro lugar, entender a lógica do funcionamento do mecanismo de drawback...

Imaginemos que uma indústria tenha o plano de exportar

automóveis. Para fabricar esses veículos, a indústria necessitará de diversos insumos, tais como peças automotivas, rodas, pneus... Por meio do drawback

suspensão, é possível que a indústria importe todos esses insumos com suspensão dos tributos exigíveis. Todavia, ao importar esses insumos com

suspensão tributária, a indústria deve utilizá-los no processo produtivo

de um bem a ser exportado.

Agora vamos imaginar que essa mesma indústria tenha importado todos esses insumos, recolhendo integralmente os tributos sobre eles

incidentes. Então, a indústria utiliza tais insumos na produção de um veículo, o qual é por ela exportado. Percebam que ela poderia ter solicitado a suspensão

de tributos na importação dos insumos, mas não o fez. Logo, por meio do drawback isenção, a sua próxima compra de insumos (em quantidade e

qualidade equivalente aos utilizados na produção do bem exportado) poderá ser isenta dos tributos exigíveis na importação. Trata-se, portanto, de uma

verdadeira “reposição de estoque”.

Segundo o art. 383, § 1º, do R/A, são consideradas equivalentes a

mercadoria nacional ou estrangeira da mesma espécie, qualidade e quantidade, daquela anteriormente adquirida no mercado interno ou

importada sem fruição dos benefícios típicos do drawback.

É importante ressaltar que, nos termos da Portaria SECEX nº

23/2011, também são consideradas equivalentes as mercadorias cujos modelos ou versões sejam de tecnologia similar, observada a evolução

tecnológica. Imagine, por exemplo, que uma empresa importe com

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recolhimento integral uma peça “X”, utilize-a no processo produtivo de um bem, o qual é por ela exportado. Agora ele deseja importar, ao amparo do

drawback isenção, uma peça “Y”, que na verdade é uma evolução tecnológica da peça “X” (talvez a peça “X” nem seja mais fabricada!). Isso será possível

em virtude do conceito amplo de equivalência.

Pode ser, ainda, que a indústria automotiva não queira comprar mais

insumos. Nesse caso, como ela importou insumos pagando tributos e os utilizou no processo produtivo de um produto que foi exportado, ela poderá

pleitear o drawback restituição junto à RFB. Por meio do drawback restituição, a empresa irá obter restituição total ou parcial dos tributos pagos

na importação dos insumos utilizados na produção de bens já exportados. A restituição do valor correspondente aos tributos poderá ser feita mediante

crédito fiscal, a ser utilizado em qualquer importação posterior.

Pessoal, fiquem atentos com os benefícios concedidos

pelo regime aduaneiro especial de drawback:

1) Drawback suspensão: SUSPENSÃO de II, IPI, PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação.

2) Drawback isenção: ISENÇÃO de II e ALÍQUOTA ZERO para o IPI, PIS/PASEP-Importação e COFINS-

Importação.

Esquematizando:

Com a edição do Decreto nº 8.010/2013, foram incorporadas ao texto

do Regulamento Aduaneiro algumas modificações sobre o drawback efetuadas pela Lei nº 11.945/2009 e pela Lei nº 12.350/2010.

A mais importante delas se refere à criação do drawback

integrado. Há algum tempo atrás, o drawback somente desonerava os insumos importados, o que colocava as empresas estrangeiras em posição de

vantagem em relação às empresas brasileiras. Os insumos importados destinados à fabricação de bens exportados ou a exportar estavam

desonerados de tributos, enquanto os insumos adquiridos no mercado interno sofreriam incidência tributária integral.

MODALIDADES DE DRAWBACK

- Suspensão

- Isenção

- Restituição

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Com a criação do drawback integrado, essa história mudou completamente.7 Por meio do drawback integrado, tanto os insumos

importados quanto os insumos adquiridos no mercado interno serão

desonerados dos tributos federais incidentes, desde que sejam utilizados no processo produtivo de um produto exportado ou a exportar. Esse é o

entendimento que se pode ter a partir da leitura do art. 67 da Portaria SECEX nº 23/2011:

“Art. 67. O regime aduaneiro especial de drawback pode ser aplicado nas seguintes modalidades, no âmbito da SECEX:

I – drawback integrado suspensão - a aquisição no mercado interno ou a importação, de forma combinada ou não, de mercadoria para emprego ou consumo na industrialização de produto a ser

exportado, com suspensão dos tributos exigíveis na importação e na aquisição no mercado interno na forma do artigo 12 da Lei nº 11.945,

de 4 de junho de 2009 e do artigo 17 da Lei nº 12.058, de 13 de outubro de 2009, e da Portaria Conjunta RFB/SECEX nº 467, de 25 de março de 2010;

II – drawback integrado isenção – a aquisição no mercado interno ou a importação, de forma combinada ou não, de mercadoria

equivalente à empregada ou consumida na industrialização de produto exportado, com isenção do Imposto de Importação - II, e com redução a zero do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, da

Contribuição para o PIS/PASEP, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), da Contribuição para o PIS/PASEP-

Importação e da COFINS-Importação, na forma do art. 31 da Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de 2010 e da Portaria Conjunta RFB/SECEX nº3, de 17 de dezembro de 2010.”

Analisando o dispositivo supracitado, verificamos que, pelo drawback integrado, são desoneradas dos tributos federais (II, IPI,

PIS/PASEP, COFINS), as aquisições no mercado interno e as importações de mercadoria para emprego ou consumo na industrialização de produto a ser

exportado. Ressalte-se três pontos quanto a isso:

1) As aquisições no mercado interno e as importações poderão ser realizadas de forma combinada ou não. Isso significa que um ato

concessório de drawback integrado poderá prever exclusivamente importações, exclusivamente aquisições no mercado interno ou, ainda, importações e

compras internas combinadas.

7 Antes de criar o drawback integrado, o governo havia estabelecido o drawback verde-

amarelo, o qual, entretanto, possuía alguns defeitos. Para se beneficiar do drawback verde-

amarelo, o ato concessório devia, obrigatoriamente, prever aquisição de insumos importados,

isto é, não poderia haver unicamente aquisições no mercado interno. Além disso, o drawback

verde-amarelo somente abrangia produtos que fossem incorporados a um produto a ser

exportado. Não era possível, por exemplo, adquirir carvão para produzir aço a ser exportado,

já que o carvão é consumido no processo produtivo do aço (e não incorporado!).

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2) Os bens adquiridos com desoneração tributária podem ser destinados para emprego ou consumo na industrialização de produto a ser

exportado. Assim, no drawback integrado não há obrigatoriedade de que os bens sejam incorporados ao produto a ser exportado. Torna-se,

possível, portanto, a compra no mercado interno ou a importação (ao amparo do drawback integrado) de carvão utilizado na produção de aço a ser

exportado (o carvão é consumido no processo produtivo do carvão).

3) O drawback integrado se aplica tanto na modalidade suspensão

quanto na modalidade isenção. O drawback integrado isenção é bem mais recente, tendo sido instituído pela Lei nº 12. 350, de 20 de dezembro de 2010.

Ainda sobre o drawback integrado, é importante ressaltar que ele

admite a existência do drawback integrado agrícola e do drawback integrado intermediário. Essas duas variações do drawback integrado

também se aplicam na modalidade isenção.

O drawback integrado agrícola é o que se aplica “à aquisição no

mercado interno ou à importação de mercadorias para emprego em reparo, criação, cultivo ou atividade extrativista de produto a ser exportado”. (art.12,

§ 1o , inciso I da Lei nº 11.945/2009).

O drawback integrado intermediário, por sua vez, é o que se aplica “às aquisições no mercado interno ou importações de empresas

denominadas fabricantes-intermediários, para industrialização de produto

intermediário a ser diretamente fornecido a empresas industriais-exportadoras, para emprego ou consumo na industrialização de produto final destinado à

exportação.” (art.12, § 1o , inciso III, da Lei nº 11.945/2009). Falaremos mais à frente sobre o drawback intermediário.

5.2- Aplicação do regime aduaneiro especial de drawback:

Segundo o art. 71 da Portaria SECEX nº 23/2011, o regime de drawback poderá ser concedido a quaisquer operações de

industrialização (transformação, beneficiamento, montagem, recondicionamento, acondicionamento e reacondicionamento). Não se

consideram operações de industrialização e, portanto, não podem ser objeto de drawback, a colocação de embalagens de transporte.

O art. 72 da Portaria SECEX, também tratando das operações a que se pode aplicar o regime especial de drawback, reproduziu norma constante do

Regulamento Aduaneiro:

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Art. 72. O regime de drawback poderá ser, ainda, concedido a: I - mercadoria para beneficiamento no País e posterior exportação; II - matéria-prima, produto semi-elaborado ou acabado, utilizados na

fabricação de mercadoria exportada, ou a exportar; III - peça, parte, aparelho e máquina complementar de aparelho, de

máquina, de veículo ou de equipamento exportado ou a exportar; IV - mercadoria destinada à embalagem, acondicionamento ou

apresentação de produto exportado ou a exportar, desde que propicie, comprovadamente, uma agregação de valor ao produto final; V - animais destinados ao abate e posterior exportação;

VI - matéria-prima e outros produtos que, embora não integrando o produto a exportar ou exportado, sejam utilizados em sua

industrialização, em condições que justifiquem a concessão.

Se observarmos com atenção, o que o art. 72 faz é listar situações que se identificam (em sua maioria!) com as operações de industrialização

previstas no Regulamento do IPI. Chamo sua atenção, todavia, para os incisos V e VI, que podem gerar dúvidas:

1) O drawback pode ser concedido a animais destinados ao abate

e posterior exportação, embora o abate não seja uma operação de industrialização. Vale destacar que esse tipo de drawback somente se aplica

na modalidade suspensão. Chegamos a essa conclusão ao observar a

expressão “posterior exportação”. Caso o legislador tivesse por intenção concedê-lo também na modalidade isenção, ele utilizaria algo como “animais

equivalentes a animais abatidos e exportados”.

2) O drawback pode ser concedido a matéria-prima e outros produtos que, embora não integrando o produto a exportar ou exportado, sejam

utilizados em sua industrialização, em condições que justifiquem a concessão. A título de exemplo, é possível importar, ao amparo do drawback,

serras diamantadas para que estas sejam utilizadas na fabricação de placas de granito. Embora essas serras não integrem as placas de granito, elas são

utilizadas durante o processo de industrialização.

Segundo o art. 383, § 2º, o regime aduaneiro especial de drawback

não se aplica às “hipóteses previstas nos incisos IV a IX do caput do art. 3º da

Lei nº 10.637, de 2002, nos incisos III a IX do caput do art. 3º da Lei

nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e nos incisos III a V do caput do art.

15 da Lei nº 10.865, de 2004.” São tantos os casos que não vale a pena

elencá-los aqui. Destacamos somente os dois principais: i) não se aplica o

drawback à energia elétrica e energia térmica; ii) não se aplica o drawback a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo

imobilizado que sejam utilizados na produção de bens exportados ou a exportar.

A Portaria SECEX nº 23/2011 também estabelece algumas situações às quais não poderá ser concedido o regime de drawback. São elas:

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a) Importação de mercadoria utilizada na industrialização de produto destinado ao consumo na Zona Franca de Manaus e em áreas

de livre comércio localizadas em território nacional: O drawback é concedido mediante a assunção do compromisso de exportar pelo beneficiário.

Apesar das vendas à Zona Franca de Manaus e Áreas de Livre Comércio serem equiparadas a exportações, isso não se aplica para fins de comprovação do

compromisso de exportar.

b) Exportação ou importação de mercadoria suspensa ou

proibida: Se uma Resolução do Conselho de Segurança da ONU estabeleceu proibições à venda de materiais que possam contribuir para atividades

relacionadas ao enriquecimento do urânio, não poderá ser concedido o drawback para esses produtos.

c) Exportações conduzidas em moedas não conversíveis

(exceto em reais), inclusive moeda-convênio, contra importações cursadas em moeda de livre conversibilidade.

d) Importação de petróleo e seus derivados, exceto coque calcinado de petróleo e nafta petroquímica. Nítido protecionismo à

Petrobrás, você não acha?

O ato concessório de drawback na modalidade suspensão será

efetivado no prazo máximo de 30 dias, contados a partir da data de registro no SISCOMEX. Por sua vez, o ato concessório de drawback na

modalidade isenção será analisado no prazo máximo de 30 dias contados a partir de sua apresentação a uma agência do Banco do Brasil

autorizada a operar no comércio exterior. Cabe destacar que, apesar de a SECEX possuir competência para conceder o drawback isenção, atualmente

isso é realizado pelo Banco do Brasil, que atua por delegação daquele órgão.

Os atos concessórios de drawback poderão ser deferidos, a critério da Secretaria de Comércio Exterior, levando-se em conta a agregação de valor

e o resultado da operação. A concessão do regime de drawback poderá ser

condicionada à prestação de garantia, limitada ao valor dos tributos suspensos de pagamento, a qual será reduzida à medida que forem

comprovadas as exportações. O regime aduaneiro especial de drawback pode ser concedido à empresa industrial ou comercial.

5.3- Operações Especiais:

Segundo o art. 69 da Portaria SECEX nº 23/2011, existem duas operações especiais de drawback: i) o drawback para embarcação e; ii) o

drawback para fornecimento ao mercado interno.

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O drawback para embarcação possui previsão na Lei nº 8402/92, podendo ser concedido na modalidade suspensão e isenção. Nesse tipo de

operação, admite-se a importação (com desoneração de tributos) de mercadoria utilizada na fabricação de embarcação a ser fornecida no

mercado interno. Consideramos que não é apropriado denominar essa operação de drawback, já que não há vinculação alguma a um compromisso de

exportação. Trata-se, na verdade, de um grande incentivo à indústria naval brasileira.

O drawback para fornecimento ao mercado interno, por sua vez, possui previsão na Lei nº 8032/90 (com alterações posteriores), podendo ser

concedido unicamente na modalidade suspensão. Esse tipo de operação caracteriza-se por pela importação de matérias-primas, produtos

intermediários e componentes destinados à fabricação, no País, de máquinas e equipamentos a serem fornecidos, no mercado interno, em

decorrência de licitação internacional, contra pagamento em moeda conversível proveniente de financiamento concedido por instituição financeira

internacional, da qual o Brasil participe, ou por entidade governamental estrangeira, ou ainda, pelo BNDES, com recursos captados no exterior.

Complicada essa definição, não é mesmo? Vamos então entendê-la por partes:

1) O drawback para fornecimento ao mercado interno se aplica à

importação de matérias-primas, produtos intermediários e componentes destinados à fabricação, no País, de máquinas e

equipamentos. (Até aqui nada muito diferente do drawback tradicional!)

2) As máquinas e equipamentos produzidos com os insumos

importados devem ser destinados ao mercado interno. Nesse tipo de operação, não há compromisso de exportação.

3) O fornecimento das máquinas e equipamentos no mercado interno

necessita advir de uma licitação internacional.

4) O pagamento efetuado deve ser realizado em moeda conversível

proveniente de: i) financiamento concedido por instituição financeira internacional da qual o Brasil faça parte ou; ii) financiamento concedido por

entidade governamental estrangeira ou; iii) financiamento concedido pelo BNDES com recursos captados no exterior. Percebam, caros amigos, que em

todas essas hipóteses os recursos são oriundos do exterior. Isso deriva da situação econômica do país na época em que foi instituído o drawback para

fornecimento ao mercado interno (início da década de 90).

A Portaria SECEX nº 23/2011 faz menção a outras três operações

peculiares no que tange à concessão do regime aduaneiro especial de drawback. São elas: o drawback genérico, o drawback sem expectativa

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de pagamento e o drawback intermediário. Cabe destacar que a legislação não denomina essas operações como “especiais”, apesar de, em razão das

peculiaridades de cada uma, podermos assim denominá-las.

O drawback genérico é uma operação em que se permite que o beneficiário do regime discrimine genericamente a mercadoria e seu respectivo

valor no ato concessório. Assim, ele fica dispensado de informar à SECEX

exatamente qual a NCM e a quantidade de mercadorias que irá importar ou adquirir no mercado interno. O drawback genérico aplica-se unicamente

na modalidade suspensão.

O drawback sem expectativa de pagamento (anteriormente denominado drawback sem cobertura cambial!), por sua vez, se caracteriza

pela não expectativa de pagamento, parcial ou total, da importação. Considerando-se que o drawback sem expectativa de pagamento é uma

operação especial, pode-se afirmar que a regra geral é que a admissão de mercadorias no regime de drawback depende da existência de expectativa de

pagamento (cobertura cambial). Cabe destacar que o drawback sem

expectativa de pagamento somente se aplica na modalidade suspensão.

Por fim, o drawback intermediário é uma operação especial em que existem dois tipos diferentes de empresas: as fabricantes intermediárias e as

indústrias exportadoras. Mas como isso funciona?

Simples! As empresas fabricantes-intermediárias importam e/ou

adquirem no mercado interno mercadorias destinadas à industrialização de produto intermediário a ser fornecido a uma empresa industrial-exportadora. A

empresa industrial-exportadora, por sua vez, irá empregar o produto intermediário na industrialização de produto final destinado à exportação.

Exemplificando, uma empresa fabricante-intermediária poderá

importar ou adquirir no mercado interno (com suspensão de tributos) borracha a fim de fabricar pneus a serem fornecidos a uma empresa industrial-

exportadora que, usando esses pneus, irá fabricar um automóvel a ser exportado. Cabe destacar que o drawback intermediário se aplica tanto na

modalidade suspensão quanto na modalidade isenção.

5.4- Extinção do Regime:

Quando a SECEX concede o regime aduaneiro especial de drawback na modalidade suspensão, o beneficiário assume, como contrapartida, um

compromisso de exportação. Esse compromisso de exportação deve ser cumprido durante o período de vigência do regime, isto é, durante a validade

do ato concessório.

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Segundo o art. 388, do Regulamento Aduaneiro, o prazo de vigência do regime será de um ano, admitida uma única prorrogação, por

igual período. No caso de mercadorias destinadas à produção de bens de longo ciclo de fabricação, a suspensão dos tributos poderá ser estendida até

no máximo 5 (cinco) anos. Essa extensão de prazo coaduna-se com a noção de que o prazo de validade do ato concessório deverá ser compatível com o

ciclo produtivo do bem a exportar.

A comprovação do compromisso de exportação é o que se chama de

“baixa do ato concessório”. A regra geral é a dispensa de documentos impressos na habilitação e na comprovação das operações amparadas

pelo regime de drawback. No entanto, a empresa deverá manter sob sua posse, pelo prazo de 5 (cinco) anos, as DI, os RE averbados e as Notas Fiscais,

tanto de venda no mercado interno quanto de aquisição.

A extinção do regime de drawback é feita com a liquidação do compromisso de exportação, que ocorrerá mediante a efetiva exportação do

produto previsto no Ato Concessório, na quantidade, valor e prazo

fixados.

Uma questão controversa acerca do regime aduaneiro especial de drawback, que causou inúmeras polêmicas na seara administrativa e judicial,

era a obrigatoriedade de vinculação física entre os insumos importados ou adquiridos no mercado interno e o bem a ser exportado. Em outras palavras,

exatamente os mesmos insumos importados ou adquiridos no mercado interno ao amparo do drawback deveriam ser empregados ou consumidos no

bem a ser exportado. O beneficiário do regime não poderia substituí-los por outros, da mesma espécie, qualidade e quantidade.

O argumento dos usuários do drawback era o de que, no caso de bens fungíveis (bens que possuem capacidade de ser substituíveis), seria

inexigível a vinculação física entre os insumos e os bens a serem exportados. Diante de tal controvérsia, a Lei nº 12.350/2010 criou aquele que

ficou conhecido como “drawback fungibilidade”. Com a edição do Decreto nº 8.010/2013, essa regra foi incorporada no Regulamento Aduaneiro.

Vejamos o que dispõe o art. 402-A, do Regulamento Aduaneiro, sobre o tema:

Art. 402-A. Para efeitos de adimplemento do compromisso de

exportação no regime de drawback, na modalidade de suspensão, as mercadorias importadas ou adquiridas no mercado interno com suspensão do pagamento dos tributos incidentes podem ser

substituídas por outras mercadorias equivalentes, conforme definição constante do § 1º do art. 383, importadas ou adquiridas sem

suspensão do pagamento dos tributos incidentes. § 1º O disposto no caput aplica-se também ao regime

de drawback na modalidade de isenção

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§ 2º A aplicação do disposto neste artigo fica condicionada à edição de ato normativo específico conjunto da Secretaria da Receita Federal do Brasil e da Secretaria de Comércio Exterior

Por meio do art. 402-A, o Regulamento Aduaneiro passou a reconhecer a existência do “drawback fungibilidade”, ainda pendente,

todavia, de regulamentação por ato conjunto da RFB e da SECEX. Segundo esse dispositivo, as mercadorias importados ou adquiridas no mercado

interno ao amparo do drawback suspensão poderão ser substituídas por outras equivalentes, para efeitos de adimplemento do compromisso de

exportação. Tal regra também se aplica ao regime de drawback isenção.

Suponha, por exemplo, que a empresa XYZ importou, ao amparo do drawback suspensão, peças automotivas para a fabricação de um automóvel a

ser exportado. Ela poderá utilizar, na fabricação desse automóvel, peças

equivalentes àquelas importadas ao amparo do drawback suspensão. Não haverá necessidade, com a nova regra, de usar exatamente as mesmas peças

que foram importadas ao amparo do drawback suspensão, em razão de estas serem bens fungíveis (a vinculação física não será obrigatória).

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos e vejamos se a RFB e a

SECEX irão regulamentar a matéria... Recordo, mais uma vez, que a plena eficácia da fungibilidade no drawback depende dessa regulamentação.

...

Como nós já sabemos, a forma de extinção “por excelência” do regime de drawback é a liquidação do compromisso de exportação. Mas aí é

que entra uma pergunta importante: e se a empresa não conseguir exportar?

O art. 390, do Regulamento Aduaneiro define as hipóteses de

extinção do regime:

Art. 390. As mercadorias admitidas no regime que, no todo ou em parte, deixarem de ser empregadas no processo produtivo de bens,

conforme estabelecido no ato concessório, ou que sejam empregadas em desacordo com este, ficam sujeitas aos seguintes procedimentos: I - no caso de inadimplemento do compromisso de exportar, em até

trinta dias do prazo fixado para exportação: a) devolução ao exterior;

b) destruição, sob controle aduaneiro, às expensas do interessado; c) destinação para consumo das mercadorias remanescentes, com o pagamento dos tributos suspensos e dos acréscimos legais devidos;

ou d) entrega à Fazenda Nacional, livres de quaisquer despesas e ônus,

desde que a autoridade aduaneira concorde em recebê-las; II - no caso de renúncia à aplicação do regime, adoção, no momento da renúncia, de um dos procedimentos previstos no inciso I; e

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III - no caso de descumprimento de outras condições previstas no ato concessório, requerimento de regularização junto ao órgão concedente, a critério deste.

Analisando-se o dispositivo supracitado, pode-se verificar que, caso a empresa não consiga exportar o produto previsto no Ato Concessório dentro de

30 dias do prazo fixado para exportação, ela terá quatro alternativas possíveis.

A primeira alternativa é a devolução ao exterior. Seria o caso, por exemplo, de terem sido importadas peças automotivas diversas para a

fabricação de automóveis. No entanto, os automóveis não foram fabricados e logo, não foram exportados. A empresa, como forma, de liquidar o

compromisso de exportar, poderá devolver as peças automotivas ao exterior. Pode-se perceber que, nesse caso, não haverá qualquer recolhimento tributário

sobre essas peças.

O Decreto nº 8.010/2013 corrigiu uma imprecisão

existente no texto do Regulamento Aduaneiro. Em sua redação antiga, o Regulamento Aduaneiro estabelecia

como hipótese de extinção do drawback a “devolução ao exterior ou reexportação”.

O termo “reexportação” era empregado

incorretamente. Reexportação é o retorno para o exterior de um bem que ingressou no país com caráter

de temporariedade (sem ânimo de definitividade). No

entanto, os bens que entram no País ao amparo do drawback entram a título definitivo (para serem

empregados no processo produtivo de um bem a ser exportado). Assim, não cabe falar em reexportação,

mas apenas em devolução ao exterior.

A segunda alternativa é a destruição sob controle aduaneiro. Isso ocorrerá nas situações em que não compensa para a empresa devolver as

mercadorias ao exterior e, além disso, ela não consegue vendê-las no mercado doméstico. A comprovação da destruição sob controle aduaneiro será feita

mediante apresentação à SECEX de termo de verificação e destruição da mercadoria, emitido pela RFB.

A terceira alternativa é a destinação para consumo das mercadorias remanescentes. Caso a empresa não consiga exportar o bem previsto no ato

concessório, ela pode tentar achar um comprador no mercado doméstico. Cabe destacar que, ao nacionalizar a mercadoria, a empresa deverá efetuar o

recolhimento dos tributos suspensos e dos acréscimos legais devidos. Dentre as hipóteses de extinção do drawback, essa é a única em que há recolhimento

tributário.

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A quarta alternativa é a entrega dos bens à Fazenda Nacional, livre de quaisquer despesas e ônus, desde que a autoridade aduaneira concorde em

recebê-los.

Caso o regime de drawback não seja extinto por meio da aplicação de um dos procedimentos relacionados acima, será declarado o inadimplemento

do regime. Quando não houver nenhuma exportação que comprove a

utilização da mercadoria importada ou adquirida no mercado interno será declarado o inadimplemento total. Já se existir exportação efetiva que

comprove a utilização de parte da mercadoria importada ou adquirida no mercado interno, será declarado o inadimplemento parcial.

5.5- ICMS e drawback:

O ICMS (Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e

intermunicipal e de comunicação) é tributo de competência dos Estados e do Distrito Federal, conforme prevê o art. 155, inciso II, da CF/88. A

regulamentação do ICMS (definição do fato gerador, contribuintes, base de cálculo) foi realizada pela Lei Complementar nº 87/96, também conhecida

como Lei Kandir. Para o nosso estudo, nos interessa saber apenas como esse imposto interfere nas operações de comércio exterior.

Segundo o art. 2º, § 1º, inciso I, da LC nº 87/96, o ICMS Incide sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por

pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade. Nessa situação, considera-se ocorrido o

fato gerador no momento do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior. Destaque-se que o contribuinte do ICMS na

importação será, naturalmente, o importador.

A base de cálculo do ICMS, em uma operação de importação, é

extremamente complexa de ser determinada. Ela consiste na soma das seguintes parcelas: valor aduaneiro; imposto de importação; imposto sobre

produtos industrializados; imposto sobre operações de câmbio e; quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras (aqui se inclui o

próprio ICMS, o PIS/PASEP e a COFINS).

Feitas essas considerações básicas sobre o ICMS, nos interessa saber como o ICMS interage com o regime aduaneiro especial de drawback.

Segundo o Convênio ICMS nº 27/90, são isentas do ICMS as operações de importação realizadas sob o regime de drawback, em que a

mercadoria seja empregada ou consumida no processo de industrialização de produto a ser exportado. Ao utilizar a expressão “produto a ser exportado”,

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o Convênio ICMS nº 27/90 nos deixa bastante claro que a isenção de ICMS abrange apenas as mercadorias importadas ao amparo do drawback

suspensão. Os bens importados ao amparo do regime de drawback isenção não estão abrangidos pela isenção de ICMS.

No que diz respeito às compras no mercado interno realizadas

ao amparo do drawback integrado suspensão, estas ainda não foram

desoneradas do ICMS, o que é uma grande oportunidade de melhoria para esse regime aduaneiro especial. Da mesma forma, as compras no mercado

interno efetuadas ao amparo do drawback integrado isenção não estão foram desoneradas do ICMS.

Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova!

34. (AFRFB – 2012) O regime aduaneiro especial de drawback objetiva

desonerar de tributos os insumos utilizados na produção de bens destinados à exportação.

Comentários:

O objetivo do drawback é a desoneração tributária de insumos utilizados no processo produtivo de bens destinados à exportação. Questão

correta.

35. (ATRFB – 2012) O regime de Drawback não é considerado um

incentivo à exportação.

Comentários:

O drawback é, sim, considerado um incentivo à exportação. Ele não é considerado um benefício fiscal. Questão errada.

36. (ATRFB – 2012) A concessão do Regime de Drawback na modalidade suspensão é de competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Comentários:

O drawback suspensão é concedido pela SECEX. Questão errada.

37. (ATRFB – 2012) A concessão do Regime de Drawback, na modalidade de restituição, é de competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil, e

poderá abranger, total ou parcialmente, os tributos pagos na importação de

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mercadoria exportada após beneficiamento, ou utilizada na fabricação, complementação ou acondicionamento de outra exportada.

Comentários:

De fato, a competência para conceder o drawback, na modalidade restituição, é da RFB. Questão correta.

38. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) No drawback, os bens

ficam sujeitos ao pagamento de imposto de importação, IPI, PIS-PASEP e COFINS pagos proporcionalmente ao prazo de sua permanência no País em

relação a sua vida útil. As diferenças entre os tributos recolhidos através desta proporcionalidade e o total que seria devido no regime comum de importação

ficam com o pagamento suspenso e estes valores suspensos ficam consignados

em um Termo de Responsabilidade.

Comentários:

O pagamento dos tributos proporcionalmente ao prazo de permanência no País é característica da admissão temporária para utilização

econômica, em que haverá suspensão parcial dos tributos. Questão errada.

39. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) Assinale a opção abaixo

que corresponde à aplicação de numa modalidade do regime especial de drawback:

a) transporte de mercadoria do Porto de Santos até Foz do Iguaçu, destinada

ao Paraguai, com suspensão de tributos, sob controle fiscal.

b) importação de matéria-prima com isenção para compensar matéria-prima

importada anteriormente com tributos pagos e utilizada em produto que foi exportado, na mesma quantidade e qualidade.

c) chegada do material de uma banda de rock, que ficará no País somente pelo

prazo dos seus shows em São Paulo e no Rio de Janeiro.

d) envio de uma cadeira de dentista para ser exibida em uma feira de

equipamentos odontológicos na Alemanha, devendo retornar ao País, terminada a feira.

e) armazenamento de uma mercadoria importada em consignação, em recinto

alfandegado, pelo prazo de um ano, com suspensão de tributos.

Comentários:

Letra A: errada. A assertiva descreveu o regime de trânsito

aduaneiro.

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Letra B: correta. A assertiva descreveu o drawback isenção, que é comparado a uma “reposição de estoque”.

Letra C: errada. Esse é um exemplo de aplicação do regime de

admissão temporária.

Letra D: errada. O regime descrito é a exportação temporária, sobre

o qual estudaremos na próxima aula.

Letra E: errada. Esse regime também será estudado na próxima aula. É o entreposto aduaneiro na importação.

40. (Questão Inédita) O regime de drawback poderá ser concedido para matéria-prima e outros produtos que, embora não integrando o produto

exportado, sejam utilizados na sua fabricação em condições que justifiquem a concessão.

Comentários:

De fato, o drawback pode ser concedido a produtos empregados ou consumidos no processo produtivo de um bem a ser exportado. Questão

correta.

41. (Questão Inédita) O regime de drawback não será concedido a importação de petróleo e seus derivados, com exceção da importação de coque

calcinado de petróleo e nafta petroquímica

Comentários:

Essa é uma vedação à utilização do drawback. Questão correta.

42. (Questão Inédita) O prazo de vigência do regime será de 2 (dois) anos, admitida uma única prorrogação, por igual período.

Comentários:

O prazo de vigência do drawback é de apenas 1 (um) ano, admitida

uma única prorrogação, por igual período. Questão errada.

43. (Questão Inédita) Os atos concessórios de drawback poderão ser

deferidos, a critério da Secretaria de Comércio Exterior, levando-se em conta a agregação de valor e o resultado da operação.

Comentários:

Na análise dos atos concessórios de drawback, a SECEX verifica a agregação de valor e o resultado da operação. Questão correta.

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44. (Questão Inédita) No drawback restituição, a restituição do valor correspondente aos tributos poderá ser feita mediante crédito fiscal, a ser

utilizado em qualquer importação posterior.

Comentários:

A restituição poderá ser feita na forma de crédito fiscal. Em uma

futura importação, esse crédito fiscal é utilizado, sendo deduzindo do montante de tributos a ser pago. Questão correta.

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (ACE-2008)-Os regimes aduaneiros são classificados como comum e especiais. Os regimes aduaneiros especiais distinguem-se do

regime aduaneiro comum por contemplarem, sob formas diversas, a entrada e a saída de mercadorias do território nacional com isenção ou

suspensão dos direitos aduaneiros aplicáveis.

Comentários:

A questão apenas faz menção ao regime aduaneiro comum e aos

regimes aduaneiros especiais, omitindo os regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais. Além disso, só há um caso de regime aduaneiro especial em

que há isenção tributária: o drawback isenção. Portanto, a questão está

errada.

2. (AFRF-2002.2-adaptada) No regime aduaneiro especial de admissão temporária:

a) os impostos e penalidades pecuniárias previstos para a hipótese de

descumprimento das normas que disciplinam o regime serão consubstanciados

em Termo de Responsabilidade.

b) a parcela dos impostos devida na importação, suspensa em decorrência da aplicação do regime, será garantida em Termo de Responsabilidade e apurada

mediante procedimento fiscal administrativo em que se assegure o contraditório e ampla defesa, no caso de inadimplência do beneficiário do

regime.

c) a parcela das penalidades pecuniárias e de outros acréscimos legais devida

pelo descumprimento das condições do regime será, após quantificada, objeto de execução administrativa juntamente com os impostos devidos constantes

do Termo de Responsabilidade, se não houver recolhimento nos 30 (trinta) dias subseqüentes à ciência da notificação fiscal.

d) a parcela dos impostos devida na importação, suspensa em decorrência da

aplicação do regime, será consubstanciada em Termo de Responsabilidade, garantido por fiança ou seguro aduaneiro, que, no caso de descumprimento

das condições do regime concedido, será encaminhado à Procuradoria da

Fazenda Nacional para inscrição na Dívida Ativa se não comprovado o pagamento no prazo estabelecido e a parcela relativa às penalidades

pecuniárias e ajuste de cálculo de tributos devidos será exigida através da lavratura do auto de infração regularmente notificado ao contribuinte.

e) a parcela relativa às penalidades pecuniárias decorrentes do

descumprimento da obrigação tributária principal cuja alíquota prevista para o bem objeto do regime figurar na Tarifa Externa Comum igual a “zero” será

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calculada aplicando-se o percentual correspondente ao produto de maior alíquota da posição respectiva na TEC e encaminhada à Procuradoria da

Fazenda Nacional para o fim de cobrança judicial do título, no caso de inadimplemento do regime.

Comentários:

Letra A: errada. As penalidades pecuniárias não ficam consubstanciadas no Termo de Responsabilidade. Elas são exigidas mediante

auto de infração lavrado por Auditor da RFB.

Letra B: errada. O Termo de Responsabilidade é título representativo de direito líquido e certo da Fazenda Nacional, o que torna desnecessário

procedimento fiscal administrativo tendente a apurar o montante do crédito

tributário. Destaque-se, todavia, que a exigência dos tributos suspensos no Termo de Responsabilidade é feita com observância dos princípios

constitucionais do contraditório e ampla defesa.

Letra C: errada. Caso o beneficiário do regime de admissão temporária não tenha cumprido as condições do regime, ele será intimado pela

RFB para justificar o porquê do descumprimento. Decidindo a RFB que o beneficiário não possui razões legítimas para descumprir as condições do

regime, este deverá recolher os tributos suspensos no prazo de 30 dias. Se isto não for feito, o Termo de Responsabilidade será encaminhado à

Procuradoria da Fazenda Nacional para que se proceda à inscrição em dívida

ativa e cobrança judicial. Em suma, após os 30 dias, a execução não será administrativa, mas sim judicial.

Letra D: correta. Várias informações importantes nessa questão:

- A parcela dos impostos suspensa fica consubstanciada no Termo de

Responsabilidade.

- O Termo de Responsabilidade poderá ser assegurado por meio de

garantia na forma de fiança ou seguro aduaneiro.

- Ao fim do prazo de 30 dias para recolhimento dos tributos suspensos, o Termo de Responsabilidade é encaminhado à Procuradoria da

Fazenda Nacional para inscrição em dívida ativa.

- A parcela das penalidades pecuniárias e ajuste de tributos devidos

será exigida mediante auto de infração regularmente notificado ao contribuinte.

Letra E: errada. No caso de descumprimento das condições do regime

de admissão temporária caberá multa de 10% do valor aduaneiro.

Estudaremos sobre as penalidades em aula futura.

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3. (AFRF-2000) É válida a afirmação de que os regimes aduaneiros especiais:

a) caracterizam-se pela não-incidência dos tributos no período de sua vigência,

considerando-se ocorrido o fato gerador dos tributos somente a partir do inadimplemento das condições que embasaram a sua concessão

b) são destinados precipuamente a incrementar a arrecadação tributária federal e estadual decorrente das atividades incentivadas pela sua aplicação,

sendo exigidos os tributos se houver o descumprimento dos prazos e condições para sua vigência e a partir da ocorrência desse descumprimento.

c) caracterizam-se como um ato ou negócio jurídico sob condição resolutiva,

em que o fato gerador dos tributos considera-se ocorrido e existentes os seus

efeitos desde o momento da prática do ato concessivo, sendo exigíveis os tributos retroativamente na hipótese de inadimplemento.

d) tendo em vista que os tributos têm sua exigibilidade suspensa no momento

de sua concessão, caracterizam-se como um ato ou negócio jurídico sob condição suspensiva, em que o fato gerador considera-se ocorrido e existentes

os seus efeitos a partir de seu implemento.

e) são marcadamente econômicos e impedem a ocorrência do fato gerador dos

tributos incidentes sobre as mercadorias a eles submetidas, que somente ocorrerá na hipótese de inadimplemento das condições impostas à concessão, a partir do qual incidirão os tributos. 8

Comentários:

Letra A: errada. O fato gerador do imposto de importação ocorre no momento da admissão do bem no regime aduaneiro especial (e não com o

inadimplemento das condições que embasaram a concessão do regime!). Adicionalmente, cabe destacar que, quando um bem é admitido em regime

aduaneiro especial, ocorre a incidência tributária, mas a exigibilidade dos tributos é suspensa.

Letra B: errada. Dois são os erros:

1) O objetivo dos regimes aduaneiros especiais não é incrementar a arrecadação tributária federal. Aliás, seria ilógico fazer-se uma afirmação

8 Caro (a) amigo (a), perceba que essa questão foi elaborada pela ESAF partindo do

pressuposto de que ocorre o fato gerador dos tributos incidentes sobre a importação na

admissão de bens em regimes aduaneiros especiais. Esse entendimento não é consenso entre

autores, de forma que é necessário que o candidato analise esse tipo de questão com cautela,

com o intuito de desvendar o posicionamento adotado pela banca examinadora. Nesse sentido,

lembro que, no concurso de Auditor Fiscal RFB 2009, a ESAF adotou posicionamento diverso,

afirmando que o ingresso de bens em regime de admissão temporária não era fato gerador do

I.I.

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destas, tendo em vista que quando uma mercadoria é submetida a um regime aduaneiro especial, os tributos ficam suspensos, ou seja, eles não vão para os

cofres públicos.

2) O descumprimento das condições de um regime aduaneiro especial faz com que os tributos sejam exigíveis desde a ocorrência do fato gerador

(data do registro da declaração de admissão no regime ou do registro de

exportação).

Letra C: correta. Os regimes aduaneiros especiais são atos ou negócios jurídicos sujeitos a condição resolutiva. Disso decorre, segundo o art.

117, inciso II, do CTN, que o fato gerador considera-se ocorrido desde o momento da prática do ato (admissão no regime aduaneiro especial).

Com efeito, o descumprimento das condições do regime torna os tributos exigíveis desde a data do registro da declaração de

admissão no regime ou do registro de exportação. Pode-se afirmar, portanto, que o descumprimento de um regime aduaneiro especial possui

efeitos “ex tunc” (retroativos) quanto à exigibilidade do crédito tributário.

Letra D: errada. Os regimes aduaneiros especiais são atos ou negócios jurídicos sujeitos a condição resolutória (e não suspensiva!).

Letra E: errada. Há ocorrência do fato gerador do imposto de importação no momento em que a mercadoria é admitida em regime

aduaneiro especial. Assim, caso haja o inadimplemento das condições do regime, os tributos irão incidir retroativamente à data da declaração de

admissão no regime.

4. (AFTN-1994) – Os regimes aduaneiros especiais em relação ao regime aduaneiro geral caracterizam-se pela:

a) sujeição da mercadoria a eles submetidas a procedimentos especiais no despacho aduaneiro relativamente às obrigações tributárias acessórias.

b) suspensão do pagamento do crédito decorrente das obrigações fiscais até o

implemento de condição imposta pelo interesse da economia nacional.

c) não constituição do crédito tributário relativo às mercadorias a eles

submetidas no momento do despacho aduaneiro.

d) postergação do cumprimento das obrigações acessórias tendo em vista a relevância econômica para o país das mercadorias a eles submetidas.

e) não-incidência ou exoneração do imposto de importação relativamente às mercadorias a eles submetidas.

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Comentários:

Letra A: errada. A IN SRF nº 680/2006 e o Regulamento Aduaneiro não estabelecem distinções quanto aos documentos que instruem a

Declaração de Importação, seja ela uma DI para consumo (nacionalização) ou uma DI para admissão em regime aduaneiro especial. Da mesma forma, não

há distinção estabelecida entre os documentos que instruem o despacho de

exportação de bens em caráter definitivo e os que instruem o despacho de exportação de bens submetidos a regimes aduaneiros especiais.

Letra B: correta. De fato, os regimes aduaneiros especiais

caracterizam-se pela suspensão do pagamento do crédito tributário. Tal suspensão subsistirá até o momento em que for implementada a condição

imposta pelo interesse da economia nacional, que, em virtude do princípio da legalidade, deverá, necessariamente, vir expressa em uma norma. Cabe

destacar que, por “interesse da economia nacional”, entende-se o incentivo às exportações, facilidades logísticas, estímulo à industrialização, dentre outros.

Letra C: errada. Quando uma mercadoria é submetida a um regime aduaneiro especial, há constituição do crédito tributário, mas este fica com a

exigibilidade suspensa.

Letra D: errada. Não há postergação do cumprimento de obrigações acessórias de bens admitidos em regimes aduaneiros especiais.

Letra E: errada. Na admissão de bens em regimes aduaneiros especiais, há incidência tributária, mas a exigibilidade dos tributos fica

suspensa.

5. (TTN-1997) A passagem pelo território aduaneiro, de mercadoria procedente do exterior e a ele destinada, constitui modalidade de

operação de trânsito aduaneiro:

a) cujo local de origem deverá ser um depósito especial alfandegado

b) dispensada das demais cautelas fiscais além da garantia por termo de

responsabilidade.

c) conduzida sob controle aduaneiro, admitida, no entanto, a simplificação do

despacho de trânsito.

d) só poderá ser aplicada à mercadoria declarada para trânsito no conhecimento de carga correspondente ou no manifesto ou documento

equivalente do veículo que a transportou até o local de origem do trânsito

e) somente será permitida em veículo munido de compartimento fechado ou

em contêiner, lacrados e declaração expressa do representante no País, do

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importador ou exportador domiciliado no exterior que se responsabiliza pelos tributos suspensos.

Comentários:

A questão versa sobre o trânsito internacional, também conhecido como trânsito aduaneiro de passagem.

Letra A: errada. Não há um dispositivo que determine onde deverá

ser o local de origem do trânsito aduaneiro. O local de origem vai depender da modalidade de trânsito utilizada. No caso do trânsito internacional (mercadoria

procedente do exterior e a ele destinado), o local de origem do trânsito será, pela lógica, algum ponto da zona primária. Destaque-se que não existe mais

um regime denominado “Depósito Especial Alfandegado”.

Letra B: errada. Em regra, a garantia será exigida para a

concessão do regime aduaneiro especial de trânsito aduaneiro. As cautelas fiscais poderão ser adotadas pela autoridade aduaneira que concede o

trânsito.

Letra C: foi considerada errada. Entretanto, todas as modalidades de

trânsito aduaneiro (inclusive o trânsito internacional!) são conduzidas sob controle aduaneiro. Além disso, as hipóteses do art. 319 do R/A deverão ser

objeto de simplificação do despacho para trânsito internacional. Assim, consideramos que a assertiva está correta.

Letra D: correta. Segundo o art. 326 do R/A, o trânsito na

modalidade de passagem só poderá ser aplicado à mercadoria declarada para trânsito no conhecimento de carga correspondente, ou no manifesto ou

declaração de efeito equivalente do veículo que a transportou até o local de origem do trânsito.

Letra E: errada. Os requisitos relacionados na assertiva não são obrigatórios para a concessão do trânsito internacional.

6. (AFRF-2002.1) Ultimada a conferência (para o trânsito

aduaneiro), serão adotadas cautelas fiscais visando impedir a violação dos volumes, recipientes e, se for o caso, do veículo transportador.

(art.268 do Regulamento Aduaneiro). Em face do enunciado, assinale a

opção correta.

a) São cautelas fiscais, entre outras: a lacração, a colocação de placas luminosas no veículo; a designação de condutor credenciado pela Receita

Federal.

b) São cautelas fiscais, entre outras: a lacração, a cintagem e a estufagem de

volumes.

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c) São cautelas fiscais, entre outras: a lacração, a sinetagem e a etiquetagem dos volumes.

d) São cautelas fiscais, entre outras: a lacração, o cintamento e o

acondicionamento nos pallets.

e) São cautelas fiscais, entre outras: a lacração, a designação de condutor

credenciado pela Receita Federal e a condição do veículo ser de bandeira brasileira.

Comentários:

No regime de trânsito aduaneiro, as mercadorias podem ser transportadas com suspensão de tributos de um ponto a outro do território

nacional, mas, durante esse percurso, deverão estar sob controle aduaneiro. Isso quer dizer que poderão ser adotadas cautelas fiscais: lacração,

sinetagem, cintagem, marcação (etiquetagem) ou acompanhamento fiscal. A resposta é a letra C.

7. (AFRF-2002.2) Determinada mercadoria, acondicionada em um

contêiner estrangeiro, chega ao Porto de Santos procedente da Zona

Franca de Colônia (Uruguai), para ser destinada a uma Estação Aduaneira Interior (EADI) em Campinas (SP) em regime de entreposto

aduaneiro, em consignação. O regime aduaneiro aplicável à mercadoria e ao contêiner pela autoridade aduaneira no Porto de

Santos será o de:

a) trânsito aduaneiro para a mercadoria e para o contêiner.

b) trânsito aduaneiro para o contêiner e admissão temporária para a

mercadoria até a chegada na EADI.

c) admissão temporária para o contêiner e trânsito aduaneiro para a mercadoria.

d) entreposto aduaneiro para a mercadoria e trânsito aduaneiro para o contêiner.

e) entreposto aduaneiro para a mercadoria e admissão temporária para o

contêiner.

Comentários:

A questão é bastante interessante, pois envolve três regimes

aduaneiros especiais diferentes: admissão temporária, trânsito aduaneiro e entreposto aduaneiro. Vejamos!

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O contêiner estrangeiro não irá permanecer indefinidamente no Brasil. Sua função é exclusivamente a de servir como um receptáculo de transporte

para a mercadoria estrangeira, a qual irá permanecer no País. Devido a esse caráter temporário da presença do contêiner no Brasil, ele se submeterá

ao regime aduaneiro especial de admissão temporária.

Já no que diz respeito à mercadoria, esta será transportada do Porto

de Santos até um porto seco em Campinas, onde ficará entrepostada. Nessa situação, a mercadoria entra pela zona primária com destino à zona

secundária, sendo que esse percurso será realizado com suspensão tributária. De acordo com o art.315 do R/A, o regime especial de trânsito aduaneiro é o

que permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território nacional, com suspensão do pagamento de tributos. ]

Em seguida, chegando ao porto seco de Campinas, a mercadoria é

submetida ao regime de entreposto aduaneiro, o qual existe tanto na importação quanto na exportação. Na importação, o regime de entreposto

aduaneiro se aplica às mercadorias que entraram no país em consignação. As

mercadorias permanecerão, dessa forma, armazenadas em recintos alfandegados, com a exigibilidade do crédito tributário suspensa. Os tributos

somente serão recolhidos quando elas forem efetivamente vendidas, ou seja, quando forem submetidas a despacho para consumo.

Por tudo o que comentamos, a resposta é a letra C.

8. (AFRF-2003) A admissão temporária é o regime aduaneiro no qual uma mercadoria:

a) ingressa no território aduaneiro de um país, com suspensão dos direitos

aduaneiros, desde que torne a sair deste mesmo território dentro de um prazo determinado.

b) usufrui de isenção de quaisquer impostos enquanto permanecer no território aduaneiro até ser reexportada.

c) tendo sido importada, é, em seguida, reexportada, com isenção dos

impostos incidentes sobre essa operação, desde que a mesma ocorra em prazo igual ou inferior a noventa dias.

d) ingressa no território aduaneiro para efeitos de agregação de valor, devendo necessariamente ser incorporada a terceiros produtos destinados

exclusivamente à exportação.

e) ingressa no território aduaneiro de um país, com amparo em um contrato internacional de compra e venda, com suspensão dos tributos incidentes sobre

a importação.

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Comentários:

Letra A: correta. No regime de admissão temporária, uma mercadoria ingressa no território aduaneiro sem o ânimo de permanecer em definitivo no

país. Em virtude disso, os tributos ficam com a exigibilidade suspensa. A suspensão de tributos, todavia, está condicionada ao retorno da mercadoria ao

exterior.

Letra B: errada. Não há que se falar em isenção para bens

submetidos ao regime aduaneiro especial de admissão temporária. Os bens admitidos temporariamente no país recebem suspensão tributária.

Letra C: errada. Antes de qualquer coisa, é preciso sabermos o que

vem a ser reexportação. A reexportação nada mais é do que o retorno ao

exterior de mercadoria admitida temporariamente no país. Entretanto, não há que se falar em isenção de tributos na reexportação. Embora na

reexportação os tributos não sejam cobrados, isso não ocorre em virtude de isenção, mas porque as mercadorias admitidas temporariamente não foram

nacionalizadas, isto é, não foram importadas a título definitivo.

Letra D: errada. A mercadoria que entra no território aduaneiro ao amparo do regime de admissão temporária não deverá ser incorporada a

produto destinado à exportação. Isso é uma possibilidade existente no regime aduaneiro especial de drawback.

Letra E: errada. Uma mercadoria admitida no regime de admissão temporária não poderá ser objeto de um contrato de compra

e venda, pois nesse tipo de operação comercial há cobertura cambial. Além disso, a admissão temporária pressupõe o caráter de temporariedade da

presença das mercadorias no país, característica que não é peculiar aos contratos de compra e venda.

9. (TTN-1997) São condições cumulativas para a concessão do regime de admissão temporária:

a) o caráter de temporariedade, a inexistência de cobertura cambial e a

adequação à finalidade da importação.

b) a temporariedade de sua permanência no País, o despacho aduaneiro de

importação para consumo e a identificação dos bens.

c) a permanência temporária dos bens no País, a utilização dos bens dentro do prazo fixado e nos fins previstos e a garantia dos tributos através de termo de

responsabilidade.

d) o caráter de temporariedade, a conferência prévia e o desembaraço

aduaneiro.

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e) o caráter de temporariedade, o despacho para consumo e a existência de cobertura cambial.

Comentários:

Letra A: correta. De acordo com o art. 358 do Regulamento Aduaneiro, a concessão do regime aduaneiro especial de admissão temporária

está condicionada aos seguintes requisitos:

1) Caráter de temporariedade da importação.

2) Importação sem cobertura cambial.

3) Adequação dos bens à finalidade da operação.

Letra B: errada. As mercadorias submetidas ao regime de admissão

temporária se submetem ao despacho para admissão.

Letra C: errada. À primeira vista, ela parece estar certa, mas na

verdade está errada, porque a questão quer saber o que deve ser verificado para a concessão da admissão temporária. No momento da concessão do

regime, a autoridade aduaneira não tem como verificar se o bem será efetivamente utilizado dentro do prazo fixado e nos fins previstos. A autoridade

aduaneira somente tem como verificar se os bens importados são adequados à finalidade prevista.

Letra D: errada. Não existe essa conferência prévia ao despacho no regime de admissão temporária. Além do mais, não se pode apontar o

desembaraço aduaneiro como um requisito para a concessão do regime de admissão temporária.

Letra E: errada. As mercadorias admitidas ao amparo do regime de

admissão temporária devem ser importadas sem cobertura cambial.

10. (AFTN-1996) No Brasil, o regime de admissão temporária permite

a(o):

a) Introdução de bens no país com suspensão da exigibilidade dos tributos e prazo de permanência pré-fixado, após o qual os mesmos deverão ser

reexportados.

b) Transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do

território aduaneiro, com isenção tributária.

c) Depósito de bens em local determinado, com suspensão dos tributos.

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d) Exportação de mercadorias destinadas a feiras, competições esportivas ou exposições no exterior com suspensão dos tributos.

e) Importação, com a suspensão dos tributos, de matérias-primas e insumos a

serem empregados na produção de bens exportáveis.

Comentários:

Letra A: correta. Segundo o art. 353, do R/A, o regime aduaneiro

especial de admissão temporária é o que permite a importação de bens que devam permanecer no País durante prazo fixado, com suspensão total do

pagamento de tributos, ou com suspensão parcial, no caso de utilização econômica. Ao final do prazo fixado, os bens deverão regressar ao exterior,

isto é, serem reexportados.

Letra B: errada. O regime aduaneiro especial que ampara o

transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro, é o trânsito aduaneiro. Ressalte-se que, no trânsito

aduaneiro, não cabe falar em isenção tributária, mas sim em suspensão.

Letra C: errada. O depósito de bens em locais determinados, com

suspensão de tributos, não é característica da admissão temporária.

Letra D: errada. Na admissão temporária, mercadorias destinadas a feiras, competições esportivas e exposições são importadas com suspensão

tributária.

Letra E: errada. A admissão temporária dá amparo à entrada de bens

no território aduaneiro com suspensão dos tributos incidentes na importação. Entretanto, esses bens devem regressar ao exterior após expirado o prazo de

concessão do regime (e não serem empregados na produção de bens exportáveis!)

11. (TTN-1998-adaptada) No regime aduaneiro especial de admissão

temporária concedido a pessoa jurídica de direito privado, com sede no País, de reconhecida capacidade econômica e notória idoneidade, o

prazo de vigência do regime será contado da data:

a) de registro da declaração de importação no SISCOMEX e as obrigações

fiscais serão constituídas por termo de responsabilidade garantido por caução de títulos da dívida pública federal

b) do desembaraço aduaneiro, devendo ser exigida garantia das obrigações

fiscais constituídas em termo de responsabilidade, ressalvados os casos de expressa dispensa, estabelecidos em ato normativo da SRFB.

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c) do desembaraço aduaneiro, devendo exigir-se para garantia do cumprimento das obrigações constituídas em termo de responsabilidade,

depósito em dinheiro, caução de títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, ou fiança idônea.

d) da conferência aduaneira para admissão ao regime, podendo ser dispensada

a garantia para cumprimento das obrigações constituídas em termo de

responsabilidade.

e) do registro da declaração de importação, podendo, porém, ser dispensada a garantia do cumprimento das obrigações constituídas em termo de

responsabilidade.

Comentários:

O prazo de concessão da admissão temporária será contado a partir

do desembaraço aduaneiro. De acordo com o art. 364, do R/A, será exigida garantia das obrigações fiscais constituídas no termo de responsabilidade. A

Receita Federal poderá dispor sobre os casos em que a garantia será dispensada. A resposta é a letra B.

12. (TTN-1998) Uma empresa no País necessitava importar aparelhos novos para teste ou controle a serem utilizados em seus equipamentos

e válvulas produzidos, visando cumprir um contrato de fornecimento por um período de um ano. Sua coligada no exterior se propõe a doar

tais aparelhos, o que reduziria os custos da operação, pois ela seria conduzida sem cobertura cambial. A importação acima:

a) poderá ser em regime aduaneiro especial de admissão temporária, porque

os aparelhos para teste ou controle deverão ser usados apenas no período de um ano, prazo esse da vigência do contrato de fornecimento da produção

objeto de testes ou controle de qualidade.

b) poderá ser em regime aduaneiro especial de admissão temporária, desde

que os aparelhos para teste ou controle sejam adequados à finalidade para a qual foram importados.

c) deverá ser em regime comum de importação, porque não pode ser

concedido o regime de admissão temporária à importação de bens doados.

d) poderá ser em regime de admissão temporária, desde que atendidas as

seguintes condições básicas: constituição das obrigações fiscais em termo de responsabilidade, utilização dos bens dentro do prazo fixado e exclusivamente

nos fins previstos e identificação dos bens.

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e) poderá ser em regime aduaneiro especial de admissão temporária, porque tal regime se aplica aos aparelhos para teste ou controle e a importação é sem

cobertura cambial.

Comentários:

O enunciado da questão descreve uma situação em que será feita

uma doação de certos produtos por uma empresa à sua coligada no Brasil. Pergunta-se: essa operação comercial pode estar amparada no regime

aduaneiro especial de admissão temporária?

A resposta é negativa. Apesar de a doação ser uma operação sem cobertura cambial (o que é um requisito para a concessão da admissão

temporária), esta é dotada do ânimo de definitividade. Assim, não está

presente na operação a característica essencial do regime de admissão temporária: o caráter de temporariedade.

Moral da história: “será aplicado o regime comum de importação,

porque não pode ser concedido o regime de admissão temporária à importação de bens doados”. (Letra C)

13. (AFRF-2002.1) A entrada no território aduaneiro de bens objeto de arrendamento mercantil de caráter financeiro contratado com

entidades arrendadoras domiciliadas no exterior, não se confunde com o regime de admissão temporária e se sujeitará a todas as normas

legais que regem a importação. Em face do enunciado, assinale a opção correta.

a) É proibida importação de bens objeto de arrendamento mercantil de caráter

financeiro.

b) Importações de arrendamento mercantil de caráter financeiro não são

admissões temporárias e devem ser tratadas como importações comuns.

c) A regra não se aplica aos arrendamentos mercantis de caráter financeiro e sim a operações de factoring.

d) O arrendamento mercantil de caráter financeiro não se enquadra na regra por não estar, ali, expressamente citado.

e) O leasing não se confunde com o arrendamento mercantil de caráter

financeiro e, portanto, não se enquadra na regra.

Comentários:

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Letra A: errada. A importação de bens objeto de leasing financeiro não é proibida. O que é vedado é o ingresso, no País, de bens admitidos

temporariamente ao amparo de contrato de leasing financeiro.

Letra B: correta. O regime de admissão temporária não se aplica a bens que entrem no país ao amparo de leasing financeiro, uma vez que estes

ingressam com ânimo de definitividade. A admissão temporária aplica-se

apenas aos bens amparados por contratos de leasing operacional.

Letra C e D erradas. Não podem ser admitidos temporariamente bens amparados em contrato de leasing financeiro.

Letra E: errada. Existem diversas modalidades de leasing, dentre as

quais o leasing financeiro e o leasing operacional.

14. (AFRF-2002.1) O regime de admissão temporária implica

a) a reexportação da mercadoria com isenção dos impostos que incidem sobre

as exportações.

b) a internalização da mercadoria no território aduaneiro para consumo

interno, sem o recolhimento dos tributos que incidem sobre as importações.

c) a suspensão dos tributos que incidem sobre a importação, desde que o bem importado permaneça no território aduaneiro por tempo determinado e seja,

ao final do mesmo, remetido ao exterior sem sofrer modificações que lhe confiram nova individualidade.

d) o transporte de um bem importado, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro para internalização em caráter definitivo.

e) a importação de mercadoria com isenção de impostos objetivando a

reposição de estoques.

Comentários:

Letra A: errada. Não há que se falar em isenção de tributos

incidentes sobre a reexportação. Na reexportação, os tributos não serão cobrados, mas em razão de a mercadoria admitida temporariamente não ter se

nacionalizado. E, como já se sabe, o imposto de exportação incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior.

Letra B: errada. Se uma mercadoria está sendo admitida temporariamente, ela não está sendo nacionalizada e, portanto, não haverá

recolhimento tributário, ficando os tributos suspensos.

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Letra C: correta. Uma mercadoria submetida ao regime aduaneiro especial de admissão temporária entra no território nacional com os tributos

suspensos, mas com a condição de que vá permanecer no país somente por um prazo fixado, retornando posteriormente ao exterior.

Importante ressaltar que a mercadoria admitida temporariamente

não poderá sofrer modificações que lhe confiram nova individualidade. Existe

sim a possibilidade de que uma mercadoria admitida temporariamente seja submetida a uma operação de industrialização. Nesse caso, dizemos que a

mercadoria é submetida ao regime aduaneiro especial de admissão temporária para aperfeiçoamento ativo. Esse regime aduaneiro especial

permite que sejam efetuadas as operações industriais de montagem, beneficiamento, acondicionamento e recondicionamento, mas jamais uma

operação de transformação, que é a que confere uma nova individualidade ao produto.

Letra D: errada. O regime aduaneiro especial que permite o

transporte de um bem importado, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro

do território nacional, com suspensão de tributos, é o trânsito aduaneiro. Destaque-se que o bem transportado ao amparo do trânsito aduaneiro não é,

necessariamente, destinado à internalização em caráter definitivo. Ele pode, por exemplo, ter o exterior como destino e estar apenas passando pelo

território nacional.

Letra E: errada. Na admissão temporária, o que ocorre é a suspensão dos tributos exigíveis na importação e não isenção. A importação de

mercadorias com isenção para “reposição de estoques” é feita ao amparo do drawback isenção.

15. (AFTN-1994)-Determinada empresa adquiriu mediante financiamento do exportador estrangeiro diversos moldes usados, a

serem utilizados, durante um período determinado, na fabricação de um equipamento a ser exportado em razão de ter vencido uma

concorrência internacional. Requereu a concessão do regime aduaneiro especial de admissão temporária para os moldes. A

autoridade aduaneira indeferiu o pedido porque:

a) a fiscalização constatou que os moldes não eram novos e a legislação proíbe

a importação de material usado.

b) o regime não contempla a importação de moldes especificamente para a produção industrial.

c) os bens foram importados com cobertura cambial.

d) ela, dentro de seu poder discricionário, pode deferir ou indeferir a concessão do regime, sem necessidade de motivar a decisão.

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e) o pagamento dos bens não foi feito à vista.

Comentários:

A autoridade aduaneira irá indeferir o pedido de admissão de uma

mercadoria no regime aduaneiro especial de admissão temporária quando verificar que não estão presentes os requisitos de admissibilidade no regime.

Um desses requisitos é o de que a operação seja efetuada sem cobertura cambial.

Na situação apresentada, percebe-se que a operação está sendo

realizada com cobertura cambial, pois está havendo uma compra do exterior. Sendo assim, a concessão do regime deverá ser indeferida pela

autoridade aduaneira. Ressalte-se que, em qualquer caso, a decisão de

indeferimento deverá ser motivada. A resposta é, portanto, a letra C.

16. (AFRF-2002.2) Considerando que o regime especial de drawback em uma de suas modalidades é suspensivo de tributação, identifique

nas opções abaixo aquela que corresponde ao despacho aduaneiro a ele aplicável na importação:

a) Despacho de admissão ao regime (DA).

b) Despacho de trânsito aduaneiro conjugado com despacho de admissão (DTA/DA).

c) Despacho antecipado de importação em drawback (DAI-DRAWBACK).

d) Ato concessório do drawback (AC).

e) Despacho de importação para consumo (DI).

Comentários:

As mercadorias importadas ao amparo do regime aduaneiro especial

de drawback são submetidas a despacho para consumo. A resposta é a letra E.

17. (AFRF-2002.2) Os regimes aduaneiros especiais típicos se

diferenciam do regime aduaneiro geral ou comum, caracterizam- se por serem em regra regimes econômicos ou suspensivos, enfatizam a

geração de divisas e de empregos, são aplicados em regra às mercadorias não nacionalizadas, e sua admissão ao regime não se

processa através de um despacho aduaneiro de importação para consumo, exceto, neste caso, o regime de:

a) drawback.

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b) entreposto industrial.

c) entreposto aduaneiro.

d) admissão temporária com pagamento proporcional dos tributos.

e) admissão temporária para aperfeiçoamento ativo.

Comentários:

As mercadorias que ingressam no país ao amparo de regimes aduaneiros especiais se submetem a despacho para admissão. A exceção fica

por conta das mercadorias admitidas ao amparo do drawback, que se submetem a despacho para consumo. Logo, a resposta é a letra A.

18. (AFRF-2003) O financiamento concedido por instituição

financeira internacional do qual o Brasil participe ou pelo Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, com recursos captados no exterior destinados à fabricação, no País, de máquinas e

equipamentos a serem fornecidos no mercado interno, em decorrência de licitação internacional, tem por objetivo prover recursos financeiros

para:

a) importação em regime de admissão temporária para beneficiamento ativo e pagamento de mão-de-obra local, de máquinas a serem fornecidas a empresa

nacional de “leasing operacional” e posterior reexportação para prestação de serviços no exterior.

b) aquisição de máquinas e equipamentos nacionais destinados à fabricação do produto final a ser fornecido no mercado interno, nas condições descritas no

texto desta questão.

c) aquisição de matérias-primas e produtos intermediários no mercado local e pagamento de mão-de-obra, necessários à fabricação de máquinas e

equipamentos a serem fornecidos internamente nas condições descritas no

texto acima.

d) importação sob regime de drawback – suspensão, de matérias-primas, produtos intermediários, componentes e custos de mão- de-obra local,

necessários à fabricação no País de máquinas e equipamentos a serem fornecidos internamente nas condições descritas no texto acima.

e) importação sob o regime de drawback – suspensão, de matérias-primas, produtos semielaborados ou acabados empregados na fabricação de bens

destinados à pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural, a serem fornecidos a empresas nacionais contratantes desses serviços.

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Comentários:

O enunciado da questão descreve o drawback para fornecimento no mercado interno, definido da seguinte forma pela Portaria SECEX nº 23/2011:

“Caracteriza-se pela importação de matérias-primas, produtos intermediários e componentes destinados à fabricação, no País, de

máquinas e equipamentos a serem fornecidos, no mercado interno, em decorrência de licitação internacional, contra pagamento em moeda

conversível proveniente de financiamento concedido por instituição financeira internacional, da qual o Brasil participe, ou por entidade governamental

estrangeira, ou ainda, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com recursos captados no exterior.“

Logo, a resposta é a letra D.

19. (ACE-1998-adaptada) - A concessão do Regime de Drawback é atribuição do (da)

a) SRF-Secretaria da Receita Federal

b) SECEX-Secretaria de Comércio Exterior

c) BACEN-Banco Central

d) SPI-Secretaria de Política Industrial do MICT

e) CMN-Conselho Monetário Nacional

Comentários:

Nas modalidades suspensão e isenção, o drawback é concedido pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). O drawback restituição, por sua vez,

é concedido pela Receita Federal do Brasil (RFB). Como o enunciado da questão não mencionou a modalidade de drawback, pressupõe-se que ele está

se referindo àquela que é a mais comum: o drawback suspensão. Logo, a resposta é a letra B.

20. (ACE-1998) O drawback é modalidade de incentivo fiscal que

a) incide sobre importações de matérias-primas destinadas à fabricação de produtos para consumo doméstico

b) incide sobre bens de fabricação nacional

c) envolve a suspensão, ou isenção de impostos para a importação de insumos destinados à fabricação de bens exportáveis.

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d) abate o Imposto de Renda do lucro decorrente da exportação

e) foi introduzida com o SISCOMEX

Comentários:

Letra A: errada. As matérias-primas importadas com desoneração

tributária são destinadas à fabricação de produtos objeto de exportação.

Letra B: errada. O drawback incide sobre produtos importados.

Letra C: correta. O drawback consiste na suspensão, isenção ou

restituição de tributos incidentes na importação de bens destinados à produção de bens exportáveis.

Letra D: errada. O drawback implica na desoneração dos tributos

incidentes na importação. Ele não envolve desoneração do Imposto de Renda.

Letra E: errada. O drawback é bem anterior ao surgimento do

SISCOMEX. Suas origens remontam à década de 1960.

21. (ACE-2002-adaptada) Sobre o drawback, é correto afirmar-se que:

a) é um regime aduaneiro especial no qual outorga- se benefício fiscal a empresas exportadoras, isentando-as do pagamento dos tributos que incidem

sobre a produção e a circulação de mercadorias a serem exportadas.

b) trata-se de um regime aduaneiro especial cuja aplicação envolve a suspensão, a isenção ou a restituição de tributos que incidem sobre a

importação de mercadorias empregadas no processamento de produtos a

serem exportados.

c) é uma forma de incentivo às exportações que prevê a restituição do Imposto de Importação cobrado pela importação de insumos empregados na produção

de um bem exportável.

d) trata-se de um regime aduaneiro especial no qual mercadorias a serem

reexportadas ingressam no País, com suspensão de tributos, nele permanecendo, por tempo determinado.

e) é um benefício fiscal concedido quando do retorno de uma mercadoria que

tenha sido exportada temporariamente e que consiste na redução das alíquotas dos tributos que incidem sobre a importação.

Comentários:

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Letra A: errada. A desoneração concedida pelo drawback é em relação aos tributos incidentes sobre a importação.

Letra B: correta. O drawback se aplica em três modalidades:

suspensão, isenção e restituição. A lógica de todas elas é a mesma: desoneração de tributos incidentes sobre a importação de mercadorias

utilizadas no processo produtivo de bens exportáveis.

Letra C: errada. De fato, o drawback é um incentivo às exportações.

No entanto, ele não prevê apenas a restituição do imposto de importação. Na verdade, ele prevê a suspensão, isenção ou restituição dos tributos

incidentes na importação.

Letra D: errada. O regime aduaneiro especial que permite que

mercadorias entrem no País com suspensão tributária, permanecendo durante um período determinado, após o que regressam ao exterior, é a admissão

temporária.

Letra E: errada. O retorno de exportação temporária é hipótese de não-ocorrência do fato gerador do imposto de importação. Não há qualquer

relação entre o drawback e o retorno de exportação temporária.

22. (AFRF-2000-adaptado) O regime aduaneiro especial de drawback

integrado, modalidade isenção, pode ser concedido nas seguintes operações especiais de drawback:

a) intermediário e para embarcação.

b) solidário, genérico e, "verde-amarelo"

c) genérico, sem cobertura cambial e, para fornecimento no mercado interno.

d) sem cobertura cambial, com Acordo da Participação com a Indústria Nacional homologado pelo DECEX e decorrente de licitação internacional.

e) para fabricação de bem de capital de longo ciclo de fabricação, fornecimento de bens para empresas industriais exportadoras e industrialização por

encomenda de produtos objeto de leasing operacional.

Comentários:

Letra A: correta. O drawback intermediário e o drawback para

embarcação são aplicados nas modalidades suspensão e isenção.

Letra B: errada. O drawback genérico é concedido apenas na modalidade suspensão. Não existe mais o drawback solidário, tampouco o

drawback “verde amarelo”.

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Letra C: errado. O drawback genérico, o drawback sem expectativa de recebimento (sem cobertura cambial) e o drawback para fornecimento no

mercado interno somente são concedidos na modalidade suspensão.

Letra D: errada. O drawback sem expectativa de recebimento (sem cobertura cambial) não se aplica na modalidade isenção.

Letra E: errada. O produto objeto de leasing operacional é importado sem cobertura cambial. O drawback sem expectativa de recebimento (sem

cobertura cambial) não se aplica na modalidade isenção.

23. (AFRF-2000) Aos produtos importados sem cobertura cambial destinados a seu próprio beneficiamento, montagem,

acondicionamento ou recondicionamento em que o interessado deve

apresentar descrição detalhada do processo industrial a ser realizado e a quantificação e qualificação dos produtos reexportados resultantes

da industrialização, aplica- se o regime aduaneiro especial de:

a) entreposto industrial aplicado aos produtos não-nacionalizados.

b) admissão temporária

c) drawback sem cobertura cambial

d) entreposto industrial sob controle informatizado (RECOF), aplicado aos

produtos nacionalizados.

e) entreposto aduaneiro habilitado às operações de industrialização.

Comentários:

Questão difícil! Há que se observar o seguinte:

1) Se as mercadorias entram no país e, posteriormente, são reexportadas, isso significa que ela foram admitidas temporariamente.

2) As mercadorias são, então, admitidas temporariamente para fins

de beneficiamento, montagem, acondicionamento ou recondicionamento.

3) Existe um regime aduaneiro especial denominados “admissão

temporária para aperfeiçoamento ativo”, que se caracteriza pela importação de mercadorias estrangeiras para permanência temporária no país

que sejam destinadas a operações de aperfeiçoamento ativo e posterior reexportação.

Segundo o R.A, podem ser entendidas como aperfeiçoamento ativo as operações de industrialização relativas ao beneficiamento, à montagem, à

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renovação, ao recondicionamento, ao acondicionamento ou ao reacondicionamento aplicadas ao próprio bem ou o conserto, o reparo, ou a

restauração de bens estrangeiros, que devam retornar, modificados, ao país de origem. Cabe destacar que as operações de transformação, por conferirem

nova individualidade ao produto, não se enquadram como operação de aperfeiçoamento ativo. Com efeito, na admissão temporária, o mesmo bem

que entra no país temporariamente deve regressar ao exterior. Logo, a resposta é a letra B.

24. (Analista dos Correios – 2011)- O despacho aduaneiro de importação ocorre sob as modalidades de despacho para consumo,

admissão e internação, sendo a modalidade definida de acordo com o tipo de regime aduaneiro aplicado à mercadoria em questão.

Comentários:

De fato, existem três modalidades de despacho aduaneiro: i) despacho para consumo; ii) despacho para admissão e; iii) despacho para

internação. Cada uma delas é empregada conforme o tipo de regime aduaneiro aplicado à mercadoria em questão. Questão correta.

25. (AFRF-2003) O regime de admissão temporária aplica-se a bens

adequados à finalidade prevista, importados sem cobertura cambial e com suspensão dos tributos, ou mediante pagamento proporcional dos

tributos e cobertura cambial, se os bens forem destinados a utilização

econômica.

Comentários:

Um dos requisitos para que seja concedido o regime de admissão temporária é a inexistência de cobertura cambial. Tal requisito deve ser

sempre observado, inclusive no caso de admissão temporária para utilização

econômica. Questão errada.

26. (AFRF-2000) O regime aduaneiro aplicável em regra no despacho aduaneiro de importação de mercadoria nacionalizada, dentro de

noventa dias da descarga na zona primária, caracteriza-se como:

a) regime aduaneiro simplificado

b) regime aduaneiro atípico

c) regime aduaneiro especial

d) regime aduaneiro comum

e) regime aduaneiro impositivo

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Comentários:

Uma mercadoria, ao ser nacionalizada, se submete a despacho para consumo, sendo admitida em regime aduaneiro comum. A resposta é a letra D.

27. (TTN-1997) A suspensão do pagamento dos tributos exigíveis na importação de mercadoria a ser exportada após beneficiamento ou

destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento de outra a ser exportada é inerente ao:

a) entreposto aduaneiro de exportação

b) regime de beneficiamento ativo

c) regime de aperfeiçoamento passivo

d) regime de processamento de exportações

e) regime de drawback

Comentários:

O drawback é o regime aduaneiro especial que se caracteriza pela suspensão dos tributos incidentes sobre a importação de mercadoria a ser

utilizada no processo produtivo de um bem a ser exportado. Logo, a resposta é a letra E.

28. (TTN-1998) No regime especial de drawback, no caso de

inadimplemento do compromisso de exportar, as mercadorias que, em seu todo ou em parte, deixem de ser empregadas no processo

produtivo de bens, no prazo de 30 (trinta) dias da expiração do prazo

para exportar:

a) deverão ser obrigatoriamente devolvidas ao exterior ou reexportadas.

b) poderão ser à opção do beneficiário destinadas para consumo interno, destruídas, devolvidas ao exterior ou reexportadas.

c) deverão ter obrigatória e exclusivamente o débito correspondente liquidado pelo beneficiário, com os acréscimos legais devidos.

d) poderão ser transferidas para outro regime aduaneiro especial ou atípico,

desde que observadas as condições e os requisitos próprios do novo regime

e) deverão ser obrigatoriamente destruídas sob controle aduaneiro, às

expensas do interessado.

Comentários:

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Caso expire a data-limite para exportação, as mercadorias importadas ao amparo do drawback poderão ter as seguintes

destinações dentro do prazo de 30 dias:

i) devolução ao exterior da mercadoria importada não utilizada;

ii) destruição, sob controle aduaneiro, às expensas do interessado;

iii) destinação para consumo das mercadorias remanescentes, com o

pagamento dos tributos suspensos e dos acréscimos legais devidos ou;

iv) entrega da mercadoria importada à Fazenda Nacional livres de

quaisquer despesas e ônus, desde que a autoridade aduaneira concorde em recebê-las.

Examinando as assertivas, temos que:

Letra A: errada. As mercadorias não precisam ser necessariamente devolvidas ao exterior ou reexportadas. Elas poderão ter outras destinações.

Letra B: correta. De fato, o beneficiário poderá destinar para

consumo interno, destruir, devolver ao exterior ou reexportar as mercadorias importadas ao amparo do drawback.

Letra C: errada. Na hipótese de descumprimento do compromisso de exportação, são quatro as destinações possíveis para as mercadorias

importadas ao amparo do drawback.

Letra D: errada. No caso de descumprimento do compromisso de exportação, não será possível transferir as mercadorias para outro regime

aduaneiro especial.

Letra E: errada. Há outras opções além da destruição sob controle

aduaneiro.

29. (AFTN-1994) – O regime aduaneiro especial de drawback na modalidade isenção beneficia mercadoria:

a) com ou sem similar nacional, importada em quantidade equivalente à utilizada no beneficiamento, fabricação, complementação ou acondicionamento

de produto já exportado.

b) importada sem cobertura cambial e em quantidade equivalente à utilizada na complementação ou acondicionamento de outra exportada.

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c) sem similar nacional, importada com cobertura cambial e em quantidade equivalente à utilizada no beneficiamento, fabricação ou acondicionamento de

produto exportado.

d) a ser exportada após beneficiamento, ou destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento de outra a ser exportada.

e) a ser exportada após beneficiamento ou destinada à fabricação ou acondicionamento de outra a ser exportada constante de programa específico

de exportação aprovado pelo Governo.

Comentários:

Letra A: correta. O drawback isenção é concedido para mercadorias,

com ou sem similar, que sejam importadas em quantidade e qualidade equivalentes às utilizadas no beneficiamento, fabricação, complementação ou

acondicionamento de produto já exportado. Trata-se, portanto, de uma “reposição de estoque”.

Letra B: errada. O drawback sem expectativa de recebimento (sem

cobertura cambial) não se aplica na modalidade isenção.

Letra C: errada. O drawback se aplica às mercadorias com ou sem

similar nacional.

Letra D e E: erradas. O drawback isenção se aplica às mercadorias importadas e não às mercadorias que serão exportadas.

30. (ACE-2008) O drawback é a modalidade de regime aduaneiro especial que se aplica às mercadorias que ingressam no território do

país por tempo determinado e que são destinadas à realização de eventos artísticos, científicos e culturais, envolvendo, em tal caso, a

suspensão total dos tributos exigíveis.

Comentários:

O enunciado descreve o regime aduaneiro especial de admissão

temporária. O drawback é, na verdade, um regime aduaneiro especial que se caracteriza por não serem cobrados os tributos incidentes sobre as

importações de mercadorias que serão usadas no processo produtivo de um produto que será posteriormente exportado. Questão errada.

31. (Questão Inédita) - Os regimes aduaneiros especiais são mecanismos criados com a finalidade de permitir a importação de bens

estrangeiros ou a exportação de bens nacionais com suspensão ou isenção tributária. A utilização dos regimes aduaneiros especiais tem

vários objetivos além da desoneração tributária, provocando outros

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efeitos importantes sobre a atividade econômica. Levando-se em consideração as disposições da legislação aduaneira, analise os itens a

seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a seqüência

correta:

( ) As obrigações fiscais suspensas pela aplicação dos regimes aduaneiros

especiais serão constituídas em termo de responsabilidade firmado pelo beneficiário do regime.

( ) Não poderá ser autorizada a transferência de mercadoria admitida em um

regime aduaneiro especial ou aplicado em área especial para outro.

( ) O prazo de suspensão do pagamento das obrigações fiscais pela aplicação

dos regimes aduaneiros especiais, na importação, será de, no máximo, um ano.

( ) No caso de descumprimento dos regimes aduaneiros especiais de que trata

este Título, o beneficiário ficará sujeito ao pagamento dos tributos incidentes, com acréscimo de juros de mora e de multa, de mora ou de ofício, calculados

da data do registro da declaração de admissão no regime ou do registro de exportação, sem prejuízo da aplicação de penalidades específicas.

a) VFVV

b) VFVF

c) VFFV

d) FVFF

e) FFVV

Comentários:

A primeira assertiva está correta. O Termo de Responsabilidade leva a assinatura do beneficiário do regime aduaneiro especial, que, por meio

deste, se compromete a cumprir as condições do regime.

A segunda assertiva está errada. É possível a transferência de uma

mercadoria de um regime aduaneiro especial para outro, desde que sejam atendidos os requisitos para a concessão do novo regime.

A terceira assertiva está errada. O prazo de suspensão do

pagamento dos tributos pela aplicação dos regimes aduaneiros especiais será de até um ano, prorrogável, a juízo da autoridade aduaneira, por período não

superior, no total, a cinco anos.

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A quarta assertiva está correta. Em caso de descumprimento de regime aduaneiro especial, os tributos serão exigíveis desde a data do registro

da declaração de admissão no regime ou do registro de exportação, sem prejuízo de penalidades específicas.

32. (Petrobrás – 2007 - adaptada)- O regime de trânsito aduaneiro

pode ser aplicado à passagem pelo território nacional de mercadoria

procedente do exterior e destinada a um país do MERCOSUL.

Comentários:

Uma das modalidades de trânsito aduaneiro é o “trânsito internacional”, também chamado de trânsito aduaneiro de passagem. Nessa

modalidade de trânsito, o bem é procedente do exterior e é a ele destinado.

Questão correta.

33. (Questão Inédita) Levando-se em consideração as disposições constantes do Decreto no 6759/2009 sobre o trânsito aduaneiro,

analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a opção

que contenha a seqüência correta:

( ) O trânsito aduaneiro é o regime aduaneiro especial em que se permite o

transporte de mercadoria de um ponto a outro do território nacional com suspensão tributária. Uma das modalidades de trânsito aduaneiro é o trânsito

de exportação, em que uma mercadoria procedente do exterior é transportada do ponto de descarga no território aduaneiro até o porto seco onde ocorrerá

outro despacho.

( ) Em operações de trânsito aduaneiro, o transporte de mercadorias será, em regra, efetuado por empresas transportadoras previamente habilitadas pela

Receita Federal do Brasil.

( ) A passagem pelo território aduaneiro, de mercadoria procedente do exterior

e a ele destinada, constitui modalidade de trânsito aduaneiro que somente poderá ser concedida à mercadoria declarada para trânsito no conhecimento

de carga correspondente ou no manifesto ou documento equivalente do veículo que o transportou até o local de origem do trânsito.

( ) O regime especial de trânsito aduaneiro é o que permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território

aduaneiro, com suspensão do pagamento de tributos.

a) VVFF

b) FFVV

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c) VFVF

d) FVVV

e) FVFV

Comentários:

A primeira assertiva está errada. A modalidade de trânsito

aduaneiro descrita na assertiva é o trânsito de importação.

A segunda assertiva está correta. Nos termos do art. 322 do R/A, o

trânsito aduaneiro será executado, em regra, por empresas transportadoras devidamente habilitadas junto à Receita Federal do

Brasil.

A terceira assertiva está correta. Essa assertiva descreve o trânsito

internacional, que se caracteriza pela suspensão dos tributos incidentes na importação de mercadoria que adentre o território aduaneiro, mas que se

destina a outro país. A RFB só permite essa modalidade de trânsito aduaneiro se este estiver previsto desde a emissão do conhecimento

de carga no exterior, exigência que existe para evitar possíveis fraudes.

A quarta assertiva está correta. Essa é a exata definição do regime de trânsito aduaneiro.

34. (TRF-2002.2)- Avalie a correção das afirmações abaixo. Atribua a letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, marque a

opção que contenha a seqüência correta. Extingue(m) o regime aduaneiro de admissão temporária:

( ) despacho para consumo promovido por terceiro autorizado a nacionalizar

os bens na vigência do regime.

( ) a reexportação, ainda que realizada fora do prazo.

( ) a exportação de produto equivalente ao produto nacional exportado

definitivamente e que tenha retornado ao País para reparo ou substituição em virtude de defeito técnico que exija sua devolução.

a) V, V, V

b) F, V, F

c) F, V, V

d) F, F, F

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e) V, F, V

Comentários:

A primeira assertiva está correta. Conforme afirma a questão, o

despacho para consumo (nacionalização) extingue o regime de admissão temporária. Destaque-se que a nacionalização poderá ser realizada pelo

próprio beneficiário do regime ou por terceiro por ele autorizado.

A segunda assertiva está correta. A reexportação, mesmo que fora do prazo, é causa de extinção do regime de admissão temporária.

A terceira assertiva está correta. A exportação de produto equivalente também extingue o regime de admissão temporária.

35. (Questão Inédita) Levando-se em consideração as disposições

constantes do Decreto no 6759/2009 sobre a admissão temporária, analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas

verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta:

( ) O regime de admissão temporária implica a reexportação da mercadoria com isenção dos impostos que incidem sobre as exportações.

( ) O regime aduaneiro especial de admissão temporária é o que permite a

importação de bens que devam permanecer no País durante prazo fixado, sempre com suspensão total do pagamento de tributos, os quais ficam

consubstanciados no Termo de Responsabilidade.

( ) O Termo de Responsabilidade consiste em título representativo de direito

líquido e certo da Fazenda Nacional e tem por finalidade consubstanciar os tributos suspensos no caso de mercadoria importada ao amparo de regimes

aduaneiros especiais, inclusive as efetuadas sob admissão temporária.

( ) O regime de admissão temporária poderá ser concedido com suspensão

total ou parcial dos tributos incidentes na operação.

( ) O regime aduaneiro especial de admissão temporária pode ser aplicado a bens destinados a realização ou participação em eventos de natureza cultural,

artística, científica, comercial e esportiva, para assistência e salvamento, para acondicionamento e transporte de outros bens e para ensaios e testes, com a

suspensão total de tributos.

a) FFVVV

b) FVFVF

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c) FFVFF

d) VFVFV

e) VVFVF

Comentários:

A primeira assertiva está errada. A reexportação ocorre quando

uma mercadoria é importada a título temporário e retorna ao exterior. No

entanto, não se pode dizer que há isenção tributária na reexportação, mas sim uma hipótese de não-incidência do I.E, tendo em vista que a mercadoria não

chegou a ser nacionalizada.

A segunda assertiva está errada. O regime de admissão temporária é o que permite a importação de bens que devam permanecer no País durante

prazo fixado, com suspensão total do pagamento de tributos, ou ainda com suspensão parcial, no caso de utilização econômica. Dessa forma, não se pode

dizer que o regime sempre é concedido com suspensão total de tributos.

A terceira assertiva está correta. É exatamente essa a definição de

Termo de Responsabilidade, o qual é exigível para todos os regimes aduaneiros especiais, à exceção do entreposto aduaneiro e do RECOF.

A quarta assertiva está correta. O regime de admissão temporária

poderá ser concedido com suspensão total ou parcial dos tributos incidentes na importação. A suspensão parcial será concedida quando o bem for utilizado

economicamente.

A quinta assertiva está correta. Todas as hipóteses de

admissibilidade de bens no regime de admissão temporária que foram listadas na assertiva se revestem do caráter de temporariedade, o que é próprio desse

regime.

36. (Analista dos Correios – 2011)- O drawback é um regime

aduaneiro especial por meio do qual um exportador pode importar insumos, com suspensão de tributos aduaneiros, para compor

produtos a serem exportados.

Comentários:

Por meio do drawback suspensão, são importados, com suspensão

tributária, insumos que integram um produto a ser exportado. Questão correta.

37. (Analista dos Correios – 2011)- O drawback isenção permite a

isenção do imposto de importação, do IPI vinculado à importação e do

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ICMS na importação de insumos para repor estoques utilizados em produtos já exportados.

Comentários:

A isenção de ICMS somente se aplica ao drawback suspensão. Questão errada.

38. (Analista dos Correios – 2011)- O drawback integrado permite a

suspensão da incidência da COFINS, do PIS e do IPI na compra de insumos no mercado nacional para a produção de bens destinados à

exportação.

Comentários:

No drawback integrado, fazem jus à desoneração tributária as

compras de insumos no mercado nacional para a produção de bens destinados à exportação. Questão correta.

39. (Analista dos Correios – 2011)- Existem três modalidades de drawback: suspensão, isenção e restituição.

Comentários:

São três as modalidades de drawback: i) drawback suspensão; ii) drawback isenção e; iii) drawback restituição. Questão correta.

40. (BASA – 2009)- O beneficiário do regime aduaneiro especial de

drawback, na modalidade de suspensão, será beneficiado da suspensão dos tributos incidentes, caso a matéria-prima seja

importada e o produto final comercializado no Brasil.

Comentários:

Os benefícios do drawback integrado suspensão somente são

concedidos caso os bens importados ou adquiridos no mercado interno sejam empregados ou consumidos na industrialização de produto a ser exportado. Se

o produto final for comercializado no Brasil, não serão aplicáveis os benefícios do drawback. Questão errada.

41. (BASA – 2009)- Os bens importados sob o regime aduaneiro especial de drawback, na modalidade de isenção, são isentos do

imposto sobre importação, entretanto sofrem a tributação da contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor

Público (PASEP) sobre importação, além da COFINS sobre importação.

Comentários:

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O drawback isenção abrange o I.I, o IPI, o PIS-PASEP-Importação e a COFINS-Importação. Questão errada.

42. (BASA – 2009)- O regime de drawback pode ser concedido nos

casos de importação de coque calcinado de petróleo, entretanto não pode ser concedido na importação de petróleo ou de seus demais

derivados.

Comentários:

O regime de drawback não pode ser concedido às importações de

petróleo e seus derivados, exceto coque calcinado de petróleo e nafta petroquímica. Questão correta.

43. (Petrobrás – 2007 - adaptada)- O regime aduaneiro especial de drawback consiste em incentivo às importações por meio da aplicação

da isenção tributária, da suspensão tributária ou da restituição tributária.

Comentários:

O drawback não é um incentivo às importação, mas sim um incentivo às exportações. Questão errada.

44. (Questão Inédita) Levando-se em consideração as disposições

constantes do Decreto no 6759/2009 e da Portaria SECEX nº 23/2011 sobre o drawback, analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para

as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida,

marque a opção que contenha a seqüência correta:

( ) No regime aduaneiro especial de drawback ocorre o despacho para consumo, ao contrário dos outros regimes aduaneiros especiais, em que se

realiza o despacho para admissão.

( ) O regime de drawback é um regime aduaneiro especial cuja aplicação

envolve a suspensão, a isenção ou a restituição de tributos que incidem sobre a importação de mercadorias empregadas no processamento de produtos

exportados ou a exportar.

( ) Os atos concessórios de drawback poderão ser deferidos, a critério da Secretaria de Comércio Exterior, levando-se em conta a agregação de valor e o

resultado da operação.

( ) As mercadorias admitidas no regime de drawback, na modalidade de

suspensão, deverão ser integralmente utilizadas no processo produtivo ou na embalagem, acondicionamento ou apresentação das mercadorias a serem

exportadas.

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a) FVVF

b) FVFV

c) VVFV

d) VVVV

e) VFVF

Comentários:

A primeira assertiva está correta. Uma mercadoria submetida ao regime aduaneiro especial de drawback é submetida a despacho para

consumo, enquanto as mercadorias submetidas a outros regimes aduaneiros especiais estão sujeitas a despacho para admissão.

A segunda assertiva está correta. O drawback implica na suspensão, isenção ou restituição de tributos incidentes sobre a importação de

mercadorias empregadas no processamento de produtos exportados (nos casos do drawback isenção e do drawback restituição) ou a exportar (no caso

do drawback suspensão).

A terceira assertiva está correta. Na análise do ato concessório de

drawback, a SECEX leva em consideração a agregação de valor e o resultado da operação.

A quarta assertiva está correta. Todas as mercadorias importadas

ao amparo do regime de drawback deverão ser utilizadas no processo produtivo dos bens a serem exportados. Admitir o contrário seria o mesmo que

conceder desoneração tributária sem uma contrapartida em exportações.

45. (Questão Inédita)- Sobre a admissão temporária, assinale a

alternativa errada:

a) O regime aduaneiro especial de admissão temporária é o que permite a importação de bens que devam permanecer no País durante prazo fixado, com

suspensão total do pagamento de tributos, ou com suspensão parcial, no caso de utilização econômica.

b) No regime de admissão temporária para utilização econômica, os bens admitidos estarão sujeitos a recolhimento tributário pela aplicação do

percentual de um por cento, relativamente a cada mês compreendido no prazo de concessão do regime, sobre o montante dos tributos originalmente

devidos.

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c) O regime aduaneiro especial de admissão temporária para aperfeiçoamento ativo é o que permite o ingresso, para permanência temporária no País, com

suspensão do pagamento de tributos, de mercadorias estrangeiras ou desnacionalizadas, destinadas a operações de aperfeiçoamento ativo e

posterior reexportação.

d) Uma das hipóteses de extinção do regime de admissão temporária é a

entrega dos bens à Fazenda Nacional, após o recolhimento dos tributos relativos à nacionalização.

e) A reexportação de bens admitidos temporariamente é uma hipótese de

extinção do regime aduaneiro especial de admissão temporária.

Comentários:

Letra A: correta. Perfeita definição do regime de admissão

temporária!

Letra B: correta. No caso de admissão temporária para utilização econômica, irá incidir o percentual de 1% por mês, sobre o montante dos

tributos devidos no caso de recolhimento integral.

Letra C: correta. Essa é a definição do regime de admissão

temporária para aperfeiçoamento ativo.

Letra D: errada. Na hipótese de entrega dos bens à Fazenda Nacional, não haverá recolhimento tributário relativamente à nacionalização.

Letra E: correta. A reexportação é a forma mais simples de extinção do regime de admissão temporária.

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LISTA DE QUESTÕES Nº 01

1. (AFRFB-2012) Os regimes aduaneiros especiais se distinguem do regime comum pela suspensão ou isenção de tributos incidentes nas operações

de comércio exterior.

2. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) A aplicação dos regimes

aduaneiros especiais está condicionada à informação do pagamento do

adicional ao frete para renovação da marinha mercante - AFRMM, pelo Ministério dos Transportes e a apresentação de certidões negativas quanto ao

pagamento de tributos federais.

3. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) Os regimes aduaneiros

especiais constituem exceção à regra geral do regime aduaneiro comum.

4. (Questão Inédita) No caso de descumprimento dos regimes

aduaneiros especiais, o beneficiário ficará sujeito ao pagamento dos tributos incidentes, com acréscimo de juros de mora e de multa, de mora ou de ofício,

calculados da data do descumprimento do regime, sem prejuízo da aplicação de penalidades específicas.

5. (Questão Inédita) O termo de responsabilidade é o documento no qual são constituídas obrigações fiscais cujo adimplemento fica suspenso sob

condição suspensiva. Trata-se de título representativo de direito líquido e certo da Fazenda Nacional.

6. (Questão Inédita) A exigência do crédito tributário constituído em

Termo de Responsabilidade é precedida de intimação ao responsável para que, no prazo de 10 dias, efetue o recolhimento dos tributos suspensos e das

penalidades cabíveis.

7. (Questão Inédita) A exigência de crédito tributário apurado em

procedimento posterior à apresentação do termo de responsabilidade, em decorrência de aplicação de penalidade ou de ajuste no cálculo de tributo

devido, será formalizada em auto de infração, lavrado por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil.

8. (Questão Inédita) Quando ocorre o descumprimento de regime aduaneiro especial e não é efetuado o pagamento do crédito tributário dentro

do prazo de 30 dias, o beneficiário será objeto de execução administrativa, sem prejuízo de sua responsabilidade penal.

9. (Questão Inédita) O prazo de suspensão do pagamento das obrigações fiscais pela aplicação dos regimes aduaneiros especiais, na

importação, será de até um ano, prorrogável, a juízo da autoridade aduaneira,

por período não superior, no total, a cinco anos

10. (Questão Inédita) A Secretaria da Receita Federal do Brasil fica

autorizada a estabelecer hipóteses em que, na substituição de beneficiário de

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regime aduaneiro suspensivo, o termo inicial para o cálculo de juros e multa de mora relativos aos tributos suspensos passe a ser a data da transferência da

mercadoria.

11. (AFRFB – 2012) O regime de trânsito aduaneiro permite o transporte

de mercadorias, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão de tributos.

12. (ATRFB – 2012) Sem prejuízo de controles especiais determinados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, depende de despacho para

trânsito a remoção de mercadorias de uma área ou recinto para outro, situado na mesma zona primária.

13. (ATRFB – 2012) No caso de transporte multimodal de carga

internacional, na importação ou na exportação, quando o desembaraço não for realizado nos pontos de entrada ou de saída do País, a concessão do Regime

Especial de Trânsito Aduaneiro será considerada válida para todos os percursos no território nacional, independentemente de novas concessões.

14. (ATRFB – 2012) A concessão e a aplicação do Regime Especial de Trânsito Aduaneiro serão requeridas à autoridade aduaneira competente da

unidade de destino.

15. (ATRFB – 2012) O Regime Especial de Trânsito Aduaneiro é o que

permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão do pagamento de tributos.

16. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) Em uma Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA) de entrada, o Operador de Transporte Multimodal

(OTM) poderá ser beneficiário do regime.

17. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) O registro de Declaração

de Trânsito Aduaneiro (DTA) caracteriza o fim da espontaneidade do

beneficiário, relativamente às informações por ele prestadas na declaração.

18. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) A concessão do regime de

especial trânsito aduaneiro é automático para as Declarações de Trânsito Aduaneiro (DTA) cujo canal de conferência sejam verde, no Siscomex Trânsito,

porém, ainda assim, a carga poderá ser submetida à conferência, pela Aduana no destino.

19. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) Um trânsito aduaneiro, seguindo em um caminhão lacrado pela RFB, pode ser interrompido pela Policia

Rodoviária Federal, com o subsequente rompimento dos lacres para averiguação da carga, sem a presença de prepostos da Receita Federal do

Brasil, no caso de indícios de tráfico de drogas.

20. (Questão Inédita) O agente credenciado a efetuar operações de

unitização ou desunitização da carga em recinto alfandegado poderá ser

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beneficiário do regime de trânsito aduaneiro em qualquer de suas modalidades, ressalvado o trânsito de passagem.

21. (Questão Inédita) Ao conceder o regime, a autoridade aduaneira sob cuja jurisdição se encontrar a mercadoria a ser transportada estabelecerá a

rota a ser cumprida; fixará os prazos para execução da operação e para comprovação da chegada da mercadoria ao destino; e adotará as cautelas

julgadas necessárias à segurança fiscal.

22. (Questão Inédita) A autoridade aduaneira não poderá aceitar rota

proposta pelo beneficiário do regime de trânsito aduaneiro quando houver rota legal preestabelecida.

23. (Questão Inédita) O despacho para trânsito completa-se com o

desembaraço aduaneiro.

24. (AFRFB – 2012) O regime de admissão temporária permite a entrada

no País de certas mercadorias, com uma finalidade e por período de tempo determinados, com a suspensão total ou parcial do pagamento de tributos

aduaneiros incidentes na sua importação, com o compromisso de serem reexportadas.

25. (ATRFB – 2012) O Regime Aduaneiro Especial de Admissão Temporária é o que permite a importação de bens que devam permanecer no

País durante prazo fixado, com suspensão total do pagamento de tributos, ou com suspensão parcial, no caso de utilização econômica, na forma e nas

condições estabelecidas na legislação.

26. (ATRFB – 2012) No caso de extinção da aplicação do Regime

Aduaneiro Especial de Admissão Temporária para Utilização Econômica mediante despacho para consumo, os tributos originalmente devidos deverão

ser recolhidos deduzido o montante já pago.

27. (Exame Despachante Aduaneiro - 2012) Na admissão temporária para aperfeiçoamento ativo os bens ingressam com suspensão do pagamento

de tributos e são destinados a operações de industrialização, conserto, reparo ou restauração. Posteriormente serão reexportados.

28. (Exame Despachante Aduaneiro - 2012) Nos regimes aduaneiros especiais em que a destruição de um bem configurar a extinção da aplicação

do regime, o resíduo da destruição, se inservível ou sem valor econômico, deverá ser despachado para consumo, como se estivesse no estado em que foi

importado, sujeitando-se ao pagamento dos tributos correspondentes ou, alternativamente, ser reexportado.

29. (Questão Inédita) O descumprimento do regime aduaneiro especial de admissão temporária gera multa de 5% do valor aduaneiro, sem prejuízo da

exigência dos tributos suspensos no Termo de Responsabilidade.

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30. (Questão Inédita) A autoridade aduaneira poderá indeferir pedido de concessão do regime de admissão temporária, em decisão fundamentada, da

qual caberá recurso, na forma estabelecida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

31. (Questão Inédita) Bens que ingressem no País ao amparo de operações de arrendamento mercantil de caráter financeiro não podem se

submeter ao regime de admissão temporária.

32. (Questão Inédita) O regime de admissão temporária será extinto,

dentre outras hipóteses, pela reexportação, despacho para consumo ou destruição, às expensas do interessado.

33. (Questão Inédita) No caso de admissão temporária para utilização

econômica, o recolhimento tributário será proporcional ao tempo de permanência da mercadoria no território aduaneiro. A proporcionalidade será

obtida pela aplicação do percentual de um por cento, relativamente a cada mês compreendido no prazo de concessão do regime, sobre o montante dos

tributos originalmente devidos.

34. (AFRFB – 2012) O regime aduaneiro especial de drawback objetiva

desonerar de tributos os insumos utilizados na produção de bens destinados à exportação.

35. (ATRFB – 2012) O regime de Drawback não é considerado um incentivo à exportação.

36. (ATRFB – 2012) A concessão do Regime de Drawback na modalidade suspensão é de competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

37. (ATRFB – 2012) A concessão do Regime de Drawback, na modalidade de restituição, é de competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil, e

poderá abranger, total ou parcialmente, os tributos pagos na importação de

mercadoria exportada após beneficiamento, ou utilizada na fabricação, complementação ou acondicionamento de outra exportada.

38. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) No drawback, os bens ficam sujeitos ao pagamento de imposto de importação, IPI, PIS-PASEP e

COFINS pagos proporcionalmente ao prazo de sua permanência no País em relação a sua vida útil. As diferenças entre os tributos recolhidos através desta

proporcionalidade e o total que seria devido no regime comum de importação ficam com o pagamento suspenso e estes valores suspensos ficam consignados

em um Termo de Responsabilidade.

39. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) Assinale a opção abaixo

que corresponde à aplicação de numa modalidade do regime especial de drawback:

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a) transporte de mercadoria do Porto de Santos até Foz do Iguaçu, destinada ao Paraguai, com suspensão de tributos, sob controle fiscal.

b) importação de matéria-prima com isenção para compensar matéria-prima importada anteriormente com tributos pagos e utilizada em produto que foi

exportado, na mesma quantidade e qualidade.

c) chegada do material de uma banda de rock, que ficará no País somente pelo

prazo dos seus shows em São Paulo e no Rio de Janeiro.

d) envio de uma cadeira de dentista para ser exibida em uma feira de

equipamentos odontológicos na Alemanha, devendo retornar ao País, terminada a feira.

e) armazenamento de uma mercadoria importada em consignação, em recinto

alfandegado, pelo prazo de um ano, com suspensão de tributos.

40. (Questão Inédita) O regime de drawback poderá ser concedido para

matéria-prima e outros produtos que, embora não integrando o produto exportado, sejam utilizados na sua fabricação em condições que justifiquem a

concessão.

41. (Questão Inédita) O regime de drawback não será concedido a

importação de petróleo e seus derivados, com exceção da importação de coque calcinado de petróleo e nafta petroquímica

42. (Questão Inédita) O prazo de vigência do regime será de 2 (dois) anos, admitida uma única prorrogação, por igual período.

43. (Questão Inédita) Os atos concessórios de drawback poderão ser deferidos, a critério da Secretaria de Comércio Exterior, levando-se em conta a

agregação de valor e o resultado da operação.

44. (Questão Inédita) No drawback restituição, a restituição do valor

correspondente aos tributos poderá ser feita mediante crédito fiscal, a ser

utilizado em qualquer importação posterior.

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LISTA DE QUESTÕES Nº 02

1. (ACE-2008)-Os regimes aduaneiros são classificados como comum e especiais. Os regimes aduaneiros especiais distinguem-se do

regime aduaneiro comum por contemplarem, sob formas diversas, a entrada e a saída de mercadorias do território nacional com isenção ou

suspensão dos direitos aduaneiros aplicáveis.

2. (AFRF-2002.2-adaptada) No regime aduaneiro especial de

admissão temporária:

a) os impostos e penalidades pecuniárias previstos para a hipótese de descumprimento das normas que disciplinam o regime serão consubstanciados

em Termo de Responsabilidade.

b) a parcela dos impostos devida na importação, suspensa em decorrência da

aplicação do regime, será garantida em Termo de Responsabilidade e apurada mediante procedimento fiscal administrativo em que se assegure o

contraditório e ampla defesa, no caso de inadimplência do beneficiário do regime.

c) a parcela das penalidades pecuniárias e de outros acréscimos legais devida pelo descumprimento das condições do regime será, após quantificada, objeto

de execução administrativa juntamente com os impostos devidos constantes do Termo de Responsabilidade, se não houver recolhimento nos 30 (trinta)

dias subseqüentes à ciência da notificação fiscal.

d) a parcela dos impostos devida na importação, suspensa em decorrência da aplicação do regime, será consubstanciada em Termo de Responsabilidade,

garantido por fiança ou seguro aduaneiro, que, no caso de descumprimento das condições do regime concedido, será encaminhado à Procuradoria da

Fazenda Nacional para inscrição na Dívida Ativa se não comprovado o

pagamento no prazo estabelecido e a parcela relativa às penalidades pecuniárias e ajuste de cálculo de tributos devidos será exigida através da

lavratura do auto de infração regularmente notificado ao contribuinte.

e) a parcela relativa às penalidades pecuniárias decorrentes do descumprimento da obrigação tributária principal cuja alíquota prevista para o

bem objeto do regime figurar na Tarifa Externa Comum igual a “zero” será calculada aplicando-se o percentual correspondente ao produto de maior

alíquota da posição respectiva na TEC e encaminhada à Procuradoria da Fazenda Nacional para o fim de cobrança judicial do título, no caso de

inadimplemento do regime.

3. (AFRF-2000) É válida a afirmação de que os regimes aduaneiros

especiais:

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a) caracterizam-se pela não-incidência dos tributos no período de sua vigência, considerando-se ocorrido o fato gerador dos tributos somente a partir do

inadimplemento das condições que embasaram a sua concessão

b) são destinados precipuamente a incrementar a arrecadação tributária federal e estadual decorrente das atividades incentivadas pela sua aplicação,

sendo exigidos os tributos se houver o descumprimento dos prazos e condições

para sua vigência e a partir da ocorrência desse descumprimento.

c) caracterizam-se como um ato ou negócio jurídico sob condição resolutiva, em que o fato gerador dos tributos considera-se ocorrido e existentes os seus

efeitos desde o momento da prática do ato concessivo, sendo exigíveis os tributos retroativamente na hipótese de inadimplemento.

d) tendo em vista que os tributos têm sua exigibilidade suspensa no momento de sua concessão, caracterizam-se como um ato ou negócio jurídico sob

condição suspensiva, em que o fato gerador considera-se ocorrido e existentes os seus efeitos a partir de seu implemento.

e) são marcadamente econômicos e impedem a ocorrência do fato gerador dos

tributos incidentes sobre as mercadorias a eles submetidas, que somente ocorrerá na hipótese de inadimplemento das condições impostas à concessão, a partir do qual incidirão os tributos. 9

4. (AFTN-1994) – Os regimes aduaneiros especiais em relação ao regime aduaneiro geral caracterizam-se pela:

a) sujeição da mercadoria a eles submetidas a procedimentos especiais no despacho aduaneiro relativamente às obrigações tributárias acessórias.

b) suspensão do pagamento do crédito decorrente das obrigações fiscais até o

implemento de condição imposta pelo interesse da economia nacional.

c) não constituição do crédito tributário relativo às mercadorias a eles submetidas no momento do despacho aduaneiro.

d) postergação do cumprimento das obrigações acessórias tendo em vista a relevância econômica para o país das mercadorias a eles submetidas.

9 Caro (a) amigo (a), perceba que essa questão foi elaborada pela ESAF partindo do

pressuposto de que ocorre o fato gerador dos tributos incidentes sobre a importação na

admissão de bens em regimes aduaneiros especiais. Esse entendimento não é consenso entre

autores, de forma que é necessário que o candidato analise esse tipo de questão com cautela,

com o intuito de desvendar o posicionamento adotado pela banca examinadora. Nesse sentido,

lembro que, no concurso de Auditor Fiscal RFB 2009, a ESAF adotou posicionamento diverso,

afirmando que o ingresso de bens em regime de admissão temporária não era fato gerador do

I.I.

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e) não-incidência ou exoneração do imposto de importação relativamente às mercadorias a eles submetidas.

5. (TTN-1997) A passagem pelo território aduaneiro, de mercadoria

procedente do exterior e a ele destinada, constitui modalidade de operação de trânsito aduaneiro:

a) cujo local de origem deverá ser um depósito especial alfandegado

b) dispensada das demais cautelas fiscais além da garantia por termo de responsabilidade.

c) conduzida sob controle aduaneiro, admitida, no entanto, a simplificação do despacho de trânsito.

d) só poderá ser aplicada à mercadoria declarada para trânsito no

conhecimento de carga correspondente ou no manifesto ou documento equivalente do veículo que a transportou até o local de origem do trânsito

e) somente será permitida em veículo munido de compartimento fechado ou em contêiner, lacrados e declaração expressa do representante no País, do

importador ou exportador domiciliado no exterior que se responsabiliza pelos tributos suspensos.

6. (AFRF-2002.1) Ultimada a conferência (para o trânsito

aduaneiro), serão adotadas cautelas fiscais visando impedir a violação dos volumes, recipientes e, se for o caso, do veículo transportador.

(art.268 do Regulamento Aduaneiro). Em face do enunciado, assinale a

opção correta.

a) São cautelas fiscais, entre outras: a lacração, a colocação de placas luminosas no veículo; a designação de condutor credenciado pela Receita

Federal.

b) São cautelas fiscais, entre outras: a lacração, a cintagem e a estufagem de

volumes.

c) São cautelas fiscais, entre outras: a lacração, a sinetagem e a etiquetagem dos volumes.

d) São cautelas fiscais, entre outras: a lacração, o cintamento e o

acondicionamento nos pallets.

e) São cautelas fiscais, entre outras: a lacração, a designação de condutor

credenciado pela Receita Federal e a condição do veículo ser de bandeira brasileira.

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7. (AFRF-2002.2) Determinada mercadoria, acondicionada em um contêiner estrangeiro, chega ao Porto de Santos procedente da Zona

Franca de Colônia (Uruguai), para ser destinada a uma Estação Aduaneira Interior (EADI) em Campinas (SP) em regime de entreposto

aduaneiro, em consignação. O regime aduaneiro aplicável à mercadoria e ao contêiner pela autoridade aduaneira no Porto de

Santos será o de:

a) trânsito aduaneiro para a mercadoria e para o contêiner.

b) trânsito aduaneiro para o contêiner e admissão temporária para a

mercadoria até a chegada na EADI.

c) admissão temporária para o contêiner e trânsito aduaneiro para a

mercadoria.

d) entreposto aduaneiro para a mercadoria e trânsito aduaneiro para o contêiner.

e) entreposto aduaneiro para a mercadoria e admissão temporária para o

contêiner.

8. (AFRF-2003) A admissão temporária é o regime aduaneiro no

qual uma mercadoria:

a) ingressa no território aduaneiro de um país, com suspensão dos direitos aduaneiros, desde que torne a sair deste mesmo território dentro de um prazo

determinado.

b) usufrui de isenção de quaisquer impostos enquanto permanecer no território

aduaneiro até ser reexportada.

c) tendo sido importada, é, em seguida, reexportada, com isenção dos impostos incidentes sobre essa operação, desde que a mesma ocorra em prazo

igual ou inferior a noventa dias.

d) ingressa no território aduaneiro para efeitos de agregação de valor, devendo

necessariamente ser incorporada a terceiros produtos destinados exclusivamente à exportação.

e) ingressa no território aduaneiro de um país, com amparo em um contrato

internacional de compra e venda, com suspensão dos tributos incidentes sobre

a importação.

9. (TTN-1997) São condições cumulativas para a concessão do regime de admissão temporária:

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a) o caráter de temporariedade, a inexistência de cobertura cambial e a adequação à finalidade da importação.

b) a temporariedade de sua permanência no País, o despacho aduaneiro de

importação para consumo e a identificação dos bens.

c) a permanência temporária dos bens no País, a utilização dos bens dentro do

prazo fixado e nos fins previstos e a garantia dos tributos através de termo de responsabilidade.

d) o caráter de temporariedade, a conferência prévia e o desembaraço

aduaneiro.

e) o caráter de temporariedade, o despacho para consumo e a existência de

cobertura cambial.

10. (AFTN-1996) No Brasil, o regime de admissão temporária permite a(o):

a) Introdução de bens no país com suspensão da exigibilidade dos tributos e prazo de permanência pré-fixado, após o qual os mesmos deverão ser

reexportados.

b) Transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro, com isenção tributária.

c) Depósito de bens em local determinado, com suspensão dos tributos.

d) Exportação de mercadorias destinadas a feiras, competições esportivas ou exposições no exterior com suspensão dos tributos.

e) Importação, com a suspensão dos tributos, de matérias-primas e insumos a serem empregados na produção de bens exportáveis.

11. (TTN-1998-adaptada) No regime aduaneiro especial de admissão

temporária concedido a pessoa jurídica de direito privado, com sede no País, de reconhecida capacidade econômica e notória idoneidade, o

prazo de vigência do regime será contado da data:

a) de registro da declaração de importação no SISCOMEX e as obrigações

fiscais serão constituídas por termo de responsabilidade garantido por caução de títulos da dívida pública federal

b) do desembaraço aduaneiro, devendo ser exigida garantia das obrigações

fiscais constituídas em termo de responsabilidade, ressalvados os casos de expressa dispensa, estabelecidos em ato normativo da SRFB.

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c) do desembaraço aduaneiro, devendo exigir-se para garantia do cumprimento das obrigações constituídas em termo de responsabilidade,

depósito em dinheiro, caução de títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, ou fiança idônea.

d) da conferência aduaneira para admissão ao regime, podendo ser dispensada

a garantia para cumprimento das obrigações constituídas em termo de

responsabilidade.

e) do registro da declaração de importação, podendo, porém, ser dispensada a garantia do cumprimento das obrigações constituídas em termo de

responsabilidade.

12. (TTN-1998) Uma empresa no País necessitava importar aparelhos

novos para teste ou controle a serem utilizados em seus equipamentos e válvulas produzidos, visando cumprir um contrato de fornecimento

por um período de um ano. Sua coligada no exterior se propõe a doar tais aparelhos, o que reduziria os custos da operação, pois ela seria

conduzida sem cobertura cambial. A importação acima:

a) poderá ser em regime aduaneiro especial de admissão temporária, porque os aparelhos para teste ou controle deverão ser usados apenas no período de

um ano, prazo esse da vigência do contrato de fornecimento da produção objeto de testes ou controle de qualidade.

b) poderá ser em regime aduaneiro especial de admissão temporária, desde que os aparelhos para teste ou controle sejam adequados à finalidade para a

qual foram importados.

c) deverá ser em regime comum de importação, porque não pode ser concedido o regime de admissão temporária à importação de bens doados.

d) poderá ser em regime de admissão temporária, desde que atendidas as seguintes condições básicas: constituição das obrigações fiscais em termo de

responsabilidade, utilização dos bens dentro do prazo fixado e exclusivamente nos fins previstos e identificação dos bens.

e) poderá ser em regime aduaneiro especial de admissão temporária, porque

tal regime se aplica aos aparelhos para teste ou controle e a importação é sem

cobertura cambial.

13. (AFRF-2002.1) A entrada no território aduaneiro de bens objeto de arrendamento mercantil de caráter financeiro contratado com

entidades arrendadoras domiciliadas no exterior, não se confunde com o regime de admissão temporária e se sujeitará a todas as normas

legais que regem a importação. Em face do enunciado, assinale a opção correta.

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a) É proibida importação de bens objeto de arrendamento mercantil de caráter financeiro.

b) Importações de arrendamento mercantil de caráter financeiro não são

admissões temporárias e devem ser tratadas como importações comuns.

c) A regra não se aplica aos arrendamentos mercantis de caráter financeiro e

sim a operações de factoring.

d) O arrendamento mercantil de caráter financeiro não se enquadra na regra por não estar, ali, expressamente citado.

e) O leasing não se confunde com o arrendamento mercantil de caráter financeiro e, portanto, não se enquadra na regra.

14. (AFRF-2002.1) O regime de admissão temporária implica

a) a reexportação da mercadoria com isenção dos impostos que incidem sobre as exportações.

b) a internalização da mercadoria no território aduaneiro para consumo

interno, sem o recolhimento dos tributos que incidem sobre as importações.

c) a suspensão dos tributos que incidem sobre a importação, desde que o bem

importado permaneça no território aduaneiro por tempo determinado e seja, ao final do mesmo, remetido ao exterior sem sofrer modificações que lhe

confiram nova individualidade.

d) o transporte de um bem importado, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro para internalização em caráter definitivo.

e) a importação de mercadoria com isenção de impostos objetivando a reposição de estoques.

15. (AFTN-1994)-Determinada empresa adquiriu mediante

financiamento do exportador estrangeiro diversos moldes usados, a serem utilizados, durante um período determinado, na fabricação de

um equipamento a ser exportado em razão de ter vencido uma concorrência internacional. Requereu a concessão do regime

aduaneiro especial de admissão temporária para os moldes. A autoridade aduaneira indeferiu o pedido porque:

a) a fiscalização constatou que os moldes não eram novos e a legislação proíbe a importação de material usado.

b) o regime não contempla a importação de moldes especificamente para a

produção industrial.

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c) os bens foram importados com cobertura cambial.

d) ela, dentro de seu poder discricionário, pode deferir ou indeferir a concessão do regime, sem necessidade de motivar a decisão.

e) o pagamento dos bens não foi feito à vista.

16. (AFRF-2002.2) Considerando que o regime especial de drawback em uma de suas modalidades é suspensivo de tributação, identifique

nas opções abaixo aquela que corresponde ao despacho aduaneiro a ele aplicável na importação:

a) Despacho de admissão ao regime (DA).

b) Despacho de trânsito aduaneiro conjugado com despacho de admissão (DTA/DA).

c) Despacho antecipado de importação em drawback (DAI-DRAWBACK).

d) Ato concessório do drawback (AC).

e) Despacho de importação para consumo (DI).

17. (AFRF-2002.2) Os regimes aduaneiros especiais típicos se

diferenciam do regime aduaneiro geral ou comum, caracterizam- se por serem em regra regimes econômicos ou suspensivos, enfatizam a

geração de divisas e de empregos, são aplicados em regra às mercadorias não nacionalizadas, e sua admissão ao regime não se

processa através de um despacho aduaneiro de importação para consumo, exceto, neste caso, o regime de:

a) drawback.

b) entreposto industrial.

c) entreposto aduaneiro.

d) admissão temporária com pagamento proporcional dos tributos.

e) admissão temporária para aperfeiçoamento ativo.

18. (AFRF-2003) O financiamento concedido por instituição financeira internacional do qual o Brasil participe ou pelo Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, com recursos captados no exterior destinados à fabricação, no País, de máquinas e

equipamentos a serem fornecidos no mercado interno, em decorrência de licitação internacional, tem por objetivo prover recursos financeiros

para:

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a) importação em regime de admissão temporária para beneficiamento ativo e pagamento de mão-de-obra local, de máquinas a serem fornecidas a empresa

nacional de “leasing operacional” e posterior reexportação para prestação de serviços no exterior.

b) aquisição de máquinas e equipamentos nacionais destinados à fabricação do

produto final a ser fornecido no mercado interno, nas condições descritas no

texto desta questão.

c) aquisição de matérias-primas e produtos intermediários no mercado local e pagamento de mão-de-obra, necessários à fabricação de máquinas e

equipamentos a serem fornecidos internamente nas condições descritas no texto acima.

d) importação sob regime de drawback – suspensão, de matérias-primas, produtos intermediários, componentes e custos de mão- de-obra local,

necessários à fabricação no País de máquinas e equipamentos a serem fornecidos internamente nas condições descritas no texto acima.

e) importação sob o regime de drawback – suspensão, de matérias-primas,

produtos semi-elaborados ou acabados empregados na fabricação de bens destinados à pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural, a serem

fornecidos a empresas nacionais contratantes desses serviços.

19. (ACE-1998-adaptada) - A concessão do Regime de Drawback é

atribuição do (da)

a) SRF-Secretaria da Receita Federal

b) SECEX-Secretaria de Comércio Exterior

c) BACEN-Banco Central

d) SPI-Secretaria de Política Industrial do MICT

e) CMN-Conselho Monetário Nacional

20. (ACE-1998) O drawback é modalidade de incentivo fiscal que

a) incide sobre importações de matérias-primas destinadas à fabricação de

produtos para consumo doméstico

b) incide sobre bens de fabricação nacional

c) envolve a suspensão, ou isenção de impostos para a importação de insumos

destinados à fabricação de bens exportáveis.

d) abate o Imposto de Renda do lucro decorrente da exportação

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e) foi introduzida com o SISCOMEX

21. (ACE-2002-adaptada) Sobre o drawback, é correto afirmar-se que:

a) é um regime aduaneiro especial no qual outorga- se benefício fiscal a empresas exportadoras, isentando-as do pagamento dos tributos que incidem

sobre a produção e a circulação de mercadorias a serem exportadas.

b) trata-se de um regime aduaneiro especial cuja aplicação envolve a suspensão, a isenção ou a restituição de tributos que incidem sobre a

importação de mercadorias empregadas no processamento de produtos a serem exportados.

c) é uma forma de incentivo às exportações que prevê a restituição do Imposto de Importação cobrado pela importação de insumos empregados na produção

de um bem exportável.

d) trata-se de um regime aduaneiro especial no qual mercadorias a serem reexportadas ingressam no País, com suspensão de tributos, nele

permanecendo, por tempo determinado.

e) é um benefício fiscal concedido quando do retorno de uma mercadoria que

tenha sido exportada temporariamente e que consiste na redução das alíquotas dos tributos que incidem sobre a importação.

22. (AFRF-2000-adaptado) O regime aduaneiro especial de drawback

integrado, modalidade isenção, pode ser concedido nas seguintes

operações especiais de drawback:

a) intermediário e para embarcação.

b) solidário, genérico e, "verde-amarelo"

c) genérico, sem cobertura cambial e, para fornecimento no mercado interno.

d) sem cobertura cambial, com Acordo da Participação com a Indústria

Nacional homologado pelo DECEX e decorrente de licitação internacional.

e) para fabricação de bem de capital de longo ciclo de fabricação, fornecimento

de bens para empresas industriais exportadoras e industrialização por encomenda de produtos objeto de leasing operacional

23. (AFRF-2000) Aos produtos importados sem cobertura cambial

destinados a seu próprio beneficiamento, montagem, acondicionamento ou recondicionamento em que o interessado deve

apresentar descrição detalhada do processo industrial a ser realizado e

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a quantificação e qualificação dos produtos reexportados resultantes da industrialização, aplica- se o regime aduaneiro especial de:

a) entreposto industrial aplicado aos produtos não-nacionalizados

b) admissão temporária

c) drawback sem cobertura cambial

d) entreposto industrial sob controle informatizado (RECOF), aplicado aos

produtos nacionalizados.

e) entreposto aduaneiro habilitado às operações de industrialização.

24. (Analista dos Correios – 2011)- O despacho aduaneiro de importação ocorre sob as modalidades de despacho para consumo,

admissão e internação, sendo a modalidade definida de acordo com o

tipo de regime aduaneiro aplicado à mercadoria em questão.

25. (AFRF-2003) O regime de admissão temporária aplica-se a bens

adequados à finalidade prevista, importados sem cobertura cambial e com suspensão dos tributos, ou mediante pagamento proporcional dos

tributos e cobertura cambial, se os bens forem destinados a utilização econômica.

26. (AFRF-2000) O regime aduaneiro aplicável em regra no despacho aduaneiro de importação de mercadoria nacionalizada, dentro de

noventa dias da descarga na zona primária, caracteriza-se como:

a) regime aduaneiro simplificado

b) regime aduaneiro atípico

c) regime aduaneiro especial

d) regime aduaneiro comum

e) regime aduaneiro impositivo

27. (TTN-1997) A suspensão do pagamento dos tributos exigíveis na

importação de mercadoria a ser exportada após beneficiamento ou destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento de

outra a ser exportada é inerente ao:

a) entreposto aduaneiro de exportação

b) regime de beneficiamento ativo

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c) regime de aperfeiçoamento passivo

d) regime de processamento de exportações

e) regime de drawback

28. (TTN-1998) No regime especial de drawback, no caso de

inadimplemento do compromisso de exportar, as mercadorias que, em seu todo ou em parte, deixem de ser empregadas no processo

produtivo de bens, no prazo de 30 (trinta) dias da expiração do prazo para exportar:

a) deverão ser obrigatoriamente devolvidas ao exterior ou reexportadas.

b) poderão ser à opção do beneficiário destinadas para consumo interno, destruídas, devolvidas ao exterior ou reexportadas.

c) deverão ter obrigatória e exclusivamente o débito correspondente liquidado pelo beneficiário, com os acréscimos legais devidos.

d) poderão ser transferidas para outro regime aduaneiro especial ou atípico,

desde que observadas as condições e os requisitos próprios do novo regime

e) deverão ser obrigatoriamente destruídas sob controle aduaneiro, às

expensas do interessado.

29. (AFTN-1994) – O regime aduaneiro especial de drawback na modalidade isenção beneficia mercadoria:

a) com ou sem similar nacional, importada em quantidade equivalente à utilizada no beneficiamento, fabricação, complementação ou acondicionamento

de produto já exportado.

b) importada sem cobertura cambial e em quantidade equivalente à utilizada na complementação ou acondicionamento de outra exportada.

c) sem similar nacional, importada com cobertura cambial e em quantidade

equivalente à utilizada no beneficiamento, fabricação ou acondicionamento de

produto exportado.

d) a ser exportada após beneficiamento, ou destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento de outra a ser exportada.

e) a ser exportada após beneficiamento ou destinada à fabricação ou

acondicionamento de outra a ser exportada constante de programa específico

de exportação aprovado pelo Governo.

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30. (ACE-2008) O drawback é a modalidade de regime aduaneiro especial que se aplica às mercadorias que ingressam no território do

país por tempo determinado e que são destinadas à realização de eventos artísticos, científicos e culturais, envolvendo, em tal caso, a

suspensão total dos tributos exigíveis.

31. (Questão Inédita) - Os regimes aduaneiros especiais são

mecanismos criados com a finalidade de permitir a importação de bens estrangeiros ou a exportação de bens nacionais com suspensão ou

isenção tributária. A utilização dos regimes aduaneiros especiais tem vários objetivos além da desoneração tributária, provocando outros

efeitos importantes sobre a atividade econômica. Levando-se em

consideração as disposições da legislação aduaneira, analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F)

para as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta:

( ) As obrigações fiscais suspensas pela aplicação dos regimes aduaneiros especiais serão constituídas em termo de responsabilidade firmado pelo beneficiário do regime.

( ) Não poderá ser autorizada a transferência de mercadoria admitida em um regime aduaneiro especial ou aplicado em área especial para outro.

( ) O prazo de suspensão do pagamento das obrigações fiscais pela aplicação

dos regimes aduaneiros especiais, na importação, será de, no máximo, um ano.

( ) No caso de descumprimento dos regimes aduaneiros especiais de que trata este Título, o beneficiário ficará sujeito ao pagamento dos tributos incidentes,

com acréscimo de juros de mora e de multa, de mora ou de ofício, calculados da data do registro da declaração de admissão no regime ou do registro de

exportação, sem prejuízo da aplicação de penalidades específicas.

a) VFVV

b) VFVF

c) VFFV

d) FVFF

e) FFVV

32. (Petrobrás – 2007 - adaptada)- O regime de trânsito aduaneiro pode ser aplicado à passagem pelo território nacional de mercadoria

procedente do exterior e destinada a um país do MERCOSUL.

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33. (Questão Inédita) Levando-se em consideração as disposições constantes do Decreto no 6759/2009 sobre o trânsito aduaneiro,

analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a opção

que contenha a seqüência correta:

( ) O trânsito aduaneiro é o regime aduaneiro especial em que se permite o

transporte de mercadoria de um ponto a outro do território nacional com suspensão tributária. Uma das modalidades de trânsito aduaneiro é o trânsito

de exportação, em que uma mercadoria procedente do exterior é transportada do ponto de descarga no território aduaneiro até o porto seco onde ocorrerá

outro despacho.

( ) Em operações de trânsito aduaneiro, o transporte de mercadorias será, em regra, efetuado por empresas transportadoras previamente habilitadas pela

Receita Federal do Brasil.

( ) A passagem pelo território aduaneiro, de mercadoria procedente do exterior

e a ele destinada, constitui modalidade de trânsito aduaneiro que somente poderá ser concedida à mercadoria declarada para trânsito no conhecimento

de carga correspondente ou no manifesto ou documento equivalente do veículo que o transportou até o local de origem do trânsito.

( ) O regime especial de trânsito aduaneiro é o que permite o transporte de

mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território

aduaneiro, com suspensão do pagamento de tributos.

a) VVFF

b) FFVV

c) VFVF

d) FVVV

e) FVFV

34. (TRF-2002.2)- Avalie a correção das afirmações abaixo. Atribua a letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, marque a

opção que contenha a seqüência correta. Extingue(m) o regime aduaneiro de admissão temporária:

( ) despacho para consumo promovido por terceiro autorizado a nacionalizar os bens na vigência do regime.

( ) a reexportação, ainda que realizada fora do prazo.

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( ) a exportação de produto equivalente ao produto nacional exportado definitivamente e que tenha retornado ao País para reparo ou substituição em

virtude de defeito técnico que exija sua devolução.

a) V, V, V

b) F, V, F

c) F, V, V

d) F, F, F

e) V, F, V

35. (Questão Inédita) Levando-se em consideração as disposições constantes do Decreto no 6759/2009 sobre a admissão temporária,

analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas

verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta:

( ) O regime de admissão temporária implica a reexportação da mercadoria com isenção dos impostos que incidem sobre as exportações.

( ) O regime aduaneiro especial de admissão temporária é o que permite a

importação de bens que devam permanecer no País durante prazo fixado, sempre com suspensão total do pagamento de tributos, os quais ficam

consubstanciados no Termo de Responsabilidade.

( ) O Termo de Responsabilidade consiste em título representativo de direito líquido e certo da Fazenda Nacional e tem por finalidade consubstanciar os

tributos suspensos no caso de mercadoria importada ao amparo de regimes aduaneiros especiais, inclusive as efetuadas sob admissão temporária.

( ) O regime de admissão temporária poderá ser concedido com suspensão total ou parcial dos tributos incidentes na operação.

( ) O regime aduaneiro especial de admissão temporária pode ser aplicado a

bens destinados a realização ou participação em eventos de natureza cultural, artística, científica, comercial e esportiva, para assistência e salvamento, para

acondicionamento e transporte de outros bens e para ensaios e testes, com a suspensão total de tributos.

a) FFVVV

b) FVFVF

c) FFVFF

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d) VFVFV

e) VVFVF

36. (Analista dos Correios – 2011)- O drawback é um regime

aduaneiro especial por meio do qual um exportador pode importar insumos, com suspensão de tributos aduaneiros, para compor

produtos a serem exportados.

37. (Analista dos Correios – 2011)- O drawback isenção permite a

isenção do imposto de importação, do IPI vinculado à importação e do ICMS na importação de insumos para repor estoques utilizados em

produtos já exportados.

38. (Analista dos Correios – 2011)- O drawback integrado permite a

suspensão da incidência da COFINS, do PIS e do IPI na compra de insumos no mercado nacional para a produção de bens destinados à

exportação.

39. (Analista dos Correios – 2011)- Existem três modalidades de

drawback: suspensão, isenção e restituição.

40. (BASA – 2009)- O beneficiário do regime aduaneiro especial de drawback, na modalidade de suspensão, será beneficiado da

suspensão dos tributos incidentes, caso a matéria-prima seja importada e o produto final comercializado no Brasil.

41. (BASA – 2009)- Os bens importados sob o regime aduaneiro especial de drawback, na modalidade de isenção, são isentos do

imposto sobre importação, entretanto sofrem a tributação da contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor

Público (PASEP) sobre importação, além da COFINS sobre importação.

42. (BASA – 2009)- O regime de drawback pode ser concedido nos

casos de importação de coque calcinado de petróleo, entretanto não pode ser concedido na importação de petróleo ou de seus demais

derivados.

43. (Petrobrás – 2007 - adaptada)- O regime aduaneiro especial de

drawback consiste em incentivo às importações por meio da aplicação

da isenção tributária, da suspensão tributária ou da restituição tributária.

44. (Questão Inédita) Levando-se em consideração as disposições constantes do Decreto no 6759/2009 e da Portaria SECEX nº 23/2011

sobre o drawback, analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. Em seguida,

marque a opção que contenha a seqüência correta:

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( ) No regime aduaneiro especial de drawback ocorre o despacho para consumo, ao contrário dos outros regimes aduaneiros especiais, em que se

realiza o despacho para admissão.

( ) O regime de drawback é um regime aduaneiro especial cuja aplicação envolve a suspensão, a isenção ou a restituição de tributos que incidem sobre

a importação de mercadorias empregadas no processamento de produtos

exportados ou a exportar.

( ) Os atos concessórios de drawback poderão ser deferidos, a critério da Secretaria de Comércio Exterior, levando-se em conta a agregação de valor e o

resultado da operação.

( ) As mercadorias admitidas no regime de drawback, na modalidade de

suspensão, deverão ser integralmente utilizadas no processo produtivo ou na embalagem, acondicionamento ou apresentação das mercadorias a serem

exportadas.

a) FVVF

b) FVFV

c) VVFV

d) VVVV

e) VFVF

45. (Questão Inédita)- Sobre a admissão temporária, assinale a alternativa errada:

a) O regime aduaneiro especial de admissão temporária é o que permite a importação de bens que devam permanecer no País durante prazo fixado, com

suspensão total do pagamento de tributos, ou com suspensão parcial, no caso de utilização econômica.

b) No regime de admissão temporária para utilização econômica, os bens

admitidos estarão sujeitos a recolhimento tributário pela aplicação do percentual de um por cento, relativamente a cada mês compreendido no prazo

de concessão do regime, sobre o montante dos tributos originalmente devidos.

c) O regime aduaneiro especial de admissão temporária para aperfeiçoamento ativo é o que permite o ingresso, para permanência temporária no País, com

suspensão do pagamento de tributos, de mercadorias estrangeiras ou desnacionalizadas, destinadas a operações de aperfeiçoamento ativo e

posterior reexportação.

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d) Uma das hipóteses de extinção do regime de admissão temporária é a entrega dos bens à Fazenda Nacional, após o recolhimento dos tributos

relativos à nacionalização.

e) A reexportação de bens admitidos temporariamente é uma hipótese de extinção do regime aduaneiro especial de admissão temporária.

GABARITO – LISTA DE QUESTÕES Nº 01

1. C 11. C 21. C 31. C 41. C

2. E 12. E 22. E 32. C 42. E

3. C 13. C 23. C 33. C 43. C

4. E 14. E 24. C 34. C 44. C

5. E 15. C 25. C 35. E

6. E 16. C 26. C 36. E

7. C 17. C 27. C 37. C

8. E 18. C 28. E 38. E

9. C 19. E 29. E 39. Letra B

10. C 20. E 30. C 40. C

GABARITO – LISTA DE QUESTÕES Nº 02

1. Errado 11. Letra B 21. Letra B 31. Letra C 41. Errado

2. Letra D 12. Letra C 22. Letra A 32. Certo 42. Certo

3. Letra C 13. Letra B 23. Letra B 33. Letra D 43. Errado

4. Letra B 14. Letra C 24. Certo 34. Letra A 44. Letra D

5. Letra D 15. Letra C 25. Errado 35. Letra A 45. Letra D

6. Letra C 16. Letra E 26. Letra D 36. Certo

7. Letra C 17. Letra A 27. Letra E 37. Errado

8. Letra A 18. Letra D 28. Letra B 38. Certo

9. Letra A 19. Letra B 29. Letra A 39. Certo

10. Letra A 20. Letra C 30. Errado 40. Errado