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CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 04 5 Organização do Estado. 5.1 Organização político-administrativa. 5.2 Estado federal brasileiro. 5.3 A União. 5.4 Estados federados. 5.5 Municípios. 5.6 O Distrito Federal. 5.7 Territórios 5.8 Intervenção federal. 5.9 Intervenção dos Estados nos Municípios. I. FORMAS DE ESTADO, FORMAS, SISTEMAS E REGIMES DE GOVERNO---- 2 II. ENTES FEDERADOS----------------------------------------------------------------------------------------- 19 III. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS ---------------------------------------------------------------- 33 IV. INTERVENÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------- 70 V. QUESTÕES DA AULA --------------------------------------------------------------------------------------- 86 VI. GABARITO -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 98 VII. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA----------------------------------------------------------------------- 99 Olá futuros Analistas Judiciários do TJDF! Prontos para trabalhar em um dos melhores órgãos da Administração Pública e para o SEU salário de R$ 7.566,41? Na aula de hoje, estudaremos a organização do Estado brasileiro. “Mas Roberto, para que estudamos isso?” Ora, conhecendo a estrutura e o funcionamento do Estado brasileiro, temos condições de saber como se divide e se comporta a máquina estatal, mas também, e principalmente, como funciona o Brasil. Como sempre, faremos muitos exercícios do CESPE para que você treine muito e tenha uma visão de todos os ângulos da matéria: serão 99 exercícios comentados! Isso para que possamos fechar a prova de Direito Constitucional! Ao responder as questões, leia todos os comentários, pois foram feitas várias observações além da mera resolução da questão, ok? Na aula de hoje, teremos APENAS 42 páginas de conteúdo (teoria). O restante das páginas é dividido entre exercícios comentados, MUITOS esquemas e a lista das questões da aula. Dessa forma, apesar de o número de páginas ser elevado, a leitura do material é bastante rápida e agradável! Vamos nessa!

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    Aula 045 Organizao do Estado. 5.1 Organizao poltico-administrativa. 5.2 Estado federal brasileiro. 5.3 A Unio. 5.4 Estados federados. 5.5 Municpios. 5.6 O Distrito Federal. 5.7 Territrios 5.8 Interveno federal. 5.9 Interveno dos Estados nos Municpios.

    I. FORMAS DE ESTADO, FORMAS, SISTEMAS E REGIMES DE GOVERNO---- 2

    II. ENTES FEDERADOS ----------------------------------------------------------------------------------------- 19 III. REPARTIO DE COMPETNCIAS ---------------------------------------------------------------- 33 IV. INTERVENO ------------------------------------------------------------------------------------------------- 70 V. QUESTES DA AULA --------------------------------------------------------------------------------------- 86

    VI. GABARITO -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 98 VII. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA----------------------------------------------------------------------- 99

    Ol futuros Analistas Judicirios do TJDF!

    Prontos para trabalhar em um dos melhores rgos da Administrao Pblica e para o SEU salrio de R$ 7.566,41?

    Na aula de hoje, estudaremos a organizao do Estado brasileiro. Mas Roberto, para que estudamos isso? Ora, conhecendo a estrutura e o funcionamento do Estado brasileiro, temos condies de saber como se divide e se comporta a mquina estatal, mas tambm, e principalmente, como funciona o Brasil.

    Como sempre, faremos muitos exerccios do CESPE para que voc treine muito e tenha uma viso de todos os ngulos da matria: sero 99 exerccioscomentados! Isso para que possamos fechar a prova de Direito Constitucional!

    Ao responder as questes, leia todos os comentrios, pois foram feitas vrias observaes alm da mera resoluo da questo, ok?

    Na aula de hoje, teremos APENAS 42 pginas de contedo (teoria). O restante das pginas dividido entre exerccios comentados, MUITOS esquemas e a lista das questes da aula. Dessa forma, apesar de o nmero de pginas ser elevado, a leitura do material bastante rpida e agradvel!

    Vamos nessa!

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    I. FORMAS DE ESTADO, FORMAS, SISTEMAS E REGIMES DE GOVERNO

    1. FORMAS DE ESTADO

    Os Estados, quanto sua forma, podem ser divididos em federados, confederados e unitrios.

    A. Estado Unitrio

    Os Estados unitrios so aqueles que no possuem descentralizao poltico-administrativa, ou seja, o governo exercido somente pelo governo central.Eles possuem governo nico, conduzido por uma nica entidade poltica, que exerce, de forma centralizada, o poder poltico.

    O Estado unitrio pode ser centralizado, ou seja, todos os atos de governo esto a cabo do governo central, ou descentralizado, ou seja, apesar de haver divises administrativas, as decises polticas so efetivamente tomadas pelo governo central. Assim, em um Estado unitrio descentralizado, existe um governo local, mas ele dependente do governo central, no havendo descentralizao poltica.

    Exemplos de Estados unitrios so o Uruguai e a China.

    B. Estado Federado (Federao)

    Os Estados federados tiveram sua origem em 1787 com a Constituio dos Estados Unidos. Sua principal caracterstica que o Estado Federal possui SOBERANIA, enquanto os entes federados possuem AUTONOMIA. Este o caso do Brasil: a Repblica Federativa do Brasil possui soberania, enquanto os entes federados (como os estados e municpios) possuem autonomia.

    A soberania refere-se ao fato de no existir nenhuma outra entidade superior na ordem externa nem igual na ordem interna, j a autonomia a capacidade de os estados-membros de se autoadministrarem, se auto-organizarem e se autogovernarem. Falaremos sobre elas mais a frente.

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    As principais caractersticas do federalismo so:

    i. Repartio de poderes: deve haver uma diviso do poder para que ele no se concentre nas mos de uma s pessoa. No Brasil, a Constituiotraz, logo no art. 2: So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio.

    ii. Repartio de competncias: as competncias de cada ente federativo (Unio, estados, DF e municpios) devem ser estabelecidas previamente. Dessa forma, cada ente ter suas atribuies e, normalmente, um ente federado no pode adentrar nas atribuies dos outros.

    A repartio de competncias serve tanto para que um ente no interfira indevidamente na atuao de outro, quanto para garantir que no sejam suprimidas as atribuies de um ou de outro ente. Estudaremos as competncias mais a frente.

    iii. Descentralizao poltica: a administrao e o governo de cada ente federado no se submetem vontade dos demais. Assim, cada unidade tem a capacidade de se autogovernar, de eleger os seus representantes e de se autoadministrar, sem a interferncia dos outros entes da federao.

    No confunda a descentralizao poltica com a administrativa, que aquela que cria as fundaes, autarquias, empresas pblicas, etc.

    iv. Auto-organizao dos Estados-Membros: os Estados-Membros possuem o poder-dever de se auto-organizarem e elaborarem sua prpria Constituio Estadual. Observe que os municpios no possuem Constituio. Eles possuem uma lei orgnica, que no tem statusconstitucional.

    v. Entidades autnomas: a autonomia o poder que os entes possuem de agir de forma livre (dentro dos limites constitucionais), ou seja, no h hierarquia entre os entes federados. Isso quer dizer que a Unio no manda nos estados, DF ou municpios, no havendo subordinao entre eles.

    O que existe uma diviso de competncias. Dessa forma, no federalismo brasileiro, as competncias mais importantes foram deixadas

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    a cargo da Unio, por isso, tem-se a impresso de que a Unio manda nos demais entes.

    vi. No cabe direito de secesso: secesso o mesmo que separao. Assim, caso um ente federado queira se separar do Brasil para formar um Estado independente, isso no poder ocorrer. Dessa forma, existem mecanismos na CF que impedem e repelem um comportamento separatista de um ente federado (como a interveno).

    vii. Constituio rgida: a Constituio rgida aquela que admite modificao, mas essa mudana deve seguir um procedimento maisdifcil do que a elaborao das leis comuns. Assim, a Constituio rgida garante uma maior estabilidade na federao, sem engessar a Constituio.

    viii. rgo guardio da Constituio: caro Analista Judicirio do TJDF,quase tudo o que est escrito, em grande parte das vezes, admite interpretaes diferentes. Tomemos como exemplo a Bblia: o contedo de todas as bblias igual (com algumas excees), no entanto, as interpretaes possveis para ela so quase infinitas. Da mesma forma a Constituio. Existem inmeras interpretaes para cada parte do texto constitucional e, para se evitar o caos jurdico, cabe a ltima palavra ao rgo guardio da Constituio. No caso brasileiro: o Supremo Tribunal Federal STF.

    ix. Interveno: para garantir que a CF seja cumprida e que cada ente aja somente dentro de suas atribuies, existe a interveno. Se um ente federado (o estado de Alagoas, por exemplo) est atuando fora de sua competncia e prejudicando o pacto federativo, caber interveno para que a normalidade seja restabelecida e o pacto federativo seja cumprido.

    Em outras palavras: se um ente (estados, DF ou municpios) est atuando fora de suas competncias e desrespeitando a Constituio,poder ocorrer a interveno para que a CF volte a ser cumprida. Assim, a interveno uma forma de controle de constitucionalidade.

    x. rgo representativo dos Estados-Membros na vontade nacional: para garantir que a vontade dos estados seja ouvida quando da atuao do governo nacional, existe um rgo representante desses estados. No caso do Brasil, o Senado Federal. Ateno: no existe um rgo

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    representativo dos municpios na participao da vontade nacional (a Cmara dos Deputados representante do POVO e no dos municpios).

    xi. Repartio de receitas: de nada adiantaria se um ente federado tivesse autonomia, autogoverno e capacidade de se autoadministrar se ele no tiver uma coisa: o dinheiro para bancar suas decises e suas aes. como um filho que sai de casa e continua vivendo com o dinheiro do pai: em ltima instncia, ele se submete vontade de seu genitor. Assim, para garantir que os entes federados tenham a capacidade de fazer valer suas decises, eles precisam de receita prpria(dinheiro), que garantida com a repartio de receitas.

    Caractersticas do federalismo no Brasil

    Alm das j citadas anteriormente, o federalismo brasileiro ainda possui asseguintes caractersticas:

    i. Existem entes federados tpicos (os estados) e os atpicos ou anmalos (o Distrito Federal e os municpios).

    ii. Devido existncia dos municpios, o federalismo brasileiro chamado de federalismo de segundo grau. Como vimos, no existe hierarquia entre Unio, estados, DF e municpios, mas os municpios devem obedecer Constituio do seu Estado (CE), bem como a Constituio Federal (CF).

    iii. Os municpios no participam da vontade nacional, somente os Estados o DF. Enquanto a Cmara dos Deputados formada por representantes do povo, o Senado Federal formado por representantes dos Estados e do DF.

    iv. O federalismo clusula ptrea, de acordo com o art. 60, 4o. Observe o texto da Constituio:

    Art. 60, 4 - No ser objeto de deliberao a proposta de emenda tendente a abolir:

    I - a forma federativa de Estado;

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    II - o voto direto, secreto, universal e peridico;

    III - a separao dos Poderes;

    IV - os direitos e garantias individuais

    v. Os territrios no so entes federados. Eles so uma mera descentralizao da Unio e possuem natureza de autarquia territorial.

    vi. Formao por desagregao. O federalismo brasileiro se deu do centro para fora, ou seja, o poder poltico era concentrado nas mos de um s ente e foi distribudo para os demais.

    O contrrio desse tipo de formao a formao por agregao. Nela, o poder era distribudo entre os entes e estes decidem concentrar uma parcela desse poder nas mos do ente central. Dessa forma, esse tipo de formao ocorre de fora para o centro. Esse foi o processo de formao da federao dos Estados Unidos, por exemplo.

    C. Estado Confederado (Confederao)

    Os Estados confederados so, na verdade, uma unio dissolvel de Estados independentes. Assim, na confederao, os Estados mantm sua soberania epodem se retirar quando bem quiserem (existe o direito de secesso).Nesse tipo de organizao, os Estados no so regidos por uma Constituio(como no federalismo) e sim por um tratado internacional.

    Esquematizando:

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    - Unitrio - Centralizado

    - Descentralizado - Predominam modernamente

    Ex: Uruguai - Apesar da descentralizao, no h

    e China autonomia poltica

    - Origem: EUA 1787

    - Soberania do Estado Federal e autonomia dos entes federados

    - Repartio de poderes

    - Repartio de competncias

    - Descentralizao poltica

    - Federao - Auto-organizao dos Estados membros (CEs)

    - Entidades autnomas no h hierarquia entre elas

    - No cabe direito de secesso

    - Regidos por uma Constituio RGIDA

    - Guardio da Constituio

    - Interveno

    - rgo representativo dos Estados Membros

    - Repartio de receitas

    - Confederao - Unio dissolvel de Estados

    - Regidos por um Tratado Internacional

    - Os Estados so soberanos

    - Cabe direito de secesso

    Formao do Estado Federado - Por agregao - Movimento centrpeto

    - EUA

    - Por desagregao - Movimento centrfugo

    - Brasil

    For

    mas

    de

    Est

    ado

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    Alm das j citadas anteriormente

    Entes federados Tpicos: Unio e estados

    Anmalos: DF e municpios

    Federalismo de 2 grau: municpios

    Territrios NO so entes federativos (natureza jurdica de autarquia territorial)

    Os municpios no participam da vontade nacional somente os Estados e o DF

    - Cmara dos Deputados (povo) e Senado Federal (estados)

    - Municpio no participa da PEC

    clausula ptrea Forma Federativa de Estado

    Voto direto, secreto, universal e peridico

    Separao de poderes

    Direitos e garantias INDIVIDUAIS

    Inexistncia do direito de secesso

    Descentralizao poltica

    Formao por desagregao

    Soberania do Estado Federal

    Autonomia dos entes federados

    Repartio de competncias

    Constituio rgida

    Fiscalizao da autonomia pelo controle de constitucionalidade

    Car

    acte

    rist

    icas

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    rasi

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    2. FORMAS DE GOVERNO

    Primeiramente, a forma, o regime e o sistema de governo adotados pela Constituio Federal so normas de reproduo obrigatria e no podem ser modificados pelos entes federados.

    Existem duas formas de governo: monarquia e repblica. Na repblica, os governantes so eleitos pelo povo, direta ou indiretamente. Alm disso, eles permanecem no poder por um tempo determinado e so representantes do povo. Justamente por precisarem da legitimidade popular erepresentarem o povo, os governantes precisam prestar contas.

    J a monarquia caracterizada pela hereditariedade, ou seja, o rei s rei porque era filho de um rei. E o pai dele s foi rei porque tambm era filho de um rei. E assim sucessivamente. Alm disso, no existe a rotatividade do poder, mas sim a vitaliciedade. Dessa forma, os governantes permanecero no poder at o fim de suas vidas. Outra caracterstica da monarquia que seus governantes no representam o povo, mas sim a linhagem real, dessa forma, no existe o dever do governante de prestar contas perante o povo.

    3. SISTEMAS DE GOVERNO

    Quanto ao sistema de governo, os governos podem ser presidencialistas ou parlamentaristas. O presidencialismo tem como caracterstica marcante a independncia entre os poderes e a rgida relao entre eles. Outra caracterstica do presidencialismo que sua chefia monocrtica e os mandatos so exercidos por prazo determinado. Assim, o Presidente da Repblica governa sozinho e possui responsabilidade perante o povo.

    J no parlamentarismo, existe uma cooperao muito maior entre os poderes Legislativo e Executivo. Assim, a chefia do governo dual. como se o Executivo governasse em conjunto com o Legislativo. Dessa forma, o mandato do chefe de governo possui tempo indeterminado e aresponsabilidade do governo perante o Parlamento, e no perante o povo.

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    4. REGIMES DE GOVERNO

    Quanto ao seu regime, um governo pode ser classificado em democrtico ou autocrtico. O governo autocrtico aquele onde o destinatrio das polticas pblicas (povo) no participa de sua elaborao.

    J o governo democrtico aquele em que o destinatrio das polticas pblicas (o povo) participa de sua elaborao. A democracia se divide ainda em:

    a) Direta: onde o povo participa diretamente, ou seja, o prprio povo elabora as polticas pblicas. Esse tipo de democracia tpica da Grcia antiga e invivel nos dias de hoje (imagine s 180 milhes de brasileiros mandando emails para se discutir como ser a atuao do governo na sade!).

    b) Indireta: onde o povo elege os representantes e estes elaboram as polticas pblicas.

    c) Semidireta ou participativa: um misto da democracia direta e da indireta. Nela, o povo elege os representantes e estes elaboram as polticas pblicas. Complementarmente, existem mecanismos para que o povo tambm participe dessa elaborao. Assim, a regra participao indireta, combinada com alguns meios de exerccio direto do povo. Esse o modelo adotado pelo Brasil.

    Confira o art. 1 pargrafo nico da CF: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituio.

    No art. 14, a CF diz como que o povo exercer diretamente o poder:

    Esquematizando:

    Sufrgio universal Voto direto, secreto e igualitrio Plebiscito Referendo Iniciativa popular de lei

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    - Repblica - Eletividade - Direta- Indireta

    - Temporalidade no exerccio do poderFormas de Governo - Necessidade de legitimidade popular

    - Representatividade popular- Dever do governante de prestar contas

    - Monarquia - Hereditariedade- Vitaliciedade- No representatividade popular- Representa uma linhagem- Ausncia de prestao de contas pelo governante

    - Presidencialismo - Independncia entre os poderes / relaes rgidas- Chefia monocrtica

    Sistemas de - Mandato por prazo certoGoverno - Responsabilidade do governo perante o povo

    - Parlamentarismo - Cooperao entre os poderes (Legislativo e Executivo)- Chefia dual- Mandato por prazo indeterminado - Responsabilidade do governo perante o Parlamento

    Regimes de Autocracia - o destinatrio da poltica governamental no participa de sua Governo elaborao

    Democracia - O destinatrio da poltica governamental participa de sua elaborao Direta Indireta ou representativa Semidireta ou participativa (BRASIL- art. 10, par nico)

    Lembre-se:x Forma de Estado: FEDERAOx Forma de Governo: Repblicax Sistema de Governo: Presidencialismox Regime de Governo (ou Regime Poltico): Democracia.

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    5. MECANISMOS DE PROTEO DA FEDERAO NA CF88

    Como vimos, a federao foi elevada clusula ptrea pela Constituioptria. Muito j se discutiu sobre a possibilidade de mudana, ampliao ou reduo das clusulas ptreas. Hoje, o entendimento dominante que as clusulas ptreas podem ser modificadas. Isso significa que elas podem ser ampliadas e at mesmo reduzidas, desde que devidamente. Um exemplo de reduo devida o caso de um confronto entre um direito individual com outro. Deve-se buscar a interpretao mais equilibrada e que preserve os dois direitos

    Exemplificando: caso haja o confronto entre o direito de liberdade de expresso de uma pessoa com o direito de intimidade de outra pessoa, deve-se buscar a interpretao que preserve os dois direitos. Assim, um deles pode ser reduzido e o outro ampliado, desde que se busque o equilbrio entre eles.

    ATENO: as clusulas ptreas NO PODEM SER ABOLIDAS, SUPRIMIDAS OU INDEVIDAMENTE REDUZIDAS.

    Alm da elevao do federalismo clusula ptrea, a CF88 ainda prev alguns mecanismos de proteo ao pacto federativo:

    i. Repartio de competncias: quando se tem as atribuies de cada ente federado explcitas na CF, fica mais fcil evitar que um ente invada a competncia de outro. Da mesma forma, evita-se que haja modificaes das competncias a ponto de se descaracterizar o pacto federativo.

    ii. Rigidez da CF: apesar de a CF poder ser modificada, a rigidez constitucional garante maior estabilidade de seu texto, evitando assim, mudanas oportunistas e abusivas. Lembre-se que a Constituio rgida aquela que pode sim ser modificada, mas deve ser usado um procedimento mais difcil do que o procedimento de modificao das leiscomuns.

    iii. Interveno: a interveno funciona como controle de constitucionalidade, na medida em que se obriga um ente a voltar a andar na linha. Assim, em determinadas hipteses onde um ente est atuando fora de suas atribuies, a interveno utilizada pararestabelecer a normalidade e para que a CF seja cumprida.

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    iv. Controle de constitucionalidade: o Poder Judicirio fiscaliza a invaso das competncias de um ente por outro (fiscalizao da autonomia)atravs do controle de constitucionalidade.

    v. Repartio de receitas tributrias (arts. 157 a 159): como vimos, para se garantir a autonomia de um ente, preciso que ele tenha condies financeiras de se governar. Assim, a CF garante a diviso das receitas tributrias entre os entes. Isso significa, grosso modo, que o dinheiro arrecadado com impostos, em parte, dividido entre os entes.

    vi. Imunidade recproca de impostos (150, VI, a): via de regra, um ente no pode cobrar impostos sobre patrimnio, renda ou servios, uns dos outros.

    Esquematizando:

    Repartio de competncias

    Rigidez da CF dificulta a invaso e o esvaziamento de competncias de um ente

    Controle de constitucionalidade o Judicirio fiscaliza a invaso das competncias de

    um ente por outro (fiscalizao da autonomia)

    Interveno (34 a 36)

    Repartio das receitas tributrias (157 a 159)

    Imunidade recproca de impostos (150, VI, a)

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    EXERCCIOS

    1. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador) O sistema checks and balances, criado por ingleses e norte-americanos, consiste no mtodo de freios e contrapesos adotado no Brasil. Nesse sistema, todos os poderes do Estado desempenham funes e praticam atos que, a rigor, seriam de outro poder, de modo que um poder limita o outro.

    O sistema checks and balances garante a harmonia entre os poderes, instituindo mecanismos de controle mtuo. A separao entre as funes dos poderes no absoluta. Em linhas gerais, no h incorreo na questo.

    Gabarito: Certo.

    2. (CESPE/AJAJ-STM/2011) No exerccio de sua autonomia poltica, os estados podem adotar o regime parlamentar de governo.

    A forma, regime e sistema de governo adotados pela ConstituioFederal so normas de reproduo obrigatria e no podem ser modificados pelos entes federados.

    Gabarito: Errado.

    3. (CESPE/SEJUS-ES/2009) A CF adota o presidencialismo como forma de Estado, j que reconhece a juno das funes de chefe de Estado e chefe de governo na figura do presidente da Repblica.

    A forma de Estado a Federao. O presidencialismo o sistema de governo. Lembre-se:

    x Forma de Estado: FEDERAOx Forma de Governo: Repblicax Sistema de Governo: Presidencialismox Regime de Governo (ou Regime Poltico): Democracia.Gabarito: Errado.

    4. (CESPE/TRT 17. Regio-ES/Analista Judicirio /2009) O Brasil caracteriza-se por ser um Estado unitrio, o qual possui governo nico, conduzido por uma nica entidade poltica, que exerce, de forma centralizada, o poder poltico.

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    O Brasil um estado federado, onde cada um dos entes federativos (Unio, Estados, DF e municpios) possui competncias expressamenteprevistas pela CF. Eles possuem tambm AUTONOMIA, caracterizada pela autoadministrao, autogoverno e auto-organizao.

    Gabarito: Errado.

    5. (CESPE/TRE-MA/2009) A Unio, os estados-membros, os municpios e o Distrito Federal so entidades estatais soberanas, pois possuem autonomia poltica, administrativa e financeira.

    Elas so entidades AUTNOMAS e realmente possuem autonomia poltica, administrativa e financeira.

    Gabarito: Errado.

    6. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A federao o sistema de governo cujo objetivo manter reunidas autonomias regionais.

    Esto vendo como essa questo recorrente? Por isso trouxe vrias desse tipo para voc fixar! Lembre-se:

    x Forma de Estado: FEDERAOx Forma de Governo: Repblicax Sistema de Governo: Presidencialismox Regime de Governo (ou Regime Poltico): Democracia.Gabarito: Errado.

    7. (CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas 1. Classe/2008) As constituies dos estados organizados sob a forma federativa possuem, em regra, instrumentos para coibir movimentos separatistas. No Brasil, a CF prev a possibilidade de se autorizar a interveno da Unio nos estados para manter a integridade nacional e considera a forma federativa de Estado uma clusula ptrea.

    Uma das caractersticas do federalismo que no cabe direito de secesso, ou seja, os entes federados no podem se separar da federao. Isso seria o equivalente ao estado do Rio Grande do Sul tentar se separar do Brasil para formar um Estado independente (a Repblica dos Pampas, por exemplo). Assim, uma das possibilidades

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    de interveno para manter a integridade nacional, enquanto a forma federativa de estado considerada uma clusula ptrea.

    Gabarito: Certo.

    8. (CESPE/IPEA-Tcnico de Planejamento e Pesquisa 2008) A democracia brasileira caracteriza-se pela coexistncia da democracia representativa e da democracia participativa, emanando todo o poder do povo, que o exerce diretamente ou por meio de seus representantes.

    A Democracia brasileira do tipo semidireta ou participativa: um misto da democracia direta e da indireta. Nela, em regra, o povo elege os representantes e estes elaboram as polticas pblicas. No entanto, existem mecanismos para que o povo tambm participe dessa elaborao. Assim, a regra participao indireta, combinada com alguns meios de exerccio direto do povo. Esse o modelo adotado pelo Brasil. Confira o art. 1 pargrafo nico da CF: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituio.

    Gabarito: Certo.

    9. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) A Repblica uma forma de Estado.

    Segundo a doutrina, a Repblica uma forma de governo.

    Gabarito: Errado.

    10.(CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) A federao uma forma de governo.

    A federao uma forma de Estado.

    Gabarito: Errado.

    11.(CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas 1. Classe/2008) A descentralizao poltica, apesar de ocorrer em alguns pases que adotam a forma federativa de Estado, no uma caracterstica marcante do federalismo.

    A descentralizao poltica uma das caractersticas mais marcantes do federalismo. A administrao e o governo de cada ente federado no se submetem vontade dos demais. Assim, cada unidade tem a capacidade de se autogovernar, de eleger os seus representantes e de

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    se autoadministrar, sem a interferncia dos demais entes e nem mesmo do governo central.

    Gabarito: Errado.

    12.(CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas 1. Classe/2008) Quando da Constituio de um Estado na forma federativa, os entes que passam a compor o Estado Federal (estados membros) perdem sua soberania e autonomia. Esses elementos passam a ser caractersticos apenas do todo, ou seja, do Estado Federal.

    Realmente, os entes que passam a compor o Estado Federal no possuem a soberania. Assim, o estado de Gois, Mato Grosso e Alagoas, por exemplo, no possuem soberania. No entanto, o erro da questo est na palavra autonomia. A autonomia dos entes federados uma caracterstica do Federalismo. No h hierarquia entre os entes federados. Isso quer dizer que no existe hierarquia entre Unio, Estados, DF e municpios. O que existe uma diviso de competncias.

    Gabarito: Errado.

    13.(CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas 1. Classe/2008) Alguns dos elementos que asseguram a soberania dos estados-membros no federalismo so a possibilidade de auto-organizao por meio da elaborao de constituies estaduais e a existncia de cmara representativa dos estados-membros.

    A possibilidade de auto-organizao por meio da elaborao de constituies estaduais e a existncia de cmara representativa dos estados-membros asseguram a AUTONOMIA dos estados-membros e no sua soberania. Lembre-se de que os estados-membros no possuem soberania.

    Gabarito: Errado.

    14.(CESPE/Analista-SERPRO/2008) A federao uma forma de governo na qual h uma ntida separao de competncias entre as esferas estaduais, dotadas de autonomia, e o poder pblico central, denominado Unio.

    Realmente, a federao tem como caractersticas uma ntida separao de competncias entre as esferas estaduais, dotadas de autonomia, e o

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    poder pblico central, denominado Unio. No entanto, a Federao uma Forma de Estado e no uma forma de Governo.

    Gabarito: Errado.

    15.(CESPE/TCU/Analista de Controle Externo/2007) Ao lado da repartio de competncias, que consiste na atribuio, pela Constituio Federal, a cada ente federado, de uma matria que lhe seja prpria, h a repartio de rendas, cujo objetivo assegurar a autonomia dos entes federados.

    A repartio de receitas tributrias, prevista nos arts. 157 a 159, um dos mecanismos que assegura a autonomia federativa. De nada adiantaria que um ente federado tivesse autonomia, autogoverno e capacidade de se autoadministrar se ele no tiver uma coisa: o dinheiro para bancar suas decises e suas aes. Assim, para garantir que os entes federados tenham a capacidade de fazer valer suas decises, eles precisam de receita (dinheiro) prpria, que garantida com a repartio de receitas.

    Gabarito: Certo.

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    II. ENTES FEDERADOS

    O art. 1 da CF prev que: A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, (...).

    Assim, o Estado brasileiro se chama Repblica Federativa do Brasil (RFB) e somente ele que possui a soberania. A RFB a nica pessoa jurdica de direito pblico externo e a nica capaz de manter relaes com outros Estados estrangeiros (relaes internacionais).

    A RFB formada pelos seguintes entes: Unio, estados, Distrito Federal e municpios. Vamos estudar cada um deles:

    1. UNIO

    uma pessoa jurdica de direito pblico interno e REPRESENTA a Repblica Federativa do Brasil nas relaes internacionais. Assim, quando a Unio est atuando externamente, ela no atua como Unio e sim como RFB.

    J os demais entes no possuem soberania. Eles tm autonomia, isso , a capacidade de auto-organizao e legislao prpria, autogoverno e autoadministrao.

    Esquematizando:

    x Repblica Federativa do Brasil (RFB) - Tem soberania- Pessoa jurdica de direito pblico externo

    x Unio - Pessoa jurdica de direito pblico interno- Representa a RFB nas relaes internacionais

    x Demais entes Auto-organizao e legislao prpria(Estados +DF+Municpios) Autogovernopossuem autonomia Autoadministrao

    - Estados - art.18 e 25 a 28- Municpios - art. 18, 29 e 30

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    2. ESTADOS

    Os estados possuem autonomia, que a capacidade de se auto-organizar eter sua legislao prpria, se autogovernar e se autoadministrar.

    A auto-organizao a capacidade dos estados de elaborar suas respectivas Constituies Estaduais (CEs), que so fruto do Poder Constituinte Derivado Decorrente. Pelo princpio da simetria, as CEs devem ser aprovadas em 2turnos de votao por pelo menos 3/5 da Assembleia Legislativa do respectivo estado.

    O autogoverno e autoadministrao so a capacidade dos estados em se governar e administrar sem a interferncia dos outros entes. Por exemplo, opoder de eleger seus governantes e o poder-dever de organizar os poderes executivo, legislativo e judicirio de cada estado (lembre-se de que os municpios no possuem Poder Judicirio e nem Ministrio Pblico).

    Por fim, os Estados podero, mediante lei complementar, instituir regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies, constitudas por agrupamentos de municpios limtrofes, para integrar a organizao, oplanejamento e a execuo de funes pblicas de interesse comum.

    Esquematizando:

    Auto-organizao Elaborao de - Poder constituinte derivado decorrentee legislao prpria Constituies - Princpio da simetria

    Estaduais - 2 Turnos e 3/5 dos votos

    - Autolegislao: leis estaduais

    Autogoverno - ex: organizar poderes Executivo, Legislativo e (arts. 27, 28 e 125) Judicirio do Estado

    - OBS: Municpio no tem Judicirio nem Ministrio Pblico

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    3. MUNICPIOS

    Os municpios tambm possuem autonomia (conferida pela auto-organizao e legislao prpria, autoadministrao e autogoverno). Alm disso, a autonomia municipal princpio constitucional sensvel (art. 34, VII).

    Duas observaes quanto auto-organizao e legislao prpria dos municpios:

    i. Os municpios no possuem poder constituinte derivado decorrente, ou seja, no podem elaborar suas constituies. Na verdade eles so regidos por uma Lei Orgnica Municipal (LOM), que o equivalente a uma Constituio Municipal.

    Mas ATENO: A LEI ORGNICA MUNICIPAL NO TEM STATUS DE CONSTITUIO.

    ii. Diferentemente das Constituies Estaduais, que so votadas em 2 turnos e aprovadas por 3/5 dos votos, as leis orgnicas so votadas em 2 turnos, com interstcio (intervalo) mnimo de 10 dias e aprovadas por 2/3 dos votos.

    Quanto ao autogoverno, deve-se frisar que os municpios elegem seus prefeitos e vereadores para mandato de 4 anos e devem organizar os poderes executivo e legislativo locais, mas eles no possuem Judicirio e nem Ministrio Pblico.

    Esquematizando:

    - Autonomia MUNICIPAL princpio constitucional sensvel (34, VII, c)NO estadual

    Auto-organizao - Elaborao de LOM - 2 turnose legislao prpria - interstcio mn 10d

    - 2/3 dos votos- Princpio da simetria- Municpio NO tem Poder constituinte decorrente- Autolegislao: leis municipais

    Autogoverno - Organizar poderes Executivo e Legislativo locais- Municpio no tem Judicirio nem Ministrio Pblico- Eleio direta do Prefeito

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    4. DISTRITO FEDERAL

    Ao Distrito Federal so atribudas as competncias legislativas reservadas aos Estados e Municpios (art. 32, 1).

    Um fato interessante quanto nomenclatura dos rgos e institutos do DF que, como ele possui competncias dos estados e dos municpios, misturou-se o nome de uma srie de rgos e diplomas, fazendo referncia aos respectivos institutos estaduais e municipais.

    Bagunou? Vou explicar melhor.

    Lembre-se que os estados regem-se por suas respectivas Constituies Estaduais e que essas so votadas em 2 turnos, aprovadas por 3/5 dosvotos e so fruto do poder constituinte derivado decorrente.

    J os municpios so regidos por Lei Orgnica, que so votadas em 2 turnos,com interstcio mnimo de 10 dias e aprovadas por 2/3 dos votos e no possuem status constitucional porque os municpios NO possuem poder constituinte derivado decorrente.

    At aqui nenhuma novidade. E o DF? Como regido? Por Constituio ou por Lei Orgnica?

    Misturou-se as constituies estaduais com as leis orgnicas municipais: O DF regido por uma Lei Orgnica e, como tal, votada em 2 turnos, com interstcio mnimo de 10 dias e aprovada por 2/3 dos votos. No entanto, a LODF possui status de Constituio estadual e emana do poder constituinte derivado decorrente.

    Ficou mais claro agora? A LODF uma Constituio Estadual (e que tem status de CE), mas que tem o nome de Lei Orgnica e votada como Lei Orgnica.

    Outra curiosidade: o nome do rgo do Poder Legislativo dos estados Assembleia LEGISLATIVA. J o nome do rgo do Poder Legislativo dos municpios CMARA Municipal ou Cmara dos Vereadoes. Como dito, para o Distrito Federal, misturou-se os nomes dos rgos legislativos estaduais e municipais: CMARA LEGISLATIVA.

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    Uma observao importante acerca do DF que ele no tem competncia para organizar seu Judicirio, Ministrio Pblico, corpo de bombeiros, polcias civil e militar. A competncia para tal pertence UNIO.

    Assim, segundo a Smula 647 do STF: Compete privativamente Unio legislar sobre vencimentos dos membros das polcias civil e militar do DF.

    No entanto, no confunda organizao com subordinao. Segundo o artigo 144, 6: As polcias militares e corpos de bombeiros militares, forasauxiliares e reserva do Exrcito, subordinam-se, juntamente com as polcias civis, aos governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territrios.

    Dessa forma, Lei federal dispor sobre a utilizao, pelo Governo do Distrito Federal, das polcias civil e militar e do corpo de bombeiros militar.

    IMPORTANTE! A Emenda Constitucional 69/2012 transferiu a competncia de organizar e manter a Defensoria Pblica do DF da Unio para o DF! Dessa forma, aplicam-se Defensoria Pblica do Distrito Federal os mesmos princpios e regras que, nos termos da Constituio Federal, regem as Defensorias Pblicas dos Estados. J a DP dos Territrios continua a cargo da Unio. (confira aqui a EC 69/2012)

    Por fim, Braslia (e no o Distrito Federal) a capital federal e vedada a diviso do DF em municpios (observe que os Territrios podem ser divididos em municpios).

    Esquematizando:

    - Tem competncias de Estados e Municpios (32 1 + 147)- Possui Lei Orgnica: LODF - 2 turnos

    - interstcio mn 10d- 2/3 dos votos

    - No tem competncia para organizar e manter seu - Judicirio- MP- Polcias civil e militar- Bombeiros

    - Organiza e mantm sua Defensoria Pblica! EC 69/2012

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    5. TERRITRIOS

    Os territrios no so entes federados. Eles no integram o Estado Federal e so meras descentralizaes administrativas pertencentes Unio,possuindo natureza jurdica de autarquia territorial. Alm disso, os territrios no possuem autonomia poltica. Como exemplo, os governadores de Territrios no so eleitos pelo povo, mas sim escolhidos pelo Presidente da Repblica, com aprovao do Senado Federal por voto secreto e arguio pblica.

    Atualmente, o Brasil no possui territrios e sua criao e transformao s pode ser feita mediante Lei Complementar federal (art. 18, 2).

    Caso sejam criados, sua organizao administrativa, judiciria, oramentria,tributria, servios pblicos e pessoal ser regulada por Lei Ordinria da Unio e de iniciativa privativa do Presidente da Repblica.

    Os territrios podem ou no ser divididos em municpios e suas contas so julgadas pelo Congresso Nacional, aps parecer prvio do TCU. Eles ainda elegem 4 Deputados Federais e no elegem Senadores.

    Por fim, cabe Unio organizar e manter o Judicirio, o Ministrio Pblico e aDefensoria Pblica dos Territrios.

    Esquematizando:

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    Integram a Unio

    Criao, transformao em Estado ou reintegrao ao Estado de origem sero reguladas em Lei Complementar federal (18, 2)

    Caso sejam criados, - Administrativa sua organizao - Judiciria

    - Tributria- Oramentria- Servios pblicos- Pessoal

    No so entes - No integram o Estado Federal federados - So meras descentralizaes pertencentes Unio

    - Natureza Jurdica de Autarquia- No possuem autonomia poltica

    Ex: o GovTerrit - escolhido pelo PR

    - aprovado pelo SF - Voto secreto

    - Arguio pb

    Podem ou no ser divididos em municpios

    Suas contas so - Julgadas pelo Congresso Nacional- Aps parecer prvio do TCU

    Compete Unio - Judicirio organizar e manter - Ministrio Pblico dos Territrios

    - Defensoria Pblica

    Elege 4 Deputados Federais

    No elege Senadores

    6. VEDAES AOS ENTES FEDERATIVOS

    A Constituio, em seu artigo 19, estabelece expressamente algumas vedaes aos entes federados (unio, estados, DF e municpios). So elas:

    I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion-los, embaraar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relaes de dependncia ou aliana, ressalvada, na forma da lei, acolaborao de interesse pblico;

    II - recusar f aos documentos pblicos;

    III - criar distines entre brasileiros ou preferncias entre si.

    ser regulada por Lei Ordinria da Unio de iniciativa do Presidente

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    EXERCCIOS

    16.(CESPE - 2012 - PC-CE - Inspetor de Polcia Civil) Por serem simples descentralizaes administrativas da Unio, os territrios no tm autonomia poltica, podendo ser criados por lei ordinria federal.

    A lei que cria Territrio, transforma-o em Estado ou o reintegra ao Estado de origem ser uma lei complementar, conforme o art. 18, 2.O restante est correto: os territrios so simples descentralizaes administrativas da Unio e no tm autonomia poltica.

    Gabarito: Errado.

    17.(CESPE - 2012 - STJ - Tcnico Judicirio) permitido Unio, aos estados, ao Distrito Federal e aos municpios estabelecer cultos religiosos e igrejas, subvencion-los e manter com essas entidades religiosas relaes de aliana e colaborao, desde que respeitada a liberdade de conscincia e crena.

    De jeito nenhum! Essa uma das vedaes impostas aos entes federados! Vamos revisar todas (art. 19):

    I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion-los, embaraar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relaes de dependncia ou aliana, ressalvada, na forma da lei, a colaborao de interesse pblico;

    II - recusar f aos documentos pblicos;

    III - criar distines entre brasileiros ou preferncias entre si.

    Gabarito: Errado.

    18.(CESPE - 2012 - STJ - Tcnico Judicirio) Com o advento da Constituio de 1988, Braslia deixou de ser a capital da Repblica em favor do Distrito Federal, que passou a ter esse status.

    No podemos confundir isso. O Distrito Federal um ente da Federao. Braslia a Capital Federal. Essas informaes esto no art. 18.

    Gabarito: Errado.

    19.(CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador) Os estados, o Distrito Federal e os municpios tm assegurada participao no resultado da explorao de

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    petrleo ou gs natural, de outros recursos minerais em seus respectivos Territrios, plataforma continental, mar territorial ou zona econmica exclusiva, ou compensao financeira por essa explorao.

    Essa uma simples reescrita do 1 do art. 20, que trata dos bens da Unio.

    Gabarito: Certo.

    20.(CESPE/Analista - MPU/2010) As capacidades de auto-organizao, autogoverno, autoadministrao e autolegislao reconhecidas aos estados federados exemplificam a autonomia que lhes conferida pela Carta Constitucional.

    A autonomia justamente conferida pelas capacidades de auto-organizao, autogoverno, autoadministrao e autolegislao.Lembre-se de que os entes federados no possuem soberania (o nico ente soberano a Repblica Federativa do Brasil).

    Gabarito: Certo.

    21.(CESPE/MPS/2010) De acordo com a CF, os territrios podem ser divididos em municpios.

    Os territrios podem ou no ser divididos em municpios. O Distrito Federal que jamais poder s-lo.

    Gabarito: Certo.

    22.(CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O DF no dispe da capacidade de auto-organizao, j que no possui competncia para legislar sobre organizaojudiciria, organizao do MP e da Defensoria Pblica do DF e dos Territrios.

    Quando essa questo foi feita, realmente, o Distrito Federal no possua competncia para legislar sobre organizao judiciria, organizao do MP e da Defensoria Pblica do DF e dos Territrios. No entanto, isso no retira do a autonomia do DF, que possui auto-organizao, autogoverno e autoadministrao.

    Atente-se para o fato de que a Emenda Constitucional 69/2012 transferiu para o DF a capacidade de organizar e manter sua DEFENSORIA PBLICA!

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    Gabarito: Errado.

    23.(CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) Os territrios federais so considerados entes federativos.

    Os territrios federais integram a Unio, no so considerados entes federativos e no possuem autonomia. Veja como questes simples tambm caem em provas com nvel de dificuldade extremamente elevado, como o caso do concurso para Promotor.

    Gabarito: Errado.

    24.(CESPE/TRE-GO/2009) Os municpios no so considerados entes federativosautnomos, visto que no so dotados de capacidade de auto-organizao e de autonomia financeira.

    Conforme artigo 18: A organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, todos autnomos, nos termos desta Constituio.

    Gabarito: Errado.

    25.(CESPE/TRT 17. Regio-ES/Analista Judicirio rea: Administrativa/2009) A CF veda a criao de novos territrios.

    A CF permite expressamente a criao de novos territrios em seu art. 18, 2. Sua criao deve ser feita por Lei Complementar Federal e, caso sejam criados, integraro a Unio e tero natureza jurdica de autarquia territorial.

    Gabarito: Errado.

    26.(CESPE/TRE-MA/2009) A Unio, os estados-membros, os municpios e o Distrito Federal so entidades estatais soberanas, pois possuem autonomia poltica, administrativa e financeira.

    Os entes federados possuem autonomia poltica, administrativa e financeira, sendo autnomos e no soberanos.

    Gabarito: Errado.

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    27.(CESPE/TRE-GO/Analista Judicirio - rea: Judiciria/2009) Os municpios no so considerados entes federativos autnomos, visto que no so dotados de capacidade de auto-organizao e de autonomia financeira.

    Os municpios so entes federados autnomos, possuindo as capacidades de autogoverno, autoadministrao e auto-organizao.Alm disso, a autonomia municipal considerado princpio constitucional sensvel. Lembre-se do esquema:

    - Autonomia MUNICIPAL princpio constitucional sensvel (34, VII, c)NO estadual

    Auto-organizao - Elaborao de LOM - 2 turnose legislao prpria - interstcio mn 10d

    - 2/3 dos votos- Princpio da simetria- Municpio NO tem Poder constituinte decorrente- Autolegislao: leis municipais

    Autogoverno - Organizar poderes Executivo e Legislativo locais- Municpio no tem Judicirio nem Ministrio Pblico- Eleio direta do Prefeito

    Autoadministrao

    Gabarito: Errado.

    28.(CESPE/SEFAZ-ES/2009) A Unio entidade federativa autnoma em relao aos Estados-membros e Municpios, e cabe a ela exercer as prerrogativas da soberania do Estado brasileiro ao representar a Repblica Federativa do Brasil nas relaes internacionais.

    A Unio um ente federativo que possui autonomia, tal qual os estados e municpios. Dessa forma, somente a Repblica Federativa do Brasil possui a soberania. No entanto, a RFB representada nas relaes internacionais pela Unio.

    Gabarito: Certo.

    29.(CESPE/TRE-GO/2009) O Distrito Federal a capital do pas.

    Segundo o artigo 18, 1, Braslia a Capital Federal.

    Gabarito: Errado.

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    30.(CESPE/MPE-RN/2009) vedado Unio, aos estados, ao DF e aos municpiosestabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion-los, embaraar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relaes de dependncia ou aliana.

    A Constituio, em seu artigo 19, estabelece expressamente algumas vedaes aos entes federados (unio, estados, DF e municpios). So elas:

    I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion-los, embaraar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantesrelaes de dependncia ou aliana, ressalvada, na forma da lei, a colaborao de interesse pblico;

    II - recusar f aos documentos pblicos;

    III - criar distines entre brasileiros ou preferncias entre si.

    Gabarito: Certo.

    31.(CESPE/AJAA-STF/2008) A organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do Brasil restringe-se aos estados, aos municpios e ao DF, todos autnomos, nos termos da CF.

    Os entes federados so: a Unio, os estados, o DF e os municpios, conforme artigo 18: A organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, todos autnomos, nos termos desta Constituio.

    Gabarito: Errado.

    32.(CESPE/Tcnico-TJ-RJ/2008) Os territrios federais integram a Unio e sua criao ser regulada em lei complementar.

    Conforme o artigo 18, 2: Os Territrios Federais integram a Unio, e sua criao, transformao em Estado ou reintegrao ao Estado de origem sero reguladas em lei complementar.

    Gabarito: Certo.

    33.(CESPE/TJRJ/Tcnico de Atividade Judiciria/2008) Os territrios federais integram a Unio e sua criao ser regulada em lei complementar.

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    Os territrios no so entes federados. Eles no integram o Estado Federal e so meras descentralizaes administrativas pertencentes Unio, possuindo natureza jurdica de autarquia. Atualmente, o Brasil no possui territrios e sua criao e transformao s pode ser feita mediante lei complementar (art. 18, 2). Lembre-se do esquema:

    Integram a Unio

    Criao, transformao em Estado ou reintegrao ao Estado de origem sero reguladas em Lei Complementar federal (18, 2)

    Caso sejam criados, - Administrativa sua organizao - Judiciria

    - Tributria- Oramentria- Servios pblicos- Pessoal

    No so entes - No integram o Estado Federal federados - So meras descentralizaes pertencentes Unio

    - Natureza Jurdica de Autarquia- No possuem autonomia poltica

    Ex: o GovTerrit - escolhido pelo PR

    - aprovado pelo SF - Voto secreto

    - Arguio pb

    Podem ou no ser divididos em municpios

    Suas contas so - Julgadas pelo Congresso Nacional- Aps parecer prvio do TCU

    Compete Unio - Judicirio organizar e manter - Ministrio Pblico dos Territrios

    - Defensoria Pblica

    Elege 4 Deputados Federais

    No elege Senadores

    Gabarito: Certo.

    34.(CESPE/TJRJ/Tcnico/2008) Os municpios no integram a estrutura federativa brasileira em razo da limitao de sua autonomia pela CF.

    Apesar de serem considerados entes federados anmalos, osmunicpios so entes federados e integram a Repblica Federativa do Brasil, conforme o art. 1 da CF. Devido existncia dos municpios, o

    ser regulada por Lei Ordinria da Unio de iniciativa do Presidente

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    )

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    federalismo brasileiro chamado de federalismo de segundo grau.Como vimos, no existe hierarquia entre Unio, estados, DF e municpios, mas os municpios devem obedecer Constituio do seu Estado (CE), bem como a Constituio Federal (CF).

    Gabarito: Errado.

    35.(CESPE/TJRJ/Tcnico de Atividade Judiciria/2008) Entre os municpios que compem o DF, Braslia a sua capital, alm de ser a capital do Brasil, acumulando competncias legislativas dos estados e municpios.

    O Distrito Federal no pode ser dividido em municpios por expressa determinao constitucional. Veja o art. 32 da CF: Art. 32. O Distrito Federal, VEDADA SUA DIVISO EM MUNICPIOS, reger-se- por lei orgnica, votada em dois turnos com interstcio mnimo de dez dias, e aprovada por dois teros da Cmara Legislativa, que a promulgar, atendidos os princpios estabelecidos nesta Constituio. Por outro lado, o Distrito Federal realmente acumula as competncias dos estados e dos municpios e Braslia a capital federal.

    Gabarito: Errado.

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    III.REPARTIO DE COMPETNCIAS

    A repartio de competncias a diviso, pela Constituio, das atribuies de cada ente federado. Ela um dos ncleos do federalismo brasileiro.

    Para se fortalecer a autonomia dos entes federados, deve haver repartio de competncias administrativas (ex: arts. 21 e 23), tributrias (ex: art. 145 em diante) e Legislativas (ex: art. 22 e 24).

    Uma observao importante acerca das competncias estabelecidas pela CF que elas podem ser alteradas por Emenda Constitucional. No entanto, no se pode mud-las a ponto de se comprometer a forma federativa de Estado.

    1. MODELOS DE REPARTIO DE COMPETNCIAS

    Quando se reparte as competncias dentro do estado federado, existem duas formas de se fazer isso: a primeira fazendo com que os diferentes entes possam atuar nas mesmas matrias. Mas para no virar baguna, deve-se estabelecer uma relao de subordinao, onde um ente deve obedecer ao outro. Esse tipo de repartio provoca uma maior cooperao entre os diferentes entes, uma vez que eles atuam nas mesmas matrias. Esse modelo de repartio de competncias chamado de MODELO VERTICAL.

    A segunda forma de se repartir as competncias dentro do estado federado criando uma forma mais rgida, onde os entes, geralmente, atuam em diferentes matrias e onde um ente no pode intervir nas competncias dos outros. Esse modelo chamado de MODELO HORIZONTAL.

    A Constituio Federal adota os dois modelos, com predominncia do MODELO HORIZONTAL.

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    2. PRINCPIO DA PREDOMINNCIA DO INTERESSE

    Para estabelecer a repartio das competncias entre os entes, a Constituiousou o princpio da predominncia do interesse:

    x Os interesses nacionais e de relaes internacionais foram expressamente definidos na CF e ficaram a cargo da Unio.

    x Os interesses locais ficaram a cargo dos municpios e tambm foram enumerados expressamente pela Constituio.

    x Os interesses regionais, por sua vez, ficaram sob a responsabilidade dos estados, e so residuais, ou seja, no foram expressamente enumerados pela CF88.

    Duas observaes so pertinentes nesse momento: a primeira que, como vimos, o Distrito Federal possui competncias dos estados e dos municpios.

    A segunda que existe uma exceo em relao s competncias residuais: acompetncia residual em matria TRIBUTRIA da UNIO e no dos Estados.

    Estudaremos as seguintes competncias:

    1. Exclusivas da Unio

    2. Privativas da Unio

    3. Concorrentes

    4. Comuns

    5. Dos estados

    6. Dos municpios

    Esquematizando:

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    Repartio de Competnciasx Ncleo do federalismox Autonomia pressupe repartio de competncias - Administrativas ex: art. 21- Legislativas ex: art. 22

    - Tributrias ex: art. 145 em diantex Competncias podem ser alteradas por ECo No pode mudar a ponto de comprometer a forma federativa de Estado

    - Horizontal - No h subordinao entre os entesx Modelo - Provoca maior rigidez do federalismo- Vertical - Os entes atuam nas mesmas matrias, mas h subordinao entre eles

    - Provoca maior cooperao entre os entes

    o CF88 adota os dois modelos, com predominncia do HORIZONTAL

    x Princpio da interesse - Nacional: Unio enumerada expressamentepredominncia - Local: Municpios enumerada expressamente

    do interesse - Regional: Estados residual

    - DF: Estados+Municpios

    - Competncia Comum art. 23

    - Competncia Concorrente art. 24

    3. COMPETNCIAS EXCLUSIVAS DA UNIO

    As competncias exclusivas da Unio esto previstas no art. 21 da CF e possuem duas caractersticas marcantes. A primeira que elas so competncias MATERIAIS / ADMINISTRATIVAS. A segunda que elas so INDELEGVEIS, ou seja, a Unio no pode pedir para que algum as exera em seu nome.

    Exemplos de competncias exclusivas da Unio so:

    I - manter relaes com Estados estrangeiros e participar de organizaes internacionais;

    II - declarar a guerra e celebrar a paz;

    III - assegurar a defesa nacional;

    OBS: Matria tributria:Competncia da U que residual

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    4. COMPETNCIAS PRIVATIVAS DA UNIO

    As competncias privativas da Unio esto previstas no artigo 22 da CF e so competncias LEGISLATIVAS. Diferentemente das exclusivas, as competncias privativas podem ser delegadas pela Unio. Assim, via de regra, as competncias privativas da Unio so exercidas pela prpriaUnio. No entanto, excepcionalmente, a Unio pode delegar aos estados e ao DF, por Lei Complementar, a edio de normas sobre questes especficas.

    Fique atento para as seguintes observaes:

    1) Em regra, as competncias privativas so exercidas pela Unio

    2) A delegao (exceo) feita por Lei Complementar

    3) A delegao feita aos Estados e ao DF, no podendo ser feita aos municpios.

    4) Os estados e o DF somente podem legislar sobre questes ESPECFICAS e somente se houver delegao pela Unio.

    5) A delegao deve contemplar todos os Estados e o DF. Assim, caso sejam delegadas, as competncias privativas se estendero para todos os estados de uma s vez. No se pode delegar a legislao de uma questo somente para o estado de So Paulo, por exemplo. Se a Unio delegar para um estado, deve delegar para todos.

    Exemplos de competncias privativas da Unio: legislar sobre

    I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio, martimo, aeronutico, espacial e do trabalho;

    II - desapropriao;

    III - requisies civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;

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    5. COMPETNCIA COMUM, PARALELA OU CUMULATIVA

    As competncias comuns entre os entes federados esto previstas no artigo 23 da CF. Elas tratam, em sua maioria, de assuntos de interesse da coletividade/interesses difusos e so competncias NO LEGISLATIVAS /MATERIAIS / ADMINISTRATIVAS de responsabilidade da Unio, estados, Distrito Federal e municpios, que atuam de forma conjunta e sem subordinao entre eles.

    Alm disso, a CF prev que Leis complementares fixaro normas para a cooperao entre a Unio e os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, tendo em vista o equilbrio do desenvolvimento e do bem-estar em mbitonacional.

    Exemplos de competncias comuns entre Unio, estados, DF e municpios:

    I - zelar pela guarda da Constituio, das leis e das instituies democrticas e conservar o patrimnio pblico;

    II - cuidar da sade e assistncia pblica, da proteo e garantia das pessoas portadoras de deficincia;

    III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histrico, artstico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notveis e os stios arqueolgicos;

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    6. COMPETNCIA CONCORRENTE

    A competncia concorrente uma forma de diviso vertical de competncias, est prevista no artigo 24 da CF e se refere a competncias LEGISLATIVAS.Diferentemente da competncia comum, que pode ser exercida pela Unio, estados, DF e municpios, a competncia concorrente s poder ser exercida pela Unio, estados e DF. Dessa forma, os municpios no possuem competncia legislativa concorrente.

    Na competncia concorrente, a Unio edita normas gerais, enquanto os estados e o DF editam normas especficas. Assim, os estados complementam a legislao da Unio se utilizando da competncia suplementar. Nessa normatizao, existe subordinao: as normas especficas dos Estados e DF devem respeitar as normas gerais da Unio.

    Uma observao: a Unio NO pode editar normas especficas para Estados e DF, mas pode editar normas especficas para a prpria Unio.

    Caso a Unio seja omissa e no elabore as normas gerais, os Estados e DF adquirem competncia legislativa plena. Assim, podero legislar tanto sobre normas gerais quanto especficas.

    Caso, posteriormente, a Unio edite a lei federal contendo a norma geral, as leis estaduais tornam-se suspensas na parte em que lhe for contrria (suspende e no revoga).

    Alm disso, a partir da edio da lei federal, os estados (que tinham a competncia legislativa plena) no podem mais legislar sobre normas gerais, tendo que seguir as normas gerais editadas pela Unio.

    Por fim, voc deve saber que os estados e DF podem suprir a inexistncia de lei federal somente nos assuntos da competncia concorrente. J nos temas de competncia privativa da Unio, eles somente podem legislar caso sejam autorizados por Lei Complementar (e sobre questes especficas).

    Esquematizando:

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    1. Competncia EXCLUSIVA da Unio - Indelegvel

    - ADMINISTRATIVA

    - No confundir com iniciativa

    exclusiva/reservada/privativa de Lei

    2. Competncia - Delegvel

    PRIVATIVA - LEGISLATIVA

    da Unio - Regra: demais entes NO podem editar leis p/ suprir a lacuna federal

    - Exceo - U pode delegar por LC

    - Est e DF podem legislar sobre - S as especificas

    questes especficas - S se a U delegar

    - A delegao deve contemplar todos os Estados + DF

    3. Competncia - Outros nomes: paralela ou cumulativa

    COMUM - No h subordinao- COMPETNCIAS NO LEGISLATIVAS

    - Interesse da coletividade / interesses difusos

    - LC fixaro normas para a cooperao entre U, E, DF e Mun

    Objetivando o - Equilbrio do desenvolvimento econmico

    - Bem-estar em mbito nacional

    Somente Unio, Estados e DF

    Municpios NO possuem competncia concorrente

    Repartio vertical de competncia

    COMPETNCIAS LEGISLATIVAS

    Unio: Normas Gerais4. Competncia Estados e DF - Normas especficas

    CONCORRENTE - Complementam a legislao da Unio- Competncia suplementar

    H subordinao entre as normas: as normas especficas dos Estados e do DF devem respeitar as normas gerais da Unio

    Unio NO pode editar normas especficas para Est e DF

    Unio pode editar normas especficas para a prpria Unio

    Se a Unio for omissa e no elaborar as normas gerais: Estados e DF adquirem competncia legislativa plena (automtica)

    Supervenincia - SUSPENDE as estaduaisde Lei Federal - Somente a parte que lhe for contrria

    Suspende e no Revoga

    CO

    MP

    ETN

    CIA

    S

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    7. COMPETNCIA DOS ESTADOS

    A competncia dos estados residual ou remanescente, ou seja, o que no for competncia da Unio e nem dos municpios, ser competncia estadual. As competncias da Unio e dos municpios esto expressamente previstasna Constituio, ao contrrio da competncia dos estados, que residual.

    Alm da competncia residual, a CF estabelece expressamente algumas poucas competncias aos estados, como a criao, a incorporao, a fuso e o desmembramento de municpios (art. 18, 4); a explorao de gs canalizado (art. 25, 2); a instituio de regies metropolitanas, aglomeraes urbanase microrregies (art. 25, 3) e organizao de sua prpria justia (art. 125).

    Esquematizando:

    - Residual ou remanescente+

    - Criao, incorporao, fuso e desmembramento de Municpios (18, 40)5. Competncia - Explorao de gs canalizado (25, 20)

    dos Estados - Instituio (25, 30) de - Regies metropolitanas- Aglomeraes urbanas- Microrregies

    - Organizao de sua prpria justia (125)- Servio de transporte intermunicipal (ADI 2.349/ES)

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    8. COMPETNCIA DOS MUNICPIOS

    Os municpios possuem competncia EXCLUSIVA para legislar sobre assuntos de interesse local (art. 30, I) e SUPLEMENTAR para complementar a legislao federal e estadual, no que couber (art. 30, II). Alm disso, segundo o artigo 29 da Constituio, compete aos municpios:

    III - instituir e arrecadar os tributos de sua competncia, bem como aplicar suas rendas, sem prejuzo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

    IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislao estadual;

    V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concesso ou permisso, os servios pblicos de interesse local, includo o de transporte coletivo, que tem carter essencial;

    VI - manter, com a cooperao tcnica e financeira da Unio e do Estado, programas de educao infantil e de ensino fundamental;

    VII - prestar, com a cooperao tcnica e financeira da Unio e do Estado, servios de atendimento sade da populao;

    VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupao do solo urbano;

    IX - promover a proteo do patrimnio histrico-cultural local,observada a legislao e a ao fiscalizadora federal e estadual.

    No esquema abaixo, colocarei uma srie de informaes sobre as competncias municipais tambm cobradas em provas. Ateno!

    Esquematizando:

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    EXCLUSIVA: legislar sobre assuntos de interesse local (30, I)

    SUPLEMENTAR: completar a legislao federal e estadual,no que couber (30, II)

    Legislar sobre atividade de estabelecimento comercial,

    Expedir alvars e licenas para funcionamento

    Fixao do horrio de funcionamento do comrcio local (lojas, shoppings etc) (smula 645)

    6. Competncia dos Podem obrigar bancos a Instalarem equipamentos de Segurana

    Municpios e conforto

    Atendimento em prazo razovel prazo Mx de espera- RE 240.406/RS + RE 251.452/SP

    Legislar sobre - Prazo mximo na fila dos cartrios (RE 397.094)- Servios funerrios (RE 387.990/SP)

    Elaborar seu Plano diretor (182)

    Constituir guardas municipais (144, 8)OBS: nem todos os interesses locais so dos Municpiosx Ex: horrio de funcionamento bancrio: Uniox Afeta o Sistema Financeiro Nacionalx Ex: explorao de gs canalizado: Estadualx Municpios NO podem legislar sobre consrcios, sorteios, bingos ou loteriasx Smula Vinculante n0 2x competncia da Unio

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    9. DICA DE ESTUDO

    Meu caro Analista Judicirio do TJDF, se voc teve a curiosidade, no decorrer do estudo deste material, de olhar os artigos 21 a 24, que tratam das competncias exclusivas e privativas da Unio, comuns e concorrentes, deve ter percebido que o estudo de cada competncia no l das coisas mais simples. So muitas informaes, muitas delas parecidas, e que muitas vezes podem nos confundir: Legislar sobre direito processual competncia exclusiva ou privativa da Unio? Ou concorrente?

    As competncias so assuntos bastante recorrentes em provas, mas no so to importantes a ponto de ser necessria a memorizao dos quatro artigos. O custo-benefcio de memoriz-los, na minha opinio, no compensa.Mas devemos ter uma boa ideia do contedo de cada um deles.

    Vou repassar para vocs algumas tcnicas que podem facilitar o estudo e a assimilao das competncias. Com elas, voc no ir memorizar uma a uma, mas j ter uma boa ideia de onde est cada competncia. importante que voc as utilize em conjunto, ok?

    Passo 1

    Primeiramente, estude minuciosamente os conceitos sobre cada competncia. Saiba quais so competncias legislativas (privativa da Unio e concorrente) e quais so as competncias administrativas (exclusiva da unio e comum).

    Dessa forma se cair numa questo: compete exclusivamente Unio legislar sobre xxxxx, voc j saber que est errada, pois as competncias exclusivas no so legislativas, mas sim administrativas.

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    Passo 2

    Lembre-se de que as competncias foram enumeradas segundo o critrio da predominncia de interesses. Assim, sempre ser competncia da UNIO:

    x Quando a CF usar o termo nacional ou internacional;x Estabelecer as "diretrizes", "critrios", "bases", "normas gerais

    etc.

    x Temas "sensveis" como atividade nuclear, guerra, ndios, energia, telecomunicaes etc.

    Passo 3

    Quase tudo o que for muito bonitinho, muito especial ou muito ideolgicoe temas de interesse coletivos e difusos sero de competncia comum.

    Exemplo: competncia comum:

    x Proporcionar os meios de acesso cultura, educao e cincia;x Proteger o meio ambiente e combater a poluio em qualquer de suas formas; x Preservar as florestas, a fauna e a flora;

    Esto vendo? Quase todas as competncias comuns so idealistas.

    MAS CUIDADO! Esse mtodo no resolve todos os problemas. Ele simplesmente te d uma pista.

    Exemplo: legislar sobre a proteo e integrao social das pessoas portadoras de deficincia competncia concorrente e no comum.

    No entanto, voc mataria essa questo seguindo o passo 1: sabendo quais so as competncias legislativas (s pode ser privativa da unio ou concorrente).

    Esto vendo? Seguindo esses passos, vocs no tero decorado as competncias, mas tero vrias pistas para acertar a questo.

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    Passo 4

    A Constituio traz uma srie de servios que podem/devem ser prestados pelos entes de forma direta ou indireta (por meio de concesso, autorizao ou permisso).

    Todos os entes podem prestar os servios diretamente, mas a delegao diferente para cada um deles. Observe como os servios podem ser delegados:

    x Unio: por autorizao, permisso e concesso;x Municpios: por permisso e concesso;x Estados: apenas por concesso.

    Dessa forma, se a questo trouxer algo como: compete aos estados, prestar diretamente ou atravs de autorizao, o servio xyz, ela estar errada, pois os estados somente delegam servios por concesso.

    Passo 5

    Existem alguns temas que sempre caem em provas. Observe:

    a) A seguridade social (conjunto de Sade + Previdncia Social + Assistncia Social) de competncia legislativa privativa da Unio. Por outro lado, a Previdncia Social, de forma isolada, de competncia concorrente.

    b) A CF traz as competncias para legislar sobre diversos ramos do direito. Sabemos que quando a competncia legislativa, ela somente pode ser privativa da Unio ou concorrente. Assim, observe:

    x Competncia Concorrente: legislar sobre direito TUPEF(Tributrio, Urbanstico, Penitencirio, Econmico e Financeiro).

    x Competncia privativa da Unio: legislar sobre os demais direitos.

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    c) Legislar sobre Direito Processual competncia legislativa privativa da Unio, enquanto os PROCEDIMENTOS em matria processualso competncia legislativa concorrente.

    d) Legislar sobre desapropriao competncia privativa da Unio enquanto Decretar a desapropriao competncia do Poder Pblico, geralmente o Poder Executivo Municipal.

    Passo 6

    Imprima cada competncia de uma cor e as leia vrias e vrias vezes. Assim, quando cair em um exerccio uma determinada competncia, voc utilizar sua memria visual e se lembrar de que cor ela estava escrita. Sabendo a cor, voc sabe qual a competncia.

    Exemplo: coloque as competncias exclusivas na cor preta, as privativas na cor azul, as comuns na cor vermelha e as concorrentes na cor verde e as leia e repita vrias e vrias vezes.

    Quando voc se deparar na prova com uma questo do tipo:

    competncia comum entre a Unio, estados, DF e municpios fomentar a produo agropecuria e organizar o abastecimento alimentar.

    Acessando sua memria visual, voc se lembra que o fomento produo agropecuria estava escrito em seu material na cor vermelha. OPA! Vermelho a cor da competncia comum! Item CERTO.

    ATENO: caso voc tenha mais de um material de estudo, padronize as cores para no se confundir. Ex: a competncia comum ser SEMPRE vermelha, a concorrente SEMPRE verde e assim por diante.

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    Passo 7

    Nem sempre voc se lembrar das cores usadas no passo 6, principalmente se no repetir e revisar a informao com bastante frequncia. Assim, outra forma de internalizar a informao separar as palavras-chave de cada tipo de competncia e repetir, repetir...

    Exemplo

    Nas prximas pginas, segue um exemplo de como fazer os passos 6 e 7. O passo 7 exemplificado com a competncia exclusiva da unio e o passo 6 est exemplificado com as demais.

    LEMBRE-SE QUE INDISPENSVEL A REPETIO E REVISO FREQUENTE DAS COMPETNCIAS, ALM DE ENTENDER A ESTRUTURA POR TRS DELAS!!

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    Compete: - relaes internacionais Unio - declarar a guerra e celebrar a paz(Art. 21) - defesa nacional

    - permitir que foras estrangeiras transitem pelo territrio nac- decretar - estado de stio

    - estado de defesa- interveno federal;

    - material blico;- emitir moeda;- administrar as reservas cambiais do Pas- fiscalizar as operaes de natureza financeira - crdito

    - cmbio- capitalizao- seguros- previdncia privada;

    - planos nac e reg de ordenao do territrio e de desenvolvimento ecn e social;- servio postal e o correio areo nacional; - explorar - diretamente - servios de telecomunicaes

    - autorizao - servios de radiodifuso sonora, e de sons e imagens- concesso - energia eltrica - permisso, - navegao - area

    - aeroespacial- infraestrutura aeroporturia- portos martimos, fluviais e lacustres;- servios de transporte - ferrovirio

    - aquavirio - entre - portos

    - fronteiras - nacionais- estaduais

    - rodovirio - interestadual- internacional

    - organizar e manter o - Jud- MP- polcia civil do DF e Territ- polcia militar - corpo de bombeiros militar - prestar assistncia financ ao DF p/ a execuo de serv pub- Defensoria Pblica dos territrios (DPDF agora do DF!

    EC 69/2012)

    E X

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    - organizar e manter os servios oficiais de - estatstica- geografia de mbito nacional- geologia- cartografia

    - classificao, p/ efeito indicativo, de diverses pb e de programas de rdio e TV;- conceder anistia;- defesa contra as calamidades pblicas, secas e inundaes;- instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hdricos- instituir diretrizes para - desenvolvimento urbano,

    - habitao- saneamento bsico- transportes urbanos;- sistema nacional de viao;

    - polcia martima, aeroporturia e de fronteiras- atividades nucleares - para fins pacficos

    - por aprovao do CN- a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existncia de culpa- por PERMISSO a comercializao e a utilizao deso autorizadas radioistopos para a pesquisa e usos

    mdicos, agrcolas e industriais produo, comercializao e utilizao de radioistopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas

    - inspeo do trabalho;- garimpagem, em forma associativa.

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    Art. 21. Compete Unio:

    I - manter relaes com Estados estrangeiros e participar de organizaes internacionais;

    II - declarar a guerra e celebrar a paz;

    III - assegurar a defesa nacional;

    IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que foras estrangeiras transitem pelo territrio nacional ou nele permaneam temporariamente;

    V - decretar o estado de stio, o estado de defesa e a interveno federal;

    VI - autorizar e fiscalizar a produo e o comrcio de material blico;

    VII - emitir moeda;

    VIII - administrar as reservas cambiais do Pas e fiscalizar as operaes de natureza financeira, especialmente as de crdito, cmbio e capitalizao, bem como as de seguros e de previdncia privada;

    IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenao do territrio e de desenvolvimento econmico e social;

    X - manter o servio postal e o correio areo nacional;

    XI - explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso, os servios de telecomunicaes, nos termos da lei, que dispor sobre a organizao dos servios, a criao de um rgo regulador e outros aspectos institucionais;

    XII - explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso:

    a) os servios de radiodifuso sonora, e de sons e imagens;

    b) os servios e instalaes de energia eltrica e o aproveitamento energtico dos cursos de gua, em articulao com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergticos;

    c) a navegao area, aeroespacial e a infra-estrutura aeroporturia;

    d) os servios de transporte ferrovirio e aquavirio entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Territrio;

    e) os servios de transporte rodovirio interestadual e internacional de passageiros;

    f) os portos martimos, fluviais e lacustres;

    XIII - organizar e manter o Poder Judicirio, o Ministrio Pblico do Distrito Federal e dos Territrios e a Defensoria Pblica dos Territrios;

    XIV - organizar e manter a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistncia financeira ao Distrito Federal para a execuo de servios pblicos, por meio de fundo prprio;

    XV - organizar e manter os servios oficiais de estatstica, geografia, geologia e cartografia de mbito nacional;

    XVI - exercer a classificao, para efeito indicativo, de diverses pblicas e de programas de rdio e televiso;

    XVII - conceder anistia;

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    XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades pblicas, especialmente as secas e as inundaes;

    XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hdricos e definir critrios de outorga de direitos de seu uso;

    XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitao, saneamento bsico e transportes urbanos;

    XXI - estabelecer princpios e diretrizes para o sistema nacional de viao;

    XXII - executar os servios de polcia martima, aeroporturia e de fronteiras;

    XXIII - explorar os servios e instalaes nucleares de qualquer natureza e exercer monoplio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrializao e o comrcio de minrios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princpios e condies:

    a) toda atividade nuclear em territrio nacional somente ser admitida para fins pacficos e mediante aprovao do Congresso Nacional;

    b) sob regime de permisso, so autorizadas a comercializao e a utilizao de radioistopos para a pesquisa e usos mdicos, agrcolas e industriais;

    c) sob regime de permisso, so autorizadas a produo, comercializao e utilizao de radioistopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas;

    d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existncia de culpa;

    XXIV - organizar, manter e executar a inspeo do trabalho;

    XXV - estabelecer as reas e as condies para o exerccio da atividade de garimpagem, em forma associativa.

    Art. 22. Compete PRIVATIVAMENTE Unio legislar sobre:

    I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio, martimo, aeronutico, espacial e do trabalho;

    II - desapropriao;

    III - requisies civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;

    IV - guas, energia, informtica, telecomunicaes e radiodifuso;

    V - servio postal;

    VI - sistema monetrio e de medidas, ttulos e garantias dos metais;

    VII - poltica de crdito, cmbio, seguros e transferncia de valores;

    VIII - comrcio exterior e interestadual;

    IX - diretrizes da poltica nacional de transportes;

    X - regime dos portos, navegao lacustre, fluvial, martima, area e aeroespacial;

    XI - trnsito e transporte;

    XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

    XIII - nacionalidade, cidadania e naturalizao;

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    XIV - populaes indgenas;

    XV - emigrao e imigrao, entrada, extradio e expulso de estrangeiros;

    XVI - organizao do sistema nacional de emprego e condies para o exerccio de profisses;

    XVII - organizao judiciria, do Ministrio Pblico do Distrito Federal e dos Territrios e da Defensoria Pblica dos Territrios, bem como organizao administrativa destes;

    XVIII - sistema estatstico, sistema cartogrfico e de geologia nacionais;

    XIX - sistemas de poupana, captao e garantia da poupana popular;

    XX - sistemas de consrcios e sorteios;

    XXI - normas gerais de organizao, efetivos, material blico, garantias, convocao e mobilizao das polcias militares e corpos de bombeiros militares;

    XXII - competncia da polcia federal e das polcias rodoviria e ferroviria federais;

    XXIII - seguridade social;

    XXIV - diretrizes e bases da educao nacional;

    XXV - registros pblicos;

    XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;

    XXVII normas gerais de licitao e contratao, em todas as modalidades, para as administraes pblicas diretas, autrquicas e fundacionais da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas pblicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, 1, III;

    XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa martima, defesa civil e mobilizao nacional;

    XXIX - propaganda comercial.

    Pargrafo nico. Lei complementar poder autorizar os Estados a legislar sobre questes especficas das matrias relacionadas neste artigo.

    Art. 23. competncia COMUM da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios:

    I - zelar pela guarda da Constituio, das leis e das instituies democrticas e conservar o patrimnio pblico;

    II - cuidar da sade e assistncia pblica, da proteo e garantia das pessoas portadoras de deficincia;

    III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histrico, artstico e cultural, os monumentos, aspaisagens naturais notveis e os stios arqueolgicos;

    IV - impedir a evaso, a destruio e a descaracterizao de obras de arte e de outros bens de valor histrico, artstico ou cultural;

    V - proporcionar os meios de acesso cultura, educao e cincia;

    VI - proteger o meio ambiente e combater a poluio em qualquer de suas formas;

    VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

    VIII - fomentar a produo agropecuria e organizar o abastecimento alimentar;

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    IX - promover programas de construo de moradias e a melhoria das condies habitacionais e de saneamento bsico;

    X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalizao, promovendo a integrao social dos setores desfavorecidos;

    XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concesses de direitos de pesquisa e explorao de recursos hdricos e minerais em seus territrios;

    XII - estabelecer e implantar poltica de educao para a segurana do trnsito.

    Pargrafo nico. Leis complementares fixaro normas para a cooperao entre a Unio e os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, tendo em vista o equilbrio do desenvolvimento e do bem-estar em mbito nacional.

    Art. 24. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar CONCORRENTEMENTE sobre:

    I - direito tributrio, financeiro, penitencirio, econmico e urbanstico;

    II - oramento;

    III - juntas comerciais;

    IV - custas dos servios forenses;

    V - produo e consumo;

    VI - florestas, caa, pesca, fauna, conservao da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteo do meio ambiente e controle da poluio;

    VII - proteo ao patrimnio histrico, cultural, artstico, turstico e paisagstico;

    VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico;

    IX - educao, cultura, ensino e desporto;

    X - criao, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

    XI - procedimentos em matria processual;

    XII - previdncia social, proteo e defesa da sade;

    XIII - assistncia jurdica e Defensoria pblica;

    XIV - proteo e integrao social das pessoas portadoras de deficincia;

    XV - proteo infncia e juventude;

    XVI - organizao, garantias, direitos e deveres das polcias civis.

    1 - No mbito da legislao concorrente, a competncia da Unio limitar-se- a estabelecer normas gerais.

    2 - A competncia da Unio para legislar sobre normas gerais no exclui a competncia suplementar dos Estados.

    3 - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercero a competncia legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 4 - A supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende a eficcia da lei estadual, no que lhe for contrrio.

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    EXERCCIOS

    36.(CESPE - 2012 - PC-CE - Inspetor de Polcia) Em funo do sistema de distribuio de competncias legislativa