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Curso On-Line: Economia da Regulação - Teoria e Exercícios para Especialista da ANTT - Economia Professor: Fernando Graeff Aula 06 Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 1 Introdução ........................................................................................ 01 Características, conceito e efeitos trilaterais............................................. 02 Política tarifária e Equilíbrio econômico-financeiro .................................... 13 Intervenção e extinção.......................................................................... 16 Questões Comentadas .......................................................................... 23 Lista de questões ................................................................................ 51 Bibliografia ........................................................................................ 63 Introdução Prezado Aluno, Conforme proposto no nosso cronograma vamos tratar na aula de hoje os seguintes temas: Aula Tópicos abordados Aula 06 Contrato de concessão de serviço público: características, conceito, efeitos trilaterais, intervenção, extinção, equilíbrio econômico-financeiro, política tarifária. As questões discutidas durante a aula estão listadas no final do arquivo para caso você queira tentar resolve-las antes de ver os comentários. E, por último, participe do Fórum de dúvidas, que é um dos diferenciais do Ponto. Lá você poderá tirar suas dúvidas, auxiliar outras pessoas e ajudar no aprimoramento dos nossos cursos. Dito isto, mãos à obra...

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Introdução ........................................................................................ 01 Características, conceito e efeitos trilaterais............................................. 02 Política tarifária e Equilíbrio econômico-financeiro .................................... 13 Intervenção e extinção.......................................................................... 16 Questões Comentadas .......................................................................... 23 Lista de questões ................................................................................ 51 Bibliografia ........................................................................................ 63

Introdução

Prezado Aluno,

Conforme proposto no nosso cronograma vamos tratar na aula de hoje os seguintes temas:

Aula Tópicos abordados

Aula 06 Contrato de concessão de serviço público: características, conceito, efeitos trilaterais, intervenção, extinção, equilíbrio econômico-financeiro, política tarifária.

As questões discutidas durante a aula estão listadas no final do arquivo para caso você queira tentar resolve-las antes de ver os comentários. E, por último, participe do Fórum de dúvidas, que é um dos diferenciais do Ponto. Lá você poderá tirar suas dúvidas, auxiliar outras pessoas e ajudar no aprimoramento dos nossos cursos. Dito isto, mãos à obra...

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Características, conceito e efeitos trilaterais.

Vamos estudar na aula de hoje o “Contrato de concessão de serviço público”, ou seja, o contrato administrativo regido pela Lei 8.987/95. Vimos na aula passada que segundo referida lei, a concessão de serviço público, precedida ou não de obra pública, é instrumentalizada por meio de um contrato administrativo. Vimos, ainda, que de acordo com o art. 40 da Lei, a permissão é instrumentalizada por meio de um contrato de adesão, que apesar de apresentar certas peculiaridades, quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral pelo poder concedente, observará os termos da Lei 8.987/95, das demais normas pertinentes e do edital de licitação. Portanto, as disposições aplicáveis aos contratos de concessão também valem para o contrato de permissão, com a diferença que este último tem o caráter “precário”. As parcerias público-privadas, tanto na modalidade patrocinada quanto administrativa, também são formalizadas por meio de contrato administrativo de concessão. O art. 5º da Lei 11.079/2004 determina que as cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão ao disposto na Lei 8.987/95, no que couber. Características do contrato de concessão Inicialmente, para entender o funcionamento do contrato de concessão, temos que ter em mente que a concessão se constrói sobre duas ideias opostas (no dizer de Di Pietro: antitéticas), cujo equilíbrio constitui toda a teoria do contrato de concessão:

• De um lado, temos um serviço público que deve funcionar no interesse geral e sob a autoridade da Administração;

• De outro, temos uma empresa capitalista que, como tal, deseja obter o máximo de lucro possível.

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Assim, desse duplo aspecto decorrem várias consequencias: DO FATO DA: RESULTA:

Concessão ter por objeto a

prestação de um serviço público

A existência de cláusulas regulamentares no contrato. A outorga de prerrogativas públicas ao concessionário. A sujeição do concessionário aos princípios inerentes à prestação de serviço público: continuidade, mutabilidade, igualdade dos usuários. Reconhecimento de poderes à Administração concedente, como encampação, intervenção, uso compulsório de recursos humanos e materiais da empresa concessionária, poder de direção e controle sobre a execução do serviço, poder de aplicar sanções e decretar a caducidade. A reversão de bens da concessionária para o poder concedente ao término da concessão. A natureza pública dos bens da concessionária afetados à prestação do serviço. Responsabilidade civil regida por normas publicísticas. Efeitos trilaterais da concessão de serviço público: sobre o poder concedente, o concessionário e os usuários.

Concessionária ser uma empresa

capitalista

A natureza contratual da concessão de serviço público. O direito do concessionário à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

O contrato deve

equilibrar essas

ideias.

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Desse duplo aspecto da concessão, resulta outra peculiaridade relevante: a submissão da empresa concessionária a um regime jurídico híbrido: parte privado (como empresa privada), parte público (como prestadora de serviço público). Durante essa aula nós veremos cada uma dessas consequências com detalhes. Vamos iniciar destacando os efeitos trilaterais do contrato de concessão. Efeitos Trilaterais Uma das características do contrato de concessão de serviço público é produzir efeitos trilaterais, isso quer dizer que: embora celebrado apenas entre o poder concedente e o concessionário (somente esses dois assinam o contrato), os seus efeitos alcançam terceiros estranhos à celebração do ajuste (=usuários do serviço concedido).

Com efeito, os usuários assumem direitos e obrigações perante às partes, quer por força das normas regulamentares, quer por força das cláusulas contratuais. Na realidade, os efeitos do contrato sobre o usuário são também uma decorrência da duplicidade de aspectos da concessão; além do aspecto contratual propriamente dito, a concessão mantém sua natureza regulamentar no que diz respeito à prestação do serviço; sob o ponto de vista dos usuários, sua posição não se altera, seja o serviço prestado diretamente pela Administração Pública, seja prestado indiretamente pelo concessionário, já que as normas regulamentadoras do serviço são as mesmas. Em outras palavras, para o usuário pouco importa quem está prestando o serviço, é indiferente que seja prestado pelo Estado diretamente ou por uma

Parte no contrato Parte no contrato

Não são partes no

contrato, mas sofrem seus

efeitos.

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empresa pública ou privada em nome do poder concedente. A relação do usuário será a mesma, seus direitos e suas obrigações serão as mesmas. O usuário é o beneficiário, o destinatário do serviço, e como tal não é parte da relação contratual (poder concedente <–> concessionário), mas sobre ele repercutem os efeitos do contrato celebrado, que se estendem em relação a ele. Em decorrência disso, a Lei 8.987/95 além de prever, de forma não exaustiva, os direitos e deveres do Poder Concedente e do Concessionário, também prevê direitos e deveres para os usuários. Veremos isso com mais detalhes na próxima aula. Princípios que regem o contrato de concessão O concessionário fica sujeito a todos os princípios pertinentes à execução de serviços públicos, em especial aos da continuidade, mutabilidade do regime jurídico, igualdade dos usuários, além de outros indicados no art. 6º, § 1º, da Lei 8.987/95, como requisitos para que o serviço seja considerado adequado (que veremos com detalhes na próxima aula).

• princípio da continuidade do serviço público significa ser impossível a interrupção do serviço, por iniciativa do concessionário, a não ser em hipóteses estritas previstas na lei e no contrato.

• princípio da mutabilidade significa que as cláusulas regulamentares do

contrato podem ser unilateralmente alteradas pelo poder concedente para atender a razões de interesse público. Nem o concessionário, nem os usuários do serviço público podem opor-se a essas alterações. Inexiste direito adquirido à manutenção do regime jurídico vigente no momento da celebração do contrato.

A mutabilidade pode decorrer de:

o mudanças na situação de fato, ou seja, de circunstâncias de

variada natureza que recomendem a mudança de cláusulas regulamentares, como, por exemplo, o progresso científico, que torna superada técnicas anteriores; ou

o mudanças na situação de direito, a lei que disciplina o serviço

pode sofrer alterações, que acarreta a necessidade de alterar as cláusulas regulamentares do serviço.

• princípio da igualdade perante o serviço público, os usuários que

satisfaçam às condições legais fazem jus à prestação do serviço. Sendo aplicação do princípio da isonomia, aplica-se a mesma ideia de que

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qualquer discriminação tem que ser justificada em função da situação pessoal e peculiar de determinados usuários.

Em outras palavras, a prestação do serviço deve ser igual para os que se encontram em igualdade de condições. Assim, é possível aceitar, por exemplo, a fixação de tarifa de energia elétrica diferenciada para usuários de baixa renda. Contrato de concessão e edital de licitação O art. 18 da Lei 8.987/95 lista uma série de itens que devem ser observados no edital de licitação, por sua vez, o art. 23 arrola uma série de cláusulas que reputa essenciais ao contrato de concessão. O quadro abaixo faz uma relação entre os itens do edital e as cláusulas essenciais do contrato de concessão:

Edital

Contrato

o objeto, metas e prazo da concessão objeto, à área e ao prazo da concessão;

a descrição das condições necessárias à prestação adequada do serviço

modo, forma e condições de prestação do serviço

critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros definidores da qualidade do serviço

os direitos e obrigações do poder concedente e da concessionária em relação a alterações e expansões a serem realizadas no futuro, para

garantir a continuidade da prestação do serviço;

direitos, garantias e obrigações do poder concedente e da concessionária, inclusive os relacionados às previsíveis necessidades de futura alteração e expansão do serviço e

consequente modernização, aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das

instalações;

direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização do serviço

os critérios de reajuste e revisão da tarifa preço do serviço e aos critérios e

procedimentos para o reajuste e a revisão das tarifas;

a indicação dos bens reversíveis bens reversíveis as características dos bens reversíveis e as

condições em que estes serão postos à disposição, nos casos em que houver sido

extinta a concessão anterior

critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indenizações devidas à

concessionária, quando for o caso

Observação: em decorrência desse princípio, o art. 13 da Lei 8.987/95 prevê que as tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários.

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Vamos fazer uma pausa para diferenciar reajuste e revisão tarifária:

• reajuste é a simples atualização periódica das obrigações, levando em consideração o valor do dinheiro no tempo (inflação);

• revisão é a verificação ordinária (normalmente a cada 5 anos) ou extraordinária (quando surgirem fatos relevantes), de todos os encargos que compõe a tarifa com vistas a verificar se as condições iniciais contratadas se mantém. Por exemplo, em uma rodovia concedida:

o a tarifa pode ser revisada para mais caso aumentem os encargos da concessionária, exemplo: inclusão de uma nova passarela para pedestres, não prevista originalmente no contrato;

o a tarifa pode ser revisada para menos: caso diminuam os encargos da concessionária, exemplo: avanço tecnológico que possibilitou que o pedágio fosse cobrado automaticamente, sem necessitar mais de funcionários para isso.

Voltando ao edital, além dos itens já citados no quadro, deve prever os seguintes, que não encontram correspondência com as cláusulas essenciais previstas pela Lei para o contrato de concessão:

� Prazos referentes ao processo licitatório:

o prazos para recebimento das propostas, julgamento da licitação e assinatura do contrato;

o prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos interessados,

os dados, estudos e projetos necessários à elaboração dos orçamentos e apresentação das propostas

� Critérios de julgamento da licitação:

o os critérios e a relação dos documentos exigidos para a aferição da

capacidade técnica, da idoneidade financeira e da regularidade jurídica e fiscal;

o os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a serem utilizados

no julgamento técnico e econômico-financeiro da proposta;

� Outras fontes de receita:

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o as possíveis fontes de receitas alternativas, complementares ou acessórias, bem como as provenientes de projetos associados; O edital poderá prever outras fontes de receita diferente da tarifa cobrada dos usuários, essas receitas adicionais deverão reverter para a modicidade tarifária, ou seja, deverão ser consideradas no estabelecimento da tarifa, deixando-a mais acessível aos usuários. Na concessão de um aeroporto, são exemplos desse tipo de receita: a publicidade feita nas instalações do aeroporto, o aluguel cobrado das lojas, dos restaurantes, do estacionamento rotativo etc. Tudo isso deverá deixar as taxas de embarque (cobradas dos passageiros) e as taxas de utilização da infraestrutura aeroportuária (cobradas das companhias aéreas), mais baratas.

� Desapropriações:

o a expressa indicação do responsável pelo ônus das desapropriações

necessárias à execução do serviço ou da obra pública, ou para a instituição de servidão administrativa;

� No caso de admissão de consórcios:

o as condições de liderança da empresa responsável;

� Minuta de Contrato:

o nos casos de concessão, a minuta do respectivo contrato, que

conterá as cláusulas essenciais aplicáveis;

o nos casos de permissão, os termos do contrato de adesão a ser firmado.

Quanto ao contrato, além das cláusulas essenciais constantes do quadro comparativo acima, ele deverá prever:

� Poder de fiscalização:

o forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos, dos métodos e práticas de execução do serviço, bem como a indicação dos órgãos competentes para exercê-la;

o obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação de contas da

concessionária ao poder concedente;

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o exigência da publicação de demonstrações financeiras periódicas da concessionária;

� Poder de sanção:

o penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita a concessionária e sua forma de aplicação;

o casos de extinção da concessão;

� Possibilidade de prorrogação:

o condições para prorrogação do contrato;

� Solução de divergências:

o foro e modo amigável de solução das divergências contratuais (Importante: o art. 23-A prevê a possibilidade da utilização de mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa). A arbitragem em nosso país é regida pela Lei 9.307/96. Consiste em uma forma alternativa ao Poder Judiciário de dirimir conflitos, por meio da qual as partes estabelecem em contrato que vão utilizar o juízo arbitral (privado) para solucionar controvérsia existente ou eventual em vez de procurar o poder judiciário. A sentença arbitral tem o mesmo efeito da convencional, sendo obrigatória entre as partes.

Adicionalmente, quando a concessão de serviço público for precedida da execução de obra pública, o contrato deverá:

• estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das obras vinculadas à concessão; e

• exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, das obrigações relativas às obras vinculadas à concessão.

Financiamento da concessão As concessionárias normalmente buscam recursos perante terceiros para realizar os investimentos necessários à prestação adequada do serviço público. Contudo, são empresas novas, especialmente criadas (sociedades de propósito específico) para gerir o empreendimento.

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Dessa forma, para facilitar a obtenção de recursos, a lei prevê que as concessionárias poderão oferecer em garantia, nos contratos de financiamento, os direitos emergentes da concessão, até o limite que não comprometa a operacionalização e a continuidade da prestação do serviço. Prevê, ainda, que para garantir contratos de mútuo de longo prazo (prazo médio de vencimento superior a 5 anos), destinados a investimentos relacionados a contratos de concessão, em qualquer de suas modalidades, as concessionárias poderão ceder ao mutuante, em caráter fiduciário, parcela de seus créditos operacionais futuros. Em outras palavras, a concessionária oferece em garantia parte da receita futura originada das tarifas. Subcontratação, subconcessão, transferência da concessão e transferência do controle acionário. Outro assunto importante com relação ao contrato de concessão é a possibilidade da subcontratação, subconcessão, transferência da concessão e transferência do controle acionário. A Lei 8.987/95 faz distinção entre subconcessão e a contratação de terceiros para o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido. Subconcessão Inicialmente, você deve saber que a subconcessão tem a mesma natureza pública do contrato de concessão, com a outorga de determinados poderes do poder concedente ao concessionário, como as prerrogativas de promover desapropriações, instituir servidões, gerir recursos públicos utilizados na prestação dos serviços, exercer o poder de polícia sobre os bens objeto da concessão e outros. Assim, a subconcessão, como a concessão, é materializada em um contrato administrativo e não em um contrato de direito privado. Na subconcessão é transferido parte do próprio objeto da concessão, por exemplo, um concessionário que explora 1.000 km de rodovia, se permitido pelo poder concedente e previsto no contrato, poderá subconceder parte dessa rodovia a um terceiro (digamos 200 ou 300 km). Esse terceiro, agora subconcessionário, passa a ser titular dos mesmos direitos e obrigações daquele que subconcedeu, referentes ao trecho que irá administrar. Por isso, a Lei admite a subconcessão, contudo impõe condições:

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Subcontratação Diferente é a subcontratação de terceiros, prevista no art. 25 da Lei 8.987/95, a concessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a implementação de projetos associados, como, por exemplo, serviços de limpeza, obras, reformas, vigilância etc. Os contratos decorrentes, celebrados entre a concessionária e os terceiros, serão regidos pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros e o poder concedente. Assim, as contratações, inclusive de mão de obra, feitas pela concessionária serão regidas pelas disposições de direito privado e pela legislação trabalhista, não se estabelecendo qualquer relação entre os terceiros contratados pela concessionária e o poder concedente. Transferência da concessão e transferência do controle acionário A transferência de concessão e do controle societário da concessionária está prevista no art. 27 da Lei 8.987/95. Inicialmente, vamos fazer uma distinção entre esses dois institutos:

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Transferência

Conceito

da concessão

É a entrega do objeto da concessão a outra pessoa que não aquela com quem a Administração Pública celebrou o contrato. Há substituição na figura do concessionário.

do controle acionário

É a alienação do controle acionário da concessionária a um sócio distinto do controlador a época da licitação. Como os sócios possuem personalidade jurídica distinta da entidade não existe alteração na pessoa do concessionário.

Não vamos entrar no mérito da necessidade ou não de licitação para que seja feita a transferência da concessão ou do controle acionário da entidade, existe grande polêmica doutrinária quanto a isso. Para nós interessa saber que tanto a transferência da concessão quanto do controle acionário necessita de prévia anuência do poder concedente. A transferência sem a anuência do poder concedente implicará na caducidade da concessão. Mas, essa anuência não será dada para qualquer um, o novo concessionário ou o novo controlador, deverá preencher certos requisitos. Dessa forma, para fins de obtenção da anuência o pretendente deverá:

• atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias à assunção do serviço; e

• comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor.

Hipótese especial de transferência do controle acionário Tendo como justificativa assegurar a continuidade da prestação dos serviços, a Lei prevê a hipótese dos financiadores (leia-se bancos) assumirem o controle da concessionária para promover sua reestruturação financeira. As condições para tanto devem estar estabelecidas no contrato de concessão. Contudo, nesse caso, o poder concedente flexibiliza os requisitos. Exige que os financiadores atendam às exigências de regularidade jurídica e fiscal, podendo alterar ou dispensar os requisitos de capacidade técnica e idoneidade financeira. Mas, frise-se que a assunção (tomada) do controle pelos financiadores não alterará as obrigações da concessionária e de seus controladores ante ao poder concedente.

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Política tarifária e Equilíbrio econômico-financeiro

A Lei 8.987/95 prevê como possíveis fontes de remuneração da concessionária:

• tarifa paga pelos usuários;

• fontes de receitas alternativas, complementares ou acessórias, bem como as provenientes de projetos associados, com ou sem exclusividade, previstas no edital, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas;

• subsídio, desde que previamente autorizado em lei e à disposição de

todos os concorrentes. Segundo a lei, a tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão, previstas na lei, no edital e no contrato de concessão. Apesar da previsão legal, cabe destacar que dependendo do critério de licitação utilizado, a tarifa pode ser pré-estabelecida pelo poder concedente, ou seja, não resultará da proposta vencedora da licitação, mas sim, do valor definido no edital de licitação. Com relação às outras fontes de receita, a lei da margem que a concessionária seja remunerada inteiramente por receitas alternativas, ou adicionalmente à tarifa, por receitas complementares, acessórias ou ainda provenientes de projetos associados. Dessa forma, pode-se resumir a remuneração da concessionária em três configurações:

• remuneração por tarifa paga pelos usuários;

• tarifa como remuneração básica, complementada por outro tipo de receita;

• remuneração inteiramente por outro tipo de receita que não a tarifa.

Com relação ao subsídio, cabe lembrar que é possível, desde que autorizado em lei, previamente à concorrência, e esteja à disposição de todos os concorrentes. Assim, o subsídio é possível quando:

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Além disso, a lei permite que entidade estatal alheia à esfera político-administrativa do poder concedente participe da concorrência, desde que não dependa, para esse fim, de vantagens ou subsídios do poder público controlador da referida entidade. Em outras palavras, a entidade estatal poderá participar da concorrência, desde que não dependa de subsídio específico para ela, se o subsídio estiver disponível para todos os concorrentes não haverá problema. Por fim, com relação à tarifa, a lei dispõe que:

• não será subordinada à legislação específica anterior; e

• somente nos casos expressamente previstos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência de serviço público alternativo e gratuito para o usuário.

Equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão A consequencia fundamental do fato de a concessão ser executada por empresas capitalistas que objetivam o lucro é o direito à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro estabelecido no momento da celebração do contrato durante toda sua execução. Assim, o equilíbrio econômico-financeiro constitui a relação que se estabelece no momento da celebração do contrato, entre o encargo assumido pelo concessionário e a remuneração que lhe assegura a Administração por via do contrato. O equilíbrio econômico-financeiro constitui-se principalmente em direito do concessionário, mas também pode ser arguido pelo poder concedente sempre que o contrato tornar-se oneroso para a Administração.

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Em outras palavras, o balanço do equilíbrio econômico-financeiro não pode pender nem para o lado do concessionário, nem para o lado do poder concedente, por isso a denominação “equilíbrio”. O equilíbrio econômico-financeiro é decorrente da lei, mas mesmo que não houvesse previsão legal, encontraria base em princípios:

Previsão Descrição

Art. 9º, § 2º

O contrato poderá prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro.

Art. 9º, § 4º

Em havendo alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio econômico-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração.

Art. 10

O equilíbrio econômico-financeiro será mantido sempre que forem atendidas as condições do contrato.

Art. 11, parágrafo único

As fontes extras de receita serão obrigatoriamente consideradas para a aferição do inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Art. 9º, § 3º

Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso.

Princípio da Equidade

Impede que uma das partes experimente locupletamento ilícito em detrimento da outra.

Princípio da razoabilidade Exige proporção entre o custo e o benefício.

Princípio da continuidade do contrato administrativo

Determina a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro indispensável para assegurar a continuidade do contrato.

Princípio da indisponibilidade do interesse público

Pois, se o contrato é necessário para atender a alguma necessidade imperiosa da Administração, a esta incumbe assegurar sua continuidade, recompondo o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

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Intervenção e extinção

Segundo o art. 32 da Lei 8.987/95, o poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequada prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes. A intervenção não tem caráter punitivo; ela nada mais é do que a substituição temporária da concessionária pelo próprio poder concedente, com o objetivo de apurar irregularidades, assegurar a continuidade do serviço público e propor, a final, medidas mais convenientes a serem adotadas. A intervenção deve ser declarada por decreto do poder concedente, que conterá:

O poder concedente deverá, no prazo de 30 dias contados a partir da declaração da intervenção, instaurar procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa. O procedimento administrativo deverá ser concluído no prazo de até 180 dias, contados a partir de sua instauração, sob pena de considerar-se inválida a intervenção. Prazos do processo administrativo de intervenção:

A intervenção será nula e o serviço deverá ser imediatamente devolvido à concessionária, sem prejuízo de seu direito à indenização:

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• se não observados os prazos para instauração e conclusão do processo

administrativo; ou

• se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressupostos legais e regulamentares.

A lei não elenca detalhadamente os motivos que ensejam a intervenção, mas pela norma do art. 32 deduz-se que pode se dar no caso de descumprimento de normas contratuais, regulamentares e legais, ou no caso em que se considere que o serviço não está sendo prestado de forma adequada. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração do serviço será devolvida à concessionária, precedida de prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos praticados durante a sua gestão. Assim, cessada a intervenção o poder concedente poderá:

Hipóteses de extinção da concessão O art. 35 da Lei 8.987/95 prevê as hipóteses de extinção da concessão: Pelo modo normal de extinção do contrato:

• advento do termo contratual - ou seja, o término do prazo da concessão.

As demais hipóteses são anormais, pois implicam na extinção antes do prazo estabelecido no contrato.

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• encampação - considera-se encampação a retomada do serviço pelo

poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização. É a rescisão unilateral do contrato pela Administração Pública por razões de interesse público. Nesse caso, o contrato vem sendo cumprido a contento, porém, por razões de conveniência e oportunidade não interessa à Administração a sua manutenção.

• caducidade - rescisão unilateral do contrato de concessão de serviço público em razão de inadimplência contratual, por parte da concessionária. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais.

o Hipótese que enseja caducidade:

� a transferência de concessão ou do controle societário da

concessionária sem prévia anuência do poder concedente (art. 27).

o Hipóteses que podem ensejar a caducidade:

� o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou

deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço;

� a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou

disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão;

� a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto,

ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior;

� a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou

operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido;

� a concessionária não cumprir as penalidades impostas por

infrações, nos devidos prazos;

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� a concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e

� a concessionária for condenada em sentença transitada em

julgado por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais.

A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa. O processo não será instaurado antes de comunicados à concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratuais, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais.

Uma vez instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada no decurso do processo, da qual será descontado o valor das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária.

Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária.

• rescisão - o contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa

da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.

Atenção: Em homenagem ao princípio da continuidade dos serviços públicos, os serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.

• anulação – é a invalidação do contrato de concessão por ilegalidade na

concessão ou na sua formalização. Assim a anulação pressupõe um contrato ilegal, diferentemente das demais formas de extinção onde há um contrato válido. Os efeitos são ex tunc (ou seja, retroagem à data da assinatura).

• falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou

incapacidade do titular, no caso de empresa individual – o caso de empresa individual só de aplica as permissões, uma vez que somente

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pessoa jurídica pode ser concessionária (art. 2º, II), e jurídicas são apenas aquelas enumeradas no art. 16 do CC, as sociedades civis, as fundações e as sociedades comerciais, sem contar as pessoas jurídicas de Direito Público.

Comparação entre os institutos da encampação, caducidade e rescisão:

Encampação

Caducidade Rescisão

Interessado

Poder concedente Poder concedente Concessionário

Motivo Interesse público Inadimplência contratual do concessionário

Inadimplência contratual do poder concedente

Indenização

Prévia Posterior Posterior

Forma

Lei autorizativa específica

Decreto do poder concedente Sentença Judicial

Pré-requisitos

Interesse público Processo administrativo,

ampla defesa

Serviços não podem ser descontinuados até decisão

judicial A assunção (=retomada) do serviço pelo poder concedente, em virtude de qualquer uma das hipóteses de extinção da concessão, autoriza a ocupação das instalações e a utilização, pelo poder concedente, de todos os bens reversíveis. Assim, extinta a concessão:

• haverá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários;

• os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário devem retornar ao poder concedente, conforme previsto no edital e estabelecido no contrato.

Nos casos de advento do termo contratual ou de encampação, o poder concedente, antecipando-se à extinção da concessão, procederá aos levantamentos e avaliações necessários à determinação dos montantes da indenização que será devida à concessionária. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.

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A reversão é a passagem ao poder concedente dos bens do concessionário ou do permissionário aplicados ao serviço (=afetos ao serviço), uma vez extinta a concessão. Portanto, bens reversíveis são todos os bens afetos, indispensáveis à prestação do serviço. O fundamento da reversão é o princípio da continuidade do serviço público. Encerrada a concessão ou a permissão, aqueles bens necessários à prestação do serviço, em regra, só interessam a quem vai dar continuidade à prestação do serviço.

Por exemplo: são bens reversíveis os viadutos, as pontes, as praças de pedágio em uma rodovia concedida; as instalações, maquinários e equipamentos utilizados nos serviços de telecomunicações ou de energia elétrica etc.

Por isso, a Lei prevê que conste no edital de licitação a indicação e as características dos bens reversíveis e as condições em que serão postos à disposição, nos casos em que houver sido extinta a concessão anterior; além disso, a Lei determina que é cláusula essencial do contrato de concessão a previsão dos bens reversíveis e os critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indenizações devidas à concessionária, quando for o caso. Evidentemente, conforme o caso, a reversão depende de indenização, mesmo que a extinção se faça por inadimplemento do contrato, mediante declaração de caducidade. Se assim não fosse, estaria caracterizado o confisco. A indenização deve ser estipulada de tal forma que vá sendo amortizada paulatinamente no decurso do contrato, tendo o seu valor inserido na tarifa ou outras fontes de receita. Ou seja, os investimentos feitos pelas permissionárias ou concessionárias são amortizados ou depreciados contabilmente durante o prazo da permissão / concessão. Todo ano, parte correspondente dos investimentos em bens reversíveis é lançada como despesa do empreendimento, reduzindo o valor da indenização no caso de extinção da concessão. Assim, caso a permissão / concessão seja extinta pelo decurso do prazo inicialmente estipulado, normalmente, os bens serão revertidos por completo durante a execução do contato sem restar nada a ser indenizado. Se, por algum motivo, os bens não estiverem completamente amortizados ou depreciados no final do prazo do contrato ou, ainda, se a extinção se der antes do prazo estipulado, caberá ao poder concedente indenizar o concessionário pelo valor restante.

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Cabe destacar que como empresa privada as concessionárias ou permissionárias possuem bens particulares, podendo ser objeto de qualquer relação jurídica regida pelo direito civil (esses bens não são reversíveis). Mas, como empresa prestadora de serviço público, ela dispõe de bens que estão vinculados à prestação do serviço, sob pena de paralisação que infringe o princípio da continuidade (esses bens são reversíveis). Assim, os bens reversíveis estão submetidos a regime jurídico de direito público, da mesma forma que os bens de uso comum do povo e os bens de uso especial. A questão dos bens reversíveis na prática é bem complexa e polêmica, atualmente, por falta de expressa previsão contratual, há uma grande discussão sobre os bens reversíveis do setor de telecomunicações, inclusive saiu na imprensa denúncias de que as empresas estariam alienando irregularmente parte desses bens. Também no setor ferroviário há uma grande discussão sobre a falta de controle dos bens reversíveis, volta e meia aparecem denúncias de que bens públicos estão sendo sucateados. Devido a isso, quando esses contratos acabarem, e houver a reversão dos bens, com certeza, teremos grandes discussões judiciais.

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Questões Comentadas.

01. (Cespe/PREVIC - Analista Administrativo – Especialidade: Contábil /2011) As cláusulas do contrato administrativo devem ser negociadas de comum acordo entre a administração e os interessados. Resolução: Os contratos administrativos, entre eles o contrato de concessão, são verdadeiros contratos de adesão, a administrações impõe as cláusulas aos interessados, não há margem para negociação. Portanto, item errado.

02. (Cespe/PREVIC - Analista Administrativo – Especialidade: Contábil /2011) O contrato celebrado pela administração pública possui natureza personalíssima. Resolução: Correto. O contrato é celebrado de forma personalíssima com o vencedor do certame licitatório. Portanto, item certo.

03. (Cespe/PREVIC - Analista Administrativo – Especialidade: Contábil /2011) É permitido ao gestor público elaborar contrato administrativo sem a cláusula de reajustamento. Resolução: As cláusulas que versam sobre os critérios de reajuste e revisão da tarifa são consideradas essenciais nos contratos de concessão. Portanto, item errado.

04. (Cespe/PREVIC - Analista Administrativo – Especialidade: Contábil /2011) Caso o contratado não consiga executar as atividades previstas em contrato, a administração pública poderá assumir a execução do contrato. Resolução:

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Essa é uma das razões que pode ensejar a caducidade da concessão, se a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido. Portanto, item certo.

05. (Cespe/PREVIC - Analista Administrativo – Especialidade: Contábil /2011) O contrato administrativo deve ser executado até o fim sem alterações das condições remuneratórias, mesmo que elas se tornem desvantajosas para o contratado. Resolução: O concessionário tem o direito à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato estabelecido no momento da assinatura do contrato. Assim, caso seja necessário, para sua manutenção, as condições remuneratórias podem ser alteradas. Portanto, item errado.

06. (Cespe/Analista de Correios – Especialidade: Advogado/2011) A possibilidade de alteração unilateral do contrato administrativo pela administração pública, independentemente de motivação, constitui uma de suas cláusulas exorbitantes. Resolução: A alteração unilateral do contrato administrativo pela administração pública é uma cláusula exorbitante, contudo ela só pode ser concretizada em prol do interesse público, com a devida motivação. Portanto, item errado.

07. (Cespe/MPOG-Analista de Infraestrutura/2012) A extinção da concessão transmitirá automaticamente à União a posse dos bens reversíveis. Resolução: Com a extinção da concessão ocorre a reversão dos bens do concessionário ou do permissionário aplicados ao serviço (=afetos ao serviço). Assim, os bens reversíveis, ou seja, aqueles bens indispensáveis à prestação do serviço passam automaticamente para o poder concedente. Portanto, item certo.

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Acerca de contrato de concessão de serviço público, julgue o item que se segue. 08. (Cespe/TCU – AUFCE – Auditoria Governamental/2011) Na referida espécie de contrato, a tarifa deve ser fixada de modo a assegurar ao concessionário a justa remuneração do capital e o equilíbrio econômico e financeiro, uma vez que a lei não admite a fixação de outras fontes financeiras no contrato. Resolução: A Lei 8.987/95 prevê como possíveis fontes de remuneração da concessionária:

• tarifa paga pelos usuários;

• fontes de receitas alternativas, complementares ou acessórias, bem como as provenientes de projetos associados, com ou sem exclusividade, previstas no edital, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas;

• subsídio, desde que previamente autorizado em lei e à disposição de

todos os concorrentes. Portanto, item errado.

09. (Cespe/Analista/ANEEL/2010) Aplica-se ao serviço público o princípio da mutabilidade do regime jurídico, segundo o qual é possível a ocorrência de mudanças no regime de execução do serviço para adequá-lo ao interesse público, que pode sofrer mudanças com o decurso do tempo. Resolução: Vimos que o princípio da mutabilidade significa que as cláusulas regulamentares do contrato podem ser unilateralmente alteradas pelo poder concedente para atender a razões de interesse público. Nem o concessionário, nem os usuários do serviço público podem opor-se a essas alterações. A mutabilidade decorre de mudanças ao longo do tempo, seja na situação de fato, seja na de direito. Portanto, item certo.

10. (Cespe/Oficial de Justiça/TRT21/2010) O princípio da imutabilidade do regime jurídico é inerente ao regime jurídico dos serviços públicos, razão pela qual os usuários do serviço público e os contratados pela administração têm direito adquirido à manutenção de determinado regime jurídico.

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Resolução: O princípio da Mutabilidade e não da Imutabilidade do regime jurídico é inerente ao regime jurídico dos serviços públicos. E, ao contrário do que afirma o enunciado, os usuários do serviço público e os contratados pela administração não têm direito adquirido à manutenção de determinado regime jurídico. Portanto, item errado.

11. (Cespe/Especialista/ANAC/2009) Contrato administrativo de concessão é aquele em que a administração pública confere ao particular a execução não remunerada de um serviço ou obra pública. Resolução: O contrato administrativo de concessão pressupõe a remuneração do serviço ou da obra pública executada. Portanto, item errado.

12. (Cespe/Especialista/ANAC/2009) A concessão de serviço público deve ser necessariamente instrumentalizada por contrato. Resolução: A concessão de serviço público, precedida ou não de obra pública, bem como, as parcerias público-privadas, tanto na modalidade patrocinada quanto administrativa, devem ser formalizadas por meio de contrato administrativo de concessão. Portanto, item certo.

13. (Cespe/Auditor/SECONT-ES/2009) Na concessão de serviços públicos, a concessionária poderá celebrar contratos com terceiros objetivando o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, os quais serão regidos pelo direito privado e não se estabelecerá qualquer relação jurídica entre os terceiros e o poder concedente. Resolução: O enunciado trata da subcontratação de terceiros, prevista no art. 25 da Lei 8.987/95, segundo o qual a concessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a implementação de projetos associados, como, por exemplo, serviços de limpeza, obras, reformas, vigilância etc.

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Os contratos decorrentes, celebrados entre a concessionária e os terceiros, serão regidos pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros e o poder concedente. Portanto, item certo.

14. (Cespe/Procurador/PGE-AL/2009) - adaptada - A exclusividade é a garantia que o prestador do serviço público tem de que seus lucros estão garantidos. Por isso, no direito brasileiro, a exclusividade da concessão de serviço público é a regra. Resolução: A exclusividade da concessão é exceção, e só poderá acontecer quando justificada, técnica ou economicamente, sempre que possível deverá ser estabelecida a concorrência entre mais de um prestador do serviço. Portanto, item errado.

15. (Cespe/Defensor/DPE-AL/2009) Na concessão de serviço público, não há a incidência das cláusulas exorbitantes, tampouco da característica da mutabilidade. Resolução: O contrato de concessão é um contrato administrativo e, como tal, está sujeito a incidência de cláusulas exorbitantes. Cláusula exorbitante é aquela que excede o direito comum para consignar uma vantagem ou uma restrição à Administração ou ao contratado. Ela não seria lícita num contrato privado, porque desigualaria as partes na execução do avençado, mas é absolutamente válida no contrato administrativo, desde que decorrente da lei ou dos princípios que regem a atividade administrativa, porque visa a estabelecer uma prerrogativa em favor de uma das partes para o perfeito atendimento do interesse público, que se sobrepõe sempre aos interesses particulares. São consideradas cláusulas exorbitantes, por exemplo, as que determinam a possibilidade de alteração e rescisão unilateral do contrato pelo poder público, a revisão dos preços e tarifas, a inoponibilidade da exceção do contrato não cumprido (ou seja, a concessionária, em regra, não pode parar o serviço alegando que o poder público não cumpriu o contrato) e a aplicação das penalidades contratuais pela Administração.

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E a mutabilidade é um dos princípios do contrato de concessão, segundo o qual os usuários do serviço público e os contratados pela administração não têm direito adquirido à manutenção de determinado regime jurídico. Portanto, item errado.

16. (Cespe/Procurador/PGE-AL/2009) - adaptada - É admitida a subconcessão de serviço público, dispensada nova licitação para a escolha do subconcessionário. Autorizada a subconcessão pelo poder concedente, o subconcessionário se sub-rogará em todos os direitos e obrigações da subconcedente dentro dos limites da subconcessão. Resolução: Vimos que a lei admite a subconcessão, contudo impõe condições, entre elas encontra-se a necessidade de prévia licitação para escolha do subconcessionário. Portanto, item errado.

17. (Cespe/OAB137/2009) - adaptada - A subconcessão dos serviços pela concessionária contratada pelo poder concedente é de livre pactuação. Resolução: Como vimos na questão anterior a subconcessão depende de previsão no contrato de concessão, da anuência do poder concedente e de prévia licitação na modalidade concorrência. Portanto, item errado.

18. (Cespe/Economia/ANTAQ/2009) Considere a situação de uma usuária de serviço público concedido que não se conforma em pagar quantia fixa mensal a título de disponibilização do serviço ofertado pela concessionária mesmo quando não utiliza esse serviço. Insatisfeita com a situação, a usuária faz uma reclamação à agência reguladora, a qual decide que, de fato, a referida tarifa não é devida. Com relação a essa situação hipotética e aos contratos administrativos, julgue o item a seguir. O valor cobrado na hipótese pela concessionária não será devido, mesmo que a sua cobrança esteja autorizada no contrato de concessão firmado entre a concessionária e o poder concedente, já que os contratos administrativos não podem gerar efeitos em face dos usuários dos serviços públicos que não participaram do contrato. Resolução:

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Uma das características do contrato de concessão de serviço público é produzir efeitos trilaterais, isso quer dizer que: embora celebrado apenas entre o poder concedente e o concessionário, os seus efeitos alcançam terceiros estranhos à celebração do ajuste (=usuários do serviço concedido). Portanto, item errado.

19. (Cespe/OAB137/2009) - adaptada - A transferência do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente não atinge o contrato de concessão. Resolução: A transferência do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente é motivo para a caducidade da concessão. Portanto, item errado.

20. (Cespe/OAB137/2009) - adaptada - Os contratos relativos à concessão de serviço público precedido da execução de obra pública deverão, adicionalmente aos demais requisitos previstos para os outros tipos de concessão, estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das obras vinculadas à concessão. Resolução: Vimos que a lei determina que quando a concessão de serviço público for precedida da execução de obra pública, no contrato deverá, além das cláusulas essenciais comuns:

• estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das obras vinculadas à concessão; e

• exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, das obrigações relativas às obras vinculadas à concessão.

Portanto, item certo.

21. (Cespe/OAB137/2009) - adaptada - O contrato de concessão, por constituir contrato administrativo, não pode submeter-se ao emprego de mecanismos privados para resolução de disputas, como, por exemplo, a arbitragem. Resolução:

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Uma das cláusulas essenciais do contrato de concessão é quando ao modo amigável de solução das divergências contratuais, entre os quais, é possível a utilização de mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa. Lembre-se que a arbitragem em nosso país é regida pela Lei 9.307/96. Consiste em uma forma alternativa ao Poder Judiciário de dirimir conflitos, por meio da qual as partes estabelecem em contrato que vão utilizar o juízo arbitral (privado) para solucionar controvérsia existente ou eventual em vez de procurar o poder judiciário. A sentença arbitral tem o mesmo efeito da convencional, sendo obrigatória entre as partes. Portanto, item errado.

22. (Cespe/TA/TRE-MG/2009) - adaptada - Pelo princípio da mutabilidade do regime jurídico, tanto os servidores públicos quanto os usuários dos serviços públicos têm direito adquirido de manutenção de determinado regime jurídico. Resolução: Pelo princípio da mutabilidade do regime jurídico, tanto o concessionário quanto os usuários dos serviços públicos não têm direito adquirido de manutenção de determinado regime jurídico. Portanto, item errado.

23. (Cespe/Economia/ANTAQ/2009) Considere a situação de uma usuária de serviço público concedido que não se conforma em pagar quantia fixa mensal a título de disponibilização do serviço ofertado pela concessionária mesmo quando não utiliza esse serviço. Insatisfeita com a situação, a usuária faz uma reclamação à agência reguladora, a qual decide que, de fato, a referida tarifa não é devida. Com relação a essa situação hipotética e aos contratos administrativos, julgue o item a seguir. O litígio travado entre a concessionária de serviço público e o poder concedente, diante do contrato de concessão, decorrente, por exemplo, de situações como a descrita, poderá ser solucionado por meio da arbitragem.

Resolução: Vimos que uma das cláusulas essenciais do contrato de concessão é quando ao modo amigável de solução das divergências contratuais, entre os quais, é possível a utilização de mecanismos privados para resolução de disputas

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decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa. Portanto, item certo.

24. (Cespe/Procurador/TCE-ES/2009) - adaptada - O contrato de concessão firmado entre uma concessionária de serviço público e o poder concedente deverá prever o foro de eleição, não sendo admitida a arbitragem. Resolução: A lei prevê que o contrato de concessão deverá prever o foro (=cidade convencionada pelas partes contratantes como o competente para a propositura das demandas) e modo amigável de solução das divergências contratuais, admitindo a utilização de mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem. Portanto, item errado.

25. (Cespe/Promotor/MPE-RO/2008) - adaptada - Se determinado estado da federação firmar contrato de concessão pública de transporte público interestadual, tal contrato poderá, conforme a legislação federal de regência, prever o emprego de mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes desse contrato ou a ele relacionadas, inclusive a arbitragem. Resolução: É considerada cláusula essencial do contrato, o modo amigável de solução das divergências contratuais, admitindo a utilização de mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem. Portanto, item certo.

26. (Cespe/Advogado/Serpro/2008) No contrato de concessão, é permitida a subconcessão, desde que prevista no contrato, autorizada pelo poder concedente e precedida de concorrência. Resolução: O enunciado traz as condições impostas pela Lei 8.987/95 para a subconcessão. Portanto, item certo.

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27. (Cespe/Especialista/Anatel/2004) Uma prestadora de serviços de telecomunicações em regime privado, ao ter as condições contratuais originais alteradas por novas disposições constantes de ato regulamentar posterior ao início de suas atividades, sustentou judicialmente vulneração ao direito adquirido. Nessa situação, assiste razão à prestadora, pois ela possui direito adquirido quanto às condições vigentes quando do início de suas atividades e qualquer alteração posterior só poderá valer para novos atos autorizativos e não para aqueles já em vigência. Resolução: A prestadora de serviços não tem razão em sua reclamação. Pelo princípio da mutabilidade, ela não possui direito adquirido quanto às condições vigentes quando do início de suas atividades. Portanto, item errado.

28. (Cespe/Especialista/ANATEL/2004) Uma concorrente de uma empresa beneficiada pela concessão de serviço público questionou judicialmente a validade do contrato formalizado entre a concessionária e a administração pública sob o argumento de que sua formalização deixou de observar requisitos legais que, embora ausentes na Lei n.º 8.987/1995, estavam previstos na legislação de contratos administrativos em geral. Nessa situação, em sua defesa, a empresa contratada deverá alegar que o contrato de concessão de serviço público é regido exclusivamente pela Lei n.º 8.987/1995, não se podendo invocar dispositivos de outro estatuto legal, porquanto aquela lei não faz expressa remissão a outras normas de contrato administrativo. Resolução: O contrato de concessão de prestação de serviços públicos é regido pela lei 8.987/95, contudo trata-se de uma espécie do gênero contrato administrativo, portanto, é regido subsidiariamente pela Lei 8.666/93. Portanto, item errado.

29. (Cespe/Procurador Federal/AGU/2004) Concedido serviço público a uma empresa privada, por meio de concorrência pública, foi estabelecido que a remuneração dos serviços dar-se-ia por meio de pagamento de tarifa paga pelos usuários e, ainda, por meio de outras fontes provenientes de receitas alternativas. Durante a vigência da concessão, pactuada sem prazo determinado, a administração pública entendeu que, por motivos de interesse público, a prestação do serviço deveria ser retomada, razão pela qual, sem pagamento de indenização, imitiu-se na posse dos bens por meio dos quais o serviço era prestado. Irresignada com o ato de retomada, a empresa propôs

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demanda na qual alegou e provou a inexistência dos motivos de interesse público que motivavam a retomada. Em relação a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir. A concessão pactuada, ante a indeterminação do prazo da concessão, é ilegal. Resolução: O contrato de concessão deve ser celebrado com prazo determinado. O art. 23 da Lei 8.987/95 arrola como cláusula essencial, a que trata do objeto, área e prazo da concessão. Portanto, item certo.

30. (ESAF/CGU/AFC/2008) – adaptada - Nos contratos de financiamento, as concessionárias não poderão oferecer em garantia os direitos emergentes da concessão. Resolução: Para facilitar a obtenção de financiamentos, a lei prevê que as concessionárias poderão oferecer em garantia, nos contratos de financiamento, os direitos emergentes da concessão, até o limite que não comprometa a operacionalização e a continuidade da prestação do serviço. Portanto, item errado.

31. (ESAF/CGU/AFC/2008) – adaptada - Para garantir contratos de mútuo de longo prazo, destinados a investimentos relacionados a contratos de concessão, em qualquer de suas modalidades, não se admite que as concessionárias cedam ao mutuante, em caráter fiduciário, parcela de seus créditos operacionais futuros. Resolução: Para garantir contratos de mútuo de longo prazo (aqueles cujas obrigações tenham prazo médio de vencimento superior a 5 anos), destinados a investimentos relacionados a contratos de concessão, em qualquer de suas modalidades, as concessionárias poderão ceder ao mutuante, em caráter fiduciário, parcela de seus créditos operacionais futuros, observadas determinadas condições. Em outras palavras, a concessionário oferece parte das receitas futuras oriundas das tarifas cobradas dos usuários.

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Portanto, item errado.

32. (ESAF/CGU/AFC/2008) – adaptada - O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, nos termos da lei. Resolução: Uma das cláusulas essenciais do contrato de concessão é quando ao modo amigável de solução das divergências contratuais, entre os quais, é possível a utilização de mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa. Portanto, item certo.

33. (Cespe/Administrativo/MS/2010) A natureza jurídica da remuneração dos serviços de água e esgoto prestados por concessionária de serviço público é de tarifa ou preço público. Resolução: A principal remuneração das concessionárias de serviços públicos é a tarifa paga pelos usuários, espécie do gênero preço público. Portanto, item certo.

34. (Cespe/TCU/ACE/2008). Um parlamentar apresentou projeto de lei ordinária cujos objetivos são regular integralmente e privatizar a titularidade e a execução dos serviços públicos de sepultamento de cadáveres humanos, diante da falta de condições materiais de prestação desse serviço público de forma direta. Aprovado pelo Poder Legislativo, o referido projeto de lei foi sancionado pelo chefe do Poder Executivo. Com base na situação hipotética descrita acima, julgue o item subsequente.

Seria lícito ao poder concedente estipular, no edital de licitação, em favor da concessionária, a possibilidade de fontes alternativas de receita, visando favorecer a modicidade das tarifas.

Resolução: A remuneração da concessionária pode ser composta de fontes de receitas alternativas, complementares ou acessórias, bem como as provenientes de

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projetos associados, com ou sem exclusividade, previstas no edital, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas. Portanto, item certo.

35. (Cespe/Especialista/Anatel/2009) A doutrina majoritária reconhece nos contratos de concessão a existência de cláusulas regulamentares e de cláusulas financeiras. Estas, como traduzem o preço do serviço, não podem ser alteradas ao exclusivo arbítrio da administração. Resolução: Segundo o art. 9º, § 4º da Lei 8.987/95, em havendo alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio econômico-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração. Portanto, item certo.

36. (Cespe/OAB2/2007) A criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, mesmo quando não comprovado seu impacto, implica a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. Resolução: Segundo o art. 9º, § 3º, da Lei 8.987/95, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, com exceção dos impostos sobre a renda, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. Portanto, item errado.

37. (Cespe/Procurador Federal/AGU/2004) Concedido serviço público a uma empresa privada, por meio de concorrência pública, foi estabelecido que a remuneração dos serviços dar-se-ia por meio de pagamento de tarifa paga pelos usuários e, ainda, por meio de outras fontes provenientes de receitas alternativas. Durante a vigência da concessão, pactuada sem prazo determinado, a administração pública entendeu que, por motivos de interesse público, a prestação do serviço deveria ser retomada, razão pela qual, sem pagamento de indenização, imitiu-se na posse dos bens por meio dos quais o serviço era prestado. Irresignada com o ato de retomada, a empresa propôs demanda na qual alegou e provou a inexistência dos motivos de interesse público que motivavam a retomada. Em relação a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir.

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É legal a previsão de remuneração do concessionário por fontes provenientes de receitas alternativas. Resolução: A remuneração da concessionária pode ser composta de fontes de receitas alternativas, complementares ou acessórias, bem como as provenientes de projetos associados, com ou sem exclusividade, previstas no edital, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas. Portanto, item certo.

38. (Cespe/Especialista/ANATEL/2004) Em um contrato de concessão de serviço público, deixou-se de inserir cláusula relativa aos critérios e procedimentos para reajuste e revisão das tarifas. Nessa situação, tal cláusula não tem o caráter de essencial, porque a legislação já prevê tais critérios e procedimentos no edital de licitação. Resolução: O art. 23 da Lei 8.987/95 define que as cláusulas referentes ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos para o reajuste e a revisão das tarifas são essenciais ao contrato de concessão. Portanto, item errado.

39. (Cespe/Advogado/Caixa/2011) O pedido de recuperação judicial formulado por empresa concessionária de serviço público, com fundamento na Lei de Falências, é suficiente para a declaração de caducidade e constitui hipótese de extinção do contrato de concessão. Resolução: Entre as hipóteses previstas na lei que podem ensejar a declaração da caducidade não se encontra o pedido de recuperação judicial formulado por empresa concessionária de serviço público. Veja que não é preciso decorar quais são as hipóteses que podem resultar em caducidade para acertar essa questão. Ora, uma empresa em recuperação continua funcionando, então não perdeu as condições econômicas, técnicas ou operacionais. O que pode acontecer é que em decorrência da situação da concessionária o serviço esteja sendo prestado de forma inadequada ou deficiente. Lembre-se o que gera a caducidade de maneira geral é o descumprimento de normas, a prestação inadequada do serviço, o cometimento de irregularidades

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ou ilegalidades ou a incapacidade de continuar prestando o serviço. E esses casos não se aplicam ao enunciado. Portanto, item errado.

40. (Cespe/Direito/Abin/2010) Constitui hipótese de caducidade a retomada do serviço público pelo poder concedente, durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizadora específica e após prévio pagamento da indenização. Resolução: O enunciado trata de encampação, que se caracteriza pela retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização. A caducidade é a rescisão unilateral do contrato de concessão de serviço público em razão de inadimplência contratual, declarada por decreto e não depende de prévia indenização. Portanto, item errado.

41. (Cespe/Administrativo/MS/2010) Com o advento do termo contratual tem-se de rigor a reversão da concessão e a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, incluindo a ocupação e a utilização das instalações e dos bens reversíveis. Resolução: Qualquer uma das hipóteses de extinção da concessão implica a imediata assunção do serviço pelo poder concedente e autoriza a ocupação das instalações e a utilização de todos os bens reversíveis. Portanto, item certo.

42. (Cespe/Oficial de Justiça/TRT21/2010) A possibilidade de encampação da concessão de serviço público constitui um dos exemplos da aplicação do princípio da continuidade do serviço público. Resolução: Qualquer uma das hipóteses de extinção da concessão implica a imediata assunção do serviço pelo poder concedente em virtude da aplicação do princípio da continuidade do serviço público.

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Portanto, item certo.

43. (Cespe/Analista/FINEP/2009) – adaptada - Apenas mediante lei específica, o poder concedente pode intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes. Resolução: Segundo o art. 32 da Lei 8.987/95, o poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequada prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes. Essa intervenção se dá por meio de decreto do poder concedente. Portanto, item errado.

44. (Cespe/Procurador/TCE-ES/2009) - adaptada - Ocorre encampação quando o serviço está sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade desse serviço. Resolução: Encampação é a rescisão unilateral do contrato pela Administração Pública por razões de interesse público. O contrato vem sendo cumprido a contento, porém não interessa sua manutenção à Administração. Portanto, item errado.

45. (Cespe/Auditor/AUGE/2009) - adaptada – Em razão do princípio da continuidade do serviço público, a concessionária não pode requerer judicialmente a rescisão do contrato de concessão, nem mesmo se o poder concedente descumprir as normas contratuais. Resolução: O princípio da continuidade do serviço público impede que a concessionária interrompa ou paralise os serviços, até decisão judicial transitada em julgado. Contudo, o princípio da continuidade do serviço público não obsta que a concessionária peça a rescisão do contrato de concessão, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.

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Portanto, item errado.

46. (Cespe/TA/TRE-MG/2009) - adaptada - O reconhecimento de privilégios para a administração, como, por exemplo, a encampação, fundamenta-se no princípio da continuidade do serviço público. Resolução: O princípio da continuidade do serviço público concede ao poder concedente privilégios necessários para garantir que os serviços não sofram descontinuidade (em outras palavras, que sejam continuados). Um desses privilégios é o poder de encampar o serviço e passar a prestá-lo. Portanto, item certo.

47. (Cespe/Analista/FINEP/2009) – adaptada - Encampação é a retomada do serviço pelo poder concedente, mediante decreto, após o prazo da concessão, por motivo de interesse público e independentemente de pagamento da indenização. Resolução: De fato, a encampação é a retomada do serviço pelo poder concedente por motivo de interesse público, contudo é feita mediante lei autorizativa e é forma de extinção anormal da concessão, portanto, ocorre antes do prazo do contrato e depende do prévio pagamento da indenização. Portanto, item errado.

48. (Cespe/Procurador/TCE-ES/2009) - adaptada - Ocorre encampação quando a concessionária descumpre cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão. Resolução: Essa é uma das hipóteses que pode ensejar a caducidade da concessão. Guarde que, de forma geral, descumprimento de normas, prestação inadequada do serviço, cometimento de irregularidades ou ilegalidades ou a incapacidade de continuar prestando o serviço são causas de caducidade. Portanto, item errado.

49. (Cespe/Procurador/TCE-ES/2009) - adaptada - Ocorre encampação quando a concessionária é condenada em sentença transitada em julgado por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais.

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Resolução: Essa é outra das hipóteses que pode ensejar a caducidade da concessão. Portanto, item errado.

50. (Cespe/Procurador/TCE-ES/2009) - adaptada - Ocorre encampação quando há a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização. Resolução: O enunciado traz a definição da encampação. Portanto, item certo.

51. (Cespe/Procurador/TCE-ES/2009) - adaptada - Ocorre encampação quando há rescisão do contrato de concessão, por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim. Resolução: O enunciado traz a definição da rescisão contratual. Portanto, item errado.

52. (Cespe/AJAJ/TRE-GO/2009) - adaptada - Ocorrendo a extinção da concessão de serviço público, os bens afetos ao serviço público e de propriedade do concessionário serão incorporados ao poder concedente. Nesse caso, a denominação utilizada pela doutrina para a situação descrita é reversão. Resolução: A reversão é a passagem ao poder concedente dos bens do concessionário ou do permissionário aplicados ao serviço (=afetos ao serviço), uma vez extinta a concessão. Portanto, bens reversíveis são todos os bens afetos, indispensáveis, à prestação do serviço. Portanto, item certo.

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53. (Cespe/Especialista/Anatel/2009) Caso seja extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários, não sendo permitido, porém, ao poder concedente a ocupação das instalações nem a utilização dos bens reversíveis. Resolução: Caso seja extinta a concessão, haverá a assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessárias, e a imediata ocupação das instalações e utilização de todos os bens reversíveis. Portanto, item errado.

54. (Cespe/Especialista/ANAC/2009) Na concessão de serviço público, o poder concedente transfere ao concessionário apenas a execução do serviço, continuando titular do mesmo, razão pela qual pode rescindir o contrato unilateralmente por motivo de interesse público. Resolução: Na concessão do serviço público há a chamada delegação para sua prestação, o concessionário passa a executar o serviço, entretanto, a titularidade continua com o poder concedente, razão pelo qual pode rescindir o contrato unilateralmente por motivo de interesse público, ou seja, proceder a encampação do serviço. Portanto, item certo.

55. (Cespe/Delegado/PCPB/2009) - adaptada – A declaração de caducidade nos contratos de concessão de serviço público NÃO é autorizada quando o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço. Resolução: A prestação do serviço de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço, é uma das hipóteses em que a lei permite a declaração de caducidade. Portanto, item errado.

56. (Cespe/Delegado/PCPB/2009) - adaptada – A declaração de caducidade nos contratos de concessão de serviço público NÃO é autorizada

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quando a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão. Resolução: O descumprimento das cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão é outra das hipóteses em que a lei autoriza a caducidade do contrato. Portanto, item errado.

57. (Cespe/Delegado/PCPB/2009) - adaptada – A declaração de caducidade nos contratos de concessão de serviço público NÃO é autorizada quando a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido. Resolução: Se a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido, o poder concedente poderá declarar a caducidade. Portanto, item errado.

58. (Cespe/Delegado/PCPB/2009) - adaptada – A declaração de caducidade nos contratos de concessão de serviço público NÃO é autorizada quando a concessionária for condenada em sentença transitada em julgado por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais. Resolução: Se a concessionária for condenada em sentença transitada em julgado por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais, o poder concedente poderá declarar a caducidade da concessão. Portanto, item errado.

59. (Cespe/Delegado/PCPB/2009) - adaptada – A declaração de caducidade nos contratos de concessão de serviço público NÃO é autorizada quando o poder público retomar o serviço durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização devida. Resolução:

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A retomada do serviço durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização devida, não é hipótese de caducidade e sim de encampação. Portanto, item certo.

60. (Cespe/OAB1/2009) - adaptada – Conforme dispõe a lei geral de concessões, a encampação consiste no retorno dos bens públicos aplicados na execução do objeto do contrato de concessão ao poder concedente. Resolução: O retorno dos bens públicos aplicados na execução do objeto do contrato de concessão ao poder concedente é chamado de reversão. Portanto, item errado.

61. (Cespe/OAB1/2009) - adaptada – Conforme dispõe a lei geral de concessões, a encampação consiste na declaração de extinção do contrato de concessão em face da inexecução total ou parcial do contrato, desde que respeitados o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa. Resolução: A inexecução total ou parcial do contrato é uma das hipóteses que gera a caducidade. A encampação é feita de acordo com o interesse público. Portanto, item errado.

62. (Cespe/OAB1/2009) - adaptada – Conforme dispõe a lei geral de concessões, a encampação consiste na retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização. Resolução: Esse é o conceito de encampação. Portanto, item certo.

63. (Cespe/OAB1/2009) - adaptada – Conforme dispõe a lei geral de concessões, a encampação consiste no fim do contrato de concessão, por iniciativa do concessionário, quando houver descumprimento das condições do contrato pelo poder concedente. Resolução:

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A hipótese que o enunciado aventa é chamada de rescisão. Portanto, item errado.

64. (Direito/TCE-AC/2009) – adaptada - Os bens reversíveis não amortizados ou depreciados devem ser previamente indenizados ao final da concessão de serviço público como condição necessária ao termo final do contrato. Resolução: Vimos que nos casos de advento do termo contratual ou de encampação, o poder concedente, antecipando-se à extinção da concessão, procederá aos levantamentos e avaliações necessários à determinação dos montantes da indenização que será devida à concessionária. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido. Contudo, a indenização não é condição para o termo final do contrato, ou seja, o contrato findará na data prevista, independentemente do pagamento da indenização ou não. O não pagamento da indenização não tem o condão de prorrogar o contrato. Portanto, item errado.

65. (Cespe/Economia/ANTAQ/2009) Considere a situação de uma usuária de serviço público concedido que não se conforma em pagar quantia fixa mensal a título de disponibilização do serviço ofertado pela concessionária mesmo quando não utiliza esse serviço. Insatisfeita com a situação, a usuária faz uma reclamação à agência reguladora, a qual decide que, de fato, a referida tarifa não é devida. Com relação a essa situação hipotética e aos contratos administrativos, julgue o item a seguir. Resolvida a questão perante o órgão regulador, o poder concedente tem competência para determinar que a concessionária deixe de cobrar a referida tarifa, sob pena de rescisão do contrato de concessão. Resolução: O poder concedente tem competência para determinar que a concessionária deixe de cobrar a tarifa, entretanto, cabe a declaração de caducidade e não

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rescisão do contrato se a concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de regularizar a prestação do serviço. Portanto, item errado.

66. (Cespe/TCU/ACE/2008) Um parlamentar apresentou projeto de lei ordinária cujos objetivos são regular integralmente e privatizar a titularidade e a execução dos serviços públicos de sepultamento de cadáveres humanos, diante da falta de condições materiais de prestação desse serviço público de forma direta. Aprovado pelo Poder Legislativo, o referido projeto de lei foi sancionado pelo chefe do Poder Executivo. Com base na situação hipotética descrita acima, julgue os itens subsequentes.

Com base no instituto da encampação, o poder concedente pode, independentemente de indenização ou de lei específica, retomar o serviço por motivo de interesse público. Resolução: Com a encampação o poder concedente pode retomar o serviço por motivo de interesse público, todavia, depende de lei autorizadora específica e indenização prévia. Portanto, item errado.

67. (Cespe/ACE/TCU/2008) Um parlamentar apresentou projeto de lei ordinária cujos objetivos são regular integralmente e privatizar a titularidade e a execução dos serviços públicos de sepultamento de cadáveres humanos, diante da falta de condições materiais de prestação desse serviço público de forma direta. Aprovado pelo Poder Legislativo, o referido projeto de lei foi sancionado pelo chefe do Poder Executivo. Com base na situação hipotética descrita acima, julgue os item subsequente.

O poder concedente pode intervir, por meio de decreto, na concessão, com o fim de assegurar a adequação da prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes. Resolução: Segundo o art. 32 da Lei 8.987/95, o poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequada prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes. Essa intervenção é declarada por meio de decreto.

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Portanto, item certo.

68. (Cespe/TCU/ACE/2008) Se a concessionária do serviço público mencionado no texto for condenada em sentença transitada em julgado por sonegação de tributos, a sua concessão poderá, a critério do poder concedente, ser declarada caduca, o que irá gerar a extinção do contrato de concessão. Resolução: Essa é uma das hipóteses de caducidade da concessão, veja que a concessionária estará cometendo uma ilegalidade. Portanto, item certo.

69. (Cespe/Anatel/2006) Denomina-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente, logo após a extinção do contrato de concessão, por motivo de interesse público e realizada mediante lei autorizativa específica, após prévio pagamento de indenização. Resolução: O enunciado está quase todo correto, porém a encampação é feita antes da extinção do contrato de concessão. Portanto, item errado.

70. (Cespe/Juiz/TJBA/2005) Durante a execução do contrato de concessão de serviço público, se o poder concedente constatar que houve nulidade na licitação ou na formação do contrato ou, ainda, se verificar que o concessionário não está cumprindo as condições do contrato e da lei na prestação do serviço, caberá a encampação do contrato por parte do concedente, após facultado ao concessionário o exercício da ampla defesa. Resolução: Ora, se houve nulidade na licitação ou na formação do contrato cabe sua anulação; e se for verificado que o concessionário não está cumprindo as condições do contrato ou da lei, cabe a caducidade da concessão. Portanto, item errado.

71. (Cespe/Advogado/AGU/2004) A extinção do contrato de concessão de serviço público por meio da encampação se consuma com a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por ter a

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concessionária descumprido cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão. Resolução: A retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por ter a concessionária descumprido cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão é feita com base no instituto da caducidade. Portanto, item errado.

72. (Cespe/Delegado/PF/2004) O contrato de concessão de serviço público extingue-se pela rescisão quando a iniciativa de extinção do contrato é do poder concedente, em decorrência de descumprimento das normas contratuais pelo concessionário. Resolução: É justamente o contrário, o contrato de concessão de serviço público extingue-se pela rescisão quando a iniciativa de extinção do contrato é do concessionário, em decorrência de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente. Portanto, item errado.

73. (Cespe/Especialista/ANATEL/2004) Na concessão de determinado serviço público, o poder concedente interveio para assegurar a adequação da prestação do serviço e das normas contratuais, formalizando seu ato de intervenção por meio de portaria do ministro de Estado a que estava afeta a matéria pertinente ao serviço prestado. Nessa situação, a intervenção deveria ter sido formalizada por decreto do chefe do Poder Executivo, nunca por portaria ou qualquer outro ato diverso. Resolução: A formalização da intervenção por meio de portaria do ministro de Estado a que estava afeta a matéria pertinente ao serviço prestado foi ilegal, de fato, deveria ter sido feita por meio de decreto. Portanto, item certo.

74. (Cespe/Especialista/ANATEL/2004) Em um caso de intervenção na concessão de serviço público, o interventor somente instaurou o procedimento administrativo, para apurar as causas determinantes da medida, no trigésimo

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quinto dia depois de promovida a intervenção, e terminou esse procedimento duzentos dias depois de sua abertura. Nessa situação, não houve qualquer irregularidade, pois o prazo para instauração é de quarenta e cinco dias a contar da intervenção, e o prazo para o término do procedimento é de duzentos e dez dias, a partir da instauração, conforme dispõe a legislação pertinente. Resolução: Nessa situação, houve duas irregularidades, pois o prazo para instauração é de 30 dias a contar da intervenção, e o prazo para o término do procedimento é de 180 dias, a partir da instauração, conforme dispõe a legislação pertinente. Portanto, item errado.

75. (Cespe/Especialista/ANATEL/2004) Em um caso de concessão de serviço público, o poder concedente extinguiu a delegação por meio da retomada do serviço durante o prazo de concessão, por motivo de interesse público. Nessa situação, esse tipo de extinção pode ser chamado de resgate e demanda lei que o autorize. Resolução: O resgate (=encampação) é a retomada do serviço durante o prazo de concessão, por motivo de interesse público, autorizada por lei, mediante prévia indenização. Portanto, item certo.

76. (Cespe/Especialista/ANATEL/2004) O poder cedente de determinado serviço público extinguiu a concessão ainda em vigor por meio do instituto da encampação. No entanto, efetuou, apenas posteriormente, o pagamento da indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tinham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e a atualidade do serviço concedido. Nessa situação, o poder concedente deixou de observar disposição legal que exige a indenização prévia para que ocorra a encampação. Resolução: Realmente, nessa situação, o poder concedente deixou de observar disposição legal que exige a indenização prévia para que ocorra a encampação, caberá a concessionária pleitear o ressarcimento dos prejuízos. Portanto, item certo.

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77. (Cespe/Procurador Federal/AGU/2004) Concedido serviço público a uma empresa privada, por meio de concorrência pública, foi estabelecido que a remuneração dos serviços dar-se-ia por meio de pagamento de tarifa paga pelos usuários e, ainda, por meio de outras fontes provenientes de receitas alternativas. Durante a vigência da concessão, pactuada sem prazo determinado, a administração pública entendeu que, por motivos de interesse público, a prestação do serviço deveria ser retomada, razão pela qual, sem pagamento de indenização, imitiu-se na posse dos bens por meio dos quais o serviço era prestado. Irresignada com o ato de retomada, a empresa propôs demanda na qual alegou e provou a inexistência dos motivos de interesse público que motivavam a retomada. Em relação a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir. A retomada do serviço público por motivos de interesse público denomina-se encampação. Resolução: Perfeito, a retomada do serviço público por motivo de interesse público é chamada de encampação. Portanto, item certo.

78. (Cespe/Procurador Federal/AGU/2004) Em face do princípio da continuidade do serviço público, a imissão na posse dos bens por meio dos quais o serviço era prestado pela empresa, sem pagamento de indenização, é legal. Resolução: A reversão depende de indenização, mesmo que a extinção se faça por inadimplemento do contrato, mediante declaração de caducidade. A falta do pagamento de indenização caracteriza confisco e é ilegal. Portanto, item errado.

79. (ESAF/CGU/AFC/2008) – adaptada - A encampação e a caducidade não extinguem a concessão, vez que sua extinção ocorrerá pelo advento do termo contratual, pela rescisão, ou pela anulação. Resolução: A encampação, a caducidade, o advento do termo contratual, a rescisão ou a anulação extinguem a concessão.

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Portanto, item errado.

Finalizo, aqui, a aula 06, espero vocês na próxima aula. Um grande abraço, Fernando.

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Lista de Questões

01. (Cespe/PREVIC - Analista Administrativo – Especialidade: Contábil /2011) As cláusulas do contrato administrativo devem ser negociadas de comum acordo entre a administração e os interessados.

02. (Cespe/PREVIC - Analista Administrativo – Especialidade: Contábil /2011) O contrato celebrado pela administração pública possui natureza personalíssima.

03. (Cespe/PREVIC - Analista Administrativo – Especialidade: Contábil /2011) É permitido ao gestor público elaborar contrato administrativo sem a cláusula de reajustamento.

04. (Cespe/PREVIC - Analista Administrativo – Especialidade: Contábil /2011) Caso o contratado não consiga executar as atividades previstas em contrato, a administração pública poderá assumir a execução do contrato.

05. (Cespe/PREVIC - Analista Administrativo – Especialidade: Contábil /2011) O contrato administrativo deve ser executado até o fim sem alterações das condições remuneratórias, mesmo que elas se tornem desvantajosas para o contratado.

06. (Cespe/Analista de Correios – Especialidade: Advogado/2011) A possibilidade de alteração unilateral do contrato administrativo pela administração pública, independentemente de motivação, constitui uma de suas cláusulas exorbitantes.

07. (Cespe/MPOG-Analista de Infraestrutura/2012) A extinção da concessão transmitirá automaticamente à União a posse dos bens reversíveis.

Acerca de contrato de concessão de serviço público, julgue o item que se segue. 08. (Cespe/TCU – AUFCE – Auditoria Governamental/2011) Na referida espécie de contrato, a tarifa deve ser fixada de modo a assegurar ao concessionário a justa remuneração do capital e o equilíbrio econômico e financeiro, uma vez que a lei não admite a fixação de outras fontes financeiras no contrato.

09. (Cespe/Analista/ANEEL/2010) Aplica-se ao serviço público o princípio da mutabilidade do regime jurídico, segundo o qual é possível a ocorrência de mudanças no regime de execução do serviço para adequá-lo ao interesse público, que pode sofrer mudanças com o decurso do tempo.

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10. (Cespe/Oficial de Justiça/TRT21/2010) O princípio da imutabilidade do regime jurídico é inerente ao regime jurídico dos serviços públicos, razão pela qual os usuários do serviço público e os contratados pela administração têm direito adquirido à manutenção de determinado regime jurídico.

11. (Cespe/Especialista/ANAC/2009) Contrato administrativo de concessão é aquele em que a administração pública confere ao particular a execução não remunerada de um serviço ou obra pública.

12. (Cespe/Especialista/ANAC/2009) A concessão de serviço público deve ser necessariamente instrumentalizada por contrato.

13. (Cespe/Auditor/SECONT-ES/2009) Na concessão de serviços públicos, a concessionária poderá celebrar contratos com terceiros objetivando o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, os quais serão regidos pelo direito privado e não se estabelecerá qualquer relação jurídica entre os terceiros e o poder concedente.

14. (Cespe/Procurador/PGE-AL/2009) - adaptada - A exclusividade é a garantia que o prestador do serviço público tem de que seus lucros estão garantidos. Por isso, no direito brasileiro, a exclusividade da concessão de serviço público é a regra.

15. (Cespe/Defensor/DPE-AL/2009) Na concessão de serviço público, não há a incidência das cláusulas exorbitantes, tampouco da característica da mutabilidade.

16. (Cespe/Procurador/PGE-AL/2009) - adaptada - É admitida a subconcessão de serviço público, dispensada nova licitação para a escolha do subconcessionário. Autorizada a subconcessão pelo poder concedente, o subconcessionário se sub-rogará em todos os direitos e obrigações da subconcedente dentro dos limites da subconcessão.

17. (Cespe/OAB137/2009) - adaptada - A subconcessão dos serviços pela concessionária contratada pelo poder concedente é de livre pactuação.

18. (Cespe/Economia/ANTAQ/2009) Considere a situação de uma usuária de serviço público concedido que não se conforma em pagar quantia fixa mensal a título de disponibilização do serviço ofertado pela concessionária mesmo quando não utiliza esse serviço. Insatisfeita com a situação, a usuária faz uma reclamação à agência reguladora, a qual decide que, de fato, a referida tarifa não é devida. Com relação a essa situação hipotética e aos contratos administrativos, julgue o item a seguir. O valor cobrado na hipótese pela concessionária não será devido, mesmo que a sua cobrança esteja autorizada no contrato de concessão firmado entre a concessionária e o poder concedente, já que os contratos administrativos não

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podem gerar efeitos em face dos usuários dos serviços públicos que não participaram do contrato.

19. (Cespe/OAB137/2009) - adaptada - A transferência do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente não atinge o contrato de concessão.

20. (Cespe/OAB137/2009) - adaptada - Os contratos relativos à concessão de serviço público precedido da execução de obra pública deverão, adicionalmente aos demais requisitos previstos para os outros tipos de concessão, estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das obras vinculadas à concessão..

21. (Cespe/OAB137/2009) - adaptada - O contrato de concessão, por constituir contrato administrativo, não pode submeter-se ao emprego de mecanismos privados para resolução de disputas, como, por exemplo, a arbitragem.

22. (Cespe/TA/TRE-MG/2009) - adaptada - Pelo princípio da mutabilidade do regime jurídico, tanto os servidores públicos quanto os usuários dos serviços públicos têm direito adquirido de manutenção de determinado regime jurídico..

23. (Cespe/Economia/ANTAQ/2009) Considere a situação de uma usuária de serviço público concedido que não se conforma em pagar quantia fixa mensal a título de disponibilização do serviço ofertado pela concessionária mesmo quando não utiliza esse serviço. Insatisfeita com a situação, a usuária faz uma reclamação à agência reguladora, a qual decide que, de fato, a referida tarifa não é devida. Com relação a essa situação hipotética e aos contratos administrativos, julgue o item a seguir. O litígio travado entre a concessionária de serviço público e o poder concedente, diante do contrato de concessão, decorrente, por exemplo, de situações como a descrita, poderá ser solucionado por meio da arbitragem.

24. (Cespe/Procurador/TCE-ES/2009) - adaptada - O contrato de concessão firmado entre uma concessionária de serviço público e o poder concedente deverá prever o foro de eleição, não sendo admitida a arbitragem.

25. (Cespe/Promotor/MPE-RO/2008) - adaptada - Se determinado estado da federação firmar contrato de concessão pública de transporte público interestadual, tal contrato poderá, conforme a legislação federal de regência, prever o emprego de mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes desse contrato ou a ele relacionadas, inclusive a arbitragem.

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26. (Cespe/Advogado/Serpro/2008) No contrato de concessão, é permitida a subconcessão, desde que prevista no contrato, autorizada pelo poder concedente e precedida de concorrência.

27. (Cespe/Especialista/Anatel/2004) Uma prestadora de serviços de telecomunicações em regime privado, ao ter as condições contratuais originais alteradas por novas disposições constantes de ato regulamentar posterior ao início de suas atividades, sustentou judicialmente vulneração ao direito adquirido. Nessa situação, assiste razão à prestadora, pois ela possui direito adquirido quanto às condições vigentes quando do início de suas atividades e qualquer alteração posterior só poderá valer para novos atos autorizativos e não para aqueles já em vigência.

28. (Cespe/Especialista/ANATEL/2004) Uma concorrente de uma empresa beneficiada pela concessão de serviço público questionou judicialmente a validade do contrato formalizado entre a concessionária e a administração pública sob o argumento de que sua formalização deixou de observar requisitos legais que, embora ausentes na Lei n.º 8.987/1995, estavam previstos na legislação de contratos administrativos em geral. Nessa situação, em sua defesa, a empresa contratada deverá alegar que o contrato de concessão de serviço público é regido exclusivamente pela Lei n.º 8.987/1995, não se podendo invocar dispositivos de outro estatuto legal, porquanto aquela lei não faz expressa remissão a outras normas de contrato administrativo.

29. (Cespe/Procurador Federal/AGU/2004) Concedido serviço público a uma empresa privada, por meio de concorrência pública, foi estabelecido que a remuneração dos serviços dar-se-ia por meio de pagamento de tarifa paga pelos usuários e, ainda, por meio de outras fontes provenientes de receitas alternativas. Durante a vigência da concessão, pactuada sem prazo determinado, a administração pública entendeu que, por motivos de interesse público, a prestação do serviço deveria ser retomada, razão pela qual, sem pagamento de indenização, imitiu-se na posse dos bens por meio dos quais o serviço era prestado. Irresignada com o ato de retomada, a empresa propôs demanda na qual alegou e provou a inexistência dos motivos de interesse público que motivavam a retomada. Em relação a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir. A concessão pactuada, ante a indeterminação do prazo da concessão, é ilegal.

30. (ESAF/CGU/AFC/2008) – adaptada - Nos contratos de financiamento, as concessionárias não poderão oferecer em garantia os direitos emergentes da concessão.

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31. (ESAF/CGU/AFC/2008) – adaptada - Para garantir contratos de mútuo de longo prazo, destinados a investimentos relacionados a contratos de concessão, em qualquer de suas modalidades, não se admite que as concessionárias cedam ao mutuante, em caráter fiduciário, parcela de seus créditos operacionais futuros.

32. (ESAF/CGU/AFC/2008) – adaptada - O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, nos termos da lei.

33. (Cespe/Administrativo/MS/2010) A natureza jurídica da remuneração dos serviços de água e esgoto prestados por concessionária de serviço público é de tarifa ou preço público.

34. (Cespe/TCU/ACE/2008). Um parlamentar apresentou projeto de lei ordinária cujos objetivos são regular integralmente e privatizar a titularidade e a execução dos serviços públicos de sepultamento de cadáveres humanos, diante da falta de condições materiais de prestação desse serviço público de forma direta. Aprovado pelo Poder Legislativo, o referido projeto de lei foi sancionado pelo chefe do Poder Executivo. Com base na situação hipotética descrita acima, julgue o item subsequente.

Seria lícito ao poder concedente estipular, no edital de licitação, em favor da concessionária, a possibilidade de fontes alternativas de receita, visando favorecer a modicidade das tarifas.

35. (Cespe/Especialista/Anatel/2009) A doutrina majoritária reconhece nos contratos de concessão a existência de cláusulas regulamentares e de cláusulas financeiras. Estas, como traduzem o preço do serviço, não podem ser alteradas ao exclusivo arbítrio da administração. 36. (Cespe/OAB2/2007) A criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, mesmo quando não comprovado seu impacto, implica a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso.

37. (Cespe/Procurador Federal/AGU/2004) Concedido serviço público a uma empresa privada, por meio de concorrência pública, foi estabelecido que a remuneração dos serviços dar-se-ia por meio de pagamento de tarifa paga pelos usuários e, ainda, por meio de outras fontes provenientes de receitas alternativas. Durante a vigência da concessão, pactuada sem prazo determinado, a administração pública entendeu que, por motivos de interesse público, a prestação do serviço deveria ser retomada, razão pela qual, sem pagamento de indenização, imitiu-se na posse dos bens por meio dos quais o serviço era prestado. Irresignada com o ato de retomada, a empresa propôs

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demanda na qual alegou e provou a inexistência dos motivos de interesse público que motivavam a retomada. Em relação a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir. É legal a previsão de remuneração do concessionário por fontes provenientes de receitas alternativas.

38. (Cespe/Especialista/ANATEL/2004) Em um contrato de concessão de serviço público, deixou-se de inserir cláusula relativa aos critérios e procedimentos para reajuste e revisão das tarifas. Nessa situação, tal cláusula não tem o caráter de essencial, porque a legislação já prevê tais critérios e procedimentos no edital de licitação.

39. (Cespe/Advogado/Caixa/2011) O pedido de recuperação judicial formulado por empresa concessionária de serviço público, com fundamento na Lei de Falências, é suficiente para a declaração de caducidade e constitui hipótese de extinção do contrato de concessão.

40. (Cespe/Direito/Abin/2010) Constitui hipótese de caducidade a retomada do serviço público pelo poder concedente, durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizadora específica e após prévio pagamento da indenização.

41. (Cespe/Administrativo/MS/2010) Com o advento do termo contratual tem-se de rigor a reversão da concessão e a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, incluindo a ocupação e a utilização das instalações e dos bens reversíveis.

42. (Cespe/Oficial de Justiça/TRT21/2010) A possibilidade de encampação da concessão de serviço público constitui um dos exemplos da aplicação do princípio da continuidade do serviço público.

43. (Cespe/Analista/FINEP/2009) – adaptada - Apenas mediante lei específica, o poder concedente pode intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes.

44. (Cespe/Procurador/TCE-ES/2009) - adaptada - Ocorre encampação quando o serviço está sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade desse serviço.

45. (Cespe/Auditor/AUGE/2009) - adaptada – Em razão do princípio da continuidade do serviço público, a concessionária não pode requerer

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judicialmente a rescisão do contrato de concessão, nem mesmo se o poder concedente descumprir as normas contratuais.

46. (Cespe/TA/TRE-MG/2009) - adaptada - O reconhecimento de privilégios para a administração, como, por exemplo, a encampação, fundamenta-se no princípio da continuidade do serviço público.

47. (Cespe/Analista/FINEP/2009) – adaptada - Encampação é a retomada do serviço pelo poder concedente, mediante decreto, após o prazo da concessão, por motivo de interesse público e independentemente de pagamento da indenização.

48. (Cespe/Procurador/TCE-ES/2009) - adaptada - Ocorre encampação quando a concessionária descumpre cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão.

49. (Cespe/Procurador/TCE-ES/2009) - adaptada - Ocorre encampação quando a concessionária é condenada em sentença transitada em julgado por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais.

50. (Cespe/Procurador/TCE-ES/2009) - adaptada - Ocorre encampação quando há a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização.

51. (Cespe/Procurador/TCE-ES/2009) - adaptada - Ocorre encampação quando há rescisão do contrato de concessão, por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.

52. (Cespe/AJAJ/TRE-GO/2009) - adaptada - Ocorrendo a extinção da concessão de serviço público, os bens afetos ao serviço público e de propriedade do concessionário serão incorporados ao poder concedente. Nesse caso, a denominação utilizada pela doutrina para a situação descrita é reversão.

53. (Cespe/Especialista/Anatel/2009) Caso seja extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários, não sendo permitido, porém, ao poder concedente a ocupação das instalações nem a utilização dos bens reversíveis.

54. (Cespe/Especialista/ANAC/2009) Na concessão de serviço público, o poder concedente transfere ao concessionário apenas a execução do serviço, continuando titular do mesmo, razão pela qual pode rescindir o contrato unilateralmente por motivo de interesse público.

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55. (Cespe/Delegado/PCPB/2009) - adaptada – A declaração de caducidade nos contratos de concessão de serviço público NÃO é autorizada quando o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço.

56. (Cespe/Delegado/PCPB/2009) - adaptada – A declaração de caducidade nos contratos de concessão de serviço público NÃO é autorizada quando a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão.

57. (Cespe/Delegado/PCPB/2009) - adaptada – A declaração de caducidade nos contratos de concessão de serviço público NÃO é autorizada quando a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido.

58. (Cespe/Delegado/PCPB/2009) - adaptada – A declaração de caducidade nos contratos de concessão de serviço público NÃO é autorizada quando a concessionária for condenada em sentença transitada em julgado por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais.

59. (Cespe/Delegado/PCPB/2009) - adaptada – A declaração de caducidade nos contratos de concessão de serviço público NÃO é autorizada quando o poder público retomar o serviço durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização devida.

60. (Cespe/OAB1/2009) - adaptada – Conforme dispõe a lei geral de concessões, a encampação consiste no retorno dos bens públicos aplicados na execução do objeto do contrato de concessão ao poder concedente.

61. (Cespe/OAB1/2009) - adaptada – Conforme dispõe a lei geral de concessões, a encampação consiste na declaração de extinção do contrato de concessão em face da inexecução total ou parcial do contrato, desde que respeitados o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa.

62. (Cespe/OAB1/2009) - adaptada – Conforme dispõe a lei geral de concessões, a encampação consiste na retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização.

63. (Cespe/OAB1/2009) - adaptada – Conforme dispõe a lei geral de concessões, a encampação consiste no fim do contrato de concessão, por iniciativa do concessionário, quando houver descumprimento das condições do contrato pelo poder concedente.

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64. (Direito/TCE-AC/2009) – adaptada - Os bens reversíveis não amortizados ou depreciados devem ser previamente indenizados ao final da concessão de serviço público como condição necessária ao termo final do contrato.

65. (Cespe/Economia/ANTAQ/2009) Considere a situação de uma usuária de serviço público concedido que não se conforma em pagar quantia fixa mensal a título de disponibilização do serviço ofertado pela concessionária mesmo quando não utiliza esse serviço. Insatisfeita com a situação, a usuária faz uma reclamação à agência reguladora, a qual decide que, de fato, a referida tarifa não é devida. Com relação a essa situação hipotética e aos contratos administrativos, julgue o item a seguir. Resolvida a questão perante o órgão regulador, o poder concedente tem competência para determinar que a concessionária deixe de cobrar a referida tarifa, sob pena de rescisão do contrato de concessão.

66. (Cespe/TCU/ACE/2008) Um parlamentar apresentou projeto de lei ordinária cujos objetivos são regular integralmente e privatizar a titularidade e a execução dos serviços públicos de sepultamento de cadáveres humanos, diante da falta de condições materiais de prestação desse serviço público de forma direta. Aprovado pelo Poder Legislativo, o referido projeto de lei foi sancionado pelo chefe do Poder Executivo. Com base na situação hipotética descrita acima, julgue os itens subsequentes.

Com base no instituto da encampação, o poder concedente pode, independentemente de indenização ou de lei específica, retomar o serviço por motivo de interesse público.

67. (Cespe/ACE/TCU/2008) Um parlamentar apresentou projeto de lei ordinária cujos objetivos são regular integralmente e privatizar a titularidade e a execução dos serviços públicos de sepultamento de cadáveres humanos, diante da falta de condições materiais de prestação desse serviço público de forma direta. Aprovado pelo Poder Legislativo, o referido projeto de lei foi sancionado pelo chefe do Poder Executivo. Com base na situação hipotética descrita acima, julgue os item subsequente.

O poder concedente pode intervir, por meio de decreto, na concessão, com o fim de assegurar a adequação da prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes.

68. (Cespe/TCU/ACE/2008) Se a concessionária do serviço público mencionado no texto for condenada em sentença transitada em julgado por

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sonegação de tributos, a sua concessão poderá, a critério do poder concedente, ser declarada caduca, o que irá gerar a extinção do contrato de concessão.

69. (Cespe/Anatel/2006) Denomina-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente, logo após a extinção do contrato de concessão, por motivo de interesse público e realizada mediante lei autorizativa específica, após prévio pagamento de indenização.

70. (Cespe/Juiz/TJBA/2005) Durante a execução do contrato de concessão de serviço público, se o poder concedente constatar que houve nulidade na licitação ou na formação do contrato ou, ainda, se verificar que o concessionário não está cumprindo as condições do contrato e da lei na prestação do serviço, caberá a encampação do contrato por parte do concedente, após facultado ao concessionário o exercício da ampla defesa.

71. (Cespe/Advogado/AGU/2004) A extinção do contrato de concessão de serviço público por meio da encampação se consuma com a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por ter a concessionária descumprido cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão.

72. (Cespe/Delegado/PF/2004) O contrato de concessão de serviço público extingue-se pela rescisão quando a iniciativa de extinção do contrato é do poder concedente, em decorrência de descumprimento das normas contratuais pelo concessionário.

73. (Cespe/Especialista/ANATEL/2004) Na concessão de determinado serviço público, o poder concedente interveio para assegurar a adequação da prestação do serviço e das normas contratuais, formalizando seu ato de intervenção por meio de portaria do ministro de Estado a que estava afeta a matéria pertinente ao serviço prestado. Nessa situação, a intervenção deveria ter sido formalizada por decreto do chefe do Poder Executivo, nunca por portaria ou qualquer outro ato diverso.

74. (Cespe/Especialista/ANATEL/2004) Em um caso de intervenção na concessão de serviço público, o interventor somente instaurou o procedimento administrativo, para apurar as causas determinantes da medida, no trigésimo quinto dia depois de promovida a intervenção, e terminou esse procedimento duzentos dias depois de sua abertura. Nessa situação, não houve qualquer irregularidade, pois o prazo para instauração é de quarenta e cinco dias a contar da intervenção, e o prazo para o término do procedimento é de duzentos e dez dias, a partir da instauração, conforme dispõe a legislação pertinente.

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75. (Cespe/Especialista/ANATEL/2004) Em um caso de concessão de serviço público, o poder concedente extinguiu a delegação por meio da retomada do serviço durante o prazo de concessão, por motivo de interesse público. Nessa situação, esse tipo de extinção pode ser chamado de resgate e demanda lei que o autorize.

76. (Cespe/Especialista/ANATEL/2004) O poder cedente de determinado serviço público extinguiu a concessão ainda em vigor por meio do instituto da encampação. No entanto, efetuou, apenas posteriormente, o pagamento da indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tinham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e a atualidade do serviço concedido. Nessa situação, o poder concedente deixou de observar disposição legal que exige a indenização prévia para que ocorra a encampação.

77. (Cespe/Procurador Federal/AGU/2004) Concedido serviço público a uma empresa privada, por meio de concorrência pública, foi estabelecido que a remuneração dos serviços dar-se-ia por meio de pagamento de tarifa paga pelos usuários e, ainda, por meio de outras fontes provenientes de receitas alternativas. Durante a vigência da concessão, pactuada sem prazo determinado, a administração pública entendeu que, por motivos de interesse público, a prestação do serviço deveria ser retomada, razão pela qual, sem pagamento de indenização, imitiu-se na posse dos bens por meio dos quais o serviço era prestado. Irresignada com o ato de retomada, a empresa propôs demanda na qual alegou e provou a inexistência dos motivos de interesse público que motivavam a retomada. Em relação a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir. A retomada do serviço público por motivos de interesse público denomina-se encampação.

78. (Cespe/Procurador Federal/AGU/2004) Em face do princípio da continuidade do serviço público, a imissão na posse dos bens por meio dos quais o serviço era prestado pela empresa, sem pagamento de indenização, é legal.

79. (ESAF/CGU/AFC/2008) – adaptada - A encampação e a caducidade não extinguem a concessão, vez que sua extinção ocorrerá pelo advento do termo contratual, pela rescisão, ou pela anulação.

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GABARITOS:

01 02 03 04 05 06 07 08

Errado Certo Errado Certo Errado Errado Certo Errado

09 10 11 12 13 14 15 16

Certo Errado Errado Certo Certo Errado Errado Errado

17 18 19 20 21 22 23 24

Errado Errado Errado Certo Errado Errado Certo Errado

25 26 27 28 29 30 31 32

Certo Certo Errado Errado Certo Errado Errado Certo

33 34 35 36 37 38 39 40

Certo Certo Certo Errado Certo Errado Errado Errado

41 42 43 44 45 46 47 48

Certo Certo Errado Errado Errado Certo Errado Errado

49 50 51 52 53 54 55 56

Errado Certo Errado Certo Errado Certo Errado Errado

57 58 59 60 61 62 63 64

Errado Errado Certo Errado Errado Certo Errado Errado

65 66 67 68 69 70 71 72

Errado Errado Certo Certo Errado Errado Errado Errado

73 74 75 76 77 78 79

Certo Errado Certo Certo Certo Errado Errado

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Bibliografia

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Curso On-Line: Economia da Regulação - Teoria e Exercícios para Especialista da ANTT - Economia

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