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Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo – FDSBC Curso de Direito Civil Direito Civil V Responsabilidade Civil Prof. Estevan Lo Ré Pousada Aula 06 – Responsabilidade Civil Do dano causado por animais

Aula 06 – Responsabilidade Civil Do dano causado por animais

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Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo – FDSBCCurso de Direito Civil

Direito Civil VResponsabilidade Civil

Prof. Estevan Lo Ré Pousada

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Legislação envolvida: arts. 186 a 188; 389 a 420; e 927 a 954 do Código Civil;

• Art. 186: ato ilícito;• Art. 187: abuso de direito;• Art. 188: excludentes (civis) de antijuridicidade;

(...)• Art. 927: obrigação de indenizar – pela prática de ato ilícito;• Art. 928: responsabilidade subsidiária do incapaz;• Art. 929: indenização (estado de necessidade não provocado);• Art. 930: ação regressiva contra o favorecido pela intervenção;• Art. 931: responsabilidade objetiva (atividade empresarial);

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Legislação envolvida: arts. 186 a 188; 389 a 420; e 927 a 954 do Código Civil (cont.);

• Art. 932: responsabilidade pelo fato de outrem;• Art. 933: responsabilidade objetiva pelo fato de outrem;• Art. 934: intervenção (ressarcimento da importância indenizatória);• Art. 935: independência “relativa” – responsabilidades civil e penal;• Art. 936: responsabilidade pela guarda de animal;• Art. 937: responsabilidade pela ruína de edifício;• Art. 938: objetos caídos (ou lançados) de edificações;• Art. 939: credor que cobra a dívida antes de seu vencimento;• Art. 940: credor que cobra dívida já paga (ou mais do que o devido);

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Legislação envolvida: arts. 186 a 188; 389 a 420; e 927 a 954 do Código Civil (cont.);

• Art. 941: desistência antes da contestação da lide (pena relevada);• Art. 942: bens dos agentes afetos ao pagamento da indenização;• Art. 943: obrigação de reparação (transmissão “causa mortis”);• Art. 944: indenização “medida” pela extensão do dano;• Art. 945: culpa concorrente da vítima (influência sobre o montante);• Art. 946: obrigação indeterminada (liquidação cf. a lei processual);• Art. 947: impossibilidade de cumprimento da prestação;• Art. 948: indenização em caso de homicídio (abrangência);• Art. 949: hipótese de lesão ou ofensa à saúde (abrangência);

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Legislação envolvida: arts. 186 a 188; 389 a 420; e 927 a 954 do Código Civil (cont.);

• Art. 950: hipótese de redução da “capacidade laborativa” da vítima;• Art. 951: morte, lesão ou “incapacitação” por “erro profissional”;• Art. 952: indenização em caso de usurpação ou esbulho;• Art. 953: indenização nas hipóteses de calúnia, difamação e injúria;• Art. 954: indenização em caso de ofensa à liberdade pessoal;

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Introdução.• A responsabilidade pela “custódia” de animais atualmente é

disciplinada pelo art. 936 do CC/02; com efeito, neste dispositivo é consagrada a “teoria da responsabilidade do guarda” – estendida, pois, à hipótese de semovente (coisa animada) – com a sua característica presunção “absoluta” de culpabilidade;

• No entanto, este é um dos pontos em que a legislação mais evoluiu em relação ao paradigma anterior (quanto à responsabilidade por “custódia”); pois, com efeito, o sistema revogado adotara, meramente, uma presunção “relativa” de culpabilidade – passível de elisão mediante a simples prova, por parte do “custodiante”, de “ausência de culpa” de sua parte (mediante a demonstração da tomada das cautelas regulares para o cuidado do animal);

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Introdução (cont.).• Com efeito, este era o alcance – mais modesto – que se podia

depreender do art. 1527 do Código Civil de 1916:“Art. 1527. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar:I – que o guardava e vigiava com cuidado preciso;II – que o animal foi provocado;III – que houve imprudência do ofendido;IV – que o fato resultou de caso fortuito, ou força maior”;

• Assim, consoante o sistema revogado, era possível ao custodiante se isentar da responsabilidade civil a que – de início – estava adstrito, mediante ataque:

a) à presunção “relativa” de culpabilidade (ausência de culpa conforme o art. 1527, I CC/16); ou

b) ao nexo causal (art. 1527, II, III e IV CC/16);

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Introdução (cont.).• Atualmente, no entanto, descabe a possibilidade de elisão da

presunção de culpabilidade (eis que absoluta); com isso, aproximam-se as hipóteses de responsabilidade pela custódia de coisas “animadas” (semoventes) e “inanimadas”, pois ambas somente podem ser “desconstruídas” pelo custodiante mediante ataque ao “nexo causal”;

• Todavia, em virtude das limitações contidas no texto do art. 936 do CC/02 – que alude ao simples “detentor” e não prevê a exoneração via demonstração de “caso fortuito” – tais regramentos, conquanto próximos, ostentam particularidades merecedoras de abordagens autônomas;

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A presunção do art. 936 do Código Civil.• O art. 1527 do CC/16 já estabelecera – no próprio contexto

novecentista – uma regra diversa daquela ordinariamente prevalecia no contexto da responsabilidade civil (paradigma “subjetivo”);

• Com efeito, mais preocupado o legislador com uma “desoneração” da vítima do que com uma efetiva “alocação de prejuízos”, este se orientou pela adoção de uma presunção “relativa” de culpabilidade do “custodiante” (semelhante à “ratio” inspiradora da responsabilidade por fato de outrem consoante o CC/16);

• Desta forma, a responsabilidade do “guarda” poderia ser elidida por meio da prova de “ausência de culpa” – afastadas “negligência”, “imprudência”, culpa “in eligendo” ou culpa “in vigilando”;

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A presunção do art. 936 do Código Civil (cont.).• De qualquer forma, ao lesado cumpriria evidenciar – como, de todo

modo, ainda hoje se verifica – os demais elementos inerentes à responsabilidade civil (“formal”, “material” e “causal”);

• No entanto, o CC/02 se orientou pela adoção de uma presunção “absoluta” de culpabilidade – somente se isentando o “dono” (ou “detentor”) – mediante ataque “refreado” ao “nexo causal”;

• Assim, não mais se admite a exoneração mediante “simples” prova de ausência de culpa – como, aliás, já se orientava a própria jurisprudência:

“Proprietário de cortiço [de abelhas], colocado perto de estrada pública, responde pelos danos causados pelas abelhas a transeuntes, salvo se provar que houve imprudência do prejudicado ou que o fato resultou de caso fortuito ou força maior” (RT 351/507);

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O guarda do animal.• Em maior consonância com a idéia de uma “culpabilidade

presumida” – do que com a perspectiva de uma autêntica “alocação de prejuízos” – o CC/16, por seu art. 1527, estendia a responsabilidade “presumida” não apenas ao proprietário (“dono”), mas a todo e qualquer “detentor” do semovente;

• Com efeito, o mesmo critério acabou por prevalecer em meio ao CC/02: há que se distinguir, pois, a hipótese de simples “guarda material” da correlata “guarda jurídica” do bem;

• A “guarda jurídica” ordinariamente está afeta ao proprietário do semovente; no entanto, nada impede que: contratualmente seja “conferida” a terceiro (que passará, pois, a responder

“exclusivamente” pela “custódia”) – v. g. em caso de comodato, depósito, etc.;

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O guarda do animal (cont.). dela seja privado o proprietário (tolhido em seu poder de direção sobre a

coisa) – v. g., em caso de “furto”;

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As excludentes da responsabilidade no direito anterior (e no sistema contemporâneo).

• Segundo parte considerável da doutrina – à exceção do art. 1527, III (que versava a respeito da “imprudência” da vítima) – todas as demais hipóteses poderiam ser reconduzidas, de um modo ou de outro, à última alínea (que aludia ao “fortuito” e à “força maior”);

• Todavia, há que se observar que o CC/02 estabeleceu tão somente a possibilidade de elisão do “nexo causal” mediante demonstração de “culpa da vítima” (exclusiva, por óbvio) ou de “força maior”: de maneira que devemos concluir, portanto: Pela extensão da possibilidade de exclusão do “nexo de causalidade” também

nas hipóteses de negligência da vítima (e não só de “imprudência”, conforme o art. 1527, III CC/16);

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As excludentes da responsabilidade no direito anterior (e no sistema contemporâneo) (cont.). E pela restrição à alegação de “caso fortuito” – pois, com efeito, só admitiu o

legislador de 2002 a exoneração via demonstração de “força maior”;

• De qualquer forma, a respeito da distinção entre as hipóteses de “caso fortuito” e “força maior” nos voltaremos posteriormente – ao abordarmos a matéria atinente ao “nexo causal”;