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www.cers.com.br INSS DIREITO PREVIDENCIARIO FREDERICO AMADO 1 AULA 13 DIREITO PREVIDENCIÁRIO INSS PROF. FREDERICO AMADO ASSISTÊNCIA SOCIAL LEI 8.742/1993 Na Constituição Federal de 1988, a assistência social vem disciplinada nos artigos 203 e 204, destacando-se, em termos infraconstitucionais, a Lei 8.742/93 (LOAS Lei Orgânica da Assistência Social). OBS- A Lei dos Pobres, na Inglaterra, em 1601, trouxe a primeira disciplina jurídica da assistência social ao criar o dever estatal aos necessitados. DEFINIÇÃO É possível definir a assistência social como as medidas públicas (dever estatal) ou privadas a serem prestadas a quem delas precisar, para o atendimento das necessidades humanas essenciais, de índole não contributiva direta, normalmente funcionando como um complemento ao regime de previdência social, quando este não puder ser aplicado ou se mostrar insuficiente para a consecução da dignidade humana. De acordo com o artigo 1º, da Lei 8.742/93, “a assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas”. Em nosso país, um dos traços característicos da assistência social é o seu caráter não contributivo, bem como a sua função de suprir as necessidades básicas das pessoas, como alimentação, moradia básica e vestuário. A assistência social tem por objetivos, conforme previsão constitucional: Artigo 203, incisos I, II, III e IV, da CRFB. - proteger a família, a maternidade, a infância, a adolescência e a velhice; - amparar as crianças e os adolescentes carentes; - promover a integração do mercado de trabalho; - habilitar/reabilitar as pessoas portadoras de deficiência e promover sua integração à vida comunitária. Da mesma forma, visa a garantir um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme regulamentação legal. Artigo 203, inciso V, da CRFB. Por sua vez, o artigo 2º, incisos I e II, da Lei 8.742/93, inseridos pela Lei 12.435/2011, ainda arrola como objetivo da assistência social no Brasil a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos e a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais. PRINCÍPIOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL: De acordo com o artigo 4º, da Lei 8.742/93, a assistência social deverá observar os seguintes princípios, que mais se parecem com objetivos:

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AULA 13

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

INSS

PROF. FREDERICO AMADO

ASSISTÊNCIA SOCIAL

LEI 8.742/1993

Na Constituição Federal de 1988, a assistência

social vem disciplinada nos artigos 203 e 204,

destacando-se, em termos infraconstitucionais,

a Lei 8.742/93 (LOAS – Lei Orgânica da

Assistência Social).

OBS- A Lei dos Pobres, na Inglaterra, em

1601, trouxe a primeira disciplina jurídica da

assistência social ao criar o dever estatal aos

necessitados.

DEFINIÇÃO –

É possível definir a assistência social como as

medidas públicas (dever estatal) ou privadas a

serem prestadas a quem delas precisar, para o

atendimento das necessidades humanas

essenciais, de índole não contributiva direta,

normalmente funcionando como um

complemento ao regime de previdência social,

quando este não puder ser aplicado ou se

mostrar insuficiente para a consecução da

dignidade humana.

De acordo com o artigo 1º, da Lei

8.742/93, “a assistência social, direito do

cidadão e dever do Estado, é Política de

Seguridade Social não contributiva, que provê

os mínimos sociais, realizada através de um

conjunto integrado de ações de iniciativa

pública e da sociedade, para garantir o

atendimento às necessidades básicas”.

Em nosso país, um dos traços característicos

da assistência social é o seu caráter não

contributivo, bem como a sua função de suprir

as necessidades básicas das pessoas, como

alimentação, moradia básica e vestuário.

A assistência social tem por objetivos,

conforme previsão constitucional: Artigo 203,

incisos I, II, III e IV, da CRFB.

- proteger a família, a maternidade, a infância,

a adolescência e a velhice;

- amparar as crianças e os adolescentes

carentes;

- promover a integração do mercado de

trabalho;

- habilitar/reabilitar as pessoas portadoras de

deficiência e promover sua integração à vida

comunitária.

Da mesma forma, visa a garantir um salário

mínimo de benefício mensal à pessoa

portadora de deficiência e ao idoso que

comprovem não possuir meios de prover a

própria manutenção ou de tê-la provida por sua

família, conforme regulamentação legal.

Artigo 203, inciso V, da CRFB.

Por sua vez, o artigo 2º, incisos I e II, da Lei

8.742/93, inseridos pela Lei 12.435/2011, ainda

arrola como objetivo da assistência social no

Brasil a vigilância socioassistencial, que visa a

analisar territorialmente a capacidade protetiva

das famílias e nela a ocorrência de

vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações

e danos e a defesa de direitos, que visa a

garantir o pleno acesso aos direitos no

conjunto das provisões socioassistenciais.

PRINCÍPIOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL:

De acordo com o artigo 4º, da Lei

8.742/93, a assistência social deverá observar

os seguintes princípios, que mais se parecem

com objetivos:

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“I - supremacia do atendimento às

necessidades sociais sobre as exigências de

rentabilidade econômica;

II - universalização dos direitos sociais, a fim de

tornar o destinatário da ação assistencial

alcançável pelas demais políticas públicas;

III - respeito à dignidade do cidadão, à sua

autonomia e ao seu direito a benefícios e

serviços de qualidade, bem como à

convivência familiar e comunitária, vedando-se

qualquer comprovação vexatória de

necessidade;

IV - igualdade de direitos no acesso ao

atendimento, sem discriminação de qualquer

natureza, garantindo-se equivalência às

populações urbanas e rurais;

V - divulgação ampla dos benefícios, serviços,

programas e projetos assistenciais, bem como

dos recursos oferecidos pelo Poder Público e

dos critérios para sua concessão”.

As diretrizes da assistência social brasileira

foram traçadas pelo artigo 5º, da Lei 8.742/93:

“I - descentralização político-administrativa

para os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios, e comando único das ações em

cada esfera de governo;

II - participação da população, por meio de

organizações representativas, na formulação

das políticas e no controle das ações em todos

os níveis;

III - primazia da responsabilidade do Estado na

condução da política de assistência social em

cada esfera de governo”

A coordenação da Política Nacional de

Assistência Social competirá ao Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome,

cabendo ao Conselho Nacional de Assistência

Social (CNAS) - órgão superior de deliberação

colegiada, vinculado à estrutura do referido

órgão da Administração Pública federal,

composto por 18 membros, sendo nove

representantes do Poder Público e outros nove

da sociedade civil - aprovar a Política Nacional

de Assistência Social.

Competirá ao CNAS, dentre outras

competências previstas no artigo 18, da Lei

8.742/93, normatizar as ações e regular a

prestação de serviços de natureza pública e

privada no campo da assistência social,

acompanhar e fiscalizar o processo de

certificação das entidades e organizações de

assistência social no Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome e

apreciar e aprovar a proposta orçamentária da

Assistência Social a ser encaminhada pelo

órgão da Administração Pública Federal

responsável pela coordenação da Política

Nacional de Assistência Social.

Também é da competência do CNAS apreciar

relatório anual que conterá a relação de

entidades e organizações de assistência social

certificadas como beneficentes e encaminhá-lo

para conhecimento dos Conselhos de

Assistência Social dos Estados, Municípios e

do Distrito Federal e aprovar critérios de

transferência de recursos para os Estados,

Municípios e Distrito Federal, considerando,

para tanto, indicadores que informem sua

regionalização mais equitativa, tais como:

população, renda per capita, mortalidade

infantil e concentração de renda, além de

disciplinar os procedimentos de repasse de

recursos para as entidades e organizações de

assistência social, sem prejuízo das

disposições da Lei de Diretrizes

Orçamentárias.

Um importante passo para a

melhoria da assistência social no Brasil foi o

nascimento do Sistema Único de Assistência

Social – SUAS, que ocorreu com a edição da

Resolução 130, de 15.07.2005, do Conselho

Nacional de Assistência Social, que aprovou a

Norma Operacional Básica do SUAS.

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Com o advento da Lei 12.435/2011, que

alterou vários artigos da Lei 8.742/93, o SUAS

passou a ter previsão legal na Lei Orgânica da

Assistência Social, tendo por objetivo a

proteção à família, à maternidade, à infância, à

adolescência e à velhice e, como base de

organização, o território, integrado pelos entes

federativos, pelos respectivos conselhos de

assistência social e pelas entidades e

organizações de assistência social.

Nos termos do artigo 6º, da Lei 8.742/93, com

redação dada pela Lei 12.435/2011, são

objetivos do SUAS:

I - consolidar a gestão compartilhada, o

cofinanciamento e a cooperação técnica entre

os entes federativos que, de modo articulado,

operam a proteção social não contributiva;

II - integrar a rede pública e privada de

serviços, programas, projetos e benefícios de

assistência social, na forma do art. 6o-C;

III - estabelecer as responsabilidades dos entes

federativos na organização, regulação,

manutenção e expansão das ações de

assistência social;

IV - definir os níveis de gestão, respeitadas as

diversidades regionais e municipais;

V - implementar a gestão do trabalho e a

educação permanente na assistência social;

VI - estabelecer a gestão integrada de serviços

e benefícios; e

VII - afiançar a vigilância socioassistencial e a

garantia de direitos.

De acordo com o artigo 3º, da Lei

8.742/93, “consideram-se entidades e

organizações de assistência social aquelas

sem fins lucrativos que, isolada ou

cumulativamente, prestam atendimento e

assessoramento aos beneficiários abrangidos

por esta Lei, bem como as que atuam na

defesa e garantia de direitos”.

Assim, as entidades e organizações

assistenciais foram divididas em três

categorias, definidas pela Lei 12.435/2011:

De atendimento - São aquelas entidades que,

de forma continuada, permanente e planejada,

prestam serviços, executam programas ou

projetos e concedem benefícios de prestação

social básica ou especial, dirigidos às famílias

e indivíduos em situações de vulnerabilidade

ou risco social e pessoal, nos termos desta Lei,

e respeitadas as deliberações do Conselho

Nacional de Assistência Social (CNAS);

De assessoramento - São aquelas que, de

forma continuada, permanente e planejada,

prestam serviços e executam programas ou

projetos voltados prioritariamente para o

fortalecimento dos movimentos sociais e das

organizações de usuários, formação e

capacitação de lideranças, dirigidos ao público

da política de assistência social, nos termos

desta Lei, e respeitadas as deliberações do

CNAS;

De defesa e garantia de direitos - São aquelas

que, de forma continuada, permanente e

planejada, prestam serviços e executam

programas e projetos voltados prioritariamente

para a defesa e efetivação dos direitos

socioassistenciais, construção de novos

direitos, promoção da cidadania, enfrentamento

das desigualdades sociais, articulação com

órgãos públicos de defesa de direitos, dirigidos

ao público da política de assistência social, nos

termos desta Lei, e respeitadas as

deliberações do CNAS.

Para a efetivação da Política Nacional de

Assistência Social, é competência da União:

I - responder pela concessão e manutenção

dos benefícios de prestação continuada

definidos no art. 203 da Constituição Federal;

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II - cofinanciar, por meio de transferência

automática, o aprimoramento da gestão, os

serviços, os programas e os projetos de

assistência social em âmbito nacional;

III - atender, em conjunto com os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios, às ações

assistenciais de caráter de emergência;

IV - realizar o monitoramento e a avaliação da

política de assistência social e assessorar

Estados, Distrito Federal e Municípios para seu

desenvolvimento.

Competirá aos estados:

I - destinar recursos financeiros aos Municípios,

a título de participação no custeio do

pagamento dos benefícios eventuais, mediante

critérios estabelecidos pelos Conselhos

Estaduais de Assistência Social;

II - cofinanciar, por meio de transferência

automática, o aprimoramento da gestão, os

serviços, os programas e os projetos de

assistência social em âmbito regional ou local;

III - atender, em conjunto com os Municípios,

às ações assistenciais de caráter de

emergência;

IV - estimular e apoiar técnica e

financeiramente as associações e consórcios

municipais na prestação de serviços de

assistência social;

V - prestar os serviços assistenciais cujos

custos ou ausência de demanda municipal

justifiquem uma rede regional de serviços,

desconcentrada, no âmbito do respectivo

Estado.

Competirá ao Distrito Federal:

I - destinar recursos financeiros para custeio do

pagamento dos benefícios eventuais, mediante

critérios estabelecidos pelos Conselhos de

Assistência Social do Distrito Federal;

II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade

e funeral;

III - executar os projetos de enfrentamento da

pobreza, incluindo a parceria com

organizações da sociedade civil;

IV - atender às ações assistenciais de caráter

de emergência;

V - prestar os serviços assistenciais

consistentes nas atividades continuadas que

visem à melhoria de vida da população e cujas

ações, voltadas para as necessidades básicas,

observem os objetivos, princípios e diretrizes

estabelecidas nesta lei;

VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os

serviços, os programas e os projetos de

assistência social em âmbito local;

VII - realizar o monitoramento e a avaliação da

política de assistência social em seu âmbito.

Competirá aos municípios:

I - destinar recursos financeiros para custeio do

pagamento dos benefícios eventuais, mediante

critérios estabelecidos pelos Conselhos

Municipais de Assistência Social;

II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade

e funeral;

III - executar os projetos de enfrentamento da

pobreza, incluindo a parceria com

organizações da sociedade civil;

IV - atender às ações assistenciais de caráter

de emergência;

V - prestar os serviços assistenciais

consistentes nas atividades continuadas que

visem à melhoria de vida da população e cujas

ações, voltadas para as necessidades básicas,

observem os objetivos, princípios e diretrizes

estabelecidas nesta lei;

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VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os

serviços, os programas e os projetos de

assistência social em âmbito local;

VII - realizar o monitoramento e a avaliação da

política de assistência social em seu âmbito.

A Lei 8.742/93 ainda prevê os projetos de

enfrentamento da pobreza, que compreendem

a instituição de investimento econômico-social

nos grupos populares, buscando subsidiar,

financeira e tecnicamente, iniciativas que lhes

garantam meios, capacidade produtiva e de

gestão para melhoria das condições gerais de

subsistência, elevação do padrão da qualidade

de vida, a preservação do meio-ambiente e sua

organização social.

Foi instituído pela Lei 8.742/93 o Fundo

Nacional de Assistência Social, mediante

transformação do Fundo Nacional de Ação

Comunitária, sendo administrado pelo

Ministério de Desenvolvimento Social e

Combate à Fome, sob orientação e controle do

Conselho Nacional de Assistência Social.

BENEFÍCIO DE UM SALÁRIO MÍNIMO DOS

IDOSOS E DEFICIENTES CARENTES

O artigo 203, inciso V, da Constituição,

garante ao idoso ou portador de deficiência um

benefício assistencial no valor de um salário

mínimo, desde que comprovem não possuir

meios de prover a própria manutenção ou de

tê-la provida por sua família, conforme dispuser

a lei.

A regulamentação foi promovida pelos artigos

20 e 21, da Lei 8.742/93, bem como pelo artigo

34, da Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso),

tendo este dispositivo reduzido a idade mínima

para a concessão para 65 anos, sendo objeto

de regulamentação presidencial por intermédio

do Decreto 6.214/2007.

Obs - A idade mínima era inicialmente de 70

anos, tendo sido reduzida para 67 anos de

1998 para, finalmente, chegar aos 65 anos com

o advento do Estatuto do Idoso.

Art. 20. O benefício de prestação continuada é

a garantia de um salário-mínimo mensal à

pessoa com deficiência e ao idoso com 65

(sessenta e cinco) anos ou mais que

comprovem não possuir meios de prover a

própria manutenção nem de tê-la provida por

sua família. (Redação dada pela Lei nº 12.435,

de 2011)

§ 1o Para os efeitos do disposto no caput, a

família é composta pelo requerente, o cônjuge

ou companheiro, os pais e, na ausência de um

deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos

solteiros, os filhos e enteados solteiros e os

menores tutelados, desde que vivam sob o

mesmo teto. (Redação dada pela Lei nº

12.435, de 2011)

§ 2o Para efeito de concessão deste benefício,

considera-se pessoa com deficiência aquela

que tem impedimentos de longo prazo de

natureza física, mental, intelectual ou sensorial,

os quais, em interação com diversas barreiras,

podem obstruir sua participação plena e efetiva

na sociedade em igualdade de condições com

as demais pessoas. (Redação dada pela Lei

nº 12.470, de 2011)

§ 10. Considera-se impedimento de longo

prazo, para os fins do § 2o deste artigo, aquele

que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2

(dois) anos.

§ 3o Considera-se incapaz de prover a

manutenção da pessoa com deficiência ou

idosa a família cuja renda mensal per capita

seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-

mínimo.

O STJ vem decidindo pela possibilidade da

utilização de outros critérios para a aferição do

estado de miserabilidade do idoso ou

deficiente:

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STJ - A Terceira Seção do Superior Tribunal de

Justiça, no regime do Art. 543-C CPC,

uniformizou o entendimento de que possível a

aferição da condição de hipossuficiência

econômica do idoso ou do portador de

deficiência, por outros meios que não apenas a

comprovação da renda familiar mensal "per

capita" inferior a 1/4 do salário mínimo” (AGA

1.164.852, de 26.10.2010)”.

Por força do artigo 34, parágrafo único,

do Estatuto do Idoso, “o benefício já concedido

a qualquer membro da família nos termos do

caput não será computado para os fins do

cálculo da renda familiar per capita a que se

refere a LOAS”.

No dia 10 de agosto de 2011, no

julgamento da petição 7.203, a 3ª Seção do

STJ firmou entendimento admitindo que

também o benefício previdenciário no valor de

um salário mínimo recebido por maior de 65

anos deve ser afastado para fins de apuração

da renda mensal per capita objetivando a

concessão de benefício de prestação

continuada:

STF, INFORMATIVO 702 –

REPERCUSSÃO GERAL

Benefício de prestação continuada: tutela

constitucional de hipossuficientes e dignidade

humana - 11

O Plenário, por maioria, negou provimento a

recursos extraordinários julgados em conjunto

— interpostos pelo INSS — em que se discutia

o critério de cálculo utilizado com o intuito de

aferir-se a renda mensal familiar per capita

para fins de concessão de benefício

assistencial a idoso e a pessoa com

deficiência, previsto no art. 203, V, da CF — v.

Informativo 669.

Declarou-se a inconstitucionalidade incidenter

tantum do § 3º do art. 20 da Lei 8.742/93 [“Art.

20. O benefício de prestação continuada é a

garantia de um salário mínimo mensal à

pessoa com deficiência e ao idoso com 65

(sessenta e cinco) anos ou mais que

comprovem não possuir meios de prover a

própria manutenção nem de tê-la provida por

sua família ... § 3º Considera-se incapaz de

prover a manutenção da pessoa com

deficiência ou idosa a família cuja renda

mensal per capita seja inferior a 1/4 (um

quarto) do salário mínimo”] e do parágrafo

único do art. 34 da Lei 10.741/2003.

RE 567985/MT, rel. orig. Min. Marco Aurélio,

red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 17 e

18.4.2013. (RE-567985)

RE 580963/PR, rel. Min. Gilmar Mendes, 17 e

18.4.2013.(RE-580963)

Benefício de prestação continuada: tutela

constitucional de hipossuficientes e dignidade

humana - 12

Prevaleceu o voto do Min. Gilmar Mendes,

relator do RE 580963/PR. Ressaltou haver

esvaziamento da decisão tomada na ADI

1232/DF — na qual assentada a

constitucionalidade do art. 20, § 3º, da Lei

8.742/93 —, especialmente por verificar que

inúmeras reclamações ajuizadas teriam sido

indeferidas a partir de condições específicas, a

demonstrar a adoção de outros parâmetros

para a definição de miserabilidade. Aduziu que

o juiz, diante do caso concreto, poderia fazer a

análise da situação. Destacou que a

circunstância em comento não seria novidade

para a Corte.

Citou, no ponto, a ADI 223 MC/DF (DJU de

29.6.90), na qual, embora declarada a

constitucionalidade da Medida Provisória

173/90 — que vedava a concessão de medidas

liminares em hipóteses que envolvessem a não

observância de regras estabelecidas no Plano

Collor —, o STF afirmara não estar prejudicado

o exame pelo magistrado, em controle difuso,

da razoabilidade de outorga, ou não, de

provimento cautelar. O Min. Celso de Mello

acresceu que, conquanto excepcional, seria

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legítima a possibilidade de intervenção

jurisdicional dos juízes e tribunais na

conformação de determinadas políticas

públicas, quando o próprio Estado deixasse de

adimplir suas obrigações constitucionais, sem

que isso pudesse configurar transgressão ao

postulado da separação de Poderes.

Benefício de prestação continuada: tutela

constitucional de hipossuficientes e dignidade

humana - 13

O Min. Gilmar Mendes aludiu que a Corte

deveria revisitar a controvérsia, tendo em conta

discrepâncias, haja vista a existência de ação

direta de inconstitucionalidade com efeito

vinculante e, ao mesmo tempo,

pronunciamentos em reclamações, julgadas de

alguma forma improcedentes, com a validação

de decisões contrárias ao que naquela

decidido. Enfatizou que a questão seria

relevante sob dois prismas: 1º) a evolução

ocorrida; e 2º) a concessão de outros

benefícios com a adoção de critérios distintos

de 1/4 do salário mínimo.

O Min. Luiz Fux considerou que, nos casos em

que a renda per capita superasse até 5% do

limite legal em comento, os juízes teriam

flexibilidade para conceder a benesse,

compreendido como grupo familiar os

integrantes que contribuíssem para a

sobrevivência doméstica. No tocante ao

parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso,

o Min. Gilmar Mendes reputou violado o

princípio da isonomia. Realçou que, no referido

estatuto, abrira-se exceção para o recebimento

de dois benefícios assistenciais de idoso, mas

não permitira a percepção conjunta de

benefício de idoso com o de deficiente ou de

qualquer outro previdenciário. Asseverou que o

legislador incorrera em equívoco, pois, em

situação absolutamente idêntica, deveria ser

possível a exclusão do cômputo do benefício,

independentemente de sua origem.

Benefício de prestação continuada: tutela

constitucional de hipossuficientes e dignidade

humana - 14

No RE 567985/MT, ficaram vencidos,

parcialmente, o Min. Marco Aurélio, relator, que

apenas negava provimento ao recurso, sem

declarar a inconstitucionalidade do art. 20, § 3º,

da Lei 8.742/93, e os Ministros Teori Zavascki

e Ricardo Lewandowski, que davam

provimento ao recurso.

O Min. Teori Zavascki salientava que a norma

teria sido declarada constitucional em controle

concentrado e que juízo em sentido contrário

dependeria da caracterização de pressuposto

de inconstitucionalidade superveniente,

inocorrente na espécie. Além disso, se

presentes mudanças na legislação

infraconstitucional, tratar-se-ia de revogação de

lei. O Min. Ricardo Lewandowski acrescentava

que a matéria em discussão envolveria

políticas públicas, com imbricações no plano

plurianual.

De outro lado, vencidos, no RE 580963/PR, os

Ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e

Marco Aurélio, que, por não vislumbrarem

inconstitucionalidade no art. 34, parágrafo

único, da Lei 10.741/2003, davam provimento

ao recurso. O Min. Teori Zavascki, no presente

apelo extremo, fizera ressalva no sentido de

que a decisão do juízo de origem estaria em

consonância com o posicionamento por ele

manifestado.

Benefício de prestação continuada: tutela

constitucional de hipossuficientes e dignidade

humana - 15

Por fim, não se alcançou o quórum de 2/3 para

modulação dos efeitos da decisão no sentido

de que os preceitos impugnados tivessem

validade até 31.12.2015, consoante requerido

pela Advocacia-Geral da União. Votaram pela

modulação os Ministros Gilmar Mendes, Rosa

Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Celso de

Mello. O Min. Gilmar Mendes rememorou a

inconstitucionalidade por omissão

relativamente ao art. 203, V, da CF e afirmou a

razoabilidade do prazo proposto.

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Obtemperou que devolver-se-ia ao Legislativo

a possibilidade de conformar todo esse

sistema, para redefinir a política pública do

benefício assistencial de prestação continuada,

a suprimir as inconstitucionalidades apontadas.

A Min. Rosa Weber adicionou ser salutar que o

Supremo, ainda que sem sanção, indicasse um

norte temporal. O Min. Luiz Fux ressaltou que o

STF, em outras oportunidades, já exortara o

legislador para que ele cumprisse a

Constituição. O Min. Celso de Mello esclareceu

que o objetivo seria preservar uma dada

situação, visto que, se declarada, pura e

simplesmente, a inconstitucionalidade, ter-se-ia

supressão do ordenamento positivo da própria

regra. Criar-se-ia, dessa maneira, vazio

legislativo que poderia ser lesivo aos interesses

desses grupos vulneráveis referidos no inciso V

do art. 203 da CF. Em divergência, votaram

contra a modulação os Ministros Teori

Zavascki, Ricardo Lewandowski, Joaquim

Barbosa (Presidente) e Dias Toffoli.

Este último apenas no que se refere ao RE

580963/PR. O Min. Teori Zavascki mencionou

que, se o Supremo fixasse prazo, deveria

também estabelecer consequência pelo seu

descumprimento. O Min. Ricardo Lewandowski

observou que o postulado da dignidade

humana não poderia ficar suspenso por esse

período e o que o STF deveria prestigiar a

autonomia do Congresso Nacional para fixar a

própria pauta. O Presidente sublinhou que

estipular prazo ao legislador abalaria a

credibilidade desta Corte, porque, se não

respeitado, a problemática retornaria a este

Tribunal. O Min. Marco Aurélio abstivera-se de

votar sobre esse tópico, pois não concluíra pela

inconstitucionalidade dos dispositivos. O Min.

Dias Toffoli não se manifestou no RE

567985/MT, porquanto impedido.

Nos termos do artigo 4º, inciso VI, do Decreto

6.214/2007, com redação dada pelo Decreto

7.617, de 17.11.2011, considera-se como

renda mensal bruta familiar a soma dos

rendimentos brutos auferidos mensalmente

pelos membros da família composta por

salários, proventos, pensões, pensões

alimentícias, benefícios de previdência pública

ou privada, seguro-desemprego, comissões,

pro-labore, outros rendimentos do trabalho não

assalariado, rendimentos do mercado informal

ou autônomo, rendimentos auferidos do

patrimônio, renda mensal vitalícia e benefício

de prestação continuada (salvo se percebido

por outro idoso).

Consoante previsto pelo Decreto 7.617/2011,

no cálculo da renda familiar não serão

considerados os seguintes rendimentos:

A) benefícios e auxílios assistenciais de

natureza eventual e temporária;

B) valores oriundos de programas sociais de

transferência de renda;

C) bolsas de estágio curricular;

D) pensão especial de natureza indenizatória e

benefícios de assistência médica;

E) rendas de natureza eventual ou sazonal, a

serem regulamentadas em ato conjunto do

Ministério do Desenvolvimento Social e

Combate à Fome e do INSS;

F) remuneração da pessoa com deficiência na

condição de aprendiz.

§ 4o O benefício de que trata este artigo não

pode ser acumulado pelo beneficiário com

qualquer outro no âmbito da seguridade social

ou de outro regime, salvo os da assistência

médica e da pensão especial de natureza

indenizatória. (Redação dada pela Lei nº

12.435, de 2011)

§ 5o A condição de acolhimento em instituições

de longa permanência não prejudica o direito

do idoso ou da pessoa com deficiência ao

benefício de prestação continuada. (Redação

dada pela Lei nº 12.435, de 2011)

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9

§ 6º A concessão do benefício ficará sujeita à

avaliação da deficiência e do grau de

impedimento de que trata o § 2o, composta por

avaliação médica e avaliação social realizadas

por médicos peritos e por assistentes sociais

do Instituto Nacional de Seguro Social -

INSS. (Redação dada pela Lei nº 12.470, de

2011)

§ 7o Na hipótese de não existirem serviços no

município de residência do beneficiário, fica

assegurado, na forma prevista em

regulamento, o seu encaminhamento ao

município mais próximo que contar com tal

estrutura. (Incluído pela Lei nº 9.720, de

30.11.1998)

§ 8o A renda familiar mensal a que se refere o

§ 3o deverá ser declarada pelo requerente ou

seu representante legal, sujeitando-se aos

demais procedimentos previstos no

regulamento para o deferimento do

pedido.(Incluído pela Lei nº 9.720, de

30.11.1998)

§ 9º A remuneração da pessoa com

deficiência na condição de aprendiz não será

considerada para fins do cálculo a que se

refere o § 3o deste artigo. (Inclído pela Lei nº

12.470, de 2011)

Art. 21. O benefício de prestação continuada

deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para

avaliação da continuidade das condições que

lhe deram origem.

§ 1º O pagamento do benefício cessa no

momento em que forem superadas as

condições referidas no caput, ou em caso de

morte do beneficiário.

§ 2º O benefício será cancelado quando se

constatar irregularidade na sua concessão ou

utilização.

§ 3o O desenvolvimento das capacidades

cognitivas, motoras ou educacionais e a

realização de atividades não remuneradas de

habilitação e reabilitação, entre outras, não

constituem motivo de suspensão ou cessação

do benefício da pessoa com deficiência.

(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)

§ 4º A cessação do benefício de prestação

continuada concedido à pessoa com

deficiência não impede nova concessão do

benefício, desde que atendidos os requisitos

definidos em regulamento. (Redação dada

pela Lei nº 12.470, de 2011)

Art. 21-A. O benefício de prestação continuada

será suspenso pelo órgão concedente quando

a pessoa com deficiência exercer atividade

remunerada, inclusive na condição de

microempreendedor individual. (Incluído pela

Lei nº 12.470, de 2011)

§ 1o Extinta a relação trabalhista ou a atividade

empreendedora de que trata o caput deste

artigo e, quando for o caso, encerrado o prazo

de pagamento do seguro-desemprego e não

tendo o beneficiário adquirido direito a qualquer

benefício previdenciário, poderá ser requerida

a continuidade do pagamento do benefício

suspenso, sem necessidade de realização de

perícia médica ou reavaliação da deficiência e

do grau de incapacidade para esse fim,

respeitado o período de revisão previsto no

caput do art. 21. (Incluído pela Lei nº

12.470, de 2011)

§ 2o A contratação de pessoa com deficiência

como aprendiz não acarreta a suspensão do

benefício de prestação continuada, limitado a 2

(dois) anos o recebimento concomitante da

remuneração e do benefício. (Incluído pela

Lei nº 12.470, de 2011)

Esse benefício não gerará gratificação

natalina nem instituirá pensão por morte, tendo

índole personalíssima

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10

Apesar de ser um benefício assistencial,

é gerido pelo Instituto Nacional do Seguro

Social – INSS, por questões de otimização

administrativa, competindo à União arcar com o

seu pagamento, conforme previsto no artigo

29, parágrafo único, da Lei 8.742/93.

29- (MÉDICO PERITO INSS 2012 FCC)

Tibério, é prefeito do Município das Flores.

Possuindo dúvidas, consultou a Procuradoria

Municipal a respeito da organização da

Assistência Social prevista na Lei nº 8.742/93,

desejando saber sobre a competência

Municipal. A Procuradoria respondeu que NÃO

é da competência do Município das Flores

Gabarito letra a

30- (MÉDICO PERITO INSS 2012 FCC)

Marta possui 55 anos de idade completos;

Marilucia completa 60 anos em junho de 2012;

Bruna completa 75 anos de idade em agosto

de 2012;

Fábio completa 70 anos em maio de 2012;

Nicolas possui 61 anos de idade completos;

Tobias completa 68 anos em dezembro de

2012

e Nelson possui 63 anos completos.

Hoje, preenchidos os demais requisitos legais,

no tocante à idade, farão jus ao Benefício

de Prestação Continuada APENAS:

(A) Nelson, Tobias, Fábio e Bruna.

(B) Tobias, Fábio e Bruna.

(C) Fábio, Bruna e Marta.

(D) Nicolas, Tobias, Fábio e Bruna.

(E) Nicolas, Marilucia, Nelson, Tobias, Fábio e

Bruna.

GABARITO: LETRA B

CRIMES CONTRA A PREVIDÊNCIA SOCIAL

APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência

social as contribuições recolhidas dos

contribuintes, no prazo e forma legal ou

convencional:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e

multa.

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar

de:

I - recolher, no prazo legal, contribuição ou

outra importância destinada à previdência

social que tenha sido descontada de

pagamento efetuado a segurados, a terceiros

ou arrecadada do público;

II - recolher contribuições devidas à previdência

social que tenham integrado despesas

contábeis ou custos relativos à venda de

produtos ou à prestação de serviços;

III - pagar benefício devido a segurado, quando

as respectivas cotas ou valores já tiverem sido

reembolsados à empresa pela previdência

social.

§ 2o É extinta a punibilidade se o agente,

espontaneamente, declara, confessa e efetua o

pagamento das contribuições, importâncias ou

valores e presta as informações devidas à

previdência social, na forma definida em lei ou

regulamento, antes do início da ação fiscal.

§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena

ou aplicar somente a de multa se o agente for

primário e de bons antecedentes, desde que:

I - tenha promovido, após o início da ação fiscal

e antes de oferecida a denúncia, o pagamento

da contribuição social previdenciária, inclusive

acessórios; ou

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11

II - o valor das contribuições devidas, inclusive

acessórios, seja igual ou inferior àquele

estabelecido pela previdência social,

administrativamente, como sendo o mínimo

para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO

PREVIDENCIÁRIA

Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição

social previdenciária e qualquer acessório,

mediante as seguintes condutas:

I – omitir de folha de pagamento da empresa

ou de documento de informações previsto pela

legislação previdenciária segurados

empregado, empresário, trabalhador avulso ou

trabalhador autônomo ou a este equiparado

que lhe prestem serviços;

II – deixar de lançar mensalmente nos títulos

próprios da contabilidade da empresa as

quantias descontadas dos segurados ou as

devidas pelo empregador ou pelo tomador de

serviços;

III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou

lucros auferidos, remunerações pagas ou

creditadas e demais fatos geradores de

contribuições sociais previdenciárias:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e

multa.

§ 1o É extinta a punibilidade se o agente,

espontaneamente, declara e confessa as

contribuições, importâncias ou valores e presta

as informações devidas à previdência social,

na forma definida em lei ou regulamento, antes

do início da ação fiscal.

§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena

ou aplicar somente a de multa se o agente for

primário e de bons antecedentes, desde que:

I – vetado

II – o valor das contribuições devidas, inclusive

acessórios, seja igual ou inferior àquele

estabelecido pela previdência social,

administrativamente, como sendo o mínimo

para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e

sua folha de pagamento mensal não ultrapassa

R$ 1.510,00 (R$ 3.875,88 3 - 2013), o juiz

poderá reduzir a pena de um terço até a

metade ou aplicar apenas a de multa.

§ 4o O valor a que se refere o parágrafo

anterior será reajustado nas mesmas datas e

nos mesmos índices do reajuste dos benefícios

da previdência social.

Falsificação ou alteração de documento público

contra a Previdência Social

Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte,

documento público, ou alterar documento

público verdadeiro:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º - Se o agente é funcionário público, e

comete o crime prevalecendo-se do cargo,

aumenta-se a pena de sexta parte.

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a

documento público o emanado de entidade

paraestatal, o título ao portador ou

transmissível por endosso, as ações de

sociedade comercial, os livros mercantis e o

testamento particular.

§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere

ou faz inserir:

I – na folha de pagamento ou em documento

de informações que seja destinado a fazer

prova perante a previdência social, pessoa que

não possua a qualidade de segurado

obrigatório;

II – na Carteira de Trabalho e Previdência

Social do empregado ou em documento que

deva produzir efeito perante a previdência

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12

social, declaração falsa ou diversa da que

deveria ter sido escrita;

III – em documento contábil ou em qualquer

outro documento relacionado com as

obrigações da empresa perante a previdência

social, declaração falsa ou diversa da que

deveria ter constado.

§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite,

nos documentos mencionados no § 3o, nome

do segurado e seus dados pessoais, a

remuneração, a vigência do contrato de

trabalho ou de prestação de serviços.

Estelionato previdenciário

O estelionato é capitulado no artigo 171,

do Código Penal, se consumando quando o

agente obtém para si ou outrem vantagem

ilícita, induzindo ou mantendo alguém em erro,

através do manejo de algum meio fraudulento,

sendo necessariamente doloso.

É possível que a Previdência Social

seja vítima de estelionato por atos comissivos

ou omissivos das pessoas, especialmente dos

segurados e representantes de empresas.

PROCURAÇÃO

Decreto 3.048/99

Art. 156. O benefício será pago diretamente ao

beneficiário, salvo em caso de ausência,

moléstia contagiosa ou impossibilidade de

locomoção, quando será pago a procurador,

cujo mandato não terá prazo superior a doze

meses, podendo ser renovado ou revalidado

pelos setores de benefícios do Instituto

Nacional do Seguro Social.

Parágrafo único. O procurador do beneficiário

deverá firmar, perante o Instituto Nacional do

Seguro Social, termo de responsabilidade

mediante o qual se comprometa a comunicar

ao Instituto qualquer evento que possa anular a

procuração, principalmente o óbito do

outorgante, sob pena de incorrer nas sanções

criminais cabíveis.

Art. 157. O Instituto Nacional do Seguro Social

apenas poderá negar-se a aceitar procuração

quando se manifestar indício de inidoneidade

do documento ou do mandatário, sem prejuízo,

no entanto, das providências que se fizerem

necessárias.

Art. 158. Na constituição de procuradores,

observar-se-á subsidiariamente o disposto no

Código Civil.

Art. 159. Somente será aceita a constituição de

procurador com mais de uma procuração, ou

procurações coletivas, nos casos de

representantes credenciados de leprosários,

sanatórios, asilos e outros estabelecimentos

congêneres, nos casos de parentes de primeiro

grau, ou, em outros casos, a critério do Instituto

Nacional do Seguro Social.

Art. 160. Não poderão ser procuradores:

31- (TÉCNICO 2012) Como regra, o

beneficiário deve receber diretamente o

benefício devido pelo INSS. Porém, admite-se

a constituição de procurador. Nessa situação,

(A) a procuração tem validade de 6 (seis)

meses, podendo ser revalidada ou renovada

pelo INSS.

(B) a procuração poderá ser outorgada a

parente de servidores públicos civis ativos até

o terceiro grau.

(C) pode ser outorgada procuração coletiva nos

casos de representantes de asilos.

(D) a procuração tem validade de 12 (doze)

meses, não se admitindo a renovação.

(E) pode ser outorgada procuração aos

militares ativos, sem grau de parentesco com o

beneficiário.

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Gabarito oficial: Letra C.

Decreto 3.048/99

TÍTULO II

DOS CONVÊNIOS, CONTRATOS,

CREDENCIAMENTOS E ACORDOS

Art. 311. A empresa, o sindicato ou entidade de

aposentados devidamente legalizada poderá,

mediante convênio, encarregar-se,

relativamente a seu empregado ou associado e

respectivos dependentes, de processar

requerimento de benefício, preparando-o e

instruindo-o de maneira a ser despachado pela

previdência social.

Parágrafo único. Somente poderá optar pelo

encargo de pagamento, as convenentes que

fazem a complementação de benefícios,

observada a conveniência administrativa do

INSS.

Art. 312. A concessão e manutenção de

prestação devida a beneficiário residente no

exterior devem ser efetuadas nos termos do

acordo entre o Brasil e o país de residência do

beneficiário ou, na sua falta, nos termos de

instruções expedidas pelo Ministério da

Previdência e Assistência Social.

Art. 313. Os convênios, credenciamentos e

acordos da linha do seguro social deverão ser

feitos pelos setores de acordos e convênios do

Instituto Nacional do Seguro Social.

Parágrafo único. O Instituto Nacional do

Seguro Social poderá ainda colaborar para a

complementação das instalações e

equipamentos de entidades de habilitação e

reabilitação profissional, com as quais

mantenha convênio, ou fornecer outros

recursos materiais para a melhoria do padrão

de atendimento aos beneficiários.

Art. 314. A prestação de serviços da entidade

que mantém convênio, contrato,

credenciamento ou acordo com o Instituto

Nacional do Seguro Social não cria qualquer

vínculo empregatício entre este e o prestador

de serviço.

Art. 315. Os órgãos da administração pública

direta, autárquica e fundacional dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios poderão,

mediante convênio com a previdência social,

encarregar-se, relativamente aos seus

funcionários, de formalizar processo de pedido

de certidão de tempo de contribuição para fins

de contagem recíproca, preparando-o e

instruindo-o de forma a ser despachado pelo

Instituto Nacional do Seguro Social.

Art. 316. O Instituto Nacional do Seguro Social,

de acordo com as possibilidades

administrativas e técnicas das unidades

executivas de reabilitação profissional, poderá

estabelecer convênios e/ou acordos de

cooperação técnico-financeira, para viabilizar o

atendimento às pessoas portadoras de

deficiência.

Art. 317. Nos casos de impossibilidade de

instalação de órgão ou setor próprio

competente do Instituto Nacional do Seguro

Social, assim como de efetiva incapacidade

física ou técnica de implementação das

atividades e atendimento adequado à clientela

da previdência social, as unidades executivas

de reabilitação profissional poderão solicitar a

celebração de convênios, contratos ou acordos

com entidades públicas ou privadas de

comprovada idoneidade financeira e técnica,

ou seu credenciamento, para prestação de

serviço, por delegação ou simples cooperação

técnica, sob coordenação e supervisão dos

órgãos competentes do Instituto Nacional do

Seguro Social.