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Direito previdenciário
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INSS DIREITO PREVIDENCIARIO
FREDERICO AMADO
1
AULA 13
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
INSS
PROF. FREDERICO AMADO
ASSISTÊNCIA SOCIAL
LEI 8.742/1993
Na Constituição Federal de 1988, a assistência
social vem disciplinada nos artigos 203 e 204,
destacando-se, em termos infraconstitucionais,
a Lei 8.742/93 (LOAS – Lei Orgânica da
Assistência Social).
OBS- A Lei dos Pobres, na Inglaterra, em
1601, trouxe a primeira disciplina jurídica da
assistência social ao criar o dever estatal aos
necessitados.
DEFINIÇÃO –
É possível definir a assistência social como as
medidas públicas (dever estatal) ou privadas a
serem prestadas a quem delas precisar, para o
atendimento das necessidades humanas
essenciais, de índole não contributiva direta,
normalmente funcionando como um
complemento ao regime de previdência social,
quando este não puder ser aplicado ou se
mostrar insuficiente para a consecução da
dignidade humana.
De acordo com o artigo 1º, da Lei
8.742/93, “a assistência social, direito do
cidadão e dever do Estado, é Política de
Seguridade Social não contributiva, que provê
os mínimos sociais, realizada através de um
conjunto integrado de ações de iniciativa
pública e da sociedade, para garantir o
atendimento às necessidades básicas”.
Em nosso país, um dos traços característicos
da assistência social é o seu caráter não
contributivo, bem como a sua função de suprir
as necessidades básicas das pessoas, como
alimentação, moradia básica e vestuário.
A assistência social tem por objetivos,
conforme previsão constitucional: Artigo 203,
incisos I, II, III e IV, da CRFB.
- proteger a família, a maternidade, a infância,
a adolescência e a velhice;
- amparar as crianças e os adolescentes
carentes;
- promover a integração do mercado de
trabalho;
- habilitar/reabilitar as pessoas portadoras de
deficiência e promover sua integração à vida
comunitária.
Da mesma forma, visa a garantir um salário
mínimo de benefício mensal à pessoa
portadora de deficiência e ao idoso que
comprovem não possuir meios de prover a
própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família, conforme regulamentação legal.
Artigo 203, inciso V, da CRFB.
Por sua vez, o artigo 2º, incisos I e II, da Lei
8.742/93, inseridos pela Lei 12.435/2011, ainda
arrola como objetivo da assistência social no
Brasil a vigilância socioassistencial, que visa a
analisar territorialmente a capacidade protetiva
das famílias e nela a ocorrência de
vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações
e danos e a defesa de direitos, que visa a
garantir o pleno acesso aos direitos no
conjunto das provisões socioassistenciais.
PRINCÍPIOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL:
De acordo com o artigo 4º, da Lei
8.742/93, a assistência social deverá observar
os seguintes princípios, que mais se parecem
com objetivos:
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“I - supremacia do atendimento às
necessidades sociais sobre as exigências de
rentabilidade econômica;
II - universalização dos direitos sociais, a fim de
tornar o destinatário da ação assistencial
alcançável pelas demais políticas públicas;
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua
autonomia e ao seu direito a benefícios e
serviços de qualidade, bem como à
convivência familiar e comunitária, vedando-se
qualquer comprovação vexatória de
necessidade;
IV - igualdade de direitos no acesso ao
atendimento, sem discriminação de qualquer
natureza, garantindo-se equivalência às
populações urbanas e rurais;
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços,
programas e projetos assistenciais, bem como
dos recursos oferecidos pelo Poder Público e
dos critérios para sua concessão”.
As diretrizes da assistência social brasileira
foram traçadas pelo artigo 5º, da Lei 8.742/93:
“I - descentralização político-administrativa
para os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, e comando único das ações em
cada esfera de governo;
II - participação da população, por meio de
organizações representativas, na formulação
das políticas e no controle das ações em todos
os níveis;
III - primazia da responsabilidade do Estado na
condução da política de assistência social em
cada esfera de governo”
A coordenação da Política Nacional de
Assistência Social competirá ao Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
cabendo ao Conselho Nacional de Assistência
Social (CNAS) - órgão superior de deliberação
colegiada, vinculado à estrutura do referido
órgão da Administração Pública federal,
composto por 18 membros, sendo nove
representantes do Poder Público e outros nove
da sociedade civil - aprovar a Política Nacional
de Assistência Social.
Competirá ao CNAS, dentre outras
competências previstas no artigo 18, da Lei
8.742/93, normatizar as ações e regular a
prestação de serviços de natureza pública e
privada no campo da assistência social,
acompanhar e fiscalizar o processo de
certificação das entidades e organizações de
assistência social no Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome e
apreciar e aprovar a proposta orçamentária da
Assistência Social a ser encaminhada pelo
órgão da Administração Pública Federal
responsável pela coordenação da Política
Nacional de Assistência Social.
Também é da competência do CNAS apreciar
relatório anual que conterá a relação de
entidades e organizações de assistência social
certificadas como beneficentes e encaminhá-lo
para conhecimento dos Conselhos de
Assistência Social dos Estados, Municípios e
do Distrito Federal e aprovar critérios de
transferência de recursos para os Estados,
Municípios e Distrito Federal, considerando,
para tanto, indicadores que informem sua
regionalização mais equitativa, tais como:
população, renda per capita, mortalidade
infantil e concentração de renda, além de
disciplinar os procedimentos de repasse de
recursos para as entidades e organizações de
assistência social, sem prejuízo das
disposições da Lei de Diretrizes
Orçamentárias.
Um importante passo para a
melhoria da assistência social no Brasil foi o
nascimento do Sistema Único de Assistência
Social – SUAS, que ocorreu com a edição da
Resolução 130, de 15.07.2005, do Conselho
Nacional de Assistência Social, que aprovou a
Norma Operacional Básica do SUAS.
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Com o advento da Lei 12.435/2011, que
alterou vários artigos da Lei 8.742/93, o SUAS
passou a ter previsão legal na Lei Orgânica da
Assistência Social, tendo por objetivo a
proteção à família, à maternidade, à infância, à
adolescência e à velhice e, como base de
organização, o território, integrado pelos entes
federativos, pelos respectivos conselhos de
assistência social e pelas entidades e
organizações de assistência social.
Nos termos do artigo 6º, da Lei 8.742/93, com
redação dada pela Lei 12.435/2011, são
objetivos do SUAS:
I - consolidar a gestão compartilhada, o
cofinanciamento e a cooperação técnica entre
os entes federativos que, de modo articulado,
operam a proteção social não contributiva;
II - integrar a rede pública e privada de
serviços, programas, projetos e benefícios de
assistência social, na forma do art. 6o-C;
III - estabelecer as responsabilidades dos entes
federativos na organização, regulação,
manutenção e expansão das ações de
assistência social;
IV - definir os níveis de gestão, respeitadas as
diversidades regionais e municipais;
V - implementar a gestão do trabalho e a
educação permanente na assistência social;
VI - estabelecer a gestão integrada de serviços
e benefícios; e
VII - afiançar a vigilância socioassistencial e a
garantia de direitos.
De acordo com o artigo 3º, da Lei
8.742/93, “consideram-se entidades e
organizações de assistência social aquelas
sem fins lucrativos que, isolada ou
cumulativamente, prestam atendimento e
assessoramento aos beneficiários abrangidos
por esta Lei, bem como as que atuam na
defesa e garantia de direitos”.
Assim, as entidades e organizações
assistenciais foram divididas em três
categorias, definidas pela Lei 12.435/2011:
De atendimento - São aquelas entidades que,
de forma continuada, permanente e planejada,
prestam serviços, executam programas ou
projetos e concedem benefícios de prestação
social básica ou especial, dirigidos às famílias
e indivíduos em situações de vulnerabilidade
ou risco social e pessoal, nos termos desta Lei,
e respeitadas as deliberações do Conselho
Nacional de Assistência Social (CNAS);
De assessoramento - São aquelas que, de
forma continuada, permanente e planejada,
prestam serviços e executam programas ou
projetos voltados prioritariamente para o
fortalecimento dos movimentos sociais e das
organizações de usuários, formação e
capacitação de lideranças, dirigidos ao público
da política de assistência social, nos termos
desta Lei, e respeitadas as deliberações do
CNAS;
De defesa e garantia de direitos - São aquelas
que, de forma continuada, permanente e
planejada, prestam serviços e executam
programas e projetos voltados prioritariamente
para a defesa e efetivação dos direitos
socioassistenciais, construção de novos
direitos, promoção da cidadania, enfrentamento
das desigualdades sociais, articulação com
órgãos públicos de defesa de direitos, dirigidos
ao público da política de assistência social, nos
termos desta Lei, e respeitadas as
deliberações do CNAS.
Para a efetivação da Política Nacional de
Assistência Social, é competência da União:
I - responder pela concessão e manutenção
dos benefícios de prestação continuada
definidos no art. 203 da Constituição Federal;
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II - cofinanciar, por meio de transferência
automática, o aprimoramento da gestão, os
serviços, os programas e os projetos de
assistência social em âmbito nacional;
III - atender, em conjunto com os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, às ações
assistenciais de caráter de emergência;
IV - realizar o monitoramento e a avaliação da
política de assistência social e assessorar
Estados, Distrito Federal e Municípios para seu
desenvolvimento.
Competirá aos estados:
I - destinar recursos financeiros aos Municípios,
a título de participação no custeio do
pagamento dos benefícios eventuais, mediante
critérios estabelecidos pelos Conselhos
Estaduais de Assistência Social;
II - cofinanciar, por meio de transferência
automática, o aprimoramento da gestão, os
serviços, os programas e os projetos de
assistência social em âmbito regional ou local;
III - atender, em conjunto com os Municípios,
às ações assistenciais de caráter de
emergência;
IV - estimular e apoiar técnica e
financeiramente as associações e consórcios
municipais na prestação de serviços de
assistência social;
V - prestar os serviços assistenciais cujos
custos ou ausência de demanda municipal
justifiquem uma rede regional de serviços,
desconcentrada, no âmbito do respectivo
Estado.
Competirá ao Distrito Federal:
I - destinar recursos financeiros para custeio do
pagamento dos benefícios eventuais, mediante
critérios estabelecidos pelos Conselhos de
Assistência Social do Distrito Federal;
II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade
e funeral;
III - executar os projetos de enfrentamento da
pobreza, incluindo a parceria com
organizações da sociedade civil;
IV - atender às ações assistenciais de caráter
de emergência;
V - prestar os serviços assistenciais
consistentes nas atividades continuadas que
visem à melhoria de vida da população e cujas
ações, voltadas para as necessidades básicas,
observem os objetivos, princípios e diretrizes
estabelecidas nesta lei;
VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os
serviços, os programas e os projetos de
assistência social em âmbito local;
VII - realizar o monitoramento e a avaliação da
política de assistência social em seu âmbito.
Competirá aos municípios:
I - destinar recursos financeiros para custeio do
pagamento dos benefícios eventuais, mediante
critérios estabelecidos pelos Conselhos
Municipais de Assistência Social;
II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade
e funeral;
III - executar os projetos de enfrentamento da
pobreza, incluindo a parceria com
organizações da sociedade civil;
IV - atender às ações assistenciais de caráter
de emergência;
V - prestar os serviços assistenciais
consistentes nas atividades continuadas que
visem à melhoria de vida da população e cujas
ações, voltadas para as necessidades básicas,
observem os objetivos, princípios e diretrizes
estabelecidas nesta lei;
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VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os
serviços, os programas e os projetos de
assistência social em âmbito local;
VII - realizar o monitoramento e a avaliação da
política de assistência social em seu âmbito.
A Lei 8.742/93 ainda prevê os projetos de
enfrentamento da pobreza, que compreendem
a instituição de investimento econômico-social
nos grupos populares, buscando subsidiar,
financeira e tecnicamente, iniciativas que lhes
garantam meios, capacidade produtiva e de
gestão para melhoria das condições gerais de
subsistência, elevação do padrão da qualidade
de vida, a preservação do meio-ambiente e sua
organização social.
Foi instituído pela Lei 8.742/93 o Fundo
Nacional de Assistência Social, mediante
transformação do Fundo Nacional de Ação
Comunitária, sendo administrado pelo
Ministério de Desenvolvimento Social e
Combate à Fome, sob orientação e controle do
Conselho Nacional de Assistência Social.
BENEFÍCIO DE UM SALÁRIO MÍNIMO DOS
IDOSOS E DEFICIENTES CARENTES
O artigo 203, inciso V, da Constituição,
garante ao idoso ou portador de deficiência um
benefício assistencial no valor de um salário
mínimo, desde que comprovem não possuir
meios de prover a própria manutenção ou de
tê-la provida por sua família, conforme dispuser
a lei.
A regulamentação foi promovida pelos artigos
20 e 21, da Lei 8.742/93, bem como pelo artigo
34, da Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso),
tendo este dispositivo reduzido a idade mínima
para a concessão para 65 anos, sendo objeto
de regulamentação presidencial por intermédio
do Decreto 6.214/2007.
Obs - A idade mínima era inicialmente de 70
anos, tendo sido reduzida para 67 anos de
1998 para, finalmente, chegar aos 65 anos com
o advento do Estatuto do Idoso.
Art. 20. O benefício de prestação continuada é
a garantia de um salário-mínimo mensal à
pessoa com deficiência e ao idoso com 65
(sessenta e cinco) anos ou mais que
comprovem não possuir meios de prover a
própria manutenção nem de tê-la provida por
sua família. (Redação dada pela Lei nº 12.435,
de 2011)
§ 1o Para os efeitos do disposto no caput, a
família é composta pelo requerente, o cônjuge
ou companheiro, os pais e, na ausência de um
deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos
solteiros, os filhos e enteados solteiros e os
menores tutelados, desde que vivam sob o
mesmo teto. (Redação dada pela Lei nº
12.435, de 2011)
§ 2o Para efeito de concessão deste benefício,
considera-se pessoa com deficiência aquela
que tem impedimentos de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial,
os quais, em interação com diversas barreiras,
podem obstruir sua participação plena e efetiva
na sociedade em igualdade de condições com
as demais pessoas. (Redação dada pela Lei
nº 12.470, de 2011)
§ 10. Considera-se impedimento de longo
prazo, para os fins do § 2o deste artigo, aquele
que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2
(dois) anos.
§ 3o Considera-se incapaz de prover a
manutenção da pessoa com deficiência ou
idosa a família cuja renda mensal per capita
seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-
mínimo.
O STJ vem decidindo pela possibilidade da
utilização de outros critérios para a aferição do
estado de miserabilidade do idoso ou
deficiente:
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STJ - A Terceira Seção do Superior Tribunal de
Justiça, no regime do Art. 543-C CPC,
uniformizou o entendimento de que possível a
aferição da condição de hipossuficiência
econômica do idoso ou do portador de
deficiência, por outros meios que não apenas a
comprovação da renda familiar mensal "per
capita" inferior a 1/4 do salário mínimo” (AGA
1.164.852, de 26.10.2010)”.
Por força do artigo 34, parágrafo único,
do Estatuto do Idoso, “o benefício já concedido
a qualquer membro da família nos termos do
caput não será computado para os fins do
cálculo da renda familiar per capita a que se
refere a LOAS”.
No dia 10 de agosto de 2011, no
julgamento da petição 7.203, a 3ª Seção do
STJ firmou entendimento admitindo que
também o benefício previdenciário no valor de
um salário mínimo recebido por maior de 65
anos deve ser afastado para fins de apuração
da renda mensal per capita objetivando a
concessão de benefício de prestação
continuada:
STF, INFORMATIVO 702 –
REPERCUSSÃO GERAL
Benefício de prestação continuada: tutela
constitucional de hipossuficientes e dignidade
humana - 11
O Plenário, por maioria, negou provimento a
recursos extraordinários julgados em conjunto
— interpostos pelo INSS — em que se discutia
o critério de cálculo utilizado com o intuito de
aferir-se a renda mensal familiar per capita
para fins de concessão de benefício
assistencial a idoso e a pessoa com
deficiência, previsto no art. 203, V, da CF — v.
Informativo 669.
Declarou-se a inconstitucionalidade incidenter
tantum do § 3º do art. 20 da Lei 8.742/93 [“Art.
20. O benefício de prestação continuada é a
garantia de um salário mínimo mensal à
pessoa com deficiência e ao idoso com 65
(sessenta e cinco) anos ou mais que
comprovem não possuir meios de prover a
própria manutenção nem de tê-la provida por
sua família ... § 3º Considera-se incapaz de
prover a manutenção da pessoa com
deficiência ou idosa a família cuja renda
mensal per capita seja inferior a 1/4 (um
quarto) do salário mínimo”] e do parágrafo
único do art. 34 da Lei 10.741/2003.
RE 567985/MT, rel. orig. Min. Marco Aurélio,
red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 17 e
18.4.2013. (RE-567985)
RE 580963/PR, rel. Min. Gilmar Mendes, 17 e
18.4.2013.(RE-580963)
Benefício de prestação continuada: tutela
constitucional de hipossuficientes e dignidade
humana - 12
Prevaleceu o voto do Min. Gilmar Mendes,
relator do RE 580963/PR. Ressaltou haver
esvaziamento da decisão tomada na ADI
1232/DF — na qual assentada a
constitucionalidade do art. 20, § 3º, da Lei
8.742/93 —, especialmente por verificar que
inúmeras reclamações ajuizadas teriam sido
indeferidas a partir de condições específicas, a
demonstrar a adoção de outros parâmetros
para a definição de miserabilidade. Aduziu que
o juiz, diante do caso concreto, poderia fazer a
análise da situação. Destacou que a
circunstância em comento não seria novidade
para a Corte.
Citou, no ponto, a ADI 223 MC/DF (DJU de
29.6.90), na qual, embora declarada a
constitucionalidade da Medida Provisória
173/90 — que vedava a concessão de medidas
liminares em hipóteses que envolvessem a não
observância de regras estabelecidas no Plano
Collor —, o STF afirmara não estar prejudicado
o exame pelo magistrado, em controle difuso,
da razoabilidade de outorga, ou não, de
provimento cautelar. O Min. Celso de Mello
acresceu que, conquanto excepcional, seria
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legítima a possibilidade de intervenção
jurisdicional dos juízes e tribunais na
conformação de determinadas políticas
públicas, quando o próprio Estado deixasse de
adimplir suas obrigações constitucionais, sem
que isso pudesse configurar transgressão ao
postulado da separação de Poderes.
Benefício de prestação continuada: tutela
constitucional de hipossuficientes e dignidade
humana - 13
O Min. Gilmar Mendes aludiu que a Corte
deveria revisitar a controvérsia, tendo em conta
discrepâncias, haja vista a existência de ação
direta de inconstitucionalidade com efeito
vinculante e, ao mesmo tempo,
pronunciamentos em reclamações, julgadas de
alguma forma improcedentes, com a validação
de decisões contrárias ao que naquela
decidido. Enfatizou que a questão seria
relevante sob dois prismas: 1º) a evolução
ocorrida; e 2º) a concessão de outros
benefícios com a adoção de critérios distintos
de 1/4 do salário mínimo.
O Min. Luiz Fux considerou que, nos casos em
que a renda per capita superasse até 5% do
limite legal em comento, os juízes teriam
flexibilidade para conceder a benesse,
compreendido como grupo familiar os
integrantes que contribuíssem para a
sobrevivência doméstica. No tocante ao
parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso,
o Min. Gilmar Mendes reputou violado o
princípio da isonomia. Realçou que, no referido
estatuto, abrira-se exceção para o recebimento
de dois benefícios assistenciais de idoso, mas
não permitira a percepção conjunta de
benefício de idoso com o de deficiente ou de
qualquer outro previdenciário. Asseverou que o
legislador incorrera em equívoco, pois, em
situação absolutamente idêntica, deveria ser
possível a exclusão do cômputo do benefício,
independentemente de sua origem.
Benefício de prestação continuada: tutela
constitucional de hipossuficientes e dignidade
humana - 14
No RE 567985/MT, ficaram vencidos,
parcialmente, o Min. Marco Aurélio, relator, que
apenas negava provimento ao recurso, sem
declarar a inconstitucionalidade do art. 20, § 3º,
da Lei 8.742/93, e os Ministros Teori Zavascki
e Ricardo Lewandowski, que davam
provimento ao recurso.
O Min. Teori Zavascki salientava que a norma
teria sido declarada constitucional em controle
concentrado e que juízo em sentido contrário
dependeria da caracterização de pressuposto
de inconstitucionalidade superveniente,
inocorrente na espécie. Além disso, se
presentes mudanças na legislação
infraconstitucional, tratar-se-ia de revogação de
lei. O Min. Ricardo Lewandowski acrescentava
que a matéria em discussão envolveria
políticas públicas, com imbricações no plano
plurianual.
De outro lado, vencidos, no RE 580963/PR, os
Ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e
Marco Aurélio, que, por não vislumbrarem
inconstitucionalidade no art. 34, parágrafo
único, da Lei 10.741/2003, davam provimento
ao recurso. O Min. Teori Zavascki, no presente
apelo extremo, fizera ressalva no sentido de
que a decisão do juízo de origem estaria em
consonância com o posicionamento por ele
manifestado.
Benefício de prestação continuada: tutela
constitucional de hipossuficientes e dignidade
humana - 15
Por fim, não se alcançou o quórum de 2/3 para
modulação dos efeitos da decisão no sentido
de que os preceitos impugnados tivessem
validade até 31.12.2015, consoante requerido
pela Advocacia-Geral da União. Votaram pela
modulação os Ministros Gilmar Mendes, Rosa
Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Celso de
Mello. O Min. Gilmar Mendes rememorou a
inconstitucionalidade por omissão
relativamente ao art. 203, V, da CF e afirmou a
razoabilidade do prazo proposto.
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Obtemperou que devolver-se-ia ao Legislativo
a possibilidade de conformar todo esse
sistema, para redefinir a política pública do
benefício assistencial de prestação continuada,
a suprimir as inconstitucionalidades apontadas.
A Min. Rosa Weber adicionou ser salutar que o
Supremo, ainda que sem sanção, indicasse um
norte temporal. O Min. Luiz Fux ressaltou que o
STF, em outras oportunidades, já exortara o
legislador para que ele cumprisse a
Constituição. O Min. Celso de Mello esclareceu
que o objetivo seria preservar uma dada
situação, visto que, se declarada, pura e
simplesmente, a inconstitucionalidade, ter-se-ia
supressão do ordenamento positivo da própria
regra. Criar-se-ia, dessa maneira, vazio
legislativo que poderia ser lesivo aos interesses
desses grupos vulneráveis referidos no inciso V
do art. 203 da CF. Em divergência, votaram
contra a modulação os Ministros Teori
Zavascki, Ricardo Lewandowski, Joaquim
Barbosa (Presidente) e Dias Toffoli.
Este último apenas no que se refere ao RE
580963/PR. O Min. Teori Zavascki mencionou
que, se o Supremo fixasse prazo, deveria
também estabelecer consequência pelo seu
descumprimento. O Min. Ricardo Lewandowski
observou que o postulado da dignidade
humana não poderia ficar suspenso por esse
período e o que o STF deveria prestigiar a
autonomia do Congresso Nacional para fixar a
própria pauta. O Presidente sublinhou que
estipular prazo ao legislador abalaria a
credibilidade desta Corte, porque, se não
respeitado, a problemática retornaria a este
Tribunal. O Min. Marco Aurélio abstivera-se de
votar sobre esse tópico, pois não concluíra pela
inconstitucionalidade dos dispositivos. O Min.
Dias Toffoli não se manifestou no RE
567985/MT, porquanto impedido.
Nos termos do artigo 4º, inciso VI, do Decreto
6.214/2007, com redação dada pelo Decreto
7.617, de 17.11.2011, considera-se como
renda mensal bruta familiar a soma dos
rendimentos brutos auferidos mensalmente
pelos membros da família composta por
salários, proventos, pensões, pensões
alimentícias, benefícios de previdência pública
ou privada, seguro-desemprego, comissões,
pro-labore, outros rendimentos do trabalho não
assalariado, rendimentos do mercado informal
ou autônomo, rendimentos auferidos do
patrimônio, renda mensal vitalícia e benefício
de prestação continuada (salvo se percebido
por outro idoso).
Consoante previsto pelo Decreto 7.617/2011,
no cálculo da renda familiar não serão
considerados os seguintes rendimentos:
A) benefícios e auxílios assistenciais de
natureza eventual e temporária;
B) valores oriundos de programas sociais de
transferência de renda;
C) bolsas de estágio curricular;
D) pensão especial de natureza indenizatória e
benefícios de assistência médica;
E) rendas de natureza eventual ou sazonal, a
serem regulamentadas em ato conjunto do
Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome e do INSS;
F) remuneração da pessoa com deficiência na
condição de aprendiz.
§ 4o O benefício de que trata este artigo não
pode ser acumulado pelo beneficiário com
qualquer outro no âmbito da seguridade social
ou de outro regime, salvo os da assistência
médica e da pensão especial de natureza
indenizatória. (Redação dada pela Lei nº
12.435, de 2011)
§ 5o A condição de acolhimento em instituições
de longa permanência não prejudica o direito
do idoso ou da pessoa com deficiência ao
benefício de prestação continuada. (Redação
dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
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§ 6º A concessão do benefício ficará sujeita à
avaliação da deficiência e do grau de
impedimento de que trata o § 2o, composta por
avaliação médica e avaliação social realizadas
por médicos peritos e por assistentes sociais
do Instituto Nacional de Seguro Social -
INSS. (Redação dada pela Lei nº 12.470, de
2011)
§ 7o Na hipótese de não existirem serviços no
município de residência do beneficiário, fica
assegurado, na forma prevista em
regulamento, o seu encaminhamento ao
município mais próximo que contar com tal
estrutura. (Incluído pela Lei nº 9.720, de
30.11.1998)
§ 8o A renda familiar mensal a que se refere o
§ 3o deverá ser declarada pelo requerente ou
seu representante legal, sujeitando-se aos
demais procedimentos previstos no
regulamento para o deferimento do
pedido.(Incluído pela Lei nº 9.720, de
30.11.1998)
§ 9º A remuneração da pessoa com
deficiência na condição de aprendiz não será
considerada para fins do cálculo a que se
refere o § 3o deste artigo. (Inclído pela Lei nº
12.470, de 2011)
Art. 21. O benefício de prestação continuada
deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para
avaliação da continuidade das condições que
lhe deram origem.
§ 1º O pagamento do benefício cessa no
momento em que forem superadas as
condições referidas no caput, ou em caso de
morte do beneficiário.
§ 2º O benefício será cancelado quando se
constatar irregularidade na sua concessão ou
utilização.
§ 3o O desenvolvimento das capacidades
cognitivas, motoras ou educacionais e a
realização de atividades não remuneradas de
habilitação e reabilitação, entre outras, não
constituem motivo de suspensão ou cessação
do benefício da pessoa com deficiência.
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
§ 4º A cessação do benefício de prestação
continuada concedido à pessoa com
deficiência não impede nova concessão do
benefício, desde que atendidos os requisitos
definidos em regulamento. (Redação dada
pela Lei nº 12.470, de 2011)
Art. 21-A. O benefício de prestação continuada
será suspenso pelo órgão concedente quando
a pessoa com deficiência exercer atividade
remunerada, inclusive na condição de
microempreendedor individual. (Incluído pela
Lei nº 12.470, de 2011)
§ 1o Extinta a relação trabalhista ou a atividade
empreendedora de que trata o caput deste
artigo e, quando for o caso, encerrado o prazo
de pagamento do seguro-desemprego e não
tendo o beneficiário adquirido direito a qualquer
benefício previdenciário, poderá ser requerida
a continuidade do pagamento do benefício
suspenso, sem necessidade de realização de
perícia médica ou reavaliação da deficiência e
do grau de incapacidade para esse fim,
respeitado o período de revisão previsto no
caput do art. 21. (Incluído pela Lei nº
12.470, de 2011)
§ 2o A contratação de pessoa com deficiência
como aprendiz não acarreta a suspensão do
benefício de prestação continuada, limitado a 2
(dois) anos o recebimento concomitante da
remuneração e do benefício. (Incluído pela
Lei nº 12.470, de 2011)
Esse benefício não gerará gratificação
natalina nem instituirá pensão por morte, tendo
índole personalíssima
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Apesar de ser um benefício assistencial,
é gerido pelo Instituto Nacional do Seguro
Social – INSS, por questões de otimização
administrativa, competindo à União arcar com o
seu pagamento, conforme previsto no artigo
29, parágrafo único, da Lei 8.742/93.
29- (MÉDICO PERITO INSS 2012 FCC)
Tibério, é prefeito do Município das Flores.
Possuindo dúvidas, consultou a Procuradoria
Municipal a respeito da organização da
Assistência Social prevista na Lei nº 8.742/93,
desejando saber sobre a competência
Municipal. A Procuradoria respondeu que NÃO
é da competência do Município das Flores
Gabarito letra a
30- (MÉDICO PERITO INSS 2012 FCC)
Marta possui 55 anos de idade completos;
Marilucia completa 60 anos em junho de 2012;
Bruna completa 75 anos de idade em agosto
de 2012;
Fábio completa 70 anos em maio de 2012;
Nicolas possui 61 anos de idade completos;
Tobias completa 68 anos em dezembro de
2012
e Nelson possui 63 anos completos.
Hoje, preenchidos os demais requisitos legais,
no tocante à idade, farão jus ao Benefício
de Prestação Continuada APENAS:
(A) Nelson, Tobias, Fábio e Bruna.
(B) Tobias, Fábio e Bruna.
(C) Fábio, Bruna e Marta.
(D) Nicolas, Tobias, Fábio e Bruna.
(E) Nicolas, Marilucia, Nelson, Tobias, Fábio e
Bruna.
GABARITO: LETRA B
CRIMES CONTRA A PREVIDÊNCIA SOCIAL
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência
social as contribuições recolhidas dos
contribuintes, no prazo e forma legal ou
convencional:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar
de:
I - recolher, no prazo legal, contribuição ou
outra importância destinada à previdência
social que tenha sido descontada de
pagamento efetuado a segurados, a terceiros
ou arrecadada do público;
II - recolher contribuições devidas à previdência
social que tenham integrado despesas
contábeis ou custos relativos à venda de
produtos ou à prestação de serviços;
III - pagar benefício devido a segurado, quando
as respectivas cotas ou valores já tiverem sido
reembolsados à empresa pela previdência
social.
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente,
espontaneamente, declara, confessa e efetua o
pagamento das contribuições, importâncias ou
valores e presta as informações devidas à
previdência social, na forma definida em lei ou
regulamento, antes do início da ação fiscal.
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena
ou aplicar somente a de multa se o agente for
primário e de bons antecedentes, desde que:
I - tenha promovido, após o início da ação fiscal
e antes de oferecida a denúncia, o pagamento
da contribuição social previdenciária, inclusive
acessórios; ou
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II - o valor das contribuições devidas, inclusive
acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social,
administrativamente, como sendo o mínimo
para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição
social previdenciária e qualquer acessório,
mediante as seguintes condutas:
I – omitir de folha de pagamento da empresa
ou de documento de informações previsto pela
legislação previdenciária segurados
empregado, empresário, trabalhador avulso ou
trabalhador autônomo ou a este equiparado
que lhe prestem serviços;
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos
próprios da contabilidade da empresa as
quantias descontadas dos segurados ou as
devidas pelo empregador ou pelo tomador de
serviços;
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou
lucros auferidos, remunerações pagas ou
creditadas e demais fatos geradores de
contribuições sociais previdenciárias:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa.
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente,
espontaneamente, declara e confessa as
contribuições, importâncias ou valores e presta
as informações devidas à previdência social,
na forma definida em lei ou regulamento, antes
do início da ação fiscal.
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena
ou aplicar somente a de multa se o agente for
primário e de bons antecedentes, desde que:
I – vetado
II – o valor das contribuições devidas, inclusive
acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social,
administrativamente, como sendo o mínimo
para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e
sua folha de pagamento mensal não ultrapassa
R$ 1.510,00 (R$ 3.875,88 3 - 2013), o juiz
poderá reduzir a pena de um terço até a
metade ou aplicar apenas a de multa.
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo
anterior será reajustado nas mesmas datas e
nos mesmos índices do reajuste dos benefícios
da previdência social.
Falsificação ou alteração de documento público
contra a Previdência Social
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte,
documento público, ou alterar documento
público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e
comete o crime prevalecendo-se do cargo,
aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a
documento público o emanado de entidade
paraestatal, o título ao portador ou
transmissível por endosso, as ações de
sociedade comercial, os livros mercantis e o
testamento particular.
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere
ou faz inserir:
I – na folha de pagamento ou em documento
de informações que seja destinado a fazer
prova perante a previdência social, pessoa que
não possua a qualidade de segurado
obrigatório;
II – na Carteira de Trabalho e Previdência
Social do empregado ou em documento que
deva produzir efeito perante a previdência
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social, declaração falsa ou diversa da que
deveria ter sido escrita;
III – em documento contábil ou em qualquer
outro documento relacionado com as
obrigações da empresa perante a previdência
social, declaração falsa ou diversa da que
deveria ter constado.
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite,
nos documentos mencionados no § 3o, nome
do segurado e seus dados pessoais, a
remuneração, a vigência do contrato de
trabalho ou de prestação de serviços.
Estelionato previdenciário
O estelionato é capitulado no artigo 171,
do Código Penal, se consumando quando o
agente obtém para si ou outrem vantagem
ilícita, induzindo ou mantendo alguém em erro,
através do manejo de algum meio fraudulento,
sendo necessariamente doloso.
É possível que a Previdência Social
seja vítima de estelionato por atos comissivos
ou omissivos das pessoas, especialmente dos
segurados e representantes de empresas.
PROCURAÇÃO
Decreto 3.048/99
Art. 156. O benefício será pago diretamente ao
beneficiário, salvo em caso de ausência,
moléstia contagiosa ou impossibilidade de
locomoção, quando será pago a procurador,
cujo mandato não terá prazo superior a doze
meses, podendo ser renovado ou revalidado
pelos setores de benefícios do Instituto
Nacional do Seguro Social.
Parágrafo único. O procurador do beneficiário
deverá firmar, perante o Instituto Nacional do
Seguro Social, termo de responsabilidade
mediante o qual se comprometa a comunicar
ao Instituto qualquer evento que possa anular a
procuração, principalmente o óbito do
outorgante, sob pena de incorrer nas sanções
criminais cabíveis.
Art. 157. O Instituto Nacional do Seguro Social
apenas poderá negar-se a aceitar procuração
quando se manifestar indício de inidoneidade
do documento ou do mandatário, sem prejuízo,
no entanto, das providências que se fizerem
necessárias.
Art. 158. Na constituição de procuradores,
observar-se-á subsidiariamente o disposto no
Código Civil.
Art. 159. Somente será aceita a constituição de
procurador com mais de uma procuração, ou
procurações coletivas, nos casos de
representantes credenciados de leprosários,
sanatórios, asilos e outros estabelecimentos
congêneres, nos casos de parentes de primeiro
grau, ou, em outros casos, a critério do Instituto
Nacional do Seguro Social.
Art. 160. Não poderão ser procuradores:
31- (TÉCNICO 2012) Como regra, o
beneficiário deve receber diretamente o
benefício devido pelo INSS. Porém, admite-se
a constituição de procurador. Nessa situação,
(A) a procuração tem validade de 6 (seis)
meses, podendo ser revalidada ou renovada
pelo INSS.
(B) a procuração poderá ser outorgada a
parente de servidores públicos civis ativos até
o terceiro grau.
(C) pode ser outorgada procuração coletiva nos
casos de representantes de asilos.
(D) a procuração tem validade de 12 (doze)
meses, não se admitindo a renovação.
(E) pode ser outorgada procuração aos
militares ativos, sem grau de parentesco com o
beneficiário.
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Gabarito oficial: Letra C.
Decreto 3.048/99
TÍTULO II
DOS CONVÊNIOS, CONTRATOS,
CREDENCIAMENTOS E ACORDOS
Art. 311. A empresa, o sindicato ou entidade de
aposentados devidamente legalizada poderá,
mediante convênio, encarregar-se,
relativamente a seu empregado ou associado e
respectivos dependentes, de processar
requerimento de benefício, preparando-o e
instruindo-o de maneira a ser despachado pela
previdência social.
Parágrafo único. Somente poderá optar pelo
encargo de pagamento, as convenentes que
fazem a complementação de benefícios,
observada a conveniência administrativa do
INSS.
Art. 312. A concessão e manutenção de
prestação devida a beneficiário residente no
exterior devem ser efetuadas nos termos do
acordo entre o Brasil e o país de residência do
beneficiário ou, na sua falta, nos termos de
instruções expedidas pelo Ministério da
Previdência e Assistência Social.
Art. 313. Os convênios, credenciamentos e
acordos da linha do seguro social deverão ser
feitos pelos setores de acordos e convênios do
Instituto Nacional do Seguro Social.
Parágrafo único. O Instituto Nacional do
Seguro Social poderá ainda colaborar para a
complementação das instalações e
equipamentos de entidades de habilitação e
reabilitação profissional, com as quais
mantenha convênio, ou fornecer outros
recursos materiais para a melhoria do padrão
de atendimento aos beneficiários.
Art. 314. A prestação de serviços da entidade
que mantém convênio, contrato,
credenciamento ou acordo com o Instituto
Nacional do Seguro Social não cria qualquer
vínculo empregatício entre este e o prestador
de serviço.
Art. 315. Os órgãos da administração pública
direta, autárquica e fundacional dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios poderão,
mediante convênio com a previdência social,
encarregar-se, relativamente aos seus
funcionários, de formalizar processo de pedido
de certidão de tempo de contribuição para fins
de contagem recíproca, preparando-o e
instruindo-o de forma a ser despachado pelo
Instituto Nacional do Seguro Social.
Art. 316. O Instituto Nacional do Seguro Social,
de acordo com as possibilidades
administrativas e técnicas das unidades
executivas de reabilitação profissional, poderá
estabelecer convênios e/ou acordos de
cooperação técnico-financeira, para viabilizar o
atendimento às pessoas portadoras de
deficiência.
Art. 317. Nos casos de impossibilidade de
instalação de órgão ou setor próprio
competente do Instituto Nacional do Seguro
Social, assim como de efetiva incapacidade
física ou técnica de implementação das
atividades e atendimento adequado à clientela
da previdência social, as unidades executivas
de reabilitação profissional poderão solicitar a
celebração de convênios, contratos ou acordos
com entidades públicas ou privadas de
comprovada idoneidade financeira e técnica,
ou seu credenciamento, para prestação de
serviço, por delegação ou simples cooperação
técnica, sob coordenação e supervisão dos
órgãos competentes do Instituto Nacional do
Seguro Social.