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Prof. Geraldo Pimentel CONTABILIDADE DE CUSTOS Analise e Gestão Estratégica dos APRESENTAÇÃO

Aula 5 - O custo e a determinação do Preço de Venda

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Prof. Geraldo Pimentel

CONTABILIDADE DE CUSTOSAnalise e Gestão Estratégica dos Custos

APRESENTAÇÃO

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ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS SUMÁRIO

1 – ANÁLISE E ALOCAÇÃO DE CUSTOS

2 – ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

3 – CUSTOS PARA CONTROLE

4 – ANÁLISE DAS VARIAÇÕES DE CUSTOS

5 – ANÁLISE AVANÇADA DO COMPORTAMENTOS DOS CUSTOS

6 – O CUSTO E A DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

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O CUSTO E A DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

1 – FIXAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

1.1 Formação de preços com base em custos

1.2 RKW

1,3 Uso do ABC para fixar preço de venda

1.4 Uso dos conceitos do custeio variável na fixação do preço de venda

1.5 Target costing (Custeio Meta); o uso do ABC para se chegar ao target cost

2 – COMPRAR OU PRODUZIR

3 – UM CASO ESPECIAL NA PRODUÇÃO CONTÍNUA

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1 – INTRODUÇÃO:

São importantes as discussões sobre o processo decisório nos aspectos ligados à administração de preços de vendas no que se refere ao dilema de compra ou produção de determinados itens.

Outro aspecto importante é a discussão sobre que uma das finalidades da contabilidade de custos é o fornecimento do preço de venda, sobre se isto é possível ou não, dada a conjuntura em que se encontra a empresa.

O que se verifica na prática é que, o problema de decidir o preço a ser fixado, não é tarefa para solução só com dados de custos. Necessário se torna, uma gama de informações sobre o Mercado (elasticidade, na Economia) para que se possa, casando informes internos e externos, optar pelas decisões mais corretas. Das diversas opções de preço e quantidade, interessa a que maximiza a Margem de Contribuição total, e não a Receita Total, desde que para qualquer dessa alternativas o Custo Fixo se mantenha inalterado.

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2 – FIXAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Para administrar preços de venda, sem dúvida é necessário conhecer o custo do produto; porém, essa informação por si só, embora seja necessária, não é o suficiente. Além do custo, é preciso saber o grau de elasticidade da demanda, os preços dos concorrentes, os preços de produtos substitutos, a estratégia de marketing da empresa, etc.; tudo depende do mercado em que a empresa atua, que vai desde o monopólio ou do monpsônio até a concorrência perfeita, mercado de commodities etc.

O importante é que o sistema de custos produza informações úteis e consistentes com a filosofia da empresa, particularmente com sua política de preços.

Face essas considerações, os preços podem ser fixados: com base nos custos ( de dentro para fora), com base no mercado (de fora para dentro) ou com base numa combinação de ambos.

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2.1 – FORMAÇÃO DE PREÇOS COM BASE EM CUSTOS

Nesta forma de calcular o preço de venda – preço de dentro para fora-, o ponto de partida é o custo do bem ou serviço apurado segundo um dos critérios de Custeio por Absorção ou Custeio Variável, etc. Sobre o custo definido agrega-se uma margem denominada markup, que deve ser estimada para cobrir os gastos não incluídos no custo, os tributos e comissões incidentes sobre o preço e o lucro desejado pelos administradores.

No custeio por absorção, por exemplo, teríamos:

Preço de Vendas = Custo de produção + margem adicionada (markup)

Esse método de calcular os preços de vendas é muito utilizado pelas empresas, entretanto, apresenta algumas deficiências, tais como: não considerar condições de mercado, fixar o percentual de cobertura das despesas fixas de forma arbitrária, etc.

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Suponhamos que uma empresa que, usa o custeio por absorção, apresentou os seguintes dados:

Custo produção unitário = $8,00

Despesas Gerais de Administração (DGA) = 10% da receita bruta (o % é estimativa)

Despesas Gerais de Vendas (DGV) = 5% do preço de venda bruto

Tributos (IMP) incidentes sobre o preço de venda = 20% bruto

Margem de Lucro desejada (MLD) = 5% sobre a receita bruta.

O markup seria, então, calculado da seguinte forma:

Markup = %DGA + %DGV+%IMP+%MLD Markup = 10%+5%+20%+5% = 40% sobre o preço de venda bruto.

Assim, o preço de venda (PV) será igual ao custo acrescido de 40% do PV, logo:

PV = $8,00 + 0,4 PV ou PV – 0,4 PV = $8,00 ou 0,6 PV = $8,00 ou PV = $8,00 / 0,6

PV = $13,33

Por esse método o preço de venda seria fixado em $13,33. Logo, esse preço seria uma referência sujeita a ajuste para mais ou para menos, de acordo com as condições de mercado e com as negociações específicas com cada cliente.

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PV = Custo Produção + DGA + DGV + IMP + MLDPreço de Venda = $13,33

Tributos sobre vendas =$ 2,67

Preço de venda líquido =$ 10,66

Custo produção = $ 8,00

Lucro bruto = $ 2,66

DGA = $ 1,33

DGV = $ 0,67

Lucro Operacional = $ 0,66

Algumas observações importantes:

- o custo deve ser o de reposição, a vista, e em moeda correntes. Assim o preço de venda calculado também é para venda a vista.

- para calcular o preço de venda a prazo é preciso imbutir os encargos financeiros

- se o critério for o Custeio Variável, então o markup terá que ser acrescido de um percentual estimado para cobrir os custos fixos da produção, não incluídos no custo do produto;

- se os vendedores tiverem vínculo empregatício com a empresa, então o percentual

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de comissão deve incluir os encargos sociais e trabalhistas

- os tributos a considerar são os incidentes direta e proporcionalmente sobre a receita de vendas, tais como: ICMS, IPI, PIS, COFINS, CPMF, ETC.

- o lucro desejado pode ser expresso de várias outras formas, inclusive em valor absoluto, tomando-se por base o capital investido, o custo de oportunidade, os tributos sobre o lucro, etc.

Genericamente a fórmula do preço de venda seria:

PV = CP + IMP+DGA + DGV + DF + L

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2.2 – “ RKW”

Com fundamento na idéia do uso dos custos para fixar o preço de vendas, nasceu, no início do século XX, uma alocação de custos e despesas muito conhecida no Brasil por RKW (abreviação de Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeir). Trata-se de uma técnica originada na Alemanha, formulada por um órgão semelhante ao nosso antigo CIP – Consellho Interministerial de Preços. Tal técnica consiste no rateio, não só dos custos de produção como também de todas as despesas da empresa, inclusive as financeiras, a todos os produtos.

Com esse rateio, chega-se ao custo de “fabricar e vender” incluindo administrar e financiar que, fossem os rateios perfeitos, nos daria o gasto completo de todo o processo empresarial de obtenção da receita. Bastaria agora adicionar o lucro desejado (ou fixado governamentalmente, como na época em que nasceu essa metodologia na Alemanha) para se ter o preço de venda final. Aliás, muitas vezes, é exatamente isso o que se faz, de outra forma: a empresa fixa o lucro desejado para o período como um valor global e procede então ao seu rateio aos produtos em função de alguma base de alocação ( custo, custo + despesas etc.).

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Vale ressaltar que, para a fixação do preço, precisaríamos não só fixar a base de distribuição dos custos, despesas e lucros como, também, prefixar o volume de cada produto, caso contrário, não seria possível o cálculo. Mas o volume de produção e venda de cada produto vai depender do preço. Entra-se assim numa espécie de looping, do qual se consegue sair arbitrando-se ou estimando-se o volume.

A dificuldade é que essa fórmula pode até ser usada numa economia monopolista ou oligopolista mas, dificilmente, numa economia de mercado, mesmo que parcialmente controlada pelo governo.

Numa economia de mercado, o que acontece na realidade, é que o mercado é o responsável pela determinação dos preços (mesmo com algumas restrições). Os preços são muito mais em decorrência dos mecanismos e forças da oferta e da procura do que dos custos de obtenção dos produtos da empresa.

Nesse contexto, é muito mais viável que a empresa analise os seus custos para verificar se é viável trabalhar com aquele produto, cujo preço de mercado influencia suas decisões nos custos internos.

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1.3 – USO DO ABC PARA FIXAR PREÇO DE VENDACom o avento da utilização do ABC – Custeio Baseado nas Atividades – voltou-se a tendência de utilizar, às vezes, a filosofia do RKW. Com base no ABC, tem-se a possibilidade de uma alocação mais racional de muitos custos e despesas a todos os produtos. Por isso, alguns profissionais chegam a praticar essa alocação com o objetivo de, conhecido o custo mais as despesas globais de um produto, determinar o seu preço de venda, bastando para isso adicionar o lucro desejado por unidade.

A mesma observação feita no item anterior é válida para esse método, ou seja, o uso do RKW, só seria possível para mercados monopolistas ou oligopolistas ou na situação de preços controlados pelo governo. Para essas situações, ou seja, na ausência de concorrência, a forma do ABC é aplicável e boa, pois introduz uma forte analise nos rateios, sendo melhor do que a forma RKW.

Por outro lado, há os mercados de concorrência monopolística, também chamados de concorrência imperfeita, em que os produtos e serviços são ofertados pela empresa possuem características exclusivas, sendo que, nesse tipo de mercado, há concorrência, porém, o vendedor possui certa margem de manobra sobre o preço de venda e aí o ABC também é muito útil.

Porém, continuam a existir, mesmo dentro do ABC, critérios ou direcionadores de custo que contêm muito subjetivismo, além de existir os problemas relacionados a variação nos volumes de produção no que se refere ao cálculo do custo unitário.

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No caso da empresa lançar um novo produto no mercado, por exemplo, surge o problema de como estimar o volume a ser vendido para daí então chegar ao “custo unitário global”, incluindo os custos fixos de produção e as despesas de vendas administração e financiamento. Esse problema não é, obviamente, solucionado por nenhuma forma de custeamento no caso de um mercado competitivo.

Pode-se concluir que, quanto maior a proporção dos gastos fixos, maiores são as dificuldade para a adoção do custo unitário como parâmetro para a definição do preço de venda de um produto. No caso de indústria com gastos fixos irrelevantes isso pede até parecer apropriado, mas mesmo assim há problemas.

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1.4 USO DOS CONCEITOS DO CUSTEIO VARIÁVEL NA FIXAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Do forte conhecimento e cada vez mais sensível no Brasil e bem mais competitivo, de que o mercado é o grande definidor do preço, surge a idéia de se utilizar a figura da Margem de Contribuição para auxiliar as tomadas de decisões também relativas a fixação de preços. Muitas vezes consegue esse conceito ser útil, mas com algumas restrições.

Como sabemos, o dirigente deve procurar conciliar valores, posições e condições internos à Empresa com os que existem no meio onde ela se insere, procurando trabalhar, não só com base no que hoje existe como também ( e principalmente) no que espera que vá ocorrer no futuro. Nesse contexto, a Administração global é a arte de conciliar circunstâncias presentes e futura internas e externas à Empresa. Por isso, o preço de venda não cabe exclusivamente ao setor de custos, mesmo que possuidor de todo arsenal de informações que dispõe do ponto de vista interno, bem como não cabe ao setor de marketing, com toda a gama de dados e previsões do mercado. O dirigente deve pesar cada informação que dispõe e agir com bom sensibilidade ao tomar a decisão final.

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Suponhamos que o dirigente fosse ouvir só o setor de custo, talvez venha cortar produtos que, mesmo pouco ou nada rentáveis, talvez produzam boa imagem para a firma e sejam responsáveis pelo faturamento de inúmeros outros itens. Por outra lado, se dependesse só da área de Marketing, talvez o dirigente venha a decidir por trabalhar só com os produtos de fácil colocação e boa margem de comissão aos vendedores, mas que talvez sejam de baixa lucratividade. Assim, cabe ao dirigente além de proceder a todas as análises técnicas disponíveis, pesar bem as duas informações e usar de seu bom-senso, sua experiência, sua sensibilidade e capacidade de gestão para tomar a decisão final naquilo que é realmente relevante para a empresa.

Vamos analisar o exemplo de uma aplicação do conceito de Margem de Contribuição de grande valia num processo como relatado.

Suponhamos que uma empresa, antes de lançar um novo produto, faz, pelo Departamento de Pesquisa de Mercado do seu Marketing, um levantamento em que prevê: se o produto for colocado a $1000/unidade, provavelmente serão vendidas as 1.000 unidades por mês e se colocar a $900/unid, provavelmente se conseguirá vender 1.200 unidades. Qual a melhor alternativa a aplicar?

gr

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Se a empresa desejar fazer o cálculo com base no rateio de custos e despesas talvez fique um pouco embaraçada, já que precisará primeiro ter o volume para depois fixar o preço. Coincidirá esse com o do Mercado?

A alternativa então é utilizarmos ao conceito de Margem de Contribuição, sendo os Custos e Despesas Fixos os mesmos para a duas alternativas, ou seja, de 1.000 ou 1.200 unidades mensais de vendas), interessará das duas a que propiciar a maior Margem de Contribuição Total. Suponhamos que a soma de custos e despesas variáveis do produto seja de $700/u.

1a. Hipótese – 1000 unidades a $1.000,00/u

Margem de Contribuição = $1.000,00 - $700 = $300/u

1000 unid x $300,00/u = $300.000,00 de MC TOTAL

2a. Hipótese – 1200 unidades a $900,00/u

Margem de Contribuição = $900 - $700 = $200/u

1.200 unid x $200/u = $240.000,00 de MC TOTAL

Pela análise, verificamos que a hipótese a ser adotada é a 1a., com preço maior e quantidade menor. Bastaria verificar se a MC Total é suficiente pra cobrir os encargos fixos e ainda fornecer um lucro mínimo desejado.

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Digamos agora que, os custos e despesas variáveis seja de $350/u. A decisão a ser tomada seria a mesma?

1a. Hipótese – 1.000un a $1.000,00/u

Margem de Contribuição Unitária = $1.000 - $350 = $650

MC Total = 1.000 u x $650 = $650.000,00

2a. Hipótese – 1.200 uni a $900/u

Margem de Contribuição Unitária = $900 - $350 = $550/u

MC Total = 1.200 u x $550/u = $660.000,00

Nesse caso, a 2a. Hipótese é melhor, fornecendo maior Margem de Contribuição Total e, conseqüentemente, melhor resultado.

Torna-se, portanto, de vital importância o conhecimento da estrutura de custos e despesas, pois só a partir da Margem de Contribuição se pode construir um quadro analítico elucidativo.

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Algumas considerações:

- Note-se que, no exemplo, foram simuladas apenas duas opões o que não invalidade a aplicação de outras.-Nem sempre a alternativa melhor é a que maximiza a receita. Qualquer que seja o custo variável, a hipótese 1a. Sempre dá receita de $1.000.000 e a 2a. Hipótese e $1.080.000. Mas, dependendo da MC, muitas vezes a menor receita pode propiciar o melhor resultado.-- A melhor hipótese não é a que dá a maior MC por unidade. Isso ocorreria se a quantidade vendida fosse sempre a mesma; variando as quantidades, sempre interessa, de todas as diferentes possibilidades, aquela que dá a maior MC Total.

De qualquer forma, é preciso verificar que, mesmo com o uso da MC, nem sempre se tem a solução de se fixar o preço de venda. Afinal, como vimos atrás, a solução tecnicamente mais adequada, que é a de analisar dados internos de comportamento de custos e dados externos relativos a influência dos preços nas quantidades vendidas, tem limitações.

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1.5 TAGET COSTING (CUSTEIO META) E USO DO ABC PARA SE CHEGAR AO TARGET COSTING

O Custeio-Alvo ou Custeio por Meta é um processo de planejamento de lucros, preços e custos que parte do preço de venda para chegar ao custo, razão pela qual se diz que o custo é definido de fora para dentro.

Por causa desse motivo, muitas vezes, o preço ideal não ser capaz de produzir o resultado mínimo necessário, ou de nem mesmo ser capaz de cobrir os gastos fixos, surgindo dá a necessidade de se ter a escolha do caminho inverso.

É bom lembrar que, com a crescente competitividade entre as empresas em um mercado em constante mudança, com clientes cada vez mais exigentes e ávidos por produtos que ajustem às suas necessidades, o preço passa a ser formado praticamente em função da oferta e da procura.

Nesse ambiente, no qual as empresas simplesmente não podem alterar seus preços por modificação na sua estrutura de custos, o caminho inverso mencionado passou a ser uma fortíssima ferramenta para o melhor posicionamento estratégico e desempenho, dadas as limitações de preço do mercado e das

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condições vendáveis, qual o custo máximo suportável de forma a atingir o retorno desejável?

Nasce daí a figura do “Custo Meta” ou custo alvo, conhecido como Target cost, que nada mais é do que, dado o preço de venda que o mercado oferece, consiga-se o mínimo de rentabilidade que se quer?

A maioria dos custos a serem incorridos em um processo produtivo é determinado na estruturação desse processo, ou seja, na fase de projeto do produto. Quando uma linha de produção já está funcionando, a grande maioria de seus custos está fadada a ser incorrida (85% dos custos totais do início da pesquisa e do projeto até o fim da vida do produto, segundo citações bibliográficas estrangeiras), tendo em vista estarem, a essa altura, definidas as características técnicas do produto. As reduções de custos que se pode atingir nesse estágio podem não ser significativas o suficiente de forma a se atingir o custo meta.

É na fase de planejamento que existem as possibilidades de alteração

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significativa dos custos. Durante o projeto podem ser alteradas as características do produto. Pode-se optar por reduzir o custo retirando características do produto (como retirar o ar condicionado do modelo de um automóvel por exemplo). Entretanto, essa alteração muda também o preço que o mercado está disposto a pagar, bem como a quantidade que o mercado pode absorver. Pode-se até aumentar o custo, caso o preço seja alavancado, tomando-se cuidado com a quantidade vendida.

O custo meta, apesar de ser um conceito simples, é também uma mentalidade de gerenciamento. Para se chegar a definição de qual o custo e qual o produto, isto é, para se definir uma estratégia gerencial é preciso existir uma integração entre todas as partes da empresa.

Numa visão moderna, a Contabilidade auxilia nas definições das estratégias financeiras, apurações de custos, planejamento de orçamentos e previsões de demonstrações, ect. A área de marketing, é a responsável pela análise do comportamento do produto delineado pela engenharia no mercado em que a empresa se encontra. Permite o levantamento das informações de preços, quantidades possíveis de venda, anseios dos consumidores,etc. A engenharia

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responde por quais são as tecnologias disponíveis, quais os componentes que devem ou podem integrar o produto, o que pode ser substituído, quais as características podem existir, etc. Podemos citar ainda outras partes da empresa, como, por exemplo, Planejamento, Compras, etc que devem estar alinhadas o máximo possível para se maximizar o processo, num trabalho integrado de equipe.

Ainda há a considerar que a empresa é induzida a olhar, não apenas para si própria, mas sim ter o foco no cliente, qual a sua expectativa com relação ao produto, quais os custos de propriedade que ele terá (manutenção, gastos com embalagens, consertos, etc).

Outro aspecto a ser levado em conta é olhar os fornecedores e outros fatores determinantes nos custos a serem incorridos. A integração da cadeia de valor como um todo permite não só que os custos sejam atingidos, como também que toda uma estratégica seja desenvolvida no sentido de melhoria tanto para a empresa como para a cadeia de valor em que se insere.

Ressalte-se que a aplicação do Custeio Baseado na Atividade-ABC é muito forte, pois permite conhecer os custos de todas as atividades envolvidas e a

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partir daí, verificar quais as atividades que não adicionam valor e que precisam ter seus gastos reduzidos ou anulados, e quais as atividades que podem sofrer processos de racionalização para se chegar a adaptação ao mundo real.

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2 – COMPRAR OU PRODUZIR

Há casos em que a empresa deve analisar a conveniência de produzir determinado componente na própria indústria ou comprar de terceiros. Para tanto, ela deve analisar as todas as condições possíveis para tomar uma decisão final.

Suponhamos, por exemplo, que uma empresa esteja produzindo determinado componente que usa na elaboração de um produto. Ela apropria os Custos Indiretos à base de hora-máquina às 800 unidades que fabrica (tanto de componentes como de produtos), sendo todos eles fixos.Dados de custos:

Componentes: Material e Mão-de-obra diretos = $73/u

Custos Indiretos de Produção= $140.000/2000hm x 0,5hm/u=$35/u

Custo Unitário total = $108/u

Produto: Material e Mão-de-obra diretos = $360/u

Custos Indiretos de Produção = $140.000/2000hm x 2,0 hm/u = $140/u

Custo Unitário Total = $360 +140 +108 = $608/u

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A empresa está estudando uma oferta de um fornecedor que lhe propõe entregar o componente por $80/u. Deve aceitar a oferta?

Nota-se que não se deve comparar o custo interno $108 contra o externo de $80, necessitando-se fazer uma análise mais profunda.

1o. Se o fato de a empresa passar a comprar o componente não lhe alterar em nada os custos fixos, já que esses sejam comuns tanto para o componente quanto para o produto, não haverá interesse na aquisição. O custo variável é de $73/u e, caso passe a comprá-lo, desembolsará $80/u, e terá os mesmos custos fixos que tinha quando o fabricava.

2o – Se existir a possibilidade de a empresa comprar o componente e eliminar grande parte dos seus custos fixos pela desativação de parte da fábrica e eliminasse certos custos fixos que atualmente estão sendo imputados aos componentes, então teríamos que decidir pela aquisição dos mesmos. Vejamos: os custos variáveis hoje são de $58.400, a compra dos componentes custaria $64.0000 (800u x $80/u), assim, só valerá a pena a decisão se conseguir redução dos custos fixos superior a $5.600 ($64.000-$58.400). Ai o custo total da compra seria menor que o total da produção.

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A empresa está estudando uma oferta de um fornecedor que lhe propõe entregar o componente por $80/u. Deve aceitar a oferta?

Nota-se que não se deve comparar o custo interno $108 contra o externo de $80, necessitando-se fazer uma análise mais profunda.

1o. Se o fato de a empresa passar a comprar o componente não lhe alterar em nada os custos fixos, já que esses sejam comuns tanto para o componente quanto para o produto, não haverá interesse na aquisição. O custo variável é de $73/u e, caso passe a comprá-lo, desembolsará $80/u, e terá os mesmos custos fixos que tinha quando o fabricava.

2o – Se existir a possibilidade de a empresa comprar o componente e eliminar grande parte dos seus custos fixos pela desativação de parte da fábrica e eliminasse certos custos fixos que atualmente estão sendo imputados aos componentes, então teríamos que decidir pela aquisição dos mesmos. Vejamos: os custos variáveis hoje são de $58.400, a compra dos componentes custaria $64.0000 (800u x $80/u), assim, só valerá a pena a decisão se conseguir redução dos custos fixos superior a $5.600 ($64.000-$58.400). Ai o custo total d compra seria menor que o total da produção.

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Bateria de Exercícios

1 . Qual a decisão mais acertada poderia o empresário tomar na fixação do preço de vendas e como são fixados esses preços? Comente a sua resposta.

2. Qual é o conceito de markup, RKW e target cost? Explique

3. Uma empresa que, usa o custeio por absorção, apresentou os seguintes dados:

Custo produção unitário (CPu) = $12,00

Despesas Gerais de Administração (DGA) = 10% da receita bruta

Despesas Gerais de Vendas (DGV) = 5% do preço de venda bruto

Tributos incidentes sobre o preço de vendas (IMP) = 20% sobre o bruto

Margem de lucro desejada (MLD) = 5% da receita bruta

Pede-se calcular o Markup dessa empresa.

4. Suponhamos que uma empresa, antes de lançar um novo produto, faz, pelo Departamento de Pesquisa de Mercado do seu Marketing, um levantamento em que prevê: se o produto for colocado a $1000/unidade, provavelmente serão vendidas as 1.000 unidades por mês e se colocar a $900/unid, provavelmente se conseguirá vender 1.200 unidades. Qual a melhor alternativa a aplicar, supondo que os custos e despesas variáveis totalizaram $700?

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O CUSTO E A DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Gabarito dos Exercícios3. Solução Exercício 3:

O markup seria calculado da seguinte forma:

Markup = %DGA + %DGV + %IMP + %MLD

Markup = 10%+5%+20%+5% = 40% sobre o preço de venda bruto

Preço de Venda Unitário (PVu) = CPu + Markup

PVu = CPu + 0,4 PVu PVu =$12,00 + 0,4 PVu PVu – 0,4 PVu =12,00

0,6 PVu = 12,00 PVu = 12,00/ 0,6 = 20,00 PVu = $20,00 , Logo,

Preço de Venda = 20,00

Custo de Produção = 12,00

Tributos = 4,00

Despesas Administrativas = 2,00

Despesas de Vendas = 1,00

Lucro Esperado = 1,00

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Gabarito dos Exercícios4. Solução Exercício 4:

1a. Hipótese – 1000 unidades a $1.000,00/u

Margem de Contribuição = $1.000,00 - $700 = $300/u

1000 unid x $300,00/u = $300.000,00 de MC TOTAL

2a. Hipótese – 1200 unidades a $900,00/u

Margem de Contribuição = $900 - $700 = $200/u

1.200 unid x $200/u = $240.000,00 de MC TOTAL

Resposta: Pela análise, verificamos que a hipótese a ser adotada é a 1a., com preço maior e quantidade menor. Bastaria verificar se a MC Total é suficiente pra cobrir os encargos fixos e ainda fornecer um lucro mínimo desejado