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Disciplina: Eletroanalítica e Técnicas de separação (NH 3101) Universidade Federal do ABC Eletroforese Capilar Bruno Lemos Batista Santo André - SP 2015

Aula 7 - Eletroforese Capilar

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Aula abordando conceitos básicos sobre eletroforese capilar

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  • Disciplina:

    Eletroanaltica e Tcnicas de separao (NH 3101)

    Universidade Federal do ABC

    Eletroforese Capilar

    Bruno Lemos Batista

    Santo Andr - SP

    2015

  • Site da disciplina

    Professor Bruno Lemos:

    Site no GOOGLE para disponibilizar informaes da disciplina Aulas dadas, notas, frequncia, apostila, listas, cronograma, avisos, etc. https://sites.google.com/site/tqlemos/repositorio

    https://sites.google.com/site/tqlemos/repositorio
  • Eletroforese

    Fundamento: migrao de ons em soluo sob a influncia

    de um campo eltrico (desenvolvida por A. Tiselius em 1930

    que foi prmio Nobel em 1948)

    Tipos de eletroforese:

    Eletroforese de Zona

    Eletroforese capilar em soluo livre;

    Eletrocromatografia micelar;

    Eletroforese capilar em gel;

    Focalizao isoeltrica capilar;

    Isotacoforese capilar.

  • HPLC X Eletroforese Capilar Vantagens e desvantagens

    HPLC: $ Colunas e Solventes.

    CE:

    Alta eficincia nas separaes;

    Custo;

    Consumo ou nulo de solventes;

    Versatilidade;

    Simplicidade instrumental;

    tempos de anlises.

    limites de deteco de zeptomol (10-21)

    Desvantagem: Preparativas

  • Eletroforese Capilar em zona (CZE ou CE)

    Em HPLC: alargamento dos picos: caminhos mltiplos, difuso

    longitudinal e transferncia de massa;

    Em CE:

    O uso de capilar eliminou:

    os caminhos mltiplos

    transferncia de massa (ausncia de FE)

    Assim reduziu-se o H (altura do prato) e melhorou a

    resoluo;

    nica fonte de alargamento: difuso longitudinal

  • Eletroforese Capilar em zona (CZE ou CE)

    Aplicaes:

    Determinao de DNA,

    Peptdeos,

    Protenas

    Sdio,

    Benzeno.

  • Eletroforese Capilar em zona (CZE ou CE)

    Eletroferograma similar ao cromatograma

    4100 pratos

    92000 pratos

    Res

    po

    sta

    do

    det

    ecto

    r

    Pico

    Linha de base

    Tempo de reteno

    Retorno a Linha de base

  • nodo ctodo

    _ +

    Eletroforese Capilar uma tcnica de separao de molculas

    carregadas sob influncia de um campo eltrico.

    Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Instrumento

    Fonte de alta tenso

    Eletrodos

    Detector (lmpada UV/Vis)

    Computador

    Capilar / Eletrlitos

    Fluxo

    Ambiente Termostatizado

  • Eletroforese Capilar em zona (CZE ou CE)

    Constituio bsica: -Fonte de alta tenso (~30kV) com dois eletrodos de Pt formando o catodo e anodo -Capilar de slica fundida -Detector (pode ser eletroqumico, UV/Vis) -Computador (gerao dos dados) Dimenses dos capilares:

    -DI de 15 a 100 micrmetros (ordem de grandeza do dimetro das partculas em HPLC) -L de 30 a 100 centmetros FM o tampo (soluo tampo)

    Poli-imida (15 m, confere flexibilidade)

    Slica fundida (330 m de dim.)

    Luz (25-75 m dim.)

  • Eletroforese Capilar em zona (CZE ou CE)

    CAPILARES:

    CASSETE JANELA PARA O DETECTOR

    CAPILAR

  • Eletroforese Capilar em zona (CZE ou CE)

    CAPILARES:

    Caractersticas:

    -Dimenses precisas e maleabilidade;

    -Alta condutividade trmica;

    -Baixa condutividade eltrica;

    -Resistncia mecnica e ao ataque qumico (inerte);

    -Alta transmitncia ptica para 190 < > 900nm.

  • Eletroforese Capilar em zona (CZE ou CE)

    CAPILARES:

    -Primeiro uso: lavagem com NaOH concentrado;

    -Entre as corridas: lavagem com NaOH (0,1 N ou

    outras concentraes);

    -Garante a reprodutibilidade dos tempos de

    migrao.

  • ctodo nodo

    Polo positivo Polo negativo

    SiO SiOH

    SiO SiO

    SiO

    SiO

    SiOH SiO

    Tampo Tampo

    Mobilidade eletrofortica

    Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Anlises por CE- Princpio da separao

    1- Introduo da soluo de eletrlitos

    2- Injeo da amostra (volume de nanolitros)

    3- Eletrodos e Capilar Soluo Tampo

    4- Aplicao de uma diferena de potencial 2 mecanismos de separao.

    - - -

    + + + 1 2 3

    1) Fora de atrito 2) Analito (carga positiva) 3) Fora do campo

    +

    Quanto maiores a carga, a fora do campo e menor o raio da partcula maior a mobilidade

    eletrofortica

  • SiO SiO SiO SiO SiO SiO SiO

    SiO SiO SiO SiO SiO SiO SiO

    Fluxo eletrosmtico Mobilidade eletrofortica

    Mobilidade eletrofortica versus Fluxo eletrosmtico influncia do pH

    Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Anlises por CE- Princpio da separao

    1) pH > 3 os grupos silanol (Si-OH comeam a ser desprotonados SiO-) 2) O excesso de ons + na soluo recobrem os Si-O-; 3) Como ainda h um excesso de ons + na soluo seu fluxo gera uma

    velocidade eletrosmtica > a mobilidade eletrofortica para os os -, arrastando-os para o catodo, assim como os analitos neutros.

    4) Quanto > o pH > o n de Si-O-, > fluxo eletrosmtico (p/ catodo) 5) Veletrosmose = (dist. Inj.-detect.) / (tempo migrao analitos neutros)

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos Separao dos Analitos

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    A velocidade diminui com a proximidade a parede do capilar

    Anodo (+) Catodo (-)

    Alta presso Baixa presso

    Fluxo hidrodinmico em HPCL: pior separao no

    caso apresentado, piora da resoluo comparado ao fluxo eletrosmtico (EC)

    ELETROFEROGRAMA: 1) naftaleno, 2) acenafteno, 3) fluoreno, 4) antraceno e 5) fenantreno; fase mvel: NH4Ac 16,7 mmol L-1 (60%) e acetonitrila (40%); temp.: 20 C; injeo: -25 mbar por 5 s; deteco: 220 nm (linha cinza) e 250 nm

    (linha preta). Capilar: 36 cm (8,5 cm efetivo e 8,0 cm de coluna)

    Migrao dos ons gera calor, efeito joule, da a necessidade de se controlar a temperatura

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Fluxo eletrosmtico (induzido por campo eltrico)

    Fluxo laminar (induzido por presso)

  • Mobilidade aparente = mobilidade eletrofortica +

    mobilidade eletrosmtica

    Ctions versus nions:

    Para ctions somam-se as mobilidades

    Para nions a eletrosmtica deve ser maior. Se

    queremos separar nions em pH baixo inverte-se a

    polaridade da corrente no instrumento (refletir!).

    Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

  • Mobilidade aparente (Map)

    Map = (Ld/t) / (V/Lt)

    Onde:

    Ld= comprimento do capilar do ponto de injeo at o detector

    Lt= comprimento total do capilar de uma extremidade a outra

    V= o potencial eltrico aplicado nas extremidades

    t= o tempo para o analito migrar do ponto de injeo at o

    detector

    Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Fluxo eletrosmtico: medido pela mobilidade de um composto

    neutro (da injeo at o detector UV/Vis)

  • Anlise quantitativa

    Picos normalizados!!!

    Consiste em:

    Medida da rea do pico dividida pelo t;

    Em HPLC a vazo a mesma p/ todos analitos! Na EC no!!!

    Em EC a mobilidade diferente e o tempo de permanncia

    no detector tambm!

    Precisamos ento normalizar!

    Divide-se a rea do pico do analito pelo seu correspondente

    tempo de migrao.

    Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

  • Uma aplicao:

    Molculas com tamanhos semelhantes:

    Consiste em fazer um escalonamento de cargas:

    Acetilao de uma protena qualquer:

    Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    NH3+

    NH3+

    NH3+

    NH3+

    NH3+

    NH3+

    NHAc

    NH3+

    Acetilao

    +3

    NH3+

    NHAc

    NHAc

    NH3+

    +2

    Carga zero

    +4

  • Uma aplicao:

    Molculas com tamanhos semelhantes (eletroferograma):

    Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Marcador

    neutro Protena no

    modificada (+4)

    Protena modificada

    (+1, mais lenta)

    130 s

  • Uma aplicao

    Dados: comprimento total do capilar (Lt) = 84 cm; comprimento at

    o detector (Ld) = 64cm; potencial (E) = 25000 V):

    O fluxo eletrosmtico ou Veletrosmtica = Ld / t (analito NEUTRO!)

    Ento: Veo= 0,64m / 130s = 0,0049 m/s

    Mobilidadeeletrosmtica= Veo / (E / Lt)

    Ento: Meo = 0,0049 / (25000/ 0,84) = 1,65 . 10-7 m2/V.s

    Mobilidadeaparente= Veo / (E / Lt) (para um determinado analito)

    Ento: Map = (0,64m/150s)/(25000V/0,84m)=1,43 . 10-7 m2/V.s

    Map= Meo + Meletrofortica

    Ento: Mef = (1,43 . 10-7) (1,65 . 10-7) = - 0,21 . 10-7 m2/V.s

    Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    A Mef negativa: protena com carga negativa que migra

    eletroforeticamente no sentido oposto do detector. Em pH 8,3 a Meo >> Mef,

    arrastando o analito para o detector

  • Eletroforese Capilar em zona (CZE ou CE)

    Resoluo:

    N = [(Map x E / 2 x D) x (Ld / Lt)] Onde: N = nmero de pratos tericos (quanto > melhor) Map = mobilidade aparente (quanto > melhor) D = coeficiente de difuso (quanto < melhor) E = potencial aplicado (quanto > melhor) Ld = comprimento do capilar at o detector Lt = comprimento total do capilar

    Na razo Ld/Lt constante o N no se altera, ao contrrio da HPLC

  • Eletroforese Capilar em zona (CZE ou CE)

    Se o detector passa da posio A p/ B a razo Ld/Lt diminui e N diminui. Se passa de A p/ C o contrrio.

    Resoluo:

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Introduo da amostra no interior do capilar: -Pode ser feita de duas formas: Injeo Hidrodinmica Injeo Eletrocintica

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Injeo Hidrodinmica

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Injeo Hidrodinmica P = diferencial de presso ao longo do capilar; d = dimetro interno do capilar; t = tempo de injeo (valor a ser encontrado); = viscosidade do tampo; Ltot = comprimento total do capilar.

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Injeo Eletrocintica

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Injeo Eletrocintica

    Q = nmero de moles injetados; e = mobilidade efetiva do analito; EOF = mobilidade eletrosmtica; E = campo eltrico aplicado; r = raio do capilar; C = concentrao da amostra; t= tempo; = 3,14...

    Q = (e + EOF) E t C r2

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Consideraes Relevantes Quanto a Injeo em EC

    -Sempre usar a padronizao interna (padro interno); -Viscosidade da amostra e dos padres devem ser semelhantes (influncia da temperatura); -A injeo hidrodinmica geralmente mais reprodutvel; -A injeo eletrocintica: a) torna o mtodo mais sensvel para analitos com alta mobilidade eletrofortica; b) utilizada para amostras viscosas.

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Modos Empregados em EC

    -Normal -Invertida -Suprimida -Micelar** (cromatografia eletrocintica micelar)

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Aqui a Vosm maior levando a partcula com carga negativa at o detector

    Aqui a Vef maior levando a partcula com carga negativa at o detector

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    -A dupla camada de surfactante inverte a carga superficial no capilar.; -Inverte a direo do fluxo eletrosmtico; -Aqui a Vosm maior, levando os ons de carga + para a esquerda, at o detector.

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    -Uso de um composto que se liga a Si-O- (diaminopropano) fazendo com que a parede interna do capilar fique neutra; -Pouco resistente a pH alto; -Apenas fluxo eletrofortico.

  • Cromatografia Eletrocintica Micelar Fundamentos Bsicos

    -Separao de molculas neutras entre si; -Velosm>Velef ento analitos neutros no miclio so detectados mais tarde; -Quanto < tempo do analito no interior do miclio > tempo p ser detectado; -Relao com HPLC: o miclio uma FE. O analito entra e sai do miclio, como se adsorvesse na FE e solubilizasse na FM em HPLC!; -O termo transferncia de massa (CUx) deixa de ser zero!

    injeo deteco

    Velosm Velef

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Consideraes Importantes Quanto aos Detectores

    Empregados em CE

    -Seletividade

    -Sensibilidade

    -Faixa linear

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Deteco por Absoro no UV-Vis

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Deteco por Absoro no UV-Vis (aumento do passo ptico)

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Deteco por Absoro no UV-Vis (aumento do passo ptico)

    Clula bolha Clula de alta sensibilidade

    Clula em formato Z

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Deteco Indireta por Absoro no UV-Vis

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Deteco por Fluorescncia

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Deteco por Espectrometria de Massas

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Deteco por Espectrometria de Massas

  • Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

    Detectores

  • O computador fornece o eletroferograma:

    Eletroforese Capilar Fundamentos Bsicos

  • Bibliografia

    HARRIS, D.C. Anlise Qumica Quantitativa, 6 ed., Rio de

    Janeiro: LTC, 2005.

    SKOOG, D.A., HOLLER, F.J., NIEMAN, T.A. Princpios de

    Anlise Instrumental, 5 ed., Porto Alegre: Bookman, 2002.

    Altria, K. D.; Capillary Electrophoresis Guidebook : principles, operation and application. Humana Press Inc.; Totowa- New Jersey, 1996. 349p. Da Silva, J. A. F.; Coltro, W. K. T.; Carrilho, E.; Tavares, M. F. M. Terminologia para as tcnicas analticas de eletromigrao em capilares . Quimica Nova, v. 30, p. 740-744,2007. Tavares. M.F.M.; Mecanismos de Separao em Eletroforese Capilar. Qumica Nova, v. 20, n. 5, p.493-511, 1997. Tavares. M.F.M.; Eletroforese Capilar: Conceitos Bsicos. Qumica Nova, v. 19, n. 2, p. 173-181, 1996.