Aula de Direito Das Obrigações_alunos

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  • Professora Naiane Magalhes Andrade Costa CondeAdvogada, Especialista em Direito Internacional Pblico, Professora Universitria.

    Contatos:[email protected]

    DIREITO DASOBRIGAES

  • 1) INTRODUO

    O contexto social promove a interao entre os indivduos. Praticamos esta ou aquela conduta em busca de valores e ou necessidades. Quem compra um carro est obrigado a pagar o preo.

    O nosso dia a dia est cheio de relaes jurdicas que trazem obrigaes recprocas para os indivduos (vendedor x comprador).

    Ex.s: pagar o aluguel para usar a casa (contratos), pagar tributo para ter um carro (tributrio), pagar o salrio (trabalhista), etc.

  • Estas relaes obrigacionais podem ser das seguintes modalidades: direito civil simplesmente moral direito real

    Nesta disciplina estudaremos as relaes obrigacionais civis.

  • 2) CONCEITO DE OBRIGAO:

    - Obrigao a relao jurdica de carter transitrio, estabelecida entre credor e devedor, cujo objeto consiste numa prestao pessoal, de carter econmico.

  • ANLISE DO CONCEITO:

    Relao jurdica une as pessoas e estabelece sano pelo no cumprimento (diferente das morais, religiosas)

    Transitria nasce com a finalidade de extinguir-se (diferente do direito real de propriedade que busca ser duradouro)

    Credor e devedor sujeitos obrigao oponvel s s partes - pessoal (diferente da real que oponvel erga omnes)

  • Objeto uma prestao, uma atividade do devedor (dar, fazer e no fazer).

    Patrimonialidade o patrimnio do devedor responde pela obrigao, ou seja, responsvel pela dvida, sendo garantia do seu cumprimento.

    Pecuniria suscetvel de avaliao econmica (diferente do direito de famlia, que s vezes no tem carter econmico)

  • 3) ESTRUTURA DA RELAO OBRIGACIONAL

    A relao obrigacional estrutura-se pelo vnculo de dois sujeitos, para que um deles satisfaa, em proveito do outro, determinada prestao.

    So elementos da obrigao:

    elemento subjetivo: os sujeitos elemento objetivo: prestao vnculo jurdico: liame entre os sujeitos O sujeito pode ser tanto a pessoa fsica quanto a pessoa jurdica.

  • Desse modo, so elementos constitutivos da obrigao:a) elementos subjetivos: o credor (sujeito ativo) e o devedor (sujeito passivo);b) elemento objetivo imediato: a prestao;c) elemento imaterial, virtual ou espiritual: o vnculo existente entre as partes.

  • DIFERENAS CONCEITUAIS ENTRE OBRIGAO, DEVER, RESPONSABILIDADE, NUS E ESTADO DE SUJEIO

  • OS SUJEITOS

    Credor plo ativo quem tem crdito:- tem interesse no cumprimento pode exigir a dvida (coero ou coao Estatal) pode dispor ou ceder seu crdito

    Devedor plo passivo quem deve a prestao:- deve praticar a conduta, ou seja, prestar o objeto da relao jurdica estabelecida, ao credor ou a quem este determinar.

  • Caractersticas dos sujeitos:

    Devem ser no mnimo determinveis (ex. ofertas ao pblico consumidor, promessa de recompensa)

    Podem ser representados por terceira pessoa (representao civil legal ou voluntria art. 115)

    Podem ser pessoas naturais, jurdicas ou entes despersonalizados

    Pluralidade: pode haver um ou mais sujeitos em qualquer um dos plos

  • O OBJETO

    O objeto da relao jurdica uma prestao (atividade de dar, fazer ou no fazer do devedor).

    Objeto imediato: a prestao (dar, fazer e fazer) Objeto mediato: a coisa ou o ato em si (a coisa)

    Deve ser possvel, lcito e determinvel (elementos dos negcios jurdicos art. 166).

    Pode ser uma ao ou uma omisso (obrigao positiva ou negativa). A prestao sempre suscetvel de avaliao econmica (exceo: obrigaes do direito de famlia e dever de servir as foras armadas).

  • VNCULO JURDICO

    Conceito: a ligao existente entre credor e devedor, que confere ao primeiro o direito de exigir que o segundo cumpra a sua obrigao.

    O vnculo surge das diversas fontes das obrigaes, que veremos em momento posterior (atos voluntrios como os contratos e os atos unilaterais, ou atos involuntrios, como os atos ilcitos).

  • Elementos do vnculo (dbito e responsabilidade):

    Dbito vnculo imaterial: conscincia do devedor, pois a lei sugere o comportamento que o mesmo deve praticar.

    Responsabilidade vnculo material: confere ao credor o direito de exigir judicialmente o cumprimento da obrigao, submetendo o patrimnio do devedor execuo (coao).

    A responsabilidade garante o dbito (garantia). O devedor tem adstrita a sua liberdade, pois se no cumprir seu dbito sofrer o peso a constrio patrimonial.

  • EXCEES SOBRE O VNCULO JURDICO

    dbito sem responsabilidade:Pode ocorrer que exista dbito, mas no exista responsabilidade, como no caso dos dbitos prescritos. O credor no tem como exigir a obrigao.

    responsabilidade sem dbito: Como no caso da fiana: o locatrio o obrigado pela prestao (dbito), mas o fiador, quando tal no for cumprida, torna-se responsvel, sem que tenha sido inicialmente obrigado pelo dbito.

  • 4) DAS OBRIGAES NATURAISConceito: obrigaes que no conferem direito de exigir o seu cumprimento (desprovidas de ao), como as prescritas, as dvidas de jogo ou as provenientes de obrigaes morais.

    Trata-se de uma obrigao imperfeita, pois nela no subsiste completamente o vnculo jurdico.

    O Novo CC denominou-a de obrigao juridicamente inexigvel (art. 882).

  • Irrepetibilidade da prestao:

    se cumprida voluntariamente pelo devedor, ciente ou no de sua exigibilidade, torna-se perfeita, pois na verdade no se trata de enriquecimento injusto e, assim, no pode ser repetida.

    art. 882 no se pode repetir o que se pagou para solver dvida prescrita ou cumprir obrigao judicialmente inexigvel.

  • Observaes:

    So exigveis os jogos e apostas legalmente permitidos (art. 814)

    A irrevogabilidade do pagamento exige que o mesmo seja feito por pessoa capaz e sem que ocorra qualquer tipo de coao (ex. mesa de jogo de cartas).

    Pagamento parcial no torna civil a obrigao natural, no obrigando o devedor pelo saldo remanescente.

  • S o pagamento extingue a obrigao natural. Outras formas de extino das obrigaes (novao, compensao) no so pacificamente aceitas na extino da obrigao natural. Instituto em desuso: nem as obrigaes civis so cumpridas regularmente, quanto mais as obrigaes naturais (esprito da moratria e esperana da reviso Washington de Barros Monteiro).

    OBRIGAO CIVIL:A norma obriga o cumprimento.OBRIGAO NATURAL: A mora e o dever de justia obrigam o cumprimento, mas no seu no-cumprimento no h sano.

  • 5) FONTES DAS OBRIGAES(de onde surgem as obrigaes)

    Lei (Fonte)

    Contrato (negcios jurdicos bilaterais, 104 e 421CC).

    Ato ilcito (atos ilcitos 186, abuso de direito 187, enriquecimento ilcito 884, responsabilidade civil 186 e 927).

    Declaraes unilaterais de vontade (promessas de recompensa, 854, pagamento indevido 876 e ttulos ao portador 887).

  • FONTES OBRIGACIONAIS

    Lei

    Segundo Maria Helena Diniz, a lei a fonte primria ou imediata de obrigaes, como constitui fonte principal de nosso Direito.

    importante salientar que em sua grande maioria, a lei sozinha no fonte obrigacional, apenas em algumas hipteses, como por exemplo, obrigao de prestar alimentos, que por si s trata-se de uma obrigao e decorre da lei.

    b) Contratos

    Trata-se de fonte principal do direito obrigacional. Entretanto, contrato no se confunde com obrigao. Aquele um negcio jurdico bilateral ou plurilateral que visa a criao, modificao e extino de direitos e deveres com contedo patrimonial.

  • c) Atos ilcitos e abuso de direitoSo fontes muito importantes do direito obrigacional. Gerando o dever de indenizar, o abuso de direito art. 187 do CC tambm constitui fonte de obrigaes.

    d) Atos unilateraisSo as declaraes unilaterais de vontade, fontes do direito obrigacional que esto no CC.

    e) Ttulos de crditoSo os documentos que trazem em seu bojo, com carter autnomo, a existncia de uma relao obrigacional de natureza privada.

  • OS ATOS UNILATERIAS COMO FONTE DO DIREITO OBRIGACIONAL

    Nos contratos, a obrigao nasce a partir do momento em que for verificado o choque de vontades entre as partes negociantes, em regra.

    J, nas declaraes unilaterais de vontade, a obrigao nasce da simples declarao de uma nica parte e, uma vez emitida a declarao de vontade, esta se torna plenamente exigvel ao chegar ao conhecimento a quem foi direcionada.

    O Cdigo Civil prev, expressamente, as hipteses a seguir estudadas.

    Da promessa de Recompensa - arts. 854 a 860 do CCDa Gesto de negcios - arts. 861 a 875 do CCDo pagamento indevido - arts. 876 a 883 do CCDo enriquecimento sem causa - arts. 884 a 886 do CC

  • UNIDADE II

    MODALIDADE DAS OBRIGAES

  • MODALIDADE DAS OBRIGAESQuanto ao objeto:Dar, fazer e no fazer

  • QUANTO AO CONTEDO DO OBJETO OBRIGACIONALA obrigao pode ser positiva ou negativa.

    Positiva: tiver como contedo uma ao. So obrigaes de dar e fazer.

    Negativa: quando relacionada com uma absteno. So obrigaes de no fazer.Obrigao positiva de dar (obligatio ad dandum)

    aquela em que o sujeito compromete-se a entregar alguma coisa, certa ou incerta. subclassificada em duas modalidades:

    Obrigao de dar coisa certa ou obrigao especfica

    b) Obrigao de dar coisa incerta ou obrigao genrica

  • Obrigao de dar coisa certa - arts. 233 a 242 do CC

    Est presente nas situaes em que o devedor se obriga a dar a uma coisa individualizada, mvel ou imvel, cujas caractersticas foram acertadas pelas partes, geralmente em um instrumento negocial.Na obrigao de dar coisa certa, o credor no obrigado a receber outra coisa ainda que mais valiosa art.313 do CC Nemo aliud pro alio invito creditore solvere potest.

  • Obrigao de dar coisa incerta - arts. 243 a 246 do CC

    Obrigao de dar coisa incerta ou obrigao genrica indica que a obrigao tem por objeto uma coisa indeterminada, pelo menos inicialmente, sendo ela somente indicada pelo gnero e pela quantidade art. 243 do CC restando uma indicao posterior quanto sua qualidade que, em regra, cabe ao devedor.

  • OBRIGAO DE FAZERart. 247 A 249 CCATIVIDADE do devedor: prestao de um servio ( fsico ou material, intelectual, artstico ou cientfico) ou um ato ou negcio jurdicoComportamento lcito e possvelEm regra, resolve-se em perdas e danosCircunstancial - natureza da obrigao - natureza do contrato

  • Distines entre obrigao de dar e de fazerDAR = TRADIOFAZER = ATIVIDADECompra e venda: Dar = entregar a coisa Fazer = responsabilidade pelos defeitosEmpreitada de construo Dar = materiais Fazer = mo de obra

  • Verificando a diferena Washington de Barros Monteiro se o dar ou entregar ou no consequncia do fazer. (???)Assim, se o devedor tem de dar ou de entregar alguma coisa, no tendo porm, de faz-la previamente, a obrigao de dar; todavia, se, primeiramente, tem ele de confeccionar a coisa para depois entreg-la, tendo de realizar algum ato, do qual ser mero corolrio o de dar, tecnicamente a obrigao de fazer.

  • OBRIGAES DE FAZERFUNGVEIS E INFUNGVEIS expert para recuperar afresco da Capela SistinaCantor famoso para um eventoPintor para restaurar pintura de residnciaGrupo musical para uma festa beneficente

  • Obrigao de fazer fungvel: aquela que pode ser cumprida por outra pessoa, s custas do devedor originrio, segundo procedimentos dos arts. 633 e 634 do CPC.

    Obrigao de fazer infungvel: aquela que tem natureza personalssima ou intuitu personae, em decorrncia de regra constante do instrumento obrigacional ou pela prpria natureza da prestao. Negando-se o devedor ao seu cumprimento, a obrigao de fazer converte-se em obrigao de dar, devendo o sujeito passivo arcar com as perdas e danos, includos os danos materiais e morais art. 247 do CC.

  • OBRIGAES DE FAZERFUNGVEIS E INFUNGVEIS FUNGVEL: h substituio ART. 249 CC Ex.: pedreiro, pintor, motorista, vigilante,...

    INFUNGVEL: no h substituio - intuito personae personalssimaEx.: Roberto Carlos, Calderari, Globetrotters...(qualidade [fama e prestgio] e habilidades das pessoas contratadas) ART. 247 CPC

  • Justia de mo prpria nico do Art. 249 do CC O credor poder fazer ou mandar fazer a obrigao do devedor, independente de ao judicial, e depois requerer o ressarcimento das despesas, em caso de obrigao fungvel. *** infungvel : opo do credor ou circunstncias.

  • Descumprimento das obrigaes de fazerImpossibilidade por culpa do devedorImpossibilidade sem culpa do devedorRecusa manifesta do devedorInstrumentos ProcessuaisAstreintes = multa diria 461 do CPC e 84 do CDC (sentena)632 e ss do CPC (execuo = cumprimento coativo)

  • OBRIGAO DE NO FAZERart. 250 E 251 CCObrigaes negativas. Absteno ou tolernciaComportamento lcito (moral e costumes)Tempo (limitado ou ilimitado)O DEVEDOR COMPROMETE-SE A NO REALIZAR ALGO QUE PODERIA FAZER SE NO HOUVESSE A PROIBIO.

  • Exemplos - proibio sublocao, proibio de representao de produto em determinada regio, ... um determinado artista s poder se exibir em um determinado local (dever de absteno ligado a uma obrigao positiva)proibio de revelar segredo industrial

  • Extino da obrigaoArt. 250 CC sem culpa, o devedor no pode abster-se da obrigao = extinta a obrigaoArt. 251 CC com culpa = multa pecuniria e perdas e danos

    Instrumentos processuais:Art. 461, 642 e 643 do CPC

  • Non facereAs obrigaes de dar e fazer so as obrigaes positivasNas obrigaes de no fazer o devedor compromete-se a uma absteno. uma obrigao negativa

  • O devedor se compromete a no praticar certo ato que poderia livremente praticar, se no houvesse se obrigadoS pode ser cumprida pelo prprio devedor, sendo, assim personalssima

  • ExemplosObrigao do locador de no perturbar o locatrio da coisa locadaObrigao contrada pelo locatrio de no sublocar a coisa

  • Obrigao do artista de no atuar seno para determinado empresrio ou empresa

    Obrigao do alienante de estabelecimento comercial de no se estabelecer no mesmo ramo dentro de determinada regio

  • A do adquirente que se obriga a no construir no terreno adquirido prdio alm de certa altura

  • A da cabeleireira alienante que se obriga a no abrir outro salo de beleza no mesmo bairro

  • A de no divulgar segredo comercial

  • A do engenheiro qumico que se obriga a no revelar a frmula do perfume da fbrica onde trabalha

  • A do condmino que se obriga a no criar cachorro no apartamento em que reside

  • Obrigao de no fazer e tempoA imposio dessa obrigao negativa ao devedor pode ou no ser limitada no tempo, sempre levando-se em conta sua licitude em relao moral e aos bons costumes.

  • Limite temporal estabelecido pela leiCCBArt. 1.147. No havendo autorizao expressa, o alienante do estabelecimento no pode fazer concorrncia ao adquirente, nos cinco anos subseqentes transferncia.Pargrafo nico. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibio prevista neste artigo persistir durante o prazo do contrato.

  • Inadimplncia do devedorTornar-se- inadimplente o devedor que praticar o ato que se obrigou a no praticar

  • CCBArt. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja absteno se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaa, sob pena de se desfazer sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.Pargrafo nico. Em caso de urgncia, poder o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorizao judicial, sem prejuzo do ressarcimento devido.

  • Mora na obrigao de no fazerPresume-se a mora na obrigao de no fazer pelo s descumprimento do dever de absteno, independente de qualquer intimao

  • Impossibilidade de restituio das partes ao statu quo ante

  • No havendo possibilidade de restituir as partes situao anterior (ex: divulgao de segredo industrial ou comercial), no h o que fazer seno impor o pagamento de perdas e danos

  • Obrigao de no fazer pura e simples mera absteno, como no caso do mercado

  • Obrigao de no fazer ligada a uma obrigao positiva a do artista

  • Obrigao de no fazer como mero dever de tolerncia o dever de no realizar atos que possam obstar ou perturbar o direito de uma das partes ou de terceiros, como o do locador que se obriga a no obstar o uso pleno da coisa locada

  • Exemplos dessa tolernciaA obrigao do proprietrio rural que se obriga a permitir que terceiro o utilize para caar

    A do dono do imvel a tolerar que o vizinho nele entre para limpar ou reparar o que seu

  • Cdigo de Processo CivilArt. 287. Se o autor pedir que seja imposta ao ru a absteno da prtica de algum ato, tolerar alguma atividade, prestar ato ou entregar coisa, poder requerer cominao de pena pecuniria para o caso de descumprimento da sentena ou da deciso antecipatria de tutela (arts. 461, 4o, e 461-A).

  • Obrigao de no fazer e servido

  • Obrigao de no fazer ex vi legis

  • CCBArt. 1.378. A servido proporciona utilidade para o prdio dominante, e grava o prdio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declarao expressa dos proprietrios, ou por testamento, e subseqente registro no Cartrio de Registro de Imveis.Art. 1.383. O dono do prdio serviente no poder embaraar de modo algum o exerccio legtimo da servido.

  • Diferena entre servido e obrigao negativaNas servides o nus real recai sobre o prprio imvel, continuando a grav-lo mesmo que seja alienado a terceiro.

    Na obrigao negativa, o devedor pessoalmente vinculado e adstrito absteno

  • Assim ...Jos, vizinho de Joo, se obriga, mediante contrato, a no erguer muro para no tirar a ventilao (ou a vista) de seu vizinho.Ser um simples contrato de obrigao negativa.Se Jos vender o imvel a terceiro, esse terceiro no estar obrigado a respeitar a obrigao de no fazer

  • No entanto ...Se Joo fizer com Jos uma servido predial, todos os futuros proprietrios do imvel sero obrigados a no aumentar o muro

  • Licitude obrigatria da obrigao de no fazer

  • A obrigao de no fazer deve ser lcitaA obrigao de no fazer no pode envolver restrio sensvel liberdade individual, pena de tornar-se ilcita

  • Imoral e antissocial noObrigaes de no fazer imorais ou antissociais repugnam ao Direito, que lhes retira inteiramente a carga coercitiva

  • Para Slvio Rodrigues so ilcitasA obrigao de no casarA obrigao de no trabalharA obrigao de no cultuar determinada religio

  • vlida a obrigao de no casar? geralmente invlidaS ser vlida - se houver justificativa para tal - a de no casar com determinada pessoa

  • Como cumprir a obrigao de no fazer

  • Pela absteno.O devedor cumpre a obrigao todas as vezes em que poderia praticar o ato e deixa de faz-lo.H continuidade (ou sucessividade) em seu cumprimentoSua limitao no tempo depende de sua licitude

  • Descumprimento por fato de terceiroO descumprimento da obrigao de no fazer pode decorrer de fato alheio vontade do devedor, impossibilitando a absteno prometida

  • ExemploPrefeitura obriga proprietrio a construir muro em torno de sua propriedade, impedindo-o de cumprir a obrigao de no retirar a cerca viva que separa seu terreno do de seu vizinho

  • o factum principis

    William Arthur Philip Louis Prince William of WalesDenomina-se fato do prncipe toda determinao estatal geral, imprevisvel, que impea ou - o que mais comum - onere substancialmente a execuo do contrato, autorizando sua reviso, ou mesmo sua resciso, na hiptese de tornar-se impossvel seu cumprimento.

  • CCBArt. 250. Extingue-se a obrigao de no fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossvel abster-se do ato, que se obrigou a no praticar.

  • Regras Processuais

  • CPC Art. 642. Se o devedor praticou o ato, a cuja absteno estava obrigado pela lei ou pelo contrato, o credor requerer ao juiz que lhe assine prazo para desfaz-lo.Art. 643. Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requerer ao juiz que mande desfazer o ato sua custa, respondendo o devedor por perdas e danos.Pargrafo nico. No sendo possvel desfazer-se o ato, a obrigao resolve-se em perdas e danos.