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8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze
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RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil pode ser contratual
(viola o diretamente o contrato e indiretamente alei quando a norma atingida tiver naturezanegocial art. 389, 395, CC) ou extracontratualouaquiliana (a norma jurdica diretamenteviolada for a lei a norma agredida tivernatureza legal art. 186, 187, 927 CC).
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DIFERENA ENTRE ILCITO CIVIL E PENAL,RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL:
Obs:Durante anos a doutra se digladioutentando cunhar a diferena entre ilcito civil eilcito penal. Na linha de pensamento de autores
como Miguel Fenech e Aguiar Dias, podemosconcluir que a diferena est basicamente nacarga sancionatria estatal e na tipicidadeexigida para a responsabilidade penal.
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SISTEMA POSITIVODERESPONSABILIDAD CIVIL:
A despeito de o Cdigo Civil no conter tiposespeciais como no direito penal consagrou,todavia, um sistema normativo de
responsabilidade calcado em trs artigosfundamentais: arts. 186 (regra geral daresponsabilidade civil ato ilcito), 187 e 927 doCC.
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SISTEMA POSITIVODERESPONSABILIDAD CIVIL
O art. 186 do Cdigo Civil, ao definir o ato ilcito,consagra uma regra geral de responsabilidadecivil, complementada pelos artigos 187 (que
define o abuso de direito) e 927 do CC. Emverdade, tal sistema visa a coibircomportamentos danosos em ateno ao princpiodo neminem laedere (segundo o qual a ningum dado causar prejuzo a outrem).
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Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso
voluntria, negligncia ou imprudncia, violardireito e causar dano a outrem, ainda queexclusivamente moral, comete ato ilcito.
(faltou impercia alguns dizem que a impercia uma forma de imprudncia tcnica). Aresponsabilidade subjetiva. O art. 186 consagrauma ilicitude subjetiva, baseada na culpa ou nodolo. Todavia, ao lado desta ilicitude, h tambmo reconhecimento da ilicitude objetiva (art. 187 e927, CC), razo pela qual em nosso direitoconvivem dois tipos de responsabilidade:subjetiva e objetiva.
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Art. 187. Tambm comete ato ilcito o titular de
um direito que, ao exerc-lo, excedemanifestamente os limites impostos pelo seu fimeconmico ou social, pela boa-f ou pelos bonscostumes.
ESSA ILICITUDEDO ART. 187 OBJETIVA,pois no menciona culpa ou dolo (o critrioutilizado foi finalstico ou teleolgico).
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Art. 927. Aquele que, por ato ilcito (arts. 186 e187), causar dano a outrem, fica obrigado arepar-lo.
Pargrafo nico. Haver obrigao de reparar o
dano, independentemente de culpa, nos casosespecificados em lei, ou quando a atividadenormalmente desenvolvida pelo autor do danoimplicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem.
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QUAISSOOSREQUISITOSQUE COMPE ARESPONSABILIDADE?
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ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE
CIVIL:(Segundo Pablo Stolze)
1) Conduta humana; 2) Nexo de causalidade; 3) Dano ou prejuzo.
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OBS: A culpa, base da responsabilidade doCdigo Civil da Frana (arts. 1382 e 1383) etambm do Cdigo Civil de 1916, no umelemento obrigatrio da responsabilidade civil,uma vez que, como sabemos, existeresponsabilidade civil sem anlise da culpa.
Existem situaes de responsabilidade civil semculpa.
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1 ELEMENTO:CONDUTA HUMANA:
A conduta humana, primeiro elemento da
responsabilidade civil, traduz o comportamentohumano positivo ou negativo, voluntrio econsciente, causador do resultado danoso.
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2 ELEMENTONEXO DE CAUSALIDADE
H trs teorias explicativas do nexo de causalidade:
1) Teoria da equivalncia de condies ou conditiosine qua non (Von buri);
2) Teoria da causalidade adequada; 3) Teoria da Causalidade Direta e Imediata
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Teoria daequivalncia decondies ouconditiosine
qua non (Von buri) :
para esta teoria, no haveria diferena entre osantecedentes de um resultado danoso: tudo aquilo queconcorresse para o resultado seria considerado causa(todos os antecedente que concorram para o resultadoso considerados causa (nesse sentido haveria umaespiral infinita, onde o marceneiro que fez a camaseria culpado pelo adultrio).
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Teoria dacausalidadeadequada:
Para esta segunda teoria, causa apenas oantecedente que , segundo um juzo abstrato deprobabilidade, seja apto ou idneo a determinar oresultado danoso (para esta teoria causa no qualquer condio anterior, somente aquelaadequada a produo de um resultado apenasaquela que for mais apropriada a determinar o
resultado o interprete teria que abstratamenteanalisar qual seria aquela mais adequada adeterminar o evento danoso).
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Teoria dacausalidadeadequada:
Ex: um cidado est no aeroporto e utiliza o
banheiro do aeroporto, e v o cidado sentado novazo. Tira do bolso uma cola e cola a porta. Ocidado, ento, perde o vo e pega outro avio quecai, matando todos os passageiros. (para aprimeira teoria prender algum no banheiro seria
causa da morte do passageiro, mas para a estateoria prender algum no banheiro no seria umacausa adequada da morte do passageiro do avioque caiu).
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3 Teoria:
Teoria da Causalidade Diretae Imediata:
desenvolvida no Brasil pelo Prof. Augustinho Alvim. Paraesta terceira teoria, mais objetiva do que as anteriores,causa o antecedente que determina o resultado danoso,
como conseqncia sua, direta e imediata.
Gustavo Tepedino ardoroso defensor desta terceira teoria(RTDC ano 2, volume 6, de 2001), bem como Carlos RobertoGonalves, razo pela qual defendem ter sido esta a teoria
adotada pelo Cdigo Civil em seu art. 403. Art. 403. Ainda que a inexecuo resulte de dolo do devedor,
as perdas e danos s incluem os prejuzos efetivos e os lucroscessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuzo dodisposto na lei processual.
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Para Stolze a teoria adotada foi a da causalidade
direta e imediata.
Ex: (STJ) sem nexo causal no pode haverindenizao por erro mdico, o art. 403, s
considera como causa o evento que produz diretae concretamente o dano teoria da causalidadedireta e imediata.
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3 ELEMENTOSDA RESPONSABILIDADE
CIVIL:O DANO:
Nem todo dano indenizvel, ou seja, nem todo
dano gera responsabilidade civil.
CONCEITO: Dano traduz a leso a um interesse jurdico
tutelado, patrimonial ou moral.
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Requisitos do dano indenizvel:
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1)Violao de um interesse jurdico para quehaja dano necessrio que haja um interessejurdico tutelado.
Ex: o fim do relacionamento no traduz violao aum interesse jurdico, mas o abandonado sente ador.
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2) Para que o dano seja indenizvel em juzo
dever haver a subsistncia do prejuzo. Se odano j foi reparado no h o que indenizar.
Ex: uma pessoa que estava passando tropea e
estraga o bolo de casamento. Mas quem tropeoufoi um confeiteiro, que refez o bolocompletamente.
Portanto, s se pode exigir indenizao em juzopara o dano que subsista.
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3) Para que o dano gere responsabilidade civildever haver a certeza do dano. S se podeindenizar danos certos, no se pode indenizardanos hipotticos, meros aborrecimentos, danosabstratos, mero dissabor. Nesse caso no existe a
certeza do dano.
Mas, h mitigao em face da teoria da perda deuma chance
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TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE
Ocorre nos casos em que se retira da vtima aprovvel oportunidade de melhorar a suasituao atual.
Ex: um candidato que preste a fazer uma provaoral trancado no banheiro, perdendo a chancede fazer a prova, quando a matria argida seriaa tese de sua monografia. Logo, tinha certeza queia passar.
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Ex: o advogado que no prepara o recursodeserto ou que perde prazo de contestao emmatria favorvel a seu cliente.
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Ex: medico que deixa de adotar um procedimentoque deveria ter adotado, matando o paciente.
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Ex: o corredor que estava em primeiro lugar nacorrida e foi segurado. (perda de uma chance e aatividade do advogado, ver a obra de MarceloNovais, Editora RTL).
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Na jurisprudncia do STJ merece especialreferncia o REsp 788.459/BA em que sereconheceu a perda de uma chance porimpropriedade da pergunta formulada emprograma de televiso (a vtima perdeu a chance
de melhorar sua situao econmica).
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O queentende por danoreflexoouem
ricochete?
Dano reflexo aquele que atinge a vtimaindireta, ligada vtima direta da atuao ilcita(como se fosse um dano que ricocheteia paravtima indireta). a indenizao aos familiaresda vtima de acidente de trnsito.
Ex: um criminoso deu um tiro, que matou Joo.
S que Joo tem um filho chamado Pedro.Ningum discute que Pedro sofreu um danoreflexo, pois est ligado a Joo. um danoreflexo.
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O que seentende por danoin re ipsa?
Esta expresso remete-nos idia do dano que pelasua gravidade ou reiterao, dispensa prova em juzo(ver REsp 775.766/PR e REsp 357.404/RJ). Essereconhecimento tem sido feito pelo STJ. o caso dainscrio devida em cadastro de inadimplentes, nodepende de prova, ningum precisa provar nada emjuzo, no precisa provar que existe uma dor.
Smula 359 do STJ Cabe ao rgo mantenedor docadastro de proteo ao crdito a notificao dodevedor antes de proceder inscrio.