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INTRODUÇÃO Crise do sistema de saúde presente no nosso dia a dia; Filas, falta de leitos hospitalares, escassez de recursos, insatisfação dos profissionais e população, baixos valores pagos pelo SUS para procedimentos médico- hospitalares, aumento na incidência e ressurgimento de doenças.

Aula Politica 2011

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INTRODUÇÃO Crise do sistema de saúde

presente no nosso dia a dia;

Filas, falta de leitos hospitalares, escassez de recursos, insatisfação dos profissionais e população, baixos valores pagos pelo SUS para procedimentos médico-hospitalares, aumento na incidência e ressurgimento de doenças.

POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL

PERGUNTA:

Como analisar e compreender essa complexa realidade do setor saúde no país?

HISTÓRICO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE

NO BRASIL

PERÍODOS

Descobrimento ao Império (1500-1889)

República Velha (1889 – 1930)

“Era Vargas” (1930 – 1964)

Autoritarismo (1964 – 1984)

Nova República (1985 – 1988)

Pós-constituinte (1989...)

ORGANIZAÇÃO DO SETOR

SAÚDE

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

CENÁRIO POLÍTICO E ECONÔMICO

DESCOBRIMENTO AO IMPÉRIO (1500-1889)

Perfil epidemiológico Doenças contagiosas

Cenário Político e econômico

País agrário extrativista Exploração econômica Monocultura (ciclos do café, cana de açúcar, pau-brasil,

mineração) Latifúndios Trabalho escravo

não dispunha de nenhum modelo de atenção à saúde;

Boticários; Curandeiros; Medicina liberal; Santas Casas de Misericórdia

Organização da saúde

Chegada da Família Real Portuguesa - 1808

Saneamento da capital; Controle de navios, saúde de portos; Novas estradas; Escolas de Medicina Juntas de Higiene pública

CONTROLE SANITÁRIO MÍNIMO

REPÚBLICA VELHA (1889 – 1930)

Perfil Epidemiológico:

# Predomínio das doenças transmissíveis:

Febre amarela Varíola Peste

# Endemias rurais: população rural doente

Perfil Epidemiológico:Jeca tatu – Questão de raça ou e saúde?

- Tipo nacional condenado à preguiça e a debilidade física e mental

Perfil Epidemiológico:

Epidemias recorrentes no campo e na cidade

Aumento da pobreza nas cidades Imigração Multiplicação de favelas e cortiços

Oligarquias – Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais

Poder de influência e decisão na administração federal

Cafeicultura – principal setor da economia impulsionou o desenvolvimentoUrbanização

Cenário Político e Econômico

Início do capitalismo no Brasil primeiras indústrias investimento estrangeiro.

- Precárias condições de trabalho e de vida das populações urbanas surgimento de movimentos operários que resultaram em embriões de legislação trabalhista e previdenciária;

Cenário Político e Econômico

combate às epidemias, com raio de ação limitado à Capital FederalMedidas ordenadoras da vida urbanaAssistência à saúde sob a responsabilidade de entidades filantrópicas

Organização do Setor Saúde:primeiros anos da República

Campanhas sanitárias: modelo campanhistaCriação dos Institutos sob o orientação da

medicina científica;Criação do Departamento Nacional de Saúde

Pública (Impostos para custear as ações)

A revolta da vacina

Organização do Setor Saúde

Acesso da população: medicina liberal e hospitais filantrópicos;

# IDEOLOGIA LIBERAL: o Estado deveria atuar somente naquilo que o indivíduo sozinho ou a iniciativa privada não pudesse fazê-lo.

# Ameaças aos interesses do modelo AGRÁRIO-EXPORTADOR

intervenção do Estado

organização do serviço de saúde pública e campanhas sanitárias;

# Os serviços definidos pela necessidade econômica;

LEI ELOY CHAVES (1923)

Organização das CAP’s (Caixas de Aposentadorias e Pensões)

1923 – CAP dos Ferroviários1926 – Portuários e Marítimos

marco inicial da Previdência Social no Brasil.

Características das CAP’s

Por instituição ou empresa;

Financiamento e gestão: Trabalhador e Empregador;

Aposentadoria, pensão e assistência médica.

Dicotomia da saúde no Brasil

Saúde Pública: prevenção e controle das doenças - coletiva;

Previdência Social: medicina individual (assistência) - exclusiva.

“ERA VARGAS” (1930 – 1964)

Perfil Epidemiológico

# Predomínio das doenças da pobreza (Doenças Infecciosas e Parasitárias -DIP) e aparecimento das doenças da modernidade.

# Início da transição demográfica: envelhecimento da população.

Medicina liberal

Hospital beneficente ou filantrópico

Hospital lucrativo (empresas médicas).

Fracionamento da assistência

Criação dos IAP’s (Institutos de

Aposentadorias e Pensões) Por categorias: marítimos (IAPM), comerciários (IAPC), bancários (IAPB), transportes e cargas (IAPETEC), servidores do estado (IPASE); Financiamento: 3 entes (Estado, empregado e empregadores); Gerência: indicado pelo Estado;

- Aposentadoria, pensão e assistência médica.

AUTORITARISMO (1964 – 1984)

Perfil Epidemiológico

Condições de saúde continuam críticas: tuberculose, malária, doença de chagas, acidentes de trabalho, etc.

Predomínio das doenças da modernidade e presença ainda das DIP (dupla carga de doenças).

GOLPE MILITAR EM 1964

# Regime autoritário (21 anos);

# Governo autoritário e centralizador; # Urbanização e industrialização crescentes; # Milagre Brasileiro (1968-73);

# Promoveu a unificação dos IAP’s em 1966 INPS (Instituto Nacional de Previdência Social):

# 1973 = previdência para trabalhadores rurais FUNRURAL

# 1974 = criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS):

# 1977 = criação do INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social):

# Fortalecimento da relação Estado e segmento privado Privatização das ações curativas pagamento por quantidade de atos médicos;

# Quase inexistia controle ou regulação “cheque em branco”.

FAS (Fundo de Assistência social) - Caixa Econômica Federal

Financiou a ampliação da rede privada juros mínimos e prazo a perder de vista.

MODELO MÉDICO ASSISTENCIAL PRIVATISTA

Atendimento ao doente

Demanda espontânea

Assistência ambulatorial e hospitalar

Rede contratada e conveniada

Atenção comprometida pela efetividade, equidade, e necessidades de saúde

MODELO SANITARISTA

Voltado para problemas de saúde selecionados

Atende necessidades específicas de grupos

Ação de caráter coletivo

Campanhas sanitárias, programas especiais, ações de Vig. Epidemiológica e Sanitária

Limitações na atenção integral, com qualidade, efetividade equidade

Modelos de Atenção no Brasil

# FIGUEREDO Programa nacional de Serviços Básicos de

Saúde (PREV-SAÚDE):

iniciativa de reorganização do Sistema de saúde (maior integração dos dois ministérios e secretarias estaduais e municipais de saúde);

diretrizes que reforçavam a atenção primária da saúde;

participação da comunidade; regionalização e hierarquização dos

serviços; referência e contra-referência; integração de ações curativas e

preventivas.

# Resistência dos “anéis tecnoburocráticos”: interesse do setor privado, políticos e boicote dos dirigentes do INAMPS.

POLÍTICOS

FUNCIONÁRIOS

PÚBLICOS“tecnocratas”

EMPRESÁRIOS

AIS (AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE) - 1982

Repasse dos recursos do INAMPS para as Secretarias Estaduais de Saúde (para expansão da rede de saúde); Tentativa incipiente de descentralização do poder; Gestão ainda no nível federal. Amplia as ações de assistência (serviços previdenciários) para a POPULAÇÃO NÃO CONTRIBUINTE.

Manutenção das tensões sociais reivindicando

melhoria das condições de saúde

Organização da classe operária do ABC

Movimento Sanitário

Sociedade organizada

Mobilização pelas “DIRETAS JÁ”

MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA

Anos 80 e 90

Perfil Epidemiológico

Queda da mortalidade infantil e doenças imunopreviníveis;

Manutenção das doenças da modernidade (aumento das causas externas);

Crescimento da AIDS;

Epidemias de dengue e cólera (vários municípios e inclusive capitais).

Cenário mundial

Movimento de incremento dos Cuidados primários em Saúde, sobretudo a partir da Conferência de Alma Ata .

Cenário local

Precária estrutura de atenção à saúde: hospitais inadequados;

Dificuldades de acesso ao atendimento necessário;

Mortes sem assistência...

Crise da atenção à saúde e a conquista da democracia

Movimento pela Reforma Sanitária

Movimentos sociais colocaram a saúde na agenda política

Conceito ampliado de saúde; Reconhecimento da saúde como direito

de todos e dever do Estado; Criação do Sistema única de Saúde

(SUS); Participação popular (controle social); Constituição e ampliação do orçamento

social.

Difusão da proposta da Reforma Sanitária:

VIII Conferência Nacional da Saúde -

1986

- pré-constituinte -

AIS – Ações Integradas de Saúde SUDS (Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde) - 1987

“Estratégia ponte” para instalação do SUS;

Apresentava certos avanços organizativos: superava a compra de serviços ao setor privado;

SUDS - 1987

Criaram-se os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde;

Descentralização: “ESTADUALIZAÇÃO” – poder político aos estados;

SUDS - 1987

Tudo que era do antigo INAMPS passa agora à Secretaria Estadual de Saúde;

Os investimentos começaram a ser direcionado ao setor público e não mais ao privado:

- 1980: público absorvia apenas 28,7%;

- 1987: público absorveu 54,1%.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (1988)

– “Constituição cidadã”:

Saúde como direito de todos e dever do Estado;

Ampliação do conceito de saúde;

Cria o SUS.

O QUE É O SUS

Novo Sistema de Saúde

“SISTEMA”

“ÚNICO”

Envolve todas as atividades da atenção à saúde

OBJETIVOS DO SUS

Melhorar a qualidade de atenção à saúde;

Romper com o passado de descompromisso e irracionalidade técnico-administrativa;

Servir de norte ao trabalho do Min. da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

Arcabouço Jurídico do SUS

Constituição da República 1988

Lei Orgânica da Saúde – 8080/90

Lei Complementar da Saúde – 8142/90

Normas Operacionais Básicas – NOB

Normas Operacionais de Assistência à Saúde – NOAS

Portaria 399 – Pacto pela Saúde 2006

Lei Orgânica da Saúde – 8080/90

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

Lei Complementar da Saúde – 8142/90

Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Fundo de Saúde: conta especial que engloba todos os recursos destinados à saúde, provenientes das diferentes esferas de governo.

Normas Operacionais Básicas91, 92, 93 e 96

Avança nas estratégias de implementação do SUS (MUNICIPALIZAÇÃO) Repasse de recursos por meio de convênios a ser firmado entre os gestores mediante a formação de conselho de saúde, criação dos fundo de saúde e elaboração dos planos municipais, além de controle e avaliação das ações e serviços de saúde.

Normas Operacionais de Assistência à Saúde – NOAS

2001 e 2002

Avança nas estratégias de implementação do SUS (REGIONALIZAÇÃO e INTEGRALIDADE)Promover maior equidade na alocação de recursos e no acesso da população às ações e serviços de saúde em todos os níveis de atenção.

Pacto pela Saúde 2006

Pacto pela Vida

Pacto em Defesa do SUS

Pacto de Gestão

PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS

Universalidade

Equidade

Integralidade

UNIVERSALIDADE

É a garantia de atenção à saúde a todo equalquer cidadão;

Saúde é direito de cidadania;

“Para se ter acesso, basta apenas precisar”

EQUIDADE

É assegurar ações e serviços de todos os níveis, de acordo com a complexidade do caso.

Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades.

Igualdade com justiça.

INTEGRALIDADE

Cada pessoa é um todo indivisível; Ações de promoção, proteção e

recuperação também é um todo indivisível;

As unidades de saúde, com diversos níveis de complexidade, também é indivisível;

O homem é um ser integral, biopsicossocial e será atendido em uma visão holística por um sistema também integral.

DIRETRIZES DO SUS

Regionalização e hierarquização

Resolutividade

Descentralização

Participação dos cidadãos

Setor privado complementar

REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO

Serviços organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente, disposto numa área geográfica delimitada e com uma população definida.

RESOLUTIVIDADE

O serviço de saúde deve apresentar resolutividade até o nível de sua competência.

PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS

Conselhos de Saúde (permanentes, deliberativos e paritários);

Conferências de Saúde (provisórios, consultivo e paritários)

CONSELHOS E CONFERÊNCIAS

TRABALHADORES DE SAÚDE

GESTORES E

PRESTADORES

USUÁRIOS

SETOR PRIVADO COMPLEMENTAR

Quando por insuficiência do setor público;

Contrato de direito público; Posição definida na rede de saúde; Obedecerão os princípios e diretrizes

do SUS; Preferências por instituições não

lucrativas e filantrópricas.

ANTES DO SUS

centralização dos recursos e do poder na esfera federal;

ações voltadas para a atenção curativa e medicamentosa;

serviços exclusivos para contribuintes;

não participação da comunidade;

HOJE COM O SUS

Sistema único de saúde baseado no modelo cubano e canadense (princípios);

Ações voltadas para prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde;

Investimento nas ações preventivas: PACS e PSF (ESTRATÉGIA DE REFORMA INCREMENTAL);

HOJE COM O SUS

Controle social: Conselhos e Conferências de Saúde;

Processo de MUNICIPALIZAÇÃO;

Novo MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE (vai além da relação hospedeiro e agente etiológico).