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ECI_UFMG_2013:
Camila Mantovani e Graziela Andrade
AgendaAgenda Nossa herança cartesiana
Homem-Máquina
Humanismo e anti-humanismo
Homem-Genoma
Pensando o pós-humano
Corpo Biocibernético
As 7 classe
Manifestações na Arte e Dança
René Descartes (1596-René Descartes (1596-1650)1650)
Nosso entendimento do corpo é ainda
herança da filosofia do século XVII (Katz,2006)
Dualismo Cartesiano
CORPO Materialidade Externa
MENTE Materialidade Pensante
Tensionar a fórmulaTensionar a fórmula
CORPO
MENTE
Homem-MáquinaHomem-Máquina
La Mettrie, (1709-1751)
Livro: O Homem-Máquina (1748)
Radicaliza o pensamento de Descarte:
animal-máquina = homem-máquina
ambos sem alma
“o ancestral do materialismo biologizante
que ocupa o centro do debate
contemporâneo” (Rouanet:2003, p.40)
Homem-MáquinaHomem-MáquinaILUMINISMO
(razão)
Homem-MáquinaHomem-Máquina
La Mettrie (Contribuições e Acusações)
Humanista Anti-Humanista
Homem-Máquina: Homem-Máquina: La Metrie, humanistaLa Metrie, humanista
Alma é Matéria, corpo é revalorizado;
Homem é autônomo, se autodetermina;
Livre dos vínculos de subordinação (humanos ou sagrados);
O valor do homem está no pensamento, sua função mais alta;
Direito ao prazer;
Autonomia das relações humanas (tirania e preconceito devem ser combatidos).
Homem-Máquina: Homem-Máquina: La Metrie, anti-La Metrie, anti-
humanistahumanista Reducionismo: monismo material, só há
no homem substância. Teoria insuficiente para se pensar a liberdade do aspecto social;
Niilismo: desconsidera o meio e ações que possam provocar alterações. O homem é bom ou mau segundo suas inclinações físicas;
Autoritarismo político: antidemocrático, os filósofos-médicos dominam a ciência e devem conduzir os reis.
Homem-Máquina: Homem-Máquina:
Rouanet: Atualmente, a biologia volta a ser fator determinante em relação ao social, há uma mudança de paradigma:
Homem-Genoma: Homem-Genoma: aspectos humanistaaspectos humanista
Novo impulso a autonomia, homem senhor de seu corpo e de seu destino;
Doenças e duração da vida não são vontade de Deus;
Ciência fortalece a autonomia nas relações humanas (genética, individual);
Autonomia fortalece a ciência, garantia de liberdade de investigação.
Homem-Genoma: Homem-Genoma: aspectos anti-humanistaaspectos anti-humanista
Reducionismo: Forma moderna de depreciação do corpo. O corpo não tem valor, mas tem preço. É matéria que pode ser aperfeiçoada. Continuum homem animal se consolidada nas experiências transgênicas;
Niilismo: Virtudes e defeitos estão atrelados a um gene, há um deles para cada disposição humana. Pessoas podem ser programadas;
Autoritarismo: Poder exercido pelos que manipulam a genética .
O Pós-Humano
Pós-HumanoPós-Humano
Laymert (2005) sugere 3 vias para se
pensar o pós-humano:
1. Radical, superação humana
2. Transformação, nova evolução
3. Transhumano, co-evolução
Ser humano é obsoleto, precisa ser superado;
Obsolescência gradual;
Otimista: se o corpo é um hardware ultrapassado pode ser atualizado;
Download da mente em um corpo aprimorado;
Necessidade crescente de modificar o organismo diante do ambiente;
Inteligência Artificial e evolução robótica estão nessa esteira.
Pós-Humano: SuperaçãoPós-Humano: Superação
Transformação biotecnológica ou biogenética;
Eugenia, a melhoria do patrimônio genético pode evitar a obsolescência;
Surgirá uma nova linha de evolução humana;
A seleção natural dá lugar a transformação genética
Pós-Humano: Pós-Humano: TransformaçãoTransformação
Consideram a Superação e transformação;
A aceleração da tecnociência e da econômica estariam construindo uma narrativa da obsolescência do humano;
Pensa a questão para além do humano;
Não há obsolescência, há muita virtualidade;
O que morre não é o homem e sim a ideia de Homem do iluminismo e do humanismo.
Pós-Humano: Pós-Humano: TranshumanoTranshumano
Consideram a Superação e transformação;
A aceleração da tecnociência e da econômica estariam construindo uma narrativa da obsolescência do humano;
Pensa a questão para além do humano;
Não há obsolescência, há muita virtualidade;
O que morre não é o homem e sim a ideia de Homem do iluminismo e do humanismo;
O que se transforma é nossa visão do que constitui o humano.
Pós-Humano: Pós-Humano: TranshumanoTranshumano
Para Hayles (1996), o pós-humano representa a construção do corpo como parte de um circuito integrado de informação e matéria que inclui componentes humanos e não humanos, tanto chips de silício quanto tecidos orgânicos, bits de informação e bits de carne e osso. (Santaella: 2007, p.130).
Pós-Humano: Corpo Pós-Humano: Corpo BiocibernéticoBiocibernético
Chamo de “corpo biocibernético” o novo estatuto do corpo humano como fruto de sua crescente ramificação em variados sistemas de extensões tecnológicas até o limiar das perturbadoras previsões de sua simulação na vida artificial e de sua replicação resultante da decifração do genoma (Santaella, 2004, p.98).
Pós-Humano: Corpo Pós-Humano: Corpo BiocibernéticoBiocibernético
1. Remodelado: manipulações estéticas da
superfície do corpo;
2. Protético: corrigido e expandido por
próteses, corpo híbrido;
3. Esquadrinhado: vigiado e "revirado" pelas
máquinas médicas;
4. Plugado: usuários que se movem no
ciberespaço conectados a computadores
em distintos graus de imersão (conexão,
avatares gráficos, híbrida, telepresença e
ambientes virtuais);
Classe do corpo em Classe do corpo em SantaellaSantaella
5. Simulado: ainda não é possível, seria uma
versão tridimensional do corpo plugado
(avatar);
6. Digitalizado: The visible human, projeto da
biblioteca nacional de medicina dos EUA,
digitalização integral de dois cadáveres
humanos;
7. Molecular: Manipulado pela engenharia
genética, genoma humano.
Classe do corpo em Classe do corpo em SantaellaSantaella
O Homem e as
máquinas
Ferramenta x Ferramenta x MáquinasMáquinas
• Vamos entender a diferença entre duas categorias:
• Percebam como elas estão atreladas ao tempo histórico em que foram constituídas.
• Ferramentas > Projetadas para
realizar uma tarefa. Funcionam
como prolongamentos ou extensões
de habilidades. Pressupõe a
integração ao movimento físico-
muscular e sua ampliação
FerramentasFerramentas
FerramentasFerramentas
• Organização cujas partes estão conectadas de modo a realizar um trabalho de forma unitária, quando em movimento.
• Implica algum tipo de força capaz de aumentar a rapidez e a energia de uma atividade.
MáquinasMáquinas
• Santaella categoriza 3 tipos de máquinas:
• Musculares
• Sensórias
• Cerebrais
MáquinasMáquinas
• Revolução Industrial
• Máquinas que imitam grosseiramente os gestos mecânicos humanos.
• Toda Máquina começa pela imitação de uma capacidade humana que ela se torna capaz de amplificar.
• Substituição amplificada da força física humana e a mecanização da locomoção.
• Aceleram o ritmo de trabalho
Máquinas Máquinas MuscularesMusculares
Máquinas Máquinas MuscularesMusculares
• Máquinas de registro daquilo que os sentidos captam.
• Extensões dos sentidos humanos especializados, amplificam a capacidade humana de ver e ouvir.
• Simulam o funcionamento dos órgãos sensórios.
• Uma nova paisagem do mundo que não existiria sem tais máquinas.
Máquinas SensóriasMáquinas Sensórias
Máquinas SensóriasMáquinas Sensórias
• Computador >> cérebro
• Imitações da vida por meio de artefatos
• Amplificam as habilidades mentais, especialmente as processadoras e as de memória
• Não há signo que não possa ser absorvido, traduzido, manipulado e transformado. (Hipermemórias e universo de circuitos)
• Hipercérebros processadores de signos
Máquinas CerebraisMáquinas Cerebrais
Máquinas CerebraisMáquinas Cerebrais
• Aproximações entre corpos e máquinas suscitam diversas questões:
• Sentidos e cérebro crescem para fora do corpo humano?
• Quais os limites entre o corpo e as máquinas?
• Somos pós humanos?
• Somos ciborgues?
Corpo-MáquinaCorpo-Máquina
• Assim Santaella define o corpo na atualidade:
• “(...) chamo de ‘corpo biocibernético’ o novo estatuto do corpo humano como fruto de sua crescente ramificação em variados sistemas de extensões tecnológicas até o limiar das perturbadoras previsões de sua simulação na vida artificial e de sua replicação resultante da decifração do genoma” (Santaella, 2004, p.98).
Corpo Corpo biocibernéticobiocibernético
• Remodelado - intervenções para fins
estéticos
• Protético - corrigido e expandido por
próteses
• Esquadrinhado - "revirado" pelas máquinas
médicas
• Plugado - usuários que se movem no
ciberespaço conectados a computadores
7 classes do Corpo7 classes do Corpo
• Simulado - ainda não é possível, seria uma
versão tridimensional do corpo plugado
(avatar)
• Digitalizado - Projeto The visible human,
digialização integral de dois cadáveres
• Molecular - Manipulado pela engenharia
genética
7 classes do Corpo7 classes do Corpo
Manifesto Manifesto CiborgueCiborgue
• Donna Haraway (1985): Somos todos Ciborgues!
• A relação entre os humanos e as máquinas já seria tão íntima que não há como distinguir onde nós acabamos e onde começam as máquinas
• Vivemos um processo de autoconstrução• Potência política da ideologia ciborgue,
uma vez que ela desconstrói barreiras dualistas como natural/artificial, biológico/maquínico, feminino/masculino, etc
• O corpo humano não é natural, é uma construção.
Manifestações
Artísticas
• Pioneiro, artista brasileiro que, em 1997, implantou um chip no calcanhar - transponder identificador - durante a performance Time Capsule, em São Paulo, transmitida ao vivo pela TV.
• Pretendia discutir, além de temas éticos, a questão das interfaces úmidas versus eletrônicas e a da memória artificial e da identidade.
Eduardo KacEduardo Kac
• Polêmico: Alba, 2000 - arte transgência
• Alterações em códigos genéticos de espécies vivas. No projeto “GFP Bunny” (2000) ou Green Fluorescent Protein, uma coelha albina, é criada, através da engenharia genética, com essa proteína que lhe permite a emissão de luz verde.
Eduardo Kac, obraEduardo Kac, obra
• Artista australiano, do campo da bioart que afirma obsolescência do corpo em diversas performances corporais.
• Adepto à teoria dos ciborgues, o artista afirma que, nossa, sempre presente, relação com as máquinas teria se iniciado muito antes do imaginado e a fusão a elas seria inevitável
SterlacSterlac
Sterlac, obrasSterlac, obras
The third hand. May, 1982
Event for inclined suspension. Tamura Gallery, Tokyo, January, 1979
Street Suspension. Mo DavidGallery, NY, July, 1984Handswriting, Maki gallery, Tokyo
• Artista e pesquisadora francesa que leciona na Escola de Belas Artes de Dijon. Afirma ter entregue seu corpo a arte e intitula a carnal art, onde submete seu corpo a diversas cirurgias plásticas realizadas como verdadeiras performances,
• Seus questionamentos vão muito além da estética e introduzem a desconfiguração e reconfiguração do corpo, sua necessidade de ser alterado e sua potência de atualização.
Orlan Orlan
• The reincarnation of St Orlan, a artista passa por sete cirurgias no rosto, anteriormente composto em computador, reproduzindo o ideal de beleza renascentista a partir de 7 pinturas do período. (testa da Monalisa, queixo da Vênus , etc)
• Para ela, a obra de arte está no processo e não no resultado estético e, por isso, exibiu todas as intervenções cirúrgicas e registros de quarenta dias de pós-operatório.
Orlan, obra Orlan, obra
Orlan, obra Orlan, obra
Gunther Von Gunther Von HagensHagens• anatomista alemão que desenvolveu a
plastination (1977), técnica especial de preservação de tecidos biológicos.
• Primeira exibição de corpos "plastinados“, 1995 no Japão.
• Sua exposição Body worlds viajou o mundo exibindo para mais de 26 milhões de pessoas, corpos humanos e de animais, inteiramente preservados.
• http://www.youtube.com/watch?v=yEutJeER0XE
Gunther Von HagensGunther Von Hagens
Gunther Von HagensGunther Von Hagens
Universidade Federal de Minas GeraisEscola de Ciência da InformaçãoPrograma de Pós-graduação em Ciência da InformaçãoLinha de Pesquisa: Informação, Cultura e Sociedade
53
IntroduçãoIntrodução Evolução da área da CI a respeito de seu
objeto e campo de estudo;
Relação com as TIs e interdisciplinaridade;
Informação no lugar da criação e interação humana. É da ordem do processo (descola-se). Está em movimento de significação;
Informação enquanto signo, envolve as relações homem x mundo;
54
IntroduçãoIntrodução Corpo como dispositivo informacional.
55
IntroduçãoIntrodução Corpo como dispositivo informacional.
Constitui-se a partir das ininterruptas trocas informacionais que realiza com o meio;
Informação tem papel ativo nas mediações do corpo com qualquer fenômeno no mundo;
56
IntroduçãoIntrodução
57
IntroduçãoIntrodução Contexto sócio-cultural em que os corpos
estão inseridos e que envolvem as técnicas de cada período;
Revolução Digital: Caracteriza-se pela difusão rizomática da informação (todos-todos);
58
IntroduçãoIntrodução
59
IntroduçãoIntrodução As Tecnologias da Informação complexificam os
processos de mediação humana, com o acréscimo de mais e mais interfaces.
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TemaTema
As relações que se conformam entre a tríade Informação, Corpo e Tecnologias no âmbito da sociedade da informação, onde entendemos que é crescente o número de mediações entre as interfaces homem-máquina, nas quais a informação teria papel ativo.
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ProblemasProblemas
Quais as relações que se conformam entre os corpos e as tecnologias da informação?
Qual o papel da informação diante dessas relações, considerando-se a corrente aproximação entre homens e máquinas?
Como os processamentos de informação efetuados no corpo e pelo corpo podem ser considerados em sua própria constituição? Que manifestações são notáveis nesse sentido?
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Objetivo GeralObjetivo Geral
Identificar, caracterizar e refletir sobre as relações entre informação e corpo no contexto de uso das Tecnologias da Informação, com foco no processo informacional. Sendo que, por processo informacional entende-se, a percepção, recepção, processamento, produção e disseminação da informação empreendida por seres humanos.
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Objetivos EspecíficosObjetivos Específicos
Identificar e analisar o papel da informação nos processos de mediação entre corpo e Tecnologias da Informação;
Investigar as relações entre o corpo e os processos informacionais mediados por Tecnologias da Informação, sugerindo evidências dessa interação;
Explicitar o corpo sob o ponto de vista informacional, apontando para ações de percepção, processamento, assimilação e disseminação de informações;
Evidenciar o movimento de significação que se conforma em tais ações da informação.
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AbordagemAbordagem Objeto empírico: Grupo Movasse com o
espetáculo Imagens Deslocadas;
Fundamentação: Teoria Semiótica de Peirce e estudiosos. Adeptos à “Virada Semiótica” proposta por Moura (voltada aos processos informacionais e de significação);
Fundamentação: Autores da CI que discutem a informação no contexto sócio-cultural (Braga, Capurro, González de Gómez, Marteleto, Moura, Pinheiro e Loureiro, Saracevic);
Conceitos da Trama teórica: Corpomídia, Rede, Virtual, Movimento do corpo, Rizoma e Devir;
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AbordagemAbordagem Conceitos Semióticos: Signo, Semiose,
Observação Colateral, Criação, Percepção, Projeto e Concepção Semiósica, Tradução Intersemiótica;
Análise: Crítica Genética (Ostrower e Salles). Reconstrução da obra voltando-se para o processo criativo;
Tecido Informacional: Luz, cenário, figurino, trilhas e cenas. Construção de sentido que permeou as ações criativas.
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Considerações FinaisConsiderações Finais Criação e significação não se prendem aos
contornos da arte, sendo próprios do fazer humano nas mais diversas esferas;
A informação é elemento articulador em tais processos, capaz de dar sentido aos movimentos ininterruptos de significação que executamos e que nos conformam enquanto sujeitos e corpos;
Plasticidade do Corpo, tempos e escolhas. Tendência a Invisibilidade ou Naturalização das Tecnologias;
O corpo é capaz de promover a circulação e projetar os fluxos de informação aos quais os sujeitos estão inseridos. Firma-se como suporte;
Abre-se um pertinente espaço de exploração para o campo da CI.
" TUDO, ALIÁS, É A PONTA DE UM MISTÉRIO,
INCLUSIVE OS FATOS, OU A AUSÊNCIA DELES.
DUVIDA? QUANDO NADA ACONTECE HÁ UM
MILAGRE QUE NÃO ESTAMOS VENDO.”
Guimarães Rosa
Obrigada pela atenção!