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    PLANEJAMENTO PROGRAMAO E CONTROLE DA PRODUO

    1 - Sistemas de Administrao da Produo

    Chamamos genericamente Sistemas de Administrao da Produo os

    sistemas de informao para apoio tomada de decises, tticas eoperacionais, referentes s seguintes questes bsicas:

    O QUE PRODUZIR E COMPRAR QUANTO PRODUZIR E COMPRAR QUANDO PRODUZIR E COMPRAR COM QUE RECURSOS PRODUZIR

    Existem diversas alternativas de tcnicas e lgicas que podem serutilizadas com este objetivo. As trs principais, que tm sido mais

    extensivamente usadas ao longo dos ltimos 15 anos, so: os sistemas MRPII/ERP, que se baseiam fundamentalmente na lgica do clculo denecessidades de recursos a partir das necessidades futuras de produtos, ossistemas Just in Time, de inspirao japonesa, e os sistemas de programaoda produo com capacidade finita, que se utilizam fundamentalmente dastcnicas de simulao em computador.

    1.1 IMPORTNCIA ESTRATGICA DO SISTEMA DE ADMINISTRAO DAPRODUO

    O que se espera de um sistema de administrao da produo.

    Independente da lgica que se utilize, os sistemas de administrao daproduo, para cumprirem seu papel de suporte ao atendimento dosobjetivos estratgicos da organizao, devem ser capazes de apoiar otomador de decises logsticas a:

    Planejar as necessidades futuras de capacidade produtiva daorganizao.

    Planejar os materiais comprados Planejar os nveis adequados de estoques de matrias-primas, semi-

    acabados e produtos finais, nos pontos certos Programar atividade de produo para garantir que os recursos

    produtivos envolvidos estejam sendo utilizados, em cada momento,nas coisas certas e prioritrias.

    Ser capaz de saber e de informar corretamente a respeito dasituao corrente dos recursos (pessoas, equipamentos, instalaes,materiais) e das ordens (de compra e produo).

    Ser capaz de prometer os menores prazos possveis aos clientes edas ordens (de compra e produo).

    Ser capaz de reagir eficazmente.

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    PLANEJAR AS NECESSIDADES FUTURAS DE CAPACIDADEPRODUTIVA DA ORGANIZAO.

    Para esse nvel de incremento de capacidade no exemplo hipotticoapresentado, a inrcia da deciso pode ser quantificada em alguns meses.

    Para incrementos maiores, normalmente uma inrcia maior pode seresperada. Se no exemplo apresentado, a deciso fosse de ampliar o nvelde capacidade em 250%, seriam provavelmente necessrias atividades denatureza diferente, alm daquelas descritas (referentes obteno derecursos humanos adicionais). Seria tambm necessrio obterequipamento adicional e, talvez, providenciar uma expanso dasinstalaes atividades normalmente mais consumidoras de tempo, o quecontribui para uma inrcia maior, podendo chegar a muitos meses oumesmo anos, conforme o caso. Da mesma forma, para incrementosmenores, uma inrcia menor pode ser esperada. Digamos que anecessidade de incrementos de capacidade para nossa unidade produtiva

    hipottica fosse de apenas 5%. Isso poderia ser obtido com base naorganizao de horas extras, realizadas pelos prprios funcionrios, jexistentes. Organizar jornadas de horas extras certamente tem uma inrciade deciso menor que os casos ilustrativos narrados. possvelnormalmente faz-lo em apenas alguns dias.

    Os exemplos anteriores sinalizam para uma constatao: no s necessrio planejar as necessidades futuras de capacidade produtiva,como tambm faz-lo levando em conta vrios horizontes futuros. importante, por exemplo, enxergar as necessidades futuras com um longohorizonte de antecedncia (no exemplo apresentado, muitos meses ou atanos) para que eu possa tomar hoje decises melhores quanto a possveisgrandes incrementos de capacidade, que so decises de grande inrcia. tambm essencial enxergar as necessidades futuras com um horizontemdio (no exemplo, alguns meses) para que possam tomar hoje melhoresdecises quanto a possveis incrementos mdios de capacidade, que tminrcia mdia. Finalmente, tambm necessrio planejar as necessidadesfuturas de capacidade com um horizonte curto para que se possam tomarhoje melhores decises de inrcia pequena.

    Olhando de outro ponto de vista, as decises so todas, e sempre,tomadas no presente, hoje. Entretanto, como os diversos tipos de decisotomadas hoje tm diversos nveis de inrcia, indispensvel considerar,

    para tom-las, diferentes horizontes de tempo, para que cada deciso sejatomada com a antecedncia que sua inrcia requer.

    PLANEJAR OS MATERIAIS COMPRADOS

    Para que estes no cheguem nem antes nem depois, nem emquantidades maiores ou menores do que aquelas necessrias aoatendimento da demanda. Isto para no causar interrupes prejudiciais aoatendimento do nvel pretendido de utilizao dos recursos produtivos e,por outro lado, para que a organizao no arque com os custosdecorrentes da eventual sobra por compras excessivas. Estes custos

    podem incluir os custos de manuteno de estoques, o custo deobsolescncia, entre outros. O planejamento dos materiais pode ser uma

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    atividade extremamente complexa. Considere, por exemplo, que umautomvel pode ser alguns milhares de itens componentes, cada qualpresente em diferentes quantidades (por exemplo, podem ser necessrias20 porcas de roda, 4 amortecedores, dois limpadores de pra-brisas e umvolante por carro), cada qual com diferentes tempos de obteno (os

    fornecedores dos itens podem e normalmente tm diferentescapacidades de responder s solicitaes de compras, necessitandodiferentes antecedncias). Adicionemos a isso que um fabricante deveculos no faz apenas um tipo de carro, mas milhares de diferentescarros (considerando os diferentes conjuntos de itens opcionais por carro),em diferentes quantidades e em diferentes momentos ao longo do tempo ese ter uma idia de complexidade sem o apoio de um sistema deinformao impossvel.

    PLANEJAR OS NVEIS ADEQUADOS DE ESTOQUES DE MATRIAS-PRIMAS, SEMI-ACABADOS E PRODUTOS FINAIS NOS PONTOS

    CERTOS.

    Nos anos 80, algumas empresas sofreram acontecimentos fatais eimprevistos ao buscarem de forma mope o chamado sistema de estoquezero. Elas muitas vezes baixaram estoques a nveis inferiores a suasnecessidades estratgicas (por exemplo, de lidar com incertezas presentesno ciclo logstico), fragilizando-se e tornando-se mais vulnerveis aosataques competitivos de concorrentes mais precavidos e sensatos. Hoje,entendemos que os estoques devem ser reduzidos sim, aos nveis mnimosnecessrios a atender s necessidades estratgicas da organizao, mas geralmente aceito tambm que em muitas situaes esses nveis no so ozero estoque. A gesto desses nveis de estoques parte das atribuiesdos sistemas de administrao da produo e est longe de ser atividadetrivial na maioria dos sistemas produtivos.

    PROGRAMAR ATIVIDADES DE PRODUO PARA GARANTIR QUE OSRECURSOS PRODUTIVOS ENVOLVIDOS ESTEJAM SENDOUTILIZADOS, EM CADA MOMENTO, NAS ATIVIDADES CERTAS EPRIORITRIAS.

    A questo da priorizao central em sistemas de administrao de

    produo. Os recursos so, na maioria das vezes, escassos. Toda vez umrecurso acaba de executar determinada atividade, ficando vago e prontopara executar a prxima, a seguinte questo colocada: a qual atividadeeste recurso deveria dedicar-se agora? Qual das atividades, entre aquelasque aguardam para ser realizadas por aquele recurso, deveria merecerprioridade? Imaginemos, por exemplo, uma mquina numa fbrica,terminando de processar determinada ordem de produo. Estando vaga, necessrio decidir qual, daquelas que aguardam na fila, deveria serprocessada agora: talvez aquela com menor tempo de processamento,para que o maior nmero de ordens fosse processado no prximosperodos...ou, talvez, deveramos priorizar aquelas ordens cuja data

    prometida de entrega ao cliente estivesse mais prxima...ou ainda priorizaras ordens que representem o maior potencial de faturamento num prazo

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    mais curto...ou, ainda, priorizar aquelas ordens de clientes que fossemestrategicamente mais importante...ou uma combinao dessasconsideraes...ou de algumas delas...enfim: fcil perceber que aspossibilidades diversas de seqenciar (ou priorizar) atividades emsituaes reais, onde estas possibilidades so combinadas e multiplicadas

    por dezenas de mquinas e milhares de ordens de produo que passam,no por uma mquina, mas por vrias, com roteiros diversos e variados,representam um problema combinatrio complexo, grande e de mltiplasvariveis. , tambm, fcil perceber que a forma de priorizar as atividadespode ter impacto no desempenho de todo o sistema de produo, emrelao a indicadores como cumprimento mdio de prazos, tempos mdiosde atravessamento das ordens pelo sistema produtivo, taxas de gerao decaixa, estoques mdios em processo (que guardam certa proporcionalidadecom as filas que aguardam processamento) e outros, O problema dapriorizao, por ser muito complexo e importante, merece tratamentocuidadoso dentro das atribuies dos sistemas de administrao da

    produo.

    SER CAPAZ DE SABER E DE INFORMAR CORRETAMENTE ARESPEITO DA SITUAO CORRENTE DOS RECURSOS (PESSOAS,EQUIPAMENTOS, INSTALAES, MATERIAIS) E DAS ORDENS (DECOMPRA E PRODUO)

    Essencial na proviso destas informaes, aos parceiros do negcio(clientes e fornecedores, internos e externos, do sistema produtivo), paraalavancar positivamente a contribuio estratgica destes parceiros para obom desempenho da cadeia de suprimentos a que pertencem. Esta umafuno do sistema de administrao de produo que tem a ver com ocontrole da produo. Disponibilidade de informao , na verdade, umpr-requisito para se ter controle dos processos. Embora aparentementeuma funo trivial e de necessidade bvia, no freqente encontrar nodia-a-dia empresas que consigam atingir esse objetivo dos sistemas deadministrao da produo, seja pela indisponibilidade de sistemas deinformao bem desenhados ou implantados, seja pelo mau uso dessessistemas. A falta de acurcia e atualizao das informaes disponveis nossistemas de informao das empresas quase um problema endmico noBrasil, geralmente mais srio e com conseqncias mais graves do que

    seus gerentes crem.SER CAPAZ DE PROMETER OS MENORES PRAZOS POSSVEIS AOSCLIENTES E DEPOIS, FAZER CUMPRIR-LOS.

    Dificilmente se encontram empresas em que as promessas de prazosfeitas aos clientes so baseadas em informaes firmes e confiveis dafbrica. Com muita freqncia, encontram-se empresas em que a fora devendas tende a subdimensionar os prazos prometidos aos clientespotenciais no mpeto de conseguir fechar a venda. Nos casos em quelogram sucesso, os pedidos com prazos irreais entraro na fbrica com

    prazos impossveis, fazendo com que mais uma causa de turbulnciacontribua para uma gesto conturbada da fbrica: prioridades se

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    subvertero, ndices de utilizao de equipamento ficaro prejudicados porlotes menores do que os nveis econmicos, entre outros. Ao final, oresultado turbulncia e prazos no cumpridos, no s do novo pedido,mas tambm de pedidos anteriormente existentes. Muitas vezes, a fora devendas age assim pela falta de apoio informacional. Simplesmente, no h

    informao disponvel para que o vendedor possa, com certa segurana,prometer prazos que tenham ao menos uma mnima probabilidade de sercumpridos. Da mesma forma, necessrio que depois de um prazo serprometido e confirmado a um cliente, sistemas de acompanhamento faamcom que estes sejam cumpridos. Isso nem sempre tarefa simples, dadasas complexidades e a dinmica das situaes fabris reais. Este o motivopelo qual necessrio o apoio de um sistema de administrao deproduo eficaz que apie os tomadores de deciso nessas importantesatividades, com evidentes implicaes estratgicas.

    SER CAPAZ DE REAGIR EFICAZMENTE.

    O mundo competitivo de hoje demanda que os sistemas produtivossejam capazes de adaptar-se rapidamente a mudanas: mudanas noprocesso produtivo, mudanas na disponibilidade de suprimentos e, acimade tudo, mudanas na demanda. Ser capaz de reagir eficazmente amudanas uma funo essencial da atividade de controle da produo.Com base na viso de futuro que temos, planejamos as atividades doprocesso produtivo que est sendo gerenciado. medida que decorretempo, passamos fase de execuo das atividades planejadas. Na fasede execuo, a realidade, por diversas razes pode no se comportarconforme o planejado: a demanda prevista pode no ter-se confirmado, osuprimento planejado pode no ter chegado ou a ordem planejada podeno ter sido completada pela quebra de um equipamento, por exemplo. Umbom sistema de administrao da produo deve ser sensvel o suficientepara identificar os desvios da realidade em relao ao plano com a rapideznecessria e com base nisso, se necessrio, que seja capaz derapidamente replanejar o futuro, levando em conta as novas ocorrncias.

    Em termos gerais, os sistemas de administrao da produo devem sercapazes, por meio da informao, de integrar a funo de operaes dossistemas produtivos com outras funes dentro da organizao, de formaque proporcione a necessria integrao de seu processo logstico, que

    onde reside hoje, para grande nmero de empresas, o maior potencial deobteno de melhoramentos competitivos.

    Questes para Discusso

    1- Por que em geral as empresas que produzem altos volumes de poucosprodutos tendem a fazer planejamentos com horizontes mais longos?

    2- Discuta os possveis motivos pelos quais as empresas no Brasil tmmuita dificuldade de conseguir bom desempenho no aspectocumprimentos de prazos.

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