Psico-Oncologia Psico-Oncologia Luciane Slomka Luciane Slomka Especialista em Psico- Especialista em Psico- Oncologia Oncologia Mestre em Medicina e Ciências Mestre em Medicina e Ciências da Saúde da Saúde
Aula sobre fundamentos basicos da Psico-Oncologia, manejo com o paciente e familiares
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1. Psico-Oncologia Luciane Slomka Especialista em
Psico-Oncologia Mestre em Medicina e Cincias da Sade
2.
3. Histrico da Psico-Oncologia
Final sc. XIX: Freud refere a integrao mente/corpo com Estudos
sobre a Histeria
Acontecimento psquicos podem trazer consequncias orgnicas
Freud + Jung = Medicina Psicossomtica
1939: Oficializao da American Psychosomatic Medicine
Association
1970: Diviso de Psicologia da Sade da Associao Americana de
Psicologia
4. Histrico
Anos 80: Publicao da Revista de Psicologia da Sade
1981: Robert Adler Psiconeuroimunologia
1987: Simonton
1992: LeShan
Dcada de 70: Jimmie Holland (Memorial Sloan Kettering Cancer
Center)
5.
6. Jimmie Holland
O que so respostas normais ao cncer?
Quais so anormais, refletindo um sofrimento que possa
interferir no plano de tratamento?
Qual a prevalncia de problemas psicolgicos que indicam a
necessidade de psicoterapia?
As reaes emocionais afetam o curso da enfermidade positivamente
ou negativamente?
Quais intervenes e mtodos de enfrentamento podem reduzir o
sofrimento?
7. Definio americana
Uma subespecialidade da oncologia que procura estudar as duas
dimenses psicolgicas presentes no diagnstico do cncer:
O impacto do cncer no funcionamento emocional do paciente, sua
famlia e profissionais de sade
O papel das variveis psicolgicas e comportamentais na incidncia
e na sobrevivncia ao cncer.
8. Definio Brasileira
1 Encontro Brasileiro de Psico-Oncologia: 1989, em
Curitiba
1993: Primeiro curso de extenso em Psico-Oncologia no Instituto
Sedes Sapientiae
1998: Curso de especializao na mesma instituio
9. Definio Brasileira (Gimenez, 1994)
A Psico-Oncologia representa a rea de interface entre a
Psicologia e a Oncologia e utiliza conhecimento educacional,
profissional e metodolgico proveniente da Psicologia da sade para
aplic-lo:
10. Definio Brasileira
Na assistncia ao paciente oncolgico, sua famlia e profissionais
de sade envolvidos com a preveno, o tratamento, a reabilitao e a
fase terminal da doena;
Na pesquisa e no estudo de variveis psicolgicas e sociais
relevantes para a compreenso da incidncia, da recuperao e do tempo
de sobrevida aps o diagnstico de cncer;
11. Definio Brasileira
Na organizao de servios oncolgicos que visem ao atendimento
integral do paciente, enfatizando de modo essencial a formao e o
aprimoramento dos profissionais da Sade envolvidos nas diferentes
etapas do tratamento.
12. Alguns dados
60% dos casos de cncer so prevenveis, o que torna o trabalho de
preveno essencial
Polticas de sade/aes comunitrias
Alta porcentagem de casos curveis, o que indica necessidade de
uma nfase cada vez maior no trabalho de reabilitao fsica e
emocional.
13. Desafios
Modelo biomdico e a dificuldade de fazer surgir a importncia
dos aspectos emocionais;
A questo da medicao excessiva;
Diviso entre posies tericas que dificulta viso unificada do
homem e a integrao dos tratamentos;
Questes em aberto (texto);
14. Desafios
Psico-Oncologia X Psicologia Hospitalar
A conduo de um processo psicoterpico:
Deve-se focalizar no cncer e suas consequncias, em uma terapia
breve focal, ou buscar nas origens da personalidade do paciente,
explicaes para o prprio desenvolvimento do cncer?
15.
Existe uma personalidade tpica do paciente oncolgico?
Carvalho (1994): SE existirem personalidades predisponentes ao
cncer, isso indica a possibilidade de um trabalho psicoterpico de
preveno.
Temoshok (1992)
Personalidade tipo A (tendncia a doenas cardacas)
Personalidade tipo C (no tem crises de raiva, parecem
relaxadas, no competitivas. Sob essa aparente calma h um grande
dificuldade de auto-afirmao, raiva no expressa, ansiedade e
sentimentos reprimidos e uma profunda desesperana.
16. Prognsticos
Ponto crtico para mdicos e pesquisadores
Estabelecidos a partir de estatsticas referentes quele tipo de
cncer, naquele rgo e naquele grau de estadiamento;
O que o mdico pode saber a porcentagem do tempo de sobrevida ou
de mortalidade;
Como lidar com porcentagens?
Como trabalhar isso com nossos pacientes?
17. Siegel (1997)
A importncia de perguntar ao paciente o que ele est sentindo e
ouvir a resposta. Se o paciente melhorar acima do esperado,
aprender com a resposta.
18. A arquitetura do cncer
19. Algumas caractersticas
Etiologia desconhecida (fantasias);
Crescimento desordenado de clulas;
No reconhecimento do corpo-estranho pelo corpo-ego;
Falha no sistema imunolgico;
Falha no sistema imunolgico emocional? O que veio antes?
20. Sobre o cncer
O paciente tem sua realidade modificada pelas conseqncias das
caractersticas clnicas e efeitos dos tratamentos, sempre muito
agressivos;
Vive com a certeza da incerteza, tambm denominada Sndrome de
Damocles;
Cede-se ao tumor um sentido natural de imortalidade.
21. O cncer me tem ou eu tenho cncer?
Sou um paciente que tem cncer
OU
O cncer no faz mais parte de mim
22. Enfermidade Sagrada
Desde Hipcrates, denomina-se assim uma srie de enfermidades que
representariam algo maligno e que seus enfermos possuam a maldio de
carreg-la. Vistas como emissrias de castigo e de condutas ou
pensamentos culposos inconscientes;
Morte indiscriminada de clulas cancergenas e saudveis;
Perda de cabelo;
Feridas na boca e trato gastrintestinal;
Pior do que a prpria doena;
O estigma de estar sem cabelos e a culpa por sentir essa dor
como uma das maiores.
24. Radioterapia
Tratamento dirio;
Radiao invisvel por alguns segundos/minutos;
Relao ntima com a equipe e com os colegas de tratamento;
Pode ser o final do tratamento adjuvante ou usada antes de uma
cirurgia para diminuir o tumor ou at em pacientes terminais para
conforto/alvio da dor.
25. Estadiamento do cncer
Avaliao da extenso da doena no momento do descobrimento de sua
existncia
Classificao dos casos em grupos semelhantes quanto ao
comportamento, evoluo clnica e prognstico;
Estadios de I a IV
26. Classificao TNM
T: Tamanho e/ou grau de extenso do tumor primrio;
N: Presena ou ausncia de metstases em linfonodos
regionais;
M: Presena ou ausncia de metstases distncia;
27. T - Tumor Primrio
TX O tumor primrio no pode ser avaliado
T0 No h evidncia de tumor primrio
Tis Carcinoma in situ
T1, T2, T3, T4 Tamanho crescente e/ou extenso local do tumor
primrio.
28. N - Linfonodos Regionais
NX Os linfonodos regionais no podem ser avaliados.
N0 Ausncia de metstase em linfonodos regionais.
N1, N2, N3 Comprometimento crescente dos linfonodos
regionais
29. M - Metstase Distncia
MX A presena de metstase distncia no pode ser avaliada.
M0 Ausncia de metstase distncia
M1 Metstase distncia
30. Resposta tumoral quimioterapia
Tumores curveis (potencialmente curveis pela quimio):
Doena de Hodgkin
LLA em crianas
Linfoma de Burkitt
Coriocarcinoma
Sarcoma de Ewing
Linfoma histocstico
Tumor de Wilms
Carcinoma testicular
Rabdomiossarcoma embrionrio
Retinoblastoma
31. Resposta tumoral quimioterapia
Melhora da sobrevida (quimio traz melhora substancial de
sobrevida mas dificilmente cura)
Leucemia aguda
Neuroblastoma
Mieloma mltiplo
Linfoma no-Hodgkin agressivo
Carcinoma de pequenas clulas do pulmo
Carcinoma de mama, estmago, ovrio e cortex adrenal
Sarcoma osteognico
Insulinoma maligno
32. Resposta tumoral quimioterapia
Efeito paliativo (alvio de sintomas, sem efeito de aumento de
sobrevida)
Linfoma no hodgkin
Leucemia linfoctica crnica
Leucemia granuloctica crnica
Carcinoma de prstata, endomtrio ou crvix uterino
Cncer de glndulas endcrinas
Tumores carcinides
33. Resposta tumoral quimioterapia
Respostas ocasionais
Sarcomas
Tumores cerebrais
Carcinoma de pulmo
Carcinoma de cabea e pescoo, tireide, clon, reto e fgado
Carcinoma de bexiga
Melanoma maligno (pele e ndulos)
34. Resposta tumoral quimioterapia
Sem resposta
Melanoma maligno (com envolvimento visceral)
Carcinoma de esfago
Carcinoma de pncreas
Hipernefroma
35. Efeitos de um tratamento anti-neoplsico
Mudanas fsicas
Mudanas hormonais
Mudanas comportamentais No sou
Mudanas cognitivas mais o
Mudanas de personalidade mesmo
36. Possveis respostas do paciente a um diagnstico de cncer
Choque/negao
Medo/regresso
Crenas mgicas e esperanas irreais
Barganha Agressividade
(distancia)
Decepo
(depresso) Reorientao
(redirecionamento)
37. O diagnstico
Como dada e recebida a notcia?
Doena silenciosa: O descontrole do corpo;
Ningum pergunta sobre algo que ignora e que j no esteja em sua
mente;
Usar a palavra cncer?
Trabalhar sentimentos da famlia;
Informao: limita e enquadra as fantasias destruidoras e
terrorficas.
38. O tratamento
Castigo (pensamentos mgicos);
Medo da morte; Punio; Culpas;
Medo externo (real) X medo interno (razes internas, prprias da
histria de vida do sujeito);
O psiclogo deve reconhecer e permitir a expresso tais
sentimentos; no recha-los e nem refor-los;
Como trabalhar o princpio da realidade?
Cuidado ao trabalhar o externo e o interno.
39. Exemplo
Paciente com ca de ovrio, 46 anos, solteira, sem filhos;
Desconfiana desde 2007
6 absorventes por dia
Dor a fez procurar mdico em POA
Para mim como se eu estivesse tratando uma gripe
Gripe mata, catapora mata, s o tratamento que diferente
40. Exemplo
Radioterapia: 30 dias que eu finjo que estou de frias;
Posso morrer atropelada quando sair daqui
CONTROLE / ONIPOTNCIA
41. A doena uma ferida narcsica
No existe representao da morte;
Inconscientemente, estamos convencidos de nossa
imortalidade;
Confrontao real: para o paciente busca de crenas mgicas; para o
profissional se estou como espectadora no sou eu.
42. A Negativa (Freud)
O contedo de uma imagem ou idia reprimida pode abrir caminho at
a conscincia, com a condio que seja negado. A negativa constitui um
modo de tomar conhecimento do que est reprimido; (...) Podemos ver
como, aqui, a funo intelectual est separada do processo afetivo
(...) O resultado disso uma espcie de aceitao intelectual do
reprimido, ao passo que simultaneamente persiste o que essencial
represso. (A negativa, 1925)
43. Intervenes voltadas para:
Adaptao doena e tratamento;
Perturbaes psicolgicas decorrentes da doena e seu
tratamento;
Qualidade de vida durante o tratamento;
Questes ticas e psicolgicas no que se refere equipe
assistencial;
Cuidados paliativos;
Ateno famlia como paciente;
Readaptao vida aps a cura.
44. A questo imunolgica
Todos estamos, todos os dias, apresentando disfunes celulares
potencialmente cancergenas;
O que faz um sistema imunolgico detectar ou no essa
disfuno?
45. Avaliao do paciente oncolgico
Investigar:
Histria da doena (como se iniciaram os sintomas, de que forma,
como percebeu?)
O que ocorreu antes e logo depois do adoecimento?
O que estava acontecendo na vida do paciente no momento da
descoberta?
Como evoluram os sintomas?
Doena est ego-distnica ou ego-sintnica?
46. Fazer da queixa o ponto de partida...
Como o paciente fala de sua doena? Como se refere a ela?
Como descreve seus sintomas?
De que forma busca ajuda (caso o faa);
O que prioriza?
O que omite de seu quadro clnico (questo do sigilo/o que optou
em no falar).
Representao familiar sobre o adoecimento: mitos, culpas,
crenas.
48. Desafios (texto Psicossomtica)
Pensamento operatrio
O paradoxo psicossomtico
Depresso essencial
49. Pensamento Operatrio
Uma das grandes descobertas da Psicanlise
Pierre Marty, Michel de MUzan, Christian David e Michel
Fain
Escola Psicossomtica de Paris
Pacientes com vida operatria na relao teraputica: impedimento
de contra-transferncia, porque o objeto percebido apenas como o
duplo do sujeito; o objeto no emite nada alm do duplo
50. Caso 1 Texto
51. Desafios (texto Psicossomtica)
Pensamento operatrio
O paradoxo psicossomtico
Depresso essencial
52. Paradoxo Psicossomtico
Depois que adoeci, recuperei minha alegria
Se d no espao entre as instncias psquica e somtica do ser
humano;
Dimenso masoquista est em jogo
Padro de funcionamento de auto-flagelo
53. O problema econmico do masoquismo (Freud, 1924)
...se o princpio do prazer domina os processos psquicos de tal
modo que o alvo imediato o de evitar o desprazer e obter prazer, o
masoquismo ento incompreensvel. Se a dor e o desprazer podem ser
eles prprios alvos e no mais advertncias (sinais de alarme), o
princpio do prazer est paralisado, o guardio de nossa vida psquica
est como sob efeito de um narctico
54. Patomasoquismo ou masoquismo da doena
Investimento masoquista do rgo doente e, portanto, um
investimento psquico regressivo.
ANEL: Ciclo que parte da depresso essencial e que a ela
retorna, a partir da somatizao, com um ganho psquico.
Para compreender esse ciclo dois termos so necessrios: ausncia
de expressividade dolorosa e a regresso masoquista
(patomasoquismo)
55. Patomasoquismo ou masoquismo da doena
O ganho psquico obtido por este ciclo no uma aquisio definitiva
e sua perenidade depende tanto de fatores internos e individuais
quanto fatores humanos e psicoteraputicos
Ou seja, podemos intervir nesse processo.
56.
57.
58. Desafios (texto Psicossomtica)
Pensamento operatrio
O paradoxo psicossomtico
Depresso essencial
59. Depresso Essencial
Depresso sem expresso;
Sinais desprovidos de densidade;
Se revela muitas vezes atravs de um estado de tenso que os
pacientes chamam de stress;
Mal estar vago mas persistente e anlogo aos estados de angstia
difusa
Queixas corporais: o corpo se impondo, ao contrrio do
psiquismo, como um objeto de expresso dolorosa
60. Depresso Essencial
Depresso essencial tem a ver com negatividade (Andr
Green);
Quando escutamos um paciente deprimido essencial ficamos
sensveis ao seu estado atnico
A transmisso da atonia se opera, habitualmente, pela
transferncia de algo sentido pelo paciente, ao psicanalista. O
psicanalista se v, ento, tomado por alguma coisa de ordem afetiva,
que precisamento o que est faltando ao paciente.
61. Falta
No paciente neurtico nos faz pensar;
No paciente deprimido essencial (psicossomtico) no nos faz
pensar;
A falta da neurose tem pensamento presente enquanto a falta da
depresso essencial tem vazio.
62. 2 categorias de negatividade
Uma de defesa dinmica, que mantm a funcionalidade dos
objetos;
Outra mais radical, que age por supresso, tornando o
funcionamento mental indisponvel;
Poderamos dizer de outro modo: num caso, algo existe mas est
faltando, enquanto no outro, falta porque no existe
63. Discurso do paciente
No aparece representao recalcada, clivada ou forcluda (sem
simbolizao)
No disponibilidade de formaes intermedirias;
O acesso interpretao est barrado;
COMO DEVO FAZER?
64. Como devo fazer?
Nos pacientes operatrios importante estimularmos ativamente o
dilogo, para encontrar o paciente e retir-lo de seu
retraimento;
Pierre Marty
Uma relao a ser aberta... e um limite a no ser
ultrapassado
65. Como devo fazer?
Permitir o esvaziamento por outras vias! SOMOS QUEM CONTM TODA
ESSA DESCARGA
Michel de MUzan chamou os pacientes operatrios de escravos da
quantidade, para sublinhar a obrigao de descarga qual esto sujeitos
pela quantidade de excitao que os habita.
Suportar a relao (o paciente pela estabilidade e constncia e o
terapeuta pela falta de reciprocidade e o primitivismo da
transferncia)
66. Como devo fazer?
M. Fain
nos doentes graves, o barulho de sua desorganizao somtica corre
junto com o silncio do seu psiquismo
67. Faixa de Moebius
68. Faixa de Moebius
Descrita pelo matemtico August Ferdinand Moebius em 1861;
Superfcie sem borda, ou seja, um objeto no orientvel e
unilateral;
No apresenta frente/verso, dentro/fora, em cima/em baixo;
nica superfcie contnua;
Representa unidade mente-corpo.
69. Faixa de Moebius
Psicanlise: uso introduzido por Lacan - A partir da faixa, quis
demonstrar a estrutura do sujeito, a relao entre demanda e
desejo;
Em relao psicossomtica a faixa de Moebius possibilita
representar, em uma superfcie, um processo contnuo, onde dentro e
fora se encontram, onde avesso e direito se comunicam = corpo e
mente.
70. Faixa de Moebius
Os fenmenos psicossomticos, mais especificamente no caso do
cncer, so o ponto de toro da faixa de Moebius;
O salto misterioso do psquico para o somtico (Freud, 1917)
seria, provavelmente, o encontro dos lados, a toro;
Cuidado para no nos enredarmos somente na razo da toro ao invs
de trabalharmos o impacto desta.
71. A tcnica em Psico-Oncologia
72. Psicoterapias breves
Interveno de crise
Psicoterapia comportamental
Psicoterapia de apoio
Terapia de manuteno
Falar do caso do medo de deixar em aberto, como fazer uma sesso
encerrar em si mesma sem deixar angstia flutuante
73. Abordagem psicossocial de carter breve
Controle do medo e da fantasia de recidiva;
Ajuste a mudanas na hierarquia familiar (ajuste de papis);
Moderar estados de afeto desagradveis;
Re-ligao com a vida;
Planejar o futuro;
Ajuste ao prognstico;
74. Que geram...
Alvio de sintomas;
Crescimento;
Mudana;
Amadurecimento;
Manuteno;
75. Objetivos da psicoterapia de apoio
Promover relacionamento de apoio com a equipe;
Reforar a fora do paciente (habilidades de enfrentamento e
capacidade de usar o ambiente);
Reduzir o estresse;
Promover o mximo grau possvel de independncia da doena;
Estimular autonomia nas decises referentes ao tratamento
(participao mais ativa);
76. Como se molda a psicoterapia breve
Confiana e interesse;
Configurar um problema aceitvel pelo paciente;
Oportunidade imediata de ao conjunta;
Atmosfera de empatia, esperana e realidade;
Aliar-se a aspectos sadios e adaptativos do paciente;
77. O caminho do processo teraputico
Ligao;
Trabalhar resistncias;
Transferncia;
Contratransferncia;
Mostrar progressos, mesmo quando pequenos;
78. A primeira sesso
Ateno ao histrico da doena, mesmo que no incio o foco do
paciente seja apenas na ronologia e nos sintomas;
Ir aos poucos mostrando que o que ns vamos ouvir ali de outra
ordem
O que o paciente imagina em relao ao tratamento (o que est por
vir)
79. A primeira sesso
No excluir o familiar; usar a percepo do familiar
Cuidado com o desejo de ser agradvel
Propor continuidade, mostrar a necessidade e o que vai ser
trabalhado
Estar PRESENTE
80. Aps a primeira sesso
Focar na compreenso dinmica do paciente;
Costurar sesses conexes;
Progressivamente avanar nas hipteses;
Considerar sesses familiares
81. Aps a primeira sesso
Aprofundar a compreenso da problemtica do paciente;
Revisar com o paciente o estado emocional atual e de todo o
processo de tratamento;
Encerrar com relacionamento positivo: Acompanhamento
(follow-up), por telefone, carta, etc.
82. O que no fazer!
Evitar sentimentos intensos;
Violar fronteiras;
Aconselhar demais;
83. O que no fazer!
Falar mais do que o prprio paciente;
Minimizar suas contribuies;
Evitar conflito;
84. O que no fazer!
Esquecer o por qu da consulta;
Culpar o paciente;
Adotar o paciente;
85. O poder de uma sesso
Como mobilizar sentimentos sem ter certeza da
continuidade?
Necessidade de deixar o mnimo possvel de questes em
aberto;
Fazer cada sesso ter um objetivo que seja atendido, nem que
seja apenas o alvio
Reforar defesas saudveis ao final
Jamais mobilizar questes novas perto do final do encontro
86. Algumas questes...
A sensao recorrente de estar vivendo com a espada sobre a
cabea;
Psicologismo excessivo: Fantasias em relao ao surgimento da
doena, por ser de origem desconhecida;
Avaliar resilincia/capacidade de coping
Passividade do paciente diante de seu corpo: O quanto tenta
controlar o que lhe vivel (dia da consulta, horrio de QT); se isso
no compreendido pode gerar raiva;
87. Algumas questes...
A importncia dos mecanismos de defesa (proteo contra o
trauma);
Trabalhar no sentido da possibilidade de ressignificao da vida:
Mudana;
Os pacientes passam pela experincia, ns de certa maneira
permanecemos: o que geramos de transformao em nossas prprias
vidas?
88. CASOS
89. Fatores que dificultam a comunicao
Comunicao fecha ostra (Costa e Lopez)
Perguntas fechadas que impliquem em uma resposta desejada: Voc
se sente melhor, no mesmo?
Impor, dizer s pessoas o que devem fazer. A imposio gera
atitudes contrrias s que so propostas: Coma, isso vai te fazer
sentir melhor... no me diga isso!...Saia para passear!
90. Fatores que dificultam a comunicao
Perguntas mltiplas as quais o paciente no vai saber qual
responder
Dizer que no h motivo para preocupar-se quando o paciente est
preocupado.
Ameaar: Levante-se agora mesmo, ou vou chamar a
enfermeira!
91. Fatores que dificultam a comunicao
Aconselhar demais como: deve, tem que, no deve fazer assim, no
fique assim
Desviar o foco de ateno somente para o fsico:
- Terapeuta: Como voc est?
- Paciente: o tratamento est muito difcil. No sei se meu corpo
aguentar.
- Profissional: mas voc respira melhor desde que o tratamento
comeou?
92. Fatores que dificultam a comunicao
Dar solues, tentar resolver os problemas dos outros; ao invs de
ajuda-los a encontrar a soluo que considerem mais oportuna a si
mesmos.
93. Fatores que facilitam a comunicao
Realizar perguntas abertas e dirigidas: Como est seu nimo
hoje?;
Identificar do modo mais especfico possvel as preocupaes,
necessidades e temores;
Motivar o paciente a se comunicar: Bem...continue, estou te
entendendo
94. Fatores que facilitam a comunicao
Perguntar sem dar nada por entendido: O que entendes por
neoplasia? Sabes o que um catter?
Escutar os sentimentos e dar mostras de que se entendem e se
aceitam
Explorar outros problemas: Alm desse problema, tens outras
preocupaes?
95. Fatores que facilitam a comunicao
Identificar atribuies: A que voc atribui seu mal-estar? O que
acredita que lhe ajudaria nesses momentos?
Pedir opinio: Voc acha que podemos falar do resultado de sua
bipsia agora?
Devolver percepes: Parece que est sendo muito difcil para voc;
me d a impresso de que voc se sente...
96. Fatores que facilitam a comunicao
Resumir devolvendo ao paciente o que foi compreendido: Se eu
entendi bem o que lhe preocupa mais nesse momento...
Procurar congruncia entre comunicao verbal e no verbal. A
comunicao no verbal de grande importncia principalmente queles
enfermos que apresentam dificuldade em estabelecer a comunicao
verbal;