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Psico-Oncologia Psico-Oncologia Luciane Slomka Luciane Slomka Especialista em Psico- Especialista em Psico- Oncologia Oncologia Mestre em Medicina e Ciências Mestre em Medicina e Ciências da Saúde da Saúde

Aula Psicoonco 10

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Aula sobre fundamentos basicos da Psico-Oncologia, manejo com o paciente e familiares

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  • 1. Psico-Oncologia Luciane Slomka Especialista em Psico-Oncologia Mestre em Medicina e Cincias da Sade
  • 2.
  • 3. Histrico da Psico-Oncologia
    • Final sc. XIX: Freud refere a integrao mente/corpo com Estudos sobre a Histeria
    • Acontecimento psquicos podem trazer consequncias orgnicas
    • Freud + Jung = Medicina Psicossomtica
    • 1939: Oficializao da American Psychosomatic Medicine Association
    • 1970: Diviso de Psicologia da Sade da Associao Americana de Psicologia
  • 4. Histrico
    • Anos 80: Publicao da Revista de Psicologia da Sade
    • 1981: Robert Adler Psiconeuroimunologia
    • 1987: Simonton
    • 1992: LeShan
    • Dcada de 70: Jimmie Holland (Memorial Sloan Kettering Cancer Center)
  • 5.
  • 6. Jimmie Holland
    • O que so respostas normais ao cncer?
    • Quais so anormais, refletindo um sofrimento que possa interferir no plano de tratamento?
    • Qual a prevalncia de problemas psicolgicos que indicam a necessidade de psicoterapia?
    • As reaes emocionais afetam o curso da enfermidade positivamente ou negativamente?
    • Quais intervenes e mtodos de enfrentamento podem reduzir o sofrimento?
  • 7. Definio americana
    • Uma subespecialidade da oncologia que procura estudar as duas dimenses psicolgicas presentes no diagnstico do cncer:
      • O impacto do cncer no funcionamento emocional do paciente, sua famlia e profissionais de sade
      • O papel das variveis psicolgicas e comportamentais na incidncia e na sobrevivncia ao cncer.
  • 8. Definio Brasileira
    • 1 Encontro Brasileiro de Psico-Oncologia: 1989, em Curitiba
    • 1993: Primeiro curso de extenso em Psico-Oncologia no Instituto Sedes Sapientiae
    • 1998: Curso de especializao na mesma instituio
  • 9. Definio Brasileira (Gimenez, 1994)
    • A Psico-Oncologia representa a rea de interface entre a Psicologia e a Oncologia e utiliza conhecimento educacional, profissional e metodolgico proveniente da Psicologia da sade para aplic-lo:
  • 10. Definio Brasileira
    • Na assistncia ao paciente oncolgico, sua famlia e profissionais de sade envolvidos com a preveno, o tratamento, a reabilitao e a fase terminal da doena;
    • Na pesquisa e no estudo de variveis psicolgicas e sociais relevantes para a compreenso da incidncia, da recuperao e do tempo de sobrevida aps o diagnstico de cncer;
  • 11. Definio Brasileira
    • Na organizao de servios oncolgicos que visem ao atendimento integral do paciente, enfatizando de modo essencial a formao e o aprimoramento dos profissionais da Sade envolvidos nas diferentes etapas do tratamento.
  • 12. Alguns dados
    • 60% dos casos de cncer so prevenveis, o que torna o trabalho de preveno essencial
    • Polticas de sade/aes comunitrias
    • Alta porcentagem de casos curveis, o que indica necessidade de uma nfase cada vez maior no trabalho de reabilitao fsica e emocional.
  • 13. Desafios
    • Modelo biomdico e a dificuldade de fazer surgir a importncia dos aspectos emocionais;
    • A questo da medicao excessiva;
    • Diviso entre posies tericas que dificulta viso unificada do homem e a integrao dos tratamentos;
    • Questes em aberto (texto);
  • 14. Desafios
    • Psico-Oncologia X Psicologia Hospitalar
    • A conduo de um processo psicoterpico:
      • Deve-se focalizar no cncer e suas consequncias, em uma terapia breve focal, ou buscar nas origens da personalidade do paciente, explicaes para o prprio desenvolvimento do cncer?
  • 15.
    • Existe uma personalidade tpica do paciente oncolgico?
    • Carvalho (1994): SE existirem personalidades predisponentes ao cncer, isso indica a possibilidade de um trabalho psicoterpico de preveno.
    • Temoshok (1992)
      • Personalidade tipo A (tendncia a doenas cardacas)
      • Personalidade tipo C (no tem crises de raiva, parecem relaxadas, no competitivas. Sob essa aparente calma h um grande dificuldade de auto-afirmao, raiva no expressa, ansiedade e sentimentos reprimidos e uma profunda desesperana.
  • 16. Prognsticos
    • Ponto crtico para mdicos e pesquisadores
    • Estabelecidos a partir de estatsticas referentes quele tipo de cncer, naquele rgo e naquele grau de estadiamento;
    • O que o mdico pode saber a porcentagem do tempo de sobrevida ou de mortalidade;
    • Como lidar com porcentagens?
    • Como trabalhar isso com nossos pacientes?
  • 17. Siegel (1997)
    • A importncia de perguntar ao paciente o que ele est sentindo e ouvir a resposta. Se o paciente melhorar acima do esperado, aprender com a resposta.
  • 18. A arquitetura do cncer
  • 19. Algumas caractersticas
    • Etiologia desconhecida (fantasias);
    • Crescimento desordenado de clulas;
    • No reconhecimento do corpo-estranho pelo corpo-ego;
    • Falha no sistema imunolgico;
    • Falha no sistema imunolgico emocional? O que veio antes?
  • 20. Sobre o cncer
    • O paciente tem sua realidade modificada pelas conseqncias das caractersticas clnicas e efeitos dos tratamentos, sempre muito agressivos;
    • Vive com a certeza da incerteza, tambm denominada Sndrome de Damocles;
    • Cede-se ao tumor um sentido natural de imortalidade.
  • 21. O cncer me tem ou eu tenho cncer?
    • Sou um paciente que tem cncer
    • OU
    • O cncer no faz mais parte de mim
  • 22. Enfermidade Sagrada
    • Desde Hipcrates, denomina-se assim uma srie de enfermidades que representariam algo maligno e que seus enfermos possuam a maldio de carreg-la. Vistas como emissrias de castigo e de condutas ou pensamentos culposos inconscientes;
    • Essas condutas persistem, culturalmente adaptadas: isolamento, segregao, despersonalizao, agressividade, etc;
    • Ex: Epilepsia (Hipcrates), lepra, peste, sfilis, tuberculose, cncer.
  • 23. Quimioterapia
    • Tratamento agressivo;
    • Morte indiscriminada de clulas cancergenas e saudveis;
    • Perda de cabelo;
    • Feridas na boca e trato gastrintestinal;
    • Pior do que a prpria doena;
    • O estigma de estar sem cabelos e a culpa por sentir essa dor como uma das maiores.
  • 24. Radioterapia
    • Tratamento dirio;
    • Radiao invisvel por alguns segundos/minutos;
    • Relao ntima com a equipe e com os colegas de tratamento;
    • Pode ser o final do tratamento adjuvante ou usada antes de uma cirurgia para diminuir o tumor ou at em pacientes terminais para conforto/alvio da dor.
  • 25. Estadiamento do cncer
    • Avaliao da extenso da doena no momento do descobrimento de sua existncia
    • Classificao dos casos em grupos semelhantes quanto ao comportamento, evoluo clnica e prognstico;
    • Estadios de I a IV
  • 26. Classificao TNM
    • T: Tamanho e/ou grau de extenso do tumor primrio;
    • N: Presena ou ausncia de metstases em linfonodos regionais;
    • M: Presena ou ausncia de metstases distncia;
  • 27. T - Tumor Primrio
    • TX O tumor primrio no pode ser avaliado
    • T0 No h evidncia de tumor primrio
    • Tis Carcinoma in situ
    • T1, T2, T3, T4 Tamanho crescente e/ou extenso local do tumor primrio.
  • 28. N - Linfonodos Regionais
    • NX Os linfonodos regionais no podem ser avaliados.
    • N0 Ausncia de metstase em linfonodos regionais.
    • N1, N2, N3 Comprometimento crescente dos linfonodos regionais
  • 29. M - Metstase Distncia
    • MX A presena de metstase distncia no pode ser avaliada.
    • M0 Ausncia de metstase distncia
    • M1 Metstase distncia
  • 30. Resposta tumoral quimioterapia
    • Tumores curveis (potencialmente curveis pela quimio):
      • Doena de Hodgkin
      • LLA em crianas
      • Linfoma de Burkitt
      • Coriocarcinoma
      • Sarcoma de Ewing
      • Linfoma histocstico
      • Tumor de Wilms
      • Carcinoma testicular
      • Rabdomiossarcoma embrionrio
      • Retinoblastoma
  • 31. Resposta tumoral quimioterapia
    • Melhora da sobrevida (quimio traz melhora substancial de sobrevida mas dificilmente cura)
      • Leucemia aguda
      • Neuroblastoma
      • Mieloma mltiplo
      • Linfoma no-Hodgkin agressivo
      • Carcinoma de pequenas clulas do pulmo
      • Carcinoma de mama, estmago, ovrio e cortex adrenal
      • Sarcoma osteognico
      • Insulinoma maligno
  • 32. Resposta tumoral quimioterapia
    • Efeito paliativo (alvio de sintomas, sem efeito de aumento de sobrevida)
      • Linfoma no hodgkin
      • Leucemia linfoctica crnica
      • Leucemia granuloctica crnica
      • Carcinoma de prstata, endomtrio ou crvix uterino
      • Cncer de glndulas endcrinas
      • Tumores carcinides
  • 33. Resposta tumoral quimioterapia
    • Respostas ocasionais
      • Sarcomas
      • Tumores cerebrais
      • Carcinoma de pulmo
      • Carcinoma de cabea e pescoo, tireide, clon, reto e fgado
      • Carcinoma de bexiga
      • Melanoma maligno (pele e ndulos)
  • 34. Resposta tumoral quimioterapia
    • Sem resposta
      • Melanoma maligno (com envolvimento visceral)
      • Carcinoma de esfago
      • Carcinoma de pncreas
      • Hipernefroma
  • 35. Efeitos de um tratamento anti-neoplsico
    • Mudanas fsicas
    • Mudanas hormonais
    • Mudanas comportamentais No sou
    • Mudanas cognitivas mais o
    • Mudanas de personalidade mesmo
  • 36. Possveis respostas do paciente a um diagnstico de cncer
    • Choque/negao
    • Medo/regresso
    • Crenas mgicas e esperanas irreais
    • Barganha Agressividade
    • (distancia)
    • Decepo
    • (depresso) Reorientao
    • (redirecionamento)
  • 37. O diagnstico
    • Como dada e recebida a notcia?
    • Doena silenciosa: O descontrole do corpo;
    • Ningum pergunta sobre algo que ignora e que j no esteja em sua mente;
    • Usar a palavra cncer?
    • Trabalhar sentimentos da famlia;
    • Informao: limita e enquadra as fantasias destruidoras e terrorficas.
  • 38. O tratamento
    • Castigo (pensamentos mgicos);
    • Medo da morte; Punio; Culpas;
    • Medo externo (real) X medo interno (razes internas, prprias da histria de vida do sujeito);
    • O psiclogo deve reconhecer e permitir a expresso tais sentimentos; no recha-los e nem refor-los;
    • Como trabalhar o princpio da realidade?
    • Cuidado ao trabalhar o externo e o interno.
  • 39. Exemplo
    • Paciente com ca de ovrio, 46 anos, solteira, sem filhos;
    • Desconfiana desde 2007
    • 6 absorventes por dia
    • Dor a fez procurar mdico em POA
    • Para mim como se eu estivesse tratando uma gripe
    • Gripe mata, catapora mata, s o tratamento que diferente
  • 40. Exemplo
    • Radioterapia: 30 dias que eu finjo que estou de frias;
    • Posso morrer atropelada quando sair daqui
    • CONTROLE / ONIPOTNCIA
  • 41. A doena uma ferida narcsica
    • No existe representao da morte;
    • Inconscientemente, estamos convencidos de nossa imortalidade;
    • Confrontao real: para o paciente busca de crenas mgicas; para o profissional se estou como espectadora no sou eu.
  • 42. A Negativa (Freud)
    • O contedo de uma imagem ou idia reprimida pode abrir caminho at a conscincia, com a condio que seja negado. A negativa constitui um modo de tomar conhecimento do que est reprimido; (...) Podemos ver como, aqui, a funo intelectual est separada do processo afetivo (...) O resultado disso uma espcie de aceitao intelectual do reprimido, ao passo que simultaneamente persiste o que essencial represso. (A negativa, 1925)
  • 43. Intervenes voltadas para:
    • Adaptao doena e tratamento;
    • Perturbaes psicolgicas decorrentes da doena e seu tratamento;
    • Qualidade de vida durante o tratamento;
    • Questes ticas e psicolgicas no que se refere equipe assistencial;
    • Cuidados paliativos;
    • Ateno famlia como paciente;
    • Readaptao vida aps a cura.
  • 44. A questo imunolgica
    • Todos estamos, todos os dias, apresentando disfunes celulares potencialmente cancergenas;
    • O que faz um sistema imunolgico detectar ou no essa disfuno?
  • 45. Avaliao do paciente oncolgico
    • Investigar:
      • Histria da doena (como se iniciaram os sintomas, de que forma, como percebeu?)
      • O que ocorreu antes e logo depois do adoecimento?
      • O que estava acontecendo na vida do paciente no momento da descoberta?
      • Como evoluram os sintomas?
      • Doena est ego-distnica ou ego-sintnica?
  • 46. Fazer da queixa o ponto de partida...
    • Como o paciente fala de sua doena? Como se refere a ela?
    • Como descreve seus sintomas?
    • De que forma busca ajuda (caso o faa);
    • O que prioriza?
    • O que omite de seu quadro clnico (questo do sigilo/o que optou em no falar).
  • 47. Fazer da queixa o ponto de partida...
    • Sente medo? Do que? Como?
    • Como representa a morte?
    • Como a famlia representa a morte?
    • Crenas (esto relacionadas resilincia): f/espiritualidade/religiosidade;
    • Fantasias relativas ao morrer;
    • Representao familiar sobre o adoecimento: mitos, culpas, crenas.
  • 48. Desafios (texto Psicossomtica)
    • Pensamento operatrio
    • O paradoxo psicossomtico
    • Depresso essencial
  • 49. Pensamento Operatrio
    • Uma das grandes descobertas da Psicanlise
    • Pierre Marty, Michel de MUzan, Christian David e Michel Fain
    • Escola Psicossomtica de Paris
    • Pacientes com vida operatria na relao teraputica: impedimento de contra-transferncia, porque o objeto percebido apenas como o duplo do sujeito; o objeto no emite nada alm do duplo
  • 50. Caso 1 Texto
  • 51. Desafios (texto Psicossomtica)
    • Pensamento operatrio
    • O paradoxo psicossomtico
    • Depresso essencial
  • 52. Paradoxo Psicossomtico
    • Depois que adoeci, recuperei minha alegria
    • Se d no espao entre as instncias psquica e somtica do ser humano;
    • Dimenso masoquista est em jogo
    • Padro de funcionamento de auto-flagelo
  • 53. O problema econmico do masoquismo (Freud, 1924)
    • ...se o princpio do prazer domina os processos psquicos de tal modo que o alvo imediato o de evitar o desprazer e obter prazer, o masoquismo ento incompreensvel. Se a dor e o desprazer podem ser eles prprios alvos e no mais advertncias (sinais de alarme), o princpio do prazer est paralisado, o guardio de nossa vida psquica est como sob efeito de um narctico
  • 54. Patomasoquismo ou masoquismo da doena
    • Investimento masoquista do rgo doente e, portanto, um investimento psquico regressivo.
    • ANEL: Ciclo que parte da depresso essencial e que a ela retorna, a partir da somatizao, com um ganho psquico.
    • Para compreender esse ciclo dois termos so necessrios: ausncia de expressividade dolorosa e a regresso masoquista (patomasoquismo)
  • 55. Patomasoquismo ou masoquismo da doena
    • O ganho psquico obtido por este ciclo no uma aquisio definitiva e sua perenidade depende tanto de fatores internos e individuais quanto fatores humanos e psicoteraputicos
    • Ou seja, podemos intervir nesse processo.
  • 56.
  • 57.
  • 58. Desafios (texto Psicossomtica)
    • Pensamento operatrio
    • O paradoxo psicossomtico
    • Depresso essencial
  • 59. Depresso Essencial
    • Depresso sem expresso;
    • Sinais desprovidos de densidade;
    • Se revela muitas vezes atravs de um estado de tenso que os pacientes chamam de stress;
    • Mal estar vago mas persistente e anlogo aos estados de angstia difusa
    • Queixas corporais: o corpo se impondo, ao contrrio do psiquismo, como um objeto de expresso dolorosa
  • 60. Depresso Essencial
    • Depresso essencial tem a ver com negatividade (Andr Green);
    • Quando escutamos um paciente deprimido essencial ficamos sensveis ao seu estado atnico
    • A transmisso da atonia se opera, habitualmente, pela transferncia de algo sentido pelo paciente, ao psicanalista. O psicanalista se v, ento, tomado por alguma coisa de ordem afetiva, que precisamento o que est faltando ao paciente.
  • 61. Falta
    • No paciente neurtico nos faz pensar;
    • No paciente deprimido essencial (psicossomtico) no nos faz pensar;
    • A falta da neurose tem pensamento presente enquanto a falta da depresso essencial tem vazio.
  • 62. 2 categorias de negatividade
    • Uma de defesa dinmica, que mantm a funcionalidade dos objetos;
    • Outra mais radical, que age por supresso, tornando o funcionamento mental indisponvel;
    • Poderamos dizer de outro modo: num caso, algo existe mas est faltando, enquanto no outro, falta porque no existe
  • 63. Discurso do paciente
    • No aparece representao recalcada, clivada ou forcluda (sem simbolizao)
    • No disponibilidade de formaes intermedirias;
    • O acesso interpretao est barrado;
    • COMO DEVO FAZER?
  • 64. Como devo fazer?
    • Nos pacientes operatrios importante estimularmos ativamente o dilogo, para encontrar o paciente e retir-lo de seu retraimento;
    • Pierre Marty
    • Uma relao a ser aberta... e um limite a no ser ultrapassado
  • 65. Como devo fazer?
    • Permitir o esvaziamento por outras vias! SOMOS QUEM CONTM TODA ESSA DESCARGA
    • Michel de MUzan chamou os pacientes operatrios de escravos da quantidade, para sublinhar a obrigao de descarga qual esto sujeitos pela quantidade de excitao que os habita.
    • Suportar a relao (o paciente pela estabilidade e constncia e o terapeuta pela falta de reciprocidade e o primitivismo da transferncia)
  • 66. Como devo fazer?
    • M. Fain
    • nos doentes graves, o barulho de sua desorganizao somtica corre junto com o silncio do seu psiquismo
  • 67. Faixa de Moebius
  • 68. Faixa de Moebius
    • Descrita pelo matemtico August Ferdinand Moebius em 1861;
    • Superfcie sem borda, ou seja, um objeto no orientvel e unilateral;
    • No apresenta frente/verso, dentro/fora, em cima/em baixo;
    • nica superfcie contnua;
    • Representa unidade mente-corpo.
  • 69. Faixa de Moebius
    • Psicanlise: uso introduzido por Lacan - A partir da faixa, quis demonstrar a estrutura do sujeito, a relao entre demanda e desejo;
    • Em relao psicossomtica a faixa de Moebius possibilita representar, em uma superfcie, um processo contnuo, onde dentro e fora se encontram, onde avesso e direito se comunicam = corpo e mente.
  • 70. Faixa de Moebius
    • Os fenmenos psicossomticos, mais especificamente no caso do cncer, so o ponto de toro da faixa de Moebius;
    • O salto misterioso do psquico para o somtico (Freud, 1917) seria, provavelmente, o encontro dos lados, a toro;
    • Cuidado para no nos enredarmos somente na razo da toro ao invs de trabalharmos o impacto desta.
  • 71. A tcnica em Psico-Oncologia
  • 72. Psicoterapias breves
    • Interveno de crise
    • Psicoterapia comportamental
    • Psicoterapia de apoio
    • Terapia de manuteno
    • Falar do caso do medo de deixar em aberto, como fazer uma sesso encerrar em si mesma sem deixar angstia flutuante
  • 73. Abordagem psicossocial de carter breve
    • Controle do medo e da fantasia de recidiva;
    • Ajuste a mudanas na hierarquia familiar (ajuste de papis);
    • Moderar estados de afeto desagradveis;
    • Re-ligao com a vida;
    • Planejar o futuro;
    • Ajuste ao prognstico;
  • 74. Que geram...
    • Alvio de sintomas;
    • Crescimento;
    • Mudana;
    • Amadurecimento;
    • Manuteno;
  • 75. Objetivos da psicoterapia de apoio
    • Promover relacionamento de apoio com a equipe;
    • Reforar a fora do paciente (habilidades de enfrentamento e capacidade de usar o ambiente);
    • Reduzir o estresse;
    • Promover o mximo grau possvel de independncia da doena;
    • Estimular autonomia nas decises referentes ao tratamento (participao mais ativa);
  • 76. Como se molda a psicoterapia breve
    • Confiana e interesse;
    • Configurar um problema aceitvel pelo paciente;
    • Oportunidade imediata de ao conjunta;
    • Atmosfera de empatia, esperana e realidade;
    • Aliar-se a aspectos sadios e adaptativos do paciente;
  • 77. O caminho do processo teraputico
    • Ligao;
    • Trabalhar resistncias;
    • Transferncia;
    • Contratransferncia;
    • Mostrar progressos, mesmo quando pequenos;
  • 78. A primeira sesso
    • Ateno ao histrico da doena, mesmo que no incio o foco do paciente seja apenas na ronologia e nos sintomas;
    • Ir aos poucos mostrando que o que ns vamos ouvir ali de outra ordem
    • O que o paciente imagina em relao ao tratamento (o que est por vir)
  • 79. A primeira sesso
    • No excluir o familiar; usar a percepo do familiar
    • Cuidado com o desejo de ser agradvel
    • Propor continuidade, mostrar a necessidade e o que vai ser trabalhado
    • Estar PRESENTE
  • 80. Aps a primeira sesso
    • Focar na compreenso dinmica do paciente;
    • Costurar sesses conexes;
    • Progressivamente avanar nas hipteses;
    • Considerar sesses familiares
  • 81. Aps a primeira sesso
    • Aprofundar a compreenso da problemtica do paciente;
    • Revisar com o paciente o estado emocional atual e de todo o processo de tratamento;
    • Encerrar com relacionamento positivo: Acompanhamento (follow-up), por telefone, carta, etc.
  • 82. O que no fazer!
    • Evitar sentimentos intensos;
    • Violar fronteiras;
    • Aconselhar demais;
  • 83. O que no fazer!
    • Falar mais do que o prprio paciente;
    • Minimizar suas contribuies;
    • Evitar conflito;
  • 84. O que no fazer!
    • Esquecer o por qu da consulta;
    • Culpar o paciente;
    • Adotar o paciente;
  • 85. O poder de uma sesso
    • Como mobilizar sentimentos sem ter certeza da continuidade?
    • Necessidade de deixar o mnimo possvel de questes em aberto;
    • Fazer cada sesso ter um objetivo que seja atendido, nem que seja apenas o alvio
    • Reforar defesas saudveis ao final
    • Jamais mobilizar questes novas perto do final do encontro
  • 86. Algumas questes...
    • A sensao recorrente de estar vivendo com a espada sobre a cabea;
    • Psicologismo excessivo: Fantasias em relao ao surgimento da doena, por ser de origem desconhecida;
    • Avaliar resilincia/capacidade de coping
    • Passividade do paciente diante de seu corpo: O quanto tenta controlar o que lhe vivel (dia da consulta, horrio de QT); se isso no compreendido pode gerar raiva;
  • 87. Algumas questes...
    • A importncia dos mecanismos de defesa (proteo contra o trauma);
    • Trabalhar no sentido da possibilidade de ressignificao da vida: Mudana;
    • Os pacientes passam pela experincia, ns de certa maneira permanecemos: o que geramos de transformao em nossas prprias vidas?
  • 88. CASOS
  • 89. Fatores que dificultam a comunicao
    • Comunicao fecha ostra (Costa e Lopez)
    • Perguntas fechadas que impliquem em uma resposta desejada: Voc se sente melhor, no mesmo?
    • Impor, dizer s pessoas o que devem fazer. A imposio gera atitudes contrrias s que so propostas: Coma, isso vai te fazer sentir melhor... no me diga isso!...Saia para passear!
  • 90. Fatores que dificultam a comunicao
    • Perguntas mltiplas as quais o paciente no vai saber qual responder
    • Dizer que no h motivo para preocupar-se quando o paciente est preocupado.
    • Ameaar: Levante-se agora mesmo, ou vou chamar a enfermeira!
  • 91. Fatores que dificultam a comunicao
    • Aconselhar demais como: deve, tem que, no deve fazer assim, no fique assim
    • Desviar o foco de ateno somente para o fsico:
    • - Terapeuta: Como voc est?
    • - Paciente: o tratamento est muito difcil. No sei se meu corpo aguentar.
    • - Profissional: mas voc respira melhor desde que o tratamento comeou?
  • 92. Fatores que dificultam a comunicao
    • Dar solues, tentar resolver os problemas dos outros; ao invs de ajuda-los a encontrar a soluo que considerem mais oportuna a si mesmos.
  • 93. Fatores que facilitam a comunicao
    • Realizar perguntas abertas e dirigidas: Como est seu nimo hoje?;
    • Identificar do modo mais especfico possvel as preocupaes, necessidades e temores;
    • Motivar o paciente a se comunicar: Bem...continue, estou te entendendo
  • 94. Fatores que facilitam a comunicao
    • Perguntar sem dar nada por entendido: O que entendes por neoplasia? Sabes o que um catter?
    • Escutar os sentimentos e dar mostras de que se entendem e se aceitam
    • Explorar outros problemas: Alm desse problema, tens outras preocupaes?
  • 95. Fatores que facilitam a comunicao
    • Identificar atribuies: A que voc atribui seu mal-estar? O que acredita que lhe ajudaria nesses momentos?
    • Pedir opinio: Voc acha que podemos falar do resultado de sua bipsia agora?
    • Devolver percepes: Parece que est sendo muito difcil para voc; me d a impresso de que voc se sente...
  • 96. Fatores que facilitam a comunicao
    • Resumir devolvendo ao paciente o que foi compreendido: Se eu entendi bem o que lhe preocupa mais nesse momento...
    • Procurar congruncia entre comunicao verbal e no verbal. A comunicao no verbal de grande importncia principalmente queles enfermos que apresentam dificuldade em estabelecer a comunicao verbal;
  • 97. Casos
    • Paciente silencioso;
    • Paciente s sintomas;
    • Paciente muito bem;
    • Paciente melanclico;
    • Familiares invasivos;