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Geo-história de Goiás – Teoria e Exercícios – TJ-GO Aula 00 – Atualidades Econômicas do Brasil Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 1 Olá futuro Analista Judiciário do TJ-GO, É com imenso prazer que nos encontramos no PONTO DOS CONCURSOS para esta jornada em busca de um excelente resultado na disciplina de GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS, do concurso do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS. O concurso é para o cargo de ANALISTA JUDICIÁRIO e oferece 474 vagas para contratação imediata. A remuneração inicial é muito boa, podendo chegar a R$ 3.437,20. É um excelente número de vagas, assim, caro aluno, umas das vagas será sua! Antes de dizer como será o seu curso, vou me apresentar. Sou Leandro Signori, gaúcho de Lajeado. Ingressei no serviço público com 21 anos e já trabalhei nas três esferas da administração pública – municipal, estadual e federal - o que tem sido de grande valia para a minha formação profissional – servidor e docente. Nas Prefeituras de Porto Alegre e São Leopoldo desenvolvi minhas atividades nas respectivas secretarias municipais de meio ambiente; na administração estadual, fui servidor da Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN), estatal do governo do Rio Grande do Sul. Fui também, durante muitos anos, servidor público federal, como geógrafo no Ministério da Integração Nacional, onde trabalhei com planejamento e desenvolvimento territorial e regional. Graduei-me em Geografia – Licenciatura - pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e – Bacharel - pelo UNICEUB em Brasília. A oportunidade de exercer a docência e poder alcançar o conhecimento necessário para a aprovação dos meus alunos me inspira diariamente e me traz grande satisfação. Como professor em cursos preparatórios on line e presencial Aula 00 – Atualidades Econômicas do Brasil

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Historia de Goias - exericios

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    Ol futuro Analista Judicirio do TJ-GO,

    com imenso prazer que nos encontramos no PONTO DOS

    CONCURSOS para esta jornada em busca de um excelente resultado na

    disciplina de GEO-HISTRIA DE GOIS, do concurso do TRIBUNAL DE

    JUSTIA DO ESTADO DE GOIS.

    O concurso para o cargo de ANALISTA JUDICIRIO e oferece 474

    vagas para contratao imediata. A remunerao inicial muito boa, podendo

    chegar a R$ 3.437,20. um excelente nmero de vagas, assim, caro aluno,

    umas das vagas ser sua!

    Antes de dizer como ser o seu curso, vou me apresentar.

    Sou Leandro Signori, gacho de Lajeado. Ingressei no servio pblico

    com 21 anos e j trabalhei nas trs esferas da administrao pblica

    municipal, estadual e federal - o que tem sido de grande valia para a minha

    formao profissional servidor e docente. Nas Prefeituras de Porto Alegre e

    So Leopoldo desenvolvi minhas atividades nas respectivas secretarias

    municipais de meio ambiente; na administrao estadual, fui servidor da

    Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN), estatal do governo do Rio

    Grande do Sul.

    Fui tambm, durante muitos anos, servidor pblico federal, como

    gegrafo no Ministrio da Integrao Nacional, onde trabalhei com

    planejamento e desenvolvimento territorial e regional.

    Graduei-me em Geografia Licenciatura - pela Universidade Federal do

    Rio Grande do Sul (UFRGS) e Bacharel - pelo UNICEUB em Braslia. A

    oportunidade de exercer a docncia e poder alcanar o conhecimento

    necessrio para a aprovao dos meus alunos me inspira diariamente e me traz

    grande satisfao. Como professor em cursos preparatrios on line e presencial

    Aula 00 Atualidades Econmicas do Brasil

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    ministro as disciplinas de Atualidades, Conhecimentos Gerais, Realidade

    Brasileira, Geografia, Direito Ambiental e Meio Ambiente.

    OK, professor, e como ser o nosso curso?

    Ser um curso completo de teoria e exerccios no qual vamos contemplar

    os seguintes contedos constantes do edital regulador:

    Formao econmica de Gois: a minerao no sculo XVIII, a

    agropecuria nos sculos XIX e XX, a estrada de ferro e a modernizao da

    economia goiana, as transformaes econmicas com a construo de Goinia e

    Braslia, industrializao, infraestrutura e planejamento. Modernizao da

    agricultura e urbanizao do territrio goiano. Populao goiana: povoamento,

    movimentos migratrios e densidade demogrfica. Economia goiana:

    industrializao e infraestrutura de transportes e comunicao. As regies

    goianas e as desigualdades regionais Aspectos fsicos do territrio goiano:

    vegetao, hidrografia, clima e relevo. Aspectos da histria poltica de Gois: a

    independncia em Gois, o Coronelismo na Repblica Velha, as oligarquias, a

    Revoluo de 1930, a administrao poltica de 1930 at os dias atuais.

    Aspectos da Histria Social de Gois: o povoamento branco, os grupos

    indgenas, a escravido e cultura negra, os movimentos sociais no campo e a

    cultura popular. Aspectos histricos e urbansticos de Goinia. Atualidades

    econmicas, polticas e sociais do Brasil, especialmente do Estado de Gois.

    industrializao, infraestrutura e planejamento. Modernizao da agricultura e

    urbanizao do territrio goiano. Populao goiana: povoamento, movimentos

    migratrios e densidade demogrfica. Economia goiana: industrializao e

    infraestrutura de transportes e comunicao. As regies goianas e as

    desigualdades regionais Aspectos fsicos do territrio goiano: vegetao,

    hidrografia, clima e relevo. Aspectos da histria poltica de Gois: a

    independncia em Gois, o Coronelismo na Repblica Velha, as oligarquias, a

    Revoluo de 1930, a administrao poltica de 1930 at os dias atuais.

    Aspectos da Histria Social de Gois: o povoamento branco, os grupos

    indgenas, a escravido e cultura negra, os movimentos sociais no campo e a

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    cultura popular. Aspectos histricos e urbansticos de Goinia. Atualidades

    econmicas, polticas e sociais do Brasil, especialmente do Estado de Gois.

    Fique bem tranqilo se voc no conhece ou conhece pouco os contedos

    relacionados nos tpicos. A sistemtica do curso, a estrutura de distribuio dos

    contedos e as questes comentadas faro com que, ao final das aulas, voc

    esteja preparado para um timo desempenho na disciplina ao fazer a prova.

    Ao todo sero seis aulas, incluindo esta aula demonstrativa, cuja

    estrutura a seguinte:

    Aula Contedo Programtico

    00 Atualidades econmicas do Brasil

    01 Atualidades polticas do Brasil

    02 Atualidades sociais do Brasil

    03

    ASPECTOS FSICOS DO TERRITRIO GOIANO: vegetao,

    hidrografia, clima e relevo. FORMAO ECONMICA DE

    GOIS: a minerao no sculo XVIII, a agropecuria nos

    sculos XIX e XX, a estrada de ferro e a modernizao da

    economia goiana, as transformaes econmicas com a

    construo de Goinia e Braslia, industrializao, infraestrutura

    e planejamento. Modernizao da agricultura e urbanizao do

    territrio goiano.

    04

    POPULAO E ECONOMIA GOIANA: povoamento,

    movimentos migratrios e densidade demogrfica.

    Industrializao e infraestrutura de transportes e comunicao.

    As regies goianas e as desigualdades regionais. Atualidades

    econmicas de Gois.

    05

    ASPECTOS DA HISTRIA POLTICA E SOCIAL DE GOIS: a

    independncia em Gois, o Coronelismo na Repblica Velha, as

    oligarquias, a Revoluo de 1930, a administrao poltica de

    1930 at os dias atuais. O povoamento branco, os grupos

    indgenas, a escravido e cultura negra, os movimentos sociais

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    no campo e a cultura popular. Aspectos histricos e urbansticos

    de Goinia. Atualidades polticas e sociais do Estado de Gois.

    A distribuio das aulas, neste formato, visa otimizar a diversidade dos

    contedos e sua interconexo em grandes temas. Nos meus cursos tenho por

    hbito incluir muitas questes, assim, at final deste curso, vou disponibilizar

    mais de 300 questes comentadas, de diversas bancas.

    Em cada aula, no desenvolvimento da teoria, estou inserindo questes

    logo aps os assuntos explanados, para que voc veja como a nossa disciplina

    cobrada pelas bancas. Elas tambm sero relacionadas no final de cada

    apostila, de modo que voc poder resolv-las antes de iniciar a leitura da

    teoria.

    Na parte terica seremos objetivos, todavia, sem deixar de fora nenhum

    contedo e sem esquecer dos detalhes cobrados pelas bancas. Vamos ver as

    pegadinhas e as cascas de banana que so colocadas para escorregarmos na

    questo. Tambm vou usar vrias figuras, tabelas, grficos e mapas de forma a

    sintetizar e esquematizar o contedo. Grave bem eles.

    Ao final de cada aula voc contar com um completo resumo, o

    Memorex. Por fim, quero lhe dizer que as nossas apostilas so grandes, mas

    no se preocupe, no h contedo em excesso. A grande maioria das pginas

    so de exerccios. Exemplo: Nesta aula demonstrativa temos 87 exerccios

    comentados.

    Muitos candidatos pensam que Atualidades e Geo-histria de Gois so

    disciplinas fceis, que s ler um bom jornal, assistir o noticirio das televises

    e ler o que encontram na internet sobre histria e geografia de Gois. Ledo

    engano; na hora da prova acabam sabendo que no bem assim. Por isto, ao

    adquirir este curso voc j sair na frente da concorrncia.

    A organizadora do certame ser a FGV, banca de abrangncia nacional e

    nossa velha conhecida. O nvel das questes da FGV alto, com assertivas

    extensas, bem elaboradas, contextualizadas e pouco pontuais. Por outro lado,

    o nvel dos candidatos tambm est muito elevado, de modo que todas as

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    disciplinas so importantes. Geo-histria pode fazer a diferena! Se voc

    gabaritar a disciplina e acertar todas as questes, conquistar preciosos pontos

    em relao concorrncia.

    E eu estou aqui para lhe preparar para gabaritar a disciplina de

    Atualidades. Sim, disso que estamos falando. Voc quer e voc pode gabaritar

    a disciplina.

    Como professor fao uma permanente anlise do que as bancas esto

    cobrando. Assim, preparo um curso abrangente, mas cirrgico, com os

    contedos que realmente caem e com os que tm probabilidade de cair.

    Sem mais delongas, vamos aos estudos, porque o nosso objetivo que

    voc tenha um excelente desempenho na disciplina de Geo-histria de Gois.

    Para isso, alm de estudar, voc no pode ficar com nenhuma dvida.

    Portanto, no as deixe para depois. Surgindo a dvida, no hesite em contatar-

    me no nosso Frum.

    Estou aqui neste curso, muito motivado, caminhando junto com voc,

    procurando passar o melhor conhecimento para a sua aprendizagem e sempre

    disposio no Frum de Dvidas.

    timos estudos e fiquem com Deus!

    Namast!

    Forte Abrao.

    Professor Leandro Signori

    [email protected]

    Tudo posso naquele que me fortalece.

    (Filipenses 4:13)

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    Sumrio

    1. O Brasil no contexto da crise econmica mundial

    2. Economia brasileira busca recuperao

    3. Inflao alta

    4. Alta dos juros

    5. O problema da taxa de cmbio

    6. Trabalho, emprego e renda

    7. Balana comercial brasileira

    7.1 A China torna-se o principal parceiro comercial do Brasil

    8. Desconcentrao industrial

    9. A indstria patina...

    10. ... E o agronegcio cresce

    11. O gargalo da infraestrutura

    10.1 Matriz de transporte

    12. Energia

    11.1Eletricidade

    11.2 lcool combustvel

    11.3 Petrleo

    11.3.1 Retomada dos leiles de petrleo

    11.3.2 Definida a distribuio dos royalties

    13. Brasil stima maior economia do mundo

    13. Memorex

    14. Questes comentadas

    15. Questes propostas

    16. Questes comentadas na parte terica

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    1. O Brasil no contexto da crise econmica mundial

    Quando estourou a atual crise econmica mundial em 2008, o ex-

    presidente Lula disse que o Brasil estava preparado para enfrentar a crise e que

    ela no atingiria profundamente o pas. Disse mais, falou que por estas terras a

    crise no passaria de uma marolinha. Com o tempo, ficou demonstrado que o

    Brasil estava mesmo melhor preparado, mas tambm ficou demonstrado no

    ter sido uma marola que passou pelo Brasil. Muito pelo contrrio, o pas foi

    duramente atingido pela crise e sente os seus efeitos at hoje.

    Posteriormente, j com o Brasil atingido pela crise e com os pases

    lutando para sair da dela, o governo brasileiro anuncia e festeja o fato de o pas

    ser o ltimo a entrar na crise econmica e o primeiro a sair dela. verdade, o

    Brasil no demorou para sair da crise, mas como disse, sente os seus efeitos

    at os dias atuais.

    S para lembrar, a crise de que estamos falando o grande abalo

    econmico-financeiro mundial que ocorreu com a quebra de diversos bancos e

    empresas financeiras do norte, a partir de setembro de 2008. Naquele ano

    houve uma forte queda no preo dos imveis nos Estados Unidos, que subiram

    bastante no perodo anterior, devido enorme ampliao do crdito. Milhares

    de famlias no conseguiram mais pagar as prestaes da casa prpria, e

    importantes empresas e bancos financiadores chegaram beira da falncia,

    pois no havia a quem vender os imveis.

    Como a economia globalizada, a crise atingiu a Europa e contaminou o

    mercado mundial. Trilhes de dlares desapareceram dos mercados globais,

    houve reduo brusca no crdito, perda de confiana no sistema e, finalmente,

    reduo na atividade econmica global.

    Vamos ver como a economia brasileira se comportou desde a ecloso da

    crise, at o presente.

    O PIB brasileiro vinha numa trajetria de crescimento contnuo, cresceu

    3,2% em 2005; 4,0% em 2006 e 6,1% em 2007. Antes do estouro da crise

    estimava-se que cresceria em torno de 7% em 2008. Naquele ano, mesmo com

    a ecloso da crise o PIB cresceu 5,2%. J em 2009 houve uma retrao de -

    0,3%.

    Para enfrentar a crise o governo brasileiro adotou uma srie de medidas

    de estimulo ao consumo interno, tais como o corte seletivo de impostos, maior

    oferta de crdito, programas de apoio e de estmulo economia e reduo das

    taxas de juros. A receita deu certo em 2010, ano em que o PIB cresceu 7,5%.

    Porm, em 2011, a atividade econmica no pas entrou em marcha lenta

    novamente, com o PIB crescendo 2,7% e despencando para 0,9% em 2012.

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    Desta forma, conclui-se que o principal impacto da crise no Brasil foi a

    desacelerao da atividade econmica, refletida no fraco crescimento do PIB,

    conforme acabamos de demonstrar. Mas diferentemente do ocorrido em outros

    pases, no Brasil, a crise no provocou problemas relevantes nas finanas

    pblicas, no abalou o sistema financeiro do pas e no gerou crise cambial.

    Hora de comear a praticar!

    1) (VUNESP/TJ-SP/2012 - Assistente Social Judicirio/Psiclogo

    Judicirio) Entre as medidas adotadas pelo governo brasileiro para

    enfrentar a crise econmica que vem atingindo a Europa e os Estados

    Unidos, encontra-se

    a) a reduo das alquotas do Imposto de Renda para Pessoa Jurdica.

    b) o aumento da carga tributria, para recuperar a situao financeira

    do governo.

    c) a liberao do saque do FGTS, de forma a injetar mais recursos na

    economia.

    d) a reduo do Imposto sobre Produtos Industrializados para carros.

    e) o aumento da taxa de juros, de forma a garantir a rentabilidade dos

    bancos.

    COMENTRIOS:

    Desde a crise econmica de 2008, o Governo Federal vem adotando

    medidas para estimular o crescimento econmico. So medidas de reduo de

    IOF nos financiamentos, reduo do IPI dos veculos, aumento de prazos de

    financiamentos, corte de juros, desoneraes tributrias para empresas,

    expanso da oferta de crdito e utilizao dos bancos pblicos para baixar os

    spreads bancrios.

    Gabarito: D

    2. Economia brasileira busca recuperao

    A economia brasileira cresceu 2,3% em 2013, num desempenho

    bem melhor do que o 0,9% registrado em 2012. O setor com maior

    participao na composio da riqueza nacional foi o de servios, que avanou

    2,0%, representando 69,4% do PIB. O PIB da agropecuria cresceu 7,0% e

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    representa 5,7% do PIB, enquanto a indstria cresceu 1,3%, representando

    24,9% do PIB Nacional.

    Esse resultado causou surpresa por fechar um trinio de pouca expanso

    econmica: o PIB teve crescimento de 2,7% em 2011 e 0,9% em 2012. O PIB

    do Brasil ficou, porm, abaixo do crescimento mundial de 2013,

    estimado em 2,9% pelo Fundo Monetrio Internacional.

    PIB brasileiro reage em 2013, mas desempenho continua abaixo do mundial

    Note a ligao entre a economia brasileira e a mundial: h diferenas, mas o comportamento geral semelhante. Quando eclode a crise em 2008, ela derruba o PIB global de 2009, e o Brasil acompanha. O desempenho geral do pas, de 2007 a 2010,

    melhor. Depois, ficou abaixo

    Fonte: Revista Atualidades IBGE e Banco Mundial

    O PIB a soma de tudo o que a economia produz durante um ano. Em

    2013, ele somou 4,84 trilhes de reais. Para seu clculo, a economia

    acompanhada e mensurada em trs reas: agricultura, indstria e servios.

    Este ltimo segmento atualmente o maior, com 69,4% de participao no

    PIB, e inclui a atividade dos bancos, o comrcio, os transportes e as

    telecomunicaes.

    A participao da indstria perdeu peso na conta. Em 2013, o setor foi

    responsvel por 24,9% do PIB, abaixo dos 26% de 2012. O que motivou o fraco

    desempenho da indstria brasileira foi, entre outras coisas, o recuo na indstria

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    extrativa, principalmente por causa da reduo na extrao de minrios. A

    manuteno de plataformas de petrleo tambm emperrou a produo.

    As transaes comerciais internacionais contriburam negativamente para

    o PIB e tiraram 0,9 ponto percentual. As importaes aumentaram em 8,4%,

    sobretudo pela alta demanda de petrleo e gs natural vindos de fora. Na

    contramo, as exportaes cresceram s 2,5%, mesmo impulsionadas pela

    venda de produtos agrcolas.

    O consumo das famlias cresceu 2,3%, registrando a taxa mais baixa em

    uma dcada. Apesar de positivo, o dado preocupante, uma vez que ele era

    um importante impulsionador da economia nos ltimos anos. O consumo

    crescente registrado nos ltimos anos se deu, principalmente, pela reduo do

    Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), medida adotada pelo governo

    visando justamente o aquecimento da economia.

    3. Inflao alta

    O Brasil adota o regime de metas anuais de inflao, estabelecida pelo

    Banco Central, que para persegui-la, adota vrias polticas, entre as quais o

    controle da taxa bsica de juros. A meta oficial dos ltimos anos tem sido de

    4,5% ao ano, podendo variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo

    de 2,5% a 6,5%.

    Em 2010, pela primeira vez - desde que o Banco Central passou a

    trabalhar com o regime de metas de inflao - a taxa ultrapassou o centro da

    meta fixada de 4,5% ao ano, chegando a 5,92% naquele ano. Em 2013, a

    inflao, medida pelo ndice de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de

    5,91%. Este longo perodo de alta gera um temor de que quanto mais tempo a

    inflao permanecer num patamar relativamente alto, mais resista aos

    remdios para control-la.

    O aumento do consumo uma das explicaes para a alta da inflao.

    Esse aumento foi estimulado pelo governo federal, que, para combater uma

    possvel recesso econmica na esteira da crise mundial de 2008, ampliou o

    crdito e reduziu temporariamente os impostos sobre vrios produtos. Em

    2013, diante do cenrio de alta da inflao, o governo lanou mo de um

    mecanismo para tentar cont-la: o aumento da taxa bsica de juros da

    economia, a chamada taxa Selic.

    Como o preo dos alimentos vem pressionando a inflao, outra

    providncia do governo foi cortar os impostos dos produtos da cesta bsica,

    buscando reduzir seu custo. O governo tambm tem controlado os preos

    administrados, pressionando algumas capitais para no aumentar as tarifas do

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    transporte coletivo, impede a Petrobrs de reajustar o preo da gasolina e do

    diesel aos valores que importa do mercado internacional e forou a reduo das

    contas de luz.

    A inflao recente

    As taxas anuais do IPCA, em % acumuladas no perodo de 2006 a 2013.

    Inflao a elevao dos preos de produtos e servios, que resulta na

    diminuio do valor de compra do dinheiro. A inflao sempre existiu, mesmo

    com ndices muito pequenos. Quando o indicador negativo, chama-se

    deflao.

    Uma inflao elevada e contnua desorganiza a economia ao alterar o

    valor do dinheiro, elemento central do sistema econmico. A inflao atinge

    mais duramente quem no possui formas fceis para corrigir seus ganhos,

    como os assalariados.

    A principal causa para a inflao a chamada demanda, que significa a

    procura por bens e servios. Por exemplo, se muita gente quer comprar um

    artigo e no tem para todos, o preo aumenta. a lei da oferta e da procura.

    o que ocorre com frutas e legumes fora da estao (na entressafra).

    O tormento da inflao incomodou durante muito tempo a vida nacional.

    O Brasil viveu uma situao de inflao em alta no decorrer da dcada de 1980,

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    at desaguar numa hiperinflao acima de 900% ao ano a partir de 1988.

    Isso significa que os preos estavam se multiplicando mais de dez vezes a cada

    perodo de 12 meses.

    Cinco planos econmicos foram tentados no decurso de oito anos. No

    mesmo perodo, o Brasil trocou cinco vezes de moeda, j que as cdulas

    perdiam o valor muito rapidamente. A inflao chegou a 2.477% em 1993, o

    que significa que os preos multiplicaram-se por 25 durante aquele ano. O

    Plano Real, em julho de 1994, derrubou a taxa de inflao. Desde ento, sua

    variao acontece em patamares reduzidos.

    4. Alta dos juros

    Os juros so o dinheiro a mais que uma pessoa ou empresa paga ao

    sistema bancrio ao devolver um emprstimo, alm do valor original corrigido

    pela inflao. Eles podem ser considerados uma remunerao pelo fato de que

    quem empresta corre o risco de o dinheiro no ser devolvido.

    O governo tem uma relao estreita com os juros, pois o maior agente

    econmico do pas. Ele empresta dinheiro aos bancos para as suas

    necessidades dirias e cobra por isso: essa taxa de juros bsica se chama taxa

    Selic. Como esse emprstimo por 24 horas seguro, serve de referncia para a

    economia. Os juros que os bancos cobram dos clientes para emprstimos,

    cheque especial e carto de crdito so muito mais elevados que a taxa Selic.

    Como a taxa de juros define o custo do dinheiro, os governos a utilizam

    para controlar a inflao: quanto mais alta a taxa de juros, mais caros ficam os

    emprstimos, o que funciona como um freio nas atividades produtivas (pois o

    credirio fica caro para o consumidor, e o financiamento, para o produtor). Se

    h menos compras (demanda, na linguagem econmica), os preos no

    sobem, e a inflao fica baixa.

    Quando a prioridade do governo estimular a atividade econmica, uma

    das medidas baixar os juros. Foi o que fez o Banco Central ao perceber que a

    economia estava desacelerando. Em setembro de 2011 comeou a baixar a

    taxa de juros, que chegou ao seu menor nvel - 7,25% ao ano - em outubro de

    2012. No entanto, a presso inflacionria verificada no incio de 2013 levou o

    Banco Central a elevar a Selic a partir de abril de 2013. Em julho deste ano, a

    taxa estava em 11,00% ao ano, nvel superior aos 10,75% do incio do

    Governo da presidenta Dilma Rousseff.

    2) (VUNESP/TJ SP/2013 Escrevente Tcnico Judicirio) O Comit de

    Poltica Monetria (Copom) do Banco Central informou, em ata

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    13

    divulgada na quinta-feira (25 de abril de 2013), que a deciso da

    semana passada de elevar a taxa de juros, de 7,25% para 7,50% ao

    ano, deve-se necessidade de neutralizar risco de disparada da

    inflao no pas, principalmente em 2014.

    (G1, 25.04.13)

    A alta dos juros promovida pelo Banco Central tem como objetivo

    neutralizar risco de disparada da inflao. Um efeito colateral da

    medida, no entanto, pode ser

    a) a diminuio da entrada de capital estrangeiro.

    b) o aumento da expectativa de inflao a longo prazo.

    c) a queda contnua da bolsa de valores.

    d) o aumento crescente do risco pas.

    e) a reduo do crescimento econmico.

    COMENTRIOS:

    O Banco Central do Brasil adota a poltica de metas de inflao. A meta

    oficial dos ltimos anos de 4,5% ao ano, podendo variar dois pontos para

    cima ou para baixo de 2,5% a 6,5%. Desde 2010, a taxa de inflao

    ultrapassa a meta fixada pelo banco.

    Em 2012 a inflao acumulada no ano, medida pelo IBGE, por meio do

    ndice de Preos ao Consumidor (IPCA) chegou a 5,84%. Em 2013, diante da

    persistncia da taxa e do cenrio de alta da inflao, para tentar cont-la, o

    governo lanou mo do mecanismo de aumento da taxa bsica de juros da

    economia, a chamada taxa Selic.

    A elevao da Selic visa diminuir os pedidos de crdito e refrear os

    investimentos e o consumo da populao. A taxa mais alta encarece as

    prestaes das compras feitas a prazo e tem como efeito colateral a reduo

    do crescimento econmico.

    Gabarito: E

    5. O problema da taxa de cmbio

    A taxa de cmbio o valor pelo qual a nossa moeda trocada por

    moedas estrangeiras, principalmente pelo dlar, que a referncia no mercado

    mundial. O comrcio exterior diretamente afetado pela taxa de cmbio.

    Se o real vale pouco, nossas mercadorias so exportadas por valor menor

    (o que as torna atraentes). Isso ajuda o setor exportador, mas importar fica

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    14

    mais caro. Quando o real se valoriza, nossos produtos ficam caros l fora, mas

    mais barato importar. Facilitar as importaes ajuda a derrubar a inflao,

    pois amplia a oferta de mercadorias externas a preo baixo.

    O ano de 2013 foi marcado pela desvalorizao do cmbio, ou seja, por

    constantes altas do dlar em relao ao real, com a moeda norte-

    americana subindo mais de 15% em relao brasileira. A alta um reflexo do

    possvel corte de estmulos do FED (Federal Reserve, banco central dos EUA)

    economia estadunidense, o que reduziria a quantidade de dlares no mercado,

    e do possvel aumento de juros nos EUA, que serviriam para atrair os

    investidores internacionais.

    3) (CESPE/FUB/2013 Assistente em Administrao) Cinco anos a

    crise estourar, e com o fim dos estmulos economia dos estados

    Unidos da Amrica (EUA), economistas alertam que, hoje, os mais

    vulnerveis s turbulncias econmicas so os pases emergentes. Por

    outro lado, novos documentos divulgados pela TV revelam que a

    Agncia de Segurana nacional dos EUA usou se aparato para levantar

    informaes sobre a PETROBRS.

    (O Globo, 9/9/13)

    Tendo o texto acima como referencial inicial e considerando a

    amplitude do tema que ele aborda, julgue os prximos itens.

    No Brasil, atualmente, a estabilidade cambial, determinada e conduzida

    pelo Banco Central, faz que o dlar norte-americano tenha o mesmo

    valor que o real e assegura preos baixos para os produtos importados.

    COMENTRIOS:

    Atualmente o dlar norte-americano no tem o mesmo valor que o real. O

    Brasil adota o regime de cmbio flutuante, ou seja, a cotao do real definida

    por fatores de mercado, no tendo o seu preo fixado pelo governo. O dlar

    esta caro, o que eleva o preo dos produtos importados.

    Gabarito: Errado

    Os 20 anos do Plano Real

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    15

    Em 1 de julho de 1994, entrava em vigor o Real, moeda que ps fim

    hiperinflao que assolou a populao brasileira nos 15 anos anteriores. Apenas

    no primeiro semestre daquele ano, a inflao totalizou 757%, mdia de 43% ao

    ms de acordo com o ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA).

    Nos seis meses seguintes, o ndice desabou para 18,6%, mdia de 2,9% ao

    ms.

    O Governo Federal criou a Unidade Real de Valor (URV). Cada real

    equivalia a uma URV, que, por sua vez, valia 2.750 cruzeiros reais, moeda em

    vigor at o dia anterior. Definida como uma quase-moeda, a URV funcionava

    como uma unidade de troca, que alinhava os preos seguidos de vrios zeros

    em cruzeiros reais a uma mdia de ndices de inflao da poca.

    Em vigor por quatro meses, de maro a junho de 1994, a URV, na prtica,

    promoveu a dolarizao da economia sem, de fato, abrir mo da moeda

    nacional. Como cada URV valia um dlar, o real iniciou sua trajetria tambm

    cotado a um dlar. O mecanismo uniformizou todos os reajustes de preos, de

    cmbio e dos salrios de maneira desvinculada da moeda vigente, o cruzeiro

    real, sem a necessidade de congelamentos e de tabelamentos, como nos planos

    econmicos anteriores.

    O Plano Real, na verdade, comeou a ser pavimentado um ano antes. Em

    agosto de 1993, o ento ministro da Fazenda do governo do presidente Itamar

    Franco, Fernando Henrique Cardoso, comunicou o corte de trs zeros no

    cruzeiro e o lanamento do cruzeiro real. Naquela ocasio, j estava acertada a

    criao do real, embora os detalhes do plano s tenham sido anunciados em

    maro do ano seguinte, quando passou a vigorar a URV.

    O plano foi implementado em duas fases para permitir, sem

    congelamento de preos, a transio entre o cruzeiro real e o real. A URV

    uniformizou todos os reajustes de preos, de cmbio e dos salrios de maneira

    desvinculada da moeda vigente, o Cruzeiro Real (CR$). A cada dia, o Banco

    Central fixava uma taxa de converso da URV em CR$, com base na mdia de

    trs ndices dirios de inflao os bens e servios continuavam a ser pagos

    em CR$, mas passaram a ter referncia numa unidade de valor estvel.

    O lanamento do real, em 1 de julho de 1994, deu incio segunda fase

    do plano. A converso e os clculos baseados na URV saram de cena para a

    entrada do real. A partir de ento, os juros altos e o dlar barato, com

    cmbio praticamente fixo, passaram a ser os principais instrumentos do

    governo para controlar a inflao. Em 1999, aps a crise da Rssia, o

    governo adotou modelo em trs pilares em vigor at hoje: supervit primrio

    (esforo fiscal), cmbio livre e metas de inflao.

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    16

    6. Trabalho, emprego e renda

    O Brasil um dos pases mais desiguais do mundo. Entretanto, nos

    ltimos anos, o Brasil tem conseguido avanar no combate pobreza e na

    melhoria da distribuio de renda. De 1994 a 2010, o nmero de pessoas

    pobres no pas diminuiu 67%, de acordo com a Fundao Getulio Vargas (FGV),

    e atualmente o governo prioriza o combate pobreza extrema. Porm, o Brasil

    continua com boa parte de sua renda muito concentrada nas mos de uma

    pequena minoria.

    A concentrao de riqueza no pas uma caracterstica muito forte e

    antiga em nossa sociedade. Assim, mesmo com essa evoluo recente, os

    indicadores de distribuio de renda ainda so insatisfatrios. Conforme um

    estudo divulgado pelo IBGE, relativo a 2009, os 10% de brasileiros mais ricos

    detm 43% de toda a renda nacional, enquanto os 10% mais pobres detm

    apenas 1% da renda.

    Para medir a concentrao de renda em nveis mundiais, o padro

    adotado internacionalmente o ndice de Gini, cujo valor varia de zero (a

    igualdade perfeita) a 1 (a desigualdade mxima). No Brasil, desde 1996, houve

    reduo discreta, mas constante, desse ndice, partindo de 0,568 para chegar

    ao patamar de 0,507, em 2012, de acordo com IBGE.

    Vejamos algumas das principais causas da m distribuio de renda no

    Brasil:

    Concentrao fundiria Quase metade das terras cultivadas no pas

    so grandes propriedades (acima de mil hectares), que esto nas mos de

    apenas 1% dos proprietrios, segundo o IBGE. Essa estrutura provoca pobreza

    no campo e o xodo da populao para as cidades.

    Industrializao - ela se desenvolveu em quase todo o sculo XX no

    Sudeste e no Sul, concentrando a renda.

    Problemas urbanos - as cidades no foram preparadas para receber

    as populaes vindas do campo. A carncia habitacional, por exemplo, um

    fator de pobreza e favelizao.

    Analfabetismo - ele foi combatido tardiamente, a partir dos anos de

    1970. A falta de instruo mantm o trabalhador mal remunerado, com

    dificuldade para ascender socialmente.

    Discriminao racial - ao final de quatro sculos de escravido, o

    Estado brasileiro lavou as mos, sem polticas de apoio populao negra para

    que pudesse ter acesso terra, educao e ascenso social. Desde ento,

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    17

    as geraes seguintes enfrentam um ciclo vicioso de pobreza. Como resultado,

    sete em cada dez brasileiros entre os 10% mais pobres so negros, de acordo

    com o IBGE.

    Estrutura tributria - a distribuio dos impostos no pas injusta,

    pois a camada que tem mais renda paga menos imposto em proporo aos seus

    ganhos. Segundo o Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (IPEA), em 2008,

    pessoas que recebiam at dois salrios mnimos gastavam 54% da renda

    pagando impostos, diretos e indiretos. J as famlias com renda superior a 30

    salrios mnimos desembolsavam em torno de 29% com impostos.

    6.1 Medidas eficazes

    O aumento do salrio mnimo com ndices percentuais acima da inflao

    tem se mostrado, nos ltimos anos, uma medida eficaz para desconcentrar a

    renda. Isso porque o salrio mnimo um dos parmetros para reajustes

    salariais, beneficia diretamente os salrios mais baixos e as aposentadorias. A

    forte criao de empregos tambm leva desconcentrao da renda.

    A partir da dcada de 1990, o Brasil adotou medidas assistenciais para

    combater a pobreza. Primeiramente, com a criao do seguro-desemprego.

    Depois, com os programas de auxlio luz, gs e alimentao para famlias

    pobres. Em 2004, o programa Bolsa Famlia incorporou esses auxlios e foi

    ampliado. O programa transfere um auxlio em dinheiro diretamente para os

    mais pobres.

    Em 2011, o governo federal criou uma secretaria e o programa Brasil Sem

    Misria, visando a eliminar a pobreza extrema, que o tero mais pobre dos

    pobres: 16 milhes de pessoas com renda mensal per capita inferior a 70 reais,

    valor definido como a linha da misria. Em maio de 2012, o governo lanou o

    programa Brasil Carinhoso, que aumenta o valor do programa Bolsa Famlia

    para famlias com criana de at seis anos. O valor varia conforme o domiclio e

    cresce o suficiente para elevar a renda mensal da famlia para 70 reais mensais

    per capita. Segundo o Censo de 2010, h cinco milhes de famlias com renda

    per capita de at um quarto do valor do salrio mnimo (127 reais naquele ano,

    4,25 reais por dia) e 8,7 milhes de famlias com renda de at meio salrio.

    6.2 Quadro recente do desemprego no Brasil

    Atualmente, o IBGE produz informaes mensais sobre trabalho e

    rendimento por meio da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que investiga

    seis regies metropolitanas: Rio de Janeiro, So Paulo, Belo Horizonte, Recife,

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    18

    Salvador e Porto Alegre. J a Pesquisa Nacional de Amostras por Domiclio

    (PNAD), que disponibiliza estas informaes englobando o pas inteiro,

    realizada anualmente e no possui carter de acompanhamento de curto prazo

    ou conjuntural.

    Em janeiro de 2014, o IBGE apresentou e divulgou pela primeira vez os

    resultados da Pesquisa Nacional de Amostras por Domiclio Contnua

    (PNAD Contnua). Os dados da PME retratam a evoluo do emprego em

    reas urbanas com elevada participao na atividade econmica, porm

    englobam menos de um tero da populao brasileira. A PNAD Contnua, que

    trimestral, por sua vez, abrange todas as reas metropolitanas e ainda muitas

    outras cidades mdias e pequenas, que abrigam quase 90% da populao

    brasileira 3.500 municpios.

    Segundo dados da PME, em abril de 2014, a taxa de desemprego no

    Brasil foi de 5,1% e o rendimento mdio de R$ 2.028,00, ante R$ 2.040,00 do

    ms anterior. Pela PNAD Contnua, a taxa de desemprego ficou em 7,1%

    no primeiro trimestre de 2014, acima dos 6,2% do ltimo trimestre de 2013.

    Para o ano de 2014, o salrio mnimo de R$ 724,00.

    Pessoal, prestem bastante ateno neste tpico, pois o IBGE est mudando a

    metodologia de aferio do emprego/desemprego no Brasil da PME para a

    PNAD Contnua. Ou seja, uma novidade. E as bancas adoram novidades!

    4) (CESPE/IRBR/2012 DIPLOMATA) O maior empecilho ao combate

    da pobreza nas diferentes regies do Brasil, representada pela baixa

    renda mensal, reside na m distribuio territorial dos recursos

    naturais que geram insumos econmicos para a atividade produtiva.

    COMENTRIOS:

    O maior empecilho para o combate pobreza no Brasil a m

    distribuio da renda. A escandalosa concentrao de renda faz do Brasil um

    dos pases mais desiguais do mundo.

    Veja que o Norte, riqussimo em recursos naturais, a segunda regio

    com o maior percentual de populao de baixa renda (com renda familiar per

    capita de at um salrio mnimo) em relao populao total da regio.

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    19

    Fonte: Pnad 2012, Sntese de indicadores sociais 2012/2013 e IBGE

    Gabarito: Errado

    7. Balana comercial brasileira

    A balana comercial o conjunto de tudo o que o pas exporta e

    importa em um ano. A soma desses valores o total do comrcio exterior

    nacional. J o saldo da balana comercial o resultado do valor exportado

    retirando-se o valor importado. Quando o pas vende mais do que compra no

    exterior, consegue um saldo positivo: o supervit da balana comercial.

    Quando o resultado negativo, d-se o nome de dficit.

    O Brasil registra nos ltimos dez anos, um crescimento consistente de sua

    participao no mercado mundial (nas exportaes e nas importaes). O

    comrcio exterior do Brasil cresceu mais de trs vezes na primeira dcada do

    sculo XXI, o que reflete um forte aumento da atividade econmica brasileira. O

    pas registrou supervits contnuos anuais durante toda a dcada passada, mas

    esses supervits esto diminuindo nos anos recentes.

    Os supervits comearam a diminuir a partir de 2008, em razo da crise

    econmica mundial. As causas dessa diminuio envolvem vrios fatores, como

    a valorizao do real frente ao dlar, a situao econmica dos pases com os

    quais o Brasil faz comrcio e a estrutura da produo brasileira.

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    De acordo com dados do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e

    Comrcio Exterior (MDIC), a balana comercial brasileira registrou um supervit

    (exportaes menos importaes) de US$ 2,56 bilhes em 2013, o pior

    resultado para um ano fechado desde 2000 quando foi apurado um dficit de

    US$ 731 milhes. As exportaes somaram US$ 242,17 bilhes e as

    importaes totalizaram US$ 239,61 bilhes.

    O saldo comercial de 2013 s no foi pior por conta da exportao de

    plataformas de petrleo que, na realidade, nunca deixaram o Brasil. As

    plataformas foram compradas de fornecedores brasileiros por subsidirias de

    empresas, como a Petrobras, no exterior e depois "internalizadas" no pas como

    se estivessem sendo "alugadas", mesmo sem sarem fisicamente do Brasil. Esse

    expediente permite s empresas do setor recolher menos tributos.

    A exportao de plataformas de petrleo, que no saram de fato do

    Brasil, nunca foi to alta quanto no ano passado (US$ 7,73 bilhes). O maior

    valor exportado, antes de 2013, havia sido registrado em 2008 (no valor de

    US$ 1,48 bilho). Em 2012, as "vendas" ao exterior de plataformas somaram

    US$ 1,45 bilho.

    O fraco desempenho da balana comercial brasileira se deve

    principalmente combinao de uma queda da produo nacional de petrleo e

    derivados e do aumento do consumo de combustveis no pas, o que reduziu as

    exportaes e elevou as importaes desses produtos. Tambm tem relao

    com a crise financeira internacional - que diminui as exportaes brasileiras.

    Mercados para os quais tradicionalmente o Brasil exporta muito ainda esto

    com demandas desaquecidas.

    As exportaes brasileiras so altamente dependentes de fatores

    externos. Mais de 70% das exportaes so compostas por commodities

    mercadorias que o Brasil no detm qualquer controle sobre suas cotaes

    internacionais, e muito menos sobre as quantidades a serem exportadas.

    Commodities so mercadorias produzidas em grande quantidade, por

    um nmero significativo de produtores e com qualidade uniforme, ou seja, sem

    significativas distines em suas caractersticas. As commodities tradicionais

    so produtos agrcolas, como trigo, soja, suco de laranja congelado e boi gordo,

    e produtos minerais, como petrleo, ao e ouro. Esses produtos bsicos so

    negociados por volume em bolsas de mercadorias. Os seus preos so

    determinados por sua oferta e procura no mercado mundial.

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    21

    7.1 A China torna-se o principal parceiro comercial do Brasil

    Desde 2009, a China o principal parceiro comercial do Brasil. o pas

    que mais importa produtos brasileiros e o que mais vende para o Brasil. Nos

    dois casos, ultrapassou os Estados Unidos, que caiu para a segunda posio.

    A sia tornou-se o principal mercado parceiro, ultrapassando a Unio

    Europeia como mercado fornecedor (importaes) e a Amrica Latina como

    principal mercado comprador (exportaes). O ponto fraco das relaes

    comerciais com a China, os EUA e a Unio Europeia que o Brasil entra,

    sobretudo, como fornecedor de matrias-primas como soja e ferro , e eles

    nos vendem produtos manufaturados, que tm maior valor agregado na

    produo. Vendemos grandes quantidades de produtos baratos, e compramos

    produtos caros. uma receita que gera dependncia e instabilidade.

    5) (CESPE/STJ/2012 Analista Judicirio) A China, principal motor da

    economia global, reduziu sua meta de crescimento, o que no s

    derrubou as bolsas de valores pelo mundo, como trouxe preocupaes

    para pases como o Brasil, grande exportador de commodities. Com os

    Estados Unidos da Amrica, a Europa e o Japo em recesso ou com

    crescimento fraco, a China no pode depender das exportaes,

    devendo priorizar o mercado consumidor interno, segundo o primeiro-

    ministro Wen Jiabao.

    Folha de S.Paulo, 3/3/2012, p. A12 (com adaptaes).

    Tendo o texto acima como referncia inicial e considerando os mltiplos

    aspectos que ele suscita, bem como o cenrio econmico mundial

    contemporneo, julgue o item seguinte.

    Em 2011, a China foi o principal destino das commodities exportadas

    pelo Brasil, que vendeu, ao pas asitico, especialmente, minrio de

    ferro, soja e petrleo.

    COMENTRIOS:

    A China o principal parceiro comercial do Brasil e principal destino das

    nossas commodities. Os principais produtos comprados pelos chineses do Brasil

    so minrio de ferro, petrleo e soja.

    Gabarito: Certo

    8. Desconcentrao industrial

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    22

    A indstria brasileira vive um significativo processo de

    descentralizao, do Sudeste para as demais regies, principalmente para a

    Regio Sul, e das capitais para o interior dos Estados. Os principais fatores que

    contribuem para a descentralizao so: o deslocamento das fbricas para

    locais com incentivo fiscal do Estado; o crescimento da oferta de mo de obra

    qualificada fora das capitais, mas que aceita salrios menores; o deslocamento

    de empresas para perto de fornecedores de matrias-primas e a busca de

    cidades onde o gasto com benefcios trabalhistas mais baixo.

    No grfico observa-se que o Sudeste diminui a sua participao

    relativa no total de estabelecimentos industriais no Brasil. Todas as demais

    regies apresentam crescimento.

    Fonte: IBGE

    Esta outra tabela refora a constatao da desconcentrao industrial.

    Diminui a participao percentual do Sudeste no Valor da Transformao

    Industrial (VTI) e aumenta a participao percentual das demais regies

    brasileiras.

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    Fonte: Ministrio da Integrao Nacional

    9. A indstria patina...

    A indstria brasileira atravessou um perodo de crescimento forte na

    dcada passada. As empresas importaram grande quantidade de mquinas para

    modernizar e expandir a produo. As exportaes e o consumo interno

    cresceram.

    O Brasil tornou-se um dos poucos pases latino-americanos a alcanar um

    bom valor em exportao de produtos industriais, superando a participao dos

    produtos primrios (minrios e agropecuria).

    Em 2010, a indstria cresceu 10,1%. Aps registrar essa taxa recorde, o

    ritmo da produo industrial brasileira foi diminuindo, chegando a 2,5% em

    2012. Nos ltimos anos, pesam contra o desempenho da indstria nacional a

    crise econmica internacional e a valorizao do real, fatores que geraram

    reduo das exportaes. No contexto da crise, com o acirramento da disputa

    por mercados, a indstria brasileira sofre mais com os seus j conhecidos

    problemas de competitividade e com os gargalos da infraestrutura nacional.

    Desde 2009, o Governo Federal vem adotando medidas para estimular a

    produo industrial. So medidas de estimulo ao consumo interno, que

    favorecem a produo industrial, como a reduo das taxas de juros, o

    aumento no nmero de meses nos financiamentos para pagar produtos

    prestao, e a reduo temporria de impostos sobre automveis e

    eletrodomsticos. Tambm adotou uma nova poltica de tributao

    previdenciria, reduzindo os valores pagos pelas empresas sobre a folha de

    pagamentos e est aumentando em igual medida a tributao sobre qualquer

    produto importado que tenha semelhante nacional dos mesmos setores.

    O governo tenta aumentar a competitividade da indstria nacional, que

    sofre com a entrada de produtos mais baratos, como os da China, por duas

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    24

    vias: reduzindo os gastos da indstria nacional e taxando seus

    concorrentes mais diretos. Essas medidas ajudaram a produo industrial,

    que cresceu 1,2% em 2013.

    6) (CESGRANRIO/CAIXA/2012 MDICO DO TRABALHO) O Brasil

    conquistou o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014, os Jogos

    Olmpicos de 2016 e um clima de otimismo e euforia cerca o pas. Esse

    clima, no entanto, esconde um processo que ocorre internamente,

    desde pelo menos o incio da dcada de 1990, a chamada

    desindustrializao.

    ZINET, C. Por que a poltica econmica ameaa a indstria brasileira. Caros

    Amigos, ano 15, n. 175, p.10, out. 2011.

    No Brasil, o atual processo de desindustrializao caracteriza- se,

    especificamente, pela

    a) retrao da flexibilizao das relaes trabalhistas nas ltimas duas

    dcadas

    b) entrada de indstrias multinacionais, concorrentes das empresas

    brasileiras

    c) desvalorizao atual do real, face alta generalizada de moedas

    estrangeiras

    d) persistncia de taxas de juros baixas, vinculada alta rotatividade

    no emprego

    e) diminuio da proporo de empregados no setor industrial, frente

    aos demais setores

    COMENTRIOS:

    A indstria brasileira apresenta uma trajetria errtica nos ltimos, com

    crescimento e decrescimento industrial. Pesam contra um melhor desempenho

    da indstria nacional a forte concorrncia dos produtos importados, a falta de

    uma maior competitividade industrial, a elevada tributao e a valorizao do

    real. Uma das consequncias do atual processo de desindustrializao a

    diminuio da proporo de empregados no setor industrial, frente

    agropecuria e ao setor de servios.

    Gabarito: E

    10. ... E o agronegcio cresce

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    25

    Pessoal, agropecuria e agronegcio no so a mesma coisa. Falamos de

    conceitos diferentes.

    A agropecuria o conjunto de atividades ligadas criao de plantas e

    animais para consumo humano. um dos trs setores para o clculo do PIB, o

    setor primrio da economia.

    O agronegcio mais do que a agricultura e a pecuria. o conjunto de

    atividades econmicas ligadas produo agropecuria, incluindo os fabricantes

    e fornecedores de insumos, equipamentos e servios para a zona rural, bem

    como a comercializao dos produtos. Ou seja, toda a cadeia produtiva

    vinculada agropecuria.

    No sculo XXI, a agricultura brasileira tem conhecido extraordinrio

    crescimento da sua produo de gros. A produo mais que dobrou em uma

    dcada e a rea cultivada cresceu menos de vinte por cento. Isto demonstra o

    grande aumento de produtividade da lavoura brasileira, fruto de pesquisa,

    tecnologia e inovao.

    Segundo estimativas da CONAB e do IBGE, o pas dever colher 188,7

    milhes de toneladas de gros em 2013/2014, com aumento de 0,7% em

    relao safra passada (187,4 milhes de toneladas). Novamente, a soja o

    gro que mais se destaca, vindo em segundo e terceiro lugar o milho e o

    arroz, em quantidade produzida. O Brasil ultrapassou os Estados Unidos e

    chegou ao posto de maior exportador mundial de soja, ficando um pouco

    atrs como o segundo maior produtor.

    O nosso pas um dos gigantes da agropecuria global. o maior

    produtor e exportador mundial de acar, caf e suco de laranja. Ocupa o

    primeiro lugar como exportador de soja, carne bovina e frango. Alm de

    garantir o abastecimento do mercado interno, o pas tornou-se o segundo

    maior exportador de alimentos, atrs dos Estados Unidos.

    Como vimos, em 2013 a agropecuria representou 5,7% do PIB

    brasileiro. Porm, quando calculamos a participao do agronegcio no PIB

    brasileiro, este percentual fica em torno de 22%, uma grande diferena. O

    agronegcio responde por cerca de 40% das exportaes do pas.

    Uma coisa certa, j h alguns anos, o agronegcio o responsvel

    pelo supervit da balana comercial brasileira. Dados do Governo Federal

    demonstram que as exportaes do agronegcio na safra 2012/2013 (perodo

    de julho de 2012 a junho de 2013), registraram supervit de US$ 83,91

    bilhes, o maior para o perodo desde o incio da srie histrica em 1989. As

    exportaes da safra ficaram em US$ 100,61 bilhes e tambm foram recordes.

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    26

    Em 2013, o supervit da balana comercial foi de 2,56 bilhes de dlares.

    Fica fcil perceber que sem o agronegcio a balana comercial acumularia

    pesados dficits comerciais anuais. Da a importncia e a fora do agronegcio

    na economia brasileira.

    O Centro-Oeste o maior produtor de gros e conta com o maior

    rebanho bovino do pas. A regio desenvolveu uma agricultura moderna e

    tecnificada, com a utilizao de tcnicas agrcolas inovadoras e de alta

    produtividade.

    O agronegcio cresce, mas enfrenta problemas como juros altos,

    instabilidade no cmbio e carncias na infraestrutura. A produo agropecuria

    voltada para a exportao a que mais sente as carncias de infraestrutura,

    que elevam muito o preo final dos produtos.

    A elevao da produtividade no meio rural brasileiro, com pesquisa,

    tecnologia e manejo, esbarra numa estrutura fundiria concentrada nas mos

    de poucos proprietrios. Trata-se de uma realidade difcil para a agricultura

    familiar, que d trabalho a milhes de pessoas, voltada para produzir os

    alimentos para o mercado interno, e conta com pouco apoio.

    O crescimento do agronegcio se d em meio a conflitos com o meio

    ambiente. A presso da busca por novas reas de plantio est diretamente

    associada ao desmatamento do cerrado e da Amaznia nas ltimas dcadas. Os

    poderosos interesses econmicos envolvidos nesse processo esto na origem

    dos embates que opem os grandes fazendeiros aos ambientalistas, na

    sociedade e no Congresso Nacional, em relao a temas como a preservao da

    natureza e o novo Cdigo Florestal.

    7) (CESPE/2007/TCU Analista de Controle Externo) O Brasil,

    considerado pas emergente, busca situar-se no mercado global

    altamente competitivo e tem no agronegcio um importante

    instrumento para melhorar seu posicionamento na economia mundial.

    COMENTRIOS:

    Na condio de pas emergente, do grupo BRICS, o Brasil busca ampliar a

    sua participao no comrcio mundial e conta para isso com a fora do

    agronegcio, cuja produo tem quebrado recordes e crescido continuamente

    ao longo dos anos.

    O agronegcio um dos motores da economia nacional, que impulsiona

    parte importante da indstria e dos servios, alm de jogar papel decisivo na

    pauta de exportaes. Em 2010, o pas tornou-se o terceiro maior exportador

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    mundial de alimentos, atrs dos Estados Unidos e da Unio Europeia. Por isto,

    h quem fale que o Brasil se prepara para, no futuro, ser o celeiro do planeta.

    Gabarito: Certo

    11. O gargalo da infraestrutura

    Os problemas de infraestrutura do pas refletem a falta de planejamento e

    de investimentos. A partir de 2007, o governo federal comea a correr atrs do

    tempo perdido e deflagra o primeiro Plano de Acelerao do Crescimento (PAC),

    que prioriza obras em infraestrutura. Em execuo, a segunda etapa do plano

    PAC 2 tem como um dos focos prioritrios a melhoria do sistema de

    transportes.

    Alm do desafio relacionado aos eventos mundiais Copa do Mundo e

    Olimpadas - o Brasil enfrenta o chamado apago logstico para exportar seus

    produtos, principalmente agrcolas e minrios. A matriz de transportes

    alicerada em rodovias e a concentrao histrica nos portos do Sudeste e do

    Sul apresentam, h anos, mostras de saturao. Formam-se filas de caminhes

    aguardando para desembarcar sua carga, e de navios atracados ao largo do

    Porto de Santos (SP) e de Paranagu (PR) para receb-las. As condies de

    asfalto das estradas so ruins, o que provoca desperdcio de gros; h rodovias

    com a construo iniciada, mas a finalizao atrasada h dcadas e, com a

    carncia do transporte por ferrovias e hidrovias, faltam inclusive caminhes e

    motoristas.

    A falta de silos e locais para armazenar gros, seja nas reas de produo

    seja nas docas dos portos, tambm afeta a competitividade do pas. O Custo

    Brasil, que envolve gastos com estocagem, transporte e impostos, um dos

    maiores do mundo, prejudica as exportaes.

    Para tirar do papel e acelerar obras importantes como portos, ferrovias,

    rodovias e aeroportos, o governo brasileiro decidiu fazer parcerias com a

    iniciativa privada, por meio de programas de privatizao (concesso).

    O governo comeou pelos aeroportos. Em 2012 passou para as mos da

    iniciativa privada os aeroportos de Guarulhos (SP); Viracopos, em Campinas

    (SP); e Braslia. J em 2013, foram privatizados Galeo (RJ) e Confins (MG).

    A recente aprovao da Lei n 12.815/2013 - novo marco regulatrio do

    setor porturio considerado importante passo para alavancar investimentos

    privados no setor e modernizar a infraestrutura porturia brasileira. O Governo

    Federal anunciou a privatizao dos portos de Santos, em So Paulo, e de

    Santarm, Outeiro, Vila do Conde, Belm e Miramar, no Par. Em julho de

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    2013, concedeu iniciativa privada cinqenta reas para a construo de novos

    terminais porturios.

    Em agosto de 2012, lanou o programa de concesses de rodovias e

    ferrovias, cuja meta para as rodovias conceder dez trechos de rodovias

    federais. J foram leiloadas a BR-050 - Gois e Minas Gerais, BR-163/Mato

    Grosso, BR-163/Mato Grosso do Sul, BR-060/153/262/Distrito Federal /Gois

    /Minas Gerais, BR-040/Distrito Federal /Gois/Minas Gerais e BR-

    153/Tocantins/Gois. Para os prximos meses, est nos planos do governo a

    privatizao da BR-116/Minas Gerais, BR-101/Bahia, e BR-262/Esprito

    Santo/Minas Gerais.

    8) (IADES/CAU RJ/2014 AGENTE DE FISCALIZAO) No final de

    2013, o governo federal realizou leilo para a concesso de quais

    aeroportos brasileiros?

    (A) Galeo, no Rio de Janeiro, e Confins, em Minas Gerais.

    (B) Viracopos e Guarulhos, em So Paulo.

    (C) Juscelino Kubistchek, em Braslia, e Dois de Julho, na Bahia.

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    (D) Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e Congonhas, em So Paulo.

    (E) Todos os aeroportos localizados nas regies Norte e Nordeste.

    COMENTRIOS:

    Em 2012, o Governo Federal passou para as mos da iniciativa privada os

    aeroportos de Guarulhos (SP); Viracopos, em Campinas (SP); e Braslia. J em

    2013, foram privatizados Galeo (RJ) e Confins (MG).

    Gabarito: A

    11.1 Matriz de transporte

    A matriz de transporte de um pas o conjunto dos meios de circulao

    usados para locomover mercadorias e pessoas. Como o transporte de carga

    um dos problemas bsicos da economia, principalmente dele que tratamos

    quando se fala do assunto. Uma matriz adequada a que consegue equacionar

    as distncias a serem cobertas com as exigncias econmicas e sociais.

    Uma matriz de transporte eficiente permite deslocar cargas no menor

    tempo e com o menor preo. Em um pas de territrio extenso, seu

    planejamento e estruturao so complexos, pois a infraestrutura de

    transportes exige muito investimento, uma combinao de diversos meios e

    previso das necessidades futuras.

    Pas de dimenso continental, que movimenta mercadorias internamente

    e exporta grande volume de gros e minrios produzidos em reas distantes do

    litoral, o Brasil necessita usar as vrias modalidades de transporte, de forma

    equilibrada. Mas no isto que ocorre. Em 2011, a maior parte do transporte

    de carga do pas (52%) foi feita por rodovias, 30% por ferrovias, 13% por

    hidrovias e cabotagem (transferncia entre portos martimos).

    O principal resultado do desequilbrio da matriz de transporte brasileira

    o alto custo nacional do transporte de carga. Por exemplo, para

    transportar soja por hidrovia paga-se um tero do que gasto via ferrovia, e

    um quinto do necessrio para lev-la por estradas. Como as grandes plantaes

    de soja do Brasil esto longe do litoral e h falta de ferrovias e hidrovias, a

    maioria dos produtores de soja tem de pagar o transporte por longos trajetos

    de caminhes, deixando boa parte dos seus ganhos com a transportadora.

    Um estudo do Ministrio dos Transportes adverte que nossos dois

    principais concorrentes nas exportaes agrcolas, Argentina e Estados Unidos,

    conseguem custos menores de transporte. Os argentinos porque possuem boa

    cobertura ferroviria em um territrio menor, com estradas mais curtas, o que

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    resulta em custo e preo menor. Os norte-americanos porque usam

    intensivamente ferrovias e hidrovias.

    O impacto do custo elevado do transporte recai sobre o custo dos

    produtores, das empresas e das mercadorias. Por isso, encarecem tanto o preo

    dos produtos vendidos dentro do pas quanto aqueles que exportam, e a

    reduo desses custos importante para a melhoria da economia.

    O governo planeja melhorar a infraestrutura de transportes, com metas

    definidas no Plano Nacional de Logstica de Transportes. O plano define os

    investimentos necessrios em vinte anos (2005-2025), para buscar maior

    equilbrio na matriz. Para isso, prev ampliar o uso das ferrovias e das

    hidrovias, alm das mudanas em portos e aeroportos. Vejas nos grficos a

    seguir:

    Evoluo recente da distribuio de transporte de cargas no pas e

    planejada para 2025

    Fonte: Ministrio dos Transportes Plano Nacional de Logstica de Transportes

    12. Energia

    Para falarmos de energia, temos que falar da matriz energtica.

    Humm... O que isto?

    Matriz energtica o conjunto dos recursos de energia de uma

    sociedade ou regio e as formas como eles so utilizados. Uma matriz de

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    energia divide-se principalmente em energia renovvel (que podemos repor) e

    no renovvel (que se esgota). Os energticos so as fontes primrias

    (petrleo, carvo mineral, gua, lenha, cana-de-acar, ventos) e fontes

    secundrias, derivadas das primrias (gasolina e leo diesel, eletricidade,

    lcool). Os setores de consumo so transporte, indstria, agricultura, comrcio

    e residncias.

    Matriz energtica brasileira

    Oferta interna de energia, % de participao de cada fonte primria no total

    Fonte: EPE e Agncia Internacional de Energia

    O Brasil tem a matriz energtica mais equilibrada entre as grandes

    naes. De acordo com o Balano Energtico Nacional, 2012, 44,1% da energia

    usada pelos brasileiros vem de fontes renovveis, como a gua e a cana-de-

    acar, e o restante, 55,9%, de fontes no renovveis, principalmente petrleo

    e gs natural. A mdia mundial de uso de energias renovveis, segundo

    relatrio da Agncia Internacional de Energia, de apenas 13,2%, e a mdia

    cai para 7,6% entre os 30 pases da Organizao para a Cooperao e o

    Desenvolvimento Econmico (OCDE), que agrupa as naes mais ricas do

    mundo.

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    Matriz energtica e produo de energia eltrica no so a mesma coisa.

    A primeira refere-se ao total da energia consumida no pas, nas suas diferentes

    fontes. A segunda refere-se somente produo de energia eltrica.

    No grfico abaixo, extrado do relatrio Resenha Energtica Brasileira

    Resultados Preliminares de 2011, do MME, verificamos que 75,4 % da

    oferta de energia eltrica no Brasil provem de usinas hidroeltricas, seguida por

    trmicas (gs, carvo, derivados de petrleo e biomassa), nuclear e elica,

    alm de uma pequena quantia de importao.

    Oferta Interna de Energia Eltrica - 2011

    Fonte: Ministrio das Minas e Energia

    Com a quinta populao mundial para atender, espalhada no quinto maior

    territrio, a infraestrutura para produzir e oferecer energia prioritria para

    que o pas no pare. O Governo Federal investe pesado para aumentar a

    produo interna e garantir a oferta, mas a situao recente destoa dos

    progressos que haviam sido anunciados. Trs grandes reas chamam a ateno

    no pas na busca pela produo de energia.

    12.1 Eletricidade

    Em 2012 e em 2013, houve blecautes de eletricidade na regio Norte,

    Centro-Oeste e Nordeste. Alguns apages afetaram vrios estados

    simultaneamente. Segundo o Ministrio das Minas e Energia, foram provocados

    por eventos naturais, como vendavais, por falhas tcnicas e pelo

    envelhecimento da rede de distribuio.

    Dentro dos projetos de aumento da oferta de energia esto sendo

    construdas novas usinas hidreltricas. A Amaznia a regio que possui o

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    maior potencial hdrico ainda inexplorado e onde as construes causam

    maiores polmicas.

    A construo da usina de Belo Monte, no Rio Xingu, perto do Parque

    Nacional do Xingu (PA), a que provoca mais crticas e protestos. As obras tm

    sido paralisadas por ocupaes e crticas de povos indgenas e ambientalistas

    contrrios a construes de grandes represas na Amaznia legal, em razo dos

    impactos sobre fauna e flora e na vida dos ndios.

    12.2 lcool combustvel

    A produo e venda acelerada de carros flex bicombustveis, a partir de

    2003-2004, fez diminuir a dependncia da gasolina e era saudada como mais

    um exemplo brasileiro de alternativa energtica, limpa e renovvel. Porm,

    desde 2009 o consumo cai continuamente e j diminuiu 40%.

    Interferindo diretamente na Petrobrs, o Governo Federal mantm sob

    controle nos ltimos anos, o preo da gasolina e do diesel. A empresa importa

    esses produtos e os vende no mercado interno abaixo do preo que paga aos

    fornecedores. O resultado um prejuzo de bilhes de dlares, que tem elevado

    a dvida e afetado a capacidade de investimento da estatal.

    No mesmo perodo, os custos de produo do etanol subiram e tornaram

    o preo do etanol hidratado pouco competitivo (ele deve ser pelo menos at

    30% mais barato que a gasolina para ser competitivo). Consequncia: a venda

    do etanol hidratado nos postos despencou.

    Produo e venda de etanol hidratado, em bilhes de litros

    Crdito: Unica/ANP

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    34

    12.3 Petrleo

    O pas alcanou a autossuficincia em petrleo em 2006. A descoberta

    das gigantescas jazidas de petrleo na camada pr-sal do litoral, no ano

    seguinte, acenava com uma autossuficincia duradoura. Mas durou pouco, em

    2008 o Brasil perdeu a autossuficincia. Nesse mesmo ano, a Petrobras iniciou

    a extrao de petrleo da camada pr-sal.

    A discusso no Congresso da lei de redistribuio dos royalties de petrleo

    entre os estados e a Unio, dentro da nova legislao criada para a riqueza do

    pr-sal, estendeu-se durante cinco anos. Isso levou o governo a suspender os

    leiles para licitar poos do pr-sal. Os leiles permitiriam acelerar a formao

    de consrcios entre petroleiras estrangeiras e a Petrobrs, para investir em

    plataformas, e na abertura de poos. Durante todos estes anos, a Petrobrs

    investiu sozinha na explorao do pr-sal.

    Ao mesmo tempo, cresceram as vendas de novos veculos e tambm o

    consumo de gasolina nos postos, do querosene na aviao, da nafta e leo

    combustvel na indstria e do gs domstico. A produo total da empresa

    diminuiu nos ltimos trs anos 2011 a 2013. A Petrobrs tem como meta

    colocar em operao sete novas plataformas de extrao ao longo deste ano,

    com isto espera recuperar o volume de produo em 2014.

    12.3.1 Retomada dos leiles de petrleo

    At 1953, qualquer empresa estrangeira poderia explorar petrleo no

    Brasil. Com a campanha O petrleo nosso, o ouro negro virou monoplio

    estatal. Assim, de 1953 a 1998 somente a Petrobrs extraia petrleo no Brasil.

    A comercializao de derivados do petrleo era e continua livre, mas a extrao

    ficou sendo monoplio estatal. Em 1998, no governo FHC o monoplio estatal

    foi quebrado e a extrao voltou a ser livre por meio de concesso, pelo

    mecanismo de leiles organizados pela Agncia Nacional de Petrleo, Gs

    Natural e Biocombustveis (ANP).

    No regime de concesso as empresas vencedoras dos leiles ganham o

    direito de explorar o poo por determinado perodo. Por sua vez, o Estado

    brasileiro recebe o valor do lance vencedor do arrendamento, os impostos e os

    royalties. Nesse regime todo o petrleo extrado fica com a empresa vencedora

    do leilo.

    Em 2007, foi anunciada a descoberta do pr-sal. Diante deste novo fato,

    foi aprovada no ano de 2010, uma nova legislao de extrao de petrleo. A

    extrao continua livre, via concesso, por meio de um novo regime o de

    partilha. Por esse regime, o Estado brasileiro recebe o valor do bnus de

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    assinatura, os impostos, os royalties e mais um percentual do leo extrado.

    Pela nova lei, a Petrobrs ser a operadora de todos os poos do pr-sal com o

    mnimo de 30% de participao.

    Aps cinco anos de interrupo, a Agncia Nacional de Petrleo (ANP)

    realizou em maio de 2013, a 11 Rodada de Licitaes com a oferta de blocos

    de petrleo e gs em terra e no mar. Em outubro, foi licitado o campo gigante

    de Libra, considerado o fil mignon do pr-sal, com reservas recuperveis de

    8 a 12 bilhes de barris de petrleo. A 12 Rodada de Licitaes foi realizada

    em novembro e ofertou blocos exploratrios em terra e no mar, para a

    explorao de gs natural, petrleo e petrleo de xisto.

    O leilo de Libra foi o primeiro pelo regime de partilha. As grandes

    empresas americanas e britnicas no se candidataram. Somente um consrcio

    participou do leilo e saiu-se vencedor oferecendo o lance mnimo 15 bilhes

    de reais de bnus de assinatura e o percentual de 41,65% do leo extrado. O

    consrcio composto pela Petrobrs, Shell, Total e as chinesas CNOOC e CNPC.

    O leilo foi realizado em meio a uma polmica, segmentos nacionalistas

    protestaram dizendo que o petrleo do pr-sal foi entregue a preo de banana

    ao setor privado internacional.

    O pr-sal uma camada no subsolo marinho, que armazena petrleo

    abaixo de uma grossa camada de sal, a cerca de 7 km abaixo da superfcie do

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    36

    mar. Fica a uma distncia mdia de 300 km do litoral, em uma faixa de 200 km

    de largura e 800 km de extenso, que vai do Esprito Santo a Santa Catarina

    (veja mapa abaixo). As reservas j conhecidas alcanam 31 bilhes de barris de

    petrleo, podendo conter at 87 bilhes de barris.

    A Petrobrs detm a tecnologia mais avanada do mundo em explorao

    de guas profundas, porem a produo do Pr-sal tem exigido uma revoluo

    no setor. O Brasil est desenvolvendo novas tecnologias de explorao

    petrolfera e conta com uma mo de obra altamente qualificada. Com vistas a

    atender a demanda de ampliao de postos de trabalho, a Petrobrs e outras

    empresas qualificaro 285 mil trabalhadores nos prximos cinco anos.

    O xisto uma rocha, de onde possvel extrair petrleo e gs. At 2006

    os mtodos disponveis para extrair combustveis da rocha eram muito caros.

    Naquele ano empresas de petrleo e gs norte-americanas comearam a

    utilizar uma nova tecnologia o fraturamento hidrulico o que faz a produo

    de petrleo de xisto crescer aceleradamente no mundo.

    O petrleo e gs natural de xisto esto contribuindo para a recuperao

    econmica dos Estados Unidos. O processo produtivo bem mais barato do que

    o convencional. A China, Estados Unidos e a Argentina possuem as maiores

    reservas mundiais de petrleo e gs de xisto recuperveis. O Brasil o dcimo

    colocado.

    9) (VUNESP/POLCIA CIVIL SP/2014 OFICIAL ADMINISTRATIVO) A

    presidente Dilma Rousseff negou, na noite desta segunda--feira

    (21.10.2013), que o leilo do Campo de Libra, sob o regime de partilha,

    represente uma privatizao. Em pronunciamento de oito minutos em

    rede nacional de rdio e televiso, ela afirmou que 85% de toda a

    renda gerada ficar com a Unio e que as empresas parceiras tero

    seus lucros, compatveis com os riscos que correro.

    (http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/10/e-bem-diferente-de--privatizacao-

    afirma-dilma-sobre-leilao.html. Adaptado)

    No pronunciamento, a presidente referia-se ao leilo

    (A) do petrleo do pr-sal.

    (B) das ferrovias nordestinas.

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    37

    (C) das estradas da soja.

    (D) da reserva de bauxita, no Par.

    (E) do porto de Santos

    COMENTRIOS:

    A presidenta Dilma se referia ao leilo do petrleo do pr-sal. O campo de

    Libra foi o primeiro a ser licitado pelo novo regime de explorao o regime de

    partilha.

    Gabarito: A

    12.3.2 Definida a distribuio dos royalties

    Royalty a parte dos recursos obtidos com a explorao do petrleo

    destinada aos governos federal, estaduais e municipais. Pela legislao anterior,

    os estados e os municpios produtores recebiam 52,5% do total de royalties.

    Dada a magnitude das reservas do pr-sal, o Congresso aprovou uma

    distribuio mais igualitria dos royalties do petrleo extrado no pas. Mas essa

    nova partilha ser julgada pelo STF.

    Vejamos como ficou a distribuio:

    Fonte: Congresso Nacional

    O Congresso Nacional tambm aprovou, e o governo sancionou em lei,

    que 75% das receitas especiais e royalties de todo o petrleo e gs da Unio

    produzidos no pr-sal iro para a educao e 25% para a sade. Os royalties de

    estados e municpios com comercializao declarada a partir de dezembro de

    2012 tambm seguiro essa diretriz legal.

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    38

    10) (VUNESP/POLCIA CIVIL SP/2014 OFICIAL ADMINISTRATIVO)

    Em setembro de 2013, foi publicada a Lei dos Royalties, legislao que

    obriga o governo federal, os estados e os municpios a aplicar parte dos

    recursos obtidos pela produo de petrleo, em duas reas especficas:

    (A) o transporte e o trabalho.

    (B) a energia e a cultura.

    (C) as comunicaes e a previdncia.

    (D) a cincia e o transporte.

    (E) a educao e a sade.

    COMENTRIOS:

    Pela nova Lei dos Royalties, 75% das receitas especiais e royalties de

    todo o petrleo e gs da Unio produzidos no pr-sal iro para a educao e

    25% para a sade. Os royalties de estados e municpios com comercializao

    declarada a partir de dezembro de 2012 tambm seguiro essa diretriz legal.

    Gabarito: E

    13. Brasil stima maior economia do mundo

    Em 2011, o Brasil ultrapassou o Reino Unido, tornando-se a sexta maior

    economia do mundo. Perdeu o posto um ano depois, 2012, devido ao

    fraqussimo crescimento do PIB, voltando posio de stima maior economia

    do mundo.

    RANKING DAS MAIORES ECONOMIAS MUNDIAIS

    (PIB nominal em 2012)

    1 Estados Unidos

    2 China

    3 Japo

    4 Alemanha

    5 Frana

    6 Reino Unido

    7 Brasil

    8 Rssia

    9 Itlia

    10 ndia

    Fonte: Fundo Monetrio Internacional (FMI)

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    39

    O Brasil no contexto da crise econmica mundial

    A crise econmica mundial atingiu o Brasil, cujo principal impacto foi a

    desacelerao da atividade econmica, refletida no fraco crescimento do PIB.

    Diferentemente do ocorrido em outros pases, no Brasil, a crise no provocou

    problemas relevantes nas finanas pblicas, no abalou o sistema financeiro do

    pas e no gerou crise cambial.

    Para enfrentar a crise o governo brasileiro adotou uma srie de medidas

    de estimulo ao consumo interno, tais como o corte seletivo de impostos, maior

    oferta de crdito, programas de apoio e de estmulo economia e reduo das

    taxas de juros.

    Economia brasileira busca recuperao

    A economia brasileira cresceu 2,3% em 2013, num desempenho

    bem melhor do que o 0,9% registrado em 2012. O setor com maior

    participao na composio da riqueza nacional o de servios, representando

    69,4% do PIB, seguido pela indstria representando 24,9% e a

    agropecuria que representa 5,7%. O PIB do Brasil ficou, porm, abaixo

    do crescimento mundial de 2013, estimado em 2,9% pelo Fundo Monetrio

    Internacional.

    Inflao alta

    Inflao a elevao dos preos de produtos e servios, que resulta na

    diminuio do valor de compra do dinheiro. A inflao sempre existiu, mesmo

    com ndices muito pequenos. Quando o indicador negativo, chama-se

    deflao.

    Uma inflao elevada e contnua desorganiza a economia ao alterar o

    valor do dinheiro, elemento central do sistema econmico. A inflao atinge

    mais duramente quem no possui formas fceis para corrigir seus ganhos,

    como os assalariados.

    O tormento da inflao incomodou durante muito tempo a vida nacional.

    O Brasil viveu uma situao de inflao em alta no decorrer da dcada de 1980,

    at desaguar numa hiperinflao acima de 900% ao ano a partir de 1988.

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    40

    Isso significa que os preos estavam se multiplicando mais de dez vezes a cada

    perodo de 12 meses.

    O Plano Real, em julho de 1994, derrubou a taxa de inflao. Desde

    ento, sua variao acontece em patamares reduzidos.

    O Brasil adota o regime de metas anuais de inflao, estabelecida pelo

    Banco Central, que para persegui-la, adota vrias polticas, entre as quais o

    controle da taxa bsica de juros. A meta oficial dos ltimos anos tem sido de

    4,5% ao ano, podendo variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo

    de 2,5% a 6,5%.

    Em 2010, pela primeira vez - desde que o Banco Central passou a

    trabalhar com o regime de metas de inflao - a taxa ultrapassou o centro da

    meta fixada de 4,5% ao ano, chegando a 5,92% naquele ano. Em 2013, a

    inflao, medida pelo ndice de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de

    5,91%. O aumento do consumo e a elevao dos preos dos alimentos so os

    principais fatores para explicar a alta da inflao.

    Juros e taxa de cmbio

    A taxa de juros um instrumento para controlar a inflao e estimular a

    economia: quanto mais alta, mais caro fazer emprstimos, o que freia o

    consumo. Na outra ponta, juros mais baixos ajudam a aquecer a economia. Em

    janeiro deste ano, a taxa estava em 10,75% ao ano, nvel do incio do

    Governo da presidenta Dilma Rousseff.

    A taxa de cmbio o valor de troca da moeda nacional por outras

    moedas, e afeta o comrcio exterior. Se o real vale pouco, as mercadorias

    ficam mais baratas para exportao; se o real se valoriza, nossos produtos

    ficam mais caros, mas fica mais barato importar. O ano de 2013 foi marcado

    pela desvalorizao do cmbio, ou seja, por constantes altas do dlar em

    relao ao real, com a moeda norte-americana subindo em relao

    brasileira.

    Trabalho, emprego e renda

    A concentrao de renda a distribuio desigual de rendimentos entre

    os estratos da populao. No Brasil, historicamente, a renda muito

    concentrada numa pequena elite. Desconcentrar a renda um fator

    determinante para desenvolver a economia e alcanar a justia social.

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    41

    No Brasil, a concentrao da renda est diminuindo. De 1994 a

    2010, caiu em 67% o nmero de pobres no Brasil. Essa melhora resultado da

    valorizao do salrio mnimo e de programas como o Bolsa Famlia. Os

    indicadores, porm, ainda so insatisfatrios: em 2010, mais da metade das

    famlias detinha uma renda mensal per capita mxima de apenas um salrio

    mnimo.

    O ndice de Gini mede a concentrao de renda em nveis mundiais. O

    valor varia de zero (a igualdade perfeita) a 1 (a desigualdade mxima). No

    Brasil, de 0,507 (2012).

    A concentrao de renda no pas tem razes histricas: a

    concentrao de terras nas mos de poucos, que provoca pobreza no campo e o

    xodo para as cidades; a industrializao no Sudeste e no Sul, que concentrou

    a riqueza e a renda; e um sistema injusto de impostos.

    Segundo dados da PME, em abril de 2014, a taxa de desemprego no

    Brasil foi de 5,1% e o rendimento mdio de R$ 2.028,00, ante R$ 2.040,00 do

    ms anterior. Pela PNAD Contnua, a taxa de desemprego ficou em 7,1%

    no primeiro trimestre de 2014, acima dos 6,2% do ltimo trimestre de 2013.

    Para o ano de 2014, o salrio mnimo de R$ 724,00.

    Balana comercial brasileira

    A balana comercial o conjunto de tudo o que o pas exporta e

    importa em um ano. A soma desses valores o total do comrcio exterior

    nacional. J o saldo da balana comercial o resultado do valor exportado

    retirando-se o valor importado. Quando o pas vende mais do que compra no

    exterior, consegue um saldo positivo: o supervit da balana comercial.

    Quando o resultado negativo, d-se o nome de dficit.

    O Brasil registra nos ltimos dez anos, um crescimento consistente de sua

    participao no mercado mundial (nas exportaes e nas importaes). O pas

    registrou supervits contnuos anuais durante toda a dcada passada, mas

    esses supervits esto diminuindo nos anos recentes. Em 2013, o pas registrou

    o menor supervit desde o ano 2000.

    O fraco desempenho da balana comercial brasileira em 2013 se deve

    principalmente combinao de uma queda da produo nacional de petrleo e

    derivados e do aumento do consumo de combustveis no pas, o que reduziu as

    exportaes e elevou as importaes desses produtos. Tambm tem relao

    com a crise financeira internacional - que diminui as exportaes brasileiras.

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    42

    Mercados para os quais tradicionalmente o Brasil exporta muito ainda esto

    com demandas desaquecidas.

    As exportaes brasileiras so altamente dependentes de fatores

    externos. Mais de 70% das exportaes so compostas por commodities

    mercadorias que o Brasil no detm qualquer controle sobre suas cotaes

    internacionais, e muito menos sobre as quantidades a serem exportadas.

    Commodities so mercadorias produzidas em grande quantidade, por

    um nmero significativo de produtores e com qualidade uniforme, ou seja, sem

    significativas distines em suas caractersticas. As commodities tradicionais

    so produtos agrcolas, como trigo, soja, suco de laranja congelado e boi gordo,

    e produtos minerais, como petrleo, ao e ouro. Esses produtos bsicos so

    negociados por volume em bolsas de mercadorias. Os seus preos so

    determinados por sua oferta e procura no mercado mundial.

    A China o principal parceiro comercial do Brasil, ultrapassou os Estados

    Unidos, que caiu para a segunda posio. A sia tornou-se o principal mercado

    parceiro, ultrapassando a Unio Europeia como mercado fornecedor

    (importaes) e a Amrica Latina como principal mercado comprador

    (exportaes).

    Indstria

    A indstria o segundo setor gerador de riquezas do produto interno

    bruto (PIB), depois de servios. Produz os bens de maior valor monetrio, atrai

    investimentos estrangeiros e cria grande quantidade de empregos.

    A indstria brasileira cresceu na dcada pass