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Segurança do Trabalho Cyva Lima 2010 Natal-RN Ergonomia Curso Técnico Nível Médio Subsequente Aula 01 Introdução a Ergonomia Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte.

Aula1 -er

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Segurança do Trabalho

Cyva Lima

2010Natal-RN

Ergonomia

Curso Técnico Nível Médio Subsequente

Aula 01Introdução a Ergonomia

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

do Rio Grande do Norte.

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Presidência da República Federativa do Brasil

Ministério da Educação

Secretaria de Educação a Distância

Equipe de ElaboraçãoIF-RN

Coordenação InstitucionalCOTED

Projeto GráficoEduardo Meneses e Fábio Brumana

DiagramaçãoVictor Almeida Schinaider

Ficha catalográfica

Este Caderno foi elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia e o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – e-Tec Brasil.

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Amigo(a) estudante!

O Ministério da Educação vem desenvolvendo Políticas e Programas

para expansãoda Educação Básica e do Ensino Superior no País. Um dos

caminhos encontradospara que essa expansão se efetive com maior rapidez

e eficiência é a modalidade adistância. No mundo inteiro são milhões os

estudantes que frequentam cursos a distância. Aqui no Brasil, são mais de

300 mil os matriculados em cursos regulares de Ensino Médio e Superior a

distância, oferecidos por instituições públicas e privadas de ensino.

Em 2005, o MEC implantou o Sistema Universidade Aberta do Brasil

(UAB), hoje, consolidado como o maior programa nacional de formação de

professores, em nível superior.

Para expansão e melhoria da educação profissional e fortalecimento

do Ensino Médio, o MEC está implementando o Programa Escola Técnica

Aberta do Brasil (e-TecBrasil). Espera, assim, oferecer aos jovens das perife-

rias dos grandes centros urbanose dos municípios do interior do País oportu-

nidades para maior escolaridade, melhorescondições de inserção no mundo

do trabalho e, dessa forma, com elevado potencialpara o desenvolvimento

produtivo regional.

O e-Tec é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Educação

Profissionale Tecnológica (SETEC), a Secretaria de Educação a Distância (SED)

do Ministério daEducação, as universidades e escolas técnicas estaduais e

federais.

O Programa apóia a oferta de cursos técnicos de nível médio por

parte das escolaspúblicas de educação profissional federais, estaduais, mu-

nicipais e, por outro lado,a adequação da infra-estrutura de escolas públicas

estaduais e municipais.

Do primeiro Edital do e-Tec Brasil participaram 430 proponentes de

adequaçãode escolas e 74 instituições de ensino técnico, as quais propuse-

ram 147 cursos técnicosde nível médio, abrangendo 14 áreas profissionais.

Apresentação e-Tec Brasil

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O resultado desse Edital contemplou193 escolas em 20 unidades

federativas. A perspectiva do Programa é que sejam ofertadas10.000 va-

gas, em 250 polos, até 2010.

Assim, a modalidade de Educação a Distância oferece nova interface

para amais expressiva expansão da rede federal de educação tecnológica dos

últimos anos: aconstrução dos novos centros federais (CEFETs), a organiza-

ção dos Institutos Federaisde Educação Tecnológica (IFETs) e de seus campi.

O Programa e-Tec Brasil vai sendo desenhado na construção coletiva

e participaçãoativa nas ações de democratização e expansão da educação

profissional no País,valendo-se dos pilares da educação a distância, susten-

tados pela formação continuadade professores e pela utilização dos recursos

tecnológicos disponíveis.

A equipe que coordena o Programa e-Tec Brasil lhe deseja sucesso na

sua formaçãoprofissional e na sua caminhada no curso a distância em que

está matriculado(a).

Brasília, Ministério da Educação – setembro de 2008.

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Você verá por aqui...

Nesta aula você terá uma visão panorâmica da ergonomia

através dos seus conceitos, histórico, objetivos e classifi-

cação.

Objetivos

• Conhecer a origem, evolução e classificação da ergonomia.

• Compreender os objetivos básicos da ergonomia.

Para Começo de Conversa

“Para muitas pessoas a ergonomia é um conceito, uma idéia.

É uma maneira de olhar o mundo, de pensar sobre as pessoas e

como elas interagem com todos os aspectos do seu ambiente, seus

equipamentos e sua situação de trabalho. A Ergonomia tem como

foco central a proposição que desde que as pessoas habitaram

este mundo muito antes das máquinas (na verdade, as pessoas

inventaram as máquinas) e desde que desejamos que nossa inte-

ração com nosso ambiente seja efetiva é fundamental que nós nos

mantenhamos no total controle das operações do sistema no qual

trabalhamos. Para garantir este resultado e para assegurar ótima

interação, as “máquinas” e o ambiente de trabalho no qual elas

operam devem ser projetados para se adaptar aos pensamentos,

desejos e habilidades das pessoas”. (Oborne, 1995).

A ergonomia assume, cada vez mais, um papel de extrema impor-

tância dentro do processo de trabalho, por inter-relacionar a quali-

dade do produto e dos processos a um aumento de produtividade

e melhoria nas condições de trabalho. Seu campo de aplicação e

crescimento é amplo, pois a evolução técnica do trabalho tem sido

um fator decisivo no desenvolvimento desta ciência. A cada dia

que passa, a tecnologia das máquinas alcança maior perfeição e

Introdução a Ergonomia

Creative Commons - Edwin Dalorzo

Curso Técnico Nível Médio Subsequentee-Tec Brasil 6

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complexidade, com menores custos e obrigando o homem a uma

adaptação rápida a esta nova situação. É importante lembrar que,

as novas condições de trabalho devem atender ao ser humano em

todos os aspectos, e proporcionarem melhores condições que as

anteriores. Essas novas tecnologias devem se adaptar ao ser huma-

no, usuário da mesma, e não o ser humano “ser obrigado” a se

adaptar a essas novas tecnologias.

Definição A Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem sendo

o trabalho toda situação em que ocorre o relacionamento entre o homem

e uma atividade produtiva. Envolvendo não somente o ambiente físico, mas

também os aspectos organizacionais. (Iida, 2005).

O estudo da Ergonomia inicia-se até mesmo antes do trabalho ser

realizado, ou seja, nas atividades de planejamento e projeto, como também,

nas atividades de controle e avaliação que ocorrem durante e após esse tra-

balho.

Partindo do principio que devemos estudar as características do tra-

balhador para depois projetar o trabalho que ele consegue executar, pre-

servando a sua saúde, ou seja, conhecer o homem para fazer o projeto de

trabalho ajustando-o as suas capacidades e limitações. Pois seria muito mais

difícil adaptar o homem ao trabalho que poderia resultar em condições ad-

versas de trabalho com sacrifício do trabalhador.

Figura 1 – Ergonomia

e-Tec BrasilIntrodução da Ergonomia 7

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Existem diversas definições de ergonomia, mas uma coisa em co-

mum e que, todos procuram ressaltar o caráter interdisciplinar e o objetivo

do seu estudo, que é a interação homem, trabalho e ambiente.

A definição mais antiga é a da Ergonomic Society da Inglaterra:

“Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu

trabalho, equipamento, ambiente e particularmente, a aplicação dos conhe-

cimentos de anatomia fisiologia e psicologia na solução dos problemas que

surgem desse relacionamento.”

No Brasil, a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) adota a

seguinte definição:

“Entende-se por ergonomia o estudo das interações das pessoas

com a tecnologia, a organização e o ambiente objetivando intervenções e

projetos que visem melhorar, de forma integrada e não dissociada, a segu-

rança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas.”

Em 2000, a International Ergonomics Association aprovou uma defi-

nição, conceituando a ergonomia e suas especializações.

“Ergonomia (ou fatores humanos) é a disciplina cientifica que estuda

as interações entre seus humanos e outros elementos do sistema, e a pro-

fissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos, a projetos que visem

otimizar o bem estar humano e o desempenho global de sistemas.”

Os praticantes da ergonomia que são chamados de ergonomistas

realizam o planejamento, projeto e avaliação de tarefas, postos de trabalho,

produtos, ambientes e sistemas, tornando-os compatíveis com as necessi-

dades, habilidades e limitações das pessoas. Os mesmos devem analisar o

trabalho de forma global, incluindo os aspectos físicos, cognitivos, sociais,

organizacionais, ambientais e outros.

Curso Técnico Nível Médio Subsequentee-Tec Brasil 8

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Freqüentemente os ergonomistas abordam certas características es-

pecificas do sistema, tais como:

•ErgonomiaFísica–Ocupa-sedascaracterísticasdaergonomiahu-

mana, antropometria, fisiologia e biomecânica relacionados com ati-

vidade física. Os tópicos relevantes incluem a postura no trabalho, no

manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculos-

esqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho,

segurança e saúde do trabalhador.

•Ergonomiacognitiva–Ocupa-sedosprocessosmentaiscomoaper-

cepção, memória, raciocínio e resposta motora, relacionados com as

interações entre as pessoas e outros elementos de um sistema. Os

tópicos relevantes incluem a carga mental, tomada de decisões, inte-

ração homem-computador, estresse e treinamento.

•ErgonomiaOrganizacional–Ocupa-sedaotimizaçãodossistemas

sócio-técnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e

processos. Os tópicos relevantes incluem comunicação, projeto de

trabalho, programação do trabalho em grupo, projeto participativo,

trabalho cooperativo, cultura organizacional, organização em rede,

tele trabalho e gestão da qualidade.

Portanto a Ergonomia estuda tanto as condições prévias como as

conseqüências do trabalho e as interações que ocorrem entre o homem,

máquina e o ambiente durante a realização desse trabalho. Recentemente

ampliou-se a atuação da ergonomia incluindo os fatores organizacionais,

pois muitas decisões que afetam o trabalho são tomadas a nível gerencial.

e-Tec BrasilIntrodução da Ergonomia 9

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Objetivos Básicos da Ergonomia A Ergonomia estuda os diversos fatores que influem no desempenho

do sistema produtivo e procura reduzir suas conseqüências nocivas sobre o

trabalhador. Assim, ela procura reduzir a fadiga, estresse, erros e acidentes,

proporcionando segurança, satisfação e saúde aos trabalhadores, durante o

seu relacionamento com esse sistema produtivo.

Saúde – A saúde do trabalhador é mantida quando as exigências do traba-

lho e do ambiente não ultrapassam as suas limitações energéticas e cogniti-

vas, de modo a evitar as situações de estresse, riscos de acidente e doenças

ocupacionais.

Segurança – A segurança é conseguida com os projetos do posto de traba-

lho, ambiente e organização do trabalho, que esta dentro das capacidades

Posto deTrabalho

Tarefas

Máq

uina

s

e

Equi

pamentos

Organização

do

Trabalho

Ambiente

Físico

Consequências do Trabalho

Fadiga, Estresse , Erros, Acidentes

Consequências do Trabalho

Fadiga, Estresse , Erros, Acidentes

EntradaMatéria-primaEnergia (gasta)

Informações

SaídasProdutos

Energia (gerada)Conhecimentos

Curso Técnico Nível Médio Subsequentee-Tec Brasil 10

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e limitações do trabalhador, de modo a reduzir os erros, acidentes, estresse

e fadiga.

Satisfação – Satisfação é o resultado do atendimento das necessidades e

expectativas do trabalhador. Contudo, há muitas diferenças e culturais,uma

mesma situação pode ser considerada satisfatória para uns e insatisfatória

para outros. Os trabalhadores satisfeitos tendem a adotar comportamentos

mais seguros e são mais produtivos que aqueles insatisfeitos.

Eficiência – Eficiência é a conseqüência de um bom planejamento e or-

ganização do trabalho, que proporcione saúde, segurança e satisfação ao

trabalhador. Ela deve ser colocada dentro de certos limites, pois o aumento

indiscriminado da eficiência pode implicar em prejuízos a saúde e segurança.

Por exemplo, quando se aumenta a velocidade de uma máquina au-

menta-se sua eficiência, mas também uma probabilidade maior de aciden-

tes. Na produção industrial é possível aumentar a eficiência sem comprome-

ter a segurança, mas isso exige investimentos em tecnologia, organização do

trabalho e treinamento dos trabalhadores, para eliminar os fatores de risco.

Histórico Ao contrario de muitas outras ciências cujas origens se perdem no

tempo, a Ergonomia tem data oficial de nascimento 12 de julho de 1949.

Nesse dia um grupo de cientistas e pesquisadores, se reuniram, na Inglaterra,

para discutir e formalizar a existência desse novo ramo de aplicação interdis-

ciplinar da ciência. Em 16 de fevereiro de 1950 foi proposto o neologismo

Ergonomia que vem do grego:

Ergon – Que significa trabalho

Nomos – Que significa regras, leis naturais.

Entretanto esse termo já havia sido utilizado em 1857 no artigo “En-

saios de Ergonomia ou Ciência do trabalho, baseada nas leis objetivas da

Atividade 1 Faça uma visita a um local de trabalho de sua escolha, obser-ve este ambiente tentando identificar quais dos principais objetivos da Ergonomia estão sendo alcançados neste ambiente, ou se não, explique, na sua opinião, o porquê de cada um desses objetivos não estão sendo alcançados.

e-Tec BrasilIntrodução da Ergonomia 11

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ciência sobre a natureza”, publicado pelo polonês Wajciech Jastrzebowski.

Contudo esta só adquiriu status de disciplina no início da década de 50, com

a Fundação da Ergonomics Research Society, na Inglaterra.

A partir daí o termo Ergonomia foi adotado nos principais países

Europeus, substituindo antigas denominações como Fisiologia do trabalho

e Psicologia do trabalho, já os EUA adotaram denominação Human Factors

(Fatores humanos), mas ergonomia já é aceita como sinônimo, naquele país.

A preocupação em adaptar o ambiente natural e construir objetos

artificiais para atender as suas conveniências, sempre esteve presente nos

seres humanos desde os tempos remotos.

As ferramentas proporcionavam poder e facilitavam as tarefas como

Figura 3 – O Homem e suas Adaptações

Figura 2 – Wajciech Jastrzebowski

Curso Técnico Nível Médio Subsequentee-Tec Brasil 12

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caçar, cortar e esmagar.

Na produção artesanal, não-me-

canizada, a preocupação em adaptar as

tarefas as necessidades humanas também

esteve presente. Entretanto, a Revolução

Industrial, ocorrida a partir do século XVII,

tornou mais dramático esse problema. As

primeiras fábricas surgidas não tinham

nenhuma semelhança com uma fábrica

moderna, eram sujas, escuras, barulhen-

tas e perigosas. As jornadas de trabalho chegavam a até 16 h diárias, sem

férias, em regime de semi-escravidão, imposta por empresários autoritários,

que aplicavam castigos corporais.

Os estudos mais sistemáticos sobre o trabalho começaram a ser rea-

lizados a partir do final do século XIX. Nessa época surge, nos EUA, o movi-

mento da administração científica, que ficou conhecido como Taylorismo.

Cronologia1900 – Na Europa começaram a surgir pesquisas na área de Fisiologia do

trabalho.

1913 – Max Ruber cria, dentro do Instituto Rei Guilherme, um centro dedi-

cado aos estudos de fisiologia do trabalho, atualmente Instituto Max Plank

de fisiologia do trabalho, em Dortmund, Alemanha.

1914 – 1917 (I Guerra Mundial) – Criação da Comissão de Saúde dos

Trabalhadores na Indústria de Munições, com o final da Guerra a mesma foi

transformada no Instituto de Pesquisa da Fadiga Industrial.

1929 – O órgão acima citado transformou-se no instituto de Pesquisa so-

bre Saúde do Trabalhador, tendo como seu maior mérito a introdução de

trabalhos interdisciplinares, agregando novos conhecimentos de fisiologia e

psicologia ao estudo do trabalho.

1939 – 1945 (II Guerra Mundial) – com o avanço da tecnologia foram

construídos instrumentos bélicos relativamente complexos que exigiam ha-

bilidades do operador em condições desfavoráveis, em conseqüência erros e

Figura 4 – Linha de Montagem

e-Tec BrasilIntrodução da Ergonomia 13

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acidentes eram freqüentes, com isso aumentaram os esforços de pesquisas

para adaptar esses instrumentos bélicos as características e capacidades do

operador, melhorando o desempenho e reduzindo a fadiga e os acidentes.

Início da década de 50 – Fundada a primeira Associação Cientifica de Er-

gonomia a Ergonomics Research Society, na Inglaterra.

1957 (EUA) – Criação da Human Factors Society.

1958 – Surge a terceira Associação na Alemanha.

1961 – Fundação da associação internacional de Ergonomia.

1974 – Realizado, no Rio de janeiro, o I Seminário Brasileiro de Ergonomia.

1983 – Fundada a Associação Brasileira de Ergonomia.

O Taylorismo Taylorismo é uma expressão criada

para designar um conjunto de idéias e prin-

cípios de gestão criados no final do século

XIX e início do século XX pelo engenheiro

norte-americano Frederick Taylor. O Taylo-

rismo, que também ficou conhecido como

Teoria da Gestão Cientifica ou Organização

Cientifica do Trabalho, tinha como grande

objetivo aumentar a produtividade através

de um sistema de tarefas diferenciadas e

através da aplicação de métodos científicos,

com ênfase no uso da ciência e na criação

da harmonia de grupo. A aplicação da ciên-

cia à gestão teve como instrumento básico

o estudo exaustivo dos tempos e movimen-

tos que permitem a racionalização dos métodos de trabalho e a fixação dos

tempos padrão para execução das tarefas.

Taylor considerava que o trabalho deveria ser cientificamente obser-

vado de modo que, para cada tarefa, fosse estabelecido o método correto

de excutá-la, com um tempo determinado, usando as ferramentas corretas.

Figura 5 – Frederick Taylor

Curso Técnico Nível Médio Subsequentee-Tec Brasil 14

Page 15: Aula1  -er

Os trabalhadores deveriam ser controlados medindo-se a produtividade de

cada um e pagando-se incentivos salariais aqueles mais produtivos. Ele se

justificava dizendo que uma simples tarefa como carregamento com uma

pá devia ser cuidadosamente estudado de modo a determinar o tamanho

adequado para cada tipo de material a ser carregado (antes se utilizava a

mesma pá para se carregar materiais de diferentes densidades, como carvão

e a cinza). Para cada tipo de tarefa deveria ser desenvolvido o melhor méto-

do de realizar o trabalho, de modo que nada fosse deixado ao livre arbítrio

do operário. Esse método era implantado como um padrão a ser seguido por

todos.

A Escola das Relações Humanas Na década de 20 surgiu a Escola das Relações Humanas em conse-

qüência de uma famosa experiência realizada por George Elton Mayo na

empresa Western Eletric, situada em Hawthorne, EUA.

Visando melhorar a produtividade dos trabalhadores Mayo alterou

os níveis de luminosidade do local de trabalho, surpreendentemente, inde-

pendente das condições de trabalho, ele observou que os trabalhadores pro-

duziram sempre mais do que o usual. A conclusão a que ele chegou foi que:

A melhoria do desempenho dos trabalhadores deveu-se ao fato destes se

sentirem lisonjeados e motivados pela atenção que lhes foi dada durante o

estudo, ou seja, o fato de estarem participando de uma experiência motivou-

os a produzir mais. Essa conclusão ficou conhecida como Efeito Hawthorne.

Figura 6 – Vista aérea da Hawthorne Works, 1925

e-Tec BrasilIntrodução da Ergonomia 15

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O Taylorismo sempre analisava o trabalhador isoladamente, asso-

ciando o rendimento deles a fatores físicos e a incentivos financeiros. Porém

o Efeito Hawthorne mostrou que há “algo mais”. O ambiente social e os

relacionamentos humanos seriam tão motivadores quanto o ambiente físico

e os incentivos salariais.

Isso levou Mayo a propor uma “humanização” da produção, criando

incentivos morais e psicológicos. Iniciou assim a prática das Relações Hu-

manas, com o estímulo para a criação de uma atitude positiva no trabalho

e substituição do comportamento individualista por uma atitude coletiva e

colaborativa.

A Visão Atual Atualmente há um respeito maior as individualidades, necessidades

do trabalhador e normas de grupo. Na medida do possível, procura-se en-

volver os próprios trabalhadores nas decisões sobre seu trabalho.

Uma das conseqüências dessa nova postura gerencial foi a gradativa

eliminação das linhas de montagem, onde cada trabalhador realiza tarefas

simples e altamente repetitivas, definidas pela gerência. Essas linhas pare-

cem que estão condenadas a serem substituídas por equipes menores, mas

flexíveis, chamadas de grupos autônomos.

No sistema produtivo autônomo cada grupo se encarrega de fazer

um produto completo. Há um movimento inverso ao Taylorismo, promoven-

do a apropriação de conhecimento pelo grupo. A distribuição de tarefas a

cada trabalhador é decidida pelos próprios elementos da equipe. Portanto

Figura 7 – George Mayo

Curso Técnico Nível Médio Subsequentee-Tec Brasil 16

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há mais liberdade para cada um escolher as suas tarefas, podendo haver

rodízios periódicos dentro da equipe para combater a monotonia e a fadiga.

Os controles continuam existindo, mas em vez de controlar indivi-

dualmente, cada trabalhador, esses controles foram direcionados para os

aspectos mais globais da produção e qualidade. Essa mudança trouxe mais

liberdade e responsabilidade aos trabalhadores, dando-lhes maiores oportu-

nidades para manifestação dos talentos e individualidade de cada um.

As linhas de produção Taylorista,com divisão de tarefas podem sersubstituídas, por grupos autôno-

mos,com tarefas mais integradas. (OIT,

1996).

Figura 8

e-Tec BrasilIntrodução da Ergonomia 17

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Atividade 2 Diferencie as características da Escola das Relações Humanas e do

Taylorismo e escreva a sua opinião sobre ambos.

Classificação da Ergonomia•Ergonomiadeconcepção–Ocorreduranteoprojetodopostodetrabalho,

da máquina, ambiente ou sistema de produção. Baseia-se em situações hi-

potéticas, podendo ser melhorado através da busca de situações semelhan-

tes que já existam, construção de modelos tridimensionais, em madeira ou

papelão, ou ainda simulações no computador.

•ErgonomiadeCorreção–Aplica-seemsituaçõesreais,jáexistentesnare-

solução de problemas que se refletem na segurança, quantidade e qualidade

da produção.

• ErgonomiadeConscientização –Capacitaçãodos trabalhadorespara a

identificação e correção dos problemas do dia-a-dia ou emergenciais.

•ErgonomiadeParticipação–procuraenvolveroprópriousuáriodosiste-

ma, na solução de problemas ergonômicos, com base na crença de que eles

possuem em conhecimento prático, cujos detalhes podem passar desperce-

bidos ao analista ou projetista.

Figura 9

Curso Técnico Nível Médio Subsequentee-Tec Brasil 18

Page 19: Aula1  -er

Resumo Vimos nesta aula que, a Ergonomia surgiu logo após a II Guerra

Mundial, como conseqüência do trabalho interdisciplinar realizado por diver-

sos profissionais, tais como engenheiros, fisiologistas e psicólogos. Podemos

perceber que inicialmente sua atuação se dava quase que exclusivamente na

indústria e se concentrava no binômio homem-máquina. E agora seu estudo

abrange sistemas complexos, onde dezenas ou até centenas de homens,

máquinas e materiais interagem continuamente entre si, na realização do

trabalho, se expandindo para quase todos os tipos de atividades humanas,

principalmente no setor de serviços (saúde, educação, transporte, lazer e

outros) e até no estudo de trabalhos domésticos.

e-Tec BrasilIntrodução da Ergonomia 19

Page 20: Aula1  -er

Referências

• Iida, I. Ergonomia: Projeto e produção 2ª ed. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 2005.

• Revista Científica Eletrônica de Administração. Ano V - Nº 09 – Dezembro 2005. Em: www.revista.inf.br.

• Couto, A. Hudson. Ergonomia Aplicada ao Trabalho. Belo Horizonte: Ergo Editora, Vol. I e II, 1995.

Figura 1

Disponível em: <www.inspirars.com.br/imagem/jpg.> Acesso em: 12 mar 2010.

Figura 2

Disponível em: <www.wikimedia.org>. Acesso em: 01 jun 2010.

Figura 3

Disponível em: <www.algosobre.com.br/historia/pre-historia.> Acesso em: 30 mar 2010.

Figura 4

Disponível em: <www.percursos.net/linhamontagem.jpg.> Acesso em: 30 mar 2010.

Figura 5

Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/90/Frederick_Winslow_Taylor_crop.jpg> Acesso em: 01 jun 2010.

Figura 6

Disponível em: <Western Eletric Company Photograph Album> Acesso em: 01 jun 2010.

Figura 7

Disponível em: <http://digital.library.adelaide.edu.au/dspace/bitstream/2440/47923/1/1151-0348.jpg> Acesso em: 01 jun 2010.

Figura 8

Disponível em: <Iida, 2005> Acesso em: 01 jun 2010.

Figura 9

Disponível em: <www.protecao.com.br/202_ARTIGO_Ergonomia.jpg> Acesso em: 01 jun 2010.

Curso Técnico Nível Médio Subsequentee-Tec Brasil 20