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Terapia Focada em Esquemas Analise Vivan Psicologia e Psicoterapia Cognitivo- comportamental II Aula 10

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Terapia Focada em Esquemas

Analise Vivan

Psicologia e Psicoterapia Cognitivo-comportamental II

Aula 10

Introdução

Formulada por Jeffrey Young;

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Introdução

É direcionada para tratar transtornos de personalidade;

Pressupõe a existência de esquemas ou crenças disfuncionais crônicos que se formam na infância;

Maior ênfase na relação terapêutica, no funcionamento interpessoal e nas emoções;

Maior importância aos acontecimentos da infância;

Baseada na noção de Esquemas Iniciais Desadaptativos (EID).

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Esquemas Iniciais Desadaptativos Um tema ou padrão amplo; Formado por memórias, emoções e

sensações corporais Relacionado a si próprio ou aos

relacionamentos com outras pessoas; Desenvolvido durante a infância ou

adolescência; Elaborado ao longo da vida do indivíduo; Disfuncional em nível significativo

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Origem dos esquemas

Necessidades emocionais

fundamentais

Primeiras experiências de vida

Temperamento emocional

EIDs

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Necessidades emocionais fundamentais

Ligação segura com outros (segurança, estabilidade, apoio e aceitação);

Autonomia, competência e senso de identidade;

Liberdade para expressar necessidades e emoções;

Espontaneidade e brincadeira; Limites realísticos e auto-controle.

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Primeiras experiências de vida

Frustração excessiva de necessidades;

Superproteção/permissividade excessiva;

Traumatização ou vitimização;

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Temperamento emocional

Lábil Não Reativo

Pessimista Otimista

Ansioso Calmo

Obsessivo Distraído

Passivo Agressivo

Tímido Sociável

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EID e Domínios de Esquemas

18 Esquemas iniciais desadaptativos

Agrupados em 5 domínios:

1. Desconexão e rejeição2. Autonomia e desempenho

prejudicados3. Limites prejudicados4. Direcionamento para o outro5. Supervigilância e Inibição 9/47

DOMÍNIOS ESQUEMAS INICIAIS DESADAPTATIVOS

Desconexão e rejeição

1. Abandono/instabilidade 4. Defectividade/vergonha

2. Desconfiaça/abuso 5. Isolamento social/alienação

3. Privação emocional

Autonomia e desempenho prejudicados

6. Dependência/incompetência 9. Fracasso

7. Vulnerabilidade

8. Emaranhamento/self subdesenvolvido

Limites prejudicados10. Merecimento/grandiosidade

11. Autocontrole/autodisciplina insuficientes

Orientação para o outro

12. Subjugação

13. Auto-sacrifício

14. Busca de aprovação/reconhecimento

Supervigilância e inibição

15. Negativismo/pessimismo 18. Caráter punitivo

16. Inibição emocional

17. Padrões inflexíveis/crítica exagerada

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Desconexão e rejeição

Expectativa de que as necessidades de segurança, estabilidade, aceitação, empatia não serão satisfeitas;

Características da família de origem:fria, desligada, rejeitadora, isoladora,

imprevisível ou abusadora.

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Desconexão e rejeição

1. Abandono/instabilidade:

Percepção de instabilidade ou indisponibilidade das outras pessoas;

As pessoas significativas podem a qualquer momento abandonar, e não estarem presentes quando se precisa delas.

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Desconexão e rejeição

2. Desconfiança/abuso:

Expectativa de que os outros irão magoar, abusar humilhar, etc.;

O mal sempre é intencional ou resultado de uma negligência extrema.

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Desconexão e rejeição

3. Privação emocional:

Expectativas de que não se satisfarão em grau normal os desejos de suporte emocional:

a) privação de carinho

b) privação de empatia

c) privação de proteção

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Desconexão e rejeição

4. Defectividade/vergonha:

Sentimento de que se é mau, indesejado, inferior;

Expectativa de que não seria amado por pessoas significativas caso se expusesse.

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Desconexão e rejeição

5. Isolamento social/alienação:

Sentimento de que se está isolado do mundo, de que se é diferente dos outros e de que não faz parte de nenhum grupo.

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Autonomia e desempenho prejudicados Expectativa de pouca capacidade de

sobreviver, funcionar independentemente e agir com sucesso;

Características da família de origem:superprotetora, emaranhada, destruidora

da confiança da criança; não consegue reforçar a criança a ter um desempenho competente fora da família.

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6. Dependência/incompetência:

Crença de que se é incapaz de exercer as responsabilidades do dia a dia de uma maneira competente, sem a ajuda dos outros;

Autonomia e desempenho prejudicados

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7. Vulnerabilidade:

Medo exagerado de que uma catástrofe inevitável aconteça e de ser incapaz de evitar isso.

Autonomia e desempenho prejudicados

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8. Emaranhamento/self subdesenvolvido:

Envolvimento emocional excessivo com pessoas significativas comprometendo uma individualização;

Crença de que pelo menos uma das pessoas emaranhadas não pode viver ou ser feliz sem o constante apoio dos outros.

Autonomia e desempenho prejudicados

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9. Fracasso:

Crença de que se fracassou, se irá inevitavelmente fracassar ou se é fundamentalmente inadequado face aos seus pares, em áreas de realização pessoal;

Envolve a crença de que se é burro, inapto, sem talento, ignorante, menos bem sucedido, etc.

Autonomia e desempenho prejudicados

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Limites Prejudicados

Deficiência nos limites internos; Dificuldades em respeitar os direitos dos

outros; Características da família de origem:

Permissividade, falta de direção; senso de permissividade; excesso de indulgência

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Limites prejudicados

10. Merecimento/grandiosidade:

Crença de que se é superior aos outros, e de que não se está subjugado às regras de reciprocidade que governam a interação social normal;

Insistência em se ter o que quer independente do que isto custe aos outros.

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Limites prejudicados

11. Autocontrole/autodisciplina insuficientes:

Dificuldade ou recusa em exercer auto-controle e tolerância a frustração ao buscar metas pessoais;

Dificuldade de restringir a expressão excessiva de emoções e impulsos.

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Orientação para o outro

Foco excessivo nos desejos, sentimentos dos outros, comprometendo às suas próprias necessidades;

Características da família de origem: aceitação condicional, onde as crianças devem

suprimir aspectos importantes de si próprio para obterem amor, aceitação social ou status;

As vontades dos pais são mais importantes que os desejos e necessidades das crianças.

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Orientação para o outro

12. Subjugação:

Excessiva submissão ao controle dos outros para evitar raiva, retaliação ou abandono:

a) subjugação de necessidades (desejos, opiniões)

b) subjugação de emoções

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Orientação para o outro

13. Auto-sacrifício:

Satisfação voluntária das necessidades dos outros, com o objetivo de evitar causar dor aos outros ou evitar a culpa de se sentir egoísta.

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Orientação para o outro

14. Busca de aprovação/reconhecimento:

Ênfase excessiva na obtenção de aprovação, reconhecimento ou atenção por parte dos outros;

O sentido de auto-estima esta mais ligado a aprovação dos outros ou de suas próprias inclinações naturais

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Supervigilância e inibição

Ênfase excessiva no controle dos impulsos, diminuição da espontaneidade;

Há uma preocupação de que as coisas irão desabar se houver falha na vigilância

Características da família de origem: Severa, exigente, punitiva, perfeccionista

(escondendo emoções e evitando erros), propensão ao pessimismo e a preocupações de que as coisas não vão dar certo.

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Supervigilância e inibição

15. Negativismo/pessimismo:

Um foco intenso nos aspectos negativos da vida (dor, morte, decepção, traição);

Foco minimizado nos aspectos positivos; Expectativa de que as coisas irão ocorrer

seriamente mal, mesmo que todas as evidências demonstrem o contrário.

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Supervigilância e inibição

16. Inibição emocional:

Inibição excessiva da ação, sentimentos ou comunicação espontânea, com o objetivo de evitar a desaprovação dos outros;

Inibição da raiva e agressão, organização e planejamento compulsivos, inibição de sentimentos positivos, rotinas e rituais, dificuldade de expressar vulnerabilidade, ênfase excessiva na racionalidade.

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Supervigilância e inibição

17. Padrões inflexíveis/crítica exagerada:

A crença subjacente é de que é preciso tentar estar à altura de padrões internalizados muito elevados de comportamento e desempenho para evitar críticas;

Se caracteriza por perfeccionismo, regras rígidas (moral, ética...), e preocupação com tempo e eficiência

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Supervigilância e inibição

18. Caráter punitivo:

A crença de que as pessoas deveriam ser severamente punidas por cometerem erros;

Tendência a ser agressivo, intolerante, punitivo e impaciente com as outras pessoas.

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PROCESSOS DE UM ESQUEMA

Manutenção do Esquema

Evitação do Esquema

Compensação do Esquema

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Manutenção do Esquema

Processo pelo qual os EIDs são reforçados;

Nível cognitivo: uso de distorções cognitivas- maximização e minimização, abstração seletiva.

Nível comportamental: padrões de comportamento autoderrotistas

- ex: mulher com esquema de subjugação escolhe repetidamente homens dominadores.

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Evitação do Esquema Processo voluntário para evitar a ativação

do esquema e os afetos a ele relacionados;

Evitação cognitiva: bloqueio de pensamentos e imagens/comportamento compulsivo;

“Eu não quero pensar sobre isto”, “Eu esqueci”

Evitação afetiva: bloqueio de sentimentos desencadeados pelos esquemas;

Ex: paciente borderline cortar os pulsos para amortecer a dor emocional provocada por um esquema.

Evitação comportamental: evitação de situações que possam desencadear esquemas.

Ex: isolamento social, agorafobia, incapacidade em tentar uma carreira produtiva ou assumir responsabilidades.

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Compensação do Esquema

Padrões cognitivos e comportamentais que vão na direção oposta ao esquema;

“Formação reativa”; A tentativa de supercompensação

acabar por reforçar o esquema.ex: paciente que experienciou privação emocional na infância comporta-se de maneira narcisista quando adulto.

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Tratamento

Etapas:

Avaliação

Mudança

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Avaliação

Identificar esquemas centrais; Educar o paciente sobre os esquemas; Relacionar história de vida, esquemas e

dificuldades atuais; Contato com as emoções relacionadas

aos esquemas; Identificar estratégias de enfrentamento

disfuncionais.

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Avaliação

Identificação de esquemas:Objetivos terapêuticosHistória de vidaAtivação de imagensRelação terapêuticaQuestionário de esquemas

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Questionário de Esquemas

Escala de avaliação

1 = Inteiramente falsa2 = Em grande parte falsa3 = Levemente mais verdadeira do que falsa4 = Moderadamente verdadeira5 = Em grande parte verdadeira6 = Descreve perfeitamente

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Questionário de Esquemas1. ___ As pessoas não conseguiram satisfazer minhas

necessidades emocionais.12. ___ Eu me preocupo com a possibilidade de as pessoas de quem

eu gosto me deixarem ou me abandonarem.29. ___ Frequentemente, sinto que tenho que me proteger dos

outros.49. ___ Eu me sinto isolada/o e sozinha/o.68. ___ Um dos meus maiores medos é que meus defeitos sejam

expostos.74. ___ Sou chata/o e desinteressante em situações sociais.82. ___ Eu sou um fracasso111.___ Sou uma pessoa medrosa.169.___ Quase nada é bom o bastante; sempre posso fazer melhor.205.___ Frequentemente faço, por impulso, coisas que mais tarde

lamento.42/47

Mudança

Técnicas:

Cognitivas

Comportamentais

Experienciais

Interpessoais (relação terapêutica)

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Técnicas Cognitivas

Teste da validade do esquema Análise de evidências Avaliação de vantagens e

desvantagens dos estilos de enfrentamento

Condução de diálogos entre o lado do esquema e o lado saudável

Cartões de enfrentamento Diário de esquemas

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Técnicas Comportamentais

Role-play Treinamento em Habilidades Sociais Treinamento em Assertividade Exposição sistemática Agendamento de atividades Experimentos comportamentais

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Técnicas Experienciais

Diálogos com imagens Carta aos pais Imaginação para quebra de padrões Imaginação para re-parentagem

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Técnicas Interpessoais

Re-parentagem limitada Preenchimento das necessidades emocionais

não atendidas do paciente, dentro dos limites da relação terapêutica

Confrontação empática compreensão + necessidade de mudança

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